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Dentro das ciências médicas, o conhecimento básico do processo espermatogênico (ou seja, a
gametogênese masculina) é imprescindível para o entendimento da dinâmica e formação da população
gamética, bem como, saber quais linhagens gaméticas e não gaméticas compõem os túbulos seminíferos
que formam os testículos. Não obstante, o conhecimento da gametogênese testicular, assim como, das
glândulas e ductos seminais acessórios, responsáveis pela produção e/ou condução seminal, é ferramenta
indispensável no diagnóstico das diferentes causas patológicas que podem levar a um quadro de infertilidade
masculina ou o comprometimento da mesma.
Além disso, o problema tutorial 2 aborda os processos de fecundação e fertilização. Assim, fazendo-
se um paralelo a essas temáticas, este roteiro traz a abordagem morfofisiológica de estruturas do sistema
reprodutor e aspectos hormonais envolvidos na concepção.
2) Quais são as células que compõem a população celular não gaméticas (células de Sertoli),
localizadas no interior dos túbulos seminíferos? Quais são as funções que essas células
desempenham?
As células de Sertoli, também conhecidas como células de suporte ou de sustentação, não se replicam
depois da puberdade. São colunares com extensos prolongamentos apicais e laterais que circundam as células
espermatogênicas adjacentes e ocupam os espaços entre elas. Elas determinam a organização estrutural dos
túbulos, uma vez que se estendem por toda a espessura do epitélio seminífero.
Ademais, elas servem de proteção e fonte de nutrição para as células germinativas, constituem o
principal elemento da barreira hemato-testicular. Secreta o líquido que facilita a passagem dos
espermatozoides em fase de amadurecimento ao longo dos túbulos seminíferos até os ductos intratesticulares.
Produzem fatores de importância crítica, necessários para a progressão bem-sucedida das espermatogônias em
espermatozoides.
Secretam uma proteína de ligação de andrógenos (ABP) que concentra a testosterona no compartimento
luminal do túbulo seminífero, em que concentrações elevadas de testosterona são essenciais para a maturação
normal dos espermatozoides em desenvolvimento.
f) Qual é a denominação do local entre os túbulos seminíferos? Qual é a composição tecidual desse
local? Nesse local, caracterizar a morfofisiologia das células intersticiais ou de Leydig.
Os túbulos seminíferos consistem em um epitélio seminífero circundado por uma túnica própria. Entre
eles existe o tecido intersticial com as células de Leyding (ou intersticiais).
As Células de Leyding são grandes células poligonais eosinófilas, que geralmente contem gotículas de
lipídios. Elas contêm um REL bem desenvolvido, associado as enzimas necessárias para síntese de
testosterona a partir do colesterol.
As células de Leyding diferenciam-se e secretam testosterona no início da vida fetal. A secreção de
testosterona é necessária durante o desenvolvimento embrionário, maturação sexual e função reprodutiva. Elas
são ativas no início da diferenciação do feto masculino, sofrem um período de inatividade por volta de 5 meses
da vida fetal até à estimulação gonadotrópica por ocasião da puberdade, elas se rediferenciam em células
secretoras de andrógeno e permanecem ativas por toda a vida.
g) Comparar e correlacionar os seus achados inerentes às células gaméticas, às não gaméticas dos
túbulos seminíferos e às células intersticiais com as fotomicrografias e a elétron-micrografia abaixo:
i) No que concerne a organização tecidual das vesículas seminais: caracterizar a composição tecidual
da mucosa desse órgão, bem como, o tipo de tecido muscular que compõe a parede dessas vesículas;
As vesículas seminais consistem em dois tubos muito tortuosos. Sua mucosa é pregueada e forrada com
epitélio cuboide ou pseudoestratificado colunar, as células epiteliais são ricas em grânulos de secreção,
semelhantes aos encontrados em células que sintetizam proteínas. A lâmina própria é rica em fibras
elásticas e é envolvida por uma espessa camada de músculo liso.
São glândulas que produzem uma secreção amarelada que contém substâncias importantes aos
espermatozoides como frutose, citrato, inositol, prostaglandinas e proteínas. Carboidratos produzidos pelas
glândulas acessórias servem como fonte energética.
j) No que diz respeito à próstata, caracterizar a composição tecidual de suas camadas: mucosa e a
submucosa.
É constituída por três camadas concêntricas: uma camada mucosa interna, uma camada submucosa
intermediária e uma camada periférica contendo as glândulas prostáticas principais. As glândulas da camada
mucosa secretam diretamente na uretra, as outras camadas contêm ductos que se abrem nos seios prostáticos
localizados em cada lado da crista uretral, na parede posterior da uretra.
O parênquima prostático adulto é dividido em quatro zonas anatômicas distintas:
Zona Central: circunda os ductos ejaculatórios que atravessam a próstata. Contém em torno de 25%
do tecido glandular e é resistente ao carcinoma e à inflamação. Suas células exibem características
morfológicas distintas (citoplasma proeminente e ligeiramente basófilo, núcleos maiores deslocados em
diferentes níveis nas células adjacentes).
Zona Periférica: 70% do tecido glandular da próstata. Circunda a zona central e ocupa as porções
posterior e lateral da glândula. É a zona palpável e que dá origem a maioria dos carcinomas de próstata.
Zona de transição: circunda a parte prostática da uretra; compreende cerca de 5% do tecido glandular
prostático e contém as glândulas mucosas.
Zona periuretral: contém glândulas mucosas e submucosas.
O estroma fibromuscular também ocupa a superfície anterior da próstata, anteriormente à uretra e é
composto de tecido conjuntivo denso não modelado com grandes quantidades de fibras musculares lisas.
Em cada uma das zonas da próstata, o epitélio glandular geralmente é simples colunar, mas podem ser
observadas placas constituídas por epitélio simples cuboide, pavimentoso ou, em certas ocasiões,
pseudoestratificado.
Essas células epiteliais produzem diversas enzimas como o antígeno prostático específico (PSA), a
fosfatase ácida (PAP), a fibrinolisina e o ácido cítrico.
O PSA constitui um dos marcadores tumorais de maior importância clínica. Em condições normais ele
é secretado nos alvéolos da próstata e, por fim, é incorporado ao líquido seminal. Apenas uma quantidade
muito pequena de PSA circula no sangue do indivíduo saudável. No câncer de próstata, a concentração sérica
de PSA aumenta e são produzidas grandes quantidades que são inadequadamente direcionadas para a
circulação pelo epitélio prostático transformado.
A PAP é uma enzima que regula o crescimento e o metabolismo celulares do epitélio glandular da
próstata.
A fibrinolisina liquefaz o sêmen.
b) Relacionar a ação do estrógeno na fase lútea com o mecanismo de manutenção do corpo lúteo em
caso de concepção.
Se o ovócito é fecundado, o corpo lúteo aumenta de tamanho e forma o corpo lúteo da gravidez,
aumentando sua produção hormonal. Sua degradação é impedida pela gonadotrofina coriônica humana,
secretada pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. Quando a fecundação ocorre, a fase lútea prossegue e não
ocorre menstruação.