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Problema 01- FECHAMENTO 0I FUNÇÕES DAS ESTRUTURAS

-Pênis: Consiste na raiz (que está ligada à estrutura abdominal inferior e aos ossos
OBJETIVO 01- COMPREENDER o funcionamento dos órgãos do aparelho pélvicos), a parte visível da haste e a glande peniana (a extremidade em forma de cone)

reprodutor masculino e feminino ⇨ O orifício da uretra (o canal que transporta o sêmen e a urina) localiza-se na

SISTEMA GENITAL MASCULINO extremidade da glande peniana. A base da glande peniana é denominada corona

-Os testículos são responsáveis pela ESPERMATOGÊNESE e síntese de hormônios sexuais ⇨ Nos homens não circuncidados, o prepúcio estende-se desde a corona e cobre a

-Asseguram a fertilidade e o desenvolvimento de características masculinas glande peniana

-É regulado pelo SNC por meio do GnRH hipotalâmico e de Gonadotrofinas hipofisárias ⇨ Composto por três espaços cilíndricos (seios preenchidos por sangue) de tecido

-Outros fatores também influenciam erétil

⇨ Parácrinos: se refere a um hormônio, produzido por uma célula, que age sobre ⇨ Os dois maiores, os corpos cavernosos, estão situados lado a lado. O terceiro

células vizinhas a ela seio, o corpo esponjoso, envolve a maior parte da uretra. Quando esses espaços

⇨ Neurais se enchem de sangue, o pênis aumenta de tamanho e fica rígido (ereto).

⇨ Endócrinos -Escroto: é o saco de pele grossa que cerca e protege os testículos. O escroto também
atua como um sistema de controle da temperatura dos testículos, porque estes necessitam
de uma temperatura levemente inferior à do corpo para favorecer o desenvolvimento
normal dos espermatozóides. O músculo cremaster da parede do escroto relaxa de forma
a permitir que os testículos se afastem do corpo para se resfriar ou, então, contrai para
que se aproximem mais do corpo para obter mais calor ou proteção.
-Testículos: São corpos ovais que têm em média 4 a 7 cm de comprimento e 2 a 3 colheres
de chá (20 a 25 ml) de volume. Geralmente, o testículo esquerdo é mais caído que o direito.
-Túbulos Seminíferos: Onde é formado o esperma. Podem haver até 900 túbulos enrolados
de em média 1 metro de comprimento
-Epidídimo: Tubo enrolado de aproximadamente 6 metros de comprimento e local onde os
espermatozóides são armazenados para completar sua maturação
-Canal Deferente: Formado por um tubo firme (do tamanho de um fio de espaguete) que -Ductos Ejaculatórios: São a porção final dos ductos deferentes que atravessam a
transporta o esperma a partir do epidídimo. Esse canal estende-se a partir de cada próstata para conduzir os espermatozóides e o líquido seminal na uretra prostática de
epidídimo até a ampola do canal deferente antes de entrar no corpo posterior da próstata onde serão ejaculados
-Próstata: A próstata produz um líquido alcalino (30% do sêmen) -Uretra: Último elo de conexão dos testículos com o meio externo. Possui um muco
⇨ É composto por cálcio, íon citrato, íon fosfato, uma enzima de coagulação e um proveniente de pequenas glândulas uretrais. Possui a função de conduzir tanto a urina
pró-fibrinolisina. quanto o esperma
⇨ Precisa ser levemente alcalino para neutralizar a composição mais ácida do -Sêmen: Canal deferente (10%) + Vesículas Seminais (60%) + Líquido da Próstata (30%)
líquido do canal deferente e da própria vagina durante a fecundação, permitindo ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL DO TESTÍCULO
que eles alcancem a mobilidade necessária -Túbulos Seminíferos ou Espermatogênicos: São muito finos e em suas paredes os
⇨ Logo, a secreção prostática tem a função de proteger e nutrir os espermatozóides, espermatozoides são formados a partir de células germinativas indiferenciadas. Esses
sais minerais e enzimas. tubos convergem para uma rede de ductos denominada rete testis que chega até o
⇨ A próstata também tem músculos, que ao serem comprimidos ajudam a expelir o epidídimo
esperma ⇨ Células de Sertoli: Encontradas nas paredes dos túbulos seminíferos e se
-Vesículas Seminais: Localizadas acima da próstata. Possuem a função junto da próstata estendem desde a lâmina basal até o lúmen tubular, servindo de SUPORTE para as
de produzir um líquido que nutre o esperma (60% do sêmen) células germinativas
⇨ A partir de um epitélio secretor, secretam um material mucoso que contém ↪ Também exercem função regulatória no eixo hipotálamo-hipófise pela
FRUTOSE, ÁCIDO CÍTRICO E OUTRAS SUBSTÂNCIAS NUTRITIVAS. Também há secreção de inibina
grande quantidade de PROSTAGLANDINAS E FIBRINOGÊNIO ↪ Formam junções que criam uma barreira com permeabilidade restrita, o
⇨ Prostaglandinas: Reagem ao muco cervical feminino tornando-o mais receptivo que favorece a regulação local da gametogênese e proteção
ao movimento e induzindo contrações uterina na direção dos ovários ⇨ Células Intersticiais de Leydig: Encontradas no tecido que conecta os túbulos
⇨ Outro líquido que compõe uma pequena quantidade do sêmen é proveniente do seminíferos com a função de secretar testosterona na rede capilar. São
canal deferente e das glândulas bulbouretrais na uretra. Também conduzem o formadas por grânulos lipídicos (testosterona é formada a partir do colesterol)
esperma até o ducto ejaculatório.
-Epidídimo: É um tubo único e fortemente enovelado responsável pela etapa final da -Produzem hormônios como o estrogênio e progesterona, os quais controlam o
maturação do gameta masculino desenvolvimento de características seuais secundárias e atuam sobre o útero nos
⇨ No homem, as células germinativas amadurecem, dessincronizadas. Logo, em um mecanismo de implantação do óvulo fecundado
mesmo ponto dos túbulos seminíferos podem haver células em estágios variados -Dividido em:
de maturação ⇨ CÓRTEX: Preenchido por folículos ovarianos em diversos estágios de
SISTEMA GENITAL FEMININO desenvolvimento ou de degradação
⇨ ESTROMA: Camada de tecido conectivo externa e interna
⇨ MEDULA: Contém nervos e vasos sanguíneos
TUBAS UTERINAS
-Transportam os óvulos que romperam a superfície do ovário para a cavidade uterina
-É um tubo de luz estreita cuja extremidade medial se comunica com o útero e a
extremidade lateral se comunica com a cavidade peritoneal
-Divididas em 4 partes:
⇨ UTERINA: Localizada na parede do útero
⇨ ISTMO: Localizada junto ao útero
⇨ AMPOLA: Parte mais calibrosa e onde, normalmente, ocorre a FECUNDAÇÃO
⇨ INFUNDÍBULO: Se abre junto ao ovário
ÚTERO
-É o órgão que recebe os óvulos. Possui um formato de pera com paredes espessas
-Responsável pelo alojamento do embrião e posterior desenvolvimento
-Dividido em três partes
OVÁRIOS
⇨ CORPO: Comunicação com as tubas (dois terços superiores)
-Produzem os gametas femininos ao final da puberdade
⇨ ISTMO: Região mais estreita
⇨ COLO: Se projeta na vagina (formato cilíndrico) ⇨ Monte do púbis: Elevação mediana, anterior à sínfise púbica é constituída
-O útero apresenta três camadas principalmente de tecido adiposo
⇨ ENDOMÉTRIO: Camada mais interna que sofre modificações com a fase do ciclo ⇨ Lábios Maiores: Duas pregas cutâneas alongadas que se estendem do monte do
menstrual. Durante a fase lútea, apresenta 3 camadas púbis ao períneo
↪ Camada compacta: Formada por tecido conjuntivo denso em torno das ⇨ Lábios Menores: Localizadas medialmente aos lábios maiores
glândulas uterinas - DESCAMA ⇨ Vestíbulo da Vagina: Região entre os lábios menores e o óstio vaginal
↪ Camada esponjosa: Tecido conjuntivo Edematoso (muito fluido)- ⇨ Bulbo do vestíbulo: Formados por duas massas pares de tecido erétil, alongadas
DESCAMA e dispostas como uma ferradura ao redor do óstio da vagina
↪ Camada basal: Delgada- NÃO DESCAMA ⇨ Óstio Vaginal: Abertura da vagina
⇨ MIOMÉTRIO: Constitui a maior parte da parede uterina com fibras musculares lisas ⇨ Glândulas Vestibulares Maiores: São duas estruturas com ductos que são
⇨ PERIMÉTRIO: Derivado do peritônio (fina camada externa) comprimidas durante o coito e secretam um muco para lubrificar a porção
VAGINA inferior da vagina
-É o órgão femino da cópula que irá receber o sêmen ⇨ Glândulas Vestibulares Menores: Possuem número variáveis com ductos
-Também tem a função de realizar o escoamento do sangue menstrual e das secreções minúsculos se abrindo no vestíbulo, entre os óstios da uretra e da vagina
uterinas ⇨ Clitóris: Homólogo ao pênis, sendo constituída de corpos cavernosos
-Dá passagem ao bebê durante o parto ⇨ Uretra: Responsável pela eliminação da urina oriunda da bexiga
-É um tubo cujas paredes estão colabadas que se comunica com o útero pelo óstio uterino
OBJETIVO 02- DESCREVER a gametogênese masculina/feminina e a atuação
-Nas virgens, o óstio da vagina é fechado parcialmente pelo hímen (membrana de tecido
dos hormônios
conjuntivo forrada por mucosa interna e externamente)
-A gametogênese é o processo de formação e desenvolvimento das células germinativas
VULVA
especializadas (gametas) a partir e células precursoras bipotentes
-Nome dado ao conjunto de órgão genitais externos da mulher
-É um processo que envolve os cromossomos e o citoplasma dos gametas e prepara essas
-Constituição
células para a fecundação
-Durante esse processo, o número de cromossomos é reduzido pela metade (meiose)
GAMETOGÊNESE MASCULINA
-É denominada ESPERMATOGÊNESE
-É a sequência de eventos pelos quais as espermatogônias são transformadas em
espermatozoide maduros
-Se inicia na puberdade
⇨ As espermatogônias permanecem em repouso nos túbulos seminíferos dos
testículos durante o período fetal e pós-natal
⇨ Na puberdade aumentam de número e depois de vária divisões de mitose,
crescem e sofre modificações
-Espermatócitos Primários (2n): São as maiores células germinativas nos túbulos
seminíferos
-Espermatócitos Secundários (n): São haploides e possuem aproximadamente metade
do tamanho dos espermatócitos primários
-Espermátides Haplóides: Possuem metade do tamanho dos espermatócitos secundários.
Se transformam em espermatozóides maduros pela ESPERMIOGÊNESE
-01 Espermatogônia (2n) ⇨ 01 Espermatócito Primário (2n) ⇨ 02 Espermatócitos

Secundários (n) ⇨ 04 Espermátides (n) ⇨ 04 Espermatozoides Maduros (n)

ESPERMATOZÓIDE MADURO
-Após o processo de espermiogênese, os espermatozoides maduros se tornam células
ativas e móveis capazes de nadar livremente, constituídas por uma cabeça e uma cauda.
-Colo do espermatozóide: Junção entre a cabeça e a cauda
-A cabeça forma a maior parte e é onde se localiza o núcleo
⇨ Os dois terços anteriores da cabeça são cobertos pelo ACROSSOMA que abriga
várias enzimas. Essas enzimas facilitam a dispersão das células foliculares da
corona radiata e a penetração na zona pelúcida do ovócito
-A cauda do espermatozóide consiste em três segmentos que vão permitir a motilidade
dessa célula
⇨ Peça Intermediária: Contém mitocôndrias que fornecem ATP
⇨ Peça Principal
⇨ Peça Terminal
ANDROGÊNIOS -A testosterona produzida nas células de Leydig é secretada no líquido dos túbulos
seminíferos e nos capilares intersticiais, de onde atinge a circulação sistêmica e nos
-São hormônios capazes de promover e manter características secundárias masculinas
capilares intersticiais
-Mais abundante é a TESTOSTERONA
-Um homem adulto produz por dia cerca de 5 a 9 mg que circula acoplada à proteína
-DHT (Di-hidrotestosterona): Produzida a partir da própria testosterona nos tecidos que
ligadora de hormônios sexuais e a albumina
expressam a enzima 5-alfa-redutase, como a próstata e o folículo piloso
-A testosterona é metabolizada na forma de glucoronídeo de testosterona e
-Sua ação é mais potente que a da testosterona e seu efeitos são indispensáveis para a
17-cetoesteroides que são excretados na urina. Uma parte sofre aromatase e se converte
diferenciação sexual masculina
em estradiol, nas células de Leydig e nas células de Sertoli
-Principais fontes de androgênios são a SUPRARRENAL e o TESTÍCULO. A molécula
-Mecanismo de Ação: Exercem os efeitos por meio de receptores intracelulares que
precursora é o colesterol que é captado por endocitose de lipoproteínas ou sintetizado na
ativam fatores de transcrição por mecanismo dependentes da ligação com o hormônio
própria glândula
Efeitos Fisiológicos
-Outros androgênios com ação mais fraca (androstenediona, desidroepiandrosterona e seu
-São fundamentais para a diferenciação sexual, o amadurecimento sexual e a fertilidade
sulfato)
masculina. A ativação do receptor androgênico promove a transcrição de determinados
genes e inibe a expressão de outros
⇨ Indiretamente a maturação de Leydig pode ser influenciada pelo FSH que modula
os efeitos do LH
-LH: Regula a secreção de testosterona que por sua vez inibe a secreção de GnRH pelo
hipotálamo e atua diretamente na hipófise. O efeito sobre o FSH só é obtido com altas
concentrações de testosterona
⇨ As células de sertoli produzem inibina B que atua na retroalimentação negativa de
FSH e estão presentes desde a vida fetal
↪ Unidade alfa
↪ Unidade beta: Confere especificidade
■ Beta-A
■ Beta-B
⇨ O principal produto liberado pelo testículo é a inibina B (alfa/beta-B)
⇨ Para que haja produção adequada de inibina B no testículo é preciso haver células
de Sertoli em número suficiente, estímulo do FSH e espermatogênese
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-TESTÍCULO
GAMETOGÊNESE FEMININA
-O hipotálamo controla a função testicular por meio da SECREÇÃO INTERMITENTE DO GNRH
-Denominada OVOGÊNESE
-Este estimula a hipófise a liberar LH e FSH que atuam diretamente no testículo e
-É a sequência de eventos pelos quais a ovogônias são transformadas em ovócitos
controlam tanto a espermatogênese como a produção de hormônios
maduros
-FSH: Estimula o crescimento testicular durante a puberdade e aumenta a produção de
-Todas as ovogônias se desenvolvem em ovócitos primários antes do nascimento, ou seja,
uma proteína ligadora de androgênios pelas células de Sertoli que assegura altas
nenhuma ovogônia se desenvolve após o nascimento
concentrações locais de testosterona, um fator muito imprescindível para a
- A ovogênese continua até a menopausa quando há a interrupção do ciclo menstrual
espermatogênese normal.
MATURAÇÃO PRÉ-NATAL DOS OVÓCITOS
⇨ Também estimula a atividade de aromatase nas células de Sertoli o que favorece a
produção local de estradiol
-Durante a vida fetal, as Ovogônias sofrem mitose e após seu crescimento, se tornam segunda divisão meiótica é completada e a maior parte do citoplasma ficará com o
Ovócitos Primários ovócito fecundado. Assim, o segundo corpo polar que é formado também irá degenerar
-Após a formação do ovócito primário, células do tecido conjuntivo o circundam e formam ⇨ Recém-Nascidas: 2 milhões de ovócitos primários
as CÉLULAS FOLICULARES (células achatadas em torno do ovócito primário). ⇨ Adolescentes: 40.000 ovócitos primários, porém, durante a vida, cerca de 400
-Dessa maneira, surge o Folículo Primário a partir do crescimento do ovócito primário tornam-se ovócitos secundários e são liberados na ovulação.
associado a mudança na forma das células foliculares (cúbicas para cilíndricas)
-Com o tempo, o Ovócito Primário é envolto por um material glicoproteico acelular e amorfo
denominado ZONA PELÚCIDA
-Ovócitos primários iniciam a primeira divisão meiótica antes do nascimento mas somente
terminam a prófase após a adolescência. Isso acontece pelo fato das células foliculares
secretam uma substância conhecida como inibidor da maturação do ovócito.
MATURAÇÃO PÓS-NATAL DOS OVÓCITOS
-Iniciada na puberdade
-Ocorre quando um folículo ovariano amadurece a cada mês e é liberado
-A longa duração da primeira divisão meiótica pode explicar as altas taxas de erros
meióticos após uma certa idade. Ademais, os ovócitos primário estacionados na prófase
são vulneráveis a agentes como a radiação
-Os ovócitos primários em repouso nos folículos ovariano aumentam de tamanho e, antes
da ovulação, realizam a primeira divisão meiótica e dão origem ao OVÓCITO SECUNDÁRIO E
AO PRIMEIRO CORPO POLAR DESIGUAL
⇨ O ovócito recebe quase todo o citoplasma. Sendo assim, o primeiro corpo polar é
minúsculo sendo destinada à degeneração
INFLUÊNCIAS DOS HORMÔNIOS
-Durante a ovulação, o núcleo do ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica que
progride até à Metáfase II. Caso um espermatozoide penetre o ovócito secundário a
-Estrogênio: Controla o desenvolvimento das características sexuais primárias das ⇨ Desenvolvimento dos folículos
mulheres ⇨ Ovulação
⇨ Também controla o desenvolvimento das mamas e o padrão de distribuição da ⇨ Formação do corpo lúteo
gordura corporal -Durante cada ciclo, o FSH estimula o desenvolvimento de vários folículos primários,
-Androgênios: Características sexuais secundárias como pelos pubianos e axilares; Regula porém somente um chegar ao estágio de folículo maduro e se rompe na superfície
a libido ovariana
OBJETIVO 03- CARACTERIZAR o funcionamento do ciclo ovariano e menstrual FASE FOLICULAR DESENVOLVIMENTO FOLICULAR

CICLOS REPRODUTIVOS FEMININOS -Crescimento e diferenciação de um ovócito primário

-Envolvem a atividade do HIPOTÁLAMO, da HIPÓFISE, dos OVÁRIOS, do ÚTERO, das TUBAS -Proliferação das células foliculares

UTERINAS, da VAGINA e das GLÂNDULAS MAMÁRIAS (Todos em conjunto preparam o ⇨ Formam uma camada estratificada ao redor do ovócito, deixando-o oval e com

sistema genital para a gestação) posição excêntrica

- GNRh (Hormônio Liberador de Gonadotrofina): Sintetizada pelas células neurossecretoras ⇨ Surgem em torno dessas células espaços com líquido, os quais juntam e formam o

do hipotálamo e transportado pela circulação porta hipofisária até o lobo anterior da ANTRO (armazena o líquido folicular). Após isso, é denominado folículo secundário

hipófise (adenohipófise). Ele estimula a hipófise a liberar dois hormônios que atuam nos ou pré-antral

ovários: -Formação da zona pelúcida

⇨ LH (Hormônio Luteinizante): Atua estimulando a ovulação (liberação do ovócito -Desenvolvimento das tecas foliculares

secundário) que induzem as células foliculares e o corpo lúteo a produzir ⇨ Tecido Conjuntivo ao redor do folículo primário

progesterona ⇨ Divide-se em teca interna (glandular e vascular) e teca externa (capsular).

⇨ FSH (Hormônio Folículo-Estimulante): Estimula o desenvolvimento dos folículos ⇨ Essas células produzem fatores angiogênicos que geram vasos sanguíneos e

ovarianos e a produção de estrogênio pelas células foliculares permitem a nutrição para o desenvolvimento folicular

⇨ Ambos estimulam o crescimento do folículo e do endométrio ⇨ A teca interna produz um pouco de estrogênio e androgênios que passam para

CICLO OVARIANO as células foliculares

-FSH e LH produzem mudanças cíclicas nos ovários denominada CICLO OVARIANO


-O ovócito primário é deslocado para um lado do folículo e é envolvido por células -A ovulação é disparada pela ONDA DE PRODUÇÃO DE LH, acontecendo cerca de 12-24h
foliculares projetadas para o antro, formando o cummulis oophorus. O folículo continua a depois do PICO DE LH
crescer até a ovulação -A alta concentração de estrogênio no sangue é responsável pela elevação dos níveis de LH.
-O desenvolvimento dos folículos é estimulado pelo FSH mas os estágio final também -Tal situação causa uma tumefação do estigma e forma uma vesícula. Assim, com o
necessitam do LH rompimento do estigma, o ovócito secundário junto com líquido folicular são expelidos
-Os folículos em desenvolvimento produzem estrogênio, o hormônio que regula o (resultado da pressão intra folicular e contração da musculatura lisa da teca externa)
desenvolvimento e o funcionamento dos órgãos genitais -O ovócito secundário expelido está circundando pela zona pelúcida e camadas de células
-Produção de AMH (hormônio anti-mulleriano): Atua como regulador para evitar que muitos foliculares organizadas radialmente (corona radiata)
folículos se desenvolvam ao mesmo tempo -Complexo ovócito-cumulus
-Zona Pelúcida: Formada por três glicoproteínas ZP1, ZP2 e ZP3
CORPO LÚTEO
-Formado pelas paredes do folículo ovariano e da teca folicular sob a influência do LH
-É uma estrutura glandular secretora de progesterona e alguma quantidade de estrogênio
capaz de estimular as glândulas endometriais a secretarem progesterona e, assim, o
endométrio se prepara para a instalação do blastocisto
-Se o ovócito é fecundado: O corpo lúteo cresce e forma o corpo lúteo gestacional que
aumenta a produção de hormônios.
OVULAÇÃO ⇨ A gonadotrofina coriônica humana (HCG) impede a degeneração do corpo lúteo e
-Na metade do ciclo ovariano, o folículo sofre um repentino surto de crescimento é secretado pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. Ele permanece ativo até as 20
⇨ Influenciado pelo FSH e LH semanas de gestação
⇨ Produz uma dilatação cística ou saliência -Se o ovócito não é fecundado: O corpo lúteo involui e se degenera 10 a 12 dias após a
⇨ O estigma (ponto vascular) aparece nessa saliência ovulação. É chamado de corpo lúteo menstrual e se torna uma cicatriz branca no tecido
-Antes da ovulação, o ovócito secundário e alguma células do cumulus oophorus se ovariano, denominada corpo albicans
desprendem do interior do folículo
⇨ Há variações entre 23-35 dias de acordo com alterações na duração da fase
proliferativa
FASES DO CICLO MENSTRUAL
-Alterações nos níveis de estrogênio e progesterona causam mudanças cíclicas na
estrutura do sistema feminino
Fase Menstrual
-Fluxo sanguíneo menstrual é expelido pela vagina a partir da descamação da camada
funcional da parede uterina
-O sangue está misturado a pequenos fragmentos do tecido endometrial
Fase Proliferativa
-Dura aproximadamente 9 dias
-Controlada pelo estrogênio secretado nos folículos (coincide com o crescimento)
-Ocorre um aumento de duas a três vezes na espessura do endométrio e no acúmulo de
água
-Há um aumento em número e tamanho das glândulas e as artérias espiraladas se alongam
Fase Secretora ou Fase Lútea
CICLO MENSTRUAL -Dura aproximadamente 13 dias
-Período em que o ovócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina -Coincide com a formação, o funcionamento e o crescimento do corpo lúteo
-Os hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelos corpos lúteos (estrogênio e -A progesterona do corpo lúteo que estimula o epitélio glandular a secretar um material
progesterona) produzem mudanças cíclicas no endométrio rico em glicogênio
- CICLO ENDOMETRIAL ou CICLO MENSTRUAL (fluxo sanguíneo evidente) -As glândulas se tornam grandes, tortuosas e saculares
-Endométrio: espelho do ciclo menstrual -Há um espessamento do endométrio devido a influência da progesterona e do estrogênio
-Tempo Médio do Ciclo: 28 dias produzido pelo corpo lúteo e também pelo aumento de fluido no tecido conjuntivo
⇨ Primeiro dia do ciclo: Início do fluxo menstrual
-A rede venosa torna-se mais complexa e ocorre o desenvolvimento de grandes lacunas ⇨ Fase lútea prossegue e a menstruação não ocorre
-Caso a fecundação não ocorrer:
⇨ Há a degeneração do corpo lúteo
⇨ Níveis de progesterona e estrogênio diminuem
⇨ Endométrio entra na fase isquêmica
Fase Isquêmica
-Ocorre quando o ovócito não é fecundado
-Alterações Vasculares: As artérias espiraladas se contraem e conferem ao endométrio
uma aparência pálida
⇨ É resultado da diminuição da secreção dos hormônios, principalmente a
progesterona do corpo lúteo
-Acontece a parada da secreção glandular, a perda de fluido intersticial e um
adelgaçamento do endométrio
-No fim da fase isquêmica, as artérias espiraladas se contraem por longo períodos,
provocando estase venosa e necrose isquêmica.
⇨ Finalmente ocorre a ruptura das paredes dos vasos lesionados
⇨ À medida que os fragmentos de endométrio se destacam, as extremidades da
artérias sangram para a cavidade, levando a perda de 20 a 80 mL
-Por fim, 3 a 5 dias depois, toda a camada compacta e maior parte da camada esponjosa e REFERÊNCIAS
basal permanece para que se regenere durante a fase proliferativa do endométrio -SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017
-Se a fecundação ocorrer: -Rotinas em Ginecologia - Fernando Freitas et al. - 6ª edição - Porto Alegre: Artmed, 2011
⇨ Inicia-se a clivagem do zigoto e blastogênese -MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016

⇨ Implantação do blastocisto no endométrio no sexto dia da fase lútea -AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2018, 1352 p
-DANGELO, J. G.; FATTINI, C. C. Anatomia sistêmica e segmentar. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2007
⇨ Atuação do HCG
Problema 01- FECHAMENTO 02
OBJETIVO 01- EXPLICAR o mecanismo de ação dos contraceptivos hormonais
-A anticoncepção envolve um conjunto de de métodos que visam evitar a gravidez
-A eficácia da contracepção é expressa por meio do ÍNDICE DE PEARL: Corresponde ao
número de gestações (falhas) ocorridas em 100 mulheres que utilizaram sistematicamente
um método durante um ano em condições ideais
-Quanto menor o valor mais eficiente é o método
-Para a escolha do método:
⇨ Necessário conhecer os diferentes métodos
⇨ Comparar resultados
⇨ Avaliar o uso e os principais risco
⇨ Adequar as condições socioeconômicas e o estado de saúde ANTICONCEPCIONAL ORAL
-A falha existe em todos os métodos
-São formulações que associam ETINILESTRADIOL (EE) com diversos PROGESTÁGENOS
-Monofásicos: Concentrações igual entre os hormônios em todos os comprimidos
-Bífásicos: 2 concentrações diferentes
-Trifásicos: 3 concentrações diferentes
-As diferentes concentrações não possuem vantagens em relação aos monofásicos quanto
à eficácia
-Os ACOs combinados atuam inibindo a secreção de gonadotrofinas e impedindo a
ovulação
-Componente Progestagênico: Inibe predominante a secreção de L.H, bloqueando o pico
desse hormônio
-Componente Estrogênico: Age sobre o FSH, impedindo o desenvolvimento folicular e a -O ato sexual masculino resulta de mecanismos reflexos inerentes integrados na medula
emergência do folículo dominante espinal, sacral e lombar, e esses mecanismos podem ser iniciados por estimulação
⇨ Estabiliza o endométrio ao evitar a descamação irregular psíquica proveniente do cérebro, ou da estimulação sexual real dos órgãos sexuais, mas
⇨ Potencializa o efeito da progesterona ao aumentar os receptores intracelulares geralmente, é combinação de ambas.
desse hormônio. Logo, uma baixa concentração de estrógeno é suficiente para ESTÁGIOS
manter a eficácia -Ereção Peniana
-Caso houver um recrutamento folicular, a ação do progestagênico garante a eficácia, pois ⇨ Proporcional ao grau de estimulação
não haverá ovulação ⇨ Realizada pelos NERVOS PARASSIMPÁTICOS
-O efeito progestacional é predominante nas pílulas combinadas ⇨ Liberação de óxido nítrico que ativam o GMP cíclico. Esse GMP relaxa as artérias
⇨ O endométrio torna-se atrófico e não receptivo a nidação dos pênis e os músculos lisos do tecido erétil, aumentando o fluxo sanguíneo. Os
⇨ O muco cervical é espesso e hostil às ascensões dos espermatozoides sinusóides cavernosos conseguem se dilatar rapidamente frente ao aumento de
⇨ Transporte tubário é prejudicado fluxo sanguíneo
OBJETIVO 02- EXPLICAR os eventos que ocorrem na primeira semana do -Lubrificação
desenvolvimento embrionário (Ato sexual, caminho, enzimas e células ⇨ Função do PARASSIMPÁTICO

envolvidas) ⇨ Indução da secreção mucosa das glândulas uretrais e bulbouretrais

ATO SEXUAL MASCULINO -Emissão e Ejaculação

-A fonte mais importante importante de sinais sensoriais é a glande peniana ⇨ Função do SIMPÁTICO

-Contém um sistema sensorial que transmite uma sensação denominada SENSAÇÃO ⇨ Clímax do ato sexual

SEXUAL para o SNC ⇨ Centros da medula espinal mandam impulsos simpático pelo nível T12 e L2,

-A massagem na glande peniana estimula os sinais sexuais que realizam o caminho: Nervo passando pelos plexos nervos simpáticos hipogástricos e pélvico que iniciam a

Pudendo ⇨ Plexo Sacral ⇨ Região Sacral da Medula Espinal ⇨ Cérebro emissão precursora da ejaculação

-Uma das causas do impulso sexual é o enchimento dos órgãos sexuais com secreções ⇨ A emissão se inicia com a contração do canal deferente que promove a expulsão

-Há uma grande participação do COMPONENTE PSÍQUICO no estímulo sexual dos espermatozoides para a uretra interna. A camada muscular da próstata e das
vesículas seminais se contraem para expelir os líquidos prostáticos e seminal. A
mistura dos líquidos é feito na uretra interna juntamente do muco previamente -É análogo à emissão e ejaculação do homem, ajudando a promover a fertilização do
secretado ovócito,
⇨ A ejaculação acontece quando a uretra interna está cheia. As vias sensitivas ⇨ Músculos perineais da mulher se contraem ritmicamente em decorrência de
desse enchimento provocam contrações rítmicas dos órgãos genitais internos e reflexos da medula espinal que conseguem aumentar a motilidade uterina e
dos músculos isquiocavernoso e bulbocavernoso que realizam uma pressão nas falopiana, ajudando os espermatozoides na motilidade para o útero
bases do tecido erétil. O aumento da pressão permite e ejaculação ocorrer ⇨ Dilata o canal cervical por até 30 minutos
ATO SEXUAL FEMININO ⇨ Liberação de ocitocina pela hipófise anterior que realiza contrações uterinas
-Depende, como no homem, de estimulação local e psíquica TRANSPORTE DOS GAMETAS
-O desejo sexual na mulher pode mudar de acordo com os níveis de hormônios, logo TRANSPORTE DO OVÓCITO
estágios diferentes do ciclo menstrual apresentam diferenças nesse desejo -Na ovulação, o ovócito secundário é expelido do folículo ovariano junto com o fluido
⇨ O desejo sexual é maior próximo da ovulação devido ao pico de estrogênio que folicular
precede o pico de LH e FSH -Durante a ovulação, as extremidades fimbriadas da tuba uterina aproximam-se
-A estimulação é mais intensa na região da vulva e da glande do clitóris intimamente do ovário. Os processos digitiformes da tuba, as fímbrias, movem-se para
-O caminho dos sinais sensitivos é igual ao do homem frente e para trás do ovário
Ereção e Lubrificação Feminina -A ação de varredura das fímbrias e a corrente de fluido produzida pelos cílios
-Existe tecido erétil igual ao homem que vai em torno do introito e estende-se até o clitóris. (extensões móveis) das células da mucosa das fímbrias “varrem” o ovócito secundário
-É controlado pelo SISTEMA PARASSIMPÁTICO para o INFUNDÍBULO AFUNILADO DA TUBA UTERINA
⇨ Mesmo sistema de dilatação pelo aumento do fluxo de sangue a partir de óxido -O ovócito passa então para a AMPOLA DA TUBA UTERINA, principalmente como resultado
nítrico da peristalse (movimentos da parede da tuba caracterizados pela contração e
-Os sinais parassimpáticos também estimulam as glândulas de Bartholin, localizadas nos relaxamento alternados) que conduz o ovócito na direção do útero
grandes lábios na secreção de muco no introito TRANSPORTE DOS ESPERMATOZOIDES
-Esse muco é o grande responsável pela lubrificação durante o ato sexual para estabelecer -A ejaculação reflexa do sêmen pode ser dividida em duas fases:
uma sensação menos irritativa ⇨ Emissão: o sêmen é enviado para a porção prostática da uretra pelos ductos
Orgasmo Feminino ejaculatórios após a peristalse dos ductos deferentes ⇝ É uma resposta
-Intensidade máxima do estímulo sexual autônoma simpática.
⇨ Ejaculação: o sêmen é expelido da uretra através do óstio uretral externo; isso é -O volume da ejaculação (espermatozoides misturados com as secreções das glândulas
resultado do fechamento do esfíncter vesical no colo da bexiga, da contração sexuais acessórias) é em média de 3,5 mL, com uma variação de 2 a 6 mL.
do músculo uretral e da contração dos músculos bulboesponjosos. -Velocidade de Deslocamento: 2 a 3 mm por minuto, mas a velocidade varia de acordo
-Os espermatozoides são rapidamente transportados do epidídimo para a uretra por com o pH do meio.
contrações peristálticas da espessa camada muscular dos ductos deferentes. ⇨ Os espermatozoides não possuem motilidade enquanto estão armazenados nos
-As glândulas sexuais acessórias, que são as glândulas seminais, a próstata e as epidídimos, mas se tornam móveis na ejaculação. Eles se movem lentamente no
glândulas bulbouretrais, produzem secreções que são adicionadas ao fluido ambiente ácido da vagina, mas se movem mais rapidamente no ambiente alcalino
espermático nos ductos deferentes e na uretra. do útero
-De 200 a 600 milhões de espermatozoides são depositados ao redor do óstio uterino ⇨ Ácido ⇝ Movimentação mais rápida
externo e no fórnice da vagina durante a relação sexual ⇨ Básico ⇝ Movimentação mais lenta
-Os espermatozoides passam através do colo uterino graças à MOVIMENTAÇÃO DE SUAS -Cerca de 200 espermatozoides alcançam o local da fecundação; a maioria dos
CAUDAS espermatozoides se degenera e é reabsorvida pelo trato genital feminino.
-A ENZIMA VESICULASE, produzida pelas glândulas seminais, coagula pequena parte do MATURAÇÃO DOS ESPERMATOZOIDES
sêmen ejaculado e forma um tampão vaginal que impede o retorno do sêmen para a -Os espermatozoides recém-ejaculados são incapazes de fecundar um ovócito.
vagina -Devem passar por um período de condicionamento, ou capacitação, que dura
⇨ Quando ocorre a ovulação, o muco do colo uterino aumenta e se torna menos aproximadamente 7 horas.
viscoso, facilitando ainda mais a passagem dos espermatozoides -Durante esse período, uma cobertura glicoproteica e de proteínas seminais é removida da
-A passagem dos espermatozoides do útero para a tuba uterina resulta principalmente das superfície do acrossoma do espermatozoide
contrações da parede muscular desses órgãos ⇨ Os componentes da membrana dos espermatozoides são consideravelmente
-As PROSTAGLANDINAS (substâncias fisiologicamente ativas) no sêmen parecem alterados
estimular a motilidade uterina no momento da relação sexual e auxiliam na ⇨ Não mostram alterações morfológicas, mas eles são MAIS ATIVOS.
movimentação dos espermatozoides até o local da fecundação na ampola da tuba uterina -A capacitação dos espermatozoides ocorre enquanto eles estão no útero ou na tuba
-A FRUTOSE, secretada pelas glândulas seminais, é uma fonte de energia para os uterina pela ação de substâncias secretadas por essas regiões.
espermatozoides no sêmen -Na fertilização in vitro, a capacitação é induzida pela incubação dos espermatozoides
em um meio específico por várias horas.
-O término da capacitação permite que ocorra a REAÇÃO ACROSSÔMICA. -Alguns espermatozoides são armazenados nas pregas da mucosa do colo uterino.
-O acrossoma do espermatozoide capacitado se liga a uma glicoproteína (ZP3) da zona Gradualmente são liberados, atravessam o útero e entram nas tubas uterinas
pelúcida. Alguns estudos mostraram que a membrana plasmática do espermatozoide, ⇨ O curto armazenamento dos espermatozoides no colo proporciona a sua liberação
íons de cálcio, prostaglandinas e progesterona possuem um importante papel na reação gradual, aumentando, assim, as chances de fecundação.
acrossômica. OBS: LER SOBRE FERTILIDADE MASCULINA, VASECTOMIA

-Essa reação do espermatozoide deve terminar antes da fusão dos gametas. FECUNDAÇÃO
-Quando os espermatozoides capacitados entram em contato com a corona radiata que -Fecundação é uma sequência complexa de eventos moleculares coordenados
envolve o oócito secundário, eles passam por alterações moleculares complexas que -É iniciada com o contato entre um espermatozoide e um ovócito. Tem o objetivo de
resultam no desenvolvimento de perfurações no acrossoma. misturar o material genético e formar o zigoto
⇨ Ocorrem, então, vários pontos de fusão da membrana plasmática do -Ocorre geralmente na AMPOLA UTERINA
espermatozoide com a membrana acrossômica externa. O rompimento das -Caso o ovócito chegar ao corpo do útero ele se degenera e é reabsorvido
membranas nesses pontos produz aberturas. -Os espermatozoides capacitados são guiados por QUIMIOTAXIA por meio de substância
⇨ As mudanças induzidas pela reação acrossômica estão associadas à liberação de liberadas pelo ovócito e pelas células foliculares
enzimas da vesícula acrossômica que facilitam a fecundação, incluindo a FASES DA FECUNDAÇÃO
HIALURONIDASE e a ACROSINA. A capacitação e a reação acrossômica parecem REAÇÃO ACROSSÔMICA
ser reguladas por uma tirosina quinase e a src quinase. -Conjunto de alterações que resulta na LIBERAÇÃO DE ENZIMAS PELO ACROSSOMA
VIABILIDADE DOS GAMETAS -Passagem de um espermatozoide através da CORONA RADIATA
-Estudos dos estágios iniciais do desenvolvimento indicam que os oócitos humanos são -Dispersão das células foliculares da corona radiata que circunda o oócito e a zona
geralmente fecundados dentro de 12 horas após a ovulação. pelúcida
-As observações in vitro mostraram que os oócitos não podem ser fecundados após 24 ⇨ Resulta da ação da enzima hialuronidase liberada da vesícula acrossômica do
horas e que eles se degeneram rapidamente após esse tempo. espermatozoide
-A maioria dos espermatozoides humanos provavelmente não sobrevive por mais de -Algumas enzimas da mucosa da tuba uterina também parecem auxiliar a dispersão.
48 horas no trato genital feminino. -Os movimentos da cauda do espermatozoide também são importantes na penetração da
-Após a ejaculação, os espermatozoides passam pelo colo uterino e chegam ao interior do corona radiata
útero. PENETRAÇÃO DA ZONA PELÚCIDA.
-A passagem do espermatozoide pela zona pelúcida é uma fase importante do início da -Em seguida, os cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do ovócito maduro
fecundação. se torna o PRONÚCLEO FEMININO.
-A formação de uma passagem também é resultado da ação de enzimas acrossômicas. FORMAÇÃO DO PRONÚCLEO MASCULINO
-As enzimas ESTERASE, ACROSINA E NEURAMINIDASE parecem causar a lise (dissolução) -Dentro do citoplasma do oócito, o núcleo do espermatozoide aumenta para formar o
da zona pelúcida, formando assim uma passagem para o espermatozoide penetra no PRONÚCLEO MASCULINO e a cauda do espermatozoide degenera.
ovócito. -Morfologicamente, os pronúcleos masculino e feminino são indistinguíveis.
-A mais importante dessas enzimas é a ACROSINA, UMA ENZIMA PROTEOLÍTICA. -Durante o crescimento dos pronúcleos, eles replicam seu DNA-1 n (haploide), 2 c (duas
REAÇÃO ZONAL cromátides). O ovócito contendo os dois pronúcleos haploides é denominado oótide
-Ocorre após a penetração da zona pelúcida -Logo que os pronúcleos se fundem em um único agregado diploide de cromossomos, a
-Surgem ALTERAÇÃO NAS PROPRIEDADES DA ZONA PELÚCIDA, tornando-a impermeável a oótide se torna um zigoto. (Restabelecimento da diploidia)
outros espermatozoides. -Os cromossomos no zigoto se organizam em um fuso de clivagem em preparação para as
-A composição dessa cobertura glicoproteica extracelular muda após a fecundação. sucessivas divisões do zigoto.
-Resultado da ação de ENZIMAS LISOSSOMAIS liberadas por GRÂNULOS CORTICAIS ZIGOTO
próximos a membrana plasmática do oócito. -O zigoto é geneticamente único porque metade dos cromossomos é materno e a outra
-O conteúdo desses grânulos, que são liberados no espaço perivitelino, também provoca metade é paterna.
alterações na membrana plasmática tornando-a impermeável a outros espermatozoides. -Contém uma nova combinação de cromossomos diferente da combinação das células
FUSÃO DAS MEMBRANAS PLASMÁTICAS DO OÓCITO E DO ESPERMATOZOIDE paternas. Esse mecanismo é a base da herança biparental e da variação da espécie
-As membranas plasmáticas ou celulares do ovócito e do espermatozoide se fundem e se humana.
rompem na região da fusão. -A meiose possibilita a distribuição aleatória dos cromossomos paternos e maternos
-A cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do oócito , mas a membrana entre as células germinativas
celular espermática (membrana plasmática) e as mitocôndrias não entram. Por esse -O crossing-over dos cromossomos, por relocação dos segmentos dos cromossomos
motivo, o embrião irá ter DNA mitocondrial predominante da mãe paterno e materno “embaralha” os genes, produzindo uma recombinação do material
-Quando o espermatozoide penetra no ovócito, este é ativado e termina a segunda divisão genético.
meiótica formando um ovócito maduro e um segundo corpo polar. -O sexo cromossômico do embrião é determinado na fecundação dependendo do tipo de
espermatozoide (X ou Y) que fecunde o ovócito.
CLIVAGEM DO ZIGOTO -Após 48h no útero, a zona pelúcida se degenera, permitindo o rápido crescimento do
-Divisões mitóticas repetidas do zigoto iniciadas após 30 horas da fecundação blastocisto
-Resultam em CELULARIZAÇÃO: Aumento rápido do número de células, denominadas -Obtém nutrição das secreções das glândulas uterinas
blastômeros (células embrionárias) -Após 6 dias de fecundação (dia 20 em ciclo de 28), o blastocisto se adere ao epitélio
-Tornam-se menores a cada divisão endometrial. Assim, o trofoblasto se divide em duas camadas
-A clivagem ocorre conforme o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero ⇨ CITOTROFOBLASTO: Camada mais INTERNA
-Após o estágio de 09 células, os blastômeros se agrupam e ocorre a COMPACTAÇÃO, ⇨ SINCICIOTROFOBLASTO: Camada mais EXTERNA. Massa protoplasmática
mediado por glicoproteínas de adesão multinucleada sem limites observáveis. Produz enzimas que degradam os tecidos
⇨ Permite maior interação célula-célula, sendo um requisito para formar o maternos
EMBRIOBLASTO DO BLASTOCISTO -Diferenciação é regulada pelo TGF-beta por interação dos ligantes com receptores dos
-12 a 13 blastômeros: Estágio de MÓRULA que é circundada por células trofoblásticas tipos I e II da quinases proteicas serina/treonina
⇨ Formada após, aproximadamente, TRÊS DIAS após a fecundação -Ao final, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do
⇨ Estágio que chega no útero endométrio e obtém nutrição dos tecidos erodidos
FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO -O polo embrionário é uma expansão do sinciotrofoblasto que se expande rapidamente
-Cerca de 4 dias depois, a mórula chega ao útero -HIPOBLASTO: Formado após 7 dias
-A MÓRULA passa para o estágio de BLASTOCISTO ⇨ É uma camada de células que aparece na camada do embrioblasto voltada para a
-CAVIDADE BLASTOCÍSTICA: Cavidade com líquido que surge no interior da mórula. É cavidade blastocística (ENDODERMA PRIMÁRIO)
oriundo da cavidade uterina e passa através da zona pelúcida OBJETIVO 03- DESCREVER os eventos da segunda semana embrionária
-Esse líquido quando aumenta, separa os blastômeros em duas partes -À medida que a implantação do blastocisto ocorre, mudanças morfológicas no
⇨ TROFOBLASTO: Mais externo que formará a PLACENTA e o CÓRION embrioblasto produzem um disco embrionário bilaminar formado pelo EPIBLASTO e pelo
⇨ EMBRIOBLASTO: Mais interno que formará o embrião HIPOBLASTO.
-Fator de Gestação Inicial: Secretado pelas células trofoblásticas e aparece no soro -O disco embrionário origina as camadas germinativas que formam todos os tecidos e
cerce a 24 a 48 após a fecundação órgãos do embrião
-O embrioblasto fica projetado para a cavidade blastocística e o trofolasto forma a parede -As ESTRUTURAS EXTRAEMBRIONÁRIAS que se formam durante a segunda semana são:
do blastocisto ⇨ CAVIDADE AMNIÓTICA e ÂMNIO
⇨ VESÍCULA UMBILICAL conectada ao pedículo ⇨ O hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário, durante a gestação.
⇨ SACO CORIÔNICO O corpo lúteo é uma estrutura glandular endócrina que secreta estrogênio e
-A implantação do blastocisto termina durante a segunda semana. Ela ocorre entre progesterona para manter a gestação
6-10 DIAS após a ovulação e fecundação -Uma quantidade suficiente de hCG é produzida pelo sinciociotrofoblasto no final da
-Conforme a implantação avança, mais o trofoblasto entra em contato com o endométrio e segunda semana para resultar em um teste de gravidez positivo, mesmo que a mulher não
se diferencia em duas camadas saiba que possa estar grávida.
⇨ CITROFOBLASTO: Mitoticamente ativa. Forma célula que migram para o FORMAÇÃO DA CAVIDADE AMNIÓTICA, DO DISCO EMBRIONÁRIO E DA VESÍCULA
sinciotrofoblasto UMBILICAL
⇨ SINCICIOTROFOBLASTO: É erosivo e invade o tecido endometrial. Suas células -Pequenos espaços no embrioblasto formam os primórdios da cavidade amniótica
deslocam as células do endométrio (sofrem apoptose) -Amnioblastos: Células aminiogênicas (formadoras de âmnio) que se separam do
-Os mecanismos moleculares da implantação envolvem a sincronização entre o epiblasto e formam o âmnio (reveste a cavidade amniótica)
BLASTOCISTO INVASOR e um ENDOMÉTRIO RECEPTIVO. -O embrioblasto sofre mudanças morfológicas que formam a Placa Bilaminar
⇨ As microvilosidades das células endometriais, as moléculas de adesão celular ⇨ Epiblasto: Camada mais espessa voltada para a cavidade amniótica. Forma o
(integrinas), citocinas, prostaglandinas, hormônios (hCG e progesterona), fatores assoalho da cavidade
de crescimento, enzimas de matriz extracelular e outras enzimas ⇨ Hipoblasto: Células cubóides adjacentes à cavidade exocelômica. Forma o teto da
(metaloproteinases de matriz e proteína quinase A) têm o papel de tornar o cavidade contínuo à membrana exocelômica
endométrio mais receptivo. -A MEMBRANA EXOCELÔMICA OU MEMBRANA DE HAEUSER reveste a vesícula umbilical
-As células do tecido conjuntivo ao redor do local da implantação acumulam GLICOGÊNIO e primitiva junto com o hipoblasto
LIPÍDIOS, assumindo um aspecto poliédrico -Logo, o disco embrionário situa-se entre a cavidade amniótica e a vesícula umbilical
⇨ Algumas dessas células, as CÉLULAS DECIDUAIS, se degeneram nas proximidades primitiva
do sinciciotrofoblasto invasor. O sinciciotrofoblasto engolfa essas células que -MESODERMA EXTRAEMBRIONÁRIO: Camada de tecido conjuntivo produzido pelas células
servem como uma RICA FONTE DE NUTRIENTES PARA O EMBRIÃO. do endoderma da vesícula que envolve o âmnio e a vesícula umbilical
-O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra na circulação -A vesícula e a cavidade amniótica possibilitam os movimentos morfogenético das células
sanguínea materna por meio das LACUNAS (cavidades isoladas) no sinciciotrofoblasto do disco
-Com a formação do âmnio, o disco embrionário e a vesícula umbilical aparecem LACUNAS -O aumento do mesoderma extraembrionário faz aparecer ESPAÇOS CELÔMICOS
(espaços) no sinciciotrofoblasto EXTRAEMBRIONÁRIOS isolados
⇨ As lacunas são preenchidas por uma mistura de sangue materno provenientes ⇨ CELOMA EXTRAEMBRIONÁRIO: Fusão desses espaços isolados, formando uma
dos capilares e restos celulares. Denomina-se EMBRIOTROFO que nutre o embrião grande cavidade cheia de líquido que envolve o âmnio e a vesícula umbilical,
-CIRCULAÇÃO UTEROPLACENTÁRIA: comunicação dos capilares endometriais rompidos exceto onde estão aderidos ao córion (membrana fetal mais externa) pelo
com as lacunas pedículo de conexão
⇨ O sangue flui para a REDE LACUNAR que fornece nutrientes e oxigênio ao embrião -Com a formação do CELOMA EXTRAEMBRIONÁRIO, a vesícula umbilical primitiva diminui e
⇨ Artérias endometriais espiraladas: Levam sangue oxigenado forma a VESÍCULA UMBILICAL SECUNDÁRIA
⇨ Veias endometriais: Retiram sangue pouco oxigenado ⇨ É formada por células endodérmicas extraembrionárias
-No 10° dia, o embrião está completamente implantado no endométrio DESENVOLVIMENTO DO SACO CORIÔNICO
⇨ Falha superficial no epitélio endometrial é fechada por um COÁGULO SANGUÍNEO -O final da segunda semana é marcado pelo aparecimento das VILOSIDADE CORIÔNICAS
FIBRINOSO PRIMÁRIAS
-Por volta do 12° dia, o epitélio quase totalmente regenerado recobre o tampão (sinalização ⇨ São processos vasculares do córion que formam colunas com revestimentos
de AMPc e progesterona) sinciciais
-Concepto implantado ⇨ Primeiro estágio de desenvolvimento das vilosidades coriônicas da placenta
⇨ REAÇÃO DECIDUAL: Células do endométrio acumulam glicogênio e lipídios para ⇨ As extensões celulares crescem para dentro do sinciciotrofoblasto induzidas pelo
nutrir o embrião mesoderma somático extra embrionário subjacente
-No 12° dia, a formação da REDE LACUNAR fornece uma aparência esponjosa ao -O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário
sinciciotrofoblasto ⇨ Mesoderma somático extraembrionário: Reveste o trofoblasto e cobre o âmnio
⇨ As redes lacunares ao redor do polo embrionário são os primórdios dos espaços ⇨ Mesoderma esplâncnico extraembrionário: Envolve a vesícula umbilical
intervilosos da placenta -Parede do saco coriônico: Mesoderma somático extraembrionário + Duas camadas do
⇨ SINUSÓIDES MATERNOS: Congestão dos capilares maternos trofoblasto formam o córion (membrana fetal mais externa)
⇨ A angiogênese no estroma é sob a influência de estrogênio e progesterona -O embrião, o saco amniótico e a vesícula umbilical estão suspensos dentro desse saco
⇨ Os sinusóides rompidos pelo sinciciotrofoblasto fazem o sangue materno fluir pelo PEDÍCULO DE CONEXÃO.
para dentro da rede lacunar
-O termo vesícula umbilical é mais apropriado porque o saco vitelino não contém vitelo em -A incidência de gestações ectópicas tem aumentado na maioria dos países, variando de
humanos. uma em 80 a uma em 250 gestações, dependendo parcialmente do nível socioeconômico
-O CELOMA EXTRAEMBRIONÁRIO É O PRIMÓRDIO DA CAVIDADE CORIÔNICA da população.
-A ultrassonografia transvaginal (endovaginal) é usada para medir o diâmetro do -Nos Estados Unidos, a incidência de gestações ectópicas é de aproximadamente 2% do
saco coriônico total de gestações; a gestação tubária é a principal causa de mortes maternas durante
⇨ Essa medida é importante para a avaliação do desenvolvimento embrionário o primeiro trimestre.
inicial e da progressão da gestação. -Uma mulher com gestação tubária apresenta os sintomas e sinais de gravidez. Ela
-Um embrião de 14 dias ainda tem o formato de um disco embrionário bilaminar plano, pode também apresentar dor e sensibilidade abdominal devido à distensão da tuba
mas as células hipoblásticas de uma área localizada são agora cilíndricas e formam uma uterina, ao sangramento anormal e à irritação do peritônio pélvico (peritonite).
região circular espessada, a placa pré-cordal. -A dor pode ser confundida com apendicite se a gestação acontecer na tuba uterina
⇨ Essa placa indica o local da boca e é um importante organizador da região da direita
cabeça. -A gestação ectópica produz β-hCG mais lentamente do que as gestações normais;
OBJETIVO 04- CARACTERIZAR gravidez ectópica consequentemente as dosagens de β-hCG podem dar um resultado falso-negativo, quando

LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO realizadas muito cedo.

-A implantação do blastocisto normalmente ocorre no ENDOMÉTRIO DA REGIÃO SUPERIOR -A ultrassonografia transvaginal é muito útil na detecção precoce de gestações ectópicas

DO CORPO DO ÚTERO, um pouco mais frequente na parede posterior do que na parede tubárias

anterior do útero. GESTAÇÃO TUBÁRIA

-A implantação do blastocisto pode ser detectada por ultrassonografia e por -Existem várias causas para uma gestação tubária e elas estão frequentemente

radioimunoensaio altamente sensíveis para hCG, já no final da segunda semana relacionadas a fatores que atrasam ou impedem o transporte do zigoto em clivagem

IMPLANTAÇÕES EXTRAUTERINAS ou ECTÓPICAS para o útero

-Algumas vezes os blastocistos se implantam fora do útero ⇨ Aderência na mucosa da tuba uterina

-Essas implantações resultam em gestações ectópicas; 95% a 98% das implantações ⇨ Obstrução da tuba causada por cicatriz resultante de doença inflamatória pélvica.

ectópicas ocorrem nas TUBAS UTERINAS, mais frequentemente na AMPOLA E NO ISTMO -Geralmente, a gravidez ectópica tubária leva à ruptura da tuba uterina e à hemorragia
na cavidade abdominal durante as primeiras oito semanas, seguida de morte do
embrião.
-A ruptura da tuba e a hemorragia são ameaças para a vida da mãe. GESTAÇÕES HETEROTÓPICAS
-Geralmente, a tuba uterina afetada e o concepto são removidos cirurgicamente -As gestações heterotópicas (intrauterina e extrauterina simultaneamente) são raras,
-Quando o blastocisto se implanta no istmo da tuba uterina, ela tende a se romper ocorrendo aproximadamente 1 em 8.000 a 30.000 gestações concebidas normalmente.
precocemente por ser a região mais estreita e relativamente pouco expansível, e há, -A incidência é muito maior (aproximadamente 3 em 1.000) em mulheres tratadas com
frequentemente, uma extensa hemorragia, provavelmente causado pelas muitas fármacos; que induzem a ovulação como parte das tecnologias de reprodução assistida.
ANASTOMOSES entre vasos ovarianos e uterinos presentes nessa área. -A gestação ectópica é mascarada inicialmente pela presença da gestação
GESTAÇÃO INTRAMURAL (PARTE UTERINA DAS TUBAS) uterina. Normalmente, a gestação ectópica pode ser interrompida por remoção cirúrgica
-Quando o blastocisto se implanta na região uterina (intramural) da tuba ele pode se da tuba uterina envolvida sem interferir na gestação intrauterina
desenvolver por até oito semanas antes de ser expulso. -As implantações cervicais (no colo uterino) são raras
-Quando uma gestação tubária intramural se rompe, geralmente ocorre um sangramento ⇨ Em alguns casos, a placenta se adere fortemente ao tecido fibromuscular do colo
profundo uterino, frequentemente resultando em sangramento, o que requer intervenção
-Um blastocisto que se implanta na ampola ou nas fímbrias da tuba uterina pode ser cirúrgica subsequente, tais como a histerectomia (excisão do útero).
expelido para a cavidade peritoneal, onde normalmente ele se implanta na bolsa REFERÊNCIAS
retrouterina (uma bolsa formada por uma dobra do peritônio entre o reto e o útero). -FREITAS FM, Menke CH, Rivoire WA, Passos EP. Rotinas em ginecologia. 6ª Ed. Porto Alegre:
GESTAÇÃO ABDOMINAL ARTMED, 2011

-Em casos excepcionais, uma GESTAÇÃO ABDOMINAL pode chegar a termo e o feto pode -MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016

ser removido com vida por meio de uma laparotomia -GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 12ª ed., 2011.
-SCHOENWOLF, G. C. et al. Larsen: Embriologia humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
-Normalmente, a placenta se adere aos órgãos abdominais , o que causa sangramento
-Nazari, Evelise Maria; Müller, Yara Maria Rauh. Embriologia Humana. Universidade Federal de
intraperitoneal bastante considerável
Santa Catarina, (UFSC), Florianópolis, 2011
-Uma gestação abdominal aumenta o risco de morte da mãe por hemorragia quando
comparada com uma gestação intrauterina e sete vezes mais quando comparada com uma
gestação tubária
-Em casos muito incomuns, um concepto abdominal (embrião/feto e membranas) morre e
não é detectado; o feto se calcifica formando um “feto de pedra”, ou litopédio (do grego:
lithos, pedra + paidion, criança)
Problema 02 - FECHAMENTO 01 ⇨ A hiperfunção da ADENOHIPÓFISE (lobo anterior da hipófise com aumento da
produção de HORMÔNIO MELANOTRÓFICO (atua na síntese de melanina) pode
Objetivo 01: COMPREENDER diagnóstico de gravidez (sinais e sintomas, sinais provocar o aparecimento do MELASMA GRAVÍDICO, da LINHA NIGRA e de

de presunção,probabilidade e certeza) HIPERPIGMENTAÇÕES em nevos e cicatrizes

-O diagnóstico de uma gravidez pode e deve ser eminentemente clínico ⇨ Estrias nas regiões do glúteo, das coxas e das mamas

-Deve-se utilizar exames bioquímicos apenas nos casos de dúvida ⇨ Hipertricose

-A semiologia obstétrica é de fundamental importância e incrementa o elo entre o médico e -Alterações Mamárias

a paciente ⇨ Aumento da vascularização provoca a exacerbação da rede venosa

DIAGNÓSTICO CLÍNICO ⇨ Hipertrofia das glândula sebáceas areolares

-Baseia-se na ANAMNESE e no EXAME FÍSICO -Alterações Abdominais

ANAMNESE ⇨ Forma ovoide ⇝ Forma globosa

-Atraso Menstrual: Deve-se indagar sobre alguns aspetos de mais interesse como o SINAIS e SINTOMAS DE PRESUNÇÃO
histórico menstrual e sexual. Questionar: -Podem surgir em outras situações

⇨ Data da menarca (primeira menstruação) -São POUCOS ESPECÍFICOS para utilizar como diagnóstico de gravidez

⇨ Tipo de ciclo menstrual: regular ou irregular, intervalo de regularidade ou grau de -SINAIS

irregularidade ⇨ Melasma facial: Surgimento de manchas escuras na pele, que normalmente

⇨ Duração das menstruações, quantidade de fluxo menstrual, presença ou não de aparecem no rosto, mas podem ocorrer em outras áreas expostas ao sol, como
cólicas braços e colo. É mais comum em mulheres entre os 20 e 50 anos, porém também
⇨ DUM (Data da última menstruação) com suas características (foi uma menstruação pode afetar os homens. Quando surgem na gravidez, as manchas são chamadas
semelhante às anteriores?); de cloasma gravídico
⇨ Atividade sexual; ⇨ Linha nigra: A linha nigra é uma marca de cor mais escura na vertical que
⇨ Uso de métodos anticoncepcional aparece no meio do abdômen das grávidas no meio da gestação. Pode aparecer
EXAME FÍSICO apenas na parte inferior ao umbigo ou em toda extensão abdominal, a linha nigra
-Alterações Cutâneas é uma das mudanças que a pele sofre durante a gestação
⇨ Aumento do volume abdominal ⇨ Sonolência
-SINTOMAS ⇨ Alterações psíquicas variáveis
⇨ Náuseas/Vômitos SINAIS e SINTOMAS DE PROBABILIDADE
⇨ Sialorreia: Também chamada de hipersialose, ocorre quando a produção de saliva -São mais evidentes partir de oito semanas de gestação, sem caracterizar a gravidez com
excede a habilidade do indivíduo em transportá-la ao estômago. A saliva exerce certeza
papel importante na lubrificação, digestão, imunidade e manutenção da -Sintoma mais Importante: ATRASO MENSTRUAL
homeostase corporal. A produção diária de saliva é da ordem de 500mL a 2L, e o -Sinais
fluxo salivar de indivíduos normais é variável ao longo do dia, sendo menor pela ⇨ Aumento do volume uterino
manhã, aumenta à tarde e é quase nulo à noite. ⇨ Sinal de Noblé-Budin: Útero globoso
⇨ Alterações do Apetite ⇨ Sinal de Hegar: Diminuição da consistência do istmo
⇨ Aversão a certos odores ⇨ Sinal de Goodel: Diminuição da consistência do colo uterino
⇨ Lipotimia: Condição médica muito confundida com a síncope (desmaios). Isso
⇨ Sinal de Jacquemier-Kluge: Aumento da vascularização da vagina, do colo e
porque ambas causam alterações na percepção do corpo. Na lipotimia, o paciente
vestíbulo vulvar
se sente prestes a desmaiar, mas não chega à perda de consciência. É como se,
⇨ Sinal de Hunter: Aréola mamária secundária (escurecimento)
temporariamente, o paciente perdesse o controle sobre seus membros e sentisse,
SINAIS DE CERTEZA
de fato, que vai perder a consciência.
-São os diagnóstico laboratoriais
⇨ Tonturas
-hCG na urina ou no sangue
⇨ Polaciúria: A polaciúria é a vontade de urinar com muita frequência, em pequenas
-Ausculta Fetal
quantidades. Trata-se daquela pessoa que vai ao banheiro várias vezes, mas urina
⇨ Presença de batimentos cardíacos (10-12 semanas)
sempre pequenas quantidades, porém, o volume total de urina ao longo do dia
-Palpação de partes fetais no abdome
está dentro da faixa da normalidade
-Ultrassonografia
⇨ Nictúria: É a necessidade de urinar com muita frequência no período da noite.
-Movimento fetais ativos a partir da 18ª semana
Esta situação é provocada por uma falsa sensação de bexiga cheia. No banheiro,
no entanto, a liberação da urina não ocorre.
LIVRO: REZENDE OBSTETRÍCIA -AMENORREIA: Após 10-14 dias de atraso menstrual, constitui sinal de probabilidade. Nem
sempre gravidez indica, pois ocorrente também em diversas circunstâncias fisiológicas e
SINAIS DE PRESUNÇÃO
patológicas.
5 SEMANAS
⇨ Dentre as amenorreias patológicas sobressaem as de origem emocional, as
-NÁUSEAS: Mais de 50% das mulheres sofrem de náusea durante o primeiro trimestre da
vigentes durante o uso dos anovulatórios, demais de inúmeras outras. Perda
gestação, tendo como consequência imediata os vômitos e a anorexia. Outras, pelo
sanguínea cíclica semelhante à menstruação, conquanto mais escassa, não exclui
contrário, têm o apetite aumentado
a prenhez, pois pode aparecer nos primeiros meses (hemorragia de implantação
-CONGESTÃO MAMÁRIA: Com 5 semanas, as pacientes relatam que as mamas estão
ovular).
aumentadas e doloridas.
-AUMENTO DO VOLUME UTERINO: Fora da gestação, o órgão é intrapélvico, localizado
⇨ A 8ª semana, a aréola primária torna-se mais pigmentada e surgem os tubérculos
abaixo do estreito superior. Grávido, expande-se; na gravidez de 6 semanas tem o volume
de Montgomery.
de tangerina; com 10 semanas, o de uma laranja e com 12 o tamanho da cabeça fetal de
⇨ Em torno de 16 semanas, secreção amarela -colostro - é produzida e pode ser
termo, sendo palpável logo acima da sínfise púbica.
obtida por expressão mamária correta.
8 SEMANAS
⇨ Aumento da circulação venosa - rede de Haller.
-ALTERAÇÃO DA CONSISTÊNCIA UTERINA: O útero vazio é firme. Grávido, com 8 semanas,
⇨ Cerca de 20 semanas, surge a aréola secundária, traduzindo a maior pigmentação,
adquire consistência cística, elástico-pastosa, principalmente no istmo (sinal de Hegar).
de limites imprecisos, em volta do mamilo.
-ALTERAÇÃO DA FORMA UTERINA: Inicialmente cresce o útero de modo assimétrico,
6 SEMANAS
desenvolvendo- se mais acentuadamente na zona de implantação. A sensação tátil é de
POLACIÚRIA: A micção frequente, com emissão de quantidade reduzida de urina, é habitual
abaulamento e amolecimento aí localizados, percebendo-se, vez por outra, sulco separando
no 2° e no 3° mês, quando o útero, aumentado de volume e em anteflexão acentuada,
as duas regiões (sinal de Piskacek)
comprime a bexiga. No 2° trimestre, cessa a sintomatologia, que retorna nas duas últimas
⇨ Na ausência da gravidez, os fundos de saco estão normalmente vazios; a partir de
semanas, ao se insinuar a apresentação fetal.
8 semanas, quando a matriz, de piriforme assume a forma globosa, o dedo que
SINAIS DE PROBABILIDADE
examina encontra-os ocupados pelo corpo uterino (sinal de Nobile-Budin). Há
6 SEMANAS
percepção dos batimentos do pulso vaginal, nos fundos de saco (sinal de
Osiander), à conta da hipertrofia do sistema vascular.
⇨ Completar-se-á o toque pelo exame especular, que poderá precedê-lo, consoante -AUSCULTAÇÃO: É a identificação dos batimentos cardíacos fetais (bcf), o mais fidedigno
a rotina estabelecida. Ao entreabrir-se a vulva, chama a atenção a coloração dos sinais de gravidez. Sua comprovação, com o estetoscópio de Pinard, está hoje
violácea da sua mucosa (vestíbulo e meato urinário), o que se denomina sinal de substituída pela obtida com o sonar-doppler.
Jacquemier ou de Chadwick. A mesma tonalidade da mucosa vaginal constitui o Objetivo 02: CARACTERIZAR os exames confirmatórios de gravidez (farmácia e
sinal de Kluge. dosagem de beta hcg)
16 SEMANAS DIAGNÓSTICO HORMONAL
-AUMENTO DO VOLUME ABDOMINAL: Já se referiu, o útero torna-se palpável com 12 -Constitui, atualmente, o melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez incipiente,
semanas e o aumento do volume abdominal, progressivo, percebe-se em torno de 16 mercê de sua precocidade e exatidão.
semanas. -Apoia-se na produção de gonadotrofina coriônica humana (hCG)
SINAIS DE CERTEZA ⇨ Uma semana após a fertilização, o trofoblasto, implantado no endométrio, começa
-São dados pela presença do concepto, anunciada pelos batimentos cardiofetais e pela sua a produzir hCG em quantidades crescentes que podem ser encontradas no plasma
movimentação ativa. ou na urina maternos.
-A ultrassonografia os rastreia com 7-8 semanas. -Existem, basicamente, três tipos de testes para a identificação do hCG: imunológicos,
14 SEMANAS radioimunológicos (RIA) e enzima-imunoensaio (ELISA).
SINAL DE PUZOS: É o rechaço fetal intrauterino, que se obtém impulsionando o feto com os TESTES IMUNOLÓGICOS
dedos dispostos no fundo do saco anterior. Consegue-se, desta maneira, impressão de -O hCG é proteína e como tal induz à formação de anticorpos (antissoro) em outros animais
rechaço quando o concepto se afasta e outra quando ele retorna (coelho).
18 SEMANAS -O antissoro é utilizado para identificar a presença dos hormônios na urina a ser
-PERCEPÇÃO E PALPAÇÃO DOS MOVIMENTOS ATIVOS DO FETO: Inicialmente discretos, examinada, conquanto seja necessário tornar a reação visível, o que se consegue,
tornam-se vigorosos com o avanço da gestação. basicamente, com hemácias ou partículas de látex.
-PALPAÇÃO DOS SEGMENTOS FETAIS: Por essa época, maior o volume do feto, começa-se -Observar se a urina está bem concentrada para melhorar a sensibilidade dos testes.
de palpar a sua cabeça e os membros. PROVA DE INIBIÇÃO DA AGLUTINAÇÃO DO LÁTEX: Denominada teste de lâmina, é de leitura
20-21 SEMANAS rápida, poucos minutos. Dois inconvenientes: a imagem do resultado nem sempre é
indiscutível, e a sensibilidade é menor (1.500 a 3.500 UI/litro)
PROVA DE INIBIÇÃO DA HEMAGLUTINAÇÃO: Chamada teste de tubo, fornece leituras em 2 -A dosagem do hCG-beta permite diagnóstico precoce, com 10-18 dias da concepção e
horas, raramente de interpretação duvidosa, e mais sensível (750-1.000 UI/litro). sensibilidade de 5 mUI/rnl. Os resultados são obtidos em cerca de 4 horas, permitindo aos
Recentemente foi lançada uma variante na qual o antissoro (e não as hemácias) tem o hCG laboratórios especializados fornecer duas séries por dia.
ligado, o que inverte a imagem dos resultados. Denomina-se hemaglutinação passiva TESTE ELISA
reversa e utiliza dois anticorpos monoclonais (camundongo) e pretende sensibilidade -O enzima-imunoensaio (ELISA) tem a mesma base teórica do RIA, porém, substitui o
desde o nível de 75 UI/litro. hormônio marcado com radioisótopo por enzima capaz de atuar sobre um substrato
⇨ Na prática, aconselha-se que o atraso menstrual ultrapasse 10-14 dias, para a incolor e originar produto colorido.
feitura do exame. Com tal prazo, a prova de inibição da hemaglutinação oferece -A intensidade da cor obtida é proporcional à quantidade de hormônio. Sua principal
sensibilidade de 97-99%. Com a nova modalidade afirma-se que o mesmo pode vantagem é o maior tempo de vida útil, pois não contém radioisótopos (de atividade
ser obtido com 1-3 dias de amenorreia. Medicamentos psicotrópicos, limitada). Utiliza-se para dosar hCG-beta com as mesmas inferências mencionadas.
proteinúria e mulheres no climatério (reação cruzada com o LH, aqui em teor Sensibilidade de 25 mUI/rnl, 14-17 dias pós-concepção.
bem mais elevado) podem determinar resultados falso-positivos. Objetivo 03: COMPREENDER os eventos da terceira semana embrionária,
⇨ Os falso-negativos ocorrem em urinas de baixa densidade (grandes volumes ressaltando as alterações ou malformações (Gastrulação, Notocorda,
nicteméricos, acima de 2 litros), na primeira ou na segunda semana do atraso
Neurulação, Somitogênese, Celoma Intraembrionário, Alantoide,
menstrual e, ocasionalmente, durante o 2° trimestre quando é mais baixo o limite
Desenvolvimento Inicial Do Sistema Cardiovascular e das Vilosidade
inferior dos níveis do hCG.
Coriônicas)
TESTES RADIOIMUNOLÓGICOS
-Caracterizada pelo rápido desenvolvimento do embrião que passa de um disco
-Testes radioimunológicos consistem, verdadeiramente, na dosagem do hCG por método
embrionário bilaminar para um disco embrionário trilaminar
radioimunológico (RIA), baseado na competição do hormônio em questão com traçador
-É caracterizada, principalmente, pelo
adequado (o próprio hormônio marcado com radioiodo ), em face de quantidade fixa de
⇨ Aparecimento da linha primitiva
antissoro.
⇨ Desenvolvimento da notocorda
-Dificuldade é a reação cruzada com LH hipofisário. Essa é corrigida fazendo-se a dosagem
⇨ Diferenciação das três camadas germinativas
da subunidade beta do hCG, mais específica, atualmente a única de uso corrente. A
-Coincide com a semana seguinte à primeira ausência do período menstrual, ou seja, 5
unidade alfa é comum a outros hormônios
semanas após o primeiro dia do período menstrual normal
GASTRULAÇÃO -Resulta da PROLIFERAÇÃO E DO MOVIMENTO DAS CÉLULAS DO EPIBLASTO para o plano
-Processo pelo qual as três camadas germinativas são formadas mediano do disco embrionário
-Estabelecimento da ORIENTAÇÃO AXIAL -Permite identificação dos planos do embrião: cranial e caudal/dorsal e ventral
-Ocorrem grandes mudanças na forma celular, reorganização, movimento e alterações nas -NÓ PRIMITIVO: Formado pela proliferação da extremidade cranial após o alongamento da
propriedades de adesão celulares região caudal (adição de células)
-Evento mais importante: Início da MORFOGÊNESE que é o desenvolvimento da forma do -SULCO E FOSSETA PRIMITIVA: Pequena depressão resultante da invaginação (de fora para
corpo dentro) das células epiblásticas
-O embrião passa a ser chamado de GÁSTRULA -Depois da formação da linha primitiva, as células migram de sua superfície profunda para
-Cada camada embrionária dá origem a tecidos e órgãos específicos: formar o MESÊNQUIMA. É um tecido conjuntivo embrionário formada por pequenas células
⇨ ECTODERMA EMBRIONÁRIO: Dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central fusiformes organizadas em uma matriz de fibras colágenas

e periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos ⇨ CÉLULAS MIGRATÓRIAS

tecidos conjuntivos da cabeça. ⇨ Forma os tecidos de sustentação do embrião e a maior parte dos tecidos

⇨ ENDODERMA EMBRIONÁRIO: Revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e conjuntivo do corpo

digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células ⇨ Derivam da ampla migração da linha primitiva

glandulares de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas. ⇨ Possuem CÉLULAS PLURIPOTENTES que se diferenciam em diversos tipos de

⇨ MESODERMA EMBRIONÁRIO: Origem de todos os músculos esqueléticos, às células células (fibroblastos, condroblastos e osteoblastos)

sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das -MESODERMA INTRAEMBRIONÁRIO: Formado a partir do mesoblasto (parte do

vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e mesênquima) que é o mesoderma indiferenciado

órgãos dos sistemas genitais e excretor e à maior parte do sistema -ENDODERMA EMBRIONÁRIO: Formado pelo deslocamento das células do hipoblasto

cardiovascular. No tronco, ele é a fonte de todos os tecidos conjuntivos, incluindo ocasionado pelas células do epiblasto e pela linha primitiva formada. Localiza-se no teto

cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e estroma (tecido conjuntivo) dos da vesícula umbilical

órgãos internos. -ECTODERMA EMBRIONÁRIO: Formado pelas células remanescente do epiblasto

Linha Primitiva -Em resumo, as células do EPIBLASTO dão origem às TRÊS CAMADAS germinativas no

-É o primeiro SINAL MORFOLÓGICO DA GASTRULAÇÃO na superfície do EPIBLASTO do disco embrião

embrionário bilaminar
-A LINHA PRIMITIVA FORMA ATIVAMENTE O MESODERMA ATÉ O INÍCIO DA QUARTA ⇨ É aí que elas se encontram cranialmente para formar o MESODERMA
SEMANA. DEPOIS DISSO DIMINUI DE TAMANHO E SE DEGENERA AO FINAL DA QUARTA CARDIOGÊNICO na ÁREA CARDIOGÊNICA, na qual o primórdio do coração começa a
SEMANA se desenvolver no final da terceira semana
PROCESSO NOTOCORDAL -MEMBRANA CLOACAL: Localizada na região caudal à linha primitiva. Indica o futuro local
-Algumas células mesenquimais migram através da linha primitiva e, como consequência, do ânus
adquirem os destinos de célula mesodérmica -MEMBRANA BUCOFARÍNGEA: Futuro local da boca
-PROCESSO NOTOCORDAL: Migração cefálica de CÉLULAS DO NÓ E DA FOSSETA PRIMITIVA, ⇨ Ambas as membranas permanecem em forma bilaminar devido a fusão do
formando um cordão celular mediano,. Esse processo logo adquire um lúmen, o canal ectoderma e do endoderma: Impede a migração de células mesenquimais
notocordal. -O mesoderma separa o ectoderma e o endoderma em todos os locais, exceto na
⇨ O processo notocordal cresce cranialmente entre o ectoderma e o endoderma até membrana bucofaríngea, membrana cloacal e na região do processo notocordal
alcançar a placa pré-cordal, uma pequena área circular de células endodérmicas NOTOCORDA
cilíndricas no qual o ectoderma e o endoderma se fundem -Estrutura semelhante a um bastão formada a partir de sinais da região da linha primitiva
⇨ O mesoderma pré-cordal é uma população mesenquimal que tem origem na crista -Funções:
neural, localizada rostralmente à notocorda. ⇨ Define o EIXO LONGITUDINAL primordial do embrião e dá a ele alguma rigidez.
-A placa pré-cordal dá origem ao ENDODERMA DA MEMBRANA BUCOFARÍNGEA, localizada ⇨ Fornece SINAIS que são necessários para o desenvolvimento das estruturas
no futuro local da cavidade oral. musculoesqueléticas axiais e do sistema nervoso central (SNC).
⇨ Funciona como um CENTRO SINALIZADOR (Shh e PAX6) para o controle do ⇨ Contribui para a formação dos discos intervertebrais localizados entre corpos
desenvolvimento das estruturas cranianas, incluindo o prosencéfalo e os olhos. vertebrais adjacentes.
-As células mesenquimais da linha primitiva e do processo notocordal migram lateral e -CANAL NOTOCORDAL: Aprofundamento da fosseta primitiva que se estende para dentro
cranialmente, se misturando com outras células mesodérmicas, entre o ectoderma e o do processo notocordal
endoderma, até alcançarem as margens do disco embrionário. ⇨ Se estende da membrana bucofaríngea até o nó primitivo
-Essas células são contínuas com o mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio e a ⇨ Se degenera conforme os corpos vertebrais se forma , mas deixa resquícios
vesícula umbilical como o núcleo pulposo de cada disco intervertebral
-Algumas células mesenquimais da linha primitiva que têm destinos mesodérmicos, -Funciona com INDUTOR PRIMÁRIO PARA O ECTODERMA embrionário se espessar e forma a
migram cranialmente em cada lado do processo notocordal e ao redor da placa pré-cordal. PLACA NEURAL
FORMAÇÃO -É finalizado no final da quarta semana com o fechamento neuroporo caudal (Distúrbio:
-O processo notocordal torna-se um tubo que estende cranialmente a partir do nó primitivo Espinha Bífida)
até a placa pré-cordal PLACA NEURAL E TUBO NEURAL
-A junção do processo notocordal com o endoderma embrionário próximo se -PLACA NEURAL: Espessamento do ectoderma adjacente a notocorda, formada por células
degenera com o tempo e forma abertura, formando comunicação do canal notocordal epiteliais
com vesícula umbilical -NEUROECTODERMA
-Conforme aumenta-se a confluência dessa comunicação, o canal desaparece e o restante ⇨ Dá origem ao SNC, o encéfalo e a medula espinhal
do processo notocordal forma PLACA NOTOCORDAL ⇨ Fonte de várias estruturas como a retina
-A proliferação e o dobramento das células da placa notocordal iniciados na região cranial -Crescimento
formam a NOTOCORDA ⇨ Ela surge rostralmente (extremidade da cabeça) ao nó primitivo e dorsalmente
-CANAL NEUROENTÉRICO: Comunicação transitória entre a cavidade amniótica e a (posterior) à notocorda e ao mesoderma adjacente a ela. Conforme a notocorda se
vesícula umbilical. Se fecha após o fim do desenvolvimento da notocorda alonga, a placa neural se amplia e finalmente se estende cranialmente até a
ALANTOIDE membrana bucofaríngea. Posteriormente, a placa neural se estende além da
-O alantoide aparece aproximadamente no 16° dia como um PEQUENO DIVERTÍCULO notocorda
(evaginação) da PAREDE CAUDAL DA VESÍCULA UMBILICAL, que se estende para o pedículo -No 18° dia, a placa neural se invagina ao longo do eixo central e forma o sulco mediano
de conexão longitudinal, com as PREGAS NEURAIS em ambos os lados
-O alantoide permanece muito pequeno, mas o mesoderma do alantoide se expande para -Indício de formação do encéfalo: As pregas neurais se tornam proeminentes na
baixo do córion e forma os VASOS SANGUÍNEOS QUE SERVIRÃO À PLACENTA extremidade cranial do embrião
-A porção proximal do divertículo do alantoide original persiste durante a maior parte do -TUBO NEURAL: Formado ao final da terceira semana pela movimentação e FUSÃO DAS
desenvolvimento como um cordão, o úraco, que se estende da bexiga até a região PREGAS NEURAIS. Isso transforma a placa neural em um tubo ⇝ Primórdio das VESÍCULAS
umbilical ENCEFÁLICAS e da MEDULA ESPINAL
-O úraco é representado nos adultos pelo ligamento umbilical mediano. -A neurulação se completa durante a quarta semana embrionária
-Os vasos sanguíneos do alantoide tornam-se as artérias umbilicais . FORMAÇÃO DA CRISTA NEURAL

NEURULAÇÃO -CRISTA NEURAL: Massa achatada e irregular localizada entre o tubo neural e o ectoderma

-Processo de formação do TUBO NEURAL e das PREGAS NEURAIS superficial


-Formada a partir da perda de afinidade epitelial das pregas neurais durante o seu -Esses blocos de mesoderma estão localizados em cada lado do tubo neural em
processo de fusão. desenvolvimento
⇨ Logo, conforme o tubo neural se separa do ectoderma superficial, as células da -Cerca de 38 pares de somitos se formam durante o período somítico do desenvolvimento
crista neural formam a crista neural humano (dias 20 a 30).
-Importância -O tamanho e a forma dos somitos são determinados pelas interações celulares. Ao final
⇨ As células da crista neural dão origem aos GÂNGLIOS ESPINHAIS e ao GÂNGLIOS da quinta semana, 42 a 44 pares de somitos estão presentes
DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO -Os somitos formam elevações na superfície do embrião e são um pouco triangulares em
⇨ Os gânglios dos NERVOS TRIGÊMEO, FACIAL, GLOSSOFARÍNGEO e VAGO também secções transversais
são parcialmente derivados das células da crista neural -Como os somitos são bem proeminentes durante a quarta e a quinta semanas, eles
⇨ Forma as bainhas de neurilema dos nervos periféricos são utilizados como um dos vários critérios para a determinação da idade do embrião
⇨ Contribuem para a formação da leptomeninges, a aracnóide e a pia-máter SURGIMENTO E IMPORTÂNCIA
⇨ Contribuem na formação das células pigmentares e da medula da glândula -Os somitos surgem primeiro na futura região occipital da cabeça do embrião
suprarrenal -Eles logo se desenvolvem craniocaudalmente e dão origem à maior parte do ESQUELETO
SOMITOGÊNESE AXIAL e à MUSCULATURA ASSOCIADA, assim como à DERME da pele adjacente.

-Além da notocorda, as células derivadas do nó primitivo formam o MESODERMA PARAXIAL -O primeiro par de somitos aparece a uma pequena distância caudal do local em que o

⇨ Próximo ao nó primitivo, essa população celular aparece como uma coluna placoide ótico se forma

espessa e longitudinal de células -Os axônios motores da medula espinhal inervam as células musculares nos somitos, um

-Cada coluna é contínua lateralmente com o mesoderma intermediário, que gradualmente processo que necessita da correta orientação dos axônios da medula espinhal para as

se estreita em uma camada de mesoderma lateral. células-alvo apropriadas.

-MESODERMA LATERAL: Contínuo com o mesoderma extraembrionário que reveste a -A formação dos somitos a partir do mesoderma paraxial envolve a expressão dos genes

vesícula umbilical e o âmnio da via de sinalização Notch, dos genes HOX e outros fatores de sinalização. Além disso, a

-Próximo ao final da terceira semana, o mesoderma paraxial se diferencia, se condensa formação dos somitos a partir do mesoderma paraxial é precedida pela expressão de

e começa a se dividir em corpos cubóides pareados, os somitos (do Grego soma, fatores de transcrição forkhead FoxC1 e FoxC2, e o padrão segmentar craniocaudal dos

corpo), que se formam em uma SEQUÊNCIA CRANIOCAUDAL. somitos é regulado pela via de sinalização Delta-Notch.
CELOMA INTRAEMBRIONÁRIO -A formação inicial do sistema cardiovascular está relacionada com a necessidade
-O primórdio do celoma intraembrionário (cavidade do corpo do embrião) aparece como crescente por vasos sanguíneos para trazer oxigênio e nutrientes para o embrião a
espaços celômicos isolados no MESODERMA INTRAEMBRIONÁRIO LATERAL e no partir da circulação materna através da placenta.
MESODERMA CARDIOGÊNICO (coração em formação) -Durante a terceira semana, se desenvolve uma CIRCULAÇÃO UTEROPLACENTÁRIA
-Esses espaços logo coalescem para formar uma única cavidade em formato de PRIMORDIAL
ferradura, o celoma intraembrionário, que divide o mesoderma lateral em duas camadas: ANGIOGÊNESE E VASCULOGÊNESE
⇨ Uma CAMADA SOMÁTICA OU PARIETAL de mesoderma lateral localizado abaixo do -VASCULOGÊNESE: Formação de novos canais vasculares pela união de precursores

epitélio ectodérmico, que é contínuo com o mesoderma extraembrionário que individuais celulares (angioblastos).

reveste o âmnio. -ANGIOGÊNESE: Formação de novos vasos pelo brotamento e ramificação de vasos

⇨ Uma CAMADA ESPLÂNCNICA OU VISCERAL de mesoderma lateral localizado preexistentes.

adjacente ao endoderma, que é contínuo com o mesoderma extraembrionário que -A formação de vasos sanguíneos no embrião e nas membranas extraembrionárias,

reveste a vesícula umbilical. durante a terceira semana, começa quando as CÉLULAS MESENQUIMAIS se diferenciam em

-SOMATOPLEURA: Mesoderma somático + Ectoderma embrionário que formam a parede precursores das células endoteliais ou ANGIOBLASTOS (células formadoras de vasos).

do corpo do embrião ⇨ Os angioblastos se agregam para formar aglomerados celulares angiogênicos

-ESPLANCNOPLEURA: Mesoderma esplâncnico + Endoderma embrionário formam o isolados, ou ilhotas sanguíneas, que são associados à vesícula umbilical ou com os

intestino embrionário cordões endoteliais dentro do embrião.

-Durante o segundo mês, o celoma intraembrionário se divide em três cavidades corporais: ⇨ Pequenas cavidades aparecem dentro das ilhotas sanguíneas e dos cordões

CAVIDADE PERICÁRDICA, CAVIDADES PLEURAIS E CAVIDADE PERITONEAL endoteliais pela confluência das fendas intercelulares.

DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ⇨ Os angioblastos se achatam para formar as CÉLULAS ENDOTELIAIS que se

-No final da segunda semana, a nutrição do embrião é obtida a partir do sangue materno organizam ao redor das cavidades das ilhotas sanguíneas para formar o endotélio

pela difusão através do celoma extraembrionário e da vesícula umbilical. -Muitas dessas cavidades revestidas por endotélio se fusionam e formam uma rede de

-No início da terceira semana, a formação dos vasos sanguíneos começa no mesoderma canais endoteliais (vasculogênese).

extraembrionário da vesícula umbilical, do pedículo de conexão e do córion -Vasos se ramificam nas áreas adjacentes por meio do brotamento endotelial

-Os vasos sanguíneos embrionários começam a se desenvolver aproximadamente 2 dias (angiogênese) e se fundem com outros vasos.

depois.
-As células mesenquimais ao redor dos vasos sanguíneos endoteliais primitivos se -O sistema cardiovascular é o primeiro sistema de órgãos a alcançar um estado
diferenciam nos elementos de tecido muscular e tecido conjuntivo da parede dos funcional
vasos sanguíneos. ⇨ Os batimentos cardíacos embrionários podem ser detectados ao se realizar uma
-As células sanguíneas se desenvolvem a partir de células endoteliais especializadas ultrassonografia com Doppler durante a quarta semana, aproximadamente 6
(epitélio hematogênico) dos vasos à medida que eles crescem na vesícula umbilical e no semanas após o último período menstrual normal
alantoide ao final da terceira semana e depois em locais especializados ao longo da aorta VILOSIDADES CORIÔNICAS
dorsal. -Vilosidades Coriônicas Primárias: Formadas ao final da segunda semana
-Células sanguíneas progenitoras também se originam diretamente de células-tronco ⇨ Elas começam a se ramificar e no início da terceira semana, o mesênquima
hematopoiéticas. cresce para dentro dessas vilosidades primárias, formando um eixo central de
-A formação do sangue (hematogênese) não começa no embrião até a quinta semana tecido mesenquimal.
⇨ Primeiro, ela ocorre ao longo da aorta e, depois, em várias regiões do mesênquima ⇨ Nesse estágio se tornam VILOSIDADES CORIÔNICAS SECUNDÁRIAS que revestem
embrionário, principalmente no fígado e no baço, na medula óssea e nos toda a superfície do saco coriônico
linfonodos. ⇨ Algumas células mesenquimais nas vilosidades logo se diferenciam em capilares e
⇨ As hemácias fetais e adultas são derivadas de células progenitoras células sanguíneas
hematopoiéticas -VILOSIDADES CORIÔNICAS TERCIÁRIAS: Quando VASOS SANGUÍNEOS são visíveis no
SISTEMA CARDIOVASCULAR PRIMITIVO interior delas.
-O coração e os grandes vasos se formam a partir das células mesenquimais na área -Os capilares nas vilosidades coriônicas se fundem para formar redes arteriocapilares, que
cardiogênica logo se tornam conectadas com o coração do embrião através dos vasos que se
-TUBO CARDÍACO PRIMITIVO: Desenvolve-se durante a terceira semana e é formado pela diferenciam no mesênquima do córion e do pedículo de conexão
fusão dos canais longitudinais e pareados (revestidos por células endoteliais) ou tubos -Até o final da terceira semana, o sangue do embrião começa a fluir lentamente através
cardíacos endocárdicos dos capilares das vilosidades coriônicas. O oxigênio e os nutrientes do sangue materno
-O coração tubular se une aos vasos sanguíneos do embrião, do pedículo de conexão e da presentes no espaço interviloso se difundem através das paredes das vilosidades e entram
vesícula umbilical para formar o sistema cardiovascular primitivo. no sangue do embrião
-Ao final da terceira semana, o sangue está circulando e o coração começa a bater no 21° -O dióxido de carbono e os produtos residuais se difundem do sangue dos capilares fetais,
ou 22° dia. através da parede das vilosidades coriônicas, para o sangue materno.
-Simultaneamente, as células citotrofoblásticas das vilosidades coriônicas proliferam e -Tanto tumores benignos quanto malignos (cordomas) podem se formar de remanescentes
se estendem através do sinciciotrofoblasto, formado uma capa citotrofoblástica vestigiais de tecido notocordal. Aproximadamente, um terço dos cordomas ocorre na base
extravilosa que, gradativamente, envolve o saco coriônico e o fixa ao endométrio. do crânio e se estende até a nasofaringe.
-Vilosidades coriônicas-tronco: Villosidades que se prendem aos tecidos maternos -Os cordomas crescem lentamente e as formas malignas se infiltram no osso
através da capa citotrofoblástica⇝ São as VILOSIDADES DE ANCORAGEM CISTOS DO ALANTOIDE
-Vilosidades coriônicas ramificadas: Crescem nas laterais das vilosidades-tronco, sendo -São resquícios da porção extraembrionária do alantoide, geralmente encontrados entre os
o local que ocorre a principal troca de material entre o sangue materno e o embrião. vasos umbilicais fetais
-São banhadas por sangue materno do espaço interviloso, que é renovado continuamente -Podem ser detectados por ultrassonografia
DISTÚRBIOS -Eles são mais frequentemente detectados na região proximal do cordão umbilical,
TERATOMA SACROCOCCÍGEO próximo à sua ligação com a parede abdominal anterior
-Remanescentes da linha primitiva persistentes -Os cistos são geralmente assintomáticos até a infância ou adolescência, quando podem
-Um teratoma é um tipo de tumor de células germinativas que pode ser benigno ou se tornar infectados e inflamados
maligno. DEFEITOS CONGÊNITOS RESULTANTES DA NEURULAÇÃO ANORMAL
-São derivados de células pluripotentes da linha primitiva, esses tumores contêm -Uma vez que a placa neural, o primórdio do SNC, surge durante a terceira semana e dá
tecidos derivados de todas as três camadas germinativas em estágios variados de origem às pregas neurais e ao início do tubo neural, alterações na neurulação podem
diferenciação resultar em graves defeitos congênitos do encéfalo e da medula espinhal
-Incidência de aproximadamente 1 em 35.000 -Os defeitos do tubo neural estão entre as anomalias congênitas mais comuns
⇨ As crianças mais afetadas (80%) são do sexo feminino. -As evidências disponíveis sugerem que o distúrbio primário (p. ex.uma substância
-Diagnosticados na ultrassonografia de rotina, durante o pré-natal; a maioria dos tumores é teratogênica) afeta os destinos celulares, a adesão celular e o mecanismo de fechamento
benigna. do tubo neural. Isso resulta na falha da fusão das pregas neurais e na formação do tubo
-São geralmente removidos rapidamente por meio de cirurgia, e o prognóstico depende de neural.
alguns fatores como a localização e tecidos acometidos -ANENCEFALIA: Apresentação mais grave de um defeito do tubo neural
⇨ Um teratoma pré-sacral pode causar obstrução intestinal ou urinária, e a remoção ⇨ O tecido cerebral não se desenvolve
cirúrgica dessa massa pode provocar sequelas no funcionamento desses sistemas ⇨ Esse defeito é sempre fatal.
RESTOS DO TECIDO NOTOCORDAL
MALFORMAÇÃO DE CHIARI: Nessa anomalia, o cerebelo (a parte do cérebro que controla o ⇨ Encefalocele: ocorre apenas a projeção de tecido cerebral
equilíbrio) se projeta através da abertura na parte inferior do crânio ⇨ Mielocele: ocorre apenas a projeção de tecido medular
⇨ O cerebelo saliente pode fazer pressão no tronco cerebral ou na medula espinhal. Objetivo 04: DIFERENCIAR semana gestacional de semana de fertilização
A criança pode desenvolver hidrocefalia (água no cérebro). -A idade gestacional e os parâmetros de crescimento ajudam a identificar o risco de
ESPINHA BÍFIDA: ocorre quando o tubo neural não se fecha completamente e permanece patologia neonatal.
um canal aberto. -A idade gestacional é o principal determinante da maturidade do órgão. É vagamente
⇨ Os ossos da coluna vertebral (vértebras) não se fecham ao redor da medula definida como o número de semanas entre o primeiro dia do último período menstrual
espinhal normal da mãe e o dia do parto. Mais precisamente, a idade gestacional é a diferença entre
⇨ Esse quadro clínico costuma afetar a região lombar. Uma ou mais vértebras 14 dias antes da data da concepção e o dia do parto. A idade gestacional não é a idade
podem estar envolvidas. embriológica real do feto, mas é o padrão universal entre obstetras e neonatologistas para
-ESPINHA BÍFIDA OCULTA: Apresentação mais leve de espinha bífida discutir a maturação fetal.
⇨ Nela, apenas o osso é afetado, e a medula espinhal e as meninges não são -Idade embriológica é o tempo decorrido desde a data da concepção até a data do parto e
afetadas. é 2 semanas menor que a idade gestacional.
⇨ Esse defeito comum é chamado de espinha bífida oculta, porque ele fica coberto ⇨ As mulheres podem estimar a data da concepção com base no período de
(escondido) por uma camada de pele que parece ser normal, exceto pelo fato de ovulação como identificado por testes hormonais em casa e/ou medições da
que às vezes pode haver um pequeno chumaço de pelos ou uma tonalidade temperatura corporal basal. Contudo, a data da concepção só é conhecida de
diferente na pele que está cobrindo o defeito modo definitivo quando a fertilização in vitro ou outras técnicas de reprodução
⇨ Em geral, ela não causa nenhum sintoma, mas as crianças com um defeito maior assistida são usada
podem ter sintomas, como fraqueza das pernas ou disfunção da bexiga. Objetivo 05: COMPREENDER o cálculo da DPP
ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA: Apresentação mais grave da espinha bífida -A gravidez é datada do primeiro dia do último período menstrual
⇨ Os tecidos das meninges e/ou da medula espinhal se projetam através da abertura -A duração média da gestação é de 280 dias (40 semanas) e isto fornece a data provável do
nas vértebras, causando os defeitos a seguir: parto, assumindo que:
⇨ Meningocele: ocorre apenas a projeção das meninges ⇨ O ciclo é de 28 dias,
⇨ Meningoencefalocele: ocorre a projeção das meninges e de tecido cerebral ⇨ A ovulação ocorreu no 14° dia do ciclo
⇨ Meningomielocele: ocorre a projeção das meninges e de tecido medular
⇨ O ciclo foi normal (e não imediatamente após a parada de contracepção oral ou -Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro
após gravidez anterior). dia da última menstruação e observar o número de semanas indicado no dia e mês da
-Na prática, utiliza-se a regra de Naegele que consiste em adicionar à data da última consulta atual.
menstruação 7 dias e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo -Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês
retrógrado). em que ela ocorreu:
⇨ Por exemplo, se a última regra foi em 10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17, e ⇨ Se o período foi no início, meio ou final do mês, considerar a data da última
1 1 - 3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data provável do parto. menstruação nos dias 5, 15 e 25, respectivamente, e proceder, então, à utilização
⇨ Aparentemente, a gravidez, dessa sorte avaliada, não teria os 280 dias que lhe de um dos métodos anteriormente descritos.
foram imputados de duração média (9 x 30 = 270 + 7 = 277). Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos
-No entanto há, verdadeiramente, correspondência perfeita: no decurso de nove meses, -Medir a altura uterina e posicionar o valor encontrado na curva de crescimento uterino.
como norma, 3 ou 4 têm 3 dias e essa diferença (de 1 dia) torna a regra de Naegele a mais -Verificar a IG correspondente a esse ponto. Considerar IG muito duvidosa e assinalar com
aproximada dos aludidos 280 dias. interrogação na ficha perinatal e no cartão da gestante. A medida da altura uterina não é a
melhor forma de calcular a idade gestacional
REFERÊNCIAS
-ABREU, Sonayra Brusaca et al. Cálculo da idade gestacional. 2014.
-CORRÊA, M. D. Noções Práticas de Obstetrícia. Belo Horizonte.
-NOVAK, E. R. Tratado de ginecologia. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998
-MOTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa; RESENDE FILHO, Jorge de. Rezende, obstetrícia fundamental.
11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 607 p.
-MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016
-Manual de ginecologia e obstetrícia UEPA 2021
-Saúde na mulher nas gestação parto e puerpério: GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA AS SECRETARIAS
ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE SAÚDE CONASS 2019
Quando a menstruação é conhecida
-Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da
consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas);
Problema 02- FECHAMENTO 02 ⇨ PREGA CAUDAL: Cresce (medula espinhal), Forma (o intestino posterior que é o
intestino grosso)
-No plano horizontal (Largura - “Abraço”):
⇨ PREGA LATERAL ESQUERDA E DIREITA: Formam o intestino médio (intestino
delgado) e o estômago
ORGANOGÊNESE
-Endoderma: Origina os superfícies e/ou revestimentos internos além do fígado, pâncreas
e bexiga
-Ectoderma: Origina as superfícies e/ou revestimentos externas (epiderme, cristalino dos
olhos, etc) e o sistema nervoso (cérebro, cerebelo, tronco encefálico)
-Mesoderma: Origina as demais estruturas
FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
-CRESCIMENTO: Envolve a divisão celular e a elaboração de produtos celulares
-MORFOGÊNESE: Desenvolvimento das forma, tamanho e outras características por meio
da expressão e regulação de genes específicos
-DIFERENCIAÇÃO: Células são organizados em padrão preciso de executar funções
Objetivo 01: Compreender os eventos da quarta à oitava semana embrionária
especializadas
(ressaltar dobramento ventral do embrião)
DOBRAMENTOS DO EMBRIÃO
-O embrião trilaminar realiza um dobramento se tornando mais parecido com um feto
-Dobramento do disco embrionário trilaminar plano em um embrião ligeiramente cilíndrico
propriamente dito (mais humanoide)
-O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e resulta do crescimento rápido
Dobramentos
do embrião
-No plano mediano (Comprimento - “Cumprimentar um japonês”):
-A velocidade no crescimento das laterais do disco embrionário não acompanha o ritmo de
⇨ PREGA CEFÁLICA: Cresce (encéfalo), forma (o intestino anterior que é
crescimento do eixo maior do embrião, que aumenta rapidamente o seu comprimento
basicamente o esôfago e o estomodeu) e muda (posição do coração).
-O dobramento das extremidades cranial e caudal e o dobramento lateral ocorrem
↪ Estomodeu: desenvolve a boca que vem da prega cefálica
SIMULTANEAMENTE
-Comitantemente, existe uma constrição relativa na junção do embrião com a vesícula ⇨ Antes do dobramento, o celoma consiste em uma cavidade achatada e em
umbilical. formato de ferradura
DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO MEDIANO ⇨ Após o dobramento, o celoma pericárdico situa-se ventral ao coração e cranial ao
-Produz as pregas cefálica e caudal septo transverso. Neste estágio, o celoma intraembrionário se comunica
PREGA CEFÁLICA amplamente, em ambos os lados, com o celoma extraembrionário
-No início da quarta semana, as pregas neurais na região cranial formam o primórdio do PREGA CAUDAL
encéfalo -Resulta principalmente do CRESCIMENTO DA PARTE DISTAL DO TUBO NEURAL, o primórdio
-Inicialmente, o encéfalo em desenvolvimento se projeta dorsalmente para a cavidade da medula espinhal
amniótica (cavidade cheia de fluido no interior do âmnio- membrana mais interna ao redor -À medida que o embrião cresce, a eminência caudal (região da cauda) se projeta sobre a
do embrião). membrana cloacal, o futuro local do ânus
- A cavidade amniótica contém o líquido amniótico e o embrião. -INTESTINO POSTERIOR: Durante o dobramento, parte da camada germinativa
-Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento cresce cranialmente além da endodérmica é incorporada ao embrião que originará o cólon e o reto
membrana bucofaríngea e coloca-se sobre o coração em desenvolvimento ⇨ A parte terminal do intestino posterior logo se dilata levemente para formar a
-Ao mesmo tempo, o SEPTO TRANSVERSO (coração primitivo), o celoma pericárdico e a CLOACA: a bexiga urinária e o reto rudimentares
membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião. -Antes do dobramento, a linha primitiva situa-se cranial à membrana cloacal. Após o
-INTESTINO ANTERIOR: Durante o dobramento, parte do endoderma da vesícula dobramento, ela situa-se caudal a esta.
umbilical é incorporado ao embrião -O pedículo de conexão (primórdio do cordão umbilical) está agora ligado à superfície
⇨ Primórdios da faringe, esôfago e sistema respiratório inferior. Localiza-se ventral do embrião e o alantoide, ou divertículo da vesícula umbilical, é parcialmente
entre o prosencéfalo e o coração primitivo incorporado ao embrião
-A MEMBRANA BUCOFARÍNGEA separa o intestino anterior do estomodeu, a boca primitiva DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO HORIZONTAL
-Após o dobramento da cabeça, o septo tranverso localiza-se caudal ao coração, onde -Produz as PREGAS LATERAIS DIREITA E ESQUERDA
posteriormente esse se desenvolve no tendão central do diafragma, a separação entre a -RESULTADO DO RÁPIDO CRESCIMENTO DA MEDULA ESPINHAL E DOS SOMITOS.
cavidade abdominal e a torácica -O primórdio da parede abdominal ventrolateral dobra-se em direção ao plano mediano,
-A prega cefálica também afeta o arranjo do celoma embrionário (primórdio da cavidade deslocando as bordas do disco embrionário ventralmente e formando um embrião
corporal). grosseiramente cilíndrico
-INTESTINO MÉDIO: Com a formação da parede abdominal, parte da camada germinativa órgãos, incluindo as células da medula espinhal, dos nervos cranianos (V, VII, IX e
endodérmica é incorporada ao embrião como o primórdio do intestino delgado X) e dos gânglios autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso
-DUCTO ONFALOENTÉRICO: Inicialmente, existe uma ampla comunicação entre o intestino periférico; as células pigmentares da derme; os músculos, os tecidos conjuntivos
médio e a vesícula umbilical entretanto, após o dobramento lateral, a comunicação é e os ossos originados dos arcos faríngeos; a medular da suprarrenal e as
reduzida, formando esse ducto meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinhal.
-A região de ligação do âmnio à superfície ventral do embrião é também reduzida a uma -Mesoderma
região umbilical relativamente estreita ⇨ Tecido conjuntivo
-Com o cordão umbilical formado a partir do pedículo de conexão, a fusão ventral das ⇨ Cartilagem ao osso
pregas laterais reduz a região de comunicação entre as cavidades celomáticas ⇨ Músculos liso e estriado
intraembrionária e extraembrionária a uma comunicação estreita ⇨ Coração, ao sangue e aos vasos linfáticos
-Com a expansão da cavidade amniótica e obliteração da maior parte do celoma ⇨ Rins
extraembrionário, o ÂMNIO FORMA O REVESTIMENTO EPITELIAL DO CORDÃO UMBILICAL ⇨ Ovários e testículos
⇨ Pedículo de conexão forma o cordão umbilical e o âmnio forma o revestimento ⇨ Ductos genitais
epitelial ⇨ Membranas serosas de revestimento das cavidades corporais (pericárdio, pleura e
DERIVADOS DAS CAMADAS GERMINATIVAS membrana peritoneal)
-Ectoderma ⇨ Baço
⇨ Sistema nervoso central ⇨ Córtex das glândulas suprarrenais.
⇨ Sistema nervoso periférico -Endoderma
⇨ Epitélio sensorial dos olhos, das orelhas e do nariz ⇨ Revestimento epitelial dos tratos digestório e respiratório
⇨ Epiderme e seus anexos (cabelos e unhas) ⇨ Parênquima (tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas
⇨ Glândulas mamárias ⇨ Glândulas tireoide e paratireoide
⇨ Hipófise ⇨ Timo
⇨ Glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes. ⇨ Fígado
⇨ As células da crista neural, derivadas do neuroectoderma, a região central do ⇨ Pâncreas
ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos tipos celulares e ⇨ Epitélio de revestimento da bexiga e da maior parte da uretra
⇨ Epitélio de revestimento da cavidade timpânica, antro do tímpano e tuba -O quarto par de arcos faríngeos e os BROTOS DOS MEMBROS INFERIORES estão visíveis ao
faringotimpânica final da quarta semana
QUARTA SEMANA -Uma longa eminência caudal, como uma cauda, é também uma característica típica
-As PRINCIPAIS MUDANÇAS NA FORMA do embrião ocorrem durante a quarta semana. -Rudimentos de muitos sistemas de órgãos, especialmente o sistema cardiovascular, são
-No início, o embrião é quase reto e possui de 4 a 12 somitos que produzem elevações estabelecidos
visíveis na superfície -Ao final da quarta semana, o neuroporo caudal está normalmente fechado.
-O tubo neural é formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos QUINTA SEMANA
neuroporos rostral e caudal -As mudanças na forma do corpo do embrião são pequenas na quinta semana quando
-24 dias: Os primeiros arcos faríngeos estão visíveis. comparadas àquelas ocorridas durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça
⇨ O primeiro arco faríngeo (arco mandibular) está nítido excede o de outras regiões
⇨ A maior parte do primeiro arco origina a mandíbula e a extensão rostral do arco, a -O alargamento da cabeça resulta principalmente do rápido desenvolvimento do
proeminência maxilar, contribui para a formação da maxila (maxilar superior). encéfalo e das proeminências faciais.
-O embrião está agora levemente curvado em função das pregas cefálica e caudal. -A face logo faz contato com a proeminência cardíaca.
-O coração forma uma grande proeminência cardíaca ventral e bombeia sangue. O -O rápido crescimento do segundo arco faríngeo se sobrepõe aos terceiro e quarto
neuroporo rostral está fechando. arcos, formando uma depressão lateral de cada lado, o seio cervical.
-26 dias: Três pares de arcos faríngeos são visíveis com 26 dias e o neuroporo rostral está -CRISTAS MESONÉFRICAS: Indicam o local do desenvolvimento dos rins mesonéfricos, que
fechado. em humanos, são órgãos excretores provisórios.
-O prosencéfalo produz uma elevação proeminente na cabeça e o dobramento do embrião SEXTA SEMANA
lhe causa uma curvatura em forma de C. -Movimentos espontâneos, tais como, contrações no tronco e nos membros em
-BROTOS DOS MEMBROS SUPERIORES: São reconhecíveis no dia 26 ou 27 como uma desenvolvimento
pequena dilatação na parede ventrolateral do corpo -Respostas reflexas ao toque.
-FOSSETAS ÓTICAS (primórdio das orelhas internas) também estão visíveis. -MEMBROS SUPERIORES
-Espessamentos ectodérmicos (placoides do cristalino) que indicam o primórdio dos ⇨ Começam a mostrar uma diferenciação regional, tais como o desenvolvimento
futuros cristalinos dos olhos estão visíveis nas laterais da cabeça do cotovelo e das grandes placas nas mãos
⇨ Os primórdios dos dígitos (dedos), ou raios digitais, iniciam seu desenvolvimento -Ao final da sétima semana, a OSSIFICAÇÃO DOS OSSOS DOS MEMBROS SUPERIORES já
nas placas das mãos. iniciou.
-MEMBROS INFERIORES OITAVA SEMANA
⇨ Ocorre durante a sexta semana, 4 a 5 dias após o desenvolvimento dos membros -No início da última semana do período embrionário, os dedos das mãos estão separados
superiores. porém unidos por uma membrana visível
-SALIÊNCIA AURICULARES: Várias pequenas intumescências se desenvolvem ao redor do -As chanfraduras estão também nitidamente visíveis entre os raios digitais dos pés.
sulco ou fenda faríngea entre os primeiros dois arcos faríngeos. Esse sulco torna-se o -A eminência caudal ainda está presente mas é curta.
meato acústico externo (canal da orelha externa). -O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa característica ao redor da
⇨ As saliências auriculares contribuem para a formação da aurícula (pavilhão), a cabeça.
parte em forma de concha da orelha externa. -AO FINAL DA OITAVA SEMANA, TODAS AS REGIÕES DOS MEMBROS ESTÃO APARENTES E OS
-Os olhos são agora notáveis, em grande parte pela formação do pigmento da retina DEDOS SÃO COMPRIDOS E COMPLETAMENTE SEPARADOS
-A cabeça é agora relativamente muito maior do que o tronco e está dobrada sobre a -Os PRIMEIROS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS dos membros ocorrem durante a oitava
proeminência cardíaca. semana.
-A posição da cabeça resulta da flexão da região cervical (pescoço). -A ossificação primária inicia-se no fêmur (osso longo da coxa).
-O tronco e o pescoço começam a endireitar-se -A eminência caudal desapareceu e tanto as mãos como os pés se aproximam uns dos
-HERNIAÇÃO UMBILICAL: O intestino penetra no celoma extraembrionário na parte outros ventralmente.
proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é um evento normal. Ocorre porque -FINAL DA OITAVA SEMANA
a cavidade abdominal é muito pequena nesta idade para acomodar o rápido ⇨ Embrião possui características humanas distintas, entretanto, a cabeça é ainda
crescimento do intestino desproporcionalmente grande, constituindo quase a metade do embrião.
SÉTIMA SEMANA ⇨ O pescoço está definido e as pálpebras estão mais evidentes.
-Os membros sofrem uma mudança considerável durante a sétima semana. ⇨ As pálpebras estão se fechando e ao final da oitava semana, elas começam a se
-CHANFRADURAS: Aparecem entre os raios digitais sulcos e chanfraduras que separam as unir por fusão epitelial.
áreas das placas das mãos e dos pés, que indicam claramente os dedos ⇨ Os intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical
-A comunicação entre o intestino primitivo e a vesícula umbilical está agora reduzida.
-Nesse momento, o pedículo vitelino torna-se o ducto onfaloentérico
⇨ Apesar de existirem diferenças sutis entre os sexos na aparência da genitália ⇨ Quinzenais entre 28 e 36 semanas
externa, elas não são distintas o suficiente para permitir uma identificação sexual ⇨ Semanais até o parto
precisa. AVALIAÇÃO DO RISCO
Objetivo 02: Compreender o pré natal (indicação, importância e utilização da -Deve ser avaliado desde a 1ª consulta de pré-natal
ultrassonografia, diferenciando as recomendações da OMS, Ministério da Saúde -Inicia-se com a ANAMNESE e EXAME CLÍNICO junto com exames complementares

e SBGO, citar os exames iniciais do pré natal recomendados pelo Ministério da -Gestante com risco devem ser referenciadas para uma unidade que realiza

Saúde) acompanhamento do pré-natal de alto risco


-Ministério da Saúde define como fatores de risco
MINISTÉRIO DA SAÚDE
⇨ Abortamento habitual
-O pré-natal envolve uma sequência de consultas médicas com o objetivo de realizar um
⇨ Mau passado obstétrico
acompanhamento da gestante
⇨ Gemelaridade
-Ela deve receber todas as orientações necessárias
⇨ Acometimento fetal
⇨ Cartão da gestante
⇨ Neoplasia intraepitelial cervical III
⇨ Calendário de vacinas
⇨ Infecção do trato urinário de repetição
⇨ Solicitação de exames de rotina
-Fatores para encaminhamento à URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
-Visa oferecer o desenvolvimento saudável da gestante permitindo o parto de um
⇨ Síndromes hemorrágicas
recém-nascido saudável e sem impactos na saúde materna
⇨ Suspeita de eclâmpsia
-Deve acontecer o mais breve possível
⇨ Crise hipertensiva (PA maior que 160x110)
NÚMERO DE CONSULTAS
⇨ Amniorrexe prematura
-Ministério da Saúde e OMS:
⇨ Hemoglobina menor que 8
⇨ 1 no 1° trimestre,
⇨ Trabalho de parto prematuro
⇨ 2 no 2° trimestre
⇨ Suspeita de abdome agudo
⇨ 3 no 3° trimestre
⇨ Cefaleia intensa e súbita
-FEBRASGO
-É importante anotar no cartão de gestante as mudanças nos VALORES DA ALTURA
⇨ Consultas mensais até às 28 semanas,
UTERINA
⇨ Garantir que a mesma técnica seja seguida em cada consulta -Evitar duchas vaginais por aumentar as taxas de vaginose bacteriana
⇨ AVALIAR O CRESCIMENTO GERAL DE ACORDO COM A IG, diagnosticando crescimento -Evitar esforço físico extenuante
acima ou abaixo do esperado -Evitar radiações ionizantes
⇨ TÉCNICA: Sínfise púbica até o fundo uterino -Ficar atento aos SINAIS DE ALARME:
EXAMES FÍSICOS GINECOLÓGICOS ⇨ Perda de líquido
-Avaliação das mamas ⇨ Sangramento genital
-TOQUE VAGINAL ⇨ Redução dos movimentos fetais
⇨ Deve ser realizado quando necessário EXAMES COMPLEMENTARES RECOMENDADOS FEBRASGO
⇨ Analisa a pelvimetria interna e dilatação do colo uterino -Possui o objetivo proporcionar um nascimento do bebê sem risco para a mãe
⇨ Ajuda no compreensão do prognóstico de parto normal
-EXAME ESPECIAL
⇨ Deve ser realizado na 1ª consulta quando há queixa de perda líquido amniótico ou
sangramento
⇨ Permite caracterizar a parede vaginal e uterina
ORIENTAÇÕES GERAIS E QUEIXAS COMUNS

-Tipagem sanguínea
⇨ Evitar a eritroblastose fetal
⇨ Gestante Rh negativo e parceiro Rh positivo
⇨ Recomendado realizar exame Coombs indireto: Caso o resultado for positivo, deve ⇨ IgG positiva e IgM negativa: Gestante com imunidade
ser o feito o encaminhamento para a gestação de alto risco ⇨ IgG negativa e IgM positiva: Trata-se de uma infecção recente. Caso repetir o
-Hemograma exame após 15 dias e o IgG permanecer negativo fala-se em falso-positivo
⇨ Avaliar a anemia pelo hemograma -Sífilis
⇨ Leucograma aumentado na segunda metade da gravidez ⇝ TOTG (Teste Oral de ⇨ Diagnóstico no 1° trimestre permite o tratamento até 30 dias antes do parto
Tolerância à Glicose) -Hepatites B e C
-Glicemia ⇨ Dosagem de HbsAg
⇨ Avaliar a diabetes ⇨ Se negativo repetir trimestralmente
⇨ Menor que 92: Avaliar TOTG (Teste de Oral de Tolerância à Glicose) ⇨ Vírus C: atenção para gestantes usuárias de drogas, presidiárias, HIV positivas
⇨ Entre 92 e 125: Diabetes Mellitus Gravídica -HIV
⇨ Maior que 126: Diabetes Prévia ⇨ M.S: Realizar apenas um exame
-Urina tipo I e Urocultura ⇨ FEBRASGO: Duas vezes (início e fim da gravidez) para se considerar a janela
⇨ Ministério da Saúde: Recomenda apenas solicitação de urina tipo I no pré-natal imunológica
de baixo risco. A urocultura seria apenas para situações de piúria, bacteriúria ou -Estreptococos do Grupo B:
hematúria ⇨ Fisiológico
⇨ FEBRASGO: Recomenda a solicitação de urocultura para rastrear bacteriúrias ⇨ Aumento da morbidade perinatal quando aumentado causando pneumonia,
assintomáticas que podem evoluir para pielonefrite septicemia e meningite ao feto
-Rubéola VACINAÇÃO
⇨ Rastreio da imunidade da gestante -Vacinas com vírus vivos são contraindicados
⇨ M.S não considera rotina -Vírus inativado são mais seguras após o 4° mês de gestação
⇨ IgG positivo: risco mínimo de transmissão vertical
⇨ IgG negativo: são suscetíveis devendo ser vacinadas após o parto
-Toxoplasmose
⇨ IgG e IgM negativos são suscetíveis, devendo ser orientado quanto à prevenção e
repetição trimestral do exame
ULTRASSONOGRAFIAS -Exame de urina e urocultura;
-Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade
gestacional;
-Citopatológico de colo de útero (se necessário)
-Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica);
-Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica);
-Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de
anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica).
Objetivo 03: Descrever principais as recomendações médicas sobre
alimentação, ganho de peso, cuidados com a pele e práticas de atividades
físicas na gestação
GANHO DE PESO
-O cálculo do IMC serve de base para futuras orientações relacionadas aos hábitos de vida
da gestante
-Não é recomendado o ganho de peso fora dos parâmetros determinados a partir do IMC
-Pode ser classificada em

EXAMES COMPLEMENTARES SEGUNDO O MINISTÉRIO DA SAÚDE ⇨ Baixo Peso

-Hemograma; ⇨ Peso Adequado

-Tipagem sanguínea e fator Rh; o Coombs indireto (se for Rh negativo); ⇨ Sobrepeso

-Glicemia de jejum; ⇨ Obesidade

-Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR; -O ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o pré-gestacional

-Teste rápido diagnóstico anti-HIV; ou o calculado até a 13ª semana gestacional

-Toxoplasmose IgM e IgG;


-Sorologia para hepatite B (HbsAg);
intervalo menor do que o fixado no calendário habitual. Caso necessário, é interessante
discutir o caso com os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf).
-Adequado (A): siga o calendário habitual. Explique à gestante que seu peso está
adequado para a idade gestacional. Dê-lhe orientação nutricional, visando à manutenção
do peso adequado e à promoção de hábitos alimentares saudáveis;
-Sobrepeso e obesidade (S e O): Investigue a obesidade pré-gestacional, casos de edema,
polidrâmnio, macrossomia e gravidez múltipla. Dê orientação nutricional à gestante,
visando à promoção do peso adequado e de hábitos alimentares saudáveis, ressaltando
que, no período gestacional, não se deve perder peso, pois é desejável mantê-lo. Remarque
a consulta em intervalo menor do que o fixado no calendário habitual. Caso necessário, é
interessante discutir o caso com os profissionais do Nasf.

-A Vigilância Alimentar e Nutricional pressupõe o monitoramento contínuo do estado


nutricional e do consumo alimentar da população. Neste sentido, o Ministério da Saúde
adota o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), destinado a atender todas as
CONDUTAS fases da vida (crianças , adultos, idosos e gestantes)
-Baixo peso (BP): investigue a história alimentar, a hiperêmese gravídica, as infecções, as CUIDADOS COM A PELE
parasitoses, anemias e as doenças debilitantes. Dê a orientação nutricional, visando à -As estrias tem formação multifatorial, sendo elas de ordem hormonal ou mecânica.
promoção do peso adequado e de hábitos alimentares saudáveis. Remarque a consulta em
-Durante a gravidez, com o crescimento do feto e o aumento de peso da mãe, a pele sofre -Beber pelo menos 2 litros de água por dia
um estiramento, fazendo que haja uma ruptura nas fibras de colágeno e elastina. Apesar de -Evitar pular as refeições e beliscar entre elas (Evitar náuseas, vômitos, fraqueza e
benignas, estas alterações cutâneas são por vezes motivo de preocupação e de procura de desmaios)
resolutividade . -Comer devagar e mastigar bem
-Na gestação, essas afecções, outras patologias e variações de origem hormonal são -Evitar consumir líquidos durante as refeições
comuns. A maioria das gestantes apresentam alterações cutâneas durante a gravidez. -Evitar deitar-se logo após as refeições
Estas modificações, levam a manifestações como a hiperpigmentação, alterações dos -Incluir refeições do grupo de cereais e tubérculos
vasos, alterações do tecido conjuntivo e dos anexos -Dar prioridade aos alimentos naturais
-Como forma de prevenção, principalmente das estrias, são utilizados os cremes e os -Consumir pelo menos três porções de legumes e verduras
óleos, que atuam repondo a água perdida, formando uma barreira que impede a perda de -Consumo de frutas com bastante líquido
água para o ambiente, possibilitando uma pele hidratada e saudável. Estes cosméticos -Lavra frutas legumes e verduras
também podem apresentar outros benefícios, tais como, perfumar, amaciar, prevenir o -Diminuir o consumo de gorduras
envelhecimento e, quando adicionados de filtros solares protegem a pele da radiação -Evitar carnes cruas ou mal passadas
ultravioleta -Quantidade sal de no máximo 5g distribuídas em todas as refeições
-Percebeu-se que hábitos inadequados são comuns à maior parte das gestantes visitadas, -Utilizar temperos naturais
especialmente os relacionados ao não uso de protetor solar. Para Purim e Avelar (2012), as -Utilizar sal iodado
medidas de fotoproteção são procedimentos essenciais na prevenção e manutenção das -O excesso de peso materno é fator de risco para diabetes gestacional, aumento da
alterações cutâneas, principalmente das hiperpigmentações na face, conhecidas como pressão arterial e outros problemas circulatórios. Além disso, está relacionado ao
melasmas. nascimento prematuro, defeitos no sistema nervoso da criança e ao aumento de partos
-A importância da ingestão hídrica e de alimentos saudáveis. cesáreos.
CUIDADOS A ALIMENTAÇÃO -A alimentação saudável, a atividade física e a prática corporal regular são aliadas
-A inadequação do estado nutricional materno tem grande impacto sobre o crescimento e fundamentais no controle do peso, na redução do risco de doenças e na melhoria da
desenvolvimento do recém-nascido qualidade de vida.
-Nutrição é de fundamental importância para uma boa gestação
-Fazer pelo menos três refeições principais e dois lanches saudáveis
-As práticas corporais agregam diversas formas de o ser humano se manifestar por meio -Gestantes com sobrepesos e obesidade devem ter um prática de exercício mais
do corpo e contemplam, além das modalidades esportivas conhecidas e das caminhadas, o controlada e supervisionada
tai chi chuan, o lian gong, a ioga, entre outras. INDICAÇÕES e CONTRAINDICAÇÕES
-O incentivo, a orientação e a promoção da alimentação saudável, da atividade física e das
práticas corporais no âmbito da atenção básica da saúde da gestante devem ser ações
constantes do profissional de saúde, a fim de tornar o dia a dia da gestante mais ativo.
-É importante lembrar à gestante que, além de uma alimentação saudável e da prática
corporal atividade física regular, ela deve evitar o fumo e o consumo de álcool, pois são
hábitos prejudiciais para a sua saúde e o crescimento do feto e que aumentam o risco de
nascimento prematuro.
ATIVIDADES FÍSICAS
-O exercício aeróbico regular durante a gravidez parece melhorar ou manter a capacidade
física e a boa imagem corporal.
-Entretanto, os dados ainda são insuficientes para esclarecer os possíveis riscos e
-Diabetes: Aumento da sensibilidade tecidual à insular e controle glicêmico
benefícios para a mãe e o recém-nascido
-Pré-eclâmpsia: Diminuição do risco de desenvolvimento. Caso já ter o diagnóstico evitar
-No entanto, devem ser evitados exercícios que coloquem as gestantes em risco de quedas
a prática de atividade física
ou trauma abdominal (como esportes de contato ou de alto impacto).
-Hipertensão Crônica: Pode ser indicada com supervisão e monitoramento
-Desde a década de 1990, o paradigma em relação às recomendações de atividade física
-Atletas de Alto Nível: Pode manter uma intensidade moderada a intensa até o segundo
durante a gestação passaram a ser estimulada pelo American College of Obstetricians and
trimestre. Porém, evitar espertos que exponham a gestante ou o feto de alguma maneira
Gynecologists
TIPOS
-Em 2002, a atividade física foi reconhecida como uma prática segura e indicada para
-Aeróbios: Caminhadas (Manter a capacidade cardiorespiratória)
gestantes saudáveis
-Resistência Muscular: Yoga, Pilates, Musculação leve (aumento do condicionamento e
-Pode ajudar na prevenção de diabetes e redução da incidência de sintomas como
fortalecimento da lombar, cintura escapular)
câimbras, edema e fadiga excessiva e é um fator protetor da pré-eclâmpsia
-Alongamento: Melhora da flexibilidade e relaxamento muscular
-Músculos do Assoalho Pélvico: Ajuda diminuir o risco de incontinência urinária Objetivo 04: Descrever as recomendações sobre a suplementação de ácido
FREQUÊNCIA, DURAÇÃO e INTENSIDADE fólico e ferro na gestação segundo o Ministério da Saúde
-Leve a moderada ÁCIDO FÓLICO
-60 a 80% da FC máxima -A suplementação de ácido fólico pré-concepcional tem EFEITO PROTETOR CONTRA
-Mulheres ativa: 4-5x sessões de 30 minutos DEFEITOS DO TUBO NEURAL E NA RECORRÊNCIA DOS MESMOS.
-Mulheres sedentárias: Começar com 15 minutos de atividade aeróbia 3x por semana e ⇨ Meningomielocele (Pior tipo de espinha bífida)
depois aumentar gradativamente ⇨ Acrania
-Evitar exercícios que ultrapassem de 60 min contínuos ⇨ Anencefalia
CUIDADOS ⇨ Meningocele ou Espinha Bífida
-Hidratação adequada ⇨ Encefalocele
-Nutrição adequada -Não predispõe a aborto , gravidez ectópica ou natimorto, embora haja possível aumento de
RECOMENDAÇÕES gravidez múltipla.
-Primeiro Trimestre: Deve retomar hábitos somente após a primeira consulta do pré-natal -A dose preconizada de folato pré-concepcional para mulheres sem antecedentes de
que irá indicar o risco da gestação defeito do tubo neural é de 400 mcg/ dia (0,4mg) e deve ser mantida até a 12ª semana de
-Segundo trimestre: Melhor período de prática, pois a mulher encontra-se mais disposta e gestação.
livre dos inconvenientes no início da gravidez. Evitar exercícios em posição supina -Para mulheres com antecedente de defeitos do tubo neural ou uso de medicamentos
-Terceiro trimestre: Diminuição da intensidade em função do aumento corporal e antifolínicos, a dose estipulada é de 4 mg/dia
desconforto. Escolher atividade na água como hidroginástica -Dosagem: 0,4-0,8mg/dia de ácido fólico 1 mês antes da gravidez até a 12ª semana de
gestação. Para aquelas populações de alto risco recomenda- se a dose de 5mg/dia.
FERRO
-O ferro é encontrado nas vísceras, carne vermelha, ovos, feijão, vegetais verdes e cereal
integral.
-A necessidade de ferro elemento é de 7 mg/dia, sendo que 6 mg são utilizados e I mg é
excretado.
-Pouquíssimas mulheres têm reservas para suprir essa necessidade diária de ferro -Mais comumente utilizado​​
elemento e a dieta raramente contém ferro suficiente -Na dependência principalmente da forma e da densidade das estruturas avaliadas as
-A suplementação rotineira de ferro (Fc) e folato para todas JS gestantes, a partir do início ondas de ultrassom podem, resumidamente, atravessar, refletir ou atenuar.
do segundo trimestre, reduz o número de mulheres com valores de hemoglobina abaixo de ⇨ Estruturas que refletem as ondas de ultrassom (ecogênicas) são representadas ao
10,0 ou 10,5g/dL no final da gestação modo B através de uma escala de cinza, tanto mais clara quanto maior for a
-Os níveis séricos de ferro, ferritina e folato são mantidos ou elevados intensidade da onda refletida.
-A suplementação de ferro não reduz a incidência de cesariana, parto pré-termo, PIG, ⇨ Estruturas examinadas que não refletem as ondas de ultrassom (anecóicas) são
natimorto, morte neonataI representadas em preto no modo B.
-Dosagem: 40mg/dia de ferro elementar (200mg de sulfato ferroso) sempre 1 hora MODO DOPPLER
antes das refeições devendo a mesma ser mantida por 3 meses no pós-parto ou -O modo Doppler fornece uma análise qualitativa e quantitativa da função ou fisiologia
pós-aborto. da estrutura ou órgão examinado.
Objetivo 05: Caracterizar os diferentes tipos de exames de ultrassonografia e -Quando as ondas de ultrassom interagem com estruturas em movimento ocorre a

suas indicações (fazer antes do objetivo 1) mudança da frequência da onda.

-Método propedêutico mais utilizado na Obstetrícia Quando a estrutura se movimenta no sentido oposto à propagação da onda de ultrassom,

⇨ Relativamente barato ocorre um aumento da sua frequência.

⇨ Fácil execução Nas situações em que a propagação da onda tem o mesmo sentido da estrutura em

⇨ Sem prejuízos à saúde materna e fetal movimento ocorre a diminuição da frequência.

FUNDAMENTOS DA ULTRASSONOGRAFIA -Através da análise da variação da frequência entre as ondas emitidas e refletidas, da sua

-O exame de ultrassonografia utiliza ondas sonoras em altas frequências, inaudíveis ao ser variação ao longo do ciclo cardíaco e do ângulo de insonação, o equipamento de

humano (ultrassom), para formar imagens das estruturas avaliadas. ultrassonografia pode calcular o sentido, a velocidade e a resistência ao fluxo sanguíneo

-O transdutor ultrassonográfico transforma a energia elétrica em energia mecânica na MODO ELASTOGRAFIA

forma de ondas de ultrassom -Através dessa tecnologia é possível quantificar a densidade das estruturas avaliadas.

MODO BRILHO (MODO B) -Recentemente foi incorporada à ultrassonografia a elastografia.

-O modo B é uma representação em escala de cinza da anatomia macroscópica da -Estruturas duras, intermediárias e moles costumam ser representadas pela elastografia

estrutura avaliada. em vermelho, verde e azul, respectivamente.


MODO 3D -A datação e a estimativa de peso fetal são determinadas pela medida das seguintes
-No modo 3D são adquiridas múltiplas imagens no modo B, tornando possível além da estruturas fetais: comprimento crânio-nádega, polo cefálico, abdômen e fêmur.
avaliação volumétrica, a reconstrução das estruturas examinadas em diferentes planos. 3- Rastreamento de cromossomopatias
INDICAÇÕES DA ULTRASSONOGRAFIA EM GINECOLOGIA/OBSTETRÍCIA -A ultrassonografia obstétrica realizada entre a 11ª a 14ª semanas de gestação, também
1- Avaliação da gestação inicial conhecida como exame morfológico de primeiro trimestre, tem importância indiscutível no
-Através da ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL o embrião costuma ser identificado por rastreamento de anormalidades cromossômicas (cromossomopatias ou aneuploidias),
volta de 5 semanas de amenorréia ou 1 semana de atraso menstrual. especialmente aquelas que são compatíveis com a evolução da gestação até o termo.
-É fundamental na avaliação pré-natal o diagnóstico do número de embriões, placentas -Dentre estas destacam-se, especificamente, as trissomias dos cromossomos 21 (Síndrome
(corionicidade) e bolsas amnióticas (amniocidade). As gestações múltiplas, de Down), 18 (Síndrome de Edwards) e 13 (Síndrome de Patau).
principalmente as monocoriônicas e monoamnióticos apresentam uma frequência 4- Avaliação da vitalidade fetal
maior de complicações obstétrica -O doppler obstétrico é um dos recursos disponíveis para a avaliação da vitalidade fetal
-A maior causa de mortalidade materna no primeiro trimestre é a GESTAÇÃO em gestações com risco de insuficiência placentária.
ECTÓPICA. Esta condição quando não diagnosticada a tempo pode causar hemorragia -Os outros métodos são o controle da movimentação fetal (mobilograma), a
fatal. A gestação ectópica ocorre mais frequentemente na tuba uterina cardiotocografia e o perfil biofísico fetal.
-Outra gestação inviável que pode ser diagnosticada pela ultrassonografia é a DOENÇA -Na avaliação do perfil biofísico fetal são avaliados pela ultrassonografia o tônus , a
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL nas suas formas mola hidatiforme completa ou incompleta. mobilidade fetal, o movimento fetal, a identificação de movimentos respiratórios fetais e a
A ultrassonografia obstétrica reduziu a idade média do diagnóstico da mola hidatiforme de quantidade do líquido amniótico.
14 para cerca de 10 semanas. O diagnóstico precoce da doença trofoblástica gestacional 5- Avaliação do líquido amniótico
diminui a chance de que a doença evolua para a neoplasia trofoblástica gestacional como -Alterações na quantidade do líquido amniótico podem indicar alterações diversas como a
a mola invasora e o coriocarcinoma. insuficiência útero-placentária, rotura de membranas, malformações fetais e diabetes
2- Datação da gestação e estimativa do peso fetal gestacional.
-A datação correta da idade gestacional é fundamental para a avaliação pré-natal. Através -A avaliação do líquido amniótico pela ultrassonografia pode ser qualitativa ou quantitativa.
dela é possível detectar alterações no desenvolvimento da gestação como a restrição do INDICAÇÕES POR SEMESTRE
crescimento fetal. PRIMEIRO SEMESTRE (11 a 13 semanas de gestação)
-Avaliar
⇨ Hemorragias no primeiro trimestre; ⇨ Pode-se associar o estudo dopplervelocimétrico para rastrear gestantes com alto
⇨ Localização do saco gestacional; risco (insuficiência placentária e síndromes hipertensivas)
⇨ Determinação do número de embriões; TERCEIRO TRIMESTRE (30 a 34 semanas)
⇨ Datação da gestação; -Avaliar
⇨ Determinação da viabilidade; ⇨ Hemorragias do terceiro trimestre;
⇨ Determinação de anomalias embrionárias e fetais; ⇨ Avaliação da anatomia fetal;
⇨ Rastreamento de cromossomopatias; ⇨ Avaliação do crescimento fetal;
⇨ Auxílio na realização de procedimentos invasivos. ⇨ Avaliação da vitalidade fetal - perfil biofísica fetal (PBF);
-Possível determinar o tipo de placentação nas gestações múltiplas ⇨ Avaliação do líquido amniótico;
-Diagnóstico de anomalias nesse período estão vinculadas à orientação, acompanhamento ⇨ Auxílio na realização de procedimentos invasivos.
e tratamento precoce -25% das grandes malformações e 12% das malformações do SNC são visibilizadas
-Identificação de anomalias incompatíveis com a vida somente no terceiro trimestre de gestação
-Redução da ansiedade dos casais REFERÊNCIAS
-Identificação de 40% das malformações maiores -Fundamentos da ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia. Prof Dr. Rodrigo Menezes Jales , UNICAMP

SEGUNDO SEMESTRE (18 a 22 semanas de gestação) fcm.unicamp.br/conteudo/fundamentos-da-ultrassonografia-em-ginecologia-e-obstetricia 2016


-FEBRASGO, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de assistência
-Avaliar
pré-natal / Sérgio Peixoto. 2ª. ed. – São Paulo, 2014.
⇨ Hemorragias no segundo trimestre;
-BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao
⇨ Avaliação da localização, estrutura e função placentária; pré-natal de baixo risco. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p.: il.
⇨ Estudo da anatomia fetal; (ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA) -OMS, Organização Mundial da Saúde. Recomendações sobre atendimento pré-natal para uma experiência

⇨ Rastreamento de cromossomopatias; (ULTRASSONOGRAFIA GENÉTICA) gestacional positiva. 2016.


-SCAPINI, Anaís Regina et al. CUIDADOS COM A PELE NA GESTAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES A
⇨ Monitorização do colo uterino (rastreamento do trabalho de parto pré-termo);
PARTIR DE UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Salão do Conhecimento, 2019.
⇨ Auxílio na realização de procedimentos invasivos.
-NASCIMENTO, Simony Lira do et al. Recomendações para a prática de exercício físico na gravidez: uma
-O melhor período para dar atenção especial à anatomia detalhada do feto é após 20 revisão crítica da literatura. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 36, p. 423-431, 2014.
semanas -MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016
-CORRÊA, M. D. Noções Práticas de Obstetrícia. 14 ed.Belo Horizonte.2011
Problema 03- FECHAMENTO 0I ESTIMATIVA DA IDADE FETAL
-Inicialmente, deve-se destacar que a DUM como critério para medir a idade gestacional é
Objetivo 01: Descrever os principais eventos do Período Fetal (9ª Semana até o válida somente na prática clínica
nascimento) ⇨ Quando se trata de pedir uma USG utiliza-se a semana de fecundação como
-A mudança de nomenclatura de embrião para feto é justificável, principalmente, pela referência
mudança de forma que aconteceu. O concepto se torna mais humanoide e seus principais -O critério de CCN (comprimento cabeça-nádegas) pode ser usado para monitorizar o
sistemas já estão em formação ou quase conclusão. desenvolvimento do feto, o seu tamanho, a sua idade e a provável data do parto. Pode ser
-Nesse período o crescimento corporal e a diferenciação dos sistemas é muito rápida, usado também a medida da cabeça e do fêmur como critério avaliativo da idade fetal.
sendo a prioridade do feto. TRIMESTRES DA GESTAÇÃO
-Nesse sentido, o crescimento cefálico reduzirá de velocidade quando comparado ao -Ao final do primeiro trimestre a maioria dos órgãos e sistemas primitivos terão se
crescimento corporal desenvolvido;
-O GANHO DE PESO é muito grande no período fetal, bem como o crescimento corporal -No segundo trimestre o feto cresce e ganha peso, de modo que se pode verificar as suas
como um todo. Isso acontece principalmente nas últimas semanas de gestação. Os estruturas anatômicas por meio da USG
períodos de crescimento contínuo normal se alternam em períodos longos e de ausência. ⇨ Defeitos congênitos podem ser detectados justamente no segundo trimestre com
VIABILIDADE FETAL a USG de alta resolução em tempo real.
-Viabilidade fetal é a capacidade do feto de sobreviver fora do útero uma vez nascido -Ao início do terceiro semestre, com a 35ª semana, o feto atinge o marco de 2,5 kg,
⇨ É extremamente improvável que fetos com menos de 500g ou 22 semanas tornando-se viável de sobreviver caso seja prematuro.
consigam sobreviver. MEDIDAS E CARACTERÍSTICAS FETAIS:
-RECÉM-NASCIDOS IMATUROS: Menos de 500g (Dificilmente sobrevivem) -Até o final do primeiro trimestre, como a variação de tamanho não é muito grande, os
-RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS: 750-1500g com problemas para se desenvolver e fetos são medidos pelo CCN para a identificação de suas idades.
sobreviver -Nos últimos dois trimestres são usadas várias estruturas como referência para o cálculo
-A prematuridade é uma das causas mais comuns de óbito fetal da idade fetal por USG. As medidas mais usadas nesse período são:
⇨ Nesse sentido, pode-se usar esteroides antes do parto e surfactante após o ⇨ Diâmetro biparietal
nascimento para reduzir as taxas de mortalidade. ⇨ Circunferência da cabeça;
⇨ Circunferência abdominal;
⇨ Comprimento femoral; ⇨ Nessa semana o FÍGADO AINDA É O PRINCIPAL LOCAL DE ERITROPOIESE, o que
⇨ Comprimento do pé; muda para o BAÇO por volta da 12ª semana.
-A DETERMINAÇÃO DO PESO COMO CRITÉRIO ETÁRIO PODE SER DUVIDOSA, uma vez que -Na 12ª inicia-se a produção de urina, que é eliminada no líquido amniótico é reabsorvida
fatores metabólicos da mãe podem alterar esse critério e não torná-lo confiável o pelo feto por deglutição. As excretas nitrogenadas são eliminadas pela placenta.
suficiente para estimativa de idade. -ERITROPOIESE
-A determinação do tamanho fetal em si é muito importante pois auxilia o obstetra na ⇨ Fígado na nona semana
preparação da paciente para o parto. ⇨ No final da 12ª semana, a atividade do fígado é reduzida e inicia no baço
9ª A 12ª SEMANA GESTACIONAL 13ª A 16ª SEMANA GESTACIONAL
-Na 9ª semana, o CCN é em grande parte ocupado pela MEDIDA DA CABEÇA, que é muito -Rápido crescimento, sendo que na 16ª semana a desproporção da cabeça foi um pouco
desproporcional em relação ao corpo ainda. reduzida mediante o crescimento corporal, principalmente o desenvolvimento dos
-Até a 12ª semana, o CCN já aumentou o dobro, principalmente devido ao crescimento membros superiores
corporal do feto, que se encontra acelerado. Assim, a desproporcionalidade da cabeça é -Na 14ª semana, os movimentos fetais se tornam coordenados, mas não são sentidos pela
reduzida um pouco, mas não totalmente quando comparada ao resto do corpo. gestante por serem muito leves
-Na 9ª semana, a face é larga e os olhos se encontram separados, já as orelhas estão em ⇨ Nesse período, a OSSIFICAÇÃO É ATIVA o que torna possível visualizar os ossos
posição de baixa implantação. Além disso, as pálpebras se encontram fusionadas. As no US por volta da semana 16
pernas são curtas e as coxas relativamente pequenas. ⇨ Percebe-se MOVIMENTOS DOS OLHOS na 14ª semana, assim como a determinação
-Na 12ª semana surgem os CENTROS DE OSSIFICAÇÃO PRIMÁRIA, que começam em sentido do padrão do couro cabeludo.
craniocaudal -IDENTIFICAÇÃO DO SEXO: Por volta da 12ª à 14ª semana
-Nessa fase as pernas ainda são curtas e menos desenvolvidas que os membros superiores -Na 16ª semana, os ovários em fetos femininos ⇝ TODAS AS OVOGÔNIAS E FOLÍCULOS
(Ao final da 12ª semana quase atingiram seus comprimentos finais) OVARIANOS DO INDIVÍDUO ESTÃO DESENVOLVIDOS
-Até o final da 9ª semana, as genitálias externas são parecidas e o gênero do embrião -Na 16ª semana, os olhos estão em posição anterior na face e a altura e posição das
não é identificável. orelhas está próxima da definitiva.
-Até meados da 10ª semana as alças intestinais são vistas na extremidade proximal do -Na 14ª semana, começam incipientes MRF e movimentos lentos dos olhos
cordão. 17ª A 20ª SEMANA GESTACIONAL
-Na 11ª semana, os intestinos retornam para a cavidade abdominal. -O crescimento sofre uma discreta desaceleração
⇨ CCN continua a aumentar (cerca de 50mm). -Na 24ª semana as unhas das mãos estão presentes.
-Nesse período os movimentos fetais passam a ser sentidos pela mãe. -O sistema respiratório ainda é imaturo até esse momento, por isso os fetos nascidos neste
-A pele é recoberta pelo VÉRNIX CASEOSO: camada de gordura associada à células período, NÃO TEM TENDÊNCIA A SOBREVIVER, principalmente ao risco de comprometimento
epiteliais mortas do SNC.
⇨ Protege a pele fetal de abrasões ou rachaduras resultantes do contato com o 26ª A 29ª SEMANA GESTACIONAL

líquido amniótico -Fetos que nascem nesse período podem sobreviver, uma vez que o desenvolvimento
-Também surge o LANUGO: Fina camada de pelos que ajudam a adesão do vernix caseosa. pulmonar está mais avançado, com GRANDE VASCULARIZAÇÃO e PRODUÇÃO DE
-Por volta da 20ª semana, são visíveis as sobrancelhas e o cabelo. SURFACTANTE (troca gasosa mais eficiente)
-Ocorre a formação de GORDURA MARROM (Tecido Adiposo Multilocular) para produzir calor -O SNC está mais amadurecido e iniciam-se os MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS RITMADOS, bem
para o feto (oxidação de ácidos graxos), concentrando-se na região do pescoço e na área como o controle da temperatura corporal
perirrenal. -A morte de prematuros nessa idade acontece principalmente por BPN (baixo peso- menor
-Na 18ª semana, o útero de fetos femininos é formado e há o início da canalização da que 1500-2500g.
vagina. -Na 26ª semana, as pálpebras se abrem.
-Na 20ª semana, no caso dos fetos masculinos, há o INÍCIO DA DESCIDA DOS TESTÍCULOS -Cabelo e lanugo estão bem desenvolvidos.
para a bolsa escrotal -As unhas dos pés são visíveis.
⇨ Essas gônadas, no entanto, ainda estão em região abdominal, assim como os -Ocorre uma grande produção e depósito de gordura amarela que representa 3,5% do peso
ovários corporal.

21ª A 25ª SEMANA GESTACIONAL -O baço que tem se destacado como um importante sítio de eritropoiese que tem sua

-Substancial ganho de peso e o feto; Aparenta estar mais proporcional. função assumida pela MEDULA ÓSSEA, POR VOLTA DA 28ª SEMANA

-A pele se apresenta translúcida e enrugada, rosa/avermelhada devido a vascularização e 30ª A 34ª SEMANA GESTACIONAL

visibilidade dos capilares -Nessa fase se torna evidente o reflexo pupilar (alteração do diâmetro da pupila) ⇝ 30ª

-Na 21ª semana, os movimentos oculares rápidos em sono se iniciam e por volta das semana

semanas 22 e 23 é visto a reação de piscar ao sobressalto. -A pele se apresenta rosada e lisa, os membros superiores e inferiores ficam com aspecto

-Nesse período os pneumatócitos II (células epiteliais secretórias) iniciam a produção de rechonchudo

surfactantes que são lipídios tensoativos que mantém os alvéolos pulmonares abertos -8% do peso é composto de gordura amarela nesse período
-Fetos com 32 semanas têm boa chance de sobrevivência -O sexo cromossômico de um embrião é determinado na fecundação pelo tipo de
35ª A 38ª SEMANA GESTACIONAL espermatozoide (X ou Y) que fecunda o oócito.
-Fetos a partir de 35 semanas, possuem uma preensão firme e orientação/reação -Características morfológicas masculinas e femininas não começam a se desenvolver até a
espontânea a luz. SÉTIMA SEMANA
-O SNC está mais maduro e pode realizar algumas funções integrativas. -Os sistemas genitais precoces nos dois sexos são similares; portanto, o período inicial do
-Na 36ª semana, a circunferência da cabeça e do abdome são semelhantes desenvolvimento genital é um estágio indiferenciado do desenvolvimento sexual.
⇨ Após esse momento a circunferência do abdome ultrapassa a da cabeça. DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS
-Na 37ª semana, o comprimento dos pés é um pouco maior que o femoral, sendo um -As gônadas (testículos ou ovários) são os órgãos que produzem as células sexuais
parâmetro para a confirmação da idade fetal. (espermatozoides ou oócitos).
-CONFORME O PARTO SE APROXIMA MENOR SERÁ A VELOCIDADE DE CRESCIMENTO, PORÉM, O -As gônadas são derivadas de três fontes
FETO CONTINUA A GANHAR PESO ⇨ Mesotélio (epitélio mesodérmico) revestindo a parede abdominal posterior.
-A termo, ou seja, com 38 semanas, o feto atinge CCN de 360 mm e peso de 3,4 kg, sendo ⇨ Mesênquima subjacente (tecido conjuntivo embrionário).
que grande parte do seu peso é correspondente a gordura amarela (16% do peso corporal). ⇨ Células germinativas primordiais (primeiras células sexuais indiferenciadas).
O feto nesse período final, ganha cerca de 14g de gordura por dia Gônadas Indiferenciadas
-No final da gestação, o tórax é proeminente e as mamas são protusas, tanto em fetos -Os estágios iniciais do desenvolvimento gonadal ocorrem durante a QUINTA SEMANA: área
masculinos quanto em femininos. espessada de mesotélio se desenvolve no LADO MEDIAL DO MESONEFRO (rim primitivo)
-A termo espera-se que os testículos já estejam na bolsa escrotal ⇨ CRISTAS GONADAIS: Formadas pela proliferação desse epitélio e do mesênquima
-O surfactante tem posição importante na indução do parto. subjacente. São saliências no lado medial dos mesonefros
-Fetos masculinos costumam ser maiores e mais pesados ao nascer do que os femininos ⇨ CORDÕES EPITELIAIS DIGITIFORMES: São os cordões gonadais que logo crescem
-Cabeça é uma das maiores regiões para dentro do mesênquima subjacente
Objetivo 02: Descrever a determinação sexual genética e morfológica bem -As gônadas indiferenciadas (órgãos primordiais antes da diferenciação) agora consistem
como as alterações clínicas (Hermafroditismo/intersexo, Criptorquidia, de um
síndrome da insensibilidade aos androgênicos) ⇨ CÓRTEX: Parte externa

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA GENITAL ⇨ MEDULA: Parte Interna


-COMPLEXO CROMOSSÔMICO SEXUAL XX (FEMININO): o CÓRTEX da gônada indiferenciada ⇨ É o FDT regulado pelo cromossomo Y que determina a diferenciação testicular.
se diferencia em OVÁRIO, e a medula regride ↪ A Influência desse fator organizador, estimula a diferenciação dos
-COMPLEXO CROMOSSÔMICO SEXUAL XY (MASCULINO): a MEDULA se diferencia em um cordões gonadais em cordões seminíferos (primórdios dos túbulos
TESTÍCULO, e o córtex regride. seminíferos).
CÉLULAS GERMINATIVAS PRIMORDIAIS ⇨ O gene SRY ativa um potencializador específico de testículo Sox9. Então, duas
-São células sexuais grandes e esféricas que são reconhecíveis pela primeira vez aos 24 redes reguladoras de genes impedem o desenvolvimento ovariano (Wnt4, Foxl2, Fst
dias após a fecundação entre as células endodérmicas da vesícula umbilical perto da e Rspo1) enquanto aumentam o desenvolvimento testicular (Fgf9, Amh e Dhh).
origem da alantoide ⇨ A ausência de um cromossomo Y resulta na formação de um ovário.
-Durante o dobramento do embrião, a parte dorsal da vesícula umbilical é incorporada no DESENVOLVIMENTO DE TESTÍCULOS
embrião. À medida que isso ocorre, as células germinativas primordiais migram ao longo -O FDT induz a condensação dos cordões seminíferos que se estendem para dentro da
do mesentério dorsal do intestino posterior para as cristas gonadais medula da gônada indiferenciada, onde eles se ramificam e se anastomosam (ligação que
-Durante a 6ª semana, as células germinativas primordiais penetram no mesênquima forma canais) para formarem a REDE TESTICULAR, uma rede de canais
subjacente e são incorporadas aos cordões gonadais. Essa migração das células -A conexão dos cordões seminíferos com o epitélio de superfície é perdida quando uma
germinais primordiais é regulada pelos genes stella, fragilis e BMP-4. cápsula fibrosa espessa, a TÚNICA ALBUGÍNEA, se desenvolve
DETERMINAÇÃO DO SEXO ⇨ O desenvolvimento da densa túnica albugínea é o aspecto característico do
-A determinação do sexo cromossômico e genético depende de um espermatozoide desenvolvimento testicular.
contendo um cromossomo X ou um espermatozoide contendo um cromossomo Y fecundar -Gradualmente, há a separação do testículo aumentado do mesonefro em degeneração.
um oócito que contém um cromossomo X. Depois, é suspenso pelo seu próprio mesentério, o mesórquio (prega peritoneal que envolve
-Antes da sétima semana, as gônadas dos dois sexos são idênticas em aparência e são o testículo em formação)
chamadas gônadas indiferenciadas -Os cordões seminíferos se desenvolvem nos TÚBULOS SEMINÍFEROS, túbulos retos e
-FENÓTIPO MASCULINO (características de um indivíduo): Requer um cromossomo Y rede testicular
funcional. ⇨ Os túbulos seminíferos são separados pelo mesênquima que dá origem às células
⇨ Mediada pelo gene SRY (região determinante do sexo no cromossomo Y) para o intersticiais (CÉLULAS DE LEYDIG). Pela OITAVA SEMANA, essas células começam
fator determinante do testículo (FDT) que foi localizado na região do braço a secretar HORMÔNIOS ANDROGÊNICOS (TESTOSTERONA E ANDROSTENEDIONA), os
curto do cromossomo Y.
quais induzem a diferenciação masculina dos ductos mesonéfricos e da -O desenvolvimento gonadal ocorre lentamente em embriões femininos
genitália externa. -O cromossomo X possui genes que contribuem para o desenvolvimento ovariano; um gene
-A produção de testosterona é estimulada pela GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA, que autossômico também parece desempenhar papel na organogênese ovariana.
atinge valores de pico durante o período da 8ª à 12ª semanas. -O ovário NÃO É IDENTIFICÁVEL HISTOLOGICAMENTE ATÉ APROXIMADAMENTE A 10ª
-Além de testosterona, os testículos fetais produzem uma glicoproteína chamada SEMANA.
HORMÔNIO ANTIMÜLLERIANO (HAM) ou SUBSTÂNCIA INIBIDORA MÜLLERIANA (SIM) -Os cordões gonadais não são proeminentes no ovário em desenvolvimento, mas eles se
⇨ O HAM é produzido pelas células de sustentação (CÉLULAS DE SERTOLLI); a estendem dentro da medula e formam uma RETE OVARII RUDIMENTAR. Essa rede de canais
produção continua até a puberdade, período no qual os níveis desse hormônio e os cordões gonadais, normalmente, degeneram e desaparecem
diminuem. -Os cordões corticais estendem-se do epitélio de superfície do ovário em desenvolvimento
⇨ O HAM SUPRIME O DESENVOLVIMENTO DOS DUCTOS PARAMESONÉFRICOS, os para dentro do mesênquima subjacente durante o período fetal inicial. Esse epitélio é
quais formam o útero e as tubas uterinas. derivado do mesotélio do peritônio.
-Os túbulos seminíferos não têm luz até a puberdade. As paredes dos túbulos seminíferos -À medida que os cordões corticais aumentam em tamanho, as células germinativas
são compostas de dois tipos de células primordiais são incorporadas neles
⇨ As CÉLULAS DE SERTOLI que sustentam a espermatogênese. São derivadas do -Aproximadamente com 16 semanas, esses cordões começam a se romper em grupos
epitélio de superfície do testículo e constituem a maior parte do epitélio de células isoladas, ou FOLÍCULOS PRIMORDIAIS, cada um dos quais contém uma oogônia
seminífero do testículo fetal (célula germinativa primordial).
⇨ As espermatogônias, as células espermáticas primordiais, são derivadas de ⇨ Os folículos são rodeados por uma camada única de células foliculares achatadas
células germinativas primordiais. derivadas do epitélio de superfície.
-Durante o desenvolvimento fetal tardio, o epitélio de superfície do testículo se achata para ⇨ A mitose ativa das oogônias ocorre durante a vida fetal, produzindo os folículos
formar o MESOTÉLIO (uma camada de células) sobre a superfície externa dos testículos. primordiais
-A rede testicular torna-se contínua com 15 a 20 túbulos mesonéfricos que se tornam os -Não se formam oogônias após o nascimento.
dúctulos eferentes. -Embora muitas oogônias degenerem antes do nascimento, os 2 milhões de oogônicas, ou
⇨ Esses dúctulos são conectados com o ducto mesonéfrico, que se torna o DUCTO em torno disso que permanecem, crescem e tornam-se oócitos primários.
DO EPIDÍDIMO
DESENVOLVIMENTO DOS OVÁRIOS
-Após o nascimento, o epitélio de superfície do ovário se achata para formar uma camada DESENVOLVIMENTO DE DUCTOS E GLÂNDULAS GENITAIS MASCULINOS
única de células contínuas com o mesotélio do peritônio no hilo do ovário, no qual os vasos -Os testículos fetais produzem hormônios masculinizantes (p. ex., testosterona) e SIM.
e os nervos entram ou saem. -As células de Sertoli produzem a SIM com 6 a 7 semanas.
-O epitélio da superfície se torna separado dos folículos no córtex por uma cápsula fibrosa -As células intersticiais (Leydig) começam a produzir testosterona na oitava semana.
fina, a TÚNICA ALBUGÍNEA. -A testosterona estimula os ductos mesonéfricos a formar ductos genitais masculinos,
-À medida que o ovário se separa do mesonefro em regressão, ele fica suspenso por um enquanto o HAM faz os ductos paramesonéfricos regredirem.
mesentério, o mesovário -Sob a influência da testosterona produzida pelos testículos fetais na oitava semana, a
DESENVOLVIMENTO DOS DUCTOS GENITAIS parte proximal de cada ducto mesonéfrico se torna altamente convoluta para formar o
-Durante a quinta e sexta semanas, o sistema genital está em um estágio indiferenciado, e epidídimo
estão presentes dois pares de ductos genitais. -À medida que o mesonefro degenera, alguns túbulos mesonéfricos persistem e são
⇨ DUCTOS MESONÉFRICOS (ductos de Wolf) desempenham uma parte importante no transformados em dúctulos eferentes. Esses dúctulos se abrem no ducto do epidídimo.
desenvolvimento do sistema reprodutor masculino -Distal ao epidídimo, o ducto mesonéfrico adquire um revestimento espesso de músculo
⇨ DUCTOS PARAMESONÉFRICOS (ductos de Müller) têm um papel condutor no liso e se torna o ducto deferente
desenvolvimento do sistema reprodutor feminino GLÂNDULAS SEMINAIS
-Os ductos paramesonéfricos se desenvolvem laterais às gônadas e aos ductos -Evaginações laterais da extremidade caudal de cada ducto mesonéfrico tornam-se as
mesonéfricos em cada lado a partir de invaginações longitudinais do mesotélio nos glândulas (vesículas) seminais, as quais produzem uma secreção que constitui a maior
aspectos laterais dos mesonefros (rins primordiais). As bordas desses sulcos se aproximam parte do líquido no ejaculado e nutre os espermatozoides
uma da outra e se fundem para formar os ductos paramesonéfricos -A parte do ducto mesonéfrico entre o ducto dessa glândula e da uretra se torna o ducto
-As extremidades craniais desses ductos se abrem para dentro da cavidade peritoneal ejaculatório.
-Caudalmente, os ductos paramesonéfricos correm paralelos aos ductos mesonéfricos até PRÓSTATA
eles atingirem a futura região pélvica do embrião. -Múltiplas evaginações do endoderma surgem da parte prostática da uretra e crescem
-Aqui eles cruzam ventralmente aos ductos mesonéfricos, aproximam-se um do outro no dentro do mesênquima circundante
plano mediano, e se fundem para formarem um primórdio uterovaginal em forma de Y -O epitélio glandular da próstata se diferencia a partir dessas células endodérmicas, e o
⇨ Essa estrutura tubular se projeta para a parede dorsal do seio urogenital e produz mesênquima associado diferencia-se no estroma (arcabouço de tecido conjuntivo) e no
uma elevação, o tubérculo do seio. músculo liso da próstata.
-Os genes Hox controlam o desenvolvimento da próstata bem como das glândulas ⇨ Bolsa retouterina
seminais. ⇨ Bolsa vesicouterina
-Secreções da próstata contribuem para o sêmen (ejaculado). -Ao longo dos lados do útero, entre as camadas do ligamento largo, o mesênquima prolifera
GLÂNDULAS BULBOURETRAIS e se diferencia em tecido celular, ou paramétrio, que é composto de tecido conjuntivo
-Essas glândulas do tamanho de uma ervilha desenvolvem-se a partir de evaginações frouxo e músculo liso.
pareadas derivadas da parte esponjosa da uretra GLÂNDULAS GENITAIS AUXILIARES FEMININAS
-As fibras musculares lisas e o estroma se diferenciam do mesênquima adjacente. -Glândulas bilaterais uretrais e parauretrais (secretoras de muco): Evaginações da
-As secreções dessas glândulas também contribuem para o sêmen. uretra para dentro do mesênquima
DESENVOLVIMENTO DE DUCTOS E GLÂNDULAS GENITAIS FEMININOS -Glândulas vestibulares maiores: Evaginações do seio urogenital formam as no terço
-Os ductos mesonéfricos dos embriões femininos regridem devido à ausência de inferior dos grandes lábios
testosterona; somente persistem alguns remanescentes não funcionais -Essas glândulas tubuloalveolares também secretam muco e são homólogas às glândulas
-Os ductos paramesonéfricos desenvolvem-se devido à ausência de SIM. bulbouretrais nos homens
-O desenvolvimento sexual feminino durante o período fetal não depende da presença DESENVOLVIMENTO DA VAGINA
de ovários ou hormônios. -A parede fibromuscular da vagina se desenvolve a partir do mesênquima circundante.
-Mais tarde, ESTROGÊNIOS produzidos pelos ovários maternos e pela placenta estimulam o -O contato do primórdio uterovaginal com o seio urogenital, formando o tubérculo do seio
desenvolvimento das tubas uterinas, do útero e da parte superior da vagina. induz a formação de um par de projeções do endoderma, os bulbos sinovaginais
-Os ductos paramesonéfricos formam a maior parte do trato genital feminino. -Eles se estendem a partir do seio urogenital até a extremidade caudal do primórdio
⇨ Tubas uterinas se desenvolvem a partir das partes craniais não fundidas desses uterovaginal.
ductos -Os bulbos sinovaginais se fundem para formar uma placa vaginal
⇨ Primórdio uterovaginal: Partes caudais fusionadas dos ductos paramesonéfricos o -Mais tarde, as células centrais dessa placa se decompõem formando a luz da vagina
qual dá origem ao útero e a parte superior da vagina -O epitélio da vagina é derivado das células periféricas da placa vaginal
-O estroma endometrial e o miométrio são derivados do mesênquima esplâncnico. -Até o final da vida fetal, a luz da vagina é separada da cavidade do seio urogenital por uma
-O desenvolvimento uterino é regulado pelo gene homeobox HOXA10. membrana, o HÍMEN
-A fusão dos ductos paramesonéfricos também forma uma prega peritoneal que se torna o ⇨ A membrana é formada pela invaginação da parede posterior do seio urogenital,
ligamento largo e forma dois compartimentos peritoneais resultando de uma expansão da extremidade caudal da vagina. O hímen
geralmente se rompe, deixando uma pequena abertura durante o período perinatal -Parte da extremidade cranial do ducto paramesonéfrico que não contribui para o
(antes, durante ou após o nascimento), e permanece como uma fina prega de infundíbulo da tuba uterina pode persistir como um apêndice vesicular, chamada de
membrana mucosa no interior do orifício vaginal hidátide (de Morgagni).
REMANESCENTES VESTIGIAIS DOS DUCTOS GENITAIS EMBRIONÁRIOS REMANESCENTES DO DUCTO MESONÉFRICO EM MULHERES
-Durante a conversão dos ductos mesonéfricos e paramesonéfricos em estruturas adultas, -A extremidade cranial do ducto mesonéfrico pode persistir como um apêndice vesiculoso
algumas partes dos ductos permanecem como estruturas vestigiais -Poucos túbulos em fundo cego e um ducto, ou epoóforo, podem persistir no mesovário
-Esses vestígios raramente são vistos a não ser que alterações patológicas se desenvolvam entre o ovário e a tuba uterina
neles (p. ex., cistos dos ductos de Gartner originados de vestígios de ductos mesonéfricos -Mais perto do útero, alguns túbulos rudimentares podem persistir como o paroóforo

HOMENS -Partes do ducto mesonéfrico, correspondentes ao ducto deferente e ao ducto ejaculatório

REMANESCENTES DOS DUCTOS MESONÉFRICOS NOS HOMENS em homens, podem persistir como os cistos do ducto de Gartner entre as camadas do

-A extremidade cranial do ducto mesonéfrico pode persistir como um apêndice do ligamento largo ao longo da parede lateral do útero e na parede da vagina

epidídimo, que usualmente situa-se afixado à cabeça do epidídimo DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA
-Caudais aos ductos eferentes, alguns túbulos mesonéfricos podem persistir como um -Até a sétima semana, as genitálias externas são semelhantes em ambos os sexos. As
pequeno corpo, o paradídimo. características sexuais distintas começam a aparecer durante a nona semana, mas as
REMANESCENTES DOS DUCTOS PARAMESONEFRICOS EM HOMENS genitálias externas não estão completamente diferenciadas até a 12ª semana.
-A extremidade cranial do ducto paramesonéfrico pode persistir como um apêndice -No início da na quarta semana, o mesênquima em proliferação produz um tubérculo
vesicular do testículo, que é afixado no polo superior do testículo genital (primórdio do pênis ou do clitóris) em ambos os sexos na extremidade cranial da
-O utrículo prostático, uma pequena estrutura semelhante a um saco originada do ducto membrana cloacal
paramesonéfrico, se abre para a uretra prostática. O revestimento do utrículo prostático é -O ectoderma cloacal é considerado a fonte do sinal de iniciação genital que envolve a
derivado do epitélio do seio urogenital. Dentro desse epitélio, células endócrinas contendo expressão de Fgf8.
enolase neurônio-específica e serotonina foram detectadas. O colículo seminal, uma -As saliências labioescrotais e as pregas urogenitais logo se desenvolvem em cada lado da
pequena elevação na parede posterior da uretra prostática, é o derivado adulto do membrana cloacal.
tubérculo do seio -O tubérculo genital se alonga formando um falo primordial (pênis ou clitóris).

MULHERES -A membrana urogenital reside no assoalho de uma fenda mediana, o sulco uretral, que é

REMANESCENTES DO DUCTO PARAMESONÉFRICO EM MULHERES limitado pelas pregas uretrais


-Em fetos femininos, a uretra e a vagina se abrem para uma cavidade comum, o vestíbulo -O corpo cavernoso do pênis (uma de duas colunas de tecido erétil) e o corpo esponjoso
da vagina do pênis (coluna mediana de tecido erétil entre os dois corpos cavernosos) se
DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA MASCULINA desenvolvem a partir do mesênquima do falo.
-A masculinização da genitália externa indiferenciada é induzida pela testosterona -As duas saliências labioescrotais crescem uma em direção à outra e se fundem para
produzida pelas células intersticiais dos testículos fetais formar o escroto
-À medida que o falo primordial aumenta e se alonga para formar o pênis, as pregas -A linha de fusão dessas pregas é claramente visível como a rafe escrotal
uretrais formam as paredes laterais do sulco uretral na superfície ventral do pênis DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA FEMININA
-Esse sulco é revestido por uma proliferação de células endodérmicas, a placa uretral, a -O falo primordial no feto feminino gradualmente se torna o clitóris
qual se estende a partir da parte fálica do seio urogenital. -O clitóris é ainda relativamente grande com 18 semanas .
-As pregas uretrais se fundem uma com a outra ao longo da superfície ventral do pênis -As pregas uretrais não se fusionam, exceto posteriormente, quando elas se juntam para
para formar a uretra esponjosa formar o frênulo dos pequenos lábios
-O ectoderma superficial se funde no plano mediano do pênis, formando a rafe peniana e -As partes não fusionadas das pregas urogenitais formam os pequenos lábios.
confina a uretra esponjosa dentro do pênis -As pregas labioescrotais se fundem posteriormente para formar a comissura labial
-Na extremidade da glande peniana, uma invaginação ectodérmica forma um cordão posterior e anteriormente para formar a comissura labial anterior e o monte do púbis
ectodérmico, que cresce na direção da raiz do pênis para encontrar a uretra esponjosa. À -A maior parte das pregas labioescrotais permanecem não fusionadas, mas se
medida que esse cordão se recanaliza, sua luz se une à uretra esponjosa previamente desenvolvem em duas grandes pregas de pele, os grandes lábios.
formada. DETERMINAÇÃO DO SEXO FETAL
-Essa junção completa a parte terminal da uretra e move o orifício uretral externo para a -A visualização da genitália externa durante a ultrassonografia é clinicamente importante
extremidade da glande do pênis por várias razões, incluindo a detecção de fetos com risco de doenças graves ligadas ao X
-Os genes HOX, FGF, e Shh regulam o desenvolvimento do pênis. -O exame cuidadoso do períneo pode detectar genitália ambígua
Durante a 12ª semana, uma invaginação circular de ectoderma ocorre na periferia da -A confirmação ultrassonográfica de testículos no escroto permite em 100% a
glande peniana determinação do sexo, a qual não é possível in utero até 22 a 36 semanas.
⇨ Quando essa invaginação se decompõe, ela forma o prepúcio, uma prega de pele -Em 30% dos fetos, a posição fetal impede a boa visualização do períneo (área entre as
coxas).
INTERSEXO
-Quando existe a diferenciação sexual normal, a aparência da genitália externa e interna é -A maioria das pessoas com essa condição tem ambos tecido testicular e tecido ovariano e
condizente com o complemento cromossômico sexual. um ovotestículo (gônada na qual estão presentes ambos os componentes testicular e
-Erros na determinação e diferenciação do sexo resultam em vários graus de sexos ovariano).
intermediários -Esses tecidos não são usualmente funcionais.
-Em virtude do estigma psicossocial e a fim de fornecer melhor conduta clínica para bebês -Um ovotestículo se forma se ambos; a medula e o córtex das gônadas indiferenciadas; se
nascidos com constituição cromossômica ou gônadas atípicas, uma nova nomenclatura foi desenvolvem.
apresentada para descrever essas condições que são agora chamadas distúrbios do -O DDD ovotesticular resulta de um erro na determinação do sexo. O fenótipo pode ser
desenvolvimento sexual (DDS) masculino ou feminino, mas os genitais externos são sempre ambíguos.
-DDS significa uma discrepância entre a morfologia das gônadas (testículos ou ovários) e a DDS 46,XX
aparência da genitália externa. -Têm núcleos cromatina-positivos e uma constituição cromossômica 46,XX.
As condições intersexuais são classificadas de acordo com o aspecto histológico das -Essa anomalia resulta da exposição de um feto feminino a ANDROGÊNIOS EXCESSIVOS,
gônadas: causando VIRILIZAÇÃO DA GENITÁLIA EXTERNA (aumento do clitóris e fusão labial)
⇨ DDS ovotesticular: Tecido ovariano e testicular são encontrados na mesma -Uma causa comum de 46,XX é a HAC (Hiperplasia Adrenal Congênita).
gônada ou em gônadas opostas. -Não há anormalidade ovariana; entretanto, a produção excessiva de androgênios pelas
⇨ DDS 46,XX: Ovários estão presentes. glândulas suprarrenais fetais causa graus variáveis de masculinização da genitália
⇨ DDS 46,XY: Tecido testicular está presente. externa.
DDS Ovotesticular (Intersexo Gonadal Verdadeiro) -Comumente, há hipertrofia do clitóris, fusão parcial dos grandes lábios, e um seio
-Rara condição intersexual, usualmente têm núcleos cromatinapositivos (cromatina sexual urogenital persistente
nas células observada em um esfregaço bucal). -Em casos raros, a masculinização pode ser tão intensa que resulta em uma uretra
-Aproximadamente 70% dessas pessoas têm uma constituição cromossômica 46,XX; clitoriana completa.
aproximadamente 20% têm mosaicismo 46,XX/46,XY (a presença de duas ou mais -A administração de agentes androgênicos a mulheres durante o início da gravidez pode
linhagens celulares), e aproximadamente 10% têm uma constituição cromossômica 46,XY. causar anomalias similares da genitália externa fetal.
-As causas de DDS ovotesticular ainda estão pouco compreendidas. -A maioria dos casos resultaram do uso de certos compostos progestacionais para
tratamento de ameaças de aborto
-Tumores maternos masculinizantes podem também causar virilização de fetos femininos.
DDS 46,XY -A falha da ocorrência de masculinização nessas pessoas resulta de uma RESISTÊNCIA À
-Têm núcleos cromatina-negativos (sem cromatina sexual) e uma constituição AÇÃO DA TESTOSTERONA AO NÍVEL CELULAR no tubérculo genital e pregas labioescrotais
cromossômica 46,XY. e uretrais
-Os genitais externos apresentam desenvolvimento variado, do mesmo modo que o -Pessoas com síndrome de insensibilidade androgênica parcial exibem alguma
desenvolvimento da genitália interna, devido a graus variados de desenvolvimento dos masculinização ao nascimento, tal como a genitália externa ambígua, e elas podem ter um
ductos paramesonéfricos clitóris aumentado.
-Essas anomalias são causadas por produção inadequada de testosterona e de SIM -A vagina termina cegamente e o útero é ausente. Os testículos estão nos canais inguinais
pelos testículos fetais ou nos grandes lábios.
-O desenvolvimento testicular nesses indivíduos varia de rudimentar a normal. -Usualmente há mutações pontuais na sequência que codifica o receptor a androgênio.
-Os defeitos genéticos na síntese enzimática de testosterona pelos testículos fetais e nas Frequentemente, os testículos dessas pessoas são removidos tão logo eles sejam
células intersticiais produzem DDS 46,XY através da virilização inadequada do feto descobertos porque, em aproximadamente um terço desses indivíduos, tumores
masculino malignos se desenvolvem em torno dos 50 anos de idade.
SÍNDROME DE INSENSIBILIDADE AO ANDROGÊNIO -A síndrome de insensibilidade androgênica obedece a herança recessiva ligada ao X, e o
-Pessoas com síndrome de insensibilidade ao androgênio, antes chamada de síndrome de gene que codifica o receptor a androgênio foi localizado.
feminização testicular, que ocorre em 1 a cada 20.000 nascidos vivos, são mulheres de DESCIDA DOS TESTÍCULOS
aparência normal, apesar da presença de testículos e uma constituição cromossômica -A descida dos testículos está associada:
46,XY ⇨ Ao aumento dos testículos e atrofia do mesonefro (rins mesonéfricos), permitindo
-Os genitais externos são femininos; entretanto, a vagina usualmente termina em uma o movimento dos testículos caudalmente ao longo da parede abdominal posterior.
bolsa cega, e o útero e tubas uterinas são ausentes ou rudimentares. ⇨ À atrofia dos ductos paramesonéfricos induzida pela SIM, possibilitando o
-Na puberdade, há desenvolvimento normal de mamas e características femininas; movimento transabdominal dos testículos para os anéis inguinais profundos.
entretanto, a menstruação não ocorre. ⇨ Ao aumento do processo vaginal que guia o testículo através do canal inguinal
-Os testículos estão usualmente no abdome ou nos canais inguinais, mas podem estar para dentro do escroto.
dentro dos grandes lábios. -Com 26 semanas, os testículos já desceram retroperitonealmente (externos ao peritônio)
da região lombar superior da parede abdominal posterior para os anéis inguinais profundos
-Essa mudança de posição ocorre à medida que a pelve fetal aumenta e o corpo ou tronco -O criptorquidismo pode ser unilateral ou bilateral. Na maioria dos casos, os testículos que
se alonga. O movimento transabdominal dos testículos é em grande parte um movimento não desceram, descem para o escroto até o fim do primeiro ano
relativo que resulta do crescimento da parte cranial do abdome, afastando-se da futura -Se ambos os testículos permanecerem dentro ou imediatamente fora da cavidade
região pélvica. abdominal, eles deixam de amadurecer e a esterilidade é comum
-A descida dos testículos através dos canais inguinais para dentro do escroto é controlada -Se o criptorquidismo não for corrigido, esses meninos têm um risco significativamente
por androgênios (p. ex., testosterona) produzidos pelos testículos fetais mais alto de desenvolver tumores de células germinativas, especialmente em casos de
-O gubernáculo forma um caminho através da parede abdominal anterior para o processo criptorquidismo abdominal.
vaginal seguir durante a formação do canal inguinal e ancora o testículo no escroto, -Testículos que não desceram são, muitas vezes, histologicamente normais ao nascimento,
dirigindo sua descida para dentro do escroto. mas a falta de desenvolvimento e a atrofia são detectáveis em torno do fim do primeiro
-A passagem do testículo através do canal inguinal também pode ser auxiliada pelo ano.
aumento na pressão intra-abdominal que resulta do crescimento das vísceras abdominais. -Os testículos criptorquídicos podem estar na cavidade abdominal ou em qualquer local ao
-A descida dos testículos através dos canais inguinais para dentro do escroto usualmente longo do caminho usual de descida dos testículos, mas eles geralmente estão no canal
começa durante a 26ª semana, e em alguns fetos leva de 2 a 3 dias. Em torno de 32 inguinal
semanas, ambos os testículos estão presentes no escroto, na maioria dos casos. Os -A causa da maioria dos casos de criptorquidismo é desconhecida; entretanto, uma
testículos passam externos ao peritônio e ao processo vaginal. deficiência de produção de androgênios pelos testículos fetais constitui um fator
-Depois que os testículos entram no escroto, o canal inguinal se contrai em torno do cordão importante.
espermático. Mais de 97% dos recém-nascidos a termo têm ambos os testículos no Objetivo 03: Citar os principais fatores de risco para prematuridade
escroto. Durante os primeiros 3 meses após o nascimento, a maioria dos testículos que não -Restrição do crescimento intrauterino
desceram, descem para dentro do escroto. - Hipertensão crônica
CRIPTORQUIDISMO - Pré-eclâmpsia
-O criptorquidismo (testículos ocultos) é o defeito mais comum em recém-nascidos; ocorre - Descolamento prematuro da placenta
em cerca de 30% dos meninos prematuros e 3% a 5% dos meninos nascidos a termo. - Malformação do útero
-Isso reflete o fato de que os testículos começam a descer para o escroto em torno do final - Infecções no útero
do segundo trimestre - Malformação do feto
REFERÊNCIAS
-MOORE, Keith. L. Embriologia clínica. 10a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
-CARLSON, Bruce M. Embriologia humana e biologia do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1996.
-MOTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa; RESENDE FILHO, Jorge de. Rezende, obstetrícia fundamental.
11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 607 p.
-Fonseca E, Moreira de Sá RA, Eds. Coleção Febrasgo – Medicina Fetal. Elsevier. 2a Ed. 2017.
Problema 03- FECHAMENTO 02 ⇨ O divertículo laringotraqueal logo se separa da faringe primitiva; entretanto, ele se
mantém em comunicação com esta através do canal laríngeo primitivo
Objetivo 01: Caracterizar as fases da maturação pulmonar e as consequências -PREGAS TRAQUEOESOFÁGICAS LONGITUDINAIS: Se desenvolvem no divertículo, se

para o concepto associadas ao parto prematuro e as medidas preventivas aproximam uma da outra, e se fundem para formar uma divisão, o septo

mediante essa possibilidade traqueoesofágico, até o final da quinta semana

-Os órgãos respiratórios inferiores (laringe, traquéia, brônquios e pulmões) começam a se ⇨ Esse septo divide a porção cranial do intestino anterior:

formar durante a QUARTA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO ↪ Parte ventral: Tubo laringotraqueal (o primórdio da laringe, da traqueia,
dos brônquios e dos pulmões)
PRIMÓRDIO RESPIRATÓRIO
↪ Parte dorsal: Primórdio da orofaringe e do esôfago
-O sistema respiratório começa como um crescimento mediano, o sulco laringotraqueal,
-A abertura do tubo laringotraqueal na faringe torna-se o canal laríngeo primitivo
que aparece no assoalho da extremidade caudal do intestino anterior primitivo (faringe
-A separação do intestino anterior tubular único em traqueia e esôfago resulta de um
primitiva)
processo complexo e coordenado de múltiplas vias de sinalização e dos fatores de
⇨ Esse primórdio da árvore traqueobrônquica se desenvolve caudal ao quarto par
transcrição
de arcos faríngeas.
-ENDODERMA DE REVESTIMENTO do sulco laringotraqueal: Forma o epitélio pulmonar e as
DESENVOLVIMENTO DOS BRÔNQUIOS E DOS PULMÕES

glândulas da laringe, da traqueia e dos brônquios. -O broto respiratório (broto pulmonar) se desenvolve na extremidade caudal do

-MESODERMA ESPLÂNCNICO ao redor do intestino anterior: Forma o tecido conjuntivo, a divertículo laringotraqueal durante a quarta semana

cartilagem, o músculo liso, os vasos sanguíneos e linfáticos -O broto logo se divide em duas evaginações

-DIVERTÍCULO LARINGOTRAQUEAL (BROTO PULMONAR) saculiforme: É formada até o final ⇨ Brotos brônquicos primários: Crescem lateralmente para dentro dos canais

da quarta semana pela evaginação do sulco laringotraqueal; Esta localizado ventral à pericardioperitoneais que é o primórdio das cavidades pleurais

parte caudal do intestino anterior ⇨ Brotos brônquicos secundários e terciários logo se desenvolvem.

⇨ Conforme o divertículo se alonga, este é envolvido pelo mesênquima esplâncnico. -Junto com o mesênquima esplâncnico ao redor, os brotos brônquicos se diferenciam

Sua extremidade distal se dilata para formar um broto respiratório globular, que em brônquio e suas ramificações nos pulmões

representa o broto único do qual a árvore respiratória se origina -Primórdio do Brônquio Principal: Formado no início da quinta semana a partir da
conexão aumentada de cada broto brônquico com a traqueia
-O brônquio principal direito embrionário é ligeiramente maior do que o esquerdo e ⇨ O músculo liso e o tecido conjuntivo dos brônquios, o tecido conjuntivo pulmonar e
está orientado mais verticalmente. os capilares também são derivados desse mesênquima.
⇨ Essa relação persiste no adulto; consequentemente, um corpo estranho entra com -PLEURA VISCERAL: Camada formada quando os pulmões se desenvolvem, derivada do
mais facilidade no brônquio principal direito do que no esquerdo. mesênquima esplâncnico
-O brônquio principal subdivide-se em ⇨ Com a expansão, os pulmões e a cavidade pleural crescem caudalmente para o
⇨ Brônquio secundário: Forma os ramos lobares mesênquima da parede corporal e logo se aproximam do coração.
↪ Este se divide em segmentares: Originam os os ramos intersegmentares -PLEURA PARIETAL: Camada que reveste a parede torácica corporal derivada do
-No lado direito, o brônquio lobar superior suprirá o lobo superior do pulmão mesoderma somático
-Entretanto, o brônquio lobar inferior se subdivide em dois brônquios, -O espaço entre a pleura parietal e a visceral é a cavidade pleural.
⇨ Brônquio lobar médio inferior MATURAÇÃO DOS PULMÕES
⇨ Brônquio lobar inferior -A maturação dos pulmões é dividida em quatro estágios histologicamente distintos: o
-No lado esquerdo, dois brônquios secundários suprem o lobo superior e o lobo inferior dos pseudoglandular, o canalicular, saco terminal e o estágio alveolar.
pulmões. ESTÁGIO PSEUDOGLANDULAR (5ª à 17ª SEMANA)
-Cada brônquio lobar sofrerá progressivas ramificações. -Possui aparência de GLÂNDULAS EXÓCRINAS
-Na 7ª semana, os brônquios segmentares, 10 no pulmão direito e 8 ou 9 no pulmão -Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto
esquerdo, começam a se formar. Enquanto isso ocorre, o mesênquima ao redor também se aqueles envolvidos com as trocas gasosas.
divide. -A respiração não é possível; portanto, fetos nascidos durante esse período são
⇨ Os brônquios segmentares, com a massa de mesênquima circundante, formam o incapazes de sobreviver.
primórdio dos segmentos broncopulmonares. ESTÁGIO CANALICULAR (16ª à 26ª SEMANA)
-Por volta da 24ª semana, aproximadamente 17 ordens de segmentos estão formados e os -O estágio canalicular sobrepõem-se ao estágio pseudoglandular, pois o desenvolvimento
bronquíolos respiratórios se desenvolveram do segmento cranial dos pulmões amadurecem mais rápido do que o segmento
-Além disso, sete gerações de vias respiratórias se formam após o nascimento caudal.
-PLACAS DE CARTILAGENS: Formam-se de acordo com o desenvolvimento dos brônquios a -A luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar
partir do mesênquima esplâncnico ao redor TORNA-SE ALTAMENTE VASCULARIZADO
-Por volta da 24ª semana, cada bronquíolo terminal forma dois ou mais bronquíolos ⇨ O surfactante se forma como uma película monomolecular na parede interna dos
respiratórios, que irão se dividir em três a seis passagens: os ductos alveolares primitivos. sacos alveolares e neutraliza as forças de tensão superficial na interface
-A respiração é possível ao final do período canalicular (26 semanas) ar-alvéolo
⇨ Alguns sacos terminais de parede delgada (alvéolos primitivos) se desenvolvem no ⇨ Facilita a expansão dos sacos terminais por prevenirem a atelectasia (colapso
final dos bronquíolos respiratórios e o tecido pulmonar está bem vascularizado. dos sacos durante a expiração)
-Embora fetos nascidos ao final desse período possam sobreviver se tiverem cuidados -A maturação dos pneumócitos tipo II e a produção do surfactante variam amplamente
intensivos, neonatos prematuros muitas vezes não sobrevivem, pois o sistema entre os fetos de diferentes idades gestacionais.
respiratório e os outros sistemas ainda estão relativamente imaturos -A produção do surfactante aumenta durante os estágios terminais da gestação,
ESTÁGIO DE SACO TERMINAL (24ª SEMANA AO FINAL DO PERÍODO FETAL) particularmente durante as últimas 2 semanas.
-Muitos mais sacos terminais (alvéolos primitivos) se desenvolvem e seus epitélios -A produção de surfactante começa entre a 20ª e a 22ª semana
tornam-se muito finos. ⇨ Mas o surfactante está presente apenas em pequenas quantidades em bebês
-Os capilares tornam-se protuberantes nesses sacos prematuros, não estando presente em níveis adequados até o final do período
-O íntimo contato entre o epitélio e as células endoteliais estabelece a barreira fetal.
hematoaérea, que permite uma troca adequada de gases, necessária para a sobrevivência -POR VOLTA DA 26ª À 28ª SEMANA: feto frequentemente pesa cerca de 1.000 g e estão
do feto caso este nasça prematuramente. presentes sacos alveolares e surfactantes suficientes para permitir a sobrevivência de
-PNEUMÓCITOS TIPO I: São células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica que bebês nascidos prematuramente.
revestem na 26ª semana os sacos terminais através dos quais a troca gasosa ocorre. ⇨ Antes disso, os pulmões são, geralmente, incapazes de prover trocas gasosas
-A rede de capilares se prolifera rapidamente no mesênquima ao redor dos alvéolos em adequadas, em parte, porque a área de superfície alveolar é insuficiente e a
desenvolvimento, contudo, não é concomitante ao desenvolvimento ativo dos capilares vascularização é pouco desenvolvida.
linfáticos. -A presença de uma ADEQUADA VASCULARIZAÇÃO PULMONAR E PRODUÇÃO DE
-PNEUMÓCITOS TIPO II: Estão dispersos entre as células epiteliais pavimentosas. São SURFACTANTE suficiente é mais importante que a presença de sacos terminais delgados
células epiteliais secretoras arredondadas que secretam o SURFACTANTE PULMONAR, ou um epitélio alveolar primitivo para a sobrevivência e desenvolvimento neurológico de
uma mistura complexa de fosfolipídios e proteínas. bebês prematuros
ESTÁGIO ALVEOLAR (FINAL DO PERÍODO FETAL AOS 8 ANOS)
-Depende da definição do termo alvéolos.
-Os sacos terminais análogos aos alvéolos estão presentes na 32ª semana ⇨ Após o nascimento, os alvéolos primitivos se ampliam conforme a expansão dos
-O epitélio de revestimento desses sacos atenua-se para uma fina camada epitelial pulmões, mas o maior aumento no tamanho dos pulmões resulta do aumento no
pavimentosa número de bronquíolos respiratórios e alvéolos primitivos, mais do que um
-Os pneumócitos tipo I tornam-se tão delgados que os capilares adjacentes projetam-se aumento no tamanho dos alvéolos
para os sacos alveolares ⇨ O desenvolvimento alveolar está, em grande parte, completo aos 3 anos de
-AO FINAL DO PERÍODO FETAL (38 SEMANAS), OS PULMÕES SÃO CAPAZES DE REALIZAR A idade, mas novos alvéolos são acrescentados até aproximadamente 8 anos de
RESPIRAÇÃO: A membrana alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou membrana idade.
respiratória) é delgada o suficiente para realizar as trocas gasosas -Ao contrário dos alvéolos maduros, os alvéolos imaturos possuem o potencial para
⇨ Embora os pulmões não comecem a realizar essa função vital até o nascimento, formar alvéolos primitivos adicionais.
estes são bem desenvolvidos e, portanto, capazes de funcionar prontamente ⇨ Conforme esses alvéolos aumentam em tamanho, eles se tornam alvéolos
quando o bebê nasce. maduros.
-No início do estágio alveolar (32 semanas), cada bronquíolo respiratório termina em um ⇨ O principal mecanismo para o aumento do número de alvéolos é a formação de
aglomerado de sacos alveolares de paredes delgadas, separados um dos outros por septos secundários de tecido conjuntivo que subdividem os alvéolos primitivos
tecido conjuntivo frouxo. existentes.
⇨ Esses sacos representam os futuros ductos alveolares ⇨ Inicialmente, os septos são relativamente espessos, mas estes logo são
-A transição da dependência da placenta na troca gasosa para a troca gasosa autônoma transformados em septos delgados maduros que são capazes de realizar as trocas
requer as seguintes mudanças adaptativas dos pulmões: gasosas.
⇨ Produção de surfactante nos sacos alveolares. -O desenvolvimento dos pulmões durante os primeiros meses após o nascimento é
⇨ Transformação dos pulmões de órgãos secretores para órgãos capazes de caracterizado pelo aumento exponencial na superfície da barreira hematoaérea através da
realizar as trocas gasosas. multiplicação dos alvéolos e capilares.
⇨ Estabelecimento das circulações sistêmicas e pulmonar em paralelo. -Aproximadamente, 150 milhões de alvéolos primitivos, metade do número em adultos,
-Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros desenvolvem- se no período pós-natal. estão presentes nos pulmões de um recém-nascido a termo. Na radiografia de tórax,
⇨ Antes do nascimento, os alvéolos primordiais aparecem como pequenas projeções portanto, os pulmões dos neonatos são mais densos que os pulmões dos adultos. Entre o
nas paredes dos bronquíolos respiratórios e dos sacos alveolares, dilatações terceiro e oitavo ano de vida, são alcançados os 300 milhões de alvéolos dos adultos.
terminais dos ductos alveolares VIAS DE SINALIZAÇÃO
-Estudos moleculares indicam que o desenvolvimento dos pulmões é controlado por uma MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS FETAIS
cascata de vias de sinalização que são reguladas por uma expressão temporal e sequencial -Os movimentos respiratórios fetais (MRFs), que podem ser detectados pela
de genes altamente conservados. ultrassonografia em tempo real, ocorrem antes do nascimento, exercendo força suficiente
-O comprometimento e a diferenciação do endoderma das células do intestino anterior para causar a aspiração de algum líquido amniótico pelos pulmões
para formar as células epiteliais do tipo respiratórias estão associados com a expressão de -Ocorrem intermitentemente (aproximadamente 30% durante o rápido movimento dos
diversos fatores de transcrição. olhos no sono) e são essenciais ao desenvolvimento normal dos pulmões
⇨ Fator de transcrição tireoidiano 1 -O padrão do MRF é amplamente utilizado para o acompanhamento do trabalho de parto e
⇨ Fator nuclear dos hepatócitos 3β e o GATA-6, assim como outros membros da na previsão da sobrevida de fetos nascidos prematuros
família Zinc–finger -No nascimento, o feto já possui a vantagem de vários meses de exercícios
⇨ Receptores do ácido retinóico respiratórios
⇨ Genes contendo o domínio homeobox (Hox). Especificam o eixo anteroposterior do -Os MRFs que, aumentam à medida que o parto se aproxima, provavelmente condicionam
embrião. os músculos respiratórios
-Desenvolvimento do broto respiratório: O fator de crescimento de fibroblasto 10 e -Além disso, esses movimentos estimulam o pulmão a se desenvolver, possivelmente pela
outros sinais do mesênquima esplâncnico provavelmente criação de um gradiente de pressão entre os pulmões e o líquido amniótico
-As ramificações dos brotos (morfogênese ou produção da ramificação) e sua proliferação -Ao nascimento, os pulmões estão aproximadamente com a metade de seu volume
dependem de uma interação epitelial (endoderma do intestino anterior) – mesenquimal preenchido com líquido derivado da cavidade amniótica, pulmões e das glândulas
(mesoderma). traqueais.
-A via de sinalização Wnt tem um papel essencial nas interações indutivas entre o epitélio e -A aeração dos pulmões ao nascimento não é tanto devido à dilatação dos órgãos
o mesênquima. -Estudos recentes sugerem que o fator de transcrição SOX17 e a sinalização colapsados vazios, mas, sim, da rápida substituição do líquido intra-alveolar pelo ar.
Wnt7b do epitélio regulam a proliferação mesenquimal e a formação dos vasos sanguíneos -O LÍQUIDO DOS PULMÕES É RETIRADO AO NASCIMENTO POR TRÊS ROTAS:
nos pulmões. ⇨ Através da boca e do nariz por pressão no tórax fetal durante o parto vaginal.
-O padrão morfogênico do gene hedgehog (Shh–Gli) modula a expressão do fator de ⇨ Pelos capilares, artérias e veias pulmonares.
crescimento de fibroblasto 10, que controla a ramificação dos brotos brônquicos. Além ⇨ Pelos vasos linfáticos.
disto, o ácido retinoico morfogênico regula o Hox a5, b5 e c4 que são expressos no pulmão -No feto próximo ao termo, os vasos linfáticos pulmonares são relativamente maiores e
em desenvolvimento. mais numerosos do que em adultos.
⇨ O fluxo linfático é rápido durante as primeiras horas após o nascimento e em -Os pulmões saudáveis a fresco de recém-nascidos sempre possuem algum ar;
seguida diminui. consequentemente, um tecido pulmonar retirado destes irá flutuar na água.
-Três fatores são importantes para o desenvolvimento normal do pulmão -Um pulmão doente, particularmente preenchido por líquido, pode não flutuar.
⇨ Espaço torácico adequado para o crescimento pulmonar -O significado médico legal é o fato de os pulmões de um natimorto serem firmes e
⇨ MRFs afundarem quando colocados na água, pois estes contém líquido e não ar.
⇨ Volume de líquido amniótico adequado SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA
PARTO PREMATURO -A síndrome da angústia respiratória (SAR) afeta aproximadamente 2% dos
-Fetos nascidos entre a 24ª e a 26ª semana após a fecundação podem sobreviver se recém-nascidos
tiverem cuidados intensivos; entretanto, eles podem sofrer de desconforto respiratório -Aqueles nascidos prematuramente mais suscetíveis.
pela deficiência de surfactante. -Essas crianças desenvolvem uma respiração rápida e com dificuldade logo após o
-A sobrevivência desses bebês têm aumentado pelo uso de corticosteroides (esteroides nascimento.
produzidos pelo córtex da adrenal) pré-natal, que induzem a produção de surfactante e -A SAR é também conhecida como doença da membrana hialina.
também com a terapia pós-natal de reposição de surfactante. -Estima-se que 30% de todas as doenças em neonatos resultem da SAR ou de suas
OLIGOIDRÂMNIO E DESENVOLVIMENTO PULMONAR complicações.
-Quando o oligoidrâmnio (quantidade insuficiente de líquido amniótico) é severo e crônico -Causa: A deficiência do surfactante é a principal causa da SAR.
por causa do vazamento ou diminuição na produção do líquido amniótico, o ⇨ Tem sido sugerido que a asfixia (comprometimento ou ausência da troca de
desenvolvimento pulmonar é retardado e pode resultar em severa hipoplasia pulmonar oxigênio e gás carbônico) intrauterina prolongada pode produzir mudanças
com restrição do tórax fetal irreversíveis nas células alveolares tipo II, tornando-as incapazes de produzir o
-O risco de hipoplasia pulmonar aumenta significantemente com o oligoidrâmnio antes da surfactante.
26ª semana. ⇨ Outros fatores, tais como sepse, aspiração e pneumonia podem inativar o
-Também tem sido demonstrado que o oligoidrâmnio resulta em diminuição da pressão surfactante, levando a uma ausência ou deficiência de surfactante em bebês
hidráulica nos pulmões, que comprometem receptores de estiramento, que, por sua vez, prematuros e nascido a termo.
afeta a regulação do Ca2+ e o crescimento pulmonar -Os pulmões são subinflados e os alvéolos contêm um líquido com alto conteúdo proteico
PULMÃO DE RECÉM-NASCIDOS que lembra uma membrana vítrea ou hialina.
⇨ Acredita-se que essa membrana é derivada de uma combinação de substâncias da -Esses cistos pulmonares estão normalmente localizados na periferia do pulmão
circulação e do epitélio pulmonar doente. AGENESIA PULMONAR
-Todos os fatores de crescimento e hormônios que controlam a produção do surfactante -A ausência dos pulmões é resultado da falha do broto respiratório em se desenvolver. A
não foram identificados, mas corticosteroides e tiroxina, que estão envolvidos na agenesia de um pulmão é mais comum do que a agenesia bilateral, mas as duas condições
maturação dos pulmões fetais, são potentes estimuladores da produção de são raras.
surfactantes. -A agenesia pulmonar unilateral é compatível com a vida. O coração e outras estruturas do
-O tratamento materno com glicocorticoides durante a gestação acelera o mediastino são deslocadas para o lado afetado, e o pulmão existente é hiperexpandido.
desenvolvimento pulmonar fetal e a produção de surfactante. HIPOPLASIA PULMONAR
-Esses achados levaram a uma rotina clínica com uso de corticosteroides -Em bebês com hérnia diafragmática congênita, o pulmão é incapaz de se desenvolver
(betametasona) na prevenção da SAR em trabalho de parto prematuro. Além disso, a normalmente
administração de surfactante exógeno (terapia de reposição de surfactante) reduz a -Este é comprimido pelo posicionamento anormal das vísceras abdominais.
severidade da SAR e as chances de mortalidade de neonatos. -A hipoplasia pulmonar é caracterizada por uma marcante redução do volume pulmonar e
LOBO DA VEIA ÁZIGOS uma hipertrofia do músculo liso das artérias pulmonares.
-O lobo da veia ázigos aparece no pulmão direito em aproximadamente 1% das pessoas. -A hipertensão pulmonar leva a uma diminuição no fluxo sanguíneo através do sistema
-Este se desenvolve quando o brônquio apical cresce superiormente, medial ao arco da vascular pulmonar, visto que o sangue continua a desviar-se através do ducto arterioso.
veia ázigos, em vez de lateral a ele -Aproximadamente, 25% dos bebês com hérnia diafragmática congênita morrem por
-Como resultado, a veia fica na base de uma fissura no lobo superior, que produz uma insuficiência pulmonar apesar dos cuidados pós-natais ideais, porque seus pulmões são
marcação linear na radiografia do pulmão. muito hipoplásicos para a troca de ar e existe muita resistência no fluxo sanguíneo
CISTOS PULMONARES CONGÊNITOS pulmonar para suportar a vida extrauterina.
-Acredita-se que os cistos (preenchidos por líquido ou ar) sejam formados pela dilatação PULMÃO ACESSÓRIO
dos brônquios terminais. -Um pequeno pulmão acessório (sequestro pulmonar) é incomum.
-Estes provavelmente resultam de um distúrbio do desenvolvimento brônquico durante o -Quase sempre este se localiza na base do pulmão esquerdo e não é funcional.
final da vida fetal. -Não se comunica com a árvore traqueobrônquica e seu suprimento sanguíneo é
-Quando diversos cistos estão presentes, os pulmões possuem uma aparência de favo de normalmente sistêmico.
mel nas radiografias.
-Massas maiores devem ser retiradas, pois estas possuem uma tendência ao hiperfluxo do ⇨ PARTE FETAL: Desenvolve do saco coriônico, a membrana fetal mais externa. É
seu suprimento sanguíneo arterial sistêmico. formada pelo córion viloso. As vilosidades coriônicas que surgem do córion se
Objetivo 02: Compreender a formação dos anexos embrionários, suas funções projetam para o espaço interviloso que contém sangue materno

e alterações clínicas (placenta , âmnio, cordão umbilical e alantóide) ⇨ PARTE MATERNA: Derivada do endométrio, a membrana mucosa que compreende

-Placenta e membranas fetais separam o feto do endométrio a camada interna da parede uterina. Formada pela decídua basal relacionada ao

-A troca de substâncias ocorre entre as correntes sanguíneas materna e fetall por meio da componente fetal da placenta. Ao final do quarto mês, a decídua basal está quase

placenta totalmente substituída pela parte fetal da placenta.

-Os vasos do cordão umbilical conectam a circulação placentária com a circulação fetal -A placenta e o cordão umbilical formam um sistema de transporte para substâncias que

-Membranas fetais: Córion, Âmnio, Vesícula Umbilical e Alantóide passam entre a mãe e o embrião/feto.

CÓRION -Nutrientes e oxigênio: Sangue materno através da placenta ⇢ Sangue embrionário/fetal.

-Estrutura membranosa, constituída de três componentes que darão origem à placenta. -Materiais residuais e o dióxido de carbono através da placenta ⇢ Sangue materno.

-É formado por SINCICIOTROFOBLASTO, CITOTROFOBLASTO E MESODERMA -As membranas placentária e fetal realizam as seguintes funções e atividades:

EXTRAEMBRIONÁRIO. ⇨ Proteção

-As vilosidades coriônicas são irregularidades nesses tecidos que determinam uma maior ⇨ Nutrição

área de contato com o endométrio e possibilitam uma melhor troca de nutrientes e gases, ⇨ Respiração

aumentando a eficiência de trocas maternas e do feto/embrião. ⇨ Excreção de produtos residuais

-Com a terceira semana de desenvolvimento, os vasos sanguíneos do córion se ⇨ Produção de hormônios

desenvolvem nas vilosidades, o que as classifica como terciárias. Esses vasos se -Pouco tempo após o nascimento, a placenta e as membranas são expelidas do útero.

comunicam com os do cordão umbilical e com os do feto/embrião. DECÍDUA


-É a camada funcional do endométrio do útero em uma mulher grávida.
PLACENTA
-Se separa do restante do útero após o parto (nascimento da criança)
-A placenta é o sítio primário da troca de nutrientes e gases entre a mãe e o embrião/feto.
-As três regiões da decídua são chamadas de acordo com as suas relações com o sítio de
-Possui dois componentes:
implantação:
⇨ DECÍDUA BASAL: Parte da decídua profunda ao concepto (embrião/feto e
membranas), que forma a parte materna da placenta
⇨ DECÍDUA CAPSULAR: Parte superficial da decídua, que recobre o concepto -Até o início da 8ª semana, as vilosidades coriônicas cobrem o saco coriônico inteiro
⇨ DECÍDUA PARIETAL: Representa as partes restantes da decídua ⇨ Com o crescimento do saco coriônico, as vilosidades associadas à decídua
-Níveis aumentados de progesterona no sangue materno: Aumentam as células do capsular tornam-se comprimidas, então, o seu suprimento sanguíneo é reduzido;
tecido conjuntivo da decídua devido ao acúmulo de glicogênio e lipídios no citoplasma logo, elas se degeneram
para formar as células deciduais de coloração pálida ⇢ REAÇÃO DECIDUAL ⇨ O saco coriônico divide-se em:
-Reação Decidual: Mudanças celulares e vasculares que ocorrem no endométrio assim ↪ CÓRION LISO: Área relativamente avascular produzida pela degeneração
que o blastocisto se implanta das vilosidades
⇨ Muitas células deciduais degeneram próximo ao saco coriônico na região do ↪ CÓRION FRONDOSO ou VILOSO: Área espessa. Quando as vilosidades
sinciciotrofoblasto (camada externa sincicial do trofoblasto), e, junto com o desaparecem, aquelas associadas à decídua basal rapidamente
sangue materno e com as secreções uterinas, proporcionam uma rica fonte de aumentam em número, ramificam-se e aumentam em tamanho.
nutrição ao embrião/feto -O útero, o saco coriônico e a placenta aumentam de tamanho conforme o embrião/feto
⇨ Protegem o tecido materno da invasão descontrolada do sinciciotrofoblasto cresce.
⇨ Envolvidas na produção hormonal ⇨ O crescimento no tamanho e na espessura da placenta continua rapidamente até
⇨ As regiões deciduais, claramente reconhecidas durante uma ultrassonografia, são o feto ter aproximadamente 18 semanas de idade
importantes no diagnóstico inicial da gestação ⇨ A placenta completamente desenvolvida cobre 15% a 30% da decídua do
DESENVOLVIMENTO DA PLACENTA endométrio do útero e pesa aproximadamente um sexto do peso do feto
-Desenvolvimento inicial: Rápida proliferação do trofoblasto e pelo desenvolvimento do -CAPA CITOTROFOBLÁSTICA: É uma camada externa de células trofoblásticas que conecta
saco coriônico e das vilosidades coriônicas a parte fetal da placenta à parte materna na superfície materna
-Regulação: Genes homeobox (HLX e DLX3) expressos no trofoblasto e nos seus vasos ⇨ Também ligam firmemente as vilosidades coriônicas à decídua basal. Ancora o
sanguíneos saco coriônico à decídua basal.
-Ao final da 3ª semana, os arranjos anatômicos necessários às trocas fisiológicas entre a ⇨ As artérias e veias endometriais passam livremente por fendas na capa
mãe e o embrião/feto são estabelecidos. citotrofoblástica e entram no espaço interviloso
-Ao final da 4ª semana, uma complexa rede vascular é estabelecida na placenta, o que -FORMATO DA PLACENTA: Determinado pela área persistente das vilosidades coriônicas.
facilita as trocas materno embrionárias de gases, nutrientes e produtos metabólicos Geralmente essa é uma área circular, que dá à placenta um formato discoide (formato de
residuais. disco).
-Quando as vilosidades coriônicas invadem a decídua basal, tecido decidual é erodido para ⇨ A coleção de sangue (hematoma) empurra a membrana coriônica para longe da
aumentar o tamanho do espaço interviloso decídua parietal, restabelecendo, assim, o espaço potencial da cavidade uterina.
-Essa erosão produz os septos placentários: Áreas em formato de cunha na decídua que -ESPAÇO INTERVILOSO DA PLACENTA: Contém sangue materno nas semanas 8 e 10
se projetam em direção à placa coriônica (parte da parede coriônica relacionada à ⇨ É derivado das lacunas (pequenos espaços) que se desenvolvem no
placenta) sinciciotrofoblasto durante a segunda semana de desenvolvimento. Resulta da
⇨ Os septos dividem a parte fetal da placenta em COTILÉDONES (áreas convexas coalescência e do aumento de tamanho das redes lacunares.
irregulares). Cada cotilédone consiste em duas ou mais vilosidades-tronco e ⇨ Dividido em compartimentos pelos septos placentários; contudo, existe livre
várias ramificações das vilosidades comunicação entre os compartimentos devido aos septos não alcançarem a placa
⇨ Ao final do 4° mês, a decídua basal está quase que totalmente substituída pelos coriônica
cotilédones ⇨ As numerosas ramificações das vilosidades, que se originam das
⇨ Regulação: A expressão dos genes quinase (MAP2K1 e MAP2K2) e do fator de vilosidades-tronco, são continuamente banhadas com o sangue materno que
transcrição Gcm1 (glial cells missing-1) nas células-tronco do trofoblasto regulam o circula pelo espaço interviloso Nesse espaço, o sangue transporta oxigênio e
processo de ramificação das vilosidades-tronco para formar a rede vascular na materiais nutricionais que são necessários ao crescimento e ao desenvolvimento
placenta. fetal. O sangue materno também contém resíduos fetais, dióxido de carbono, sais
-A decídua capsular forma uma cápsula sobre a superfície externa do saco. Quando o e produtos do metabolismo proteico.
concepto (embrião e membranas) aumenta em tamanho, a decídua capsular forma uma ⇨ O sangue materno entra no espaço interviloso a partir das artérias endometriais
protuberância na cavidade uterina e torna-se bastante atenuada. espiraladas na decídua basal. Passam através de fendas na capa
Finalmente, a decídua capsular contacta e se fusiona à decídua parietal na parede citotrofoblástica e descarregam o sangue no espaço intervioso.
oposta, obliterando lentamente a cavidade uterina ↪ Esse grande espaço é drenado pelas veias endometriais, que também
-Entre as semanas 22 e 24, o suprimento sanguíneo reduzido para a decídua capsular penetram na capa citotrofoblástica. Essas veias são encontradas por
leva à sua degeneração e ao seu desaparecimento. toda a superfície da decídua basal.
⇨ Isso causa a fusão do córion liso à camada decídua parietal -O saco amniótico aumenta em tamanho mais rápido que o saco coriônico.
⇨ Essa fusão pode ser separada e ocorre geralmente quando o sangue escapa do ⇨ Resulta na fusão do âmnio e o córion liso: Formam a membrana amniocoriônica
espaço interviloso ⇨ Essa membrana composta fusiona-se à decídua capsular e, após o
desaparecimento da última, adere à decídua parietal
⇨ É a membrana amniocoriônica que se rompe durante o trabalho de parto. A -Normalmente, não existe mistura do sangue fetal com o materno; contudo, quantidades
ruptura da membrana pré-termo (em menos de 37 semanas gestacionais) é o muito pequenas de sangue fetal podem entrar na circulação materna quando defeitos
evento mais comum que leva ao trabalho de parto prematuro. mínimos se desenvolvem na membrana
⇨ A ruptura da membrana permite que o líquido amniótico escape através da vagina. placentária
CIRCULAÇÃO -O sangue fetal bem oxigenado nos capilares fetais passa para veias de paredes
-As vilosidades coriônicas ramificadas da placenta proporcionam uma grande área de delgadas que seguem as ARTÉRIAS CORIÔNICAS ao sítio de ligação do cordão umbilical.
superfície onde materiais podem ser trocados através de uma membrana placentária -Elas convergem aqui para formarem a VEIA UMBILICAL. Esse grande vaso transporta
muito delgada, interposta entre as circulações sangue rico em oxigênio para o feto.
materna e fetal Circulação Placentária Materna
-É através das ramificações das vilosidades, que se originam das vilosidades tronco, que -O sangue materno no espaço interviloso está temporariamente fora do sistema
ocorre o principal meio de troca de material entre a mãe e o feto. circulatório materno. Ele entra no espaço interviloso através de 80 a 100 ARTÉRIAS
-As circulações fetal e materna estão separadas pela membrana placentária, que consiste ESPIRALADAS endometriais na decídua basal.
em tecidos extrafetais ⇨ Essas artérias descarregam para o espaço interviloso através de fendas na capa
Circulação Placentária Fetal citotrofoblástica. O fluxo sanguíneo das artérias espiraladas é pulsátil.
-O sangue pobremente oxigenado passa através das ARTÉRIAS UMBILICAIS para a -O sangue que entra apresenta uma pressão consideravelmente mais alta que a do espaço
placenta. interviloso e, consequentemente, o sangue é lançado em direção à placa coriônica
-No sítio de ligação do cordão umbilical à placenta as artérias se dividem em várias -Assim que a pressão se dissipa, o sangue flui lentamente pelas ramificações das
ARTÉRIAS CORIÔNICAS dispostas radialmente que se ramificam livremente na placa vilosidades, permitindo uma troca de produtos metabólicos e gasosos com o sangue
coriônica antes de entrarem nas vilosidades coriônicas fetal.
-Sistema Arteriocapilar-Venosos: Formado dentro das vilosidades coriônicas que traz o - O sangue retorna pelas VEIAS ENDOMETRIAIS para a circulação fetal.
sangue fetal para extremamente perto do sangue materno. Esse sistema proporciona uma -O bem-estar do embrião/feto depende mais da irrigação adequada das ramificações
grande área de superfície para a troca de produtos metabólicos e gasosos entre as das vilosidades com sangue materno que de qualquer outro fator.
correntes sanguíneas materna e fetal. ⇨ Reduções da circulação uteroplacentária resultam em hipóxia fetal e em restrição
do crescimento intrauterino (RCIU).
⇨ Reduções severas da circulação podem resultar em morte do embrião/feto.
-O espaço interviloso da placenta madura contém aproximadamente 150 mL de sangue, que embrião/feto. A maioria das drogas e outras substâncias do plasma do sangue
é reposto de três a quatro vezes por minuto. materno passa através da membrana placentária e entram no plasma sanguíneo
Membrana Placentária fetal
-Estrutura composta que consiste em tecidos extrafetais que separam o sangue materno -A superfície livre do sinciciotrofoblasto tem muitas microvilosidades que aumentam a
do fetal. área de superfície para trocas entre as circulações materna e fetal.
-Até aproximadamente 20 semanas, a membrana placentária consiste em quatro camadas -À medida que a gestação avança, a membrana placentária torna-se progressivamente
⇨ Sinciciotrofoblasto mais delgada, e o sangue em muitos capilares fetais fica extremamente próximo ao
⇨ Citotrofoblasto sangue materno no espaço interviloso
⇨ Tecido conjuntivo das vilosidades -Nós sinciciais: Agregação dos núcleo do sincicio durante o terceiro trimestre, numerosos
⇨ Endotélio dos capilares fetais núcleos no sinciciotrofoblasto se agregam para formarem
-Após a vigésima semana, as trocas celulares ocorrem nas ramificações das vilosidades -Ao final da gestação, um material fibrinoide eosinofílico reforça as superfícies das
que formam ocitotrofoblasto, que em muitas vilosidades se tornam atenuados. vilosidades, o que parece reduzir a transferência placentária.
-Células citotrofoblásticas finalmente desaparecem ao longo de grandes áreas das FUNÇÕES PLACENTÁRIAS
vilosidades, deixando somente as de sinciciotrofoblasto. -Principais:
⇨ Como resultado, a membrana placentária consiste em três camadas na maioria ⇨ Metabolismo (p. ex., síntese do glicogênio).
dos locais ⇨ Transporte de gases e nutrientes.
-Em algumas áreas, a membrana placentária torna-se marcadamente mais fina e ⇨ Secreção endócrina (p. ex., gonadotrofina coriônica humana [hCG]).
atenuada. Nesses sítios, o sinciciotrofoblasto entra em contato direto com o endotélio dos ⇨ Proteção.
capilares fetais para formar a membrana placentária vasculosincicial. ⇨ Excreção (produtos residuais fetais).
-Barreira é um termo inadequado para a membrana -Essas atividades abrangentes são essenciais à manutenção da gestação e à promoção do
⇨ A membrana placentária atua como uma barreira somentequando uma molécula é desenvolvimento fetal normal.
de certo tamanho, configuração e carga, como a heparina (um composto formado Metabolismo Placentário
no fígado e nos pulmões e que inibe a coagulação sanguínea). Alguns metabólitos, -Síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos
toxinas e hormônios, embora presentes na circulação materna, não passam -Servem como fontes de nutrientes e energia para o embrião/feto.
através da membrana placentária em concentrações suficientes para afetar o
-Várias das suas atividades metabólicas são indubitavelmente críticas para outras duas ⇨ A falência respiratória materna (p. ex., devido à pneumonia) também reduzirá o
atividades placentárias principais (transporte e secreção endócrina). transporte de oxigênio para o embrião/feto.
Transferência Placentária Outros mecanismos de transporte placentário
-O transporte de substâncias, em ambas as direções, entre o sangue fetal e o materno é -Espaços Microscópicos formados durante o parto: Hemácias fetais passam para a
facilitado pela grande área de superfície da membrana placentária. circulação materna, particularmente durante o parto por meio da membrana placentária.
-Difusão simples: Transporte passivo por difusão simples é geralmente característico de ⇨ ERITROBLASTOSE FETAL
substâncias que se movem de áreas de maior concentração para as de menor ↪ Se o feto for Rh positivo e a mãe Rh negativa, as células sanguíneas fetais
concentração até o equilíbrio ser estabelecido podem estimular a formação de anticorpos anti-Rh pelo sistema
-Difusão facilitada: Há transporte através de gradientes elétricos. A difusão facilitada imunológico da mãe. Esses anticorpos passam para o sangue fetal e
requer um transportador, mas não energia. Tais sistemas podem envolver moléculas levam à hemólise (destruição) das células sanguíneas fetais Rh positivas,
carreadoras que temporariamente se combinam com as substâncias a serem transportada icterícia e anemia no feto. Alguns fetos com a doença hemolítica do
-Transporte ativo: É a passagem de íons ou moléculas através de uma membrana celular. recém-nascido, ou eritroblastose fetal, falham em fazer um ajuste
-Pinocitose: Forma de endocitose (leva moléculas e outras substâncias para as células) na intrauterino satisfatório. Eles podem morrer a não ser que seja feito o
qual o material que está sendo engolfado é uma pequena quantidade de líquido parto precoce ou que sejam dadas transfusões intrauterinas,
extracelular. Esse método de transporte está normalmente restrito às grandes moléculas. intraperitoneal ou intravenosa de células sanguíneas Rh negativas até
Transferência de Gases depois do nascimento.
-Oxigênio, dióxido de carbono e monóxido de carbono atravessam a membrana placentária -Células atravessam a membrana placentária usando sua própria força: Por exemplo,
por difusão simples. leucócitos maternos (células sanguíneas brancas), que estão envolvidas no combate a
⇨ A interrupção do transporte de oxigênio por vários minutos põe em risco a substâncias estranhas e doenças, e células do Treponema pallidum, o organismo que causa
sobrevivência do embrião/feto. a sífilis.
-A membrana placentária assemelha-se à eficiência dos pulmões para as trocas gasosas. -Infecção: Algumas bactérias e protozoários, tais como o Toxoplasma gondii, infectam a
⇨ A quantidade de oxigênio que chega ao feto é primariamente limitada ao fluxo, em placenta criando lesões e então atravessam a membrana placentária através dos defeitos
vez de limitada à difusão; logo, a hipóxia fetal (decréscimo dos níveis de oxigênio) que foram criados.
resulta primariamente de fatores que diminuem ou o fluxo sanguíneo uterino ou o Substâncias Nutricionais
fluxo sanguíneo embrionário/fetal
-Os nutrientes constituem a maioria das substâncias transferidas da mãe para o -Cada tipo em sua própria taxa. Quando mãe recebe líquidos intravenosos com eletrólitos,
embrião/feto. eles também passam para o embrião/feto e afetam os níveis de água e eletrólitos.
-Água: é rapidamente trocada por difusão simples e em quantidades crescentes conforme Anticorpos Maternos e Proteínas
o avanço da gestação. -O embrião/feto produz somente pequenas quantidades de anticorpos devido ao seu
-Glicose: produzida pela mãe e pela placenta é rapidamente transferida para o sistema imunológico imaturo.
embrião/feto por difusão facilitada (ativa) mediada primariamente por um transportador -Alguma imunidade passiva é conferida ao feto pela transferência placentária de
de glicose 1 (GLUT-1), um carreador de glicose independente de insulina. anticorpos maternos.
-Colesterol materno, Triglicerídeos e Fosfolipídios: são transferidos ⇨ As IgGs são prontamente transportadas para o feto por transcitose. Anticorpos
-Aminoácidos: são ativamente transportados através da membrana placentária e são maternos conferem imunidade fetal a algumas doenças tais como difteria,
essenciais para o crescimento fetal. Para a maioria dos aminoácidos, as concentrações varíola e sarampo; contudo, nenhuma imunidade é adquirida para coqueluche
plasmáticas no embrião/feto são maiores (tosse convulsiva) ou varicela (catapora).
que na mãe. -Transferrina: Proteína materna que atravessa a membrana placentária e carreia ferro
-Vitaminas: Atravessam a membrana placentária e são essenciais para o desenvolvimento para o embrião/feto. A superfície placentária contém receptores especiais para essa
normal. As vitaminas hidrossolúveis atravessam a membrana placentária mais rapidamente proteína.
que as vitaminas lipossolúveis. Produtos Residuais
Hormônios -A ureia (formada no fígado) e o ácido úrico passam através da membrana placentária por
-Hormônios proteicos (p. ex., devido à pneumonia) não alcançam o embrião/feto em difusão simples.
quantidades significativas, exceto a tiroxina e a tri-iodotironina por uma transferência -A bilirrubina conjugada (que é lipossolúvel) é facilmente transportada pela placenta para a
lenta. rápida depuração.
-Hormônios esteroides não conjugados atravessam a membrana placentária mais Drogas e Metabólitos das Drogas
livremente. A testosterona e certas progestinas sintéticas atravessam a membrana -As drogas tomadas pela mãe podem afetar o embrião/feto diretamente ou indiretamente
placentária e podem causar masculinização dos fetos femininos por interferir no metabolismo materno ou placentário.
Eletrólitos -A quantidade de droga ou metabólito que chega à placenta é controlada pelo nível e pelo
-Os eletrólitos são trocados livremente através da membrana placentária em quantidades fluxo sanguíneo materno através da placenta.
significativas
-A maioria das drogas e os metabólitos das drogas atravessam a placenta por difusão impedindo o começo dos ciclos menstruais. A concentração de hCG no sangue materno e
simples, com exceção daqueles com uma semelhança estrutural com os aminoácidos, tais na urina aumenta ao máximo na oitava semana e então declina.
como a metildopa e alguns antimetabólitos. -Os hormônios esteroides sintetizados pela placenta são a progesterona e os
-Algumas drogas causam defeitos congênitos importantes. estrógenos.
-O vício fetal de drogas pode ocorrer após o uso materno de drogas, tais como heroína, e ⇨ A progesterona pode ser encontrada na placenta em todos os estágios da
55% a 90% dos neonatos dessas mães experimentam a síndrome de abstinência neonatal. gestação, indicando que a progesterona é essencial à manutenção da gravidez.
Agentes Infecciosos ⇨ A placenta forma a progesterona a partir do colesterol materno ou pregnenolona.
-Citomegalovírus, vírus da rubéola, vírus coxsackie e vírus associados à varíola, varicela, ⇨ Os ovários de uma mulher grávida podem ser removidos após o primeiro trimestre
sarampo, herpes e poliomielite podem passar através da membrana placentária e causar sem causar aborto porque a placenta assume a produção de progesterona do
infecção fetal. corpo lúteo.
-Em alguns casos, tais como na infecção pelo vírus da rubéola, severos defeitos ⇨ Os estrógenos também são produzidos em grandes quantidades pelo
congênitos, tais como catarata, podem ser produzidos. sinciciotrofoblasto.
-Micro-organismos, tais como o Treponema pallidum, que causa a sífilis, e o Toxoplasma A Placenta como um Aloenxerto
gondii, que causa a toxoplasmose, produzem mudanças destrutivas no encéfalo e nos -A placenta pode ser considerada um aloenxerto (um enxerto transplantado entre
olhos. indivíduos geneticamente diferentes) em relação à mãe.
Síntese e Secreção Endócrinas Placentárias -A parte fetal da placenta é um derivado do concepto, que herda tanto genes paternos
-Utilizando precursores derivados do feto e/ou da mãe, o sinciciotrofoblasto da placenta quanto maternos.
sintetiza hormônios proteicos e esteroides. -O sinciciotrofoblasto das vilosidades coriônicas, embora exposto às células imunológicas
-Os hormônios proteicos sintetizados pela placenta são: maternas nos sinusoides sanguíneos, não possui antígenos de histocompatibilidade
⇨ Gonadotrofina coriônica humana (hCG). principal (MHC) e assim não evoca respostas de rejeição.
⇨ Somatomamotrofina coriônica humana (lactogênio placentário humano). -Contudo, as células trofoblásticas extravilosas (EVT), que invadem a decídua uterina e a
⇨ Tirotrofina coriônica humana. sua vasculatura (artérias espiraladas), expressam antígenos MHC classe I.
⇨ Corticotrofina coriônica humana. -Pobremente reconhecido pelos linfócitos T como um aloantígeno,
-A glicoproteína hCG, semelhantemente ao hormônio luteinizante, é primeiramente -As células EVT podem também proteger a elas mesmas do ataque potencial dos linfócitos
secretada pelo sinciciotrofoblasto durante a segunda semana; a hCG mantém o corpo lúteo, natural killer (NK) e dos prejuízos infligidos pela ativação do sistema complemento.
-Múltiplos mecanismos parecem existir para proteger a placenta câncer trofoblástico (coriocarcinoma) mostraram-se ser resistentes a sinais inibitórios do
⇨ Resistência ao MHC classe I TGF-β.
⇨ A imunoproteção é fornecida localmente por certas moléculas imunossupressoras, ⇨ Assim, parece que a decídua exerce um papel duplo na homeostase
tais como a prostaglandina E2, o fator de crescimento transformador β (TGF-β) e uteroplacentária, fornecendo imunoproteção à placenta e também proteção ao
a interleucina-10.. útero da superinvasão placentária.
⇨ Tolerância transitória do repertório da células T e células B similar Pré-eclâmpsia
⇨ Indução de apoptose pelo trofoblasto de leucócitos maternos ativados para a -A pré-eclâmpsia (pressão sanguínea alta) é uma doença grave que pode ocorrer durante a
placenta ou para o feto é evitado pela gestação, geralmente após a vigésima semana gestacional.
A Placenta como uma Estrutura Semelhante a um Tumor Invasivo -Hipertensão materna, proteinúria (quantidades anormais de proteína na urina) e edema
-A placenta em muitas espécies, incluindo os humanos, é uma estrutura semelhante a um (excesso de líquido aquoso) são características essenciais dessa condição.
tumor altamente invasivo que invade o útero para chegar ao seu suprimento sanguíneo e -Pode levar à eclâmpsia (uma ou mais convulsões), que resulta em aborto espontâneo e
estabelecer uma troca adequada de moléculas chaves entre a mãe e o embrião/feto. morte materna.
-O remodelamento arterial ótimo (perda da túnica média e substituição do endotélio pelas -A causa da pré-eclâmpsia é incerta, mas estudos recentes implicaram o sistema
células EVT) permite uma perfusão placentária estável e livre pelo sangue materno devido renina-angiotensina no desenvolvimento de pressão alta e de edema.
à presença de moléculas vasoativas. CORDÃO UMBILICAL
-A invasão inadequada de células EVT leva a uma pobre perfusão placentária e constitui a -A adesão do cordão umbilical à placenta é geralmente próxima ao centro da superfície
patogênese da pré-eclâmpsia (a principal desordem hipertensiva associada à gravidez na fetal, mas ele pode aderir em qualquer ponto (a inserção do cordão umbilical próxima à
mãe) e certas formas de RCIU fetais, enquanto a invasão excessiva é uma marca das margem da placenta produz uma placenta em formato de raquete)
neoplasias trofoblásticas gestacionais e coriocarcinomas. -A adesão do cordão às membranas fetais é chamada de INSERÇÃO VILAMENTOSA DO
-Numerosos fatores de crescimento, tais como o fator de crescimento epidérmico, o CORDÃO
TGF-α, a anfirregulina, o fator estimulador de colônia 1, o fator de crescimento -A ultrassonografia com Doppler pode ser usada para diagnóstico pré-natal da
endotelial vascular e o fator de crescimento placentário, mostraram estimular a posição de anormalidades posicionais e estruturais do cordão umbilical e de seus
proliferação das células EVT sem afetar a sua migração ou a sua invasividade, vasos, bem como do fluxo sanguíneo.
-O TGF-β, primeiramente produzido pela decídua, mostrou-se ser a chave controle da -O cordão geralmente possui de 1 a 2 cm de diâmetro e de 30 a 90 cm de comprimento
proliferação, da migração e da invasividade das células EVT, ao passo que as células do (média de 55cm).
⇨ Cordões excessivamente longos ou curtos são incomuns. -Inicialmente, algum líquido amniótico é secretado pelas células do âmnio. A maior parte do
⇨ Cordões longos têm uma tendência ao prolapso e/ou a enrolar-se ao redor do feto líquido é derivada do tecido materno e do líquido intersticial por difusão através da
(hipóxia fetal ou à anóxia) membrana amniocoriônica da decídua parietal
⇨ Um cordão muito curto pode levar à separação prematura da placenta da parede -Posteriormente, há a difusão do líquido através da placa coriônica do sangue no espaço
do útero durante o nascimento. interviloso da placenta.
-O cordão umbilical geralmente tem duas artérias e uma grande veia, que são -Antes da queratinização (formação da queratina) da pele ocorrer, o principal caminho para
circundadas por tecido conjuntivo mucoso (geleia de Wharton). a passagem de água e de solutos do líquido tissular do feto para a cavidade amniótica é
ÂMNIO através da pele; assim, o líquido amniótico é semelhante ao líquido tecidual fetal.
-O âmnio é preenchido por líquido amniótico, que possui algumas funções durante a -O líquido também é secretado pelos tratos respiratório e gastrintestinal fetais e entra na
gestação cavidade amniótica. A taxa diária de contribuição de líquido para a cavidade amniótica do
⇨ Amortecimento de impacto; trato respiratório é de 300 a 400 mL.
⇨ Lubrificação e umedecimento da superfície fetal; -Começando na 11ª semana, o feto contribui com o líquido amniótico pela excreção de
⇨ Atua no desenvolvimento das articulações e músculos, urina para a cavidade amniótica.
⇨ Estimula o desenvolvimento do sistema respiratório, o líquido deglutido e aspirado -Na gestação tardia, aproximadamente 500 mL de urina é adicionada diariamente.
faz pressão mecânica e desenvolve a árvore respiratória; -O volume de líquido amniótico normalmente aumenta lentamente, alcançando
⇨ Permite o crescimento externo simétrico do embrião/feto; aproximadamente 30 mL em 10 semanas, 350 mL em 20 semanas e 700 a 1.000 mL em 37
⇨ Atua como barreira às infecções; semanas.
⇨ Impede a aderência do âmnio ao feto; CIRCULAÇÃO DO LÍQUIDO AMNIÓTICO
⇨ Ajuda no controle térmico; -O conteúdo de água do líquido amniótico é trocado a cada 3 horas
⇨ Atua na homeostase de líquidos e eletrólitos. -Grandes quantidades de água passam através da membrana amniocoriônica para o líquido
-Enquanto o âmnio aumenta de tamanho e o volume de líquido amniótico cresce, o saco tecidual materno e entra nos capilares uterinos
amniótico vai obliterando a cavidade coriônica e forma uma cobertura epitelial do cordão -Uma troca de líquido com o sangue fetal também ocorre através do cordão umbilical e
umbilical onde o âmnio adere à placa coriônica sobre a superfície fetal da placenta; assim, o líquido
LÍQUIDO AMNIÓTICO amniótico está em equilíbrio com a circulação fetal.
-Exerce um papel importante no crescimento fetal e no desenvolvimento do embrião/feto.
-O líquido amniótico é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos respiratório e digestório -Aos 32 dias, a vesícula umbilical é grande. Em 10 semanas, a vesícula umbilical é reduzida
fetais a um vestígio em forma de pera de aproximadamente 5 mm de diâmetro e está conectada
⇨ O feto deglute em torno de 400 mL de líquido amniótico por dia nos estágios finais ao intestino médio por um estreito ducto onfaloentérico (saco vitelino).
da gestação -Em 20 semanas, a vesícula umbilical é muito pequena, consequentemente, ela não é
⇨ O líquido passa para a corrente sanguínea fetal, e os produtos residuais nele geralmente visível.
atravessam a membrana placentária e entram no sangue materno no espaço -A presença do saco amniótico e da vesícula umbilical possibilitam o reconhecimento
interviloso. precoce e a mensuração do embrião
⇨ O excesso de água no sangue fetal é excretado pelos rins fetais e retorna ao saco ⇨ A vesícula umbilical é identificável nos exames de ultrassonografia até o
amniótico através do trato urinário fetal. final do primeiro trimestre
COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO AMNIÓTICO IMPORTÂNCIA DA VESÍCULA UMBILICAL
-O líquido amniótico é uma solução aquosa na qual material não dissolvido (p. ex., células -Ela tem um papel na transferência de nutrientes para o embrião durante a segunda e a
epiteliais fetais descamadas), está suspenso. terceira semana quando a circulação uteroplacentária está sendo estabelecida.
-O líquido amniótico contém aproximadamente porções iguais de compostos orgânicos e -Desenvolvimento das células sanguíneas a partir do mesoderma extraembrionário
sais inorgânicos. bem vascularizado que cobre a parede da vesícula umbilical, começando na terceira
-Metade dos constituintes orgânicos é de proteína; a outra metade consiste em semana e continuando a formação até a atividade hematopoiética começar no fígado
carboidratos, gorduras, enzimas, hormônios e pigmentos. durante a sexta semana.
-Com o avanço da gestação, a composição do líquido amniótico é trocada. -Durante a quarta semana, o endoderma da vesícula umbilical está incorporado ao
-Estudos das células no líquido amniótico permitem diagnóstico de anormalidades embrião como o intestino primitivo
cromossômicas tais como, a trissomia do 21 (síndrome de Down) ⇨ Seu endoderma, derivado do epiblasto, origina o epitélio da traqueia, dos
⇨ Altos níveis de alfafetoproteína geralmente indicam a presença de um defeito brônquios, dos pulmões e do canal alimentar.
severo no tubo neural -As células germinativas primordiais aparecem no endoderma de revestimento da
⇨ Pequenos níveis de alfa fetoproteína podem indicar aberrações cromossômicas, parede da vesícula umbilical na terceira semana e subsequentemente migram para as
tais como a trissomia do 21. gônadas em desenvolvimento
VESÍCULA UMBILICAL DESTINO DA VESÍCULA UMBILICAL
-Pode ser inicialmente observada com ultrassonografia na quinta semana. -Ela atrofia conforme a gestação avança, tornando-se finalmente muito pequena
-Em casos raros, a vesícula umbilical persiste por toda a gestação e aparece sob o âmnio -A proliferação anormal do trofoblasto resulta em doença trofoblástica gestacional, um
como uma estrutura pequena sobre a superfície fetal da placenta próximo à ligação ao espectro de lesões que incluem tumores altamente malignos.
cordão umbilical. -As células invadem a decídua basal, penetram em seus vasos sanguíneos e linfáticos e
-A persistência da vesícula umbilical não apresenta significado. podem metastizar (espalharem) para os pulmões maternos, medula óssea, fígado e outros
-O ducto onfaloentérico geralmente se separa da alça do intestino médio ao final da órgãos.
sexta semana. -Os coriocarcinomas gestacionais são altamente sensíveis à quimioterapia e a cura é
⇨ Em aproximadamente 2% dos adultos, a parte proximal intra-abdominal do ducto geralmente alcançada
onfaloentérico persiste como um divertículo ileal ANORMALIDADES PLACENTÁRIAS
ALANTOIDE -Placenta Acreta: A aderência anormal das vilosidades coriônicas ao miométrio.
-Na terceira semana, ele parece com um divertículo semelhante a uma salsicha da parede -Placenta Percreta: Quando as vilosidades coriônicas penetram toda a espessura do
caudal da vesícula umbilical que se estende para o pedículo de conexão miométrio (camada muscular do útero) para ou através do perimétrio (cobertura
-Durante o segundo mês, a parte extraembrionária do alantoide degenera peritoneal),
-Embora o alantoide não seja funcional em embriões humanos, ele é importante por três ⇨ O sangramento no terceiro trimestre é o sinal presente comum dessa
razões: anormalidade placentária.
⇨ A formação das células sanguíneas ocorre em suas paredes entre a terceira e ⇨ A maioria das mulheres com placenta acreta tem gestação e trabalho de parto
a quinta semanas. normais.
⇨ Seus vasos sanguíneos persistem como a VEIA E AS ARTÉRIAS UMBILICAIS. ⇨ Após o nascimento, a placenta não se separa da parede uterina e as tentativas de
⇨ A parte intraembrionária do alantoide passa do umbigo para a bexiga urinária, removê-la podem causar uma hemorragia que é difícil de controlar.
com a qual é contínua. Com o crescimento em tamanho da bexiga, o alantoide -Placenta Prévia: Quando o blastocisto se implanta próximo ou sobre o óstio interno do
involui para formar um tubo espesso, o úraco. Após o nascimento, o úraco útero
torna-se um cordão fibroso, o ligamento umbilical mediano, que se estende do ⇨ O sangramento na gestação tardia pode resultar dessa anormalidade placentária.
ápice da bexiga urinária ao umbigo ⇨ O feto tem que ser removido por cesariana quando a placenta obstrui

ALTERAÇÕES DO ANEXOS completamente o óstio uterino interno.

CORIOCARCINOMA GESTACIONAL -O exame ultrassonográfico da placenta é de grande valor para o diagnóstico clínico das
anormalidades placentárias
AUSÊNCIA DA ARTÉRIA UMBILICAL -Frequência: Na América do Norte, gêmeos ocorrem normalmente uma vez a cada 85
-Em aproximadamente 1 a 100 neonatos, somente uma artéria umbilical está presente ,uma gestações, trigêmeos aproximadamente uma vez a cada 902 gestações, quadrigêmeos uma
condição que pode estar associada a anormalidades cromossômicas e fetais. vez a cada 903 gestações e quíntuplos uma vez a cada 904 gestações.
-A ausência de uma artéria umbilical é acompanhada por 15% a 20% de incidência de GÊMEOS E MEMBRANAS FETAIS
defeitos cardiovasculares no feto -GÊMEOS DIZIGÓTICOS OU FRATERNOS (GZ): Se originam de dois zigotos
-A ausência de uma artéria resulta de agenesia ou degeneração de uma das duas artérias -GÊMEOS MONOZIGÓTICOS OU IDÊNTICOS (MZ): Se originam de um zigoto
umbilicais. Uma única artéria umbilical e os defeitos associados a isso podem ser -As membranas fetais e as placentas variam de acordo com a origem dos gêmeos
detectados, antes do nascimento, por ultrassonografia. -No caso de gêmeos MZ, os tipos de placenta e de membranas formadas dependem de
CISTOS DO ALANTOIDE quando o processo de formação de gêmeos ocorre.
-Uma massa cística no cordão umbilical pode representar o remanescente da parte -Aproximadamente dois terços dos gêmeos são DZ.
extraembrionária do alantoide -A frequência de formação de gêmeos DZ mostra diferenças raciais marcantes, mas a
-Esses cistos geralmente se desfazem, mas eles podem estar associados à onfalocele, a incidência de formação de gêmeos MZ é aproximadamente a mesma em todas as
herniação congênita de vísceras na parte proximal do cordão umbilical populações. Adicionalmente, a taxa de formação de gêmeos MZ mostra uma pequena
Objetivo 03: Compreender gravidez gemelar (formação, tipos, disposição dos variação com a idade da mãe, enquanto a taxa de formação de gêmeos DZ aumenta
anexos embrionários, alterações dos anexos, alterações da gravidez gemelar, com a idade materna.

gêmeos xipófagos)
GESTAÇÕES MÚLTIPLAS
-Os riscos de anomalias cromossômicas e morbidade e mortalidade fetais são maiores em
gestações múltiplas que em gestações únicas.
⇨ Como o número de fetos aumenta, os riscos são progressivamente maiores.
-O estudo dos gêmeos é importante na genética humana porque é útil para comparação
-Na maioria dos países, os nascimentos múltiplos são mais comuns agora devido ao maior
dos efeitos dos genes e do meio ambiente sobre o desenvolvimento.
acesso às terapias de fertilidade (fertilização in vitro)
-Se uma condição anormal não apresenta um modelo genético simples, a comparação da
sua incidência em gêmeos MZ e DZ pode revelar que a hereditariedade está envolvida.
-Foi observado que, se os primeiros nascimentos são de gêmeos, uma repetição da -As diferenças físicas entre gêmeos MZ são geradas por vários fatores
formação de gêmeos ou alguma outra forma de nascimentos múltiplos é aproximadamente -A formação de gêmeos MZ geralmente começa no estágio de blastocisto,
cinco vezes mais comum de ocorrer na próxima gestação que em uma população geral aproximadamente ao final da primeira semana, e resulta da divisão do embrioblasto em
GÊMEOS DIZIGÓTICOS dois primórdios embrionários.
-Uma vez que resultam da fecundação de dois oócitos, gêmeos DZ se desenvolvem a partir -Anexos: Subsequentemente, dois embriões, cada um em seu próprio saco amniótico,
de dois zigotos e podem ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes desenvolvem-se dentro do mesmo saco coriônico e dividem uma placenta em comum,
-Pela mesma razão, eles não são mais parecidos geneticamente que irmãos ou irmãs que é uma placenta gemelar diamniótica monocoriônica.
nascidos em tempos diferentes. -Raramente, a separação inicial dos blastômeros embrionários (p. ex., durante os
-A única coisa que eles têm em comum é que estavam no útero materno ao mesmo tempo. estágios de duas a oito células) resulta em gêmeos MZ com dois âmnios, dois córions e
-Anexos: Têm dois âmnios e dois córions, mas os córions e as placentas podem ser duas placentas que podem ou não estarem fusionadas. Em tais casos, é impossível
fusionados. determinar apenas pelas membranas se os gêmeos são MZ ou DZ.
-Tendência à hereditariedade. A recorrência nas famílias é de aproximadamente três vezes GÊMEOS MONOZIGÓTICOS SIAMESES OU XIPÓFAGOS
a da população geral. -Se o disco embrionário não se dividir completamente ou os discos embrionários
-A incidência de formação de gêmeos DZ mostra considerável variação racial, sendo adjacentes se fusionarem, vários tipos de gêmeos MZ siameses podem se formar
aproximadamente 1 em 500 nos asiáticos, 1 em 125 nos caucasianos e tão alta como 1 em -O fenótipo do gêmeo é denominado de acordo com as regiões que estão aderidas
20 em algumas populações africanas. ⇨ Toracópagos indicam que existe uma união anterior das regiões torácicas.
ANASTOMOSE DOS VASOS SANGUÍNEOS PLACENTÁRIOS -Estima-se que a incidência de gêmeos siameses é de 1 em 50.000 a 100.000 nascimentos.
-Anastomose entre vasos sanguíneos ou placentas fusionadas de gêmeos DZ pode resultar -Em alguns casos, os gêmeos estão aderidos um ao outro somente pela pele ou pelos
em mosaicismo do eritrócitos tecidos cutâneos e outros tecidos
-Os membros desses gêmeos DZ têm hemácias de dois diferentes grupos sanguíneos -Alguns gêmeos siameses podem ser separados com sucesso por procedimentos
porque as hemácias foram trocadas entre as circulações dos gêmeos. Nos casos em que cirúrgicos, contudo, as relações anatômicas em muitos gêmeos siameses não permitem a
um feto é masculino e o outro é feminino, a masculinização do feto fêmea não ocorre. separação cirúrgica com viabilidade garantida
GÊMEOS MONOZIGÓTICOS TRIGÊMEOS
-Resultam da fecundação de um oócito e se desenvolvem de um zigoto Podem ser derivados de:
-São do mesmo sexo, geneticamente idênticos e muito semelhantes em aparência física. ⇨ Um zigoto e os três serem idênticos.
⇨ Dois zigotos: Dois gêmeos idênticos e outro não. ⇨ Mecanismos de desenvolvimento embriológico tais como, anormalidades
⇨ Três zigotos e serem do mesmo sexo ou de sexos diferentes. vasculares, podem levar a anomalias.
ESTABELECIMENTO DA ZIGOSIDADE DOS GÊMEOS ⇨ Mudanças pós-zigóticas, tais como mutação somática que leva ao aparecimento
-É importante no cuidado clínico, bem como no transplante de tecidos e órgãos (p. ex., de câncer ou rearranjo somático da imunoglobulina ou dos genes dos receptores
transplantes de medula óssea). de células T.
-Atualmente, a determinação da zigosidade dos gêmeos é feita por diagnóstico ⇨ Aberrações cromossômicas originadas em um blastocisto após o evento de
molecular, uma vez que em quaisquer duas pessoas que não sejam gêmeas MZ é formação de gêmeos. Inativação cromossômica desigual do X entre gêmeas MZ,
praticamente certo que elas mostrarão diferenças em alguns dos muitos marcadores de resultando em uma gêmea expressando o X paterno e a outra o X materno.
DNA que podem ser estudados. ALTERAÇÕES CAUSADAS PELA GEMELARIDADE
-As divisões tardias das células embrionárias iniciais, tais como a divisão do disco SÍNDROME DA TRANSFUSÃO DE GÊMEOS
embrionário durante a segunda semana, resultam em gêmeos MZ que estão em um saco -A síndrome da transfusão de gêmeos ocorre em 10% a 15% dos gêmeos MZ
amniótico e em um saco coriônico monocoriônicos diamnióticos.
⇨ Uma placenta de gêmeos monocoriônicos monoamnióticos está associada às -Existe desvio de sangue arterial de um gêmeo através de anastomoses arteriovenosas
taxas de mortalidade fetal que são mais altas que 10%, com a causa sendo para a circulação venosa do outro gêmeo.
estrangulamento do cordão. Esse comprime a circulação do sangue pelos vasos -Gêmeo doador: Pequeno, pálido e anêmico. Parte da placenta é pálida
umbilicais, levando à morte de um ou de ambos os fetos. -Gêmeo receptor: Grande e tem policitemia, um aumento acima do normal no número de
-A ultrassonografia exerce um importante papel no diagnóstico e no tratamento das hemácias. Parte da placenta é vermelho-escuro
gestações de gêmeos -Em casos letais, a morte resulta da anemia no gêmeo doador e de insuficiência cardíaca
⇨ A avaliação por ultrassom é necessária para identificar várias condições que congestiva no gêmeo receptor.
podem complicar a formação dos gêmeos MZ, tais como RCIU, sofrimento fetal e -Tratamento: A coagulação fetoscópica a laser das anastomoses vasculares placentárias
trabalho de parto prematuro é o método de tratamento estabelecido da síndrome de transfusão de gêmeos.
-Os gêmeos MZ podem ser discordantes para uma variedade de defeitos congênitos e MORTE PREMATURA DE UM GÊMEO
desordens genéticas, apesar de se originarem de um mesmo zigoto. Adicionalmente às -Devido aos estudos ultrassonográficos serem parte comum dos cuidados pré-natal,
diferenças ambientais e às variações ocorridas ao acaso, os seguintes fatores podem estar sabe-se que a morte prematura e a reabsorção de um membro de um gêmeo do par são
relacionados: comuns.
-A conscientização dessas possibilidades tem de ser consideradas quando discrepâncias -Oferece convenientemente células e metabólicos fetais para análise;
ocorrem entre os achados citogenéticos pré natais e o cariótipo em uma criança. VOLUME DO L.A DURANTE A GESTAÇÃO
-Erros no diagnóstico citogenético pré-natal podem surgir se os tecidos extraembrionários -No primeiro semestre o âmnio não tem contato com a placenta ou com a decídua, sendo
(p. ex., parte de uma vilosidade coriônica) de um gêmeo absorvido forem examinados. que a cavidade amniótica em si está rodeada pelo líquido exocelômico;
SUPERFECUNDAÇÃO -O volume de LA cresce até a 34ª semana de gestação, atingindo seu valor máximo, depois
-A superfecundação é a fecundação de dois ou mais ovócitos em tempos diferentes. disso ele diminui a sua quantidade.
-Em humanos, a presença de dois fetos no útero é causada pela fecundação em momentos -Dessa forma o critério de normalidade da quantidade de LA depende da idade gestacional,
diferentes (superfetação) e é rara. do peso fetal e do placentário.
-Gêmeos humanos DZ com diferentes pais têm sido confirmados com marcadores -PIG (Pequeno para a Idade Gestacional): Possuem menos LA;
genéticos. -Pós-datismo: Marcado por uma grande perda de líquido amniótico;
Objetivo 04: Descrever as alterações do volume do líquido amniótico PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO DO L.A
(etiologias maternas e fetais) -A composição química do LA é predominantemente de sais, como cálcio, ferro, fósforo,

FUNCIONALIDADES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO sódio e cloro. Ele também possui vários hormônios, como estradiol, estrona, estriol e

-Protege o feto de traumas mecânicos; corticoides. A composição do LA está relacionada com o diagnóstico de patologias fetais;

-Dissipar as forças uterinas aplicadas sobre o feto; -Durante o primeiro trimestre o LA é formado a partir do plasma materno e pela produção

-Minimizar os gastos de energia por movimentação; de células que compõe o âmnio;

-Manter a termorregulação; -Imagina-se que o início do LA seja um transudato de plasma, que pode ser produzido pela

-Dar suporte ao crescimento fetal e uterino; via materna ou pela pele do feto ainda não queratinizada;

-Depositar as excretas do feto; -Na segunda metade da gravidez o LA é produzido principalmente pela própria urina

-Possui propriedades bacteriostáticas e auxilia na manutenção do ambiente uterino como do feto, por volta da 11ª semana, quando os rins primitivos (metanefrons) iniciam a

estéril; produção de urina;

-Permite a movimentação fetal, o que auxilia no desenvolvimento pulmonar e -A produção de LA pode ser feita então, por:

muscular/ósseo dos membros; ⇨ Produção de urina: Sendo que a condição de oligoidramnio é relacionada a

-Permite a descompressão do cordão umbilical; menor produção urinária;


⇨ Produção de fluido pulmonar: É expelido e faz parte do LA, sendo deglutido OLIGOÂMNIO
novamente depois;
⇨ Transudação pela pele fetal antes da queratinização e transudação do cordão
umbilical;
⇨ Saliva fetal e secreções nasais;
-A reabsorção do LA pode ser feita por:
⇨ Ingestão fetal: quanto mais próximo ao termo mais o feto deglute LA;
⇨ Líquido intra membranoso: A cavidade amniótica e os vasos fetais absorvem
parte do LA;

DIAGNÓSTICO
-Pode ser detectado por palpação abdominal da gestante: Diminuição da altura uterina e
partes fetais mais evidentes;
-Realização de USG para fechamento de diagnóstico – o diagnóstico ultrassonográfico
envolve critérios subjetivos e quantitativos, por meio do ILA e MBV;
-Acompanhamento do PBF (perfil biofísico fetal);
ETIOLOGIA
-30% dos casos são idiopáticos – podem ser causados por prolactina decidual ou redução
do volume plasmático materno;
-RPMO (Rotura Pré-Matura das Membranas Ovulares) por infecções uterinas/maternas e
traumas;
-Pré-eclâmpsia, eclâmpsia, trombofilia, tabagismo, anti-inflamatórios, inibidores de enzima
conversora de angiotensina;
-Doenças de insuficiência placentária, como RCIU (Restrição de Crescimento IntraUterino) -Artrogripose;
e doença hipertensiva gestacional; -Síndrome da Banda Amniótica;
-A insuficiência placentária causa o desvio da maior parte do fluxo sanguíneo para as POLIÂMNIO
regiões/órgãos nobres, o que reduz o sangue que passa pelos rins e diminui a diurese;
-Pós datismo;
-Presença de anomalias congênitas fetais, principalmente as que causam menos diurese,
como agenesia renal, e outras malformações do trato renal e urinário, como obstrução
ureteral e rins policísticos;
-Óbito fetal;
-Anomalias cromossômicas;
-O oligoâmnio pode resultar em compressão do cordão umbilical;
-Pode provocar hipoplasia pulmonar
CONDUTA
-Avaliação da idade gestacional;
-Avaliação da integridade das membranas – diagnosticar RPMO por USG;
-Detectar a provável etiologia do processo;
-Avaliar a existência de malformações fetais;
DIAGNÓSTICO
-Avaliar se pode ser feita cirurgia intrauterina para consertar a anomalia fetal;
-A altura do fundo de útero é maior que a esperada para a IG, sendo que a palpação
-Acompanhamento do PBF por meio de Dopplervelocimetria;
abdominal da mãe fica difícil para identificar o feto;
-Em casos de sofrimento fetal, deve-se fazer corticoterapia e interromper a gravidez;
-O diagnóstico também é feito por USG, usando o ILA e o MBV como critérios quantitativos
-Analisar a condição materna, se ela corre risco iminente;
além dos critérios subjetivos;
-A compressão do cordão umbilical pode aumentar os riscos de aspiração meconial e
-O ganho ponderal materno é maior, com sobredistensão uterina e dificuldade de ausculta
sofrimento fetal;
dos BCF;
CONSEQUÊNCIAS/COMPLICAÇÕES RELACIONADAS
ETIOLOGIA
-Hipoplasia pulmonar;
-Diabete Mellitus gestacional ou pré-gestacional da mãe; Objetivo 05: Analisar os riscos ao tabagismo na gestação com as alterações
-Malformações fetais; dos anexos embrionários
-Infecções, incluindo congênitas, como rubéola, citomegalovírus, sífilis, parvovírus; -Pode-se dizer que o feto é um fumante ativo quando a mãe é tabagista;
-Hidropisia imune e não imune; -O tabagismo gestacional está vinculado ao BPN, prematuridade e mortes perinatais;
-Tumores; -O tabagismo pode provocar placenta prévia, episódios de hemorragia materna,
-Alterações placentárias e maternas; abortos e mortes fetais e arritmias fetais
-Aloimunização por Rh; ⇨ Provoca vasoconstrição das artérias placentárias e menor absorção de
-Anemia por doença hemolítica; nutrientes pelo feto, bem como aumento da calcificação;
-Problemas no trato gastro digestório, como atresia esofágica; ⇨ A placenta prévia é mais provável de ser formada em mulheres que já fumam há
-Anencefalia, meroencefalia, hérnia diafragmática, atresia esofágica; muitos anos e que fumem muitos cigarros por dia;
CONDUTA -O DPP ou descolamento prematuro de placenta é uma outra condição gestacional
-Pode-se fazer esvaziamento por amniocentese em caso de desconforto materno – relacionada ao tabagismo.
dispneia progressiva e dor abdominal persistente; ⇨ Isso acontece pois as decíduas basais de mulheres fumantes passam por uma
-Risco de amniorrexe prematura e abrupta – prematuridade; maior processo de isquemia e necrose, com ruptura vascular e hemorragias, o que
SÍNDROME DA BANDA AMNIÓTICA pode induzir ao descolamento da placenta de seu local de implantação;
-A síndrome da banda amniótica (SBA), ou complexo de ruptura da banda amniótica, pode -As mulheres que fumam têm um risco 2 vezes maior de uma gravidez tubária, assim
resultar em uma variedade de defeitos congênitos fetais como de gravidez ectópica em geral;
-A incidência de SBA é de aproximadamente 1 em cada 1.200 nascidos vivos. -Pode haver alteração no desenvolvimento do SNC e síndrome de morte súbita;
-Os defeitos causados pela SBA variam de uma simples constrição digital a defeitos no -Os neonatos de mães fumantes não têm tendência a icterícia, pois os compostos do
couro cabeludo e defeitos craniofaciais e viscerais. tabaco aumentam o processamento de bilirrubina;
-O diagnóstico pré-natal de SBA por ultrassonografia é possível. -Esses neonatos são menos propensos a serem amamentados e quando são ganham peso
-Parecem existir duas possíveis causas desses defeitos: causas exógenas, que resultam da mais lentamente. A nicotina no leite altera os padrões de sono e vigília desses neonatos e
delaminação do âmnio devido à ruptura ou rasgo, levando a uma banda amniótica em provoca alterações hepática e pancreáticas além das pulmonares;
círculo, e causas endógenas, que resultam do rompimento vascular. -As principais alterações que o tabagismo desencadeia se deve ao potencial de restrição
de fluxo sanguíneo do tabaco no leito placentário;
-O cigarro produz substâncias que alteram o metabolismo da mãe e a oxigenação e -Alterações cognitivas e no desenvolvimento psicomotor foram percebidas com o
metabolismo placentário; tabagismo gestacional;
-A nicotina e o monóxido de carbono são os principais compostos nocivos a gestação; -Como o tabaco contém agentes cancerígenos, pode-se associar o tabagismo gestacional a
⇨ A nicotina age no sistema cardiovascular, liberando catecolaminas na circulação risco maior de leucemia durante o crescimento do indivíduo;
da mãe. Isso gera taquicardia, vasoconstrição periférica e uterina e redução do -O tabagismo prejudica o desenvolvimento pulmonar fetal e reduz as vias aéreas, o que
fluxo sanguíneo placentário para o feto, o que é chamado de insuficiência útero provoca alterações respiratórias que podem persistir ao longo da vida;
placentária e causa RCIU; ⇨ Há maior risco de desenvolvimento futuro de doenças cardiovasculares, asma
⇨ O monóxido de carbono é prejudicial, podendo causar hipóxia materna e fetal e brônquica, câncer pulmonar e doença obstrutiva pulmonar;
sofrimento fetal crônico. Isso se desenvolve devido à afinidade desse composto -Gestantes que fumam têm mais risco de abortamento pois ocorre comprometimento
pela hemoglobina fetal e da mãe, levando ao quadro de hipoxemia crônica fetal; do sistema imunológico.
⇨ A hemoglobina fetal possui maior afinidade com o monóxido de carbono do que a ⇨ Isso também se associa ao maior risco de RPMO, pois a alteração e diminuição das
materna, o que torna o feto mais vulnerável a esse composto. A resposta a IgA podem acontecer por infecções locais facilitadas pela toxicidade do tabaco;
hipóxia causada pelo CO é a eritropoiese materna e fetal o que desenvolve maior -Essas mulheres apresentam menores índices de vitamina C no líquido aminótico, isso
viscosidade sanguínea e aumenta os riscos de infarto cerebral no neonato e mau provoca maior risco de RPMO por reduzir a produção de colágeno que compõe essa
desempenho placentário; membrana. A placenta transporta menos aminoácidos com o tabagismo e isso acarreta na
⇨ A alteração de oxigenação dos tecidos provocada pelo CO retarda o crescimento redução da produção de proteínas que compõem o âmnio.
fetal e por isso desencadeia RCIU; -O tabagismo reduz a produção de óxido nítrico, que relaxa a musculatura do miométrio,
⇨ No sistema cardíaco, o CO provoca aumento da frequência cardíaca e isso fazendo com que abortamentos sejam mais propensos de acontecer. O tabagismo também
promove a hipertrofia miocárdica; reduz o fator de ativação de plaquetas, o que provoca também contrações uterinas e
-O tabagismo pode provocar deficiência na absorção de vitamina B12, a falta dessa partos prematuros;
vitamina está associada à prematuridade, redução de leuco e eritropoiese, com anemia, e -A nicotina também pode atravessar as barreiras celulares e chegar ao leite materno, bem
prejuízos no SNC fetal; como provocar a inibição da produção de prolactina e consequente insuficiência na
-O tabagismo também provoca menos retenção hídrica, o que colabora para quadros de produção de leite para adequada nutrição do neonato;
desidratação e de oligoidrâmnio; -O neonato pode ter síndrome de abstinência de nicotina;
-O ideal é que a abstinência de tabaco seja até o período pós amamentação, pois as
doenças materno-infantil reduzem muito;
-A nicotina prejudica a neurogênese a sinaptogênese;
-A nicotina também afeta a frequência cardíaca e as pressões arteriais sistólica e
diastólica da mãe;
-O tabagismo é uma das principais causas de BPN, junto da desnutrição da mãe e da falta
de assistência ao pré-natal;
-As crianças cujas mães fumaram grávidas crescem menos em estatura, têm mais
tendência a asma, diabetes, obesidade e aterosclerose;
-O tabagismo contribui para o maior risco de fendas orofaciais, como a palatina e a
labial;
-Não tem sido relatado na literatura o aumento de malformações congênitas pelo
tabagismo gestacional.
REFERÊNCIAS
-LEOPÉRCIO, Waldir; GIGLIOTTI, Analice. Tabagismo e suas peculiaridades durante a gestação:
uma revisão crítica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 30, n. 2, p. 176-185, 2004.
-MOORE, Keith. L. Embriologia clínica. 10a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
-CORRÊA, M. D. Noções Práticas de Obstetrícia.14ªed. Belo Horizonte,2011
-Fonseca E, Moreira de Sá RA, Eds. Coleção Febrasgo – Medicina Fetal. Elsevier. 2a Ed. 2017.
Problema 04- FECHAMENTO 01 ⇨ A explicação para isso é que, nos heterozigotos, uma proteína estrutural anormal é
formada em todas as células, levando a um fenótipo anômalo,
Objetivo 01: DESCREVER a transmissão das características (Monogênica e ⇨ Já a produção de uma enzima anormal geralmente não gera efeito fenotípico

Poligênica) óbvio nesses indivíduos, porque o limite de segurança nos sistemas enzimáticos

HERANÇA MONOGÊNICA permite função normal, mesmo que apenas um dos alelos produza a enzima

-É o tipo de herança determinada por SOMENTE UM GENE normal.

-Apresenta genótipos e fenótipos distribuídos conforme padrões característicos -Atualmente, são conhecidas mais de 20 mil características normais e patológicas que

-AUTOSSÔMICO: O gene se situa nos 22 pares de cromossomos somáticos apresentam herança monogênica obedecendo às leis de Mendel

-LIGADA AO SEXO: O gene se situa nos 2 pares de cromossomos sexuais -1ª LEI DE MENDEL

-FENÓTIPO: Conjunto de características físicas, bioquímicas e fisiológicas. É a ⇨ Lei da segregação

manifestação externa do genótipo ⇨ O organismo de reprodução sexuada possui genes que ocorrem aos pares e

-GENÓTIPO: Constituição genética de um indivíduo. É o conjunto de genes apenas um membro de cada par é transmitido para a prole

-LÓCUS: Posição ocupada por um determinado gene no cromossomo -2ª LEI DE MENDEL

-LOCI: Plural de lócus ⇨ Lei da distribuição ou segregação independente,

-ALELOS: Genes que ocupam o mesmo lócus em cromossomos homólogos. Cada ⇨ Os genes de diferentes lócus são transmitidos independentemente e em

indivíduo apresenta um conjunto de genes haploides oriundo do pai e da mãe proporções definidas

-HOMOZIGOTO: Indivíduo com alelos iguais -Mais de 90% dessas características são de herança autossômica, menos de 10% são de

-HETEROZIGOTO: Indivíduo com alelos diferentes herança ligada ao sexo e uma pequena proporção (< 1%) é de herança mitocondrial.

-DOMINANTE: Gene que determina a doença encontra-se em dose simples


-RECESSIVO: Gene que determina a doença encontra-se em dose dupla
-De modo geral mutações nas proteínas estruturais (não enzimáticas) são herdadas como
dominantes
-Já as mutações de proteínas enzimáticas são consideradas recessivas
-Embora o gene esteja presente no genótipo, por alguma razão desconhecida ele pode não
se expressar fenotipicamente.
-A penetrância reduzida é detectada mais facilmente no caso de características
dominantes, quando um indivíduo que certamente deve possuir o alelo mutante não
mostra o fenótipo correspondente. A transmissão parece pular uma geração, fazendo com
que fique fora do grupo de afetados um indivíduo que certamente deve ser heterozigoto.
-A não penetrância também ocorre entre as características recessivas (genes em
homozigose), sendo, no entanto, mais difícil de ser percebida.
-Exemplo: Herança da ptose palpebral congênita hereditária 1 (OMIM 178300), que consiste
em pálpebra caída, geralmente em um só olho, e é uma característica de herança
autossômica dominante.
-Penetrância (%): Número de irmandades com pelo menos um irmão e seu genitor
afetados divido pelo Número total de irmandades com pelo menos um irmão afetado

VARIAÇÕES NA EXPRESSÃO DOS GENES -A falta de manifestação fenotípica de um gene pode ser devida a vários fatores:

Codominância ⇨ GENES EPISTÁTICOS: Genes não alélicos que interagem com o gene em questão,

-Quando ambos os alelos de um par de genes se expressam independentemente no suprimindo a manifestação do gene e, assim, tornando-o não penetrante.

heterozigoto, sendo seus fenótipos perfeitamente distinguíveis, diz-se que esses genes são ⇨ GENES MODIFICADORES: Genes não alélicos que alteram a expressão do gene

codominantes. considerado.

-Exemplo: genes A e B do sistema sanguíneo ABO; no heterozigoto AB, há produção de ⇨ IDADE VARIÁVEL NA MANIFESTAÇÃO DE UMA DOENÇA: A doença de Huntington,

ambos os antígenos, A e B. por exemplo, se manifesta em geral a partir dos 40 anos dificultaria a detecção de

Penetrância reduzida uma pessoa portadora do gene se ela morresse antes de sua manifestação, o que

-Penetrância reduzida ou incompleta ou não penetrância de um gene é a ausência de sua apareceria como não penetrância do gene nesse indivíduo.

manifestação no fenótipo
⇨ LIMIAR BIOQUÍMICO VARIÁVEL NA EXPRESSÃO DE UM GENE: em determinados -Em certas doenças, a expansão de repetições de trinucleotídeos ocorre dentro das
indivíduos, esse limiar pode ser mais alto do que em outros, fazendo com que o sequências codificadoras; em outras, em sequências não codificadoras do gene.
gene em questão não manifeste seu efeito. Heterogeneidade Alélica e de Locus
⇨ METODOLOGIA UTILIZADA no exame da característica, ocasionando a não -HETEROGENEIDADE ALÉLICA: Resultado de mutações diferentes no mesmo lócus
detecção de indivíduos portadores do gene -HETEROGENEIDADE DE LOCUS: Mutações em lócus diferentes
Expressividade variável -O reconhecimento de ambos os tipos de heterogeneidade é um aspecto essencial para o
-A expressividade refere-se ao grau com que um gene se manifesta no fenótipo, indo da diagnóstico clínico e o aconselhamento genético.
expressão mais leve à mais grave, ou seja, os sintomas variam de intensidade em HERANÇA POLIGÊNICA
diferentes indivíduos. -Em geral, as características humanas podem ser classificadas em três grupos:
-Por exemplo, em um tipo de polidactilia (OMIM 603596), o número e o tamanho dos dedos CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS OU DESCONTÍNUAS OU MONOGÊNICAS
extras diferem nos indivíduos que possuem o gene correspondente. -Condicionadas por herança monogênica, com fenótipos marcadamente diferentes,
Pleiotropia distribuição populacional descontínua e praticamente sem efeito ambiental.
-Cada gene tem um efeito primário. A partir desse efeito primário, podem surgir CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS OU CONTÍNUAS OU POLIGÊNICAS
consequências diferentes -Se distribuem de maneira contínua na população, apresentando diversos fenótipos
-A pleiotropia corresponde a um gene com efeitos fenotípicos múltiplos intermediários, de um extremo ao outro.
-As síndromes clínicas são bons exemplos de pleiotropia -As diferenças entre os indivíduos colocados ordenadamente, em relação a esses traços,
Antecipação são pequenas e mensuráveis, de modo que sua distribuição populacional se dá segundo
-Em algumas características ou doenças autossômicas dominantes, como, por exemplo, a uma curva normal ou em forma de sino.
distrofia miotônica, a doença tem início mais precoce nos descendentes do que nos -Sua herança é denominada quantitativa ou poligênica, consistindo em MUITOS GENES
genitores ou maior gravidade nas gerações subsequentes. (poligenes) situados em diferentes lócus, cada um com pequenos efeitos sobre a
-Estudos relativamente recentes mostraram que em algumas doenças, como a de característica, produzindo mudanças quantitativas mensuráveis.
Huntington, a distrofia miotônica e a síndrome do X frágil, a antecipação é de fato um -Seus efeitos podem dar-se aumentando ou diminuindo a expressão de um caráter, sendo
fenômeno biológico real, resultante da expansão de repetições de sequências que, em geral, os poligenes têm efeitos aditivos, isto é, cumulativos, nenhum dos genes
específicas de DNA.
sendo dominante ou recessivo em relação aos outros. Esse tipo de herança é bastante a probabilidade de nascer um indivíduo homozigoto, na prole desse casal, é muito
influenciado pelo ambiente. pequena, o que explica também a raridade desses homozigotos na população.
CARACTERÍSTICAS SEMICONTÍNUAS OU QUASE CONTÍNUAS -Em grande parte dos casos, os HOMOZIGOTOS DOMINANTES podem ser mais gravemente
-Apresentam aspectos tanto das características poligênicas quanto das monogênicas, isto afetados pela doença com na hipercolesterolemia genética. Esses indivíduos, apresentam
é, são determinadas por VÁRIOS GENES, COM INFLUÊNCIA AMBIENTAL VARIÁVEL, mas níveis de colesterol mais elevados e doença ateroclesrótica na infância.
apresentam DISTRIBUIÇÃO DESCONTÍNUA na população. CARACTERÍSTICAS
-Seu tipo de herança é denominado MULTIFATORIAL ou COMPLEXA -A característica é AUTOSSÔMICA porque:
Objetivo 02: DIFERENCIAR os padrões de herança genéticas (Autossômica ⇨ Aparece igualmente em homens e mulheres

recessiva, dominante, ligada ao sexo, influenciada pelo sexo, restrita ao sexo, ⇨ Pode ser transmitida diretamente de homem para homem.

mitocondrial e multifatorial) -A característica é DOMINANTE porque:


⇨ Ocorre em todas as gerações (não há saltos de gerações)
AUTOSSÔMICA DOMINANTE
⇨ Só os afetados têm filhos afetados
-O gene se localiza em um cromossomo autossomo
⇨ Em média, um afetado tem 50% de chance dos seus filhos serem também
-Se manifesta em dose simples
afetados
-COMUM: Qualquer genótipo pode ser encontrado em alta frequência na população. Ex:
-Exemplos de Doenças:
Presença de sardas
⇨ Acondroplasia
-RARA: Nem todos os genótipos possuem um frequência alta, sendo mais difícil o afetado
⇨ Distrofia Miotônica
ser um homozigoto (AA)
⇨ Epidermólise bolhosa
⇨ Para que um indivíduo afetado seja homozigoto é preciso que ambos os genitores
⇨ Neurofibromatose
possuam o gene em questão (sejam heterozigotos); sendo tão rara a frequência
⇨ Doença do Rim Policístico
desse gene, será muito difícil que dois heterozigotos se encontrem e se casem,
⇨ Prognatismo Mandibular
nessa população.
⇨ Sabendo-se que muitos genes que determinam características dominantes raras
AUTOSSÔMICA RECESSIVA

são letais em homozigose, quando ocorrer o casamento entre dois heterozigotos, -Presente em dose dupla no genótipo
CARACTERÍSTICAS
-A característica é autossômica porque: -Os cromossomos X e Y, no sexo masculino, apresentam poucas regiões homólogas
⇨ Aparece igualmente em homens e mulheres (pareiam-se apenas pelas pontas dos braços curtos), motivo pelo qual a maioria dos genes
⇨ Pode ser transmitida diretamente de homem para homem situados no X não tem lócus correspondente no Y.
-A característica é recessiva porque: -Além disso, o cromossomo Y apresenta poucos genes, entre os quais os relacionados com
⇨ Há saltos de gerações; a determinação do sexo masculino, genes para estatura, tamanho dentário e
⇨ Os afetados, em geral, possuem genitores normais; portanto, indivíduos não fertilidade.
afetados podem ter filhos afetados; ⇨ Gene HYS, que se relaciona com a produção de um antígeno de membrana,
⇨ Em média, 25% dos irmãos de um afetado são também afetados denominado antígeno H-Y (histocompatibilidade Y)
⇨ A característica aparece em irmandades e não nos genitores ou netos dos ⇨ Gene SRY, que desempenha um papel crítico na determinação do sexo gonadal.
afetados; -Tanto o Y quanto o X possuem lócus para determinação do sexo masculino, parecendo
⇨ Os genitores dos afetados frequentemente são consanguíneos. haver ainda alguns genes em autossomos. Os braços distais dos cromossomos X e Y podem
-O casamento entre indivíduos consanguíneos aumenta a probabilidade de homozigose trocar material durante a meiose humana.
na prole ⇨ A região do cromossomo Y na qual ocorre esse crossing-over é chamada região
⇨ Quanto mais rara for uma característica na população, maior será a frequência de PSEUDOAUTOSSÔMICA, mas o gene SRY, que dispara o processo que leva à
consanguinidade entre os genitores dos afetados diferenciação gonadal masculina, está situado fora dessa região.
-Exemplos de Doenças: ⇨ Entretanto, ocasionalmente, o crossing-over acontece no lado centrométrico do
⇨ Acromatopsia gene SRY, fazendo com que esse fique no cromossomo X, e não no cromossomo Y.
⇨ Hemocromatose Hereditária ⇨ O indivíduo da prole que receber esse cromossomo X será um indivíduo XX com
⇨ Raquitismo dependente de vitamina D fenótipo masculino, e o indivíduo que receber o cromossomo Y será XY com
⇨ Síndrome de Ellis-van Creveld fenótipo feminino, devido respectivamente à presença e à ausência do gene SRY
LIGADO AO SEXO -As MULHERES podem ser HOMOZIGOTAS DOMINANTES, HOMOZIGOTAS RECESSIVAS e
-Corresponde aos genes situados nos cromossomos X e Y HETEROZIGOTAS
-Os HOMENS são HEMIZIGOTOS
HERANÇA RECESSIVA LIGADA AO SEXO
-A característica é ligada ao sexo (ou ligada ao X) porque: -A herança dominante ligada ao X pode ser confundida com a herança autossômica
⇨ Não se distribui igualmente nos dois sexos; dominante, ao exame da prole das mulheres afetadas.
⇨ Não há transmissão direta de homem para homem. ⇨ Ela se distingue, no entanto, pela descendência dos homens afetados: todas as
A característica é recessiva porque: filhas são afetadas, mas nenhum dos filhos o é. Um exemplo de característica
⇨ Há mais homens afetados do que mulheres afetadas normal de herança dominante ligada ao X
⇨ É transmitida por um homem afetado, por intermédio de todas as suas filhas (que -Exemplos:
são apenas portadoras do gene), para 50% de seus netos do sexo masculino; ⇨ Incontinência pigmentar
portanto, os homens afetados são aparentados por intermédio das mulheres ⇨ Raquitismo resistente à vitamina D
heterozigotas; ⇨ Síndrome de Rett
⇨ Os homens afetados geralmente têm filhos e filhas normais INFLUENCIDA PELO SEXO
-Exemplos -São características determinadas por genes autossômicos, que se comportam como
⇨ Daltonismo dominantes em um sexo e recessivos no outro.
⇨ Displasia ectodérmica anidrótica -Essa diferença na expressão pode ser causada por diferenças hormonais e anatômicas
⇨ Distrofia muscular Duchenne (funções presente em somente um dos sexos)
HERANÇA DOMINANTE LIGADO AO SEXO -Exemplos Hormonais:
-A característica é ligada ao sexo (ou ligada ao X) porque: ⇨ Predominância no sexo feminino: o pseudo-hermafroditismo feminino
⇨ Não se distribui igualmente nos dois sexos; ⇨ Predominância no sexo masculino, a calvície (dominante nos homens, recessiva
⇨ Não há transmissão direta de homem para homem. nas mulheres)
-A característica é dominante porque: ⇨ Hemocromatose hereditária.
⇨ Há mais mulheres afetadas do que homens afetados; -Exemplos Anatofuncionais:
⇨ Os homens afetados têm 100% de suas filhas também afetadas, mas 100% de ⇨ No sexo feminino, septo vaginal transverso, desenvolvimento de mamas e
seus filhos do sexo masculino são normais; já as mulheres afetadas podem ter virilização de crianças do sexo feminino afetadas por uma doença endócrina –
50% de seus filhos de ambos os sexos também afetados. hiperplasia adrenal congênita ou síndrome adrenogenital – determinada por um
gene autossômico recessivo
⇨ No sexo masculino, hipogonadismo e puberdade precoce. Nesse último exemplo, o
menino manifesta transformações púberes já aos 4 anos
RESTRITA AO SEXO

-Exibem altos graus de variabilidade fenotípica


-A transcrição do DNAm acontece na mitocôndria, logo independe do núcleo. Ele possui
apenas éxons
MITOCONDRIAL -Taxa de mutação é cerca de 10x maior deixo a falta de mecanismo de reparo de DNA e
-É a herança de distúrbios codificados por genes contidos no DNA mitocondrial pelo dano proveniente do metabolismo do oxigênio (radicais livres)
-Uma doença causada por mutação no mtDNA é herdada exclusivamente da mãe. -HETEROPLASMIA: DNAm heterogêneo com molécula que apresentam mutação e outras
-Assim, apenas as mulheres podem transmitir as doenças mitocondriais, passando as que não apresentam
mutações para toda a sua prole de ambos os sexos. -HOMOPLASMIA: População toda com mutação ou sem mutação
-No entanto, essa transmissão não parece ser tão simples, pois a expressão de alguns -Variações nesse percentual podem determinar o nível de agravo da doença
genes mitocondriais depende da interação com genes nucleares, cujo mecanismo ainda é MULTIFATORIAL
obscuro. -A expressão herança multifatorial designa um tipo de herança no qual estão envolvidos
-As doenças mitocondriais caracterizam-se mais frequentemente por miopatias e vários genes e diversos fatores ambientais, não se referindo especificamente aos
encefalopatias, problemas dos músculos e do encéfalo, respectivamente poligenes clássicos.
-É também designada de herança complexa, devido às complexas interações entre
diversos fatores genéticos e ambientais.
-Os vários genes envolvidos na herança multifatorial podem ser
⇨ Poligenes com efeitos aditivos
⇨ Vários genes, um deles com um efeito principal ou maior
⇨ Poligenes, com efeito maior de dois ou mais genes.
-Por exemplo, a herança poligênica, na qual há uma distribuição populacional normal
gerada por muitos genes com efeitos pequenos e aditivos, é plausível para características
fisiológicas como a altura, mas, para doenças como o diabetes melito não
insulinodependente, a contribuição genética provavelmente envolve muitos lócus, alguns
dos quais desempenhando papel mais importante do que outros.
-Certas características multifatoriais, como grande parte das malformações congênitas,
não têm uma distribuição contínua na população, existindo um limiar que separa os
indivíduos em dois grupos: OS NORMAIS E OS AFETADOS
-Os afetados variam de moderadas a graves. Nesse caso, a característica e sua herança
são denominadas multifatoriais com efeito de limiar.

-Outro exemplo de característica multifatorial com efeito de limiar é a suscetibilidade às


doenças. Os indivíduos são classificados em resistentes e suscetíveis, sendo que entre
estes últimos o grau de suscetibilidade varia de pouco a muito suscetíveis. Tal fenômeno é
explicado pela existência de um LIMIAR GENOTÍPICO
⇨ É a quantidade mínima de genes necessários para que a característica se
manifeste em um determinado ambiente.
CARACTERÍSTICAS -A semelhança entre parentes pode ser expressa em termos de correlação ou de
Distribuição populacional da característica em forma de uma curva normal concordância entre gêmeos.
-As características multifatoriais se distribuem, em uma população, de acordo com uma -CORRELAÇÃO: é uma medida estatística do grau de semelhança ou do relacionamento
curva normal. entre dois parâmetros.
-Essa curva, composta pela distribuição dos indivíduos em cada classe Fenotípica, é devida -Nesse tipo de herança, a correlação entre parentes é proporcional aos seus genes em
à segregação casual dos alelos de diferentes lócus. comum, que são aqueles genes herdados a partir de um ancestral comum.
-Pode-se compreender por que quanto maior for o número de lócus envolvidos na
determinação de uma característica, maior será o número de classes fenotípicas, até
que se alcance uma distribuição contínua, em que as diferenças entre as classes sejam
cada vez menores
-Também por que quanto maior o número de lócus envolvidos, menor será a probabilidade
de se formarem homozigotos ou indivíduos fenotipicamente extremos, estando a maior
parte da população distribuída em torno de valores médios.
Efeito de muitos genes situados em diferentes lócus e de diversos fatores ambientais A herdabilidade indica se o papel dos genes na determinação de um fenótipo é grande

-Se cada gene sofrer um pequeno efeito ambiental, os poligenes sofrerão esses efeitos ou pequeno

somados ou multiplicados. -A herdabilidade pode ser definida como a proporção da variação fenotípica resultante de

-Por exemplo, na altura, estão envolvidos metabolismo adequado (que depende de vários diferenças genéticas em relação à variação fenotípica total (que inclui as variações

passos enzimáticos determinados geneticamente), hormônios (também condicionados genética e ambiental). Foi desenvolvida para tentar separar o efeito dos genes e do

geneticamente) e um ambiente que forneça alimentos balanceados (nesse ambiente, ambiente.

haverá fontes de variação: climática, socioeconômica, etc.). -Sua fórmula simplificada é a seguinte: h2 = VG / VG + VA

A semelhança entre parentes pode ser expressa em termos de correlação ou de Risco de recorrência versus sexo do probando

concordância entre gêmeos -Risco de recorrência é o risco de surgimento de um novo afetado em uma família na qual

-Uma das maneiras de se verificar se uma característica é multifatorial é por intermédio de já existe um indivíduo afetado.

estudos de famílias, de gêmeos e de populações.


-Se a característica for de limiar e mais frequente em um sexo do que no outro -Exemplo: no caso da fissura labial unilateral, o risco de recorrência é de 2,5%; quando ela
(característica com limiar diferencial para os sexos), o risco de recorrência será maior para é bilateral com fissura palatina, o risco é de 5,6%.
parentes de afetados do sexo menos suscetível. Risco de recorrência versus parentesco
Esses últimos indivíduos terão, em média, maior número de genes prejudiciais do que os -A consanguinidade aumenta o risco de recorrência nos parentes em primeiro grau, caindo
afetados do sexo mais suscetível. esse risco bruscamente nos parentes em segundo grau e gradualmente do terceiro grau
-Portanto, quando o afetado for do sexo menos suscetível, dado que ele possui mais genes em diante.
deletérios, o risco de que os transmita será maior. -Exemplo: o risco de recorrência para fissura labial é de 40/1.000 para parentes em
-Exemplo: na estenose pilórica, o risco para a prole de mulheres afetadas (sexo menos primeiro grau; 7/1.000 para parentes em segundo grau; e de 3/1.000 para parentes em
suscetível) é de 20%, enquanto o risco para a prole de homens afetados (sexo mais terceiro grau.
suscetível) é de 5%. -No entanto, na herança monogênica, o risco para características autossômicas recessivas
Risco de recorrência versus número de afetados é sempre o mesmo, enquanto para as autossômicas dominantes diminui em 50% a cada
-O risco de recorrência é maior quando há mais de um afetado na família, pois, grau de distância do parentesco a partir do probando.
sabendo-se que a segregação gênica é casual, o aparecimento de outros afetados supõe Risco de recorrência versus frequência populacional
grande número de genes deletérios na família. -Se representarmos a frequência populacional por P, o risco para parentes em primeiro
-Isso contrasta com a herança monogênica, em que o risco para irmãos subsequentes é grau de um afetado é igual à raiz quadrada dessa frequência
o mesmo, sem considerar o número de crianças já afetadas na irmandade. -Portanto, quanto menor o risco populacional, maior o aumento relativo do risco para
-Exemplo: para fissura labial com ou sem fissura palatina, o risco de recorrência após um irmãos, o que não se aplica às características monogênicas.
filho afetado é de 4%, aumentando para 10% após dois filhos afetados. -Exemplo: para anencefalia com espinha bífida, a frequência populacional é de 1/130 e o
Risco de recorrência versus gravidade do defeito risco de recorrência é de 1/20 (um aumento de 7 vezes em relação ao risco da população)
-Quanto mais grave a anomalia, maior o seu risco de recorrência. em South Wales; já em Londres, a frequência populacional da mesma característica é de
-Quanto mais extremo for um indivíduo na distribuição da curva normal, maior o número de 1/350 e seu risco de recorrência é de 1/23 (aumento de 15 vezes em relação ao risco da
genes deletérios que ele apresenta, mais grave será a malformação e maior será o risco de população).
que seus descendentes caiam além do limiar, sendo também afetados. Objetivo 03: COMPREENDER como se analisa um heredograma (Trazer exemplos
ao descrever os padrões de herança)
-O estudo da herança de uma característica é feito pela análise de genealogias ou -Obtida e interpretada de maneira adequada, é uma das mais úteis e acessíveis
heredogramas, que constituem um método abreviado e simples de representação dos ferramentas para os clínicos que cuidam de pacientes com doenças genéticas,
dados de uma família. possibilitando que o profissional ofereça aconselhamento genético aos indivíduos afetados
-A montagem é realizada a partir de informações prestadas pelo PROBANDO que é o ou a seus familiares.
indivíduo (afetado ou não) a partir do qual a família será estudada pelo profissional. ASPECTOS IMPORTANTES

-Muitas vezes, o informante é um parente próximo do probando, quando esse está -Todas as pessoas de uma geração são colocadas em uma mesma linha.
impossibilitado de prestar informações sobre a doença ou característica. -Os cônjuges são conectados por uma linha horizontal (linha matrimonial), que deve ser
-Frequentemente, a mãe é a melhor informante, por conhecer dados sobre a gestação, dupla quando forem consanguíneos.
parto, primeiras manifestações da doença na infância ou mais tarde, conforme o caso. -Da linha matrimonial, parte uma linha vertical que se liga à linha da irmandade (linha
-A coleta dessas informações deve ser cuidadosa horizontal paralela à matrimonial), à qual se conecta cada um dos filhos do casal, por meio
⇨ Abranger o maior número de gerações e a maior parte de seus membros de uma pequena linha vertical, por ordem decrescente de nascimento, da esquerda para a
⇨ Abordar dados importantes sobre a doença em questão (p. ex., data de início e direita.
evolução da doença), -As gerações são numeradas com algarismos romanos, colocados em geral à esquerda, em
⇨ Abordar informações sobre os parentes em 1º grau dos afetados (pais, filhos e ordem crescente da mais remota para a mais recente.
irmãos) e outros familiares informativos, consanguinidade, origem étnica -Os indivíduos de cada geração são numerados com algarismos arábicos, colocados acima
-É importante que, na genealogia, estejam representados não só os indivíduos afetados, e à direita do respectivo símbolo, em ordem crescente da esquerda para a direita,
mas também os normais, abortos e natimortos pois o objetivo principal de sua construção repetindo-se essa numeração a cada geração.
é permitir a identificação do tipo de herança da característica em estudo. -O probando, propósito ou caso-índice deve ser assinalado por uma seta.
-Manter sempre atualizada, pois novas informações podem auxiliar na determinação -Quando for o caso, a idade de cada indivíduo da família deve constar abaixo do símbolo
correta do diagnóstico e do prognóstico e propiciar a interpretação mais exata da história correspondente. h. Deverão estar representados não só os indivíduos afetados, mas
familiar também os normais, abortos e natimortos, além dos indivíduos não pertencentes à família,
-A história familiar desempenha um papel central na genética clínica e nos estudos das mas que, de alguma maneira, estão a essa relacionados.
doenças genéticas. VANTAGENS OFERECIDAS PELA CONSTRUÇÃO DE GENEALOGIAS
-Compreensão imediata das relações de parentesco
-Identificação de casos esporádicos (caso isolado em uma família) ou de casos que se Objetivo 04: COMPREENDER daltonismo e hemofilia (pode falar dentro das
repetem em uma genealogia; nessa segunda circunstância, observe se os casos se heranças)
repetem na linha vertical (avós, pais, filhos) ou colateral (irmãos, primos), ou em ambas, DALTONISMO
sua distribuição sexual, idade média do início da doença e ordem de nascimento dos -A denominação de daltonismo foi dada em homenagem ao famoso químico John Dalton,
afetados nas irmandades. que apresentava essa deficiência, e fora o primeiro a perceber que enxergava as cores de
-Detecção da ocorrência de casamentos consanguíneos e sua relação com a manifestação modo diferente das outras pessoas
da doença. -Esse cientista chegou a doar seus globos oculares à ciência, na esperança de que seu
-Fácil reconhecimento dos padrões de herança da doença estudada. estudo revelasse a causa do problema visual
SÍMBOLOS
-O daltonismo é também denominado cegueira parcial para cores
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
-O daltonismo é um distúrbio que envolve os CONES, um dos dois principais tipos de células
da retina.
-Existem dois tipos de células na retina:
⇨ BASTONETES: Mais periféricos e responsáveis pela visão em preto e branco
⇨ CONES: Mais centrais, responsáveis pela visão em cores. São de três tipos, de
acordo com os pigmentos que apresentam
-Distúrbios dicromáticos graves:
⇨ Protanopia: Ausentes os cones para a cor vermelha
⇨ Deuteranopia: Ausentes os cones para a cor verde
⇨ Tritanopia: Ausentes os cones para a cor azul.
-Distúrbios tricromáticos moderados: Números variáveis dos genes presentes para
essas três cores, conferindo caráter mais suave (os três tipos de pigmento encontram-se
presentes, porém a percepção da cor envolvida é enfraquecida, uma vez que não está
totalmente ausente um tipo de cone de cada vez, mas todos se encontram presentes com -Hemofilia A e B são LIGADAS AO X RECESSIVAS
graus variados de produção de pigmento). -Hemostasia: Ativação de fenômenos que buscam o estancamento de uma hemorragia,
⇨ Protanomalia: Alteração na absorção da cor vermelha formando um coágulo
⇨ Deuteranomalia: Alteração na absorção da cor verde ⇨ Vasoconstrição arteriolar: Permite a redução da perda sanguínea
⇨ Tritanomalia: alteração na absorção da cor azul. ⇨ Formação do tampão plaquetário;
FREQUÊNCIA ⇨ Estruturação da rede de fibrina, a partir da polimerização do fibrinogênio,
-Cerca de 8% dos homens têm daltonismo mediante o processo de coagulação do sangue (coágulo sanguíneo);
-0 distúrbio mais frequente é a deuteranomalia, que se encontra presente em 4 a 5% dos ⇨ Estabilização do coágulo, por meio da formação de ligações cruzadas entre as
homens moléculas de fibrina. Cessado o sangramento, é acionado o mecanismo de
-Com exceção dos distúrbios relacionados com a cor azul, os demais distúrbios dissolução do coágulo pelo sistema fibrinolítico, de modo a restabelecer o
dicromáticos e tricromáticos apresentam-se cada um com a frequência de 1% nos fluxo sanguíneo e a permitir os mecanismos de reparo tecidual
homens. -Homeostasia: Controle geral das funções (equilíbrio de íons, etc)
-Sendo menos estudados, os dois tipos de distúrbios relacionados com a cor azul alcançam -Trombose: formação excessiva de coágulos sanguíneos
em conjunto a frequência de 1/500 indivíduos de ambos os sexos, uma vez que o gene -Púrpura Trombocitopênica: Doença em que o indivíduo apresenta baixo número de
correspondente é autossômico. plaquetas
GENÉTICA FORMAÇÃO DO COÁGULO SANGUÍNEO
-Os genes para protanopia, deuteranopia, protanomalia e deuteranomalia localizam-se no -Coágulo: Aglomerado de plaquetas
braço longo do cromossomo X (Xq28) e o gene para tritanopia e tritanomalia localiza-se no -Tampão Hemostático Primário: Agregação Plaquetária
cromossomo 7q31.3-q32 ⇨ Precisam de ser ativadas pelo fator de Von Willebrand
-Os distúrbios tricromáticos moderados são devidos a números variáveis dos genes ⇨ A superfície eletronegativa do colágeno também estimula a agregação plaquetária
presentes para essas três cores. ⇨ Glicoproteína IV: permite a aglomeração plaquetária
HEMOFILIA ⇨ Secreção dos grânulos das plaquetas (Tromboxano A2, Cálcio)
-Deficiências dos diferentes fatores envolvidos no processo de coagulação -Tampão Hemostático Secundário: Gerar fibrina e estabilizar o tampão hemostático
-A maioria é herdada como autossômica recessiva primário por meio da cascata da coagulação
-Endotélio lesionado: Para de expressar a substância anticoagulante (óxido nítrico) pelo
rompimento do fluxo laminar do sangue
⇨ Aumento da expressão de substância pró-coagulantes (fator tecidual): Liberada
pela célula lesada e contribui para a cascata da coagulação
CASCATA DA COAGULAÇÃO
-Doença hepática pode comprometer a hemostasia pela produção dos fatores de
coagulação
-Atuam na formação do tampão hemostático secundário pela fibrina
-Via Comum
⇨ Fator X
⇨ Atua na formação do tampão hemostático secundário
-Via Intrínseca: Fatores que ativam o fator X
⇨ Fator XII (Hageman)
⇨ Fator XI
⇨ Fator IX: Hemofilia B
⇨ Fator VIII: Hemofilia A
⇨ Exame: TP ou TAP
-Via Extrínseca:
⇨ Fator tecidual – Tromboplastina
⇨ É produzido pelo endotélio agredido
⇨ Ativa o fator VII que ativa o X, e, entra na via comum
⇨ Exame: TTP ou TTPa (tempo de tromboplastina) HEMOFILIA A

-Vitamina K e Cálcio: Conversão de pró-trombina em trombina (via comum) -Causada pela deficiência do fator VIII da coagulação: Também é chamado de globulina
anti-hemofílica
-Atinge 1 em cada 5000-10000 indivíduos masculinos sua eficácia. Nesses casos, faz-se uso de imunossupressores, de fator VIIa recombinante e
-Alterações do gene (deleção, mutação e inserção) F8 é a principal causa. Ele está concentrados de complexo protrombínico ativado.
localizado na porção distal do braço longo do cromossomo X HEMOFILIA B (DOENÇA DE CHRISTMAS)
-Clinicamente, essa doença se caracteriza por episódios recorrentes de sangramento que -Deficiência do fator IX, ou fator Christmas, da coagulação
podem ocorrer de maneira espontânea ou em consequência a pequenos traumas, e sua -Quadro clínico semelhante ao da hemofilia A.
gravidade se correlaciona com a extensão da deficiência do fator VIII. -Sua frequência é de 1/100.000 meninos recém-nascidos, sendo de seis a 10 vezes menor
-O sangramento nos espaços articulares causa edema doloroso, e as hemartroses do que a dessa hemofilia.
(hemorragia nas articulações) repetidas levam ao espessamento e à destruição das -O gene F9 (OMIM 300746), do fator VIII, está mapeado no braço longo do cromossomo X
superfícies articulares, resultando em invalidez permanente. (Xq27.1-q27.2), consistindo em oito éxons e estendendo-se ao longo de 34 kb.
-Essa hemorragia também pode ocorrer em outros órgãos, como o cérebro e o sistema -Seu papel na cascata da coagulação sanguínea é ativar o fator X, mediante interações
digestório, sendo causa frequente de morte nesses pacientes. Nas extrações dentárias, com o cálcio, os fosfolipídeos da membrana e o fator VIII.
ocorre sangramento prolongado. -Assim como ocorre com o fator VIII, na hemofilia A, alguns pacientes possuem níveis
reduzidos de fator IX, imunologicamente detectável, outros não apresentam antígeno de
fator IX e alguns ainda têm concentrações normais de antígeno desse fator no plasma,
embora com atividade coagulante anormal.
-Isso está relacionado ao fato de que as principais causas da hemofilia B são DELEÇÕES
EM DIFERENTES SEGMENTOS DO GENE DO FATOR IX. Também as mutações pontuais podem
acarretar quadros clínicos de gravidade variável nessa hemofilia.
-Em recente trabalho, foi identificada uma mutação de sítio de encadeamento (splicing) no
gene F9 como a mutação causadora da “doença Real”, como é apelidada a forma de
-A reposição do fator VIII é feita por meio de preparações derivadas de plasma humano e
hemofilia transmitida pela Rainha Victoria, da Inglaterra, a várias famílias reais europeias,
purificadas por imunoafinidade ou por fator VIII recombinante (reunião de preparações
como as da Rússia e a da Espanha.
comerciais diferentes). Embora essa terapia de reposição seja eficaz na maioria dos casos,
-Também como na hemofilia A, o tratamento de pacientes com deficiência do fator IX por
10 a 15% dos indivíduos tratados desenvolvem anticorpos neutralizantes que diminuem
meio de plasma normal resulta no desenvolvimento de anticorpos específicos contra esse
fator da coagulação em cerca de 1% de todos os casos, ou, aproximadamente, 3% dos
casos graves.
REFERÊNCIAS
-BIANCO, Bianca; MONTAGNA, Erik. Avanços e novas tecnologias para o estudo das doenças
mitocondriais. Einstein (São Paulo), v. 14, p. 291-293, 2016.CASARIN,
-Franciele Cristina Fanhani. O daltonismo: um exemplo de herança ligada ao cromossomo X. 2015
-MARTINS, Alessandra Gomes Pereira. Hemofilia entenda a doença que compromete a coagulação do
sangue. 2014.
-BORGES-OSORIO, Maria Regina et al. Genética humana. 3a ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
-JORDE, L. B.; CAREY, J. C.; BAMSHAD, M. J.; WHITE, R. L. Genética Médica. 5. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010
-PINA-NETO, João Monteiro de. Aconselhamento genético. Jornal de Pediatria, v. 84, p. S20-S26,
2008.
Problema 05- FECHAMENTO 01 ⇨ Herança multifatorial: Fatores genéticos e ambientais agindo em conjunto
-Em 50% a 60% dos defeitos congênitos, a causa é desconhecida. Os defeitos podem ser
Objetivo 01: Compreender como os fatores ambientais (químicos, biológicos e
únicos ou múltiplos e podem apresentar importância clínica maior ou menor
físicos) interferem no desenvolvimento fetal
-Embora o embrião humano esteja bem protegido no útero, muitos agentes ambientais
-Teratologia é o ramo da embriologia envolvido com a produção, a anatomia do
(teratógenos) podem causar alterações do desenvolvimento após a exposição materna a
desenvolvimento e classificação de embriões e fetos mal formados
eles
-Alguns estágios do desenvolvimento embrionário são mais vulneráveis a perturbações que
-TERATÓGENO: Qualquer agente que possa produzir um defeito congênito (anomalia
outros
congênita) ou aumentar a incidência de um defeito na população.
-Até a década de 1940, acreditava-se que os embriões estavam protegidos de agentes
-Fatores ambientais (p. ex., infecções, drogas) podem simular condições genéticas, como
ambientais, como fármacos, vírus e compostos químicos por suas membranas
quando dois ou mais filhos de pais normais são afetados. Um princípio importante é que
extraembrionárias ou fetais (âmnio e córion) e pelas paredes uterina e abdominal das
nem tudo que é familiar é genético.
mães.
-1941: Relatados os primeiros casos bem documentados de que um agente ambiental (vírus
da rubéola) poderia produzir defeitos congênitos graves como catarata, defeitos cardíacos
e surdez, se a infecção por rubéola ocorresse durante o período crítico de desenvolvimento
dos olhos, coração e orelhas.
-Década de 1950: Defeitos graves dos membros e outros distúrbios do desenvolvimento
foram encontrados em recém-nascidos de mães que tinham consumido talidomida no
início da gravidez
-Estima-se que de 7% a 10% dos defeitos congênitos resultem das ações prejudiciais de
fármacos, vírus e toxinas ambientais.
-As causas dos defeitos congênitos são divididas em três categorias amplas:
⇨ Fatores genéticos: Anormalidades cromossômicas.
⇨ Fatores ambientais: Fármacos/drogas, vírus, radiação
-Os fatores ambientais causam 7% a 10% dos defeitos congênitos
-Uma vez que a diferenciação bioquímica precede a diferenciação morfológica, o período
no qual as estruturas são sensíveis à interferência dos teratógenos geralmente precede o
estágio de seu desenvolvimento visível em alguns dias.
-Teratógenos não parecem causar defeitos até que a diferenciação celular tenha
começado; contudo, suas ações iniciais (p. ex., durante as duas primeiras semanas) podem
causar morte do embrião (“PERÍODO DO TUDO OU NADA”)
-Muitos estudos demonstraram que algumas influências hereditárias e ambientais podem
afetar de modo adverso o desenvolvimento embrionário ao alterar os processos
fundamentais
⇨ Compartimento intracelular
⇨ Superfície da célula
⇨ Matriz extracelular
⇨ Ambiente fetal.
-Foi sugerido que a resposta celular inicial possa assumir mais de uma forma (genética,
molecular, bioquímica e biofísica), resultando em diferentes sequências de alterações
celulares
⇨ Morte celular
⇨ Interação celular
⇨ Indução defeituosa
⇨ Redução da biossíntese de substratos
⇨ Prejuízo de movimentos morfogênicos

-MAIOR SENSIBILIDADE A AGENTES TERATOGÊNICOS: Durante os períodos de ⇨ Perturbação mecânica

diferenciação rápida
-Eventualmente, esses diferentes tipos de lesão patológica podem provocar um defeito -PERÍODO CRÍTICO DE DESENVOLVIMENTO DO ENCÉFALO: 3 a 16 semanas, porém o
final desenvolvimento pode ser alterado após essa data porque o encéfalo está sofrendo
⇨ Morte intrauterina diferenciação e crescimento rápido no momento do nascimento. Os teratógenos podem
⇨ Defeitos do desenvolvimento produzir deficiência mental durante os períodos embrionário e fetal
⇨ Retardo do crescimento fetal -DESENVOLVIMENTO DOS DENTES: Continua muito tempo após o nascimento. O
⇨ Perturbações funcionais desenvolvimento dos dentes permanentes pode ser perturbado por tetraciclinas a partir de
-Especula-se que a perturbação da atividade gênica em qualquer estágio crítico poderia 14 semanas de vida fetal até 8 anos após o nascimento
provocar um defeito do desenvolvimento. Essa visão é confirmada por estudos que -SISTEMA ESQUELÉTICO: Também apresenta um período crítico de desenvolvimento
mostram que a exposição de embriões de camundongos e anfíbios ao teratógeno ácido prolongado que se estende até a infância e o crescimento dos tecidos esqueléticos fornece
retinoico (metabólito da vitamina A) altera os domínios da expressão gênica e perturba a uma boa medida do crescimento geral
morfogênese normal -DUAS PRIMEIRAS SEMANAS APÓS A FECUNDAÇÃO: Podem interferir na clivagem do zigoto
PRINCÍPIOS DA TERATOGÊNESE e na implantação do blastocisto e podem causar morte precoce e aborto espontâneo de
PERÍODOS CRÍTICOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO um embrião
-O estágio do desenvolvimento do embrião determina sua suscetibilidade ao teratógeno ⇨ Teratógenos que atuem nas duas primeiras semanas podem matar o embrião ou
-O período mais crítico do desenvolvimento é quando a DIVISÃO CELULAR, A seus efeitos prejudiciais serão compensados por propriedades regulatórias
DIFERENCIAÇÃO CELULAR E A MORFOGÊNESE ESTÃO NO SEU AUGE potentes do embrião inicial
-QUARTA À OITAVA SEMANA:
⇨ A maior parte do desenvolvimento nas primeiras 4 semanas envolve a formação
de estruturas extraembrionárias como o âmnio, a vesícula umbilical e o saco
coriônico
⇨ O desenvolvimento do embrião pode ser prejudicado mais facilmente quando os
tecidos e órgãos estão em formação
⇨ Durante esse período de organogênese, os teratógenos podem induzir defeitos
congênitos importantes.
-PERÍODO FETAL: Defeitos fisiológicos como defeitos morfológicos menores das orelhas ⇨ Fármacos como talidomida induzem defeitos dos membros e outras anomalias
externas e perturbações funcionais como deficiência mental como defeitos cardíacos e renais.
-No início do período crítico de desenvolvimento dos membros, a talidomida causa
defeitos graves, como MEROMELIA, que é uma ausência de partes dos membros superiores
e inferiores. Mais tarde, no período sensível, a talidomida causa defeitos leves a moderados
dos membros como hipoplasia do rádio e da ulna.
DOSE DE FÁRMACOS OU COMPOSTOS QUÍMICOS
-Para que um fármaco seja considerado um teratógeno humano, uma relação
dose-resposta deve ser observada e quanto maior a exposição durante a gravidez, mais
intenso o efeito fenotípico.
GENÓTIPO DO EMBRIÃO
-Inúmeros exemplos em animais experimentais e vários casos suspeitos em seres
humanos mostram que existem diferenças genéticas em resposta ao teratógeno.
-Cada tecido, órgão e sistema de um embrião têm um período crítico no qual seu -Exemplo: A fenitoína é um teratógeno humano bem conhecido.
desenvolvimento pode ser prejudicado ⇨ Entre 5% e 10% dos embriões expostos a essa medicação anticonvulsivante
-O tipo de defeito congênito produzido depende de quais partes, tecidos e órgãos são mais desenvolvem a síndrome fetal da hidantoína
suscetíveis no momento de ação do teratógeno. Vários exemplos mostram como os ⇨ Aproximadamente um terço dos embriões expostos apresenta apenas alguns
teratógenos podem afetar diferentes sistemas orgânicos que estejam se desenvolvendo ao defeitos congênitos
mesmo tempo: ⇨ Mais da metade dos embriões não é afetada
⇨ Altos níveis de radiação ionizante produzem defeitos do SNC (encéfalo e medula -Logo o genótipo do embrião determina se o agente teratogênico prejudicará seu
espinal) e olhos. desenvolvimento.
⇨ A infecção pelo vírus da rubéola provoca defeitos oculares (glaucoma e catarata), AGENTES QUÍMICOS
surdez e defeitos cardíacos. -A teratogenicidade de fármacos varia consideravelmente.
-O uso de medicamentos prescritos e vendidos sem prescrição durante a gravidez é ⇨ Descolamento da placenta
surpreendentemente alto. De 40% a 90% das mulheres consomem pelo menos um ⇨ Aborto espontâneo
medicamento vendido sem prescrição durante a gravidez. ⇨ Prematuridade
-Um relatório feito a partir de uma base de dados de medicamentos prescritos mostra que ⇨ RCIU
gestantes podem receber prescrições de mais de 10 medicamentos. ⇨ Microcefalia
-Vários estudos indicaram que algumas gestantes recebem em média quatro ⇨ Infarto cerebral
medicamentos, excluindo suplementos nutricionais, e que aproximadamente metade ⇨ Anomalias urogenitais
dessas mulheres vai recebê-los durante o período altamente sensível ⇨ Perturbações neurocomportamentais e anormalidades neurológicas.
-O consumo de fármacos tende a ser maior durante o período crítico de desenvolvimento 03- CRACK
entre tabagistas intensos e usuários de álcool -Feito a partir dos restos da cocaína
-As mulheres devem evitar todas as medicações durante o primeiro trimestre, a não -Possui os mesmo efeitos
ser que exista um motivo médico sólido para seu uso e então apenas se os medicamentos 04- ÁLCOOL
forem reconhecidos como razoavelmente seguros para o embrião. -O etanol se distribui pelos tecidos fetais e alcança as mesmas quantidade do sangue
01- MACONHA materno pelo fato das enzimas hepáticas fetais estarem em baixos níveis
-Não há evidências de que a maconha seja um teratógeno humano -O ACETALDEÍDO, principal derivado do metabolismo do etanol é altamente tóxico e passa
-Existe uma indicação de que seu uso durante os primeiros 2 meses de gravidez AFETA O livremente por difusão transplacentária
CRESCIMENTO FETAL E O PESO AO NASCIMENTO -O alcoolismo afeta 1% a 2% das mulheres em idade fértil.
-Os padrões de sono e eletroencefalográfico em recém-nascidos expostos à maconha no -O consumo de níveis moderados e altos de álcool no início da gravidez pode alterar o
período pré-natal se mostram alterados crescimento e a morfogênese do embrião ou do feto.
02- COCAÍNA -Recém-nascidos de mães alcoólicas crônicas exibem um padrão de defeitos específicos,
-Potente estimulador do SNC incluindo
-Gera VASOCONSTRIÇÃO AGRESSIVA e consequente disrupção do desenvolvimento cerebral ⇨ Deficiência de crescimento pré e pós natal
-Droga ilícita mais amplamente usada entre as mulheres em idade fértil. ⇨ Deficiência mental
-Relatos que lidam com os efeitos pré-natais da cocaína incluem ⇨ Hipoplasia do maxilar
⇨ Nariz curto
⇨ Lábio superior fino
⇨ Sulcos palmares anormais
⇨ Defeitos articulares
⇨ Doença cardíaca congênita
-O padrão de defeitos produzido pela síndrome alcoólica fetal (SAF) é detectado em 1 a 2
lactentes a cada 1.000 nascidos vivos
-O consumo moderado de álcool pela mãe (30 a 60 mililitros de álcool por dia) pode
provocar prejuízo cognitivo e problemas comportamentais.
-O conselho mais seguro é a abstinência total de álcool durante a gravidez.

05- ANDRÓGENOS E PROGESTÁGENOS


-Progestogênios e progestinas são usados para substâncias naturais ou sintéticas que
induzem algumas ou todas as alterações biológicas produzidas pela progesterona, um
hormônio secretado pelo corpo lúteo dos ovários, que promove e mantém o endométrio
gravídico
-Algumas possuem propriedades ANDROGÊNICAS (masculinizantes) que podem afetar um
feto feminino, produzindo a MASCULINIZAÇÃO DA GENITÁLIA EXTERNA
-As preparações que devem ser evitadas são as progestinas ETISTERONA e
NORETISTERONA.
⇨ Do ponto de vista prático, o risco teratogênico desses hormônios é baixo.
⇨ A exposição a progestinas no período crítico do desenvolvimento também está -Fetos do sexo masculino que foram expostos a DES no útero após tratamento materno
associada a maior prevalência de defeitos cardiovasculares e a exposição de antes da 11ª semana de gestação apresentaram maior incidência anomalias do trato
fetos do sexo masculino durante esse período pode duplicar a incidência de genital, incluindo cistos do epidídimo e testículos hipoplásicos (não desenvolvidos).
hipospádias da glande - A expressão do gene homeobox HOXA10 é alterada após a exposição intrauterina a DES.
-Utilização de contraceptivos hormonais (pílulas anticoncepcionais) nos estágios iniciais 06- TABAGISMO
de uma gravidez não reconhecida apresentam resultados epidemiológicos contraditórios. -Restrição do crescimento intrauterino (RCIU)
⇨ Um estudo constatou que crianças de 13 de 19 mães, que tinham recebido pílulas -Parto prematuro é duas vezes mais frequente
anticoncepcionais com progestogênio-estrogênio durante o período crítico do -Baixo peso ao nascer é o principal indicador de morte infantil
desenvolvimento, exibiram a síndrome VACTERL (anomalias vertebrais, anais, -A nicotina estimula a VASOCONSTRIÇÃO de vasos sanguíneos
cardíacas, traqueais, esofágicas, renais e de membros – limbs, na sigla em inglês). ⇨ Tal fato diminui o fluxo sanguíneo uterino e reduz o suprimento de oxigênio e
⇨ O uso de contraceptivos orais deve ser interrompido assim que houver nutrientes que passam pelo espaço interviloso da placenta
suspeita ou detecção de uma gravidez devido a esses possíveis efeitos ⇨ Essa deficiência prejudica o CRESCIMENTO CELULAR e pode afetar o
teratogênicos. DESENVOLVIMENTO MENTAL
-O dietilestilbestrol (DES), que é um composto estrogênico não esteroide sintético, é um ⇨ HIPÓXIA FETAL CRÔNICA: baixos níveis de oxigênio devido a vasoconstrição e
teratógeno humano. maior afinidade com a carboxihemoglobina
⇨ Anomalias congênitas macroscópicas e microscópicas do útero e da vagina foram 07- ANTIBIÓTICOS
detectadas em mulheres expostas a DES no útero. Tetraciclinas
⇨ Lesões observadas: adenose vaginal (doenças glandulares generalizadas), -Antibióticos de amplo espectro
erosões cervicais e cristas vaginais transversas. -Atravessam a membrana placentária e são depositadas nos ossos e dentes do embrião
⇨ Algumas mulheres jovens com idades entre 16 e 22 anos desenvolveram em sítios de calcificação ativa
adenocarcinoma de células claras da vagina após uma história comum de -Doses relativamente pequenas de tetraciclina durante o terceiro trimestre podem produzir
exposição intrauterina a esse estrogênio sintético. O risco de câncer devido a coloração amarelada da dentição decídua e permanente
exposição intrauterina a DES é estimado em aproximadamente 1 a cada 1.000.
-Do quarto ao nono mês de gravidez também podem causar defeitos nos dentes (p. ex., -Aproximadamente uma a cada 200 gestantes é epiléptica e requer tratamento comum
hipoplasia do esmalte; coloração amarela a marrom dos dentes e diminuição do anticonvulsivante.
crescimento de ossos longos. Trimetadiona
-A calcificação dos dentes permanentes começa ao nascimento e, com exceção dos -Síndrome fetal da trimetadiona
terceiros molares, está completa por volta de 7 a 8 anos de idade. ⇨ Retardo do crescimento pré e pós-natal
Estreptomicina e Diidroestreptomicina ⇨ Retardo do desenvolvimento
-Surdez foi relatada em bebês de mães que foram tratadas com altas doses de como ⇨ Sobrancelhas em forma de V
agentes antituberculose. ⇨ Orelhas de implantação baixa
-Mais de 30 casos de déficit auditivo e lesão do nervo vestíbulo coclear (NC VIII) foram ⇨ Fenda no lábio e/ou palato
relatados em lactentes expostos a derivados de estreptomicina no útero. ⇨ Defeitos cardíacos, geniturinários e de membros
-Exceção: Penicilina (não foi relatado casos de teratogênese) Fenitoína
08- ANTICOAGULANTES A síndrome fetal da hidantoína ocorre em 5% a 10% das crianças nascidas de mães que
-Todos os anticoagulantes atravessam a membrana placentária e podem causar foram tratadas com os anticonvulsivantes fenitoína ou hidantoína.
hemorragia no embrião ou no feto. ⇨ RCIU
-EXCEÇÃO: HEPARINA ⇨ Microcefalia
Varfarina e outros derivados cumarínicos ⇨ Deficiência mental
-São antagonistas da vitamina K. ⇨ Sulcos na sutura frontal
-A varfarina é usada para o tratamento de doença tromboembólica e em pacientes com ⇨ Pregas epicantais internas
fibrilação atrial ou valvas cardíacas artificiais. ⇨ Ptose palpebral
-Hipoplasia da cartilagem nasal, epífises pontilhadas e vários defeitos do SNC, cujas mães ⇨ Ponte nasal larga e deprimida
receberam esse anticoagulante durante o período crítico do desenvolvimento embrionário. ⇨ Hipoplasia (pouco desenvolvimento) de unhas e falanges distais e hérnias.
-O período de maior sensibilidade ocorre entre 6 e 12 semanas após a fecundação. Ácido valproico
-Segundo e terceiro trimestres: Deficiência mental, atrofia do nervo óptico e microcefalia. -Medicamento de escolha para o tratamento de diferentes tipos de epilepsia, provoca um
09- ANTICONVULSIVANTES padrão de defeitos congênitos que consiste em
⇨ Defeitos craniofaciais, cardíacos e de membros e retardo do desenvolvimento 11- ANTINEOPLÁSICOS
cognitivo pós-natal. -Com exceção do antagonista do ácido fólico a aminopterina, poucos relatos bem
⇨ Também existe um maior risco de defeitos do tubo neural (p. ex., espinha bífida documentados de efeitos teratogênicos estão disponíveis para avaliação.
cística) -Uma vez que os dados disponíveis sobre a possível teratogenicidade dos medicamentos
Medicamentos Seguros antineoplásicos são inadequados, recomenda-se que sejam evitados, especialmente
-O FENOBARBITAL, SULFATO DE MAGNÉSIO E O DIAZEPAM também são amplamente usados durante o primeiro trimestre da gravidez
para profilaxia de convulsões. -PRIMEIRO TRIMESTRE: Aumento na taxa de malformações e de abortos
10- ANTIEMÉTICOS -SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRE: Aumento na taxa de prematuridade, restrição do
-Em caso da necessidade de uso, é importante ressaltar que a maior parte dos agentes crescimento intrauterino e mortalidade perinatal
antieméticos não costuma estar associada a um potencial teratogênico -Compostos químicos para inibição tumoral são altamente teratogênicos porque inibem a
-Seu emprego deve obedecer uma relação de risco benefício mitose em células de divisão rápida
-Dar preferência aos medicamentos mais bem estudados -Aminopterina: resulta em morte intrauterina dos embriões e 20% a 30% daqueles que
-Metoclopramida: Não houve evidências no aumento das taxas de malformações sobrevivem apresentam malformações graves.
-Dimenidrinato: Defeitos no palato, mandíbula e micromelia foram notadas em animais. O -Bussulfano e 6-mercaptopurina: administrados em cursos alternados durante a
estudo em humanos ainda é controverso. Alguns autores preconizam esse fármaco como gravidez, produziram múltiplas anormalidades graves, mas nenhum medicamento isolado
primeira escolha no tratamento de náuseas e vômitos pareceu causar defeitos importantes
-Buclizina: Contraindicação no final da gestação devido ao risco teórico de fibroplasia Metotrexato
retrolental -Antagonista do ácido fólico é um derivado da aminopterina
-Doxilamina: Pode ser utilizado -É um teratógeno potente que produz defeitos congênitos maiores.
-Granisetrona: Controverso -Geralmente, é mais usado como agente único ou em terapia combinada para doenças
-Ondansetrona: Altas doses podem reduzir o crescimento intrauterino neoplásicas, mas também pode ser indicado em pacientes com doenças reumáticas
-Prometazina: Contraindicado devido ao aumento na taxa de cardiopatia congênita graves, incluindo artrite reumatoide.
-Proclorperazina: Nenhuma evidência de malformações foi encontrada -Múltiplos defeitos esqueléticos e outros defeitos congênitos foram encontrados em uma
-Domperidona: Não há dados na literatura criança de uma mãe que tentou interromper a gravidez usando metotrexato
12- VITAMINA A ⇨ Oligoidrâmnio (quantidade insuficiente de líquido amniótico)
-O ácido retinoico é um metabólito da vitamina A ⇨ Morte fetal
-Atuam na migração das células da crista neural cranial ⇨ Hipoplasia dos ossos da calota craniana
-A isotretinoína é usada para tratamento de acne cística grave ⇨ RCIU
-PERÍODO CRÍTICO: Terceira à quinta semana ⇨ Anormalidades cardiovasculares e disfunção renal.
-O risco de aborto espontâneo e defeitos congênitos é alto -No início da gravidez, o risco para o embrião é aparentemente menor e não há indicação
-DEFEITOS COMUNS para encerrar a gestação.
⇨ Dismorfia craniofacial 15- INSULINA
⇨ Microtia -A insulina não é teratogênica em embriões humanos, exceto possivelmente na terapia do
⇨ Micrognatia COMA INSULÍNICO MATERNO.
⇨ Fenda Palatina 16- HIPOGLICEMIANTES
⇨ Aplasia do timo -Os medicamentos hipoglicemiantes (p. ex., tolbutamida) foram implicados, mas a
⇨ Defeitos cardiovasculares evidência de sua teratogenicidade é fraca
⇨ Defeitos no tubo neural -Não há evidências convincentes de que agentes hipoglicemiantes orais (particularmente
⇨ Prejuízo neuropsicológico sulfonilureias) sejam teratogênicos em embriões
-Devem ser evitado níveis altos de vitamina A -A incidência de defeitos congênitos (p. ex., agenesia sacral, ausência de uma parte)
13- CORTICOSTERÓIDES aumenta duas a três vezes entre descendentes de mães diabéticas
-Baixas doses não induzem fenda palatina ou outros defeitos congênitos -Aproximadamente 40% das mortes perinatais de lactentes diabéticos são ocasionadas
-Seu uso é evitado nas últimas semanas de gravidez devido aos riscos de hemorragia por defeitos congênitos
fetal e fechamento prematuro do ducto arterioso -Mulheres com diabetes mellitus dependentes de insulina podem diminuir de modo
14- ECA significativo o risco de terem bebês com defeitos congênitos se obtiverem um bom
-Inibidores da enzima conversora de angiotensina controle de sua doença antes da concepção
-São agentes antihipertensivos 17- DROGAS TIREOIDIANAS
-Causam
-O iodeto de potássio em misturas para tosse e grandes doses de iodo radioativo podem -Exemplo: Diazepam e Oxazepam
causar bócio congênito -Atravessam rapidamente a membrana placentária
-Os iodetos atravessam rapidamente a membrana placentária e interferem na produção de -Primeiro trimestre de gravidez: Anomalias craniofaciais em recém-nascidos.
tiroxina (T4) ISRS
-Também podem causar aumento da tireoide e cretinismo (interrupção do -Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina são usados para tratar depressão
desenvolvimento físico e mental e distrofia dos ossos e partes moles). durante a gravidez.
-A deficiência materna de iodo também pode causar cretinismo congênito. -Vários relatos advertem sobre um maior risco de defeitos
-Gestantes são aconselhadas a evitar duchas ou cremes que contenham iodopovidona ⇨ Septos atriais e ventriculares
porque esta é absorvida pela vagina, entra no sangue materno e pode ser teratogênica. ⇨ Hipertensão pulmonar persistente
-O propiltiouracil utilizado no tratamento de hipertireoidismo interfere na formação de ⇨ Perturbações neurocomportamentais, incluindo distúrbios do espectro autista
tiroxina no feto e pode causar bócio. -Acredita-se que o mecanismo consiste no bloqueio do transporte de catecolaminas por
-A administração de substâncias antitireoidianas para o tratamento de distúrbios maternos ISRS, o que afetaria o fluxo sanguíneo placentário.
da tireoide pode causar bócio congênito se a mãe receber as substâncias além da AGENTES BIOLÓGICOS
quantidade necessária para controlar a doença. -Na maioria dos casos, há resistência à agressão, mas em alguns casos, ocorrem abortos
18- DROGAS PSICOTRÓPICAS espontâneos ou natimortos.
Lítio Se sobreviverem, os fetos nascem com RCIU, defeitos congênitos ou doenças neonatais
-Medicamento de escolha para a manutenção em longo prazo de pacientes com transtorno -Os micro-organismos atravessam a membrana placentária e entram na corrente
bipolar. sanguínea embrionária e fetal
-Causa defeitos congênitos, principalmente no coração e grandes vasos, em lactentes -Existe uma propensão para que o SNC seja afetado e a barreira hematoencefálica fetal
cujas mães receberam o medicamento no início da gravidez. (BHE) oferece pouca resistência aos micro-organismos.
-Embora o carbonato de lítio seja um teratógeno humano conhecido, a FDA declarou que o ⇨ A BHE é um mecanismo seletivo que impede a passagem da maioria dos íons e
agente pode ser usado durante a gravidez se, “na opinião do médico, os possíveis compostos de alto peso molecular do sangue para o tecido encefálico.
benefícios superarem os possíveis riscos”.
Benzodiazepínicos
⇨ Primária: Origem genética, cromossômica ou ambiental, incluindo infecções
⇨ Secundária: Resultante de evento danoso que atingiu o cérebro em crescimento,
no fim da gestação ou no período peri e pós-natal.
-A microcefalia congênita pode cursar diversas alterações, sendo as mais frequentes a
deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia, dificuldade de deglutição, anomalias
dos sistemas visual e auditivo, além de distúrbio do comportamento (TDAH e autismo)
-Outras dismorfias, como acentuada protuberância óssea occipital, fontanelas fechadas ao
nascer, excesso de pele e/ou dobras de pele no escalpo, além de hérnia umbilical são
frequentemente observadas
-Anormalidades neurológicas: hipertonia global grave com hiper-reflexia, irritabilidade,
hiperexcitabilidade,choro excessivo, distúrbio de deglutição, além de respostas auditivas e
visuais comprometidas
01- ZIKA
⇨ Outros achados incluem comprometimento do padrão de migração neuronal, além
-Desde abril de 2015, o vírus Zika (ZIKV) foi identificado como o agente etiológico de doença
de dilatação ventricular,atrofia cortical, atrofia de tronco ou cerebelo e
exantemática aguda no Brasil e, a partir de outubro do mesmo ano, neuropediatras do
disgenesias do corpo caloso deformidades ósseas, em especial a artrogripose
Recife (Pernambuco) deram o sinal de alerta sobre uma epidemia de microcefalia com
(contraturas congênitas)
alterações radiológicas peculiares, sugestivas de infecção congênita (calcificações,
-Anormalidades oculares: Atrofia macular, além de nistagmo horizontal, alteração na
ventriculomegalia e desordem do desenvolvimento cortical)
retina, no nervo óptico
-Foram afastadas as principais causas de infecção congênita que cursam com
02- SARS-Cov-2
calcificações cerebrais (citomegalovírus e toxoplasmose), assim como outras causas
-COVID-19 em mulheres durante a gravidez resulta em sintomas semelhantes àqueles
genéticas ou ambientais
apontados por adultos não grávidas quando afetados pela mesma doença.
-A OMS define microcefalia como um perímetro cefálico (PC) igual ou inferior a 31,9cm para
-Há uma alta taxa de casos positivos assintomáticos durante a gravidez. Quando os casos
meninos e igual ou inferior a 31,5cm para meninas nascidos a termo
são sintomáticos, a doença se manifesta em sua forma mais branda.
⇨ É um sinal de destruição ou déficit do crescimento cerebral
-Febre e tosse são os sinais clínicos comumente vistos na gravidez;
-Ainda não há evidências plausíveis que sugiram a transmissão vertical do vírus SARS-CoV- -Em um período mais tardio na gravidez a infecção por CMV pode resultar em defeitos
2 de mãe para filho. congênitos graves:
⇨ De 279 neonatos analisados, somente 10 apresentaram sorologia positiva ⇨ RCIU
⇨ Porém, nesta revisão foi possível observar que as cesáreas têm sido realizadas ⇨ Microftalmia,
com maior frequência. ⇨ Coriorretinite
⇨ Altas taxas de nascimentos prematuros também foram relatadas; ⇨ Cegueira
-Embora não haja evidência do vírus no leite materno da mulher infectada, a amamentação ⇨ Microcefalia
pode levar à infecção do bebê devido ao contato próximo. ⇨ Calcificação cerebral
-No entanto, a amamentação deve ser incentivada, mas as mães devem receber ⇨ Deficiência mental
orientações adequadas sobre os protocolos de prevenção para evitar a transmissão.vida, ⇨ Surdez
sugerindo que a imunização passiva de IgG para o vírus fornece uma proteção limitada aos ⇨ Paralisia cerebral e hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e do baço)
bebês, principalmente se a mãe foi infectada com menos de duas semanas antes do parto -Os casos de infecção assintomática por CMV são particularmente preocupantes e
-Foi constatado que o nível de IgG dos bebês diminuíram consideravelmente nos primeiros geralmente são associados a perturbações audiológicas, neurológicas e
meses de neurocomportamentais na infância
03- CITOMEGALOVÍRUS
-O citomegalovírus (CMV) é um membro da família herpesvírus.
-Infecção via placentária
-Fetos com esse vírus geralmente nascem prematuramente.
-CMV é a infecção viral mais comum do feto, que ocorre em aproximadamente 1% dos
recém-nascidos.
-PRIMEIRO TRIMESTRE: A maioria das gestações termina em aborto espontâneo, sendo a
principal causa de infecção congênita com morbidade ao nascimento.
04- RUBÉOLA
-Recém-nascidos infectados durante o início do período fetal geralmente não apresentam
sinais clínicos e são identificados por programas de triagem.
-Uma alta incidência de defeitos congênitos em fetos é resultante da infecção materna
pelo vírus da rubéola durante o primeiro trimestre.
-O feto adquire a infecção por via transplacentária; o vírus atravessa a membrana da
placenta e infecta o embrião ou feto
-O risco geral de infecção embrionária ou fetal é de aproximadamente 20%
-As características clínicas da SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA:
⇨ Catarata
⇨ Defeitos cardíacos
⇨ Surdez
⇨ Deficiência mental
⇨ Coriorretinite (inflamação da retina que se estende para a coroide)
⇨ Glaucoma
⇨ Microftalmia (tamanho pequeno anormal do olho) e defeitos dentários
-A maioria dos lactentes apresenta defeitos congênitos quando a doença ocorre durante as
primeiras 4 a 5 semanas após a fecundação.
05- HEPATITE B
⇨ Esse período inclui os períodos de organogênese mais suscetíveis de olhos,
-O vírus da hepatite B (VHB) é a principal causa de hepatopatia crônica no mundo.
orelhas internas, coração e encéfalo
-Admite-se que cerca de 400 milhões de pessoas estejam infectadas por esse agente e que
-O risco de defeitos devido a uma infecção por rubéola durante o segundo e terceiro
15% a 40% dos indivíduos com a infecção irão desenvolver cirrose, insuficiência
trimestres corresponde a aproximadamente a 10%; contudo, defeitos funcionais do SNC (p.
hepática ou carcinoma hepatocelular
ex., deficiência mental) e das orelhas internas (perda de audição) podem ocorrer
-A transmissão da hepatite B ocorre principalmente através da exposição percutânea ou de
-Devido à imunização difusa contra o vírus da rubéola, menos lactentes são afetados
mucosas a sangue ou fluidos corpóreos contaminados com o vírus.
-As formas de contágio mais importantes são a via sexual, a inoculação percutânea -A infecção materna geralmente é adquirida por duas vias:
através de objetos perfurocortantes e a transmissão vertical (via transplacentária, no ⇨ Ingestão de carne crua ou pouco cozida (geralmente porco ou carneiro) contendo
momento do parto ou durante os cuidados com o neonato) cistos de Toxoplasma.
-A transmissão vertical é responsável por 35,0% a 40,0% dos novos casos de hepatite B no ⇨ Contato íntimo com animais domésticos infectados (p. ex., gatos) ou solo
mundo e é através dela que o vírus é mantido na população infectado.
-A evolução para infecção crônica ocorre em 90% das crianças infectadas no período -Acredita-se que o solo e os vegetais de jardim possam ser contaminados por fezes de
neonatal, sobretudo naquelas cujas mães apresentam AgHBS e AgHBe positivos no animais infectados que contenham oocistos (zigotos encapsulados no ciclo de vida do
momento do parto protozoário). Os oocistos também podem ser transportados para alimentos por moscas e
-A infecção neonatal pelo VHB é quase sempre assintomática e a evolução da doença é baratas.
silenciosa, determinando maior risco de desenvolvimento de complicações e elevando -Infecção do feto ocorre via transplacentária
sobremaneira a morbimortalidade -Causa alterações destrutivas no encéfalo (calcificações intracranianas) e olhos
⇨ Calcula-se que o risco de desenvolvimento do carcinoma hepatocelular nas (coriorretinite) que resultam
crianças infectadas por transmissão vertical pelo VHB é cerca de 200 vezes maior ⇨ Deficiência mental
que o da população geral, demonstrando a importância do diagnóstico pré-natal ⇨ Microcefalia
-A grávida, pode desenvolver doenças graves do fígado, como cirrose hepática ou câncer ⇨ Microftalmia
do fígado, sofrendo danos que podem ser irreversíveis. ⇨ Hidrocefalia
-Logo após o nascimento, o bebê deve receber uma dose da vacina contra a hepatite B e -A morte fetal pode seguir à infecção, especialmente nos estágios iniciais da gravidez.
uma injeção de imunoglobulina até 12 horas após o parto e mais duas doses da vacina no 1º -As gestantes devem evitar animais domésticos e ingerir carne crua ou pouco cozida
e no 6º mês de vida. derivada. Leite não pasteurizado também não deve ser consumido
-Microssomia.
-Vacinação contra hepatite B.
06- TOXOPLASMOSE
-O toxoplasma gondii é um parasita intracelular. Esse parasita pode ser encontrado na
corrente sanguínea, tecidos ou células reticuloendoteliais, leucócitos e células epiteliais.
-Se a mãe não for tratada, natimortos ocorrem em aproximadamente um quarto dos casos
⇨ Apenas 20% das gestantes não tratadas terão um feto normal
-As manifestações fetais INICIAIS da sífilis materna não tratada são
⇨ Surdez congênita
⇨ Dentes e ossos anormais
⇨ Hidrocefalia (acúmulo excessivo de LCE) e deficiência mental
-As manifestações fetais TARDIAS da sífilis congênita não tratada são
⇨ Lesões destrutivas do palato e septo nasal
⇨ Anormalidades dentárias (incisivos centrais superiores em forma de pino, com um

07- SÍFILIS CONGÊNITA sulco central e muito espaçados (dentes de Hutchinson)

-Um a cada 10.000 recém-nascidos nos Estados Unidos está infectado ⇨ Defeitos faciais (saliência frontal, incluindo protuberância ou tumefação, nariz em

-O Treponema pallidum atravessa rapidamente a membrana placentária com 6 a 8 semanas sela e maxila pouco desenvolvida).

de desenvolvimento 08- HIV

-O feto pode ser infectado durante qualquer estágio da doença ou qualquer estágio da -O vírus da imunodeficiência humana (HIV) causa a síndrome da imunodeficiência

gravidez. adquirida (AIDS).

Infecções maternas primárias -Os defeitos congênitos relatados incluem

-Adquiridas durante a gravidez ⇨ Falha de crescimento, microcefalia e aspectos craniofaciais específicos

-Geralmente causam infecção fetal séria e defeitos congênitos. -Três momentos de transmissão: Durante a gestação, o parto e o aleitamento

-O tratamento adequado da mãe extermina os micro-organismos, impedindo que -A maioria dos casos de transmissão do vírus da mãe para o feto provavelmente ocorre no

atravessem a membrana placentária e infectar o feto. momento de parto

Infecções maternas secundárias -Risco aumentado para transmissão vertical: Carga viral materna elevada, prematuridade,

-Adquiridas antes da gravidez gestação

-Raramente causam doença fetal e defeitos congênitos. -O aleitamento aumenta o risco de transmissão do vírus ao recém-nascido
-A prevenção da transmissão do vírus para mulheres e seus bebês é importante devido aos -A exposição a altos níveis de radiação ionizante pode lesar as células embrionárias,
potenciais efeitos negativos da doença. resultando em morte celular, lesão cromossômica, deficiência mental e deficiência do
-O tratamento com antivirais durante a gestação tem o principal objetivo de evitar a crescimento físico
contaminação do bebê e melhora do quadro sintomatológico da mulher -A gravidade da lesão embrionária está relacionada com
-Os principais fármacos no tratamento de HIV são das categorias B e C de acordo com a ⇨ Dose de radiação absorvida
FDA ⇨ Taxa da dose
09- HERPES SIMPLES ⇨ Estágio do desenvolvimento embrionário ou fetal e que a exposição à radiação
-A infecção materna pelo vírus do herpes simples no início da gravidez aumenta a taxa de ocorreu.
aborto em três vezes. MECANISMO DE AÇÃO
-A infecção após a 20ª semana está associada a uma maior taxa de prematuridade (feto -Efeito direto: alteram estruturalmente os átomos
nascido com idade gestacional menor que 37 semanas) -Efeito indireto: A ionização das moléculas de água levam a formação de radicais livres
-A infecção do feto pelo vírus geralmente ocorre muito tardiamente na gravidez. que são altamente reativos e atacam células vizinhas
-É provável que a maioria das infecções seja adquirida pela mãe pouco antes ou após o -Determinísticos: Perda de função tecidual que acontece até um limiar (efeitos deletérios
parto. superam as recuperação celular)
-Os defeitos congênitos observados em recém-nascidos incluem -Estocásticos: Mutações que podem formar tumores e serem passadas aos descendentes
⇨ Lesões cutâneas ALTERAÇÕES
⇨ Microcefalia -PERÍODO PRÉ-IMPLANTAÇÃO: Menos sensível (falhas na implantação e lei do tudo ou
⇨ Microftalmia nada)
⇨ Espasticidade -ATÉ 8 SEMANAS: Organogênese pode ser afetada, principalmente o sistema nervoso
⇨ Displasia retiniana e deficiência -OITAVA À DÉCIMA SEMANA: Muito sensível pela alta atividade mitótica das células da haste
AGENTES FÍSICOS neuronal (possíveis riscos de retardo mental)
01- RADIAÇÃO -16ª À 25ª SEMANA: Diminuição da sensibilidade do SNC e outros órgãos
-APÓS A 25ª SEMANA: Poucas chances de malformações
-No passado, grandes quantidades de radiação ionizante (centenas a vários milhares de -É usado no tratamento de hipertireoidismo, câncer de tireoide e de próstata.
rads) eram administradas inadvertidamente a embriões e fetos de gestantes que tinham -A tireoide do feto tem mais afinidade aos iodetos do que a da mãe e começa a absorver e
câncer do colo uterino. Em todos os casos, seus embriões apresentaram malformações incorporar iodetos a partir da décima semana de gestação
graves ou morreram -Uma dose fracionada de mais de 12,2 mCi é capaz de destruir a tireoide do feto. Não há
⇨ Retardo do crescimento relatos de efeito deletério imediato em doses usadas em diagnóstico com iodo radioativo,
⇨ Microcefalia mas existe uma possibilidade teórica de indução de carcinoma de tireoide no concepto
⇨ Espinha bífida cística -Há uma recomendação para que as mulheres submetidas a esse tratamento evitem
⇨ Alterações pigmentares na retina engravidar por, pelo menos, 1 ano após o fim do mesmo, para que permita a excreção de
⇨ Catarata todo radionuclídeo residual e também para que haja uma estabilização dos hormônios
⇨ Fenda palatina tireoidianos
⇨ Anormalidades esqueléticas e viscerais -Durante o período de lactação, a glândula mamária utiliza grande quantidade de íons
⇨ Deficiência mental odeto. Assim, recomenda-se a suspensão da amamentação, em caso de administração de
⇨ O desenvolvimento do SNC quase sempre foi afetado. iodo radioativo
-Não existem provas conclusivas de que defeitos congênitos humanos tenham sido 02- HIPERTERMIA
causados por níveis diagnósticos de radiação (menos de 10 rads). A radiação dispersa -Aumento da temperatura anormal
derivada de um exame radiográfico de uma região do corpo que não esteja próxima ao -Altera a divisão celular.
útero (p. ex., tórax, seios nasais e dentes) produz uma dose de apenas alguns milirads, que -No feto, a perda de células é complicada, devido ao crescimento acelerado
não é teratogênica para o embrião ou o feto. -O problema do aumento, no caso de infecções e inflamações, a questão da sauna,
-Contudo, é prudente ter cautela durante exames diagnósticos da região pélvica em bronzeamento artificial, aumento de exercícios.
gestantes (exames radiográficos e exames diagnósticos médicos usando radioisótopos) -Defeito no fechamento do tubo neural.
porque resultam na exposição do embrião a 0,3 a 2 rads. 03- AGENTES MECÂNICOS
-O limite recomendado de exposição materna de corpo inteiro à radiação de todas as -O líquido amniótico absorve pressões mecânicas, protegendo o embrião da maioria dos
fontes corresponde a 500 mrad (0,005 Gy) por todo o período gestacional. traumas externos
IODO RADIOATIVO
-Uma quantidade muito reduzida de líquido amniótico (oligoidrâmnio) pode resultar em -A musculatura uterina, o feto e o líquido amniótico reduzem a velocidade de projéteis e as
uma deformação mecânica dos membros, como hiperextensão do joelho. lesões por armas brancas na mãe. Porém, o prognóstico fetal é sombrio.
-Deslocamento congênito do quadril e pé torto podem ser causados por forças mecânicas, -Gestantes com traumas menores devem, também, ser observadas, pois mesmo em
particularmente em um útero malformado. traumas pequenos pode haver descolamento de placenta e morte fetal.
-Deformações podem ser causadas por qualquer fator que restringe a mobilidade do feto e -Lesões diretas ao feto ocorrem mais no fim da gravidez e estão associadas a traumas
produza compressão prolongada em uma postura anormal maternos de alta gravidade.
-Amputações intrauterinas ou outras anomalias causadas por constrição local durante o -A morte fetal pós-traumática pode ser secundária a dano direto uteroplacentário e fetal
crescimento fetal podem resultar de bandas amnióticas, que são faixas finas ou anéis de (trauma fetal, trauma da placenta ou trauma uterino); efeitos indiretos do trauma
tecido formadas como resultado da ruptura do âmnio durante o início da gravidez materno (morte, hipóxia, hipovolemia, fratura pélvica, TCE); dano iatrogênico
ANATOMOFISIOLOGIA DA GESTANTE (medicamentos, anestesia, procedimentos) ou outros fatores concomitantes (abortamento
-Útero está intrapélvico até a 12ª semana, quando começa a invadir a cavidade peritoneal. espontâneo no primeiro trimestre, abuso materno de substâncias, doença materna ou fetal
⇨ Na 20ª semana alcança a cicatriz umbilical e entre a 34ª e a 36ª alcança o rebordo preexistente, entre outros)
costal. Principais consequências do trauma na gestação
⇨ Nas duas últimas semanas, a cabeça fetal se encaixa na pelve. -HEMATOMA RETROPLACENTÁRIO: a existência de hematoma retroplacentário,
-No primeiro trimestre, o útero tem paredes espessas, e é protegido pelos ossos da pelve. diagnosticado no primeiro trimestre de gestação, parece ter influência sobre o seu
No segundo trimestre, o feto é protegido pela grande quantidade de líquido amniótico. No desfecho. É o que mais se relaciona a desfechos negativos, como descolamento de
terceiro trimestre, o útero apresenta paredes mais finas. placenta e anormalidades da formação placentária, além de doenças hipertensivas
TRAUMAS induzidas pela gestação
Trauma fechado -HEMORRAGIA FETAL INTRACRANIANA: Ocorre principalmente após eventos de trauma
-Pode ocorrer trauma direto ao feto ou indireto, por compressão súbita, desaceleração, materno menor. Em exames de ultrassonografia, o achado predominante em decorrência
efeito de contragolpe ou cisalhamento, que resultam em descolamento de placenta. dessa situação é a hidrocefalia.
-O uso do cinto de segurança de duas pontas -HEMORRAGIA MATERNO-FETAL: No caso de o trauma resultar em hemorragia
Trauma penetrante materno-fetal, pode haver isoimunização Rh em mães Rh negativas, devendo-se fazer
-Com o aumento do útero, as vísceras ficam mais protegidas. tratamento com imunoglobulina Rh
⇨ Todas as gestantes Rh negativas, traumatizadas, devem ser consideradas Objetivo 02: Discutir a classificação dos medicamentos quanto a teratogenia
candidatas ao uso da imunoglobulina Rh nas primeiras 72 horas após o trauma, a segundo a FDA
não ser que este tenha ocorrido longe do útero -A gestação é considerada uma situação de alto risco e o uso de medicamentos nessa
SÍNDROME DAS BRIDAS AMNIÓTICAS etapa deve ser avaliado com cautela
-Também chamada de bandas amniogênicas -O OMS em 2017 lançou o 3° Desafio Global de Segurança do Paciente, com o tema
-Formada por um conjunto de anomalias anatômicas no recém-nascido. Essas anomalias Medicação sem Danos
estão associadas ao estrangulamento de partes fetais dentro do útero, levando a -Os dados de segurança vem de estudos observacionais e notificações aos serviços de
deformações, malformações ou roturas. farmacovigilância
-A incidência dessa síndrome está estimada em 1:1.200 nascidos vivos. FDA
-As constrições de extremidades são os achados mais comuns, e podem ser classificadas -US Food and Drug Administration
em: -É uma agência reguladora ligada ao departamento de saúde do governo norte-americano.
⇨ Constrição simples Em geral, todos os produtos das mais variadas áreas, como alimentos, remédios,
⇨ Constrição associada à fusão de partes distais cosméticos e, até mesmo, produtos para animais, devem passar pela aprovação dessa
⇨ Constrição com deformidade da parte distal agência antes de serem vendidos.
⇨ Constrição levando à amputação do membro ou de parte dele. -Classifica os medicamentos em 5 categorias de acordo com as características de
POSIÇÕES FETAIS CRÔNICAS segurança
-Pressão mútua exercida pelo feto e pela parede uterina, ou pelo formato do -A classificação de 1979 era muito confusa e simplista. Permitia análises rasas por parte
compartimento uterino dos médicos.
-Um importante aspecto desse argumento é que as regiões do corpo mais frequentemente ⇨ Exemplo: Era usual que profissionais avaliassem que medicamentos da classe B,
afetadas pela pressão mecânica devem ser também as que mais apresentam por exemplo, seriam mais seguros que os da classe C, e assim sucessivamente
deformidades
-As partes geralmente mal posicionadas são os membros, enquanto os braços estão
protegidos contra a pressão pela localização da cabeça, posicionada sobre eles. Logo, os
pés são os mais afetados por ficarem presos e posicionados para dentro
fetal potencial, mesmo que baseado em menor nível de evidência, sendo importante que os
profissionais de saúde mantenham-se atualizados quanto à segurança do uso de
medicamentos durante a gestação.
-Adicionalmente, deve-se implementar medidas que permitam a padronização de
protocolos e avaliação multiprofissional da indicação terapêutica de medicamentos antes
de sua prescrição e uso para gestantes

Efeitos teratógenos em fetos e animais

-Visando corrigir esses e outros problemas, o FDA atualizou essa classificação


recentemente e disponibilizou novas regras para inserção de dados na bula sobre a
gestação, passando a demandar INFORMAÇÕES MAIS COMPLETAS que induzam os
profissionais de saúde a realizarem uma avaliação mais criteriosa antes de promover sua
utilização neste período de vida
-O FDA também passou a exigir a ESPECIFICAÇÃO E A ATUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES
CONSTANTES EM BULA, não somente sobre o risco de malformação fetal, mas também
sobre os impactos durante o parto (ex.: risco de complicações durante o parto; -Exemplos
prolongamento do tempo de trabalho de parto) e no nascimento (ex.: risco de baixo peso ao ⇨ A: Doxilamina, Ácido fólico, Levotiroxina
nascer; risco de morte neonatal; impacto no crescimento e desenvolvimento da criança) ⇨ B: Amoxicilina, Loratadina, Ondansetrona
-Dessa forma, além da contraindicação de medicamentos da antiga categoria X de risco na ⇨ C: Fluconazol, Metoprolol, Sertralina
gestação, atualmente, recomenda-se evitar o uso de medicamentos que possuem risco ⇨ D:Lisinopril, Lítio, Fenitoína Codeína
⇨ X: Metotrexato, Sinvastatina, Varfarina, Isotretinoína Talidomida e após a gestação. Entretanto, se necessário, selecionar medicamentos mais seguros para
Objetivo 03: Descrever as principais orientações dadas às gestantes na o tratamento de quadros depressivos durante a gestação e orientar a gestante acerca da

prevenção dos teratógenos importância do seu uso.

USO SEGURO DE MEDICAMENTOS -Orientar a gestante de que o uso de tratamentos para cessação do tabagismo, incluindo

-Evitar o uso de medicamentos que não sejam realmente necessários, incluindo a adesivos de nicotina, não é seguro durante a gestação, e encaminhá-la para profissionais

prescrição de combinações fixas de fármacos desnecessários (ex.: paracetamol + cafeína; que possam auxiliar no processo com medidas não farmacológicas, como intervenções

paracetamol + clorfeniramina + fenilefrina). motivacionais.

-Evitar medicamentos cujo uso possa ser postergado para após a gestação (ex.: -Promover a educação em saúde de gestantes para empoderá-las quanto ao uso de

sibutramina). medicamentos durante a gestação.

-Evitar a polifarmácia sempre que possível. -Encorajar gestantes a questionarem profissionais sobre a segurança do uso de

-Evitar tratamentos prolongados e priorizar as terapias de curto prazo. medicamentos durante a gestação e a adotarem os “5 Momentos para o Uso Seguro de

-Orientar gestantes para que o uso de medicamentos seja feito somente quando Medicamentos”, conforme sugerido no folheto do paciente presente no Boletim do ISMP

necessário e com a correta prescrição de profissionais de saúde habilitados. Brasil sobre “Estratégias para Envolver o Paciente na Prevenção de Erros de Medicação”.

-Orientar as gestantes sobre a necessidade de seguir os tratamentos prescritos pelos PRÉ-NATAL


profissionais de saúde a fim de proporcionar uma gravidez mais segura e o -Consultas de pré-natal na APS devem sempre contar com um tempo para os exames

desenvolvimento saudável do feto. clínicos, sem deixar de lado o tempo para o diálogo, a escuta subjetiva e as orientações,

-Orientar a gestante para não se automedicar caso apresente dor, cólicas, náusea ou criando uma atmosfera de empatia, confiança e cumplicidade entre a equipe e a gestante,

desconforto, devendo procurar um profissional de saúde para avaliação e tratamento, que previne algumas doenças.

podem incluir medidas farmacológicas seguras durante a gestação, bem como medidas -É importante vacinar-se contra rubéola antes de engravidar. Consulte o seu obstetra

não farmacológicas para minimizar a demanda por medicamentos para seu manejo. quando planejar uma gestação.

-Aconselhar a gestante a participar de grupos de apoio e/ou serviços de práticas -Uso de repelente.

integrativas e complementares, além de encaminhá-la a um pré-natal psicológico, quando -Procure saber, principalmente antes de iniciada a gravidez, a imunidade às outras

necessário, com o objetivo de minimizar riscos envolvidos em quadros depressivos durante doenças infecciosas (citomegalovirose, varicela).
-Evite o contato com animais domésticos, principalmente gatos, durante a gestação.
-Evite comer carnes cruas ou mal passadas durante a gravidez. -Evite o contato com o solo e a terra de jardim; se isso for indispensável, use luvas e lave
-Evitar consumir peixe excessivamente, durante a gravidez, tem o risco de estarem bem as mãos após a
contaminados por mercúrio. atividade
-Evitar fumo, álcool e outras drogas durante a gestação -Evite o contato com fezes de gato no lixo ou no solo;
CONSCIENTIZAÇÃO -Após manusear a carne crua, lave bem as mãos, assim como também toda a superfície
-Maior desafio no manejo com a gestante usuária de drogas é estimular o cuidado de si e que entrou em contato com o alimento e todos os utensílios utilizados;
do outro (do bebê) -Não consuma leite e seus derivados crus, não pasteurizados, sejam de vaca ou de cabra;
⇨ Objetivo: fazer com que a mãe enxergue a proporção -Proponha que outra pessoa limpe a caixa de areia dos gatos e, caso isso não seja possível,
-O profissional de saúde precisa colocar-se como parceiro, oferecendo a possibilidade de tente limpá-la e trocá-la diariamente utilizando luvas e pazinha;
que o prazer em ser mãe possa substituir o prazer pelo uso da droga. Muitas vezes, o -Alimente os gatos com carne cozida ou ração, não deixando que eles façam a ingestão de
cuidado do outro é um estímulo para o cuidado de si. Assim, lançar mão de espaços de caça;
escuta e reflexão sobre a maternidade é um primeiro e fundamental passo. Objetivo 04: Discutir as questões psicológicas, sociais, éticas e legais que
-Fazer com que essa mãe seja bem informada/orientada sobre os danos que podem envolvem o abortamento e a gravidez associada à anomalias cromossômicas
acontecer no Brasil (Direcionar para a permissão do aborto em casos de anomalia
-O auxílio no processo de se constituir mãe, pai, avô e avó é sempre mais potente e cromossômicas no Brasil)
duradouro. -O abortamento representa um grave problema de saúde pública, com maior incidência em
- Evitar lugares que possuem o perigo de serem expostas a radiação. países em desenvolvimento, sendo uma das principais causas de mortalidade materna no
-Ingestão de vitaminas e ácido fólico. mundo, inclusive no Brasil.
TOXOPLASMOSE -Sua discussão, notadamente passional em muitos países, envolve uma intrincada teia de
-Lave as mãos ao manipular alimentos, lavar bem frutas, legumes e verduras antes de se aspectos legais, morais, religiosos, sociais e culturais
alimentar; ⇨ Vulnerabilidades como desigualdade de gênero, normas culturais e religiosas,
-Não faça a ingestão de carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas, incluindo embutidos desigualdade de acesso à educação, e múltiplas dimensões da pobreza fazem com
(salame, copa etc.);
que o abortamento inseguro atinja e sacrifique, de forma mais devastadora, ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito,
mulheres de comunidades pobres e marginalizadas. vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas” (Art. 226, §
-O abortamento espontâneo ocorre em aproximadamente (10 a 15%) das gestações e 7º).
envolve sensações de perda, culpa pela impossibilidade de levar a gestação a termo, ⇨ A Lei nº 9.263/96 o define como o conjunto de ações de regulação da fecundidade
além de trazer complicações para o sistema reprodutivo, requerendo uma atenção técnica que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela
adequada, segura e humanizada mulher, homem ou casal.
-Outros 10% dos abortamentos atendidos em nossos hospitais são provocados pelas mais CÓDIGO PENAL, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA
diferentes formas, já que, para um grande contingente de mulheres, o abortamento resulta -Não é crime e não se pune: o abortamento praticado por médico se:
de necessidades não satisfeitas de planejamento reprodutivo, envolvendo a falta de ⇨ Não há outro meio de salvar a vida da mulher (Art. 128, I);
informação sobre anticoncepção, dificuldades de acesso aos métodos, falhas no seu uso, ⇨ Gravidez é resultante de estupro (ou outra forma de violência sexual), com o
uso irregular ou inadequado, e/ou ausência de acompanhamento pelos serviços de saúde. consentimento da mulher ou, se incapaz, de seu representante legal (Art. 128, II)
-É preciso destacar que, para muitas mulheres, a gestação que motiva o abortamento -A jurisprudência brasileira tem autorizado a interrupção de gravidez nos casos de
resulta de violência sexual, seja por desconhecido, seja cometida pelo parceiro ou outro malformação fetal com inviabilidade de vida extrauterina, com o consentimento da mulher.
membro em âmbito doméstico e/ou intrafamiliar. Nesses casos, o abortamento é um direito da mulher.
LEGISLAÇÃO Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes
-A legislação brasileira incorpora os direitos humanos internacionais e prevê princípios e -Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes
normas éticas e jurídicas relacionadas à prevenção da gestação indesejada e ao ⇨ O Código Penal não exige qualquer documento para a prática do abortamento
abortamento. nesses casos, e a mulher violentada sexualmente não tem o dever legal de noticiar
São elas: o fato à polícia. Deve-se orientá-la a tomar as providências policiais e judiciais
CONSTITUIÇÃO FEDERAL cabíveis, mas caso ela não o faça, não lhe pode ser negado o abortamento.
-Igualdade: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações” (Art. 5, I), inclusive no -O(a) médico(a) e demais profissionais de saúde não devem temer possíveis consequências
que se refere à “sociedade conjugal” (Art. 226, § 3º). jurídicas, caso revele-se posteriormenteque a gravidez não foi resultado de violência
-Planejamento familiar: “fundado no princípio da dignidade da pessoa humana e da sexual, pois “é isento de penaquem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima” (Código Penal, Art. 20, Público, pois o sigilo na prática profissional da assistência à saúde é um dever legal e ético,
§1º). salvo para proteção da usuária e com o seu consentimento.
CÓDIGO CIVIL ⇨ O não cumprimento da norma legal pode ensejar procedimento criminal, civil e
-O consentimento da mulher é necessário para o abortamento em quaisquer ético-profissional contra quem revelou a informação, respondendo por todos os
circunstâncias, salvo em caso de iminente risco de vida estando a mulher danos causados à mulher.
impossibilitada para expressar seu consentimento. -É crime: “revelar alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão de
-De acordo com o Código Civil arts. 3º, 4º, 5º, 1631, 1690, 1728 e 1767 – Código Civil: função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem”
⇨ A partir dos 18 anos: a mulher é capaz de consentir sozinha; (Código Penal, art. 154).
⇨ A partir dos 16 e antes dos 18 anos: a adolescente deve ser assistida pelos pais -Constituição Federal: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
ou por seu representante legal, que se manifestam com ela; das pessoas, assegurado o direito à indenização material ou moral decorrente de sua
⇨ Antes de completar 16 anos: a adolescente ou criança deve ser representada violação” (Art. 5º, X).
pelos pais ou por seu representante legal, que se manifestam por ela. Quanto à criança e ao adolescente
-A outra circunstância em que é necessário o consentimento de representante legal -Código de Ética Médica: “é vedado ao médico revelar segredo profissional referente à
(curador/a ou tutor/a) refere-se à mulher que, por qualquer razão, não tenha condições de paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor
discernimento e de expressão de sua vontade. tenha capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para
-De qualquer forma, sempre que a mulher ou adolescente tiver condições de discernimento solucioná-los, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente” (Artigo 74 –
e de expressão de sua vontade, deverá também consentir, assim como deverá ser Resolução CFM nº 1.931, de 17 de setembro de 2009 – Código de Ética Médica).
respeitada a sua vontade se não consentir com o abortamento, que não deverá ser -Estatuto da Criança e do Adolescente: a) considera-se criança a pessoa menor de 12
praticado, ainda que os seus representantes legais assim o queiram. anos de idade; e adolescente, a partir dos 12 e antes de completar 18 anos; e b) deve
ÉTICA PROFISSIONAL prevalecer o princípio do respeito à sua opinião e vontade.
Do sigilo profissional -A assistência à saúde de crianças ou adolescentes menores de 18 anos em abortamento
-Diante de abortamento espontâneo ou provocado, o(a) médico(a) ou qualquer profissional deve, pois, submeter-se ao princípio da proteção integral.
de saúde não pode comunicar o fato à autoridade policial, judicial, nem ao Ministério ⇨ Se a revelação for feita para preservá-la de danos, estaria afastado o crime de
revelação de segredo profissional
⇨ Entretanto, a revelação do fato também pode acarretar prejuízos ainda mais -Em caso de omissão, o(a) médico(a) pode ser responsabilizado(a) civil e
graves, como o seu afastamento do serviço de saúde e perda da confiança nos criminalmente pela morte da mulher ou pelos danos físicos e mentais que ela venha a
profissionais que a assistem. sofrer, pois podia e devia agir para evitar tais resultados (Código Penal, art. 13, § 2º).
⇨ A decisão, qualquer que seja, deve estar justificada no prontuário da adolescente. -É dever do(da) médico(a) informar à mulher sobre suas condições e direitos e, em caso
Da objeção de consciência que caiba a objeção de consciência, garantir a atenção ao abortamento por outro(a)
-Código de Ética Médica: “o médico deve exercer a profissão com ampla autonomia, não profissional da instituição ou de outro serviço.
sendo obrigado a prestar serviços profissionais a quem ele não deseje, salvo na ausência -Não se pode negar o pronto atendimento à mulher em qualquer caso de abortamento,
de outro médico, em casos de urgência, ou quando sua negativa possa trazer danos afastando-se, assim, situações de negligência, omissão ou postergação de conduta que
irreversíveis ao paciente” (art. 7º). violem os direitos humanos das mulheres.
⇨ É seu direito “indicar o procedimento adequado ao paciente observado as práticas -É dever do Estado manter, nos hospitais públicos, profissionais que realizem o
reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes no país” (art. abortamento. Caso a mulher venha a sofrer prejuízo de ordem moral, física ou
21) e “recusar a realização de atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam psíquica em decorrência da omissão, poderá haver responsabilização pessoal e/ou
contrários aos ditames de sua consciência” (art. 28). institucional.
-É vedado “descumprir legislação específica nos casos de transplante de órgãos ou tecidos, OBRIGAÇÕES INSTITUCIONAIS:
esterilização, fecundação artificial e abortamento” (art. 43) e “efetuar qualquer É OBRIGAÇÃO da INSTITUIÇÃO oferecer aos usuários do SUS todos os seus direitos, inclusive
procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de o da interrupção das gestações nos casos previstos em Lei
seu responsável legal, salvo em iminente perigo de vida” (art. 48). -Qualquer forma de exposição ou negação dos serviços a que tem direito podem ser
Não cabe objeção de consciência: requeridos e/ou questionados à luz da justiça. Portanto é importante que os gestores e
-Em caso de necessidade de abortamento por risco de vida para a mulher; diretores clínicos estejam preparados para a implementação destes serviços nos
-Em qualquer situação de abortamento juridicamente permitido, na ausência de outro(a) hospitais públicos do País.
médico(a) que o faça e quando a mulher puder sofrer danos ou agravos à saúde em razão MODELO HUMANIZADO
da omissão do(a) médico(a); -Para que esse modelo possa ser implantado faz-se necessária a inclusão dos seguintes
-No atendimento de complicações derivadas de abortamento inseguro, por se tratarem de elementos essenciais:
casos de urgência.
⇨ Rede integrada com a comunidade e com os prestadores de serviço para a -Em todo caso de abortamento, a atenção à saúde da mulher deve ser garantida
prevenção das gestações indesejadas e do abortamento inseguro, para a prioritariamente, provendo-se a atuação multiprofissional e, acima de tudo, respeitando a
mobilização de recursos e para a garantia de que os serviços reflitam as mulher na sua liberdade, dignidade, autonomia e autoridade moral e ética para decidir,
necessidades da comunidade e satisfaçam suas expectativas. afastando-se preconceitos, estereótipos e discriminações de quaisquer natureza, que
⇨ Acolhimento e orientação para responder às necessidades de saúde mental e possam negar e desumanizar esse atendimento.
física das mulheres, além de outras preocupações que possam surgir. -Diante de um caso de abortamento inseguro, adote, do ponto de vista ético, a conduta
⇨ Atenção clínica adequada ao abortamento e suas complicações, segundo necessária: “Não fazer juízo de valor e não julgar”, pois o dever de todos os profissionais
referenciais éticos, legais e bioéticos. de saúde é acolher condignamente e envidar esforços para garantir a sobrevivência da
⇨ Oferecimento de serviços de planejamento reprodutivo às mulheres mulher e não causar quaisquer transtornos e constrangimentos.
pós-abortamento, inclusive orientações para aquelas que desejam nova gestação. ACOLHIMENTO
⇨ Integração com outros serviços de atenção integral à saúde e de inclusão social -A mulher que chega ao serviço de saúde em situação de abortamento espontâneo,
para as mulheres. induzido ou provocado, está passando por um momento difícil e pode ter sentimentos de
-A atenção humanizada às mulheres em abortamento pressupõe o respeito aos princípios solidão, angústia, ansiedade, culpa, autocensura, medo de falar, de ser punida, de ser
fundamentais da Bioética (ética aplicada à vida): humilhada, sensação de incapacidade de engravidar novamente.
⇨ Autonomia: direito da mulher de decidir sobre as questões relacionadas ao seu -Todos esses sentimentos se misturam no momento da decisão pela interrupção, sendo
corpo e à sua vida; que para a maioria das mulheres, no momento do pós-abortamento, sobressai o
⇨ Beneficência: obrigação ética de se maximizar o benefício e minimizar o dano sentimento de alívio.
(fazer o bem); -Acolhimento é o tratamento digno e respeitoso, a escuta, o reconhecimento e a aceitação
⇨ Não maleficência: a ação deve sempre causar o menor prejuízo à paciente, das diferenças, o respeito ao direito de decidir de mulheres e homens, assim como o
reduzindo os efeitos adversos ou indesejáveis de suas ações (não prejudicar) acesso e a resolubilidade da assistência à saúde.
⇨ Justiça: o(a) profissional de saúde deve atuar com imparcialidade, evitando que -A escuta, é fundamental considerar a atenção psicossocial às mulheres em abortamento,
aspectos sociais, culturais, religiosos, morais ou outros interfiram na relação com integrando assistentes sociais e psicólogos no atendimento
a mulher. ⇨ Deve-se considerar que os enfoques da psicologia e do serviço social podem ser
diferenciados no trato das questões emocionais, relacionais e sociais.
⇨ A enfermagem também tem um papel diferenciado por estar presente na porta de ⇨ Identificar as reações do grupo social (famílias, amigos, colegas) em que está
entrada, durante o procedimento obstétrico e na fase de recuperação clínica da envolvida/inserida.
mulher na unidade de saúde. ⇨ Perguntar sobre o contexto da relação em que se deu a gravideze as possíveis
-É responsabilidade da equipe: repercussões do abortamento no relacionamentocom o parceiro.
⇨ Respeitar a fala da mulher, lembrando que nem tudo é dito verbalmente, ⇨ Conversar sobre gravidez, aborto inseguro, menstruação, saúdereprodutiva e
auxiliando-a a contatar com os seus sentimentos e elaborar a experiência vivida, direitos sexuais e reprodutivos.
buscando a autoconfiança. ABORTAMENTO AUTORIZADO
⇨ Organizar o acesso da mulher, priorizando o atendimento de acordo com -No Brasil, o abortamento é crime previsto pelo Código Penal nos artigos 124, 125 e 126, com
necessidades detectadas. penalidades para a mulher e para o médico que o praticam
⇨ Identificar e avaliar as necessidades e riscos dos agravos à saúde em cada caso, -No entanto, de acordo com o Decreto-Lei 2848, de 7 de dezembro de 1940, e com os
resolvendo-os, conforme a capacidade técnica do serviço, ou encaminhando para incisos I e II do artigo 128 do Código Penal Brasileiro, não é crime e não se pune o aborto
serviços de referência, grupos de mulheres e organizações não governamentais praticado por médico quando não há outro meio de salvar a vida da gestante ou quando a
(ONGs) feministas. gravidez resulta de estupro ou, por analogia, de outra forma de violência sexual
⇨ Dar encaminhamentos aos problemas apresentados pelas mulheres, oferecendo -O aborto deve ser precedido de consentimento da gestante ou, quando inca‑ paz, de seu
soluções possíveis e priorizando o seu bem-estar e comodidade. representante legal.
⇨ Garantir a privacidade no atendimento e a confidencialidade das informações. -Além disso, em 13 de abril de 2012, o Poder Judiciário deliberou positivamente sobre o
⇨ Realizar os procedimentos técnicos de forma humanizada e informando às aborto de fetos anencéfalos, dando direito à mulher de optar em proceder ou não com o
mulheres sobre as intervenções necessárias. aborto em casos de absoluta inviabilidade de vida extra-uterina. Contudo, estes casos
-Para os profissionais de saúde mental e serviço social: ainda não estão previstos em leI
⇨ Prestar apoio emocional imediato e encaminhar, quando necessário, para o LEI DO MINUTO SEGUINTE
atendimento continuado em médio prazo. -LEI Nº 12.845, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
⇨ Reforçar a importância da mulher respeitando o estado emocional em que se ArtIgo Primeiro
encontra, adotando uma postura auto compreensiva,que busque a autoestima. -Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento emergencial,
integral e multidisciplinar, visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e
psíquicos decorrentes de violência sexual, e encaminhamento, se for o caso, aos serviços -§3o: Cabe ao órgão de medicina legal o exame de DNA para identificação do agressor.
de assistência social. REFERÊNCIAS
Artigo Segundo -Manual de Teratogênese da Febrasgo 2011
-Considera-se violência sexual, para os efeitos desta Lei, qualquer forma de atividade -MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016
sexual não consentida. -EICKMANN, Sophie Helena et al. Síndrome da infecção congênita pelo vírus Zika. Cadernos
Artigo Terceiro de Saúde Pública, v. 32, p. e00047716, 2016.
-O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS, -SALLES, Bruno; CAMILO, Felipe Fidelis; DELMORO, Ana Carolina. Gravidez e citocinas
compreende os seguintes serviços: inflamatórias, uma correlação com o COVID 19-Revisão sistemática. Acta Farmacêutica
⇨ Diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais Portuguesa, v. 10, n. 1, p. 19-31, 2021.
áreas afetadas; -FORATORI-JUNIOR, Gerson Aparecido et al. COVID-19 e sua relação com a gravidez e
⇨ Amparo médico, psicológico e social imediatos; neonatos: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 21, p.
⇨ Facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina 697-727, 2021.
legal e às delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à -PEDROSO, Daniela. Aborto e saúde mental. Ciência e Cultura, v. 64, n. 2, p. 38-39, 2012.
identificação do agressor e à comprovação da violência sexual; -MALAGOLI, Bruna Gomes et al. Boletim do Uso de Seguro de Medicamentos na Gravidez
⇨ Profilaxia da gravidez; ISMP. 2019.
⇨ Profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST; -CONCEIÇÃO, Joseni Santos da et al. Conhecimento dos obstetras sobre a transmissão
⇨ Coleta de material para realização do exame de HIV para posterior vertical da hepatite B. Arquivos de Gastroenterologia, v. 46, p. 57-61, 2009.
acompanhamento e terapia; -BRASIL. Atenção ao Pré-Natal de Baixo Risco Brasília: Ministério da Saúde.2012
⇨ Fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os -AGUIAR, Brunno Henrique Kill et al. A legislação sobre o Aborto nos Países da América
serviços sanitários disponíveis. Latina: uma Revisão Narrativa. Comunicação Em Ciências Da Saúde, 2019.
-§1o: Os serviços de que trata esta Lei são prestados de forma gratuita aos que deles -MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção Humanizada ao Abortamento – Norma Técnica. 2ª Edição.
necessitarem. 2011
-§2o: No tratamento das lesões, caberá ao médico preservar materiais que possam ser -Lei 12.845 no site do Planalto
coletados no exame médico legal.
Problema 05- FECHAMENTO 02 -Geralmente, os portadores de síndromes parecem mais com outras pessoas que tenham a
mesma anormalidade cromossômica do que com seus próprios irmãos. Esse aspecto
Objetivo 01: Explicar as variações cromossômicas (mutação, variação característico resulta de um DESEQUILÍBRIO GENÉTICO

polimórfica, rearranjos e aneuploidias) bem como a recombinação gênica e a -Fatores genéticos iniciam defeitos por meios BIOQUÍMICOS ou de outros tipos em níveis

importância do mapeamento genético subcelulares, celulares ou teciduais

-Os fatores genéticos constituem as causas mais importantes dos defeitos congênitos MUTAÇÃO
⇨ Genes Mutantes causam aproximadamente ⅓ de todos os defeitos -Uma mutação, geralmente envolvendo perda ou alteração da função de um gene, é
⇨ Aberrações cromossômicas ocorrem em 6 a 7% dos zigotos qualquer ALTERAÇÃO PERMANENTE e CAPAZ DE SER HERDADA na sequência do DNA
-A maioria dos embriões inicialmente anormais nunca sofrerá a clivagem normal para se genômico.
transformar em blastocistos -Uma vez que uma alteração aleatória tem pouca probabilidade de provocar melhora no
⇨ Estudos in vitro sobre zigotos em clivagem com menos de 5 dias de idade desenvolvimento, a maioria das mutações é prejudicial e algumas são letais
revelaram uma alta incidência de anormalidades -A taxa de mutação pode ser aumentada por vários agentes ambientais, como altas doses
⇨ Mais de 60% dos zigotos em clivagem no dia 2 foram considerados anormais. de radiação ionizante.
Muitos zigotos, blastocistos e embriões de 3 semanas de idade defeituosos sofrem -Os defeitos resultantes de mutações gênicas são herdados de acordo com as leis
aborto espontâneo, e a frequência geral de aberrações cromossômicas nesses mendelianas
embriões corresponde a no mínimo 50%. ⇨ Podem ser feitas previsões sobre a probabilidade de sua ocorrência nos filhos das
-Tipos de alterações ocorrem nos complementos cromossômicos: NUMÉRICAS e pessoas afetadas e em outros parentes.
ESTRUTURAIS ⇨ Um exemplo de defeito congênito herdado de modo dominante é a acondroplasia
⇨ Podem afetar os cromossomos sexuais ou os autossomos (os outros cromossomos ⇨ Outros defeitos, como hiperplasia suprarrenal congênita e a microcefalia são
além dos cromossomos sexuais). atribuídas a herança autossômica recessiva
⇨ Em alguns casos, os dois tipos de cromossomos são afetados. ⇨ Os genes autossômicos recessivos se manifestam apenas quando homozigotos;
-Pessoas com aberrações cromossômicas geralmente apresentam fenótipos como consequência, muitos portadores desses genes (heterozigotos) não são
característicos (características morfológicas) detectados.
-Vários distúrbios genéticos são causados por EXPANSÃO DE TRINUCLEOTÍDEOS
⇨ Combinação de três nucleotídeos adjacente sem genes específicos ⇨ Os mecanismos das alterações epigenéticas não são totalmente claros, porém a
-Outros exemplos incluem distrofia miotônica, doença de Huntington, atrofia espinobulbar modificação dos fatores de transcrição, metilação de DNA e modificação de
(síndrome de Kennedy), ataxia de Friedreich e outros. histonas podem ser centrais na alteração de eventos do desenvolvimento
-O genoma humano compreende um número estimado de 20.000 a 25.000 genes por ⇨ Vários defeitos congênitos, incluindo problemas do neurodesenvolvimento (p.
conjunto haploide ou 3 bilhões de pares de bases. ex., distúrbios do espectro autista), podem ser o resultado de uma alteração da
⇨ Devido à colaboração entre o Projeto Genoma Humano e pesquisas internacionais, expressão gênica decorrente de compostos químicos ambientais, drogas e
muitas mutações de genes causadoras de doenças e defeitos congênitos foram e estresse materno ou alteração da nutrição em vez de alterações das
continuarão a ser identificadas sequências do DNA.
⇨ A maioria dos genes será sequenciada e sua função específica determinada. GENES HOMEOBOX
-A determinação das causas de defeitos congênitos requer uma compreensão maior da -São encontrados em todos os vertebrados
EXPRESSÃO GÊNICA no início do desenvolvimento -Eles estão envolvidos no início do desenvolvimento embrionário e especificam a
⇨ GENES DE MANUTENÇÃO: Expressos em uma ampla variedade de células e estão identidade e arranjo espacial dos segmentos corporais
envolvidos nas funções metabólicas celulares básicas, como síntese de ácidos -Os produtos proteicos desses genes ligam-se ao DNA e formam fatores de transcrição
nucleicos e proteínas, biogênese do citoesqueleto e organelas e transporte de que regulam a expressão gênica
nutrientes e outros mecanismos celulares -Mutações nesses genes são associadas à alguns distúrbios
⇨ GENES ESPECIALIZADOS: Expressos em momentos específicos em células
específicas e definem as centenas de tipos celulares que constituem o organismo
humano
-A regulação da expressão gênica é, geralmente, obtida por FATORES DE TRANSCRIÇÃO que
se ligam a elementos reguladores ou promotores de genes específicos.
-A REGULAÇÃO EPIGENÉTICA refere-se a alterações do fenótipo (aspecto) ou da expressão
gênica causadas por outros mecanismos além de alterações das sequências de DNA VIAS DE SINALIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO

subjacentes -A embriogênese normal é regulada por VÁRIAS CASCATAS DE SINALIZAÇÃO COMPLEXAS


-Mutações ou alterações em qualquer uma dessas vias de sinalização pode provocar ⇨ Defeito da linha média de gravidade variável que envolve septação anormal do
defeitos congênitos SNC, fendas faciais, incisivo central único, hipotelorismo ou um único olho
-Muitas vias são autônomas e alteram a diferenciação apenas de uma célula em particular, ciclópico
como é o caso das proteínas produzidas pelos grupos de genes HOXA e HOXD (onde as -A proteína SHH precisa ser processada em uma forma ativa e é modificada pela adição de
mutações provocam uma variedade de defeitos dos membros). uma porção de colesterol
-Outros fatores de transcrição agem influenciando o padrão da expressão gênica das ⇨ Defeitos da biossíntese de colesterol, como no distúrbio autossômico recessivo,
células adjacentes síndrome de Smith-Lemli-Opitz (deficiência mental, pequena estatura, ptose e
⇨ Sinais Parácrinos: Controles de sinal de curto alcance que podem agir como defeitos na genitália masculina), compartilham muitas características,
interruptores de ativação-desativação simples particularmente defeitos encefálicos e dos membros remanescentes, com
⇨ Os chamados morfogenes estimulam muitas respostas nas células-alvo doenças relacionadas com SHH
dependendo do seu nível de expressão (concentração). ⇨ Isso sugere que a sinalização via SHH possa ter um papel central em vários
Sonic Hedgehog (Shh) distúrbios genéticos.
-Uma das vias de sinalização do desenvolvimento IMPRINTING GÊNICO
-É iniciada por uma proteína secretada chamada de que inicia uma cadeia de eventos, -É um processo epigenético no qual o alelo herdado da mãe ou do pai é MARCADO POR
resultando na ativação e repressão de células-alvo por fatores de transcrição na METILAÇÃO (imprinted), o que silencia esse gene e permite a expressão do gene sem o
família GLI imprinting do outro genitor.
-Perturbações (alterações) na regulação da via de sinalização provocam várias doenças -Apenas o alelo paterno ou materno (qualquer um em uma série de dois ou mais genes
humanas, incluindo alguns tipos de câncer e defeitos congênitos. diferentes) de um gene é ativo nos descendentes
-SHH é expressa na notocorda, a placa do assoalho do tubo neural, no encéfalo e outras -Portanto, o sexo do genitor responsável pela transmissão influencia a expressão ou a não
regiões, como a zona de atividade polarizadora dos membros em desenvolvimento e do expressão de alguns genes
intestino -Na síndrome de Prader-Willi (SPW) e na síndrome de Angelman, o fenótipo é determinado
-Mutações esporádicas e herdadas no gene SHH humano provocam a holoprosencefalia conforme a microdeleção seja transmitida pelo pai (SPW) ou pela mãe (síndrome de
Angelman).
-Em um número substancial de casos de SPW e síndrome de Angelman e em vários outros ⇨ Radiação ionizante
distúrbios genéticos, a condição surge a partir de um fenômeno referido como dissomia ⇨ Infecções virais
uniparental ⇨ Drogas
⇨ Na SPW e na síndrome de Angelman, as duas cópias do cromossomo 15 são ⇨ Compostos químicos
originadas de apenas um dos pais -O tipos de alteração depende do destino dado aos pedaços do cromossomo rompido
⇨ A SPW ocorre quando as duas são derivadas da mãe e a síndrome de Angelman -Acontecem, em média, 1 vez a cada 375 recém-nascidos
ocorre quando as duas são derivadas do pai. -Inversão e Translocação são os rearranjos estruturais que podem, ser transmitidas por um
⇨ Acredita-se que o mecanismo comece com um concepto trissômico, seguido por dos pais ao embrião
uma perda do cromossomo extra no início da divisão celular pós-zigótica -Normalmente, rearranjos balanceados não são sindrômicos
⇨ Isso resulta em uma célula “resgatada” onde os dois cromossomos foram ⇨ Seu problema esta relacionado com câncer, infertilidade, aborto repetidos e filhos
derivados de um mesmo genitor. com síndromes
-A dissomia uniparental envolve vários pares cromossômicos TRANSLOCAÇÃO
-Alguns estão associados a resultados clínicos adversos envolvendo os pares de -Transferência de um pedaço de um cromossomo para um cromossomo não homólogo.
cromossomos 6 (diabetes mellitus neonatal transitória), 7 (síndrome de Silver- Russell) e 15 -TRANSLOCAÇÃO RECÍPROCA: Dois cromossomos não homólogos trocarem partes. Ex:
(SPW e síndrome de Angelman), enquanto outros (1 e 22) não estão associados a efeitos Leucemia mielóide crônica
fenotípicos anormais. -TRANSLOCAÇÃO NÃO RECÍPROCA: Somente um cromossomo doa alguma parte
REARRANJO CROMOSSÔMICO -TRANSLOCAÇÃO ROBERTSONIANA: Ocorre em cromossomos acrocêntricos
-Representam as alterações ESTRUTURAIS dos cromossomos -A translocação não provoca necessariamente um desenvolvimento anormal.
-A maioria das anormalidades estruturais resulta de uma RUPTURA DO CROMOSSOMO, ⇨ Por exemplo, pessoas com translocação entre um cromossomo número 21 e um
seguida por um reconstituição em uma COMBINAÇÃO ANORMAL cromossomo número 14 são fenotipicamente normais.
-Podem ser ⇨ Essas pessoas são chamadas de portadores de TRANSLOCAÇÃO BALANCEADA.
⇨ BALANCEADAS OU EQUILIBRADAS: Alteração na localização dos genes Elas possuem uma tendência, independentemente da idade, a produzir células
⇨ NÃO-BALANCEADAS OU NÃO-EQUILIBRADAS: Alteração do número de genes germinativas com uma anormalidade de translocação cromossômica.
-A ruptura pode ser induzida por fatores ambientais
⇨ Entre 3% e 4% das crianças com síndrome de Down apresentam trissomias de -Uma resolução aceitável de bandeamento cromossômico em uma análise de rotina revela
translocação; o cromossomo 21 adicional está fixado a outro cromossomo. 550 bandas por conjunto haploide, enquanto o bandeamento cromossômico de alta
DELEÇÃO resolução revela até 1.300 bandas por conjunto haploide.
-Quando um cromossomo é rompido, parte dele pode ser perdida -Uma vez que as deleções atingem vários GENES CONTÍGUOS (próximos), esses distúrbios e
-Uma DELEÇÃO TERMINAL: Perda nas extremidades aqueles com microduplicações são referidas como SÍNDROMES DOS GENES CONTÍGUOS
⇨ Exemplo: perda parcial do braço curto do cromossomo 5 causa a síndrome do -Exemplos:
miado do gato ⇨ A síndrome de Prader-Willi (SPW) é um distúrbio de ocorrência esporádica,
⇨ As crianças afetadas apresentam um choro fraco semelhante à vocalização de um associado a baixa estatura, deficiência mental leve, obesidade, hiperfagia
gato, microcefalia (neurocrânio pequeno), deficiência mental grave e doença (alimentação excessiva) e hipogonadismo.
cardíaca congênita. ⇨ A síndrome de Angelman é caracterizada por deficiência mental grave,
-DELEÇÃO INTERSTICIAL: Perde entre os genes microcefalia, braquicefalia, convulsões e movimentos atáxicos (incoordenados)
-Um CROMOSSOMO EM ANEL é um tipo de deleção cromossômica na qual as duas dos membros e tronco.
extremidades são perdidas e as extremidades rompidas unem-se para formar um -A SPW e a síndrome de Angelman geralmente estão associadas a uma deleção visível da
cromossomo em forma de anel banda q12 no cromossomo 15.
⇨ Cromossomos anelares são raros, mas já foram encontrados em todos os ⇨ O fenótipo clínico é determinado pelo genitor de origem do cromossomo 15
cromossomos deletado.
⇨ Esses cromossomos anormais foram descritos em indivíduos com genótipo 45,X ⇨ Se a deleção for observada na mãe, ocorrerá síndrome de Angelman; se for
(síndrome de Turner), trissomia do 18 (síndrome de Edwards) e outras transmitida pelo pai, a criança exibirá o fenótipo da SPW.
anormalidades cromossômicas estruturais. ⇨ Isso sugere o fenômeno de IMPRINTING GENÉTICO, em que a expressão diferencial
MICRODELEÇÕES E MICRODUPLICAÇÕES do material genético depende do sexo do genitor responsável pela transmissão.
-Com as técnicas de bandeamento de alta resolução, deleções intersticiais e terminais Um dos dois alelos dos pais está ativo e o outro inativo devido a fatores
muito pequenas foram detectadas em vários distúrbios cromossômicos. epigenéticos
⇨ A perda da expressão do alelo ativo provoca distúrbios do neurodesenvolvimento
DUPLICAÇÕES
-Algumas anormalidades são representadas como uma parte de um cromossomo duplicado -Essas características estão relacionadas com a perda de um braço de um cromossomo X.
dentro de um cromossomo, fixado a um cromossomo ou como um fragmento separado.
-As duplicações são mais comuns que as deleções e são menos nocivas porque não existe
perda de material genético.
-Contudo, o fenótipo resultante geralmente inclui comprometimento mental ou defeitos
congênitos
-Pode envolver parte de um gene, todo o gene ou uma série de genes.
INVERSÃO
-A inversão é uma aberração cromossômica em que um segmento de um cromossomo é
invertido.
-INVERSÃO PARACÊNTRICA: Está confinada a um único braço do cromossomo
-INVERSÃO PERICÊNTRICA: Envolve os dois braços e inclui o centrômero
⇨ Portadores de inversões pericêntricas correm o risco de ter descendentes com -A: TRANSLOCAÇÃO RECÍPROCA
defeitos congênitos devido ao cruzamento desigual e segregação inadequada na -B: DELEÇÃO TERMINAL :
meiose -C: CROMOSSOMOS EM ANEL
ISOCROMOSSOMOS -D: DUPLICAÇÃO
-Um isocromossomo é produzido quando o centrômero sofre divisão transversal em vez -E: INVERSÃO PARACÊNTRICA
de longitudinal, criando -F: ISOCROMOSSOS
⇨ Um cromossomo onde um braço está ausente -G: TRANSLOCAÇÃO ROBERTSONIANA
⇨ O outro é duplicado ANEUPLOIDIAS
-Ocorre em cromossomos metacêntricos -As alterações do número de cromossomos resultam em ANEUPLOIDIA ou POLIPLOIDIA
⇨ Parece ser a anormalidade estrutural mais comum do cromossomo X. (euploidia)
-Pessoas com essa aberração geralmente apresentam baixa estatura e outros estigmas -Aneuploidia é qualquer desvio do número diploide de 46 cromossomos
(evidências visíveis de doença) da síndrome de Turner
⇨ Em seres humanos, esse distúrbio é o mais comum e clinicamente importante ⇨ Aproximadamente 99% dos embriões que não apresentam um cromossomo sexual
entre as anormalidades cromossômicas numéricas (p. ex., 45,X) sofrem aborto espontâneo
⇨ Ocorre em 3% a 4% das gestações reconhecidas clinicamente. EUPLOIDIAS
⇨ Um aneuploide é um indivíduo que apresenta um número de cromossomos que -Um POLIPLOIDE é uma pessoa que tem um número de cromossomos que representa um
não corresponde a um múltiplo exato do número haploide de 23 (p. ex., 45, 47) múltiplo do número haploide de 23, em vez do número diploide (p. ex., 69)
-A principal causa da aneuploidia é a não disjunção durante a divisão celular que resulta ⇨ TRIPLOIDIA
em distribuição desigual de um par de cromossomos homólogos para as células-filhas. ↪ Tipo mais comum de poliploidia
⇨ Uma célula apresenta dois cromossomos e a outra não apresenta nenhum ↪ O feto possui 69 cromossomos
cromossomo do par ↪ Apresentam restrição do crescimento intrauterino grave com acentuada
⇨ Podem ocorrer falhas no ponto de checagem do fuso na Anáfase pela falta da desproporção entre a cabeça e o corpo. Não sobrevivem muito tempo e
codificação de proteínas dos genes MAD2 e MTHFR correspondem a 20% dos abortos espontâneos
-Tipos de Aneuploidias: ↪ Resulta da fecundação de um ovócito por dois espermatozoides
⇨ Nulissomia: 2n-2 ⇨ TETRAPLOIDIA
⇨ Monossomia: 2n-1 ↪ 92 cromossomos
⇨ Trissomia: 2n+1 ↪ Ocorre durante a primeira divisão de clivagem do zigoto
⇨ Tetrassomia: 2n+2 ↪ São abortados muito precocemente e, geralmente, é recuperado um saco
-Podem afetar diferentes cromossomos: coriônico vazio
⇨ Sexuais: Turner, Klinefelter, Triplo X e Duplo Y RECOMBINAÇÃO GÊNICA
⇨ Autossômicos: Trissomia do 21, Trissomia do 13 e Trissomia do 18 -Ocorre na prófase I da meiose
-Como resultado, as células no embrião podem ser -Após o pareamento dos cromossomos homólogos, as cromátides desses cromossomos se
⇨ HIPODIPLOIDES: 45,X como na síndrome de Turner entrelaçam e formam os quiasmas
⇨ HIPERDIPLOIDES: Geralmente 47, como na trissomia do 21 (síndrome de Down) -São estruturas em forma de X que marcam o acoplamento entre cromossomos homólogos
-Os embriões com MONOSSOMIA (ausência de um cromossomo) geralmente morrem. -Indicam o ponto no qual os cromossomos homólogos trocam o material genético,
realizando o processo de recombinação gênica ou crossing-over
-Há a produção de cromossomos que consistem em combinações de partes dos -O mapeamento dos genes de doenças é um passo importante na compreensão,
cromossomos originais diagnóstico e eventual tratamento de de uma doença genética
-Essa troca é importante por aumentar significativamente a possibilidade de combinações -Quando a localização de um gene de doença é determinada, geralmente é possível
de genes em cada gameta, aumentando número de combinações possíveis nas proporcionar um prognóstico mais acurado para pessoas em risco para uma doença
características genética
-Ajudam a inferir a ordem dos genes ao longo dos cromossomos no mapeamento genético -Assim, o mapeamento genético contribui diretamente para os vários objetivos primários
MAPEAMENTO GENÉTICO da genética médica.
-A identificação de mutações que causam doenças é o foco central da genética médica. -Tipos principais de mapeamento:
-Este processo geralmente começa pelo MAPEAMENTO DE MUTAÇÕES que ocorrem nas ⇨ MAPEAMENTO GÊNICO: A frequência de Crossings meióticos entre os loci é
pessoas afetadas para localizações especificas nos cromossomos. utilizada para determinar as distâncias entre os genes
-Com a conclusão do Projeto Genoma Humano, as localizações de praticamente todo gene ⇨ MAPEAMENTO FÍSICO: Envolve a utilização de técnicas citogenéticas, moleculares
humano no genoma são agora conhecidas. e computacionais para se determinar as localizações físicas exatas das mutações
⇨ A disponibilidade desses dados, juntamente com os avanços expressivos na causadoras de doença nos cromossomos.
tecnologia de genética molecular e desenvolvimentos importantes na análise CLONAGEM DO GENE
estatística de dados genéticos, acelerou enormemente o mapeamento de -Se refere à inserção de um gene em um vetor. Assim, cópias ou clones podem ser feitos
mutações causadoras de doenças -Uma vez que um gene tenha sido clonado, sua sequência de DNA e seu produto proteico
-Entretanto, as alterações genéticas específicas responsáveis pela maioria dos fenótipos podem ser estudados diretamente
herdados de doenças permanecem desconhecidas (i. e., qual gene ou quais genes -Isso pode contribuir para o entendimento da causa atual da doença
contribuem para determinada doença.) -Além do mais, a clonagem gênica pode abrir caminhos para a produção de um produto
⇨ Muitas pesquisas são realizadas no momento para a descoberta destas mutações normal do gene por meio de técnicas de DNA RECOMBINANTE, permitindo um tratamento
genéticas e suas consequências mais efetivo de uma doença genética
⇨ À medida que este trabalho progride, nosso conhecimento sobre as bases -Fator Vlll de coagulação recombinante: Utilizado para tratar a Hemofilia A
biológicas das doenças genéticas certamente também irá progredir. -Insulina recombinante: Utilizada no tratamento do diabetes tipo l
TERAPIA GÊNICA
-A terapia gênica pode conseguir modificar os genes de pessoas com uma doença genética -Inclinação superior das fissuras palpebrais
Objetivo 02: Descrever as principais anomalias cromossômicas (Cariótipo, -Protrusão da língua

Causas e Características) -Prega de flexão palmar transversa

SÍNDROME DE DOWN COMPLETA -Clinodactilia do quinto dedo da mão


-Anormalidades do trato gastrointestinal

-Causas: TRISSOMIA COMPLETA do cromossomo 21


⇨ Ocorrer em 80% dos casos
⇨ Erro meiótico (pré-zigótico) que afeta todas as células
-Cariótipo: 47. XY+21 ou 47, XX+21
CARACTERÍSTICAS SÍNDROME DE DOWN POR MOSAICISMO
-Incidência: 1/700 nascimentos (variável) - 300.00 pessoas afetadas no Brasil
-Perfil facial achatado
-Alterações do sistema visual e sensorial
-Cardiopatias congênitas
-Anormalidades Musculoesqueléticas
-Deficiência mental
-Braquicefalia
-Ponte nasal achatada
-Causa: TRISSOMIA INCOMPLETA do cromossomo 21 -Causa: Translocação robertsoninana
⇨ Mosaicismo: Somente parte das células vai apresentar a trissomia do 21 -Cariótipo: 46, X_,rob (14,21) (14q;21q) + 21
⇨ Associada a erros pós-zigóticos CARACTERÍSTICAS
-Cariótipo: 46 XX/47 XX+21 ou 46 XY/47 XY+21 -Incidência: Cerca de 4% dos pacientes com síndrome de Down têm 46 cromossomos,
CARACTERÍSTICAS com uma translocação robertsoniana envolvendo o cromossomo 21q e o braço longo de um
-Menos grave outro cromossomo acrocêntrico (geralmente o cromossomo 14 ou 22)
-Incidência: Cerca de 2% dos pacientes com síndrome de Down são mosaicos, -Diferentemente da trissomia do 21 padrão, a síndrome de Down com translocação não
-Fenótipo pode ser mais brando do que o de uma trissomia do 21 típica, porém há uma evidencia relação com a idade materna, mas há uma recorrência relativamente alta em
ampla variabilidade de fenótipos entre pacientes mosaicos, possivelmente refletindo a famílias nas quais um dos pais, especialmente a mãe, é um portador de translocação.
proporção variável de células com trissomia do 21 no embrião durante o início do ⇨ Por esta razão, o cariótipo dos pais e, possivelmente, dos irmãos, é essencial
desenvolvimento antes de fornecer uma informação genética acurada.
-Estes pacientes identificados como mosaicos de síndrome de Down provavelmente -Teoricamente, há seis possíveis tipos de gametas, porém três deles parecem ser
representam os casos mais severos clinicamente, porque pessoas levemente incapazes de levar a uma prole viável. Dos três tipos viáveis
afetadas têm menor probabilidade de serem cariotipadas. ⇨ Um é normal
SÍNDROME DE DOWN POR TRANSLOCAÇÃO ROBERTSONIANA ⇨ Um é balanceado
⇨ Um é não balanceado, tendo tanto o cromossomo translocado como o
cromossomo 21 normal
-Em combinação com um gameta normal, isto geraria uma criança com síndrome de Down
por translocação
⇨ Teoricamente, os três tipos de gametas são produzidos em números iguais, e
então, o risco teórico de ter uma criança com síndrome de Down seria de 1 em 3.
⇨ No entanto, estudos populacionais extensivos têm mostrado que os complementos
do cromossomo não-balanceado aparecem em apenas cerca de 10% a 15% da
prole de mães portadoras e em apenas um pequeno percentual na prole de pais -Várias Malformações congênitas (Protuberância occipital, Esterno curto, Unhas
portadores de translocações envolvendo o cromossomo 21. hipoplásicas
SÍNDROME DE EDWARDS -Defeitos cardíacos congênitos (defeito no septo ventricular)
-Anomalias Renais
-50% das crianças morrem no primeiro mês de vida; 10%vivem até os 12 meses
SÍNDROME DE PATAU

-Causas: Trissomia do cromossomo autossômico 18


-Cariótipos:
⇨ Trissomia Completa: 47, XY+18 ou 47, XX+18 -Causa: Trissomia do cromossomo autossômico 13
⇨ Mosaicismo: 46, XX ou XY / 47 XX ou XY +18 -Cariótipo:
⇨ Translocação: 47, XY, t(14.18) (14q;18q) ⇨ Trissomia Completa: 47, XY+13 ou 47, XX+13

CARACTERÍSTICAS ⇨ Mosaicismo: 46, XX ou XY / 47 XX ou XY +13

-Incidência: 1/5000 nascimentos com predominância no sexo feminino ⇨ Translocação: 47, XY, t(14.13) (14q;13q)

-Baixo peso ao nascimento CARACTERÍSTICAS

-Deficiencia mental grave -Incidência: 1/6000 nascimentos

-Orelhas malformadas -Retardo mental e motor


-Problemas respiratórios
-Malformações do SNC -Prega palmar única
-Fendas orofaciais -Deficiência mental variável
-Microftalmia (olhos pequenos e mal formados) SÍNDROME DE TURNER
-Polidactilia
-Orelha dismórfica
-Mão com flexões acentuadas
-45% dos afetados falecem após 1 mês de vida; 70% aos 6 meses e somente 5%
sobrevivem mais de 3 anos
SÍNDROME DE Cri-du-chat

-Causa: Monossomia do cromossomo X


⇨ O erro da gametogênese (não disjunção) que causa a monossomia do X (síndrome

-Síndrome do miado do gato de Turner), quando pode ser rastreado, ocorre no gameta paterno

-Cariótipo: 46, XX/XY, 5p- ou del(5p) (espermatozoide) em aproximadamente 75% dos casos; é o cromossomo X

-Causa: Alteração estrutural por deleção terminal do braço curto do cromossomo 5 paterno que geralmente está ausente

CARACTERÍSTICAS -Cariótipo: 45, X

-Incidência: 1/50.000 RN ⇨ Apresenta variações como mosaicismo, anel e isocromossomo

-Hipotonia
-Choro fraco (miado de gato)
-Face arredondada
-Problemas oculares e cardíacos
CARACTERÍSTICAS
-Incidência: 1/8000 de nascimentos vivos
-Menos de 150.000 casos por ano no Brasil
-Puberdade tardia
-Infertilidade
-Malformações cardíacas
-Podem apresentar dificuldades cognitivas
-As características sexuais secundárias não se desenvolvem em 90% das mulheres
afetadas e a reposição hormonal é necessária
-A anormalidade cromossômica da monossomia do X é a anormalidade citogenética mais
comum observada em fetos abortados espontaneamente
⇨ Representa aproximadamente 18% de todos os abortos causados por -Causa: Trissomia do cromossomo sexual X em homens
anormalidades cromossômicas. -Cariótipo: 47, XXY
⇨ Pode apresentar variações de mosaicos em 15% dos casos
⇨ Variações: Adições de cromossomos X inativado que causam fenótipos mais
graves proporcionais aos números de X
CARACTERÍSTICAS
-Incidência: 1/1000 nascimentos do sexo masculino
-Estatura geralmente elevada
⇨ Envergadura maior que a estatura
-Infertilidade
-Hipogonadismo
-Distribuição de gordura e pêlos corpóreos com características femininas
SÍNDROME DE KLINEFELTER -Ginecomastia
-Testículos atrofiados sem espermatozóides ⇨ Essa expansão da repetição de trinucleotídeos para mais de 200 representa uma
SÍNDROME DO X FRÁGIL mutação completa
⇨ A metilação ocorre na região promotora do gene e inativa o locus do FMR1
suprimindo a transcrição do RNAm que elimina a produção protéica. Isso explica
as alterações mentais, pois esse gene que codifica a proteína da deficiência
mental dessa síndrome
CARACTERÍSTICAS
-Incidência:
⇨ 1/4.000 nascimentos do sexo masculino
⇨ 1/6000 nascimentos do sexo feminino
-A síndrome do X frágil é a segunda causa hereditária mais comum de deficiência
intelectual moderada após a síndrome de Down
-Ela é um dos mais de 200 distúrbios ligados ao X associados ao comprometimento mental.
-Distúrbios do espectro autista são prevalentes nessa condição.
-O diagnóstico dessa síndrome pode ser confirmado por análise cromossômica
demonstrando o cromossomo X frágil em Xq27.3, ou por estudos de DNA demonstrando uma
expansão dos nucleotídeos CGG em uma região específica do gene FMR1
-Indivíduos apresentam
⇨ Face alongada
⇨ Orelhas grandes
-Cariótipo: 46, X fra (X) (q27.3) ⇨ Macrorquidia (testículos aumentados)
-Causa: Expansão de nucleotídeos (duplicação) na região do longo do cromossomo X por ⇨ Capacidade intelectual diminuída
metilação SÍNDROME DE PRADER-WILLI
Causa: Microdeleção no cromossomo autossômico 15
-Síndrome dismórfica relativamente comum caracterizada por obesidade, hábitos
alimentares excessivos e indiscriminados, mãos e pés pequenos, baixa estatura,
hipogonadismo e retardo mental
-Em aproximadamente 70% dos casos da síndrome existe uma deleção genética
envolvendo a porção proximal do braço longo do cromossomo 15 (15q11- q13), ocorrendo
somente no cromossomo 15 herdado do pai do paciente Objetivo 03: Compreender os exames diagnósticos para anomalias genéticas e
-Portanto, os genomas desses pacientes possuem a informação genética no 15q11-q13 que o acolhimento multiprofissional diante de um diagnóstico.
deriva somente das suas mães. PROCEDIMENTOS NÃO INVASIVOS
-Dissomia Uniparental: 30% dos casos
ULTRASSONOGRAFIA
⇨ Indivíduo apresenta dois cromossomos normais herdados da mãe, ou seja, vieram
-A ultrassonografia é uma técnica diagnóstica que permite avaliação anatômica da
de somente um genitor
gestação
SÍNDROME DE ANGELMAN
-O método empregado isoladamente (exame de ultrassom) permite o diagnóstico de
-Causa: Deleção de, aproximadamente, a mesma região cromossômica da Síndrome de PW,
aproximadamente 70 a 80% das malformações estruturais ou anatômicas do feto,
mas agora no cromossomo 15 herdado da mãe (70% dos casos) detecção pré-natal de malformações fetais. Permite exame das anatomias interna e
dependendo externa do feto e detecção de malformações maiores, assim como de marcadores sutis
-Caracterizada pelo incomum aspecto facial, baixa estatura, grave retardo mental, de anormalidades cromossômicas e síndromes genéticas.
⇨ Da acuidade diagnóstica
espasticidade e convulsões
⇨ Da experiência do operador
-Os pacientes com a síndrome de Angelman, portanto, possuem a informação genética no
⇨ Do tempo despendido para a realização do exame
15q11-q13 derivado somente dos seus pais
⇨ Da qualidade técnica do aparelho empregado.
-Esta circunstância rara demonstra impressionantemente que a origem parental do
-As principais abordagens ultrassonográficas para diagnóstico pré-natal de anormalidades
material genético (neste caso, o cromossomo 15) pode ter um profundo efeito sobre a
fetais são
malformações maiores e
expressão clínica de um defeito.
⇨ Triagem ou rastreamento ultrassonográfico de primeiro trimestre alterações indicativas de
anormalidade
cromossômica fetal
⇨ Ultrassom para avaliação de morfologia fetal no segundo trimestre.
onfalocele, malformações esqueléticas, anomalias renais, uropatia obstrutiva e diversas
doenças gênicas, já foi descrita em associação com translucência nucal aumentada em
fetos com cariótipo normal

TRANSLUCÊNCIA NUCAL
Síndrome de Turner -De acordo com a técnica padronizada pela Fundação de Medicina Fetal (FMF), a TN deve
-Teste de rastreio de risco gestacional para cromossomopatias (trissomias do 21, 18 e 13)
ser medida entre 11 e 13 semanas e 6 dias de gestação, correspondendo a um comprimento
-Por meio de medida do SUBCUTÂNEO DA NUCA DO FETO, entre 11 e 14 semanas de idade
crânio-nádega (CCN) mínimo de 45 mm e máximo de 84 mm.
gestacional (comprimento cabeça-nádega: 45 mm a 84 mm), pode-se selecionar pacientes
-Deve ser obtida uma boa imagem sagital do feto em uma posição neutra (nem hiperfletido,
para exames invasivos com base na CORRELAÇÃO DA ESPESSURA NUCAL AUMENTADA E
nem hiperestendido), ampliada de forma a ocupar 75% da tela, distinguindo o âmnio da
TRISSOMIAS
pele fetal e medindo a espessura máxima da TN,
⇨ Biópsia de vilosidades coriônicas (BVC) ou amniocentese
MEDIDA DO OSSO NASAL
-Os cálculos de risco estão baseados em mais de 100 mil exames analisados
-Entre os marcadores ultrassonográficos que vêm sendo descritos para identificação de
⇨ O resultado deve ser emitido em um número de probabilidade, levando-se em
gestações em risco para cromossomopatia, encontra-se a medida do osso nasal, havendo
consideração a idade materna, tempo de gestação, antecedentes obstétricos e a
descrição de hipoplasia do osso nasal em fetos com síndrome de Down
medida da translucência nucal
-No primeiro trimestre, o osso nasal é visível à ultrassonografia como uma linha mais
-Além das trissomias, pode-se rastrear também
espessa paralela à pele como um “sinal de igual” em uma imagem de perfil fetal, no mesmo
⇨ SÍNDROME DE TURNER, TRIPLOIDIA e OUTRAS ANOMALIAS CROMOSSÔMICAS.
período da medida da translucência nucal
-Uma série de anormalidades fetais, como defeitos cardíacos, hérnia diafragmática,
-Em fetos com síndrome de Down, O OSSO NASAL ESTÁ AUSENTE EM 70% DOS CASOS
-No entanto, para o bom desempenho deste marcador na triagem de gestações em risco
para síndrome de Down é fundamental o treinamento adequado dos ultrassonografistas
MARCADORES BIOQUÍMICOS NO SANGUE MATERNO -O resultado da AFP no soro materno é expresso em múltiplos da mediana (MoM)
-A triagem sérica materna foi desenvolvida para identificação de anormalidades fetais na -A AFP está elevada
população de gestantes em geral ⇨ Defeitos de fechamento de tubo neural
-Os programas de triagem sérica são dirigidos para a seleção das gestações com risco ⇨ Defeitos fetais abertos, como onfalocele e gastrosquise
maior de defeitos de fechamento de tubo neural e cromossomopatias. -Inicialmente -O achado de um nível elevado de AFP deve ser seguido de uma ultrassonografia
oferecidos no segundo trimestre de gestação, os testes de triagem sérica foram detalhada para identificação de anomalias fetais.
aperfeiçoados para aplicação já no primeiro trimestre de gestação -Níveis elevados de AFP no SEGUNDO TRIMESTRE também têm sido associados a
-A sensibilidade da triagem sérica no segundo trimestre para síndrome de Down está em complicações obstétricas,
torno de 57% para uma taxa de falso positivo de 5% ⇨ Ruptura prematura de membranas
-Diversos estudos têm demonstrado a viabilidade da realização da triagem sérica já no ⇨ Morte fetal
primeiro trimestre. ⇨ Hipertensão
-A combinação da dosagem elevada da subunidade livre de beta-hCG (hCG livre) e da ⇨ Descolamento de placenta
diminuição dos níveis da proteína A relacionada à gestação (pregnancy-associated protein -Com relação à SÍNDROME DE DOWN, o primeiro marcador sérico materno associado foi a
A ou PAP-A) tem uma sensibilidade semelhante à triagem de segundo semestre. DIMINUIÇÃO DOS NÍVEIS DE AFP
-A principal vantagem da triagem sérica é a possibilidade de automatização e de realização ⇨ Essa diminuição dos níveis de AFP nas gestações com síndrome de Down já pode
dos exames a distância de forma não invasiva ser evidenciada entre 9 e 12 semanas
-Isoladamente, tem uma taxa elevada de resultados falsos positivos, que são reduzidos hCG e ESTRIOL NÃO CONJUGADO
pela combinação com a triagem ultrassonográfica -Importantes para realização do teste triplo
ALFA-FETOPROTEÍNA ⇨ Níveis elevados de gonadotrofina coriônica humana
-Diversos estudos estabeleceram a correlação entre os níveis elevados de alfa-fetoproteína ⇨ Níveis diminuídos de estriol não conjugado
sérica materna (AFP) e DEFEITOS DE FECHAMENTO DE TUBO NEURAL (DFTN), permitindo o ⇨ Níveis diminuídos de alfa-fetoproteína
desenvolvimento da triagem sérica universal para esses defeitos. -Os níveis dessas substâncias, associados à idade materna, fornecem os riscos
-A alfafetoproteína é uma proteína produzida no feto pela vesícula umbilical, trato aproximados de ocorrência de alterações cromossômicas, especialmente a síndrome de
gastrintestinal e fígado do feto, a partir de 29 dias após a concepção. Down.
⇨ Teoricamente, podem ser identificados em torno de 60% das gestações com abdominal, obstrução urinária e outras anomalias renais, defeitos de osteogênese, defeitos
síndrome de Down. congênitos de pele, baixo peso fetal, oligoidrâmnio, gestação múltipla.
⇨ Há outro marcador bioquímico, a inibina-A, que se apresenta aumentada no soro -Níveis baixos indicam trissomias cromossômicas como síndrome de Down, doença
materno de gestantes de crianças com síndrome de Down, aumentando o risco trofoblástica gestacional, morte fetal e aumento do peso materno.
teórico de detecção para cerca de 75%. -O protocolo para análise de alfafetoproteína geralmente utilizado inclui: a) dosagem sérica
PROCEDIMENTOS INVASIVOS materna de alfafetoproteína; b) repetir se o exame fornecer níveis alterados; c)

-Os métodos invasivos em diagnóstico pré-natal viabilizam a COLETA DIRETA DE MATERIAL ultra-sonografia; d) amniocentese para confirmação.

fetal para análise em laboratório, permitindo a realização de diversos exames, como o BILIRRUBINA

cariótipo para doenças cromossômicas, os ensaios enzimáticos para erros inatos do -A doença hemolítica do recém-nascido, síndrome resultante de incompatibilidade Rh entre

metabolismo (EIM) e a análise molecular para doenças gênicas o sangue materno e o fetal, pode ser diagnosticada no líquido amniótico.

AMNIOCENTESE -Esta patologia é desencadeada por anticorpos maternos contra os eritrócitos fetais,

-A amniocentese é a retirada de 20 mL líquido amniótico por agulha, guiada por causando uma reação hemolítica que pode variar em severidade.

ultrassonografia -Os produtos resultantes da quebra de hemoglobina, predominantemente bilirrubina,


16 semanas
-Ela pode ser realizada com segurança a partir de 15 semanas e tem um risco de aparecem no líquido amniótico e fornecem uma medida da severidade da

abortamento de 0,5 a 1% incompatibilidade da reação

-O material utilizado para análise são as CÉLULAS FETAIS FLUTUANTES NO LÍQUIDO, e as -O método mais usado para dosagem destes produtos é a espectrofotometria direta do

enzimas que o compõem Estudo do cariótipo fetal em cultura de células do LA líquido amniótico não-diluído e subseqüente cálculo da quantidade de bilirrubina. Cuidados

ESTUDOS BIOQUÍMICOS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO devem ser tomados na interpretação do espectro

ALFA-FETOPROTEÍNA -A decisão do tratamento pode ser baseada no grau de hemólise e na idade gestacional.

-Glicoproteína sintetizada pela vesícula umbilical fetal no início da gestação e -Nesta técnica encontram-se como interferentes a urina materna, o sangue fetal ou

posteriormente pelo trato gastrointestinal e pelo fígado maternal e o mecônio (material fecal do feto)

-A sua principal fonte é a urina fetal. LECITINA

-Níveis elevados indicam defeitos do tubo neural (anencefalia, espinha bífida), cistos -Quando a amniocentese for executada para avaliar a maturidade fetal pulmonar,

sacrococcígeos, obstrução esofágica ou intestinal, necrose hepática, defeitos da parede realiza-se uma técnica, freqüentemente entre 32 e 36 semanas de gestação,
observando-se o tipo de células epiteliais alveolares fetais predominante, além de
correlacionar a concentração de fosfolipídeos, particularmente compostos como
fosfatidilglicerol e lecitina, com o avanço do desenvolvimento pulmonar fetal
-Em mulheres diabéticas, o teste da maturidade pulmonar pode ser feito no final da
gestação, porque esta patologia pode retardar a maturidade pulmonar fetal
BIÓPSIA DE VILOSIDADES CORIÔNICAS
-A biópsia de vilosidades coriônicas (BVC) consiste na RETIRADA DE FRAGMENTOS DE
PLACENTA por meio de uma agulha guiada por ultrassonografia CORDOCENTESE
-A via preferencial é a TRANSABDOMINAL. CORDÃO UMBILICAL
REALIZAÇÃO PRECOCE, ANTES DA AMNIOCENTESE -A cordocentese é a PUNÇÃO DE VASO UMBILICAL para retirada de amostra de sangue fetal.
-Pode ser realizada entre 11 e 14 semanas, e tem um risco de abortamento de 1 a 1,5%
-Uma agulha guiada por ultrassonografia é introduzida na cavidade amniótica e depois
-O material coletado pode ser analisado diretamente e após cultivo, sendo utilizado para
punciona o vaso.
estudo citogenético, ensaio enzimático e análise molecular
-Este procedimento é utilizado quando a idade gestacional é avançada demais para a
-Desvantagem: Apresenta como desvantagem o fato de que cerca de 2% dos testes
realização de amniocentese e na ausência de líquido amniótico
apresentam resultados ambíguos ou inconclusivos, devido ao mosaicismo cromossômico
-O risco de perda fetal é de 2 a 5%
de duas linhagens diferentes
-Pode ser usado ainda para transfundir componentes sanguíneos, introduzir medicações,
-Vantagem: Método bem estabelecido e permite que os resultados sejam obtidos em um
criando uma via intravascular, e inclusive transplantar medula óssea, em circunstâncias
estágio mais inicial da gestação, possibilitando, além da diminuição do período de
especiais.
incerteza, realizar a interrupção da gestação (se for o caso) no primeiro trimestre, o que
FETOSCOPIA EMBRIOSCOPIA
facilita o procedimento Inspreção
-A fetoscopia permite a VISUALIZAÇÃO DO FETO por meio de um ENDOSCÓPIO intra-amniótica
AMOSTRA DE TECIDO TROFOBLÁSTICO, já que a placenta e feto possuem mesa origem Visualiza diretamente o embrião ou o feto para
embrionária (vilosidades coriônicas originam do trofoblasto extraembrionário) -Raramente utilizada
diagnóstico de anomalias estruturais
-Essa técnica está sendo superada, cada vez mais, pela ultrassonografia detalhada;
BIÓPSIA: EXAMINAR TECIDOS FETAIS
-No entanto, ocasionalmente é realizada durante o segundo trimestre, com a finalidade malformação fetal
de detectar a presença de pequenas anomalias estruturais que indicariam um diagnóstico -A maior frequência de anormalidades cromossômicas se encontra no grupo em que a
subjacente grave. indicação para o exame são as malformações fetais encontradas no ultrassom.
-A fetoscopia foi também utilizada para obter amostras de tecido do feto, que podem ser REFERÊNCIAS
analisadas com vistas ao diagnóstico pré-natal -BORGES-OSORIO, Maria Regina et al. Genética humana. 3a ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
⇨ Distúrbios raros da pele, como a epidermólise bolhosa, síndrome de Sjögren (OMIM -MOORE, Keith. L. Embriologia clínica. 10a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
270150) e síndrome de Ehlers-Danlos (antes de estarem disponíveis os testes de -Manual de Teratogênese FEBRASGO , 2011
DNA) -NUSSBAUM, R.L.; McINNES, R.R.; WILLARD, H.F. Thompson & Thompson. Genética Médica. 8.
⇨ Distúrbios metabólicos nos quais a enzima envolvida é encontrada apenas em ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014
alguns tecidos ou órgãos, como o fígado, sendo o caso da deficiência de -JORDE, L.B.; CAREY, J.C.; BAMSHAD, M.J. Genética Médica. 4ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
ornitina-transcarbamilase. 2010.
-Mesmo que essa técnica seja manipulada por obstetras experientes, o risco de aborto é da -CAMPANA, Sabrina Gonçalves; CHÁVEZ, Juliana Helena; HAAS, Patrícia. Diagnóstico
ordem de 3 a 5% laboratorial do líquido amniótico. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial,
-As limitações desse procedimento são que somente uma parte muito pequena do feto v. 39, p. 215-218, 2003.
pode ser visualizada de cada vez, é mais demorado do que a amniocentese e o risco de -COELHO, Charlotte. A síndrome de Down. Psicologia. pt, p. 1-14, 2016.
infecção e aborto espontâneo é relativamente alto
CARIOTIPAGEM
-O estudo citogenético do feto por meio do cariótipo fetal pode ser obtido a partir de
AMNIÓCITOS CULTIVADOS ou por estudo direto ou após CULTIVO DAS VILOSIDADES
CORIÔNICAS.
-Permite a identificação de anormalidades cromossômicas numéricas ou estruturais
-A frequência de cromossomopatias é elevada na espécie humana, sendo detectadas em
0,5% dos recém-nascidos, 5% dos natimortos e 50% dos abortos.21
-A frequência das anormalidades cromossômicas é especialmente elevada nos casos de

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