Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
-Pênis: Consiste na raiz (que está ligada à estrutura abdominal inferior e aos ossos
OBJETIVO 01- COMPREENDER o funcionamento dos órgãos do aparelho pélvicos), a parte visível da haste e a glande peniana (a extremidade em forma de cone)
reprodutor masculino e feminino ⇨ O orifício da uretra (o canal que transporta o sêmen e a urina) localiza-se na
SISTEMA GENITAL MASCULINO extremidade da glande peniana. A base da glande peniana é denominada corona
-Os testículos são responsáveis pela ESPERMATOGÊNESE e síntese de hormônios sexuais ⇨ Nos homens não circuncidados, o prepúcio estende-se desde a corona e cobre a
-É regulado pelo SNC por meio do GnRH hipotalâmico e de Gonadotrofinas hipofisárias ⇨ Composto por três espaços cilíndricos (seios preenchidos por sangue) de tecido
⇨ Parácrinos: se refere a um hormônio, produzido por uma célula, que age sobre ⇨ Os dois maiores, os corpos cavernosos, estão situados lado a lado. O terceiro
células vizinhas a ela seio, o corpo esponjoso, envolve a maior parte da uretra. Quando esses espaços
⇨ Endócrinos -Escroto: é o saco de pele grossa que cerca e protege os testículos. O escroto também
atua como um sistema de controle da temperatura dos testículos, porque estes necessitam
de uma temperatura levemente inferior à do corpo para favorecer o desenvolvimento
normal dos espermatozóides. O músculo cremaster da parede do escroto relaxa de forma
a permitir que os testículos se afastem do corpo para se resfriar ou, então, contrai para
que se aproximem mais do corpo para obter mais calor ou proteção.
-Testículos: São corpos ovais que têm em média 4 a 7 cm de comprimento e 2 a 3 colheres
de chá (20 a 25 ml) de volume. Geralmente, o testículo esquerdo é mais caído que o direito.
-Túbulos Seminíferos: Onde é formado o esperma. Podem haver até 900 túbulos enrolados
de em média 1 metro de comprimento
-Epidídimo: Tubo enrolado de aproximadamente 6 metros de comprimento e local onde os
espermatozóides são armazenados para completar sua maturação
-Canal Deferente: Formado por um tubo firme (do tamanho de um fio de espaguete) que -Ductos Ejaculatórios: São a porção final dos ductos deferentes que atravessam a
transporta o esperma a partir do epidídimo. Esse canal estende-se a partir de cada próstata para conduzir os espermatozóides e o líquido seminal na uretra prostática de
epidídimo até a ampola do canal deferente antes de entrar no corpo posterior da próstata onde serão ejaculados
-Próstata: A próstata produz um líquido alcalino (30% do sêmen) -Uretra: Último elo de conexão dos testículos com o meio externo. Possui um muco
⇨ É composto por cálcio, íon citrato, íon fosfato, uma enzima de coagulação e um proveniente de pequenas glândulas uretrais. Possui a função de conduzir tanto a urina
pró-fibrinolisina. quanto o esperma
⇨ Precisa ser levemente alcalino para neutralizar a composição mais ácida do -Sêmen: Canal deferente (10%) + Vesículas Seminais (60%) + Líquido da Próstata (30%)
líquido do canal deferente e da própria vagina durante a fecundação, permitindo ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL DO TESTÍCULO
que eles alcancem a mobilidade necessária -Túbulos Seminíferos ou Espermatogênicos: São muito finos e em suas paredes os
⇨ Logo, a secreção prostática tem a função de proteger e nutrir os espermatozóides, espermatozoides são formados a partir de células germinativas indiferenciadas. Esses
sais minerais e enzimas. tubos convergem para uma rede de ductos denominada rete testis que chega até o
⇨ A próstata também tem músculos, que ao serem comprimidos ajudam a expelir o epidídimo
esperma ⇨ Células de Sertoli: Encontradas nas paredes dos túbulos seminíferos e se
-Vesículas Seminais: Localizadas acima da próstata. Possuem a função junto da próstata estendem desde a lâmina basal até o lúmen tubular, servindo de SUPORTE para as
de produzir um líquido que nutre o esperma (60% do sêmen) células germinativas
⇨ A partir de um epitélio secretor, secretam um material mucoso que contém ↪ Também exercem função regulatória no eixo hipotálamo-hipófise pela
FRUTOSE, ÁCIDO CÍTRICO E OUTRAS SUBSTÂNCIAS NUTRITIVAS. Também há secreção de inibina
grande quantidade de PROSTAGLANDINAS E FIBRINOGÊNIO ↪ Formam junções que criam uma barreira com permeabilidade restrita, o
⇨ Prostaglandinas: Reagem ao muco cervical feminino tornando-o mais receptivo que favorece a regulação local da gametogênese e proteção
ao movimento e induzindo contrações uterina na direção dos ovários ⇨ Células Intersticiais de Leydig: Encontradas no tecido que conecta os túbulos
⇨ Outro líquido que compõe uma pequena quantidade do sêmen é proveniente do seminíferos com a função de secretar testosterona na rede capilar. São
canal deferente e das glândulas bulbouretrais na uretra. Também conduzem o formadas por grânulos lipídicos (testosterona é formada a partir do colesterol)
esperma até o ducto ejaculatório.
-Epidídimo: É um tubo único e fortemente enovelado responsável pela etapa final da -Produzem hormônios como o estrogênio e progesterona, os quais controlam o
maturação do gameta masculino desenvolvimento de características seuais secundárias e atuam sobre o útero nos
⇨ No homem, as células germinativas amadurecem, dessincronizadas. Logo, em um mecanismo de implantação do óvulo fecundado
mesmo ponto dos túbulos seminíferos podem haver células em estágios variados -Dividido em:
de maturação ⇨ CÓRTEX: Preenchido por folículos ovarianos em diversos estágios de
SISTEMA GENITAL FEMININO desenvolvimento ou de degradação
⇨ ESTROMA: Camada de tecido conectivo externa e interna
⇨ MEDULA: Contém nervos e vasos sanguíneos
TUBAS UTERINAS
-Transportam os óvulos que romperam a superfície do ovário para a cavidade uterina
-É um tubo de luz estreita cuja extremidade medial se comunica com o útero e a
extremidade lateral se comunica com a cavidade peritoneal
-Divididas em 4 partes:
⇨ UTERINA: Localizada na parede do útero
⇨ ISTMO: Localizada junto ao útero
⇨ AMPOLA: Parte mais calibrosa e onde, normalmente, ocorre a FECUNDAÇÃO
⇨ INFUNDÍBULO: Se abre junto ao ovário
ÚTERO
-É o órgão que recebe os óvulos. Possui um formato de pera com paredes espessas
-Responsável pelo alojamento do embrião e posterior desenvolvimento
-Dividido em três partes
OVÁRIOS
⇨ CORPO: Comunicação com as tubas (dois terços superiores)
-Produzem os gametas femininos ao final da puberdade
⇨ ISTMO: Região mais estreita
⇨ COLO: Se projeta na vagina (formato cilíndrico) ⇨ Monte do púbis: Elevação mediana, anterior à sínfise púbica é constituída
-O útero apresenta três camadas principalmente de tecido adiposo
⇨ ENDOMÉTRIO: Camada mais interna que sofre modificações com a fase do ciclo ⇨ Lábios Maiores: Duas pregas cutâneas alongadas que se estendem do monte do
menstrual. Durante a fase lútea, apresenta 3 camadas púbis ao períneo
↪ Camada compacta: Formada por tecido conjuntivo denso em torno das ⇨ Lábios Menores: Localizadas medialmente aos lábios maiores
glândulas uterinas - DESCAMA ⇨ Vestíbulo da Vagina: Região entre os lábios menores e o óstio vaginal
↪ Camada esponjosa: Tecido conjuntivo Edematoso (muito fluido)- ⇨ Bulbo do vestíbulo: Formados por duas massas pares de tecido erétil, alongadas
DESCAMA e dispostas como uma ferradura ao redor do óstio da vagina
↪ Camada basal: Delgada- NÃO DESCAMA ⇨ Óstio Vaginal: Abertura da vagina
⇨ MIOMÉTRIO: Constitui a maior parte da parede uterina com fibras musculares lisas ⇨ Glândulas Vestibulares Maiores: São duas estruturas com ductos que são
⇨ PERIMÉTRIO: Derivado do peritônio (fina camada externa) comprimidas durante o coito e secretam um muco para lubrificar a porção
VAGINA inferior da vagina
-É o órgão femino da cópula que irá receber o sêmen ⇨ Glândulas Vestibulares Menores: Possuem número variáveis com ductos
-Também tem a função de realizar o escoamento do sangue menstrual e das secreções minúsculos se abrindo no vestíbulo, entre os óstios da uretra e da vagina
uterinas ⇨ Clitóris: Homólogo ao pênis, sendo constituída de corpos cavernosos
-Dá passagem ao bebê durante o parto ⇨ Uretra: Responsável pela eliminação da urina oriunda da bexiga
-É um tubo cujas paredes estão colabadas que se comunica com o útero pelo óstio uterino
OBJETIVO 02- DESCREVER a gametogênese masculina/feminina e a atuação
-Nas virgens, o óstio da vagina é fechado parcialmente pelo hímen (membrana de tecido
dos hormônios
conjuntivo forrada por mucosa interna e externamente)
-A gametogênese é o processo de formação e desenvolvimento das células germinativas
VULVA
especializadas (gametas) a partir e células precursoras bipotentes
-Nome dado ao conjunto de órgão genitais externos da mulher
-É um processo que envolve os cromossomos e o citoplasma dos gametas e prepara essas
-Constituição
células para a fecundação
-Durante esse processo, o número de cromossomos é reduzido pela metade (meiose)
GAMETOGÊNESE MASCULINA
-É denominada ESPERMATOGÊNESE
-É a sequência de eventos pelos quais as espermatogônias são transformadas em
espermatozoide maduros
-Se inicia na puberdade
⇨ As espermatogônias permanecem em repouso nos túbulos seminíferos dos
testículos durante o período fetal e pós-natal
⇨ Na puberdade aumentam de número e depois de vária divisões de mitose,
crescem e sofre modificações
-Espermatócitos Primários (2n): São as maiores células germinativas nos túbulos
seminíferos
-Espermatócitos Secundários (n): São haploides e possuem aproximadamente metade
do tamanho dos espermatócitos primários
-Espermátides Haplóides: Possuem metade do tamanho dos espermatócitos secundários.
Se transformam em espermatozóides maduros pela ESPERMIOGÊNESE
-01 Espermatogônia (2n) ⇨ 01 Espermatócito Primário (2n) ⇨ 02 Espermatócitos
ESPERMATOZÓIDE MADURO
-Após o processo de espermiogênese, os espermatozoides maduros se tornam células
ativas e móveis capazes de nadar livremente, constituídas por uma cabeça e uma cauda.
-Colo do espermatozóide: Junção entre a cabeça e a cauda
-A cabeça forma a maior parte e é onde se localiza o núcleo
⇨ Os dois terços anteriores da cabeça são cobertos pelo ACROSSOMA que abriga
várias enzimas. Essas enzimas facilitam a dispersão das células foliculares da
corona radiata e a penetração na zona pelúcida do ovócito
-A cauda do espermatozóide consiste em três segmentos que vão permitir a motilidade
dessa célula
⇨ Peça Intermediária: Contém mitocôndrias que fornecem ATP
⇨ Peça Principal
⇨ Peça Terminal
ANDROGÊNIOS -A testosterona produzida nas células de Leydig é secretada no líquido dos túbulos
seminíferos e nos capilares intersticiais, de onde atinge a circulação sistêmica e nos
-São hormônios capazes de promover e manter características secundárias masculinas
capilares intersticiais
-Mais abundante é a TESTOSTERONA
-Um homem adulto produz por dia cerca de 5 a 9 mg que circula acoplada à proteína
-DHT (Di-hidrotestosterona): Produzida a partir da própria testosterona nos tecidos que
ligadora de hormônios sexuais e a albumina
expressam a enzima 5-alfa-redutase, como a próstata e o folículo piloso
-A testosterona é metabolizada na forma de glucoronídeo de testosterona e
-Sua ação é mais potente que a da testosterona e seu efeitos são indispensáveis para a
17-cetoesteroides que são excretados na urina. Uma parte sofre aromatase e se converte
diferenciação sexual masculina
em estradiol, nas células de Leydig e nas células de Sertoli
-Principais fontes de androgênios são a SUPRARRENAL e o TESTÍCULO. A molécula
-Mecanismo de Ação: Exercem os efeitos por meio de receptores intracelulares que
precursora é o colesterol que é captado por endocitose de lipoproteínas ou sintetizado na
ativam fatores de transcrição por mecanismo dependentes da ligação com o hormônio
própria glândula
Efeitos Fisiológicos
-Outros androgênios com ação mais fraca (androstenediona, desidroepiandrosterona e seu
-São fundamentais para a diferenciação sexual, o amadurecimento sexual e a fertilidade
sulfato)
masculina. A ativação do receptor androgênico promove a transcrição de determinados
genes e inibe a expressão de outros
⇨ Indiretamente a maturação de Leydig pode ser influenciada pelo FSH que modula
os efeitos do LH
-LH: Regula a secreção de testosterona que por sua vez inibe a secreção de GnRH pelo
hipotálamo e atua diretamente na hipófise. O efeito sobre o FSH só é obtido com altas
concentrações de testosterona
⇨ As células de sertoli produzem inibina B que atua na retroalimentação negativa de
FSH e estão presentes desde a vida fetal
↪ Unidade alfa
↪ Unidade beta: Confere especificidade
■ Beta-A
■ Beta-B
⇨ O principal produto liberado pelo testículo é a inibina B (alfa/beta-B)
⇨ Para que haja produção adequada de inibina B no testículo é preciso haver células
de Sertoli em número suficiente, estímulo do FSH e espermatogênese
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-TESTÍCULO
GAMETOGÊNESE FEMININA
-O hipotálamo controla a função testicular por meio da SECREÇÃO INTERMITENTE DO GNRH
-Denominada OVOGÊNESE
-Este estimula a hipófise a liberar LH e FSH que atuam diretamente no testículo e
-É a sequência de eventos pelos quais a ovogônias são transformadas em ovócitos
controlam tanto a espermatogênese como a produção de hormônios
maduros
-FSH: Estimula o crescimento testicular durante a puberdade e aumenta a produção de
-Todas as ovogônias se desenvolvem em ovócitos primários antes do nascimento, ou seja,
uma proteína ligadora de androgênios pelas células de Sertoli que assegura altas
nenhuma ovogônia se desenvolve após o nascimento
concentrações locais de testosterona, um fator muito imprescindível para a
- A ovogênese continua até a menopausa quando há a interrupção do ciclo menstrual
espermatogênese normal.
MATURAÇÃO PRÉ-NATAL DOS OVÓCITOS
⇨ Também estimula a atividade de aromatase nas células de Sertoli o que favorece a
produção local de estradiol
-Durante a vida fetal, as Ovogônias sofrem mitose e após seu crescimento, se tornam segunda divisão meiótica é completada e a maior parte do citoplasma ficará com o
Ovócitos Primários ovócito fecundado. Assim, o segundo corpo polar que é formado também irá degenerar
-Após a formação do ovócito primário, células do tecido conjuntivo o circundam e formam ⇨ Recém-Nascidas: 2 milhões de ovócitos primários
as CÉLULAS FOLICULARES (células achatadas em torno do ovócito primário). ⇨ Adolescentes: 40.000 ovócitos primários, porém, durante a vida, cerca de 400
-Dessa maneira, surge o Folículo Primário a partir do crescimento do ovócito primário tornam-se ovócitos secundários e são liberados na ovulação.
associado a mudança na forma das células foliculares (cúbicas para cilíndricas)
-Com o tempo, o Ovócito Primário é envolto por um material glicoproteico acelular e amorfo
denominado ZONA PELÚCIDA
-Ovócitos primários iniciam a primeira divisão meiótica antes do nascimento mas somente
terminam a prófase após a adolescência. Isso acontece pelo fato das células foliculares
secretam uma substância conhecida como inibidor da maturação do ovócito.
MATURAÇÃO PÓS-NATAL DOS OVÓCITOS
-Iniciada na puberdade
-Ocorre quando um folículo ovariano amadurece a cada mês e é liberado
-A longa duração da primeira divisão meiótica pode explicar as altas taxas de erros
meióticos após uma certa idade. Ademais, os ovócitos primário estacionados na prófase
são vulneráveis a agentes como a radiação
-Os ovócitos primários em repouso nos folículos ovariano aumentam de tamanho e, antes
da ovulação, realizam a primeira divisão meiótica e dão origem ao OVÓCITO SECUNDÁRIO E
AO PRIMEIRO CORPO POLAR DESIGUAL
⇨ O ovócito recebe quase todo o citoplasma. Sendo assim, o primeiro corpo polar é
minúsculo sendo destinada à degeneração
INFLUÊNCIAS DOS HORMÔNIOS
-Durante a ovulação, o núcleo do ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica que
progride até à Metáfase II. Caso um espermatozoide penetre o ovócito secundário a
-Estrogênio: Controla o desenvolvimento das características sexuais primárias das ⇨ Desenvolvimento dos folículos
mulheres ⇨ Ovulação
⇨ Também controla o desenvolvimento das mamas e o padrão de distribuição da ⇨ Formação do corpo lúteo
gordura corporal -Durante cada ciclo, o FSH estimula o desenvolvimento de vários folículos primários,
-Androgênios: Características sexuais secundárias como pelos pubianos e axilares; Regula porém somente um chegar ao estágio de folículo maduro e se rompe na superfície
a libido ovariana
OBJETIVO 03- CARACTERIZAR o funcionamento do ciclo ovariano e menstrual FASE FOLICULAR DESENVOLVIMENTO FOLICULAR
-Envolvem a atividade do HIPOTÁLAMO, da HIPÓFISE, dos OVÁRIOS, do ÚTERO, das TUBAS -Proliferação das células foliculares
UTERINAS, da VAGINA e das GLÂNDULAS MAMÁRIAS (Todos em conjunto preparam o ⇨ Formam uma camada estratificada ao redor do ovócito, deixando-o oval e com
- GNRh (Hormônio Liberador de Gonadotrofina): Sintetizada pelas células neurossecretoras ⇨ Surgem em torno dessas células espaços com líquido, os quais juntam e formam o
do hipotálamo e transportado pela circulação porta hipofisária até o lobo anterior da ANTRO (armazena o líquido folicular). Após isso, é denominado folículo secundário
hipófise (adenohipófise). Ele estimula a hipófise a liberar dois hormônios que atuam nos ou pré-antral
⇨ LH (Hormônio Luteinizante): Atua estimulando a ovulação (liberação do ovócito -Desenvolvimento das tecas foliculares
secundário) que induzem as células foliculares e o corpo lúteo a produzir ⇨ Tecido Conjuntivo ao redor do folículo primário
⇨ FSH (Hormônio Folículo-Estimulante): Estimula o desenvolvimento dos folículos ⇨ Essas células produzem fatores angiogênicos que geram vasos sanguíneos e
ovarianos e a produção de estrogênio pelas células foliculares permitem a nutrição para o desenvolvimento folicular
⇨ Ambos estimulam o crescimento do folículo e do endométrio ⇨ A teca interna produz um pouco de estrogênio e androgênios que passam para
⇨ Implantação do blastocisto no endométrio no sexto dia da fase lútea -AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2018, 1352 p
-DANGELO, J. G.; FATTINI, C. C. Anatomia sistêmica e segmentar. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2007
⇨ Atuação do HCG
Problema 01- FECHAMENTO 02
OBJETIVO 01- EXPLICAR o mecanismo de ação dos contraceptivos hormonais
-A anticoncepção envolve um conjunto de de métodos que visam evitar a gravidez
-A eficácia da contracepção é expressa por meio do ÍNDICE DE PEARL: Corresponde ao
número de gestações (falhas) ocorridas em 100 mulheres que utilizaram sistematicamente
um método durante um ano em condições ideais
-Quanto menor o valor mais eficiente é o método
-Para a escolha do método:
⇨ Necessário conhecer os diferentes métodos
⇨ Comparar resultados
⇨ Avaliar o uso e os principais risco
⇨ Adequar as condições socioeconômicas e o estado de saúde ANTICONCEPCIONAL ORAL
-A falha existe em todos os métodos
-São formulações que associam ETINILESTRADIOL (EE) com diversos PROGESTÁGENOS
-Monofásicos: Concentrações igual entre os hormônios em todos os comprimidos
-Bífásicos: 2 concentrações diferentes
-Trifásicos: 3 concentrações diferentes
-As diferentes concentrações não possuem vantagens em relação aos monofásicos quanto
à eficácia
-Os ACOs combinados atuam inibindo a secreção de gonadotrofinas e impedindo a
ovulação
-Componente Progestagênico: Inibe predominante a secreção de L.H, bloqueando o pico
desse hormônio
-Componente Estrogênico: Age sobre o FSH, impedindo o desenvolvimento folicular e a -O ato sexual masculino resulta de mecanismos reflexos inerentes integrados na medula
emergência do folículo dominante espinal, sacral e lombar, e esses mecanismos podem ser iniciados por estimulação
⇨ Estabiliza o endométrio ao evitar a descamação irregular psíquica proveniente do cérebro, ou da estimulação sexual real dos órgãos sexuais, mas
⇨ Potencializa o efeito da progesterona ao aumentar os receptores intracelulares geralmente, é combinação de ambas.
desse hormônio. Logo, uma baixa concentração de estrógeno é suficiente para ESTÁGIOS
manter a eficácia -Ereção Peniana
-Caso houver um recrutamento folicular, a ação do progestagênico garante a eficácia, pois ⇨ Proporcional ao grau de estimulação
não haverá ovulação ⇨ Realizada pelos NERVOS PARASSIMPÁTICOS
-O efeito progestacional é predominante nas pílulas combinadas ⇨ Liberação de óxido nítrico que ativam o GMP cíclico. Esse GMP relaxa as artérias
⇨ O endométrio torna-se atrófico e não receptivo a nidação dos pênis e os músculos lisos do tecido erétil, aumentando o fluxo sanguíneo. Os
⇨ O muco cervical é espesso e hostil às ascensões dos espermatozoides sinusóides cavernosos conseguem se dilatar rapidamente frente ao aumento de
⇨ Transporte tubário é prejudicado fluxo sanguíneo
OBJETIVO 02- EXPLICAR os eventos que ocorrem na primeira semana do -Lubrificação
desenvolvimento embrionário (Ato sexual, caminho, enzimas e células ⇨ Função do PARASSIMPÁTICO
-A fonte mais importante importante de sinais sensoriais é a glande peniana ⇨ Função do SIMPÁTICO
-Contém um sistema sensorial que transmite uma sensação denominada SENSAÇÃO ⇨ Clímax do ato sexual
SEXUAL para o SNC ⇨ Centros da medula espinal mandam impulsos simpático pelo nível T12 e L2,
-A massagem na glande peniana estimula os sinais sexuais que realizam o caminho: Nervo passando pelos plexos nervos simpáticos hipogástricos e pélvico que iniciam a
Pudendo ⇨ Plexo Sacral ⇨ Região Sacral da Medula Espinal ⇨ Cérebro emissão precursora da ejaculação
-Uma das causas do impulso sexual é o enchimento dos órgãos sexuais com secreções ⇨ A emissão se inicia com a contração do canal deferente que promove a expulsão
-Há uma grande participação do COMPONENTE PSÍQUICO no estímulo sexual dos espermatozoides para a uretra interna. A camada muscular da próstata e das
vesículas seminais se contraem para expelir os líquidos prostáticos e seminal. A
mistura dos líquidos é feito na uretra interna juntamente do muco previamente -É análogo à emissão e ejaculação do homem, ajudando a promover a fertilização do
secretado ovócito,
⇨ A ejaculação acontece quando a uretra interna está cheia. As vias sensitivas ⇨ Músculos perineais da mulher se contraem ritmicamente em decorrência de
desse enchimento provocam contrações rítmicas dos órgãos genitais internos e reflexos da medula espinal que conseguem aumentar a motilidade uterina e
dos músculos isquiocavernoso e bulbocavernoso que realizam uma pressão nas falopiana, ajudando os espermatozoides na motilidade para o útero
bases do tecido erétil. O aumento da pressão permite e ejaculação ocorrer ⇨ Dilata o canal cervical por até 30 minutos
ATO SEXUAL FEMININO ⇨ Liberação de ocitocina pela hipófise anterior que realiza contrações uterinas
-Depende, como no homem, de estimulação local e psíquica TRANSPORTE DOS GAMETAS
-O desejo sexual na mulher pode mudar de acordo com os níveis de hormônios, logo TRANSPORTE DO OVÓCITO
estágios diferentes do ciclo menstrual apresentam diferenças nesse desejo -Na ovulação, o ovócito secundário é expelido do folículo ovariano junto com o fluido
⇨ O desejo sexual é maior próximo da ovulação devido ao pico de estrogênio que folicular
precede o pico de LH e FSH -Durante a ovulação, as extremidades fimbriadas da tuba uterina aproximam-se
-A estimulação é mais intensa na região da vulva e da glande do clitóris intimamente do ovário. Os processos digitiformes da tuba, as fímbrias, movem-se para
-O caminho dos sinais sensitivos é igual ao do homem frente e para trás do ovário
Ereção e Lubrificação Feminina -A ação de varredura das fímbrias e a corrente de fluido produzida pelos cílios
-Existe tecido erétil igual ao homem que vai em torno do introito e estende-se até o clitóris. (extensões móveis) das células da mucosa das fímbrias “varrem” o ovócito secundário
-É controlado pelo SISTEMA PARASSIMPÁTICO para o INFUNDÍBULO AFUNILADO DA TUBA UTERINA
⇨ Mesmo sistema de dilatação pelo aumento do fluxo de sangue a partir de óxido -O ovócito passa então para a AMPOLA DA TUBA UTERINA, principalmente como resultado
nítrico da peristalse (movimentos da parede da tuba caracterizados pela contração e
-Os sinais parassimpáticos também estimulam as glândulas de Bartholin, localizadas nos relaxamento alternados) que conduz o ovócito na direção do útero
grandes lábios na secreção de muco no introito TRANSPORTE DOS ESPERMATOZOIDES
-Esse muco é o grande responsável pela lubrificação durante o ato sexual para estabelecer -A ejaculação reflexa do sêmen pode ser dividida em duas fases:
uma sensação menos irritativa ⇨ Emissão: o sêmen é enviado para a porção prostática da uretra pelos ductos
Orgasmo Feminino ejaculatórios após a peristalse dos ductos deferentes ⇝ É uma resposta
-Intensidade máxima do estímulo sexual autônoma simpática.
⇨ Ejaculação: o sêmen é expelido da uretra através do óstio uretral externo; isso é -O volume da ejaculação (espermatozoides misturados com as secreções das glândulas
resultado do fechamento do esfíncter vesical no colo da bexiga, da contração sexuais acessórias) é em média de 3,5 mL, com uma variação de 2 a 6 mL.
do músculo uretral e da contração dos músculos bulboesponjosos. -Velocidade de Deslocamento: 2 a 3 mm por minuto, mas a velocidade varia de acordo
-Os espermatozoides são rapidamente transportados do epidídimo para a uretra por com o pH do meio.
contrações peristálticas da espessa camada muscular dos ductos deferentes. ⇨ Os espermatozoides não possuem motilidade enquanto estão armazenados nos
-As glândulas sexuais acessórias, que são as glândulas seminais, a próstata e as epidídimos, mas se tornam móveis na ejaculação. Eles se movem lentamente no
glândulas bulbouretrais, produzem secreções que são adicionadas ao fluido ambiente ácido da vagina, mas se movem mais rapidamente no ambiente alcalino
espermático nos ductos deferentes e na uretra. do útero
-De 200 a 600 milhões de espermatozoides são depositados ao redor do óstio uterino ⇨ Ácido ⇝ Movimentação mais rápida
externo e no fórnice da vagina durante a relação sexual ⇨ Básico ⇝ Movimentação mais lenta
-Os espermatozoides passam através do colo uterino graças à MOVIMENTAÇÃO DE SUAS -Cerca de 200 espermatozoides alcançam o local da fecundação; a maioria dos
CAUDAS espermatozoides se degenera e é reabsorvida pelo trato genital feminino.
-A ENZIMA VESICULASE, produzida pelas glândulas seminais, coagula pequena parte do MATURAÇÃO DOS ESPERMATOZOIDES
sêmen ejaculado e forma um tampão vaginal que impede o retorno do sêmen para a -Os espermatozoides recém-ejaculados são incapazes de fecundar um ovócito.
vagina -Devem passar por um período de condicionamento, ou capacitação, que dura
⇨ Quando ocorre a ovulação, o muco do colo uterino aumenta e se torna menos aproximadamente 7 horas.
viscoso, facilitando ainda mais a passagem dos espermatozoides -Durante esse período, uma cobertura glicoproteica e de proteínas seminais é removida da
-A passagem dos espermatozoides do útero para a tuba uterina resulta principalmente das superfície do acrossoma do espermatozoide
contrações da parede muscular desses órgãos ⇨ Os componentes da membrana dos espermatozoides são consideravelmente
-As PROSTAGLANDINAS (substâncias fisiologicamente ativas) no sêmen parecem alterados
estimular a motilidade uterina no momento da relação sexual e auxiliam na ⇨ Não mostram alterações morfológicas, mas eles são MAIS ATIVOS.
movimentação dos espermatozoides até o local da fecundação na ampola da tuba uterina -A capacitação dos espermatozoides ocorre enquanto eles estão no útero ou na tuba
-A FRUTOSE, secretada pelas glândulas seminais, é uma fonte de energia para os uterina pela ação de substâncias secretadas por essas regiões.
espermatozoides no sêmen -Na fertilização in vitro, a capacitação é induzida pela incubação dos espermatozoides
em um meio específico por várias horas.
-O término da capacitação permite que ocorra a REAÇÃO ACROSSÔMICA. -Alguns espermatozoides são armazenados nas pregas da mucosa do colo uterino.
-O acrossoma do espermatozoide capacitado se liga a uma glicoproteína (ZP3) da zona Gradualmente são liberados, atravessam o útero e entram nas tubas uterinas
pelúcida. Alguns estudos mostraram que a membrana plasmática do espermatozoide, ⇨ O curto armazenamento dos espermatozoides no colo proporciona a sua liberação
íons de cálcio, prostaglandinas e progesterona possuem um importante papel na reação gradual, aumentando, assim, as chances de fecundação.
acrossômica. OBS: LER SOBRE FERTILIDADE MASCULINA, VASECTOMIA
-Essa reação do espermatozoide deve terminar antes da fusão dos gametas. FECUNDAÇÃO
-Quando os espermatozoides capacitados entram em contato com a corona radiata que -Fecundação é uma sequência complexa de eventos moleculares coordenados
envolve o oócito secundário, eles passam por alterações moleculares complexas que -É iniciada com o contato entre um espermatozoide e um ovócito. Tem o objetivo de
resultam no desenvolvimento de perfurações no acrossoma. misturar o material genético e formar o zigoto
⇨ Ocorrem, então, vários pontos de fusão da membrana plasmática do -Ocorre geralmente na AMPOLA UTERINA
espermatozoide com a membrana acrossômica externa. O rompimento das -Caso o ovócito chegar ao corpo do útero ele se degenera e é reabsorvido
membranas nesses pontos produz aberturas. -Os espermatozoides capacitados são guiados por QUIMIOTAXIA por meio de substância
⇨ As mudanças induzidas pela reação acrossômica estão associadas à liberação de liberadas pelo ovócito e pelas células foliculares
enzimas da vesícula acrossômica que facilitam a fecundação, incluindo a FASES DA FECUNDAÇÃO
HIALURONIDASE e a ACROSINA. A capacitação e a reação acrossômica parecem REAÇÃO ACROSSÔMICA
ser reguladas por uma tirosina quinase e a src quinase. -Conjunto de alterações que resulta na LIBERAÇÃO DE ENZIMAS PELO ACROSSOMA
VIABILIDADE DOS GAMETAS -Passagem de um espermatozoide através da CORONA RADIATA
-Estudos dos estágios iniciais do desenvolvimento indicam que os oócitos humanos são -Dispersão das células foliculares da corona radiata que circunda o oócito e a zona
geralmente fecundados dentro de 12 horas após a ovulação. pelúcida
-As observações in vitro mostraram que os oócitos não podem ser fecundados após 24 ⇨ Resulta da ação da enzima hialuronidase liberada da vesícula acrossômica do
horas e que eles se degeneram rapidamente após esse tempo. espermatozoide
-A maioria dos espermatozoides humanos provavelmente não sobrevive por mais de -Algumas enzimas da mucosa da tuba uterina também parecem auxiliar a dispersão.
48 horas no trato genital feminino. -Os movimentos da cauda do espermatozoide também são importantes na penetração da
-Após a ejaculação, os espermatozoides passam pelo colo uterino e chegam ao interior do corona radiata
útero. PENETRAÇÃO DA ZONA PELÚCIDA.
-A passagem do espermatozoide pela zona pelúcida é uma fase importante do início da -Em seguida, os cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do ovócito maduro
fecundação. se torna o PRONÚCLEO FEMININO.
-A formação de uma passagem também é resultado da ação de enzimas acrossômicas. FORMAÇÃO DO PRONÚCLEO MASCULINO
-As enzimas ESTERASE, ACROSINA E NEURAMINIDASE parecem causar a lise (dissolução) -Dentro do citoplasma do oócito, o núcleo do espermatozoide aumenta para formar o
da zona pelúcida, formando assim uma passagem para o espermatozoide penetra no PRONÚCLEO MASCULINO e a cauda do espermatozoide degenera.
ovócito. -Morfologicamente, os pronúcleos masculino e feminino são indistinguíveis.
-A mais importante dessas enzimas é a ACROSINA, UMA ENZIMA PROTEOLÍTICA. -Durante o crescimento dos pronúcleos, eles replicam seu DNA-1 n (haploide), 2 c (duas
REAÇÃO ZONAL cromátides). O ovócito contendo os dois pronúcleos haploides é denominado oótide
-Ocorre após a penetração da zona pelúcida -Logo que os pronúcleos se fundem em um único agregado diploide de cromossomos, a
-Surgem ALTERAÇÃO NAS PROPRIEDADES DA ZONA PELÚCIDA, tornando-a impermeável a oótide se torna um zigoto. (Restabelecimento da diploidia)
outros espermatozoides. -Os cromossomos no zigoto se organizam em um fuso de clivagem em preparação para as
-A composição dessa cobertura glicoproteica extracelular muda após a fecundação. sucessivas divisões do zigoto.
-Resultado da ação de ENZIMAS LISOSSOMAIS liberadas por GRÂNULOS CORTICAIS ZIGOTO
próximos a membrana plasmática do oócito. -O zigoto é geneticamente único porque metade dos cromossomos é materno e a outra
-O conteúdo desses grânulos, que são liberados no espaço perivitelino, também provoca metade é paterna.
alterações na membrana plasmática tornando-a impermeável a outros espermatozoides. -Contém uma nova combinação de cromossomos diferente da combinação das células
FUSÃO DAS MEMBRANAS PLASMÁTICAS DO OÓCITO E DO ESPERMATOZOIDE paternas. Esse mecanismo é a base da herança biparental e da variação da espécie
-As membranas plasmáticas ou celulares do ovócito e do espermatozoide se fundem e se humana.
rompem na região da fusão. -A meiose possibilita a distribuição aleatória dos cromossomos paternos e maternos
-A cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do oócito , mas a membrana entre as células germinativas
celular espermática (membrana plasmática) e as mitocôndrias não entram. Por esse -O crossing-over dos cromossomos, por relocação dos segmentos dos cromossomos
motivo, o embrião irá ter DNA mitocondrial predominante da mãe paterno e materno “embaralha” os genes, produzindo uma recombinação do material
-Quando o espermatozoide penetra no ovócito, este é ativado e termina a segunda divisão genético.
meiótica formando um ovócito maduro e um segundo corpo polar. -O sexo cromossômico do embrião é determinado na fecundação dependendo do tipo de
espermatozoide (X ou Y) que fecunde o ovócito.
CLIVAGEM DO ZIGOTO -Após 48h no útero, a zona pelúcida se degenera, permitindo o rápido crescimento do
-Divisões mitóticas repetidas do zigoto iniciadas após 30 horas da fecundação blastocisto
-Resultam em CELULARIZAÇÃO: Aumento rápido do número de células, denominadas -Obtém nutrição das secreções das glândulas uterinas
blastômeros (células embrionárias) -Após 6 dias de fecundação (dia 20 em ciclo de 28), o blastocisto se adere ao epitélio
-Tornam-se menores a cada divisão endometrial. Assim, o trofoblasto se divide em duas camadas
-A clivagem ocorre conforme o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero ⇨ CITOTROFOBLASTO: Camada mais INTERNA
-Após o estágio de 09 células, os blastômeros se agrupam e ocorre a COMPACTAÇÃO, ⇨ SINCICIOTROFOBLASTO: Camada mais EXTERNA. Massa protoplasmática
mediado por glicoproteínas de adesão multinucleada sem limites observáveis. Produz enzimas que degradam os tecidos
⇨ Permite maior interação célula-célula, sendo um requisito para formar o maternos
EMBRIOBLASTO DO BLASTOCISTO -Diferenciação é regulada pelo TGF-beta por interação dos ligantes com receptores dos
-12 a 13 blastômeros: Estágio de MÓRULA que é circundada por células trofoblásticas tipos I e II da quinases proteicas serina/treonina
⇨ Formada após, aproximadamente, TRÊS DIAS após a fecundação -Ao final, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do
⇨ Estágio que chega no útero endométrio e obtém nutrição dos tecidos erodidos
FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO -O polo embrionário é uma expansão do sinciotrofoblasto que se expande rapidamente
-Cerca de 4 dias depois, a mórula chega ao útero -HIPOBLASTO: Formado após 7 dias
-A MÓRULA passa para o estágio de BLASTOCISTO ⇨ É uma camada de células que aparece na camada do embrioblasto voltada para a
-CAVIDADE BLASTOCÍSTICA: Cavidade com líquido que surge no interior da mórula. É cavidade blastocística (ENDODERMA PRIMÁRIO)
oriundo da cavidade uterina e passa através da zona pelúcida OBJETIVO 03- DESCREVER os eventos da segunda semana embrionária
-Esse líquido quando aumenta, separa os blastômeros em duas partes -À medida que a implantação do blastocisto ocorre, mudanças morfológicas no
⇨ TROFOBLASTO: Mais externo que formará a PLACENTA e o CÓRION embrioblasto produzem um disco embrionário bilaminar formado pelo EPIBLASTO e pelo
⇨ EMBRIOBLASTO: Mais interno que formará o embrião HIPOBLASTO.
-Fator de Gestação Inicial: Secretado pelas células trofoblásticas e aparece no soro -O disco embrionário origina as camadas germinativas que formam todos os tecidos e
cerce a 24 a 48 após a fecundação órgãos do embrião
-O embrioblasto fica projetado para a cavidade blastocística e o trofolasto forma a parede -As ESTRUTURAS EXTRAEMBRIONÁRIAS que se formam durante a segunda semana são:
do blastocisto ⇨ CAVIDADE AMNIÓTICA e ÂMNIO
⇨ VESÍCULA UMBILICAL conectada ao pedículo ⇨ O hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário, durante a gestação.
⇨ SACO CORIÔNICO O corpo lúteo é uma estrutura glandular endócrina que secreta estrogênio e
-A implantação do blastocisto termina durante a segunda semana. Ela ocorre entre progesterona para manter a gestação
6-10 DIAS após a ovulação e fecundação -Uma quantidade suficiente de hCG é produzida pelo sinciociotrofoblasto no final da
-Conforme a implantação avança, mais o trofoblasto entra em contato com o endométrio e segunda semana para resultar em um teste de gravidez positivo, mesmo que a mulher não
se diferencia em duas camadas saiba que possa estar grávida.
⇨ CITROFOBLASTO: Mitoticamente ativa. Forma célula que migram para o FORMAÇÃO DA CAVIDADE AMNIÓTICA, DO DISCO EMBRIONÁRIO E DA VESÍCULA
sinciotrofoblasto UMBILICAL
⇨ SINCICIOTROFOBLASTO: É erosivo e invade o tecido endometrial. Suas células -Pequenos espaços no embrioblasto formam os primórdios da cavidade amniótica
deslocam as células do endométrio (sofrem apoptose) -Amnioblastos: Células aminiogênicas (formadoras de âmnio) que se separam do
-Os mecanismos moleculares da implantação envolvem a sincronização entre o epiblasto e formam o âmnio (reveste a cavidade amniótica)
BLASTOCISTO INVASOR e um ENDOMÉTRIO RECEPTIVO. -O embrioblasto sofre mudanças morfológicas que formam a Placa Bilaminar
⇨ As microvilosidades das células endometriais, as moléculas de adesão celular ⇨ Epiblasto: Camada mais espessa voltada para a cavidade amniótica. Forma o
(integrinas), citocinas, prostaglandinas, hormônios (hCG e progesterona), fatores assoalho da cavidade
de crescimento, enzimas de matriz extracelular e outras enzimas ⇨ Hipoblasto: Células cubóides adjacentes à cavidade exocelômica. Forma o teto da
(metaloproteinases de matriz e proteína quinase A) têm o papel de tornar o cavidade contínuo à membrana exocelômica
endométrio mais receptivo. -A MEMBRANA EXOCELÔMICA OU MEMBRANA DE HAEUSER reveste a vesícula umbilical
-As células do tecido conjuntivo ao redor do local da implantação acumulam GLICOGÊNIO e primitiva junto com o hipoblasto
LIPÍDIOS, assumindo um aspecto poliédrico -Logo, o disco embrionário situa-se entre a cavidade amniótica e a vesícula umbilical
⇨ Algumas dessas células, as CÉLULAS DECIDUAIS, se degeneram nas proximidades primitiva
do sinciciotrofoblasto invasor. O sinciciotrofoblasto engolfa essas células que -MESODERMA EXTRAEMBRIONÁRIO: Camada de tecido conjuntivo produzido pelas células
servem como uma RICA FONTE DE NUTRIENTES PARA O EMBRIÃO. do endoderma da vesícula que envolve o âmnio e a vesícula umbilical
-O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra na circulação -A vesícula e a cavidade amniótica possibilitam os movimentos morfogenético das células
sanguínea materna por meio das LACUNAS (cavidades isoladas) no sinciciotrofoblasto do disco
-Com a formação do âmnio, o disco embrionário e a vesícula umbilical aparecem LACUNAS -O aumento do mesoderma extraembrionário faz aparecer ESPAÇOS CELÔMICOS
(espaços) no sinciciotrofoblasto EXTRAEMBRIONÁRIOS isolados
⇨ As lacunas são preenchidas por uma mistura de sangue materno provenientes ⇨ CELOMA EXTRAEMBRIONÁRIO: Fusão desses espaços isolados, formando uma
dos capilares e restos celulares. Denomina-se EMBRIOTROFO que nutre o embrião grande cavidade cheia de líquido que envolve o âmnio e a vesícula umbilical,
-CIRCULAÇÃO UTEROPLACENTÁRIA: comunicação dos capilares endometriais rompidos exceto onde estão aderidos ao córion (membrana fetal mais externa) pelo
com as lacunas pedículo de conexão
⇨ O sangue flui para a REDE LACUNAR que fornece nutrientes e oxigênio ao embrião -Com a formação do CELOMA EXTRAEMBRIONÁRIO, a vesícula umbilical primitiva diminui e
⇨ Artérias endometriais espiraladas: Levam sangue oxigenado forma a VESÍCULA UMBILICAL SECUNDÁRIA
⇨ Veias endometriais: Retiram sangue pouco oxigenado ⇨ É formada por células endodérmicas extraembrionárias
-No 10° dia, o embrião está completamente implantado no endométrio DESENVOLVIMENTO DO SACO CORIÔNICO
⇨ Falha superficial no epitélio endometrial é fechada por um COÁGULO SANGUÍNEO -O final da segunda semana é marcado pelo aparecimento das VILOSIDADE CORIÔNICAS
FIBRINOSO PRIMÁRIAS
-Por volta do 12° dia, o epitélio quase totalmente regenerado recobre o tampão (sinalização ⇨ São processos vasculares do córion que formam colunas com revestimentos
de AMPc e progesterona) sinciciais
-Concepto implantado ⇨ Primeiro estágio de desenvolvimento das vilosidades coriônicas da placenta
⇨ REAÇÃO DECIDUAL: Células do endométrio acumulam glicogênio e lipídios para ⇨ As extensões celulares crescem para dentro do sinciciotrofoblasto induzidas pelo
nutrir o embrião mesoderma somático extra embrionário subjacente
-No 12° dia, a formação da REDE LACUNAR fornece uma aparência esponjosa ao -O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário
sinciciotrofoblasto ⇨ Mesoderma somático extraembrionário: Reveste o trofoblasto e cobre o âmnio
⇨ As redes lacunares ao redor do polo embrionário são os primórdios dos espaços ⇨ Mesoderma esplâncnico extraembrionário: Envolve a vesícula umbilical
intervilosos da placenta -Parede do saco coriônico: Mesoderma somático extraembrionário + Duas camadas do
⇨ SINUSÓIDES MATERNOS: Congestão dos capilares maternos trofoblasto formam o córion (membrana fetal mais externa)
⇨ A angiogênese no estroma é sob a influência de estrogênio e progesterona -O embrião, o saco amniótico e a vesícula umbilical estão suspensos dentro desse saco
⇨ Os sinusóides rompidos pelo sinciciotrofoblasto fazem o sangue materno fluir pelo PEDÍCULO DE CONEXÃO.
para dentro da rede lacunar
-O termo vesícula umbilical é mais apropriado porque o saco vitelino não contém vitelo em -A incidência de gestações ectópicas tem aumentado na maioria dos países, variando de
humanos. uma em 80 a uma em 250 gestações, dependendo parcialmente do nível socioeconômico
-O CELOMA EXTRAEMBRIONÁRIO É O PRIMÓRDIO DA CAVIDADE CORIÔNICA da população.
-A ultrassonografia transvaginal (endovaginal) é usada para medir o diâmetro do -Nos Estados Unidos, a incidência de gestações ectópicas é de aproximadamente 2% do
saco coriônico total de gestações; a gestação tubária é a principal causa de mortes maternas durante
⇨ Essa medida é importante para a avaliação do desenvolvimento embrionário o primeiro trimestre.
inicial e da progressão da gestação. -Uma mulher com gestação tubária apresenta os sintomas e sinais de gravidez. Ela
-Um embrião de 14 dias ainda tem o formato de um disco embrionário bilaminar plano, pode também apresentar dor e sensibilidade abdominal devido à distensão da tuba
mas as células hipoblásticas de uma área localizada são agora cilíndricas e formam uma uterina, ao sangramento anormal e à irritação do peritônio pélvico (peritonite).
região circular espessada, a placa pré-cordal. -A dor pode ser confundida com apendicite se a gestação acontecer na tuba uterina
⇨ Essa placa indica o local da boca e é um importante organizador da região da direita
cabeça. -A gestação ectópica produz β-hCG mais lentamente do que as gestações normais;
OBJETIVO 04- CARACTERIZAR gravidez ectópica consequentemente as dosagens de β-hCG podem dar um resultado falso-negativo, quando
-A implantação do blastocisto normalmente ocorre no ENDOMÉTRIO DA REGIÃO SUPERIOR -A ultrassonografia transvaginal é muito útil na detecção precoce de gestações ectópicas
DO CORPO DO ÚTERO, um pouco mais frequente na parede posterior do que na parede tubárias
-A implantação do blastocisto pode ser detectada por ultrassonografia e por -Existem várias causas para uma gestação tubária e elas estão frequentemente
radioimunoensaio altamente sensíveis para hCG, já no final da segunda semana relacionadas a fatores que atrasam ou impedem o transporte do zigoto em clivagem
-Algumas vezes os blastocistos se implantam fora do útero ⇨ Aderência na mucosa da tuba uterina
-Essas implantações resultam em gestações ectópicas; 95% a 98% das implantações ⇨ Obstrução da tuba causada por cicatriz resultante de doença inflamatória pélvica.
ectópicas ocorrem nas TUBAS UTERINAS, mais frequentemente na AMPOLA E NO ISTMO -Geralmente, a gravidez ectópica tubária leva à ruptura da tuba uterina e à hemorragia
na cavidade abdominal durante as primeiras oito semanas, seguida de morte do
embrião.
-A ruptura da tuba e a hemorragia são ameaças para a vida da mãe. GESTAÇÕES HETEROTÓPICAS
-Geralmente, a tuba uterina afetada e o concepto são removidos cirurgicamente -As gestações heterotópicas (intrauterina e extrauterina simultaneamente) são raras,
-Quando o blastocisto se implanta no istmo da tuba uterina, ela tende a se romper ocorrendo aproximadamente 1 em 8.000 a 30.000 gestações concebidas normalmente.
precocemente por ser a região mais estreita e relativamente pouco expansível, e há, -A incidência é muito maior (aproximadamente 3 em 1.000) em mulheres tratadas com
frequentemente, uma extensa hemorragia, provavelmente causado pelas muitas fármacos; que induzem a ovulação como parte das tecnologias de reprodução assistida.
ANASTOMOSES entre vasos ovarianos e uterinos presentes nessa área. -A gestação ectópica é mascarada inicialmente pela presença da gestação
GESTAÇÃO INTRAMURAL (PARTE UTERINA DAS TUBAS) uterina. Normalmente, a gestação ectópica pode ser interrompida por remoção cirúrgica
-Quando o blastocisto se implanta na região uterina (intramural) da tuba ele pode se da tuba uterina envolvida sem interferir na gestação intrauterina
desenvolver por até oito semanas antes de ser expulso. -As implantações cervicais (no colo uterino) são raras
-Quando uma gestação tubária intramural se rompe, geralmente ocorre um sangramento ⇨ Em alguns casos, a placenta se adere fortemente ao tecido fibromuscular do colo
profundo uterino, frequentemente resultando em sangramento, o que requer intervenção
-Um blastocisto que se implanta na ampola ou nas fímbrias da tuba uterina pode ser cirúrgica subsequente, tais como a histerectomia (excisão do útero).
expelido para a cavidade peritoneal, onde normalmente ele se implanta na bolsa REFERÊNCIAS
retrouterina (uma bolsa formada por uma dobra do peritônio entre o reto e o útero). -FREITAS FM, Menke CH, Rivoire WA, Passos EP. Rotinas em ginecologia. 6ª Ed. Porto Alegre:
GESTAÇÃO ABDOMINAL ARTMED, 2011
-Em casos excepcionais, uma GESTAÇÃO ABDOMINAL pode chegar a termo e o feto pode -MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016
ser removido com vida por meio de uma laparotomia -GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 12ª ed., 2011.
-SCHOENWOLF, G. C. et al. Larsen: Embriologia humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
-Normalmente, a placenta se adere aos órgãos abdominais , o que causa sangramento
-Nazari, Evelise Maria; Müller, Yara Maria Rauh. Embriologia Humana. Universidade Federal de
intraperitoneal bastante considerável
Santa Catarina, (UFSC), Florianópolis, 2011
-Uma gestação abdominal aumenta o risco de morte da mãe por hemorragia quando
comparada com uma gestação intrauterina e sete vezes mais quando comparada com uma
gestação tubária
-Em casos muito incomuns, um concepto abdominal (embrião/feto e membranas) morre e
não é detectado; o feto se calcifica formando um “feto de pedra”, ou litopédio (do grego:
lithos, pedra + paidion, criança)
Problema 02 - FECHAMENTO 01 ⇨ A hiperfunção da ADENOHIPÓFISE (lobo anterior da hipófise com aumento da
produção de HORMÔNIO MELANOTRÓFICO (atua na síntese de melanina) pode
Objetivo 01: COMPREENDER diagnóstico de gravidez (sinais e sintomas, sinais provocar o aparecimento do MELASMA GRAVÍDICO, da LINHA NIGRA e de
-O diagnóstico de uma gravidez pode e deve ser eminentemente clínico ⇨ Estrias nas regiões do glúteo, das coxas e das mamas
-A semiologia obstétrica é de fundamental importância e incrementa o elo entre o médico e -Alterações Mamárias
-Atraso Menstrual: Deve-se indagar sobre alguns aspetos de mais interesse como o SINAIS e SINTOMAS DE PRESUNÇÃO
histórico menstrual e sexual. Questionar: -Podem surgir em outras situações
⇨ Data da menarca (primeira menstruação) -São POUCOS ESPECÍFICOS para utilizar como diagnóstico de gravidez
⇨ Duração das menstruações, quantidade de fluxo menstrual, presença ou não de aparecem no rosto, mas podem ocorrer em outras áreas expostas ao sol, como
cólicas braços e colo. É mais comum em mulheres entre os 20 e 50 anos, porém também
⇨ DUM (Data da última menstruação) com suas características (foi uma menstruação pode afetar os homens. Quando surgem na gravidez, as manchas são chamadas
semelhante às anteriores?); de cloasma gravídico
⇨ Atividade sexual; ⇨ Linha nigra: A linha nigra é uma marca de cor mais escura na vertical que
⇨ Uso de métodos anticoncepcional aparece no meio do abdômen das grávidas no meio da gestação. Pode aparecer
EXAME FÍSICO apenas na parte inferior ao umbigo ou em toda extensão abdominal, a linha nigra
-Alterações Cutâneas é uma das mudanças que a pele sofre durante a gestação
⇨ Aumento do volume abdominal ⇨ Sonolência
-SINTOMAS ⇨ Alterações psíquicas variáveis
⇨ Náuseas/Vômitos SINAIS e SINTOMAS DE PROBABILIDADE
⇨ Sialorreia: Também chamada de hipersialose, ocorre quando a produção de saliva -São mais evidentes partir de oito semanas de gestação, sem caracterizar a gravidez com
excede a habilidade do indivíduo em transportá-la ao estômago. A saliva exerce certeza
papel importante na lubrificação, digestão, imunidade e manutenção da -Sintoma mais Importante: ATRASO MENSTRUAL
homeostase corporal. A produção diária de saliva é da ordem de 500mL a 2L, e o -Sinais
fluxo salivar de indivíduos normais é variável ao longo do dia, sendo menor pela ⇨ Aumento do volume uterino
manhã, aumenta à tarde e é quase nulo à noite. ⇨ Sinal de Noblé-Budin: Útero globoso
⇨ Alterações do Apetite ⇨ Sinal de Hegar: Diminuição da consistência do istmo
⇨ Aversão a certos odores ⇨ Sinal de Goodel: Diminuição da consistência do colo uterino
⇨ Lipotimia: Condição médica muito confundida com a síncope (desmaios). Isso
⇨ Sinal de Jacquemier-Kluge: Aumento da vascularização da vagina, do colo e
porque ambas causam alterações na percepção do corpo. Na lipotimia, o paciente
vestíbulo vulvar
se sente prestes a desmaiar, mas não chega à perda de consciência. É como se,
⇨ Sinal de Hunter: Aréola mamária secundária (escurecimento)
temporariamente, o paciente perdesse o controle sobre seus membros e sentisse,
SINAIS DE CERTEZA
de fato, que vai perder a consciência.
-São os diagnóstico laboratoriais
⇨ Tonturas
-hCG na urina ou no sangue
⇨ Polaciúria: A polaciúria é a vontade de urinar com muita frequência, em pequenas
-Ausculta Fetal
quantidades. Trata-se daquela pessoa que vai ao banheiro várias vezes, mas urina
⇨ Presença de batimentos cardíacos (10-12 semanas)
sempre pequenas quantidades, porém, o volume total de urina ao longo do dia
-Palpação de partes fetais no abdome
está dentro da faixa da normalidade
-Ultrassonografia
⇨ Nictúria: É a necessidade de urinar com muita frequência no período da noite.
-Movimento fetais ativos a partir da 18ª semana
Esta situação é provocada por uma falsa sensação de bexiga cheia. No banheiro,
no entanto, a liberação da urina não ocorre.
LIVRO: REZENDE OBSTETRÍCIA -AMENORREIA: Após 10-14 dias de atraso menstrual, constitui sinal de probabilidade. Nem
sempre gravidez indica, pois ocorrente também em diversas circunstâncias fisiológicas e
SINAIS DE PRESUNÇÃO
patológicas.
5 SEMANAS
⇨ Dentre as amenorreias patológicas sobressaem as de origem emocional, as
-NÁUSEAS: Mais de 50% das mulheres sofrem de náusea durante o primeiro trimestre da
vigentes durante o uso dos anovulatórios, demais de inúmeras outras. Perda
gestação, tendo como consequência imediata os vômitos e a anorexia. Outras, pelo
sanguínea cíclica semelhante à menstruação, conquanto mais escassa, não exclui
contrário, têm o apetite aumentado
a prenhez, pois pode aparecer nos primeiros meses (hemorragia de implantação
-CONGESTÃO MAMÁRIA: Com 5 semanas, as pacientes relatam que as mamas estão
ovular).
aumentadas e doloridas.
-AUMENTO DO VOLUME UTERINO: Fora da gestação, o órgão é intrapélvico, localizado
⇨ A 8ª semana, a aréola primária torna-se mais pigmentada e surgem os tubérculos
abaixo do estreito superior. Grávido, expande-se; na gravidez de 6 semanas tem o volume
de Montgomery.
de tangerina; com 10 semanas, o de uma laranja e com 12 o tamanho da cabeça fetal de
⇨ Em torno de 16 semanas, secreção amarela -colostro - é produzida e pode ser
termo, sendo palpável logo acima da sínfise púbica.
obtida por expressão mamária correta.
8 SEMANAS
⇨ Aumento da circulação venosa - rede de Haller.
-ALTERAÇÃO DA CONSISTÊNCIA UTERINA: O útero vazio é firme. Grávido, com 8 semanas,
⇨ Cerca de 20 semanas, surge a aréola secundária, traduzindo a maior pigmentação,
adquire consistência cística, elástico-pastosa, principalmente no istmo (sinal de Hegar).
de limites imprecisos, em volta do mamilo.
-ALTERAÇÃO DA FORMA UTERINA: Inicialmente cresce o útero de modo assimétrico,
6 SEMANAS
desenvolvendo- se mais acentuadamente na zona de implantação. A sensação tátil é de
POLACIÚRIA: A micção frequente, com emissão de quantidade reduzida de urina, é habitual
abaulamento e amolecimento aí localizados, percebendo-se, vez por outra, sulco separando
no 2° e no 3° mês, quando o útero, aumentado de volume e em anteflexão acentuada,
as duas regiões (sinal de Piskacek)
comprime a bexiga. No 2° trimestre, cessa a sintomatologia, que retorna nas duas últimas
⇨ Na ausência da gravidez, os fundos de saco estão normalmente vazios; a partir de
semanas, ao se insinuar a apresentação fetal.
8 semanas, quando a matriz, de piriforme assume a forma globosa, o dedo que
SINAIS DE PROBABILIDADE
examina encontra-os ocupados pelo corpo uterino (sinal de Nobile-Budin). Há
6 SEMANAS
percepção dos batimentos do pulso vaginal, nos fundos de saco (sinal de
Osiander), à conta da hipertrofia do sistema vascular.
⇨ Completar-se-á o toque pelo exame especular, que poderá precedê-lo, consoante -AUSCULTAÇÃO: É a identificação dos batimentos cardíacos fetais (bcf), o mais fidedigno
a rotina estabelecida. Ao entreabrir-se a vulva, chama a atenção a coloração dos sinais de gravidez. Sua comprovação, com o estetoscópio de Pinard, está hoje
violácea da sua mucosa (vestíbulo e meato urinário), o que se denomina sinal de substituída pela obtida com o sonar-doppler.
Jacquemier ou de Chadwick. A mesma tonalidade da mucosa vaginal constitui o Objetivo 02: CARACTERIZAR os exames confirmatórios de gravidez (farmácia e
sinal de Kluge. dosagem de beta hcg)
16 SEMANAS DIAGNÓSTICO HORMONAL
-AUMENTO DO VOLUME ABDOMINAL: Já se referiu, o útero torna-se palpável com 12 -Constitui, atualmente, o melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez incipiente,
semanas e o aumento do volume abdominal, progressivo, percebe-se em torno de 16 mercê de sua precocidade e exatidão.
semanas. -Apoia-se na produção de gonadotrofina coriônica humana (hCG)
SINAIS DE CERTEZA ⇨ Uma semana após a fertilização, o trofoblasto, implantado no endométrio, começa
-São dados pela presença do concepto, anunciada pelos batimentos cardiofetais e pela sua a produzir hCG em quantidades crescentes que podem ser encontradas no plasma
movimentação ativa. ou na urina maternos.
-A ultrassonografia os rastreia com 7-8 semanas. -Existem, basicamente, três tipos de testes para a identificação do hCG: imunológicos,
14 SEMANAS radioimunológicos (RIA) e enzima-imunoensaio (ELISA).
SINAL DE PUZOS: É o rechaço fetal intrauterino, que se obtém impulsionando o feto com os TESTES IMUNOLÓGICOS
dedos dispostos no fundo do saco anterior. Consegue-se, desta maneira, impressão de -O hCG é proteína e como tal induz à formação de anticorpos (antissoro) em outros animais
rechaço quando o concepto se afasta e outra quando ele retorna (coelho).
18 SEMANAS -O antissoro é utilizado para identificar a presença dos hormônios na urina a ser
-PERCEPÇÃO E PALPAÇÃO DOS MOVIMENTOS ATIVOS DO FETO: Inicialmente discretos, examinada, conquanto seja necessário tornar a reação visível, o que se consegue,
tornam-se vigorosos com o avanço da gestação. basicamente, com hemácias ou partículas de látex.
-PALPAÇÃO DOS SEGMENTOS FETAIS: Por essa época, maior o volume do feto, começa-se -Observar se a urina está bem concentrada para melhorar a sensibilidade dos testes.
de palpar a sua cabeça e os membros. PROVA DE INIBIÇÃO DA AGLUTINAÇÃO DO LÁTEX: Denominada teste de lâmina, é de leitura
20-21 SEMANAS rápida, poucos minutos. Dois inconvenientes: a imagem do resultado nem sempre é
indiscutível, e a sensibilidade é menor (1.500 a 3.500 UI/litro)
PROVA DE INIBIÇÃO DA HEMAGLUTINAÇÃO: Chamada teste de tubo, fornece leituras em 2 -A dosagem do hCG-beta permite diagnóstico precoce, com 10-18 dias da concepção e
horas, raramente de interpretação duvidosa, e mais sensível (750-1.000 UI/litro). sensibilidade de 5 mUI/rnl. Os resultados são obtidos em cerca de 4 horas, permitindo aos
Recentemente foi lançada uma variante na qual o antissoro (e não as hemácias) tem o hCG laboratórios especializados fornecer duas séries por dia.
ligado, o que inverte a imagem dos resultados. Denomina-se hemaglutinação passiva TESTE ELISA
reversa e utiliza dois anticorpos monoclonais (camundongo) e pretende sensibilidade -O enzima-imunoensaio (ELISA) tem a mesma base teórica do RIA, porém, substitui o
desde o nível de 75 UI/litro. hormônio marcado com radioisótopo por enzima capaz de atuar sobre um substrato
⇨ Na prática, aconselha-se que o atraso menstrual ultrapasse 10-14 dias, para a incolor e originar produto colorido.
feitura do exame. Com tal prazo, a prova de inibição da hemaglutinação oferece -A intensidade da cor obtida é proporcional à quantidade de hormônio. Sua principal
sensibilidade de 97-99%. Com a nova modalidade afirma-se que o mesmo pode vantagem é o maior tempo de vida útil, pois não contém radioisótopos (de atividade
ser obtido com 1-3 dias de amenorreia. Medicamentos psicotrópicos, limitada). Utiliza-se para dosar hCG-beta com as mesmas inferências mencionadas.
proteinúria e mulheres no climatério (reação cruzada com o LH, aqui em teor Sensibilidade de 25 mUI/rnl, 14-17 dias pós-concepção.
bem mais elevado) podem determinar resultados falso-positivos. Objetivo 03: COMPREENDER os eventos da terceira semana embrionária,
⇨ Os falso-negativos ocorrem em urinas de baixa densidade (grandes volumes ressaltando as alterações ou malformações (Gastrulação, Notocorda,
nicteméricos, acima de 2 litros), na primeira ou na segunda semana do atraso
Neurulação, Somitogênese, Celoma Intraembrionário, Alantoide,
menstrual e, ocasionalmente, durante o 2° trimestre quando é mais baixo o limite
Desenvolvimento Inicial Do Sistema Cardiovascular e das Vilosidade
inferior dos níveis do hCG.
Coriônicas)
TESTES RADIOIMUNOLÓGICOS
-Caracterizada pelo rápido desenvolvimento do embrião que passa de um disco
-Testes radioimunológicos consistem, verdadeiramente, na dosagem do hCG por método
embrionário bilaminar para um disco embrionário trilaminar
radioimunológico (RIA), baseado na competição do hormônio em questão com traçador
-É caracterizada, principalmente, pelo
adequado (o próprio hormônio marcado com radioiodo ), em face de quantidade fixa de
⇨ Aparecimento da linha primitiva
antissoro.
⇨ Desenvolvimento da notocorda
-Dificuldade é a reação cruzada com LH hipofisário. Essa é corrigida fazendo-se a dosagem
⇨ Diferenciação das três camadas germinativas
da subunidade beta do hCG, mais específica, atualmente a única de uso corrente. A
-Coincide com a semana seguinte à primeira ausência do período menstrual, ou seja, 5
unidade alfa é comum a outros hormônios
semanas após o primeiro dia do período menstrual normal
GASTRULAÇÃO -Resulta da PROLIFERAÇÃO E DO MOVIMENTO DAS CÉLULAS DO EPIBLASTO para o plano
-Processo pelo qual as três camadas germinativas são formadas mediano do disco embrionário
-Estabelecimento da ORIENTAÇÃO AXIAL -Permite identificação dos planos do embrião: cranial e caudal/dorsal e ventral
-Ocorrem grandes mudanças na forma celular, reorganização, movimento e alterações nas -NÓ PRIMITIVO: Formado pela proliferação da extremidade cranial após o alongamento da
propriedades de adesão celulares região caudal (adição de células)
-Evento mais importante: Início da MORFOGÊNESE que é o desenvolvimento da forma do -SULCO E FOSSETA PRIMITIVA: Pequena depressão resultante da invaginação (de fora para
corpo dentro) das células epiblásticas
-O embrião passa a ser chamado de GÁSTRULA -Depois da formação da linha primitiva, as células migram de sua superfície profunda para
-Cada camada embrionária dá origem a tecidos e órgãos específicos: formar o MESÊNQUIMA. É um tecido conjuntivo embrionário formada por pequenas células
⇨ ECTODERMA EMBRIONÁRIO: Dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central fusiformes organizadas em uma matriz de fibras colágenas
e periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos ⇨ CÉLULAS MIGRATÓRIAS
tecidos conjuntivos da cabeça. ⇨ Forma os tecidos de sustentação do embrião e a maior parte dos tecidos
digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células ⇨ Derivam da ampla migração da linha primitiva
glandulares de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas. ⇨ Possuem CÉLULAS PLURIPOTENTES que se diferenciam em diversos tipos de
⇨ MESODERMA EMBRIONÁRIO: Origem de todos os músculos esqueléticos, às células células (fibroblastos, condroblastos e osteoblastos)
sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das -MESODERMA INTRAEMBRIONÁRIO: Formado a partir do mesoblasto (parte do
vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e mesênquima) que é o mesoderma indiferenciado
órgãos dos sistemas genitais e excretor e à maior parte do sistema -ENDODERMA EMBRIONÁRIO: Formado pelo deslocamento das células do hipoblasto
cardiovascular. No tronco, ele é a fonte de todos os tecidos conjuntivos, incluindo ocasionado pelas células do epiblasto e pela linha primitiva formada. Localiza-se no teto
cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e estroma (tecido conjuntivo) dos da vesícula umbilical
Linha Primitiva -Em resumo, as células do EPIBLASTO dão origem às TRÊS CAMADAS germinativas no
embrionário bilaminar
-A LINHA PRIMITIVA FORMA ATIVAMENTE O MESODERMA ATÉ O INÍCIO DA QUARTA ⇨ É aí que elas se encontram cranialmente para formar o MESODERMA
SEMANA. DEPOIS DISSO DIMINUI DE TAMANHO E SE DEGENERA AO FINAL DA QUARTA CARDIOGÊNICO na ÁREA CARDIOGÊNICA, na qual o primórdio do coração começa a
SEMANA se desenvolver no final da terceira semana
PROCESSO NOTOCORDAL -MEMBRANA CLOACAL: Localizada na região caudal à linha primitiva. Indica o futuro local
-Algumas células mesenquimais migram através da linha primitiva e, como consequência, do ânus
adquirem os destinos de célula mesodérmica -MEMBRANA BUCOFARÍNGEA: Futuro local da boca
-PROCESSO NOTOCORDAL: Migração cefálica de CÉLULAS DO NÓ E DA FOSSETA PRIMITIVA, ⇨ Ambas as membranas permanecem em forma bilaminar devido a fusão do
formando um cordão celular mediano,. Esse processo logo adquire um lúmen, o canal ectoderma e do endoderma: Impede a migração de células mesenquimais
notocordal. -O mesoderma separa o ectoderma e o endoderma em todos os locais, exceto na
⇨ O processo notocordal cresce cranialmente entre o ectoderma e o endoderma até membrana bucofaríngea, membrana cloacal e na região do processo notocordal
alcançar a placa pré-cordal, uma pequena área circular de células endodérmicas NOTOCORDA
cilíndricas no qual o ectoderma e o endoderma se fundem -Estrutura semelhante a um bastão formada a partir de sinais da região da linha primitiva
⇨ O mesoderma pré-cordal é uma população mesenquimal que tem origem na crista -Funções:
neural, localizada rostralmente à notocorda. ⇨ Define o EIXO LONGITUDINAL primordial do embrião e dá a ele alguma rigidez.
-A placa pré-cordal dá origem ao ENDODERMA DA MEMBRANA BUCOFARÍNGEA, localizada ⇨ Fornece SINAIS que são necessários para o desenvolvimento das estruturas
no futuro local da cavidade oral. musculoesqueléticas axiais e do sistema nervoso central (SNC).
⇨ Funciona como um CENTRO SINALIZADOR (Shh e PAX6) para o controle do ⇨ Contribui para a formação dos discos intervertebrais localizados entre corpos
desenvolvimento das estruturas cranianas, incluindo o prosencéfalo e os olhos. vertebrais adjacentes.
-As células mesenquimais da linha primitiva e do processo notocordal migram lateral e -CANAL NOTOCORDAL: Aprofundamento da fosseta primitiva que se estende para dentro
cranialmente, se misturando com outras células mesodérmicas, entre o ectoderma e o do processo notocordal
endoderma, até alcançarem as margens do disco embrionário. ⇨ Se estende da membrana bucofaríngea até o nó primitivo
-Essas células são contínuas com o mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio e a ⇨ Se degenera conforme os corpos vertebrais se forma , mas deixa resquícios
vesícula umbilical como o núcleo pulposo de cada disco intervertebral
-Algumas células mesenquimais da linha primitiva que têm destinos mesodérmicos, -Funciona com INDUTOR PRIMÁRIO PARA O ECTODERMA embrionário se espessar e forma a
migram cranialmente em cada lado do processo notocordal e ao redor da placa pré-cordal. PLACA NEURAL
FORMAÇÃO -É finalizado no final da quarta semana com o fechamento neuroporo caudal (Distúrbio:
-O processo notocordal torna-se um tubo que estende cranialmente a partir do nó primitivo Espinha Bífida)
até a placa pré-cordal PLACA NEURAL E TUBO NEURAL
-A junção do processo notocordal com o endoderma embrionário próximo se -PLACA NEURAL: Espessamento do ectoderma adjacente a notocorda, formada por células
degenera com o tempo e forma abertura, formando comunicação do canal notocordal epiteliais
com vesícula umbilical -NEUROECTODERMA
-Conforme aumenta-se a confluência dessa comunicação, o canal desaparece e o restante ⇨ Dá origem ao SNC, o encéfalo e a medula espinhal
do processo notocordal forma PLACA NOTOCORDAL ⇨ Fonte de várias estruturas como a retina
-A proliferação e o dobramento das células da placa notocordal iniciados na região cranial -Crescimento
formam a NOTOCORDA ⇨ Ela surge rostralmente (extremidade da cabeça) ao nó primitivo e dorsalmente
-CANAL NEUROENTÉRICO: Comunicação transitória entre a cavidade amniótica e a (posterior) à notocorda e ao mesoderma adjacente a ela. Conforme a notocorda se
vesícula umbilical. Se fecha após o fim do desenvolvimento da notocorda alonga, a placa neural se amplia e finalmente se estende cranialmente até a
ALANTOIDE membrana bucofaríngea. Posteriormente, a placa neural se estende além da
-O alantoide aparece aproximadamente no 16° dia como um PEQUENO DIVERTÍCULO notocorda
(evaginação) da PAREDE CAUDAL DA VESÍCULA UMBILICAL, que se estende para o pedículo -No 18° dia, a placa neural se invagina ao longo do eixo central e forma o sulco mediano
de conexão longitudinal, com as PREGAS NEURAIS em ambos os lados
-O alantoide permanece muito pequeno, mas o mesoderma do alantoide se expande para -Indício de formação do encéfalo: As pregas neurais se tornam proeminentes na
baixo do córion e forma os VASOS SANGUÍNEOS QUE SERVIRÃO À PLACENTA extremidade cranial do embrião
-A porção proximal do divertículo do alantoide original persiste durante a maior parte do -TUBO NEURAL: Formado ao final da terceira semana pela movimentação e FUSÃO DAS
desenvolvimento como um cordão, o úraco, que se estende da bexiga até a região PREGAS NEURAIS. Isso transforma a placa neural em um tubo ⇝ Primórdio das VESÍCULAS
umbilical ENCEFÁLICAS e da MEDULA ESPINAL
-O úraco é representado nos adultos pelo ligamento umbilical mediano. -A neurulação se completa durante a quarta semana embrionária
-Os vasos sanguíneos do alantoide tornam-se as artérias umbilicais . FORMAÇÃO DA CRISTA NEURAL
NEURULAÇÃO -CRISTA NEURAL: Massa achatada e irregular localizada entre o tubo neural e o ectoderma
-Além da notocorda, as células derivadas do nó primitivo formam o MESODERMA PARAXIAL -O primeiro par de somitos aparece a uma pequena distância caudal do local em que o
⇨ Próximo ao nó primitivo, essa população celular aparece como uma coluna placoide ótico se forma
espessa e longitudinal de células -Os axônios motores da medula espinhal inervam as células musculares nos somitos, um
-Cada coluna é contínua lateralmente com o mesoderma intermediário, que gradualmente processo que necessita da correta orientação dos axônios da medula espinhal para as
-MESODERMA LATERAL: Contínuo com o mesoderma extraembrionário que reveste a -A formação dos somitos a partir do mesoderma paraxial envolve a expressão dos genes
vesícula umbilical e o âmnio da via de sinalização Notch, dos genes HOX e outros fatores de sinalização. Além disso, a
-Próximo ao final da terceira semana, o mesoderma paraxial se diferencia, se condensa formação dos somitos a partir do mesoderma paraxial é precedida pela expressão de
e começa a se dividir em corpos cubóides pareados, os somitos (do Grego soma, fatores de transcrição forkhead FoxC1 e FoxC2, e o padrão segmentar craniocaudal dos
corpo), que se formam em uma SEQUÊNCIA CRANIOCAUDAL. somitos é regulado pela via de sinalização Delta-Notch.
CELOMA INTRAEMBRIONÁRIO -A formação inicial do sistema cardiovascular está relacionada com a necessidade
-O primórdio do celoma intraembrionário (cavidade do corpo do embrião) aparece como crescente por vasos sanguíneos para trazer oxigênio e nutrientes para o embrião a
espaços celômicos isolados no MESODERMA INTRAEMBRIONÁRIO LATERAL e no partir da circulação materna através da placenta.
MESODERMA CARDIOGÊNICO (coração em formação) -Durante a terceira semana, se desenvolve uma CIRCULAÇÃO UTEROPLACENTÁRIA
-Esses espaços logo coalescem para formar uma única cavidade em formato de PRIMORDIAL
ferradura, o celoma intraembrionário, que divide o mesoderma lateral em duas camadas: ANGIOGÊNESE E VASCULOGÊNESE
⇨ Uma CAMADA SOMÁTICA OU PARIETAL de mesoderma lateral localizado abaixo do -VASCULOGÊNESE: Formação de novos canais vasculares pela união de precursores
epitélio ectodérmico, que é contínuo com o mesoderma extraembrionário que individuais celulares (angioblastos).
reveste o âmnio. -ANGIOGÊNESE: Formação de novos vasos pelo brotamento e ramificação de vasos
adjacente ao endoderma, que é contínuo com o mesoderma extraembrionário que -A formação de vasos sanguíneos no embrião e nas membranas extraembrionárias,
reveste a vesícula umbilical. durante a terceira semana, começa quando as CÉLULAS MESENQUIMAIS se diferenciam em
-SOMATOPLEURA: Mesoderma somático + Ectoderma embrionário que formam a parede precursores das células endoteliais ou ANGIOBLASTOS (células formadoras de vasos).
-ESPLANCNOPLEURA: Mesoderma esplâncnico + Endoderma embrionário formam o isolados, ou ilhotas sanguíneas, que são associados à vesícula umbilical ou com os
-Durante o segundo mês, o celoma intraembrionário se divide em três cavidades corporais: ⇨ Pequenas cavidades aparecem dentro das ilhotas sanguíneas e dos cordões
CAVIDADE PERICÁRDICA, CAVIDADES PLEURAIS E CAVIDADE PERITONEAL endoteliais pela confluência das fendas intercelulares.
DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ⇨ Os angioblastos se achatam para formar as CÉLULAS ENDOTELIAIS que se
-No final da segunda semana, a nutrição do embrião é obtida a partir do sangue materno organizam ao redor das cavidades das ilhotas sanguíneas para formar o endotélio
pela difusão através do celoma extraembrionário e da vesícula umbilical. -Muitas dessas cavidades revestidas por endotélio se fusionam e formam uma rede de
-No início da terceira semana, a formação dos vasos sanguíneos começa no mesoderma canais endoteliais (vasculogênese).
extraembrionário da vesícula umbilical, do pedículo de conexão e do córion -Vasos se ramificam nas áreas adjacentes por meio do brotamento endotelial
-Os vasos sanguíneos embrionários começam a se desenvolver aproximadamente 2 dias (angiogênese) e se fundem com outros vasos.
depois.
-As células mesenquimais ao redor dos vasos sanguíneos endoteliais primitivos se -O sistema cardiovascular é o primeiro sistema de órgãos a alcançar um estado
diferenciam nos elementos de tecido muscular e tecido conjuntivo da parede dos funcional
vasos sanguíneos. ⇨ Os batimentos cardíacos embrionários podem ser detectados ao se realizar uma
-As células sanguíneas se desenvolvem a partir de células endoteliais especializadas ultrassonografia com Doppler durante a quarta semana, aproximadamente 6
(epitélio hematogênico) dos vasos à medida que eles crescem na vesícula umbilical e no semanas após o último período menstrual normal
alantoide ao final da terceira semana e depois em locais especializados ao longo da aorta VILOSIDADES CORIÔNICAS
dorsal. -Vilosidades Coriônicas Primárias: Formadas ao final da segunda semana
-Células sanguíneas progenitoras também se originam diretamente de células-tronco ⇨ Elas começam a se ramificar e no início da terceira semana, o mesênquima
hematopoiéticas. cresce para dentro dessas vilosidades primárias, formando um eixo central de
-A formação do sangue (hematogênese) não começa no embrião até a quinta semana tecido mesenquimal.
⇨ Primeiro, ela ocorre ao longo da aorta e, depois, em várias regiões do mesênquima ⇨ Nesse estágio se tornam VILOSIDADES CORIÔNICAS SECUNDÁRIAS que revestem
embrionário, principalmente no fígado e no baço, na medula óssea e nos toda a superfície do saco coriônico
linfonodos. ⇨ Algumas células mesenquimais nas vilosidades logo se diferenciam em capilares e
⇨ As hemácias fetais e adultas são derivadas de células progenitoras células sanguíneas
hematopoiéticas -VILOSIDADES CORIÔNICAS TERCIÁRIAS: Quando VASOS SANGUÍNEOS são visíveis no
SISTEMA CARDIOVASCULAR PRIMITIVO interior delas.
-O coração e os grandes vasos se formam a partir das células mesenquimais na área -Os capilares nas vilosidades coriônicas se fundem para formar redes arteriocapilares, que
cardiogênica logo se tornam conectadas com o coração do embrião através dos vasos que se
-TUBO CARDÍACO PRIMITIVO: Desenvolve-se durante a terceira semana e é formado pela diferenciam no mesênquima do córion e do pedículo de conexão
fusão dos canais longitudinais e pareados (revestidos por células endoteliais) ou tubos -Até o final da terceira semana, o sangue do embrião começa a fluir lentamente através
cardíacos endocárdicos dos capilares das vilosidades coriônicas. O oxigênio e os nutrientes do sangue materno
-O coração tubular se une aos vasos sanguíneos do embrião, do pedículo de conexão e da presentes no espaço interviloso se difundem através das paredes das vilosidades e entram
vesícula umbilical para formar o sistema cardiovascular primitivo. no sangue do embrião
-Ao final da terceira semana, o sangue está circulando e o coração começa a bater no 21° -O dióxido de carbono e os produtos residuais se difundem do sangue dos capilares fetais,
ou 22° dia. através da parede das vilosidades coriônicas, para o sangue materno.
-Simultaneamente, as células citotrofoblásticas das vilosidades coriônicas proliferam e -Tanto tumores benignos quanto malignos (cordomas) podem se formar de remanescentes
se estendem através do sinciciotrofoblasto, formado uma capa citotrofoblástica vestigiais de tecido notocordal. Aproximadamente, um terço dos cordomas ocorre na base
extravilosa que, gradativamente, envolve o saco coriônico e o fixa ao endométrio. do crânio e se estende até a nasofaringe.
-Vilosidades coriônicas-tronco: Villosidades que se prendem aos tecidos maternos -Os cordomas crescem lentamente e as formas malignas se infiltram no osso
através da capa citotrofoblástica⇝ São as VILOSIDADES DE ANCORAGEM CISTOS DO ALANTOIDE
-Vilosidades coriônicas ramificadas: Crescem nas laterais das vilosidades-tronco, sendo -São resquícios da porção extraembrionária do alantoide, geralmente encontrados entre os
o local que ocorre a principal troca de material entre o sangue materno e o embrião. vasos umbilicais fetais
-São banhadas por sangue materno do espaço interviloso, que é renovado continuamente -Podem ser detectados por ultrassonografia
DISTÚRBIOS -Eles são mais frequentemente detectados na região proximal do cordão umbilical,
TERATOMA SACROCOCCÍGEO próximo à sua ligação com a parede abdominal anterior
-Remanescentes da linha primitiva persistentes -Os cistos são geralmente assintomáticos até a infância ou adolescência, quando podem
-Um teratoma é um tipo de tumor de células germinativas que pode ser benigno ou se tornar infectados e inflamados
maligno. DEFEITOS CONGÊNITOS RESULTANTES DA NEURULAÇÃO ANORMAL
-São derivados de células pluripotentes da linha primitiva, esses tumores contêm -Uma vez que a placa neural, o primórdio do SNC, surge durante a terceira semana e dá
tecidos derivados de todas as três camadas germinativas em estágios variados de origem às pregas neurais e ao início do tubo neural, alterações na neurulação podem
diferenciação resultar em graves defeitos congênitos do encéfalo e da medula espinhal
-Incidência de aproximadamente 1 em 35.000 -Os defeitos do tubo neural estão entre as anomalias congênitas mais comuns
⇨ As crianças mais afetadas (80%) são do sexo feminino. -As evidências disponíveis sugerem que o distúrbio primário (p. ex.uma substância
-Diagnosticados na ultrassonografia de rotina, durante o pré-natal; a maioria dos tumores é teratogênica) afeta os destinos celulares, a adesão celular e o mecanismo de fechamento
benigna. do tubo neural. Isso resulta na falha da fusão das pregas neurais e na formação do tubo
-São geralmente removidos rapidamente por meio de cirurgia, e o prognóstico depende de neural.
alguns fatores como a localização e tecidos acometidos -ANENCEFALIA: Apresentação mais grave de um defeito do tubo neural
⇨ Um teratoma pré-sacral pode causar obstrução intestinal ou urinária, e a remoção ⇨ O tecido cerebral não se desenvolve
cirúrgica dessa massa pode provocar sequelas no funcionamento desses sistemas ⇨ Esse defeito é sempre fatal.
RESTOS DO TECIDO NOTOCORDAL
MALFORMAÇÃO DE CHIARI: Nessa anomalia, o cerebelo (a parte do cérebro que controla o ⇨ Encefalocele: ocorre apenas a projeção de tecido cerebral
equilíbrio) se projeta através da abertura na parte inferior do crânio ⇨ Mielocele: ocorre apenas a projeção de tecido medular
⇨ O cerebelo saliente pode fazer pressão no tronco cerebral ou na medula espinhal. Objetivo 04: DIFERENCIAR semana gestacional de semana de fertilização
A criança pode desenvolver hidrocefalia (água no cérebro). -A idade gestacional e os parâmetros de crescimento ajudam a identificar o risco de
ESPINHA BÍFIDA: ocorre quando o tubo neural não se fecha completamente e permanece patologia neonatal.
um canal aberto. -A idade gestacional é o principal determinante da maturidade do órgão. É vagamente
⇨ Os ossos da coluna vertebral (vértebras) não se fecham ao redor da medula definida como o número de semanas entre o primeiro dia do último período menstrual
espinhal normal da mãe e o dia do parto. Mais precisamente, a idade gestacional é a diferença entre
⇨ Esse quadro clínico costuma afetar a região lombar. Uma ou mais vértebras 14 dias antes da data da concepção e o dia do parto. A idade gestacional não é a idade
podem estar envolvidas. embriológica real do feto, mas é o padrão universal entre obstetras e neonatologistas para
-ESPINHA BÍFIDA OCULTA: Apresentação mais leve de espinha bífida discutir a maturação fetal.
⇨ Nela, apenas o osso é afetado, e a medula espinhal e as meninges não são -Idade embriológica é o tempo decorrido desde a data da concepção até a data do parto e
afetadas. é 2 semanas menor que a idade gestacional.
⇨ Esse defeito comum é chamado de espinha bífida oculta, porque ele fica coberto ⇨ As mulheres podem estimar a data da concepção com base no período de
(escondido) por uma camada de pele que parece ser normal, exceto pelo fato de ovulação como identificado por testes hormonais em casa e/ou medições da
que às vezes pode haver um pequeno chumaço de pelos ou uma tonalidade temperatura corporal basal. Contudo, a data da concepção só é conhecida de
diferente na pele que está cobrindo o defeito modo definitivo quando a fertilização in vitro ou outras técnicas de reprodução
⇨ Em geral, ela não causa nenhum sintoma, mas as crianças com um defeito maior assistida são usada
podem ter sintomas, como fraqueza das pernas ou disfunção da bexiga. Objetivo 05: COMPREENDER o cálculo da DPP
ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA: Apresentação mais grave da espinha bífida -A gravidez é datada do primeiro dia do último período menstrual
⇨ Os tecidos das meninges e/ou da medula espinhal se projetam através da abertura -A duração média da gestação é de 280 dias (40 semanas) e isto fornece a data provável do
nas vértebras, causando os defeitos a seguir: parto, assumindo que:
⇨ Meningocele: ocorre apenas a projeção das meninges ⇨ O ciclo é de 28 dias,
⇨ Meningoencefalocele: ocorre a projeção das meninges e de tecido cerebral ⇨ A ovulação ocorreu no 14° dia do ciclo
⇨ Meningomielocele: ocorre a projeção das meninges e de tecido medular
⇨ O ciclo foi normal (e não imediatamente após a parada de contracepção oral ou -Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro
após gravidez anterior). dia da última menstruação e observar o número de semanas indicado no dia e mês da
-Na prática, utiliza-se a regra de Naegele que consiste em adicionar à data da última consulta atual.
menstruação 7 dias e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo -Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês
retrógrado). em que ela ocorreu:
⇨ Por exemplo, se a última regra foi em 10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17, e ⇨ Se o período foi no início, meio ou final do mês, considerar a data da última
1 1 - 3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data provável do parto. menstruação nos dias 5, 15 e 25, respectivamente, e proceder, então, à utilização
⇨ Aparentemente, a gravidez, dessa sorte avaliada, não teria os 280 dias que lhe de um dos métodos anteriormente descritos.
foram imputados de duração média (9 x 30 = 270 + 7 = 277). Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos
-No entanto há, verdadeiramente, correspondência perfeita: no decurso de nove meses, -Medir a altura uterina e posicionar o valor encontrado na curva de crescimento uterino.
como norma, 3 ou 4 têm 3 dias e essa diferença (de 1 dia) torna a regra de Naegele a mais -Verificar a IG correspondente a esse ponto. Considerar IG muito duvidosa e assinalar com
aproximada dos aludidos 280 dias. interrogação na ficha perinatal e no cartão da gestante. A medida da altura uterina não é a
melhor forma de calcular a idade gestacional
REFERÊNCIAS
-ABREU, Sonayra Brusaca et al. Cálculo da idade gestacional. 2014.
-CORRÊA, M. D. Noções Práticas de Obstetrícia. Belo Horizonte.
-NOVAK, E. R. Tratado de ginecologia. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998
-MOTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa; RESENDE FILHO, Jorge de. Rezende, obstetrícia fundamental.
11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 607 p.
-MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016
-Manual de ginecologia e obstetrícia UEPA 2021
-Saúde na mulher nas gestação parto e puerpério: GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA AS SECRETARIAS
ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE SAÚDE CONASS 2019
Quando a menstruação é conhecida
-Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da
consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas);
Problema 02- FECHAMENTO 02 ⇨ PREGA CAUDAL: Cresce (medula espinhal), Forma (o intestino posterior que é o
intestino grosso)
-No plano horizontal (Largura - “Abraço”):
⇨ PREGA LATERAL ESQUERDA E DIREITA: Formam o intestino médio (intestino
delgado) e o estômago
ORGANOGÊNESE
-Endoderma: Origina os superfícies e/ou revestimentos internos além do fígado, pâncreas
e bexiga
-Ectoderma: Origina as superfícies e/ou revestimentos externas (epiderme, cristalino dos
olhos, etc) e o sistema nervoso (cérebro, cerebelo, tronco encefálico)
-Mesoderma: Origina as demais estruturas
FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
-CRESCIMENTO: Envolve a divisão celular e a elaboração de produtos celulares
-MORFOGÊNESE: Desenvolvimento das forma, tamanho e outras características por meio
da expressão e regulação de genes específicos
-DIFERENCIAÇÃO: Células são organizados em padrão preciso de executar funções
Objetivo 01: Compreender os eventos da quarta à oitava semana embrionária
especializadas
(ressaltar dobramento ventral do embrião)
DOBRAMENTOS DO EMBRIÃO
-O embrião trilaminar realiza um dobramento se tornando mais parecido com um feto
-Dobramento do disco embrionário trilaminar plano em um embrião ligeiramente cilíndrico
propriamente dito (mais humanoide)
-O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e resulta do crescimento rápido
Dobramentos
do embrião
-No plano mediano (Comprimento - “Cumprimentar um japonês”):
-A velocidade no crescimento das laterais do disco embrionário não acompanha o ritmo de
⇨ PREGA CEFÁLICA: Cresce (encéfalo), forma (o intestino anterior que é
crescimento do eixo maior do embrião, que aumenta rapidamente o seu comprimento
basicamente o esôfago e o estomodeu) e muda (posição do coração).
-O dobramento das extremidades cranial e caudal e o dobramento lateral ocorrem
↪ Estomodeu: desenvolve a boca que vem da prega cefálica
SIMULTANEAMENTE
-Comitantemente, existe uma constrição relativa na junção do embrião com a vesícula ⇨ Antes do dobramento, o celoma consiste em uma cavidade achatada e em
umbilical. formato de ferradura
DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO MEDIANO ⇨ Após o dobramento, o celoma pericárdico situa-se ventral ao coração e cranial ao
-Produz as pregas cefálica e caudal septo transverso. Neste estágio, o celoma intraembrionário se comunica
PREGA CEFÁLICA amplamente, em ambos os lados, com o celoma extraembrionário
-No início da quarta semana, as pregas neurais na região cranial formam o primórdio do PREGA CAUDAL
encéfalo -Resulta principalmente do CRESCIMENTO DA PARTE DISTAL DO TUBO NEURAL, o primórdio
-Inicialmente, o encéfalo em desenvolvimento se projeta dorsalmente para a cavidade da medula espinhal
amniótica (cavidade cheia de fluido no interior do âmnio- membrana mais interna ao redor -À medida que o embrião cresce, a eminência caudal (região da cauda) se projeta sobre a
do embrião). membrana cloacal, o futuro local do ânus
- A cavidade amniótica contém o líquido amniótico e o embrião. -INTESTINO POSTERIOR: Durante o dobramento, parte da camada germinativa
-Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento cresce cranialmente além da endodérmica é incorporada ao embrião que originará o cólon e o reto
membrana bucofaríngea e coloca-se sobre o coração em desenvolvimento ⇨ A parte terminal do intestino posterior logo se dilata levemente para formar a
-Ao mesmo tempo, o SEPTO TRANSVERSO (coração primitivo), o celoma pericárdico e a CLOACA: a bexiga urinária e o reto rudimentares
membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião. -Antes do dobramento, a linha primitiva situa-se cranial à membrana cloacal. Após o
-INTESTINO ANTERIOR: Durante o dobramento, parte do endoderma da vesícula dobramento, ela situa-se caudal a esta.
umbilical é incorporado ao embrião -O pedículo de conexão (primórdio do cordão umbilical) está agora ligado à superfície
⇨ Primórdios da faringe, esôfago e sistema respiratório inferior. Localiza-se ventral do embrião e o alantoide, ou divertículo da vesícula umbilical, é parcialmente
entre o prosencéfalo e o coração primitivo incorporado ao embrião
-A MEMBRANA BUCOFARÍNGEA separa o intestino anterior do estomodeu, a boca primitiva DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO HORIZONTAL
-Após o dobramento da cabeça, o septo tranverso localiza-se caudal ao coração, onde -Produz as PREGAS LATERAIS DIREITA E ESQUERDA
posteriormente esse se desenvolve no tendão central do diafragma, a separação entre a -RESULTADO DO RÁPIDO CRESCIMENTO DA MEDULA ESPINHAL E DOS SOMITOS.
cavidade abdominal e a torácica -O primórdio da parede abdominal ventrolateral dobra-se em direção ao plano mediano,
-A prega cefálica também afeta o arranjo do celoma embrionário (primórdio da cavidade deslocando as bordas do disco embrionário ventralmente e formando um embrião
corporal). grosseiramente cilíndrico
-INTESTINO MÉDIO: Com a formação da parede abdominal, parte da camada germinativa órgãos, incluindo as células da medula espinhal, dos nervos cranianos (V, VII, IX e
endodérmica é incorporada ao embrião como o primórdio do intestino delgado X) e dos gânglios autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso
-DUCTO ONFALOENTÉRICO: Inicialmente, existe uma ampla comunicação entre o intestino periférico; as células pigmentares da derme; os músculos, os tecidos conjuntivos
médio e a vesícula umbilical entretanto, após o dobramento lateral, a comunicação é e os ossos originados dos arcos faríngeos; a medular da suprarrenal e as
reduzida, formando esse ducto meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinhal.
-A região de ligação do âmnio à superfície ventral do embrião é também reduzida a uma -Mesoderma
região umbilical relativamente estreita ⇨ Tecido conjuntivo
-Com o cordão umbilical formado a partir do pedículo de conexão, a fusão ventral das ⇨ Cartilagem ao osso
pregas laterais reduz a região de comunicação entre as cavidades celomáticas ⇨ Músculos liso e estriado
intraembrionária e extraembrionária a uma comunicação estreita ⇨ Coração, ao sangue e aos vasos linfáticos
-Com a expansão da cavidade amniótica e obliteração da maior parte do celoma ⇨ Rins
extraembrionário, o ÂMNIO FORMA O REVESTIMENTO EPITELIAL DO CORDÃO UMBILICAL ⇨ Ovários e testículos
⇨ Pedículo de conexão forma o cordão umbilical e o âmnio forma o revestimento ⇨ Ductos genitais
epitelial ⇨ Membranas serosas de revestimento das cavidades corporais (pericárdio, pleura e
DERIVADOS DAS CAMADAS GERMINATIVAS membrana peritoneal)
-Ectoderma ⇨ Baço
⇨ Sistema nervoso central ⇨ Córtex das glândulas suprarrenais.
⇨ Sistema nervoso periférico -Endoderma
⇨ Epitélio sensorial dos olhos, das orelhas e do nariz ⇨ Revestimento epitelial dos tratos digestório e respiratório
⇨ Epiderme e seus anexos (cabelos e unhas) ⇨ Parênquima (tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas
⇨ Glândulas mamárias ⇨ Glândulas tireoide e paratireoide
⇨ Hipófise ⇨ Timo
⇨ Glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes. ⇨ Fígado
⇨ As células da crista neural, derivadas do neuroectoderma, a região central do ⇨ Pâncreas
ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos tipos celulares e ⇨ Epitélio de revestimento da bexiga e da maior parte da uretra
⇨ Epitélio de revestimento da cavidade timpânica, antro do tímpano e tuba -O quarto par de arcos faríngeos e os BROTOS DOS MEMBROS INFERIORES estão visíveis ao
faringotimpânica final da quarta semana
QUARTA SEMANA -Uma longa eminência caudal, como uma cauda, é também uma característica típica
-As PRINCIPAIS MUDANÇAS NA FORMA do embrião ocorrem durante a quarta semana. -Rudimentos de muitos sistemas de órgãos, especialmente o sistema cardiovascular, são
-No início, o embrião é quase reto e possui de 4 a 12 somitos que produzem elevações estabelecidos
visíveis na superfície -Ao final da quarta semana, o neuroporo caudal está normalmente fechado.
-O tubo neural é formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos QUINTA SEMANA
neuroporos rostral e caudal -As mudanças na forma do corpo do embrião são pequenas na quinta semana quando
-24 dias: Os primeiros arcos faríngeos estão visíveis. comparadas àquelas ocorridas durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça
⇨ O primeiro arco faríngeo (arco mandibular) está nítido excede o de outras regiões
⇨ A maior parte do primeiro arco origina a mandíbula e a extensão rostral do arco, a -O alargamento da cabeça resulta principalmente do rápido desenvolvimento do
proeminência maxilar, contribui para a formação da maxila (maxilar superior). encéfalo e das proeminências faciais.
-O embrião está agora levemente curvado em função das pregas cefálica e caudal. -A face logo faz contato com a proeminência cardíaca.
-O coração forma uma grande proeminência cardíaca ventral e bombeia sangue. O -O rápido crescimento do segundo arco faríngeo se sobrepõe aos terceiro e quarto
neuroporo rostral está fechando. arcos, formando uma depressão lateral de cada lado, o seio cervical.
-26 dias: Três pares de arcos faríngeos são visíveis com 26 dias e o neuroporo rostral está -CRISTAS MESONÉFRICAS: Indicam o local do desenvolvimento dos rins mesonéfricos, que
fechado. em humanos, são órgãos excretores provisórios.
-O prosencéfalo produz uma elevação proeminente na cabeça e o dobramento do embrião SEXTA SEMANA
lhe causa uma curvatura em forma de C. -Movimentos espontâneos, tais como, contrações no tronco e nos membros em
-BROTOS DOS MEMBROS SUPERIORES: São reconhecíveis no dia 26 ou 27 como uma desenvolvimento
pequena dilatação na parede ventrolateral do corpo -Respostas reflexas ao toque.
-FOSSETAS ÓTICAS (primórdio das orelhas internas) também estão visíveis. -MEMBROS SUPERIORES
-Espessamentos ectodérmicos (placoides do cristalino) que indicam o primórdio dos ⇨ Começam a mostrar uma diferenciação regional, tais como o desenvolvimento
futuros cristalinos dos olhos estão visíveis nas laterais da cabeça do cotovelo e das grandes placas nas mãos
⇨ Os primórdios dos dígitos (dedos), ou raios digitais, iniciam seu desenvolvimento -Ao final da sétima semana, a OSSIFICAÇÃO DOS OSSOS DOS MEMBROS SUPERIORES já
nas placas das mãos. iniciou.
-MEMBROS INFERIORES OITAVA SEMANA
⇨ Ocorre durante a sexta semana, 4 a 5 dias após o desenvolvimento dos membros -No início da última semana do período embrionário, os dedos das mãos estão separados
superiores. porém unidos por uma membrana visível
-SALIÊNCIA AURICULARES: Várias pequenas intumescências se desenvolvem ao redor do -As chanfraduras estão também nitidamente visíveis entre os raios digitais dos pés.
sulco ou fenda faríngea entre os primeiros dois arcos faríngeos. Esse sulco torna-se o -A eminência caudal ainda está presente mas é curta.
meato acústico externo (canal da orelha externa). -O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa característica ao redor da
⇨ As saliências auriculares contribuem para a formação da aurícula (pavilhão), a cabeça.
parte em forma de concha da orelha externa. -AO FINAL DA OITAVA SEMANA, TODAS AS REGIÕES DOS MEMBROS ESTÃO APARENTES E OS
-Os olhos são agora notáveis, em grande parte pela formação do pigmento da retina DEDOS SÃO COMPRIDOS E COMPLETAMENTE SEPARADOS
-A cabeça é agora relativamente muito maior do que o tronco e está dobrada sobre a -Os PRIMEIROS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS dos membros ocorrem durante a oitava
proeminência cardíaca. semana.
-A posição da cabeça resulta da flexão da região cervical (pescoço). -A ossificação primária inicia-se no fêmur (osso longo da coxa).
-O tronco e o pescoço começam a endireitar-se -A eminência caudal desapareceu e tanto as mãos como os pés se aproximam uns dos
-HERNIAÇÃO UMBILICAL: O intestino penetra no celoma extraembrionário na parte outros ventralmente.
proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é um evento normal. Ocorre porque -FINAL DA OITAVA SEMANA
a cavidade abdominal é muito pequena nesta idade para acomodar o rápido ⇨ Embrião possui características humanas distintas, entretanto, a cabeça é ainda
crescimento do intestino desproporcionalmente grande, constituindo quase a metade do embrião.
SÉTIMA SEMANA ⇨ O pescoço está definido e as pálpebras estão mais evidentes.
-Os membros sofrem uma mudança considerável durante a sétima semana. ⇨ As pálpebras estão se fechando e ao final da oitava semana, elas começam a se
-CHANFRADURAS: Aparecem entre os raios digitais sulcos e chanfraduras que separam as unir por fusão epitelial.
áreas das placas das mãos e dos pés, que indicam claramente os dedos ⇨ Os intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical
-A comunicação entre o intestino primitivo e a vesícula umbilical está agora reduzida.
-Nesse momento, o pedículo vitelino torna-se o ducto onfaloentérico
⇨ Apesar de existirem diferenças sutis entre os sexos na aparência da genitália ⇨ Quinzenais entre 28 e 36 semanas
externa, elas não são distintas o suficiente para permitir uma identificação sexual ⇨ Semanais até o parto
precisa. AVALIAÇÃO DO RISCO
Objetivo 02: Compreender o pré natal (indicação, importância e utilização da -Deve ser avaliado desde a 1ª consulta de pré-natal
ultrassonografia, diferenciando as recomendações da OMS, Ministério da Saúde -Inicia-se com a ANAMNESE e EXAME CLÍNICO junto com exames complementares
e SBGO, citar os exames iniciais do pré natal recomendados pelo Ministério da -Gestante com risco devem ser referenciadas para uma unidade que realiza
-Tipagem sanguínea
⇨ Evitar a eritroblastose fetal
⇨ Gestante Rh negativo e parceiro Rh positivo
⇨ Recomendado realizar exame Coombs indireto: Caso o resultado for positivo, deve ⇨ IgG positiva e IgM negativa: Gestante com imunidade
ser o feito o encaminhamento para a gestação de alto risco ⇨ IgG negativa e IgM positiva: Trata-se de uma infecção recente. Caso repetir o
-Hemograma exame após 15 dias e o IgG permanecer negativo fala-se em falso-positivo
⇨ Avaliar a anemia pelo hemograma -Sífilis
⇨ Leucograma aumentado na segunda metade da gravidez ⇝ TOTG (Teste Oral de ⇨ Diagnóstico no 1° trimestre permite o tratamento até 30 dias antes do parto
Tolerância à Glicose) -Hepatites B e C
-Glicemia ⇨ Dosagem de HbsAg
⇨ Avaliar a diabetes ⇨ Se negativo repetir trimestralmente
⇨ Menor que 92: Avaliar TOTG (Teste de Oral de Tolerância à Glicose) ⇨ Vírus C: atenção para gestantes usuárias de drogas, presidiárias, HIV positivas
⇨ Entre 92 e 125: Diabetes Mellitus Gravídica -HIV
⇨ Maior que 126: Diabetes Prévia ⇨ M.S: Realizar apenas um exame
-Urina tipo I e Urocultura ⇨ FEBRASGO: Duas vezes (início e fim da gravidez) para se considerar a janela
⇨ Ministério da Saúde: Recomenda apenas solicitação de urina tipo I no pré-natal imunológica
de baixo risco. A urocultura seria apenas para situações de piúria, bacteriúria ou -Estreptococos do Grupo B:
hematúria ⇨ Fisiológico
⇨ FEBRASGO: Recomenda a solicitação de urocultura para rastrear bacteriúrias ⇨ Aumento da morbidade perinatal quando aumentado causando pneumonia,
assintomáticas que podem evoluir para pielonefrite septicemia e meningite ao feto
-Rubéola VACINAÇÃO
⇨ Rastreio da imunidade da gestante -Vacinas com vírus vivos são contraindicados
⇨ M.S não considera rotina -Vírus inativado são mais seguras após o 4° mês de gestação
⇨ IgG positivo: risco mínimo de transmissão vertical
⇨ IgG negativo: são suscetíveis devendo ser vacinadas após o parto
-Toxoplasmose
⇨ IgG e IgM negativos são suscetíveis, devendo ser orientado quanto à prevenção e
repetição trimestral do exame
ULTRASSONOGRAFIAS -Exame de urina e urocultura;
-Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade
gestacional;
-Citopatológico de colo de útero (se necessário)
-Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica);
-Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica);
-Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de
anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica).
Objetivo 03: Descrever principais as recomendações médicas sobre
alimentação, ganho de peso, cuidados com a pele e práticas de atividades
físicas na gestação
GANHO DE PESO
-O cálculo do IMC serve de base para futuras orientações relacionadas aos hábitos de vida
da gestante
-Não é recomendado o ganho de peso fora dos parâmetros determinados a partir do IMC
-Pode ser classificada em
-Tipagem sanguínea e fator Rh; o Coombs indireto (se for Rh negativo); ⇨ Sobrepeso
-Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR; -O ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o pré-gestacional
-Método propedêutico mais utilizado na Obstetrícia Quando a estrutura se movimenta no sentido oposto à propagação da onda de ultrassom,
⇨ Fácil execução Nas situações em que a propagação da onda tem o mesmo sentido da estrutura em
FUNDAMENTOS DA ULTRASSONOGRAFIA -Através da análise da variação da frequência entre as ondas emitidas e refletidas, da sua
-O exame de ultrassonografia utiliza ondas sonoras em altas frequências, inaudíveis ao ser variação ao longo do ciclo cardíaco e do ângulo de insonação, o equipamento de
humano (ultrassom), para formar imagens das estruturas avaliadas. ultrassonografia pode calcular o sentido, a velocidade e a resistência ao fluxo sanguíneo
forma de ondas de ultrassom -Através dessa tecnologia é possível quantificar a densidade das estruturas avaliadas.
-O modo B é uma representação em escala de cinza da anatomia macroscópica da -Estruturas duras, intermediárias e moles costumam ser representadas pela elastografia
líquido amniótico -Fetos que nascem nesse período podem sobreviver, uma vez que o desenvolvimento
-Também surge o LANUGO: Fina camada de pelos que ajudam a adesão do vernix caseosa. pulmonar está mais avançado, com GRANDE VASCULARIZAÇÃO e PRODUÇÃO DE
-Por volta da 20ª semana, são visíveis as sobrancelhas e o cabelo. SURFACTANTE (troca gasosa mais eficiente)
-Ocorre a formação de GORDURA MARROM (Tecido Adiposo Multilocular) para produzir calor -O SNC está mais amadurecido e iniciam-se os MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS RITMADOS, bem
para o feto (oxidação de ácidos graxos), concentrando-se na região do pescoço e na área como o controle da temperatura corporal
perirrenal. -A morte de prematuros nessa idade acontece principalmente por BPN (baixo peso- menor
-Na 18ª semana, o útero de fetos femininos é formado e há o início da canalização da que 1500-2500g.
vagina. -Na 26ª semana, as pálpebras se abrem.
-Na 20ª semana, no caso dos fetos masculinos, há o INÍCIO DA DESCIDA DOS TESTÍCULOS -Cabelo e lanugo estão bem desenvolvidos.
para a bolsa escrotal -As unhas dos pés são visíveis.
⇨ Essas gônadas, no entanto, ainda estão em região abdominal, assim como os -Ocorre uma grande produção e depósito de gordura amarela que representa 3,5% do peso
ovários corporal.
21ª A 25ª SEMANA GESTACIONAL -O baço que tem se destacado como um importante sítio de eritropoiese que tem sua
-Substancial ganho de peso e o feto; Aparenta estar mais proporcional. função assumida pela MEDULA ÓSSEA, POR VOLTA DA 28ª SEMANA
-A pele se apresenta translúcida e enrugada, rosa/avermelhada devido a vascularização e 30ª A 34ª SEMANA GESTACIONAL
visibilidade dos capilares -Nessa fase se torna evidente o reflexo pupilar (alteração do diâmetro da pupila) ⇝ 30ª
-Na 21ª semana, os movimentos oculares rápidos em sono se iniciam e por volta das semana
semanas 22 e 23 é visto a reação de piscar ao sobressalto. -A pele se apresenta rosada e lisa, os membros superiores e inferiores ficam com aspecto
surfactantes que são lipídios tensoativos que mantém os alvéolos pulmonares abertos -8% do peso é composto de gordura amarela nesse período
-Fetos com 32 semanas têm boa chance de sobrevivência -O sexo cromossômico de um embrião é determinado na fecundação pelo tipo de
35ª A 38ª SEMANA GESTACIONAL espermatozoide (X ou Y) que fecunda o oócito.
-Fetos a partir de 35 semanas, possuem uma preensão firme e orientação/reação -Características morfológicas masculinas e femininas não começam a se desenvolver até a
espontânea a luz. SÉTIMA SEMANA
-O SNC está mais maduro e pode realizar algumas funções integrativas. -Os sistemas genitais precoces nos dois sexos são similares; portanto, o período inicial do
-Na 36ª semana, a circunferência da cabeça e do abdome são semelhantes desenvolvimento genital é um estágio indiferenciado do desenvolvimento sexual.
⇨ Após esse momento a circunferência do abdome ultrapassa a da cabeça. DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS
-Na 37ª semana, o comprimento dos pés é um pouco maior que o femoral, sendo um -As gônadas (testículos ou ovários) são os órgãos que produzem as células sexuais
parâmetro para a confirmação da idade fetal. (espermatozoides ou oócitos).
-CONFORME O PARTO SE APROXIMA MENOR SERÁ A VELOCIDADE DE CRESCIMENTO, PORÉM, O -As gônadas são derivadas de três fontes
FETO CONTINUA A GANHAR PESO ⇨ Mesotélio (epitélio mesodérmico) revestindo a parede abdominal posterior.
-A termo, ou seja, com 38 semanas, o feto atinge CCN de 360 mm e peso de 3,4 kg, sendo ⇨ Mesênquima subjacente (tecido conjuntivo embrionário).
que grande parte do seu peso é correspondente a gordura amarela (16% do peso corporal). ⇨ Células germinativas primordiais (primeiras células sexuais indiferenciadas).
O feto nesse período final, ganha cerca de 14g de gordura por dia Gônadas Indiferenciadas
-No final da gestação, o tórax é proeminente e as mamas são protusas, tanto em fetos -Os estágios iniciais do desenvolvimento gonadal ocorrem durante a QUINTA SEMANA: área
masculinos quanto em femininos. espessada de mesotélio se desenvolve no LADO MEDIAL DO MESONEFRO (rim primitivo)
-A termo espera-se que os testículos já estejam na bolsa escrotal ⇨ CRISTAS GONADAIS: Formadas pela proliferação desse epitélio e do mesênquima
-O surfactante tem posição importante na indução do parto. subjacente. São saliências no lado medial dos mesonefros
-Fetos masculinos costumam ser maiores e mais pesados ao nascer do que os femininos ⇨ CORDÕES EPITELIAIS DIGITIFORMES: São os cordões gonadais que logo crescem
-Cabeça é uma das maiores regiões para dentro do mesênquima subjacente
Objetivo 02: Descrever a determinação sexual genética e morfológica bem -As gônadas indiferenciadas (órgãos primordiais antes da diferenciação) agora consistem
como as alterações clínicas (Hermafroditismo/intersexo, Criptorquidia, de um
síndrome da insensibilidade aos androgênicos) ⇨ CÓRTEX: Parte externa
REMANESCENTES DOS DUCTOS MESONÉFRICOS NOS HOMENS em homens, podem persistir como os cistos do ducto de Gartner entre as camadas do
-A extremidade cranial do ducto mesonéfrico pode persistir como um apêndice do ligamento largo ao longo da parede lateral do útero e na parede da vagina
epidídimo, que usualmente situa-se afixado à cabeça do epidídimo DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA
-Caudais aos ductos eferentes, alguns túbulos mesonéfricos podem persistir como um -Até a sétima semana, as genitálias externas são semelhantes em ambos os sexos. As
pequeno corpo, o paradídimo. características sexuais distintas começam a aparecer durante a nona semana, mas as
REMANESCENTES DOS DUCTOS PARAMESONEFRICOS EM HOMENS genitálias externas não estão completamente diferenciadas até a 12ª semana.
-A extremidade cranial do ducto paramesonéfrico pode persistir como um apêndice -No início da na quarta semana, o mesênquima em proliferação produz um tubérculo
vesicular do testículo, que é afixado no polo superior do testículo genital (primórdio do pênis ou do clitóris) em ambos os sexos na extremidade cranial da
-O utrículo prostático, uma pequena estrutura semelhante a um saco originada do ducto membrana cloacal
paramesonéfrico, se abre para a uretra prostática. O revestimento do utrículo prostático é -O ectoderma cloacal é considerado a fonte do sinal de iniciação genital que envolve a
derivado do epitélio do seio urogenital. Dentro desse epitélio, células endócrinas contendo expressão de Fgf8.
enolase neurônio-específica e serotonina foram detectadas. O colículo seminal, uma -As saliências labioescrotais e as pregas urogenitais logo se desenvolvem em cada lado da
pequena elevação na parede posterior da uretra prostática, é o derivado adulto do membrana cloacal.
tubérculo do seio -O tubérculo genital se alonga formando um falo primordial (pênis ou clitóris).
MULHERES -A membrana urogenital reside no assoalho de uma fenda mediana, o sulco uretral, que é
para o concepto associadas ao parto prematuro e as medidas preventivas aproximam uma da outra, e se fundem para formar uma divisão, o septo
-Os órgãos respiratórios inferiores (laringe, traquéia, brônquios e pulmões) começam a se ⇨ Esse septo divide a porção cranial do intestino anterior:
formar durante a QUARTA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO ↪ Parte ventral: Tubo laringotraqueal (o primórdio da laringe, da traqueia,
dos brônquios e dos pulmões)
PRIMÓRDIO RESPIRATÓRIO
↪ Parte dorsal: Primórdio da orofaringe e do esôfago
-O sistema respiratório começa como um crescimento mediano, o sulco laringotraqueal,
-A abertura do tubo laringotraqueal na faringe torna-se o canal laríngeo primitivo
que aparece no assoalho da extremidade caudal do intestino anterior primitivo (faringe
-A separação do intestino anterior tubular único em traqueia e esôfago resulta de um
primitiva)
processo complexo e coordenado de múltiplas vias de sinalização e dos fatores de
⇨ Esse primórdio da árvore traqueobrônquica se desenvolve caudal ao quarto par
transcrição
de arcos faríngeas.
-ENDODERMA DE REVESTIMENTO do sulco laringotraqueal: Forma o epitélio pulmonar e as
DESENVOLVIMENTO DOS BRÔNQUIOS E DOS PULMÕES
glândulas da laringe, da traqueia e dos brônquios. -O broto respiratório (broto pulmonar) se desenvolve na extremidade caudal do
-MESODERMA ESPLÂNCNICO ao redor do intestino anterior: Forma o tecido conjuntivo, a divertículo laringotraqueal durante a quarta semana
cartilagem, o músculo liso, os vasos sanguíneos e linfáticos -O broto logo se divide em duas evaginações
-DIVERTÍCULO LARINGOTRAQUEAL (BROTO PULMONAR) saculiforme: É formada até o final ⇨ Brotos brônquicos primários: Crescem lateralmente para dentro dos canais
da quarta semana pela evaginação do sulco laringotraqueal; Esta localizado ventral à pericardioperitoneais que é o primórdio das cavidades pleurais
parte caudal do intestino anterior ⇨ Brotos brônquicos secundários e terciários logo se desenvolvem.
⇨ Conforme o divertículo se alonga, este é envolvido pelo mesênquima esplâncnico. -Junto com o mesênquima esplâncnico ao redor, os brotos brônquicos se diferenciam
Sua extremidade distal se dilata para formar um broto respiratório globular, que em brônquio e suas ramificações nos pulmões
representa o broto único do qual a árvore respiratória se origina -Primórdio do Brônquio Principal: Formado no início da quinta semana a partir da
conexão aumentada de cada broto brônquico com a traqueia
-O brônquio principal direito embrionário é ligeiramente maior do que o esquerdo e ⇨ O músculo liso e o tecido conjuntivo dos brônquios, o tecido conjuntivo pulmonar e
está orientado mais verticalmente. os capilares também são derivados desse mesênquima.
⇨ Essa relação persiste no adulto; consequentemente, um corpo estranho entra com -PLEURA VISCERAL: Camada formada quando os pulmões se desenvolvem, derivada do
mais facilidade no brônquio principal direito do que no esquerdo. mesênquima esplâncnico
-O brônquio principal subdivide-se em ⇨ Com a expansão, os pulmões e a cavidade pleural crescem caudalmente para o
⇨ Brônquio secundário: Forma os ramos lobares mesênquima da parede corporal e logo se aproximam do coração.
↪ Este se divide em segmentares: Originam os os ramos intersegmentares -PLEURA PARIETAL: Camada que reveste a parede torácica corporal derivada do
-No lado direito, o brônquio lobar superior suprirá o lobo superior do pulmão mesoderma somático
-Entretanto, o brônquio lobar inferior se subdivide em dois brônquios, -O espaço entre a pleura parietal e a visceral é a cavidade pleural.
⇨ Brônquio lobar médio inferior MATURAÇÃO DOS PULMÕES
⇨ Brônquio lobar inferior -A maturação dos pulmões é dividida em quatro estágios histologicamente distintos: o
-No lado esquerdo, dois brônquios secundários suprem o lobo superior e o lobo inferior dos pseudoglandular, o canalicular, saco terminal e o estágio alveolar.
pulmões. ESTÁGIO PSEUDOGLANDULAR (5ª à 17ª SEMANA)
-Cada brônquio lobar sofrerá progressivas ramificações. -Possui aparência de GLÂNDULAS EXÓCRINAS
-Na 7ª semana, os brônquios segmentares, 10 no pulmão direito e 8 ou 9 no pulmão -Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto
esquerdo, começam a se formar. Enquanto isso ocorre, o mesênquima ao redor também se aqueles envolvidos com as trocas gasosas.
divide. -A respiração não é possível; portanto, fetos nascidos durante esse período são
⇨ Os brônquios segmentares, com a massa de mesênquima circundante, formam o incapazes de sobreviver.
primórdio dos segmentos broncopulmonares. ESTÁGIO CANALICULAR (16ª à 26ª SEMANA)
-Por volta da 24ª semana, aproximadamente 17 ordens de segmentos estão formados e os -O estágio canalicular sobrepõem-se ao estágio pseudoglandular, pois o desenvolvimento
bronquíolos respiratórios se desenvolveram do segmento cranial dos pulmões amadurecem mais rápido do que o segmento
-Além disso, sete gerações de vias respiratórias se formam após o nascimento caudal.
-PLACAS DE CARTILAGENS: Formam-se de acordo com o desenvolvimento dos brônquios a -A luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar
partir do mesênquima esplâncnico ao redor TORNA-SE ALTAMENTE VASCULARIZADO
-Por volta da 24ª semana, cada bronquíolo terminal forma dois ou mais bronquíolos ⇨ O surfactante se forma como uma película monomolecular na parede interna dos
respiratórios, que irão se dividir em três a seis passagens: os ductos alveolares primitivos. sacos alveolares e neutraliza as forças de tensão superficial na interface
-A respiração é possível ao final do período canalicular (26 semanas) ar-alvéolo
⇨ Alguns sacos terminais de parede delgada (alvéolos primitivos) se desenvolvem no ⇨ Facilita a expansão dos sacos terminais por prevenirem a atelectasia (colapso
final dos bronquíolos respiratórios e o tecido pulmonar está bem vascularizado. dos sacos durante a expiração)
-Embora fetos nascidos ao final desse período possam sobreviver se tiverem cuidados -A maturação dos pneumócitos tipo II e a produção do surfactante variam amplamente
intensivos, neonatos prematuros muitas vezes não sobrevivem, pois o sistema entre os fetos de diferentes idades gestacionais.
respiratório e os outros sistemas ainda estão relativamente imaturos -A produção do surfactante aumenta durante os estágios terminais da gestação,
ESTÁGIO DE SACO TERMINAL (24ª SEMANA AO FINAL DO PERÍODO FETAL) particularmente durante as últimas 2 semanas.
-Muitos mais sacos terminais (alvéolos primitivos) se desenvolvem e seus epitélios -A produção de surfactante começa entre a 20ª e a 22ª semana
tornam-se muito finos. ⇨ Mas o surfactante está presente apenas em pequenas quantidades em bebês
-Os capilares tornam-se protuberantes nesses sacos prematuros, não estando presente em níveis adequados até o final do período
-O íntimo contato entre o epitélio e as células endoteliais estabelece a barreira fetal.
hematoaérea, que permite uma troca adequada de gases, necessária para a sobrevivência -POR VOLTA DA 26ª À 28ª SEMANA: feto frequentemente pesa cerca de 1.000 g e estão
do feto caso este nasça prematuramente. presentes sacos alveolares e surfactantes suficientes para permitir a sobrevivência de
-PNEUMÓCITOS TIPO I: São células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica que bebês nascidos prematuramente.
revestem na 26ª semana os sacos terminais através dos quais a troca gasosa ocorre. ⇨ Antes disso, os pulmões são, geralmente, incapazes de prover trocas gasosas
-A rede de capilares se prolifera rapidamente no mesênquima ao redor dos alvéolos em adequadas, em parte, porque a área de superfície alveolar é insuficiente e a
desenvolvimento, contudo, não é concomitante ao desenvolvimento ativo dos capilares vascularização é pouco desenvolvida.
linfáticos. -A presença de uma ADEQUADA VASCULARIZAÇÃO PULMONAR E PRODUÇÃO DE
-PNEUMÓCITOS TIPO II: Estão dispersos entre as células epiteliais pavimentosas. São SURFACTANTE suficiente é mais importante que a presença de sacos terminais delgados
células epiteliais secretoras arredondadas que secretam o SURFACTANTE PULMONAR, ou um epitélio alveolar primitivo para a sobrevivência e desenvolvimento neurológico de
uma mistura complexa de fosfolipídios e proteínas. bebês prematuros
ESTÁGIO ALVEOLAR (FINAL DO PERÍODO FETAL AOS 8 ANOS)
-Depende da definição do termo alvéolos.
-Os sacos terminais análogos aos alvéolos estão presentes na 32ª semana ⇨ Após o nascimento, os alvéolos primitivos se ampliam conforme a expansão dos
-O epitélio de revestimento desses sacos atenua-se para uma fina camada epitelial pulmões, mas o maior aumento no tamanho dos pulmões resulta do aumento no
pavimentosa número de bronquíolos respiratórios e alvéolos primitivos, mais do que um
-Os pneumócitos tipo I tornam-se tão delgados que os capilares adjacentes projetam-se aumento no tamanho dos alvéolos
para os sacos alveolares ⇨ O desenvolvimento alveolar está, em grande parte, completo aos 3 anos de
-AO FINAL DO PERÍODO FETAL (38 SEMANAS), OS PULMÕES SÃO CAPAZES DE REALIZAR A idade, mas novos alvéolos são acrescentados até aproximadamente 8 anos de
RESPIRAÇÃO: A membrana alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou membrana idade.
respiratória) é delgada o suficiente para realizar as trocas gasosas -Ao contrário dos alvéolos maduros, os alvéolos imaturos possuem o potencial para
⇨ Embora os pulmões não comecem a realizar essa função vital até o nascimento, formar alvéolos primitivos adicionais.
estes são bem desenvolvidos e, portanto, capazes de funcionar prontamente ⇨ Conforme esses alvéolos aumentam em tamanho, eles se tornam alvéolos
quando o bebê nasce. maduros.
-No início do estágio alveolar (32 semanas), cada bronquíolo respiratório termina em um ⇨ O principal mecanismo para o aumento do número de alvéolos é a formação de
aglomerado de sacos alveolares de paredes delgadas, separados um dos outros por septos secundários de tecido conjuntivo que subdividem os alvéolos primitivos
tecido conjuntivo frouxo. existentes.
⇨ Esses sacos representam os futuros ductos alveolares ⇨ Inicialmente, os septos são relativamente espessos, mas estes logo são
-A transição da dependência da placenta na troca gasosa para a troca gasosa autônoma transformados em septos delgados maduros que são capazes de realizar as trocas
requer as seguintes mudanças adaptativas dos pulmões: gasosas.
⇨ Produção de surfactante nos sacos alveolares. -O desenvolvimento dos pulmões durante os primeiros meses após o nascimento é
⇨ Transformação dos pulmões de órgãos secretores para órgãos capazes de caracterizado pelo aumento exponencial na superfície da barreira hematoaérea através da
realizar as trocas gasosas. multiplicação dos alvéolos e capilares.
⇨ Estabelecimento das circulações sistêmicas e pulmonar em paralelo. -Aproximadamente, 150 milhões de alvéolos primitivos, metade do número em adultos,
-Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros desenvolvem- se no período pós-natal. estão presentes nos pulmões de um recém-nascido a termo. Na radiografia de tórax,
⇨ Antes do nascimento, os alvéolos primordiais aparecem como pequenas projeções portanto, os pulmões dos neonatos são mais densos que os pulmões dos adultos. Entre o
nas paredes dos bronquíolos respiratórios e dos sacos alveolares, dilatações terceiro e oitavo ano de vida, são alcançados os 300 milhões de alvéolos dos adultos.
terminais dos ductos alveolares VIAS DE SINALIZAÇÃO
-Estudos moleculares indicam que o desenvolvimento dos pulmões é controlado por uma MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS FETAIS
cascata de vias de sinalização que são reguladas por uma expressão temporal e sequencial -Os movimentos respiratórios fetais (MRFs), que podem ser detectados pela
de genes altamente conservados. ultrassonografia em tempo real, ocorrem antes do nascimento, exercendo força suficiente
-O comprometimento e a diferenciação do endoderma das células do intestino anterior para causar a aspiração de algum líquido amniótico pelos pulmões
para formar as células epiteliais do tipo respiratórias estão associados com a expressão de -Ocorrem intermitentemente (aproximadamente 30% durante o rápido movimento dos
diversos fatores de transcrição. olhos no sono) e são essenciais ao desenvolvimento normal dos pulmões
⇨ Fator de transcrição tireoidiano 1 -O padrão do MRF é amplamente utilizado para o acompanhamento do trabalho de parto e
⇨ Fator nuclear dos hepatócitos 3β e o GATA-6, assim como outros membros da na previsão da sobrevida de fetos nascidos prematuros
família Zinc–finger -No nascimento, o feto já possui a vantagem de vários meses de exercícios
⇨ Receptores do ácido retinóico respiratórios
⇨ Genes contendo o domínio homeobox (Hox). Especificam o eixo anteroposterior do -Os MRFs que, aumentam à medida que o parto se aproxima, provavelmente condicionam
embrião. os músculos respiratórios
-Desenvolvimento do broto respiratório: O fator de crescimento de fibroblasto 10 e -Além disso, esses movimentos estimulam o pulmão a se desenvolver, possivelmente pela
outros sinais do mesênquima esplâncnico provavelmente criação de um gradiente de pressão entre os pulmões e o líquido amniótico
-As ramificações dos brotos (morfogênese ou produção da ramificação) e sua proliferação -Ao nascimento, os pulmões estão aproximadamente com a metade de seu volume
dependem de uma interação epitelial (endoderma do intestino anterior) – mesenquimal preenchido com líquido derivado da cavidade amniótica, pulmões e das glândulas
(mesoderma). traqueais.
-A via de sinalização Wnt tem um papel essencial nas interações indutivas entre o epitélio e -A aeração dos pulmões ao nascimento não é tanto devido à dilatação dos órgãos
o mesênquima. -Estudos recentes sugerem que o fator de transcrição SOX17 e a sinalização colapsados vazios, mas, sim, da rápida substituição do líquido intra-alveolar pelo ar.
Wnt7b do epitélio regulam a proliferação mesenquimal e a formação dos vasos sanguíneos -O LÍQUIDO DOS PULMÕES É RETIRADO AO NASCIMENTO POR TRÊS ROTAS:
nos pulmões. ⇨ Através da boca e do nariz por pressão no tórax fetal durante o parto vaginal.
-O padrão morfogênico do gene hedgehog (Shh–Gli) modula a expressão do fator de ⇨ Pelos capilares, artérias e veias pulmonares.
crescimento de fibroblasto 10, que controla a ramificação dos brotos brônquicos. Além ⇨ Pelos vasos linfáticos.
disto, o ácido retinoico morfogênico regula o Hox a5, b5 e c4 que são expressos no pulmão -No feto próximo ao termo, os vasos linfáticos pulmonares são relativamente maiores e
em desenvolvimento. mais numerosos do que em adultos.
⇨ O fluxo linfático é rápido durante as primeiras horas após o nascimento e em -Os pulmões saudáveis a fresco de recém-nascidos sempre possuem algum ar;
seguida diminui. consequentemente, um tecido pulmonar retirado destes irá flutuar na água.
-Três fatores são importantes para o desenvolvimento normal do pulmão -Um pulmão doente, particularmente preenchido por líquido, pode não flutuar.
⇨ Espaço torácico adequado para o crescimento pulmonar -O significado médico legal é o fato de os pulmões de um natimorto serem firmes e
⇨ MRFs afundarem quando colocados na água, pois estes contém líquido e não ar.
⇨ Volume de líquido amniótico adequado SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA
PARTO PREMATURO -A síndrome da angústia respiratória (SAR) afeta aproximadamente 2% dos
-Fetos nascidos entre a 24ª e a 26ª semana após a fecundação podem sobreviver se recém-nascidos
tiverem cuidados intensivos; entretanto, eles podem sofrer de desconforto respiratório -Aqueles nascidos prematuramente mais suscetíveis.
pela deficiência de surfactante. -Essas crianças desenvolvem uma respiração rápida e com dificuldade logo após o
-A sobrevivência desses bebês têm aumentado pelo uso de corticosteroides (esteroides nascimento.
produzidos pelo córtex da adrenal) pré-natal, que induzem a produção de surfactante e -A SAR é também conhecida como doença da membrana hialina.
também com a terapia pós-natal de reposição de surfactante. -Estima-se que 30% de todas as doenças em neonatos resultem da SAR ou de suas
OLIGOIDRÂMNIO E DESENVOLVIMENTO PULMONAR complicações.
-Quando o oligoidrâmnio (quantidade insuficiente de líquido amniótico) é severo e crônico -Causa: A deficiência do surfactante é a principal causa da SAR.
por causa do vazamento ou diminuição na produção do líquido amniótico, o ⇨ Tem sido sugerido que a asfixia (comprometimento ou ausência da troca de
desenvolvimento pulmonar é retardado e pode resultar em severa hipoplasia pulmonar oxigênio e gás carbônico) intrauterina prolongada pode produzir mudanças
com restrição do tórax fetal irreversíveis nas células alveolares tipo II, tornando-as incapazes de produzir o
-O risco de hipoplasia pulmonar aumenta significantemente com o oligoidrâmnio antes da surfactante.
26ª semana. ⇨ Outros fatores, tais como sepse, aspiração e pneumonia podem inativar o
-Também tem sido demonstrado que o oligoidrâmnio resulta em diminuição da pressão surfactante, levando a uma ausência ou deficiência de surfactante em bebês
hidráulica nos pulmões, que comprometem receptores de estiramento, que, por sua vez, prematuros e nascido a termo.
afeta a regulação do Ca2+ e o crescimento pulmonar -Os pulmões são subinflados e os alvéolos contêm um líquido com alto conteúdo proteico
PULMÃO DE RECÉM-NASCIDOS que lembra uma membrana vítrea ou hialina.
⇨ Acredita-se que essa membrana é derivada de uma combinação de substâncias da -Esses cistos pulmonares estão normalmente localizados na periferia do pulmão
circulação e do epitélio pulmonar doente. AGENESIA PULMONAR
-Todos os fatores de crescimento e hormônios que controlam a produção do surfactante -A ausência dos pulmões é resultado da falha do broto respiratório em se desenvolver. A
não foram identificados, mas corticosteroides e tiroxina, que estão envolvidos na agenesia de um pulmão é mais comum do que a agenesia bilateral, mas as duas condições
maturação dos pulmões fetais, são potentes estimuladores da produção de são raras.
surfactantes. -A agenesia pulmonar unilateral é compatível com a vida. O coração e outras estruturas do
-O tratamento materno com glicocorticoides durante a gestação acelera o mediastino são deslocadas para o lado afetado, e o pulmão existente é hiperexpandido.
desenvolvimento pulmonar fetal e a produção de surfactante. HIPOPLASIA PULMONAR
-Esses achados levaram a uma rotina clínica com uso de corticosteroides -Em bebês com hérnia diafragmática congênita, o pulmão é incapaz de se desenvolver
(betametasona) na prevenção da SAR em trabalho de parto prematuro. Além disso, a normalmente
administração de surfactante exógeno (terapia de reposição de surfactante) reduz a -Este é comprimido pelo posicionamento anormal das vísceras abdominais.
severidade da SAR e as chances de mortalidade de neonatos. -A hipoplasia pulmonar é caracterizada por uma marcante redução do volume pulmonar e
LOBO DA VEIA ÁZIGOS uma hipertrofia do músculo liso das artérias pulmonares.
-O lobo da veia ázigos aparece no pulmão direito em aproximadamente 1% das pessoas. -A hipertensão pulmonar leva a uma diminuição no fluxo sanguíneo através do sistema
-Este se desenvolve quando o brônquio apical cresce superiormente, medial ao arco da vascular pulmonar, visto que o sangue continua a desviar-se através do ducto arterioso.
veia ázigos, em vez de lateral a ele -Aproximadamente, 25% dos bebês com hérnia diafragmática congênita morrem por
-Como resultado, a veia fica na base de uma fissura no lobo superior, que produz uma insuficiência pulmonar apesar dos cuidados pós-natais ideais, porque seus pulmões são
marcação linear na radiografia do pulmão. muito hipoplásicos para a troca de ar e existe muita resistência no fluxo sanguíneo
CISTOS PULMONARES CONGÊNITOS pulmonar para suportar a vida extrauterina.
-Acredita-se que os cistos (preenchidos por líquido ou ar) sejam formados pela dilatação PULMÃO ACESSÓRIO
dos brônquios terminais. -Um pequeno pulmão acessório (sequestro pulmonar) é incomum.
-Estes provavelmente resultam de um distúrbio do desenvolvimento brônquico durante o -Quase sempre este se localiza na base do pulmão esquerdo e não é funcional.
final da vida fetal. -Não se comunica com a árvore traqueobrônquica e seu suprimento sanguíneo é
-Quando diversos cistos estão presentes, os pulmões possuem uma aparência de favo de normalmente sistêmico.
mel nas radiografias.
-Massas maiores devem ser retiradas, pois estas possuem uma tendência ao hiperfluxo do ⇨ PARTE FETAL: Desenvolve do saco coriônico, a membrana fetal mais externa. É
seu suprimento sanguíneo arterial sistêmico. formada pelo córion viloso. As vilosidades coriônicas que surgem do córion se
Objetivo 02: Compreender a formação dos anexos embrionários, suas funções projetam para o espaço interviloso que contém sangue materno
e alterações clínicas (placenta , âmnio, cordão umbilical e alantóide) ⇨ PARTE MATERNA: Derivada do endométrio, a membrana mucosa que compreende
-Placenta e membranas fetais separam o feto do endométrio a camada interna da parede uterina. Formada pela decídua basal relacionada ao
-A troca de substâncias ocorre entre as correntes sanguíneas materna e fetall por meio da componente fetal da placenta. Ao final do quarto mês, a decídua basal está quase
-Os vasos do cordão umbilical conectam a circulação placentária com a circulação fetal -A placenta e o cordão umbilical formam um sistema de transporte para substâncias que
-Membranas fetais: Córion, Âmnio, Vesícula Umbilical e Alantóide passam entre a mãe e o embrião/feto.
-Estrutura membranosa, constituída de três componentes que darão origem à placenta. -Materiais residuais e o dióxido de carbono através da placenta ⇢ Sangue materno.
-É formado por SINCICIOTROFOBLASTO, CITOTROFOBLASTO E MESODERMA -As membranas placentária e fetal realizam as seguintes funções e atividades:
EXTRAEMBRIONÁRIO. ⇨ Proteção
-As vilosidades coriônicas são irregularidades nesses tecidos que determinam uma maior ⇨ Nutrição
área de contato com o endométrio e possibilitam uma melhor troca de nutrientes e gases, ⇨ Respiração
desenvolvem nas vilosidades, o que as classifica como terciárias. Esses vasos se -Pouco tempo após o nascimento, a placenta e as membranas são expelidas do útero.
CORIOCARCINOMA GESTACIONAL -O exame ultrassonográfico da placenta é de grande valor para o diagnóstico clínico das
anormalidades placentárias
AUSÊNCIA DA ARTÉRIA UMBILICAL -Frequência: Na América do Norte, gêmeos ocorrem normalmente uma vez a cada 85
-Em aproximadamente 1 a 100 neonatos, somente uma artéria umbilical está presente ,uma gestações, trigêmeos aproximadamente uma vez a cada 902 gestações, quadrigêmeos uma
condição que pode estar associada a anormalidades cromossômicas e fetais. vez a cada 903 gestações e quíntuplos uma vez a cada 904 gestações.
-A ausência de uma artéria umbilical é acompanhada por 15% a 20% de incidência de GÊMEOS E MEMBRANAS FETAIS
defeitos cardiovasculares no feto -GÊMEOS DIZIGÓTICOS OU FRATERNOS (GZ): Se originam de dois zigotos
-A ausência de uma artéria resulta de agenesia ou degeneração de uma das duas artérias -GÊMEOS MONOZIGÓTICOS OU IDÊNTICOS (MZ): Se originam de um zigoto
umbilicais. Uma única artéria umbilical e os defeitos associados a isso podem ser -As membranas fetais e as placentas variam de acordo com a origem dos gêmeos
detectados, antes do nascimento, por ultrassonografia. -No caso de gêmeos MZ, os tipos de placenta e de membranas formadas dependem de
CISTOS DO ALANTOIDE quando o processo de formação de gêmeos ocorre.
-Uma massa cística no cordão umbilical pode representar o remanescente da parte -Aproximadamente dois terços dos gêmeos são DZ.
extraembrionária do alantoide -A frequência de formação de gêmeos DZ mostra diferenças raciais marcantes, mas a
-Esses cistos geralmente se desfazem, mas eles podem estar associados à onfalocele, a incidência de formação de gêmeos MZ é aproximadamente a mesma em todas as
herniação congênita de vísceras na parte proximal do cordão umbilical populações. Adicionalmente, a taxa de formação de gêmeos MZ mostra uma pequena
Objetivo 03: Compreender gravidez gemelar (formação, tipos, disposição dos variação com a idade da mãe, enquanto a taxa de formação de gêmeos DZ aumenta
anexos embrionários, alterações dos anexos, alterações da gravidez gemelar, com a idade materna.
gêmeos xipófagos)
GESTAÇÕES MÚLTIPLAS
-Os riscos de anomalias cromossômicas e morbidade e mortalidade fetais são maiores em
gestações múltiplas que em gestações únicas.
⇨ Como o número de fetos aumenta, os riscos são progressivamente maiores.
-O estudo dos gêmeos é importante na genética humana porque é útil para comparação
-Na maioria dos países, os nascimentos múltiplos são mais comuns agora devido ao maior
dos efeitos dos genes e do meio ambiente sobre o desenvolvimento.
acesso às terapias de fertilidade (fertilização in vitro)
-Se uma condição anormal não apresenta um modelo genético simples, a comparação da
sua incidência em gêmeos MZ e DZ pode revelar que a hereditariedade está envolvida.
-Foi observado que, se os primeiros nascimentos são de gêmeos, uma repetição da -As diferenças físicas entre gêmeos MZ são geradas por vários fatores
formação de gêmeos ou alguma outra forma de nascimentos múltiplos é aproximadamente -A formação de gêmeos MZ geralmente começa no estágio de blastocisto,
cinco vezes mais comum de ocorrer na próxima gestação que em uma população geral aproximadamente ao final da primeira semana, e resulta da divisão do embrioblasto em
GÊMEOS DIZIGÓTICOS dois primórdios embrionários.
-Uma vez que resultam da fecundação de dois oócitos, gêmeos DZ se desenvolvem a partir -Anexos: Subsequentemente, dois embriões, cada um em seu próprio saco amniótico,
de dois zigotos e podem ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes desenvolvem-se dentro do mesmo saco coriônico e dividem uma placenta em comum,
-Pela mesma razão, eles não são mais parecidos geneticamente que irmãos ou irmãs que é uma placenta gemelar diamniótica monocoriônica.
nascidos em tempos diferentes. -Raramente, a separação inicial dos blastômeros embrionários (p. ex., durante os
-A única coisa que eles têm em comum é que estavam no útero materno ao mesmo tempo. estágios de duas a oito células) resulta em gêmeos MZ com dois âmnios, dois córions e
-Anexos: Têm dois âmnios e dois córions, mas os córions e as placentas podem ser duas placentas que podem ou não estarem fusionadas. Em tais casos, é impossível
fusionados. determinar apenas pelas membranas se os gêmeos são MZ ou DZ.
-Tendência à hereditariedade. A recorrência nas famílias é de aproximadamente três vezes GÊMEOS MONOZIGÓTICOS SIAMESES OU XIPÓFAGOS
a da população geral. -Se o disco embrionário não se dividir completamente ou os discos embrionários
-A incidência de formação de gêmeos DZ mostra considerável variação racial, sendo adjacentes se fusionarem, vários tipos de gêmeos MZ siameses podem se formar
aproximadamente 1 em 500 nos asiáticos, 1 em 125 nos caucasianos e tão alta como 1 em -O fenótipo do gêmeo é denominado de acordo com as regiões que estão aderidas
20 em algumas populações africanas. ⇨ Toracópagos indicam que existe uma união anterior das regiões torácicas.
ANASTOMOSE DOS VASOS SANGUÍNEOS PLACENTÁRIOS -Estima-se que a incidência de gêmeos siameses é de 1 em 50.000 a 100.000 nascimentos.
-Anastomose entre vasos sanguíneos ou placentas fusionadas de gêmeos DZ pode resultar -Em alguns casos, os gêmeos estão aderidos um ao outro somente pela pele ou pelos
em mosaicismo do eritrócitos tecidos cutâneos e outros tecidos
-Os membros desses gêmeos DZ têm hemácias de dois diferentes grupos sanguíneos -Alguns gêmeos siameses podem ser separados com sucesso por procedimentos
porque as hemácias foram trocadas entre as circulações dos gêmeos. Nos casos em que cirúrgicos, contudo, as relações anatômicas em muitos gêmeos siameses não permitem a
um feto é masculino e o outro é feminino, a masculinização do feto fêmea não ocorre. separação cirúrgica com viabilidade garantida
GÊMEOS MONOZIGÓTICOS TRIGÊMEOS
-Resultam da fecundação de um oócito e se desenvolvem de um zigoto Podem ser derivados de:
-São do mesmo sexo, geneticamente idênticos e muito semelhantes em aparência física. ⇨ Um zigoto e os três serem idênticos.
⇨ Dois zigotos: Dois gêmeos idênticos e outro não. ⇨ Mecanismos de desenvolvimento embriológico tais como, anormalidades
⇨ Três zigotos e serem do mesmo sexo ou de sexos diferentes. vasculares, podem levar a anomalias.
ESTABELECIMENTO DA ZIGOSIDADE DOS GÊMEOS ⇨ Mudanças pós-zigóticas, tais como mutação somática que leva ao aparecimento
-É importante no cuidado clínico, bem como no transplante de tecidos e órgãos (p. ex., de câncer ou rearranjo somático da imunoglobulina ou dos genes dos receptores
transplantes de medula óssea). de células T.
-Atualmente, a determinação da zigosidade dos gêmeos é feita por diagnóstico ⇨ Aberrações cromossômicas originadas em um blastocisto após o evento de
molecular, uma vez que em quaisquer duas pessoas que não sejam gêmeas MZ é formação de gêmeos. Inativação cromossômica desigual do X entre gêmeas MZ,
praticamente certo que elas mostrarão diferenças em alguns dos muitos marcadores de resultando em uma gêmea expressando o X paterno e a outra o X materno.
DNA que podem ser estudados. ALTERAÇÕES CAUSADAS PELA GEMELARIDADE
-As divisões tardias das células embrionárias iniciais, tais como a divisão do disco SÍNDROME DA TRANSFUSÃO DE GÊMEOS
embrionário durante a segunda semana, resultam em gêmeos MZ que estão em um saco -A síndrome da transfusão de gêmeos ocorre em 10% a 15% dos gêmeos MZ
amniótico e em um saco coriônico monocoriônicos diamnióticos.
⇨ Uma placenta de gêmeos monocoriônicos monoamnióticos está associada às -Existe desvio de sangue arterial de um gêmeo através de anastomoses arteriovenosas
taxas de mortalidade fetal que são mais altas que 10%, com a causa sendo para a circulação venosa do outro gêmeo.
estrangulamento do cordão. Esse comprime a circulação do sangue pelos vasos -Gêmeo doador: Pequeno, pálido e anêmico. Parte da placenta é pálida
umbilicais, levando à morte de um ou de ambos os fetos. -Gêmeo receptor: Grande e tem policitemia, um aumento acima do normal no número de
-A ultrassonografia exerce um importante papel no diagnóstico e no tratamento das hemácias. Parte da placenta é vermelho-escuro
gestações de gêmeos -Em casos letais, a morte resulta da anemia no gêmeo doador e de insuficiência cardíaca
⇨ A avaliação por ultrassom é necessária para identificar várias condições que congestiva no gêmeo receptor.
podem complicar a formação dos gêmeos MZ, tais como RCIU, sofrimento fetal e -Tratamento: A coagulação fetoscópica a laser das anastomoses vasculares placentárias
trabalho de parto prematuro é o método de tratamento estabelecido da síndrome de transfusão de gêmeos.
-Os gêmeos MZ podem ser discordantes para uma variedade de defeitos congênitos e MORTE PREMATURA DE UM GÊMEO
desordens genéticas, apesar de se originarem de um mesmo zigoto. Adicionalmente às -Devido aos estudos ultrassonográficos serem parte comum dos cuidados pré-natal,
diferenças ambientais e às variações ocorridas ao acaso, os seguintes fatores podem estar sabe-se que a morte prematura e a reabsorção de um membro de um gêmeo do par são
relacionados: comuns.
-A conscientização dessas possibilidades tem de ser consideradas quando discrepâncias -Oferece convenientemente células e metabólicos fetais para análise;
ocorrem entre os achados citogenéticos pré natais e o cariótipo em uma criança. VOLUME DO L.A DURANTE A GESTAÇÃO
-Erros no diagnóstico citogenético pré-natal podem surgir se os tecidos extraembrionários -No primeiro semestre o âmnio não tem contato com a placenta ou com a decídua, sendo
(p. ex., parte de uma vilosidade coriônica) de um gêmeo absorvido forem examinados. que a cavidade amniótica em si está rodeada pelo líquido exocelômico;
SUPERFECUNDAÇÃO -O volume de LA cresce até a 34ª semana de gestação, atingindo seu valor máximo, depois
-A superfecundação é a fecundação de dois ou mais ovócitos em tempos diferentes. disso ele diminui a sua quantidade.
-Em humanos, a presença de dois fetos no útero é causada pela fecundação em momentos -Dessa forma o critério de normalidade da quantidade de LA depende da idade gestacional,
diferentes (superfetação) e é rara. do peso fetal e do placentário.
-Gêmeos humanos DZ com diferentes pais têm sido confirmados com marcadores -PIG (Pequeno para a Idade Gestacional): Possuem menos LA;
genéticos. -Pós-datismo: Marcado por uma grande perda de líquido amniótico;
Objetivo 04: Descrever as alterações do volume do líquido amniótico PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO DO L.A
(etiologias maternas e fetais) -A composição química do LA é predominantemente de sais, como cálcio, ferro, fósforo,
FUNCIONALIDADES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO sódio e cloro. Ele também possui vários hormônios, como estradiol, estrona, estriol e
-Protege o feto de traumas mecânicos; corticoides. A composição do LA está relacionada com o diagnóstico de patologias fetais;
-Dissipar as forças uterinas aplicadas sobre o feto; -Durante o primeiro trimestre o LA é formado a partir do plasma materno e pela produção
-Manter a termorregulação; -Imagina-se que o início do LA seja um transudato de plasma, que pode ser produzido pela
-Dar suporte ao crescimento fetal e uterino; via materna ou pela pele do feto ainda não queratinizada;
-Depositar as excretas do feto; -Na segunda metade da gravidez o LA é produzido principalmente pela própria urina
-Possui propriedades bacteriostáticas e auxilia na manutenção do ambiente uterino como do feto, por volta da 11ª semana, quando os rins primitivos (metanefrons) iniciam a
-Permite a movimentação fetal, o que auxilia no desenvolvimento pulmonar e -A produção de LA pode ser feita então, por:
muscular/ósseo dos membros; ⇨ Produção de urina: Sendo que a condição de oligoidramnio é relacionada a
DIAGNÓSTICO
-Pode ser detectado por palpação abdominal da gestante: Diminuição da altura uterina e
partes fetais mais evidentes;
-Realização de USG para fechamento de diagnóstico – o diagnóstico ultrassonográfico
envolve critérios subjetivos e quantitativos, por meio do ILA e MBV;
-Acompanhamento do PBF (perfil biofísico fetal);
ETIOLOGIA
-30% dos casos são idiopáticos – podem ser causados por prolactina decidual ou redução
do volume plasmático materno;
-RPMO (Rotura Pré-Matura das Membranas Ovulares) por infecções uterinas/maternas e
traumas;
-Pré-eclâmpsia, eclâmpsia, trombofilia, tabagismo, anti-inflamatórios, inibidores de enzima
conversora de angiotensina;
-Doenças de insuficiência placentária, como RCIU (Restrição de Crescimento IntraUterino) -Artrogripose;
e doença hipertensiva gestacional; -Síndrome da Banda Amniótica;
-A insuficiência placentária causa o desvio da maior parte do fluxo sanguíneo para as POLIÂMNIO
regiões/órgãos nobres, o que reduz o sangue que passa pelos rins e diminui a diurese;
-Pós datismo;
-Presença de anomalias congênitas fetais, principalmente as que causam menos diurese,
como agenesia renal, e outras malformações do trato renal e urinário, como obstrução
ureteral e rins policísticos;
-Óbito fetal;
-Anomalias cromossômicas;
-O oligoâmnio pode resultar em compressão do cordão umbilical;
-Pode provocar hipoplasia pulmonar
CONDUTA
-Avaliação da idade gestacional;
-Avaliação da integridade das membranas – diagnosticar RPMO por USG;
-Detectar a provável etiologia do processo;
-Avaliar a existência de malformações fetais;
DIAGNÓSTICO
-Avaliar se pode ser feita cirurgia intrauterina para consertar a anomalia fetal;
-A altura do fundo de útero é maior que a esperada para a IG, sendo que a palpação
-Acompanhamento do PBF por meio de Dopplervelocimetria;
abdominal da mãe fica difícil para identificar o feto;
-Em casos de sofrimento fetal, deve-se fazer corticoterapia e interromper a gravidez;
-O diagnóstico também é feito por USG, usando o ILA e o MBV como critérios quantitativos
-Analisar a condição materna, se ela corre risco iminente;
além dos critérios subjetivos;
-A compressão do cordão umbilical pode aumentar os riscos de aspiração meconial e
-O ganho ponderal materno é maior, com sobredistensão uterina e dificuldade de ausculta
sofrimento fetal;
dos BCF;
CONSEQUÊNCIAS/COMPLICAÇÕES RELACIONADAS
ETIOLOGIA
-Hipoplasia pulmonar;
-Diabete Mellitus gestacional ou pré-gestacional da mãe; Objetivo 05: Analisar os riscos ao tabagismo na gestação com as alterações
-Malformações fetais; dos anexos embrionários
-Infecções, incluindo congênitas, como rubéola, citomegalovírus, sífilis, parvovírus; -Pode-se dizer que o feto é um fumante ativo quando a mãe é tabagista;
-Hidropisia imune e não imune; -O tabagismo gestacional está vinculado ao BPN, prematuridade e mortes perinatais;
-Tumores; -O tabagismo pode provocar placenta prévia, episódios de hemorragia materna,
-Alterações placentárias e maternas; abortos e mortes fetais e arritmias fetais
-Aloimunização por Rh; ⇨ Provoca vasoconstrição das artérias placentárias e menor absorção de
-Anemia por doença hemolítica; nutrientes pelo feto, bem como aumento da calcificação;
-Problemas no trato gastro digestório, como atresia esofágica; ⇨ A placenta prévia é mais provável de ser formada em mulheres que já fumam há
-Anencefalia, meroencefalia, hérnia diafragmática, atresia esofágica; muitos anos e que fumem muitos cigarros por dia;
CONDUTA -O DPP ou descolamento prematuro de placenta é uma outra condição gestacional
-Pode-se fazer esvaziamento por amniocentese em caso de desconforto materno – relacionada ao tabagismo.
dispneia progressiva e dor abdominal persistente; ⇨ Isso acontece pois as decíduas basais de mulheres fumantes passam por uma
-Risco de amniorrexe prematura e abrupta – prematuridade; maior processo de isquemia e necrose, com ruptura vascular e hemorragias, o que
SÍNDROME DA BANDA AMNIÓTICA pode induzir ao descolamento da placenta de seu local de implantação;
-A síndrome da banda amniótica (SBA), ou complexo de ruptura da banda amniótica, pode -As mulheres que fumam têm um risco 2 vezes maior de uma gravidez tubária, assim
resultar em uma variedade de defeitos congênitos fetais como de gravidez ectópica em geral;
-A incidência de SBA é de aproximadamente 1 em cada 1.200 nascidos vivos. -Pode haver alteração no desenvolvimento do SNC e síndrome de morte súbita;
-Os defeitos causados pela SBA variam de uma simples constrição digital a defeitos no -Os neonatos de mães fumantes não têm tendência a icterícia, pois os compostos do
couro cabeludo e defeitos craniofaciais e viscerais. tabaco aumentam o processamento de bilirrubina;
-O diagnóstico pré-natal de SBA por ultrassonografia é possível. -Esses neonatos são menos propensos a serem amamentados e quando são ganham peso
-Parecem existir duas possíveis causas desses defeitos: causas exógenas, que resultam da mais lentamente. A nicotina no leite altera os padrões de sono e vigília desses neonatos e
delaminação do âmnio devido à ruptura ou rasgo, levando a uma banda amniótica em provoca alterações hepática e pancreáticas além das pulmonares;
círculo, e causas endógenas, que resultam do rompimento vascular. -As principais alterações que o tabagismo desencadeia se deve ao potencial de restrição
de fluxo sanguíneo do tabaco no leito placentário;
-O cigarro produz substâncias que alteram o metabolismo da mãe e a oxigenação e -Alterações cognitivas e no desenvolvimento psicomotor foram percebidas com o
metabolismo placentário; tabagismo gestacional;
-A nicotina e o monóxido de carbono são os principais compostos nocivos a gestação; -Como o tabaco contém agentes cancerígenos, pode-se associar o tabagismo gestacional a
⇨ A nicotina age no sistema cardiovascular, liberando catecolaminas na circulação risco maior de leucemia durante o crescimento do indivíduo;
da mãe. Isso gera taquicardia, vasoconstrição periférica e uterina e redução do -O tabagismo prejudica o desenvolvimento pulmonar fetal e reduz as vias aéreas, o que
fluxo sanguíneo placentário para o feto, o que é chamado de insuficiência útero provoca alterações respiratórias que podem persistir ao longo da vida;
placentária e causa RCIU; ⇨ Há maior risco de desenvolvimento futuro de doenças cardiovasculares, asma
⇨ O monóxido de carbono é prejudicial, podendo causar hipóxia materna e fetal e brônquica, câncer pulmonar e doença obstrutiva pulmonar;
sofrimento fetal crônico. Isso se desenvolve devido à afinidade desse composto -Gestantes que fumam têm mais risco de abortamento pois ocorre comprometimento
pela hemoglobina fetal e da mãe, levando ao quadro de hipoxemia crônica fetal; do sistema imunológico.
⇨ A hemoglobina fetal possui maior afinidade com o monóxido de carbono do que a ⇨ Isso também se associa ao maior risco de RPMO, pois a alteração e diminuição das
materna, o que torna o feto mais vulnerável a esse composto. A resposta a IgA podem acontecer por infecções locais facilitadas pela toxicidade do tabaco;
hipóxia causada pelo CO é a eritropoiese materna e fetal o que desenvolve maior -Essas mulheres apresentam menores índices de vitamina C no líquido aminótico, isso
viscosidade sanguínea e aumenta os riscos de infarto cerebral no neonato e mau provoca maior risco de RPMO por reduzir a produção de colágeno que compõe essa
desempenho placentário; membrana. A placenta transporta menos aminoácidos com o tabagismo e isso acarreta na
⇨ A alteração de oxigenação dos tecidos provocada pelo CO retarda o crescimento redução da produção de proteínas que compõem o âmnio.
fetal e por isso desencadeia RCIU; -O tabagismo reduz a produção de óxido nítrico, que relaxa a musculatura do miométrio,
⇨ No sistema cardíaco, o CO provoca aumento da frequência cardíaca e isso fazendo com que abortamentos sejam mais propensos de acontecer. O tabagismo também
promove a hipertrofia miocárdica; reduz o fator de ativação de plaquetas, o que provoca também contrações uterinas e
-O tabagismo pode provocar deficiência na absorção de vitamina B12, a falta dessa partos prematuros;
vitamina está associada à prematuridade, redução de leuco e eritropoiese, com anemia, e -A nicotina também pode atravessar as barreiras celulares e chegar ao leite materno, bem
prejuízos no SNC fetal; como provocar a inibição da produção de prolactina e consequente insuficiência na
-O tabagismo também provoca menos retenção hídrica, o que colabora para quadros de produção de leite para adequada nutrição do neonato;
desidratação e de oligoidrâmnio; -O neonato pode ter síndrome de abstinência de nicotina;
-O ideal é que a abstinência de tabaco seja até o período pós amamentação, pois as
doenças materno-infantil reduzem muito;
-A nicotina prejudica a neurogênese a sinaptogênese;
-A nicotina também afeta a frequência cardíaca e as pressões arteriais sistólica e
diastólica da mãe;
-O tabagismo é uma das principais causas de BPN, junto da desnutrição da mãe e da falta
de assistência ao pré-natal;
-As crianças cujas mães fumaram grávidas crescem menos em estatura, têm mais
tendência a asma, diabetes, obesidade e aterosclerose;
-O tabagismo contribui para o maior risco de fendas orofaciais, como a palatina e a
labial;
-Não tem sido relatado na literatura o aumento de malformações congênitas pelo
tabagismo gestacional.
REFERÊNCIAS
-LEOPÉRCIO, Waldir; GIGLIOTTI, Analice. Tabagismo e suas peculiaridades durante a gestação:
uma revisão crítica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 30, n. 2, p. 176-185, 2004.
-MOORE, Keith. L. Embriologia clínica. 10a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
-CORRÊA, M. D. Noções Práticas de Obstetrícia.14ªed. Belo Horizonte,2011
-Fonseca E, Moreira de Sá RA, Eds. Coleção Febrasgo – Medicina Fetal. Elsevier. 2a Ed. 2017.
Problema 04- FECHAMENTO 01 ⇨ A explicação para isso é que, nos heterozigotos, uma proteína estrutural anormal é
formada em todas as células, levando a um fenótipo anômalo,
Objetivo 01: DESCREVER a transmissão das características (Monogênica e ⇨ Já a produção de uma enzima anormal geralmente não gera efeito fenotípico
Poligênica) óbvio nesses indivíduos, porque o limite de segurança nos sistemas enzimáticos
HERANÇA MONOGÊNICA permite função normal, mesmo que apenas um dos alelos produza a enzima
-Apresenta genótipos e fenótipos distribuídos conforme padrões característicos -Atualmente, são conhecidas mais de 20 mil características normais e patológicas que
-AUTOSSÔMICO: O gene se situa nos 22 pares de cromossomos somáticos apresentam herança monogênica obedecendo às leis de Mendel
-LIGADA AO SEXO: O gene se situa nos 2 pares de cromossomos sexuais -1ª LEI DE MENDEL
manifestação externa do genótipo ⇨ O organismo de reprodução sexuada possui genes que ocorrem aos pares e
-GENÓTIPO: Constituição genética de um indivíduo. É o conjunto de genes apenas um membro de cada par é transmitido para a prole
-LÓCUS: Posição ocupada por um determinado gene no cromossomo -2ª LEI DE MENDEL
-ALELOS: Genes que ocupam o mesmo lócus em cromossomos homólogos. Cada ⇨ Os genes de diferentes lócus são transmitidos independentemente e em
indivíduo apresenta um conjunto de genes haploides oriundo do pai e da mãe proporções definidas
-HOMOZIGOTO: Indivíduo com alelos iguais -Mais de 90% dessas características são de herança autossômica, menos de 10% são de
-HETEROZIGOTO: Indivíduo com alelos diferentes herança ligada ao sexo e uma pequena proporção (< 1%) é de herança mitocondrial.
VARIAÇÕES NA EXPRESSÃO DOS GENES -A falta de manifestação fenotípica de um gene pode ser devida a vários fatores:
Codominância ⇨ GENES EPISTÁTICOS: Genes não alélicos que interagem com o gene em questão,
-Quando ambos os alelos de um par de genes se expressam independentemente no suprimindo a manifestação do gene e, assim, tornando-o não penetrante.
heterozigoto, sendo seus fenótipos perfeitamente distinguíveis, diz-se que esses genes são ⇨ GENES MODIFICADORES: Genes não alélicos que alteram a expressão do gene
codominantes. considerado.
-Exemplo: genes A e B do sistema sanguíneo ABO; no heterozigoto AB, há produção de ⇨ IDADE VARIÁVEL NA MANIFESTAÇÃO DE UMA DOENÇA: A doença de Huntington,
ambos os antígenos, A e B. por exemplo, se manifesta em geral a partir dos 40 anos dificultaria a detecção de
Penetrância reduzida uma pessoa portadora do gene se ela morresse antes de sua manifestação, o que
-Penetrância reduzida ou incompleta ou não penetrância de um gene é a ausência de sua apareceria como não penetrância do gene nesse indivíduo.
manifestação no fenótipo
⇨ LIMIAR BIOQUÍMICO VARIÁVEL NA EXPRESSÃO DE UM GENE: em determinados -Em certas doenças, a expansão de repetições de trinucleotídeos ocorre dentro das
indivíduos, esse limiar pode ser mais alto do que em outros, fazendo com que o sequências codificadoras; em outras, em sequências não codificadoras do gene.
gene em questão não manifeste seu efeito. Heterogeneidade Alélica e de Locus
⇨ METODOLOGIA UTILIZADA no exame da característica, ocasionando a não -HETEROGENEIDADE ALÉLICA: Resultado de mutações diferentes no mesmo lócus
detecção de indivíduos portadores do gene -HETEROGENEIDADE DE LOCUS: Mutações em lócus diferentes
Expressividade variável -O reconhecimento de ambos os tipos de heterogeneidade é um aspecto essencial para o
-A expressividade refere-se ao grau com que um gene se manifesta no fenótipo, indo da diagnóstico clínico e o aconselhamento genético.
expressão mais leve à mais grave, ou seja, os sintomas variam de intensidade em HERANÇA POLIGÊNICA
diferentes indivíduos. -Em geral, as características humanas podem ser classificadas em três grupos:
-Por exemplo, em um tipo de polidactilia (OMIM 603596), o número e o tamanho dos dedos CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS OU DESCONTÍNUAS OU MONOGÊNICAS
extras diferem nos indivíduos que possuem o gene correspondente. -Condicionadas por herança monogênica, com fenótipos marcadamente diferentes,
Pleiotropia distribuição populacional descontínua e praticamente sem efeito ambiental.
-Cada gene tem um efeito primário. A partir desse efeito primário, podem surgir CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS OU CONTÍNUAS OU POLIGÊNICAS
consequências diferentes -Se distribuem de maneira contínua na população, apresentando diversos fenótipos
-A pleiotropia corresponde a um gene com efeitos fenotípicos múltiplos intermediários, de um extremo ao outro.
-As síndromes clínicas são bons exemplos de pleiotropia -As diferenças entre os indivíduos colocados ordenadamente, em relação a esses traços,
Antecipação são pequenas e mensuráveis, de modo que sua distribuição populacional se dá segundo
-Em algumas características ou doenças autossômicas dominantes, como, por exemplo, a uma curva normal ou em forma de sino.
distrofia miotônica, a doença tem início mais precoce nos descendentes do que nos -Sua herança é denominada quantitativa ou poligênica, consistindo em MUITOS GENES
genitores ou maior gravidade nas gerações subsequentes. (poligenes) situados em diferentes lócus, cada um com pequenos efeitos sobre a
-Estudos relativamente recentes mostraram que em algumas doenças, como a de característica, produzindo mudanças quantitativas mensuráveis.
Huntington, a distrofia miotônica e a síndrome do X frágil, a antecipação é de fato um -Seus efeitos podem dar-se aumentando ou diminuindo a expressão de um caráter, sendo
fenômeno biológico real, resultante da expansão de repetições de sequências que, em geral, os poligenes têm efeitos aditivos, isto é, cumulativos, nenhum dos genes
específicas de DNA.
sendo dominante ou recessivo em relação aos outros. Esse tipo de herança é bastante a probabilidade de nascer um indivíduo homozigoto, na prole desse casal, é muito
influenciado pelo ambiente. pequena, o que explica também a raridade desses homozigotos na população.
CARACTERÍSTICAS SEMICONTÍNUAS OU QUASE CONTÍNUAS -Em grande parte dos casos, os HOMOZIGOTOS DOMINANTES podem ser mais gravemente
-Apresentam aspectos tanto das características poligênicas quanto das monogênicas, isto afetados pela doença com na hipercolesterolemia genética. Esses indivíduos, apresentam
é, são determinadas por VÁRIOS GENES, COM INFLUÊNCIA AMBIENTAL VARIÁVEL, mas níveis de colesterol mais elevados e doença ateroclesrótica na infância.
apresentam DISTRIBUIÇÃO DESCONTÍNUA na população. CARACTERÍSTICAS
-Seu tipo de herança é denominado MULTIFATORIAL ou COMPLEXA -A característica é AUTOSSÔMICA porque:
Objetivo 02: DIFERENCIAR os padrões de herança genéticas (Autossômica ⇨ Aparece igualmente em homens e mulheres
recessiva, dominante, ligada ao sexo, influenciada pelo sexo, restrita ao sexo, ⇨ Pode ser transmitida diretamente de homem para homem.
são letais em homozigose, quando ocorrer o casamento entre dois heterozigotos, -Presente em dose dupla no genótipo
CARACTERÍSTICAS
-A característica é autossômica porque: -Os cromossomos X e Y, no sexo masculino, apresentam poucas regiões homólogas
⇨ Aparece igualmente em homens e mulheres (pareiam-se apenas pelas pontas dos braços curtos), motivo pelo qual a maioria dos genes
⇨ Pode ser transmitida diretamente de homem para homem situados no X não tem lócus correspondente no Y.
-A característica é recessiva porque: -Além disso, o cromossomo Y apresenta poucos genes, entre os quais os relacionados com
⇨ Há saltos de gerações; a determinação do sexo masculino, genes para estatura, tamanho dentário e
⇨ Os afetados, em geral, possuem genitores normais; portanto, indivíduos não fertilidade.
afetados podem ter filhos afetados; ⇨ Gene HYS, que se relaciona com a produção de um antígeno de membrana,
⇨ Em média, 25% dos irmãos de um afetado são também afetados denominado antígeno H-Y (histocompatibilidade Y)
⇨ A característica aparece em irmandades e não nos genitores ou netos dos ⇨ Gene SRY, que desempenha um papel crítico na determinação do sexo gonadal.
afetados; -Tanto o Y quanto o X possuem lócus para determinação do sexo masculino, parecendo
⇨ Os genitores dos afetados frequentemente são consanguíneos. haver ainda alguns genes em autossomos. Os braços distais dos cromossomos X e Y podem
-O casamento entre indivíduos consanguíneos aumenta a probabilidade de homozigose trocar material durante a meiose humana.
na prole ⇨ A região do cromossomo Y na qual ocorre esse crossing-over é chamada região
⇨ Quanto mais rara for uma característica na população, maior será a frequência de PSEUDOAUTOSSÔMICA, mas o gene SRY, que dispara o processo que leva à
consanguinidade entre os genitores dos afetados diferenciação gonadal masculina, está situado fora dessa região.
-Exemplos de Doenças: ⇨ Entretanto, ocasionalmente, o crossing-over acontece no lado centrométrico do
⇨ Acromatopsia gene SRY, fazendo com que esse fique no cromossomo X, e não no cromossomo Y.
⇨ Hemocromatose Hereditária ⇨ O indivíduo da prole que receber esse cromossomo X será um indivíduo XX com
⇨ Raquitismo dependente de vitamina D fenótipo masculino, e o indivíduo que receber o cromossomo Y será XY com
⇨ Síndrome de Ellis-van Creveld fenótipo feminino, devido respectivamente à presença e à ausência do gene SRY
LIGADO AO SEXO -As MULHERES podem ser HOMOZIGOTAS DOMINANTES, HOMOZIGOTAS RECESSIVAS e
-Corresponde aos genes situados nos cromossomos X e Y HETEROZIGOTAS
-Os HOMENS são HEMIZIGOTOS
HERANÇA RECESSIVA LIGADA AO SEXO
-A característica é ligada ao sexo (ou ligada ao X) porque: -A herança dominante ligada ao X pode ser confundida com a herança autossômica
⇨ Não se distribui igualmente nos dois sexos; dominante, ao exame da prole das mulheres afetadas.
⇨ Não há transmissão direta de homem para homem. ⇨ Ela se distingue, no entanto, pela descendência dos homens afetados: todas as
A característica é recessiva porque: filhas são afetadas, mas nenhum dos filhos o é. Um exemplo de característica
⇨ Há mais homens afetados do que mulheres afetadas normal de herança dominante ligada ao X
⇨ É transmitida por um homem afetado, por intermédio de todas as suas filhas (que -Exemplos:
são apenas portadoras do gene), para 50% de seus netos do sexo masculino; ⇨ Incontinência pigmentar
portanto, os homens afetados são aparentados por intermédio das mulheres ⇨ Raquitismo resistente à vitamina D
heterozigotas; ⇨ Síndrome de Rett
⇨ Os homens afetados geralmente têm filhos e filhas normais INFLUENCIDA PELO SEXO
-Exemplos -São características determinadas por genes autossômicos, que se comportam como
⇨ Daltonismo dominantes em um sexo e recessivos no outro.
⇨ Displasia ectodérmica anidrótica -Essa diferença na expressão pode ser causada por diferenças hormonais e anatômicas
⇨ Distrofia muscular Duchenne (funções presente em somente um dos sexos)
HERANÇA DOMINANTE LIGADO AO SEXO -Exemplos Hormonais:
-A característica é ligada ao sexo (ou ligada ao X) porque: ⇨ Predominância no sexo feminino: o pseudo-hermafroditismo feminino
⇨ Não se distribui igualmente nos dois sexos; ⇨ Predominância no sexo masculino, a calvície (dominante nos homens, recessiva
⇨ Não há transmissão direta de homem para homem. nas mulheres)
-A característica é dominante porque: ⇨ Hemocromatose hereditária.
⇨ Há mais mulheres afetadas do que homens afetados; -Exemplos Anatofuncionais:
⇨ Os homens afetados têm 100% de suas filhas também afetadas, mas 100% de ⇨ No sexo feminino, septo vaginal transverso, desenvolvimento de mamas e
seus filhos do sexo masculino são normais; já as mulheres afetadas podem ter virilização de crianças do sexo feminino afetadas por uma doença endócrina –
50% de seus filhos de ambos os sexos também afetados. hiperplasia adrenal congênita ou síndrome adrenogenital – determinada por um
gene autossômico recessivo
⇨ No sexo masculino, hipogonadismo e puberdade precoce. Nesse último exemplo, o
menino manifesta transformações púberes já aos 4 anos
RESTRITA AO SEXO
-Se cada gene sofrer um pequeno efeito ambiental, os poligenes sofrerão esses efeitos ou pequeno
somados ou multiplicados. -A herdabilidade pode ser definida como a proporção da variação fenotípica resultante de
-Por exemplo, na altura, estão envolvidos metabolismo adequado (que depende de vários diferenças genéticas em relação à variação fenotípica total (que inclui as variações
passos enzimáticos determinados geneticamente), hormônios (também condicionados genética e ambiental). Foi desenvolvida para tentar separar o efeito dos genes e do
haverá fontes de variação: climática, socioeconômica, etc.). -Sua fórmula simplificada é a seguinte: h2 = VG / VG + VA
A semelhança entre parentes pode ser expressa em termos de correlação ou de Risco de recorrência versus sexo do probando
concordância entre gêmeos -Risco de recorrência é o risco de surgimento de um novo afetado em uma família na qual
-Uma das maneiras de se verificar se uma característica é multifatorial é por intermédio de já existe um indivíduo afetado.
-Muitas vezes, o informante é um parente próximo do probando, quando esse está -Todas as pessoas de uma geração são colocadas em uma mesma linha.
impossibilitado de prestar informações sobre a doença ou característica. -Os cônjuges são conectados por uma linha horizontal (linha matrimonial), que deve ser
-Frequentemente, a mãe é a melhor informante, por conhecer dados sobre a gestação, dupla quando forem consanguíneos.
parto, primeiras manifestações da doença na infância ou mais tarde, conforme o caso. -Da linha matrimonial, parte uma linha vertical que se liga à linha da irmandade (linha
-A coleta dessas informações deve ser cuidadosa horizontal paralela à matrimonial), à qual se conecta cada um dos filhos do casal, por meio
⇨ Abranger o maior número de gerações e a maior parte de seus membros de uma pequena linha vertical, por ordem decrescente de nascimento, da esquerda para a
⇨ Abordar dados importantes sobre a doença em questão (p. ex., data de início e direita.
evolução da doença), -As gerações são numeradas com algarismos romanos, colocados em geral à esquerda, em
⇨ Abordar informações sobre os parentes em 1º grau dos afetados (pais, filhos e ordem crescente da mais remota para a mais recente.
irmãos) e outros familiares informativos, consanguinidade, origem étnica -Os indivíduos de cada geração são numerados com algarismos arábicos, colocados acima
-É importante que, na genealogia, estejam representados não só os indivíduos afetados, e à direita do respectivo símbolo, em ordem crescente da esquerda para a direita,
mas também os normais, abortos e natimortos pois o objetivo principal de sua construção repetindo-se essa numeração a cada geração.
é permitir a identificação do tipo de herança da característica em estudo. -O probando, propósito ou caso-índice deve ser assinalado por uma seta.
-Manter sempre atualizada, pois novas informações podem auxiliar na determinação -Quando for o caso, a idade de cada indivíduo da família deve constar abaixo do símbolo
correta do diagnóstico e do prognóstico e propiciar a interpretação mais exata da história correspondente. h. Deverão estar representados não só os indivíduos afetados, mas
familiar também os normais, abortos e natimortos, além dos indivíduos não pertencentes à família,
-A história familiar desempenha um papel central na genética clínica e nos estudos das mas que, de alguma maneira, estão a essa relacionados.
doenças genéticas. VANTAGENS OFERECIDAS PELA CONSTRUÇÃO DE GENEALOGIAS
-Compreensão imediata das relações de parentesco
-Identificação de casos esporádicos (caso isolado em uma família) ou de casos que se Objetivo 04: COMPREENDER daltonismo e hemofilia (pode falar dentro das
repetem em uma genealogia; nessa segunda circunstância, observe se os casos se heranças)
repetem na linha vertical (avós, pais, filhos) ou colateral (irmãos, primos), ou em ambas, DALTONISMO
sua distribuição sexual, idade média do início da doença e ordem de nascimento dos -A denominação de daltonismo foi dada em homenagem ao famoso químico John Dalton,
afetados nas irmandades. que apresentava essa deficiência, e fora o primeiro a perceber que enxergava as cores de
-Detecção da ocorrência de casamentos consanguíneos e sua relação com a manifestação modo diferente das outras pessoas
da doença. -Esse cientista chegou a doar seus globos oculares à ciência, na esperança de que seu
-Fácil reconhecimento dos padrões de herança da doença estudada. estudo revelasse a causa do problema visual
SÍMBOLOS
-O daltonismo é também denominado cegueira parcial para cores
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
-O daltonismo é um distúrbio que envolve os CONES, um dos dois principais tipos de células
da retina.
-Existem dois tipos de células na retina:
⇨ BASTONETES: Mais periféricos e responsáveis pela visão em preto e branco
⇨ CONES: Mais centrais, responsáveis pela visão em cores. São de três tipos, de
acordo com os pigmentos que apresentam
-Distúrbios dicromáticos graves:
⇨ Protanopia: Ausentes os cones para a cor vermelha
⇨ Deuteranopia: Ausentes os cones para a cor verde
⇨ Tritanopia: Ausentes os cones para a cor azul.
-Distúrbios tricromáticos moderados: Números variáveis dos genes presentes para
essas três cores, conferindo caráter mais suave (os três tipos de pigmento encontram-se
presentes, porém a percepção da cor envolvida é enfraquecida, uma vez que não está
totalmente ausente um tipo de cone de cada vez, mas todos se encontram presentes com -Hemofilia A e B são LIGADAS AO X RECESSIVAS
graus variados de produção de pigmento). -Hemostasia: Ativação de fenômenos que buscam o estancamento de uma hemorragia,
⇨ Protanomalia: Alteração na absorção da cor vermelha formando um coágulo
⇨ Deuteranomalia: Alteração na absorção da cor verde ⇨ Vasoconstrição arteriolar: Permite a redução da perda sanguínea
⇨ Tritanomalia: alteração na absorção da cor azul. ⇨ Formação do tampão plaquetário;
FREQUÊNCIA ⇨ Estruturação da rede de fibrina, a partir da polimerização do fibrinogênio,
-Cerca de 8% dos homens têm daltonismo mediante o processo de coagulação do sangue (coágulo sanguíneo);
-0 distúrbio mais frequente é a deuteranomalia, que se encontra presente em 4 a 5% dos ⇨ Estabilização do coágulo, por meio da formação de ligações cruzadas entre as
homens moléculas de fibrina. Cessado o sangramento, é acionado o mecanismo de
-Com exceção dos distúrbios relacionados com a cor azul, os demais distúrbios dissolução do coágulo pelo sistema fibrinolítico, de modo a restabelecer o
dicromáticos e tricromáticos apresentam-se cada um com a frequência de 1% nos fluxo sanguíneo e a permitir os mecanismos de reparo tecidual
homens. -Homeostasia: Controle geral das funções (equilíbrio de íons, etc)
-Sendo menos estudados, os dois tipos de distúrbios relacionados com a cor azul alcançam -Trombose: formação excessiva de coágulos sanguíneos
em conjunto a frequência de 1/500 indivíduos de ambos os sexos, uma vez que o gene -Púrpura Trombocitopênica: Doença em que o indivíduo apresenta baixo número de
correspondente é autossômico. plaquetas
GENÉTICA FORMAÇÃO DO COÁGULO SANGUÍNEO
-Os genes para protanopia, deuteranopia, protanomalia e deuteranomalia localizam-se no -Coágulo: Aglomerado de plaquetas
braço longo do cromossomo X (Xq28) e o gene para tritanopia e tritanomalia localiza-se no -Tampão Hemostático Primário: Agregação Plaquetária
cromossomo 7q31.3-q32 ⇨ Precisam de ser ativadas pelo fator de Von Willebrand
-Os distúrbios tricromáticos moderados são devidos a números variáveis dos genes ⇨ A superfície eletronegativa do colágeno também estimula a agregação plaquetária
presentes para essas três cores. ⇨ Glicoproteína IV: permite a aglomeração plaquetária
HEMOFILIA ⇨ Secreção dos grânulos das plaquetas (Tromboxano A2, Cálcio)
-Deficiências dos diferentes fatores envolvidos no processo de coagulação -Tampão Hemostático Secundário: Gerar fibrina e estabilizar o tampão hemostático
-A maioria é herdada como autossômica recessiva primário por meio da cascata da coagulação
-Endotélio lesionado: Para de expressar a substância anticoagulante (óxido nítrico) pelo
rompimento do fluxo laminar do sangue
⇨ Aumento da expressão de substância pró-coagulantes (fator tecidual): Liberada
pela célula lesada e contribui para a cascata da coagulação
CASCATA DA COAGULAÇÃO
-Doença hepática pode comprometer a hemostasia pela produção dos fatores de
coagulação
-Atuam na formação do tampão hemostático secundário pela fibrina
-Via Comum
⇨ Fator X
⇨ Atua na formação do tampão hemostático secundário
-Via Intrínseca: Fatores que ativam o fator X
⇨ Fator XII (Hageman)
⇨ Fator XI
⇨ Fator IX: Hemofilia B
⇨ Fator VIII: Hemofilia A
⇨ Exame: TP ou TAP
-Via Extrínseca:
⇨ Fator tecidual – Tromboplastina
⇨ É produzido pelo endotélio agredido
⇨ Ativa o fator VII que ativa o X, e, entra na via comum
⇨ Exame: TTP ou TTPa (tempo de tromboplastina) HEMOFILIA A
-Vitamina K e Cálcio: Conversão de pró-trombina em trombina (via comum) -Causada pela deficiência do fator VIII da coagulação: Também é chamado de globulina
anti-hemofílica
-Atinge 1 em cada 5000-10000 indivíduos masculinos sua eficácia. Nesses casos, faz-se uso de imunossupressores, de fator VIIa recombinante e
-Alterações do gene (deleção, mutação e inserção) F8 é a principal causa. Ele está concentrados de complexo protrombínico ativado.
localizado na porção distal do braço longo do cromossomo X HEMOFILIA B (DOENÇA DE CHRISTMAS)
-Clinicamente, essa doença se caracteriza por episódios recorrentes de sangramento que -Deficiência do fator IX, ou fator Christmas, da coagulação
podem ocorrer de maneira espontânea ou em consequência a pequenos traumas, e sua -Quadro clínico semelhante ao da hemofilia A.
gravidade se correlaciona com a extensão da deficiência do fator VIII. -Sua frequência é de 1/100.000 meninos recém-nascidos, sendo de seis a 10 vezes menor
-O sangramento nos espaços articulares causa edema doloroso, e as hemartroses do que a dessa hemofilia.
(hemorragia nas articulações) repetidas levam ao espessamento e à destruição das -O gene F9 (OMIM 300746), do fator VIII, está mapeado no braço longo do cromossomo X
superfícies articulares, resultando em invalidez permanente. (Xq27.1-q27.2), consistindo em oito éxons e estendendo-se ao longo de 34 kb.
-Essa hemorragia também pode ocorrer em outros órgãos, como o cérebro e o sistema -Seu papel na cascata da coagulação sanguínea é ativar o fator X, mediante interações
digestório, sendo causa frequente de morte nesses pacientes. Nas extrações dentárias, com o cálcio, os fosfolipídeos da membrana e o fator VIII.
ocorre sangramento prolongado. -Assim como ocorre com o fator VIII, na hemofilia A, alguns pacientes possuem níveis
reduzidos de fator IX, imunologicamente detectável, outros não apresentam antígeno de
fator IX e alguns ainda têm concentrações normais de antígeno desse fator no plasma,
embora com atividade coagulante anormal.
-Isso está relacionado ao fato de que as principais causas da hemofilia B são DELEÇÕES
EM DIFERENTES SEGMENTOS DO GENE DO FATOR IX. Também as mutações pontuais podem
acarretar quadros clínicos de gravidade variável nessa hemofilia.
-Em recente trabalho, foi identificada uma mutação de sítio de encadeamento (splicing) no
gene F9 como a mutação causadora da “doença Real”, como é apelidada a forma de
-A reposição do fator VIII é feita por meio de preparações derivadas de plasma humano e
hemofilia transmitida pela Rainha Victoria, da Inglaterra, a várias famílias reais europeias,
purificadas por imunoafinidade ou por fator VIII recombinante (reunião de preparações
como as da Rússia e a da Espanha.
comerciais diferentes). Embora essa terapia de reposição seja eficaz na maioria dos casos,
-Também como na hemofilia A, o tratamento de pacientes com deficiência do fator IX por
10 a 15% dos indivíduos tratados desenvolvem anticorpos neutralizantes que diminuem
meio de plasma normal resulta no desenvolvimento de anticorpos específicos contra esse
fator da coagulação em cerca de 1% de todos os casos, ou, aproximadamente, 3% dos
casos graves.
REFERÊNCIAS
-BIANCO, Bianca; MONTAGNA, Erik. Avanços e novas tecnologias para o estudo das doenças
mitocondriais. Einstein (São Paulo), v. 14, p. 291-293, 2016.CASARIN,
-Franciele Cristina Fanhani. O daltonismo: um exemplo de herança ligada ao cromossomo X. 2015
-MARTINS, Alessandra Gomes Pereira. Hemofilia entenda a doença que compromete a coagulação do
sangue. 2014.
-BORGES-OSORIO, Maria Regina et al. Genética humana. 3a ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
-JORDE, L. B.; CAREY, J. C.; BAMSHAD, M. J.; WHITE, R. L. Genética Médica. 5. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010
-PINA-NETO, João Monteiro de. Aconselhamento genético. Jornal de Pediatria, v. 84, p. S20-S26,
2008.
Problema 05- FECHAMENTO 01 ⇨ Herança multifatorial: Fatores genéticos e ambientais agindo em conjunto
-Em 50% a 60% dos defeitos congênitos, a causa é desconhecida. Os defeitos podem ser
Objetivo 01: Compreender como os fatores ambientais (químicos, biológicos e
únicos ou múltiplos e podem apresentar importância clínica maior ou menor
físicos) interferem no desenvolvimento fetal
-Embora o embrião humano esteja bem protegido no útero, muitos agentes ambientais
-Teratologia é o ramo da embriologia envolvido com a produção, a anatomia do
(teratógenos) podem causar alterações do desenvolvimento após a exposição materna a
desenvolvimento e classificação de embriões e fetos mal formados
eles
-Alguns estágios do desenvolvimento embrionário são mais vulneráveis a perturbações que
-TERATÓGENO: Qualquer agente que possa produzir um defeito congênito (anomalia
outros
congênita) ou aumentar a incidência de um defeito na população.
-Até a década de 1940, acreditava-se que os embriões estavam protegidos de agentes
-Fatores ambientais (p. ex., infecções, drogas) podem simular condições genéticas, como
ambientais, como fármacos, vírus e compostos químicos por suas membranas
quando dois ou mais filhos de pais normais são afetados. Um princípio importante é que
extraembrionárias ou fetais (âmnio e córion) e pelas paredes uterina e abdominal das
nem tudo que é familiar é genético.
mães.
-1941: Relatados os primeiros casos bem documentados de que um agente ambiental (vírus
da rubéola) poderia produzir defeitos congênitos graves como catarata, defeitos cardíacos
e surdez, se a infecção por rubéola ocorresse durante o período crítico de desenvolvimento
dos olhos, coração e orelhas.
-Década de 1950: Defeitos graves dos membros e outros distúrbios do desenvolvimento
foram encontrados em recém-nascidos de mães que tinham consumido talidomida no
início da gravidez
-Estima-se que de 7% a 10% dos defeitos congênitos resultem das ações prejudiciais de
fármacos, vírus e toxinas ambientais.
-As causas dos defeitos congênitos são divididas em três categorias amplas:
⇨ Fatores genéticos: Anormalidades cromossômicas.
⇨ Fatores ambientais: Fármacos/drogas, vírus, radiação
-Os fatores ambientais causam 7% a 10% dos defeitos congênitos
-Uma vez que a diferenciação bioquímica precede a diferenciação morfológica, o período
no qual as estruturas são sensíveis à interferência dos teratógenos geralmente precede o
estágio de seu desenvolvimento visível em alguns dias.
-Teratógenos não parecem causar defeitos até que a diferenciação celular tenha
começado; contudo, suas ações iniciais (p. ex., durante as duas primeiras semanas) podem
causar morte do embrião (“PERÍODO DO TUDO OU NADA”)
-Muitos estudos demonstraram que algumas influências hereditárias e ambientais podem
afetar de modo adverso o desenvolvimento embrionário ao alterar os processos
fundamentais
⇨ Compartimento intracelular
⇨ Superfície da célula
⇨ Matriz extracelular
⇨ Ambiente fetal.
-Foi sugerido que a resposta celular inicial possa assumir mais de uma forma (genética,
molecular, bioquímica e biofísica), resultando em diferentes sequências de alterações
celulares
⇨ Morte celular
⇨ Interação celular
⇨ Indução defeituosa
⇨ Redução da biossíntese de substratos
⇨ Prejuízo de movimentos morfogênicos
diferenciação rápida
-Eventualmente, esses diferentes tipos de lesão patológica podem provocar um defeito -PERÍODO CRÍTICO DE DESENVOLVIMENTO DO ENCÉFALO: 3 a 16 semanas, porém o
final desenvolvimento pode ser alterado após essa data porque o encéfalo está sofrendo
⇨ Morte intrauterina diferenciação e crescimento rápido no momento do nascimento. Os teratógenos podem
⇨ Defeitos do desenvolvimento produzir deficiência mental durante os períodos embrionário e fetal
⇨ Retardo do crescimento fetal -DESENVOLVIMENTO DOS DENTES: Continua muito tempo após o nascimento. O
⇨ Perturbações funcionais desenvolvimento dos dentes permanentes pode ser perturbado por tetraciclinas a partir de
-Especula-se que a perturbação da atividade gênica em qualquer estágio crítico poderia 14 semanas de vida fetal até 8 anos após o nascimento
provocar um defeito do desenvolvimento. Essa visão é confirmada por estudos que -SISTEMA ESQUELÉTICO: Também apresenta um período crítico de desenvolvimento
mostram que a exposição de embriões de camundongos e anfíbios ao teratógeno ácido prolongado que se estende até a infância e o crescimento dos tecidos esqueléticos fornece
retinoico (metabólito da vitamina A) altera os domínios da expressão gênica e perturba a uma boa medida do crescimento geral
morfogênese normal -DUAS PRIMEIRAS SEMANAS APÓS A FECUNDAÇÃO: Podem interferir na clivagem do zigoto
PRINCÍPIOS DA TERATOGÊNESE e na implantação do blastocisto e podem causar morte precoce e aborto espontâneo de
PERÍODOS CRÍTICOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO um embrião
-O estágio do desenvolvimento do embrião determina sua suscetibilidade ao teratógeno ⇨ Teratógenos que atuem nas duas primeiras semanas podem matar o embrião ou
-O período mais crítico do desenvolvimento é quando a DIVISÃO CELULAR, A seus efeitos prejudiciais serão compensados por propriedades regulatórias
DIFERENCIAÇÃO CELULAR E A MORFOGÊNESE ESTÃO NO SEU AUGE potentes do embrião inicial
-QUARTA À OITAVA SEMANA:
⇨ A maior parte do desenvolvimento nas primeiras 4 semanas envolve a formação
de estruturas extraembrionárias como o âmnio, a vesícula umbilical e o saco
coriônico
⇨ O desenvolvimento do embrião pode ser prejudicado mais facilmente quando os
tecidos e órgãos estão em formação
⇨ Durante esse período de organogênese, os teratógenos podem induzir defeitos
congênitos importantes.
-PERÍODO FETAL: Defeitos fisiológicos como defeitos morfológicos menores das orelhas ⇨ Fármacos como talidomida induzem defeitos dos membros e outras anomalias
externas e perturbações funcionais como deficiência mental como defeitos cardíacos e renais.
-No início do período crítico de desenvolvimento dos membros, a talidomida causa
defeitos graves, como MEROMELIA, que é uma ausência de partes dos membros superiores
e inferiores. Mais tarde, no período sensível, a talidomida causa defeitos leves a moderados
dos membros como hipoplasia do rádio e da ulna.
DOSE DE FÁRMACOS OU COMPOSTOS QUÍMICOS
-Para que um fármaco seja considerado um teratógeno humano, uma relação
dose-resposta deve ser observada e quanto maior a exposição durante a gravidez, mais
intenso o efeito fenotípico.
GENÓTIPO DO EMBRIÃO
-Inúmeros exemplos em animais experimentais e vários casos suspeitos em seres
humanos mostram que existem diferenças genéticas em resposta ao teratógeno.
-Cada tecido, órgão e sistema de um embrião têm um período crítico no qual seu -Exemplo: A fenitoína é um teratógeno humano bem conhecido.
desenvolvimento pode ser prejudicado ⇨ Entre 5% e 10% dos embriões expostos a essa medicação anticonvulsivante
-O tipo de defeito congênito produzido depende de quais partes, tecidos e órgãos são mais desenvolvem a síndrome fetal da hidantoína
suscetíveis no momento de ação do teratógeno. Vários exemplos mostram como os ⇨ Aproximadamente um terço dos embriões expostos apresenta apenas alguns
teratógenos podem afetar diferentes sistemas orgânicos que estejam se desenvolvendo ao defeitos congênitos
mesmo tempo: ⇨ Mais da metade dos embriões não é afetada
⇨ Altos níveis de radiação ionizante produzem defeitos do SNC (encéfalo e medula -Logo o genótipo do embrião determina se o agente teratogênico prejudicará seu
espinal) e olhos. desenvolvimento.
⇨ A infecção pelo vírus da rubéola provoca defeitos oculares (glaucoma e catarata), AGENTES QUÍMICOS
surdez e defeitos cardíacos. -A teratogenicidade de fármacos varia consideravelmente.
-O uso de medicamentos prescritos e vendidos sem prescrição durante a gravidez é ⇨ Descolamento da placenta
surpreendentemente alto. De 40% a 90% das mulheres consomem pelo menos um ⇨ Aborto espontâneo
medicamento vendido sem prescrição durante a gravidez. ⇨ Prematuridade
-Um relatório feito a partir de uma base de dados de medicamentos prescritos mostra que ⇨ RCIU
gestantes podem receber prescrições de mais de 10 medicamentos. ⇨ Microcefalia
-Vários estudos indicaram que algumas gestantes recebem em média quatro ⇨ Infarto cerebral
medicamentos, excluindo suplementos nutricionais, e que aproximadamente metade ⇨ Anomalias urogenitais
dessas mulheres vai recebê-los durante o período altamente sensível ⇨ Perturbações neurocomportamentais e anormalidades neurológicas.
-O consumo de fármacos tende a ser maior durante o período crítico de desenvolvimento 03- CRACK
entre tabagistas intensos e usuários de álcool -Feito a partir dos restos da cocaína
-As mulheres devem evitar todas as medicações durante o primeiro trimestre, a não -Possui os mesmo efeitos
ser que exista um motivo médico sólido para seu uso e então apenas se os medicamentos 04- ÁLCOOL
forem reconhecidos como razoavelmente seguros para o embrião. -O etanol se distribui pelos tecidos fetais e alcança as mesmas quantidade do sangue
01- MACONHA materno pelo fato das enzimas hepáticas fetais estarem em baixos níveis
-Não há evidências de que a maconha seja um teratógeno humano -O ACETALDEÍDO, principal derivado do metabolismo do etanol é altamente tóxico e passa
-Existe uma indicação de que seu uso durante os primeiros 2 meses de gravidez AFETA O livremente por difusão transplacentária
CRESCIMENTO FETAL E O PESO AO NASCIMENTO -O alcoolismo afeta 1% a 2% das mulheres em idade fértil.
-Os padrões de sono e eletroencefalográfico em recém-nascidos expostos à maconha no -O consumo de níveis moderados e altos de álcool no início da gravidez pode alterar o
período pré-natal se mostram alterados crescimento e a morfogênese do embrião ou do feto.
02- COCAÍNA -Recém-nascidos de mães alcoólicas crônicas exibem um padrão de defeitos específicos,
-Potente estimulador do SNC incluindo
-Gera VASOCONSTRIÇÃO AGRESSIVA e consequente disrupção do desenvolvimento cerebral ⇨ Deficiência de crescimento pré e pós natal
-Droga ilícita mais amplamente usada entre as mulheres em idade fértil. ⇨ Deficiência mental
-Relatos que lidam com os efeitos pré-natais da cocaína incluem ⇨ Hipoplasia do maxilar
⇨ Nariz curto
⇨ Lábio superior fino
⇨ Sulcos palmares anormais
⇨ Defeitos articulares
⇨ Doença cardíaca congênita
-O padrão de defeitos produzido pela síndrome alcoólica fetal (SAF) é detectado em 1 a 2
lactentes a cada 1.000 nascidos vivos
-O consumo moderado de álcool pela mãe (30 a 60 mililitros de álcool por dia) pode
provocar prejuízo cognitivo e problemas comportamentais.
-O conselho mais seguro é a abstinência total de álcool durante a gravidez.
-Um a cada 10.000 recém-nascidos nos Estados Unidos está infectado ⇨ Defeitos faciais (saliência frontal, incluindo protuberância ou tumefação, nariz em
-O Treponema pallidum atravessa rapidamente a membrana placentária com 6 a 8 semanas sela e maxila pouco desenvolvida).
-O feto pode ser infectado durante qualquer estágio da doença ou qualquer estágio da -O vírus da imunodeficiência humana (HIV) causa a síndrome da imunodeficiência
-Geralmente causam infecção fetal séria e defeitos congênitos. -Três momentos de transmissão: Durante a gestação, o parto e o aleitamento
-O tratamento adequado da mãe extermina os micro-organismos, impedindo que -A maioria dos casos de transmissão do vírus da mãe para o feto provavelmente ocorre no
Infecções maternas secundárias -Risco aumentado para transmissão vertical: Carga viral materna elevada, prematuridade,
-Raramente causam doença fetal e defeitos congênitos. -O aleitamento aumenta o risco de transmissão do vírus ao recém-nascido
-A prevenção da transmissão do vírus para mulheres e seus bebês é importante devido aos -A exposição a altos níveis de radiação ionizante pode lesar as células embrionárias,
potenciais efeitos negativos da doença. resultando em morte celular, lesão cromossômica, deficiência mental e deficiência do
-O tratamento com antivirais durante a gestação tem o principal objetivo de evitar a crescimento físico
contaminação do bebê e melhora do quadro sintomatológico da mulher -A gravidade da lesão embrionária está relacionada com
-Os principais fármacos no tratamento de HIV são das categorias B e C de acordo com a ⇨ Dose de radiação absorvida
FDA ⇨ Taxa da dose
09- HERPES SIMPLES ⇨ Estágio do desenvolvimento embrionário ou fetal e que a exposição à radiação
-A infecção materna pelo vírus do herpes simples no início da gravidez aumenta a taxa de ocorreu.
aborto em três vezes. MECANISMO DE AÇÃO
-A infecção após a 20ª semana está associada a uma maior taxa de prematuridade (feto -Efeito direto: alteram estruturalmente os átomos
nascido com idade gestacional menor que 37 semanas) -Efeito indireto: A ionização das moléculas de água levam a formação de radicais livres
-A infecção do feto pelo vírus geralmente ocorre muito tardiamente na gravidez. que são altamente reativos e atacam células vizinhas
-É provável que a maioria das infecções seja adquirida pela mãe pouco antes ou após o -Determinísticos: Perda de função tecidual que acontece até um limiar (efeitos deletérios
parto. superam as recuperação celular)
-Os defeitos congênitos observados em recém-nascidos incluem -Estocásticos: Mutações que podem formar tumores e serem passadas aos descendentes
⇨ Lesões cutâneas ALTERAÇÕES
⇨ Microcefalia -PERÍODO PRÉ-IMPLANTAÇÃO: Menos sensível (falhas na implantação e lei do tudo ou
⇨ Microftalmia nada)
⇨ Espasticidade -ATÉ 8 SEMANAS: Organogênese pode ser afetada, principalmente o sistema nervoso
⇨ Displasia retiniana e deficiência -OITAVA À DÉCIMA SEMANA: Muito sensível pela alta atividade mitótica das células da haste
AGENTES FÍSICOS neuronal (possíveis riscos de retardo mental)
01- RADIAÇÃO -16ª À 25ª SEMANA: Diminuição da sensibilidade do SNC e outros órgãos
-APÓS A 25ª SEMANA: Poucas chances de malformações
-No passado, grandes quantidades de radiação ionizante (centenas a vários milhares de -É usado no tratamento de hipertireoidismo, câncer de tireoide e de próstata.
rads) eram administradas inadvertidamente a embriões e fetos de gestantes que tinham -A tireoide do feto tem mais afinidade aos iodetos do que a da mãe e começa a absorver e
câncer do colo uterino. Em todos os casos, seus embriões apresentaram malformações incorporar iodetos a partir da décima semana de gestação
graves ou morreram -Uma dose fracionada de mais de 12,2 mCi é capaz de destruir a tireoide do feto. Não há
⇨ Retardo do crescimento relatos de efeito deletério imediato em doses usadas em diagnóstico com iodo radioativo,
⇨ Microcefalia mas existe uma possibilidade teórica de indução de carcinoma de tireoide no concepto
⇨ Espinha bífida cística -Há uma recomendação para que as mulheres submetidas a esse tratamento evitem
⇨ Alterações pigmentares na retina engravidar por, pelo menos, 1 ano após o fim do mesmo, para que permita a excreção de
⇨ Catarata todo radionuclídeo residual e também para que haja uma estabilização dos hormônios
⇨ Fenda palatina tireoidianos
⇨ Anormalidades esqueléticas e viscerais -Durante o período de lactação, a glândula mamária utiliza grande quantidade de íons
⇨ Deficiência mental odeto. Assim, recomenda-se a suspensão da amamentação, em caso de administração de
⇨ O desenvolvimento do SNC quase sempre foi afetado. iodo radioativo
-Não existem provas conclusivas de que defeitos congênitos humanos tenham sido 02- HIPERTERMIA
causados por níveis diagnósticos de radiação (menos de 10 rads). A radiação dispersa -Aumento da temperatura anormal
derivada de um exame radiográfico de uma região do corpo que não esteja próxima ao -Altera a divisão celular.
útero (p. ex., tórax, seios nasais e dentes) produz uma dose de apenas alguns milirads, que -No feto, a perda de células é complicada, devido ao crescimento acelerado
não é teratogênica para o embrião ou o feto. -O problema do aumento, no caso de infecções e inflamações, a questão da sauna,
-Contudo, é prudente ter cautela durante exames diagnósticos da região pélvica em bronzeamento artificial, aumento de exercícios.
gestantes (exames radiográficos e exames diagnósticos médicos usando radioisótopos) -Defeito no fechamento do tubo neural.
porque resultam na exposição do embrião a 0,3 a 2 rads. 03- AGENTES MECÂNICOS
-O limite recomendado de exposição materna de corpo inteiro à radiação de todas as -O líquido amniótico absorve pressões mecânicas, protegendo o embrião da maioria dos
fontes corresponde a 500 mrad (0,005 Gy) por todo o período gestacional. traumas externos
IODO RADIOATIVO
-Uma quantidade muito reduzida de líquido amniótico (oligoidrâmnio) pode resultar em -A musculatura uterina, o feto e o líquido amniótico reduzem a velocidade de projéteis e as
uma deformação mecânica dos membros, como hiperextensão do joelho. lesões por armas brancas na mãe. Porém, o prognóstico fetal é sombrio.
-Deslocamento congênito do quadril e pé torto podem ser causados por forças mecânicas, -Gestantes com traumas menores devem, também, ser observadas, pois mesmo em
particularmente em um útero malformado. traumas pequenos pode haver descolamento de placenta e morte fetal.
-Deformações podem ser causadas por qualquer fator que restringe a mobilidade do feto e -Lesões diretas ao feto ocorrem mais no fim da gravidez e estão associadas a traumas
produza compressão prolongada em uma postura anormal maternos de alta gravidade.
-Amputações intrauterinas ou outras anomalias causadas por constrição local durante o -A morte fetal pós-traumática pode ser secundária a dano direto uteroplacentário e fetal
crescimento fetal podem resultar de bandas amnióticas, que são faixas finas ou anéis de (trauma fetal, trauma da placenta ou trauma uterino); efeitos indiretos do trauma
tecido formadas como resultado da ruptura do âmnio durante o início da gravidez materno (morte, hipóxia, hipovolemia, fratura pélvica, TCE); dano iatrogênico
ANATOMOFISIOLOGIA DA GESTANTE (medicamentos, anestesia, procedimentos) ou outros fatores concomitantes (abortamento
-Útero está intrapélvico até a 12ª semana, quando começa a invadir a cavidade peritoneal. espontâneo no primeiro trimestre, abuso materno de substâncias, doença materna ou fetal
⇨ Na 20ª semana alcança a cicatriz umbilical e entre a 34ª e a 36ª alcança o rebordo preexistente, entre outros)
costal. Principais consequências do trauma na gestação
⇨ Nas duas últimas semanas, a cabeça fetal se encaixa na pelve. -HEMATOMA RETROPLACENTÁRIO: a existência de hematoma retroplacentário,
-No primeiro trimestre, o útero tem paredes espessas, e é protegido pelos ossos da pelve. diagnosticado no primeiro trimestre de gestação, parece ter influência sobre o seu
No segundo trimestre, o feto é protegido pela grande quantidade de líquido amniótico. No desfecho. É o que mais se relaciona a desfechos negativos, como descolamento de
terceiro trimestre, o útero apresenta paredes mais finas. placenta e anormalidades da formação placentária, além de doenças hipertensivas
TRAUMAS induzidas pela gestação
Trauma fechado -HEMORRAGIA FETAL INTRACRANIANA: Ocorre principalmente após eventos de trauma
-Pode ocorrer trauma direto ao feto ou indireto, por compressão súbita, desaceleração, materno menor. Em exames de ultrassonografia, o achado predominante em decorrência
efeito de contragolpe ou cisalhamento, que resultam em descolamento de placenta. dessa situação é a hidrocefalia.
-O uso do cinto de segurança de duas pontas -HEMORRAGIA MATERNO-FETAL: No caso de o trauma resultar em hemorragia
Trauma penetrante materno-fetal, pode haver isoimunização Rh em mães Rh negativas, devendo-se fazer
-Com o aumento do útero, as vísceras ficam mais protegidas. tratamento com imunoglobulina Rh
⇨ Todas as gestantes Rh negativas, traumatizadas, devem ser consideradas Objetivo 02: Discutir a classificação dos medicamentos quanto a teratogenia
candidatas ao uso da imunoglobulina Rh nas primeiras 72 horas após o trauma, a segundo a FDA
não ser que este tenha ocorrido longe do útero -A gestação é considerada uma situação de alto risco e o uso de medicamentos nessa
SÍNDROME DAS BRIDAS AMNIÓTICAS etapa deve ser avaliado com cautela
-Também chamada de bandas amniogênicas -O OMS em 2017 lançou o 3° Desafio Global de Segurança do Paciente, com o tema
-Formada por um conjunto de anomalias anatômicas no recém-nascido. Essas anomalias Medicação sem Danos
estão associadas ao estrangulamento de partes fetais dentro do útero, levando a -Os dados de segurança vem de estudos observacionais e notificações aos serviços de
deformações, malformações ou roturas. farmacovigilância
-A incidência dessa síndrome está estimada em 1:1.200 nascidos vivos. FDA
-As constrições de extremidades são os achados mais comuns, e podem ser classificadas -US Food and Drug Administration
em: -É uma agência reguladora ligada ao departamento de saúde do governo norte-americano.
⇨ Constrição simples Em geral, todos os produtos das mais variadas áreas, como alimentos, remédios,
⇨ Constrição associada à fusão de partes distais cosméticos e, até mesmo, produtos para animais, devem passar pela aprovação dessa
⇨ Constrição com deformidade da parte distal agência antes de serem vendidos.
⇨ Constrição levando à amputação do membro ou de parte dele. -Classifica os medicamentos em 5 categorias de acordo com as características de
POSIÇÕES FETAIS CRÔNICAS segurança
-Pressão mútua exercida pelo feto e pela parede uterina, ou pelo formato do -A classificação de 1979 era muito confusa e simplista. Permitia análises rasas por parte
compartimento uterino dos médicos.
-Um importante aspecto desse argumento é que as regiões do corpo mais frequentemente ⇨ Exemplo: Era usual que profissionais avaliassem que medicamentos da classe B,
afetadas pela pressão mecânica devem ser também as que mais apresentam por exemplo, seriam mais seguros que os da classe C, e assim sucessivamente
deformidades
-As partes geralmente mal posicionadas são os membros, enquanto os braços estão
protegidos contra a pressão pela localização da cabeça, posicionada sobre eles. Logo, os
pés são os mais afetados por ficarem presos e posicionados para dentro
fetal potencial, mesmo que baseado em menor nível de evidência, sendo importante que os
profissionais de saúde mantenham-se atualizados quanto à segurança do uso de
medicamentos durante a gestação.
-Adicionalmente, deve-se implementar medidas que permitam a padronização de
protocolos e avaliação multiprofissional da indicação terapêutica de medicamentos antes
de sua prescrição e uso para gestantes
USO SEGURO DE MEDICAMENTOS -Orientar a gestante de que o uso de tratamentos para cessação do tabagismo, incluindo
-Evitar o uso de medicamentos que não sejam realmente necessários, incluindo a adesivos de nicotina, não é seguro durante a gestação, e encaminhá-la para profissionais
prescrição de combinações fixas de fármacos desnecessários (ex.: paracetamol + cafeína; que possam auxiliar no processo com medidas não farmacológicas, como intervenções
-Evitar medicamentos cujo uso possa ser postergado para após a gestação (ex.: -Promover a educação em saúde de gestantes para empoderá-las quanto ao uso de
-Evitar a polifarmácia sempre que possível. -Encorajar gestantes a questionarem profissionais sobre a segurança do uso de
-Evitar tratamentos prolongados e priorizar as terapias de curto prazo. medicamentos durante a gestação e a adotarem os “5 Momentos para o Uso Seguro de
-Orientar gestantes para que o uso de medicamentos seja feito somente quando Medicamentos”, conforme sugerido no folheto do paciente presente no Boletim do ISMP
necessário e com a correta prescrição de profissionais de saúde habilitados. Brasil sobre “Estratégias para Envolver o Paciente na Prevenção de Erros de Medicação”.
desenvolvimento saudável do feto. clínicos, sem deixar de lado o tempo para o diálogo, a escuta subjetiva e as orientações,
-Orientar a gestante para não se automedicar caso apresente dor, cólicas, náusea ou criando uma atmosfera de empatia, confiança e cumplicidade entre a equipe e a gestante,
desconforto, devendo procurar um profissional de saúde para avaliação e tratamento, que previne algumas doenças.
podem incluir medidas farmacológicas seguras durante a gestação, bem como medidas -É importante vacinar-se contra rubéola antes de engravidar. Consulte o seu obstetra
não farmacológicas para minimizar a demanda por medicamentos para seu manejo. quando planejar uma gestação.
-Aconselhar a gestante a participar de grupos de apoio e/ou serviços de práticas -Uso de repelente.
integrativas e complementares, além de encaminhá-la a um pré-natal psicológico, quando -Procure saber, principalmente antes de iniciada a gravidez, a imunidade às outras
necessário, com o objetivo de minimizar riscos envolvidos em quadros depressivos durante doenças infecciosas (citomegalovirose, varicela).
-Evite o contato com animais domésticos, principalmente gatos, durante a gestação.
-Evite comer carnes cruas ou mal passadas durante a gravidez. -Evite o contato com o solo e a terra de jardim; se isso for indispensável, use luvas e lave
-Evitar consumir peixe excessivamente, durante a gravidez, tem o risco de estarem bem as mãos após a
contaminados por mercúrio. atividade
-Evitar fumo, álcool e outras drogas durante a gestação -Evite o contato com fezes de gato no lixo ou no solo;
CONSCIENTIZAÇÃO -Após manusear a carne crua, lave bem as mãos, assim como também toda a superfície
-Maior desafio no manejo com a gestante usuária de drogas é estimular o cuidado de si e que entrou em contato com o alimento e todos os utensílios utilizados;
do outro (do bebê) -Não consuma leite e seus derivados crus, não pasteurizados, sejam de vaca ou de cabra;
⇨ Objetivo: fazer com que a mãe enxergue a proporção -Proponha que outra pessoa limpe a caixa de areia dos gatos e, caso isso não seja possível,
-O profissional de saúde precisa colocar-se como parceiro, oferecendo a possibilidade de tente limpá-la e trocá-la diariamente utilizando luvas e pazinha;
que o prazer em ser mãe possa substituir o prazer pelo uso da droga. Muitas vezes, o -Alimente os gatos com carne cozida ou ração, não deixando que eles façam a ingestão de
cuidado do outro é um estímulo para o cuidado de si. Assim, lançar mão de espaços de caça;
escuta e reflexão sobre a maternidade é um primeiro e fundamental passo. Objetivo 04: Discutir as questões psicológicas, sociais, éticas e legais que
-Fazer com que essa mãe seja bem informada/orientada sobre os danos que podem envolvem o abortamento e a gravidez associada à anomalias cromossômicas
acontecer no Brasil (Direcionar para a permissão do aborto em casos de anomalia
-O auxílio no processo de se constituir mãe, pai, avô e avó é sempre mais potente e cromossômicas no Brasil)
duradouro. -O abortamento representa um grave problema de saúde pública, com maior incidência em
- Evitar lugares que possuem o perigo de serem expostas a radiação. países em desenvolvimento, sendo uma das principais causas de mortalidade materna no
-Ingestão de vitaminas e ácido fólico. mundo, inclusive no Brasil.
TOXOPLASMOSE -Sua discussão, notadamente passional em muitos países, envolve uma intrincada teia de
-Lave as mãos ao manipular alimentos, lavar bem frutas, legumes e verduras antes de se aspectos legais, morais, religiosos, sociais e culturais
alimentar; ⇨ Vulnerabilidades como desigualdade de gênero, normas culturais e religiosas,
-Não faça a ingestão de carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas, incluindo embutidos desigualdade de acesso à educação, e múltiplas dimensões da pobreza fazem com
(salame, copa etc.);
que o abortamento inseguro atinja e sacrifique, de forma mais devastadora, ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito,
mulheres de comunidades pobres e marginalizadas. vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas” (Art. 226, §
-O abortamento espontâneo ocorre em aproximadamente (10 a 15%) das gestações e 7º).
envolve sensações de perda, culpa pela impossibilidade de levar a gestação a termo, ⇨ A Lei nº 9.263/96 o define como o conjunto de ações de regulação da fecundidade
além de trazer complicações para o sistema reprodutivo, requerendo uma atenção técnica que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela
adequada, segura e humanizada mulher, homem ou casal.
-Outros 10% dos abortamentos atendidos em nossos hospitais são provocados pelas mais CÓDIGO PENAL, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA
diferentes formas, já que, para um grande contingente de mulheres, o abortamento resulta -Não é crime e não se pune: o abortamento praticado por médico se:
de necessidades não satisfeitas de planejamento reprodutivo, envolvendo a falta de ⇨ Não há outro meio de salvar a vida da mulher (Art. 128, I);
informação sobre anticoncepção, dificuldades de acesso aos métodos, falhas no seu uso, ⇨ Gravidez é resultante de estupro (ou outra forma de violência sexual), com o
uso irregular ou inadequado, e/ou ausência de acompanhamento pelos serviços de saúde. consentimento da mulher ou, se incapaz, de seu representante legal (Art. 128, II)
-É preciso destacar que, para muitas mulheres, a gestação que motiva o abortamento -A jurisprudência brasileira tem autorizado a interrupção de gravidez nos casos de
resulta de violência sexual, seja por desconhecido, seja cometida pelo parceiro ou outro malformação fetal com inviabilidade de vida extrauterina, com o consentimento da mulher.
membro em âmbito doméstico e/ou intrafamiliar. Nesses casos, o abortamento é um direito da mulher.
LEGISLAÇÃO Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes
-A legislação brasileira incorpora os direitos humanos internacionais e prevê princípios e -Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes
normas éticas e jurídicas relacionadas à prevenção da gestação indesejada e ao ⇨ O Código Penal não exige qualquer documento para a prática do abortamento
abortamento. nesses casos, e a mulher violentada sexualmente não tem o dever legal de noticiar
São elas: o fato à polícia. Deve-se orientá-la a tomar as providências policiais e judiciais
CONSTITUIÇÃO FEDERAL cabíveis, mas caso ela não o faça, não lhe pode ser negado o abortamento.
-Igualdade: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações” (Art. 5, I), inclusive no -O(a) médico(a) e demais profissionais de saúde não devem temer possíveis consequências
que se refere à “sociedade conjugal” (Art. 226, § 3º). jurídicas, caso revele-se posteriormenteque a gravidez não foi resultado de violência
-Planejamento familiar: “fundado no princípio da dignidade da pessoa humana e da sexual, pois “é isento de penaquem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima” (Código Penal, Art. 20, Público, pois o sigilo na prática profissional da assistência à saúde é um dever legal e ético,
§1º). salvo para proteção da usuária e com o seu consentimento.
CÓDIGO CIVIL ⇨ O não cumprimento da norma legal pode ensejar procedimento criminal, civil e
-O consentimento da mulher é necessário para o abortamento em quaisquer ético-profissional contra quem revelou a informação, respondendo por todos os
circunstâncias, salvo em caso de iminente risco de vida estando a mulher danos causados à mulher.
impossibilitada para expressar seu consentimento. -É crime: “revelar alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão de
-De acordo com o Código Civil arts. 3º, 4º, 5º, 1631, 1690, 1728 e 1767 – Código Civil: função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem”
⇨ A partir dos 18 anos: a mulher é capaz de consentir sozinha; (Código Penal, art. 154).
⇨ A partir dos 16 e antes dos 18 anos: a adolescente deve ser assistida pelos pais -Constituição Federal: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
ou por seu representante legal, que se manifestam com ela; das pessoas, assegurado o direito à indenização material ou moral decorrente de sua
⇨ Antes de completar 16 anos: a adolescente ou criança deve ser representada violação” (Art. 5º, X).
pelos pais ou por seu representante legal, que se manifestam por ela. Quanto à criança e ao adolescente
-A outra circunstância em que é necessário o consentimento de representante legal -Código de Ética Médica: “é vedado ao médico revelar segredo profissional referente à
(curador/a ou tutor/a) refere-se à mulher que, por qualquer razão, não tenha condições de paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor
discernimento e de expressão de sua vontade. tenha capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para
-De qualquer forma, sempre que a mulher ou adolescente tiver condições de discernimento solucioná-los, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente” (Artigo 74 –
e de expressão de sua vontade, deverá também consentir, assim como deverá ser Resolução CFM nº 1.931, de 17 de setembro de 2009 – Código de Ética Médica).
respeitada a sua vontade se não consentir com o abortamento, que não deverá ser -Estatuto da Criança e do Adolescente: a) considera-se criança a pessoa menor de 12
praticado, ainda que os seus representantes legais assim o queiram. anos de idade; e adolescente, a partir dos 12 e antes de completar 18 anos; e b) deve
ÉTICA PROFISSIONAL prevalecer o princípio do respeito à sua opinião e vontade.
Do sigilo profissional -A assistência à saúde de crianças ou adolescentes menores de 18 anos em abortamento
-Diante de abortamento espontâneo ou provocado, o(a) médico(a) ou qualquer profissional deve, pois, submeter-se ao princípio da proteção integral.
de saúde não pode comunicar o fato à autoridade policial, judicial, nem ao Ministério ⇨ Se a revelação for feita para preservá-la de danos, estaria afastado o crime de
revelação de segredo profissional
⇨ Entretanto, a revelação do fato também pode acarretar prejuízos ainda mais -Em caso de omissão, o(a) médico(a) pode ser responsabilizado(a) civil e
graves, como o seu afastamento do serviço de saúde e perda da confiança nos criminalmente pela morte da mulher ou pelos danos físicos e mentais que ela venha a
profissionais que a assistem. sofrer, pois podia e devia agir para evitar tais resultados (Código Penal, art. 13, § 2º).
⇨ A decisão, qualquer que seja, deve estar justificada no prontuário da adolescente. -É dever do(da) médico(a) informar à mulher sobre suas condições e direitos e, em caso
Da objeção de consciência que caiba a objeção de consciência, garantir a atenção ao abortamento por outro(a)
-Código de Ética Médica: “o médico deve exercer a profissão com ampla autonomia, não profissional da instituição ou de outro serviço.
sendo obrigado a prestar serviços profissionais a quem ele não deseje, salvo na ausência -Não se pode negar o pronto atendimento à mulher em qualquer caso de abortamento,
de outro médico, em casos de urgência, ou quando sua negativa possa trazer danos afastando-se, assim, situações de negligência, omissão ou postergação de conduta que
irreversíveis ao paciente” (art. 7º). violem os direitos humanos das mulheres.
⇨ É seu direito “indicar o procedimento adequado ao paciente observado as práticas -É dever do Estado manter, nos hospitais públicos, profissionais que realizem o
reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes no país” (art. abortamento. Caso a mulher venha a sofrer prejuízo de ordem moral, física ou
21) e “recusar a realização de atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam psíquica em decorrência da omissão, poderá haver responsabilização pessoal e/ou
contrários aos ditames de sua consciência” (art. 28). institucional.
-É vedado “descumprir legislação específica nos casos de transplante de órgãos ou tecidos, OBRIGAÇÕES INSTITUCIONAIS:
esterilização, fecundação artificial e abortamento” (art. 43) e “efetuar qualquer É OBRIGAÇÃO da INSTITUIÇÃO oferecer aos usuários do SUS todos os seus direitos, inclusive
procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de o da interrupção das gestações nos casos previstos em Lei
seu responsável legal, salvo em iminente perigo de vida” (art. 48). -Qualquer forma de exposição ou negação dos serviços a que tem direito podem ser
Não cabe objeção de consciência: requeridos e/ou questionados à luz da justiça. Portanto é importante que os gestores e
-Em caso de necessidade de abortamento por risco de vida para a mulher; diretores clínicos estejam preparados para a implementação destes serviços nos
-Em qualquer situação de abortamento juridicamente permitido, na ausência de outro(a) hospitais públicos do País.
médico(a) que o faça e quando a mulher puder sofrer danos ou agravos à saúde em razão MODELO HUMANIZADO
da omissão do(a) médico(a); -Para que esse modelo possa ser implantado faz-se necessária a inclusão dos seguintes
-No atendimento de complicações derivadas de abortamento inseguro, por se tratarem de elementos essenciais:
casos de urgência.
⇨ Rede integrada com a comunidade e com os prestadores de serviço para a -Em todo caso de abortamento, a atenção à saúde da mulher deve ser garantida
prevenção das gestações indesejadas e do abortamento inseguro, para a prioritariamente, provendo-se a atuação multiprofissional e, acima de tudo, respeitando a
mobilização de recursos e para a garantia de que os serviços reflitam as mulher na sua liberdade, dignidade, autonomia e autoridade moral e ética para decidir,
necessidades da comunidade e satisfaçam suas expectativas. afastando-se preconceitos, estereótipos e discriminações de quaisquer natureza, que
⇨ Acolhimento e orientação para responder às necessidades de saúde mental e possam negar e desumanizar esse atendimento.
física das mulheres, além de outras preocupações que possam surgir. -Diante de um caso de abortamento inseguro, adote, do ponto de vista ético, a conduta
⇨ Atenção clínica adequada ao abortamento e suas complicações, segundo necessária: “Não fazer juízo de valor e não julgar”, pois o dever de todos os profissionais
referenciais éticos, legais e bioéticos. de saúde é acolher condignamente e envidar esforços para garantir a sobrevivência da
⇨ Oferecimento de serviços de planejamento reprodutivo às mulheres mulher e não causar quaisquer transtornos e constrangimentos.
pós-abortamento, inclusive orientações para aquelas que desejam nova gestação. ACOLHIMENTO
⇨ Integração com outros serviços de atenção integral à saúde e de inclusão social -A mulher que chega ao serviço de saúde em situação de abortamento espontâneo,
para as mulheres. induzido ou provocado, está passando por um momento difícil e pode ter sentimentos de
-A atenção humanizada às mulheres em abortamento pressupõe o respeito aos princípios solidão, angústia, ansiedade, culpa, autocensura, medo de falar, de ser punida, de ser
fundamentais da Bioética (ética aplicada à vida): humilhada, sensação de incapacidade de engravidar novamente.
⇨ Autonomia: direito da mulher de decidir sobre as questões relacionadas ao seu -Todos esses sentimentos se misturam no momento da decisão pela interrupção, sendo
corpo e à sua vida; que para a maioria das mulheres, no momento do pós-abortamento, sobressai o
⇨ Beneficência: obrigação ética de se maximizar o benefício e minimizar o dano sentimento de alívio.
(fazer o bem); -Acolhimento é o tratamento digno e respeitoso, a escuta, o reconhecimento e a aceitação
⇨ Não maleficência: a ação deve sempre causar o menor prejuízo à paciente, das diferenças, o respeito ao direito de decidir de mulheres e homens, assim como o
reduzindo os efeitos adversos ou indesejáveis de suas ações (não prejudicar) acesso e a resolubilidade da assistência à saúde.
⇨ Justiça: o(a) profissional de saúde deve atuar com imparcialidade, evitando que -A escuta, é fundamental considerar a atenção psicossocial às mulheres em abortamento,
aspectos sociais, culturais, religiosos, morais ou outros interfiram na relação com integrando assistentes sociais e psicólogos no atendimento
a mulher. ⇨ Deve-se considerar que os enfoques da psicologia e do serviço social podem ser
diferenciados no trato das questões emocionais, relacionais e sociais.
⇨ A enfermagem também tem um papel diferenciado por estar presente na porta de ⇨ Identificar as reações do grupo social (famílias, amigos, colegas) em que está
entrada, durante o procedimento obstétrico e na fase de recuperação clínica da envolvida/inserida.
mulher na unidade de saúde. ⇨ Perguntar sobre o contexto da relação em que se deu a gravideze as possíveis
-É responsabilidade da equipe: repercussões do abortamento no relacionamentocom o parceiro.
⇨ Respeitar a fala da mulher, lembrando que nem tudo é dito verbalmente, ⇨ Conversar sobre gravidez, aborto inseguro, menstruação, saúdereprodutiva e
auxiliando-a a contatar com os seus sentimentos e elaborar a experiência vivida, direitos sexuais e reprodutivos.
buscando a autoconfiança. ABORTAMENTO AUTORIZADO
⇨ Organizar o acesso da mulher, priorizando o atendimento de acordo com -No Brasil, o abortamento é crime previsto pelo Código Penal nos artigos 124, 125 e 126, com
necessidades detectadas. penalidades para a mulher e para o médico que o praticam
⇨ Identificar e avaliar as necessidades e riscos dos agravos à saúde em cada caso, -No entanto, de acordo com o Decreto-Lei 2848, de 7 de dezembro de 1940, e com os
resolvendo-os, conforme a capacidade técnica do serviço, ou encaminhando para incisos I e II do artigo 128 do Código Penal Brasileiro, não é crime e não se pune o aborto
serviços de referência, grupos de mulheres e organizações não governamentais praticado por médico quando não há outro meio de salvar a vida da gestante ou quando a
(ONGs) feministas. gravidez resulta de estupro ou, por analogia, de outra forma de violência sexual
⇨ Dar encaminhamentos aos problemas apresentados pelas mulheres, oferecendo -O aborto deve ser precedido de consentimento da gestante ou, quando inca‑ paz, de seu
soluções possíveis e priorizando o seu bem-estar e comodidade. representante legal.
⇨ Garantir a privacidade no atendimento e a confidencialidade das informações. -Além disso, em 13 de abril de 2012, o Poder Judiciário deliberou positivamente sobre o
⇨ Realizar os procedimentos técnicos de forma humanizada e informando às aborto de fetos anencéfalos, dando direito à mulher de optar em proceder ou não com o
mulheres sobre as intervenções necessárias. aborto em casos de absoluta inviabilidade de vida extra-uterina. Contudo, estes casos
-Para os profissionais de saúde mental e serviço social: ainda não estão previstos em leI
⇨ Prestar apoio emocional imediato e encaminhar, quando necessário, para o LEI DO MINUTO SEGUINTE
atendimento continuado em médio prazo. -LEI Nº 12.845, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
⇨ Reforçar a importância da mulher respeitando o estado emocional em que se ArtIgo Primeiro
encontra, adotando uma postura auto compreensiva,que busque a autoestima. -Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento emergencial,
integral e multidisciplinar, visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e
psíquicos decorrentes de violência sexual, e encaminhamento, se for o caso, aos serviços -§3o: Cabe ao órgão de medicina legal o exame de DNA para identificação do agressor.
de assistência social. REFERÊNCIAS
Artigo Segundo -Manual de Teratogênese da Febrasgo 2011
-Considera-se violência sexual, para os efeitos desta Lei, qualquer forma de atividade -MOORE, K.L. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016
sexual não consentida. -EICKMANN, Sophie Helena et al. Síndrome da infecção congênita pelo vírus Zika. Cadernos
Artigo Terceiro de Saúde Pública, v. 32, p. e00047716, 2016.
-O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS, -SALLES, Bruno; CAMILO, Felipe Fidelis; DELMORO, Ana Carolina. Gravidez e citocinas
compreende os seguintes serviços: inflamatórias, uma correlação com o COVID 19-Revisão sistemática. Acta Farmacêutica
⇨ Diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais Portuguesa, v. 10, n. 1, p. 19-31, 2021.
áreas afetadas; -FORATORI-JUNIOR, Gerson Aparecido et al. COVID-19 e sua relação com a gravidez e
⇨ Amparo médico, psicológico e social imediatos; neonatos: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 21, p.
⇨ Facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina 697-727, 2021.
legal e às delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à -PEDROSO, Daniela. Aborto e saúde mental. Ciência e Cultura, v. 64, n. 2, p. 38-39, 2012.
identificação do agressor e à comprovação da violência sexual; -MALAGOLI, Bruna Gomes et al. Boletim do Uso de Seguro de Medicamentos na Gravidez
⇨ Profilaxia da gravidez; ISMP. 2019.
⇨ Profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST; -CONCEIÇÃO, Joseni Santos da et al. Conhecimento dos obstetras sobre a transmissão
⇨ Coleta de material para realização do exame de HIV para posterior vertical da hepatite B. Arquivos de Gastroenterologia, v. 46, p. 57-61, 2009.
acompanhamento e terapia; -BRASIL. Atenção ao Pré-Natal de Baixo Risco Brasília: Ministério da Saúde.2012
⇨ Fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os -AGUIAR, Brunno Henrique Kill et al. A legislação sobre o Aborto nos Países da América
serviços sanitários disponíveis. Latina: uma Revisão Narrativa. Comunicação Em Ciências Da Saúde, 2019.
-§1o: Os serviços de que trata esta Lei são prestados de forma gratuita aos que deles -MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção Humanizada ao Abortamento – Norma Técnica. 2ª Edição.
necessitarem. 2011
-§2o: No tratamento das lesões, caberá ao médico preservar materiais que possam ser -Lei 12.845 no site do Planalto
coletados no exame médico legal.
Problema 05- FECHAMENTO 02 -Geralmente, os portadores de síndromes parecem mais com outras pessoas que tenham a
mesma anormalidade cromossômica do que com seus próprios irmãos. Esse aspecto
Objetivo 01: Explicar as variações cromossômicas (mutação, variação característico resulta de um DESEQUILÍBRIO GENÉTICO
polimórfica, rearranjos e aneuploidias) bem como a recombinação gênica e a -Fatores genéticos iniciam defeitos por meios BIOQUÍMICOS ou de outros tipos em níveis
-Os fatores genéticos constituem as causas mais importantes dos defeitos congênitos MUTAÇÃO
⇨ Genes Mutantes causam aproximadamente ⅓ de todos os defeitos -Uma mutação, geralmente envolvendo perda ou alteração da função de um gene, é
⇨ Aberrações cromossômicas ocorrem em 6 a 7% dos zigotos qualquer ALTERAÇÃO PERMANENTE e CAPAZ DE SER HERDADA na sequência do DNA
-A maioria dos embriões inicialmente anormais nunca sofrerá a clivagem normal para se genômico.
transformar em blastocistos -Uma vez que uma alteração aleatória tem pouca probabilidade de provocar melhora no
⇨ Estudos in vitro sobre zigotos em clivagem com menos de 5 dias de idade desenvolvimento, a maioria das mutações é prejudicial e algumas são letais
revelaram uma alta incidência de anormalidades -A taxa de mutação pode ser aumentada por vários agentes ambientais, como altas doses
⇨ Mais de 60% dos zigotos em clivagem no dia 2 foram considerados anormais. de radiação ionizante.
Muitos zigotos, blastocistos e embriões de 3 semanas de idade defeituosos sofrem -Os defeitos resultantes de mutações gênicas são herdados de acordo com as leis
aborto espontâneo, e a frequência geral de aberrações cromossômicas nesses mendelianas
embriões corresponde a no mínimo 50%. ⇨ Podem ser feitas previsões sobre a probabilidade de sua ocorrência nos filhos das
-Tipos de alterações ocorrem nos complementos cromossômicos: NUMÉRICAS e pessoas afetadas e em outros parentes.
ESTRUTURAIS ⇨ Um exemplo de defeito congênito herdado de modo dominante é a acondroplasia
⇨ Podem afetar os cromossomos sexuais ou os autossomos (os outros cromossomos ⇨ Outros defeitos, como hiperplasia suprarrenal congênita e a microcefalia são
além dos cromossomos sexuais). atribuídas a herança autossômica recessiva
⇨ Em alguns casos, os dois tipos de cromossomos são afetados. ⇨ Os genes autossômicos recessivos se manifestam apenas quando homozigotos;
-Pessoas com aberrações cromossômicas geralmente apresentam fenótipos como consequência, muitos portadores desses genes (heterozigotos) não são
característicos (características morfológicas) detectados.
-Vários distúrbios genéticos são causados por EXPANSÃO DE TRINUCLEOTÍDEOS
⇨ Combinação de três nucleotídeos adjacente sem genes específicos ⇨ Os mecanismos das alterações epigenéticas não são totalmente claros, porém a
-Outros exemplos incluem distrofia miotônica, doença de Huntington, atrofia espinobulbar modificação dos fatores de transcrição, metilação de DNA e modificação de
(síndrome de Kennedy), ataxia de Friedreich e outros. histonas podem ser centrais na alteração de eventos do desenvolvimento
-O genoma humano compreende um número estimado de 20.000 a 25.000 genes por ⇨ Vários defeitos congênitos, incluindo problemas do neurodesenvolvimento (p.
conjunto haploide ou 3 bilhões de pares de bases. ex., distúrbios do espectro autista), podem ser o resultado de uma alteração da
⇨ Devido à colaboração entre o Projeto Genoma Humano e pesquisas internacionais, expressão gênica decorrente de compostos químicos ambientais, drogas e
muitas mutações de genes causadoras de doenças e defeitos congênitos foram e estresse materno ou alteração da nutrição em vez de alterações das
continuarão a ser identificadas sequências do DNA.
⇨ A maioria dos genes será sequenciada e sua função específica determinada. GENES HOMEOBOX
-A determinação das causas de defeitos congênitos requer uma compreensão maior da -São encontrados em todos os vertebrados
EXPRESSÃO GÊNICA no início do desenvolvimento -Eles estão envolvidos no início do desenvolvimento embrionário e especificam a
⇨ GENES DE MANUTENÇÃO: Expressos em uma ampla variedade de células e estão identidade e arranjo espacial dos segmentos corporais
envolvidos nas funções metabólicas celulares básicas, como síntese de ácidos -Os produtos proteicos desses genes ligam-se ao DNA e formam fatores de transcrição
nucleicos e proteínas, biogênese do citoesqueleto e organelas e transporte de que regulam a expressão gênica
nutrientes e outros mecanismos celulares -Mutações nesses genes são associadas à alguns distúrbios
⇨ GENES ESPECIALIZADOS: Expressos em momentos específicos em células
específicas e definem as centenas de tipos celulares que constituem o organismo
humano
-A regulação da expressão gênica é, geralmente, obtida por FATORES DE TRANSCRIÇÃO que
se ligam a elementos reguladores ou promotores de genes específicos.
-A REGULAÇÃO EPIGENÉTICA refere-se a alterações do fenótipo (aspecto) ou da expressão
gênica causadas por outros mecanismos além de alterações das sequências de DNA VIAS DE SINALIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
-Incidência: 1/5000 nascimentos com predominância no sexo feminino ⇨ Translocação: 47, XY, t(14.13) (14q;13q)
-Síndrome do miado do gato de Turner), quando pode ser rastreado, ocorre no gameta paterno
-Cariótipo: 46, XX/XY, 5p- ou del(5p) (espermatozoide) em aproximadamente 75% dos casos; é o cromossomo X
-Causa: Alteração estrutural por deleção terminal do braço curto do cromossomo 5 paterno que geralmente está ausente
-Hipotonia
-Choro fraco (miado de gato)
-Face arredondada
-Problemas oculares e cardíacos
CARACTERÍSTICAS
-Incidência: 1/8000 de nascimentos vivos
-Menos de 150.000 casos por ano no Brasil
-Puberdade tardia
-Infertilidade
-Malformações cardíacas
-Podem apresentar dificuldades cognitivas
-As características sexuais secundárias não se desenvolvem em 90% das mulheres
afetadas e a reposição hormonal é necessária
-A anormalidade cromossômica da monossomia do X é a anormalidade citogenética mais
comum observada em fetos abortados espontaneamente
⇨ Representa aproximadamente 18% de todos os abortos causados por -Causa: Trissomia do cromossomo sexual X em homens
anormalidades cromossômicas. -Cariótipo: 47, XXY
⇨ Pode apresentar variações de mosaicos em 15% dos casos
⇨ Variações: Adições de cromossomos X inativado que causam fenótipos mais
graves proporcionais aos números de X
CARACTERÍSTICAS
-Incidência: 1/1000 nascimentos do sexo masculino
-Estatura geralmente elevada
⇨ Envergadura maior que a estatura
-Infertilidade
-Hipogonadismo
-Distribuição de gordura e pêlos corpóreos com características femininas
SÍNDROME DE KLINEFELTER -Ginecomastia
-Testículos atrofiados sem espermatozóides ⇨ Essa expansão da repetição de trinucleotídeos para mais de 200 representa uma
SÍNDROME DO X FRÁGIL mutação completa
⇨ A metilação ocorre na região promotora do gene e inativa o locus do FMR1
suprimindo a transcrição do RNAm que elimina a produção protéica. Isso explica
as alterações mentais, pois esse gene que codifica a proteína da deficiência
mental dessa síndrome
CARACTERÍSTICAS
-Incidência:
⇨ 1/4.000 nascimentos do sexo masculino
⇨ 1/6000 nascimentos do sexo feminino
-A síndrome do X frágil é a segunda causa hereditária mais comum de deficiência
intelectual moderada após a síndrome de Down
-Ela é um dos mais de 200 distúrbios ligados ao X associados ao comprometimento mental.
-Distúrbios do espectro autista são prevalentes nessa condição.
-O diagnóstico dessa síndrome pode ser confirmado por análise cromossômica
demonstrando o cromossomo X frágil em Xq27.3, ou por estudos de DNA demonstrando uma
expansão dos nucleotídeos CGG em uma região específica do gene FMR1
-Indivíduos apresentam
⇨ Face alongada
⇨ Orelhas grandes
-Cariótipo: 46, X fra (X) (q27.3) ⇨ Macrorquidia (testículos aumentados)
-Causa: Expansão de nucleotídeos (duplicação) na região do longo do cromossomo X por ⇨ Capacidade intelectual diminuída
metilação SÍNDROME DE PRADER-WILLI
Causa: Microdeleção no cromossomo autossômico 15
-Síndrome dismórfica relativamente comum caracterizada por obesidade, hábitos
alimentares excessivos e indiscriminados, mãos e pés pequenos, baixa estatura,
hipogonadismo e retardo mental
-Em aproximadamente 70% dos casos da síndrome existe uma deleção genética
envolvendo a porção proximal do braço longo do cromossomo 15 (15q11- q13), ocorrendo
somente no cromossomo 15 herdado do pai do paciente Objetivo 03: Compreender os exames diagnósticos para anomalias genéticas e
-Portanto, os genomas desses pacientes possuem a informação genética no 15q11-q13 que o acolhimento multiprofissional diante de um diagnóstico.
deriva somente das suas mães. PROCEDIMENTOS NÃO INVASIVOS
-Dissomia Uniparental: 30% dos casos
ULTRASSONOGRAFIA
⇨ Indivíduo apresenta dois cromossomos normais herdados da mãe, ou seja, vieram
-A ultrassonografia é uma técnica diagnóstica que permite avaliação anatômica da
de somente um genitor
gestação
SÍNDROME DE ANGELMAN
-O método empregado isoladamente (exame de ultrassom) permite o diagnóstico de
-Causa: Deleção de, aproximadamente, a mesma região cromossômica da Síndrome de PW,
aproximadamente 70 a 80% das malformações estruturais ou anatômicas do feto,
mas agora no cromossomo 15 herdado da mãe (70% dos casos) detecção pré-natal de malformações fetais. Permite exame das anatomias interna e
dependendo externa do feto e detecção de malformações maiores, assim como de marcadores sutis
-Caracterizada pelo incomum aspecto facial, baixa estatura, grave retardo mental, de anormalidades cromossômicas e síndromes genéticas.
⇨ Da acuidade diagnóstica
espasticidade e convulsões
⇨ Da experiência do operador
-Os pacientes com a síndrome de Angelman, portanto, possuem a informação genética no
⇨ Do tempo despendido para a realização do exame
15q11-q13 derivado somente dos seus pais
⇨ Da qualidade técnica do aparelho empregado.
-Esta circunstância rara demonstra impressionantemente que a origem parental do
-As principais abordagens ultrassonográficas para diagnóstico pré-natal de anormalidades
material genético (neste caso, o cromossomo 15) pode ter um profundo efeito sobre a
fetais são
malformações maiores e
expressão clínica de um defeito.
⇨ Triagem ou rastreamento ultrassonográfico de primeiro trimestre alterações indicativas de
anormalidade
cromossômica fetal
⇨ Ultrassom para avaliação de morfologia fetal no segundo trimestre.
onfalocele, malformações esqueléticas, anomalias renais, uropatia obstrutiva e diversas
doenças gênicas, já foi descrita em associação com translucência nucal aumentada em
fetos com cariótipo normal
TRANSLUCÊNCIA NUCAL
Síndrome de Turner -De acordo com a técnica padronizada pela Fundação de Medicina Fetal (FMF), a TN deve
-Teste de rastreio de risco gestacional para cromossomopatias (trissomias do 21, 18 e 13)
ser medida entre 11 e 13 semanas e 6 dias de gestação, correspondendo a um comprimento
-Por meio de medida do SUBCUTÂNEO DA NUCA DO FETO, entre 11 e 14 semanas de idade
crânio-nádega (CCN) mínimo de 45 mm e máximo de 84 mm.
gestacional (comprimento cabeça-nádega: 45 mm a 84 mm), pode-se selecionar pacientes
-Deve ser obtida uma boa imagem sagital do feto em uma posição neutra (nem hiperfletido,
para exames invasivos com base na CORRELAÇÃO DA ESPESSURA NUCAL AUMENTADA E
nem hiperestendido), ampliada de forma a ocupar 75% da tela, distinguindo o âmnio da
TRISSOMIAS
pele fetal e medindo a espessura máxima da TN,
⇨ Biópsia de vilosidades coriônicas (BVC) ou amniocentese
MEDIDA DO OSSO NASAL
-Os cálculos de risco estão baseados em mais de 100 mil exames analisados
-Entre os marcadores ultrassonográficos que vêm sendo descritos para identificação de
⇨ O resultado deve ser emitido em um número de probabilidade, levando-se em
gestações em risco para cromossomopatia, encontra-se a medida do osso nasal, havendo
consideração a idade materna, tempo de gestação, antecedentes obstétricos e a
descrição de hipoplasia do osso nasal em fetos com síndrome de Down
medida da translucência nucal
-No primeiro trimestre, o osso nasal é visível à ultrassonografia como uma linha mais
-Além das trissomias, pode-se rastrear também
espessa paralela à pele como um “sinal de igual” em uma imagem de perfil fetal, no mesmo
⇨ SÍNDROME DE TURNER, TRIPLOIDIA e OUTRAS ANOMALIAS CROMOSSÔMICAS.
período da medida da translucência nucal
-Uma série de anormalidades fetais, como defeitos cardíacos, hérnia diafragmática,
-Em fetos com síndrome de Down, O OSSO NASAL ESTÁ AUSENTE EM 70% DOS CASOS
-No entanto, para o bom desempenho deste marcador na triagem de gestações em risco
para síndrome de Down é fundamental o treinamento adequado dos ultrassonografistas
MARCADORES BIOQUÍMICOS NO SANGUE MATERNO -O resultado da AFP no soro materno é expresso em múltiplos da mediana (MoM)
-A triagem sérica materna foi desenvolvida para identificação de anormalidades fetais na -A AFP está elevada
população de gestantes em geral ⇨ Defeitos de fechamento de tubo neural
-Os programas de triagem sérica são dirigidos para a seleção das gestações com risco ⇨ Defeitos fetais abertos, como onfalocele e gastrosquise
maior de defeitos de fechamento de tubo neural e cromossomopatias. -Inicialmente -O achado de um nível elevado de AFP deve ser seguido de uma ultrassonografia
oferecidos no segundo trimestre de gestação, os testes de triagem sérica foram detalhada para identificação de anomalias fetais.
aperfeiçoados para aplicação já no primeiro trimestre de gestação -Níveis elevados de AFP no SEGUNDO TRIMESTRE também têm sido associados a
-A sensibilidade da triagem sérica no segundo trimestre para síndrome de Down está em complicações obstétricas,
torno de 57% para uma taxa de falso positivo de 5% ⇨ Ruptura prematura de membranas
-Diversos estudos têm demonstrado a viabilidade da realização da triagem sérica já no ⇨ Morte fetal
primeiro trimestre. ⇨ Hipertensão
-A combinação da dosagem elevada da subunidade livre de beta-hCG (hCG livre) e da ⇨ Descolamento de placenta
diminuição dos níveis da proteína A relacionada à gestação (pregnancy-associated protein -Com relação à SÍNDROME DE DOWN, o primeiro marcador sérico materno associado foi a
A ou PAP-A) tem uma sensibilidade semelhante à triagem de segundo semestre. DIMINUIÇÃO DOS NÍVEIS DE AFP
-A principal vantagem da triagem sérica é a possibilidade de automatização e de realização ⇨ Essa diminuição dos níveis de AFP nas gestações com síndrome de Down já pode
dos exames a distância de forma não invasiva ser evidenciada entre 9 e 12 semanas
-Isoladamente, tem uma taxa elevada de resultados falsos positivos, que são reduzidos hCG e ESTRIOL NÃO CONJUGADO
pela combinação com a triagem ultrassonográfica -Importantes para realização do teste triplo
ALFA-FETOPROTEÍNA ⇨ Níveis elevados de gonadotrofina coriônica humana
-Diversos estudos estabeleceram a correlação entre os níveis elevados de alfa-fetoproteína ⇨ Níveis diminuídos de estriol não conjugado
sérica materna (AFP) e DEFEITOS DE FECHAMENTO DE TUBO NEURAL (DFTN), permitindo o ⇨ Níveis diminuídos de alfa-fetoproteína
desenvolvimento da triagem sérica universal para esses defeitos. -Os níveis dessas substâncias, associados à idade materna, fornecem os riscos
-A alfafetoproteína é uma proteína produzida no feto pela vesícula umbilical, trato aproximados de ocorrência de alterações cromossômicas, especialmente a síndrome de
gastrintestinal e fígado do feto, a partir de 29 dias após a concepção. Down.
⇨ Teoricamente, podem ser identificados em torno de 60% das gestações com abdominal, obstrução urinária e outras anomalias renais, defeitos de osteogênese, defeitos
síndrome de Down. congênitos de pele, baixo peso fetal, oligoidrâmnio, gestação múltipla.
⇨ Há outro marcador bioquímico, a inibina-A, que se apresenta aumentada no soro -Níveis baixos indicam trissomias cromossômicas como síndrome de Down, doença
materno de gestantes de crianças com síndrome de Down, aumentando o risco trofoblástica gestacional, morte fetal e aumento do peso materno.
teórico de detecção para cerca de 75%. -O protocolo para análise de alfafetoproteína geralmente utilizado inclui: a) dosagem sérica
PROCEDIMENTOS INVASIVOS materna de alfafetoproteína; b) repetir se o exame fornecer níveis alterados; c)
-Os métodos invasivos em diagnóstico pré-natal viabilizam a COLETA DIRETA DE MATERIAL ultra-sonografia; d) amniocentese para confirmação.
fetal para análise em laboratório, permitindo a realização de diversos exames, como o BILIRRUBINA
cariótipo para doenças cromossômicas, os ensaios enzimáticos para erros inatos do -A doença hemolítica do recém-nascido, síndrome resultante de incompatibilidade Rh entre
metabolismo (EIM) e a análise molecular para doenças gênicas o sangue materno e o fetal, pode ser diagnosticada no líquido amniótico.
AMNIOCENTESE -Esta patologia é desencadeada por anticorpos maternos contra os eritrócitos fetais,
-A amniocentese é a retirada de 20 mL líquido amniótico por agulha, guiada por causando uma reação hemolítica que pode variar em severidade.
-O material utilizado para análise são as CÉLULAS FETAIS FLUTUANTES NO LÍQUIDO, e as -O método mais usado para dosagem destes produtos é a espectrofotometria direta do
enzimas que o compõem Estudo do cariótipo fetal em cultura de células do LA líquido amniótico não-diluído e subseqüente cálculo da quantidade de bilirrubina. Cuidados
ALFA-FETOPROTEÍNA -A decisão do tratamento pode ser baseada no grau de hemólise e na idade gestacional.
-Glicoproteína sintetizada pela vesícula umbilical fetal no início da gestação e -Nesta técnica encontram-se como interferentes a urina materna, o sangue fetal ou
posteriormente pelo trato gastrointestinal e pelo fígado maternal e o mecônio (material fecal do feto)
-Níveis elevados indicam defeitos do tubo neural (anencefalia, espinha bífida), cistos -Quando a amniocentese for executada para avaliar a maturidade fetal pulmonar,
sacrococcígeos, obstrução esofágica ou intestinal, necrose hepática, defeitos da parede realiza-se uma técnica, freqüentemente entre 32 e 36 semanas de gestação,
observando-se o tipo de células epiteliais alveolares fetais predominante, além de
correlacionar a concentração de fosfolipídeos, particularmente compostos como
fosfatidilglicerol e lecitina, com o avanço do desenvolvimento pulmonar fetal
-Em mulheres diabéticas, o teste da maturidade pulmonar pode ser feito no final da
gestação, porque esta patologia pode retardar a maturidade pulmonar fetal
BIÓPSIA DE VILOSIDADES CORIÔNICAS
-A biópsia de vilosidades coriônicas (BVC) consiste na RETIRADA DE FRAGMENTOS DE
PLACENTA por meio de uma agulha guiada por ultrassonografia CORDOCENTESE
-A via preferencial é a TRANSABDOMINAL. CORDÃO UMBILICAL
REALIZAÇÃO PRECOCE, ANTES DA AMNIOCENTESE -A cordocentese é a PUNÇÃO DE VASO UMBILICAL para retirada de amostra de sangue fetal.
-Pode ser realizada entre 11 e 14 semanas, e tem um risco de abortamento de 1 a 1,5%
-Uma agulha guiada por ultrassonografia é introduzida na cavidade amniótica e depois
-O material coletado pode ser analisado diretamente e após cultivo, sendo utilizado para
punciona o vaso.
estudo citogenético, ensaio enzimático e análise molecular
-Este procedimento é utilizado quando a idade gestacional é avançada demais para a
-Desvantagem: Apresenta como desvantagem o fato de que cerca de 2% dos testes
realização de amniocentese e na ausência de líquido amniótico
apresentam resultados ambíguos ou inconclusivos, devido ao mosaicismo cromossômico
-O risco de perda fetal é de 2 a 5%
de duas linhagens diferentes
-Pode ser usado ainda para transfundir componentes sanguíneos, introduzir medicações,
-Vantagem: Método bem estabelecido e permite que os resultados sejam obtidos em um
criando uma via intravascular, e inclusive transplantar medula óssea, em circunstâncias
estágio mais inicial da gestação, possibilitando, além da diminuição do período de
especiais.
incerteza, realizar a interrupção da gestação (se for o caso) no primeiro trimestre, o que
FETOSCOPIA EMBRIOSCOPIA
facilita o procedimento Inspreção
-A fetoscopia permite a VISUALIZAÇÃO DO FETO por meio de um ENDOSCÓPIO intra-amniótica
AMOSTRA DE TECIDO TROFOBLÁSTICO, já que a placenta e feto possuem mesa origem Visualiza diretamente o embrião ou o feto para
embrionária (vilosidades coriônicas originam do trofoblasto extraembrionário) -Raramente utilizada
diagnóstico de anomalias estruturais
-Essa técnica está sendo superada, cada vez mais, pela ultrassonografia detalhada;
BIÓPSIA: EXAMINAR TECIDOS FETAIS
-No entanto, ocasionalmente é realizada durante o segundo trimestre, com a finalidade malformação fetal
de detectar a presença de pequenas anomalias estruturais que indicariam um diagnóstico -A maior frequência de anormalidades cromossômicas se encontra no grupo em que a
subjacente grave. indicação para o exame são as malformações fetais encontradas no ultrassom.
-A fetoscopia foi também utilizada para obter amostras de tecido do feto, que podem ser REFERÊNCIAS
analisadas com vistas ao diagnóstico pré-natal -BORGES-OSORIO, Maria Regina et al. Genética humana. 3a ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
⇨ Distúrbios raros da pele, como a epidermólise bolhosa, síndrome de Sjögren (OMIM -MOORE, Keith. L. Embriologia clínica. 10a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
270150) e síndrome de Ehlers-Danlos (antes de estarem disponíveis os testes de -Manual de Teratogênese FEBRASGO , 2011
DNA) -NUSSBAUM, R.L.; McINNES, R.R.; WILLARD, H.F. Thompson & Thompson. Genética Médica. 8.
⇨ Distúrbios metabólicos nos quais a enzima envolvida é encontrada apenas em ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014
alguns tecidos ou órgãos, como o fígado, sendo o caso da deficiência de -JORDE, L.B.; CAREY, J.C.; BAMSHAD, M.J. Genética Médica. 4ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
ornitina-transcarbamilase. 2010.
-Mesmo que essa técnica seja manipulada por obstetras experientes, o risco de aborto é da -CAMPANA, Sabrina Gonçalves; CHÁVEZ, Juliana Helena; HAAS, Patrícia. Diagnóstico
ordem de 3 a 5% laboratorial do líquido amniótico. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial,
-As limitações desse procedimento são que somente uma parte muito pequena do feto v. 39, p. 215-218, 2003.
pode ser visualizada de cada vez, é mais demorado do que a amniocentese e o risco de -COELHO, Charlotte. A síndrome de Down. Psicologia. pt, p. 1-14, 2016.
infecção e aborto espontâneo é relativamente alto
CARIOTIPAGEM
-O estudo citogenético do feto por meio do cariótipo fetal pode ser obtido a partir de
AMNIÓCITOS CULTIVADOS ou por estudo direto ou após CULTIVO DAS VILOSIDADES
CORIÔNICAS.
-Permite a identificação de anormalidades cromossômicas numéricas ou estruturais
-A frequência de cromossomopatias é elevada na espécie humana, sendo detectadas em
0,5% dos recém-nascidos, 5% dos natimortos e 50% dos abortos.21
-A frequência das anormalidades cromossômicas é especialmente elevada nos casos de