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RESUMOS BIOLOGIA 12º ANO

Sistema reprodutor Humano

Reprodutor Feminino
O sistema reprodutor feminino é constituído, tal como o masculino por: Gónadas, vias
genitais, glândulas anexas e órgãos genitais externos.

As GÓNADAS são glândulas onde se dá a produção das células sexuais (Gâmetas). No aparelho
feminino são os ovários e a célula (gâmeta feminino) é o óvulo.

As VIAS GENITAIS são os canais que transportam os gâmetas. No aparelho feminino são as
trompas de Falópio.

Os ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS são os órgãos que intervêm diretamente no ato sexual
(VULVA). No aparelho feminino são os grandes lábios, pequenos lábios, clítoris e orifício
genital.
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órgãos morfologia fisiologia

GÓNODAS Ovários São dois, lado direito e esquerdo e Local onde são formados
localizam-se na cavidade abdominal os gâmetas femininos, os
parte inferior. Têm forma de amêndoa. óvulos.

VIAS Trompas de Falópio São dois canais (direito e esquerdo), Canal por onde o óvulo
GENITAIS estão ligados ao ovário e ao útero. A desce do ovário ao útero.
ligação ao ovário faz-se por uma espécie
de funil franjado (pavilhão da trompa)
Útero Tem forma de pera (muito pequena) e Local onde se dá a
liga ao canal vaginal por uma espécie de gestação do feto.
cilindro (colo do útero). A parede interna
designa-se por endométrio. Da descamação das
paredes do útero, quando
não há fecundação do
óvulo, resulta a
menstruação.
Vagina Canal elástico com cerca de 10 a 12 cm. canal onde o pénis é
Possui uma camada fina na entrada, o introduzido
hímen

ÓRGÃOS Grandes e São pregas de pele. Os pequenos lábios proteção da vagina


EXTERNOS pequenos estão tapados com os grandes lábios.
V
lábios
U Clítoris Pequeno órgão eréctil que fica no Órgão de grande
interior dos grandes lábios na parte sensibilidade
L superior.

V
Orifício genital Orifício que liga o exterior aos órgãos Início do canal vaginal
A internos

Estrutura do ovário:
RESUMOS BIOLOGIA 12º ANO

Reprodutor masculino
O sistema reprodutor masculino é constituído, tal como o feminino por: Gónadas, vias
genitais, glândulas anexas e órgãos genitais externos.

As GÓNADAS são glândulas onde se dá a produção das células sexuais (Gâmetas). No aparelho
masculino são os TESTÍCULOS e a célula (gâmeta masculino) é o espermatozoide.

As VIAS GENITAIS são os canais que transportam os gâmetas. No aparelho masculino são os
epidídimos, os canais deferentes e uretra.

As GLÂNDULAS ANEXAS são glândulas que segregam substâncias que asseguram o bom
"estado" do gâmeta São as vesículas seminais e próstata. Na mulher o aparelho não tem
glândulas anexas.

Os ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS são os órgãos que intervêm diretamente no ato sexual. No
aparelho masculino é o pénis e o escroto.

órgãos Morfologia Fisiologia


GÓNADAS Testículos Localizam-se na parte Formação de
externa da cavidade espermatozoides. O facto de
abdominal, parte estarem no exterior permite
inferior. Têm forma a manutenção da
ovoide e revestidos por temperatura ideal para a
uma bolsa, o escroto. ação do espermatozoide.
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VIAS GENITAIS Epidídimos São canais todos Conduzem os


enrolados e localizam-se espermatozoides dos
na parte superior dos testículos para os canais
testículos. deferentes
Canais São 2 canais com cerca Conduzem os
deferentes de 40cm que "nascem" espermatozoides dos canais
nos epidídimos, deferentes para a uretra e
atravessam a cavidade onde se dá o
abdominal inferior e amadurecimento dos
atravessam a próstata espermatozoides.
acabando na uretra.
Uretra Canal ligado à bexiga e Conduz a urina do aparelho
onde são ligados os excretor e do sémen do
canais deferentes. aparelho reprodutor para o
exterior do corpo.

GLÂNDULAS ANEXAS Vesículas Duas glândulas que se Produzem e armazenam o


seminais localizam a cima da líquido seminal que é
próstata na parte excretado na ejaculação. O
posterior da bexiga. líquido produzido alimenta,
protege e facilita a
deslocação dos
espermatozoides.
Glândulas de São duas pequenas Segregam um pouco de
Cowper glândulas situadas por líquido que limpa a uretra,
baixo da próstata. neutralizando os resíduos da
Segregam um pouco de urina. Esta emissão de
líquido que limpa a líquido produz-se antes da
uretra, neutralizando os ejaculação, e pode conter
resíduos da urina. espermatozoides vivos.
Próstata Localizada na parte Produz o líquido prostático
anterior do reto, que é expulso na ejaculação
glândula de forma também protege, alimenta e
ovoide, do tamanho facilita a mobilidade dos
aproximado de uma espermatozoides.
pequena noz.
ÓRGÃOS EXTERNOS Pénis Órgão de forma Órgão externo que tem
alongada com cerca de como função conduzir os
12 a 14 cm de espermatozoides até ao colo
comprimento. É do útero.
atravessado pela uretra.
Na sua parte anterior é
constituída pela Glande
que é revestida pelo
prepúcio (membrana
fina).
Escroto Bolsa que reveste os Protege os testículos
testículos.
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Estrutura dos testículos:

Os lóbulos testiculares ou espermáticos são compartimentos existentes no interior do


testículo, existem cerca de 200 a 300 por órgão e no seu interior contém os túbulos
seminíferos.

Nas paredes dos túbulos encontram-se as células de Sertoli, células grandes que se encontram
deste a periferia até ao lúmen do túbulo. Estas células estão em contacto direto com as células
germinativas (originarão os espermatozoides), nutrindo as células germinativas e tendo um
papel muito importante na fase final dos gametas masculinos.

Na parte de fora dos túbulos existem as células de Leydig ou células intersticiais que produzem
a testosterona (hormona importante na manutenção dos caracteres masculinos e para a
formação de espermatozoides).

Gametogénese e fecundação
O Homem tem um ciclo de vida diplonte em que a meiose e a fecundação são processos
essenciais.

Todas as células do corpo humano com exceção das gametas são células diploides e para a
formação dos gametas é necessário que ocorra a meiose. A fecundação origina o ovo, célula
diploide que contém informação dos dois progenitores. O número de cromossomas na nossa
espécie é 46, sendo 23 oriundos da mãe e 23 do pai.

Oogénese: ocorre em 4 fases: multiplicação, crescimento, repouso e maturação.


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Fase da multiplicação - inicia-se ainda no ovário do feto em que células germinativas –


OOGÓNIAS - se multiplicam por mitoses sucessivas. Estas células são diploides, ou seja, têm 23
pares de cromossomas, característica do cariótipo humano.

Fase do crescimento – em cada célula formada na fase anterior, existe síntese proteica,
duplicação do DNA e dá-se início à meiose I que se desenrola até à prófase I. As oogónias
passam a oócitos I (oócitos primários). À volta destas células surgem as células foliculares,
folículos primordiais. À medida que o feto se desenvolve, muitas destas células degeneram,
restando à nascença cerca de 2000 milhões, número este que vai descendo para cerca de 300
mil com 7 anos de idade.

Fases de repouso-Os oócitos I envolvidos pelos folículos primordiais permanecem em


repouso até à puberdade, altura em que a rapariga retomará a gametogénese, tornando-se
fértil.

Fase da maturação – todos os meses um oócito primário dará origem a um gameta que
poderá ser fecundado. As células foliculares primordiais desenvolvem-se, formam uma camada
regular e passa a chamar-se células foliculares primárias, com a proliferação destas células
forma-se a granulosa e entre esta e o oócito aparece um revestimento transparente que
envolve e protege o gameta – zona pelúcia, e ainda se diferencia outra camada externa à zona
pelúcia, a teca. O folículo passa a secundário.

As camadas das células foliculares continuam a aumentar e aparecem cavidades com líquido e
o folículo passa a terciário.

Estas cavidades continuam a crescer e vão-se unindo umas às outras até formarem apenas
uma cavidade, a cavidade folicular. Esta cavidade continua a aumentar porque continua a
haver multiplicação das células foliculares e forma-se assim o folículo maduro, ou de GRAAF.

O oócito I, continua a crescer e completa a meiose I (citocinese), dando origem a duas células
haploides, uma maior que a outra pela desigual distribuição de citoplasma. Por mês apenas
um oócito I completa a meiose I.

A maior célula é o oócito II e a menor a designa-se por primeiro glóbulo polar. O oócito II
entra na segunda divisão da meiose e esta para na metáfase II. É precisamente nesta altura
que ocorre a ovulação e o oócito II irá passar para o exterior do ovário.
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O folículo maduro (Graaf) contacta com a parede do ovário e através de enzimas proteolíticas
que contém destrói a parede do ovário e rompe a camada de células foliculares, fazendo com
que o oócito II seja captado pelas franjas do pavilhão da trompa, deslocando-se até ao útero.
Se não ocorrer a fecundação, esta célula degenerará.

Se ocorrer a fecundação o espermatozoide atinge a célula que parou na metáfase II e esta


completará de imediato a meiose II. Formar-se-á duas células, o óvulo (gameta feminino) e o
segundo glóbulo polar que irá degenerar dado que findou a sua função (dar mais citoplasma
ao óvulo que necessita de mais reservas citoplasmáticas para assegurar a formação de um
novo ser e garantir a formação de uma célula haploide, dado que se não tivesse havido
citocinese o óvulo seria diploide).

A parede do ovário irá cicatrizar e o resto do folículo de Graaf que passa a chamar-se corpo
amarelo ou corpo lúteo, degenera se não existir fecundação e se a houver, o folículo ainda
dura algum tempo.

Pelo facto de o oócito I permanecer em repouso durante muito tempo e porque a formação de
gametas envolve divisões celulares, estas podem gerar alterações na estrutura e número dos
cromossomas, aumentando a frequência para casos em que o oócito I é amadurecido mais
perto da menopausa.

Estima-se que ao longo da vida a mulher, desde a puberdade à menopausa, possa formar cerca
de 400 a 500 oócitos maduros o que significa que estas são das células do corpo humano que
têm maior longevidade.
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A formação de um gameta feminino completo, ou seja, o óvulo, depende da existência da


fecundação, se existir então o oócito II acaba a meiose II, se não ocorrer fecundação a meiose
fica no estádio da metáfase II.

Espermatogénese: A espermatogénese inicia-se na puberdade ao mesmo tempo que os


caracteres sexuais secundários masculinos surgem e se acentuam. É um processo contínuo ao
longo da vida do homem e é constituída por 4 fases: multiplicação, crescimento, maturação e
diferenciação.
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Na espermatogénese, as espermatogónias transformam-se em espermatozoides, ao ritmo de


milhões por dia. Este processo compreende quatro fases sucessivas: multiplicação,
crescimento, maturação e diferenciação.

A partir da puberdade e até ao final da vida formam-se através de mitoses nos testículos
células diploides da linha germinativa, as espermatogónias, junto da parede externa dos
túbulos seminíferos. As espermatogónias irão transformar-se em espermatozoides em cerca
de 64 dias e irá haver produção diária de milhões de espermatozoides.
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Fase de multiplicação - as espermatogónias sofrem mitoses sucessivas.

Fase de crescimento- as espermatogónias aumentam de volume, devido à síntese e


acumulação de reservas necessárias para a meiose e o resultado é a formação
dos espermatócitos I ou espermatócitos de 1ª ordem (células diploides).

Fase de maturação- O espermatócito I passa pela meiose I (reducional) e reduz para metade o
número de cromossomas. O resultado da Meiose reducional forma duas células haploides, os
espermatócitos II, nas quais cada cromossoma tem dois cromatídeos. Dá-se a Meiose II
(equacional) e formam-se quatro células haplóides, os espermatídios, com um só cromatídeo
por cromossoma.

Fase de diferenciação ou espermiogénese- os espermatídios transformam-se em células


altamente especializadas, os espermatozoides, em que o citoplasma do espermatídio é
fagocitado pelas células de Sertoli e os organelos citoplasmáticos sofrem uma reorganização
em que complexo de Golgi forma uma vesícula, o acrossoma, que armazena enzimas digestivas
e se adapta ao núcleo dispostos na cabeça do espermatozoide (núcleo e acrossoma), os
centríolos dispõem-se no pólo oposto ao acrossoma e um deles origina os microtúbulos do
flagelo e as mitocôndrias dispõem-se na base do flagelo e fornecem a energia que permitirá o
movimento do flagelo (capacidade para produzir ATP, energia para deslocação do
espermatozoide).

No final desta fase os espermatozoides são libertados para o lúmen dos túbulos seminíferos e
daí para os epidídimos, onde termina a sua maturação, tornando-se móveis e com capacidade
de fertilização. Posteriormente, os espermatozoides deslocam-se para os canais deferentes,
misturando-se com as secreções das vesículas seminais e da próstata e formando o esperma,
que é libertado no decurso de uma ejaculação.

A ejaculação ocorre pela contração de músculos das paredes dos ductos, empurra o esperma
do epidídimo para os canais deferentes, para o ducto ejaculatório e para a uretra. Os músculos
da base do pénis também contraem e o esfíncter entre a uretra e a bexiga contrai, não
permitindo a entrada da urina para a uretra em simultâneo com o esperma.
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Quando os espermatozoides estão completamente formados deslocam-se para o epidídimo e


completam a sua maturação entre 18h a vários dias. Estas células conseguem fecundar um
gameta feminino apenas durante 6 dias, se não ocorrer ejaculação, os espermatozoides serão
reabsorvidos para que haja espaço para a formação de novo esperma.

Comparação entre oogénese e espermatogénese


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Fase de Fase de Fase de Fase de Fase de


multiplicação crescimento repouso maturação diferenciação
Espermatogénese Aumento do Aumento do NÃO TEM Divisão Especialização dos
número de volume das meiótica espermatídios aos
espermatogónia espermatogónias espermatozoides
s por mitose. (dos
espermatócitos
(ocorre a partir I aos
da puberdade) espermatídios).

Oogénese Aumento do Aumento do Meiose fica Divisão meiótica NÃO TEM


número de volume das em pausa
oogónias por oogónias (especialização,
mitose (do conclusão da
(ocorre no nascimento meiose I e inicio
(ocorre no desenvolvimento à da meiose II)
desenvolvimento embrionário, o puberdade)
embrionário) oócito I fica em
prófase I.)

Regulação do funcionamento dos sistemas reprodutores

Controlo hormonal
Os sistemas reprodutores são controlados pelo sistema nervoso (Hipotálamo) e
hormonal (hipófise e gónadas) através da interação do complexo hipotálamo –
hipófise e das gónadas.
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O hipotálamo encontra-se ligado ao lobo posterior da hipófise e produz hormonas


(hipotalâmicas) que estimulam a hipófise. A hipófise, ou pituitária, é uma glândula endócrina
situada na base do encéfalo.

A hormona hipotalâmica GnRH (gonadoptopin-releasing hormone), induz a hipófise a fabricar


as suas hormonas sexuais, as gonadotropinas que controlam a síntese da maior parte das
hormonas produzidas nas gónadas: hormona luteoestimulina (LH) e hormona
foliculoestimulina (FSH).

As hormonas segregadas pelas gónadas femininas e masculinas são a testosterona, estrogénios


e progesterona. Estas hormonas são fabricadas em diferentes quantidades na mulher e no
homem, predominando na mulher os estrogénios e a progesterona e no homem a
testosterona.

Controlo hormonal masculino


As hormonas hipofisárias FSH e LH atuam no funcionamento dos testículos. A LH estimula as
células de Leydig a produzir testosterona e a FSH atua na produção de espermatozoides.

As células Leydig, por indução da hormona hipofisária LH, produz a testosterona. Este processo
inicia-se ainda na fase embrionária e é responsável pela diferenciação dos órgãos sexuais
masculinos. Durante toda a infância esta hormona mantém-se com níveis baixos. Na
puberdade o nível de testosterona aumenta e como consequência dá-se o desenvolvimento
dos órgãos sexuais primários e secundários e o início da espermatogénese que será
ininterrupta até ao final da vida.

Primários: aumento do tamanho do pénis, dos testículos, das vesículas seminais, dos
epidídimos e próstata.

Secundários: aumento da pilosidade, crescimento no geral, alteração da voz, aumento da


massa muscular.

Os níveis de Testosterona que devem ser sensivelmente constantes para a produção contínua
de espermatozoides, são controlados pelo complexo hipotálamo-hipófise através de um
mecanismo de feedback negativo.

Se o nível de testosterona é elevado, esta hormona inibe a produção da hormona do


hipotálamo (GnRH) que provoca uma diminuição da libertação das hormonas da hipófise, a
FSH e da LH. Havendo uma diminuição destas hormonas no sangue irá provocar uma
diminuição da secreção da testosterona.

Se o nível de testosterona é baixo, dá-se o aumento da GnRH que irá induzir uma maior
produção das hormonas da hipófise e estas por sua vez irão provocar um aumento da
produção de testosterona.

Com este mecanismo o nível de testosterona mantém-se constante.


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Os estímulos externos, como fortes emoções, stress, ou internos, como por exemplo doenças,
afetam o sistema nervoso, nomeadamente o hipotálamo e condicionam o controlo do sistema
reprodutor.

Controlo hormonal feminino


No embrião os estrogénios estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais primários: útero,
ovários e vagina, e na puberdade, os estrogénios estimulam o desenvolvimento dos órgãos
sexuais secundários: regulação do ciclo sexual, desenvolvimento das glândulas mamárias e
crescimento no geral.

O Ciclo ovárico é influenciado pelas hormonas da hipófise a LH e FSH e o ciclo uterino (ciclo
menstrual) pelas hormonas estrogénio e progesterona. Ao contrário do sexo masculino que
tem um funcionamento contínuo, o sexo feminino tem um funcionamento cíclico de cerca de
28 dias, em que se forma apenas um oócito.

Nos ciclos ocorrem transformações nos ovários e útero perfeitamente sincronizados em que as
hormonas ováricas (estrogénios e progesterona) atuam no endométrio do útero.

Quando a criança nasce já tem nos seus ovários todos os oócitos primários envolvidos pelos
folículos ováricos.
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Ciclo ovárico
O ciclo ovário compreende duas fases a fase folicular e a do corpo amarelo ou luteínica.

A fase folicular é estimulada pela FSH que leva ao desenvolvimento de 15 a 20 folículos,


embora apenas um chega ao final do desenvolvimento, os restantes degeneram.

A LH estimula a teca (externamente à camada granulosa) a segregar estrogénios. Os


estrogénios, durante o ciclo inibem a produção das hormonas hipofisárias LH e FSH,
por retroação negativa e estimulam a ação contrária quando os estrogénios estão em máxima
concentração, mesmo antes de ocorrer a ovulação por retroação positiva.

A FSH acelera a maturação dos folículos e a LH promove a rotura do folículo ovárico, ovulação,
com a consequente saída do oócito II para as Trompas.

A LH ainda vai atuar nas células foliculares que ficaram no ovário e estas transformam-se no
corpo amarelo (ou lúteo).

O corpo amarelo segrega estrogénios e progesterona e estas hormonas irão, por retroação
negativa, fazer que haja uma diminuição de GnRH (hormona hipotâlamica) e
consequentemente, uma diminuição de LH e FSH (hormonas hipofisárias). O corpo amarelo, se
não houver fecundação, atrofia e deixa uma pequena cicatriz na parede do ovário.

Em simultâneo estão a ocorrer alterações no útero que são influenciadas pelo funcionamento
do útero.

Com o atrofiamento do corpo lúteo, há uma redução do estrogénio e progesterona e obriga à


descamação das paredes do endométrio, esta é a fase MENSTRUAL. Os vasos sanguíneos da
parede uterina rompem e provoca uma hemorragia a qual se juntam os produtos resultantes
da descamação do útero dando origem à menstruação.

Com a degeneração do corpo lúteo, mais uma vez, por mecanismos de feedback negativo, há
indução de produção da GnRH que por sua vez leva ao aumento da FSH e LH, iniciando-se um
novo ciclo ovárico.

Com o aumento dos estrogénios dá-se a regeneração do endométrio, aumento a


vascularização e um espessamento da parede uterina (perdidas na menstruação anterior). Esta
etapa ocorre ao mesmo tempo da fase folicular ovárica e chama-se de fase PROLIFERATIVA.
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Prossegue-se o aumento do endométrio e o colo do útero produzem o muco cervical,


substância alcalina, que atua como filtro contra o ataque de microrganismos. Este muco
condiciona a sobrevivência dos espermatozoides sendo que no início da foliculogénese os
estrogénios estão baixos e o muco fica espesso dificultando a passagem dos espermatozoides
e no fim da foliculogénese os estrogénios estão elevados e o muco torna-se elástico,
facilitando a passagem dos espermatozoides e permitindo a fecundação.

O corpo amarelo continua a produzir estrogénios e progesterona estimulando o


desenvolvimento das paredes uterinas (5 a 6 mm de espessura), maior vascularização e o
desenvolvimento de glândulas secretoras de glicogénio para poder receber o embrião, caso
tenha havido fecundação. Chama-se a esta fase, fase SECRETORA.

As fases cíclicas ocorrem até que haja um esgotamento dos folículos ováricos, que corresponde
à menopausa.
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Manipulação da fertilidade

Métodos contracetivos
A contraceção é o conjunto de todos que previnem a gravidez. Existe uma grande diversidade
de métodos que impedem de uma maneira mais ou menos eficiente a gravidez não desejada.

Há métodos naturais e não naturais, nestes há os hormonais, os de barreira, os que impedem a


nidação, e a esterilização.

Entende-se por métodos contracetivos todos aqueles que evitam uma gravidez e podem
auxiliar na proteção das doenças sexualmente transmissíveis.

Genericamente, dividem-se em naturais e não naturais.

Os naturais são: o método do calendário, o da temperatura, o do muco cervical, abstinência e


do coito interrompido.

Método do Calendário

Consiste em conhecer o seu ciclo menstrual. Durante, aproximadamente, um ano a mulher


deve marcar no calendário os dias que vão desde o ultimo dia do período menstrual até ao
primeiro dia do ciclo do mês seguinte. Se o período for regular, e isso vê-se através dos
registos mensais que têm o mesmo número de dias. Para calcular os dias em que a mulher está
fértil, fazem-se as contas da seguinte forma: divide-se o número de dias entre as duas
menstruações por dois e soma-se e subtrai-se 3 dias ao número encontrado, o que dará 7 dias
(3 antes, mais o dia encontrado e mais 3 depois). Durante este período de tempo a mulher
estará no seu período fértil.
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Para mulheres que não são regulares, as contas são feitas da seguinte forma: vê-se no
calendário o período de tempo mais longo 11 dias e ao mais curto 18 dias, os números obtidos
são exatamente o intervalo de tempo em que a mulher está no seu período de ovulação.

É um método falível!

Método da Temperatura

Consiste em medir a temperatura todos os dias, logo pela manhã, antes de se levantar ou fazer
algum esforço muscular. A temperatura deve ser tirada sempre com o mesmo termómetro na
boca, reto ou vagina. A temperatura do corpo vai variando ao longo do mês subindo cerca de
0,3 a 0,8ºC no período fértil (ovulação).

Não basta um mês para que a mulher tenha o conhecimento suficiente da temperatura do seu
corpo, pelo que terá de o fazer durante alguns meses.

É um método muito falível dado que a temperatura do nosso corpo pode alterar-se com uma
simples constipação.

Muco Cervical

O Muco cervical é produzido pelas glândulas do colo do útero e que tem como finalidade
facilitar a chegada dos espermatozoides ao útero. A textura deste muco varia ao longo do mês.
Na altura da ovulação tem uma aparência de clara de ovo sendo também mais elástica que nos
restantes dias.

Este método exige que a mulher observe diariamente a aparência do seu muco, a mulher deve
verificar todos os dias a aparência do seu muco mas que pode facilmente ser confundido com
algum corrimento.

É um método falível.

Abstinência sexual

É, por e simplesmente, não ter relações sexuais.

100% eficaz!

Coito interrompido

É o método, altamente falível, que consiste na retirada do pénis na vagina, antes da


ejaculação. Não pode ser considerado um método de contraceção, mas sim uma prática muito
falível. Não esquecer que antes do homem ejacular, é produzido no homem um fluido de
limpeza da uretra que pode conter alguns espermatozoides.

Não naturais

Os métodos não naturais podem-se subdividir em métodos de barreira, hormonais,


Dispositivo intrauterino e cirúrgicos.
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Os métodos de barreira são: o Preservativo masculino, o feminino, o diafragma, o


espermicida e a esponja vaginal

Preservativo masculino

É de todos o mais conhecido e utilizado. Tem uma falha de cerca de 5 a 10% com maior
incidência nos mais jovens. É de longe o método contracetivo indicado na prevenção das DST's,
mas devido ao facto de não ser 100% eficaz, deve ser utilizado com recurso a outros métodos.
É acessível em termos de preço e de lugar de aquisição.

Preservativo feminino

É igualmente um método que previne contra as DST's no entanto a taxa de sucesso é menor
que a do preservativo masculino. É relativamente de custo elevado e algumas mulheres têm
alguma dificuldade na colocação.

Diafragma

É uma espécie de tampinha côncava que se coloca na vagina e que tapa o colo do útero.
Existem várias medidas, consoante a mulher. Não é muito eficaz nem previne as DST's.

Espermicida

Os agentes espermicidas são colocados na vagina cerca de 10 a 15 minutos antes da relação.


Têm como objetivo imobilizar e destruir os espermatozoides. Não é eficaz pelo que deve ser
utilizado com outros métodos.

Esponja Vaginal

É uma esponja que se coloca antes da relação e tem como objetivo absorver o sémen. Está
embebido em espermicida que destrói e inativa os espermatozoides. Não é Eficaz nem previne
as DST's.

Dispositivo intrauterino

O dispositivo intrauterino, também conhecido por DIU, só pode ser colocado em mulheres que
já tiveram filhos, dado que o útero destas é de maior dimensão.

É colocado no útero e impede que ocorra a nidificação do óvulo ou que o ovo se prenda ao
endométrio. Alguns dispositivos libertam hormonas para os tornar mais eficientes. Podem ter
várias formas e é o médico que o coloca na altura do período menstrual. Pode ter uma duração
de 5 anos.

Os métodos hormonais são: a pílula o anel vaginal, adesivo contracetivo, pílula intravaginal,
injetáveis e implantes.

A pílula

Existem vários tipos de pílulas. São chamadas de combinadas, dado que apresentam 2 tipos de
hormonas o estrogênio e a progesterona e podem ser monofásicas, difásicas ou trifásicas,
consoante a quantidade de hormonas que têm. A monofásica tem a mesma quantidade de
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hormonas em todos as pílulas do mês, e bifásicas e trifásicas porque a quantidade das duas
hormonas é variável ao longo do mês. Só o médico poderá indicar qual a melhor pílula para
cada mulher e prescrevê-la.

A pílula é um método, se bem utilizado, com uma eficácia na ordem dos 99% na contraceção e
0% na prevenção das DST's. Pode ajudar na diminuição do ciclo menstrual e torna-o menos
doloroso.

Anel vaginal

É um anel que se coloca mensalmente (3 semanas e descansa uma) que liberta hormonas
gradualmente. À semelhança com a pílula o anel contem os dois tipos de hormonas, o
estrogênio e a progesterona.

Injetáveis

São injeções que podem ser mensais ou trimestrais que contem hormonas femininas, a Depo-
provera.

É um método muito eficaz no entanto se a mulher resolver engravidar, pode ter de esperar até
um ano para o conseguir fazer. A mulher fica quase sem fluxo menstrual.

Implantes

É um bastonete que é implementado por baixo da pele e que liberta progesterona. Esta
contraceção pode durar de 3 a 5 anos. O seu implante é relativamente fácil no entanto a sua
retirada é bem mais difícil. É muito eficaz.

Métodos cirúrgicos

Laqueação das trompas e Vasectomia - ambos os métodos são indicados para quem tem a
certeza que não quer ter filhos, dado que é irreversível. Consiste no bloqueio dos canais
deferentes, no caso do homem, e das Trompas de Falópio, no caso da mulher.

Reprodução assistida
A reprodução assistida, ou fecundação assistida, compreende duas técnicas: a inseminação
artificial, isto é, a introdução de forma artificial dos espermatozoides no aparelho genital
feminino, e a fecundação in vitro, ou seja, a extração do óvulo da mulher e sua fecundação
externa. Estas técnicas têm por finalidade a procriação, e também o controle ou tratamento de
doenças genéticas.
RESUMOS BIOLOGIA 12º ANO

A inseminação artificial já há muito que é utilizada para a obtenção de determinadas


características nos animais. Hoje, é também utilizada nos seres humanos, com vista a resolver
problemas de infertilidade.

Quando o homem é estéril mas a mulher pode engravidar, pode-se recorrer à inseminação
artificial através de um dador de esperma, este será introduzido na vagina da mulher na altura
do período da ovulação.

Se a mulher for estéril, ou correr o risco de transmitir ao seu descendente alguma anomalia
genética, a inseminação artificial pode também ser utlizada, mas neste caso é o homem o
dador de esperma e doa-o a uma mãe que se oferece para ser portadora (barriga de aluguer).

Se o problema de fertilidade não tem a ver com os gametas, mas com problemas patológicos
ou morfológicos, por exemplo, as mulheres com as trompas de Falópio parcial ou totalmente
obstruídas, em que os espermatozoides não podem juntar-se ao óvulo para o fertilizar, pode-
se, então, recorrer à fertilização in vitro.
RESUMOS BIOLOGIA 12º ANO
RESUMOS BIOLOGIA 12º ANO

Procedimento:
Faz-se a colheita de vários oócitos da mulher, que são colocados num recipiente
especial onde são fecundados por esperma cedido pelo parceiro. Depois de
permanecerem em incubação vários dias, um ou mais oócitos são implantados no
útero da mulher. Esta técnica tem uma taxa de sucesso que ronda os 35% de sucesso.
Para esta taxa de sucesso seja possível, e dado que a mulher mensalmente tem
apenas um oócito maduro, é ministrado à mulher através de injeções, substâncias
que vão atuar nos ovários de forma a amadurecer mais que um oócito.

A fecundação in vitro permite que o óvulo de uma mulher seja fecundado pelo
esperma de um dador, que um óvulo de uma dadora possa ser fecundado pelos
espermatozoides do companheiro e inclusivamente que o embrião resultante possa
ser implantado no útero de outra mulher (mãe de aluguer).

Em 1978 o obstetra Patrick Steptoc e o biólogo Robert Edwards “criaram” o primeiro


bebé “proveta” a bebé Louise Brown. Desde então mais de 40 000 bebés nasceram,
em todo o mundo. Tem-se assistido a um grande avanço de técnicas de reprodução
assistida nos países mais desenvolvidos, no entanto a aplicação trouxe consigo
problemas de várias ordens (ética, religiosa, jurídica, social…).

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