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Ilustrar a anatomia do SGM: músculo dartos, que é composto de feixes de fibras de


Os órgãos do sistema genital masculino incluem os músculo liso. O músculo dartos também é encontrado
testi ́culos (gônadas masculinas), um sistema de ductos na tela subcutânea do escroto. Associado a cada
(epidi ́dimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e testi ́culo no escroto está o músculo cremaster, uma
uretra), glândulas sexuais acessórias (glândulas extensão do músculo obli ́quo interno do abdome que
seminais, próstata e glândulas bulbouretrais) e várias circunda os testi ́culos.
estruturas de apoio, incluindo o escroto e o pê nis A localização do escroto e a contração de suas fibras
(Figura 1). Os testi ́culos produzem espermatozoides e musculares regulam a temperatura dos testi ́culos. A
secretam hormô nios. O sistema de ductos transporta e produção normal de espermatozoides demanda uma
armazena os espermatozoides, auxilia em sua temperatura de aproximadamente 2 a 3 °C abaixo da
maturação, e libera-os para o meio externo. O sê men temperatura corporal central. Esta temperatura
contém espermatozoides mais as secreções produzidas reduzida é mantida no escroto porque ele está fora da
pelas glândulas sexuais acessórias. As estruturas de cavidade pélvica. Em resposta a temperaturas frias, os
apoio tê m várias funções, o pê nis entrega os músculos cremaster e dartos se contraem. A contração
espermatozoides no aparelho reprodutivo feminino e dos músculos cremaster move os testi ́culos para mais
o escroto contém os testi ́culos. perto do corpo, onde absorvem o calor do corpo. Além
disso, contração do músculo dartos reduz o volume do
escroto (de aspecto enrugado), o que reduz a perda de
calor. A exposição ao calor inverte essas ações.

Figura 2: O escroto.

Testi ́culos:
Os testi ́culos são um par de glândulas ovais no escroto
com aproximadamente 5 cm de comprimento e 2,5 cm
de diâmetro. Os testi ́culos são as gô nadas masculinas,
que produzem espermatozoides haploides.
Uma túnica serosa chamada de túnica vaginal do
testi ́culo, que é derivada do peritô nio e se forma
durante a descida dos testi ́culos, recobre parcialmente
os testi ́culos. Internamente à túnica vaginal do
Figura 1: Órgãos masculinos de reprodução e estruturas adjacentes .
testi ́culo, esse órgão é circundado por uma cápsula
Escroto: fibrosa branca composta por tecido conjuntivo denso
O escroto contém os testi ́culos e consiste em pele solta irregular, a túnica albugi ́nea, a qual se estende
e tela subcutânea subjacente. Ele está pendurado na internamente formando septos que dividem o testi ́culo
raiz (parte anexa) do pê nis (Figura 1- A). Externamente, em uma série de compartimentos internos chamados
o escroto parece uma bolsa de pele i ́mpar separada em lóbulos dos testi ́culos. Cada um dos 200 a 300 lóbulos
porções laterais por uma crista mediana chamada de dos testi ́culos contê m de 1 a 3 túbulos bem enrolados,
rafe do escroto. Internamente, o septo do escroto os túbulos semini ́feros contorcidos, onde os
divide o escroto em dois sacos, cada um contendo um espermatozoides são produzidos (Figura 3). O processo
testi ́culo (Figura 2). O septo do escroto é constitui ́do pelo qual os túbulos semini ́feros contorcidos dos
por uma tela subcutânea e tecido muscular chamado testi ́culos produzem esperma é chamado de
espermatogê nese.
Os túbulos semini ́feros contê m dois tipos de células: as
células espermatogê nicas (formadoras de esperma) e
as células sustentaculares ou células de Sertoli, que
tê m várias funções no apoio à espermatogê nese
(Figura 4).
Incorporado entre as células espermatogê nicas nos
túbulos semini ́feros estão as grandes células
sustentaculares ou células de Sertoli, que se estendem
da membrana basal ao lúmen do túbulo. Internamente
a membrana basal e espermatogô nias, junções
oclusivas unem células sustentaculares vizinhas,
formando uma obstrução conhecida como barreira
hematotesticular, cuja importância está no isolamento
dos gametas em desenvolvimento da circulação
Figura 4: Anatomia microscópica dos túbulos seminíferos e estagios da espermatogênese.
sanguínea, evitando uma resposta imune contra
anti ́genos de superfi ́cie da célula espermatogê nica,
que são reconhecidas como “estranhas” pelo sistema Ductos do testi ́culo:
imune. As células de Sertoli apoiam e protegem as A pressão produzida pelo li ́quido que é secretado pelas
células espermatogê nicas em desenvolvimento de células sustentaculares empurra os espermatozoides e
várias maneiras: nutrem os espermatócitos, o li ́quido ao longo do lúmen dos túbulos semini ́feros e,
espermátides e espermatozoides; fagocitam o excesso em seguida, por uma série de ductos muito curtos
de citoplasma das espermátides conforme o chamados de túbulos semini ́feros retos (Figura 3A). Os
desenvolvimento avança e controlam os movimentos túbulos semini ́feros retos levam a uma rede de ductos
das células espermatogê nicas e a liberação do no testi ́culo chamados de rede do testi ́culo. Da rede do
espermatozoide no lúmen dos túbulos semini ́feros. testi ́culo, os espermatozoides se movem por uma série
Nos espaços entre túbulos semini ́feros adjacentes de ductos eferentes enrolados no epidi ́dimo, que se
existem aglomerados de células chamadas células esvaziam em um tubo único chamado de ducto do
intersticiais ou células de Leydig (Figura 4). Estas epidi ́dimo.
células secretam testosterona, o androgê nio mais Epidi ́dimo:
prevalente. É um órgão em forma de vi ́rgula que fica ao longo da
Figura 3: Anatomia do testículo.
margem posterior de cada testi ́culo (Figura 3A). Cada
epidi ́dimo consiste principalmente em ductos do
epidídimo bem enrolados. Os ductos eferentes do
testi ́culo se unem aos ductos do epidi ́dimo na parte
maior e superior do epidi ́dimo, chamada de cabeça do
epidi ́dimo. O corpo do epidi ́dimo é a parte média
estreita, e a cauda do epidi ́dimo é a parte inferior
menor. Na sua extremidade distal, a cauda do
epidi ́dimo continua como o ducto deferente (discutido
a seguir). São revestidos por epitélio
pseudoestratificado e circundados por camadas de
músculo liso. As superfi ́cies livres das células cili ́ndricas
contê m estereoci ́lios, que aumentam a área de
superfi ́cie para a reabsorção de espermatozoides
degenerados. O tecido conjuntivo em torno da túnica
muscular se insere nas alças do ducto do epidi ́dimo e
transporta os vasos sangui ́neos e nervos.
Funcionalmente, o epidi ́dimo é o local de maturação
dos espermatozoides, processo pelo qual o
espermatozoide adquire motilidade e a capacidade de
fertilizar um óvulo. Isto ocorre ao longo de um peri ́odo
de aproximadamente 14 dias. O epidi ́dimo também
ajuda a impulsionar os espermatozoides pelos ductos
deferentes durante a excitação sexual, pela contração
peristáltica do seu músculo liso. Além disso, o
epidi ́dimo armazena espermatozoides, que
permanecem viáveis por até vários meses. Qualquer
espermatozoide armazenado que não seja ejaculado
durante esse peri ́odo de tempo é, por fim, reabsorvido.
Ducto deferente:
No interior da cauda do epidi ́dimo, o ducto do
epidi ́dimo torna-se menos enrolado e o seu diâmetro
aumenta. Além deste ponto, o ducto é conhecido como
ducto deferente (Figura 3A). O ducto deferente, que
mede aproximadamente 45 cm de comprimento,
ascende ao longo da margem posterior do epidi ́dimo
através do funi ́culo espermático e, em seguida, entra
na cavidade pélvica. Ele contorna o ureter e passa
lateralmente e desce pela face posterior da bexiga
urinária. A parte terminal dilatada do ducto deferente
é a ampola (ver Figura 28.9).
Funcionalmente, o ducto deferente transporta os
espermatozoides, durante a excitação sexual, do
epidi ́dimo em direção à uretra por contrações
peristálticas de seu revestimento muscular. Como o
epidi ́dimo, o ducto deferente também pode armazenar
espermatozoides durante vários meses.
Funi ́culo espermático:
O funi ́culo espermático é uma estrutura de suporte do
sistema genital masculino. Ele consiste na porção do
ducto deferente que ascende através do escroto, na
artéria testicular, nas veias que drenam os testi ́culos e
levam testosterona para a circulação (o plexo
pampiniforme), nos nervos autô nomos, nos vasos
linfáticos e no músculo cremaster. O funi ́culo Figura 5: Localização de vários órgãos acessórios em homens.
espermático e o nervo ilioinguinal atravessam o canal
inguinal, uma passagem obli ́qua na parede abdominal Uretra:
anterior ligeiramente superior e paralela à metade Nos homens, a uretra é o ducto terminal
medial do ligamento inguinal. O canal, que mede compartilhado dos sistemas reprodutivo e urinário.
aproximadamente 4 a 5 cm de comprimento, tem Medindo aproximadamente 20 cm, passa através da
origem no anel inguinal profundo (abdominal) e próstata, dos músculos profundos do peri ́neo e do
termina no anel inguinal superficial (subcutâneo) pê nis; é subdividida em trê s partes (Figura 1). A parte
(Figura 2). prostática da uretra mede 2 a 3 cm de comprimento e
Ductos ejaculatórios: passa através da próstata. Conforme esse ducto
Cada ducto ejaculatório mede aproximadamente 2 cm continua inferiormente, passa através dos músculos
de comprimento e é formado pela união do ducto da profundos do peri ́neo, onde é conhecido como parte
glândula seminal e a ampola do ducto deferente membranácea da uretra. A parte membranácea da
(Figura 28.9). Os curtos ductos ejaculatórios formamse uretra mede aproximadamente 1 cm de comprimento.
imediatamente superiores à base (parte superior) da Quando esse ducto passa através do corpo esponjoso
próstata e passam inferior e anteriormente através da do pê nis, é conhecido como parte esponjosa da uretra,
próstata. Eles terminam na parte prostática da uretra, que mede aproximadamente 15 a 20 cm de
onde ejetam os espermatozoides e secreções das comprimento. A parte esponjosa da uretra termina no
glândulas seminais pouco antes da liberação do sê men óstio externo da uretra.
da uretra para o exterior. Glândulas sexuais acessórias:
Os ductos do sistema genital masculino armazenam e
transportam os espermatozoides, mas as glândulas
sexuais acessórias secretam a maior parte da porção
li ́quida do sê men. As glândulas sexuais acessórias
incluem as glândulas seminais, a próstata e as
glândulas bulbouretrais.
Glândulas seminais
O par de glândulas seminais são estruturas enroladas
em forma de bolsa que medem aproximadamente 5 cm
de comprimento e se encontram posteriormente à do pê nis; a sua margem é a coroa. A uretra distal
base da bexiga urinária e anteriormente ao reto aumenta no interior da glande do pê nis e forma uma
(Firgura 5). Secretam um li ́quido viscoso alcalino que abertura terminal em forma de fenda, o óstio externo
ajuda a neutralizar o ácido do sistema genital feminino, da uretra. Recobrindo a glande em um pê nis não
fornece frutose para a produção de ATP pelos circuncidado está o frouxamente ajustado prepúcio do
espermatozoides, contribui para a motilidade e pê nis.
viabilidade do espermatozoide, e ajuda o sê men a A raiz do pê nis é a porção de inserção (porção
coagular após a ejaculação. proximal). Consiste no bulbo do pê nis, a continuação
Próstata: posterior expandida da base do corpo esponjoso do
A próstata é uma glândula única, aproximadamente do pê nis, e o ramo do pê nis, as duas porções separadas e
tamanho de uma bola de golfe. Encontra-se cô nicas do corpo cavernoso do pê nis. O bulbo do pê nis
inferiormente à bexiga urinária e circunda a parte está ligado à face inferior dos músculos profundos do
prostática da uretra (Figura 5). A próstata aumenta de peri ́neo e é fechado pelo músculo bulboesponjoso, um
tamanho lentamente desde o nascimento até a músculo que auxilia na ejaculação. Cada ramo do pê nis
puberdade. Em seguida, se expande rapidamente até se dobra lateralmente para longe do bulbo do pê nis
aproximadamente os 30 anos de idade; após esse para se inserir no i ́squio e ramo púbico inferior, e é
peri ́odo, seu tamanho normalmente permanece circundado pelo músculo isquiocavernoso. O peso do
estável até os 45 anos, quando podem ocorrer novos pê nis é suportado por dois ligamentos que são
aumentos. conti ́nuos com a fáscia do pê nis. (1) O ligamento
A próstata secreta um li ́quido leitoso e ligeiramente fundiforme do pê nis surge a partir da parte inferior da
ácido (pH de aproximadamente 6,5) que contém linha alba. (2) O ligamento suspensor do pê nis surge a
diversas substâncias associadas a nutrição, diminuição partir da si ́nfise púbica.
de bactérias e lise de proteínas de coagulação das A combinação de fluxo sangui ́neo aumentado e
glândulas seminais. dilatação dos seios sangui ́neos resulta em uma ereção.
Glândulas bulbouretrais: A expansão dos seios sangui ́neos também comprime as
O par de glândulas bulbouretrais mede veias que drenam o pê nis; a desaceleração do fluxo de
aproximadamente o tamanho de ervilhas. Elas se sai ́da do sangue ajuda a manter a ereção.
encontram inferiormente à próstata em ambos os
lados da parte membranácea da uretra, no interior dos
músculos profundos do peri ́neo, e seus ductos se
abrem para dentro da parte esponjosa da uretra
(Figura 5). Durante a excitação sexual, as glândulas
bulbouretrais secretam um li ́quido alcalino na uretra
que protege os espermatozoides que passam ao
neutralizar os ácidos da urina na uretra. Também
secretam um muco que lubrifica a ponta do pê nis e a
túnica mucosa da uretra, diminuindo a quantidade de
espermatozoides danificados durante a ejaculação.
Pê nis:
O pê nis contém a uretra e é uma passagem para a
ejaculação do sê men e a excreção de urina (Figura 6).
Tem forma cili ́ndrica e é composto por um corpo, uma
glande e uma raiz. O corpo do pê nis é constitui ́do por
trê s massas cili ́ndricas de tecido, cada uma circundada
por tecido fibroso chamado de túnica albugi ́nea. As
duas massas dorsolaterais são chamadas de corpos
cavernosos do pê nis. A massa médioventral menor, o
corpo esponjoso do pê nis, contém a parte esponjosa
da uretra e a mantém aberta durante a ejaculação. A
pele e uma tela subcutânea envolvem todas as trê s
massas, que consistem em tecido erétil. O tecido erétil
é composto por diversos seios sangui ́neos (espaços
vasculares) revestidos por células endoteliais e
circundados por músculo liso e tecido conjuntivo e Figura 6: Estrutura interna do pênis.
elástico.
A extremidade distal do corpo esponjoso do pê nis é
uma região um pouco aumentada, chamada de glande
Suprimento vascular:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E
IMAGENS

1. STRANDING, Susan. Gray’s Anatomia: A base


anatômica da prática clínica. Trad. Denise Costa
Rodrigues et al, 2010.
2. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan.
Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de
Janeiro: Grupo Gen, 2017.

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