Você está na página 1de 8

HIPERTROFIA AGUDA COM TREINAMENTO FORÇA COM RESISTÊNCIA

EXTERNA CONSTANTE EM MULHERES SEDENTÁRIAS

RESUMO
O presente estudo visou verificar os efeitos da hipertrofia aguda realizando
treinamento de força com resistência externa constante, em mulheres sedentárias.
Participaram quatro mulheres com idade entre 19 e 27 anos. Para verificar o nível de
sedentarismo foi utilizado o questionário IPAQ-Curto, as circunferências a fita métrica
Cescorf e para a execução dos exercícios o aparelho Estação Musculação
MovementPerform W8. Foram realizados quatro exercícios em cada dia, três séries de
dez repetições, sendo uma para cada grupamento muscular: peitoral, dorsal, anterior e
posterior da coxa. Verificou-se que houve aumento da circunferência da coxa medial e
tórax, uma vez que o aumento da circunferência da coxa foi 1,2cm menor em relação
ao membro superior que obteve 1,5cm. Conclui-se, que os membros superiores de
mulheres sedentárias têm maior facilidade em hipertrofia aguda.
Palavras-chave: Hipertrofia aguda, sedentarismo, treinamento de força.

INTRODUÇÃO

A literatura classifica o treinamento de força como uma modalidade de


exercícios resistidos onde o praticante realiza movimentos musculares contra
1,
uma força de oposição, como por exemplo, os exercícios com pesos
2
.“Capacidade da fibra muscular em exercer tensão, decorrente de uma
necessidade funcional.” (GODOY, 1994). “... atividade física desenvolvida,
predominantemente, através de exercícios analíticos (localizados), utilizando
resistências graduáveis fornecidas por recursos materiais tais como: halteres,
barras, anilhas, aglomerados, módulos, extensores, peças lastradas, o próprio
corpo e/ou seus segmentos, etc.” (GODOY, 1994)
Uma das principais adaptações da prática de exercícios de força é o
aumento dos músculos. Segundo Guedes Jr. (2006) o aumento da massa
muscular ocorre principalmente por um mecanismo denominado hipertrofia
definida como o aumento da secção transversal de cada fibra muscular. A
hipertrofia pode ocorrer de duas maneiras conhecidas: hipertrofia
sarcoplasmática ou aguda e hipertrofia miofibrilar ou crônica (Teixeira e
Guedes Jr., 2010).
A hipertrofia sarcoplasmática ou aguda acontece quando o exercício é
levado ao alto número de repetições com baixa carga e intervalos reduzidos
entre as séries. Caracterizado pelo o aumento da vascularização, dos
substratos energéticos localizados no sarcoplasma e da hidratação celular.
A hipertrofia miofibrilar ou crônica acontece quando o exercício envolve
cargas mais elevadas, menor número de repetições e intervalos de descanso
maiores. Seu efeito pode ser observado por um período de médio a longo
prazo. É caracterizado pelo aumento do tamanho das miofibrilas devido à maior
concentração de proteínas contráteis (actina e miosina), que leva ao aumento
de sarcômeros em paralelo.
A hiperplasia da fibra muscular, a elevação no número das fibras
musculares, é também um possível mecanismo para aumentar o tamanho dos
músculos (Kraemer e Fleck, 2006). Essa condição ainda é bastante discutida e
a sua contribuição para o volume muscular total, mesmo que ocorra, parece ser
limitado (Guedes Jr., 2006).
Outro fator importante para contribuir com o aumento da massa
muscular é a adaptação dos tipos de fibras musculares ao treinamento. Nos
seres humanos as fibras musculares são classificadas de duas formas: tipo I,
ou lentas oxidativas; e tipo II, ou rápidas glicolíticas. A hipertrofia muscular
pode ser observada nos dois tipos de fibras com o exercício físico. Segundo
Kraemer e Flack (2006) a maioria dos estudos demonstra maior hipertrofia das
fibras do tipo II do que das fibras do tipo I.
Sabe-se que o treinamento resistido (TR), ou treinamento com pesos, é
capaz de gerar pequenas lesões nas miofibrilas (miotraumas), o que por sua
vez resulta em uma resposta imediata da célula muscular a fim de re-
estabelecer e fortalecer sua estrutura. Tal resposta é, a princípio, o aumento da
transcrição celular com o propósito de elevar a síntese de proteínas
necessárias para o reparo das miofibrilas afetadas. A transcrição é orientada
pelos núcleos da fibra muscular (mionúcleos), de forma que a quantidade deles
é um fator determinante da taxa de síntese protéica. O fato da fibra muscular
ser multinucleada dá origem ao conceito de domínio mionuclear, que nada
mais é do que a quantificação da região do citoplasma na qual um mionúcleo é
suficiente para exercer o controle (YAMADA, 2009).
Uma das principais adaptações da prática de exercícios físicos é o
aumento dos músculos. Segundo Guedes Jr. (2006) o aumento da massa
muscular ocorre principalmente por um mecanismo denominado hipertrofia
definida como o aumento da secção transversal de cada fibra muscular. A
hipertrofia pode ocorrer de duas maneiras conhecidas: hipertrofia
sarcoplasmática ou aguda e hipertrofia miofibrilar ou crônica (TEIXEIRA &
GUEDES Jr., 2009). A hipertrofia sarcoplasmática ou aguda acontece quando o
exercício é levado ao alto número de repetições com baixa carga e intervalos
reduzidos entre as séries. Caracterizado pelo o aumento da vascularização,
dos substratos energéticos localizados no sarcoplasma e da hidratação celular.

1.1. Situação Problema

Qual o nível de hipertrofia aguda em mulheres sedentárias com o


treinamento de força?

1.2. Objetivo Geral

Verificar os efeitos da hipertrofia aguda com o treinamento de força com


resistência externa constante em mulheres sedentárias.

1.3. Objetivos Específicos

Aplicar uma anamnese oral;


Aplicar o questionário IPAQ curto;
Realizar aferição antropométrica;
Preescrever o treinamento de força;
Avaliar o nível de hipertrofia aguda.

METODOLOGIA
Características da Investigação

O estudo teve a finalidade baseada em observar, registrar, analisar e


correlacionar os fatos ou fenômenos procurando descrevê-los, classificá-los e
interpretá-los com a finalidade de conhecer a sua natureza. Realizando a coleta
de dados quantitativos e qualitativos (PICCOLI, 2004).

3.3. Amostra

Participaram do estudo 4 indivíduos do sexo feminino, com idade entre


19 e 27 anos. Estudantes da Universidade Veiga de Almeida – UVA, Campus
Cabo Frio. Para a participação do estudo, os estudantes deveriam aceitar e
assumir um compromisso de passar pelos testes por 4 dias em 4 semanas
diferentes. Para exclusão da amostra adotaram-se os seguintes critérios:
recusa em participar dos estudos.

3.2. Instrumento

Para verificar o nível de sedentarismo das indivíduas foi utilizado o


questionário IPAQ – Curto (Anexo – Pág.1) Para verificar as circunferências
corporais foi utilizado fitas métrica Cescorf. Para execução dos exercícios de
força foi utilizado o aparelho Estação de Musculação MovementPerform W8.

3.4. Coleta de Dados

O primeiro passo para o processo de coleta de dados foi o contato com


os indivíduos solicitando a autorização para a pesquisa, Em seguida foi
aplicado o Ipaq – Curto.

A coleta foi realizada por quatro dias em quatro semanas diferentes,


entre o final do mês de Outubro de 2016 e meado do mês de Novembro de
2016, entre 20h e 20:30h. Foi explicado o objetivo da pesquisa e foram
distribuídos os questionários Ipaq - Curto para cada um dos indivíduos, foi
falado a respeito da importância da sinceridade nas respostas.
Após o preenchimento dos questionários, foi pedido para que os
indivíduos ordenadamente se levantassem para coleta das circunferências
corporais. Logo após a coleta das circunferências, os indivíduos foram
convidados a se direcionar ao aparelho e executarem os exercícios que lhe
foram propostos sob nossa supervisão, foram quatro exercícios sendo um para
o grupamento peitoral, um para o dorsal, um para anterior de coxa e outro para
posterior de coxa, todos os exercícios com mesmo volume x intensidade 3
séries e 10 repetições, com intervalos entre 30 segundos a 1 minuto e carga
máxima suportada pelos indivíduos. Após a execução de todos os exercícios
era refeito a coleta das circunferências corporais para verificar e comparar o
nível de hipertrofia aguda.

RESULTADOS

4.1 Apresentação e Discussão dos Resultados

A tabela 1 apresenta os resultados das características etárias e


antropométricas (massa corporal, estatura, IMC) da população estudada.

Tabela 1. Características etárias e antropométricas da amostra.


Variáveis Média ± DP Mínimo Máximo
Idade (anos) 22,25 ± 3,28 19,00 27,00
Massa corporal (kg) 54,12 ± 11,80 45,10 73,40
Estatura (m) 1,62 ± 0,049 1,57 1,69
IMC (kg/m²) 20,56± 4,48 16,81 27,63
DP = desvio padrão; IMC = índice de massa corporal.

Na tabela 1, verifica-se que as variáveis analisadas do grupo amostral se


apresentaram próxima da curva Normal. A média do IMC encontrada nos
indivíduos são consideradas normais.

A tabela 2 apresenta os exercícios executados pelas indivíduas da pesquisa.


Tabela 2. Exercícios executados pelos indivíduos.
Voador Peitoral 3 séries x 10 repetições
Remada Sentada 3 séries x 10 repetições
Cadeira Extensora 3 séries x 10 repetições
Flexão Vertical de joelhoscom caneleira 3 séries x 10 repetições

As tabelas abaixo apresentam as circunferências corporais antes e depois da


execução dos exercícios de cada indivídua por 4 semanas.

 Indivíduo I – 19 anos

1ª SEMANA 2ª SEMANA (03/11) 3ª SEMANA 4ª SEMANA


(27/10) (10/11) (17/11)
CIRCUNFERÊNCIA ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

TÓRAX 76 cm 77 cm 76 cm 77,5cm 76 cm 77 cm 76 cm 77,5 cm


COXA MEDIAL 45/45,5 46/46,5 46/46,5 47/47,5 45,5/46 46,5/47 45,5/46 46,5/47

 Indivíduo II – 20 anos

1ª SEMANA 2ª SEMANA (03/11) 3ª SEMANA 4ª SEMANA


(27/10) (10/11) (17/11)
CIRCUNFERÊNCIA ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

TÓRAX 82 cm 82,5 cm 82 cm 82,5cm 82 cm 83 cm 82 cm 83 cm


COXA MEDIAL 47/46 48/47 46/46,5 47/47 47/46,5 47,5/47 47/46 48/46,5

 Indivíduo III – 23 anos

1ª SEMANA 2ª SEMANA (03/11) 3ª SEMANA (10/11) 4ª SEMANA


(27/10) (17/11)
CIRCUNFERÊNCIA ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

TÓRAX 76 cm 77 cm 75 cm 76 cm 76 cm 77 cm 76 cm 77 cm
COXA MEDIAL 40/39 41/40 39/39 39/39 40/39 40,5/39,5 40/39 41/40
 Indivíduo IV – 27 anos

1ª SEMANA 2ª SEMANA (03/11) 3ª SEMANA 4ª SEMANA


(27/10) (10/11) (17/11)
CIRCUNFERÊNCIA ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

TÓRAX 92 cm 94 cm 91 cm 96 cm 92 cm 94 cm 92 cm 95 cm
COXA MEDIAL 58/59 59/60 57/58 59/60 57/58 59/60 57/58 59/60

Tabela 3. Classificação da média geral.

Média Geral da Hipertrofia Aguda


90

80

70

60

50

40

30

20

10

Tórax antes Tóras depois Coxa antes Coxa depois

Podemos identificar que teve um aumento significativo de hipertrofia


aguda no tórax e membros inferiores com o aumento da circunferência.

CONCLUSÃO

No presente estudo podemos verificar que houve um aumento da


circunferência de coxa medial e tórax, uma vez que o aumento da
circunferência anterior e posterior de coxa foi 1,2cm menor em relação ao
membro superior que obteve 1,5cm.
Podemos concluir que os membros superiores de mulheres sedentárias
têm maior facilidade em hipertrofiar aguda do que os membros inferiores. Com
a continuidade do Treinamento de Força para esse grupo é provável que
aconteça adaptações crônicas, gerando hipertrofia e diminuindo risco de
doenças crônicas, morbimortalidade Cardiovascular, obesidade, entre outras.

REFERÊNCIAS

TEIXEIRA, C.V.L.S.; GUEDES JR. D.P. Musculação: desenvolvimento


corporal global. São Paulo Phorte Editora, 2009.

GUEDES, D. P. Saiba tudo sobre musculação. Rio de Janeiro: Editora


Shape. 2006

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position Stand:


Progression models in resistance training for healthy adults. Med. Sci.
Sports Exerc. Med. Sci. Sports Exerc. Med. Sci. Sports Exerc. Med. Sci.
Sports Exerc. Med. Sci. Sports Exerc. 2002; 34 (2): 364-380.

Yamada, A. K., Bueno Júnior, C.R., Células satélites e atividade física:


Relação dos conhecimentos básicos com a prática profissional, Revista
Brasileira de Ciência e Movimento 17(1), 2009.

Sabino, M., Hipertrofia muscular: miofibrilar e sarcoplasmática, 2013.

Maria do Rosário Gondim Peixoto, Maria Helena D’Aquino Benício, Maria do


Rosário Dias de Oliveira Latorre, Paulo César Brandão Veiga Jardim.
Circunferência da Cintura e Índice de massa Corporal como Preditores da
Hipertensão Arterial. ArqBrasCardiol 2006; 87: 462-470

GODOY, E.S. Musculação Fitness. RJ, Editora Sprint, 1994.

Você também pode gostar