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PREFÁCIO

Esta publicação tem como principal escopo orientar profissionais, que embora não
sejam diretamente ligados à área de assistência à saúde, são voltados para o resgate como
Bombeiros Profissionais Civis, que desejem se capacitar para atuar na primeira abordagem de
em caso de emergência médica, prestando lhe os primeiros e fundamentais cuidados.
O que se pode afirmar com embasamentos teóricos e práticos é que dessa primeira
abordagem está frequentemente a depender o êxito de todas as demais fases de tratamento e
reabilitação, portanto, também vale a pena ressaltar que é de tal maneira importante este
momento inicial de abordagem do acidentado (clínico ou traumático) que se pode afirmar ainda
que o futuro da vítima, quanto a sua integridade como indivíduo, com sequelas ou sem elas,
possibilidades de reabilitação, qualidade de vida pós-acidente e mesmo vida e morte, dependem
deste primeiro momento, realizado por profissional de outras áreas, porém treinados em práticas
de primeiros socorros.
Esta apostila de Primeiros Socorros visa também possibilitar a caracterização entre
acidentes, ambientes de trabalho e ocupações, o que é indispensável para que haja a segurança e
a qualidade de saúde dos trabalhadores.
Faz parte, assim, ao se tentar influir no processo de melhoria do atendimento das
emergências clínicas e cirúrgicas do Sistema Único de Saúde (SUS), Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência SAMU, Corpo de Bombeiro da Policia Militar.
Em permanente crise em nosso Estado, ao definir previamente (antes do
encaminhamento a serviços especializados) as condições vitais do acidente. Este Manual
contem informações capazes de bem orientar aquele profissional Bombeiro civil, disposto a ser
também um primeiro socorrista em situações de emergência, claro está que não é pretensão de
seus organizadores que ele seja sozinho um instrumento capaz de resolver todos os problemas
dos muitos e variados acidentes possíveis em nossos locais de trabalho, mas ainda que ele seja
uma única fonte de informações pronta e acabada é certamente incompleta e necessita de
frequentes atualizações e revisões.
Há também a necessidade de identificação dos profissionais e de um treinamento das
técnicas aqui recomendados.

Filipe Lopes 2018


INTRODUÇÃO

Com o aumento da complexidade das tarefas executadas pelas diversas Unidades de


equipes de Emergência, os riscos tornam-se cada vez mais presentes e eminentes, requisitando
medidas no sentido de evitar a ocorrência de fatos catastróficos.
O Núcleo de segurança contra incêndio e segurança patrimonial Centro X e com
participação de profissionais com formação técnica e superior em enfermagem, preocupado em
atender com informações a formação de socorristas profissionais, elaborou o Manual de
Atendimento Pré-Hospitalar (APH), concentrando esforços multidisciplinares no sentido de
subsidiar ações preventivas nos agravamentos de acidentes ou de males súbitos.
Podemos definir primeiros socorros como sendo os atendimentos imediato e provisório
que devem ser ministrado rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes traumáticos ou de mal
súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e
evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos, até a chegada de
assistência qualificada.
Qualquer pessoa treinada poderá prestar os Primeiros Socorros, conduzindo-se com
serenidade, compreensão e confiança. Manter a calma e o próprio controle, porém, o controle de
outras pessoas é igualmente importante.
Ações valem mais que as palavras, portanto, muitas vezes o ato de informar ao
acidentado sobre seu estado, sua evolução ou mesmo sobre a situação em que se encontra deve
ser avaliado com ponderação para não causar ansiedade ou medo desnecessário. O tom de voz
tranquilo e confortante dará à vítima sensação de confiança na pessoa que o está socorrendo.
O desenvolvimento das atividades nas instituições privadas e/ou pública oferece riscos
específicos de acidentes de trabalho, sendo assim, os profissionais devem estar qualificado e
com conhecimento atualizado dos princípios básicos em primeiros socorros.
Finalidade do curso

Proporcionar aos participantes do Curso de atendimento pré-hospitalar APH, os


conhecimentos e as técnicas necessárias para a prestação do correto socorro, no ambiente pré-
hospitalar, para uma vítima de trauma ou de emergência médica, estabilizando sua condição no
que for possível e dentro de seu limite legal e transportando-a deforma segura e rápida até onde
possa receber atenção médica adequada e definitiva.

Objetivos
1. Possibilitar aos alunos conhecimento aos equipamentos utilizados nos atendimentos
básicos e avançados como conteúdo de uma unidade de resgate e ambulância,
conhecimento da forma de acionamento adequada;
2. Sensibilizar os profissionais aos riscos, mecânicos e biológicos, evitando a transmissão
cruzada.
3. Dar diretrizes para o correto acionamento dos serviços de Emergência e transferência ao
serviço definitivo.

Objetivo específico
Ao final do curso, os participantes, de forma individual e aplicando os conhecimentos
padronizados apreendidos durante a capacitação, serão capazes de:
Realizar através de uma simulação, em local previamente preparado pelos instrutores, o
atendimento correto de uma paciente vítima de trauma.
Realizar através de uma simulação, em local previamente preparado pelos instrutores, o
atendimento correto de um paciente de emergência médica.

Publico alvo
Bombeiros profissionais civis, profissionais de instituições privadas ou publicas,
brigada de incêndio, seguranças patrimonial e aperfeiçoamento escolar para profissionais da
área da saúde.
CONTEÚDO
1. HISTÓRICO.............................................................................................................. 7
2. COMUNICAÇÃO ................................................................................................... 14
3. SEGURANÇA NO LOCAL ................................................................................... 17
4. ESTRELA DA VIDA.............................................................................................. 23
5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ............................................... 25
6. ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA DO CORPO HUMANO ..................... 29
6.1 Sistema esquelético .......................................................................................... 29
6.2 Sistema muscular ............................................................................................. 30
6.3 Sistema nervoso ............................................................................................... 30
6.4 Sistema endócrino ............................................................................................ 31
6.5 Sistema respiratório ......................................................................................... 32
6.6 Sistema digestório ............................................................................................ 32
6.7 Sistema circulatório ......................................................................................... 33
6.8 Sistema urinário ............................................................................................... 34
6.9 Sistema reprodutor masculino ......................................................................... 35
6.10 Sistema reprodutor feminino ........................................................................... 35
7. ÁLISE PRIMÁRIA ................................................................................................. 36
8. ANÁLISE SECUNDÁRIA ..................................................................................... 46
10. HEMORRAGIA .................................................................................................. 60
11. FRATURAS ........................................................................................................ 66
12. QUEIMADURAS ................................................................................................ 68
14. COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL .......................................................... 71
15. IMOBILIZAÇÃO COLETE (KED) .................................................................... 73
16. AFOGAMENTO ...................................................................................................... 82
17. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO PERIGOSO ............................................... 85
18. CONDUTOR DE AMBULÂNCIA .................................................................... 87
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 96
1. HISTÓRICO

Atendimento pré-hospitalar no Brasil e no mundo


O atendimento pré-hospitalar (APH) nasceu da necessidade de prestar um atendimento
imediato, provendo uma resposta adequada ás situações que ocorrem fora do ambiente
hospitalar. (Gustavo Feriani, 2015).
Traçando a história do APH devemos destacar os principais acontecimentos e figuras
importantes que gradualmente selaram a base da prática diária na área de emergência.
O APH evoluiu com a história da medicina em geral, porem os seus conceitos já faziam
parte do cotidiano da pratica exercida há séculos. (Gustavo Feriani, 2015).
mento favorável para intervir passa
rapidamente e a morte pode ocorrer se houver muita demora [...] existe uma possibilidade

são um dos pilares da medicina, o que igualmente constatamos nas palavras do médico e

(Gustavo Feriani, 2015)


Thomas Dekker declarou que

foram os eventos que mais desenvolveram os conceitos do que hoje conhecemos como
atendimento pré-hospitalar. (Gustavo Feriani, 2015).
Na Roma antiga, os valetudinarium eram áreas para o tratamento de feridos. Foram os
primeiros hospitais militares. Nessa época, o Imperador Maurício já designara cavaleiros que
transportariam os feridos a esses hospitais, longe do campo de batalha. (Gustavo Feriani, 2015)
Na França, Ambroise Paré (século XVI) foi responsável pela introdução de cirurgiões no
corpo do exército e pela criação de técnicas de hemostasia com pinças e fios de sutura,
contribuindo para o avanço no tratamento dos feridos de guerra após o aparecimento das armas
de fogo. As pragas que assolaram a Europa principalmente entre os séculos XIV a XVII
dizimaram um terço de sua população entre 1347 e 1351. (Gustavo Feriani, 2015)
Apesar da enorme devastação econômica e social, resultou em melhorias sanitárias e no
cuidado médico, tendo sido criada uma estrutura de transporte dos pacientes até o hospital.
Mas foram durante o reinado de Napoleão que a medicina de emergência apresentou
grandes transformações, graças ao Barão Dominique-Jean Larrey. Como cirurgião-chefe do
exército, Larrey constatou que a maioria dos soldados feridos em batalha morria sem receber
qualquer tipo de atendimento médico.
Passando grande parte do tempo nas trincheiras também percebeu que as ambulâncias
demoravam um largo tempo para socorrer os feridos.
figura 1), que eram carroças
puxadas por cavalos, leves o bastante para o deslocamento rápido e que traziam colchões e

linhas de batalha, onde poderiam receber o tratamento definitivo com segurança.


Com essas ambulâncias, era possível realizar o atendimento médico no local, com
rápida estabilização e transporte, sento o primeiro exemplo do que se realiza nos dias atuais.
O sistema era bem organizado, incluindo médicos e soldados de infantaria para escolta
de ambulância. Larrey tinha uma característica humanitária ímpar que o tornava respeitado
mesmo pelos inimigos, já que, no campo de batalha, não fazia distinção de patente ou de qual
exército pertencia o ferido; socorria a todos.
A criação do conceito de triagem foi outra das inúmeras inovações como legado e que
hoje é largamente utilizada. Na Primeira Grande Guerra, as melhorias no cuidado sanitário

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(necessárias na guerra de trincheira) e a evacuação dos feridos com atendimento médico foram
os avanços marcantes. Na Segunda Guerra, na Guerra da Coreia e na Guerra do Viatinã, a
evolução dos equipamentos médicos, o progresso de técnicas, medicamentos e o atendimento
rápido com transporte imediato (já com introdução de helicópteros) diminuíram
expressivamente a morbidade e a mortalidade.

Retirado de Lerrey DJ, Mémoires de


chirurgie militaire, et campagnes, 1812
(Gustavo Feriani, 2015)
Muitos dos avanços no APH
obtidos no campo militar foram
igualmente utilizados no âmbito civil
apenas a partir dos anos 1950.
O desenvolvimento com a industrialização trouxe o aumento e a migração da população
para áreas urbanas.
O aumento no número de vítimas em acidentes, principalmente os automobilísticos, fez
com que em muitos países uma estrutura baseada em atendimento e transporte fosse melhor
estruturada.
Na Irlanda, nos anos 1950 já existiam pequenos veículos com médicos preparados para
o primeiro atendimento a vítimas de infarto agudo do miocárdio.
Esse modelo foi replicado em muitos estados americanos, ao passo que em outros,
optou-se uso de técnicos com treinamento em suporte avançado de vida, incluindo a
desfibrilação, o manuseio rudimentar das vias aéreas e a administração de algumas medicações.
Com o passar dos anos e com as sucessivas leis que regulamentavam esses serviços, o Sistema
Médico de Emergência nos Estados Unidos assumiu a forma que existe hoje.
Um sistema heterogêneo, em que formas distintas de prestar o APH são utilizadas de
acordo com a população dimensão da cidade ou legislação vigente. Alguns modelos são
públicos, sob comando do Corpo de Bombeiros ou da Policia, e outros privados, sob-
responsabilidade de empresas privadas ou hospitais.
Todos funcionam com paramédicos treinados em diferentes níveis, mas sempre sem
dependência do médico no local do atendimento, fato que distingue o modelo norte americano
da maioria dos outros países.
Na França, foram formadas nos anos de 1950 as chamadas equipes de reanimação
provendo socorro médico em acidentes e realizando transferência hospitalar de pacientes graves.
O sucesso dessas primeiras experiências levaram á proliferação dessas equipes por toda
a França na década de 1960, quando um decreto federal criou formalmente o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência e Reanimação ligado a hospitais (SMUR).
Em 1968 foram criados os SAMU ( ) para coordenar as
atividades dos Serviços Moveis de Urgência e Reanimação (SMUR), sendo um sistema
abrangente com regulação médica das necessidades e dos recursos.
Em 1986, o SAMU foi regulamentado como um sistema responsável pela atividade de
atendimento ás urgências e pelo transporte inter-hospitalar.
No Brasil, desde o inicio da República, ambulâncias foram trazidas da Europa para o
que seria o início do atendimento de emergência, na então capital, Rio de Janeiro.
Com a industrialização e as grandes cidades, o número de emergências médicas
aumentou, mas o recurso disponível para o atendimento em todo o país encontrava-se
prejudicado em virtude da desarticulação e defasagem na assistência médica em geral.

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Não havia organização no transporte de pacientes e os hospitais, na maioria, não tinham
equipamentos e materiais especializados para o atendimento. Em algumas cidades, o APH era
prestado pelo Corpo de Bombeiros, onde se iniciaram alguns serviços com atendimento médico,
a exemplo do Rio de Janeiro, em 1986.
Em outras, como Curitiba (1992), havia a participação conjunta da área da saúde e dos
Bombeiros.
Ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP), assim como a vários hospitais do município de São Paulo, era encaminhada uma
quantidade de vítimas de traumas acima da capacidade de atendimento.

produzidas pelo atendimento inadequado inicial e que por sua vez produziam sequelas
irreparáveis.
A mortalidade era elevada principalmente por problemas respiratórios, hemorragia e
pela demora no transporte para o hospital.
As ambulâncias demoravam a chegar ao local e seus integrantes eram despreparados
para o atendimento de vítimas de trauma.
Eram geralmente veículos da Prefeitura, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
que não tinham estrutura para garantir um transporte com segurança, evitando sequelas
secundárias provocadas por transporte inadequado.
Dificilmente existia a presença do médico no atendimento inicial dos casos graves.
Quando era preciso, uma viatura dos Bombeiros deslocava-se ao hospital mais próximo
na tentativa de que um médico os acompanha-se para ajudar no atendimento.
Assim mesmo, esse médico não tinha sequer o preparo adequado para o atendimento
fora do ambiente hospitalar.
Já no final dos anos 1970 esse cenário era causa de preocupação para a sociedade,
porém haveria ainda um lapso de tempo para que algo concreto acontecesse.
Em 1979 o Corpo de Bombeiro do Estado de São Paulo implantou as UTE (Unidade de
Transporte de Emergência), veiculo do tipo ambulância que acompanhava a viatura de comando
de área, como primeira tentativa para organizar o APH.
Porém, o número de viaturas era insuficiente para atendimento na capital; não existiam
recursos necessários ao atendimento, contando com veículos antigos e deteriorados.
O tempo de resposta para o atendimento era alto, o que levou ao descrédito na sua
utilização.
A falta de apoio interno e político e a ausência de integração com a rede hospitalar que
não era regionalizada ou hierarquizada para o atendimento ás emergências fizeram essa medida
fracassar.
Em 1981, alguns médicos do pronto-socorro (PS) do Hospital das Clinicas formaram
um grupo de trabalho para estudar os problemas comuns que ocorriam nos diferentes serviços
de emergências, como: alta mortalidade das vítimas trazidas ao PS; sequelas graves secundárias
por trauma raquimedular e outros tipos de trauma; ineficiência e inadequação do transporte das
vítimas; falta de distribuição lógica das vítimas aos hospitais e a superlotação dos PS.
Esse grupo posteriormente foi denominado CRAPS (Comissão de Coordenação de
Recursos Assistenciais de Pronto-Socorro), e tinha o objetivo de criar novas ações que gerassem
melhorias no Sistema de Emergência no Município de São Paulo. Era composto por médicos e
bombeiros. Na época, como primeira ação da Comissão, foi criado o conceito de Vaga Zero.
Em 09/02/1983, o secretario da Higiene e Saúde do Município de São Paulo criou
oficialmente o CRAPS.

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Em 15/09/1983, a Secretaria de Estado da Saúde em conjunto com a Secretaria
Municipal de Saúde criou o CRAPS para a Grande São Paulo (Resolução SS-47).
Nos anos de 1986 e 1987 médicos e bombeiros do CRAPS visitaram Chicago (EUA),
onde realizaram um curso de Emergências e visitaram o Serviço de Emergências Médicas local.
No retorno, foi realizado o primeiro curso de First Responder no Corpo de Bombeiros-
1º Grupamento de Busca e Salvamento, ministrado por um paramédico norte-americano.
Nessa época, médicos do Hospital das Clinicas conheceram e participaram do curso
ATLS (Advance Trauma Life Support) ministrado pelo Americano College of Surgeons, que
tinha como finalidade organizar o atendimento ao politraumatizado dentro do ambiente
hospitalar.
Lá também puderam conhecer um serviço de Atendimento Pré-hospitalar americano.
Em 10/08/1987 o Secretario de Estado de Saúde instituiu por meio da Resolução SS-
266 a CAMEESP (Comissão de Atendimento Médico ás Emergências do Estado de São Paulo),
composta por professores das faculdades de Medicina do Estado de São Paulo.
Comissão tinha como objetivo apresentar um programa de enfrentamento ás
Emergências.
Esse programa contemplava a implantação de ações na prevenção, de ações no APH e
de reorganização do sistema hospitalar com sua classificação e regionalização, bem como ações
de reabilitação.
Em 13/07/1988, o Secretario do Estado da Saúde aprovou o programa apresentado pela
CAMEESP e constituiu o GEPRO/ Emergência (Grupo Especial de Programas de
Emergências), em substituição ao CRAPS (SS-16).
O GEPRO/Emergência tinha como principais objetivos:
1. Descrever, implantar o programa de emergências sob diretrizes técnicas e científicas
da CAMEESP.
2. Regionalizar o atendimento aos pacientes politraumatizados na Grande São Paulo.
3. Elaborar princípios fundamentais para um plano de atenção médica de urgência na
área da região metropolitana de São Paulo.
4. Estudar e propor um padrão mínimo de pronto-socorro e de ambulância.
Em 17/03/89 (resolução SS-48) foi dada nova constituição ao GEPRO/ Emergência, composto
por médicos do Hospital das Clinicas, da Prefeitura de São Paulo, do INAMPS e da Associação
Brasileira de Medicina de tráfego, além de enfermeiro e policiais Militares (Grupamento Aéreo
e Corpo de Bombeiros). Em 1989 foi realizado o primeiro curso do ATLS de instrutores no
Brasil, sendo frequentado por professores universitários.
Tinha como objetivo disseminar a ideia da importância da padronização do atendimento
de emergência e da organização do sistema, de alguma forma baseada nos moldes norte-
americanos.
No ano de 1989 o GEPRO elaborou e detalhou o projeto Resgate, uma parceria entre a
Secretaria de Estado da Saúde e a Secretaria de Segurança Pública.
Era constituído por um centro de formação de recursos humanos e por uma central de
comunicação, regionalização e hierarquização dos recursos hospitalares, Inicialmente esse
do de São

Após aprovação do Projeto pelo conselho Regional de Medicina do Estado de São


Paulo, pelo Comando Geral da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, foi então apresentado e
aprovado pelo Secretário estadual da Saúde. O setor de criação da Secretaria Estadual de Saúde
desenvolveu a logomarca que persiste até hoje e o layout das ambulâncias na cor azul.

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As novas viaturas iriam funcionar a partir dos quartéis do Corpo de Bombeiro, e para
tal, seu layout foi readequado. Inicialmente pensou-se em ter um Suporte Avançado que pudesse
atender grandes eventos, com três macas para atendimento, material cirúrgico, gerador e tenda
para montar um hospital de campanha. Esse conceito foi mudado ao longo do tempo, sendo as
viaturas desativadas e substituídas por outras menores e mais ágeis.
Em 22/05/89 e com participação decisiva do GEPRO, foi assinada a Resolução
Conjunta SS-SSP-42, pelos Secretários de Estado da Saúde e da Segurança Pública, com a
finalidade de implantar oficialmente o Sistema de Resgate a Acidentados.
Essa resolução definia competência de ambas as
Secretaria que formaram uma comissão Técnica para
resolver questões de interesse comum na implantação
do Sistema. No final de 1989 o projeto estava pronto,
porém o momento para sua inauguração não era
considerado apropriado, foi quando ocorreu um
acidente aéreo no aeroporto de Cumbica.
Esse fato acabou sensibilizando e pressionando
o poder público, que agilizou o início do serviço.

Figura 2 Logomarca criada pela Secretaria


Estadual de Saúde de São Paulo. (Gustavo Feriani,
2015).
Ainda nessa fase, representantes do governo francês em contato com o GEPRO
sugeriram estabelecer um convênio para troca de experiências entre o SAMU (
Medicale Urgente) da França e o Resgate.
Com o conhecimento e a influência do sistema americano, houve um grande interesse
nesse convênio, pois proporcionava a visão de um sistema que tinha, na figura médico, a base
para o atendimento ás urgências pré-hospitalares.
Após a reunião com Ministério dos Assuntos Estrangeiros da França e o GEPRO,
elaborado um projeto de Cooperação técnico Científica entre o Brasil, através do Estado de São
Paulo, e a França, que posteriormente foi aprovada pelo Itamaraty.
A experiência desse convênio mostrou um caminho próprio a ser seguido, baseado em
um sistema híbrido entre os modelos norte-americano e francês.
Finalmente em 20/02/1990 foi inaugurado o Projeto Resgate com a primeira
implantação na zona oeste de São Paulo como projeto piloto.
Contava com 18 Unidades de Resgate, duas Unidades de Suporte Avançado e um
Helicóptero.
Os hospitais de referencia para o Sistema foram escolhidos para os diferentes níveis de
necessidade.
Neste ano de 1990 o Resgate atendeu 1896 ocorrências.
O número 193 da central do Bombeiro (COBOM) não era conhecido pela população e
nem pela própria Polícia Militar, o que motivou uma campanha de conscientização do número
193, aumentando o número de chamadas.

Figura 3 campanha para início de divulgação do


número 193 (Gustavo Feriani, 2015)

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França. Foram enviados médicos e bombeiros conhecimento e capacitação, médicos
franceses vieram a São Paulo para ministrar cursos ás equipes.

De 1990 para 1994 o projeto demonstrou claramente sua importância social e assistencial.
O número de atendimentos passou de 1.896 em 1990 para mais de 20.000 em 1993
(figura 4).
Desse projeto resultou então um aspecto altamente positivo que foi a percepção da
necessidade e viabilidade de criar um modelo brasileiro, bem como agregar a participação das
universidades. Assim sendo, entendeu o Sr. Governador por oportuno assinar o Decreto nº
38.432, de 10 de março de 1994, onde foram estabelecidas as regras para operacionalização no
Sistema RESGATE.

Em 1998 o Conselho Federal de Medicina, por meio da Resolução nº 1.529, normatiza a


atividade médica na área do APH.

No ano seguinte, o Ministério da Saúde inicia através de portarias a normatização do


APH, integrando-o ao Sistema Único de Saúde. Finalmente, em 2002, com a Portaria
Ministerial nº 2.048/GM, foi aprovado o regulamento técnico dos sistemas estaduais de urgência
e emergência, estabelecendo os princípios e diretrizes, envolvendo toda a rede de assistência de
forma regionalizada e hierarquizada desde a rede pré-hospitalar fixa até o APH móvel (SAMU)
e a rede hospitalar, e com a interface de todos os envolvidos feitos por regulação médica.

Mesmo com o Estado de São Paulo


contando com SAMU municipais e regionais, o
Sistema Resgate permanece ocupando
importante papel no atendimento à população
principalmente na atenção ás vitima
politraumatizadas.

Figura 4 evolução nos 12 primeiros


anos das ocorrências de resgate (Gustavo
Feriani, 2015)

O quadro de médicos e enfermeiros do Sistema permaneceu, desde a sua criação,


subordinado ás coordenações de Saúde da Secretaria de Estado sem uma estrutura formal.

Em 2007, um decreto do Secretario de Saúde criou o CAMU - Centro de


Acompanhamento Médico das Urgências, institucionalizando o grupo que desde a criação do
projeto Resgate era parte integrante deste serviço. (Gustavo Feriani, 2015)

Mas foi em 30 de outubro de 2012, através do Decreto nº 58.498 do governador Geraldo


Alckimin, que o CAMU muda de denominação, passando a se chamar GRAU Grupo de
Resgate e Atenção ás Urgências e Emergências e, tendo como atribuições. (Gustavo Feriani,
2015)

1. Gerenciar e coordenar as atividades de atendimento médico pré-hospitalar nos casos


de urgência e emergência, incidentes com múltiplas vítimas e desastres, de forma
integrada ao Sistema Único de Saúde SUS/SP.
2. Capacitar e reciclar, em sua área de atuação, os profissionais da Secretaria da Saúde
e de outras instâncias, públicas ou privadas.

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3. Prestar assessoria técnica em sua área de atuação, a interlocutores de outros níveis
governamentais, no desenvolvimento e implantação de serviços de atendimento pré-
hospitalar.

Atualmente o sistema resgate encontra-se em expansão. As estatísticas mostram um


crescimento exponencial no numero de ocorrência atendida em todo o estado de São Paulo.

Concomitantemente a esse fato, as ocorrências atendidas apresentam um grau de


complexidade cada vez maior, com pacientes mais graves e acidentes com múltiplas vítimas.

As estruturas municipais de atendimento ás emergências, quando presentes, não são


suficientes ou não apresentam capacitação compatível para o trato dessas ocorrências de maior
impacto. Replicar em todo o Estado a estrutura presente atualmente, a experiência adquirida nos
25 anos de existência, integrando-a as estruturas municipais e regionais existentes, é um meio
para garantir a universalização do atendimento no âmbito pré-hospitalar. (Gustavo Feriani,
2015).

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2. COMUNICAÇÃO
A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações, e utiliza os
sistemas simbólicos como suporte para este fim.
Está envolvida neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: duas
pessoas tendo uma conversa face a face ou por meio de gestos com as mãos, mensagens
enviadas utilizando a internet, a fala, à escrita que permitem interagir com as outras pessoas e
efetuar algum tipo de troca informacional.
No processo de comunicação em que está envolvido algum tipo de aparato técnico que
intermédia os locutores, diz-se que há uma comunicação mediada.
O estudo da Comunicação é amplo e sua aplicação é ainda maior. Para a Semiótica, o
ato de comunicar é a materialização do pensamento/sentimento em signos conhecidos pelas
partes envolvidas.
Estes símbolos são então transmitidos e reinterpretados pelo receptor.
Hoje, é interessante pensar também em novos processos de comunicação, que englobam
as redes colaborativas e os sistemas híbridos, que combinam comunicação de massa e
comunicação pessoal e comunicação horizontal.
Normalmente essa troca de informações é feita via rádio, e para que haja rapidez, e
principalmente para que ocorra o mínimo de dúvida e confusão em relação ao que é transmitido,
utilizam-
exemplificados nas tabelas 1 e 2.

Código Significados
QAP Na escuta (a mais comum e tradicional)
QRA Quem opera? ou Nome
QRU Tem mensagem para mim?
QRV À disposição
QRX Aguarde
QSJ Significado é Dinheiro, taxa

QSL Compreendeu? ou Compreendi! (também bastante utilizada)


QSM Repita
QSP Retransmissão da mensagem
Ou Cancelar a mensagem
QTA

QTC Mensagem

QTH Qual sua posição? ou Endereço

Direção Também utilizada para designar Telefone (há restrições quanto a esse
QTI
entendimento, mas culturalmente no ES, por exemplo, assim é utilizado)

QTO Banheiro
TKS Obrigado

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Tabela 2 alfabeto fonético

CÓDIGO PRONÚNCIA EM TODAS AS LÍNGUAS


LETRA

A Alpha al fa

B Bravo bra vo

C Charlie tchar li

D Delta del ta

E Echo é cô

F Foxtrot fox trot

G Golf golf

H Hotel ho tel

I Índia in dî a

J Juliett jou li ett

K Kilo qui lô

L Lima li ma

M Mike maic

N November no vem ber

O Oscar oss car

P Papa pa pa

Q Quebec qué bec

R Romeo ro me ô

S Sierra si e rra

T Tango tan gô

U Uniform iu ni form

V Victor vic tor

W Whiskey uîs qui

X X-ray ecs rei

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Y Yankee ian qui

Z Zulu zu lu

NÚMERO CÓDIGO PRONÚNCIA EM PORTUGUÊS BRASILEIRO

0 Zero Negativo

1 Uno Primeiro

2 Dois Segundo

3 Três Terceiro

4 Quatro Quarto

5 Cinco Quinto

6 Seis Sexto

7 Sete Sétimo

8 Oito Oitavo

9 Nove Nono

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3. SEGURANÇA NO LOCAL
Na prestação de primeiros socorros ou no atendimento pré-hospitalar para vítimas de
acidentes e traumas, um dos pontos mais importantes e que muitas vezes é negligenciado pelo
socorrista ou por integrantes das equipes de resgate é a segurança na cena da emergência.
Cuidados preliminares no local de acidente ou trauma não devem ser desprezados e
devem anteceder até mesmo a preocupação com o socorro ás vítimas. A cultura de se resguardar
de perigos e também prevenir novos sinistros antes de iniciar o atendimento propriamente dito
ainda não está completamente difundida, notadamente nas equipes profissionais que atuam nesta
área no Brasil, que sejam públicas ou privadas.
Alguns serviços organizados possuem regras claras e protocolos que induzem seus
integrantes a se preocuparem antes consigo para depois tratar das vítimas, porém isso nem
sempre é observado na prática, o que pode colocar em risco tanto os socorristas quanto as
próprias vítimas.
Diante de uma emergência as pessoas apresentam reações emocionais variadas:
Ansiedade: É normal e compreensivo que fiquemos ansiosos diante de uma
emergência, porem de forma controlada que nos permita tomar as medidas
emergenciais corretas, tão logo seja possível.
Pânico: Algumas pessoas tendem a entrar em pânico e não conseguem tomar
qualquer atitude.
Disfunção orgânica: Apresentam desmaios, tremores, etc. Tornando-se mais

Depressão: Outras entram em depressão, choram se isolam das vítimas e


também ficam incapazes de ajudar.
Hiperatividade: Agitado corre para todo lado tentando ajudar a todos.
Lembre-se
Sempre manter a calma e ser sempre positivo com a vítima.
Jamais expresse com palavras, expressões faciais ou comentários paralelos sobre a
gravidade das lesões, pois isso nada ajudará o atendimento e tornará a vítima mais
assustada do que já está. Podendo causar-lhe reações psicoemocionais, como aumentar
a frequência cardíaca.
Atue desta maneira mesmo que acredite que a vítima esteja inconsciente, pois ela pode
estar semiacordada a ouvindo tudo ao redor.
Os princípios do atendimento de emergência Baseiam-
- Rapidez no atendimento;
- Reconhecimento das lesões;
- Reparação das lesões.
Anderson 2015

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É recomendado Procurar sempre conhecer a história do acidente, pedir ou solicitar que
seja pedido um resgate especializado enquanto os procedimentos básicos são realizados,
sinalizar e isolar o local do acidente e utilizar durante o atendimento, de preferencialmente,
luvas e calçados impermeáveis.
- Verificar no local do acidente se não há riscos para o socorrista, como fios elétricos
soltos, fumaças, líquidos inflamáveis e objetos cortantes que possam ferir quem vai fazer o
atendimento.
- Chamar um serviço médico de emergência (geralmente todas as indústrias fornecem
este serviço com profissionais da saúde);
- Acalmar-se e ganhar a confiança da vitima, avaliar seu estado de consciência e suas
lesões e com a ausência destas funções realizarem o CAB, sendo que a massagem cardíaca
requer treinamento com um profissional responsável, caso contrário,chamar a emergência o
mais rápido possível.
Medidas Preliminares
A segurança em um local de ocorrência ou cena de emergência compreende a avaliação
e neutralização dos riscos, a sinalização e a constante observação das condições de perigo
existentes.
A primeira medida que um socorrista deve tomar numa cena de emergência é avaliar se
existe risco real ou potencial para si mesmo. No local, o socorrista deve pensar primeiro nele
mesmo antes de se preocupar com a vítima.
Avaliação de Cena
A avaliação da cena da emergência sob o ponto de vista da segurança é um estudo
rápido e prático dos diferentes fatores relacionados aos riscos físicos, biológicos ou ambientais
que implicarão na tomada de decisões quanto ao acesso á vitima e seu tratamento de primeiros
socorros.
Essa avaliação deve ser constante e não apenas feita no primeiro momento, pois os
fatores podem alterar-se com facilidade e rapidez. Deve ser feita de forma rápida, com etapas
memorizadas que devem ser constantes relembradas e treinadas.
A avaliação inicia-se mentalmente com o questionamento de fatores que podem ocorrer
na cena de emergência mesmo antes da chegada ao local, como:
Qual a natureza da ocorrência? Exemplos: acidente de trânsito,
desmoronamento, queda, trauma por arma de fogo, emergência clínica súbita,
etc.
Qual o número de vítimas e sua situação aparente? Exemplos: múltiplas
vítimas, vítima inconsciente, vítima com hemorragia importante, vítima presa
nas ferragens, etc.

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Existe algum perigo iminente que deve ser afastado ou minimizado? Exemplos:
vazamento de combustível, riscos elétricos, instabilidade de solo, risco de
inundação, risco de explosão.
Alem disso, mesmo antes de chegar á cena da emergência o socorrista deve considerar a
possibilidade de pedir ajuda a outras pessoas ou serviços de emergência, estando preparado para
isso também.
Ao chegar ao local, o socorrista deve mentalmente preocupar-se com três questões
cruciais.
Qual é a situação atual? Esse questionamento visa a identificação da situação
em si. O que está ocorrendo de fato, o que o socorrista vê.
Quais os riscos potenciais? Aqui se trata de analisar a potencialidade dos
perigos aos quais os socorristas e as vítimas poderão estar expostos, ou de como
uma situação pode evoluir para uma condição insegura. O combustível
derramado, por exemplo, pode indicar risco de explosão, um fio energizado
solto pode sugerir o risco de choque elétrico e o fogo descontrolado, de um
incêndio que poderá se alastrar.
O que fazer para controlar ou minimizar os riscos? Quais as medidas que
podem ser adotadas e quais os recursos a serem empregados, incluindo a
solicitação de ajuda para atender adequadamente a situação, levando-se em
conta, rigorosamente, os dois passos dados anteriormente.
A Segurança Pessoal é Prioridade Absoluta
Como já foi observado, numa cena da emergência o socorrista deve preocupar-se
inicialmente com sua própria segurança. O desejo de ajudar a vítima não pode se sobrepor aos
riscos eventuais que poderão existir, portando ele deverá certificar-se primeiro de que o local
está seguro antes de se aproximar da vítima para prestar-lhe o devido atendimento. No caso de
acidentes de trânsito, uma regra prática consiste em realizar uma volta completa ao redor dos
veículos acidentados, procurando sinais de riscos potenciais ou condições inseguras, antes de
acessar a vítima para atendê-la, conforme a figura 5.

Figura 5. Avaliação
dos riscos potenciais em
acidente automobilístico.

Fonte: corpo de Bombeiros


PMESP.

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Somente após ter certeza de que o local está seguro é que o socorrista deverá se
aproximar da vítima. Caso haja risco iminente, como de explosão, fogo, vazamento, inundação,
instabilidade do terreno, etc., devem ser neutralizados ou minimizados ou minimizados antes de
se prosseguir nas demais fases do atendimento.
Os principais acidentes que ocorrem são: ferimentos em geral, entorse, fratura,
hemorragias, choque elétrico, insolação, intoxicação, queimaduras.
Os acidentes acontecem nas ruas e estradas, impedindo ou dificultando a passagem
normal dos outros veículos. Por isso, esteja certo de que situações de perigo vão ocorrer (novos
acidentes ou atropelamentos), se demorar muito ou não sinalizar o local de forma adequada.
Algumas regras são fundamentais para fazer a sinalização do acidente:
Inicie a sinalização em um ponto em que os motoristas ainda não possam ver o
acidente;
Demarque todo o desvio do tráfego até o acidente;
Mantenha o tráfego fluindo;
Sinalize no local do acidente.
A sinalização deve ser iniciada para ser visível aos motoristas de outros veículos antes que
eles vejam o acidente. Não adianta falar em metros, é melhor falar em passos, que podem ser
medidos em qualquer situação.
Cada passo bem longo (ou largo) de um adulto corresponde a aproximadamente um metro.
As distâncias para o início da sinalização são calculadas com base no espaço necessário para o
veículo parar após iniciar a frenagem, mais o tempo de reação do motorista.
Assim, quanto maior a velocidade, maior deve ser à distância para iniciar a sinalização. Na
prática, a recomendação é seguir a tabela 3 abaixo, onde o número de passos longos
corresponde à velocidade máxima permitida no local.
Tabela 3

Fonte: corpo
de Bombeiros PMESP

Equipamentos de proteção individual


Além da rápida avaliação das condições de segurança do local, é muito importante que
o socorrista disponha de proteção individual para agir, seja na neutralização dos riscos, seja no
atendimento propriamente dito.
Os serviços profissionais e organizados disponibilizam para seus integrantes os
equipamentos de proteção individual (EPI), que são aqueles que se destinam á proteção da
integridade física do socorrista, Durante a realização de atividades nas quais possam existir
riscos potenciais. Para os integrantes dos serviços de atendimento pré-hospitalar são
indispensáveis equipamentos como: luvas apropriadas de vinil, látex ou nitrílica; mascara facial
de ventilação, com válvula e filtro para impedir o contágio; óculos protetores, para evitar o

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contato dos olhos com respingos de fluidos corporais, durante certos procedimentos; aventais e
mascara faciais descartáveis etc. uma parte da preocupação do socorrista com a segurança
pessoal também está relacionada com sua própria proteção contra as doenças
infectocontagiosas.
Para evitar contagio o socorrista deverá tomar as chamadas precauções universais que
dizem respeito á utilização dos devidos equipamentos de proteção individual para cada caso de
atendimento. O uso de capacete com visor é obrigatório em muitas situações, assim como de
botas e capa de material resistente a abrasões e fogo, além de ser impermeável. Todo uniforme
deve ter faixas refletivas.
Neutralização de riscos
Em alguns casos, o socorrista não pode lidar com todos os riscos encontrados no local,
sendo nesse caso recomendável o acionamento de socorro especializado para neutralizá-los e
assim possibilitar o acesso á vítima com segurança. Em casos de incêndios ou explosões, por
exemplo, não há condições de atuação sem equipamentos especializados e sem a ajuda de
bombeiros para deixar o local seguro.
Existem situações, porém, em que os riscos foram eliminados e há a necessidade da
obtenção de acesso á vitima para atendê-la. Em tais circunstâncias, pode ser necessário o
emprego de equipamentos específicos, como cortadores, alargadores hidráulicos, alavanca,
alicates especiais, machados, marretas, picaretas, serras, facões, outros materiais de sapa
(enxadas, pá de escota, etc.), cordas flutuantes, flutuadores, etc. tais equipamentos nem sempre
estão disponíveis, e recomenda-se evitar improvisar sua utilização.
Obtenção de acesso às vitimas
Vencida a etapa de controle dos riscos, alguns exemplos de ações que o socorrista deve
seguir para obtenção de acesso às vítimas e posterior prestação dos procedimentos de primeiros
socorros.
Acidentes automobilísticos
Providenciar a estabilização do(s) veículo(s) antes de entrar nele(s).
Deixar um extintor para prevenção de incêndio
Avaliar a vitima e aplicar-lhe os procedimentos indicados
Providenciar o desencarceramento, tirando as ferragens que impedem a vitima
de sair ou ser retirada, utilizando-se a proteção necessária para remoção de
vidros, portas, laterais ou teto, se for o caso.
Providenciar a estabilização e a retirada das vítimas.
Providenciar a estabilização e a retirada das vítimas.
Permanecer sempre atento ás condições de segurança da cena, porque poderão
ser alteradas com o passar do tempo e a movimentação dos veículos.
Vitimas em espaço confinado ou poço

Cuidar para que o ambiente seja vetilado e a vitima receba ar respirável, assim
como o socorrista (a intoxicação por gases é comum nesse tipo de acidentes).

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Utilizar EPI e equipamento de proteção respiratória para chegar até o ponto
onde a vítima está.
Sempre que possível, aplicar um colete imobilizador dorsal para estabilizar as
fraturas, antes de retirar a vítima.
Utilizar equipamentos apropriados como cordas e mosquetões para içar a vitima
com segurança ou retirá-la do local em questão
Observar constantemente as condições de estabilidade do local e manter sempre um
sistema de retirada rápida, como cordas, se for o caso.

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4. ESTRELA DA VIDA

A estrela da vida é o símbolo


que identifica o Pré Hospitalar, é
também considerada como o símbolo
internacional da para medicina e dos
Técnicos em Emergências Médicas,
devido à Serpente e o Bastão.
Reconhecido pela profissão
médica como símbolo da Emergência
Médica, seu uso é encorajado tanto pela
Associação Médica Americana
como pelo Conselho Consultivo do
Departamento de Saúde, Educação e
Bem Estar.
Desenhado por Leo R. Schwartz, Chefe do Departamento do Serviço de Emergência
Médica (EMS) da Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário (NHTSA), a
"Estrela da Vida" foi criada após a Cruz Vermelha Nacional Americana ter reclamado, em 1973,
do uso comum de uma cruz Omaha alaranjada sobre um fundo quadrado branco reflexivo que
claramente imitava o símbolo da Cruz Vermelha. A NHTSA investigou e considerou a objeção
justificada.
O novo desenho, a cruz de seis barras, foi adaptado do Símbolo de Identificação Médica
da Associação Médica Americana e foi certificada como marca registrada em 1° de fevereiro de
1977 pelo Comissário de Patentes e Marcas Registradas em nome da Administração Nacional
de Segurança do Tráfego Rodoviário. A marca registrada permanecera em vigor durante vinte
anos a partir desta. Cada uma das barras da azul "Estrela da Vida" representa a função em seis
sistemas do EMS.
A cobra e o bastão de Asclépio, de acordo com a mitologia grega, foi filho de Apolo
(Deus da luz, verdade e profecia). Supostamente, Asclépio aprendeu a arte da cura do centauro
Cheron; mas, Zeus - rei dos Deuses temia que devido aos conhecimentos de Asclépio, todos os
homens poderiam tornar-se imortais, para que isso não ocorresse, Zeus matou Asclépio com um
raio.
Posteriormente, Asclépio foi venerado como um Deus, e o povo dormiam nos seus
templos, pois era dito que por meio de remédios receitados ele curava os doentes durante seus
sonhos.
Asclépio era geralmente representado em pé, com manto comprido, segurando um
bastão com uma serpente enrolada no mesmo. Desde então o bastão veio a representar o único
símbolo da medicina. No Caduceu, usado pelos médicos e pelo Corpo Médico Militar, o bastão
é alado e tem duas serpentes entrelaçadas. Mesmo que isto não tenha nenhuma relevância
médica na origem, representa a vara mágica do Deus grego, mensageiro dos Deuses.
A Bíblia, em Números 21:9, refere-se a uma serpente num bastão: "Portanto, Moisés fez
uma serpente de bronze e montou-a num poste e, quando qualquer pessoa, mordida por uma
cobra, olhava para a serpente de bronze, recuperava-se".
A Estrela tem seu significado próprio e cada uma de suas extremidades tem uma
representação das funções da Emergência no Pré Hospitalar.
1) Detectar a Emergência;
2) Reportar-se a Emergência;
3) Enviar a Equipe e o equipamento adequado;

23
4) Cuidados no local;
5) Cuidados em transito;
6) Transferência para o tratamento definitivo.

A NHTSA tem direito exclusivo para monitorar seus usos em todo os Estados Unidos.
Seu uso nos veículos de tratamento médico assegura que tais veículos atendam às normas do
Departamento de Transporte dos EUA e garante que o pessoal de tratamento médico de
emergência, que o usa, foi treinado para atender essas normas. Seu uso nas placas e mapas
rodoviários indica o local ou acesso aos serviços qualificados de tratamento de emergência. Não
é permitido nenhum outro uso do símbolo, exceto conforme relacionado abaixo.

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5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
O socorrista é um profissional treinado para prestar os primeiros socorros a pacientes,
ainda no local da emergência, amenizando as dores e o sofrimento da vítima. Seus cuidados são
essenciais para salvar a vida dos pacientes e reduzir possíveis sequelas, uma vez que o socorrista
detecta o que está errado e providencia assistência de emergência sem causar maiores danos.
Em geral, o socorrista realiza trabalhos como estancar sangramentos, verificar pressão
arterial e imobilizar a vítima. Sua ação é comumente requisitada em acidentes de trânsito,
incêndios, acidentes domésticos e até emergências relacionadas a doenças.
Durante a realização de seu trabalho, é fundamental que o socorrista utilize
equipamentos de proteção individual (EPIs) que garantam sua proteção contra problemas
ergonômicos, acidentes e contaminações químicas ou biológicas.
De acordo com a NR-6 da Portaria nº 3214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do
Trabalho e Emprego, considera-se Equipamento de Proteção Individual EPI.

EPIs para socorrista


Gorro ou touca: proteger os cabelos e cabeça do socorrista, principalmente para que não
haja o contato dos fios com a vítima, evitando contaminações;
Avental cirúrgico: o socorrista deve sempre estar vestido com trajes que o protejam do
contato com fluidos corporais ou agentes químicos e biológicos contaminantes;
Máscara de proteção: protegendo o rosto e boca do socorrista, mantendo-os livre de
agentes contaminantes que se espalham pelo ar, sangue ou saliva;
Luvas: protegem as mãos do socorrista, permitindo que ele toque no paciente e
manuseie equipamentos de assistência médica sem que sua pele entre em contato direto com a
vítima ou com o ambiente;
Propé: semelhante a um sapato, protege o socorrista de agentes contaminantes que
possam proliferar-se pelo chão;
Óculos de proteção: assegura que o socorrista não irá contaminar-se por meio de
agentes infecciosos que possam atingir o globo ocular. Normalmente este equipamento é mais
utilizado em áreas bastante poluídas ou em salas de cirurgia.

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Óculos de segurança com proteção lateral completa
Protetores de ouvidos do tipo de inserção (plug) ou tipo de fone
Luva Mascara.

Luvas de lona leve Máscara Cirúrgica Descartável;


Calçados de segurança se houver manuseio de Máscara Hospitalar n95 pff2 Branca ksn 10.02 MH
peças pesadas;

Significado de PFF: Peça Facial Filtrante, ou seja, o corpo do


produto é também o meio filtrante responsável por não deixar os
contaminantes do ambiente entrarem em contato com o sistema
respiratório do usuário.
As máscaras denominadas PFF normalmente são descartáveis,
não possuindo nenhum tipo de manutenção, dessa forma após a
utilização ou quando indicado pelo responsável em SST o produto deve
ser descartado. Estes respiradores são classificados da seguinte maneira:
Recomendado para proteção das vias respiratórias e redução da exposição contra certos
aerodispersóides em uma faixa de tamanho de partículas de 0,1 a 10 micra (diâmetro
aerodinâmico médio) ou maiores, incluindo as geradas por eletrocautério, cirurgia a laser, e
outros instrumentos médicos elétricos.
Recomendado ainda para uso como barreira de nível médio (máscara cirúrgica) em
procedimentos nos quais exista risco de respingos ou projeções de sangue e outros fluidos
corpóreos potencialmente contagiosos sobre a face do usuário. Neste caso, deve ser utilizado em
conjunto com protetor facial ou óculos de segurança, preferencialmente do tipo ampla visão.
Agentes etiológicos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG/SARS),
Influenza Aviária Altamente Patogênica (A/H5N1),
Influenza A/H1N1,
Varicela, Sarampo,
Entre outros micro-organismos cuja via de transmissão seja predominantemente aérea.

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Cadeias de sobrevivência

É recomendado o uso de cadeias de sobrevivência distintas (Figura 4) que identifiquem


as diferentes vias de cuidado dos pacientes que sofrem uma PCR no hospital ou no ambiente
extra-hospitalar.
Suporte Básico de Vida para Adultos e Qualidade da RCP
RCP Aplicada por Socorrista Leigo
Sequência recomendada para um único socorrista foi confirmada o único socorrista
deve iniciar as compressões torácicas antes de aplicar as ventilações de resgate (C-A-B em vez
de A-B-C).
A velocidade recomendada para as compressões torácicas é de 100 a 120/min
(atualizada em relação ao mínimo de 100/min).
A recomendação confirmada para a profundidade das compressões torácicas em adultos
é de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm), mas não superior a 2,4 polegadas (6 cm).
As vítimas de PCR podem apresentar atividade semelhante à convulsão ou gasping, o
que pode confundir os possíveis socorristas. Os atendentes devem ser treinados especificamente
para identificar essas apresentações de PCR e possibilitar o reconhecimento e a aplicação
imediatos da RCP orientada por eles.
Socorristas leigos sem treinamento devem fornecer RCP somente com as mãos, com ou
sem orientação de um atendente, para vítimas adultas de PCR.
O socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada de um DEA
ou de socorristas com treinamento adicional.
Todos os socorristas leigos devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em
vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate,
as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na proporção de 30 compressões para cada
2 ventilações.
O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e a preparação de um DEA para uso,
ou até que os profissionais do SME assumam o cuidado da vítima ou que a vítima comece a se
mover.
Em vítimas adultas de PCR, o correto é que os socorristas apliquem compressões
torácicas a uma frequência de 100 a 120/min.
Durante a RCP manual, os socorristas devem aplicar compressões torácicas até uma
profundidade de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm) para um adulto médio, evitando excesso na
profundidade das compressões torácicas (superiores a 2,4 polegadas (6 cm)).

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28
6. ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA DO CORPO HUMANO

A divisão anatômica básica do corpo humano é feita em cabeça, pescoço, tronco e


membros. Do ponto de vista morfológico e funcional, o corpo é composto de: células, tecidos e
sistemas orgânicos.

Células: são unidades básicas da vida, tanto em


termos estruturais, como funcionais, além de serem as
menores unidades vivas do corpo humano.
Tecidos: são grupos de células e os materiais
que as cercam atuando juntos para realizar determinada
função (órgãos).
Sistemas orgânicos: são grupos de órgãos que
atuam no desenvolvimento de determinada função
orgânica.

6.1 Sistema esquelético


O sistema
esquelético é a estrutura
interna que dá
sustentação ao corpo.
Formada de
ossos, articulações e
cartilagens.
Junto com o
sistema muscular
estriado, compõe o
aparelho locomotor.
O esqueleto
tem função também de
proteção de vários
órgãos vitais.
Ex. os ossos do
crânio que protegem o
cérebro, e os ossos da
caixa torácica que
protege os pulmões e o
coração.

Produção dos glóbulos: além das funções de natureza física e mecânica, vários ossos
desempenham papel na formação do sangue, alojando a medula vermelha, que produz glóbulos
vermelhos (hemácias) e brancos (leucócitos), Esqueleto: o esqueleto adulto tem 206 ossos,
dividi-se em axial (osso da cabeça e do tronco) e apendicular (ossos dos membros).
Formados de sais minerais, especialmente o fosfato de cálcio, os ossos são também
estruturas vivas repletas de células nutridas pelo sangue.

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O maior osso do corpo humano é o fêmur da coxa, com cerca de 50 cm em um homem
de 1,80 m. E o menor osso do corpo humano é o estribo no ouvido, com cerca de 2 a 3,4 mm.
Articulações: fazem as ligações entre os ossos.
Podem ser móveis, como as dos joelhos, semimóveis como a sínfise pubiana, e fixas
como as dos ossos do crânio. Doenças: raquitismo e osteoporose.

6.2 Sistema muscular

O sistema muscular se
refere ao conjunto de centenas
de músculos voluntários
(estriados), conhecidos como
músculos esqueléticos, e de
suas formações acessórias,
como tendões e aponeuroses.
Existem também os
músculos lisos, que compõem a
estrutura de vários órgãos e o
involuntário (músculo
cardíaco).
Fibra muscular: a
principal propriedade da fibra
muscular é ser contrativa.
Quando o músculo se
contrai, chega a ficar com um
terço de seu comprimento. Essa
contração consome energia e
produz calor.
Doenças: distensões e distrofia muscular.

6.3 Sistema nervoso


O sistema nervoso desempenha funções
de percepções e processamento de informações.
Produz e controla os movimentos e ato do
organismo. Grande parte de suas atividades tem
origem na captação de estímulos visuais,
auditivos, térmicos, gustativos, olfativos ou
táteis pelos receptores sensoriais (olhos, ouvido,
nariz, língua e pele). Tais estímulos podem
desencadear uma resposta imediata e reflexa, ou
ser memorizados e armazenados no cérebro.

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Neurônio: é a célula nervosa
que constitui a unidade anatômica e
funcional desse sistema.

Os neurônios motores podem


chegar a ter mais de um metro de
comprimento.

Cada neurônio é capaz de


relacionar-se com dezenas de outros,
daí se origina uma rede de fibras
nervosas.
Os nervos têm por função
conduzir impulsos da periferia para o
centro e vice-versa.
A estocagem de informação é
chamada memória.
Sistema central e periférico: o
sistema nervoso é subdivido em uma
parte central, representada pelo
encéfalo e pela medula espinhal, e outra
periférica, representada pelos nervos.
O sistema nervoso humano se
divide em três níveis: medular,
encefálico inferior e encefálico
superior. Nível medular: é o mais
primitivo.
Está localizado na medula espinhal e é o responsável pelos reflexos motores
inconscientes, como a de coçar. Nível encefálico inferior: engloba as partes do cérebro bulbo,
ponte, mesencéfalo, hipotálamo, tálamo, gânglios basais e cerebelo.
São responsáveis pelas atividades inconscientes, como controle da pressão arterial,
equilíbrio, respiração, salivação e muitas das expressões emocionais, como raiva, excitação e
atividades sexuais.
Nível encefálico superior: está no córtex cerebral e é responsável pela consciência e
raciocínio. É onde acontece a recepção das sensações e emissão das ordens para os movimentos
voluntários.
Doenças: encefalite, meningite, mal de Parkinson.

6.4 Sistema endócrino


O sistema endócrino é formado pelas
glândulas endócrinas e estruturas constituídas
de células secretoras. Podem aparecer como
minúsculos fragmentos de tecido endócrino em
outros órgãos ou formar um único órgão visível
a olho nu.

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Glândulas endócrinas: são a hipófise, tireóide, paratireóides, supra-renais, pâncreas,
ovários e os testículos. Estes produzem hormônios e atuam na regulação química do organismo.
Hormônios: atuam como reguladores químicos, desencadeando, inibindo, ativando ou
mantendo em conjunto com o sistema nervoso, determinadas funções, como crescimento, ciclos
reprodutores e estabilidade metabólica.

6.5 Sistema respiratório


Sua função principal é obter oxigênio e eliminar gás
carbônico. O sistema envolve o funcionamento pelas narinas,
traqueia, laringe, pulmões e diafragma.
Narinas: tem a função de conduzir, aquecer, umedecer e
filtrar o ar. A entrada de ar também pode ser complementada
pela boca. Do nariz ou da boca o ar passa pela faringe. A caixa
craniana contém cavidades que estão cheias de ar.
Traqueia: depois de passar pela faringe, o ar entra na
traqueia, o tubo é subdividido em dois brônquios que leva o ar
até o pulmão. Uma lâmina chamada epiglote fecha o orifício
superior do tubo quando a pessoa come ou bebe e abre-se
apenas para a passagem de ar.
Laringe: é o órgão responsável pela voz, localizada na parte superior da traqueia, a
laringe constitui-se de duas membranas que se estiram quando o ar é expelido, formando o som.
Pulmões: são os principais órgãos do sistema respiratório, sua localização é no tórax e
fica protegido pelas costelas. O ar chega aos pulmões através dos bronquíolos, estes carregam
de ar os alvéolos pulmonares e nos alvéolos o ar inspirado irá oxigenar o sangue e receber deste
gás carbônico produzido por todas as células do organismo. Os pulmões possuem cerca de 300
milhões de alvéolos.
Diafragma: é o músculo responsável, junto com os músculos das costelas, pelo
movimento constante dos pulmões, o que permite a entrada e saída de ar. Está localizado na
base dos pulmões, acima do abdômen. Quando o diafragma se expande (inspiração), o ar é
sugado através das narinas e da boca e quando contrai (expiração) a ar é expulso eliminando o
gás carbônico no ar expirado. Doenças: pneumonia, tuberculose e bronquite.

6.6 Sistema digestório


O sistema digestório é constituído pelo tubo digestivo, formando em disposição
contínua pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino Gross, reto e ânus.
Sua função é preparar os alimentos e absorver seus
nutrientes. As principais glândulas que se ligam a esse sistema
são as salivares, o fígado e o pâncreas.
Processo de digestão: começa na boca, onde dentes e
língua trituram os alimentos, misturando-os com a saliva. No
estômago, o suco gástrico desintegra as fibras dos alimentos e
prepara o bolo alimentar que no intestino delgado sofre ação do
suco pancreático e da bile.
No intestino delgado ocorre ainda grande parte da
absorção dos nutrientes. No intestino grosso, a água, os
minerais e algumas vitaminas são absorvidos.

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Pela via porta, esses nutrientes chegam ao fígado, onde são armazenados ou após metabolismo
enviados à corrente sanguínea.
A defecação é a última etapa do processo e ocorre quando as fezes são expulsas através
do ânus, que contém o esfíncter, terminal do tubo digestivo que controla voluntariamente esse
ato.
Doenças: gastrite, úlcera péptica, cirrose hepática, hepatite e hemorroidas.

6.7 Sistema circulatório


O sistema circulatório é
formado por coração e vasos, dentro
dos quais circula o sangue.

Coração: é o órgão central do sistema circulatório.


O coração é uma estrutura fundamentalmente
muscular que atua como bomba, enviando e recebendo
sangue pelos vasos, funciona ritmicamente por meio de
contrações (sístoles) e relaxamento (diástoles) que se
sucedem.
Anatomicamente o coração é dividido em duas
partes: direita e esquerda e cada uma apresenta parte
superior (átrios) e inferior (ventrículos).
Batimentos cardíacos: no homem adulto o
coração gera em torno de 72 batimentos por minuto
(normal).
Vasos sanguíneos: são estruturas tubulares que
permitem que o sangue do coração chegue a todas as
partes do organismo e vice-versa.
Pressão arterial: para irrigar o organismo, o
sangue se encontra sob pressão no interior do sistema
cardiovascular.
Um aparelho chamado esfigmomanômetro afere a pressão arterial em milímetros de
mercúrio (mmhg).
Apresenta-se como pressão arterial sistólica (medida durante a contração cardíaca máxima)
e a pressão arterial diastólica (medida durante a fase de relaxamento cardíaca mínima).
Os valores considerados normais para um adulto é de 120mmHg (sistólica) por 80 mmHg
(distólica), ou seja, 12 X 8 na linguagem corriqueira.
Sangue: é o fluído que circula no interior do sistema cardiovascular e que alimenta todas as
células do organismo; é constituído de uma parte líquida (plasma), rica em proteínas, glicose
(açúcar) e outros elementos nutritivos. A outra parte, sólida é formada de células sanguíneas,
entre elas se distinguem os glóbulos vermelhos (hemácias), que transportam oxigênio, glóbulos
brancos (leucócitos), responsáveis pela defesa do organismo e as plaquetas, que participam da
coagulação sanguínea.

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Sangue arterial e venoso: o sangue rico em oxigênio e pobre em gás carbônico é chamado
arterial, o inverso é denominado venoso.
De certa forma podemos dizer que o sangue arterial é conduzido pelas artérias e o sangue
venoso, pelas veias. Mas são exceções à artéria pulmonar e seus ramos, que conduzem sangue
venoso do coração aos pulmões e as veias pulmonares que levam sangue arterial dos pulmões ao
coração.
Circulação sanguínea: a circulação que vai do ventrículo direito ao átrio esquerdo, passando
pelos pulmões, é chamada de circulação pulmonar; a que vai do ventrículo esquerdo ao átrio
direito, passando pelos diferentes órgãos, é a circulação sistêmica.
O sangue arterial é bombeado pelo coração através da aorta (artéria de maior calibre do
organismo) para os órgãos, aos quais chega após passar por vasos arteriais cada vez menores e
por capilares.
Nos órgãos o sangue arterial deixa o oxigênio e recebe o gás carbônico e outros produtos
metabolizados pelas células.
Esse sangue torna-se venoso e segue através de capilares e vasos venosos para átrio direito,
onde chega pelas veias cavas superior e inferior, que são veias de grande calibre.
Do átrio direito, o sangue venoso passa para o ventrículo direito de onde é bombeado para
os pulmões.
Nos pulmões, o sangue libera gás carbônico trazido dos tecidos e capta oxigênio
transformando-se novamente em arterial.
As veias pulmonares enviam o sangue arterial ao átrio esquerdo, deste passa ao ventrículo
esquerdo e recomeça o ciclo.
Doenças: arteriosclerose, enfarte do miocárdio e hipotensão arterial.

6.8 Sistema urinário


O sistema urinário é formado pelos órgãos urinários
(rins, ureteres, bexiga e uretra), sua função é produzir e eliminar
a urina, que contém produtos do metabolismo desnecessários ao
organismo.

Rins: processam o plasma sanguíneo e mantêm o


volume hídrico do corpo, excretando os líquidos excedentes.

Ureteres: são tubos fibromusculares que conduzem a


urina para a bexiga, de onde é drenada para fora do corpo pela
uretra, canal que atinge cerca de 20 cm no homem adulto e 4 cm
na mulher adulta.

Doenças: nefrite, infecções do trato urinário (cistite) e


cálculos renais.

34
6.9 Sistema reprodutor masculino
Os espermatozoides (células reprodutoras) e
testosterona (hormônio sexual masculino) são
produzidos por ação dos testículos, as duas glândulas
sexuais que se alojam no escroto.
A testosterona aparece em abundancia na
puberdade e provoca o crescimento dos órgãos sexuais,
o fortalecimento de ossos e músculos, o alargamento
das cordas vogais provoca o engrossamento da voz e o
surgimento dos pelos no corpo.
O desenvolvimento das células do esperma
requer uma temperatura de cerca de 35ºC, atingindo
pelo fato de estas células estarem no escroto, separadas
das partes mais quentes do corpo.
O duto deferente, que percorre a cavidade
pélvica e atravessa a parede abdominal, conduz os
espermatozoides para a uretra, que desemboca no duto
ejaculador.
Nessa fase as secreções da glândula prostática e
das vesículas seminais são adicionadas ao
espermatozoide, formando o sêmen.
A uretra atravessa duas estruturas diferentes: a
próstata, a camada fibromuscular e na porção distal é
envolvida pelo corpo esponjoso do pênis.

6.10 Sistema reprodutor feminino

O sistema reprodutor feminino é formado pela vulva, vagina, útero, ovários e mamas. A
vulva é o conjunto dos órgãos genitais externos da mulher.
A vagina é um canal com um revestimento fibromuscular, pelo qual escoa a
menstruação. Também recebe o sêmen e no parto, leva o bebê do útero ao exterior.
O útero é dividido em duas partes: o colo, localizado no alto da vagina, e o corpo,
localizado no interior da pélvis, que dá origem à menstruação e abriga o feto.
O ovário produz os óvulos e secreta os hormônios estrógenos e progesterona.
O estrogênio é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários
(crescimento da mama, alargamento dos quadris, aparecimento de pêlos pubianos).
Doença: infecção sexualmente transmissível (sífilis, gonorreia, herpes), cistos no ovário
e mioma.

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7. ÁLISE PRIMÁRIA
Essa é a primeira análise que você realiza na vítima, onde se segue um método de
exame dando ao bombeiro uma sistemática e forma lógica de identificar e avaliar os problemas
da vítima, estabelecendo prioridades de tratamento.
Esse método de exame é chamado de ANÁLISE PRIMÁRIA:
Na qual você deve rapidamente identificar: problemas que colocam a vida do paciente
em risco iminente,
Determinando a gravidade de suas lesões e tratar esses problemas tão rápido quanto
possível.
Ela se desenvolve obedecendo às seguintes etapas: ( C A B D E )
C) CIRCULATION
Verificar a circulação
A) AIRWAY
Estabilizar a coluna cervical manualmente, constatar responsividade e certificar-se da
permeabilidade das vias aéreas;
B) BREATHING
Verificar a respiração
D) DISABILITY
Realizar exame neurológico
E) EXPOSITION
Expor a vítima
PROCEDIMENTO DA ANÁLISE PRIMÁRIA
Nível de inconsciência
(Ei, o que aconteceu? Ei você me ouve? Ei, consegue me ouvir?).

Checar presença de pulso

Liberar as VAS Vias aéreas superiores

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Verificar se há sinais de hemorragias
Será feito palpando:
Crânio,
Coluna cervical,

Cintura,
Membros inferiores e superiores e os dedos

Perfusão periférica Apoiar a cabeça da vítima para evitar movimentação até a colocação do
colar cervical e do apoio lateral da cabeça.

Chamar a vítima pelo menos três vezes ou chame-a pelo seu nome se
souber e tocando seu ombro sem movimentá-la

SE A VÍTIMA ESTIVER CONSCIENTE


Apresentar-se, dizendo o seu nome e informando-lhe que é da equipe de Bombeiros
Civis;
Indagar se pode ajudá-lo (Obtenha o consentimento);
Questionar sobre ocorrido;
Questionar sobre a sua queixa principal;

Informar que vai examiná-la e a importância, verificar se as vias aéreas estão pérvias,
analisando presença de secreção ou vômitos, dificuldade respiratória causada por trauma visível
no pescoço.
SE A VÍTIMA ESTIVER INCONSCIENTE

COMUNICAR A SITUAÇÃO:
Rede interna central.
Órgãos públicos como Corpo de Bombeiro ou SAMU
Em caso de brigas e confronto aciona a Policia Militar
Fazer a abertura das vias aéreas, através das técnicas abaixo, de acordo com as
condições da vítima:
Manobra de TRÍPLICE MANOBRA
Manobra de TRAÇÃO DE QUEIXO

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Manobra de EXTENSÃO DA CABEÇA,
Manobra de CHIN LIFT nos casos em que não há suspeita de trauma da coluna cervical

TRÍPLICE MANOBRA
Executada por equipe
de resgate em vítima de trauma
a) Posicionar-se atrás
da cabeça da vítima;

b) Colocar as mãos espalmadas lateralmente a sua cabeça, com os dedos voltados para
frente, mantendo-se na posição neutra;
c) Posicionar os dedos indicadores e médios das mãos, em ambos os lados da cabeça da
vítima;
d) Posicionar os dois dedos polegares sobre o queixo da vítima;
e) Simultaneamente, fixar a cabeça da Vítima com as mãos, elevar a mandíbula com os
indicadores e médios, abrindo a boca com os polegares.
TRAÇÃO DO QUEIXO
Executada por BOMBEIRO atendendo
isoladamente uma vítima de TRAUMA.
a) Apoie com uma das mãos a testa da vítima,
evitando que a cabeça se mova;
b) Segurar o queixo da vítima com o polegar e o
indicador da outra mão e tracioná-lo para cima e em
seguida efetuar a abertura da boca.

EXTENSÃO DA CABEÇA
Também conhecida como manobra de
inclinação da cabeça-elevação do queixo.
Executada em vítimas em que não há suspeita
de lesão de TRM.
a) Posicionar uma das mãos sobre a testa e a
outra com os dedos indicador e médio tocando o queixo
da vítima;
b) Mantendo apoio com a mão sobre a testa,
elevar o mendo da vítima;
c) Simultaneamente, efetuar uma leve extensão
do pescoço;
d) Fazer todo o movimento de modo a manter a
boca da vítima aberta.

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CHIN LIFT
Essa técnica tem como vantagens ser tecnicamente
mais fácil de executar se comparada à manobra de tração de
mandíbula e o socorrista, mesmo sozinho, consegue manter a
manobra sem perder o controle cervical.
Obstrução de vias aéreas por relaxamento da língua que
se projeta contra a orofaringe
Executar da seguinte forma:
1) Manter o controle cervical com uma das mãos posicionada sobre a região frontal da
vítima;
2) Posicionar o polegar da outra mão no queixo e o indicador na face inferior do corpo
da mandíbula;
3) Pinçar e tracionar anteriormente a mandíbula, promovendo movimento discreto de
extensão da cabeça, o suficiente para liberar as vias aéreas.
Desobstrução de vias aéreas utilizando a
manobra de inclinação da cabeça e elevação do mento.

VERIFICAR A RESPIRAÇÃO DA VÍTIMA


a) Liberar as vias aéreas da vítima através da manobra indicada;
b) Observar os movimentos do tórax
OBSERVAR PULSO DA VÍTIMA

Empregar os dedos indicador e médio;


Posicionar as polpas digitais lateralmente dos dedos até a cartilagem e a musculatura
do pescoço;
Aliviar a pressão dos dedos até sentir o pulsar da artéria.
VERIFICAR A PRESENÇA DE HEMORRAGIAS
Que impliquem em necessidade de controle imediato e aplicar a técnica de estancar
Visualizar a parte anterior do corpo da vítima;
Apalpar a parte posterior do corpo da vítima;
Dar atenção inicialmente às hemorragias intensas direcionando o exame da cabeça em
direção aos pés;

39
Procurar por poças e manchas de sangue nas vestes.

VERIFICAR PULSO CAPILAR NA EXTREMIDADE


a) Pressionar a polpa digital ou unha e observe o retorno sanguíneo;
b) Hemorragias internas ou externas devem ser suspeitadas quando houver constatação
de irregularidade na perfusão capilar.

Avaliar a responsividade (chamar o paciente) e expansão torácica:

ausente (PCR);

aérea e considerar suporte ventilatório; e

2. Avaliar permeabilidade de via aérea (VA) e corrigir situações de risco com:


hiperextensão da cabeça e elevação do queixo, cânula orofaríngea, aspiração, retirada de
próteses e via aérea definitiva, se necessário.
3. Avaliar ventilação:

Simetria torácica;

reservatórios, bolsa valva-máscara, dispositivos supraglóticos ou IOT).


4. Avaliar estado circulatório:

ramento ativo, considerar compressão direta, se possível; e

volêmica e/ou.

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5. Avaliar estado neurológico:

upilar: foto-reatividade e simetria.


SAMU 2016
Escala de Coma de Glasgow
A escala de coma de Glasgow é um método para definir o estado neurológico de
pacientes com uma lesão cerebral aguda analisando seu nível de consciência. Esse importante
recurso foi atualizado em abril de 2018 e é muito utilizado por profissionais de saúde logo após
o trauma, auxiliando no prognóstico da vítima e na prevenção de eventuais sequelas.
Apesar de ser muito utilizada atualmente pela Medicina e Enfermagem, essa
classificação de assistência é recente. Foi em 1974 que Graham Teasdale e Bryan J. Jennett (do
Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow) publicaram oficialmente a escala na revista
Lancet. O objetivo era fornecer uma metodologia de atendimento que apontasse tanto a
profundidade do dano neurológico quanto a duração clínica de inconsciência e coma.
As mudanças não pararam e publicação oficial da Associação Americana de Cirurgiões
Neurológicos acrescentando outro importante fator para ser medido na escala: a reatividade
pupilar. A modificação mais recente foi uma tentativa de obter melhores informações sobre o
prognóstico no traumatismo cranioencefálico, incluindo a probabilidade de morte, já que o
estudo realizado pelos pesquisadores revelou maior precisão na análise do estado de saúde do
paciente. Nasceu então a versão mais recente da escala, denominada escala de coma de Glasgow
com resposta pupilar (ECG-P).
A escala considera três fatores principais e determina uma pontuação de acordo com o
nível de consciência apontada em cada um desses casos (espontaneamente ou através de
estímulo). São eles: Abertura ocular, Resposta verbal e Melhor resposta motora. Após a análise
desses fatores, a publicação de 2018 indica mais um ponto a ser observado: a Reatividade
pupilar, que é subtraída da pontuação anterior, gerando um resultado final mais precisa.

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Ocular:
(4) Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo.
(3) Ao som: abre os olhos quando é chamado.
(2) À pressão: paciente abre os olhos após pressão na extremidade dos dedos
(aumentando progressivamente a intensidade por 10 segundos).
(1) Ausente: não abre os olhos, apesar de ser fisicamente capaz de abri-los.

Verbal:
(5) Orientada: consegue responder adequadamente o nome, local e
data.
(4) Confusa: consegue conversar em frases, mas não responde
corretamente as perguntas de nome, local e data.
(3) Palavras: não consegue falar em frases, mas interage através de
palavras isoladas.
(2) Sons: somente produz gemidos.
(1) Ausente: não produz sons, apesar de ser fisicamente capaz de
realizá-los.

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Motora:
(6) À ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como
apertar a mão do profissional e colocar a língua para fora.
(5) Localizadora: eleva a mão acima do nível da clavícula em uma
tentativa de interromper o estímulo (durante o pinçamento do trapézio
ou incisura supraorbitária).
(4) Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma
flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção externa ao
corpo.
(3) Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma
flexão lenta do braço na direção interna do corpo.
(2) Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo.
(1) Ausente: não há resposta motora dos membros superiores e
inferiores, apesar de o paciente ser fisicamente capaz de realizá-la.

Pupilar (atualização 2018):

(2) Inexistente: nenhuma pupila reage ao estímulo de luz

(1) Parcial: apenas uma pupila reage ao estímulo de luz.

(0) Completa: as duas pupilas reagem ao estímulo de luz.

Pontue e some: Os estímulos que obtiveram a melhor resposta do paciente devem ser
marcados em cada um dos três tópicos da escala. Se algum fator impede a vítima de realizar a
tarefa, é marcado NT (Não testável). As respostas correspondem a uma pontuação que irá
indicar, de forma simples e prática, a situação do paciente (Ex: O4, V2 e M1 significando
respectivamente a nota para ocular, verbal e motora, com resultado geral igual a 7).
Analise a reatividade pupilar (atualização 2018): suspenda cuidadosamente as pálpebras
do paciente e direcione um foco de luz para os seus olhos. Registre a nota correspondente à
reação ao estímulo. Esse valor será subtraído da nota obtida anteriormente, gerando um
resultando final mais preciso.
EX: (O4 + V2 + M1 = 7 reatividade pupilar 2 = 5)

43
Essas reações devem ser anotadas periodicamente para possibilitar uma visão geral do
progresso ou deterioração do estado neurológico do paciente.
Avaliação Pupilar
A avaliação pupilar é um importante exame neurológico que poderá dar indicações
fundamentais relativas ao funcionamento cerebral, monitorização de lesões e despiste precoce
de complicações.
As pupilas são normais quando apresentam formas
circulares, centradas e de diâmetro normais. Sua avaliação faz-
se através de um estímulo luminoso apontado ao olho
esperando-se obter resposta pupilar bilateral e simétrica, pela
ativação do nervo oculomotor.
Na avaliação das pupilas será importante pesquisar os seguintes dados: reatividade,
simetria, forma e diâmetro.
A reatividade demonstra o funcionamento dos III e IV pares cranianos.
Quando há reação pupilar à luz diz-se que houve reação foto motora (RFM+). O
contrário, diz-se reação foto motora negativa (RFM -).
Pupilas foto reagentes - são aquelas que reagem à luz.
Pupilas Isocóricas - são aquelas que apresentam diâmetro igual
Pupilas anisocóricas- são aquelas que apresentam diâmetro diferente
Pupilas midriáticas- são aquelas que apresentam diâmetro aumentado (dilatado)
Pupilas miótica - são aquelas que apresentam diâmetro diminuído

Em todas as situações de suspeita clínica de acidente vascular cerebral (AVC), tais


como:
1. Sinais de alerta de AVC isquêmico:
Início súbito de déficits neurológicos focais: plegia ou paresia facial súbita (desvio da
rima labial e alteração da expressão facial); plegia ou paresia em membros superiores (MMSS),
membros inferiores (MMII) ou em dimidio; parestesia ou hipoestesia em face, MMSS ou MMII.

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Disfasia ou afasia súbita
Distúrbio visual súbito, uni ou bilateral.
Alteração da marcha, coordenação e equilíbrio.
Perda súbita de memória.
Vertigem, síncope ou convulsão.
Cefaleia de causa desconhecida

2. AVC hemorrágico: Geralmente sem sinais de alerta, suspeitar quando presentes:


Cefaleia súbita e intensa, sem causa conhecida;
Náuseas e vômitos;
Diplopia;
Alteração do nível de consciência (de confusão mental a irresponsividade);
Material e equipamento;
Equipamento de proteção individual obrigatório;
Procedimentos
Aplicar a Escala de Cincinnati avaliação rápida de três parâmetros:

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8. ANÁLISE SECUNDÁRIA

O principal propósito da análise secundária é descobrir


lesões ou problemas diversos que possam ameaçar a
sobrevivência da vítima, se não forem tratados
convenientemente.
Mas como descobrir as lesões?
Através da avaliação dos sinais vitais;

Exame físico;
Entrevista.
Através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima, o bombeiro poderá
determinar:
O tipo de emergência e os procedimentos específicos.
Uma parte da análise é objetiva, através do exame dos sinais vitais e do corpo da vítima e a
outra é subjetiva, através de dados colhidos em entrevistas.
Sinais e diagnósticos
Toda lesão tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no
descobrimento do tipo de problema que afeta a vítima.

Esses indícios são divididos em dois grupos:


Sinais e sintomas.

Alguns são bastante óbvios, mas outros indícios importantes podem passar
despercebidos, a menos que você examine a vítima cuidadosamente, DA CABEÇA aos PÉS.

SINAIS

São detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos durante a avaliação da
vítima.

SINTOMAS

São sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever

Pode ser necessário que o bombeiro faça perguntas para definir a presença ou ausência de
sintomas.

Pergunte exatamente onde dói, e considere sempre o que a vítima falar.


Exame da cabeça aos pés
Refere-se à palpação e inspeções visuais realizadas pelo Bombeiro, de forma padronizada,
buscando identificar na vítima, sinais de uma lesão.
Proceder ao exame da cabeça aos pés, observando:

PALPAÇÃO DA TRAQUEIA

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Ferimentos ou deformidades;
Desvios da traqueia, comum em lesão direta no pescoço;
Resistência ou dor ao movimento;
Crepitação óssea.
PALPAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL
Ferimentos ou deformidades;
Dor à palpação;
Crepitação óssea;
Instabilidade da estrutura óssea.
CABEÇA, FACE, PUPILAS, OUVIDOS, CAVIDADES NASAL E ORAL.
Crepitação óssea;
Ferimentos ou deformidades;
Secreção pela boca, nariz e ouvidos;
Hálito
Dentes quebrados;
Próteses dentárias.
TÓRAX E ABDOME
Ferimentos, contusões, escoriações;
Dor à apalpação;
Crepitação óssea;
Rigidez da parede abdominal (Abdome em tábua).
CINTURA PELVE E NÁDEGAS
Ferimentos ou deformidades;
Dor à apalpação;
Crepitação óssea;
Instabilidade da estrutura óssea.
MEMBROS INFERIORES E EXTREMIDADES
Ferimentos ou deformidades;
Resposta motora, para avaliar lesão de nervos;
Perfusão capilar, para avaliar lesão arterial ou sinais de choque.
MEMBROS SUPERIORES
Ferimentos ou deformidades;
Perfusão capilar, para avaliar lesão arterial ou sinais de choque.
SINAIS VITAIS
Medições mais frequentes obtidas pela equipe
Temperatura
Pulso

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Pressão arterial
Frequência respiratória
Dor
Essas medidas são indicadores do estado de saúde, devido a sua importância elas são
referidas como Sinais Vitais.
Temperatura (T)
Febre: Aumento anormal da temperatura corporal devido à produção excessiva de calor e
incapacidade dos mecanismos de perda de calor acompanhar o ritmo da produção de calor.
Mecanismos de defesa importante Ativação do sistema imune reduz concentração de ferro
no plasma sanguíneo suprimindo o crescimento de bactérias. - Altera outros Sinais vitais como:
frequência cardíaca e respiratória

(primária) ou devida disfunção do centro regulador hipotalâmico (secundária).


Temperatura Basal (normal) do corpo: 36,8ºC à 37,3ºC
Oral: 37ºC- Leitura lenta (cerca de 7 min.)
risco de contaminação por fluidos, não indicado
para pacientes que não colaboram ou
inconsciente.

Retal: 37,5ºC - Maior precisão, método


desagradável, risco de exposição a fluidos, risco
de lesão, contra indicado para RN e pacientes
com doenças retal.

Axilar: 36.5ºC - Local menos preciso, sudorese


pode interferir, longo período de mensuração.

Timpânica: 37ºC - Aferição rápida, custo elevado, presença de cerume pode interferir na
leitura, contra indicado para pacientes submetidos à cirurgia auditiva.

Higienizar as mãos antes e após o procedimento; Selecionar a via e os aparatos corretos;


Avaliar fatores que possam interferir na determinação da T (ambiente atividade prévia do
paciente,...).
Explicar o procedimento ao paciente;
Posicionar o paciente em posição confortável e adequada;
Limpar o termômetro com álcool (haste para bulbo) antes e após a realização do
procedimento;
Comparar o valor obtido com a temperatura basal e com a variação de T apresentada pelo
paciente;
Registrar corretamente o procedimento
Frequência de pulso

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Frequência cardíaca ou pulso normal:
Bebês de menos de 1 ano: 100 a 160 batimentos por minuto.
Crianças de 1 a 10 anos: 70 a 120 batimentos por minuto.
Crianças de mais de 10 anos e adultos: 60 a 100 batimentos por minuto.
Atletas bem treinados: 40 a 60 batimentos por minuto.
NÃO USE SEU POLEGAR PARA MEDIR O PULSO

Com um relógio, conte os batimentos cardíacos por 1 minuto, na artéria desejada.

Locais para aferição de pulso

FREQUÊNCIA: é o número de pulsações; devem ser contadas durante um minuto;

AMPLITUDE: é o grau de enchimento da artéria (sístole e diástole), pode ser cheio ou


filiforme (indica uma força insuficiente a cada batimento e batimentos irregulares);

RITMO: é a sequência de pulsações; o normal é que elas ocorram em intervalos iguais:


Forte e regular (rítmico): indica batimentos regulares com uma boa força de cada batimento;
Fraco e regular (rítmico): indica batimentos regulares, com uma força precária de cada
batimento;
Irregular (arrítmico): Indica que os batimentos ocorrem tanto fortes como fracos durante o
período da mensuração.
Normocardia: frequência cardíaca normal
Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do normal
Taquicardia: frequência cardíaca acima do normal
Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico
Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico
Fatores que influenciam
as frequências do pulso

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Pressão arterial (PA)
A pressão Arterial é a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue que pulsa
sobpressão do coração. O sangue flui através do sistema circulatório por causa da mudança de
pressão. Ele se move de uma área de alta pressão para uma área de baixa pressão.
Lembrete: pressão máxima é quando ocorre à ejeção de sangue para aorta (contração)-
Sistólica pressão mínima ocorre quando os ventrículos relaxam e o sangue que permanece nas
artérias exercendo uma pressão mínima Diastólica

Locais para aferição de pressão arterial

COMO REALIZAR A AFERIÇÃO


Posição: a medida deve ser realizada na posição
sentada, com o braço repousado sobre uma superfície firme,
observando a inexistência dos fatores de erros descritos mais
adiante, de acordo com o procedimento a seguir:
1 Lavar as mãos, o estetoscópio e explicar o
procedimento ao paciente;
2 - Certificar-se de que o paciente não está com a
bexiga cheia, não praticou exercícios físicos e não ingeriu
bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou até 30 minutos
antes da medida.

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3 - Deixar o paciente descansar por 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com
temperatura agradável. A PA é medida com o paciente sentado.
4 - Localizar a artéria braquial por palpação.
5 - Colocar o manguito firmemente cerca de 2 cm a 3 cm acima da fossa antecubial,
centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha do
manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço e seu comprimento, envolver
pelo menos 80% do braço. Assim, a largura do manguito a ser utilizado estará na dependência
da circunferência do braço do paciente.
6 - Manter o braço do paciente na altura do coração.
7 - Posicionar os olhos no mesmo nível do mostrador do manômetro aneroide.
8 - Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento no nível da pressão
sistólica, desinflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 segundos antes de inflar novamente.
9 - Colocar o estetoscópio nos ouvidos, com a curvatura voltada para frente.
10 - Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na
fossa antecubial, evitando compressão excessiva.
11 - Solicitar ao paciente que não fale durante o procedimento de medição.
12 - Inflar rapidamente, de 10 mmhg em 10 mmhg, até o nível estimado da pressão
arterial, acrescentar mais 20 a 30 mmhg.
13 - Proceder à deflação, com velocidade constante inicial de 2 mmhg a 4 mmhg por
segundo, evitando congestão venosa e desconforto para o paciente. Procede-se neste momento,
à ausculta dos sons sobre a artéria braquial, evitando-se compressão excessiva do estetoscópio
sobre a área onde e aplicada.
14 - Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase
I de Korotkoff), que se intensifica com aumento da velocidade de deflação.
15 - Determinar a pressão diastólica no desaparecimento completo dos sons (fase 5 de
Korotkoff), exceto em condições especiais . Auscultar cerca de 20 mmhg a 30 mmhg abaixo do
último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação a rápida e
completa. Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no
abafamento dos sons (fase 4 de Korotkoff).
16 - Registrar os valores das pressões sistólica e diastólica. Deverá ser sempre
registrado o valor da pressão obtido na escala do manômetro que varia de 2mmhg em 2 mmhg,
evitando-se arredo
17 - Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas, recomendando-se a elevação do
braço para normalizar mais rapidamente a estase venosa, que poderá interferir na medida
tensional subsequente.
Respiração (FR)
A sobrevivência humana depende da capacidade de oxigênio alcançar as células do corpo
sendo dióxido de carbono ser removido das células.

51
A respiração é o mecanismo que o corpo para promover trocas gasosas entre a atmosfera e o
sangue, e o sangue e as células.
Respiração: - Ventilação: movimento de gases para dentro e para fora dos pulmões -
Difusão: movimento de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e as hemácias -
Perfusão a distribuição das hemácias para os capilares pulmonares.

TIPOS RESPIRATÓRIOS
Respiração torácica: comum nas mulheres
Respiração abdominal ou diafragmática: comum em homens
Respiração mista ou tóraco-abdominal
RITMOS RESPIRATÓRIOS
Taquipnéia: respiração rápida e superficial. Diversas condições podem cursar com
taquipnéia, tais como síndromes restritivas pulmonares (derrames pleurais, doenças intersticiais,
edema pulmonar), febre, ansiedade, etc.

Hiperpnéia: aumento da frequência respiratória com ao aumento da amplitude dos


movimentos respiratórios. Pode estar presente em diferentes situações tais como acidose
metabólica, febre, ansiedade.

Bradipnéia: redução do número dos movimentos respiratórios, geralmente abaixo de


oito incursões por minuto. Pode surgir em inúmeras situações, tais como presença de lesões

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Neurológicas, depressão dos centros respiratórios por drogas. Pode preceder a parada
respiratória

Apneia: interrupção dos movimentos respiratórios por um período de tempo


prolongado. Pacientes com síndrome da apneia do sono podem permanecer sem respirar durante
minutos, cursando com hipoxemia acentuada e riscos de arritmias cardíacas e morte. Indivíduos
em apneia necessitam de suporte respiratório ou progredirão para óbito.

Respiração suspirosa: entrecortada por suspiros frequentes, promovendo desconforto e


fadiga ao paciente. Origem relacionada a conflitos emocionais.

Frequência Respiratória
Valores relativos aos ciclos
respiratórios (1 inspiração e 1 expiração)

FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR A RESPIRAÇÃO

Exercício físico, dor, ansiedade, tabagismo, posição corporal, medicações, lesão


neurológica, alteração nos níveis da hemoglobina.

COMO REALIZAR

Relógio com ponteiro de segundos;

Material para registro;

Higienizar as mãos antes e após o procedimento;

Confirmar o nome e o leito do paciente;

Orientar o paciente e/ou acompanhante quanto ao procedimento;

Manter o paciente em posição confortável, de preferência sentado ou com a cabeceira da


cama elevada;

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Manter a privacidade do paciente, se necessário remover a roupa na altura do tórax;

Colocar o braço do paciente em uma posição relaxada, sem que isso bloqueie a
visualização do tórax, ou colocar a mão diretamente sobre o abdome do paciente;

Observar o ciclo respiratório completo (inspiração e expiração) e iniciar a contagem da


frequência por 60 segundos.

Registrar valores da FR, características da respiração e posição do paciente.

Dor

A avaliação da dor é um processo complexo no qual o pesquisador só pode realizá-la a


partir do relato de quem sofre uma agressão tecidual. A precisão na descrição da dor tem como
indicativo o relato subjetivo do paciente. Sendo a percepção dolorosa conceituada como
experiência sensorial e emocional desagradável, associada à lesão tecidual real, ou potencial, ou
descrita em termos dessa lesão.
A avaliação e registro da intensidade da dor, pelos profissionais na emergência, têm que ser
feita de forma contínua e regular, à semelhança dos sinais vitais, de modo a aperfeiçoar a
terapêutica, dar segurança à equipe prestadora de cuidados e melhorar a qualidade de vida do
paciente.
O socorrista explica a vitima a escala numérica de dor de modo que a nota 0 (zero) significa
que o paciente não sente nenhuma dor e a nota 10 significa dor em seu grau máximo.

Essa escala ajuda a equipe e o paciente a acompanhar sua melhora de acordo com a melhor
conduta a ser tomada.

AVALIAÇÃO DA GLICEMIA CAPILAR


Indicação
Avaliação do nível glicêmico do paciente com:
Alteração do nível de consciência.
Convulsão.
Outros sinais de hipo ou hiperglicemia.
História pregressa de patologia metabólica (diabete, hipoglicemia, hiperglicemia) com
ou sem uso de insulina.
Quaisquer outras situações conforme indicação do protocolo e/ou sob-ordem do médico
na cena ou médico regulador.

MATERIAIS E EQUIPAMENTO
Equipamento de proteção individual (EPI) obrigatório.
Material para antissepsia: algodão/gaze e almotolia de álcool 70%.

54
Glicosímetro (conforme modelo padronizado no serviço).
Lancetas estéreis e/ou lancetador apropriado.
Fitas reagentes compatíveis com o modelo de glicosímetro disponível.
Coletor de resíduos perfurocortantes.
Procedimento
1. Utilizar EPI;
2. Separar o material adequado;
3. Orientar o paciente quanto à realização do procedimento, se possível;
4. Escolher o sítio para punção; dar preferência à lateral da extremidade das polpas
digitais;
5. Limpar a área com algodão umedecido com álcool 70% e aguardar secagem;
6. Ligar o aparelho e posicionar a fita reagente no aparelho;
7. Realizar leve pressão na ponta do dedo para favorecer o enchimento capilar;
8. Realizar punção com a lanceta e/ou lancetador no bordo lateral da polpa digital;
9. Obter volume de sangue suficiente para preencher o campo reagente da fita
(superfície absorvente da fita reagente);
10. Após absorção da gota, pressionar o local da punção com algodão embebido em
álcool 70%;
11. Aguardar a leitura digital do valor da glicose sanguínea;
12. Comunicar o resultado ao paciente e à equipe;
SEQUÊNCIA DA ANÁLISE
Palpação da cervical;

Colocar colar cervical;

Coluna vertebral (verifica em y);

Osso frontal e occipital;

Estrutura da face;

PUPILAS; (Veja Interpretação no Anexo logo abaixo)

OUVIDOS;

Cavidade NASAL;

Cavidade ORAL;

MAXILAR;

MANDÍBULA;

CLAVÍCULAS;

CAIXA TORÁCICA;

QUADRANTES ABDOMINAIS;

CINTURA PELVE;

MEMBROS INFERIORES MMII

55
PERFUSÃO PERIFÉRICA deficitária MIE, MID;

SENSIBILIDADE MIE, MID;

MEMBROS SUPERIORES MMSS

PERFUSÃO PERIFÉRICA deficitária MSE, MSD;

SINAIS VITAIS.

SEQUÊNCIA NO MODELO ILUSTRATIVO

9. RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR: Suporte Básico De Vida


Elaboração das Diretrizes
ILCOR - International Liaison Committee on Resuscitacion.
Mais Extensa Revisão Sobre PCR - 2010 Em 1966 A American Heart Association
Desenvolveu O Primeiro Guideline de RCP.
Atualizações A Cada 5 Anos.
A parada cardiopulmonar ou parada cardiorrespiratória (PCR) é definida como a
ausência de atividade mecânica cardíaca, que é confirmada por ausência de pulso detectável,

56
é mais comumente utilizado quando se refere a um paciente que não está respirando e não tem
pulso palpável.
O atendimento da PCR é descrito na literatura como Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP), que compreende uma sequência de manobras e procedimentos destinados a manter a
circulação cerebral e cardíaca, e garantir a sobrevida do paciente.
São sinais clínicos da PCR:
Inconsciência;
Ausência de pulso;
Ausência de movimentos ventilatórios (apneia) ou respiração agônica (gasping).
É determinada por quatro ritmos cardíacos: assistolia, atividade elétrica sem pulso
(AESP), fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) sem pulso.
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS:
35% das mortes no Brasil são por causas cardiovasculares, resultando em 300 mil
óbitos/ano (DataSUS).
Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da parada
cardiorrespiratória (PCR), em que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são cruciais
para melhor resultado do atendimento.
CAUSAS:
5H
Hipovolemia;
Hipóxia;
Hipotermia;
Hipercalemia e Hipocalemia;

5T
Tamponamento cardíaco;
Tromboembolismo pulmonar;
Trombose de coronária;
Tóxico

Sequências de atendimento na parada cardiorrespiratória (PCR)


O atendimento da PCR é descrito na literatura como Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP), que compreende uma sequência de manobras e procedimentos destinados a manter a
circulação cerebral e cardíaca, e garantir a sobrevida do paciente.
Avalie a responsividade: Chame o paciente pelo nome!
Avalie a respiração e pulso simultaneamente por 10 segundos.
Em caso de detecção de ausência de responsividade, respiração (ou gasping) e pulso,
solicite a outro profissional, de forma clara e objetiva, que:
Acione a equipe médica;
Traga o carro de emergência;
Traga o desfibrilador/DEA.

57
Geralmente, a instituição possui um protocolo para o acionamento da equipe médica ou
time de resposta rápida, um sistema de alerta imediato, por exemplo.

Após os comandos, iniciar imediatamente a Sequência de Atendimento C A B:

C: Compressões torácicas de alta qualidade;

A: Vias aéreas abrir vias aéreas;

B: Boa ventilação

RCP imediata de alta qualidade

Após o acionamento do serviço médico, deve-se iniciar as compressões torácicas e


ventilação em todos os pacientes adultos com PCR, seja por causa cardíaca ou não cardíaca

Compressões Torácicas de Alta Qualidade:


Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem
flexionar os cotovelos;
Frequência: 100 a 120 compressões/ minuto;
Profundidade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo 2,4 polegadas (6 cm);
Permitir retorno total do tórax após cada compressão. Não apoiar-se sobre o
tórax entre as compressões;
Minimizar as interrupções nas compressões. Não interromper as compressões
por mais de 10 segundos;
Colocar a prancha rígida embaixo do tórax do paciente, assim que disponível.

Relação Ventilação-Compressão adequada:

Sem via aérea avançada:

Realizar abertura de vias aéreas;


Ventilação numa relação: 30:2, ou seja, 30 compressões: 2 ventilações (até a garantia de
uma via aérea avançada);

Com via aérea avançada:

Compressões contínuas a uma frequência 100 a 120/ minuto e 1 ventilação a cada 6


segundos (10 respirações por minuto).

RÁPIDA DESFIBRILAÇÃO

Assim que chegar o Desfibrilador Externo Automático (DEAs/DAEs): Verificar o


ritmo;
Em caso de ritmo chocável (Fibrilação Ventricular ou Taquicardia Ventricular sem
Pulso):
Aplique 1 choque;
Reinicie a RCP por 2 minutos até o DEA avisar sobre a verificação do ritmo;
Continue até que o Suporte Avançado de Vida assuma ou a vítima se movimente.
Em caso de ritmo não chocável:

58
Reinicie a RCP por 2 minutos, até ser avisado pelo DEA para verificação do ritmo;
Continue até que o pessoal do SAV assuma ou até que a vítima se movimente.
A utilização do DEAs/DAEs no ambiente hospitalar, pode ser considerada para facilitar
a desfibrila
especialmente nas áreas cujo pessoal não esteja capacitado para reconhecer ritmos ou em que o
uso de desfibriladores não seja frequente. O DEA pode ser utilizado pelo Enfermeiro ou pela
equipe de enfermagem sob sua supervisão, na presença ou ausência do profissional médico,
conforme previsto no protocolo de Suporte Básico de Vida.
Em alguns hospitais, não encontra-se disponível o DEA, somente o desfibrilador
manual, e, nesse caso, necessita que a equipe médica esteja disponível 24 horas, tendo em vista
que é um procedimento privativo do profissional médico e segundo Parecer Técnico n.
0001/2012 do COREN-
dentro do ambiente intra- .
É essencial que a equipe de enfermagem esteja atualizada e capacitada para a execução dos
protocolos da instituição, entendendo suas particularidades, uma vez que um bom atendimento
pode determinar a sobrevivência do paciente.

Curiosidades Medicamentos mais utilizadas na PCR.


Epinefrina vasopressor para ressuscitação, pode ser utilizada logo após o início da
PCR devido a um ritmo não chocável;
Lidocaína e Amiodarona ambas são indicadas para evitar recorrência da fibrilação
ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso;
Difosfato de Adenosina A adenosina é recomendada como segura e potencialmente
eficaz para o tratamento e o diagnóstico inicial da taquicardia de complexo largo monomórfica
regular indiferenciada. (2010)
Beta bloqueador indicada para tratamento pós-PCR por FV ou TVSP, pois está
relacionado com maior probabilidade de sobrevivência. No entanto, devem ser avaliados caso a
caso, pois podem ocasionar uma grave instabilidade hemodinâmica, exacerbar a bradiarritmia e
insuficiência cardíaca. Alguns pacientes que já eram cardiopatas e faziam uso de
Betabloqueadores antes, pode ser indicado manter a prescrição para melhor prognóstico.
o
sucesso na RCP, mas, para que o paciente não tenha uma nova PCR, é preciso reverter
à causa da PCR com medicamentos específicos. Por exemplo, hipocalemia, com reposição de
potássio. Por isso, faz-se necessário que a equipe conheça a evolução clínica de cada paciente

Outra intervenção:

59
RCP extracorpórea: pode ser considerada entre determinados pacientes com PCR que
não tenham respondido à RCP convencional inicial, em ambientes em que se possa implementá-
la. Alguns estudos mostraram melhora da sobrevivência, com bons desfechos neurológicos.
Como a ECPR requer muitos recursos e é cara, considere-a apenas quando o paciente tiver uma
probabilidade razoavelmente alta de benefícios, como em casos que o paciente espera por um
transplante cardíaco.
Situações de urgência e emergência

10. HEMORRAGIA
Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue.
A gravidade da hemorragia se mede pela quantidade e rapidez de sangue extravasado.
Hemorragia Interna
As hemorragias internas são mais difíceis de serem reconhecidas porque o sangue se
acumula nas cavidades do corpo, tais como: estômago, pulmões, bexiga, cavidades craniana,
torácica, abdominal e etc.
SINTOMAS
Fraqueza;
Sede;
Frio;
Ansiedade ou indiferença.
Alteração do nível de consciência ou inconsciência;
Agressividade ou passividade;
Tremores e arrepios do corpo;
Pulso rápido e fraco;
Respiração rápida e artificial;
Pele pálida, fria e úmida;
Sudorese.

IDENTIFICAÇÃO
Além dos sinais e sintomas clínicos, suspeita-se que haja hemorragia interna quando
houver:
Acidente por desaceleração (acidente automobilístico); ferimento por projétil de arma
de fogo, faca ou estilete, principalmente no tórax ou abdome; e acidente em que o corpo
suportou grande pressão (soterramento, queda).
Se houver perda de sangue pela boca, nariz e ouvido existem suspeitos de uma
hemorragia no cérebro. Se a vítima apresentar escarros sanguinolentos, provável- mente a
hemorragia será no pulmão; se vomitar sangue será no estômago; se evacuar sangue, será nos
intestinos (úlceras profundas); e se houver perda de sangue pela vagina, poderá estar ocorrendo
um processo abortivo.
Normalmente, estas hemorragias se dão (se não forem por doenças especiais) logo após
acidentes violentos.

60
Hemorragia Externa
As hemorragias externas dividem-se em: arterial, venosa e capilar.

Hemorragia Arterial
Sangue vermelho vivo (rico em O2)
Jorra do ferimento em sincronia com o batimento cardíaco.
É o tipo mais sério pois a vítima perde grande quantidade de sangue muito rápido.
Caso uma artéria grande for rompida, a vítima tem pouco tempo de vida.
Hemorragia Venosa
Sangue vermelho escuro (pobre em O2)
Escorre do ferimento sem esguichos rítmicos.
Também precisa ser controlado o mais rapidamente possível, pois pode oferecer risco
de vida.
Hemorragia Capilar
O sangue escorre lentamente pelo ferimento.
Pode para sozinha e, geralmente, é muito fácil estancá-la por pressão direta.
Não apresenta risco de vida à vítima.
Controle de Hemorragia
Avalie a situação enquanto faz a Declaração do Socorrista. Pare Pense Aja
Se houverem pessoas por perto, solicite ajuda.
Acione ou peça que alguém acione o serviço de emergência
Coloque as barreiras de proteção. Proteja a si mesmo e à vítima.
Se estiver só e a hemorragia for do tipo arterial ou ofereça risco de vida, dê prioridade a ela.
Monitore os sinais vitais da vítima e observe que, se a hemorragia for grave, ela
representa perigo de vida. Os ferimentos no couro cabeludo, na face e nas mãos sangram mais
profusamente, pois nessas áreas o suprimento de sangue é abundante.
Usar Pressão Direta sobre o ferimento é o melhor método para controlar hemorragias.
Utilize uma Gaze pano limpo, uma bandagem de pressão ou qualquer outra coisa que
aplique pressão direta constante sobre o ferimento.
Pressão Direta/ Tamponamento

61
Vista as luvas e demais barreiras de proteção.
Coloque uma gaze, pano limpo ou um curativo estéril sobre o ferimento e aplique
pressão constante.
Nunca aplique pressão direta em um ferimento com objeto cravado ou osso em
protrusão. Use uma compressa sobre o ferimento e aplique pressão moderada.
Eleve a região machucada acima do nível do coração, a menos que haja suspeita de
fratura, deslocamento, objeto cravado ou lesão medular.
Periodicamente, alivie a pressão para verificar se a hemorragia parou ou diminuiu.
Continue monitorando os sinais vitais da vítima.
Controle de Hemorragia
Bandagem de Pressão
Coloque uma bandagem sobre o curativo
estéril ou pano limpo que está cobrindo o
ferimento, enquanto aplica pressão direta
sobre ele.

Caso a bandagem fique ensopada de sangue, coloque outro curativo estéril ou pano
limpo sobre ela e enrole outra bandagem.
Continue aplicando pressão direta sobre o ferimento para ajudar no controle da
hemorragia.
Nunca remova os curativos estéreis, panos ou bandagens ensopadas, pois o sangue
coagulado ajuda a conter a hemorragia.
Vá adicionando curativos e bandagens se necessário.
Ao aplicar bandagens, certifique-se de que estão moderadamente apertadas, mas sem
interromper totalmente a circulação sanguínea, isto é, os dedos não devem perder a
coloração natural.
Sempre enrole a bandagem de modo uniforme e plano ao redor do ferimento, não
permitindo que ela fique torcida.

62
Pressão Indireta
Se a pressão direta e a elevação não forem suficientes, o sangramento
de uma artéria poderá ser controlado comprimindo-se um ponto de pressão, que
é um local onde a artéria fica próxima a uma estrutura óssea e à superfície da
pele.
Nunca substitua a pressão direta pela indireta. Elas devem ser usadas
juntas. Segure o ponto de pressão somente o tempo necessário para parar o
sangramento, reaplique pressão indireta se o sangramento voltar.
Use os pontos de pressão com cautela, pois a pressão indireta pode
causar danos decorrentes do fluxo sanguíneo inadequado. Nunca use pressão
indireta se suspeitar de lesão no osso abaixo da artéria.
Os pontos de pressão mais usados são braquial e o femoral.

Artéria Braquial

A pressão sobre ela é usada para controlar o sangramento intenso de ferimentos nos
membros superiores. O ponto está localizado na parte interna do braço, entre a axila e o
cotovelo.
Para aplicar a pressão, segure o meio do braço da vítima, com o polegar na parte externa
e os dedos na parte interna. Pressione os dedos em direção ao polegar. Use a superfície interna
plana dos dedos, não as pontas. A pressão fecha a artéria, comprimindo-a contra o osso.

Artéria Femoral
A pressão sobre ela é usada para controlar sangramento intenso de ferimentos nos
membros inferiores. O ponto está localizado na parte central anterior da dobra da virilha, onde a
artéria cruza a bacia pélvica a caminho dos membros inferiores.
Para aplicar a pressão coloque a vítima ereta e deitada de costas, se possível.
Ajoelhando-se do lado oposto ao do membro ferido, coloque a base da mão
diretamente sobre o ponto de pressão e incline-se, aplicando a pressão
necessária para fechar a artéria. Se o sangramento não for controlado, pode ser
necessário pressionar diretamente a artéria com a superfície plana das pontas
dos dedos e aplicar pressão adicional.
Torniquete
Os torniquetes devem ser usado somente como último recurso, quando todos os outros
métodos de controle de hemorragias potencialmente fatais tiverem falhado, e seu uso estão

63
restrito aos membros. Em quase todos os casos de aplicação de torniquetes, o membro tem que
ser amputado.
Como regra geral, considere o uso de um torniquete somente quando:
Houver rompimento de uma grande artéria
O membro tiver sido parcial ou totalmente decepado
O sangramento estiver incontrolável
É possível improvisar um torniquete a partir de retalhos, lenços, toalhas, gravatas, panos ou
outro material adequado que tenha pelo menos 8 cm de largura. Nunca use arame, corda ou
qualquer outra coisa que possa cortar a pele. Nunca use grampos nos vasos sanguíneos.
Para aplicar um torniquete:
Segure o ponto de pressão apropriado para controlar temporariamente o sangramento e,
em seguida, posicione o torniquete entre o coração e o ferimento, deixando pelo menos
5cm de pele sadia entre o ferimento e o torniquete.
Coloque uma compressa grossa sobre o tecido que será comprimido.
Passe o material do torniquete ao redor do membro duas vezes, apertando bem e, em
seguida, prenda-o com um meio-nó na porção superior do membro.
Insira um bastão pequeno ou outro objeto semelhante no meio-nó e faça um nó direito.
Torça o bastão para apertar o torniquete somente até o sangramento parar. Prenda o
bastão no local com as extremidades do torniquete ou outro pedaço de tecido. Deixe o
torniquete descoberto.
Anote detalhadamente a localização do torniquete e a hora em que ele foi aplicado.

vítima, com batom ou marcador vermelho, anotando a hora em que o torniquete foi
aplicado.
Nunca afrouxe ou remova um torniquete sem a orientação de um médico.

Ferimentos Fechados
Ocorrem em consequência de contusões, compressões e abrasões. Esses mecanismos
lesam os tecidos da pele e podem provocar rompimento dos vasos sanguíneos.

64
O trauma provoca o acúmulo de líquido nos tecidos e o rompimento dos vasos gera
sangramento. Esses ferimentos são chamados de contusões. Dependendo da intensidade da
energia e da força aplicadas, outras estruturas mais profundas, como músculos, ossos e órgãos,
podem ser lesados junto com a pele.
Os sinais clínicos mais frequentes do acometimento superficial são edema, equimose e
hematoma. Essas lesões superficiais geralmente não colocam a vida em risco, porém podem ser
um sinal importante da presença de lesões internas graves concomitantes.
Ferimentos abertos: Os ferimentos abertos podem ser divididos em:
1) Escoriações - são lesões da camada superficial da pele ou das mucosas, que podem
ou não apresentar sangramento discreto e são acompanhadas de dor local intensa;
2) Corto contusos - são lesões superficiais, de bordas regulares, e que geralmente são
produzidas por objetos cortantes, como facas, fragmentos de vidros ou de metais. O
sangramento dessas lesões pode ser extremamente variável, dependendo da existência de
ruptura de pequenos vasos. Os ferimentos cortocontusos também podem produzir lesões de
vasos, tendões, nervos e músculos;
3) Lacerações - são lesões teciduais de bordos irregulares, em geral decorrentes de
traumatismos intensos produzidos por objetos rombos;
4) Ferimentos perfurantes - são lesões produzidas por objetos pontiagudos, tais como
pregos, agulhas e estiletes, com orifício de entrada geralmente pequeno. De acordo com a
profundidade de penetração, podem ser lesados estruturas e órgãos internos. Na região do tórax,
as intercorrências mais frequentes e graves são o pneumotórax, o hemotórax e o tamponamento
cardíaco, que podem colocar em risco a vida do doente. No abdome, os ferimentos perfurantes
podem provocar hemorragia e/ou peritonite, podendo gerar risco de vida;
5) Avulsões - são lesões abertas, onde existe descolamento de pele em relação aos
planos profundos, com perda do revestimento cutâneo. Essas lesões também podem ser
acompanhadas de sangramento;

Técnicas de estancamento em Compressão Estancamento por elevação do


ferimentos arterial membro

65
Torniquete Tipos de Hemorragias Ferimento nos olhos,
Pressão direta sobre artéria Ferimento na cabeça.

Ferimento no braço Imobilização do Ombro


com bandagem triangula

11. FRATURAS
Fratura é a ruptura total ou parcial de osso. Podem ser fechadas ou expostas.
Fratura fechada: na fratura fechada não há rompimento da pele, ficando o osso no
interior do corpo.
Fratura exposta: fratura na qual há rompimento da pele. Neste tipo de fratura ocorre
simultaneamente um quadro de hemorragia externa, existindo ainda o risco iminente de
infecção.

Tratamento da Fratura Fechada

Aplicar tração em fraturas de membros sempre que possível.


Imobilizar a fratura mediante o emprego de talas, dependendo das
circunstâncias e alinhamento do osso.
Imobilizar também a articulação acima e abaixo da fratura para evitar qualquer
movimento da parte atingida.
Observar a perfusão nas extremidades dos membros, para verificar se a tala
ficou demasiadamente apertada.
Verificar presença de pulso distal e sensibilidade.
Tranqüilizar o acidentado mantendo-o aquecido e na posição mais cômoda
possível.
Prevenir o estado de choque.
Remover a vítima em maca.
Transportar para o hospital.

66
Traumatismos
Não se trata de uma classificação de fratura em MMSSII, sim, de traumatismos ocorridos
em pontos vitais do corpo humano.

Trauma de Crânio
Lesões na cabeça fazem suspeitar de uma condição neurológica de emergência. Podem
causar hemorragias internas e externas, se não corrigidas de imediato, podem levar a vítima ao
choque e progredirem até a morte.

Identificação
Ferimentos na cabeça.
Tontura, sonolência e inconsciência.
Hemorragia pelo nariz, boca ou ouvido.
Alteração do ritmo respiratório.
Hematoma nas pálpebras.
Saída de líquido cefalorraquidiano pelos ouvidos.
Vômitos e náuseas.
Falta de controle das funções intestinais.
Paralisia.
Perda de reflexos.
Desvio de um dos olhos.
Diâmetro das pupilas desiguais.
Trauma de Coluna
Todas as vítimas poli traumatizadas inconscientes deverão ser consideradas
como portadoras de trauma de coluna. Os traumas de coluna mal conduzidos podem
produzir lesões graves e irreversíveis de medula, com comprometimento neurológico
definitivo.
Dor aguda na vértebra atingida.
Associação do tipo de acidente com a possibilidade da lesão.
Saliência anormal no local.
Perda de sensibilidade nos membros.
Sensação de formigamento dos membros.
Paralisia.

Trauma de Bacia
A bacia é uma estrutura óssea que serve para a sustentação do corpo e a proteção de
órgãos vitais internos, tais como os rins e a bexiga.
Neste tipo de fratura pode existir hemorragia interna.

67
Fratura de Costela
A costela fraturada pode produzir lesão interna, comprometendo a respiração.

12. QUEIMADURAS
Queimadura é uma lesão produzida no tecido de revestimento do organismo por agentes
térmicos, produtos químicos, irradiação ionizante, etc.

Graus de Queimadura
Primeiro grau: Epiderme
Segundo grau: Derme
Terceiro grau: Hiporterme

Extensão da Queimadura
Para calcular em um adulto a porcentagem aproximada de superfície de pele queimada,
tomamos em conta os seguintes dados, considerando as partes em relação ao todo:
Cabeça 9%
Pescoço 1%
Membros superiores 9% (cada um)
Tórax e abdome 18%
Costas 18%
Membros Inferiores 18% (cada um, incluindo nádegas)
Para as crianças, a porcentagem é a seguinte:
Cabeça 18%
Membros superiores 9%
(cada um)
Tórax e abdome 18%
Costas e nádegas 18%
Membros Inferiores 14%
(cada um, incluindo nádegas)
É considerada como sendo grave qualquer queimadura (mesmo que seja de primeiro grau)
que atinja 15% do corpo ou mais.

Para as crianças, a porcentagem é a seguinte:


Cabeça 18%
Membros superiores 9% (cada um)
Tórax e abdome 18%
Costas e nádegas 18%
Membros Inferiores 14% (cada um, incluindo nádegas)
É considerada como sendo grave qualquer queimadura (mesmo que seja de primeiro grau)
que atinja 15% do corpo ou mais.
13. DESMAIOS
O desmaio consiste na perda transitória da consciência e da força muscular, fazendo
com que a vítima caia ao chão. Pode ser causado por vários fatores, como a subnutrição, o
cansaço, excesso de sol, stress. Pode ser precipitado por nervosismo, angústia e emoções fortes,
além de ser intercorrência de muitas outras doenças.
Vertigens e tonturas

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Vertigem é um sintoma no qual a pessoa tem a sensação de uma tontura rotatória, podendo
causar náuseas, vômitos, ilusão de movimento, etc. Existem dois tipos de vertigem, a Central e
Periférica.
Tontura Falsa sensação de movimento, Sensação de desmaio, Perda de equilíbrio ou
instabilidade. Outras sensações como flutuar ou nadar. A tontura pode vir acompanhada de
perda de equilíbrio, náuseas ou vômito. Você pode ter dificuldade para andar ou manter a
postura ereta, bem como sentir sonolência. O sintoma muitas vezes desaparece ou melhora ao se
deitar.

Parto de Emergência
A grande maioria dos partos se resolve espontaneamente, apenas sendo assistidos pelo
médico ou obstetra. Haverá situações em que o parto acontecerá antes da parturiente chegar ao
hospital, ou mesmo a caminho dele.
Contrações regulares a cada 2 minutos.
Visualização da cabeça do bebê no canal de nascimento.
Saída de liquido amniótico (ruptura da bolsa).
Procedimentos Gerais
Sem expor à parturiente, ela deverá estar livre de todas as vestimentas que possam
obstruir o canal de nascimento.
Em hipótese alguma o processo de nascimento do bebê poderá ser impedido, retardado
ou acelerado.
Sempre o marido, os pais ou outro parente próximo deverá acompanhar, o tempo todo, a
parturiente.
Não permitir a presença de curiosos. Procurar ser o mais discreto possível e manter ao
máximo a privacidade da gestante.
Não permitir que a gestante vá ao banheiro se são constatados os sinais do parto
iminente.
Colocar a parturiente deitada de costas, com os joelhos elevados e as pernas afastadas
uma da outra e pedir-lhe para conter a respiração, fazendo força de expulsão cada vez que sentir
uma contração uterina.
Quem vai assistir ao parto deverá lavar bem as mãos.

69
A cada contração, a medida que o parto progride, a cabeça do feto torna-se mais visível.
Deve-se ter paciência e esperar que a natureza prossiga o parto; nunca se deve tentar puxar a
cabeça da criança para apressar o parto.
À medida que a cabeça for saindo, deve-se apenas ampará-la com as mãos, sem
imprimir nenhum movimento, que não o de sustentação.
Depois de sair totalmente, a cabeça da criança fará um pequeno movimento de giro e,
então, sairão rapidamente os ombros e o resto do corpo. Sustentá-lo com cuidado. Nunca puxar
a criança, nem o cordão umbilical; deixar que a mãe expulse naturalmente o bebê.
Após o nascimento da criança, limpar apenas o muco do nariz e a boca com gaze ou
pano limpo e assegurar-se de que começou a respirar. Desta forma, todo o líquido que estiver
impedindo a respiração será expelido.
Se o bebê ainda assim não respirar, fazer respiração artificial delicadamente, insuflando
apenas o volume suficiente para elevar o tórax da criança, como ocorre em um movimento
respiratório normal.
Não há necessidade de cortar o cordão umbilical, se o transporte para o hospital
demorar menos de 30 minutos. Porém, se o tempo de transporte for superior a 30 minutos, deitar
a criança de costas e, com um fio previamente fervido, fazer nós no cordão umbilical: o
primeiro a aproximadamente quatro dedos da criança (10 cm) e o segundo nó distante 5 cm do
primeiro. Cortar entre os dois nós com uma tesoura, lâmina ou outro objeto esterilizado.
O cordão umbilical sairá junto com a placenta, cerca de 20 minutos após o nascimento.
Após a saída da placenta, deve-se fazer massagem suave sobre o abdome da parturiente
para provocar a contração espontânea do útero e diminuir a hemorragia que é normal após o
parto.
Transportar a mãe e a criança ao hospital para complementação assistencial médica.
Deve-se também transportar a placenta para o médico avaliar se ela saiu completamente.
Assistência ao recém-nascido (RN) que nasce bem (não necessita de reanimação)

70
Exacerbação da asma na criança

14. COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL


Indicação
Paciente com suspeita de trauma e indicação de imobilização de coluna cervical.
Materiais

O profissional 1 realiza a estabilização manual da cabeça com a


duas mãos e com a ajuda de uma leve tensão no sentido axial, realiza o
alinhamento em posição neutra.

Atenção: O alinhamento deve ser evitado ou interrompido se houver resistência ou dor


ao movimento, piora da condição ventilatória ou ocorrência de espasmos musculares do pescoço
e parestesia.

71
O profissional 2 realiza a avaliação do pescoço e região
mentoniana para rápida detecção de lesões que necessitem de
abordagem antes da instalação do colar ou que impeçam sua
instalação.
Devem ser avaliados rapidamente: face, pescoço,
traqueia, condições de jugulares, clavículas, coluna cervical e
pulso carotídeo.
Em seguida, o profissional 2 utiliza seus dedos para
medir o pescoço do paciente, (distância entre a mandíbula e o
ombro).

Usando esta medida aproximada, o profissional 2


seleciona o tamanho adequado do colar. No caso de colares
ajustáveis, deve-se realizar o ajuste ao tamanho indicado,
certificando-se que este está travado no tamanho selecionado.

Enquanto a estabilização e alinhamento da cabeça são


mantidos, o profissional 2 instala o colar.
Pode haver variação da técnica de instalação a
depender da posição do paciente:
Paciente em DDH a colocação se inicia com a
passagem do colar por trás, entre o pescoço e a superfície,
complementando-se pelo ajuste do apoio mentoniano à frente,
sob o mento;
Paciente sentado ou em pé a instalação do colar se
inicia pela adequação do apoio mentoniano do colar sob o
mento complementando-se com a passagem por trás do
pescoço.

O ajuste do colar é complementado pela checagem do


correto posicionamento:
Do apoio mentoniano do colar sob a mandíbula de um
ângulo ao outro;
Do apoio esternal do colar sobre a região do esterno no
tórax do paciente;
Dos apoios laterais do colar sobre as clavículas e trapézio.
Após a colocação do colar cervical, a estabilização manual
da cabeça e do pescoço deve ser mantida até que o paciente seja
colocado na prancha e seja instalado o imobilizador lateral de
cabeça.

72
15. IMOBILIZAÇÃO COLETE (KED)

Imobilização sentada dispositivo tipo colete (KED)


Registrar o procedimento realizado na ficha/boletim de atendimento
Imobilização sentada dispositivo tipo colete (KED).
Indicação
Paciente de trauma que se encontra sentado (no carro ou em outra situação) e que não é
portador de risco de vida imediato.
Materiais
EPI obrigatório;
Colete de imobilização dorsal (Kendrick extrication device KED ou similar);
Colar cervical;
Prancha longa;
Bandagem triangular ou similar;
Maca.

Com os tirantes do tronco e dos membros inferiores afivelados


e revisados, deve ser finalizada a colocação do colete com a
imobilização da cabeça.
Para isso é preciso analisar se é necessário preencher espaço
entre a cabeça e o colete para manter o alinhamento neutro. Se
necessário pode ser utilizado acolchoamento.
Em seguida, posicionam-se as tiras de fixação da cabeça. A
primeira passando na testa do paciente e a segunda sobre o colar
cervical (altura do queixo do paciente).
As tiras devem ser presas com o velcro no corpo posterior do
KED (a tira superior deve ficar bem justa para evitar qualquer
movimento e a tira inferior mais solta para permitir a ventilação).
Nesse momento, o paciente está imobilizado (tronco, pescoço
e cabeça) e o profissional 1 está apto a deixar sua posição

Antes de movimentar o paciente, todos os tirantes devem ser


reavaliados. O tirante superior do tórax deve ser ajustado
adequadamente neste momento.

A prancha longa é posicionada sob as nádegas do paciente,


apoiada no assento, enquanto do outro lado é apoiada pelo profissional
ou pela maca.
Para a sustentação da prancha poderá ser solicitado o apoio dos
demais profissionais (bombeiros, policiais, etc.,) presentes na cena.

Os profissionais 2 e 3 deverão proceder a remoção sustentando


o paciente pelas alças do colete enquanto giram, levantam e movem o
paciente para fora em movimentos curtos e sincronizados.
Enquanto o paciente é girado em direção do lado da saída, seus
73
membros inferiores são elevados em direção ao assento, se necessário,
passados sobre o console, um por vez.
Os dois antebraços do paciente devem ser posicionados um
sobre o outro e imobilizados com a ajuda de bandagens triangulares
ou utilizando as sobras dos tirantes longos.
O paciente está pronto para ser removido.
Se possível a prancha longa deve ser posicionada sobre a maca
ou esta deve estar próxima à saída do paciente para evitar
deslocamentos longos.

Assim que o paciente for girado em direção à prancha


Os giros devem ser longa, ele deve ser deitado sobre prancha mantendo os membros
realizados até que o paciente inferiores elevados.
esteja com as costas voltadas Nesse momento o cinto superior (verde) do tórax deve ser
para a prancha. afrouxado para favorecer a ventilação e os cintos da virilha devem
ser soltos para permitir que os membros inferiores sejam abaixados
sobre a prancha.
O paciente deve ser adequadamente posicionado na
prancha longa com o colete para receber em seguida o
afivelamento dos cintos de segurança da prancha e da maca.
Remoção de capacete
Paciente em uso de capacete fechado com suspeita de trauma.
O procedimento tem como objetivo permitir o acesso imediato para o tratamento da via
aérea e da ventilação do(a) paciente, e ainda, assegurar a estabilização da cabeça e da coluna
cervical.
Materiais
tório;

Procedimento
1. Utilizar EPI.
2. Identificar-se e explicar o procedimento ao paciente à medida do possível.
3. Realizar manobra conforme descrito:

O profissional 1 aborda o paciente por trás da cabeça e


ajoelhado com os braços apoiados no chão ou nas coxas,
estabiliza o capacete posicionando as palmas das mãos sobre ele
enquanto os dedos se apoiam na borda inferior.
O profissional 2 ajoelha-se ao lado e abre (ou retira) a
proteção do
rosto e também abre (ou corta) a tira de fixação do capacete.

74
O profissional 2 deve assumir o controle manual da coluna
cervical.
Para isso, com uma das mãos fixa a mandíbula do paciente
de um lado a outro, em movimento com o polegar e os dedos
abertos enquanto apoia o braço sobre o esterno.
A outra mão é posicionada por trás sob o pescoço na
região occipital com o cotovelo apoiado no solo.
ssional 1 inicia a retirada do capacete fazendo um
movimento para os lados (de abertura), ao mesmo tempo que
mobiliza o capacete para cima e para baixo (balanço) tracionando-
o para fora da cabeça do paciente.
É preciso cuidado especial no momento de passagem
sobre o nariz. Os movimentos devem ser lentos e controlados.

Assim que o capacete for totalmente retirado, enquanto o


profissional 2 mantém o controle manual, sem deixar a cabeça se
movimentar, o profissional 1 coloca coxins atrás da cabeça do
paciente para auxiliar na manutenção da posição neutra e
alinhada.
Após a colocação dos coxins, o controle manual da cabeça
volta a ser efetuado pelo profissional 1 na forma padrão.
O procedimento é finalizado com a colocação do colar
cervical.

Rolamento em bloco 90º

Indicação:
Paciente com suspeita de trauma e indicação de imobilização de coluna vertebromedular
que necessita ser posicionado em prancha longa ou outro dispositivo de transporte e/ou
necessite de avaliação do dorso.
Materiais e Equipamentos.
EPIs obrigatórios;
Colar cervical;
Imobilizador lateral de cabeça com tirantes;
Prancha longa;
Três cintos de segurança ou dispositivo similar.
Procedimento
1. Utilizar EPI.
2. Identificar-se e explicar o procedimento ao paciente à medida do possível.
3. Realizar manobra conforme indicado:

O profissional 1 deve posicionar-se atrás da


cabeça do paciente, com os joelhos e cotovelos
apoiados para melhor estabilidade e realizar o
alinhamento e estabilização manual da cabeça ;
Em seguida, o profissional 2 mensura e aplica o
colar cervical no paciente.
75
Mantendo a estabilização manual da cabeça, os
profissionais 2 e 3 se posicionam à altura do tórax e à
altura dos joelhos respectivamente;
Os MMSS do paciente são avaliados e
posicionados junto ao corpo e os MMII são colocados em
posição anatômica.
A prancha é posicionada do lado oposto ao
rolamento, junto ao paciente com a borda superior
posicionada pouco acima da cabeça;
O profissional 2 posiciona uma das mãos em
concha na cintura escapular contralateral e a outra na
cintura pélvica contralateral.
O profissional 3 posiciona uma das mãos em
concha na cintura pélvica contralateral e a outra próximo
ao joelho contralateral.
O profissional 1 confirma o posicionamento dos demais
e efetua a contagem para início do rolamento do paciente
em bloco à 90º.
Nesse momento o profissional 2 deve avaliar a região
dorsal em busca de possíveis lesões antes que a prancha
seja posicionada.
A prancha longa é posicionada ao longo do dorso do
paciente;

Após o posicionamento correto da


prancha, o profissional 1 efetua novamente a
contagem para posicionar o paciente de volta a
posição de decúbito dorsal (DDH);
Com o paciente em DDH sobre a
prancha e mantida a estabilização manual da
coluna, os profissionais 1 e 2 seguram
firmemente respectivamente pela cintura
escapular e pélvica para movimentar o paciente
para cima e lateralmente para posicioná-lo
adequadamente sobre a prancha.

Os profissionais 1 e 3 posicionam o
imobilizador lateral de cabeça com os apoiadores
laterais e os tirantes de mento e de fronte, a fim de
evitar movimentos da cabeça.
Para finalizar, os cintos de segurança devem
ser posicionados para a correta fixação do paciente
na prancha.
O paciente deve ser transportado na maca e
com cintos de segurança afivelados.

76
Rolamento em bloco 180º

Indicação:
Paciente com suspeita de trauma e indicação de imobilização de coluna vertebromedular que se
encontra em decúbito ventral ou semipronação e que necessita ser posicionado em prancha
longa ou outro dispositivo de transporte.
Materiais e Equipamentos.

Procedimento
1. Utilizar EPI.
2. Identificar-se e explicar o procedimento ao paciente à medida do possível.
3. Realizar manobra conforme indicado

O profissional 1 se posiciona por trás do paciente e


efetua o alinhamento e a estabilização manual da
cabeça prevendo a posição final após a rotação
completa.
a deve se dar na direção oposta da
direção da cabeça.
Os profissionais 1 e 2 posicionados à altura do tórax e
dos joelhos, devem alinhar os MMSS considerando a
rotação completa.
rso pode ser realizada antes da
rolagem;
O profissional 2 posiciona uma das mãos em concha
na cintura escapular contralateral e a outra na cintura
pélvica contralateral ao mesmo tempo em que segura
punho do paciente.
O profissional 3 posiciona uma das mãos em concha
na cintura pélvica contralateral e a outra próximo ao
joelho contralateral.
O profissional 3 posiciona a prancha do mesmo lado
do rolamento, entre sua posição e a do paciente. O
profissional 2 mantém o posicionamento do braço do
paciente.
para o início do rolamento é à
altura dos tornozelos;

a prancha posicionada, o profissional


1 confirma o posicionamento dos demais e efetua a
contagem para o rolamento do paciente em bloco à 90º.
a cabeça do paciente sofre uma
rotação discretamente menor e mais lenta que
77 o tronco
até que à 90º cabeça e tronco estejam alinhados.
2º tempo: Com o paciente posicionado à 90º e sem
atraso, o profissional 1 confirma o posicionamento dos demais e
efetua a contagem para complementar o rolamento do paciente
em bloco à 180º.

movimentado em bloco para cima e em direção ao centro da


prancha pelos profissionais 1 e 2 assim como descrito no
técnica de rolamento à 90º
elo
profissional 2;

lateral de cabeça com os apoiadores laterais e os tirantes de


mento e de fronte, a fim de evitar movimentos da cabeça.

Pranchamento em pé (3 profissionais)
Indicação:
Paciente com suspeita de trauma, indicação de imobilização de coluna vertebromedular
e que deambula.
Materiais e Equipamentos

milar.
Procedimento
1. Utilizar EPI.
2. Identificar-se e explicar o procedimento ao paciente à medida do possível.
3. Realizar manobra conforme indicado:

O profissional 1 se posiciona por trás do paciente e


efetua o alinhamento e a estabilização manual da cabeça.
O profissional 2 realiza a medição e a instalação do
colar cervical.
O profissional 3 posiciona a prancha longa atrás do
paciente por entre os braços do socorrista 1 e ajusta a
prancha para que ela fique bem próxima do paciente.

Profissional 1 mantém o alinhamento e


estabilização da cabeça;
Os profissionais 2 e 3 ficam em pé, voltados para o
paciente, um de cada lado e posicionam o braço próximo
ao paciente sob a axila segurando com a mãos, na alça mais
próxima da prancha.
A outra mão é posicionada na alça superior da
prancha.

78
Enquanto o alinhamento e estabilização são mantidos,
sobcomando de voz, o paciente e a prancha são lentamente
baixados no chão.
O profissional 1 deve manter a estabilização manual
fazendo movimentos rotacionais com a mão para se adaptar à
descida.

Quando este posicionamento não permitir mais a descida da prancha, os profissionais 2 e 3 devem
soltar a parte superior da prancha e reposicionar seus braços sob os braços do profissional 1.
O profissional 1 deve ajustar seu posicionamento das mãos para manter a estabilização manual e
realizar os movimentos rotacionais com a mão para se adaptar à fase final da descida.

Ao final da descida, o paciente é ajustado na prancha,


recebe fixadores para a cabeça e é imobilizado na prancha
longa com pelo menos 3 cintos de segurança.

Pranchamento em pé (2 profissionais)
Procedimento
1. Utilizar EPI.
2. Identificar-se e explicar o procedimento ao paciente à medida do possível.
3. Realizar manobra conforme indicado:
Indicação:

79
Paciente com suspeita de trauma, indicação de imobilização de coluna vertebromedular e que
deambula.
Materiais e Equipamentos

O profissional 1 Profissional 1 mantém o Enquanto o


se posiciona por trás do alinhamento e estabilização da alinhamento e estabilização
paciente e efetua o cabeça; são mantidos com leve pressão
alinhamento e a O profissional 2 em pé, sobre a face executados pelos
estabilização manual da voltado para o paciente, posiciona o 2 profissionais, o paciente e a
cabeça. braço mais próximo sob a axila do prancha são lentamente
O profissional 2 paciente segurando com a mão na baixados no chão, após
realiza a medição e a alça mais próxima da prancha. comando de voz.
instalação do colar A outra mão é posicionada O movimento de
cervical. com a palma e os dedos estendidos na descida deve garantir máxima
Com o colar face do paciente, aplicando uma leve estabilização manual e não
posicionado, o pressão para auxiliar na estabilização deve ser intempestivo.
profissional 2 posiciona a manual da cabeça.
prancha longa atrás do O profissional 2 pode liberar
paciente por entre os uma das mãos e se reposicionar ao
braços do socorrista 1 e lado do paciente, ajustando o
ajusta a prancha para que posicionamento da mão na face em
ela fique bem próxima do movimento similar ao do socorrista 2
paciente. (braço sob a axila e mão sobre a
face).

80
Contenção Física
Quando suspeitar ou critérios de inclusão
Sua indicação é restrita às situações em que for o único meio disponível para prevenir
dano imediato ou iminente ao paciente e/ou aos demais, tais como: situações de violência nas
quais haja risco iminente de auto ou heteroagressão, intenção de evasão associada ao risco
iminente de dano a si ou aos demais, bem como quando haja risco de queda e/ou ferimentos em
pacientes com rebaixamento do nível de consciência.
Conduta
1. Comunicar aos familiares e/ou responsáveis, registrando o consentimento por escrito.
2. Somente iniciar o procedimento após a chegada do SAV, do Corpo de Bombeiros ou
alguma instituição policial.
3. Iniciar a técnica somente quando o número mínimo de profissionais necessários estiver
disponível.
4. Planejar o procedimento definindo o coordenador da ação, de preferência o mediador, e
as demais funções de cada membro. Planejar também a frase chave para o comando de
imobilização.
5. Orientar continuamente o paciente sobre o procedimento que está sendo realizado e
esclarecer que tal medida tem como objetivo garantir a sua segurança.
6. O procedimento está dividido em duas fases: imobilização (restrição dos movimentos e
da locomoção) e contenção mecânica (uso de faixas).
7. Imobilização
Realizar o manejo do espaço (equipe em semicírculo ao redor do paciente;
coordenador ao centro; evitar se posicionar atrás do paciente).
Manter o olhar no paciente.
Posicionamento pés afastados, braços ao longo do corpo, distância de um
braço e meio do paciente.
Observações:
Caso o paciente tente se aproximar, o profissional deve estender seu braço na altura do
tórax dele, na tentativa de conter a aproximação; e
Caso o paciente se torne colaborativo a partir desse momento, solicitar que o paciente se
posicione na maca/prancha e que seja acompanhado pela equipe com seus membros
superiores seguros.
Prosseguir para o item 8 (contenção mecânica).
executar a ação após a frase chave, dita pelo coordenador:
lembrar-se de não mudar o tom de voz na hora da frase chave; e
a comunicação.
Avaliação ACENA:

81
16. AFOGAMENTO

Quando houver tosse, dificuldade respiratória ou parada cardiorrespiratória (PCR)


decorrente de imersão/ submersão em liquido.
Realizar impressão inicial e avaliação primaria com ênfase no estabelecimento do grau de
afogamento, conforme o quadro abaixo:

Grau 1: transportar para hospital, mesmo que totalmente assintomático, para que
permaneça em observação nas primeiras horas;
Grau 2: oxigenioterapia em baixo fluxo e transportar ao hospital para internação;
Grau 3: oxigenioterapia em alto fluxo (por mascara facial ou via aérea avançada) e
transportar ao hospital para internação;
Grau 4: oxigenioterapia em alto fluxo (por mascara facial ou via aérea avançada),
reposição volêmica com cristaloide, considerar infusão de diurético e droga vasoativa (se
disponível) e, se possível, transportar a um hospital com UTI;
Grau 5: atender conforme protocolo de parada respiratória em suporte avançado de vida
(SAV); em caso de respiração espontânea, seguir conforme orientações do grau 4;
Grau 6: atender conforme protocolo de PCR em SAV, lembrando que, na vitima de
submersão, as manobras devem seguir o padrão A-B-C, sendo priorizada a abordagem da via
aérea (permeabilidade e ventilação).

82
Realizar a mobilização cuidadosa e considerar necessidade de imobilização adequada da
coluna cervical, do tronco e dos membros, em prancha longa com alinhamento anatômico, sem
atraso para o transporte.
Na ausência de trauma associado ou diante de demora para o transporte, providenciar
repouso em posição de recuperação, pelo risco de vômitos, se indicado.
Controlar hipotermia: retirada das roupas molhadas, uso de mantas térmicas e/ou outros
dispositivos para aquecimento passivo.
Realizar contato com a Regulação Medica para definição do encaminhamento e/ou da
unidade de saúde de destino.

16. INTOXICAÇÕES AGUDAS

83
Síndromes tóxicas

Intoxicação por drogas de abuso

84
17. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO PERIGOSO
Garantir a segurança da equipe na fase de identificação do PP, utilizando todos os cuidados
possíveis.
Registrar todas as informações obtidas.
Informar a Regulação Médica sobre os indícios de PP e os dados de identifi cação do
produto que se pode obter.
Seguir rigorosamente as orientações da Regulação Médica sobre critérios de segurança a
serem seguidos e protocolo de intervenção específico para o produto envolvido.

Ficha de Emergência e Envelope para o transporte terrestre de PP: O veículo que


transporta PP, além das identificações externas, deve portar Ficha de Emergência e Envelope
para o transporte, emitidos pelo expedidor, conforme estabelecido nas instruções
complementares a este Regulamento, preenchidos de acordo com informações fornecidas pelo
fabricante ou importador dos produtos transportados. Art. 28, IV, da Resolução 3665/2011 que
atualiza o Regulamento para o Transporte Rodoviário de PP.

85
Triagem de múltiplas vítimas

Avaliar a segurança da cena


Na cena segura, realizar a triagem das vítimas de acordo com o método JumpSTART
(Simple Triage and Rapid Treatment for Children)

86
18. CONDUTOR DE AMBULÂNCIA
Responsabilidades adicionais do condutor de ambulância
Conduta
NA PASSAGEM DO PLANTÃO
1. Verificar, com o condutor que o antecedeu, as condições do veículo que está recebendo.
NA CHECAGEM DO VEÍCULO NO INÍCIO DO PLANTÃO
1. Manter o veículo sempre pronto para atuar nas emergências;
2. Checar:

bateria

87
-choques
s de para-brisa
-pisca
(seta indicadora de direção) e do pisca alerta.

aco e chave de rodas.

lhos retrovisores
Estado, carga e fixação do extintor de incêndio.

tor

DURANTE O DESLOCAMENTO DA VIATURA


1. Manter atenção para:

2. Utilizar o sistema de comunicação disponível no serviço;


3. Utilizar a sinalização sonora da ambulância com critério, atentando para seus efeitos
estressantes sobre a equipe de socorro e o paciente (PE6);
4. Utilizar as luzes e iluminação de emergência da viatura (giroflex), atentando rigorosamente
para o cumprimento da legislação específica;
5. Conduzir o veículo segundo legislação de trânsito prevista no Código de Trânsito Brasileiro e
nas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) para veículos de emergência;
6. Seguir as regras gerais para estacionamento e sinalização da via (PE6);
7. Portar durante todo o plantão os seguintes documentos:

8. Conhecer o sistema viário e as principais referências da região em que trabalha.


Conduta
1. Aspectos fundamentais

para pedestres e demais veículos na via.

e regras previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

88
ambulância deve ser igual ao número de assentos com cintos de segurança em condições de uso,
mais o paciente na maca também com cinto (CTB, artigo 65).

quando houver momentânea necessidade de aumentar a segurança, como por exemplo nas
ultrapassagens e nos cruzamentos;

motoristas sobre a presença e localização da ambulância;

dificulta a comunicação e parte da avaliação do paciente.

e não se caracterize como


de urgência (prestação de serviço), como, por exemplo, ao retornar para base ou deslocamentos
administrativos.

amentos que
não se caracterizem como urgência. Isso torna mais rápida sua visualização por outros
motoristas e pelos pedestres, reduzindo significativamente a probabilidade de acidentes.

deve ultrapassar outros veículos pela


esquerda (CTB, art.29, VII, a).

outros
condutores de sua aproximação.
Obs.: A ambulância não deve ser conduzida no espaço entre as faixas de rolamento e

específica na via indicando outra faixa para o veículo de emergência.

pelos outros motoristas, não identificando para que lado a ambulância irá virar e, por
conseguinte, atrapalhando um melhor posicionamento dos outros veículos na via.
Conduta
1. Aspectos fundamentais

para pedestres e demais veículos na via.


ondutor sempre deverá seguir as resoluções
e regras previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

ambulância deve ser igual ao número de assentos com cintos de segurança em condições de uso,
mais o paciente na maca também com cinto (CTB, artigo 65).

quando houver momentânea necessidade de aumentar a segurança, como por exemplo, nas
ultrapassagens e nos cruzamentos;

89
motoristas sobre a presença e localização da ambulância;
ver na ambulância, pois aumenta o estresse,
dificulta a comunicação e parte da avaliação do paciente.
ermitente de emergência (giroflex):
tigo 29);

urgência
(prestação de serviço), como, por exemplo, ao retornar para base ou deslocamentos
administrativos.

ular sempre com farol baixo ligado, mesmo durante o dia e em deslocamentos que não se
caracterizem como urgência. Isso torna mais rápida sua visualização por outros motoristas e
pelos pedestres, reduzindo significativamente a probabilidade de acidentes.
Sobre as ultrapassagens:

(CTB, art.29, VII, a).

ursos sonoros e de iluminação, incluindo os faróis, para alertar os outros


condutores de sua aproximação.
Obs.: A ambulância não deve ser conduzida no espaço entre as faixas de rolamento e nem
trânsito. Só é permitido o uso de outras faixas quando houver sinalização
específica na via indicando outra faixa para o veículo de emergência.
-alerta:
pois dificulta a percepção pelos outros
motoristas, não identificando para que lado a ambulância irá virar e, por conseguinte,
atrapalhando um melhor posicionamento dos outros veículos na via.

90
Os veículos utilizados para transporte de viajantes enfermos ou suspeitos devem possuir
minimamente os requisitos, de acordo com o disposto no item 2.1 da Portaria nº. 2.048/02.

TIPO A Ambulância de Transporte: veículo


destinado ao transporte em decúbito horizontal de
pacientes que não apresentam risco de vida, para
remoções simples e de caráter eletivo.
TIPO B Ambulância de Suporte Básico:
veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de
pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento
pré-hospitalar de pacientes com risco de vida
desconhecido, não classificado com potencial de
necessitar de intervenção médica no local e/ou durante
transporte até o serviço de destino.
TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-hospitalares
de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de
salvamento (terrestre aquático e em alturas).
TIPO D Ambulância de Suporte Avançado: veículo
destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco
em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-
hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve
contar com os equipamentos médicos necessários para esta
função.
TIPO E Aeronave de Transporte Médico: aeronave de
asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar de
pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate,
dotada de equipamentos médicos homologados pelo
Departamento de Aviação Civil - DAC.
TIPO F Embarcação de Transporte Médico: veículo
motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítima
ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários
ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade.

Veículos de Intervenção Rápida - Este veículo, também chamados de veículos leves,


veículos rápidos ou veículos de ligação médica são utilizados para transporte de médicos com
equipamentos que possibilitam oferecer suporte avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A,
B, C e F.
Outros Veículos - Veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo
risco, sentados (ex. pacientes crônicos) que não se caracterizem como veículos tipo lotação
(ônibus, peruas, etc.). Este transporte só pode ser realizado com anuência médica.
Os veículos deverão dispor, no mínimo, dos
seguintes materiais e equipamentos ou similares com
eficácia equivalente:
Ambulância de Transporte (Tipo A):
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de
radiocomunicação em contato permanente com a central

91
reguladora; maca com rodas; suporte para soro e oxigênio medicinal.
Ambulância de Suporte Básico (Tipo B): Sinalizador óptico e acústico; equipamento de
rádiocomunicação fixa e móvel; maca articulada e com rodas; suporte para soro; instalação de
rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua com
dupla saída; oxigênio com régua tripla (a- alimentação do respirador; b- fluxômetro e
umidificador de oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e fluxômetro com máscara e
chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula; maleta de urgência
contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador manual adulto/infantil, cânulas
orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis, tesoura reta com ponta romba,
esparadrapo, esfigmomanômetro adulto/infantil, ataduras de 15 cm, compressas cirúrgicas
estéreis, pacotes de gaze estéril, protetores para queimados ou eviscerados, cateteres para
oxigenação e aspiração de vários tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps
umbilicais, estilete estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor,
compressas cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de identificação; suporte para soro; prancha
curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de membros e conjunto de
colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de soro fisiológico e ringer lactato;
bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação; lanterna de mão; óculos,
máscaras e aventais de proteção e maletas com medicações a serem definidas em protocolos,
pelos serviços.
As ambulâncias de suporte básico que realizam também ações de salvamento deverão
conter o material mínimo para salvamento terrestre, aquático e em alturas, maleta de
ferramentas e extintor de pó químico seco de 0,8 Kg, fitas e cones sinalizadores para isolamento
de áreas, devendo contar, ainda com compartimento isolado para a sua guarda, garantindo um
salão de atendimento às vítimas de, no mínimo, 8 metros cúbicos.
Ambulância de Resgate (Tipo C): Sinalizador óptico e acústico; equipamento de
radiocomunicação fixo e móvel; prancha curta e longa para imobilização de coluna; talas para
imobilização de membros e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de
soro fisiológico; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação; lanterna
de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção; material mínimo para salvamento terrestre,
aquático e em alturas; maleta de ferramentas e extintor de pó químico seco de 0,8 Kg; fitas e
cones sinalizadores para isolamento de áreas. Quando realizarem também o suporte básico de
vida, as ambulâncias de resgate deverão ter uma configuração que garanta um salão de
atendimento às vítimas de, no mínimo 8 metros cúbicos, além de compartimento isolado para a
guarda de equipamentos de salvamento e deverão estar equipadas com: maca articulada e com
rodas; instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil
visualização e régua com dupla saída; oxigênio com régua tripla (a - alimentação do respirador;
b - fluxômetro e umidificador de oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e
fluxômetro com Página 4 de 7 máscara e chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil
com válvula; maleta de emergência contendo: estetoscópio adulto e infantil; ressuscitador
manual adulto/infantil, luvas descartáveis; cânulas orofaríngeas de tamanhos variados; tesoura
reta com ponta romba; esparadrapo; esfigmomanômetro adulto/infantil; ataduras de 15 cm;
compressas cirúrgicas estéreis; pacotes de gaze estéril; protetores para queimados ou
eviscerados; cateteres para oxigenação e aspiração de vários tamanhos; maleta de parto
contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril para corte do cordão; saco plástico
para placenta; cobertor; compressas cirúrgicas e gazes estéreis; braceletes de identificação;
Ambulância de Suporte Avançado (Tipo D): Sinalizador óptico e acústico; equipamento
de rádiocomunicação fixa e móvel; maca com rodas e articulada; dois suportes de soro; cadeira
de rodas dobrável; instalação de rede portátil de oxigênio como descrito no item anterior (é

92
obrigatório que a quantidade de oxigênio permita ventilação mecânica por no mínimo duas
horas); respirador mecânico de transporte; oxímetro não invasivo portátil; monitor cardioversor
com bateria e instalação elétrica disponível (em caso de frota deverá haver disponibilidade de
um monitor cardioversor com marca-passo externo não invasivo); bomba de infusão com bateria
e equipo; maleta de vias aéreas contendo: máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de vários
tamanhos; cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20ml;
ressuscitador manual adulto/infantil com reservatório; sondas para aspiração traqueal de vários
tamanhos; luvas de procedimentos; máscara para ressuscitador adulto/infantil; lidocaína geleia e
ulto com conjunto de
lâminas; estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil;
fios-guia para intubação; pinça de Magyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia;
material para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem torácica; maleta de acesso venoso
contendo: tala para fixação de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com antisséptico;
pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários tamanhos incluindo agulhas
metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote; equipos de macro e
microgotas; cateteres específicos para dissecção de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, pinça
de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3
vias; equipo de infusão de 3 vias; frascos de soro fisiológico, ringer lactato e soro glicosado;
caixa completa de pequena cirurgia; maleta de parto como descrito nos itens anteriores; sondas
vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira;
sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas fotossensíveis; equipo para
bombas de infusão; circuito de respirador estéril de reserva; equipamentos de proteção à equipe
de atendimento: óculos, máscaras e aventais; cobertor ou filme metálico para conservação do
calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado; almotolias com antisséptico; conjunto de colares
cervicais; prancha longa para imobilização da coluna. Para o atendimento a neonatos deverá
haver pelo menos uma Incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e ligação à
tomada do veículo (12 volts). A incubadora deve estar apoiada sobre carros com rodas
devidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter respirador e equipamentos
adequados para recém natos. Página 5 de 7.
Aeronave de Transporte Médico (Tipo E): Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros)
para atendimento pré-hospitalar móvel primário: Conjunto aeromédico (homologado pelo
Departamento de Aviação Civil DAC):
Maca ou incubadora; cilindro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo
menos 2 horas; régua tripla para transporte; suporte para fixação de equipamentos médicos;
Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; monitor cardioversor com bateria;
oxímetro portátil; bomba de infusão; prancha longa para imobilização de coluna;
Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aéreas contendo: conjunto de cânulas
orofaríngeas; cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração; adaptadores
para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20 ml; ressuscitador manual adulto/infantil completo;
sondas para aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de procedimentos; lidocaína geléia e
spray; cadarços para fixação de cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas
curvas e retas; estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; fios; fios-guia para intubação;
pinça de Magyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para
cricotiroidostomia; conjunto de drenagem de tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para
fixação de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com antisséptico; pacotes de gaze estéril;
esparadrapo; material para punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas, plásticas e
agulhas especiais para punção óssea; garrote; equipos de macro e microgotas; cateteres
específicos para dissecção de veias tamanhos adulto/infantil; tesoura; pinça de Kocher;

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cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo
de infusão polivias; frascos de solução salina, ringer lactato, e glicosada para infusão venosa;
caixa de pequena cirurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais;
estilete estéril para corte do cordão; saco plástico para placenta; absorvente higiênico grande;
cobertor ou similar para envolver o recém-nascido; compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de
gases estéreis e braceletes de identificação; sondas vesicais; coletores de urina; protetores para
eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis;
equipos para drogas fotossensíveis; equipos para bombas de infusão; circuito de respirador
estéril de reserva; cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo; campo
cirúrgico fenestrado; almotolias com antisséptico; Conjunto de colares cervicais; equipamentos
de proteção à equipe de atendimento: óculos, máscaras, luvas.
Outros: colete imobilizador dorsal; cilindro de oxigênio portátil com válvula;
manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; bandagens triangulares; talas
para imobilização de membros; coletes reflexivos para a tripulação; lanterna de mão;
equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos, máscaras, luvas.
Aeronave de Transporte Médico (Tipo E): Aeronaves de Asas Fixas (Aviões) e
Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para atendimento pré-hospitalar móvel secundário
ou transporte inter-hospitalar:
Conjunto aeromédico (homologado pelo Departamento de Aviação Civil DAC): maca
ou incubadora; cilindro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo menos 4 horas;
régua tripla para transporte; suporte para fixação de equipamentos médicos.
Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; monitor cardioversor com bateria
com marcapasso externo não invasivo; oxímetro portátil; monitor de pressão não invasiva;
bomba de infusão; prancha longa para imobilização de coluna; capnógrafo;
Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aéreas contendo: cânulas endotraqueais
de vários tamanhos; cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa
de 20 ml; ressuscitador manual adulto/infantil completo; sondas para aspiração traqueal de
vários tamanhos; luvas de procedimentos; lidocaína geléia e spray; cadarços para fixação de
cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas curvas e retas; estetoscópio;
esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil; fios; fios-guia para
intubação; pinça de Magyl; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para
cricotiroidostomia; conjunto de drenagem de tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para
fixação de braço, luvas estéreis, recipiente de algodão com antisséptico; pacotes de gaze estéril;
esparadrapo; material para punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas, plásticas e
agulhas especiais para punção óssea; garrote; equipos de macro e microgotas; cateteres
específicos para dissecção de veias tamanhos adulto/infantil; tesoura, pinça de Kocher;
cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo
de infusão polivias; frascos de solução salina, ringer lactato e glicosada para infusão venosa;
caixa completa de pequena cirurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps
umbilicais; estilete estéril para corte do cordão; saco plástico para placenta, absorvente
higiênico grande; cobertor ou similar para envolver o recém-nascido; compressas cirúrgicas
estéreis; pacotes de gases estéreis e braceletes de identificação; sondas vesicais; coletores de
urina; protetores para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas nasogástricas;
eletrodos descartáveis; equipos para drogas fotossensíveis; equipos para bombas de infusão;
circuito de respirador estéril de reserva; cobertor ou filme metálico para conservação do calor do
corpo; campo cirúrgico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de colares cervicais;
equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos, máscaras, luvas.

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Embarcação de Transporte (Tipo F): Este veículo motorizado aquaviário, destinado ao
transporte por via marítima ou fluvial, poderá ser equipado como indicado para as Ambulâncias
de Tipo A, B, ou D, dependendo do tipo de assistência a ser prestada.
Medicamentos das ambulâncias
Medicamento obrigatório que deverão constar nos veículos de suporte avançado seja
nos veículos terrestres, aquáticos e nas aeronaves ou naves de transporte médico (Classes D, E e
F):
Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, epinefrina, atropina; dopamina; aminofilina;
dobutamina; hidrocortisona; glicose 50%;
Soros: glicosado 5%; fisiológico 0,9%; ringer lactato;
Psicotrópicos: hidantoína; meperidina; diazepan; midazolan;
Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, ketalar, quelecin;
Outros: água destilada; metoclopramida; dipirona; hioscina; dinitrato de isossorbitol;
furosemide; amiodarona; lanatosideo
Tripulação
Ambulância do Tipo A: 2 profissionais, sendo um o motorista e o outro um Técnico ou
Auxiliar de enfermagem.
Ambulância do Tipo B: 2 profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou auxiliar
de enfermagem.
Ambulância do Tipo C: 3 profissionais militares, policiais rodoviários, bombeiros
militares, e/ou outros profissionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um motorista e os
outros dois profissionais com capacitação e certificação em salvamento e suporte básico de vida.
Ambulância do tipo D: 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um
médico.
Aeronaves: o atendimento feito por aeronaves deve ser sempre considerado como de
suporte avançado de vida e:
Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel primário não traumático e
secundário, deve contar com o piloto, um médico, e um enfermeiro;
Para o atendimento a urgências traumáticas em que sejam necessários procedimentos de
salvamento, é indispensável a presença de profissional capacitado para tal.
Embarcações: a equipe deve ser composta 2 ou 3 profissionais, de acordo com o tipo de
atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/técnico de
enfermagem em casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de
suporte avançado de vida.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro aluno,
Que esse material possa lhe auxiliar em seus estudos.
Obrigado pela participação em nosso curso.

Filipe Ferreira Lopes


Técnico em Enfermagem
Coren SP 1019713
Instrutor de Bombeiros
Nº 24590728

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