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CURSO TÉCNICO EM PODOLOGIA

COMPONENTES:
Amanda Maria do Carmo Pereira
Bruna Caroline Saraiva
Carine C. Silva
Cristina Franco Rotheia
Fabíola Sargaço
Jéssica Gonçalves
Nayara Mariane de Paula
Paula Cristina Silveira Santos
Vitória Eduarda Mazzini Silva

DESMAIO E CONVULSÃO

BELO HORIZONTE
2022
COMPONENTES:
Amanda Maria do Carmo Pereira
Bruna Caroline Saraiva
Carine C.Silva
Cristina Franco Rotheia
Fabíola Sargaço
Jéssica Gonçalves
Nayara Mariane de Paula
Paula Cristina Silveira Santos
Vitória Eduarda Mazzini Silva

DESMAIO E CONVULSÃO

Trabalho apresentado a matéria Primeiros


Socorros como requisito parcial para compor
a média de aprovação junto ao Curso Técnico
em Podologia.
Professora: Professora Ana Karine

BELO HORIZONTE
2022
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Crise Convulsiva ........................................................................................... 9
Figura 2 Desmaio ...................................................................................................... 10
Figura 3: Desmaio explicações ................................................................................. 11
Figura 4 Convulsão ................................................................................................... 12
Figura 5 Exemplos de medicações usadas para tratamento da epilepsia ................. 21
Figura 6 Quadro dos sintomas causados pelos tipos de diabetes ........................... 23
Figura 7: Medidor de Glicose .................................................................................... 25
Figura 8Sintomas que requer tratamento imediato ................................................... 29
Figura 9 Quadro de tratamento especifico para algumas complicações da meningite
meningocócica .......................................................................................................... 29
Figura 10Verificação de pulso radial ......................................................................... 31
Figura 11Tecnica de desobstrução de vias aéreas ................................................... 31
Figura 12 Técnica de massagem cardiorrespiratória ................................................ 32
Figura 13Técnica de lateralização............................................................................. 32
Figura 14 Conduta pré desmaio ................................................................................ 33
Figura 15 Conduta pós desmaio ............................................................................... 34
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

1.1 OBJETIVO ............................................................................................................... 8


1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 8
1.1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 8

2. DEFINIÇÕES .......................................................................................................... 9

2.1 CONVULSÕES .......................................................................................................... 9


2.2 DESMAIO OU SÍNCOPE ............................................................................................. 9

3. DIFERENÇAS ENTRE DESMAIO OU SÍNCOPE E CONVULSÃO ...................... 11

4. CAUSAS MAIS COMUNS DA CONVULSÃO ....................................................... 13

4.1 CONVULSÕES FEBRIS ............................................................................................ 13


4.2 CONVULSÕES CAUSADAS POR DROGAS .................................................................. 13
4.3 CONVULSÕES CAUSADAS POR ÁLCOOL ................................................................... 14
4.4 CONVULSÕES CAUSADAS POR AVC ........................................................................ 15
4.5 CONVULSÕES CAUSADAS POR TRAUMATISMO .......................................................... 15

5. CAUSAS MAIS COMUNS DE DESMAIO OU SÍNCOPE ...................................... 17

5.1 HIPOTENSÃO ......................................................................................................... 17


5.2 SÍNCOPE VASOVAGAL ............................................................................................ 17
5.3 LESÕES CEREBRAIS .............................................................................................. 18

6. PRINCIPAIS DOENÇAS QUE CAUSAM CONVULSÕES .................................... 19

6.1 EPILEPSIA ............................................................................................................. 19


6.1.1 Classificação das Crises Epiléticas ................................................................ 19
6.1.2 Tratamentos da Epilepsia ............................................................................... 21
6.2 DIABETES ............................................................................................................. 23
6.2.1 Convulsões Causadas por Hipoglicemia ........................................................ 24
6.2.2 Convulsões Causadas por Hiperglicemia ....................................................... 26
6.3 MENINGITE............................................................................................................ 26
6.3.1 Meningite Viral ................................................................................................ 27
6.3.2 Meningite Bacteriana ...................................................................................... 28

7. O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER (PRIMEIROS SOCORROS) ................... 30


7.1 ABORDAGEM PRIMÁRIA .......................................................................................... 30
7.2 ABORDAGEM SECUNDÁRIA ..................................................................................... 33
7.3 COMO SOCORRER DESMAIOS OU SÍNCOPES ............................................................ 33
7.4 COMO SOCORRER CONVULSÕES ............................................................................ 34

8. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 36

9. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 37
RESUMO

Através de revisão bibliográfica, apresentamos no presente trabalho,


orientações em Primeiros Socorros para os estudantes de Podologia, com uma
abordagem sobre Desmaio (Síncope) e Convulsão.
Frente a necessidade de termos conhecimento sobre possíveis medidas e
ações a serem tomadas para prestarmos primeiros socorros aos nossos pacientes em
algum fatídico acontecimento, que pode vir a ocorrer dentro de um gabinete
podológico, é de muita valia o estudo.
Apresentamos o que difere um desmaio de uma convulsão, as doenças que
podem causar, fatores de risco, tratamentos e medicações e como se atende cada um
dos casos.

Palavras-chaves: desmaio, síncope, convulsão, epilepsia, crises epiléticas,


drogas, álcool, traumatismos, AVC, síndrome vasovagal, hipotensão, lesões
cerebrais, diabetes, meningite atendimento, tratamentos, medicação, primeiros
socorros.
7

1. INTRODUÇÃO

Pela definição, Primeiros Socorros são os cuidados imediatos que devem ser
prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo
estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar
o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada
de assistência qualificada.
Qualquer pessoa treinada poderá prestar os Primeiros Socorros, conduzindo-
se com serenidade, compreensão e confiança. Manter a calma e o próprio controle, e
o controle de toda a cena de um acidente ou acontecimento em que se necessite
atendimento imediato é igualmente importante.
Qualquer pessoa está sujeita a ter uma descompensação fisiológica provocada
por estresse, por problemas emocionais, por descuidos, por doenças, por má
alimentação, por causa de condições climáticas, por idade, por medicação ou drogas
e até mesmo por acontecimentos fatídicos como um acidente ou episódios
inesperados. Qualquer profissional de saúde está sujeito a ter quer executar um
atendimento de primeiros socorros inesperado e emergencial.
Para o ótimo desenvolvimento das atividades na profissão de Podologia que se
enquadra na aérea de saúde, com excelência e responsabilidade, faz necessário o
conhecimento e estudo para estar apto para atuar quando for preciso, pois esse
primeiro atendimento pode ser essencial para se evitar um agravamento do quadro
ocorrido, prevenindo segundo trauma, podendo assim, salvar uma vida.
Apresentaremos no seguinte trabalho ocorrências e intercorrências ligadas a
desmaio e convulsão. São quadros clínicos responsáveis por significativa parte de
atendimentos em pronto socorro de hospitais.
8

1.1 Objetivo
1.1.1 Objetivo Geral
Relacionar os conhecimentos obtidos nas aulas teóricas com os diversos
mecanismos do desmaio ou síncope; e da convulsão.

1.1.2 Objetivos Específicos


• Definir Convulsão e Desmaio ou Síncope;
• Diferenciar Convulsão e Desmaio ou Síncope;
• Identificar as causas;
• Apresentar doenças associadas;
• Abordar sobre fatores de risco que ocasionam;
• Relatar sobre tratamentos e uso de medicação;
• Demonstrar o que fazer e o que não fazer em cada caso (como realizar os
primeiros socorros).
9

2. DEFINIÇÕES

2.1 Convulsões

As Convulsões são determinadas por movimento musculares involuntários de


uma parte ou de todo o corpo, provocados por uma descarga elétrica anormal no
cérebro produzidas devido a um funcionamento atípico dele. A atividade elétrica do
cérebro aumenta, durante uma crise convulsiva produzindo ondas de formas
desordenadas. A observação dessas ondas identifica-se diferentes tipos de crises e
qual parte do cérebro está a anormalidade.
Muitos médicos correlacionam as crises convulsivas com a epilepsia, ou até
mesmo sendo a própria epilepsia, mas nem sempre crises convulsivas podem ser
diagnosticas ou ligadas a essa doença. A convulsão é resultante de uma anomalia do
corpo, e não necessariamente resultante de uma doença. A epilepsia somente será
confirmada após dois casos ou mais de crises convulsivas.

Figura 1 Crise Convulsiva

Fonte: https://www.infoescola.com/neurologia/crise-convulsiva/

2.2 Desmaio ou Síncope

Síncope é uma perda súbita e transitória de consciência, acompanhada por


perda do tônus postural, com recuperação rápida, espontânea e usualmente
completa, que ocorre por uma redução crítica e transitória do fluxo sanguíneo cerebral
(5 a 20 segundos). O diagnóstico da síndrome é dado pelas características obtida por
um médico de exame minucioso do paciente e, muitas vezes, de uma testemunha do
evento, pois o paciente pode não se lembrar do episódio.
10

Constata-se a súbita perda de consciência e do tônus postural, a pessoa


apresenta queda se ele não estiver apoiado ou se não for amparado por alguém.
Como a causa é uma redução crítica e acentuada do fluxo sanguíneo cerebral, a perda
de consciência deve, necessariamente, ser transitória e com rápida recuperação,
senão, pode haver alguma lesão cerebral. Portanto, por definição, a síncope é uma
síndrome clínica em que se observa uma recuperação rápida e completa do paciente
sem sequela neurológica.

Figura 2 Desmaio

Fonte: t.dreamstime.com/illustration/desmaio.html
11

3. DIFERENÇAS ENTRE DESMAIO OU SÍNCOPE E CONVULSÃO

Pela definição já esclarecida no presente trabalho, e através da literatura


pesquisada, podemos diferenciar desmaio (síncope) de convulsão.
Como diferenciar um desmaio de uma crise convulsiva?
Quando uma pessoa desmaia, ela perde a consciência, cai no chão e fica
desacordada. Isso ocorre por que há queda transitória do fluxo de sangue para o
cérebro. Pode ser ocasionado por diversos fatores como: dor intensa, queda brusca
de pressão, choques emocionais; eles podem ocasionar uma grande queda no fluxo
de sangue no cérebro, gerando uma “ordem” para que o corpo crie um mecanismo
através do desmaio (a pessoa é forçada a se deitar). Isso ocorre para facilitar o
bombeamento de sangue para o cérebro, visto que a cabeça e o coração estarão no
mesmo nível, tentando assim, normalizar o fluxo de sangue fazendo com que a pessoa
vá recobrando os sentidos e desperte.
Dependendo do que ocasionou o desmaio, algumas pessoas ao recobrarem a
consciência, conseguem entender sem dificuldades o que aconteceu, e conseguem
lembrar de tudo sem confusão mental e sem ter prejuízos neurológicos.
Figura 3: Desmaio explicações

Fonte: https://medodedentista.com.br/2013/04/desmaio-na-cadeira-do-dentista.html
12

Na convulsão a pessoa tem atividade anormais no cérebro causando abalos


musculares, sendo assim, começa a se debater ativamente: tem contrações
musculares, ela estica os braços e depois começa a se debater com movimentos
repetitivos. Os olhos ficam abertos, fica rígida, ocorre concentração excessiva de
saliva (baba) e pode ficar com o rosto roxo (a respiração fica afetada). É possível
ocorrer episódios de perda de controle de esfíncter1 (a pessoa urina e defeca sem
controle). Após a convulsão, ocorre confusão mental e fala embaralhada, não
compreende o que aconteceu, sente dores no corpo (devido a contração muscular
intensa).
Figura 4 Convulsão

Fonte:https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-acontece-no-corpo-durante-uma-convulsao/

As diferenças entre esses dois episódios, se dá, desde a causa, passando pelo
quadro ocorrido durante o acontecimento e no pós-ocorrido com os sintomas
identificados que cada qual provoca. A pessoa que sofre um desmaio não tem o
mesmo quadro que uma pessoa que sofre uma convulsão, sendo assim, esses
episódios podem ser diferenciados para serem corretamente atendidos (socorridos) e
tratados.

1Estrutura muscular que contorna um orifício ou canal natural, permitindo sua abertura ou fechamento,
podendo ser constituído de fibras musculares lisas e/ou estriadas.
13

4. CAUSAS MAIS COMUNS DA CONVULSÃO

4.1 Convulsões Febris

As convulsões febris são caracterizadas por descargas elétricas anormais no


cérebro que resultam em atividade motora anormal causada por uma elevação muito
rápida da temperatura (causada por uma infecção).
Acomete crianças de 6 meses a 5 anos de idade. Durante uma convulsão, os
neurônios são ativados sincronicamente ou simultaneamente, e numa convulsão
febris, o principal fator desencadeante é a febre.
Os mecanismos nos quais a febre pode desencadear uma convulsão: a febre
eleva a temperatura corporal muito rápido e torna assim os neurônios mais excitáveis
do que o habitual, a febre estimula a hiperventilação assim tornando os neurônios
mais excitáveis.
Normalmente essas crises convulsivas febris, não causam danos as crianças e
geralmente desaparecem quando ficam mais velhas. Os médicos pesquisam e tratam
as causas da febre e não as convulsões propriamente. Somente em casos em que as
convulsões duram muitos minutos ou são recorrentes em menos de 24 horas, são
usados medicamentos anticonvulsionantes.

4.2 Convulsões Causadas por Drogas

As convulsões, são complicações comuns do uso prolongado de drogas. As


drogas mais comuns que podem desencadear crises convulsivas são: os
antidepressivos; estimulantes como a cocaína, metanfetaminas e anti-histamínicos.
Convulsões relacionadas com drogas podem ocorrer como resultado direto da
alteração dos circuitos neuronais específicos dos neurotransmissores excitatórios e
inibitórios e os seus respectivos receptores.
• Drogas Depressoras: embora sejam legais e geralmente presquitas por médicos,
ocorrem com certa frequência abusos ocorrendo intoxicações. Também são utilizadas
por pessoas viciadas, que as adquirem por meios ilegais. São depressores os
barbitúricos, tranquilizantes e derivados do ópio.
14

• Drogas Estimulantes: Anfetaminas, Nicotina, Cafeína, Efedrina e Atropina e drogas


ilícitas como Cocaína e Crack. As convulsões podem ocorrer não somente após
episódios de overdose, mas também após o uso recreacional de baixas doses.
Geralmente produzem estado de crises convulsivas minutos após a administração da
droga por vias endovenosa, inalatória ou nasal. A estimulação do SNC2 produz
ansiedade, psicoses e convulsões. O estado de convulsões causado pela cocaína é
de difícil controle e pode ser fatal.

4.3 Convulsões Causadas por Álcool

“O álcool é a droga recreativa legalizada com potencial risco de abuso ou


dependência, responsável pelo maior número de internações nos departamentos de
emergência”. [Revista Brasileira de Neurologia, 2015, P.32].
Geralmente, no Brasil o primeiro contato com álcool ocorre aos 13 anos.
As emergências relacionadas ao abuso de álcool e a intolerância, dependem
muito da quantidade ingerida, da massa corporal do indivíduo, do estado de saúde
dele, da idade (indivíduos mais velhos mais suscetíveis), do sexo (as mulheres são
mais afetadas) e do padrão de consumo.
As convulsões ocasionadas pelo álcool ocorrem tanto com o consumo
excessivo quanto com a abstinência.
Convulsões causadas por álcool são consideradas uma das mais graves. É
responsável por 20% a 40% dos atendimentos nas emergências em hospitais.
As crises convulsivas sintomáticas, ocasionadas por uso excessivo de álcool,
decorrem de lesões traumáticas, vasculares e de distúrbios metabólicos.
As crises relacionadas a síndrome de abstinência, podem ocorrer nos primeiros
dias em que há diminuição de ingestão do álcool pela pessoa dependente, e que faz
uso excessivo e diário. É comum apresentar: alterações de humor, tremores,
taquicardia, crise de ansiedade, vômitos e crise de hipertensão arterial; podendo
culminar na convulsão.

2 SNC é a sigla usada para Sistema Nervoso Central.


15

4.4 Convulsões Causadas por AVC

Pacientes que sobrevivem a um AVC, tanto isquêmico como hemorrágico, tem


uma grande probabilidade de ter convulsões, podem ocorrer 30 dias após o AVC, ou
anos depois.
As convulsões pós AVC, apresentam quadros diferenciados pois depende de
qual parte do cérebro foi afetada. Não necessariamente apresentam manifestações
clássicas apresentadas numa convulsão, pode se manifestar com postura do membro
ou com movimentos anormais, enquanto que a de outro paciente pode resultar como
falta de jeito ou de uma queda. Quaisquer movimentos ou comportamentos alterados,
incluindo espasmos musculares, desvio do olho ou alteração aparente da consciência,
são sinais que podem levantar suspeitas de convulsão.
Pode passar despercebida por não se parecer com convulsões típicas também
por se parecer muito com outro AVC.
Não existe tratamento para se prevenir as crises. O tratamento após acontecido
geralmente, depende de exames laboratoriais e de encefalograma para identificar a
ocorrência de atividade convulsiva. Não pode ser tratada com anticonvulsivos por
esses prejudicarem a cognição dos pacientes.

4.5 Convulsões Causadas por Traumatismo

O traumatismo cranioencefálico é uma lesão muito comum nas emergências.


É de fundamental importância o reconhecimento dos sinais de gravidade e seu
adequado manejo, devido à alta taxa de morbidade e mortalidade associado a esse
mecanismo de lesão.
As convulsões pós-traumáticas ocorrem geralmente após TCE3 moderado ou
grave. As convulsões são gerais ou parciais, as de ausência são incomuns.
• Crises imediatas ocorrem nas primeiras 24 horas pós trauma.
• Convulsões iniciais ocorrem nos primeiros 2 a 7 dias.
• Convulsões tardias ocorrem após 7 dias.

3 O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é uma lesão cerebral causada por agressão gerada

por forças externas contra a cabeça atingindo couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo e/ou nervos
cranianos.
16

Os fatores de risco são: alcoolismo crônico, idade avançada histórico de


convulsões.
A profilaxia realizada em vítimas de TCE consiste na administração de
anticonvulsivantes no intuito de prevenir a ocorrência de crises convulsivas pós-
traumáticas.
17

5. CAUSAS MAIS COMUNS DE DESMAIO OU SÍNCOPE

5.1 Hipotensão

É a queda brusca da pressão arterial, que pode ser provocada pela mudança
rápida de posição (a pessoa estava sentada ou deitada e se levanta rapidamente),
uso de medicamentos diuréticos, desidratação, por causa de calor (dias muito
quentes), jejum prolongado, remédios para emagrecer, uso excessivo de
medicamentos contra hipertensão, problemas emocionais, quando a pessoa fica muito
tempo em pé (parada no mesmo lugar), uso de drogas e bebidas alcoólicas e
problemas cardiovasculares.
Quando a pressão está baixa, abaixo de 90 mmHg x 60 mmHg, ou 9 por 6, o
fluxo de sangue para os tecidos cai e o oxigênio não chega as células em nível
suficiente, podendo surgir os seguintes sintomas: fraqueza, perda de força, baixa de
energia; tonteira, visão turva, suor frio, taquicardia.
O tratamento é determinado pelas características que provocam a hipotensão,
as causas e pela gravidade. As pessoas saudáveis que tiveram uma crise, geralmente
não necessitam de tratamento, precisam somente se atentarem para o que causou o
quadro, para que seja evitada nova crise. Porém, quando a hipotensão é causada por
uma doença, o tratamento deve ser baseado para se reverter a doença.

5.2 Síncope Vasovagal

Também conhecida como desmaio comum, é a causa mais comum de Síncope.


O episódio sincopal surge durante a postura ereta como resultado de estresse físico
ou emocional desencadeada por alguns fatores como: anestesia, fome, ansiedade,
calor excessivo, exercícios exaustivos, ambientes superlotados e pouco ventilados,
injeção hipodérmica, cena em que a pessoa presencia sangue no ambiente ou
pessoas sangrando e postural ( a pessoa permanece muito tempo em pé, somente
em uma posição).
18

As condições que favorecem o quadro estão relacionadas com a redução do


retorno de sangue das veias, o aumento do tônus simpático4, o aumento das
contrações do coração e a baixa resistência periférica. O nervo vago5 aumenta sua
atividade em resposta a receptores de pressão localizados no interior do coração,
diminuindo os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea.
O episódio pode ser acompanhado por náuseas, vômitos e desconforto
gástrico. A perda da consciência dura poucos segundos ou minutos. O diagnóstico é
feito pelo histórico do paciente e exame clínico, e na maioria das pessoas ocorre como
episódio único não necessitando de tratamentos posteriores. Não é uma doença, mas
sim neuro reflexos (reações provocadas por algumas situações).

5.3 Lesões Cerebrais

São danos causados no cérebro por traumas. Um traumatismo craniano pode


causar lesões de diferentes graus nos axônios neurais6. Os traumas onde há
movimentos bruscos de aceleração e desaceleração podem causar desmaios. As
pessoas que sobrevivem a um traumatismo craniano podem apresentar sequelas
temporárias ou permanentes depende muito do tipo de traumatismo (pouco grave ou
grave). O desmaio ou síncope acontece no momento do impacto podendo evoluir para
um coma.
Causas comuns de traumatismo craniano são quedas (especialmente em
idosos e crianças pequenas), acidentes com veículos motorizados, agressões
físicas, acidentes durante a prática de esportes ou atividades recreativas e acidentes
de trabalho.

4 O sistema nervoso simpático é, basicamente, um sistema de excitação, que ajusta o organismo para
suportar situações de perigo, esforço intenso, stress físico e psíquico. Ele atua ao nível dos diferentes
aparelhos do organismo, desencadeando alterações diversas.
5 Nervo Vago: é um representante do sistema nervoso parassimpático. Ele é responsável por reduzir a

frequência cardíaca, regular a respiração e a atividade dos órgãos do sistema digestivo (descansar e
digerir).
6 Axônios Neurais: é uma parte do neurônio responsável pela condução dos impulsos elétricos que

partem do corpo celular, até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurônio.
19

6. PRINCIPAIS DOENÇAS QUE CAUSAM CONVULSÕES

6.1 Epilepsia

A epilepsia é considerada um distúrbio neurológico crônico grave, caracterizado


por crises recorrentes e que geralmente surge de uma série de fatores neuronais
estando associadas a um histórico de lesões no sistema nervoso. As lesões
reorganizam os circuitos cerebrais desiquilibrando os neurotransmissores provocando
descargas elétricas. É uma das desordens cerebrais mais comuns. Causam prejuízos
funcionais, podendo chegar à incapacitação.
Considera-se Epilético, o indivíduo que teve dois ou mais episódios de crise
(convulsões). É considerada uma doença ativa, se a pessoa teve crises durante os 5
últimos anos. É considerada inativa (remissão), quando não ocorreram crises em um
período superior a cinco anos.

6.1.1 Classificação das Crises Epiléticas

São classificadas em 2 grupos:


• Crises Focais: podem comprometer, ou não, a consciência. Neste tipo de convulsões
observa-se um início focal ou localizado, tendo origem em um determinado hemisfério.
As convulsões focais têm início tanto no córtex cerebral ou mesmo no tronco cerebral,
apresentado manifestações clínicas de acordo com a área. Apresentam poucas
alterações no EEG7, mostrando descargas breves denominadas ondas agudas. Este
tipo de convulsões, pode evoluir para convulsões generalizadas do tipo tónico-
clônica8, na qual são designadas convulsões generalizadas secundarias. De acordo
com o grau de perda de consciência, as convulsões focais podem ser divididas em:
▪ Convulsões focais simples ou sem perda de consciência: essas convulsões são
caracterizadas pela manutenção da consciência e pode ter manifestações
clinicas variadas, de acordo com o lobo cerebral afetado, por exemplo,

7 Eletroencefalograma: o EEG é um exame que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea,


captada através da utilização de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. Como a atividade elétrica
espontânea está presente desde o nascimento, o EEG pode ser útil em todas as idades, desde recém-
nascidos até pacientes idosos. Essencial para o diagnóstico da Epilepsia.
8 Tônico-clônica- compreende-se duas fases: na fase tônica há perda de consciência, o paciente cai, o

corpo se contrai e enrijece. Já na fase clônica o paciente contrai e contorce as extremidades do corpo
perdendo a consciência que após a crise é recobrada gradativamente.
20

movimentos involuntários da mão e movimentos anormais da face sincrónicos


com os movimentos das mãos, resultantes de descargas neuronais anormais
no lobo frontal. O EEG pode mostrar descargas anormais em uma região muito
limitada.
▪ Convulsões focais complexas ou com perda de consciência: este tipo de crise
é caracterizado pelo comprometimento da consciência. Podem iniciar-se com
uma aura9 e é caracterizada por 3 a 30 segundos de inconsciência. São mais
comuns no lobo frontal, podendo ocorrer no lobo parietal. Muitas vezes, o
eletroencefalograma pode ser usado para localizar as ondas, mostra
anormalidades continuas, apresenta ondas agudas de alta amplitude e
rítmicas.
• Crises generalizadas: este tipo de convulsão caracteriza-se por descargas neuronais
extremas em todas áreas do encéfalo, podendo ser transmitida por toda medula
espinhal, ou seja, as convulsões desenvolvem-se em ambos hemisférios. As
convulsões generalizadas decorrem de anormalidades aos níveis celulares,
bioquímicos e estruturais do cérebro que têm distribuição mais disseminada. Acredita-
se que estas convulsões iniciam num ponto do cérebro e rapidamente passam para
redes neuronais de ambos hemisférios.
As crises generalizadas são divididas em:
▪ Convulsão tônico-clônica: ocorrerem secundariamente a partir de uma crise de
início parcial. Ocorrem também devido a condições neurológicas ou distúrbios
metabólicos, tóxicos, traumáticos. Também denominada, Crise de Grande
Mal10, inicia de forma brusca com contrações tónicas dos músculos do corpo e
gritos ictais11. O indivíduo perde a consciência por volta de 3 a 4 minutos,
seguida de fases alternadas de contração tônica dos músculos. Apresenta duas
fases:
✓ Fase Tônica: é caracterizada por um aumento generalizado do tônus muscular
(estado de tensão elástica “contração ligeira” que apresenta o musculo em
repouso), tornando o indivíduo rijo. Durante essa fase há uma contração tônica
dos músculos de expiração e da laringe produzindo um som alto grito ictal. Assim,

9 Quando as manifestações epiléticas evoluem e culminam com a perda de consciência, designa-se


Aura. Pode constituir uma crise epilética e fornecer indicações sobre o provável local do foco de
descarga.
10 Tipo de convulsão que envolve perda de consciência e contrações musculares violentas.
11 São Gritos que acontecem durante uma crise epilética.
21

a respiração fica prejudicada e as secreções acumulam-se na orofaringe12


surgindo a cianose.
✓ Fase Clônica: após 10 a 20 segundos, a fase tónica evolui a fase clônica com
períodos alternados de relaxamento e contração muscular. Ocorre, também, a
diminuição da frequência dos disparos neuronais. Esta fase é caracterizada por
contrações musculares espasmódicas (espasmos) e tônicas e geralmente
acompanhada pela perda de controle dos esfíncteres anais e urinários. Após a
convulsão, o indivíduo permanece no estado de extrema fadiga e adormecido por
horas, variando de quatro a quinze horas, período conhecido como depressão pós-
convulsão.

6.1.2 Tratamentos da Epilepsia

O tratamento da Epilepsia é feito através de medicamentos que evitam


descargas elétricas cerebrais anormais, essas descargas que são as causas da
doença. Não adianta usar medicamentos somente em crise, o tratamento costuma ser
longo, e o paciente precisa ter muita consciência do seu quadro, para seguir o
tratamento correto para se alcançar um controle de futuras crises. Alguns pacientes
entram em remissão (mais de 5 anos sem ter crise), nesses casos, o médico pode
reavaliar e considerar que não seja mais necessário o uso de medicação.
Figura 5 Exemplos de medicações usadas para tratamento da epilepsia

Medicações (Princípio Ativo) Efeitos Adversos


Fenobarbital Sonolência.
Fenitoína Aumento da gengiva, crescimento de pêlos.
Valproato Náuseas, vômitos, aumento de peso.
Carbamazepina Tonturas, sonolência, mal estar gástrico.
Lamotrigina Tonturas, problemas de pele (alergia).
Vigabatrina Agitação, irritabilidade.
Topiramato Sonolência, adormecimento das extremidades.
Benzodiazepínicos Sonolência, aumento da secreção brônquica.
Oxcarbazepina Sonolência, tonturas.

Fonte:https://epilepsiabrasil.org.br/tratamento#:~:text=O%20Tratamento%20das%20epilepsias%20%
C3%A9,crises%20n%C3%A3o%20tem%20efeito%20imediato

12Aorofaringe é a parte da garganta logo atrás da boca. Ela inclui a base da língua, o palato mole, as
amígdalas e a parte lateral e posterior da garganta. As funções da cavidade oral e da orofaringe
consistem em ajudar a pessoa a respirar, falar, comer, mastigar e engolir.
22

A abordagem cirúrgica para a epilepsia é uma opção para alguns casos, é


considerada quando o paciente possui uma lesão no cérebro localizada e especifica.
É uma solução bem eficaz, pois ela pode levar ao controle completo das crises
convulsivas.
Porém, existem quadros de epilepsia de difícil controle. Uma parcela
significativa dos pacientes não consegue controlar a doença com os medicamentos
habituais. A essa condição chamamos epilepsia refratária13 ou farmacorresistente14.
Do ponto de vista prático, pessoas com epilepsia que não ficam sem crises após o
uso de duas ou mais medicações antiepilépticas se enquadram nessa definição.
A epilepsia refratária causa impacto ainda maior na qualidade de vida, não
apenas pelas crises frequentes, mas por toda a situação envolvida, implicando em
maior quantidade e doses de medicamentos, limitações sociais (para trabalhar, dirigir)
e até mesmo risco elevado de traumas e morte.
Por isso muitos estudos vêm sendo realizados em busca de novas opções
terapêuticas para tratamento de epilepsia refratária. E um deles é o uso do
Canabidiol15. Apesar de conhecido há muitos anos, somente recentemente foi
demonstrada a sua eficácia para esse uso.
Encontrado na planta Cannabis Sativa, que possui mais de 400 substâncias
químicas, sendo o CBD a que apresenta maior ação terapêutica, apesar de ainda ser
proibida devido ao uso recreativo como alucinógeno, em algumas pesquisas sobre a
planta, bem como sua utilização com fins terapêuticos pode ser autorizada mediante
liminar judicial.
Pesquisa conduzidas com todo o rigor mostram que, em algumas síndromes
graves que causam epilepsia na infância (síndromes de Dravet e Lenox-Gastaut e
esclerose tuberosa), o canabidiol, ajuda no controle das crises. Pacientes que
receberam uma solução oral de canabidiol, em doses diárias durante 14 semanas,
tiveram redução importante na incidência.

13Epilepsia refratária é um termo que utilizamos quando o tratamento com medicamentos não está
controlando as convulsões. Também pode ouvir termos como epilepsia descontrolada, intratável ou
resistente a medicamentos
14A epilepsia farmacorresistente é uma refratariedade de controle de crises epiléticas ao tratamento

medicamentoso com fármacos antiepilépticos (FAE). Possui indicadores como a frequência elevada de
crises nas fases iniciais, o início precoce (abaixo de 2 anos).
15O canabidiol é um medicamento derivado da Cannabis, a planta da maconha, que é capaz de atuar

no tratamento de doenças que atingem o Sistema Nervoso Central do ser humano. Sigla que o define
é CDB.
23

É conclusivo através do avanço do conhecimento científico sobre a cannabis


medicinal, que essa nova abordagem terapêutica pode contribuir de forma significativa
e com segurança no controle das epilepsias graves, e também de outras doenças.

6.2 Diabetes

É uma doença crônica causada pela produção insuficiente de insulina16 e


também pela má absorção dela pelo organismo.
Segundo a Associação Brasileira de Diabéticos (ABD), a diabetes tipo 1 17 é
responsável por afetar 10% das pessoas que possuem a diabetes, já a tipo 218 é
responsável por acometer 90% dos diagnosticados com a doença.
O tratamento da diabetes tipo 1 é através do uso diário de insulina (insulino
dependentes) e outros medicamentos para controlar os níveis de glicose no sangue.
O tratamento da diabetes tipo 2 é com medicamentos que melhoram a
sensibilidade das células a ação da insulina e também com medicamentos que
aumentam a produção da insulina pelo pâncreas.
Os sintomas dos dois tipos de diabetes são bem parecidos:
Figura 6 Quadro dos sintomas causados pelos tipos de diabetes

Sintomas tipo 1 Sintomas tipo 2

Vontade frequente para urinar; Urina em excesso e vontade frequente para


Perda de peso sem causa aparente; urinar;
Muito sono; Perda de peso sem causa aparente;
Coceira: Sede excessiva;
Fome excessiva; Boca seca;
Muita sede; Cansaço excessivo;
Vômito, em alguns casos; Fraqueza;
Tontura; Aumento do apetite;
Dificuldade para respirar, em alguns casos. Cicatrização de feridas mais demorada;

16 Insulina: hormônio que regula o nível de glicose no sangue. A glicose em níveis normais no
organismo, garante energia para um bom funcionamento de todo sistema.
17 Diabetes tipo 1: é caracterizada pelo excesso de glicose no sangue. É uma doença que afeta, durante

toda a vida a capacidade do corpo de produzir insulina e converter a glicose dos alimentos em energia.
Na maioria dos casos, o diabetes tipo 1 se desenvolve cedo, sendo frequentemente diagnosticado na
infância.
18 Diabetes tipo 2: ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida, esse tipo

de diabetes costuma ser assintomática, e as manifestações acontecem na fase adulta, (pessoas acima
de 40 anos). Sua evolução é lenta com complicações tardias (renais, oftalmológicas e neuropáticas).
Está relacionada com sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e a hábitos
alimentares inadequados.
24

O tratamento da diabetes tipo 1 é através do uso diário de insulina (insulino


dependentes) e outros medicamentos para controlar os níveis de glicose no sangue.
O tratamento da diabetes tipo 2 é com medicamentos que melhoram a
sensibilidade das células a ação da insulina e também com medicamentos que
aumentam a produção da insulina pelo pâncreas.
Tanto para diabetes tipo 1 quanto para tipo 2, os médicos recomendam além
do tratamento medicamentoso e a mudança alimentar (com controle rígido da ingestão
do açúcar, de carboidrato e frutose); como também uma vida voltada para a prática
de exercícios físicos regulares, alimentação saudável e equilibrada quer dizer um
estilo de vida saudável.
A doença não tem cura, mas é fundamental esclarecer para o diabético que,
com informações adequadas e seguindo as orientações médicas e nutricionais
recomendadas, além da realização das consultas de rotina e dos exames periódicos,
é possível manter os níveis de glicemia sob controle e viver de forma saudável.

6.2.1 Convulsões Causadas por Hipoglicemia

Uma crise de hipoglicemia pode ocorrer com qualquer pessoa por vários
motivos, mas acontece muito com pessoas diabéticas principalmente com o diabético
tipo 1. A hipoglicemia é menos frequentes nos diabéticos tipo 2 do que nos do tipo 1,
mas pode ser muito grave quando ocorre. O açúcar no sangue pode se tornar
anormalmente baixo quando a dose de medicamento estiver muito alta, ou durante
exercícios, ou quando a ingestão de carboidratos for muito baixa, ou por atraso ou
perda de uma refeição, ou por uma combinação desses fatores.
A queda da glicose no sangue provoca vários sintomas como: fome, sudorese,
tremores, fadiga, incapacidade de pensar; até complicações graves chegando a
convulsões e coma. Esse tipo de queda da glicose é causado pelo uso de insulina ou
por outros medicamentos para tratar a diabetes.
Após a ingestão de uma dose de medicamento para diabetes, a pessoa comer
menos que o normal ou estiver mais ativa fisicamente que o normal, é possível que
o medicamento diminua excessivamente o nível de glicose no sangue. Pessoas com
diabetes de longa data estão mais propensas à hipoglicemia nessas situações, pois
25

talvez não produzam uma quantidade suficiente de glucagon19 ou adrenalina20 para


compensar o baixo nível de glicose no sangue. Alguns outros medicamentos usados
para tratar AIDS e câimbras musculares podem ocasionar hipoglicemia.
Hipoglicemia pode acontecer também em doenças ou quadros clínicos que o
organismo não consegue manter níveis adequados de glicose no sangue após um
período sem alimentação (hipoglicemia de jejum) tipo: em pessoas que consome
muito álcool sem se alimentarem, em pessoas com doenças hepáticas ou câncer de
fígado, problemas de pâncreas, doenças renais crônicas, doenças cardíacas e
sepse.
Pacientes pós bariátricos, também são suscetíveis, pois os açúcares são
rapidamente absorvidos e estimulam a produção excessiva de insulina podendo
causar a hipoglicemia.
Os sintomas ocorridos em uma crise de hipoglicemia melhoram poucos
minutos após ingestão de açúcar (em qualquer uma de suas formas doces, mel,
bebidas doces). Pessoas com recorrentes episódios como os diabéticos, sempre
procuram levar consigo comprimidos de glicose por terem efeito rápido. Mas em
casos graves e prolongados é preciso um atendimento de emergência para ser
administrado glicose por via intravenosa para evitar danos cerebrais.

Figura 7: Medidor de Glicose

Fonte: https://meucerebro.com/desmaio-causas/

19 O Glucagon é um hormônio produzido pelo corpo (pelas células alfa do pâncreas) que tem um efeito
oposto ao da insulina (produzido pelas células beta do pâncreas), ou seja, aumenta o açúcar no sangue.
20 A Adrenalina é um hormônio produzido pela medula das adrenais. Também conhecida como

epinefrina, a adrenalina é um hormônio derivado do aminoácido tirosina e é liberado quando o sistema


nervoso simpático é estimulado. Por ser liberado em situações de estresse, é considerado um hormônio
de “luta ou fuga”. Ajuda a liberar outros hormônios como a insulina, o glucagon, a gastrina, etc. É
liberada quando há diminuição do açúcar no sangue, para estimular a transformação de gorduras e
glicogênio em glicose.
26

6.2.2 Convulsões Causadas por Hiperglicemia

A suspeita do quadro de Hiperglicemia, quando uma pessoa que


recentemente apresentou confusão tiver um nível muito elevado de glicose no
sangue. É confirmado o diagnóstico realizando exames de sangue adicionais que
mostram sangue muito concentrado e níveis baixos de cetonas ou acidez na corrente
sanguínea. Pode acontecer tanto no diabetes mellitus (DM) tipo 1 quanto tipo 2.
Alguns sintomas que surgem na Crise de Hiperglicemia antes de
complicações mais sérias no estado mental incluem micção frequente, fome e sede
extrema.
O sintoma mais significativo da hiperglicemia é o estado hiperglicêmico
hiperosmolar21 que ocorre uma alteração no estado mental. Essa alteração varia
desde confusão leve e desorientação até sonolência e coma. Algumas pessoas
apresentam convulsões e ou paralisia parcial temporária parecendo um acidente
vascular cerebral.
O estado hiperglicêmico hiperosmolar pode ocorrer por dois motivos principais
• As pessoas suspendem os medicamentos para seu diabetes;
• Uma infecção ou outra doença que causa estresse ao organismo.
Também podem ser causadas por determinados medicamentos, como:
corticosteroides (podem aumentar os valores da glicemia), os diuréticos (as pessoas
frequentemente tomam para tratar hipertensão arterial). O tratamento é feito com
aplicação de soro para hidratação e insulina.
Em uma crise Hiperglicêmica menos aguda é preciso aplicar a insulina de
emergência e algum tempo depois verificar a medição da glicose.

6.3 Meningite

Meningite é uma doença inflamatória das meninges22, que provoca um


desiquilíbrio bioquímico neural.

21 O estado hiperglicêmico hiperosmolar é uma complicação metabólica do diabetes mellitus


caracterizada por hiperglicemia grave, desidratação extrema, hiperosmolaridade do plasma e alteração
do nível de consciência.
22 As meninges são três membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal, protegendo-os. O

sistema nervoso central é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal. Todas essas
estruturas estão envoltas por três membranas, que são conhecidas como meninges (dura-máter,
aracnoide e pia-máter).
27

Pode ser causada por bactérias ou vírus na maioria das incidências. Se esses
microrganismos conseguirem vencer as defesas do organismo e instalar-se nas
meninges, elas se inflamam, podendo produzir uma infecção que se espalha por todo
o Sistema Nervoso Central.

6.3.1 Meningite Viral

Acomete indivíduos de todas as idades, porém a faixa etária de maior risco é a


de menores de 5 anos. Caracteriza-se por quadro de alteração neurológica benigna,
podem ocorrer casos isolados, mas também surtos.
A gravidade do quadro dependerá do tipo de vírus que podem ser: o vírus do
sarampo, o herpes-zoster, enterovírus, vírus da imunodeficiência humana (HIV),
citomegalovírus, rotavírus, varíola, rubéola, entre outros; da habilidade do diagnóstico,
da faixa etária e estado imune do paciente. Apesar da evolução da doença seja
benigna, pode ocorrer sequelas como: surdez, retardo mental, perdas motoras ou
sensoriais e convulsões.
O exame para o diagnóstico correto é a punção liquórica23, realizado na lombar,
entre as vértebras L3 e S1.
Considera-se caso suspeito de meningite o indivíduo que apresentar três ou
mais dos seguintes sintomas: cefaleia, vômito, rigidez de nuca, sinais de irritação
meníngea, sonolência, fotofobia, exantema24, diarreia, mialgia25 e convulsão.
O tratamento das Meningites Virais é o de suporte (para amenizar os sintomas)
com: antitérmicos (para controlar a febre), antieméticos (para controlar os enjoos e
evitar vômitos), analgésicos (para dor) e manter a cabeça do paciente elevada 30º. A
pressão craniana que ocasiona cefaleia é aliviada com punção. Os casos em que
ocorre internação será somente necessário se o paciente não conseguir se alimentar,
podendo assim se alimentar por sonda e se hidratar por soro.

23 É O exame que consiste na coleta do líquido cefalorraquidiano, ou líquor, da medula espinhal. O


líquor é responsável por banhar o cérebro e a medula espinhal, então a punção liquórica ajuda no
reconhecimento das variadas infecções meníngeas e neurológicas, bem como em tumores que afetem
o sistema nervoso central.
24 Exantema é uma erupção geralmente avermelhada que aparece na pele devido à dilatação dos vasos

sanguíneos ou inflamação.
25Mialgia é o termo médico para dor muscular. O sintoma pode aparecer em praticamente todo o corpo

uma vez que os músculos estão em quase todas as regiões.


28

6.3.2 Meningite Bacteriana

A meningite bacteriana também corresponde à inflamação das meninges, só


que nesse caso é causada por bactérias como as: Neisseria meningitidis26,
Streptococcus pneumoniae27, Mycobacterium tuberculosis28 e Haemophilus
influenzae29. Todas causam meningite, mas iremos abordar Neisseria meningitidis
(meningite meningocócica).
A meningite Neisseria meningitidis é denominada meningite meningocócica
conhecida como tipo C. É a mais temida das meningites bacterianas, o quadro pode
evoluir rápido sendo devastador. Acomete qualquer idade, mas é mais frequente em
crianças até 5 anos. A meningite meningocócica é altamente contagiosa podendo
ocorrer pequenas epidemias de meningite meningocócica se não houver controle
rápido com vacinação.
Os sintomas iniciais da meningite C são bastante semelhantes aos da gripe
tornando o diagnóstico mais difícil, atrasando o início do tratamento e aumentando a
probabilidade de desenvolver sequelas, como: surdez, amputação e lesões cerebrais
que podem evoluir para uma epilepsia. Embora existam sequelas, isso não significa
que todas as pessoas irão desenvolver. Pessoas que ficam curadas podem não ter
sequelas ou ter apenas sequelas leves.
Os sintomas mais comuns são: febre, dor de cabeça, sensibilidade a luz,
confusão mental, pescoço rígido (algumas pessoas não apresentam pescoço rígido,
tendo dores nas costas) e convulsões.

26 A Neisseria meningitidis é uma bactéria do tipo coco gram-negativo que se agrupa aos pares,
formando os diplococos. É uma das bactérias com potencial para causar grandes epidemias de
meningite.
27 A meningite pneumocócica é um tipo de meningite bacteriana que é causada pela bactéria

Streptococcus pneumoniae, que também é o agente infeccioso responsável pela pneumonia. Uma das
sequelas que podem ocorrer é a epilepsia.
28 A Meningite tuberculosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis é uma infecção das

meninges decorrente de uma tuberculose não tratada corretamente. Também é conhecida


como tuberculose meníngea.
29 Haemophilus influenzae tipo B (Hib) é uma bactéria que atinge principalmente crianças até cinco

anos, causando infecções que começam geralmente no nariz e na garganta, mas podem se espalhar
para outras partes do corpo, incluindo pele, ouvidos, pulmões, articulações, membranas que revestem
o coração, medula espinhal e cérebro. É também a causadora da meningite tipo B.
29

Figura 8Sintomas que requer tratamento imediato

Sintomas em crianças que requer imediata Sintomas em adultos que requer imediata
atenção atenção

Estiverem cada vez mais irritáveis ou Cefaleia e rigidez no pescoço, sobretudo se


excepcionalmente sonolentas; tiverem febre;
Tiverem temperatura corporal baixa; Confusão ou estado de alerta menor;
Recusarem-se a comer; Lentidão ou indiferença;
Ter convulsões; Convulsões;
Desenvolverem um pescoço rígido. Erupção cutânea com febre ou pescoço rígido.

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-
dos-nervos/meningite/meningite-bacteriana-aguda

Assim que se suspeitam de uma meningite meningocócica, é feita uma coleta


de sangue para cultivo em laboratório e analise, em seguida já se inicia o tratamento
com antibióticos (geralmente são usados mais de um tipo de antibiótico, administrados
por via intravenosa) e corticosteroides, sem se esperar os resultados de teste, pois a
meningite bacteriana evolui muito rápido podendo vir a óbito em 24 horas. Iniciado o
tratamento, realiza-se a punção (se for seguro para o paciente), para se confirmar o
diagnóstico.
Algumas complicações causadas pela meningite meningocócica, também
requer tratamentos específicos como:

Figura 9 Quadro de tratamento especifico para algumas complicações da meningite meningocócica

Tratamentos específicos

Convulsões: são administrados medicamentos anticonvulsivantes;

Choque: podem ser administrados líquidos suplementares e, por vezes, medicamentos (por via
intravenosa) para aumentar a pressão arterial e tratar o choque;

Aumento perigoso da pressão no crânio (hipertensão intracraniana): a cabeceira da cama é


elevada e são usados corticosteroides para reduzir a pressão no crânio. Se a pressão tiver de ser
baixada rapidamente, é usada ventilação mecânica. Pode ser administrado manitol por via
intravenosa. A pressão dentro do crânio pode ser monitorada com a ajuda de u m pequeno tubo
(cateter) conectado a um medidor. O cateter é introduzido por um orifício minúsculo perfurado no
crânio. O cateter é utilizado para remover o líquido cefalorraquidiano, reduzindo a pressão quando
necessário;

Empiema subdural: um cirurgião pode ter que drenar o pus para assegurar uma recuperação
bem-sucedida.

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-
dos-nervos/meningite/meningite-bacteriana-aguda
30

7. O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER (PRIMEIROS


SOCORROS)

Sobre Primeiros Socorros e sua definição, podemos afirmar que:


Primeiros Socorros são os cuidados iniciais que devem ser prestados
rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo estado
físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar
o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a
chegada de assistência qualificada.(ANDRADE, 2020, P.03).

Qualquer pessoa que passou por um treinamento pode prestar os Primeiros


Socorros, conduzindo os atendimentos com serenidade, compreensão e confiança.
Quando se encontra alguém caído, precisando de socorro, o socorrista tem
como funções:
1. Acionar o serviço de atendimento emergencial (Samu ou Corpo de Bombeiros);
2. Fazer o atendimento certo para salvar a vida do acidentado e prevenindo danos
maiores;
3. Manter o acidentado vivo até a chegada do socorro;
4. Manter a serenidade (calma e auto confiança) frente ao atendimento;
5. Impedir a intervenção de leigos (proteger o local, afastando curiosos) para se evitar
manipulação errada do acidentado, evitando segundo trauma;
6. Ser a ligação com o serviço de emergência;
7. Agir com seriedade, não ultrapassando o limite de seu conhecimento no atendimento
(não transportar e nem medicar o acidentado).

7.1 Abordagem Primária


O primordial ao se deparar com uma cena que necessite de atendimento de
Primeiros Socorros, que o socorrista atente para os riscos envolvidos, para que ele
possa realizar o atendimento em segurança. A partir de então, iniciar o atendimento
segundo as seguintes etapas:
1. Avaliação da cena;
2. Avaliação do nível de consciência (AVI); se apresente para a vítima e pergunte seu
nome;
3. Acionar o serviço de emergência;
31

4. Socorrer (ABCDE)30;
5. Mantenha a vítima imóvel. Somente movimente a vítima caso não haja segurança
para ela ou o socorrista.
6. Procure presença de hemorragias e trate;
7. Verifique possível lesão cervical, se houver imobilize, se não eleve os membros
inferiores (sangue se concentrará nos órgãos vitais);
8. Mantenha a vítima estável, monitorando o quadro e os sinais vitais, e aguarde a
chegada do serviço de emergência.
Após as avaliações primárias, se for constatado inconsciência da vítima:
1. Verificar o pulso radial da vítima;
Figura 10Verificação de pulso radial

Fonte: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-
Principais-Emergencias.pdf
2. Caso haja ausência de pulso, verifique obstrução de vias áreas (observe: VER, OUVIR
e SENTIR);
Figura 11Tecnica de desobstrução de vias aéreas

Fonte: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-
Principais-Emergencias.pdf
3. Se não tiver pulso, inicie massagem cárdica até recuperação ou até chegada de
serviço de emergência;

30 A – Vias Aéreas / B – Respiração / C – Circulação / D – Disfunção Neurológica / E –

Exposição.
32

Figura 12 Técnica de massagem cardiorrespiratória

Fonte: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-
Principais-Emergencias.pdf
4. Verifique possibilidade de lesão na coluna, se houver imobilize;
5. Identifique hemorragias e trate.
Depois de todo procedimento e constatações, se a vítima ainda estiver
inconsciente coloque-a em posição de recuperação, deitada de lado
(preferencialmente do lado esquerdo) para que suas vias aéreas continuem
desobstruídas eliminando possíveis fluidos até a chegada do serviço de emergência.
Figura 13Técnica de lateralização

Fonte: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-
Principais-Emergencias.pdf
33

7.2 Abordagem Secundária


A abordagem secundária é importante, mas não é obrigatória, pois ela pode
atrasar o transporte do acidentado. Seu objetivo é verificar alterações na cor da pele,
assimetrias morfológicas, instabilidades hemodinâmicas, ruídos anômalos emitidos
pelo paciente, alterações de motricidade e sensibilidade.

7.3 Como Socorrer Desmaios ou Síncopes

Se a vítima apresentar sinais que vai desmaiar condutas a serem seguidas, e


a vítima estiver acordada (consciente):
• Sentá-la em uma cadeira, ou outro local semelhante;
• Curvá-la para frente;
• Baixar a cabeça do acidentado, colocando-a entre as pernas e pressionar a cabeça
para baixo;
• Manter a cabeça mais baixa que os joelhos;
• Fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar.
Figura 14 Conduta pré desmaio

Fonte: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-
Principais-Emergencias.pdf
Havendo o desmaio:
• Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição mais
baixa em relação ao resto do corpo.
• Afrouxe sua roupa.
• Se houver vômito, lateralize a cabeça, para evitar sufocamento.
34

• Se o desmaio durar mais que dois minutos agasalhar a vítima e chame o socorro
especializado
Figura 15 Conduta pós desmaio

Fonte: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-
Principais-Emergencias.pdf

Na recuperação, pode ser dado café, chá ou mesmo água com açúcar.

7.4 Como Socorrer Convulsões

Os procedimentos a serem realizados são:


• Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a cabeça não
sofra traumatismo e procurando deitá-la no chão com cuidado, acomodando-a.
• Procurar sinais de consumo de drogas ou envenenamentos;
• Retirar da boca próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) e eventuais detritos.
• Avaliar a segurança da cena, remover qualquer objeto com que a vítima possa se
machucar e afastá-la de locais e ambientes potencialmente perigosos, como por
exemplo: escadas, portas de vidro, janelas, fogo, eletricidade, máquinas em
funcionamento.
• Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar-se que a vítima não está
se machucando.
• Proteger a cabeça da vítima, colocando um apoio macio;
• Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura.
• Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia por vômitos ou secreções.
• Verificar Nível de Consciência da Vítima (AVI);
O que não se pode fazer:
• Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima.
35

• Não coloque a mão dentro da boca da vítima (inconscientemente a pessoa poderá


mordê-lo);
• Nunca tente introduzir objetos na boca da vítima durante a crise convulsiva;
• Não jogar água fria no rosto da vítima;
Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada até que ela tenha plena
consciência e autocontrole. Se a pessoa demonstrar vontade de dormir, deve-se
ajudar a tornar isso possível. Contatar o atendimento especializado pela necessidade
de diagnóstico e tratamentos precisos.
36

8. CONCLUSÃO

As Convulsões são caracterizadas por movimentos musculares involuntários


devido a descargas eléctricas anormais no cérebro. Durante uma crise convulsiva, a
atividade eléctrica do cérebro acelera-se, produzindo um padrão desordenado em
forma de ondas. Os termos convulsão e epilepsia são muitas vezes confundidos como
sinônimos. No entanto, sofrer uma crise convulsiva não significa exatamente ter
epilepsia. Pode-se considerar epilepsia dois ou mais casos de convulsões recorrentes
não provocadas. Podem ocorrer em associação com um grande número de doenças
sistêmicas ou por acidentes, sendo as causas mais frequentes: doenças infecciosas,
diabetes, epilepsia, traumatismos, acidentes cerebrais, consumo de drogas e álcool,
causas febris etc.
O Desmaio ou Síncope são caracterizados por uma hipoperfusão31 cerebral
temporária, seguida de uma recuperação espontânea que está associada à perda de
consciência e do tônus postural. Uma interrupção do fluxo sanguíneo cerebral durante
8 a 10 segundos causando perda de consciência. As causas mais frequentes são
associadas a acidentes, a posturas, a desequilíbrios físicos, a condições climáticas,
consumos excessivos, medicamentos, condições físicas de lugares, a excesso de
exercícios físicos, etc.
Podemos concluir que através do estudo realizado pode-se conhecer e
diferenciar o Desmaio da Convulsão. Foi dissertado as diferenças entre os dois
episódios, esclarecendo muito bem os quadros, podendo assim serem diferenciados
e corretamente socorridos e atendidos. Apresentamos as principais causas e doenças
associadas, tratamentos e os Primeiros Socorros corretos para cada caso.

31 Baixa irrigação sanguínea em determinada região do corpo.


37

9. BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, Gabriel Freitas. Noções básicas de primeiros socorros. Cartilha


Noções de Primeiros Socorros. Dezembro 20220. Disponível em:
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