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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
1.1.
1.2.
ITAPEMA/SC
2022
JOSIANE SANTOS PEREIRA
ITAPEMA/SC
2022
Sumário
1. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 05
1.1. Identificação de Lesão Renal Aguda em UTI: Parâmetros para avaliação
clínica de enfermagem ....................................................................................... 05
1.1.1. Conclusão Tema 1 ................................................................................... 11
1. DESENVOLVIMENTO
pacientes de risco mesmo que somente por um critério usual como o fluxo urinário, e prevê a
melhor terapêutica na LRA (Mehta et al., 2007). Na prática clínica, pequenas alterações do
nível sérico de creatinina podem não receber devida atenção e/ou serem com frequência
serem consideradas apenas como variações laboratoriais irrelevantes do ponto de vista
funcional, desvalorizando-se o seu poder discriminatório (Mehta et al., 2007). Entretanto,
observa-se que pequenas elevações no nível sérico de creatinina estão associadas ao
aumento na taxa de mortalidade hospitalar e pós-hospitalar (Joannidis et al., 2009). O
reconhecimento precoce de sinais de LRA destaca-se como atividade diária para enfermeiros
de UTI. O diagnóstico de LRA requer medidas de suporte para o controle do balanço hídrico,
a nutrição do paciente crítico, a prevenção e o tratamento de distúrbios de eletrólitos e
acidobásico e a adequação de doses de medicamentos com excreção renal. A realização de
Terapias de Substituição Renal (TSR), também conhecido como diálise, é necessária em
casos de disfunção renal severa e requer a participação do enfermeiro no planejamento
assistencial que será oferecido ao paciente (Palevsky, 2013). A ausência de mecanismos
classificadores de lesão renal, com alta sensibilidade, ainda são comuns e pouco difundidos.
O critério AKIN pode ser uma ferramenta discriminatória simples e precisa de disfunção renal
e de gravidade a ser incorporada na prática clínica de enfermeiros de UTI, objetivando
aprimorar o processo de cuidar do paciente grave e otimizar o desfecho dessa doença. O seu
conhecimento e segurança para aplicação pode subsidiar a implementação de medidas
proativas e aprimoramento dos recursos humanos e tecnológicos de suporte ao paciente com
risco modificável para lesão na função renal em UTI. Neste contexto, este estudo teve como
objetivo identificar a prevalência de LRA em pacientes de UTI por meio da avaliação isolada
da elevação da creatinina sérica e da aplicação clínica da classificação de disfunção renal
“AKIN”.
categóricas foram representadas pelo valor absoluto (n) e relativo (%) e as comparações pelo
teste exato de Fisher. Em todas as situações em que foram empregadas a estatística
inferencial foi considerado o nível de significância estatística de 5% (p≤0,05).
DISCUSSÃO: Este estudo mostrou que o uso do AKIN como parâmetro para
avaliação clínica de enfermagem é uma ferramenta de extrema relevância direcionada a
identificação precoce de LRA em pacientes em UTI. Além de ser uma ferramenta simples, de
baixa invasividade e de fácil aplicação o AKIN permite identificar pequenas alterações na
função renal que caracterizam LRA quando comparado à avaliação isolada da creatinina
sérica. Logo, seu uso na prática clínica do enfermeiro pode permitir uma abordagem eficaz na
avaliação da função renal e por sua vez ser inserido na avaliação de enfermagem. A LRA é
uma disfunção complexa com manifestações clássicas como a elevação da creatinina sérica
e anuria (Santos, Zanetta, Pires, Lobo, Lima, & Burdmann, 2006). Nesse estudo, contatou-se
uma prevalência de 77,2% e 63,3% de LRA, segundo o critério AKIN e elevação da creatinina
sérica respectivamente. Os pacientes com LRA pelo AKIN demonstravam também associação
com pequenas alterações no valor da creatinina sérica, redução do fluxo urinário e a
necessidade de TSR (Mehta et al., 2007). Seguindo esse raciocínio, os portadores de ICC e
pacientes com menores valores da fração de ejeção cardíaca apareceram em maior número
nesse grupo e reforçam a síndrome cardiorrenal como a principal causa de LRA nestes
pacientes. Sabe-se que a síndrome cardiorrenal é um processo fisiopatológico que envolve o
coração e os rins, na qual a disfunção aguda ou crônica de um órgão induz o
comprometimento de outro órgão (Cruz, 2013). As doenças cardíacas e renais podem ocorrer
simultaneamente, em episódios agudos ou crônicos, o que por sua vez, aumentam as chances
de comprometimento ainda maior na função renal residual (Ronco et al., 2010). Neste sentido,
a identificação precoce e correta da LRA, por meio, por exemplo, do AKIN, permite elaborar
ações assistenciais para causas de lesões renais potencialmente reversíveis, como por
exemplo, as situações de depleção de volume ou a administração de agentes nefrotóxicos
(Lameire et al., 2013). O enfermeiro que exerce o papel de cuidado do paciente crítico tem
por dever acompanhar, analisar e identificar o desenvolvimento de LRA. A identificação
precoce da LRA, ou melhor, a determinação de fatores relacionados ou a definição de
características definidoras permitem estabelecer as primeiras diretrizes para a assistência de
enfermagem (Cerullo & Cruz, 2010). As ações do enfermeiro de UTI no cuidado a esse
paciente devem incluir a monitorização rigorosa do balanço hídrico, o controle de valores
baixos de monitorização da pressão venosa central, bem como a confirmação de redução do
fluxo urinário, pois esses fatores podem indicar depleção de volume decorrente de, por
exemplo, jejum prolongado para procedimentos cirúrgicos ou exames diagnósticos em
pacientes idosos, vômitos ou diarreias, perdas de grande quantidade de fluídos por drenos e
incisões cirúrgicas (Ali & Gray-Vickrey, 2011). Por outro lado, a administração de agentes
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nefrotóxicos deve ser realizada criteriosamente, pois a administração por longos períodos e
altas doses ou associadas a outros medicamentos de ação semelhante podem potencializar
a nefrotoxicidade do fármaco. Os medicamentos reconhecidamente nefrotóxicos são os anti-
inflamatórios não hormonais, alguns anti-hipertensivos, os antimicrobianos, como os
aminoglicosídeos, a anfotericina B e a polimixina B, os radiocontrastes intravasculares, os
antidepressivos e diuréticos (Ali & GrayVickrey, 2011; Ferguson, Vaidta, & Bonventre, 2008).
Adicionalmente, o critério AKIN permite avaliar os pacientes de acordo com a severidade da
LRA. Segundo este critério, a necessidade de TSR é um forte indicativo de severidade da
LRA, portanto, todos os pacientes do presente estudo com necessidade de TSR foram
classificados como portadores de LRA, independentemente do valor de creatinina sérica
apresentado. O diagnóstico de LRA requer medidas de suporte para manejo do balanço
hídrico, a manutenção da nutrição do paciente crítico, a prevenção e o tratamento de
distúrbios de eletrólitos e acidobásico e a necessidade de adequação da dosagem de
medicamentos com excreção renal. A dificuldade de manutenção do paciente crítico por meio
dessas medidas de suporte reforça a necessidade de TSR (Palevsky, 2013). Estudos clínicos
relatam a associação entre a necessidade de TSR no paciente crítico com LRA e as altas
taxas de mortalidade que variam de 40 a 70% (Bellomo et al., 2009; Uchino, 2006; Star, 1998).
Em nosso estudo, foi identificada uma taxa de mortalidade de 53,3% em pacientes com LRA
e maior permanência em UTI e hospitalar em relação aos pacientes sem LRA, segundo a
estratificação pelo critério AKIN. A LRA é um indicador de severidade da doença e frequente
complicação em pacientes críticos, associada à alta taxa de mortalidade, internações
prolongadas e aumento de custo hospitalar (Lameire et al., 2013). Estudo brasileiro relata que
entre pacientes sobreviventes pós-LRA, apenas 28% retornaram ao trabalho após 3 a 12
meses da alta hospitalar e esse fato representa grande impacto social associado à
produtividade, além de custos indiretos difíceis de serem estimados (Morsch, Thome,
Balbinotto, Guimaraes, & Barros, 2011). Esses dados reforçam a inclusão de pacientes com
pequenas alterações da creatinina sérica no grupo LRA que permite o diagnóstico correto e
precoce. Pequenas alterações da creatinina sérica estão associadas significantemente com o
aumento da mortalidade (Chertow, Buedick, Honour, Bonventre, & Bates, 2005). É importante
ressaltar que alterações mínimas da função renal podem resultar em complicações
dramáticas futuras. Neste estudo, o desfecho principal dos pacientes com LRA foi o óbito,
seguida da recuperação da função renal e recuperação parcial da função e uma minoria com
necessidade de TSR cronicamente. A análise dos pacientes com LRA pelo critério AKIN
permite ao enfermeiro de UTI a identificação precoce e correta da LRA de forma fácil e não
invasiva por meio de dados disponíveis na prática assistencial diária, como a elevação da
creatinina sérica em relação ao seu valor basal ou a redução do fluxo urinário persistente por
6 horas ou mais e a realização de TSR (Mehta et al., 2007). Biomarcadores de LRA como a
cistatina C apresentam um poder discriminatório eficaz quando avaliado juntamente com o
critério AKIN para avaliação da LRA em pacientes pós-cirurgia cardíaca, mas ainda exigem
estudos maios robustos antes de sua completa introdução na prática clínica (Magro & Vattimo,
2012). É necessário destacar que os achados deste estudo devem ser analisados com
cautela, pois o mesmo envolve limitações quanto ao tamanho reduzido da amostra e à
investigação em um único cenário hospitalar, em local específico. Em contrapartida, o estudo
apresenta evidências importantes sobre a aplicabilidade do AKIN como ferramenta de
avaliação clínica do enfermeiro na identificação precoce da LRA em relação à avaliação
isolada da creatinina sérica.
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exige análises mais precisas quanto à conduta nutricional mais eficiente para o crescimento
saudável dessas crianças.
Por fim, analisamos as taxas de ocupação de leitos adultos de UTI no SUS para
diferentes cenários de infecção pelo vírus da COVID-19 frente à ocupação observada em
2019, nosso ano base. Calculamos a taxa de ocupação para cada região de saúde dividindo
o número de internações-dia em leitos adultos de UTI pelo número de leitos-dia, assumindo
um ano com 365 dias e o número de leitos adultos de UTI disponíveis no SUS. Projetamos a
taxa de ocupação acrescentando às hospitalizações-dia do ano base uma estimativa de
hospitalizações adicionais necessárias devido àCOVID-19 em cada região de saúde. No
cenário base, supomos 20% da população residente infectada ao longo de 12 meses e 5%
dos infectados necessitando internação em unidades de terapia intensiva. Assumimos média
de permanência em UTIs igual a 5 dias, um parâmetro conservador frente à média de dias de
hospitalizações em UTIs no ano base, de 6 dias, e evidências quanto à severidade da COVID-
19. Em outros cenários, projetamos a taxa de ocupação sob taxas de infecção populacionais
de 1%, 10% e 20%, ao longo de 6,12 e 18 meses, mantendo a proporção de 5% dos infectados
necessitando internação em UTI e a duração média da hospitalização de 5 dias. Finalmente,
em nosso último exercício, estimamos qual seria a taxa de infecção em cada região de saúde
que levaria a taxa de ocupação de seus leitos de UTI a 100%, assumindo as demais hipóteses
do cenário base. Buscamos identificar com esta análise o momento crítico (em termos de taxa
de infecção) em que cada região de saúde atinge o seu limite de capacidade.
Das 316 regiões de saúde com número de leitos de UTI pelo SUS abaixo do
mínimo, 142 regiões não possuem leito algum. Em termos populacionais, isto significa que
14,9% da população exclusivamente dependente do SUS não contam com leitos de UTI na
região em que residem. Conforme mostramos na Figura 2, estas regiões se concentram no
Norte, Nordeste e Centro-Oeste: ao todo, 30,5% da população unicamente dependente do
SUS no Nordeste, 22,6% no Norte e 21,0% no Centro-Oeste residem em regiões de saúde
sem leitos de UTI. Esses números contrastam com o padrão nas demais áreas do país. Menos
de 1,0% da população atendida pelo SUS na região Sul e 3,6% na região Sudeste residem
em regiões sem leitos de UTI. Somente atendem o requisito mínimo de 10 leitos de UTI por
100 mil usuários 18,9% das regiões de saúde no Norte, 21,8% no Centro-Oeste, 35,4% no
Nordeste, 53,1% no Sul e54,7%noSudeste. Em termos de suas respectivas populações
atendidas unicamente pelo SUS, estes percentuais ficam em 17,0% no Norte, 20,0% no
Centro-Oeste, 2,3% no Nordeste, 50,8% no Sul e 51,9% no Sudeste.
Figura 3. Ventiladores e Respiradores versus Leitos de UTI (SUS, por 100 mil
usuários)
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Figura 5. Leitos de UTI por 100 mil Usuários sob Diferentes Cenários
orientada pela necessidade local e coordenada em âmbito regional e nacional. Além do alto
custo para montar e equipar um leito de UTI, que varia entre R$120.000,00 a R$180.000,00,
há baixa disponibilidade no mercado de equipamentos médicos, como respiradores, devido à
alta demanda global. Como alternativa emergencial para reduzir custos e ganhar rapidez,
alguns países estão montando hospitais exclusivos para tratamento de pacientes com
infecção respiratória causada pela COVID-19, e contratando ou requisitando leitos no setor
privado. Diante do reconhecimento de transmissão comunitária da COVID-19 em todo o
território nacional, da expectativa de crescimento exponencial de casos nos próximos dias, da
escassez de leitos de UTI e de respiradores, e da rápida sobrecarga assistencial esperada, é
crucial a adoção de medidas urgentes para otimizar o uso dos serviços público se privados
existentes, bem como de investimentos para ampliar a capacidade de resposta do sistema de
saúde nas regiões de maior necessidade. Nesta nota realizamos um mapeamento destas
necessidades. A metodologia está disponível às autoridades e gestores federais, estaduais e
municipais. Enfatizamos, contudo, que é fundamental a articulação dos esforços em nível das
regiões de saúde. Mais do que nunca serão necessários esforços de regulação, coordenação
e integração de ações.
Hospital Santa Isabel de Ubá, Minas Gerais, referência para gestantes de alto risco e terapia
intensiva pediátrica da microrregião, totalizando aproximadamente 500.000 habitantes. O
serviço possui um único ecocardiografista com treinamento em atendimento pediátrico e
neonatal e um intensivista do grupo que realiza ecocardiografia funcional. Estudo de análise
retrospectiva de prontuários dos pacientes hospitalizados no período junho de 2015 a
setembro de 2017. Critérios de inclusão: pacientes em faixa etária de zero dias a 14 anos,
submetidos a ecocardiografia torácica pelo ecocardiografista e pelo pediatra. Critérios de
exclusão: pacientes internados com diagnóstico já estabelecido, neonatos de gestações com
realização de eco fetal, ausência de manifestações respiratórias e/ou hemodinâmicas e/ou
cardíacas, não realização de eco funcional ou ecocardiografia compreensiva. Todos pacientes
incluídos na pesquisa foram conduzidos clinicamente pela equipe médica da unidade,
baseado em protocolos do serviço. Ecocardiografia foi indicada para elucidação diagnóstica
dos casos de instabilidade hemodinâmica, sopro cardíaco, angústia/insuficiência respiratória,
suspeita de cardiopatias congênitas e análise da PCA. Os exames de EF e EC foram sempre
realizados pelos mesmos profissionais, respectivamente, intensivista pediátrico e
ecocardiografista. O intensivista pediátrico realizou cursos de curta duração de
ultrassonografia point-of-care direcionado para intensivistas adultos e curso de
ecocardiografia funcional para pediatras; tendo duração de 16 horas cada. Complementou
conhecimento teórico com estudo da literatura, incluindo, estudo de cardiopatias congênitas.
Acompanhou realização de ecocardiografias pelo especialista entre 2013 e 2015. As EC e EF
foram realizadas utilizando transdutores setoriais de 1,5 a 3,6 MHz e de 4,5 a 11,5 MHz
conectado a aparelho GE Vivid, portátil (fabricado em Israel). Exames executados com
pacientes em posição supina ou decúbito lateral esquerdo (quando as condições clínicas
permitiam), através das janelas cardíacas para esternal eixo longo e curto, apical quatro
câmaras, subcostal e supra esternal. As imagens foram gravadas no software da máquina ou
pen drive para discussão remota com especialista se houvesse necessidade. Os dados foram
tabulados no programa IMB SPSS Statistics versão 23 e analisados usando ferramentas de
estatística descritiva, apresentando os resultados em frequências, números absolutos e
medida de tendência central (mediana e intervalo interquartil) após utilização do teste de
Kolgomorov-Smirnov. Pesquisadores usaram o teste exato de Fisher para comparar a razão
de achados do pediatra e do especialista. Os grupos analisados corresponderam ao
diagnóstico de PCA, cardiopatias congênitas acianóticas, cardiopatias congênitas cianóticas
e/ou críticas (cardiopatias dependentes do canal arterial para persistência de fluxo sistêmico
ou pulmonar), miocardiopatia hipertrófica, derrame pericárdico e tamponamento cardíaco,
hipertensão pulmonar persistente neonatal. Apesar da PCA ser cardiopatia acianótica, foi
analisado em separado diante da expressividade clínica em prematuros. Sensibilidade,
especificidade e acurácia diagnóstica foram calculadas usando fórmulas padrão para avaliar
desempenho do pesquisador. Curva ROC que descreve a relação entra proporções falso-
positivas e falso-negativas foi desenhada para cada grupo analisado.
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modificado. Revisão sistemática realizada por Benitz mostra que fechamento medicamentoso
não altera o desfecho mortalidade ou broncodisplasia pulmonar; entretanto estudo
multicêntrico a partir de dados do California Perinatal Quality Care Collaborative (CPQCC),
demonstrou que a redução do fechamento medicamentoso e cirúrgico do canal patente
impactou em aumento de mortalidade entre prematuros na faixa de peso de 400 a 749
gramas. Trabalhos realizados por Seghal e El-Khuffash mostram que escore obtido a partir de
dados ecocardiográficos seleciona pacientes nos quais o fechamento do canal patente tem
impacto no desfecho. Em nossa pesquisa, identificamos no grupo analisado 10 casos de PCA
pelo especialista e 11 pelo pesquisador. Houve divergência em um caso quanto a repercussão
hemodinâmica não percebida pelo pesquisador e identificada pelo especialista. Diferença de
tempo dos exames pode ter tido influência na análise dos examinadores, considerando as
características evolutivas do canal arterial em prematuros. Aumento das câmaras esquerdas,
padrão de fluxo pseudonormal pela valva mitral, baixa velocidade de fluxo pelo canal arterial
e redução da pressão diastólica na aorta descendente com visualização de fluxo retrógrado
diastólico foram utilizados como sinais de repercussão hemodinâmica. A utilização de escore
como sugerido por pesquisadores acima citados parece promissora na seleção de pacientes
candidatos a terapia medicamentosa, pois elimina o diâmetro do canal como único parâmetro
a investigar, além de minimizar a subjetividade da decisão médica. No futuro, a realização de
um estudo randomizado e duplo-cego poderá esclarecer se o fechamento do canal em casos
selecionados tem impacto nos desfechos broncodisplasia pulmonar e mortalidade neonatal.
HPPN caracteriza-se pela alta resistência vascular pulmonar com shunt direita-esquerda pelo
canal arterial e/ou forame oval, podendo resultar em disfunção ventricular e deterioração
hemodinâmica. Estima-se que até 4% das internações em UTI neonatal sejam devidas à
HPPN. Nestes casos, a mortalidade alcança aproximadamente 10%. A suspeita clínica ocorre
em casos de hipoxemia desproporcional à disfunção respiratória e aos achados radiográficos
da doença pulmonar. O neonato apresenta grande labilidade da saturação de oxigênio à
manipulação com lento retorno para níveis normais apesar do suporte respiratório adequado.
O marco da presença de shunt direita-esquerda é a diferença de saturação de oxigênio pré e
pós-ductal acima de 10%, mas esta diferença só ocorre quando o shunt se faz pelo canal
arterial. A ecocardiograma é o padrão-ouro para seu diagnóstico, contribuindo para avaliar
performance do ventrículo direito, a contribuição relativa do shunt e a magnitude de impacto
no débito cardíaco. A literatura internacional descreve a utilidade da ecocardiografia na
definição da necessidade de drogas vasoativas e sua escolha, principalmente, na presença
de hipoxemia refratária ao uso de vasodilatador seletivo ou sinais de comprometimento
hemodinâmico. O diagnóstico pode ser estabelecido através da determinação estimada da
pressão sistólica da artéria pulmonar baseada na velocidade de regurgitação tricúspide desde
que não haja sinais de obstrução na via de saída do ventrículo direito. Sinais indiretos como
desvio do septo interventricular para esquerda, fluxo bidirecional ou direita-esquerda pelo
canal arterial patente também podem sugerir este diagnóstico. Para pacientes com HPPN
sem evidências de doença estrutural cardíaca, a eco funcional pode ser utilizada no
acompanhamento para avaliação do efeito do tratamento na medida da pressão arterial
pulmonar, função do ventrículo direito, patência do canal arterial, direção do shunt pelo canal
arterial e/ou forame oval. Em nossa pesquisa, observamos 17 casos de HPPN diagnosticada
pelo EF e 21 casos pelo especialista. A divergência ocorreu em um caso porque o pesquisador
não conseguiu aferir adequadamente a medida da velocidade de regurgitação tricúspide,
quando o adequado alinhamento do cursor é fundamental. Em dois outros casos, o
pesquisador não conseguiu visualizar sinais indiretos de HPPN. Em outro caso, o pesquisador
diagnosticou erroneamente como HPPN, quando era obstrução na via de saída do ventrículo
direito (estenose pulmonar crítica) por não ter conseguido aferir adequadamente a velocidade
de fluxo no tronco da artéria pulmonar. O treinamento continuado permite reduzir estes erros,
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pois a aferição correta da velocidade de fluxo (seja anterógrado como do tronco da artéria
pulmonar, seja retrógrado como o da regurgitação tricúspide) está relacionada ao manuseio
otimizado do transdutor, posicionando-o corretamente, buscando adequado alinhamento do
cursor. As doenças cardíacas no período neonatal e lactentes podem se manifestar pela
presença de sopro cardíaco, cianose e/ou insuficiência cardíaca. A suspeita clínica pode ser
dificultada pela presença de sepse neonatal, doenças pulmonares próprias do período
neonatal, anemia e doenças neurológicas. Além disso, sopros nem sempre estão presentes e
sua presença não indica cardiopatia obrigatoriamente. A realização de ecocardiograma fetal
permite reconhecer anomalias estruturais ainda intraútero e realização do teste do
coraçãozinho após 24 horas de vida permitem triagem de cardiopatias congênitas críticas,
indicando a necessidade de ecocardiograma com especialista. Assim, a avaliação tradicional
de pacientes com manifestação respiratória e/ou hemodinâmica nem sempre permite
conclusão diagnóstica. Quanto a pesquisa realizada, é verdade que o pesquisador não foi
cegado em relação a dados clínicos dos pacientes; podendo enviesar o diagnóstico. Cabe
lembrar que em ambiente de terapia intensiva e envolvendo especialista na área, é quase
impossível evitar informações disponíveis à beira do leito como baixa saturação e esforço
respiratório. Também é verdade que nenhum dado isoladamente é característico de
determinada doença. Ecocardiografia compreensiva tem como foco principal fornecer
avaliação transversal, analisar existência de doença cardíaca estrutural e a função cardíaca
no momento do exame. Na suspeita de cardiopatia congênita, sua realização é prioritária. Eco
funcional deve ser realizado após análise do especialista como recomendados pelas
sociedades de ecocardiografia norte-americanas e europeias. Tem como finalidade auxiliar na
avaliação do paciente crítico já que os sinais e sintomas clínicos podem refletir a somatória
entre repercussões da cardiopata e intercorrências infecciosas ou de doenças em outros
órgãos. O presente estudo buscou avaliar a acurácia do não especialista para as principais
anormalidades estruturais encontradas em pacientes admitidos em uma unidade de terapia
intensiva neonatal e pediátrica. Neste trabalho, em relação ao reconhecimento de alterações
estruturais; tivemos acurácia, sensibilidade e especificidade elevadas. As cardiopatias
acianóticas foram pesquisadas em função de sopro ou sinais de insuficiência cardíaca. Houve
boa sensibilidade e especificidade entre pesquisador e especialista e área sob a curva ROC
mostrou resultado excelente. As falhas do pesquisador relacionado ao diagnóstico de
comunicação interatrial (CIA) durante o primeiro ano mostram que o treinamento continuado
melhora a performance. O exame do pesquisador não concluía com perfeição todas as
anomalias, mas permitia a análise funcional e abordagem terapêutica apropriada. Fetos
expostos a hiperinsulinemia intraútero como filhos de mãe diabéticas mal controladas ou
portadores de hipoglicemia hiperinsulinêmica persistente neonatal podem desenvolver
macrossomia e hipertrofia ventricular, tendo risco de apresentar instabilidade hemodinâmica
por disfunção diastólica. Uso de drogas vasoativas pode reduzir o débito cardíaco nestes
casos por obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo. Através da EF, identificamos
cinco casos de cardiomiopatia hipertrófica: quatro eram filhos de mães diabética e um portador
de hipoglicemia hiperinsulinêmica persistente neonatal. A acurácia diagnóstica na pesquisa
foi elevada para diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica. Reconhecimento desta alteração
é fundamental na condução de pacientes com instabilidade hemodinâmica. As cardiopatias
congênitas cianogênicas podem se manifestar com cianose precoce (obstrução na via de
saída do ventrículo direito e transposição de grandes vasos), insuficiência cardíaca e cianose
(ampla comunicação como ventrículo único e truncus), choque (obstrução da via de saída do
ventrículo esquerdo) no período neonatal, doenças dependentes da persistência do canal
arterial para manutenção do fluxo sistêmico ou pulmonar são chamadas de críticas e
necessitam intervenção precoce. Isso inclui doenças como estenose das válvulas aórtica e
pulmonar severas e coarctação da aorta crítica que, apesar de serem classificadas como
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acianogênicas, podem apresentar cianose dentro das suas manifestações clínicas quando
houver evolução para fechamento do canal arterial. O pesquisador fez diagnóstico correto de
transposição de grandes vasos (dois), tetralogia de Fallot (um), estenose pulmonar crítica
(dois), síndrome do coração esquerdo hipoplásico (dois), coarctação da aorta crítica (duas).
Houve uma falha do pesquisador que envolveu um caso de estenose pulmonar crítica (no
início da pesquisa) e um caso de coarctação da aorta (em que o pesquisador não visualizou
a lesão, mas não a descartou baseado na clínica do paciente). Houve um caso diagnosticado
como Truncus à EC que foi identificado à EF como anomalia vascular decorrente de um vaso
bifurcante na saída do ventrículo esquerdo e erroneamente rotulado como transposição dos
grandes vasos. O risco de não reconhecimento de cardiopatias críticas é a principal limitação
para realização de EF antes da EC. Entretanto, a pronta disponibilidade do especialista não é
a realidade da maioria dos serviços e a EF permite informações preciosas para melhor
conduta terapêutica. As sociedades europeias e norte-americana chamam atenção para
dificuldade de diagnóstico de coarctação da aorta e drenagem anômala das veias pulmonares
no período neonatal e afirmaram que EC deva ser inicialmente realizado em caso de
possibilidade de cardiopatia congênita, sugerindo que um eco funcional seja realizado após
descartar doença estrutural. Porém, nem sempre as unidades possuem profissional
capacitado para realização imediata e, portanto, sugerem que ela seja realizada o mais breve
possível. Lembram, ainda, da disponibilidade de telemedicina naqueles casos necessários.
Corredera descreve em seu trabalho, que profissional com formação avançada em eco
funcional dificilmente não suspeitará de cardiopatia congênita caso ela esteja presente,
reafirmando a necessidade deste profissional reconhecer suas limitações. Vale enfatizar que
ultrassonografia point-of-care corresponde ao complemento do exame clínico. O trabalho
mostrou boa acurácia para as principais alterações estruturais. Evidenciou a dificuldade do
diagnóstico de coarctação da aorta e mostrou que a continuidade do treinamento melhora a
captação das imagens e o correto diagnóstico. Assim, é fundamental que o profissional esteja
familiarizado com as manifestações clínicas das diversas cardiopatias e reconheça suas
limitações técnicas para não descartar anomalias não visualizadas no exame. Este trabalho
apresenta como limitações o fato de ser retrospectivo e não ter ocorrido o cegamento do
pesquisador em relação a história e exame clínico dos pacientes.
casa. (UNGERER; MIRANDA, 1999). Nessa época, os hospitais eram vistos como abrigos
exclusivos para indigentes, onde a arte de cuidar era praticada sem técnicas ou formação
específica para o cuidado relatam, ainda, que o primeiro berçário foi criado em 1893, em Paris.
(BENEVIDES; PASSOS, 2004). Durante as décadas de 50 e 60, estudos realizados sobre o
vínculo afetivo entre pais e bebê demonstraram que essa ligação fazia parte de um sistema
de comportamento que servia para a proteção da espécie, já que os bebês são seres
indefesos e incapazes de sobreviverem sozinhos por um longo período de tempo. Dessa
maneira, o apego dos bebês aos pais ou cuidadores é o que possibilitaria a sobrevivência da
espécie (BOWLBY, 1990). Conforme Avery (1978), o surgimento da neonatologia se deu na
França, em 1892, através do obstetra Pierre Budin. O médico francês foi quem instituiu
princípios e métodos que passaram a formar a base da medicina neonatal. Para Budin, a
participação da mãe nos cuidados com seu filho era essencial para desenvolver o vínculo
afetivo. Porém, com a chegada da tecnologia nos berçários, o desejo e o empenho de Budin,
em tornar público seus métodos resultaram na exclusão das mães do berçário, e o impacto
dessa separação refletiu-se na ruptura do vínculo mãe-bebe. Martin Couney, discípulo de
Budin, em (1896), revolucionou a assistência hospitalar ao recém-nascido, ao expor em Berlin
as incubadoras onde os bebês prematuros eram 10 colocados para crescer e desenvolver.
Couney cuidou com sucesso de mais de cinco mil prematuros durante as quatro décadas
seguintes. Contudo, as mães não tinham autorização para permanecer com seu filho e, em
muitos casos, havia dificuldade em convencer os pais a receberem seus filhos de volta
(KLAUS; KENNELL, 1982). A partir da década de 70, os especialistas em pediatria
defenderam a ideia de reunir os bebês com patologias severas em unidades especiais,
propondo um tratamento mais eficaz. As maternidades que atendiam bebês prematuros
passaram a ser denominadas maternidade de tratamento especial e, desta, para unidade de
terapia intensiva de recém-nascidos (DOWNES, 1992). Com o surgimento das UTI neonatais,
os cuidados prestados ao recém-nascido enfermo tornaram-se cada vez mais especializados,
através de novas técnicas e equipamentos sofisticados; contudo, a família não foi incluída
como parte da recuperação do neonato (TAMEZ; SILVA, 2002). No Brasil, a neonatologia
sofreu influências dos países mais desenvolvidos; assim, no início do século XX, a assistência
prestada ao recém-nascido iniciava sua organização baseada nos métodos estrangeiros
(RODRIGUES; OLIVEIRA, 2004).
coletivo”, já que a música tem vários sons e contextos no mundo todo. Como em vários setores
o relaxamento pode ser uma forma de tratamento tanto para pacientes como acompanhantes,
em setores mais críticos como Unidade de Terapia Intensiva a tensão é maior, o estado grave
dos pacientes, os sons de certa forma irritantes de equipamentos, deixam até mesmo a equipe
em estado estressante. Segundo a federação Mundial de Musicoterapia (1996),
''MUSICOTERAPIA é a utilização da música e /ou seus elementos (som, ritmo, melodia e
harmonia) por um musico terapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo
para facilitar, e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão,
organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades
físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A Musicoterapia objetiva desenvolver
potenciais e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, pela
prevenção, reabilitação ou tratamento '' (BRUSCIA, 1998, Pag.17).
Segundo Bruscia, K. E. (1998), e quando se entende plenamente o que o paciente
quer dizer, se consegue soluções para tanto estresse, agora no caso de pequeninos que nem
ao menos tiveram tempo de se formar no ventre de sua mãe, mesmo assim lutam e batalha
para se manter vivo, o momento de relaxamento é essencial já que vieram de um mundo
protegido pelo ventre. Para mesmo autor, o estado geral de pacientes em uma Unidade de
Terapia Intensiva neonatal é preocupante, já que qualquer descuido é fatal, e estimular estes
pacientes é tarefa difícil da equipe multidisciplinar. A musicoterapia a espaço para que
pacientes e acompanhantes dividam medos, inseguranças, anseios e esperança. Dentro
desta terapia será possível observar os sentidos dos pacientes por uma simples expressão
fácil e com isso proporcionar segurança e acolhimento no ambiente onde a música é tocada,
contudo, proporcionando uma melhora significativa na saúde mental, emocional e física.
Para Bruscia, K. E. (1998), consideramos que a música causa euforia e bem-estar as pessoas
que gozam de plena saúde e que permite que seu estado psicológico e seu humor alterem
positivamente ao ouvir música, ao paciente (porém em menor grau) os resultados podem ser
apresentados com uma melhora em seu declínio de saúde. A musicoterapia é um tratamento
que está sendo implantado, ainda em poucos setores, mas que já mostra resultados
esperançosos.
produzem, por sua própria dinâmica, movimento, vibração e som”, o que mostra que o ser
humano está envolto de som desde o momento de sua concepção, na segurança do ventre
de sua mãe, ouvindo os murmúrios de sua voz e seu organismo em trabalho, ouvindo então
os “complementos sonoros”. Os recém-nascidos hospitalizados são submetidos a
procedimentos estressantes trazendo-lhes consequências físicas e emocionais, até mesmo
comprometendo o crescimento e desenvolvimento dos mesmos. A aplicação da musicoterapia
foi observada desde a antiguidade por personagens históricos como Pitágoras, e demonstra
benefícios com melodias mais calmas e lentas, tendo como consequência a baixa do
funcionamento do metabolismo, reduzindo desta forma, o desconforto. Diante da pesquisa
científica bibliográfica, temos artigos de diferentes autores que comprovam que o tratamento
citado, no decorrer do tempo foi aprimorando-se até chegar aos resultados atuais, resultados
estes que demonstram benefícios. Trazendo-lhes momentos de relaxamento, onde o
organismo trabalha melhor no seguimento de bem estar e cura. Dentre os resultados
apurados, os autores citam: diminuição da agitação, relaxamento, indução do sono e
diminuição do estresse. Além de ser um tratamento de baixo custo, não invasivo e não
medicamentoso, trazendo benefícios às variações fisiológicas. Faria et al (2012), afirma que
a “música é utilizada como intervenção terapêutica, levando a evidencias grandes variedades
de efeitos, como controle da dor, melhora das condições cardíacas, da ansiedade pré-
operatória, da dor na hora do parto e de ganho de peso de neonatos”. Pode ser aplicado de
maneira humanizada em todos os setores de saúde, respeitando crenças e escolhas de cada
paciente. Vianna (2010) considera “o uso da música como uma ferramenta complementar na
promoção da saúde, tendo sido relatada desta forma recentemente na literatura médica”.
Pode ser definida como “uso terapêutico da música ou de atividades musicais no tratamento
de doenças somáticas e mentais, a musicoterapia tem acumulado evidencias cientificas de
sua efetividade no manejo da dor, da ansiedade e do estresse emocional, entre outras
condições”.
CONCLUSÃO: Para mim, a música tem efeitos positivos em qualquer situação no cotidiano
de um ser humano, e os efeitos na UTIN não seria diferente. Além de fazer bem para os
recém-nascido, ela tem função importante na vida das mães dos mesmos, aliviando estresse
e ansiedade. Ela prova ser algo que relaxa, agrada, conforta, diverte e transmite uma boa
energia. A escolha de uma música é utilizada em tratamentos terapêuticos e são utilizadas em
vários setores na área da saúde. O desenvolvimento dos pacientes dessas áreas, requer
profissionais capacitados para a utilização da forma certa, acarretando em um bom resultado
na área neural, emocional, psicológico, social, interação e melhora a qualidade de vida. A
música se faz presente em muitos momentos da nossa vida, e na UTIN ela tem papel
importante na vida. Terapias hoje em dia estão cada vez mais presentes no cotidiano, e na
vida das pessoas, deixando-as mais relaxadas, sensíveis e tranquilas. A musicoterapia tem o
poder de abrir canais de comunicação no ser humano, produzindo efeitos terapêuticos,
psicoprofiláticos e reabilitação na sociedade, e na UTI, faz com que os pacientes e parentes
dividam medos, inseguranças, esperança, anseios e fica evidente a segurança e acolhimento
no ambiente onde a terapia está sendo executada.
34
assertiva em suas atividades. O presente trabalho tem como pergunta de pesquisa: Quais as
práticas do enfermeiro na prevenção da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica em
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal? Com a justificativa de contribuir com a temática, uma
vez que, após pesquisa da literatura, foram encontrados poucos trabalhos com o foco de
UTIN, ressaltando a importância do enfermeiro nas medidas preventivas dessas infecções.
Com o intuito de colaborar para o conhecimento acadêmico e científico, levando informações
que auxiliem na prática do cuidado ao recém-nascido prematuro, e para que seja visto de
maneira completa e individualizada. Destacando como objetivo principal a identificação do
conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca dos métodos preventivos à PAVM
dentro de sua unidade.
O Gráfico 2 nos mostra que 60% possui o conhecimento sobre a não existência
de um protocolo de prevenção de Pneumonia Associada Ventilação Mecânica, porém 40%
afirma que existia um protocolo na unidade, mesmo não sabendo dizer onde estaria. O bundle
de Ventilação Mecânica é um instrumento que apresenta um conjunto de medidas e ações
para a prevenção da PAVM baseadas em evidências científicas. Trata-se de um protocolo que
deve ser seguido de forma multidisciplinar. Todas as medidas, se executadas com rigor,
refletem diretamente em uma assistência de qualidade, e garante à equipe de enfermagem a
educação permanente. Segundo a literatura, a existência de protocolos de prevenção da PAV
tem demonstrado uma diminuição da taxa da pneumonia nosocomial em cerca de 50%.
Observamos um problema na comunicação entre os profissionais que atuam nesta unidade,
uma vez que uns relatam existir protocolo e outros não. Caso haja este protocolo, é
interessante questionar o porquê apenas 40% saberia da existência. Não se pode pensar na
ação efetiva de uma equipe sem mencionar a importância do processo comunicativo a ela
relacionado, sendo este processo de extrema importância, contribuindo para o bem-estar e a
recuperação do paciente, uma vez que é através da comunicação que podemos evitar
conflitos ou dúvidas, principalmente, devido aos procedimentos realizados. Não há interação
sem comunicação e ambas são diretamente ligadas ao cuidado, sendo habilidades
necessárias de serem desenvolvidas para que o cuidado se efetive. Quando a equipe
compreende o processo comunicativo como algo importante e necessário, torna-se mais fácil
o enfrentamento dos desafios que possam surgir no trabalho. É sabido que a enfermagem é
uma profissão praticada totalmente em equipe, onde as ações de cada um complementam
o outro. Os profissionais de enfermagem precisam entender que a comunicação é uma
ferramenta de trabalho que faz parte do dia a dia do enfermeiro, eficiente não somente na
relação da equipe, mas também no cuidado do paciente. Durante as entrevistas, os
enfermeiros foram questionados sobre a existência de um protocolo de prevenção (Bundle)
na unidade, sendo que 60% respondeu que não e 40% respondeu que sim, o que demonstra
que na unidade não existe uma forma eficaz da apresentação de documentos oficiais. Existem
vários protocolos sendo criados dentro de UTIs a fim de reduzir os riscos para a ocorrência
de PAV. A aplicação destes protocolos é um grande desafio, pois depende do
comprometimento de toda a equipe, além da conscientização que o processo de prevenção
contribui para um bom diagnóstico do paciente. Diversos estudos comprovam que a aplicação
conjunta de pacotes de medidas preventivas é eficaz na redução de incidência de infecções.
Segundo Silva, Nascimento e Salles, os pacotes ou Bundle de Cuidados têm sido bastante
utilizados. Este instrumento reúne medidas e intervenções que, quando praticadas pela
equipe multidisciplinar, promovem melhorias significativas para a assistência em saúde. Mas,
para que estes Bundle obtenham sucesso, é necessário que todos os elementos presentes
sejam executados de forma plena. Durante a pesquisa e após a revisão de artigos
relacionados a esta temática, identificamos que alguns fatores de risco são modificáveis,
tornando viável a prevenção da PAV através de medidas utilizadas pela equipe multidisciplinar.
Todos os cuidados e manejos ao paciente em VM são importantes, seja na prevenção como
no tratamento da PAV. Durante a análise dos dados deste estudo, não identificamos se há
uma relação entre o tempo de atuação em UTIN e o nível de conhecimento, demonstrando
que, a realização de treinamento contínuo dos profissionais é mais importante do que a
experiência na unidade. Estudos de Korhan mostraram que à medida que aumentava o nível
de educação dos profissionais de enfermagem e o tempo de atuação profissional, seu nível
de conhecimento teórico sobre as práticas também aumentava. Desta mesma forma, foi
verificado pelo autor que o tempo de experiência na UTI não garantiu vantagem em seu nível
de conhecimento. Após a análise dos dados constatamos que na unidade não existe protocolo
de prevenção a PAV e, atendendo a esta necessidade, montamos um protocolo de prevenção
da pneumonia associada à ventilação mecânica, visando sua aplicação dentro desta unidade
38
chefia na referida instituição são responsáveis por toda área materno infantil e não atuam
diretamente na UTI neonatal e pediátrica. Para a determinação do número de participantes
utilizou-se o critério de saturação dos dados, ou seja, quando os dados se tornaram
repetitivos, encerrou-se a coleta. A coleta de dados ocorreu no período de setembro a outubro
de 2010, utilizando-se a técnica de entrevista semiestruturada. As entrevistas foram realizadas
nas instalações da referida unidade, em horários previamente agendados, sendo preservada
a privacidade evitando-se interrupções. Para melhor aproveitamento dos dados as mesmas
foram gravadas e posteriormente transcritas para análise. O processo de análise foi realizado
por meio do método de análise de conteúdo, do tipo temática. Este método segue três fases:
pré-análise; exploração do material; e tratamento, inferência e interpretação dos resultados
obtidos. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de
origem do estudo, sob parecer nº 0109, e contemplou a Resolução 196/1996. Todas as
participantes foram esclarecidas sobre os objetivos do estudo e as implicações de sua
participação, recebendo garantia de anonimato e da possibilidade de desistir do estudo a
qualquer momento. Após aceitarem em participar do estudo, assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, na qual uma ficou de posse da participante
e a outra da pesquisadora.
dos diferentes sujeitos implicada no processo de produção de saúde. Valorizar estes sujeitos
envolve o respeito e compreensão da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de
atenção e gestão no SUS. Representa uma forma de incluir o que não sou eu, que em mim
produz estranhamento e que provoca tanto o contentamento e a alegria, como mal-estar.
Incluir o outro é um movimento de ambiguidade no qual o profissional precisa apreender para
possibilitar o convívio com o diferente. Esta possibilidade de incluir o outro, valorizá-lo,
respeitá-lo, quando alcançada pode ser interpretada como empatia. Na situação da criança
hospitalizada na UTI neonatal e pediátrica, por ser ainda um ser dependente do outro, a
empatia estende-se a seu familiar. Sabe-se que a UTI é caracterizada pelo seu arsenal
tecnológico e este ambiente, para familiares das crianças ali internadas, trata-se de um local
assustador, que pode gerar inúmeros conflitos e por estas características exige dos
profissionais preparo técnico e científico. Dentre as dificuldades encontradas no cenário atual
para a implantação da PNH está a precária interação nas equipes e despreparo para lidar
com a dimensão subjetiva do cuidado. Tal despreparo está diretamente relacionado à atenção
centrada na relação queixa-conduta, sustentada pelo modelo biomédico, o que não se verifica
neste estudo. A equipe de enfermagem evidencia em seus relatos respeitar os usuários da
unidade de cuidado o que demonstra a prática de um dos princípios que norteiam a PNH.
Pode-se perceber que a equipe de enfermagem revela sua preocupação em ver o paciente
como um todo, de forma holística, superando o modelo de atendimento focado apenas nas
doenças. Uma das formas de se realizar o cuidado humanizado tanto ao paciente, quanto ao
familiar, e que está diretamente associada à empatia, é o acolhimento. Esta constatação
evidencia uma realidade diferente da encontrada em outro estudo que afirma ainda ser
realidade de muitas instituições brasileiras a proibição da presença dos pais na UTI neonatal.
Para acolher requer-se a criação de espaços de escuta e de recepção que possibilitem a
interação de usuário e trabalhador, bem como o reconhecimento das necessidades do
paciente e familiar, e a sua resolutividade. Não se restringe apenas a um momento ou uma
atividade em si, mas a uma prática de cuidado, que deve estar presente em qualquer momento
da relação entre o paciente e a equipe de enfermagem. As ações da humanização no cuidado
neonatal devem voltar-se para o respeito às individualidades, à garantia da tecnologia que
permita a segurança do neonato e o acolhimento ao bebê e sua família, com destaque ao
cuidado voltado para o desenvolvimento e psiquismo, buscando facilitar o vínculo entre pais
e bebês durante sua permanência no hospital e após a alta.
O vínculo e a comunicação como práticas humanizadoras: Como um dos
principais fatores contributivos para a prática da humanização está a capacidade dos
profissionais em estabelecerem vínculo. O relacionamento da equipe multiprofissional com o
usuário pode evoluir para o estreitamento do vínculo a partir do momento em que a família se
sente compreendida e com suas necessidades atendidas. Na UTI neonatal a interação do
profissional de saúde com os pais deve acontecer de modo a permitir maior compreensão,
por parte dos pais, sobre este mundo, pois isso contribui para o sucesso do tratamento e o
enfrentamento da hospitalização da criança. Nesta relação os profissionais de saúde têm a
oportunidade de mudar a perspectiva centrada na doença para uma abordagem centrada na
experiência da criança e da família, tornando-se presentes, interessados e preocupados com
elas e, assim, formam um vínculo de cumplicidade. Nessa perspectiva, gerar e manter o
vínculo nas relações entre equipe, paciente e família é de suma importância no ambiente da
terapia intensiva. Entretanto, não pode apenas acontecer entre profissional e usuário, mas
estender-se nas relações profissionais. Na filosofia da PNH o acolhimento prioriza a formação
de redes e vínculos multiprofissionais, visando à integralidade e valorização dos sujeitos.
Trabalhar em equipe não significa apenas agregar funções para o alcance de um objetivo
comum, no caso, o da humanização. Representa aliar competências, compreender
divergências e estabelecer um processo relacional integrador e problematizador, capaz de
48
Fluxograma 1.
Quantidade de artigos, de acordo com as bases de dados, e os critérios de
inclusão.
52
De acordo com o estudo de Jesus et al. (2020), os testes usados para avaliar os
marcos do desenvolvimento das crianças foram escolhidos porque são validados, fáceis de
implementar e podem ser usados em diferentes níveis de atenção à saúde, como triagens,
encaminhamentos para especialistas objetivando a realização de avaliações específicas e
intervenção precoce. No entanto, há limitações na revisão e comparação com a literatura.
Quanto à alimentação adicional de prematuros, não há consenso e são poucos os estudos
sobre o tema. Portanto, é recomendável realizar pesquisas sobre os temas abordados. O
trabalho fonoaudiológico do RNPT tem como objetivo promover o aleitamento materno,
avaliar, acompanhar e intervir em possíveis alterações na alimentação, audição e linguagem,
assim, enfatiza a importância do profissional de fonoaudiologia em seus afazeres hospitalares
e/ou ambulatoriais de neurodesenvolvimento pessoal. A maior parte das crianças que
participaram da pesquisa teve alta do hospital em aleitamento materno, durando o exclusivo
por uma média de quatro meses de idade e o misto por uma média de seis meses. Nesta
investigação, bebês prematuros e crianças menores de dois anos apresentaram taxas muito
baixas de distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor. A taxa de referência de serviços
de reabilitação nas áreas de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional foi de 20,5%.
Segundo a pesquisa de Otto e Almeida (2017), a implementação antecipada da alimentação
oral pode acelerar a mudança da dieta enteral para toda a alimentação oral, o que torna o
desempenho do voo mais precoce e também entrega uma oportunidade para melhorar as
capacidades motoras orais fundamentais à alimentação segura. A terapia através do
treinamento de ingestão dos alimentos influiu na melhora do desempenho das capacidades
de alimentação oral, assim como o começo da alimentação oral e até a alimentação exclusiva
por via oral em um menor período, com capacitação para esta em idades menores. Entretanto,
ainda é preciso pesquisar mais, coletando mais amostras, comparando os resultados com os
já observados. Nas palavras de Dantas et al. (2017), nas recomendações fonoaudiológicas
da utin, a equipe e os familiares recebem orientações sobre as normas e regulamentos do
influxo de ruídos para evitar o uso de celulares e desligar rapidamente os alarmes dos
aparelhos, a intensidade do som ao falar naquele ambiente, além de evitar abrir e fechar a
porta da incubadora repentinamente, não só diminui o estresse, mas também evita a
53
em que a população amostral não contextualizava com o objetivo de nossa busca, outras
abordavam as intervenções fisioterapêuticas fora das Unidades de Terapia Intensiva, bem
como condutas que não são específicas da fisioterapia. Neste último, temos como exemplo o
artigo de Almeida e Forti (2007) que aborda a conduta do método Canguru, sendo que este
pode ser realizado por outros profissionais.
FR, SpO², dor (Neonatal Infant Pain Scale –NIPS) e desconforto respiratório (Boletim de
Silvermann-Andersen –BSA). Sendo tratados os dados, por meio de análise de variância
(ANOVA) para medidas repetidas, sendo significante p≤0,05. De acordo com estes autores, a
vibrocompressão manual e a aspiração nasotraqueal aplicadas em lactentes no pós-
operatório de cirurgias cardíacas não prejudicaram a SpO2 e a FR, além de não
desencadearem dor e desconforto respiratório, haja vista a indiferença estatística em nenhum
dos dados (SpO2 –p=0,77; fc –p=0,14; fr –p=0,17; NIPS –p=0,49 e BSA –p=0,51). Dando
continuidade, Ribeiro, Melo e Davidson (2008), Moreno, Fernandes e Guerra (2011) e
Vasconcelos, Almeida e Bezerra (2011) foram estudos teóricos. Ribeiro, Melo e Davidson
(2008) buscaram revisar as complicações pulmonares e intervenções fisioterapêuticas
disponíveis para recém-nascidos, com persistência do canal arterial (PCA), nas fontes de
dados Medline e Lilacs, além de capítulos de livros nos idiomas português e inglês, entre 1992
e 2006. A síntese dos dados desses autores evidenciou que a PCA é uma intercorrência
frequente em recém-nascidos pré-termos, que pode se relacionar com complicações
pulmonares, por exemplo: atelectasias, infecções pulmonares e falha na extubação, bem
como o aumento do tempo de ventilação mecânica e de internação na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal. Ressaltaram que os recursos fisioterapêuticos objetivam melhorar as
condições pulmonares, facilitando o aumento da complacência pulmonar e a diminuição da
resistência de vias aéreas, além disso, visam aperfeiçoar o mecanismo de depuração
mucociliar, consequentemente reduzindo o trabalho respiratório. Assim sendo, concluíram
que a fisioterapia respiratória contribui para melhorar a evolução dos neonatos com
complicações pulmonares por persistência de canal arterial, permitindo aperfeiçoar a
mecânica respiratória, além de melhorar a oxigenação e a relação ventilação/perfusão. Os
autores Moreno, Fernandes e Guerra (2011) realizaram uma revisão de literatura,
selecionando 29 artigos científicos, via PubMed e ISI Web, além de um capitulo de livro
nacional, publicados entre 1986 e 2009, com o objetivo de ponderar o papel da fisioterapia
motora, no prematuro com risco de desenvolver doença metabólica óssea. Sendo esta última,
compreendida como um conjunto de condições relacionadas a alterações no processo de
calcificação fisiológica, resultando desde a fragilidade estrutural até o desenvolvimento de
fraturas. Tais autores concluíram que a implementação de exercícios de fisioterapia motora
parece proporcionar estabilidade ou estímulo para a formação óssea, podendo,
consequentemente, prevenir e/ou minimizar as complicações decorrentes da doença
metabólica óssea, diante ao aumento na densidade e no conteúdo mineral ósseo,
correlacionados à aplicação rotineira de exercícios de mobilização passiva articular,
massagem e posicionamentos. E por fim, Vasconcelos, Almeida e Bezerra (2011) avaliaram
o impacto e os benefícios da intervenção do fisioterapeuta no desfecho dos recém-nascidos
internados na UTIN do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), sendo realizada uma análise
de 195 prontuários de arquivos médicos e estatísticos (Saem), por meio do programa SPSS
versão 13.0 para Windows e Excel 2003. Como desfecho, os resultados obtidos
demonstraram uma influência positiva da maior permanência do fisioterapeuta na UTIN.
60
claras dos métodos e procedimentos, sendo seguidas normas rígidas e considerando a teoria,
os métodos, os resultados e os dados abordados nos estudos revisados.
Procedimentos metodológicos: A revisão integrativa propõe várias etapas para seu
desenvolvimento: formular o objetivo e as perguntas relacionadas a serem respondidas,
desenvolvendo o protocolo de revisão; estabelecer critérios para a inclusão e exclusão de
estudos; estabelecer o número de estudos; desenvolver questionário para coleta de dados;
definir regras nas inferências dos resultados; ler, analisar, discutir e interpretar os dados em
categorias; e apresentar os resultados. Na primeira etapa (coleta de dados), ocorreu a seleção
de 1.626 estudos que preencheram os critérios de inclusão e exclusão já definidos no
protocolo de pesquisa. Os critérios de inclusão adotados no estudo foram: artigos originais,
completos, publicados nos últimos cinco anos, indexados nas bases de dados selecionadas,
publicados nos idiomas inglês, espanhol e português, que tiveram os descritores e/ou
segundo o objetivo do estudo, obtendo-se uma amostra de 10 estudos.
Análise dos dados: A análise e a interpretação dos dados foram feitas de forma
organizada por meio da visualização dos dados em um quadro com as seguintes variáveis:
número do artigo, referência do artigo, local em que o artigo foi publicado, base de dados, tipo
de estudo, resultados e nível de evidência. Para classificação do nível de evidência, foi
utilizada a hierarquia de evidências. Após definida a amostra, os dados foram coletados
considerando os resultados em relação às potencialidades, barreiras e dificuldades para
implementação dos cuidados humanizados ao RN internado na unidade neonatal na
perspectiva do Método Canguru. A análise dos dados se deu de maneira sistemática.
RESULTADOS: A revisão integrativa foi composta por dez estudos, sendo seis
(60%) selecionados nas fontes de dados da Scopus, representando a sua maioria. As fontes
de dados BDENF, CINAHL, SciELO e PubMed contaram com um artigo cada, totalizando
(40%). Quanto ao nível de evidência, nove (90%) apresentam nível VI e apenas um artigo
(10%) possui nível II, o que é justificado pelo fato de que esses nove estudos são de
abordagem qualitativa, e o outro (10%), de abordagem quantitativa. Cinco estudos (50%)
foram realizados no Brasil; e um (10% cada) estudo, na Irlanda do Norte, na Inglaterra, no Irã,
na Suíça e no Estados Unidos, totalizando (50%). palavras-chave listados no protocolo
previamente validado. Na segunda etapa, os artigos que estavam em duplicata nas bases de
dados foram automaticamente excluídos, restando 1.130 estudos. Na terceira etapa, estes
foram submetidos à leitura do título e resumo, e 45 estudos preencheram os critérios de
inclusão para a próxima etapa. Na quarta etapa, ocorreu a leitura dos 45 estudos na íntegra
para identificar aqueles que respondiam adequadamente à questão de pesquisa ou tinham
relevância. Na sequência, apresentam-se as duas categorias evidenciadas com base na
análise dos resultados dos artigos selecionados. A primeira categoria é denominada
“Potencialidades para a implantação do cuidado humanizado na perspectiva do Método
Canguru”; e a segunda, “Barreiras e/ ou dificuldades para a implantação do cuidado
humanizado na perspectiva do Método Canguru”. Potencialidades para a implantação do
cuidado humanizado na perspectiva do Método Canguru Em estudo realizado num hospital
onde o MC é estimulado com tutoras credenciadas, esse método é comparado a um “seguro
de vida” para o RN. Os enfermeiros acreditam que o MC é importante para os cuidados de
RNPT de baixo peso, pois proporciona maior qualidade de vida futura a eles. Reforçam ainda
que o MC é uma estratégia para preservar o RN de sequelas da prematuridade, promovendo
um desenvolvimento neurológico infantil adequado, além da criação de vínculo com a mãe, o
que facilita o aleitamento materno e a diminuição das taxas de infecções hospitalares no RN.
A participação ativa dos pais e da família do RN tem sido apontada como um fator importante
para a humanização dos cuidados, através da qual os profissionais conseguem prestar uma
assistência centrada no respeito ao outro e também uma melhor comunicação com a família
64
do RN que está internado. Os pais podem ajudar no tratamento não farmacológico parador,
assumindo papéis ativos tais como no contato pele a pele, sucção não nutritiva, contenção e
administração de sacarose. Nessa direção, um dos estudos evidencia que os enfermeiros
desempenham um papel importante no envolvimento bem-sucedido dos pais no tratamento
da dor. Foi mostrado que ter uma boa comunicação com os pais faz toda a diferença, assim
como dar a liberdade para eles escolherem estarem presentes ou não no momento de
procedimentos dolorosos. Além disso, uma atitude de parceria com os pais e recursos
organizacionais, como tempo e pessoal, promoveu um ambiente de trabalho humanizado no
qual foi possível conversar sobre dor neonatal com eles. No MC, a adequação do ambiente
também faz parte da humanização: adequar a iluminação, apagando as luzes após a
realização dos cuidados; cobrir as incubadoras quando os recém-nascidos dormem; diminuir
os níveis de ruídos; utilizar toquinhas para fixar os óculos a fim de cobrir os olhos dos recém-
nascidos quando estes estão em fototerapia; proteger a pele de fitas e adesivos; agrupar os
cuidados para evitar manuseios constantes; e evitar a manipulação durante o sono. Algumas
atitudes de adesão ao MC citadas por enfermeiras são: ter um novo olhar; acreditar; participar
e interagir em equipe; atentar para as afinidades pelo tipo de trabalho que tem sido
fundamental para a prática do cuidado humanizado. Além disso, outro estudo destaca que
tanto a educação continuada como a adequação de recursos humanos, trabalho
multiprofissional e a humanização do ambiente são fatores que facilitam a implantação do MC.
No tocante às orientações voltadas para a família, importa que o enfermeiro também se atente
às necessidades maternas, favorecendo suas potencialidades para o cuidado do RNPT, tendo
o cuidado com a maneira de educar as mães para que elas deixem de ser agentes passivas
e passem a ser ativas nos cuidados de seus filhos. O conhecimento traz confiança e
habilidades, e o curso de certificação sobre o MC pode criar conhecimentos aprimorados.
Para tanto, foi oferecido um curso sobre o MC para enfermeiros que acreditavam nos
benefícios fisiológicos e psicológicos desse método, mas que, por falta de conhecimento e
habilidades sobre ele, percebiam a limitação de sua prática. Como resultado, os enfermeiros
entenderam a importância de os pais estarem presentes nos procedimentos dolorosos, da
permanência dos bebês por maior tempo possível na posição canguru e que isso aumentava
o ganho de peso, apesar de algumas inseguranças ainda terem permanecido quanto aos
cuidados logo após o parto. Por último, e não menos importante, as percepções sobre o
cuidado com base na experiência profissional revelaram uma atitude positiva para promover
o MC, e as enfermeiras concordaram que aprender sobre esse método as tornaria
profissionais melhores. Barreiras e/ou dificuldades para a implantação do cuidado
humanizado na perspectiva do Método Canguru Alguns fatores prejudicam a implementação
do cuidado humanizado, como a complexidade na prestação de cuidados relacionados à
condição de saúde do RNPT. Os enfermeiros, apesar de apoiarem o contato pele a pele em
RNPT, acreditam que há barreiras para a implementação desse procedimento naqueles com
peso abaixo de 1.000 g. Outras barreiras mencionadas para implementar o MC são a falta de
organização, a falta de pessoal e o espaço limitado dentro da UTIN. Também foram citadas
preocupações com a segurança, tais como treinamento insuficiente, aumento da carga de
trabalho, falta de diretrizes e de suporte gerencial e falta de apoio dos médicos. A falta de
tempo, escassez de recursos humanos, disponibilidade do profissional, insegurança técnica
e ambiente agitado e barulhento igualmente são limitadores para a adesão ao MC. Estudo
tem apontado que os enfermeiros reconhecem os efeitos e benefícios do MC. Entretanto,
existem barreiras para a sua implementação, incluindo: preocupações com a segurança,
relutância dos enfermeiros em iniciar o método, sendo que o ambiente também desempenhou
um papel significativo em dificultar a iniciação do método. Outro estudo tem mostrado que as
dificuldades apontadas para as enfermeiras implantarem o MC foram: falta de adesão dos
profissionais às práticas do método; necessidade de organização profissional e institucional
65
Note-se que alguns estudos explicam que a música clássica e sons produzidos
por brinquedos musicais, possibilidades apresentadas e utilizadas em muitas pesquisas, não
são muito indicados, pois colocariam o bebê em alerta e agitação, exatamente na contramão
do que se pretende (Arnon, 2011).
Há programas de intervenção musical desenvolvidos em UTI neonatal, alguns
com canções gravadas (Arnon, 2011) e outros ao vivo, coma presença de um cantor/cantora,
acompanhado(a) por um(a) instrumentista, que executam músicas variadas (canções de
ninar, improvisações musicais e canções que fazem parte do cotidiano familiar do bebê). Em
outros, ainda, a mãe canta para seu bebê, entoando qualquer canção à sua escolha
(Medeiros,2018), podendo, inclusive, alternar com a participação de um(a)cantor(a) (Palazziet
al., 2019). Considerando-se, portanto, que os recém-nascidos são afetados, sobretudo e
precocemente, pela voz (Crespina, 2004), calma e melódica, envelopando falas ou cantos
cujo enredo representa o que está se passando com ela e em seu entorno (Szejer,1999)
entende-se porque a prática do canto nas intervenções ganhou destaque. Muitas pesquisas
são realizadas, visando verificar a efetividade das intervenções musicais tanto nas mães, por
meio da aplicação, após as intervenções, de questionários/ entrevistas investigando
diminuição ou cancelamento da ansiedade/ depressão/ estresse, quanto nos bebês, por
medições de frequência cardíaca e nível de saturação de oxigênio. Algumas pesquisas
também miram a percepção das mães sobre os efeitos da intervenção na sua relação com o
bebê (Palazzi, 2020) Isto posto, enuncia-se que o presente estudo emerge de intervenções
musicais desenvolvidas em UTI neonatal, com bebês portadores de cardiopatias congênitas
em situação de risco, por uma cantora acompanhada de um instrumentista. Seu objetivo é
relatar os efeitos da música cantada na interação com dois bebês cardiopatas precocemente
internados em UTI neonatal.
METODOLOGIA
Trata-se de estudo descritivo, exploratório, qualitativo, pois busca identificar os
efeitos de um dado fenômeno. Delineamento: estudo de 2 casos (Yin, 2015); Local: UTI
neonatal de hospital cardiológico de referência em São Paulo; Sujeitos:2 bebês recém-
nascidos e suas mães. Ambos os bebês com mesma patologia cardíaca recém-nascidos.
Uma menina e um menino, com intervenções aos 16/23/30 dias de vida e aos 7/14/21 dias de
vida, respectivamente. A menina que aqui será chamada de Beatriz*, passou por cirurgia (bem
sucedida) entre o primeiro e segundo encontros. O menino, João*, esteve com respiração
auxiliar por intubação orotraqueal (IOT)e fototerapia em todos os encontros.
Critérios de seleção: bebês internados em UTI, cujas mães autorizaram a
intervenção proposta e assinaram termo de consentimento livre e esclarecido.
Ética: o estudo tem concordância dos participantes e assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido.
Procedimentos: Coleta de dados: Intervenções musicais compostas por três
encontros semanais consecutivos (entre outubro e novembro de 2019) de uma cantora,
acompanhada por um instrumentista, com dois bebês cardiopatas recém-nascidos internados
em UTI neonatal e suas mães. Os encontros ocorreram sempre na mesma estrutura: o par
percorria todo o corredor da UTI, em silêncio, e ao final dele, posicionava-se frente a uma
díade, em uma baia. A cantora apresentava-se à mãe da criança, explicando sobre a
intervenção e pedia-lhe autorização para cantar para o bebê.
Primeiro gesto: conversar com o bebê, utilizando seu nome, destacando sua
aparência, pessoas e detalhes do seu entorno. Em seguida, iniciava-se a parte de
improvisação vocal e instrumental, aproximando-se de uma canção de ninar. A tonalidade
escolhida percorria sempre um pouco mais do que uma oitava, na região médio-grave da
cantora (um mezzosoprano), usando como recurso a voz salmodiada, soprosa. Na sequência,
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o canto, que podia incluir canções de ninar, canções infantis e, para fechamento, a canção
“Lugar Comum” (de João Donato & Gilberto Gil), cuja interpretação traz uma voz salmodiada,
com muito ar para efeito de calmaria, emprestando languidez à linha melódica da canção,
regulando o timbre à voz maternante (Saint-Georges et al., 2013; Leclère et al.2014), o que
pode resultar numa atmosfera fluida que remeta a ideia de pequenas ondas do mar –presente
na canção -tranquilizando o bebê ao buscar reconstituir seu ambiente primário (a água) pelo
som.
Após cada intervenção, foram elaborados pela cantora diários de campo (ou de
bordo) (Melod e Oliveira et al., 2017), descrevendo os efeitos do canto nos bebês e nas mães,
compondo um material de 6 diários. Importa observar que a cena foi montada, a cada vez,
numa mesma estrutura que sustentou a interação, promovendo a “redundância” de que fala
Jerusalinsky (2004), ou seja, a permanência da estrutura da cena, e não a mera repetição das
coreografias (músicas, por exemplo) que ali se desenvolvem, é ponto que provoca sua
efetividade. Organização e análise de dados: Leitura dos diários de bordo para a realização
de análise descritiva, implicando, por vezes, em tópicos explicativos.
A análise foi construída por partes concernentes a efeitos idênticos ou distintos
entre os casos, sempre representados por excertos dos diários (Yin, 2015), tendo como foco
os seguintes momentos estruturais: diálogo, improvisação, canções e canção final.
que o projeto de antecipação do adulto tenha efeito, pois a criança precisa se reconhecer
sujeito e isto acontece porque é nomeado. O campo intersubjetivo é construído na e pela
linguagem. O adulto se refere desde sempre ao bebê enquanto um sujeito falante e, assim, a
cena é sempre dialógica: o adulto fala com a criança, conversa com ela, “como se “,
anunciando-a, antecipando-a como sujeito. Este é um projeto antecipatório que vai sustentar
o desenvolvimento da criança, principalmente no caso dos bebês em situação de
vulnerabilidade (Jerusalinsky, 2004). Trazendo o nome da criança, ficou impossibilitado que
os ditos ali havidos, embalados por melodias, ficassem anônimos, perdessem valor. O nome
da criança, ao ganhar lugar na cena, revela o reconhecimento de sua presença na posição de
outro, posição em um espaço simbólico, e que é a ela que os afetos são dirigidos, como se
pode ver no registro a seguir: “aos primeiros minutos do canto, Beatriz reagiu sugando
ininterruptamente, como se estivesse mamando. Aos poucos (após quatro minutos de
improvisos com sílabas e vogais) eu trouxe o nome “Beatriz” para dentro da canção criando
um pequeno enredo improvisado: oi Beatriz! A titia veio cantar para você/o papai e a mamãe
estão aqui/que lindeza de menina é você”. Os pais, num leve sorriso labial, foram ficando mais
relaxados, como se a música lhes acalmasse também e os movimentos da filha fossem a
expiração subtraída que lhes permitia desmontarem os corpos tensos e cansados. Beatriz, ao
ouvir seu nome, intercalava o sugar com pequenos alongamentos de perna e braço,
vitalizando-se, ao que sua mãe lhe retribuía com carinhos nos pés e olhares –de pai e mãe -
ternos, amorosos”. O mesmo efeito no semblante da mãe, se percebe no recorte da cena com
João:- “nossa João, como você gosta de música! Parece até que estou dançando, tia! Percebi
o semblante da mãe mudando, mais envolvida, emocionada, com a tensão sendo subtraída
naqueles breves 15 minutos de música”. Em suma, o posicionamento da cantora enquanto
interlocutora, sustentado por certa perspectiva conceitual, traz à cena a suposição de um
sujeito, ainda que não haja significantes para sustentar uma interpretação (como o bebê em
sono profundo, provavelmente em estado pós-cirúrgico, ou chorando porque inundado de
dor), mas com insistência na interlocução, pelo canto que embala e captura a criança, pelas
palavras que compõem uma coreografia dialógica e, finalmente, por referir-se e convocar a
criança pelo seu nome próprio, tanto nos diálogos quanto nas canções, reconhecendo-a, de
fato, sujeito e não um corpo anônimo: “sentia sua irritação no choro que queria explodir, mas
continha-se espaçadamente (como se soluçasse), numa respiração alta (de peito), nos
movimentos das mãozinhas e bracinhos trêmulos de irritação. Comecei dizendo que entendia
a sua irritação e que, de fato, já estava muito chato ficar ali. Mas que o lacinho na cabeça era
uma lindeza, feito ela e que eu ia cantar para acalmá-la. Após estas primeiras palavras inclinei-
me sobre o berço e comecei seguindo a mesma sequência das duas intervenções anteriores.
Pedi ao violonista que ficasse do outro lado do berço, mais próximo do que o habitual, dado
o barulho das máquinas e o número grande de pessoas na UTI Pediátrica. A gaze ao redor
de toda a cabeça também era um empecilho à audição, possivelmente diminuindo sua
percepção e atenção à música. Após algumas repetições da cadência (harmônica, ou seja,
sequência de acordes) Beatriz abriu os olhos em direção a mim fixamente. Seu choro foi
espaçando enquanto erguia os bracinhos para cima numa força que ainda não tinha visto”.
Nesses trechos é possível verificar o cuidado e atenção dedicados às várias necessidades
sensoriais, físicas e emocionais do bebê e também de seus pais, possibilitando um apoio ao
processo de criação de vínculo, assim como apontam Yakobson et al. (2020) em estudo sobre
os efeitos da musicoterapia nos sinais vitais, sono e alimentação em bebês prematuros em
UTIs neonatais.
Iniciar a intervenção com um “diálogo”, referindo-se à criança pelo seu nome
próprio, reconhecendo, inclusive seu estado de vulnerabilidade, é decisão que emoldura
simbolicamente a cena, quer dizer, a configura enquanto plenamente intersubjetiva, o que
empodera o bebê e, na consequência, sua mãe. No segundo momento da intervenção eram
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os improvisos, que, quase sempre, iniciavam a cantoria, como se a intenção fosse capturar a
criança, no embalo melódico, confirmando-a na estrutura intersubjetiva, dado que é tomada
enquanto sujeito, fato anunciado em momentos de diálogo, já exemplificados “comecei a
intervenção musical vocalizando livremente em cima da harmonia em tonalidade maior (E) ao
lado do violonista”. “aos primeiros minutos do canto, Beatriz reagiu sugando
ininterruptamente, como se estivesse mamando. Aos poucos (após quatro minutos de
improvisos com sílabas e vogais) eu trouxe o nome de Beatriz para dentro da canção criando
um pequeno enredo improvisado. Vale notar que a literatura descreve a sucção não nutritiva
também como um dos desfechos esperados em intervenções dessa natureza com bebês
prematuros (Loewyet al., 2013; Yakobson, ARnon et al., 2020)). Para consolidara interação,
os momentos de canto propriamente ditos: no encanto da voz (Catão, 2016; Palazzi, et al.,
2018) “comecei a cantar e, feito vara de condão, logo nos primeiros acordes, João reagiu
franzindo a testa como se o som lhe soprasse o rosto, lhe garantindo uma energia tal que,
mesmo de olhos fechados, seu corpo reagia” “após algumas repetições da cadência
(harmônica, ou seja, sequência de acordes) Beatriz abriu os olhos em direção a mim
fixamente. Seu choro foi espaçando enquanto erguia os bracinhos para cima numa força que
ainda não tinha visto. Segui o canto dedicando-o essencialmente a ela, confesso que
surpresa, tamanho propósito corporal, concentração do olhar e interação desta pequena bebê
com a música, com uma voz”. A cantora relata que ia modulando a cantoria, mudando a
música, aumentando ou diminuindo o volume, a melodia, o timbre, numa busca de interação,
ou seja, circuito de palavra, melodia e afeto, tencionando colocar a criança na posição de
sujeito, reconhecida sua condição de vulnerabilidade: “improvisando inicialmente com sílabas
para mantê-la descansando (estava dormindo) mas logo introduzindo o nome de Beatriz em
pequenas frases, com Beatriz se movimentando. Ao final, cantei Lugar Comum (João Donato
e Gilberto Gil), ao que me pareceu que Beatriz descobriu, nas canções dos poetas um bom
“lugar comum” (para si e para os pais) e um novo "começo do caminhar pra beira de outro
lugar". Dormiu profundamente”. Vai, também, movimentando-se no espaço, buscando criar
cenas interacionais, marcadas discursiva e corporalmente: “pedi licença à mãe para me apoiar
em seu joelho para que minha voz pudesse ser audível à Beatriz que estava com respirador
e muitos eletrodos monitorando sua frequência cardíaca. A ação também visava uma
aproximação - maior contato com a mãe que não expressou simpatia ou crédito à essa
atividade, tamanha tensão corporal estampada no rosto jovem, assustado e envelhecido da
dor”. Este exemplo põe à mostra, também e inclusive, A busca da cantora por criar uma
interação na qual a mãe, os pais, sempre têm participação, apontando para uma efetividade
da intervenção na condição dos pais (Vianna et al., 2011). E, mais ainda, põe à mostra os
efeitos que batem e rebatem em todos: “Beatriz, ao ouvir seu nome, intercalava o sugar com
pequenos alongamentos de perna e braço, vitalizando-se, ao que sua mãe lhe retribuía com
carinhos nos pés e olhares –de pai e mãe -ternos, amorosos”. Sobre os momentos de canto
trazendo quietude e acolhimento à criança: “após algumas repetições da cadência
(harmônica) Beatriz abriu os olhos em direção a mim fixamente. Seu choro foi espaçando
enquanto erguia os bracinhos para cima numa força que ainda não tinha visto. Segui o canto
dedicando-o essencialmente a ela, confesso que surpresa, tamanho propósito corporal,
concentração do olhar e interação desta pequena bebê com a música, com uma voz”. “quando
canto "a água bateu, o vento soprou", permite-se até tirar uma soneca” “quando, já na canção
Lugar Comum, subi para o registro mais agudo na segunda parte da canção (a água bateu, o
vento soprou...), alongava a testa e sustentava o movimento da minha voz, quase na duração
da nota e de minha expiração. Feito um maestro que mantém o som da orquestra com o gesto
largo e a baqueta suspensa. Se esforçou e abriu os olhos algumas vezes ao longo de nossa
intervenção. Ao final, quando terminamos a visita, reclamou franzindo a testa, ao que entendi
que nos pedia um "bis". Prosseguimos por mais alguns minutos nos despedindo de João
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adequadas para a reanimação de neonatos em PCR, estudos têm sido realizados para que
seja possível maior conhecimento sobre o assunto, sendo ainda escassos e os poucos
estudos publicados divergem na técnica apresentada, com resultados positivos, porém,
dificulta a permanência de um protocolo a ser seguido. Em estudo realizado com 93
enfermeiras que já haviam realizado RCP em pacientes neonatos foram verificados
parâmetros como: profundidade de compressão torácica (CC), frequência CC, tempo sem
fluxo, porcentagem de liberação total, frequência de ventilação e volume de ventilação, bem
como o número de compressões e ventilações efetivas. Os resultados demonstraram que a
posição do RN na técnica de compressões cardíacas, com dois dedos ou com polegares,
influência no resultado, com a ressuscitação no antebraço do socorrista apresentando-se com
a mais ideal. Nessa posição foi verificado como 46% de porcentagem média sem fluxo, 92%
de liberações de tórax completo, taxa média de ventilação em 12x1min e volume corrente em
26ml. Também considerando a técnica de compressão cardíaca, um estudo realizado em uma
UTI Neonatal na Filadélfia identificou que as compressões apresentaram duração média de
2min, com a administração de adrenalina sendo necessária em 30% dos eventos de RCP
em recém-nascidos. 61% dos recém-nascidos sobreviveram à alta hospitalar, sendo apontado
como fatores independentemente associados à redução da sobrevida até a alta hospitalar, o
uso de inotrópicos antes da RCP e administração de adrenalina durante a RCP. Estudo
semelhante foi realizado ao comparar duas técnicas de compressão cardíaca, sendo a
primeira considerada como técnica tradicional e a segunda tratada como uma nova técnica,
ao empregar dois dedos polegares a 90º do peito, dedos em punho. A profundidade média
para a nova técnica foi 37mm, enquanto para a técnica tradicional é de 30mm. A colocação
correta das mãos foi atingida em 98% dos casos. A fração de compressões cardíacas na nova
técnica foi de 74%, o que evidenciou serem seus resultados superiores ao da técnica
tradicional. Portanto, se verifica que a compressão cardíaca pode ser feita em diferentes
técnicas com resultados eficientes, com o emprego de dois polegares a 90º do peito do
neonato, a uma profundidade de 37mm, apresentando os melhores resultados na
reanimação e no prognóstico. Em decorrência dos resultados relacionados à redução da
sobrevida desses pacientes associada ao uso de inotrópicos antes da RCP e administração
de adrenalina durante a RCP, sugere-se que essas práticas sejam evitadas. Salienta-se que,
como a enfermagem é a primeira a identificar a PCR, ela deve manter prontos o ambiente e
os materiais de aspiração de vias aéreas e promover a manutenção da temperatura, a
ventilação e a intubação, bem como deve manter a administração de medicações que serão
utilizadas, testadas e disponíveis em local acessível para que as decisões assumidas em
relação aos cuidados estejam favoráveis à participação de todos os componentes da equipe.
Diante do que foi verificado nos artigos revisados é possível dizer que dentre as atribuições
do enfermeiro nesses casos, cita-se que devem observar o monitor, os dispositivos de
ventilação, os sistemas de fornecimento de oxigênio e a oxigenação do paciente, sendo um
desafio para esses profissionais. A sua atuação é importante nesse cenário, considerando a
flexibilidade de sua prática, seja enquanto gerencial, assistencial ou na liderança de uma
equipe. Evidencia-se que os limites de alarme (superior e inferior) para frequência cardíaca,
respiração, pressão arterial e saturação de oxigênio são estabelecidos com base nas
evidências atuais e no padrão de atendimento específico da UTI Neonatal. As demais
atribuições do enfermeiro continuam sendo relevantes, assim, o que se tem é um acréscimo
em suas atribuições, não devendo ser deixado de lado questões como comunicação
aberta com a família, educação em saúde, prevenção de infecções, controle de
medicamentos, além de serem fundamentais do tratamento ações de termorregulação,
posicionamento ideal, liberação das vias aéreas, estado hemodinâmico estável e nutrição
adequada para manutenção do crescimento e desenvolvimento do neonato. As manobras de
reanimação verificadas como mais utilizadas em recém-nascidos são a Ventilação Pulmonar
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compressão positiva mais oxigênio, seguida da oferta de oxigênio por máscara facial. Há uma
tendência ao uso de estratégias ventilatórias menos invasivas, com uso de ventilação não
invasiva ou retirada precoce de ventilação invasiva. Destarte, além dessas diretrizes, também
é importante ajustá-las às condições de infraestrutura e de pessoal, se deparando com
aparelhos e equipamentos altamente sofisticados que requerem manuseio adequado através
da experiência ou pelo treinamento. Esses protocolos são importantes para que a
enfermagem exerça uma assistência sistematizada e como uma melhor qualidade, por isso é
importante refletirem sobre a realização desses protocolos e capacitações/treinamentos da
equipe de enfermagem. Elucida-se que o enfermeiro atua como um mediador, considerando
ser ele o responsável pela provisão de materiais, erros de sua parte nesse processo, seja no
acompanhamento dos sinais vitais ou na organização do trabalho, pode prejudicar a atuação
de toda a equipe multiprofissional. Pode-se observar em todos os artigos que há falta de
protocolo nas instituições que essa assistência aconteça de maneira sistematizada, pois as
condutas de reanimação neonatal utilizadas na UTI são apenas recomendações gerais para
a conduta neonatal na sala de parto, devendo assim cada serviço ajustá-la de acordo com a
sua necessidade.
Após a definição do tema foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde,
especificamente na Biblioteca Virtual de Saúde - Bireme. Foram utilizados os descritores:
úlcera e pressão, UTI e enfermagem. O passo seguinte foi uma leitura exploratória das
publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em
Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine (MEDLINE) e Bancos de Dados em
Enfermagem (BDENF), Scientific Electronic Library online (Scielo), banco de teses USP, no
período de 2000 a 2014 caracterizando assim o estudo retrospectivo, em todos os idiomas,
buscando as fontes virtuais, os anos, os periódicos, os idiomas, os métodos e os resultados
comuns. Foram encontrados 65 artigos. Destes, foram selecionados 47 em razão de tratarem
do tema e para a análise foram utilizados dezoito, pois tratavam especificamente do tema em
estudo. Foram excluídos os artigos que não estavam de acordo com a pesquisa. Para o
resgate histórico utilizou-se livros e revistas impressas que abordassem o tema e
possibilitassem um breve relato da evolução da úlcera de decúbito em pacientes
traumatizados de uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital público de alta
complexidade. Realizada a leitura exploratória e seleção do material, principiou a leitura
analítica, por meio da leitura das obras selecionadas, que possibilitou a organização das ideias
por ordem de importância e a sintetização destas que visou à fixação das ideias essenciais
para a solução do problema da pesquisa. Após a leitura analítica, iniciou-se a leitura
interpretativa que tratou do comentário feito pela ligação dos dados obtidos nas fontes ao
problema da pesquisa e conhecimentos prévios. Na leitura interpretativa houve uma busca
mais ampla de resultados, pois ajustaram o problema da pesquisa a possíveis soluções. Feita
a leitura interpretativa se iniciou a tomada de apontamentos que se referiram a anotações que
consideravam o problema da pesquisa, ressalvando as ideias principais e dados mais
importantes (POTTER; PERRY, 2004). A partir das anotações da tomada de apontamentos,
foram confeccionados fichamentos, em fichas estruturadas em um documento do Microsoft
word, que objetivaram a identificação das obras consultadas, o registro do conteúdo das
obras, o registro dos comentários acerca das obras e ordenação dos registros. Os fichamentos
propiciaram a construção lógica do trabalho, que consistiram na coordenação das ideias que
acataram os objetivos da pesquisa. A seguir, os dados apresentados foram submetidos à
análise de conteúdo. Posteriormente, os resultados foram discutidos com o suporte de outros
estudos provenientes de revistas científicas e livros, para a construção do trabalho e
apresentação do mesmo.
tecnologia dura pelo enfermeiro intensivista, cabe à organização propiciar a atualização dos
conhecimentos do grupo através de treinamento em serviço, elaboração de rotinas e
protocolos, principalmente quando uma nova tecnologia é incorporada ao processo de
trabalho. No entanto, como afirmam os enfermeiros, a ausência de capacitação em serviço
diante das inovações tecnológicas acarreta problemas, como desconhecimento sobre o a
operação dos aparelhos, que afetam o desempenho e geram apreensão pelo fato de o
profissional ter que atuar mesmo sem o devido preparo. O enfermeiro, por ser o responsável
pela gerência, realização de procedimentos de maior complexidade, treinamento e supervisão
da equipe, deve estar em permanente processo de aquisição de conhecimentos e habilidades
em relação às tecnologias duras, de modo que os saberes obtidos possam reverter para a
segurança, o bem-estar e a satisfação no trabalho. Isso requer da instituição a
responsabilidade administrativa, ética e legal para dimensionar o quadro funcional, investir em
recursos humanos e materiais, a fim de minimizar sua responsabilidade jurídica em face da
possibilidade de ocorrências iatrogênicas ao paciente. Cabe salientar que o gerenciamento
de risco hospitalar (tecno vigilância) pela organização possui papel essencial no que diz
respeito à sistematização e ao monitoramento de eventos adversos, executando ações para
o controle e eliminação de seus danos. Como parte dessas ações, a tecno vigilância atua nos
procedimentos para aquisição, utilização e controle da qualidade de produtos e equipamentos
na saúde, em que a avaliação do risco conferido ao doente ou aos produtos em uso no seu
cuidado pode refletir também na segurança do trabalhador, minimizando o desgaste e a
possibilidade de erros.
Tecnologia dura e as repercussões para a saúde do enfermeiro: A UTI de
Cardiologia possui uma dinâmica de trabalho intensa que se caracteriza pela alta rotatividade
de pacientes no pós-operatório imediato, sendo os mesmos transferidos para a enfermaria de
origem assim que as funções hemodinâmicas e ventilatórias estejam estabilizadas. O papel
da enfermagem neste serviço é essencial no que diz respeito à montagem da unidade,
instalação e checagem do funcionamento de monitores, respiradores, fonte de oxigênio e a
vácuo, necessitando de insumos tecnológicos em quantidade e qualidade que possibilitam a
qualidade e continuidade do tratamento instituído. No entanto, os enfermeiros se queixam da
ausência de serviços técnicos especializados que realizem a supervisão e a manutenção
preventiva dos aparelhos, como evidenciado nos depoimentos. A descrença em relação aos
parâmetros estabelecidos nos aparelhos devido a problemas técnicos repercute na qualidade
do cuidado ofertado e expõe o profissional a dilemas éticos, devido ao risco de iatrogenias ao
paciente. Na ausência de uma política institucional de tecno vigilância em saúde que realize
o diagnóstico, o monitoramento e as intervenções necessárias para a melhoria das condições
de trabalho, sobrevém o sofrimento, principalmente dos trabalhadores de enfermagem que
atuam diretamente com os pacientes e suas necessidades. O sofrimento ético surge em
circunstâncias onde não estão em questão a competência e a habilidade do trabalhador,
porém a pressão para trabalhar mal; quando o trabalhador sabe o que deve fazer, mas não
pode fazê-lo porque as pressões sociais do trabalho o impedem, de algum modo, de fazer
corretamente o seu trabalho. O perfeito funcionamento dos alarmes visuais e sonoros é
ferramenta essencial do trabalho em unidades especializadas, pois propicia ao trabalhador
segurança quanto à vigilância e informa sobre as alterações clínicas do paciente. O sistema
de monitorização ideal deve possuir alta sensibilidade para captar as mudanças tênues dos
parâmetros observados, ótima reprodutividade dos dados obtidos, permitir uma utilização fácil
e prática para toda a equipe assistencial e, se possível, um baixo custo para a manutenção e
aquisição de acessórios básicos. No entanto, como evidenciado nos depoimentos, o ruído
decorrente dos disparos de alarmes, nem sempre relacionados ao estado clínico dos
pacientes, estressa os trabalhadores, o que levou o grupo a questionar a eficácia deste tipo
de dispositivo. Nestas condições de trabalho, o ruído provocado por aparelhos em terapia
91
CONCLUSÃO: A tecnologia inovadora está cada dia mais presente no nosso cotidiano, na
área da saúde, é criado constantemente inovações para melhorar ainda mais o atendimento
e a condição do paciente. O uso dessas tecnologias de ponta na saúde, faz com que muitos
procedimentos, se tornem menos invasivos, com menos dor, assim proporcionando uma
recuperação rápida e com menos complicações. Juntamente com a tecnologia se inovando,
é necessário a capacitação de todos os profissionais que farão uso do novo aparelho, pois é
necessário que o mesmo saiba todos os mecanismos, para que não tenha mau funcionamento
e refletindo negativamente na saúde do paciente. Nas primeiras 72 horas do paciente na UTI
de Cardiologia, no pós operatório, é realizado várias intervenções clínicas para manter a
homeostase respiratória e hemodinâmica, alívio da dor, para evitar os riscos de complicações,
e nisso, o paciente precisa estar totalmente sedado e monitorado. E nisso entra a função dos
aparelhos tecnológicos, onde os profissionais devem estar em monitoramento e alerta o
tempo todo para os sinais dos aparelhos, que indicam alguma reação do paciente.
92
dentro da UTI. No fundo somente desejo que ele melhore e que fique bem, porque ninguém
quer ver alguém nessa situação.
Tema 2. Principais motivos de desconforto sob a ótica dos familiares: Ideias
centrais: gravidade do paciente; ambiência e expectativa em relação à UTI; dificuldades
financeiras; restrição do horário de visita; distância do hospital; desesperança; permanência
do ente na UTI; comunicação ineficaz; incompreensão sobre procedimentos e condutas.
Saber que a minha mãe está na UTI já me deixa desconfortável. Saber que o estado dela é
grave... é muito triste. Na situação em que ela se encontra não sabemos o que fazer. Se eu
chegasse aqui, e visse que pelo menos ela não está sedada, que responderia, eu pegaria na
mão dela e teria esperanças..., mas ela está sedada e o médico disse que não é para ela
acordar agora, e que talvez não acorde mais..., mas desejo muito vê-la acordada. E
incomoda não saber como está lá dentro da UTI, na hora que a gente passa por essa porta
não sabemos como iremos encontrá-los. Os médicos não explicam direito o que está
acontecendo, eu não entendo, um dia é uma coisa e hoje é outra. Além disso, não ter
informação médica no horário da visita da tarde tem sido complicado. Não sei o que está
acontecendo, olho para o monitor e não entendo se está bem ou não. O maior problema para
mim hoje é ver essa catarreira. Também os ver angustiados, agitados e com falta de apetite é
difícil. Alguém poderia dar mais atenção ao paciente. Gostaria de poder ficar aqui 24 horas
por dia, se tivesse uma cadeira ali do lado dele eu ficava quietinha. Por outro lado, também
não é tão simples assim... Nem todos os dias consigo sair mais cedo do serviço e tampouco
entrar no horário que eu posso. Aqui é muito longe da minha casa, tenho que pegar dois
ônibus e não tenho dinheiro para vir nos dois horários de visita. Não fico nada confortável
quando entro aqui e vejo várias pessoas mal. Esse ambiente é ruim. Ver esse local cheio de
gente me deixa triste e desanimada”.
Competências Centrais com o objetivo de compartilhar uma linguagem comum para a prática
de cuidados paliativos na Europa. São elas:
1. Aplicar os constituintes centrais dos cuidados paliativos no ambiente próprio e
mais seguro para os doentes e famílias;
2. Aumentar o conforto físico durante as trajetórias de doença dos doentes;
3. Atender às necessidades psicológicas dos doentes;
4. Atender às necessidades sociais dos doentes;
5. Atender às necessidades espirituais dos doentes;
6. Responder às necessidades dos cuidadores familiares em relação aos objetivos
de cuidar a curto, médio e longo prazos;
7. Responder aos desafios da tomada de decisão clínica e ética em cuidados
paliativos; 8. Implementar uma coordenação integral do cuidar e um trabalho interdisciplinar
em todos os contextos onde os cuidados paliativos são oferecidos;
9. Desenvolver competências interpessoais e comunicacionais adequadas aos
cuidados paliativos e
10. Promover o autoconhecimento e o contínuo desenvolvimento profissional.
Acredita-se que o cuidado paliativo é, por essência, colaborativo.
Assim, as dez competências transcendem o papel e a função de uma profissão
específica e são esperadas de todos os profissionais que atuam em cuidados paliativos
independentemente da área profissional. A identificação das dez competências se propõe a
orientar a formação dos profissionais da saúde no desenvolvimento de programas de
educação em cuidados paliativos, bem como ser essencial e relevante para a prestação da
prática clínica de alta qualidade. Indica-se, nesse contexto, compreendendo a necessidade
de desnudar o cuidado paliativo nas doenças que ameaçam a vida além dos limites da
oncologia, para a clínica cardiovascular, a discussão das competências necessárias para o
enfermeiro atuar na assistência ao paciente e à sua família em cuidados paliativos. Para tanto,
considerou-se essencial avaliar a prática do cuidar implementada.
CONCLUSÃO: Segundo essa pesquisa, conclui-se então que o cuidado paliativo deve fazer
parte da educação em serviço, é importante que os profissionais entendam que o objetivo do
cuidado paliativo que é qualidade de vida até a morte, ao contrário de qualquer sofrimento.
Esse cuidado paliativo, zela pelo conforto do paciente, atendendo as necessidades
psicológicas, sociais e espirituais dele, e o principal objetivo é cumprir os princípios do cuidado
com a vida. É ressaltado que muitas das dificuldades dos profissionais realizar esse trabalho
ainda melhor, é a falta de estrutura por parte da gestão, como a estrutura física, e alta
demanda de trabalho, fazendo os profissionais terem uma sobrecarga de trabalho e assim
vivendo em um ambiente estressante. Esses profissionais que atuam diretamente com
pacientes paliativos, devem estar constantemente capacitados, treinados, com educação
permanente para desempenhar a função com conhecimento e qualidade, tornando os últimos
dias de vida desse paciente mais confortável e tranquila.
103
CONCLUSÃO: Sabemos que as infecções são problemas “comuns” em UTIs e geram alto
custo nos orçamentos dos hospitais, como também aumentam a taxa de mortalidade. Alguns
fatores que podem contribuir com o surgimento de IRAS é a hipertensão arterial sistêmica,
doença cardíaca crônica, diabete mellitus, idade, comorbidade, que influenciam a
imunossupressão dos pacientes. Também foi constatado alto índice de IRAS desenvolvidas
através de doença pulmonar crônica, tempo estendido em internações, ventilação mecânica,
tabagismo e uso de antibióticos. Essas IRAS estão ligadas a microrganismos
107
multirresistentes, que podem ser disseminados por aparelhos invasivos, grande fluxo de
pacientes em cirurgias, longas estadias hospitalar, assim, tornando o controle das IRAS uma
tarefa difícil envolvendo esforço multiprofissional, e até assim as vezes não é suficiente. Então,
conclui-se que quanto mais estudos aprofundados sobre esse tema, mais vidas serão salvas,
por que existem vários fatores que podem fazer as IRAS se proliferar, é fácil de ser adquirido,
mas não é fácil de combater.
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integra a avaliação da dor pela NIPS. Participaram da pesquisa todos os RN pré-termo, termo,
pós-termo e lactentes, internados na UTIN, no período de coleta de dados. A avaliação da dor
dos RN foi realizada por profissionais de enfermagem, enfermeiros e técnicos de enfermagem,
durante a realização de procedimento invasivo. Ressalta-se que esses profissionais tiveram
capacitação para avaliação da dor com a NIPS, e foi realizado um teste piloto, em que a
pesquisadora acompanhou e avaliou a dor em conjunto, com vistas à capacitação para sanar
dúvidas e evitar erros de avaliação. Os resultados são apresentados em tabelas cruzadas.
Tabela 1. Avaliação da dor com a Neonatal Infant Pain Scale
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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https://revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/revistanursing/article/view/311/298
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https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/240626
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