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EXAMES LABORATORIAIS NO ESPORTE

Exame Valor de referência Sinais, sintomas e conduta.


Hemoglobina Homens: 13g/dl  Possível efeito do treinamento na diminuição das concentrações de hemoglobina
Mulheres: 12g/dl em comparação à população em geral.
 Maior incidência entre atletas de prova de resistência como corrida, ironman,
triatlon, maratonas, cross country, ciclismo, corridas de aventura.
 Pode ser uma falsa anemia que se instala, especialmente em homens devido à
diluição da concentração de hemoglobina frente ao aumento do volume
plasmático decorrente do treinamento intenso.
 Avaliar a intensidade e frequência de treinamento do atleta é fundamental.
 Para saber se essa baixa concentração de hemoglobina é causada pelo exercício
ou deficiência de ferro, é importante outras análises clínicas e nutricional
(hemograma, avalição de ferro sérico, ferritina, consumo alimentar).
 No atleta o parâmetro para certificar de que a concentração limítrofe de
hemoglobina seja realmente anemia verdadeira, é comparando-a com o valor
normal (mínimo) dessa pessoa quando não está praticando exercícios.

Hematócrito % Homens: <39  Pode estar diminuído quando a hemoglobina está <12 (Mulheres)e <13g/dL
Mulheres: <36 (homens) quando: Overtraining, carência de ferro e hemólise (destruição dos
glóbulos vermelhos).
 Hematócrito elevado pode indicar desidratação! Deve ser investigado devido a
Poliglobulia = doença muito comum em alpinistas (grandes altitudes). Trabalhar
com equipe multidisciplinar (médico hematologista).
Ferro sérico Mulheres: 37-145 mcg/dl  Sinais:
Homens: 59-158 mcg/dl Unhas fracas;
Queda de cabelo;
Cansaço fácil.

 Muitos atletas de resistência ingerem pouco ferro. A pouca ingestão de ferro é


um problema para vegetarianos, e para corredores que comem carne somente
uma vez por semana.

 Aumentar o consumo de carne bovina, frango e suíno;


 Acrescentar sucos ricos em Vit. C junto com as principais refeições como suco
verde e acerola.

 Avaliar se o atleta apresenta disbiose intestinal;


 Perdas pelo suor;
 Menstruação: Todas as perdas de Fe no atleta são maiores nas mulheres;

Ferritina 10-291 ng/dL.  Analisar em: Maratonistas, lutadores, nadadores e jogador de futebol.
 > 150ng/dl já pode ser considerada aumentada em atletas

 Fatores:
Sobrecarga de Fe;
Processo inflamatório pelo exercício;
Patologia hepática.

Para ferritina elevada:


200 ml de chá verde ou 500 mg (extrato seco) antes das principais refeições como
agente quelante do ferro + 1g de ômega 3 no almoço e jantar.
Riboflavina (B2) 1-1,2ug/L  Solicitar: COEFICIENTE DA ATIVIDADE DA GLUTATIONA REDUTASE
 Vitamina que atua no sistema respiratório e auxilia nos processos oxidativos.
 >1,2 é Insuficiência de B2
 Pedir em: Triatletas, nadadores, rugby e jogador de futebol

Sintomas:
-Diminuição na contagem de hemácias;
- Estomatite angular (feridas ao lado da boca)
-Falta de energia;
-Anemia;
-Coceira na pele;
-Descamação na pele

 Fontes B2: Vegetais verdes escuros, leite, abacate, amendoim, nozes, castanhas,
ovos, carne vermelha.

 Suplementar: Cloridrato de riboflavina- 20-40 mg/dia (junto com complexo B);

Ácido Fólico 3,0 a 17,0 ng/mL  Atua na formação dos glóbulos vermelhos (hematopoiese) e em sua deficiência
grave favorece a anemia magaloblástica.

Causas:
Baixo consumo das fontes (vegetais verdes escuros);
Déficit de absorção;
Ingestão insuficiente por parte dos atletas.

 Suplementar: Metil hidrofolato - 500 mcg/dia (UL = 1000 mg).

 Fontes: Framboesas, fígado de boi, fígado de galinha, legumes verde-escuros


(repolho verde), brócolis, leguminosas (feijão, lentilha e grão de bico), levedo de
cerveja.
Vitamina D Ideal: 50-80 mmol/l  <50 mmol/l = Diminuição no desempenho esportivo, maior risco de desenvolver
Osteoporose, Câncer de mama, próstata e muitos outros.
 Sua deficiência relacionado junto com deficiência de cálcio, pode levar a fraturas
por estresse.
 Nutricionistas podem prescrever até 1000 UI/gota de calciferol (pela UL).

Cobalamina 270-970 pg/ml  Deficiência:


(B12) Ideal: 500-550 pg/ml Apatia;
Anemia megaloblástica;
Diminuição do desempenho;
Desmotivação e cansaço para os treinos.

 A deficiência de B12 pode reduzir a resistência e impedir a realização de


exercícios de alta intensidade o que prejudica todo rendimento e programação
do atleta.
 Suplementação: Recomendações Adultos:
RDA: 2,4 mcg/dia
UL: 1000 mcg/dia

Sódio 135-145 mmol/L  Devido à sudorese excessiva, atletas tendem a ter deficiência de sódio e de
outros minerais, como potássio e magnésio.
 Uma das causas das câimbras musculares é quando a desidratação acarreta
deficiência de eletrólitos, como sódio e potássio.
 Sintomas: inchaço, desorientação, confusão mental, perda de coordenação
motora, náuseas, vômitos, dores de cabeça, diarreias e tonturas. Sintomas mais
graves são: edemas celulares, convulsões, edema pulmonar e cerebral,
alterações do sistema nervoso central, parada cardiorrespiratória e morte
súbita.
 Conduta: 0,5 a 0,7 g de sódio por litro de solução durante o exercício superior a
1 hora ou diluir 1 pastilha em 350 ml de água!

Potássio 3,5-5 mmol/L  Quando há deficiência mais grave de potássio, chamada de hipocalemia, que
pode ocorrer quando não necessariamente há falta de ingestão de potássio, mas
sua extrema excreção, seja por vômitos, urina, fezes, abuso de álcool, distúrbios
metabólicos ou uso de medicamentos como diuréticos.
 Sintomas: diminuição no rendimento do treino como a fadiga muscular,
cansaço, dificuldade no trânsito intestinal e até mesmo disritmias cardíacas.

Zinco 5,5 - 7,5 mg/L  Solicitar: Melhor parâmetro é o Zinco Eritrocitário (sangue)
 Deficiência:
Dificuldade de cicatrização;
Diminuição da imunidade celular;
Infecções mais frequentes;
Queda de cabelo (principalmente mulheres atletas);
Cansaço e fadiga muscular.

 Se o atleta/esportista tem anemia, tratar e suplementar zinco (quelado)


separado.
 Conduta: Zinco (quelado) = 15-30 mg/dia dividida em 2x.

Ceruloplasmina 15 a 60 mg/dL  Ceruloplasmina é padrão ouro para análise de cobre;
 Fundamental para formação de tecido conjuntivo forte e flexível (evitar lesões);
 O cobre é um mineral essencial para enzimas antioxidantes como a superóxido
dismutase e a celuroplasmina, que impedem a ação dos radicais livres sobre a
oxidação de lipídeos, diminuindo o risco de doenças (atletas que treinam ao ar
livre).
 Aumentada:
Por uso de anticoncepcional;
Podendo apresentar níveis elevados em tumores, inflamações agudas e crônicas (ex:
artrite reumatoide);
Estresse crônico do atleta.

Glicemia  Ideal = 70-99 mg/dl  Deve-se atentar para atletas maratonistas que utilizam muito gel de carboidrato,
 Pré–diabetes = 100-125 mg/dl consumem muitos doces e/ou repositores!
 DM = ou > que 126 mg/dl  Se o atleta ou esportista apresentar Glicemia = ou > 110 mg/dl deve ser
pedido o teste de tolerância a glicose!
Teste oral de  Ideal = 70-140 mg/dl  Critérios para diagnóstico: Pré-diabetes
tolerância à  Pré –diabetes = 141-199 mg/dl Glicemia de Jejum entre 100-125 mg/dl OU
glicose  DM = > 200 mg/dl Teste de Tolerância a glicose entre 140-199 mg/dl OU
Ambos

Colesterol total  < 200 – ótimo  Conduta dietética (colesterol): inserir alimentos como alho, abacate, azeite de
 200-239 – limítrofe oliva, oleaginosas, fibras e lactobacillus.
 >240 - alto  Conduta dietética (oxidação do LDL): inserir alimentos café, chocolate, alho e
LDL-C  < 100 – ótimo tomate (fontes antioxidantes).
 100 – 129 – Desejável
 130 – 159 – Limítrofe
 160 – 189 – Alto
 >190 – Muito alto
HDL-C  <40 – Baixo
 > 60 - Alto
Triglicerídeos  Menor que 150 – Normal  Valor aumentado muito comum em atletas como: corredores e ciclistas!
 150 – 199 – Limítrofe  Suplementação do ômega 3 – EPA/DHA- 1-3 g/dia antes das refeições e redução
 200 – 499 – Alto do carboidrato de alto índice glicêmico do esportista/atleta.
 500 ou maior – Muito alto

Proteína C  Ideal: <1,0 (Menos probabilidade de  Representa: excesso de treinamento, comprometendo o sistema imunológico e
Reativa processo inflamatório e Risco impedindo a recuperação do corpo.
Cardiovascular)  PCR é o marcador de processo inflamatório!

Uremia 3,6 - 8,3 mg/dl  Elevada:


Elevação da ureia nos rins;
Aumentada em dieta hiperproteicas;
Aumentada com utilização de algumas drogas (corticosteroides, esteroides
anabolizantes, propranolol);

 Baixa:
Excesso no uso de álcool;
Hepatites;
Desnutrição do atleta.

 Avaliar em Fisiculturista e atletas de MMA!


 Aumentada > 8,3 é hiperuremia no atleta/esportista.
Ácido Úrico Homens: 3,4 a 7,0 mg/dL  Avaliar em Fisiculturista e atletas de MMA!
Mulheres: 2,4 a 5,7 mg/dL  Aumentado: alta ingestão de PTN e purinas na dieta; Indicar Vit C (time release)
250 mg 3 x dia;
 Diminuído: Utilização de drogas como aspirinas.

Exame de urina < 15mg – Albuminúria  Avaliar em atletas/esportistas com histórico de problemas renais.
24h 30 e 300mg – microalbuminúria;  Microalbuminúria: indicador precoce de insuficiência renal. Mede pequenas
quantidades de albumina que o corpo começa a eliminar na urina anos antes de
uma lesão renal se tornar evidente. A albumina é uma proteína produzida no
fígado.
Creatinina Mulheres = 0,6 a 1,0 mg/ dL  Valores aumentados apontam diminuição da função renal, desidratação,
Homens = 0,7 a 1,3 mg/dL obstrução do trato urinário ou doenças musculares.
 Os níveis diminuídos podem indicar gravidez e massa muscular reduzida.
 Atletas e fisiculturistas: taxas maiores que os valores normais devido a alta
atividade muscular e intensidade de treino aumentada → não designa
insuficiência renal, podem apresentar até 1,4 mg/dL (acima de 1,5-1,6 deve ser
investigado doença renal).
 Uso crônico de creatina aumenta a creatinina.

Cortisol CORTISOL URINÁRIO: Método de melhor  Cortisol aumentado no esportista/atleta é um forte indicador de catabolismo
avaliação e menor alteração. proteico!
Adolescente: 5 a 55 μg(microgramas)/24 Causas:
horas; Excesso de treinamento;
Adulto: 10 a 90 μg/24 horas; Deficiência de nutrientes antioxidantes (Zn, Mg, Cobre);
Pressão de treinadores;
Cobrança pessoal.
CORTISOL SALIVAR: coleta com cotonete da
saliva do atleta/esportista em laboratório. Em demasia o cortisol provoca insônias, depressão, alterações de humor e irritabilidade
Manhã: 100 a 670 ng/dL; intensa;
Noite: até 100ng/dL.
Conduta: Modular cortisol com alimentos.
Abacate
Brócolis
Peixes
Chocolate
Chá verde

TGO Mulheres: 31 U/L  Valores muito elevados sugerem hepatites ou outras formas de necrose
Homens: 37 U/L hepatocelular, podendo ser encontrados em tumores necróticos grandes ou
hipóxia, insuficiência congestiva e choque. Elevações de AST não explicadas
devem ser investigadas.
 → Não é um indicador altamente específico de dano no fígado.
 Avaliar em esportes de força como fisiculturistas, MMA.
TGP Mulheres: 31 U/L  É liberado na circulação sanguínea como o resultado de dano hepático →
Homens: 41 U/L Indicador do estado do fígado.
 TGP (ALT ou SGPT ou GPT) é encontrado em grande parte no fígado. Não é
produzido exclusivamente pelo fígado → se encontra mais concentrado.

GAMA GT Mulheres: 8-41 U/L  AUMENTADA:


Homens: 12-73 U/L Hepatites Cirroses alcoólicas;

 Envolvida na síntese proteica;


 Enzima encontrada em grande quantidade no fígado, rins, pâncreas, intestino e
próstata e outros tecidos;
 Conduta: Fitoterápicos com efeitos hepatoprotetores.
Creatina Homens: < 200 U / L  Marcador de lesão muscular
Quinase (CK) Mulheres: < 170 U / L  Nível elevado indica excesso de treinamento, que leva a fadiga, danos
musculares e risco de lesões.
 O pico de CK é geralmente encontrado depois de 48 horas de um esforço
intenso, podendo estar alterado até 7 dias após a realização de um esforço
físico.
 Pessoas com grande volume muscular têm níveis sanguíneos de CK mais altos.
 Exercícios intensos, como levantamento de peso, esportes de contato e sessões
longas de exercícios também aumentam os níveis de CK.
 Pode estar aumentada em pacientes que utilizam medicamentos como as
estatinas (controle do colesterol).
 Pedir principalmente: fisiculturistas, lutadores e maratonistas.

Testosterona Homem:  Elevada: Maior produção endógena ou utilização de anabolizantes esteroides.


17 - 40 anos: 117,9 a 885, 2 pmol/l  Baixa: correlação com diminuição do desempenho, libido, disposição e saúde
41 - 60 anos: 57,9 a 636,2 pmol/l óssea reduzida.

Mulheres: 2,4 a 45 pmol/l - (quando a mulher


estiver fazendo uso do anticoncepcional pode
aparecer o (*) = indetectável)

Estradiol Homens: até 39,8 pg/ml  Avaliar em mulheres com deficiências hormonais
 Aumentado em homens em estágio de AROMATASE
Mulheres:
Fase folicular: 19,5 a 144, 2 pg/ml
Meio do ciclo: 63,9 a 356,7 pg/ml
Fase Lutea: 55,8 a 214,2 pg/ml
Pós Menopausa: até 32,2 pg/ml

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