Capítulo 1: O Código de Ética Profissional do Psicólogo

e Capítulo 2: O Código de Ética Profissional do

Psicólogo - percurso histórico, IN ROMARO, R. A. Ética
na Psicologia. São Paulo: Ed. Vozes, 2006.

Ética Profissional
Profª Msc. Milena Coelho
Unip-DF
Capítulo 1: O Código de Ética
Profissional do Psicólogo
• Códigos de ética expressam sempre uma concepção de
homem e de sociedade que determina a direção das
relações entre os indivíduos.
• Expressam valores universais, refletindo a realidade do país
e valores que estruturam uma profissão.

• É fixo e imutável?
• O Código de Ética vigente foi elaborado num processo ao
longo de três anos com participação dos psicólogos e
aberto à sociedade.
• Pautou-se mais pelo princípio de constituir uma reflexão do
que ser um conjunto de normas a serem seguidas.
• Na sua construção, buscou-se:
• Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que
devem orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a
profissão, as entidades profissionais e a ciência, pois esses
eixos atravessam todas as práticas e estas demandam uma
continua reflexão sobre o contexto social e institucional.
• Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e
interseções relativos aos direitos individuais e coletivos,
questão crucial para as relações que estabelece com a
sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou
beneficiários dos seus serviços.
• Contemplar a diversidade que configure o exercício da
profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos
institucionais e em equipes multiprofissionais.
• Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo
e não em suas práticas particulares, uma vez que os principais
dilemas éticos não se restringem a práticas específicas e
surgem em quaisquer contextos de atuação.
 Princípios Fundamentais:
•Respeito e promoção da liberdade, da dignidade e da integridade do ser
humano, apoiado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
•Promoção da saúde e da qualidade de vida das pessoas e das
coletividades, contribuindo para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
•Atuação com responsabilidade social, analisando crítica e
historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
•Atuação com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento
profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como
campo científico de conhecimento e de prática.
•Universalização do acesso à informação, conhecimento da ciência
psicológica, serviços e padrões éticos.
•Zelo da profissão, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo
aviltada.
•Consideração das relações de poder nos contextos em que atua e os
impactos dessas sobre suas atividades, posicionando-se criticamente e
em consonância com os princípios do Código.
Das responsabilidades do
psicólogo
 Capítulo 2: O código de ética profissional
do psicólogo – percurso histórico
• 1945- Sociedade de Psicologia de São Paulo, fundada por
Klinenberg e Anita Cabral, promoveu reuniões científicas,
conferências, cursos de extensão, seminários.
• 1954- Associação Brasileira de Psicólogos (ABP)
• 1957- Lei estadual regulamentou o curso de graduação de
Psicologia, início em 1958, USP.
• Década de 60
• Psicologia aplicada aos problemas educacionais
• Aceleração do desenvolvimento sócio-econômico-cultural
• Franco da Rocha, Durval Marcondes – técnicas psicanalíticas
desenvolvidas na Europa trazidas para o Brasil.
• 27/08/1962- Regulamentação da Psicologia como
profissão, dispondo sobre os cursos de formação
em Psicologia e regulamentando a profissão de
psicólogo.
• Funções privativas do psicólogo: diagnóstico
psicológico, orientação e seleção de pessoal,
orientação psicopedagógica, solução de
problemas de ajustamento, colaboração em
assuntos psicológicos ligados a outras ciências.
• Serviços clínicos e de aplicação à educação e ao
trabalho, abertos ao público, como exigência para
funcionamento dos cursos de Psicologia.
• 1971- CFP e CRP´s
• 1975- Primeiro código de ética oficial de nossa classe
profissional:
• Aborda nos cinco princípios fundamentais a regulamentação
da formação profissional, o trabalho embasado no respeito
pelo outro e sua integridade, com a observância do princípio
da benevolência, a importância da formação, da
responsabilidade profissional e do aprimoramento pessoal e
profissional. 13 capítulos, 40 artigos.
• Enfatiza a importância da formação contínua, do
conhecimento e do respeito pelas limitações impostas pelo
desenvolvimento pessoal, personalidade e saber de cada
profissional; salientava as funções sociais da Psicologia
(coletividade, vedando o uso mercantilista e o desrespeito à
privacidade, a cumplicidade com o exercício ilegal da
profissão e o uso de técnicas hipnóticas em interrogatórios)
• Código de ética elaborado na época do regime militar, quando
as liberdades de imprensa, de expressão, estavam proibidas e
a repressão imposta pelo regime ditatorial imperava com
violento desrespeito pelos direitos humanos, gerando medo,
perseguições, torturas e desaparecimentos. Era preciso
salientar essa preocupação no Código de Ética de forma sutil,
para que o mesmo também não fosse vetado.
• Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1979
• 5 princípios fundamentais, 50 artigos.
• Salientado o trabalho em equipe
• Diminuição do autoritarismo (sigilo profissional, autonomia no
ensino, pesquisa e supervisão, ...)
• Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1987
• 7 princípios fundamentais, 50 artigos, grande quantidade de
alíneas.
• Salientado o respeito pelo outro e por sua integridade,
importância da formação, da responsabilidade profissional e
do aprimoramento pessoal e profissional, função social do
psicólogo.
• Resolução 002/95 introduz a alínea o no art 2º “prestar serviço
ou mesmo vincular seu título de Psicólogo a serviços de
atendimento psicológico por via telefônica” (vedado).
• Declaração Universal dos Direitos Humanos- 48
• Constituição Federal do Brasil- 88
• ECA- 90
• Estatuto do Idoso- 2003
• Resolução do Conselho Nacional da Saúde 196/96
 Código de Ética Profissional do
Psicólogo de 2005
• 7 princípios fundamentais, 25 artigos, em geral de
forma mais clara e abrangente, englobando as
resoluções que vinham complementando o código
anterior.
• 2 capítulos:
• Das responsabilidades do psicólogo
– Deveres fundamentais
– Atos vedados
– Postura do profissional frente às instituições
– Fixação da remuneração
– Postura ao participar de greves e paralisações
– Relacionamento com outros profissionais
– Procedimentos para os atendimentos de crianças e adolescentes
– Sigilo profissional
– Procedimentos de pesquisa
– Docência e supervisão
– Instrumentos e técnicas psicológicas
– Atividades em veículos de comunicação
– Condições necessárias para a promoção pública de serviços
• Disposições Gerais
– Cinco artigos sobre a observância do presente código.
• Esse Código de Ética explicita em seus artigos
a questão do preconceito racial e sexual,
englobando a resolução CFP 001/99 que
estabelece as normas de atuação para os
psicólogos em relação à questão da
Orientação Sexual e a resolução CFP 018/2002
que estabelece normas de atuação para os
psicólogos em relação ao preconceito e à
discriminação racial.