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ESTUDO DA ÉTICA

O atual Código de Ética Profissional do Psicólogo reflete a importância


do papel social dos psicólogos ao longo do tempo, sua integração na
comunidade e sua capacidade de lidar com questões éticas complexas. A
motivação para escrever este livro surgiu da experiência de Rita Aparecida
Romaro como educadora e das dúvidas e desafios enfrentados por estudantes,
colegas e usuários ao longo dos anos. O objetivo deste trabalho é esclarecer
as especificidades e diversas áreas de atuação dos psicólogos em diferentes
segmentos da sociedade, incluindo prevenção, psicoterapia, acadêmico,
institucional e outros. Além disso, busca esclarecer os direitos e
responsabilidades tanto dos usuários quanto dos psicólogos, destacando a
importância da colaboração mútua para o desenvolvimento da complexa
função do psicólogo.
Esta edição foi revisada e atualizada de acordo com as Resoluções do
Conselho Federal de Psicologia até março de 2014. O livro apresenta o Código
de Ética Profissional do Psicólogo atual no capítulo 1. No capítulo 2, são
discutidos os marcos e desenvolvimento da profissão de psicólogo no Brasil,
incluindo a elaboração de códigos de ética anteriores. O capítulo 3 aborda
questões éticas e sua aplicação, considerando como valores, necessidades e
contexto sociopolítico são variáveis e refletem o desenvolvimento de indivíduos
e sociedades.
O livro também inclui resoluções do Conselho Federal de Psicologia
agrupadas por tópicos, demonstrando alterações resultantes da prática
profissional e avanços científicos em várias áreas de conhecimento. O capítulo
4 trata das regulamentações que orientam o exercício da profissão e as normas
disciplinares, enquanto o capítulo 5 aborda regulamentações relacionadas a
especializações e residências em psicologia. O capítulo 6 explora questões e
procedimentos relacionados à pesquisa em psicologia, e o capítulo 7 delimita o
campo de atuação do psicólogo, com foco na avaliação psicológica, terapias,
práticas não cientificamente reconhecidas e terapias mediadas por computador.
Os anexos fornecem informações sobre códigos de ética anteriores e as
definições das especialidades em psicologia, destacando a identidade
profissional da área.
O Código de Ética Profissional do Psicólogo é um conjunto de diretrizes
que orienta a conduta dos psicólogos em sua prática profissional. Ele visa
garantir que os psicólogos atendam às demandas sociais com altos padrões
técnicos e respeito às normas éticas, promovendo a reflexão sobre suas ações
e suas consequências. A missão central deste código não é apenas
regulamentar aspectos técnicos do trabalho, mas também fortalecer o
reconhecimento social da categoria, pautando-se em valores universais,
socioculturais e profissionais.
A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo
no Brasil, ocorreu em resposta às mudanças no contexto legal e institucional do
país, especialmente após a Constituição de 1988 e legislações subsequentes.
Baseado na conjuntura democrática, foi elaborado por meio de discussões
abertas em todo o país ao longo de três anos, com a participação direta dos
psicólogos e da sociedade em geral, sendo aprovado e implementado em
21/07/2005.
Este código não se limita a um conjunto rígido de regras a serem
seguidas, mas sim serve como um instrumento de reflexão. Valoriza princípios
fundamentais que devem guiar o relacionamento do psicólogo com a
sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência, reconhecendo
que esses princípios atravessam todas as práticas e exigem reflexão contínua
sobre o contexto social e institucional. Além disso, promove a discussão sobre
os limites e interseções dos direitos individuais e coletivos, levando em
consideração a diversidade na profissão e o crescente envolvimento dos
psicólogos em contextos institucionais e equipes multiprofissionais.
O Código de Ética também incentiva a reflexão sobre a profissão como
um todo, reconhecendo que os principais dilemas éticos não se limitam a
práticas específicas, mas surgem em qualquer contexto de atuação. Ao aprová-
lo e divulgá-lo, espera-se que ele ajude a delinear as responsabilidades e
deveres dos psicólogos perante a sociedade, oriente a formação profissional e
sirva como referência para julgar suas ações, contribuindo para o
fortalecimento e ampliação do significado social da profissão.
Os princípios fundamentais do código incluem o respeito e promoção da
liberdade, dignidade, igualdade e integridade do ser humano, baseados nos
valores da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Eles também
destacam o compromisso do psicólogo em promover a saúde, qualidade de
vida e combater formas de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão. Além disso, o código enfatiza a responsabilidade social
do psicólogo, incentivando a análise crítica da realidade política, econômica,
social e cultural. O aprimoramento profissional contínuo e a contribuição para o
desenvolvimento da Psicologia como campo de conhecimento e prática
também são princípios fundamentais. O código ainda ressalta a importância de
tornar a informação, o conhecimento da ciência psicológica, os serviços e os
padrões éticos da profissão acessíveis a toda a população. Por fim, destaca a
necessidade de manter a dignidade no exercício profissional e considerar as
relações de poder nos contextos de atuação, agindo de forma crítica e em
consonância com os demais princípios estabelecidos no código.
DEVERES FUNDAMENTAIS DO PSICÓLOGO
1. Conhecer, divulgar e cumprir o código de ética.
2. Assumir atividades alinhadas com sua capacitação.
3. Prestar serviços de qualidade, baseados em conhecimento e técnicas
fundamentadas.
4. Oferecer serviços em situações de calamidades públicas, sem visar
benefício pessoal.
5. Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos
do usuário.
6. Fornece informações sobre o trabalho a ser realizado e seus objetivos.
7. Transmitir resultados da prestação de serviços apenas o necessário ao
usuário.
8. Orientar sobre encaminhamentos apropriados e fornecer documentos
relevantes.
9. Zelar pela confidencialidade dos materiais privativos, incluindo
aquisição, doação, guarda e divulgação.
10. Respeitar e mostrar solidariedade ao trabalho de outros profissionais.
11. Sugerir os serviços de outros psicólogos quando não puder dar
continuidade, fornecendo informações necessárias.
12. Denunciar o exercício ilegal da profissão.

VEDAÇÕES DO PSICÓLOGO:
1. Praticar condutas coniventes com negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade ou opressão.
2. Induzir convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas ou
de orientação sexual, bem como preconceitos.
3. Utilizar o conhecimento como instrumento de castigo, tortura ou
violência.
4. Contribuir com organizações que favoreçam o exercício ilegal da
profissão.
5. Ser conivente com faltas éticas, violações de direitos, crimes ou
contravenções penais.
6. Vincular serviços ou título de psicólogo a procedimentos e técnicas não
regulamentados.
7. Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-científica.
8. Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas.
9. Induzir pessoas ou organizações a recorrer a seus serviços.
10. Estabelecer relações com a pessoa atendida, familiar ou terceiro que
possam prejudicar os objetivos do serviço prestado.
11. Atuar como perito, avaliador ou parecerista quando houver vínculo
pessoal ou profissional que possa afetar a qualidade da avaliação.
12. Desviar serviços de uma instituição da qual tenha vínculo para serviço
particular ou outra instituição.
13. Prestar serviços a organizações concorrentes que possam prejudicar
partes envolvidas devido a informações privilegiadas.
14. Prolongar de maneira desnecessária a prestação de serviços.
15. Solicitar ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens
além dos honorários contratados.
16. Receber ou pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento
de serviços.
17. Divulgar diagnósticos, procedimentos ou resultados em meios de
comunicação que exponham o usuário de forma inadequada.

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