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Faculdade Unida de Campinas

Ketley Fernanda Felix Fonseca

A história do Código de Ética do Psicólogo

Goiânia
2023
Ketley Fernanda Felix Fonseca

A história do Código de Ética do Psicólogo

Essa pesquisa tem como intuito informar


o leitor a respeito da criação e
desenvolvimento das atualizações da
resoução dos códigos de ética do
profissional de psicólogia.

Professora: Isadora Gonçalves

Goiânia
2023
A palavra ética deriva se do Grego ethos que quer dizer um conjunto de
contumes e hábitos fundamentais, no que tange o comportamento de intituições e
afazeres de uma cultura atrelados aos valores, ideias, crenças que são
caracetristicas de uma determinada coletividade, época e religião. Sendo assim, a
ética é então uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que
analisa e critica os fundamentos e princípios que regem um determinado sistema
moral. O dicionário abbagnado, entre outras considerações nos diz que a ética é "em
geral, a ciência da conduta" (ABBAGNANO, sd, p.360) e Sanchez VASQUEZ (1995,
p.12) amplia a definição afirmando que "a ética é a teoria ou ciência do
comportamento moral dos homens em sociedade”. Ou seja, é ciência de uma forma
específica de comportamento humano primordial nas relações, pois ela nos ajuda a
fundamentar a forma como nos coportamos.
No ambiente de trabalho temos a ética do profissional um Código de Ética
que nos auxilia a estabelecer padrões esperados quanto às práticas coordenadas
pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a
autorreflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua prática, de modo a
responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas consequências no
exercício profissional, a intenção é de assegurar dentro dos valores relevantes para
a sociedade e para as práticas desenvolvendo um padrão de conduta que fortaleça
o reconhecimento social adeguado aquela categoria, expressando uma concepção
de homem e de sociedade pautada no respeito pelo sujeito e seus direitos
fundamentais.
O primeiro código de ética
Na psicologia, para chegarmos ao código de ética do psicologo atual outros
três foram construidos anteriormente. O primeiro código de ética foi criado em 1975
na resolução do conselho federal de psicologia numero 8, foi elaborado a partir de
discussões promovidas pela associação Brasileira de Psicologia e pela sociedade de
Psicologia de São Paulo que dispunha de psicologos de várias associações. O
documento original foi desenvolvido pelo professor Oswaldo de Barros Santos e se
referia aos conjuntos de normas da ética profissional para psicologia, publicado pela
New York Sate Psyhological Association, o texto foi traduzidos e adaptados para o

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brasil por Betty Katzenstein e Eliezer Scheneider e posteriormente publicado nos
Arquivos Brasileiros de Psicologia aplicada.
Conforme disserta Mello (1983), o conteudo ideológico que apresentava
parecia ter sido extraido de códigos médiocos: ´´As pretensoes implicitas seriam as
de reivindicar para a profissão recem nascida, as prerrogativas e o prestigio da
profissão médica.´´ (pagina 104), ou seja, não possuia um olhar crítico ao ser, tal
precisão não abrangia todas as demandas que surgia na nova profissão, o primeiro
código de ética da categoria era composto por cinco principios fundamentais e
quarenta artigos distribuidos em treze capítulos que são: das responsabilidades
gerais do psicólogo, das responsabilidades para com o cliente, das
responsabilidades e relações com as instituições empregadoras, das relações com
outros psicólogos, das relações com outros profissionais, das relações com
associações congêneres e representativas do psicólogo, das relações com a justiça,
do sigilo profissional, das comunicações científicas e das publicações, da
publicidade profissional, dos honorários profissionais, da fiscalização do exercício
profissional da psicologia e cumprimentos dos princípios éticos, disposições gerais.
O segundo código de ética
Já o segundo foi desenvolvido quatro anos depois na resolução do conselho
regional de psicologia numero 029, de 30 de agosto de 1979, nessa data o numero
de psicologos registrados excedia os 20 mil, a maioria exercia atividades liberais,
privativas, clinico curativo e terapeutico. Nesse contexto, havia uma desarmonia
entre algumas áreas de atuação profissional de maneira que a gestão do conselho
federal de psicologia (CFP) buscou manter as discussões em torno do código
(Velloso, 1980), a demanda de novos campos de atividade insentificou a
compreensão do cfp para a necessidade de realizar uma revisão do código para que
alguns desses conflitos pudessem ser amenizados.
A aprovação da nova versão ocorreu dia 30 de agosto de 1979, por conta da
comemoração do centenário da psicologia, resolução CPF numero 029/79 que
apresentava 5 principios fundamentais e 50 artigos distrubuidos em 12 capitulos ,
alguns temas ganharam enfase como: Sigilo com relação a Justiça, outros foram
excluidos comoo paragrafo ‘h’ do artigo 4 do codigo anterior que discorria sobre a
pratica de interrogatorio sob ação de hipnose. O segundo codigo passou a ter por

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capitulos responsabilidades legais do psicologo, responsabilidade para com o
cliente, responsabilidades e relações com as instituições impregadoras, relações
com outros psicologos e com profissionais multidissiplinar, relações com
associações congregantes e representantes dos psicologos, relações com justiça,
sigilo profissional, comunicação cientifica e da divulgação ao publico, publicidade
profissional, honorarios profissionais e observancia, aplicação e comprimento do
codigo.
Com isso, a Comissão de Ética (Coe) – que antes cumulava a função
de zelar pela ética profissional e fiscalizar o exercício profissional – passou a se
dedicar à disciplina, via instauração, instrução (condução) e julgamento de
Processos Disciplinares Éticos (PDE) representados em desfavor dos psicólogos,
dentro do rigor da Lei. Sendo assim, no ano da aprovação do CFP 001/1978 foi
estabelecido em caracter permanente uma comissão de fiscalização dos serviço do
profissional de psicologia, conhecido como Concelho Federal de psicologia que tem
a função de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de psicólogo, de
forma a zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe.
O terceiro codigo de ética
Resolução CFP 0002/87, de 15 de agosto de 1987, nessa versão no contexto
social ocorreriam mudanças na conjuntura politica e socioeconomica a população
sofria com o emprobecimento , crescimento desordenado, concentração nos centros
urbanos, processo de abertura democratica e movimento para eleições diretas para
presidente(Direta já) . Com todas as demandas sociais e as mudanças que estavam
ocorrendo houve um movimento no interior dos concelhos para promover uma
mudança no codigo de 1979, que propunha desenvolver um instrumento menos
corporativo e que se preocupasse mais com as transformações sociais , que
considerasse as preocopações e anseios dos profissionais mas sem perder o
interesse da população.
Após 25 anos de relugalamentação da psicologia no Brasil o CFP aprovou o
3º codigo de etica profissional do psicologo, para ser desenvolvido ele contou com
varias pesquisas realizadas por psicologos de todos os concelhos regionais de
psicolgia e grupos de profissionais de diferentes areas, efeito do contexto historico
de redemocratização em processo no pais (1987 a 1988). O codigo buscou agregar

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principios gerais e basicos com normas mais detalhadas que pudessem detalhar e
fundamentar as situações profissionais mas que mantivessem a abertura a
criatividade e de resoluçoes de problemas, promovendo uma reflexão e a
compreensão das singularidades que permitem o exercicio da criatividade ,
liberdade e espontaniedade fazendo com que o psicologo enxergasse o cliente
como um ser de relação com o mundo.
Contudo, o codigo ainda salientava que o agir ético deve ir alem do pensar
bem e honestamente, é necessário que o profissional tenha conciencia de suas
ações e ao individuo é cobrado uma conduta moral para viver em sociedade,
respeitando regras e leis tendo por base a disciplina, adaptação, autonomia, sendo
assim, o codigo devia estar sujeito as leis da mudança, aberto as reflexões que o
atualizassem continuamente, a concepçao de ética proposta se referia a etica como
prática de si, portanto não equivalia na moral, tratava se de uma etica de
compromisso com a sociedade, cliente e do próprio psicologo. O CEPP de 1987
exibia 7 principios fundamentais e um todal de 50 artigos e paragrafos dispostos em
10 capitulos: responsabilidades gerais do psicologo, relações com os profissionais
ou psicologos, relação com a categoria, relação com a justiça, sigilo, comunicações
cientificas e da divulgação ao publico dos honorarios da observação e comprimento
do codigo.
A resolução do 3º codigo sofreu algumas criticas o que ocasionou anos
mais tarde 2 alterações uma em 1990 com a resolução CFP nº 006ª/90 que
revogava o artigo 5 e seus paragrafos , outra em 1995 com a resolução CFP nº
002/95 que discorria sobre a prestação de serviços psicologicos por telefone,
incluindo o paragrafo O ao artigo 2 vetando este tipo de atividade.
Quarto codigo de ética
Resolução CFP 010/2005, de 27 de agosto de 2005 Em 1997, ocorreu
um movimento de intenção para reformular o CEPP – que começou com o I Fórum
Nacional de Ética realizado em Brasília. Em 2001, houve a revogação do Código de
Processamento Disciplinar, Resolução CFP n° 005/1988. Em seu lugar foi instituída
a Resolução CFP n° 006/2001 e com ela, a principal alteração estabelecida que
trouxe repercussões importantes na instrução processual: a possibilidade da
interrupção do prazo prescricional para apuração de eventuais infrações ao CEPP.

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No ano de 2003 o XII plenario do CFP, o Sistema Conselhos promoveu o II
Fórum Nacional de Ética em Brasília que obteve como resultado dos Fóruns
Regionais, 420 teses que foram acolhidas e encaminhadas pelos delegados
representantes dos Conselhos Regionais para discussão no II Fórum Nacional de
Ética, com isso o relatório final do II Fórum Nacional continha as propostas de
ampliação e modernização do Código de Ética que foi submetido a Assembleia das
Políticas Administrativas e Financeiras do Sistema Conselhos, optou pela criação de
um Grupo de Trabalho (GT) que se encarregou de fazer a minuta do Código de Ética
que deveria ser avaliado e aprovado pelos Plenários do Sistema Conselhos,
retornando, posteriormente, à APAF, que seria entregue à categoria a versão final
que foi aprovada no dia do psicologo.
O novo documento consta de sete Princípios Fundamentais e 25 artigos,
distribuídos em dois capítulos: das responsabilidades do psicólogo e das
disposições gerais ,sua intenção era se assemelhar mais á um instrumento de
reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelos psicologos é
trazer diretrizes de práticas passíveis de ocorrer em diversos contextos e não mais
em situações específicas. Em comparação aos demais, este novo Código em vigor é
bastante reduzido, tendo eliminado alguns artigos e paragrafos e, por conseguinte,
deixando de tratar alguns temas de forma mais específica e direta, para se tornar um
instrumento com princípios mais gerais e amplos, com a finalidade de permitir a
discussão e reflexão da profissão como um todo.

Referencias:
AMENDOLA, Marcia Ferreira . História da construção do Código de Ética
Profissional do Psicólogo. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 660-
685,2014. Acesso em :
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/12559/9743 em
24/05.

Conselho Federal de Psicologia (1975). Resolução CFP N° 010/1975, Código de


Ética Profissional do Psicólogo, I Plenário. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (1976). Resolução CFP N° 014/1976, Código de
Processamento Disciplinar. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (1978). Resolução CFP N° 001/1978, II Plenário,
Comissão de Orientação e Fiscalização. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia.(1979). Resolução CFP n° 029/79. Código de Ética
Profissional do Psicólogo, III Plenário, Brasília, DF: CFP.
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Conselho Federal de Psicologia. (1982). Resolução CFP N° 015/1982. Código de
Processamento Disciplinar. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (1983). Resolução CFP N° 009/1983. Código de
Processamento Disciplinar. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (1987). Resolução CFP N° 002/87. Código de Ética
Profissional do Psicólogo, VI Plenário, Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (1988). Resolução CFP N° 005/88. Código de
Processamento Disciplinar. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (1995). Resolução CFP N° 002/95, dispõe sobre a
prestação de serviços psicológicos por telefone. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (2001). Resolução CFP n° 006/2001. Código de
Processamento Disciplinar. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (2004). Sistema Conselhos de Psicologia: 30 anos
de história. Edição Comemorativa. XII Plenário. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (2005). Resolução CFP n° 010/2005. Código de
Ética Profissional do Psicólogo, XIII Plenário. Brasília, DF: CFP.
Conselho Federal de Psicologia. (2007). Resolução CFP n° 006/2007. Código de
Processamento Disciplinar. Brasília, DF: CFP.
Drawin, C.R. (1985). Ética e Psicologia: por uma demarcação filosófica. Psicologia
Ciência e Profissão, 5(2), 14-17.

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