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A formação em Psicologia
Nesse sentido, a formação da(o) psicóloga(o) brasileira(o) tem
sido alvo de debate e reexão desde muito antes da regulamentação
da prossão, na busca constante da qualicação teórico-metodológica,
ética e técnica. A prossionalização da Psicologia e a perspectiva da
formação superior como possibilidade de ascensão para as camadas
médias da população levaram ao aumento do número de cursos e da
procura de estudantes para esses cursos. “Em 1975, vamos assistir
a um verdadeiro boom de psicólogas(os) e de escolas de Psicologia”
(BOCK, 1999, p. 75). Contudo, o currículo mínimo para cursos de
Psicologia, estabelecido pelo Parecer nº 403 do Conselho Federal de
Educação, aprovado em dezembro de 1962, baseava-se na transmis-
são de conhecimentos organizados em um conjunto especíco de
disciplinas e praticamente não considerava o contexto sociocultural
no qual o curso estava inserido. Portanto, esse modelo de formação,
baseado apenas na reprodução de informação, aponta para a cons-
tituição de um perl prossional reprodutor de um conhecimento
já existente, por vezes importado de uma realidade distinta daquela
encontrada no país (VIEIRA-SANTOS, 2016).
Assim, novas diretrizes curriculares foram desenvolvidas,
evidenciando a importância dos processos formativos no intuito de
transformar as práticas, as perspectivas e o perl das(os) prossionais
psicólogas(os). É nesse contexto que o conceito de compromisso
e responsabilidade social começa a ser inserido. Desse modo, o
Conselho Nacional de Saúde (CNS), que autoriza e reconhece os cursos
de Psicologia, propõe que a formação seja generalista, humanista,
crítica, reexiva, ética e transformadora instituindo com a Resolução
Desinstitucionalização: (Re)construindo
possíveis caminhos para a Psicologia
É importante realizarmos um resgate sobre o modo como
ocorreu a institucionalização da loucura, percebendo os elementos
existentes nessa linha do tempo que nos conduziram até o momento
PROFISSIONAIS USUÁRIOS
SOCIEDADE FAMILIARES
O Acolhimento
Além de representar uma das diretrizes de maior relevância na
Política de Humanização, o acolhimento pode ser compreendido como
o primeiro contato da psicóloga e do psicólogo, como membros da
equipe de saúde mental, com aquele que procura um serviço orientado
para funcionar com as portas abertas. A estratégia de recepcionar
todas as pessoas que busquem o cuidado para seus sofrimentos
psíquicos pretende garantir que os serviços pratiquem a acessibi-
Atividades grupais
Todo o conjunto de ações apresentadas no decorrer desta refe-
rência técnica aponta para uma dimensão ampliada de intervenções
possíveis de serem desenvolvidas por prossionais da Psicologia no
âmbito do CAPS. Vale ressaltar que, para este serviço, as atividades
coletivas, como os grupos e ocinas, constituem-se como principal
recurso terapêutico para o desenvolvimento de habilidades cogniti-
vas, comunicacionais, relacionais e contratuais, instrumentalizando
os sujeitos para o exercício da cidadania, autocuidado e reinserção
social (RIBEIRO, MARIN e SILVA, 2014).
Assim, a nova conguração dos serviços de saúde mental tem
os atendimentos grupais reconhecidos como um espaço adequado
para a exploração da subjetividade ao possibilitar que os membros
reproduzam neste ambiente os papéis que ocupam no dia a dia de
suas relações (BELLENZANI, COUTINHO e CHAVEIRO, 2009) Com a
ampliação da prática clínica, ocorre também a utilização de tecnolo-
gias que fomentem e valorizem o contato interpessoal, reconhecendo
a intersubjetividade como fator a ser considerado na construção de
um projeto terapêutico resolutivo.
Lançando luz sobre uma das denições conceituais existentes
acerca de grupo, Pichon-Riviére (2009) considera que o chamado
grupo operativo é denido como um conjunto de pessoas ligadas
entre si por uma constante de tempo e espaço, articuladas por mú-