PROPOSTA CURRICULAR – RIO NEGRINHO: o Criativo.
o Humanizado.
P.06
AOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
• A Proposta Curricular é pautada nas teorias:
o Pedagogia Histórico-Crítica - Demerval Saviani
o Psicologia Histórico-Cultural - Lev Vigotski.
• A Proposta Curricular aborda as seguintes etapas da Educação Básica:
o Educação Infantil.
o Ensino Fundamental – anos iniciais.
o Ensino Fundamental – anos finais.
o Educação Especial.
o EMEJA (Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos).
• A Proposta Curricular busca uma formação Omnilateral do sujeito.
P.08
APRESENTAÇÃO
• Em 2018 surgiu a necessidade de desenvolver a Proposta Curricular.
• A Proposta Curricular está em acordo com a Educação Nacional e o Currículo Base da
Educação do Território Catarinense.
• A Proposta Curricular, pautada na Pedagogia Histórico-Crítica de Saviani entende o
mundo a partir da perspectiva Materialista.
P.09
• “A corrente filosófica materialista histórico-dialética que fundamenta a pedagogia
histórico crítica proporciona reflexões acerca de um trabalho educativo voltado à
transformação social, que passa pelo reconhecimento de que os indivíduos estão
inscritos no plano da história, mas também são agentes construtores dela, (…).”
(PROPOSTA CURRICULAR, negrito nosso)
• O currículo não é neutro: “O currículo não é um corpo neutro, inocente e
desinteressado de conhecimentos, mas sim, “uma opção historicamente configurada,
que se sedimentou dentro de uma determinada trama cultural, política, social e
escolar.” (SACRISTÁN apud PROPOSTA CURRICULAR).
• Objetivo: construir uma sociedade democrática, mais justa e igualitária.
P.10
• O indivíduo deve se tornar um agente ativo da sua história.
• Formar um aluno:
o Participativo.
o Crítico.
o Emancipado.
• A Escola não deve ser pensada como um espaço de armazenamento ou transmissão
de conteúdos.
P.12
INTRODUÇÃO:
• A escolha da Pedagogia Histórico-Crítica foi feita pelos profissionais da educação do
município.
P.13
• “Em todas as etapas da Educação Básica, se faz necessário o fortalecimento da
autonomia dos sujeitos por meio da mediação e do respeito às zonas de
desenvolvimento, conforme aponta Vigotski.” (PROPOSTA CURRICULAR, negrito
nosso)
• Alfabetização: “a psicologia histórico cultural destaca a importância da relação
dialética dos mecanismos de grafia e fonemas na compreensão da palavra”
(PROPOSTA CURRICULAR)
P.14
• CONSCIÊNCIA: “Na pedagogia histórico-crítica, a educação deve comprometer-se com
a elevação da consciência como parte fundamental da transformação humana,
levando em conta os elementos culturais a serem apropriados pelos sujeitos que se
humanizam, atendendo à dimensão da totalidade.” (PROPOSTA CURRICULAR)
P.15
• Objetivo da Educação/Escola: Emancipação do Homem.
P.16
1. EDUCAÇÃO BÁSICA – FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL:
• Inicialmente, o homem é um impulso pela manutenção da sua condição biológica,
impulso este que se materializa no cuidade com a alimentação e segurança.
• Através do trabalho/atividade/ação/fazer, o homem, ao transformar a natureza,
transforma-se a si próprio e a sociedade. Através do trabalho/atividade/ação/fazer o
homem supera a natureza orgânica e inicia a história social.
P.17
• Formação Humana Integral = Educação Omnilateral.
P.17-18
• A Educação Integral “visa desenvolver percursos formativos mais integrados,
complexos e completos, que considerem a educabilidade humana em sua múltipla
dimensionalidade.” (PROPOSTA CURRICULAR)
P.19
2. PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL E A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA:
• Para Saviani a teoria e a prática possuem uma relação umbilical em que uma depende,
necessariamente da outra. A teoria só tem finalidade na medida em que ela orienta a
prática, e a prática, por si só, é cega, ela precisa da teoria para refletir de forma
consciente sobre o que fazer.
• “A rede municipal de ensino assume, desde 2016, a psicologia histórico-cultural como
perspectiva de desenvolvimento humano que orienta o processo educativo.”
(PROPOSTA CURRICULAR)
• A Pedagogia Histórico-Crítica:
o Reconhece os conhecimentos prévios do educando.
o Reconhece a importância do professor no trabalho educacional.
P.20
• A opção por uma teoria não a torna perfeita, capaz de dar todas as repostas para
todos os problemas, bem como, não desqualifica as demais. Portanto, esta opção é
sempre provisória, aberta a correções e complementações.
• “Por essa teoria [psicologia histórico-cultural], compreende-se o homem como um ser
histórico e social que aprende e se desenvolve a partir das múltiplas relações sociais
mediadas por sistemas simbólicos, portanto, é concebido como alguém que
transforma e é transformado nas relações estabelecidas com determinada cultural.
(OLIVEIRA, 1997; REGO, 2014).” (PROPOSTA CURRICULAR, colchetes nossos)
P.22
• A teoria nos permite a “superação da síncrese (visão caótica da realidade) pela
mediação da análise, tendo em vista a formulação da síntese (visão sistematizada da
realidade)” (PROPOSTA CURRICULAR)
• HOMEM: “a natureza humana não é dada ao homem, mas é por ele produzida sobre
a base da natureza biofísica” (SAVIANI apud PROPOSTA CURRICULAR)
3. CONCEPÇÕES QUE COMPÕEM A PROPOSTA:
3.1 Concepção de Homem:
• “o homem é um ser social em constante transformação.” (PROPOSTA CURRICULAR).
P.23-24
• O Homem transforma a Natureza e, ao transformar a natureza, transforma a si
próprio.
P.24
• “Na Pedagogia histórico-crítica, busca-se compreender o homem como ser
omnilateral, um ser em continua formação, que se forma a partir de convivência em
sociedade, por meio do seu trabalho.” (PROPOSTA CURRICULAR)
• “A referida pedagogia apresenta a mediação como grande ponto de articulação com
a psicologia histórico-cultural. Segundo Vigotski, as funções psicológicas superiores
(memória, atenção voluntária, a linguagem) são desenvolvidas a partir da relação do
sujeito com a cultura – num processo de mediação.” (PROPOSTA CURRICULAR).
P.25
3.2 Concepção de Escola:
• Objetivo da Escola: transformar o ser humano em protagonista da sua história.
P.26
• “Para Saviani, a escola é a mediadora entre o saber popular e o saber erudito, (…).”
(PROPOSTA CURRICULAR)
3.3 Concepções de Sociedade:
• A sociedade é marcada pela luta de classes no desenrolar da história.
• Nessa luta de classes, a escola auxilia a Classe trabalhadora a ter acesso “ao
conhecimento mais especializado que a sociedade já produziu” (PROPOSTA
CURRICULAR)
P.27
• Objetivo da Escola: “Para que haja transformação da realidade e progresso social,
precisa existir transformação do comportamento humano, a partir da ampliação da
consciência.” (PROPOSTA CURRICULAR)
P.28
3.4 Concepção de Conhecimento:
• Prática/Teoria/Prática.
3.5 Concepção de Professor:
P.28-29
• Na Pedagogia Tradicional o professor era um mero transmissor de conteúdo. Na
Pedagogia Nova ele era um mero facilitador.
P.29
• Na Pedagogia Histórico-Crítica o professor é um “agente ativo, interlocutor experiente
que conduz seus alunos às reflexões necessárias. Um educador que problematize o
conhecimento e organize uma instrumentalização que estimule o educando,
tornando, assim, o ensino e aprendizagem significativo.” (PROPOSTA CURRICULAR)
• “Na concepção histórico-Crítica o professor assume a postura de direcionador do
processo pedagógico, é ele que cria as condições necessárias para a apropriação do
conhecimento, cotejando o conhecimento científico e os conhecimentos prévios que
o aluno possui, tendo como elemento articulador a prática social. Portanto, cabe ao
professor esclarecer de modo sintético a relação entre a realidade-teoria-realidade,
trabalhando os conteúdos de forma contextualizada, buscando estratégias
 (instrumentalização) para ressignificar conceitos, signos e conhecimentos prévios dos
alunos, proporcionando o entendimento da realidade e, em razão disso, modificando
sua ação no contexto social, amplo e próximo.” (PROPOSTA CURRICULAR)
• “Para trabalhar nessa perspectiva, o educador necessita de pleno domínio de
conteúdo, conhecimento técnico-científico, dinâmico, reflexivo, além de ser ativo,
participativo e interativo, (…).” (PROPOSTA CURRICULAR)
P.31
4. PRÁTICA SOCIAL: AÇÃO METODOLÓGICA NA PERSPECTIVA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-
CRÍTICA:
• O homem é um sujeito histórico.
• O trabalho é vital para a construção da humanidade.
• A educação é uma atividade intencional do ser humano.
• Para Marx, enquanto o animal é um ser inconsciente, não-cumulativo e responde a
situações imediatas, o home é um ser consciente, cumulativo e responde de forma
mediata as necessidades e imposições sociais. Enquanto o animal apenas está no
mundo, o homem, através do trabalho, o ressignifica/reconstrói e o humaniza o
mundo.
• O homem objetifica o homem. Por objetificar entenda-se que o homem se distancia
dele, toma consciência dele e age sobre ele, transformando-o.
• A história é a substância do homem.
P.33
• A escola deve promover a emancipação.
• O conhecimento não é um fim em si mesmo, antes, ele deve promover a mudança
social.
P.35
• CONHECIMENTO CLÁSSICO: “Saviani, (…), deixa claro que o conhecimento ofertado
na escola não se trata de qualquer saber, mas o saber “clássico” construído
historicamente pela humanidade e que contribui para a humanização dos indivíduos,
o que não pode ser confundido com o saber popular, o saber cotidiano. A socialização
do saber popular não se encontra como objeto da educação escolar, tendo em vista
que este já é apropriado pelo indivíduo nas relações cotidianas. O saber sistematizado
apresenta-se como instrumento de uma elaboração crítica desse saber popular já
incorporado.” (PROPOSTA CURRICULAR)
• A Pedagogia Histórico-Crítica distingue conhecimento empírico (trazido pelas
experiências cotidianas do aluno) do conhecimento concreto (abstração da realidade
imediata, identificando as teleologias da realidade imediata).
P.36
• A Pedagogia Histórico-Crítica busca elevar a consciência.
• A Pedagogia Histórico-Crítica se contrapõe à:
o Métodos tradicionais: “caracterizados pela passividade, transmissão de
conteúdos descontextualizados e memorização” (PROPOSTA CURRICULAR)
o Pedagogia Nova: “assunção de uma prática docente pautada
especificamente no pragmatismo e nos interesses mais imediatos dos
alunos” (PROPOSTA CURRICULAR)
• A Proposta Curricular se opõe a uma falsa “interdisciplinariedade” dos “projetos” e
“temas geradores”.
P.37
• Três passos da Pedagogia Histórico-Crítica:
o 1º “ver a prática social dos sujeitos da educação – professor e aluno
refletindo sobre a importância da busca do conhecimento, refletindo a
prática cotidiana” (PROPOSTA CURRICULAR)
o 2º “Teorização sobre a prática social – levantamento e questionamento do
cotidiano na busca de suporte teórico que explique a realidade” (PROPOSTA
CURRICULAR)
o 3º “Retorno a prática – transformando-a” (PROPOSTA CURRICULAR)
o Obs.: “(…), a prática social é ponto de partida e ponto de chegada.”
(PROPOSTA CURRICULAR, p.38)
P.38
• Na Pedagogia Histórico-Crítica temos a “passagem do empírico ao concreto pela
mediação do abstrato, passagem da síncrese à síntese pela mediação da análise.”
(PROPOSTA CURRICULAR)
P.38-39
• DIDÁTICA:
o “finalidade – para quem ensinar; objetos – o que ensinar; ações e operações
– como ensinar; destinatário – a quem se ensinar; condições objetivas do
trabalho educativo – em quais condições’ (PROPOSTA CURRICULAR)
P.40
• Fundamentos da Didática Histórico-Crítico:
 intermediários do método, cabe identificar as questões suscitadas pela prática social
(problematização), dispor os instrumentos teóricos e práticos para a sua
compreensão e solução (instrumentalização) e viabilizar sua incorporação como
elementos integrantes da própria vida dos alunos (catarse).” (SAVIANI apud
PROPOSTA CURRICULAR)
P.46
5. CURRÍCULO:
• O trabalho e a educação são atividades exclusivamente humanas.
• A Educação é um Trabalho Não-material.
P.47
• “(…), entende-se que este é o cerne da definição de currículo para a pedagogia
histórico-crítica, pois Saviani (2003ª) define claramente qual é a função da educação,
mais especificamente da educação escolar que neste caso, é a de identificar quais
conteúdos são prioritariamente fundamentais na continuidade do desenvolvimento e
evolução do gênero humano, isto é, na formação humana omnilateral e,
consequentemente quais conteúdos produzidos historicamente devem ser
selecionados e incluídos no currículo escolar de forma a torna-lo realmente um
instrumento para a emancipação do ser humano.” (PROPOSTA CURRICULAR)
P.49
6. EDUCAÇÃO INFANTIL:
Obs.: Diagrama feito com base no Diagrama da Proposta Curricular.
• A partir de 2013 a Educação Infantil, que é parte integrante da Educação Básica,
Obs.: O espiral é para simbolizar o processo dialético.
passou a ser obrigatória para as crianças dos quatro aos cinco anos de idade.
• PRÁTICA SOCIAL: “(…), a prática social entende-se que ela é comum a professores e
• A Educação Infantil no mundo, inicialmente tinha uma função assistencialista, de
alunos. Apesar disso, não é concebida vivenciada da mesma forma por professores e
prover as condições mínimas de alimentação e higiene para as crianças de famílias de
alunos, pois o professor tem uma visão sintética da prática social, na forma de uma
baixa renda, sem maiores preocupações pedagógicas.
síntese precária e os alunos têm uma visão sincrética, ou seja, caótica dessa mesma
P.50
prática.” (PROPOSTA CURRICULAR, P.37)
• Em Rio Negrinho a Educação Infantil é atendida nos CMEI’s (Centro Municipal de
• PROBLEMATIZAÇÃO: “(…) é a detecção de problemas que precisam ser resolvidos no
Educação Infantil).
âmbito da prática social e possibilidades de enfrentamento desses problemas por
• Na Educação Infantil se valoriza as interações das crianças (com seus pares e com os
meio da educação.” (PROPOSTA CURRICULAR, P.37)
adultos), as brincadeiras, as vivências que os alunos trazem do espaço familiar, a
• INSTRUMENTAÇÃO: “(…) entendida como a apropriação dos instrumentos teóricos e
preocupação com a socialização e com o desenvolvimento.
práticos ao equacionamento dos operações problemas detectados na prática social”
P.51
(SAVIANI apud PROPOSTA CURRICULAR, P.37-38)
•
P.45
• “Daí decorre um método pedagógico que parte da prática social em que professor e
aluno se encontram igualmente inseridos, ocupando, porém, posições distintas,
condição para que travem uma relação fecunda na compreensão e no
encaminhamento da solução dos problemas postos pela prática social. Aos momentos