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Direito Administrativo

Requisitos e Elementos

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Direito Administrativo!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Atos administrativos ............................................................................................................5
4.1 Ato Administrativo Vinculado e Discricionário ............................................................................. 5
4.2 Elementos de existência do ato ................................................................................................... 6
4.3 Competência .............................................................................................................................. 7
4.4 Delegação e avocação de competência ........................................................................................ 7
4.5 Vícios de competência .............................................................................................................. 10
4.6 Finalidade ................................................................................................................................. 12
4.7 Forma ....................................................................................................................................... 13
4.8 Vício de Forma .......................................................................................................................... 15
4.9 Motivo ..................................................................................................................................... 16
4.10 Teoria dos motivos determinantes ........................................................................................ 18
4.11 Objeto .................................................................................................................................. 19
5 Tredestinado...................................................................................................................... 20
6 Resumão dá Aula ............................................................................................................... 20
7 Questões para treinar ........................................................................................................ 22
7.1 Gabarito ................................................................................................................................... 27

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Recapitulando....

Neste material nós vamos falar a respeito dos requisitos e elementos dos atos
administrativos, mas, antes de avançarmos no conteúdo propriamente dito, é
necessário relembrar alguns conceitos primordiais.

4 Atos administrativos
Os atos administrativos são, a manifestação de vontade unilateral do Estado ou
de quem lhe faça as vezes. Tem por objetivo travar relações jurídicas, criando,
extinguindo, modificando direitos/ obrigações. Sempre com a finalidade de atender o
interesse público, sob o regime jurídico de direito público. Assim, por consequência,
os atos da administração podem ser entendidos como toda manifestação de vontade
emanada pela administração pública, porém, nem sempre os atos da administração
serão atos administrativos, uma vez que os atos da administração podem ter caráter
público ou privado, podem ser atos políticos ou de governos, atos materiais, entre
outros.

Além disso, para que o ato seja caracterizado como administrativo, é necessário
que os requisitos de existência, validade e eficácia sejam cumpridos.

Existência

Validade Eficácia

4.1 Ato Administrativo Vinculado e Discricionário

O ato administrativo vinculado é aquele no qual, presentes as condições


previstas na lei, a autoridade é obrigada a praticar o ato, a exemplo do que ocorre
com a licença para construção de imóvel.

Os atos discricionários, por sua vez, são aqueles em que a lei permite ao agente
público realizar um juízo de conveniência e oportunidade (mérito), decidindo o melhor
ato a ser praticado. Nesses atos, a lei confere ao administrador certa margem de

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liberdade para a escolha do ato mais adequado ao caso concreto. A prorrogação de


concurso público é ato discricionário, uma vez que o sujeito competente tem
liberdade para analisar e decidir se irá prorrogar, ou não, o certame. A autorização de
uso de bem público também se enquadra nessa categoria de ato.

4.2 Elementos de existência do ato

Os elementos do ato administrativo vinculado (competência, finalidade, forma,


motivo e objeto) são também vinculados, ou seja, já estão contidos na lei, e, por isso,
não há margem de escolha para a autoridade. Portanto, preenchidos todos os
requisitos legais, a autoridade competente deve editar o ato administrativo vinculado.

Já em relação ao ato administrativo discricionário, o entendimento majoritário


é de que apenas os elementos motivo e objeto podem ser discricionários. Na
realidade, ao menos um deles deverá sê-lo, senão o ato seria vinculado. Os demais
elementos são obrigatoriamente vinculados (competência, finalidade, forma) nos
termos da lei aplicável. Desse modo, a discricionariedade presente em um ato
administrativo nunca é total, pois ao menos a competência, a forma e a finalidade são
elementos definidos em lei e, portanto, vinculados.

O motivo e o objeto formam o que nós chamamos de mérito administrativo, ou


seja, o magistrado durante a análise de legalidade não poderá, em regra, adentrar no
mérito administrativo, pois isso diz respeito a administração, embora sua decisão seja
imoral. No entanto, caso o mérito administrativo viole princípios e ultrapasse os limites
legais, uma grande parcela da doutrina e da jurisprudência, admitem que o poder

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judiciário intervenha e revise a decisão.

Pode-se considerar mérito administrativo a avaliação da conveniência e da


oportunidade relativas ao motivo e ao objeto, inspiradoras da prática do ato
discricionário. Frise-se que não pode o agente proceder a qualquer avaliação quanto
aos demais elementos do ato – a competência, a finalidade e a forma, estes vinculados
em qualquer hipótese.

4.3 Competência

É o conjunto de atribuições conferidas pelo ordenamento jurídico às pessoas


jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o objetivo de possibilitar o desempenho de
suas atividades.

A competência não se presume, pois, a lei irá destinar atribuição aos agentes
públicos, bem como limitá-la, estabelecendo círculo de funções de cada órgão e
agente. Portanto, o agente público só poderá praticar os atos que forem
expressamente conferidos pela lei.

Principais características da competência:

é irrenunciável

é intransferível

é imprescritível

é improrrogável

é imodificável pela vontade do agente

é de exercício obrigatório para os órgãos e agentes públicos

4.4 Delegação e avocação de competência

Delegação e avocação ocorrem em situações em que o sujeito que recebeu


atribuição da lei não pratica o ato. No caso da delegação, a autoridade transfere parte
de suas atribuições para que outro agente pratique o ato em seu lugar. Já na avocação,
uma autoridade chama para si ato que seria de seu subordinado.

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O artigo 12 da Lei n. 9.784/99 estabelece que um órgão administrativo e seu


titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

OBS: Havendo delegação entre superior e subordinado, este é


obrigado a aceitar o ato transferido, independentemente de sua
concordância, pois, nessa situação, existe o dever de obediência, salvo
se for manifestamente ilegal. Por outro lado, a delegação feita em
relação na qual não está presente a hierarquia, não gera para o
delegado o dever de aceitar o ato transferido.

A lei também pode impedir que algumas funções sejam objeto de delegação
(art. 13 da Lei n. 9.784/99), vejamos:

Professor, a delegação transfere a titularidade da competência?

A delegação não transfere a competência, mas somente o exercício de


parte das atribuições do delegante. Conforme ensina José dos Santos
Carvalho Filho, “o ato de delegação não retira a competência da
autoridade delegante, que continua competente cumulativamente
com a autoridade delegada”.

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Se liga na súmula:

Súmula 510 do STF:


Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada,
contra ela cabe o mandado de segurança ou medida judicial

OBS: Quando a autoridade delega suas atribuições e depois resolve


retomá-la, ocorrerá a “revogação do ato de delegação”, não se tratando de
avocação. A Lei n. 9.784/99 diz expressamente que o ato de delegação é
passível de revogação a qualquer momento.

É cabível a delegação de delegação?

Conforme anota Gustavo Scatolino, a possibilidade de


subdelegação é prevista no Decreto n. 83.937/79, que regulamenta
o Decreto-Lei n. 200/67, ao fixar que “O ato de delegar pressupõe a
autoridade para subdelegar...”.

A avocação é fenômeno inverso ao da delegação e ocorre quando superior


hierárquico subtrai parte da competência atribuída originariamente ao seu
subordinado. Ao contrário da delegação, não cabe avocação fora da linha hierárquica,
uma vez que o instituto depende de um poder de vigilância e controle somente
existente nas relações hierarquizadas.

SE LIGUE!

A avocação só ocorre em situações excepcionais e temporárias e exige


relação de hierarquia.

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LEMBRE-SE: A competência pode ser objeto de delegação ou de


avocação, desde que não se trate de competência conferida a
determinado órgão ou agente, com exclusividade, pela lei.

4.5 Vícios de competência

Considerando que a competência está ligada ao sujeito, com relação a ele, os


atos administrativos podem estar eivados de alguns vícios, como, a usurpação de
função, a função de fato e o excesso de poder. Em seguida veremos cada um deles de
forma pormenorizada.

Usurpação de função

A usurpação de função é crime definido no artigo 328 do CP: “usurpar o exercício de


função pública”. Ocorre quando a pessoa que pratica o ato não foi por qualquer modo
investida no cargo, emprego ou função; ela se apossa, por conta própria, do exercício
de atribuições próprias de agente público, sem ter essa qualidade. Ocorre este tipo de
vício quando um particular, com DOLO de praticar crime, usa da função pública,
praticando atos que, por óbvio, não possui competência.

Exemplos: médico particular que começa a atender em posto de saúde sem ser
formalmente contratado para tal. Particular que se passa por autoridade policial,
dentre outros.

Função de fato

Aqui não há dolo por parte do agente, pois ocorre quando a pessoa que pratica o ato
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função, mas a sua situação tem
toda aparência de legalidade.

Exemplos: falta de requisito legal para investidura, como certificado de sanidade


vencido; inexistência de formação universitária para função que a exige, idade inferior
ao mínimo legal; o mesmo ocorre quando o servidor está suspenso do cargo, ou

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exerce funções depois de vencido o prazo de sua contratação, ou continua em


exercício após a idade-limite para aposentadoria compulsória.

SE LIGUE!

Na função de fato, a prática do ato ocorre num contexto que tem toda a
aparência de legalidade. Em relação a terceiros de boa-fé, os atos devem ser
mantidos, em razão da teoria da aparência. Por essa teoria, os atos
praticados por funcionário de fato, em relação a terceiros de boa-fé,
receberão a validade, e os seus efeitos serão mantidos, pois um terceiro de
boa-fé não pode ser prejudicado por um ato que teve participação da
Administração, tendo aparência de legalidade.

Excesso de poder

Ocorre quando o agente que pratica o ato excede os limites de sua competência, indo
além das providências que poderia adotar no caso concreto. O vício de excesso de
poder nem sempre resulta em anulação do ato administrativo. Em algumas situações
será possível convalidar o ato defeituoso.

Exemplo: quando a autoridade, competente para aplicar a pena de suspensão, impõe


penalidade mais grave, que não é de sua atribuição; ou quando a autoridade policial
se excede no uso da força para praticar ato de sua competência.

BASE LEGAL: a Lei nº 4. 717 /1965 (Lei da Ação Popular) refere-se ao vício de
competência nestes termos: "a incompetência fica caracterizada quando o ato não
se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou" (art. 2º, parágrafo único,
alínea "a").

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SE LIGUE!

O vício de competência (excesso de poder), entretanto, nem sempre obriga


à anulação do ato. O vício de competência admite convalidação, salvo se se
tratar de competência em razão da matéria ou de competência exclusiva.

4.6 Finalidade

É o objetivo de interesse público buscado com a prática do ato. O direito não


admite ato administrativo sem finalidade pública ou desviado de suas finalidades
específicas. Assim, conforme a doutrina, temos:

 uma finalidade geral ou mediata, que é sempre a mesma, expressa ou


implicitamente estabelecida na lei: a satisfação do interesse público;
 uma finalidade específica, imediata, que é o objetivo direto, o resultado
específico a ser alcançado, previsto na lei, e que deve determinar a prática do
ato.

A finalidade pública geral consiste na satisfação do interesse público


genericamente considerado. Já a finalidade pública específica é o resultado específico
previsto, explícita ou implicitamente, na lei, o qual deve ser alcançado com a prática
daquele ato. A finalidade específica está relacionada ao atributo da tipicidade, pelo
qual a lei estabelece uma finalidade a ser alcançada para cada tipo de ato.

O descumprimento de qualquer dessas finalidades, geral ou específica, acarreta


o vício denominado desvio de poder, também conhecido como desvio de finalidade.
O desvio de poder é vício insanável, não podendo ser convalidado. Com a obrigatória
anulação do ato!!!

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Exemplo: no caso da remoção, há o remanejamento da força de trabalho, o agente


trabalha em determinado setor e, é remanejado para outro setor, com o intuito de
adequar a força de trabalho. A remoção jamais pode ser utilizada como uma sanção,
como um meio de punir o agente, caso contrário o ato será ilegal, pois a finalidade
imediata está viciada.

SE LIGUE!

O desvio de finalidade é também uma forma de abuso de poder. Ocorrerá


quando o agente pratica ato visando ao interesse pessoal ou não atendendo
ao fim determinado pela lei. Nessa forma de abuso de poder, o requisito da
finalidade é que será afetado pela ilegalidade, ao contrário do que acontece
no excesso de poder, em que o requisito da competência é que padecerá de
vício.

Assim, o desvio de finalidade é uma forma de ABUSO DE PODER, deve ser


anulado e não se origina direitos deste ato nulo.

4.7 Forma

A forma é o meio pelo qual se exterioriza à vontade. Em regra, será escrita, mas
pode ser praticada de modo verbal, por gestos, por sons, por placas (pictórico) ou por
meios mecânicos. Só se admite o ato não escrito em situações excepcionais, quando
a própria natureza do ato assim o exigir.

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DOUTRINA: É a exteriorização do ato, que é, em princípio, formal, já que a forma


exigida pela lei quase sempre é a escrita. Existem, entretanto, atos administrativos não
escritos, como são exemplos: ordens verbais do superior ao seu subordinado; gestos,
apitos e sinais luminosos na condução do trânsito; cartazes e placas que expressam uma
ordem da administração pública, tais quais as que proíbem estacionar, proíbem fumar
dentre outros. (MA&VP)

DOUTRINA: "a observância das formalidades constitui requisito de validade do ato


administrativo, de modo que o procedimento administrativo integra o conceito de
forma". (MSZDP)

O não respeito à forma vicia o ato, tornando-o passível de invalidação.

O artigo 22 da Lei n. 9.784/99 prevê que “os atos do processo administrativo


não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”. O
referido comando normativo, em uma primeira leitura, parece indicar que haveria
completa liberdade de forma nos atos do processo administrativo. Contudo, a regra
anterior é complementada pelo parágrafo 1.º, do mesmo artigo, que estabelece que
“os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o
local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável”.

MAS AFINAL, FORMA É VINCULADA OU DISCRICIONÁRIA?!

 VINCULADA – Para a doutrina clássica, forma é elemento sempre


vinculado nos atos administrativos. (RECOMENDÁVEL PARA PROVAS)

 DISCRICIONÁRIA – Para a doutrina moderna, a forma é, em regra,


discricionária, ante a aplicação do art. 22 da Lei nº 9784/99 ("os atos
do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir”).

Assim temos:

 Quando a lei não exigir forma determinada para os atos administrativos, cabe à

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administração adotar aquela que considere mais adequada, conforme seus


critérios de conveniência e oportunidade administrativas.

 Sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para a validade do


ato, a inobservância acarretará a sua nulidade.

4.8 Vício de Forma

Ocorrerá vício de forma quando o ato administrativo for emitido sem a


obediência à forma ou sem cumprimento das formalidades previstas em lei.

Exemplo: quando determinado assunto deve ser objeto de Lei Específica e, é tratado
por meio de Decreto. Neste caso o ato possui um vício na forma.

Em regra, é possível a convalidação do ato administrativo que possua vício de


forma. Contudo, essa convalidação não será permitida nas hipóteses em que a lei
estabelecer que a forma é essencial à validade do ato.

A falta de motivação, quando a lei exige, é defeito de forma do ato, pois


motivação é formalidade do ato administrativo.

SE LIGUE!

Embora se distinga forma e procedimento, no sentido de que aquela indica


apenas a exteriorização da vontade e este uma sequência ordenada de atos
e atividades, costuma-se caracterizar os defeitos em ambos como vícios de
forma.

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MUITO IMPORTANTE: a MOTIVAÇÃO - declaração escrita dos


motivos que ensejaram a prática do ato - integra a forma do ato
administrativo. A ausência de motivação, quando a motivação for
obrigatória, acarreta a nulidade do ato, por vício de forma!!!

Questão 01. Segundo a doutrina, integra o conceito de forma, como elemento do ato
administrativo, a motivação do ato, assim considerada a exposição dos fatos e do
direito que sirvam de fundamento para a respectiva prática do ato.

( ) Certo

( ) Errado

Gabarito: 01. CERTO

4.9 Motivo

Motivo são os pressupostos de fato e de direito que determinam ou autorizam


a realização do ato administrativo. Pode vir expresso, como também pode ser deixado
a critério do administrador.

Quando o ato a ser praticado é vinculado, de forma que a autoridade


administrativa não tem margem para decidir acerca da conveniência e oportunidade
para editá-lo, a ocorrência do motivo determina a prática do ato. Já no caso de ato
discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade administrativa
(possibilidade de análise de conveniência e oportunidade), a presença do motivo
apenas autoriza a prática do ato.

Situação de fato é o acontecimento que gera a expedição do ato administrativo;


é uma situação anterior, que leva a Administração a manifestar sua vontade. Motivo
de direito é o fundamento legal, é o dispositivo de lei que autoriza o ato praticado.

O artigo 50 da Lei n. 9.784/99 estabelece que os atos administrativos deverão


ser obrigatoriamente motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:

a) neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

b) imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

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c) decidam processos administrativos de concurso ou seleção;

d) dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

e) decidam recursos administrativos;

f) decorram de reexame de ofício;

g) deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou

discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

h) importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato


administrativo.

O dispositivo legal prevê, ainda, que a motivação deve ser explícita, clara e
congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de
anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte
integrante do ato (art. 50, § 1.º). A hipótese é denominada pela doutrina de
“motivação aliunde”, a qual é permitida pelo direito brasileiro.

Um vício de motivo é facilmente identificado quando temos uma justificativa


FALSA ou até mesmo INEXISTENTE! Pois o motivo deve ser real e verdadeiro, do
contrário, temos um vício e deve o ato ser anulado por tal ilegalidade.

Logo, ocorre nas seguintes situações:

a) quando o motivo é inexistente;

b) quando o motivo é falso;

c) quando o motivo é inadequado (incongruência entre o motivo e o resultado


do ato).

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SE LIGUE!
MOTIVO É DIFERENTE DE MOTIVAÇÃO

O conceito de motivo é distinto do conceito de motivação. Enquanto o


motivo é a situação de fato ou de direito que permite a prática do ato
administrativo, a motivação é a justificação, a explicação das razões
(motivos) que levaram o agente público a praticar o ato administrativo.
Assim, na motivação, ocorre a explicitação dos motivos que levaram o
administrador a editar o ato administrativo.

OBS.: A motivação deve ser prévia ou concomitante à prática do ato,


para o controle imediato de sua legalidade.

4.10 Teoria dos motivos determinantes

DOUTRINA: “Ainda relacionada com o motivo, há a teoria dos motivos determinantes,


em consonância com a qual a validade do ato se vincula aos motivos indicados como
seu fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade.
Por outras palavras, quando a Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija
a motivação, ele só será válido se os motivos forem verdadeiros.” (MSZDP)

Logo, a teoria dos motivos determinantes se baseia na ideia de que o motivo


do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato
que gerou a manifestação da vontade administrativa. Como consequência da
aplicação dessa teoria, toda vez que o ato administrativo for motivado, sua validade
ficará vinculada à existência dos motivos expostos. Desse modo, ainda que a lei não
exija a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só será válido se os motivos

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declarados forem verdadeiros.

Se liga!

Jurisprudência:
A motivação do ato administrativo deve ser explícita, clara e congruente,
vinculando o agir do administrador público e conferindo o atributo de
validade ao ato. Viciada a motivação, inválido resultará o ato, por força da
teoria dos motivos determinantes. Inteligência do art. 50, § 1.º, da Lei n.
9.784/1999. (RMS 56.858/GO, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 04/09/2018, DJe 11/09/2018).

Professor, havendo diversos motivos declarados no ato


administrativo, se apenas um ou alguns deles forem falsos e os
demais forem verdadeiros e suficientes para justificar a edição
do ato, este deve ter sua nulidade proclamada com base na
teoria ora analisada?

Conforme já decidiu o STJ, “não se invalida o ato, com base na


teoria dos motivos determinantes, se apenas um dos motivos que
determinaram a prática do ato, dentre vários, não se adequa à
realidade fática” (RMS 17.898/MG).

Questão 02. Não se decreta a invalidade de um ato administrativo quando apenas


um, entre os diversos motivos determinantes, não está adequado à realidade fática.

( ) Certo

( ) Errado

Gabarito: 02. CERTO

4.11 Objeto

São os efeitos imediatos decorrentes do ato administrativo. Em outros termos,


corresponde ao efeito prático pretendido com a edição do ato administrativo ou a
modificação por ele trazida ao ordenamento jurídico. Assim, no ato impositivo de
multa, o objeto é a punição do transgressor; por sua vez, no de nomeação do servidor,
o objeto é a sua admissão nos quadros do serviço público.

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DOUTRINA: “Sendo o ato - administrativo espécie do gênero ato jurídico, ele só existe
quando produz efeito jurídico, ou seja, quando, em decorrência dele, nasce, extingue-se,
transforma-se um determinado direito. Esse efeito jurídico é o objeto ou conteúdo do
ato.” (MSZDP)

SE LIGUE!

Assim como o motivo, pode existir mais de um objeto, tornando-o


discricionário ao bom alvitre do administrador.

Quanto aos vícios de objeto, temos que se o ato possuir um objeto ILEGAL,
INDETERMINADO ou INDETERMINÁVEL, será ele nulo por erro no objeto, pois
precisamos de um objeto legal e certo, sem isso, ato nulo por vício insanável.

5 Tredestinado
Cabe destacar que a doutrina e a jurisprudência entendem que existe uma
hipótese em que pode ocorrer a contrariedade à finalidade específica do ato, sem que
se declare sua invalidade, desde que seja observado o interesse público primário
(coletividade). Trata-se da desapropriação, em que, depois de realizada a transferência
da propriedade para o domínio público, altera-se a destinação inicial específica do
ato, denominada tredestinação lícita.

6 Resumão dá Aula
Esquematizando os Elementos do ato administrativo vinculado e discricionário:

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Esquematizando os vícios de competência:

Os vícios que recaem sobre a competência e sobre a forma poderão ser convalidados,
desde que a autoridade competente convalide o ato, tornando-o válido.

No que tange aos vícios de finalidade, o desatendimento a qualquer das


finalidades de um ato administrativo - geral ou específica - configura vício insanável,
com a obrigatória anulação do ato. Assim, o desvio de finalidade é uma forma de
ABUSO DE PODER, deve ser anulado e não se origina direitos deste ato nulo.

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Cara aluna e caro aluno, finalizamos o material, espero que tenha


compreendido, sugiro que você desenvolva um planejamento semanal para que você
possa organizar a sua semana de estudos e otimizar o seu tempo.

Lembre-se de realizar uma pausa, faça um lanchinho, mas não esqueça, é muito
importante que você resolva questões extras e elabore resumos sobre o tema
abordado, pois isso ajudará a fixar o conteúdo e, é mais um passo rumo à sua
aprovação.

ACREDITE, JUNTOS CHEGAREMOS LÁ!

7 Questões para treinar


QUESTÃO 01 - Ainda que não exista uma unanimidade doutrinária quanto aos
elementos do ato administrativo, a lei que regula a ação popular disciplina a questão
ao referir-se aos elementos cuja ausência provoca a invalidação do ato administrativo.
Nesse sentido, o elemento que representa o círculo definido em lei dentro do qual
podem os agentes exercer legitimamente sua atividade é:

A) forma;

B) objeto;

C) competência;

D) motivo;

E) finalidade.

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QUESTÃO 02 - A Administração Pública, para justificar a expedição de um ato


administrativo discricionário, alegou determinada matéria de fato que,
posteriormente, verificou-se materialmente inexistente. Em razão disso, o referido ato
pode, em tese, ser declarado nulo por

A) irregularidade de forma.

B) desvio de finalidade.

C) vício quanto aos motivos.

D) ilegalidade do objeto.

E) vício de imperatividade.

QUESTÃO 03 - No que tange aos requisitos dos atos administrativos, é correto afirmar
que

A) a preterição do procedimento administrativo para a demissão do servidor estável


torna inválida a punição, já que não observou o requisito da legalidade.

B) o agente público que desapropria um imóvel para perseguir seu proprietário


pratica um ato com desvio de finalidade.

C) a competência decorre sempre de lei, mas pode ser derrogada pela vontade da
Administração Pública.

D) está caracterizado o vício quanto ao motivo quando o ato não se incluir nas
atribuições legais do agente que o praticou.

E) a inexistência do objeto se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que


se fundamenta o ato, é materialmente inexistente.

QUESTÃO 04 - Alegando falta de verbas públicas, o Prefeito de uma cidade litorânea


exonerou, ad nutum, determinado servidor. No dia seguinte, sem qualquer
modificação na situação financeira do município, nomeou outro funcionário para a
mesma vaga. Em virtude deste fato, o ato de exoneração será nulo em virtude da
inobservância do requisito do ato administrativo denominado

A) imperatividade.

B) competência.

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C) forma.

D) motivo.

E) auto-executoriedade.

QUESTÃO 05 - Analise o seguinte ato administrativo:

O Governador do estado Y baixa Decreto declarando um imóvel urbano de utilidade


pública, para fins de desapropriação, para a construção de uma cadeia pública, por
necessidade de vagas no sistema prisional.

Identifique os elementos desse ato, correlacionando as duas colunas:

1 Governador do Estado

2 Interesse Público

3 Decreto

4 Necessidade de vagas no sistema prisional

5 Declaração de utilidade pública

( ) finalidade

( ) forma

( ) motivo

( ) objeto

( ) competência

A) 4/3/5/2/1

B) 4/3/2/5/1

C) 2/3/4/5/1

D) 5/3/2/4/1

E) 2/3/5/4/1

QUESTÃO 06 - Lançando mão do conceito de administração pública em seu sentido


orgânico, isto é, no sentido de conjunto de órgãos e pessoas destinado ao exercício
da totalidade da ação executiva do Estado, a Constituição Federal positivou os

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princípios gerais norteadores da totalidade de funções, considerando todos os entes


que integram a Federação brasileira (União, estados, Distrito Federal e municípios).
Assim, os princípios inerentes à administração pública são aqueles expostos no art. 37
da Constituição Federal. Alguns foram positivados de forma expressa, e outros, de
forma implícita ou tácita. Acerca do assunto abordado no texto acima, julgue os itens
subsequentes.

A publicidade é um requisito de forma do ato administrativo, e não, de moralidade.

( ) Certo

( ) Errado

QUESTÃO 07 - De acordo com a disciplina prevista na Lei da Ação Popular, o ato


administrativo apresenta os seguintes elementos ou requisitos: competência, forma,
objeto, motivo e finalidade.

( ) Certo

( ) Errado

QUESTÃO 08 - Segundo a doutrina, integra o conceito de forma, como elemento do


ato administrativo, a motivação do ato, assim considerada a exposição dos fatos e do
direito que serviram de fundamento para a respectiva prática do ato.

( ) Certo

( ) Errado

QUESTÃO 09 - O ato administrativo não surge espontaneamente e por conta própria.


Ele precisa de um executor, o agente público competente, que recebe da lei o devido
dever-poder para o desempenho de suas funções.

( ) Certo

( ) Errado

QUESTÃO 10 - O ato de delegação não retira a atribuição da autoridade delegante,


que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada para o

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exercício da função.

( ) Certo

( ) Errado

QUESTÃO 11 -“Os elementos constituem os pressupostos necessários para a validade


dos atos administrativos. Significa dizer que, praticado o ato sem a observância de
qualquer desses pressupostos (e basta a inobservância de somente um deles), estará
ele contaminado de vício de legalidade, fato que o deixará, como regra, sujeito à
anulação.”

Fonte: CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23 ed.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. p.115.

São elementos do ato administrativo, salvo o(a):

A) objeto.

B) forma.

C) motivo.

D) imperatividade.

E) finalidade.

QUESTÃO 12 - Quanto a desvio de finalidade, julgue o item.


A finalidade convive com a possibilidade de alteração legal de seu conteúdo original
(tredestinação lícita), hipótese em que não haverá nulidade do ato.

( ) Certo

( ) Errado

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7.1 Gabarito

01 C
02 C
03 B
04 D
05 C
06 ERRADO
07 CERTO
08 CERTO
09 CERTO
10 CERTO
11 D
12 CERTO

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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