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Curso de Direito
Beira
2022
RECORRIBILIDADE DO ACTO DEFINITIVO NÃO
EXECUTÓRIO
Beira
2022
INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
CONCLUSÃO.................................................................................................................12
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................................13
4
INTRODUÇÃO
A actuação da Administração Pública é vertida maior parte das vezes por meio do acto
administrativo, assim sendo, com o presente trabalho de Direito Administrativo
pretende-se aflorar em torno da problemática da impugnação dos actos dos actos
definitivos não executórios.
Para a realização do trabalho foi utilizado o método indutivo, que como base a ideia de
Lakatos & Marconi1, consistiu num processo mental por intermédio do qual, partiu-se
de dados particulares, suficientemente constatados, chegando em verdade geral ou
universal. A implementação desse método no presente trabalho consistiu na recolha de
informações particulares disponíveis, e a partir destas, chegou-se a conclusões de
carácter genérico.
1
Marconi, M. D. A. & Lakatos, E. M. 2013, Fundamentos da metodologia científica,
Editora Atlas
2
Gil, A. C. 2008 Métodos e técnicas de pesquisa social, 6a ed, São Paulo, Atlas Editora
5
Acto administrativo é um acto jurídico, ou seja, uma conduta voluntária. Dentro dos
factos jurídicos em sentido amplo figuram várias realidades e, nomeadamente, os actos
jurídicos. O acto administrativo é um acto jurídico. Sendo ele um acto jurídico, são em
regra aplicáveis ao acto administrativo os Princípios Gerais de Direito referentes aos
actos jurídicos em geral.
Por outro lado, e uma vez que o acto administrativo é um acto jurídico em sentido
próprio, isso significa que ficam de fora do conceito, sob este aspecto: Os factos
jurídicos involuntários; As operações materiais; As actividades juridicamente
irrelevantes.
Ao dizer que o acto administrativo é unilateral, pretende-se referir que ele é um acto
jurídico que provém de um autor cuja declaração é perfeita independentemente do
concurso das vontades de outros sujeitos. Nele se manifesta uma vontade da
Administração Pública, a qual não necessita da vontade de mais ninguém, e
nomeadamente não necessita da vontade do particular, para ser perfeita, como é do
entendimento do professor Diogo Freita do Amaral4..
3
Amaral, D. F. D. (2015) Curso de Direito Administrativo, Almeida
4
Idem
6
Os indivíduos que por lei ou delegação de poderes têm aptidão para praticar actos
administrativos são órgãos da administração; as nossas leis denominam-nos também
autoridade administrativa.
Também não são actos administrativos por não provirem de um órgão da Administração
Pública, os actos praticados por indivíduos estranhos à Administração Pública, ainda
que se pretendam fazer passar por órgãos desta. É o caso dos usurpadores de funções
públicas.
É um acto que só poderá ser considerado definitivo, para efeitos de recurso contencioso,
quando haja simultaneamente um acto definitivo em sentido material, horizontal e
vertical.
5
Macie, A. (2014) lições de direito administrativo moçambicano, vol III, Escolar
Escolar
7
Noção de “acto definitivo”, é o acto administrativo que tem por conteúdo uma resolução
final que defina a situação jurídica da Administração ou de um particular.
O “acto executório”, é o acto administrativo que obriga por si e cuja execução coerciva
imediata a lei permite independentemente de sentença judicia 6l. O acto executório
apresenta duas características:
a) A obrigatoriedade;
b) A possibilidade de execução coerciva por via administrativa.
O acto pode ser (de direito) executório e não estar (de facto) a ser executado; o acto
pode ser (de facto) executado sem ser (de direito) executório.
a) O acto administrativo pode não ser obrigatório porque ainda não o é, ou porque
já não o é.
i) Actos que ainda não são executórios:
Acto administrativo dos quais se tenha interposto recurso hierárquico com efeitos
suspensivo.
iii) Actos administrativos que não são susceptíveis de execução coerciva por via
administrativa.
Finalmente, também não são actos administrativos, por não provirem de órgãos da
Administração Pública, os actos jurídicos praticados por órgãos do Estado integrados no
poder moderador, no poder Legislativo ou no poder judicial.
7
Idem
10
forma que, mediante esse acto de autoridade, já existe uma primeira definição do
Direito aplicável.
Não são recorríveis: Os actos que não sejam actos administrativos; Os actos
administrativos internos; Os actos administrativos não definitivos; Os actos
administrativos não executórios, como vinha consagrado no nº 1 do artigo 33 da Lei nº
7/2014, de 28 de Fevereiro, que tem como epígrafe actos recorríveis, estabelece que só é
admissível recurso dos actos definitivos e executórios.
O Digníssimo Provedor da Justiça, ao abrigo do disposto nos artigos 245, nº 2, alínea f),
da Constituição da República de Moçambique de 2004 e 15, nº 1, alínea d), da Lei nº
7/2006, de 16 de Agosto, veio requerer ao Conselho Constitucional a declaração de
inconstitucionalidade da norma do nº 1 do artigo 33 da Lei nº 7/2014, de 28 de
Fevereiro, lei que regula os procedimentos atinentes ao Processo administrativo
contencioso, alegando que o cidadão tem o direito de recorrer aos tribunais para
impugnar todos os actos que violem os seus direitos estabelecidos na Constituição e nas
demais leis, sem limitação que não seja prevista na Constituição, nos termos do disposto
nos artigos 56 e 69 do mesmo diploma legal; o requerente alegou ainda que nos termos
dos artigos 70 e 253, nº 3 da mesma Constituição, é assegurado ao cidadão o direito ao
recurso contencioso fundado em ilegalidade dos actos administrativos, que prejudiquem
os seus direitos.
CONCLUSÃO
Sendo assim, percebe-se que nem todos os actos administrativo são passiveis de recurso,
o que significas que não são recorríveis os actos que não sejam actos administrativos;
Os actos administrativos internos; Os actos administrativos não definitivos; Os actos
administrativos não executórios, como vinha consagrado no nº 1 do artigo 33 da Lei nº
7/2014, de 28 de Fevereiro, que tem como epígrafe actos recorríveis, estabelece que só é
admissível recurso dos actos definitivos e executórios.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA