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Aula 06

Direito Administrativo p/ MPU (Técnico - Administração) Com


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Classificações dos atos administrativos ........................................................................... 3


Atos vinculados e discricionários....................................................................................................3
Atos gerais e individuais ................................................................................................................6
Atos internos e externos ................................................................................................................8
Atos simples, complexos e compostos ...........................................................................................8
Atos de império, de gestão e de expediente .................................................................................11
Ato constitutivo, extintivo, modificativo e declaratório ................................................................12
Ato válido, nulo, anulável e inexistente ........................................................................................13
Ato perfeito, eficaz, pendente e consumado ................................................................................14
Espécies de atos administrativos .................................................................................. 18
Atos normativos ..........................................................................................................................18
Atos ordinatórios .........................................................................................................................20
Atos negociais .............................................................................................................................21
Atos enunciativos ........................................................................................................................26
Atos punitivos ..............................................................................................................................27
Extinção dos atos administrativos ................................................................................. 28
Anulação .....................................................................................................................................29
Revogação ...................................................................................................................................31
Convalidação ............................................................................................................... 34
Questões de prova ....................................................................................................... 38
Jurisprudência ............................................................................................................. 59
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................... 61
Lista de questões ......................................................................................................... 64
Gabarito ...................................................................................................................... 72
Referências .................................................................................................................. 73

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Olá pessoal!
Na aula de hoje esgotaremos o tema “atos administrativos”, iniciado na aula passada. Os
tópicos a serem estudados são os seguintes:

CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


As diversas classificações dos atos administrativos constituem tema recorrente nas provas de
concurso. No geral, os atos são classificados da seguinte forma:

§ Quanto ao grau de liberdade em sua prática: atos vinculados e atos


discricionários;
§ Quanto aos destinatários do ato: atos gerais e individuais;
§ Quanto à situação de terceiros: atos internos e externos;
§ Quanto à formação de vontade: atos simples, complexos e compostos;
§ Quanto às prerrogativas com que atua a Administração: atos de império, de
gestão e de expediente;
§ Quanto aos efeitos: atos constitutivos, extintivos, modificativos e declaratórios;
§ Quanto aos requisitos de validade: atos válidos, nulos, anuláveis e inexistentes;
§ Quanto à exequibilidade: atos perfeitos, eficazes, pendentes e consumados.

Ressalte-se que não há um critério de classificação único na doutrina. Cada autor tem o seu.
Assim, nosso objetivo aqui não será esgotar o assunto, e sim apresentar as classificações mais
comuns e com maior probabilidade de serem cobradas na prova, ok?
Vamos lá!

ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS

§ Atos vinculados são aqueles para os quais a lei fixa os requisitos e condições de sua realização,
não deixando liberdade de ação para a Administração.
§ Atos discricionários são aqueles em que a Administração tem liberdade de ação dentro de
determinados parâmetros previamente definidos em lei.
Nos atos vinculados todos os elementos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto)
são estabelecidos pela lei; por isso, não há liberdade para o administrador agir de forma diferente.
A rigor, a vinculação ocorre entre o motivo previsto em lei e o conteúdo (objeto) do ato, ou
seja, se ocorrer determinado fato, a única conduta possível à Administração é praticar o ato da
maneira exigida pela lei.
Por exemplo: comprovado o nascimento do filho do servidor público, a Administração é
obrigada a conceder-lhe licença-paternidade; se alguém é aprovado no exame de trânsito, o Detran

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é obrigado a emitir permissão para dirigir, na forma especificada em lei, e assim por diante. Nos atos
vinculados, a função do administrador é apenas verificar a ocorrência do fato que deve dar origem
ao ato vinculado definido na lei.
Nos atos discricionários, a Administração possui certa liberdade quanto à valoração dos
motivos e à escolha do conteúdo (objeto), segundo critérios de conveniência e oportunidade. Em
outras palavras, os agentes públicos têm liberdade para, dentro dos limites da lei, determinar “se,
quando e como” o ato administrativo deve ser praticado.
Somente há discricionariedade quanto ao mérito do ato (motivo e objeto), e somente quando
a lei expressamente dá liberdade para a Administração escolher esses elementos, dentro de certos
limites; são as hipóteses em que a lei explicita, por exemplo, que a Administração “poderá” prorrogar
determinado prazo por “até tantos dias”, ou que é “facultado” à Administração, “a seu critério”,
conceder ou não determinada licença ou autorização etc.
A discricionariedade também existe quando a lei usa, na descrição do motivo que enseja a
prática do ato administrativo, conceitos jurídicos indeterminados, isto é, expressões de significado
vago, impreciso, tais como “insubordinação grave”, “conduta escandalosa”, “boa-fé”, “moralidade
pública” e outras do gênero.
Ressalte-se que os conceitos jurídicos indeterminados geralmente possuem zonas de certeza
positivas e negativas, nas quais é possível afirmar, de forma inequívoca, se determinado fato se
enquadra ou não no conceito; assim, nas zonas de certeza não há discricionariedade. Com efeito, a
liberdade do administrador está restrita às chamadas “zonas cinzentas”, nas quais o conceito jurídico
indeterminado permite mais de uma interpretação legítima.
Por exemplo: desviar recursos da saúde para utilizar em proveito próprio certamente não é
um ato de “boa-fé” do agente público; ninguém duvida disso. Portanto, ao se deparar com tal
situação, o administrador não tem liberdade para enquadrá-la como um ato de “boa-fé”, pois isso
seria completamente contrário ao senso comum (o ato está na zona de certeza negativa do conceito
de boa-fé). Agora, responda: seria ou não um ato de boa-fé aplicar recursos da saúde em projetos
de educação? E em programas sociais ou culturais? Uns podem achar que não, outros que sim e
outros, ainda, que depende do caso concreto. É nessa “zona cinzenta”, de indeterminação, que
reside a discricionariedade; nesses casos, não será possível estabelecer uma única atuação
juridicamente válida: a Administração tem liberdade para decidir acerca do enquadramento, ou não,
da situação à norma legal.
Ressalte-se que a discricionariedade jamais é absoluta, pois sempre deve ser exercida dentro
dos limites da lei e com observância aos princípios administrativos, especialmente os da
razoabilidade, da proporcionalidade e da moralidade1. Do contrário, não teríamos
discricionariedade, e sim arbitrariedade, que é a prática de ato contrário à lei, ou não previsto em
lei.

1
Outro limite ˆ discricionariedade Ž a teoria dos motivos determinantes, pela qual os atos somente
ser‹o v‡lidos se os motivos indicados para sua pr‡tica forem verdadeiros e leg’timos.

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(Questão de prova) Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os


praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha conceitos jurídicos
indeterminados.
Comentário:
O item está correto. Nem sempre o mérito administrativo é previamente definido e
determinado pela lei. O legislador, por vezes, utiliza-se de conceitos jurídicos indeterminados de
valor, como “interesse público”, “moralidade administrativa”, “bem-estar social” e “boa-fé”.
Nesses casos, a Administração pode utilizar sua discricionariedade para definir o alcance do
conceito nas situações concretas.
Gabarito: Certo

(Questão de prova) O fator limitador do ato administrativo discricionário é o critério da


conveniência e oportunidade.
Comentário:
O quesito está errado. O fator limitador do ato administrativo discricionário é a lei, pois é
esta que define os limites para aplicação dos critérios de conveniência e oportunidade pelo agente
público. Também podem ser considerados limitadores da discricionariedade os princípios da
razoabilidade, da proporcionalidade e da moralidade.
Gabarito: Errado

(Questão de prova) Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o aspecto da legalidade; o
ato discricionário, por sua vez, é analisado sob o aspecto não só da legalidade, mas também
do mérito.
Comentário: O item está certo. O ato vinculado é aquele cujos elementos de formação estão
rigidamente fixados na lei, não deixando margem de escolha ao administrador quanto à
oportunidade e conveniência da sua edição. Os atos discricionários, ao contrário, permitem certa
liberdade de manobra aos agentes públicos, notadamente na escolha dos elementos motivo e
objeto segundo critérios de conveniência e oportunidade, o chamado mérito administrativo.
Dessa forma, pode-se dizer que os atos vinculados são analisados apenas sob o aspecto da
legalidade (mas não quanto ao mérito); já o ato discricionário é analisado sob o aspecto da
legalidade (na formação dos elementos competência, finalidade e forma) e também do mérito
(motivo e objeto, desde que a valoração esteja dentro dos limites da lei). Ressalte-se, por fim, que
a análise do mérito do ato discricionário deve ser feita exclusivamente pela Administração, não
sendo alcançada pelo Poder Judiciário, a menos que extrapole os limites legais.
Gabarito: Certo

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(Questão de prova) A lei estabelece todos os critérios e condições de realização do ato


vinculado, sem deixar qualquer margem de liberdade ao administrador.
Comentário:
Para Maria Sylvia Di Pietro e Carvalho Filho, no ato vinculado o legislador estabelece a única
solução possível diante de determinada situação de fato, sem deixar qualquer margem de
liberdade ao administrador, daí o gabarito da banca.
Não obstante, vale saber que parte da doutrina não é tão taxativa assim. Por exemplo, para
Hely Lopes Meirelles, dificilmente os atos administrativos são puramente vinculados. Segundo o
autor, “não significa que nessa categoria de atos [vinculados] o administrador se converta em
cego e automático executor da lei. Absolutamente, não”. É que, mesmo nos atos vinculados, o
administrador possui alguma dose de liberdade, embora reduzida, nos claros da lei ou do
regulamento. Afinal, é virtualmente impossível ao legislador colocar no papel todas as situações
possíveis de ocorrer no dia-a-dia da Administração. O que não pode é o administrador se desviar
dos elementos que estejam previstos na lei.
Gabarito: Certo

ATOS GERAIS E INDIVIDUAIS

§ Atos gerais são aqueles expedidos sem destinatários determinados, com finalidade normativa,
alcançando todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato abrangida por seus
preceitos.
§ Atos individuais são todos aqueles que se dirigem a destinatários certos, criando-lhes situação
jurídica particular.
Os atos gerais são dotados de “generalidade e abstração” ou, em outras palavras, de
“normatividade”. Por isso, também são chamados de atos abstratos, impróprios ou normativos.
Exemplos de atos gerais: regulamentos, instruções normativas, portarias, circulares,
resoluções, dentre outros.
O conteúdo dos atos gerais é sempre discricionário, limitado, porém, pelo conteúdo da lei.
Ora, se a lei admite regulamentação, por óbvio a Administração tem certa margem de liberdade para
definir as melhores formas de dar cumprimento aos comandos legais; o ato normativo não pode,
contudo, ir além do que a lei prevê.
Uma vez que seu conteúdo é discricionário, os atos gerais podem ser revogados a qualquer
tempo, respeitados os direitos adquiridos durante a sua vigência.

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Maria Sylvia Di Pietro assinala que, a rigor, os atos gerais são atos da Administração,
podendo ser considerados atos administrativos apenas em sentido formal, já que
emanados da Administração Pública com subordinação à lei; porém, quanto ao conteúdo,
não são atos administrativos, porque não produzem efeitos imediatos, no caso concreto.
De igual forma, se uma lei atingir pessoas determinadas, sem abstração e generalidade,
será considerada lei apenas em sentido formal, sendo, materialmente, ou seja, quanto
ao conteúdo, ato administrativo.

Os atos individuais, por sua vez, são os que produzem efeitos jurídicos no caso concreto.
Regulam situações concretas e destinam-se a pessoas específicas. Por isso também são chamados
de atos concretos ou próprios.
Exemplos de atos individuais: nomeação, exoneração, tombamento, decretos de
desapropriação, autorização, licença etc.
Detalhe importante é que o ato individual pode ter um único destinatário (ato singular) ou
diversos destinatários (ato plúrimo). O que caracteriza o ato individual é o fato de seus destinatários
serem certos e determinados.
Por exemplo: a nomeação de aprovados em um concurso público é um ato plúrimo (vários
destinatários certos); já a exoneração de um único servidor é um ato singular, da mesma forma que
um decreto declarando a utilidade pública de um imóvel para fins de desapropriação.
Os atos individuais podem ser vinculados ou discricionários, e normalmente geram direitos
subjetivos para seus destinatários.
A revogação de um ato individual somente é possível se ele não tiver gerado direito adquirido
para o seu destinatário.
Os atos individuais, ao contrário dos atos gerais, admitem impugnação direta por meio de
recursos administrativos, bem como de ações judiciais comuns (ações ordinárias) ou especiais
(mandado de segurança e ação popular).
Por fim, importante destacar que os atos gerais prevalecem sobre os individuais, uma vez
que, na prática de atos individuais, a Administração é obrigada a observar os atos gerais pertinentes
ao caso. Assim, por exemplo, uma nomeação de servidor só pode ser feita se em consonância com
uma Resolução que a oriente.

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ATOS INTERNOS E EXTERNOS

§ Atos internos são aqueles que produzem efeitos somente no âmbito da Administração
Pública, atingindo apenas órgãos e agentes públicos.
§ Atos externos são aqueles cujos efeitos atingem pessoas de fora da entidade que o produziu.
Nos atos internos, os efeitos do ato atingem apenas os agentes e órgãos da entidade que o
editou.
Exemplos de atos internos: portaria de remoção de um servidor; ordens de serviço em geral;
portaria de criação de um grupo de trabalho; designação de servidor para participar de um curso
etc.
Nos atos externos, os efeitos do ato alcançam os administrados em geral, os contratantes e,
em certos casos, os próprios servidores.
Ressalte-se que os atos externos podem ser destinados tanto aos particulares quanto à
própria Administração; o que os distingue é o fato de produzirem efeitos fora da repartição que os
originou.
Exemplos de atos externos: atos normativos, nomeação de aprovados em um concurso
público, multas aplicadas a empresas contratadas pela Administração, editais de licitação etc.

(Questão de prova) Os atos administrativos internos são destinados a produzirem efeitos


sobre os órgãos e os agentes da administração pública que os expediram.
Comentário:
O quesito está correto, pois apresenta a exata definição de atos administrativos internos;
por outro lado, os atos externos produzem efeitos para fora da repartição que os expediu,
atingindo terceiros.
Gabarito: Certo

ATOS SIMPLES, COMPLEXOS E COMPOSTOS

§ Atos simples são os que decorrem da manifestação de um único órgão, unipessoal ou


colegiado.
§ Atos complexos são os que decorrem de duas ou mais manifestações de vontade autônomas,
provenientes de órgãos diversos (há um ato único).
§ Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de
um é instrumental em relação à do outro (existem dois atos).

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Os atos simples são aqueles produzidos pela manifestação de um único órgão, não
dependendo de outras manifestações prévias ou posteriores para ser considerado perfeito.
Nos atos simples, a manifestação de vontade pode emanar de apenas uma pessoa (ato
singular) ou de um grupo de pessoas (ato colegiado); o que importa é haver apenas uma expressão
de vontade para dar origem ao ato.
Assim, por exemplo, são atos simples: portaria de demissão de servidor editada por Ministro
de Estado (ato singular); despacho de um chefe de seção (ato singular); decisões dos Tribunais de
Contas (ato colegiado); aprovação do regimento interno de um Tribunal pela maioria absoluta dos
desembargadores (ato colegiado); decisão de recurso administrativo pelo Conselho Administrativo
de Recursos do Ministério da Fazenda (ato colegiado).
Os atos complexos são formados por duas ou mais manifestações de vontade autônomas,
provenientes de órgãos diversos. O ponto essencial que caracteriza os atos complexos é a
conjugação de vontades autônomas de órgãos diferentes para a formação de um único ato.
O ato complexo só se aperfeiçoa com a manifestação de todos os órgãos que devem
contribuir para a sua formação, vale dizer, o ato não pode ser considerado perfeito (completo,
concluído, formado) com a manifestação de um só órgão ou autoridade dentre aqueles que
deveriam se pronunciar para formar o ato.
Maria Sylvia Di Pietro apresenta como exemplo de ato complexo o decreto presidencial. Nos
termos da Constituição Federal, o decreto deve ser assinado pelo(s) Ministro(s) de Estado afetado(s)
pela norma e pelo Presidente da República. Assim, quando o Ministro de Estado assina a minuta de
decreto, sua vontade não basta para que o ato administrativo exista; da mesma forma, se o
Presidente assinar sozinho não há ato administrativo acabado. Este somente se forma quando
houver a conjugação da manifestação de vontade dos dois órgãos envolvidos (Ministério e
Presidência da República).
Também são exemplos de atos complexos:
§ Nomeações efetuadas pelo presidente da República que dependem da aprovação do nome
da autoridade pelo Senado Federal2;
§ Concessão de determinados regimes de tributação que dependem de aprovação de
diferentes Ministérios (ex: reduções de tributos para alguns bens de informática, que
dependem da aprovação do MDIC, do Ministério da Ciência e da Tecnologia e do Ministério
da Fazenda);
§ Atos normativos editados conjuntamente por órgãos diferentes da Administração Federal, a
exemplo das portarias conjuntas da Receita Federal e da Procuradoria da Fazenda Nacional.

2
Maria Sylvia Di Pietro classifica as nomea•›es de autoridades sujeitas ˆ aprova•‹o prŽvia do Poder
Legislativo como atos compostos. N‹o obstante, as bancas Cespe e ESAF t•m adotado posicionamento
diverso, classificando tais nomea•›es como atos complexos.

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Ato complexo não se confunde com procedimento administrativo.


No ato complexo integram-se as vontades de vários órgãos para a
obtenção de um único ato; no procedimento administrativo praticam-
se diversos atos administrativos intermediários, todos perfeitos e concluídos, para a obtenção de
um objetivo final ou à prática de um ato final que finaliza o procedimento.
Exemplos de procedimentos administrativos são as licitações públicas e os concursos públicos.
Veja o caso da licitação: o ato final e principal (adjudicação da obra ou do serviço) é precedido de
vários atos autônomos e intermediários (edital, verificação de inidoneidade, julgamento das
propostas etc.).

Os atos compostos, por sua vez, são aqueles que resultam da manifestação de dois ou mais
órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação à de outro, que edita o ato principal;
praticam-se, em verdade, dois atos: um principal e outro acessório.
Hely Lopes Meirelles dá como exemplo de ato composto a autorização que depende do visto
de uma autoridade. Este último seria o ato instrumental, necessário para que o primeiro ganhe
exequibilidade. Outro exemplo de ato composto é a homologação, acessória no procedimento de
licitação. De modo geral, os atos sujeitos a visto são entendidos, para fins de concursos público,
como atos compostos.
Repare que, nos atos compostos, há apenas uma vontade (a do que edita o ato principal) e
não uma conjugação de vontades autônomas, como nos atos complexos. A função do ato acessório
é meramente instrumental: autorizar a prática do ato principal ou conferir eficácia a este. O ato
acessório ou instrumental em nada altera o conteúdo do ato principal3.

No ato complexo existe um único ato. No


ato composto existem dois atos, um principal e
outro acessório.

Detalhe é que, nos atos compostos, o ato acessório pode ser prévio ou posterior ao ato
principal. Quando o ato acessório é prévio, sua função é autorizar a prática do ato principal; quando
posterior, o ato acessório tem a função de conferir eficácia, exequibilidade ao ato principal.

(Questão de prova) Considere que um servidor público federal tenha sido aposentado
mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o TCU tenha homologado o
ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética, esse ato caracteriza-se como complexo,

3
Alexandrino e Paulo (2014, p. 465).

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visto que, para o seu aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a
que estava vinculado o servidor.
Comentário:
O item está correto. Segundo a jurisprudência do STF, o ato de aposentadoria de servidor
público estatutário é um ato complexo. Isso porque, nos termos do art. 71, III da Constituição
Federal, a legalidade dos atos de aposentadoria editados pela Administração deve ser apreciada,
para fins de registro, pelo Tribunal de Contas. Assim, de acordo com o entendimento do STF,
antes da manifestação do Tribunal de Contas para fins de registro, a formação do ato de
aposentadoria ainda não está completa, ou seja, o ato ainda não é um ato perfeito, formado.
Ressalte-se, contudo, que o servidor recebe os proventos desde o momento em que a
aposentadoria é concedida pela Administração (antes do registro no Tribunal de Contas,
portanto), ou seja, o ato produz efeitos antes de sua formação estar completa. Tal efeito é
chamado de efeito prodrômico do ato, termo que abrange os efeitos que podem surgir em atos
complexos ou compostos antes da conclusão dos respectivos ciclos de formação. O efeito
prodrômico é considerado um efeito atípico do ato (o efeito típico da aposentadoria seria
acarretar a vacância do cargo e passar o servidor para a inatividade, o qual só ocorre, de fato,
quando o Tribunal de Contas concede o registro).
Gabarito: Certo

ATOS DE IMPÉRIO, DE GESTÃO E DE EXPEDIENTE

§ Atos de império são aqueles que a Administração pratica usando de sua supremacia sobre os
administrados, criando para eles obrigações ou restrições, de forma unilateral.
§ Atos de gestão são os que a Administração pratica na qualidade de gestora de seus bens e
serviços, sem usar de sua supremacia sobre os destinatários.
§ Atos de expediente são aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e papeis
administrativos, sem qualquer conteúdo decisório.
Os atos de império, como o próprio nome indica, referem-se aos atos estatais cercados de
todas as prerrogativas públicas, com fundamento no princípio da supremacia do interesse público.
Também são chamados de atos de autoridade, eis que praticados sempre de forma unilateral pelo
Estado, independentemente da anuência dos administrados atingidos pelo ato.
Exemplos de atos de império: a interdição de estabelecimento comercial, a desapropriação
de imóvel, a apreensão de mercadorias, a imposição de multas administrativas etc.
Os atos de gestão são típicos das atividades de administração de bens e serviços em geral,
que não exigem coerção sobre os interessados, assemelhando-se aos atos praticados pelas pessoas
privadas.
Exemplos de atos de gestão: alienação ou aquisição de bens pela Administração, o aluguel a
um particular de um imóvel pertencente a uma autarquia, os atos negociais em geral, como a
autorização ou a permissão de uso de um bem público.

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Hely Lopes Meireles assinala que os atos de gestão serão sempre atos da Administração, mas
nem sempre atos administrativos típicos, principalmente quando bilaterais.
Os atos de expediente são atos de rotina interna, relacionados ao andamento dos variados
serviços executados pela Administração. Sua principal característica é a ausência de conteúdo
decisório.
Exemplos de atos de expediente: o protocolo de documentos, o encaminhamento de
processo à autoridade que possua atribuição de decidir sobre seu mérito, o cadastramento de
documentos em sistema informatizado etc.

ATO CONSTITUTIVO, EXTINTIVO, MODIFICATIVO E DECLARATÓRIO

§ Ato constitutivo é aquele que cria uma nova situação jurídica individual para seus
destinatários, em relação à Administração.
§ Ato extintivo ou desconstitutivo é aquele que põe fim a situações jurídicas individuais
existentes.
§ Ato modificativo é o que tem por fim alterar situações preexistentes, sem suprimir direitos
ou obrigações.
§ Ato declaratório é o que visa a atestar um fato, ou reconhecer um direito ou uma obrigação
que já existia antes do ato.
Os atos constitutivos criam uma situação jurídica nova para seus destinatários, situação que
pode ser um novo direito ou uma nova obrigação, como as licenças, as autorizações, as nomeações
de servidores, a aplicação de sanções administrativas etc.
Os atos extintivos, ao contrário, extinguem (desconstituem) direitos e obrigações, de que são
exemplo a cassação de uma autorização, a encampação de serviço público, a demissão de um
servidor etc.
Já os atos modificativos alteram situações jurídicas preexistentes, mas sem suprimir direitos
e obrigações; são exemplos: a alteração do horário de funcionamento do órgão e a mudança de local
de uma reunião.
Os atos declaratórios apenas afirmam a existência de um fato ou de uma situação jurídica
anterior a eles, com o fim de reconhecer ou mesmo de possibilitar o exercício de direitos. São
exemplos a expedição de certidões, a emissão de atestados por junta médica oficial etc.

(Questão de prova) A permissão, que não se confunde com a concessão ou a autorização, é


o ato administrativo por meio do qual a administração pública consente que o particular se
utilize privativamente de um bem público ou execute um serviço de utilidade pública. Tal

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ato é classificado como declaratório, na medida em que o poder público apenas reconhece
um direito do particular previamente existente.
Comentário:
A permissão é o ato administrativo por meio do qual a administração pública consente que
o particular se utilize privativamente de um bem público. Trata-se, portanto, de ato que confere
um direito ao particular, ou seja, é um ato constitutivo, e não um ato declaratório.
Gabarito: Errado

ATO VÁLIDO, NULO, ANULÁVEL E INEXISTENTE

§ Ato válido é aquele praticado em conformidade com a lei, sem nenhum vício.
§ Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável por ausência ou defeito substancial em um
dos seus elementos constitutivos.
§ Ao anulável é o que apresenta defeito sanável, ou seja, passível de convalidação pela própria
Administração.
§ Ato inexistente é aquele que apenas tem aparência de manifestação regular da vontade da
Administração, mas, em verdade, não chega a entrar no mundo jurídico, por falta de um
elemento essencial.
O ato válido é aquele que respeitou, em sua formação, todos os requisitos legais relativos aos
elementos competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Por outras palavras, é o ato que não
tem qualquer vício, qualquer ilegalidade.
O ato nulo é aquele com vício insanável em um dos seus elementos constitutivos. Por
exemplo, o ato com motivo inexistente, o ato com objeto não previsto em lei e o ato praticado com
desvio de finalidade.
Ressalte-se que os atos nulos são atos ilegais ou ilegítimos e, por isso, não podem ser
convalidados; ao contrário, devem ser anulados. Lembrando que o administrado não pode se negar
a dar cumprimento ao ato nulo até que a nulidade seja reconhecida e declarada pela Administração
ou pelo Judiciário (atributo da presunção de legitimidade dos atos administrativos).
O ato anulável é o que apresenta defeito sanável, ou seja, passível de convalidação pela
própria Administração4. São sanáveis os vícios de competência quanto à pessoa (e não quanto à
matéria), exceto se se tratar de competência exclusiva, e o vício de forma, a menos que se trate de
forma exigida pela lei como condição essencial à validade do ato.
O ato inexistente é aquele que apenas possui aparência de ato administrativo, mas, na
verdade, possui algum defeito capital que o impede de produzir efeitos no mundo jurídico.

4
Conforme veremos adiante, o ato anul‡vel Ž Òpass’velÓ de convalida•‹o. Assim, se a Administra•‹o
entender mais conveniente e oportuno, poder‡ anular o ato em vez de convalid‡-lo.

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É o caso dos atos praticados por usurpador de função, ou seja, por indivíduo que se passa por
agente público sem ter sido investido em nenhum cargo.
Também são considerados atos inexistentes os atos cujos objetos sejam juridicamente
impossíveis, a exemplo de uma ordem para que o subordinado execute um crime.
Quanto ao ato inexistente, vale ressaltar que parte da doutrina considera irrelevante
diferencia-lo do ato nulo, porque ambos conduzem ao mesmo resultado: a invalidade do ato.
Não obstante, algumas diferenças podem ser enumeradas. Por exemplo, a anulação de ato
nulo possui eficácia retroativa (ex tunc), mas admite-se a preservação dos efeitos já produzidos
perante terceiros de boa-fé (pessoas que não foram parte do ato, mas foram alcançadas pelos
efeitos do ato, e desconheciam o seu vício). Em relação aos atos inexistentes, nenhum efeito pode
ser validamente mantido, mesmo perante terceiros de boa-fé. Outra diferença é que a invalidação
de ato inexistente não se sujeita a prazo decadencial, ou seja, pode ser feita a qualquer tempo,
diferentemente da anulação que, regra geral, tem prazo para ser realizada (5 anos na esfera federal).

ATO PERFEITO, EFICAZ, PENDENTE E CONSUMADO

§ Ato perfeito é aquele que já concluiu todas as etapas da sua formação.


§ Ato eficaz é o ato perfeito que já está apto a produzir efeitos, não dependendo de nenhum
evento posterior, como termo, condição, aprovação, autorização etc.
§ Ato pendente é o ato perfeito que ainda depende de algum evento posterior para produzir
efeitos.
§ Ato consumado ou exaurido é o que já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir.
O ato perfeito é aquele que está pronto, terminado, que já concluiu todas as fases necessárias
a sua formação. Em outras palavras, o ato perfeito é aquele que já foi produzido, ou seja, é o que já
existe.
Exemplo de ato perfeito: portaria de demissão de servidor que foi escrita, motivada, assinada
e publicada.
O ato perfeito não se confunde com o ato válido. A perfeição se refere ao processo de
elaboração do ato (é perfeito o ato que contém todos os elementos constitutivos previstos na lei);
já a validade diz respeito à conformidade dos elementos do ato com a lei e princípios da
Administração (é válido o ato cujos elementos de formação não apresentam nenhum vício).
No exemplo acima, da demissão do servidor, o ato perfeito também será válido se tiver sido
emitido por autoridade competente, sem desvio de finalidade, se a motivação tiver sido verdadeira,
se a publicação tiver ocorrido na forma exigida na lei etc.
A partir desse exemplo, percebemos que podem existir atos administrativos perfeitos, por já
terem completado seu ciclo de formação, mas inválidos, por apresentarem algum vício nos seus
elementos constitutivos.
Por outro lado, não podem existir atos que sejam, ao mesmo tempo, imperfeitos e válidos,
ou imperfeitos e inválidos, eis que os atos imperfeitos (atos que não cumpriram todas as etapas de

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formação, isto é, nos quais falta algum elemento) a rigor ainda não existem como ato administrativo.
Não seria cabível, portanto, analisar a validade ou invalidade de algo que ainda não existe 5. Assim,
todo ato válido ou inválido é necessariamente perfeito.

Um ato perfeito pode ser válido ou inválido, e


eficaz ou ineficaz.

O ato eficaz é aquele que já está apto para a produção dos efeitos que lhe são inerentes, vale
dizer, o ato não depende de um evento posterior, como um termo, encargo ou condição suspensiva,
ou ainda de autorização, aprovação ou homologação para produzir efeitos típicos ou próprios.
Como regra, a eficácia do ato é imediata ou posterior à sua produção, admitindo-se,
excepcionalmente, a eficácia retroativa, como, por exemplo, a anulação e a reintegração, que
operam efeitos retroativos.

Ao tratar da eficácia dos atos administrativos, alguns autores


introduzem o conceito de exequibilidade.
Por exequibilidade entende-se a produção imediata de efeitos. Para
esses autores, se o ato está produzindo efeitos, além de eficaz ele é exequível. Se o ato tem
aptidão para produzir efeitos, mas ainda não os está produzindo, o ato é eficaz, mas ainda não é
exequível.
Exemplo: a decisão de comissão de licitação que inabilita licitante. É ato eficaz, porque tem a
aptidão para excluir do processo referido licitante, mas enquanto não expirado o prazo para
recurso ou, caso este tenha sido interposto, enquanto não for julgado, o ato não é exequível6.
Os autores que adotam o conceito de exequibilidade consideram que todo ato perfeito é eficaz,
ainda que dependa de termo ou condição futuros para ser executado (ou seja, ato perfeito e ato
eficaz seriam a mesma coisa). O termo ou condição podem constituir óbices à exequibilidade do
ato, mas não a sua eficácia7.
Em provas de concurso, no entanto, a menos que a questão expressamente leve a entender de
forma diversa, deve-se adotar o raciocínio de que ato eficaz é o ato perfeito cujos efeitos não
dependem de termo, condição, autorização, aprovação ou outro evento futuro qualquer; do
contrário, caso os efeitos do ato estejam suspensos por alguma razão, o ato será ineficaz ou
pendente. Ou seja, em concursos, regra geral, não se faz diferenciação entre eficácia e
exequibilidade (ato eficaz é sinônimo de ato exequível).

O ato pendente é o contrário do ato eficaz, ou seja, é aquele que, embora perfeito, depende
de algum evento futuro para que comece a produzir efeitos.

5
Alexandrino e Paulo (2014, p. 474).
6
Lucas Furtado (2014, p. 232).
7
Carvalho Filho (2014, p. 128).

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O ato consumado ou exaurido é o que já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir,
que já esgotou sua possibilidade de produzir efeitos. Como exemplo, tem-se uma licença concedida
a servidor que já foi integralmente gozada.
De acordo com tais definições, são previstas, pela doutrina, quatro combinações possíveis.
Assim, o ato administrativo pode ser:
a) Perfeito, válido e eficaz: quando cumpriu seu ciclo de formação (perfeito), encontra-se em
conformidade com a ordem jurídica (válido) e disponível para a produção dos efeitos que lhe
são típicos (eficaz);
b) Perfeito, inválido e eficaz: quando, cumprido o ciclo de formação, o ato, ainda que contrário
à ordem jurídica (inválido, portanto), encontra-se produzindo os efeitos que lhe são
inerentes.
c) Perfeito, válido e ineficaz: quando, cumprido o ciclo de formação, encontra-se em
consonância com a ordem jurídica, contudo, ainda não se encontra disponível para a
produção dos efeitos que lhe são próprios, por depender de um termo inicial ou de uma
condição suspensiva, ou autorização, aprovação ou homologação.
d) Perfeito, inválido e ineficaz: quando, cumprido o ciclo de formação, o ato encontra-se em
desconformidade com a ordem jurídica, ao tempo que não pode produzir seus efeitos por se
encontrar na dependência de algum evento futuro necessário a produção de seus efeitos.

(Questão de prova) O ato administrativo pode ser perfeito, inválido e eficaz.


Comentário:
O quesito está correto. Em suma, ato perfeito é aquele que já completou sua formação;
ato válido é o que não possui nenhum vício; e eficaz é o ato que já se encontra apto a produzir
efeitos. Para se falar em validade e eficácia, o ato necessariamente deve ser perfeito. A partir daí,
qualquer combinação é possível: o ato pode ser (i) perfeito, válido e eficaz; (ii) perfeito, válido e
ineficaz; (iv) perfeito, inválido e eficaz; e (v) perfeito, inválido e ineficaz. Por outro lado, se o ato
for imperfeito, ou seja, se nem mesmo estiver formado, não há porque se falar em validade e
eficácia.
Gabarito: Certo

(Questão de prova) Considera-se que o ato administrativo é válido quando se esgotam todas
as fases necessárias para a sua produção.
Comentário:
O quesito está errado. O ato administrativo que completou todas as fases necessárias para
a sua produção é um ato perfeito. Caso o ato perfeito não apresente nenhum vício em seus
elementos de formação, aí sim também será um ato válido. Ressalte-se que podem existir atos

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perfeitos e inválidos quando, cumprido o ciclo de formação, o ato apresente algum vício em seus
elementos de formação. O contrário, porém, não é verdadeiro, ou seja, não existem atos
imperfeitos e válidos, pois a completa formação do ato é pré-requisito para o exame da sua
validade.
Gabarito: Errado

(Questão de prova) De acordo com a doutrina, o ato administrativo será considerado


perfeito, inválido e eficaz, quando, concluído o seu ciclo de formação, e não se conformando
às exigências normativas, ele produzir os efeitos que lhe seriam inerentes.
Comentário:
O item está correto. Lembre-se de que, pelo atributo da presunção da legitimidade, o ato
administrativo perfeito e eficaz produz os efeitos que lhe são inerentes ainda que contenha algum
vício em seus elementos de formação, ou seja, ainda que seja um ato inválido. A produção de
efeitos perdurará até que o ato viciado seja anulado pela Administração ou pelo Judiciário – este,
se provocado –, de tal sorte que, antes disso, o administrado não pode se recusar a cumpri-lo.
Gabarito: Certo

(Questão de prova) Validade e eficácia são qualidades do ato administrativo cuja existência
seja necessariamente pressuposta no plano fático.
Comentário:
O item está correto. Validade e eficácia são qualidades do ato administrativo perfeito, ou
seja, do ato completo, formado. Nos atos imperfeitos, ao contrário, não faz sentido se falar em
validade e eficácia, afinal. tais atos nem existem ainda. A questão chama o ato perfeito de ato
“cuja existência seja necessariamente pressuposta no plano fático”, o que é correto, pois, como
dito, ato perfeito é aquele que já se encontra completamente formado, ou seja, que já existe no
plano fático.
Gabarito: Certo

(Questão de prova) Suponha que determinado ato administrativo, percorrido seu ciclo de
formação, tenha produzido efeitos na sociedade e, posteriormente, tenha sido reputado,
pela própria administração pública, desconforme em relação ao ordenamento jurídico.
Nesse caso, considera-se o ato perfeito, eficaz e inválido.
Comentário:
O item está correto. O ato da questão é perfeito por ter “percorrido seu ciclo de formação”;
é eficaz por ter “produzido efeitos na sociedade”; e é inválido por ter sido reputado “desconforme
em relação ao ordenamento jurídico”.
Gabarito: Certo

(Questão de prova) Os atos praticados por servidor irregularmente investido na função —


situação que caracteriza a função de fato — são considerados inexistentes.

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Comentário:
A função de fato ocorre quando a pessoa que pratica o ato está irregularmente investida
no cargo, emprego ou função, mas a sua situação tem toda a aparência de legalidade. Segundo a
doutrina, os atos praticados pelos funcionários de fato, pela teoria da aparência, são
considerados válidos e eficazes, perante terceiros de boa-fé, precisamente pela aparência de
legalidade de que se revestem, daí o erro.
Gabarito: Errado

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS


Pessoal, além das classificações vistas anteriormente, temos mais algumas para aprender. As
espécies de atos administrativos apresentadas adiante seguem a doutrina de Hely Lopes Meirelles.

ATOS NORMATIVOS

Atos normativos são os atos com efeitos gerais e abstratos, e, bem por isso, atingem todos
aqueles que se situam em idêntica situação jurídica (não têm destinatários determinados).
Correspondem aos “atos gerais” estudados no tópico anterior.
Diz-se que os atos normativos são atos administrativos apenas em sentido formal, porque,
materialmente (quanto ao conteúdo), são verdadeiras normas jurídicas, em razão da sua
característica de generalidade e abstração, assim como as leis.
Contudo, tais atos não se confundem com as leis, pois estas são atos legislativos, produzidas
a partir do processo legislativo e, por isso, aptas a inovar o direito.
Os atos normativos, ao contrário, são praticados pela Administração e não podem inovar o
ordenamento jurídico, vale dizer, não podem criar direitos e obrigações que não se encontrem
previamente estabelecidos em uma lei.
São exemplos de atos normativos os regulamentos, portarias, resoluções, circulares,
instruções, deliberações e regimentos, os quais têm a função de detalhar, explicitar o conteúdo das
leis que regulamentam, a fim de lhes dar fiel execução.
Os atos normativos não podem ser objeto de impugnação direta por meio de recursos
administrativos ou ação judicial ordinária. Em outras palavras, o administrado não pode entrar com
um recurso administrativo ou com uma ação ordinária na Justiça para requerer a anulação de um
ato normativo; o que ele pode fazer é pedir a anulação dos efeitos provocados pelo ato sobre a sua
situação particular, mas não a invalidação do ato em si.
A rigor, para pleitear a invalidação direta de um ato normativo geral, deve ser utilizada a ação
direta de inconstitucionalidade (ADI), pelos órgãos e autoridades constitucionalmente legitimados,
desde que sejam atendidos os pressupostos dessa ação.

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A seguir, vamos listar os principais atos normativos previstos na doutrina de Hely Lopes,
destacando que a denominação utilizada na prática pelos diferentes órgãos e entidades da
Administração pode ser diferente:
Ø Decretos: são atos resultantes da manifestação de vontade dos chefes do Executivo
(Presidente da República, Governadores e Prefeitos).
Os decretos podem ser gerais ou individuais.
Os decretos gerais têm caráter normativo e traçam regras gerais (ex: decreto que
regulamenta uma lei). Estes são os que devem ser encarados como atos normativos. Segundo
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, um decreto que produza efeitos gerais pode ser editado tanto
em caráter regulamentar (ou de execução), explicitando uma lei anteriormente editada,
como em caráter independente (o chamado decreto autônomo), para disciplinar matéria
ainda não regulada em lei. Lembrando que, nos termos do art. 84, VI da CF, o decreto
autônomo só é admitido nas hipóteses de (i) organização e funcionamento da administração
f
federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; (ii) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
Já os decretos individuais têm destinatários específicos, individualizados (ex: decreto de
demissão de servidor público, decreto de desapropriação), não sendo considerados atos
normativos, pois não apresentam normatividade (efeitos gerais e abstratos).
Ø Regulamentos: são atos normativos que especificam, detalham, explicam os mandamentos
da lei. Destinam-se à atuação externa (normatividade em relação aos particulares). São
postos em vigência, em regra, por Decretos do Poder Executivo. Como exemplo, tem-se o
Regulamento da ANATEL, aprovado pelo Decreto 2.338/1997.
Ø Instruções normativas: são atos normativos expedidos pelos Ministros de Estado para a
execução das leis, decretos ou regulamentos.
Ø Regimentos: são atos administrativos normativos de atuação interna, dado que se destinam
a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas. Derivam também
do poder hierárquico da Administração, já que visam à organização interna de seus órgãos.
Ø Resoluções: são atos, normativos ou individuais, emanados de autoridades de elevado
escalão administrativo como, por exemplo, Ministros e Secretários de Estado ou Município,
ou de algumas pessoas administrativas ligadas ao Governo, como as agências reguladoras, e
até de órgãos colegiados administrativos, como os Tribunais de Contas e o CNJ. Constituem
matérias das resoluções todas as que se inserem na competência específica dos agentes ou
pessoas jurídicas responsáveis por sua expedição. Como exceção, admitem-se resoluções com
efeitos individuais. Cite-se que as resoluções estão sempre abaixo dos regimentos e
regulamentos, não podendo inová-los ou contrariá-los. Seus efeitos podem ser internos ou
externos.
Ø Deliberações: são atos oriundos, em regra, de órgãos colegiados, como conselhos,
comissões, tribunais administrativos etc. Normalmente, representam a vontade majoritária
de seus componentes. Quando normativas, são atos gerais (normativos); quando decisórias,
são atos individuais.

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(Questão de prova) Os atos administrativos regulamentares e as leis em geral têm efeitos


gerais e abstratos, ou seja, não diferem por sua natureza normativa, mas pela originalidade
com que instauram situações jurídicas novas.
Comentário:
O item está correto. Da mesma forma que as leis, os atos administrativos regulamentares
(atos normativos) têm efeitos gerais e abstratos, isto é, não possuem destinatários determinados
e incidem sobre todos os fatos ou situações que se enquadrem nas hipóteses neles previstas.
Porém, ao contrário das leis, os atos normativos não podem inovar o direito, vale dizer, não
podem instaurar situações jurídicas novas, criando direitos e obrigações aos administrados. Por
2
isso, é correto afirmar que atos normativos e leis não diferem por sua natureza normativa (afinal,
ambos têm efeitos gerais e abstratos), mas diferem pela originalidade com que instauram
situações jurídicas novas (afinal, leis podem inovar originalmente o ordenamento jurídico, e os
atos normativos não).
Gabarito: Certo

ATOS ORDINATÓRIOS

Os atos ordinatórios são os atos com efeitos internos, endereçados aos servidores públicos,
que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Possuem fundamento no poder hierárquico e, por isso, somente alcançam os servidores
submetidos hierarquicamente àquele que expediu o ato. De regra, os atos ordinatórios não atingem
ou criam direitos e obrigações aos particulares em geral.
Os atos ordinatórios são inferiores em hierarquia aos atos normativos. Ou seja, ao editar um
ato ordinatório, a autoridade administrativa deve observância aos atos administrativos normativos
que tratem da matéria a ele relacionada.
São exemplos de atos ordinatórios: as portarias (trazem determinações gerais ou especiais
aos que a elas se submetem, como as portarias de delegação de competência, de remoção de um
servidor, de designação de comissão de sindicância etc.), as circulares internas (utilizadas para
transmitir ordens internas para uniformizar o tratamento dado a certa matéria), as ordens de serviço
(determinações para autorizar o início de determinada tarefa), os avisos, os memorandos, os ofícios,
dentre outros.

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ATOS NEGOCIAIS

Os atos negociais são aqueles em que a vontade da Administração coincide com o interesse
do administrado, sendo-lhe atribuídos direitos e vantagens.
Parte da doutrina chama os atos negociais de “atos de consentimento”, pois são editados em
situações nas quais o particular deve obter anuência prévia da Administração para realizar
determinada atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito.
São exemplos os alvarás de construção, a licença para o exercício de uma profissão, a licença
para dirigir, a autorização para prestar serviço de táxi etc.
Embora os atos negociais se caracterizem pela presença de interesse recíproco entre as
partes, não são atos bilaterais, vale dizer, não são contratos administrativos. Ao contrário,
constituem manifestações unilaterais da Administração (atos administrativos) das quais se originam
negócios jurídicos públicos. De toda maneira, os6 atos negociais estabelecem efeitos jurídicos entre
a Administração e os administrados, impondo a ambos a observância de seu conteúdo e o respeito
às condições de sua execução.
A doutrina esclarece que não cabe falar em imperatividade, coercitividade ou
autoexecutoriedade nos atos negociais, eis que esse tipo de ato não é imposto ao particular, mas é
também do desejo dele. Afinal, é o interessado que solicita o consentimento da Administração para
realizar determinada atividade ou exercer algum direito; a Administração cabe apenas verificar se
ele atende os requisitos legais correspondentes.
Os atos negociais produzem efeitos concretos e individuais para o administrado; diferem-se,
assim, dos atos normativos, pois estes são gerais e abstratos.
Os atos negociais podem ser vinculados ou discricionários.
Nos atos negociais vinculados, a lei estabelece os requisitos da sua formação, os quais, uma
vez atendidos pelo particular, geram para ele direito subjetivo à obtenção do ato, não havendo outra
escolha para a Administração que não seja a prática do ato conforme a lei determine.
Nessa hipótese, enquadram-se as licenças para exercício de atividade profissional (registro
perante a Ordem dos Advogados do Brasil, por exemplo) ou a admissão em instituição pública de
ensino, após a aprovação em exame vestibular (este último ato é conhecido por admissão).
Os atos negociais discricionários são aqueles que podem, ou não, ser editados, conforme
juízo de conveniência e oportunidade da Administração. Não constituem, portanto, direito subjetivo
do administrado, e sim mero interesse. Dessa forma, ainda que ele tenha cumprido as exigências
legais necessárias para a solicitação do ato, a Administração pode negá-lo.
Os exemplos clássicos são: (i) a autorização para prestação de serviços de utilidade pública,
como referentes ao serviço de táxi, e a autorização de porte de arma; e (i) a permissão de uso de
bens públicos, tal como para se utilizar um espaço em praça para montagem de banca de revistas.
Em outra vertente, os atos negociais podem ser precários ou definitivos.
Os atos negociais precários são aqueles que não geram direito adquirido ao administrado,
podendo ser revogados a qualquer tempo pela Administração, em regra, sem a necessidade de

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pagar indenização ao interessado8. E isso porque os atos precários atendem predominantemente ao


interesse do particular, sendo discricionários para a Administração, a exemplo de uma autorização
para realizar um evento em praça pública.
Já os atos negociais definitivos são os atos produzidos com base em direito individual do
requerente. São atos vinculados e que não podem, regra geral, serem revogados. Admitem apenas
cassação e anulação: anula-se o ato negocial que tiver ilegalidade na sua origem ou formação; cassa-
se o ato quando ocorrer ilegalidade na sua execução (por exemplo, quando houver desrespeito a
alguma condição exigida do particular para a manutenção do ato).
Registre-se que a anulação de ato negocial poderá gerar direito a indenização ao particular,
caso o vício que levou à invalidade do ato não tenha decorrido de causa a ele imputável.

A jurisprudência do STF admite que, em casos excepcionais, a licença para construir (ato vinculado),
poderá ser revogada (e não anulada ou cassada) por conveniência da Administração, desde que a
obra não tenha se iniciado.
Por exemplo: o Poder Público emite uma licença para um particular iniciar uma obra de um edifício.
Depois de emitir a licença, a Administração Pública percebe que a referida edificação restringirá o
arejamento de uma praça ao lado. Pode revogar o ato? PODE, em caráter excepcional, dado que a
licença para construir é ato vinculado. Mas certamente a Administração terá o dever de indenizar o
particular pelos prejuízos que lhe foram causados.
Vejamos a ementa do julgado no qual o STF chancelou a possibilidade de revogação de licença para
construir:
“Licenca para construir. Revogação. Obra não iniciada. (...); II. Antes de iniciada a obra, a licenca para
construir pode ser revogada por conveniencia da Administração Pública, sem que valha o argumento do
direito adquirido. Precedentes do Supremo Tribunal. Recurso extraordinário não conhecido” (STF, 2ª Turma,
RE 105634 PR, Rel. Min. FRANCISCO REZEK, j. em 19.09.1985, p. em 08.11.1985).
O detalhe é que, segundo a referida decisão do STF, a licença de obra de construção pode ser
revogada antes de iniciada a obra. Depois disso, a jurisprudência não é clara.
O STJ também possui posicionamento semelhante. Vejamos:
9. A jurisprudência da Primeira Turma firmou orientação de que aprovado e licenciado o projeto para
construção de empreendimento pelo Poder Público competente, em obediência à legislação correspondente
e às normas técnicas aplicáveis, a licença então concedida trará a presunção de legitimidade e
definitividade, e somente poderá ser: a) cassada, quando comprovado que o projeto está em desacordo com
os limites e termos do sistema jurídico em que aprovado; b) revogada, quando sobrevier interesse público
relevante, hipótese na qual ficará o Município obrigado a indenizar os prejuízos gerados pela paralisação e
demolição da obra; ou c) anulada, na hipótese de se apurar que o projeto foi aprovado em desacordo com

8
O direito a indeniza•‹o pode surgir caso a autoriza•‹o seja outorgado por prazo certo e a revoga•‹o
ocorra antes do termo final estipulado.

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as normas edilícias vigentes. (STJ, 1ª Turma, REsp 1227328 SP, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, em
20.05.2011).
Enfim, segundo a jurisprudência de nossos tribunais superiores, é correto afirmar que, mesmo que
se trate de um ato vinculado, é possível revogar uma licença para construir, mas em condições
excepcionais.
As principais espécies de atos negociais são:
Ø Licença: ato administrativo vinculado e definitivo, cuja função é conferir direitos ao particular
que preencheu todos os requisitos legais. Trata-se de um direito subjetivo; portanto, não
pode ser negado pela Administração.
Exemplos: concessão de alvará para a realização de uma obra ou para o funcionamento de
um comércio; a licença para o exercício de determinada profissão; a licença para dirigir etc.
Ø Autorização: ato administrativo discricionário e precário pelo qual a Administração Pública
a
possibilita ao particular o exercício de alguma atividade material de predominante interesse
dele e que, sem esse consentimento, seria legalmente proibida (autorização como ato de
polícia), ou a prestação de serviço público não exclusivo do Estado (autorização de serviço
público), ou, ainda, a utilização de um bem público (autorização de uso). A autorização
normalmente é necessária para o exercício de atividade potencialmente prejudicial à
coletividade ou de atividade de interesse social, razão pela qual a lei exige a chancela do
Estado para fins de proteção ao interesse público.
Exemplos: autorização para porte de arma de fogo; para a exploração de serviços privados de
educação e saúde; autorização de uso das vias públicas para realização de feiras; autorização
para prestação de serviço de táxi etc.
Ø Permissão: ato administrativo discricionário e precário pelo qual a Administração faculta ao
particular o uso de bem público. Ressalte-se que a permissão, enquanto ato administrativo,
refere-se apenas ao uso de bem público; caso se refira à delegação de serviços públicos, a
permissão deve ser formalizada mediante um “contrato de adesão”, precedido de licitação
(ou seja, não constitui um ato administrativo).

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• Permite ao particular exercer direitos subjetivos.


Licença • Ato vinculado e definitivo

• Permite ao particular exercer atividades materiais,


Autorização prestar serviços públicos ou utilizar bem público.
• Ato discricionário e precário

• Permite ao particular utilizar bem público.


Permissão • Ato discricionário e precário

Afora essas espécies mais comuns, a doutrina apresenta ainda os seguintes atos classificados
como negociais:
Ø Admissão: ato administrativo vinculado em que a Administração Pública, verificando o
cumprimento dos requisitos pelo particular, defere-lhe a situação jurídica de seu interesse,
tal como na admissão em universidade pública de candidato aprovado no vestibular e a
admissão nos estabelecimentos de assistência social.
Ø Aprovação: ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle prévio ou a
posteriori do ato administrativo.
Exemplos: aprovação prévia do Senado para escolha de autoridades; aprovação a posterior
do Congresso Nacional acerca da decretação do estado de defesa e da intervenção federal.
Maria Sylvia Di Pietro esclarece que, nesses casos, a aprovação constitui, quanto ao conteúdo,
tipo ato administrativo (de controle), embora formalmente integre os atos legislativos
(resoluções ou decretos legislativos).
Ø Homologação: ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a
legalidade de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto
da legalidade, no que se distingue da aprovação, que é ato discricionário e examina aspectos
de conveniência e oportunidade.
Exemplo: homologação de licitação.

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(Questão de prova) A autorização é ato administrativo discricionário mediante o qual a


administração pública outorga a alguém o direito de realizar determinada atividade
material.
Comentário:
O quesito está correto. A regra é a seguinte:

Ø Licenças: atos vinculados e definitivos.


Ø Autorizações: atos discricionários e precários.

A licença é editada no exercício do poder de polícia, nas situações em que a lei exige
obtenção de anuência prévia da Administração como condição para o exercício, pelo particular,
de um direito subjetivo de que seja titular (ex: alvarás de construção).
Já a autorização, na maior parte dos casos, também configura um ato de polícia
administrativa – quando constitui uma condição para a prática de uma atividade material privada
(ex: autorização para porte de arma de fogo) ou para o uso de um bem público (ex: autorização
para utilização das vias públicas para a realização de feiras livres) –, mas existem também
autorizações que representam uma modalidade de descentralização mediante delegação,
visando à prestação indireta de determinados serviços públicos (ex: autorização para a prestação
de serviço de táxi).
Por fim, cumpre salientar que tanto licenças como autorizações nunca são conferidas ex
officio pelo Poder Público, eis que sempre dependem de pedido do interessado, que solicita o
consentimento.
Gabarito: Certo

(Questão de prova) O estabelecimento que obtenha do poder público licença para


comercializar produtos farmacêuticos não poderá, com fundamento no mesmo ato,
comercializar produtos alimentícios, visto que a licença para funcionamento de
estabelecimento comercial constitui ato administrativo vinculado.
Comentário:
O quesito está correto. De fato, a licença é um ato administrativo vinculado e definitivo,
ou seja, uma vez consignado em lei o direito à atividade desejada pelo administrado, a licença,
reconhecendo-lhe a possibilidade de exercício desse direito, não pode ser desfeita por ato
posterior da Administração (a não ser em caso de anulação e cassação). Logicamente, se tal
restrição é imposta à Administração, também o particular deve obedecer aos condicionamentos
previstos em lei, de tal sorte que a inobservância pelo particular (por exemplo, comercializando

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produtos alimentícios quando a licença era para produtos farmacêuticos) acarretará a cassação
da licença.
Gabarito: Certo

(Questão de prova) O IBAMA multou e interditou uma fábrica de solventes que, apesar de
já ter sido advertida, insistia em dispensar resíduos tóxicos em um rio próximo a suas
instalações. Contra esse ato a empresa impetrou mandado de segurança, alegando que a
autoridade administrativa não dispunha de poderes para impedir o funcionamento da
fábrica, por ser esta detentora de alvará de funcionamento, devendo a interdição ter sido
requerida ao Poder Judiciário.
Em face dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
A concessão de alvará de funcionamento constitui ato administrativo discricionário, razão
por que tal ato somente pode ser anulado por autoridade administrativa.
Comentário:
O alvará de funcionamento de estabelecimentos comerciais é uma das formas de
manifestação da licença administrativa, ato que é vinculado, e não discricionário, daí o primeiro
erro. Outro erro é que atos inválidos podem ser anulados tanto pela Administração como pelo
Judiciário, e não somente por autoridade administrativa.
Gabarito: Errado

ATOS ENUNCIATIVOS

Segundo Hely Lopes Meirelles, atos enunciativos são aqueles que atestam ou certificam uma
situação preexistente, sem, contudo, haver manifestação de vontade estatal propriamente dita. São
exemplos as certidões e os atestados.
Parte da doutrina considera que os atos de opinião que preparam outros de caráter decisório,
a exemplo dos pareceres, também se enquadram como atos enunciativos.
Por não constituírem uma manifestação de vontade da Administração, os atos enunciativos
são considerados meros atos da Administração e não propriamente atos administrativos. Na
verdade, são atos administrativos apenas em sentido formal, mas não material.
Os atos enunciativos mais conhecidos são as certidões, os atestados, os pareceres e as
apostilas.
Certidão é uma cópia fiel de informações registradas em algum livro, processo, documento
ou banco de dados eletrônico em poder da Administração e de interesse do administrado
requerente. Lembrando que a Constituição Federal garante o direito ao fornecimento de certidões
para o esclarecimento de “situações de interesse pessoal”. As certidões, em regra, devem ser
expedidas no prazo de 15 dias (Lei 9.051/1995), exceto se houver previsão de prazo específico em
outra lei.

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Exemplo: certidão negativa de débitos de tributos e contribuições federais, emitida pela


Receita Federal.
Atestado é uma declaração da Administração referente a uma situação de que ela tem
conhecimento em razão da atividade de seus agentes. A diferença essencial com relação à certidão
é que o fato ou situação constante do atestado não consta de livro ou arquivo da administração.
Exemplo: atestado médico emitido por junta oficial.
Parecer é uma manifestação técnica, de caráter opinativo, emitida por órgão especializado
na matéria de que trata.
Os pareceres podem ser obrigatórios ou facultativos.
No primeiro caso (obrigatórios), a autoridade é obrigada a solicitar a opinião do parecerista,
em virtude de disposição da norma nesse sentido. É o que acontece, por exemplo, em processos
licitatórios, nos quais a autoridade responsável deve, obrigatoriamente, demandar a opinião da área
jurídica do órgão a respeito da legalidade das minutas de editais (Lei 8.666/1993, art. 38, parágrafo
único). Ressalte-se que a obrigatoriedade reside na solicitação do parecer; este, ainda que
obrigatório, não perde o seu caráter opinativo. Não obstante, a autoridade que não o acolher deverá
motivar a sua decisão ou solicitar novo parecer. De outra parte, o parecer é facultativo quando fica
a critério da Administração solicitá-lo ou não.
Os pareceres, de regra, não vinculam a autoridade responsável pela tomada de decisão.
Todavia, em alguns casos, o parecer pode contar com efeito vinculante.
O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a sua
conclusão. É o caso, por exemplo, da aposentadoria por invalidez, em que a Administração tem que
ouvir a junta médica oficial e não pode decidir de forma contrária ao seu parecer.
Também são exemplos os chamados pareceres normativos, isto é, aqueles que, quando
aprovados pela autoridade competente prevista em lei, tornam-se obrigatórios para outros órgãos
e entidades da Administração Pública, como é o caso dos pareceres expedidos pela Advocacia-Geral
da União aprovados pelo Presidente da República, que vinculam a Administração Pública Federal.
Apostila é um ato aditivo utilizado para corrigir, atualizar ou complementar dados constantes
de um ato ou contrato administrativo. Na prática administrativa, apostila equivale a uma
“averbação”.
Exemplo: anotação de alterações na situação funcional de um servidor, como promoções,
locais de lotação, aposentadoria etc.; registro de reajuste de preços e penalizações financeiras nos
contratos administrativos.

ATOS PUNITIVOS
Os atos punitivos são aqueles que impõem sanções administrativas aos que descumprirem
normas legais ou administrativas. Podem ser de ordem interna ou externa.
Os atos punitivos internos têm como destinatários os servidores públicos. São exemplos as
penalidades disciplinares, como a advertência, suspensão, demissão.

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Já os atos punitivos externos têm como destinatários os particulares que pratiquem infrações
administrativas em geral. São exemplos as sanções aplicadas aos particulares contratados pela
Administração Pública, previstas na Lei de Licitações e Contratos, bem como as penalidades
aplicadas no âmbito da atividade de polícia administrativa (interdição de atividades, destruição de
alimentos, substâncias ou objetos imprestáveis, nocivos ao consumo ou, ainda, proibidos em lei
etc.).

(Questão de prova) Um aviso é uma forma de ato administrativo classificado como ato
punitivo, ou seja, que certifica ou atesta um fato administrativo.
Comentário:
O quesito está errado. O examinador fez uma “salada” com os conceitos. Um aviso é
exemplo de ato administrativo ordinatório, assim como as portarias, as circulares internas, as
ordens de serviço e os memorandos. Por sua vez, um ato que certifica ou atesta um fato
administrativo é um ato enunciativo. Já um ato punitivo é o que impõe sanções administrativas
tanto aos servidores público com aos particulares.
Gabarito: Errado

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


Um ato administrativo extingue-se por9:
Ø Cumprimento de seus efeitos (extinção natural), por exemplo, o gozo de férias pelo servidor,
a execução da ordem de demolição de uma casa, a chegada do termo final do ato etc.
Ø Desaparecimento do sujeito (extinção subjetiva) ou do objeto (extinção objetiva), por
exemplo, a concessão de licença para tratar de interesse particular a servidor que,
posteriormente, vem a falecer (extinção subjetiva); a permissão para uso de bem público que
vem a ser destruído por catástrofe natural (extinção objetiva).
Ø Retirada, que abrange:
§ Revogação, em que a retirada se dá por razões de conveniência e oportunidade;
§ Anulação ou invalidação, por razões de legalidade;
§ Cassação, em que a retirada ocorre pelo descumprimento de condição fundamental
para que o ato pudesse ser mantido, por exemplo, ultrapassar o número máximo de

9
Di Pietro (2009, p. 235) citando Bandeira de Mello (2008, p. 436-438).

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infrações de trânsito permitido em um ano, fazendo com que o infrator tenha sua
habilitação cassada.
§ Caducidade, em que a retirada se dá porque uma norma jurídica posterior tornou
inviável a permanência da situação antes permitida pelo ato. O exemplo dado é a
caducidade de permissão para explorar parque de diversões em local que, em face da
nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível com aquele tipo de uso.
§ Contraposição, que se dá pela edição posterior de ato cujos efeitos se contrapõem
ao anteriormente emitido. É o caso da exoneração de servidor, que tem efeitos
contrapostos à nomeação.
§ Renúncia, pela qual se extinguem os efeitos do ato porque o próprio beneficiário
abriu mão de uma vantagem de que desfrutava. É o caso, por exemplo, do servidor
inativo que abre mão da aposentadoria para reassumir cargo na Administração.

(Questão de prova) O ato se extingue pelo desfazimento volitivo quando sua retirada funda-
se no advento de nova legislação que impede a permanência da situação anteriormente
consentida.
Comentário:
A anulação, a revogação e a cassação são classificadas como formas do chamado
desfazimento volitivo, eis que são resultantes da manifestação expressa do administrador ou do
Poder Judiciário. Todas as demais formas de extinção vistas no tópico acima, inclusive a
caducidade de que trata o item em questão, independem de qualquer manifestação ou
declaração, daí o erro.
Gabarito: Errado

Vamos agora destrinchar um pouco mais as duas formas mais conhecidas de extinção dos
atos administrativos: anulação e revogação.

ANULAÇÃO

Anulação, também chamada de invalidação, é o desfazimento do ato administrativo por


questões de legalidade ou de legitimidade (ofensa à lei e aos princípios).
Um vício de legalidade ou legitimidade pode ser sanável ou não. A anulação do ato que
contenha vício insanável é obrigatória; já o ato que contenha vício sanável e não acarrete lesão ao
interesse público nem prejuízo a terceiros pode ser anulado ou, se não o for, deve ser convalidado
(veja que, no caso de vício sanável, a Administração não pode ficar sem fazer nada: ela deve anular
ou convalidar o ato).

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A Administração deve anular os seus atos que


contenham vícios insanáveis, mas pode anular
ou convalidar os atos com vícios sanáveis que
não acarretem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros.

Segundo a jurisprudência dos nossos tribunais superiores, a anulação (e também a revogação


ou a cassação) de qualquer ato capaz de repercutir desfavoravelmente sobre a esfera de interesses
do administrado deve ser precedida de procedimento administrativo em que se assegure, ao
interessado, o efetivo exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa, mesmo que seja nítida
a ilegalidade10.
Detalhe importante é que o direito de defesa deve ser prévio à anulação do ato, não bastando
a possibilidade de se interpor recurso administrativo ou de acessar o Poder Judiciário
posteriormente à decisão que tenha anulado o ato que beneficiava o interessado.
A anulação produz efeitos retroativos à data da prática do ato (ex tunc), vale dizer, a anulação
desconstitui todos os efeitos já produzidos pelo ato anulado, além de impedir que o ato continue a
originar efeitos no futuro.
Isso equivale a dizer que o inválido não gera direito adquirido. Entretanto, a jurisprudência
tem considerado que se deve proteger os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé.
Assim, por exemplo, caso o servidor tenha recebido, de boa-fé, verbas remuneratórias indevidas,
não há obrigação de restituir os valores. Da mesma forma, é protegida a confiança do terceiro de
boa-fé no caso de atos produzidos por servidores nomeados ilegalmente.
Ressalte-se que, no caso de terceiros de boa-fé, são mantidos os efeitos do ato anulado, e
não o ato em si.
A anulação pode ser feita pela própria Administração (autotutela), de ofício ou mediante
provocação, ou pelo Poder Judiciário, apenas mediante provocação. Em ambos os casos, o
fundamento é o mesmo – o dever de observância do princípio da legalidade e da legitimidade.
A Lei 9.784/1999 estabelece em cinco anos o prazo para anulação de atos administrativos
ilegais, quando os efeitos do ato forem favoráveis ao administrado, salvo comprovada má fé.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe
impugnação à validade do ato.

10
Ver jurisprud•ncia ao final da aula.

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Essa regra, porém, não se aplica aos casos em que se constate afronta flagrante a
determinação expressa da Constituição Federal; nessas hipóteses, a anulação pode ocorrer a
qualquer tempo, não estando sujeita ao prazo decadencial11.

REVOGAÇÃO

Revogação é a retirada de um ato administrativo válido do mundo jurídico por razões de


conveniência e oportunidade.
A revogação pressupõe, portanto, um ato legal e em vigor, mas que se tornou inconveniente
ou inoportuno ao interesse público.
A revogação somente se aplica aos atos discricionários (controle de mérito), sendo ela
própria um ato discricionário, uma vez que decorre exclusivamente de critério de oportunidade e
conveniência.
A revogação somente produz efeitos prospectivos, para frente (ex nunc), afinal, o ato
revogado era válido, sem vício algum. Ademais, deve respeitar os direitos adquiridos.
A revogação é ato privativo da Administração que praticou o ato a ser revogado. Vale dizer
que o Poder Judiciário, no exercício da função jurisdicional, não tem legitimidade para revogar atos
administrativos de outros Poderes (só pode anulá-los, em caso de ilegalidade). Em se tratando de
revogação, o Judiciário só tem poder sobre seus próprios atos, quando atua atipicamente como
Administração, exercendo funções administrativas; nesse caso, somente o Judiciário poderá revogar
seus atos administrativos, mas não no exercício da função jurisdicional, e sim da função
administrativa.
O poder de revogação da Administração Pública não é ilimitado. Com efeito, existem atos
que são irrevogáveis e também situações em que a revogação não é cabível.
Nesse sentido, não são passíveis de revogação os atos:
§ exauridos ou consumados: afinal, o efeito da revogação é não retroativo, para o futuro; como
o ato já não tem mais efeitos a produzir, a sua revogação não faz sentido;
§ vinculados: haja vista que a revogação tem por fundamento razões de conveniência e de
oportunidade, inexistentes nos atos vinculados;
§ que geraram direitos adquiridos: é uma garantia constitucional (CF, art. 5º, XXXVI12); se nem
a lei pode prejudicar um direito adquirido, muito menos o poderia um juízo de conveniência
e oportunidade;
§ integrantes de um procedimento administrativo: porque a prática do ato sucessivo acarreta
a preclusão do ato anterior, ou seja, ocorre a preclusão administrativa em relação à etapa
anterior, tornando incabível uma nova apreciação do ato anterior quanto ao seu mérito

11
STF Ð MS 28.273/DF
12
XXXVI - a lei n‹o prejudicar‡ o direito adquirido, o ato jur’dico perfeito e a coisa julgada;

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(ex: no procedimento licitatório, a celebração de contrato administrativo impede a revogação


do ato de adjudicação).
§ meros atos administrativos: como são os atestados, os pareceres e as certidões, porque os
efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela lei;
§ complexos: uma vez que tais atos são formados pela conjugação de vontades autônomas de
órgãos diversos, e, com isso, a vontade de um dos órgãos não pode desfazer o ato; e
§ quando se exauriu a competência relativamente ao objeto do ato (ex: o ato foi objeto de
recurso administrativo cuja apreciação compete a instância superior; nesse caso, a autoridade
que praticou o ato recorrido não mais poderá revoga-lo, pois sua competência no processo já
se exauriu).
Por fim, cumpre registrar que, diferentemente da anulação, não há prazo estabelecido em
norma para a revogação de um ato que proporciona direitos ao destinatário.

REVOGAÇÃO ANULAÇÃO CONVALIDAÇÃO


Legalidade e Legalidade e
Natureza do De mérito
legitimidade legitimidade
controle (sem vício)
(vícios insanáveis) (vícios sanáveis)
Ex nunc (não
Eficácia Ex tunc (retroage) Ex tunc (retroage)
retroage)
Administração e
Competência Administração Administração
Judiciário
Atos discricionários
Atos vinculados e Atos vinculados e
Incidência (não existe revogação
discricionários discricionários
de ato vinculado)
A anulação de ato com
vício insanável é um ato A convalidação é um
Natureza do A revogação é um vinculado. A anulação de ato discricionário
desfazimento ato discricionário. ato com vício sanável (pode-se optar pela
passível de convalidação anulação do ato).
é um ato discricionário.

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(Questão de prova) A revogação de um ato administrativo produz efeitos retroativos à data


em que ele tiver sido praticado.
Comentário:
O item está errado. A revogação, que é o desfazimento de atos administrativo por razões
de conveniência e oportunidade, produz efeitos prospectivos, para o futuro (ex nunc), ou seja,
mantém intactos os efeitos já produzidos pelo ato revogado.
Gabarito: Errado

(Questão de prova) A revogação do ato administrativo, quando legítima, exclui o dever da


administração pública de indenizar, mesmo que esse ato tenha afetado direito de alguém.
Comentário:
O quesito está errado. A doutrina ensina que, como regra, a revogação não gera para a
Administração o dever de indenizar prejuízos sofridos pelos beneficiários do ato, exceto se esse
ato tenha afetado direito de alguém. Exemplo clássico: se determinado indivíduo obtém
autorização de uso de área pública por prazo determinado e, antes de expirado o prazo fixado, a
Administração decide revogar a autorização. Se na legislação aplicável ou se no próprio ato não
tiver sido expressamente afastado o dever da Administração de indenizar, ela deverá ressarcir os
prejuízos sofridos pelo beneficiário do ato.
Gabarito: Errado

(Questão de prova) Embora a revogação seja ato administrativo discricionário da


administração, são insuscetíveis de revogação, entre outros, os atos vinculados, os que
exaurirem seus efeitos, os que gerarem direitos adquiridos e os chamados meros atos
administrativos, como certidões e atestados.
Comentário:
O quesito está correto. Determinados atos não são passíveis de revogação. Além dos atos
citados no comando da questão, podem-se relacionar também os atos que geraram direitos
adquiridos, os atos integrantes de um procedimento administrativo e os atos complexos.
Gabarito: Certo

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CONVALIDAÇÃO
Antes de tratar da convalidação propriamente dita, vamos aprofundar um pouco mais nos
conceitos de atos nulos e atos anuláveis.
Para a doutrina mais tradicional, o ato administrativo que apresente qualquer vício deve
necessariamente ser anulado, sem exceção, ou seja, não se admite a possibilidade de correção do
vício. É a chamada teoria monista ou unitária, que recebe esse nome justamente pelo fato de
entender que todo e qualquer vício em um ato administrativo classifica-se como vício insanável,
resultando, sempre, em um ato nulo.
Entretanto, a doutrina mais moderna, hoje majoritária, é adepta da teoria dualista que, como
o próprio nome indica, defende a existência de dois tipos de vícios: os insanáveis e os sanáveis,
resultando em atos nulos e anuláveis, respectivamente. O fundamento da teoria dualista é que, em
alguns casos, é possível que o interesse público seja mais adequadamente satisfeito com a
manutenção do ato portador de um vício de menor gravidade, mediante a correção retroativa desse
defeito, do que com a anulação do ato e a consequente desconstituição dos efeitos que ele já
produziu13.
Quando o vício for sanável, caracteriza-se a hipótese de nulidade relativa; caso contrário, isto
é, se o vício for insanável, a nulidade é absoluta.
Aí é que entra a convalidação. Com efeito, convalidar consiste na faculdade que a
Administração tem de corrigir e regularizar os vícios sanáveis dos atos administrativos.
Para a doutrina, vícios sanáveis são aqueles presentes nos elementos competência (exceto
competência exclusiva e competência quanto à matéria) e forma (exceto forma essencial à validade
do ato14). Já os vícios de motivo e objeto são insanáveis, ou seja, não admitem convalidação.

Vícios sanáveis Vícios insanáveis


(convalidação) (anulação)

Competência, exceto
competência exclusiva e Motivo
competência quanto à matéria.

Forma, exceto forma essencial Objeto


à validade do ato.

13
Paulo e Alexandrino (2014, p. 528).
14
Por exemplo, uma san•‹o disciplinar aplicada sem motiva•‹o Ž um ato nulo por v’cio de forma, n‹o
convalid‡vel, pois a motiva•‹o Ž obrigat—ria em qualquer ato punitivo.

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A convalidação é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser feita
pelo administrado, quando a edição do ato dependia da manifestação de sua vontade e a exigência
não foi observada; se o particular se manifestar posteriormente, estará convalidando o ato 15.
Há quem aponte, ainda, uma hipótese de convalidação “tácita”, isto é, uma convalidação não
intencional. Trata-se dos atos ilegais favoráveis ao administrado que não foram anulados dentro do
prazo decadencial de 5 anos. Como a decadência impossibilita o desfazimento do ato, ainda que se
trate de vício insanável, haveria, nesse caso, uma espécie de convalidação tácita (pelo decurso do
tempo). Alguns autores chamam essa situação de estabilização ou consolidação do ato
administrativo, e reservam o termo convalidação para os casos em que um ato expresso da
Administração corrige o defeito do ato.
A convalidação produz efeitos retroativos (ex tunc), de tal modo que os efeitos produzidos
pelo ato enquanto ainda apresentava o vício passam a ser considerados válidos, não passíveis de
desconstituição. Essa possibilidade de aproveitamento dos atos com vícios sanáveis é que
representa a grande vantagem da convalidação em relação à anulação, pois gera economia de
procedimentos e segurança jurídica.
Ressalte-se que a convalidação não é controle de mérito, e sim de legalidade, incidente sobre
os vícios sanáveis nos elementos competência e forma. Assim, tanto atos vinculados como
discricionários podem ser convalidados.
Na esfera federal, a possibilidade de convalidação está prevista expressamente na Lei
9.784/1999:
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

Da leitura do dispositivo percebe-se que, na esfera federal, a convalidação deve observar


alguns requisitos indispensáveis, quais sejam:
ü não pode prejudicar terceiros;
ü deve visar a realização do interesse público;
ü deve recair sobre vícios sanáveis.
Ademais, a lei informa que a decisão de convalidar ou não um ato é discricionária da
Administração (...”poderão” ser convalidados); contudo, se decidir não convalidar, o ato deve ser
anulado, afinal, ele apresenta um vício.
Entretanto, cumpre assinalar que parte da doutrina16 considera a convalidação um ato
vinculado, a despeito do que prevê a Lei 9.784/1999. Para os autores que perfilham esta tese, a
Administração não tem poderes para escolher livremente entre convalidar ou anular um ato: em
caso de vício sanáveis, a Administração deveria, obrigatoriamente, efetuar a convalidação (e não a
anulação), a fim de preservar e dar validade aos efeitos já produzidos, em homenagem aos princípios
da boa-fé e da segurança jurídica. A discricionariedade na decisão de convalidar ou anular estaria

15
Di Pietro (2009, p. 245).
16
Incluindo Maria Sylvia Di Pietro e Celso Ant™nio Bandeira de Mello

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presente em apenas uma hipótese: vício de competência em ato discricionário, caso em que a
autoridade competente não estaria obrigada a aceitar a mesma avaliação subjetiva feita pela
autoridade incompetente.
Não obstante, por força da previsão expressa na Lei 9.784/1999, a convalidação é ato
discricionário, ao contrário do que pensa parte de nossa doutrina.

Alguns termos são apresentados como sinônimos ou assemelhados à convalidação, tais como
ratificação, confirmação, reforma e conversão.
A ratificação e a confirmação podem ser consideradas espécies de convalidação. Se a autoridade
que convalida o ato é a mesma que o praticou, teremos a ratificação. Se, ao contrário, a convalidação
for feita por autoridade superior, ocorrerá a confirmação.
A reforma incide sobre ato válido que é aperfeiçoado, por razões de conveniência e oportunidade,
para que melhor atenda aos interesses públicos. Maria Sylvia Di Pietro dá exemplo de um decreto
que expropria parte de um imóvel e é reformado para abranger o imóvel inteiro. A reforma se
distingue da convalidação, afinal esta recai sobre atos ilegais, e aquela, sobre atos legais.
Por sua vez, a conversão atinge ato inválido, mudando-o para outra categoria, para que se
aproveitem os efeitos já produzidos. Exemplo: permissão de prestação de serviços públicos sem
licitação, convertida em autorização, para a qual não se exige licitação. A conversão se aproxima da
convalidação, porém, na conversão, há a substituição do ato; na convalidação, aproveita-se o ato
primário, saneando-o.

(Questão de prova) Tanto o direito administrativo quanto o direito privado distinguem os


atos nulos dos atos anuláveis. Os atos e negócios jurídicos contrários ao ordenamento
jurídico poderão, no âmbito do direito privado, estar eivados de vícios de nulidade ou
anulabilidade, já os atos administrativos praticados em desacordo com o ordenamento
jurídico serão considerados inválidos.
Comentário:
No Direito Civil, os vícios podem gerar nulidade absoluta ou nulidade relativa, ou seja, os
atos podem ser nulos e anuláveis (Código Civil, art. 166 e 171).
No Direito Administrativo, a doutrina tradicional defende a teoria monista, pela qual os
vícios dos atos administrativos só podem gerar nulidade absoluta, isto é, os atos com vício, de
qualquer espécie, são necessariamente nulos.

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Contudo, atualmente prevalece a teoria dualista, pela qual, à semelhança do direito


privado, os atos administrativos que contenham vício podem ser nulos ou anuláveis, e não
sumariamente considerados inválidos, como afirma o quesito, daí o erro. Atos nulos são aqueles
com vícios insanáveis nos elementos motivo e objeto; atos anuláveis apresentam vícios sanáveis
nos elementos competência e forma.
Gabarito: Errado

(Questão de prova) Quando um ministério pratica ato administrativo de competência de


outro, fica configurado vício de incompetência em razão da matéria, que pode ser
convalidado por meio de ratificação.
Comentário:
O vício de incompetência em razão da matéria é um vício insanável, ou seja, não é passível
de convalidação, daí o erro. Da mesma forma, o vício também é insanável no caso de competência
==f260a==

exclusiva. Nos demais casos, o vício de incompetência é sanável e, por isso, admite convalidação.
Gabarito: Errado

*****
É isso pessoal. Finalizamos aqui a teoria sobre atos administrativos. Vamos agora resolver
mais uma bateria de questões!

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QUESTÕES DE PROVA
1. (Cespe – CAGE/RS 2018)
Determinado prefeito exarou ato administrativo autorizando o uso de bem público em favor
de um particular. Pouco tempo depois, lei municipal alterou o plano diretor, no que tange à
ocupação do espaço urbano, tendo proibido a destinação de tal bem público à atividade
particular. Nessa situação hipotética, o referido ato administrativo de autorização de uso de
bem público extingue-se por
a) revogação.
b) anulação.
c) contraposição.
d) caducidade.
e) cassação.
Comentário: vamos relembrar formas de extinção do ato administrativo:
Revogação, por razões de conveniência e oportunidade;
Anulação ou invalidação, por razões de legalidade;
Cassação, em que a retirada ocorre pelo descumprimento de condição fundamental para que
o ato pudesse ser mantido (ex.: ultrapassar o número máximo de infrações de trânsito
permitido em um ano, fazendo com que o infrator tenha sua habilitação cassada).
Caducidade, em que a retirada se dá porque uma norma jurídica posterior tornou inviável a
permanência da situação antes permitida pelo ato. O exemplo dado é a caducidade de
permissão para explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento,
tornou-se incompatível com aquele tipo de uso.
Contraposição, que se dá pela edição posterior de ato cujos efeitos se contrapõem ao
anteriormente emitido. É o caso da exoneração de servidor, que tem efeitos contrapostos à
nomeação.
Renúncia, pela qual se extinguem os efeitos do ato porque o próprio beneficiário abriu mão de
uma vantagem de que desfrutava. É o caso, por exemplo, do servidor inativo que abre mão da
aposentadoria para reassumir cargo na Administração.
No caso do enunciado, houve a edição de norma jurídica posterior ao ato de autorização de uso de
bem público, contrapondo-se ao conteúdo do ato, uma vez que proibiu a destinação do bem à
atividade particular. Isso enseja a extinção do ato administrativo por caducidade (alternativa “d”).
Gabarito: alternativa “d”

2. (Cespe – CGM/JP 2018)


A revogação produz efeitos retroativos.
Comentário:

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O item está errado. A revogação de atos administrativos produz efeitos prospectivos (para frente
ou ex nunc), uma vez que o ato era considerado válido até o momento da revogação. Na verdade, é
a anulação de atos administrativos que apresenta efeitos retroativos (para trás ou ex tunc).
Gabarito: Errado

3. (Cespe – CGM/JP 2018)


O Poder Judiciário e a própria administração pública possuem competência para anular ato
administrativo.
Comentário:
A Administração Pública, no exercício da autotutela, tem o poder de anular os atos administrativos
eivados de ilegalidade. Ademais, o Poder Judiciário, quando do controle judicial dos atos
administrativos, também pode anular esses atos. Logo, o item está correto.
Gabarito: Certo

4. (Cespe – CGM/JP 2018)


O ato administrativo julgado inconveniente poderá ser anulado a critério da administração,
caso em que a anulação terá efeitos retroativos.
Comentário:
Um ato administrativo inconveniente ou inoportuno deverá ser revogado (e não anulado), sendo
que a revogação tem efeitos prospectivos (e não retroativos). A anulação somente pode ocorrer por
motivos de ilegalidade do ato administrativo. Assim, o item está errado.
Gabarito: Errado

5. (Cespe – CGM/JP 2018)


Regulamento e ordem de serviço são exemplos, respectivamente, de ato administrativo
normativo e de ato administrativo ordinatório.
Comentário:
Isso mesmo. Regulamentos são atos normativos, com efeitos gerais e abstratos, com a função
principal de detalhar/explicitar o conteúdo das leis, para lhes dar fiel execução. Por sua vez, as
ordens de serviço são determinações para autorizar o início de determinada tarefa, constituindo ato
ordinatório, com efeitos internos, endereçados aos servidores públicos.
Gabarito: Certo

6. (Cespe – CGM/JP 2018)


Ocorre anulação do ato administrativo quando o gestor público o extingue por razões de
conveniência e oportunidade.
Comentário:

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Errado! A anulação e a revogação são as principais formas de extinção dos atos administrativos. A
anulação ocorre por ilegalidade, ao passo que a revogação ocorre por razões de conveniência e
oportunidade.
Gabarito: Errado

7. (Cespe – STJ 2018)


Cabe ao Poder Legislativo o poder-dever de controle financeiro das atividades do Poder
Executivo, o que implica a competência daquele para apreciar o mérito do ato administrativo
sob o aspecto da economicidade.
Comentário:
O Poder Legislativo é o titular do controle externo (também chamado de controle financeiro) da
Administração Pública, contando, para tanto, com o auxílio do Tribunal de Contas. O controle
externo incide sobre os aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade dos atos
administrativos, conforme explícito no art. 70 da Constituição:
Art. 70. A fiscaliza•‹o cont‡bil, financeira, or•ament‡ria, operacional e patrimonial da Uni‹o e das
entidades da administra•‹o direta e indireta, quanto ˆ legalidade, legitimidade, economicidade,
aplica•‹o das subven•›es e renœncia de receitas, ser‡ exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Pode ser até questionável afirmar que o controle de economicidade seja um controle de
mérito, mas, a meu ver, tal assertiva é correta, pois é um controle que transcende a legalidade. Por
exemplo, um gestor público pode se deparar diante de duas escolhas, ambas legais, porém uma mais
econômica que a outra. Uma vez que não existe ilegalidade, a escolha a ser feita pelo gestor é uma
decisão de mérito, passível, porém, de controle de economicidade pelo Poder Legislativo e pelo
Tribunal de Contas.
Gabarito: Certa

8. (Cespe – STJ 2018)


Por ser um ato complexo, o reconhecimento da aposentadoria de servidor público se efetiva
somente após a aprovação do tribunal de contas. Por sua vez, a negativa da aposentadoria pela
corte de contas não observa o contraditório e a ampla defesa.
Comentário:
De fato, os atos de aposentadoria são considerados atos administrativos complexos, que somente
se aperfeiçoam após o registro no Tribunal de Contas. Conforme a Súmula Vinculante nº 3 do STF, a
negativa da aposentadoria pela corte de contas não precisa mesmo observar o contraditório e a
ampla defesa, uma vez que, no momento da decisão do Tribunal, ainda não existe um ato formado.
Eis o teor da Súmula:
Nos processos perante o Tribunal de Contas da Uni‹o asseguram-se o contradit—rio e a ampla
defesa quando da decis‹o puder resultar anula•‹o ou revoga•‹o de ato administrativo que beneficie
o interessado, excetuada a aprecia•‹o da legalidade do ato de concess‹o inicial de
aposentadoria, reforma e pens‹o.

Gabarito: Certa

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9. (Cespe – STJ 2018)


No caso de vício de competência, cabe a revogação do ato administrativo, desde que sejam
respeitados eventuais direitos adquiridos de terceiros e não tenha transcorrido o prazo de
cinco anos da prática do ato.
Comentário:
A revogação apenas incide sobre atos sem vícios. Logo, um ato com vício de competência não pode
ser objeto de revogação.
Gabarito: Errada

10. (Cespe – STJ 2018)


São exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resoluções e as circulares.
Comentário:
Decretos e resoluções são sim atos administrativos normativos. Já as circulares são consideradas
atos administrativos ordinatórios, assim como portarias e memorandos.
Gabarito: Errada

11. (Cespe – STJ 2018)


O ato administrativo praticado com desvio de finalidade pode ser convalidado pela
administração pública, desde que não haja lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
Comentário:
O vício de finalidade é considerado um vício insanável, ou seja, não é passível de convalidação.
Gabarito: Errada

12. (Cespe – PC/MA 2018)


É possível a convalidação de atos administrativos quando apresentarem defeitos relativos aos
elementos
a) objeto e finalidade.
b) motivo e competência.
c) motivo e objeto.
d) competência e forma.
e) finalidade e forma.
Comentário:
Primeiramente precisamos notar que a convalidação é possível em relação aos atos maculados por
vícios sanáveis, que são aqueles decorrentes de nulidade relativa. Existindo nulidade absoluta não é
possível a convalidação.
Nesse sentido, os defeitos nos elementos: competência e forma são sanáveis.

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Os vícios de competência são convalidáveis, desde que não se trate de competência exclusiva.
Exemplo de saneamento desse vício: Ministro de Estado dispõe mediante decreto autônomo sobre
a extinção de cargos públicos vagos sem prévia delegação do Presidente da República. Como a
atribuição descrita é delegável, o presidente poderá ratificar o ato (art. 84, VI, ‘b’ e parágrafo único,
CF/88).
Os vícios de forma são convalidáveis, desde que a forma não seja essencial à validade do ato. A
ausência de decreto na expropriação é um exemplo de formalidade essencial ao ato, não podendo
esse ser convalidado na sua falta.
Atos maculados com vícios relativos a objeto, motivo e finalidade não podem ser convalidados.
Gabarito: alternativa “d”

13. (Cespe – PC/MA 2018)


Governador de estado que pretenda nomear um escrivão de polícia para ocupar cargo de
confiança deverá fazê-lo por
a) decreto.
b) homologação.
c) circular.
d) alvará.
e) resolução.
Comentário:
Utilizaremos os ensinamentos de Maria Sylvia di Pietro para comentar as alternativas abaixo, que
tratam de atos administrativos quanto à forma (salvo a homologação que é ato administrativo
quanto ao conteúdo)17.
a) CERTA. Os servidores são nomeados pelos chefes do Poder Executivo através de decreto
(Presidente, Governadores, Prefeitos). Os decretos são a forma pela qual os atos individuais ou
gerais dessas autoridades se revestem.
Eles podem ser decretos gerais, que expressam regras gerais e abstratas, ou seja, que se dirigem a
todas as pessoas que se encontram na mesma situação, e também podem ser decretos individuais
de efeitos concretos, que se dirigem a pessoa ou grupo de pessoas determinadas. É o caso de um
decreto de desapropriação, de nomeação, de demissão.
b) ERRADA. Homologação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece
a legalidade de um ato jurídico. Exemplo: homologação do procedimento de licitação.
c) ERRADA. Circular é o instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens internas
uniformes a seus subordinados.

17 Direito Administrativo, 30ª ed. (2017) - Maria Syvia Zanella Di Pietro. Seção 7.10.2

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d) ERRADA. Alvará é o instrumento pelo qual a Administração Pública confere licença ou autorização
para a prática de ato ou exercício de atividade sujeitos ao poder de polícia do Estado. Ou seja, a
licença e autorização são conteúdos, enquanto o alvará é a forma que reveste o conteúdo.
e) ERRADA. Resolução, assim como a portaria são formas de que se revestem os atos, gerais ou
individuais, emanados de autoridades outras que não o Chefe do Executivo.
Gabarito: alternativa “a”

14. (Cespe – PC/MA 2018)


Caracteriza-se como unilateral e vinculado o ato da administração denominado
a) permissão.
b) aprovação.
c) parecer.
d) autorização.
e) licença.
Comentário:
Todos os atos elencados acima são atos administrativos quanto ao conteúdo. Analisaremos abaixo
como cada um deles se caracteriza, utilizando os ensinamentos de Maria Sylvia di Pietro 18.
a) ERRADA. Permissão, em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário e
precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a execução de
serviço público ou a utilização privativa de bem público.
b) ERRADA. A aprovação é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle anterior ou
posterior do ato administrativo. No controle anterior equivale à autorização para a prática do ato;
no controle posterior equivale ao seu referendo.
c) ERRADA. Parecer é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre
assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência, podendo ser facultativo, obrigatório e
vinculante. Repare que como se trata de um ato opinativo o seu conteúdo será variável e ele não
produz efeitos jurídicos por si só.
d) ERRADA. A autorização administrativa, em sentido amplo, é o ato administrativo unilateral,
discricionário e precário pelo qual a Administração faculta ao particular: (i) o uso de bem público
(autorização de uso); (ii) a prestação de serviço público (autorização de serviço público), ou (iii) o
desempenho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seriam
legalmente proibidos (autorização como ato de polícia).
e) CERTA. Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta
àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade.
Gabarito: alternativa “e”

18 Direito Administrativo, 30ª ed. (2017) - Maria Syvia Zanella Di Pietro Seção 7.10.1

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15. (Cespe – TCE/PE 2017)


Caso se verificasse a promoção indevida de servidor do TCE/PE, o ato administrativo pertinente
deveria ser anulado, e o servidor teria de restituir os valores percebidos a mais.
Comentário:
De fato, se for verificado que o servidor foi promovido indevidamente, o ato administrativo
pertinente deve ser anulado, por ilegalidade. Porém, o servidor não necessariamente teria de
restituir os valores percebidos a mais, uma vez que a jurisprudência do TCU dispensa a reposição de
importâncias indevidamente recebidas, de boa-fé, por servidores.
Gabarito: Errada

16. (Cespe – TCE/PE 2017)


Situação hipotética: Determinado contrato público foi assinado por um funcionário
subordinado à autoridade competente; um ano depois, ao constatar o problema, a autoridade
convalidou o ato, após certificar-se da ausência de potencial lesivo e verificar que os requisitos
contratuais haviam sido preenchidos. Assertiva: Nessa situação, a autoridade competente agiu
ilicitamente ao convalidar o ato, uma vez que este estava eivado de vício insanável.
Comentário:
O vício de competência é um vício sanável, passível de convalidação, exceto se o vício atingir ato de
competência exclusiva ou de competência quanto à matéria. Na situação hipotética em questão,
não há nada que demonstre a presença das exceções, de modo que se aplica a regra geral. Ademais,
como o ato não provocou prejuízo a terceiros, ele poderia sim ser convalidado, ou seja, a autoridade
não agiu ilicitamente.
Gabarito: Errado

17. (Cespe – TCE/PE 2017)


Entre os elementos constitutivos do ato administrativo, o motivo é caracterizado pela
consequência visada pelo ato, ao passo que a finalidade é a causa legalmente prevista.
Comentário:
Ocorre o contrário: a finalidade seria a consequência visada pelo ato (interesse público) e o motivo
seria a causa legalmente prevista (pressuposto de direito).
Gabarito: Errada

18. (Cespe – TCE/PE 2017)


O ato administrativo deve ser avaliado do pelo seu conteúdo, não devendo ser invalidado por
desobediência a requisitos de forma.
Comentário:
A presença de vícios insanáveis no elemento forma também podem levar à invalidação do ato
administrativo, especialmente se estivermos diante de uma forma essencial à validade do ato.

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Gabarito: Errada

19. (Cespe – TCE/PE 2017)


Na revogação, o ato é extinto por oportunidade e conveniência, ao passo que, na anulação, ele
é desfeito por motivo(s) de ilegalidade.
Comentário:
De fato, a revogação constitui controle de mérito, ao passo que a anulação é controle de legalidade.
Gabarito: Certa

20. (Cespe – INSS 2016)


O ato praticado por agente não competente para fazê-lo poderá ser convalidado
discricionariamente pela autoridade competente para sua prática, caso em que ficará sanado
o vício de incompetência.
Comentário:
O vício de competência é considerado um vício sanável, isto é, passível de convalidação, exceto nos
casos de competência exclusiva e competência quanto à matéria. Como a questão não dá nenhuma
ideia sobre a presença das exceções, então o item está correto.
Lembrando que a convalidação é considerada um ato discricionário (alternativamente, pode-se
optar pela anulação do ato), embora existam autores que defendam ser ato vinculado; para esses
autores, nas hipóteses em que a convalidação é cabível, a autoridade competente não poderia
adotar outra providência, uma vez que a convalidação seria a medida mais condizente com os
princípios da eficiência, da segurança jurídica, da racionalidade administrativa entre outros.
Gabarito: Certo

21. (Cespe – INSS 2016)


Em decorrência do princípio da autotutela, não há limites para o poder da administração de
revogar seus próprios atos segundo critério de conveniência e oportunidade.
Comentário:
O poder de revogação da Administração Pública não é ilimitado. Com efeito, existem atos que são
irrevogáveis e também situações em que a revogação não é cabível (ex: atos exauridos ou
consumados, atos vinculados, atos integrantes de um procedimento administrativo etc.).
Gabarito: Errado

22. (Cespe – DPU 2015)


Os atos administrativos negociais são também considerados atos de consentimento, uma vez
que são editados a pedido do particular como forma de viabilizar o exercício de determinada
atividade ou a utilização de bens públicos.
Comentário:

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Parte da doutrina chama os atos administrativos negociais de “atos de consentimento”, pois são
editados em situações nas quais o particular deve obter anuência prévia da Administração para
realizar determinada atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito. São exemplos os
alvarás de construção, a licença para o exercício de uma profissão, a licença para dirigir, a
autorização para prestar serviço de táxi etc.
Gabarito: Certo

23. (Cespe – TCU 2015)


Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a ilegalidade de ato
administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal ato, para não prejudicar
administrados, que sofreriam efeitos danosos em consequência da aplicação desse ato.
Comentário:
Ao verificar a prática de ato ilegal, o administrador deve anular, e não revogar tal ato. A revogação
ocorre por motivos de conveniência e oportunidade.
Gabarito: Errado

24. (Cespe – TCU 2015).


A revogação de atos pela administração pública por motivos de conveniência e oportunidade
não possui limitação de natureza material, mas somente de natureza temporal, como, por
exemplo, o prazo quinquenal previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo
administrativo no âmbito do serviço público federal.
Comentário:
Ocorre exatamente o contrário do afirmado no item, ou seja, a revogação de atos possui limitação
de natureza material, mas não de natureza temporal.
Com efeito, existem atos que são irrevogáveis em razão da sua própria natureza ou conteúdo, nos
quais a revogação encontra uma limitação de natureza material, a exemplo, os atos exauridos ou
consumados, dos atos vinculados, dos atos que geraram direitos adquiridos e dos atos complexos.
Por outro lado, diferentemente da anulação, não há prazo estabelecido em norma para a revogação
de um ato que proporciona direitos ao destinatário. O art. 54 da Lei 9.784/1999 fala apenas em
anulação. Veja:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Gabarito: Errado

25. (Cespe – TCU 2015)


Decretos não são considerados atos administrativos.
Comentário:
Os Decretos são sim considerados atos administrativos. São da espécie atos normativos, mas
também podem ser classificados como atos individuais (decretos de desapropriação); atos

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complexos (pois dependem da conjugação de vontades do Ministro de Estado e do Presidente da


República).
Gabarito: Errado

26. (Cespe – Bacen 2013)


No que se refere aos atos administrativos e ao silêncio da administração pública, assinale a
opção correta.
a) Os atos de revogação e de anulação devem ser motivados com a indicação dos fatos e
fundamentos jurídicos, de forma explícita, exigência que não se estende aos atos de
convalidação.
b) Considere que a administração pública tenha constatado, após o devido processo
administrativo, que a conduta praticada por servidor público se amoldava à hipótese de
cassação de aposentadoria. Nessa situação, a penalidade a ser imposta não tem natureza
vinculada, já que, à luz da legislação de regência e da jurisprudência, a administração pública
disporá de discricionariedade para aplicar a pena menos gravosa.
c) De acordo com o posicionamento do STJ, o prazo decadencial de cinco anos previsto, na
legislação de regência, para que a administração pública promova o exercício da autotutela é
aplicável apenas aos atos anuláveis, não aos atos nulos.
d) Quando a lei estabelece que o decurso do prazo sem a manifestação da administração
pública implica aprovação de determinada pretensão, o silêncio administrativo configura
aceitação tácita, hipótese em que é desnecessária a apresentação de motivação pela
administração pública para a referida aprovação.
e) Em algumas hipóteses, quando não contemplado o atributo da autoexecutoriedade, a
administração pública é impedida de realizar a execução material de ato administrativo sem
prévia autorização judicial, a exemplo do que ocorre com o fechamento de restaurante pela
vigilância sanitária.
Comentários:
Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O art. 50 da Lei 9.784/1999 apresenta um rol de atos que, necessariamente, deverão
ser motivados, com indicação expressa dos fatos e dos fundamentos jurídicos; entre eles estão os
atos de anulação, revogação e convalidação. A título de clareza, e para que você também possa
relembrar as demais hipóteses de motivação obrigatória, segue a transcrição do dispositivo:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

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V - decidam recursos administrativos;


VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e
relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

b) ERRADA. Nos termos do art. 134 da Lei 8.112/1990, a pena de cassação da aposentadoria “será”
aplicada ao inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com demissão:
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta
punível com a demissão.

Portanto, pelo texto da lei, não há discricionariedade para aplicação de pena menos gravosa. Aliás,
esse foi o entendimento do STJ ao julgar o MS 17.811/DF, de 28/6/2013, conforme excerto abaixo:
(...)
6. Os antecedentes funcionais do impetrante não são suficientes para impedir a aplicação da penalidade porque
"A Administração Pública, quando se depara com situações em que a conduta do investigado se amolda nas
hipóteses de demissão ou cassação de aposentadoria, não dispõe de discricionariedade para aplicar pena
menos gravosa por tratar-se de ato vinculado"

c) ERRADA. O prazo decadencial previsto na Lei 9.784/1999 não faz distinção entre atos nulos e
anuláveis, ou seja, aplica-se a ambos. Vejamos:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Aliás, foi esse o entendimento manifestado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no AgRg no REsp
1.147.446/RS, de 26/9/2012:
1. O prazo decadencial para que a Administração Pública promova a autotutela, previsto no art. 54 da Lei n.º
9.784/99, é aplicável tanto aos atos nulos quanto aos anuláveis.

d) CERTA. A doutrina majoritária não considera o silêncio como um ato administrativo, vez que não
representa uma declaração de vontade. O silêncio é considerado um fato administrativo, nas
hipóteses em que a ausência de declaração provoca efeitos jurídicos, como a decadência e a
prescrição, ou nos casos em que a lei fixa um prazo, findo o qual o silêncio da Administração significa
concordância (anuência tácita) ou discordância. Nessa última hipótese, é desnecessária a
apresentação de motivação pela Administração Pública para a referida aprovação ou reprovação,
afinal, se a lei não exige nem a exteriorização da própria vontade, imagine dos motivos que a
fundamentam.
e) ERRADA. A afirmativa está correta; o exemplo é que está errado. De fato, em algumas hipóteses
a administração pública é impedida de realizar a execução material de ato administrativo sem prévia
autorização judicial, ou seja, nesses casos o atributo da autoexecutoriedade não está presente.
Exemplo típico é a cobrança de multas não pagas pelo devedor, cuja execução deve ser feita pela via
judicial. Por outro lado, o fechamento de restaurante pela vigilância sanitária é ato administrativo
dotado de autoexecutoriedade, isto é, pode ser efetuado pela própria Administração
independentemente de prévia autorização judicial.

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Gabarito: alternativa “d”

27. (Cespe – TRE/MS 2013)


No que se refere à administração pública e ao ato administrativo, assinale a opção correta.
a) Os atos administrativos gerais, a exemplo dos atos normativos, podem ser objeto de
impugnação direta por meio de recurso administrativo.
b) Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da
administração pública, mas não se origina de um agente público, mantendo-se, porém, aqueles
efeitos já produzidos perante terceiros de boa-fé.
c) A multa administrativa goza de executoriedade na medida em que a administração pode
obrigar o administrado a cumpri-la por meios indiretos, como o bloqueio de documento de
veículo.
d) O ato administrativo será discricionário quando a lei não estabelecer margem alguma de
liberdade para atuação do administrador, fixando uma única maneira de agir nos termos da lei.
e) Os atos normativos editados conjuntamente por diversos órgãos da administração federal,
como as portarias conjuntas ou instruções normativas conjuntas da Secretaria da Receita
Federal do Brasil e da Procuradoria da Fazenda Nacional, são exemplos de ato administrativo
complexo.
Comentários:
Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Os atos administrativos gerais, a exemplo dos atos normativos, não podem ser objeto
de impugnação direta por meio de recursos administrativos. A rigor, para pleitear a invalidação
direta de um ato normativo geral, deve ser utilizada a ação direta de inconstitucionalidade (ADI).
De outra parte, é bom saber que, ao contrário dos atos gerais, os atos individuais podem ser
atacados por recursos administrativos.
b) ERRADA. De fato, ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de
vontade da administração pública, mas, na verdade, possui algum defeito capital que o impede de
produzir efeitos no mundo jurídico, a exemplo de não ter se originado de um agente público, como
no caso do usurpador de função. O erro é que os efeitos dos atos inexistentes não podem ser
validamente mantidos, mesmo perante terceiros de boa-fé.
c) ERRADA. Para parte da doutrina, o atributo da autoexecutoriedade dos atos administrativos se
divide em executoriedade e exigibilidade. A executoriedade se refere aos meios diretos de coerção,
inclusive mediante o uso da força. Já a exigibilidade diz respeito aos meios indiretos de coerção. O
erro do item é que a multa administrativa não goza de executoriedade, e sim de exigibilidade, pois
a Administração não pode cobrá-la mediante coerção direta, mas apenas por meios indiretos, como
o bloqueio do documento do veículo.
d) ERRADA. O ato administrativo será vinculado, e não discricionário, quando a lei não estabelecer
margem alguma de liberdade para atuação do administrador, fixando uma única maneira de agir nos
termos da lei.

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e) CERTA. Atos complexos são os que decorrem de duas ou mais manifestações de vontade
autônomas, provenientes de órgãos diversos, que concorrem para a formação de um único ato.
Exemplo clássico são as portarias conjuntas da Receita Federal e da PGFN.
Gabarito: alternativa “e”

28. (Cespe – TJ/PI 2012)


Com relação ao ato administrativo, assinale a opção correta.
a) Considerando a relação entre a validade e a eficácia do ato administrativo, é correto afirmar
que um ato pode ser válido e eficaz ou, ainda, inválido e ineficaz, mas não inválido e eficaz,
pois não é possível considerar que, tendo sido editado em desconformidade com a lei, um ato
esteja apto a produzir efeitos.
b) O ato de convalidação, pelo qual é suprido vício existente em ato ilegal, opera efeitos ex
tunc, retroagindo em seus efeitos ao momento em que foi praticado o ato originário.
c) Atos compostos são aqueles cuja vontade final exige a intervenção de agentes ou órgãos
diversos e apresenta conteúdo próprio em cada uma das manifestações.
d) A autorização para exploração de jazida é exemplo de ato declaratório, já que expressa
aquiescência da administração para o particular desenvolver determinada atividade.
e) Os atos administrativos que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses devem ser
motivados, assim como os que importem anulação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo, não sendo essencial a motivação para os atos que os revoguem, pois a
revogação ocorre por motivo de conveniência e oportunidade da administração.
Comentários:
Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Ao contrário do que afirma o item, é sim possível que um ato administrativo seja inválido
e eficaz. Tal possibilidade decorre do atributo da presunção da legitimidade, pelo qual os atos
administrativos produzem efeitos desde o momento de sua edição, ainda que apresentem qualquer
vício aparente. Para que o vício provoque a paralização dos efeitos do ato, é preciso que a
Administração ou o Judiciário expressamente declare a sua nulidade.
b) CERTA. Convalidar é corrigir defeito sanável presente em ato ilegal, tornando-o legal, desde que
isso não cause lesões a interesses públicos ou a terceiros. A convalidação opera efeitos ex tunc, isto
é, retroativos, tornando válidos todos os efeitos produzidos desde o momento em que o ato
convalidado foi originalmente praticado. Perceba que, caso os efeitos fossem prospectivos (ex nunc),
o instituto da convalidação seria inteiramente inútil, uma vez que convalidar equivaleria a anular o
ato e, no mesmo momento, praticar um outro ato válido, sem o vício do ato que acabou de ser
anulado.
c) ERRADA. Nos atos compostos, há a manifestação de dois ou mais órgãos, porém a manifestação
de um é instrumental em relação à do outro; ou seja, não há “conteúdo próprio em cada uma das
manifestações”, mas apenas na manifestação principal. Por outro lado, atos complexos são os que

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decorrem de duas ou mais manifestações de vontade independentes, provenientes de órgãos


diversos, que concorrem para a formação de um ato único.
d) ERRADA. A autorização para exploração de jazida é exemplo de ato constitutivo (e não
declaratório), já que expressa aquiescência da administração para o particular desenvolver
determinada atividade, gerando para ele um direito. Lembre-se de que os atos constitutivos são os
que criam uma nova situação jurídica individual para seus destinatários. Ao contrário, os atos
declaratórios são os que visam apenas atestar um fato, ou reconhecer um direito ou uma obrigação
que já existia antes do ato, de que é exemplo a expedição de certidões.
e) ERRADA. A motivação, embora seja sempre desejável, não é obrigatória em todos os casos, mas
apenas naqueles em que a lei expressamente determina. O art. 50 da Lei 9.784/1999, por exemplo,
registra um extenso rol de atos que necessariamente devem ser motivados, dentre eles, os atos que
“importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo” (inciso VIII).
Sendo assim, conquanto a revogação de fato ocorra por motivo de conveniência e oportunidade da
Administração, deve ser sempre motivada.
Gabarito: alternativa “b”

29. (Cespe – TJ/RR 2013)


Suponha que determinado cidadão que pretenda construir uma casa tenha sido informado
pelo órgão estatal competente de que a administração deve, por meio de ato administrativo,
consentir a construção, antes do início das obras. Nessa situação, o ato administrativo de
consentimento a ser expedido pela administração é a
a) permissão.
b) aprovação.
c) admissão.
d) autorização.
e) licença.
Comentário:
O consentimento da Administração para permitir que o particular execute uma obra é exemplo
típico de licença (opção “e”), ato administrativo vinculado e definitivo. Sobre o tema, é importante
recordar que, embora a licença para construir seja um ato vinculado, a jurisprudência do STF e do
STJ admite que, em casos excepcionais, a Administração pode revogá-la por razões de conveniência
e oportunidade (além de, é claro, poder anulá-la ou cassá-la). Para o STF, a revogação seria possível
antes do início da obra. Ressalte-se que os atos vinculados, em regra, não podem ser objeto de
revogação, pois a revogação é feita com base em critérios de conveniência e oportunidade, sendo
uma espécie de desfazimento típica dos atos discricionários. Portanto, a revogação de licença para
construir constitui hipótese excepcional.
Gabarito: alternativa “e”

30. (Cespe – PGE/PB 2008)

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A respeito dos atos administrativos, julgue os itens subsequentes.


I Ato perfeito é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado, por ter esgotado todas as
fases necessárias à sua produção.
II Ato consumado é o que já produziu todos os seus efeitos.
III Ato pendente é aquele que, embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para que
comece a produzir efeitos.
IV Ato imperfeito é o que apresenta aparência de manifestação de vontade da administração
pública, mas que não chegou a aperfeiçoar-se como ato administrativo.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.
Comentários:
As alternativas I, II e III apresentam as definições exatas de ato perfeito, ato consumado e ato
pendente, respectivamente. Já a alternativa IV está errada, pois traz a definição de ato inexistente,
e não de ato imperfeito. Ato imperfeito, segundo Hely Lopes Meirelles, “é o que se apresenta
incompleto na sua formação ou carente de um ato complementar para tornar-se exequível e
operante”.
Gabarito: alternativa “e”

31. (Cespe DP/MA 2011)


O conjunto de atos normativos e concretos da administração pública com o objetivo de impedir
ou paralisar atividades privadas contrárias ao interesse público corresponde ao poder
a) disciplinar.
b) regulatório.
c) de polícia.
d) de fiscalização.
e) hierárquico.
Comentário:
O poder que confere à Administração Pública a faculdade para condicionar ou restringir o uso de
bens, o exercício de direitos e a prática de atividades privadas, com vistas a proteger os interesses
gerais da coletividade, é o poder de polícia.
Gabarito: alternativa “c”

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32. (Cespe – MPOG 2012)


Os atos administrativos classificam-se, quanto à formação da vontade administrativa, em atos
simples, compostos e complexos, constituindo a aposentadoria de servidor público exemplo
de ato administrativo complexo.
Comentário:
Segundo a jurisprudência do STF, o ato de aposentadoria de servidor público estatutário é um ato
administrativo complexo. Isso porque, nos termos do art. 71, III da Constituição Federal, a
legalidade dos atos de aposentadoria editados pela Administração deve ser apreciada, para fins de
registro, pelo Tribunal de Contas. Assim, de acordo com o entendimento do STF, antes da
manifestação do Tribunal de Contas concedendo o registro, a formação do ato de aposentadoria
ainda não está completa, ou seja, o ato ainda não é um ato perfeito, formado.
Gabarito: Certo

33. (Cespe – CNJ 2013)


A licença concedida ao administrado para o exercício de direito poderá ser revogada pela
administração pública por critério de conveniência e oportunidade.
Comentário:
Como regra, as licenças são atos vinculados e definitivos, vale dizer, não admitem revogação por
critério de conveniência e oportunidade. Porém, a jurisprudência do STF admite a possibilidade de
revogação de licenças em um caso excepcional, qual seja: obras não iniciadas. Nessa hipótese
excepcional, a licença para construir (ato vinculado), poderá ser revogada (e não anulada ou cassada)
por conveniência da Administração, desde que a obra não tenha se iniciado. Parece que, na questão
ora em comento, a banca, embora não tenha sido explícita no enunciado, adotou o entendimento
aplicável às licenças para obras. A meu ver, porém, a questão deveria ser considerada errada, pois,
lendo o enunciado, nada leva a crer que deveria ser considerada a exceção e não a regra geral.
Gabarito: Certo

34. (Cespe – MPU 2013)


É denominado regulamento executivo o decreto editado pelo chefe do Poder Executivo federal
para regulamentar leis.
Comentário:
O quesito está correto. Os decretos editados pelo Chefe do Poder Executivo com vistas a possibilitar
a fiel execução das leis que, de algum modo, envolvam atuação da Administração Pública são
chamados de decretos de execução, regulamentos ou decretos executivos.
Gabarito: Certo

35. (Cespe – PC/BA 2013)


A concessão de autorização para porte de arma consiste em ato discricionário e precário da
administração, podendo ser revogada a qualquer momento.

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Comentário:
De fato, as autorizações são atos discricionários e precários. Diversamente, as licenças são atos
vinculados e definitivos.
Gabarito: Certo

36. (Cespe – DP/DF 2013)


A autorização de uso de bem público por particular caracteriza-se como ato administrativo
unilateral, discricionário e precário, para o atendimento de interesse predominantemente do
próprio particular.
Comentário:
Mais uma questão do Cespe que explora a natureza dos atos de licença e de autorização. Como visto,
as licenças são atos vinculados e definitivos, enquanto as autorizações são atos discricionários e
precários.
Gabarito: Certo

37. (Cespe – MIN 2013)


A concessão pela administração pública de licença ao cidadão para construir consiste em ato
administrativo discricionário.
Comentário:
Ao contrário das autorizações, as licenças são atos administrativos vinculados, e não discricionários.
Gabarito: Errado

38. (Cespe – PM/CE 2014)


A licença é ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual a administração pública
faculta ao particular o desempenho de atividade material ou a prática de ato que, sem esse
consentimento, seria legalmente proibido.
Comentário:
Trata-se da definição de autorização, e não de licença, daí o erro.
Gabarito: Errado

39. (Cespe – MIN 2013)


A pavimentação de uma rua pela administração pública municipal representa um fato
administrativo, atividade decorrente do exercício da função administrativa, que pode originar-
se de um ato administrativo.
Comentário:
A pavimentação de rua é uma atividade material, ou seja, uma ação concreta da Administração;
portanto, trata-se, é verdade, de um fato administrativo. Também é correto que tal atividade pode
se originar de um ato administrativo, como uma ordem de serviço, por exemplo. Aliás, em regra, os
fatos administrativos são precedidos de atos administrativos.

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Gabarito: Certo

40. (Cespe – MPU 2013)


Dado o princípio da legalidade, a atuação do Estado é limitada pela lei, devendo seus atos, em
caso de inobservância desse princípio, ser declarados inválidos ou ser anulados, o que ocorre
unicamente por via judicial.
Comentário:
O quesito ia bem ao afirmar que a atuação do Estado deve se pautar pelo princípio da legalidade e
que, em caso de inobservância desse princípio, os atos administrativos devem ser declarados
inválidos, ou seja, anulados. O erro é que a anulação de atos administrativos ilegais não ocorre
unicamente por via judicial. A própria Administração, com base no seu poder de autotutela, pode
anular atos que ela mesma tenha praticado caso, posteriormente, constate a presença de alguma
ilegalidade.
Gabarito: Errado

41. (ESAF – PGFN 2007)


Entre os atos da Administração, verifica-se a prática do ato administrativo, o qual abrange
somente determinada categoria de atos praticados no exercício da função administrativa.
Destarte, assinale a opção correta.
a) A presunção de legitimidade e veracidade, a imperatividade e a auto-executoriedade são
elementos do ato administrativo.
b) Procedimento administrativo consiste no iter legal a ser percorrido pelos agentes públicos
para a obtenção dos efeitos regulares de um ato administrativo principal.
c) Os atos de gestão são os praticados pela Administração com todas as prerrogativas e
privilégios de autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao particular,
independentemente de autorização judicial.
d) Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, sejam eles singulares
ou colegiados, cuja vontade se funde para formar um ato único.
e) Na executoriedade, a Administração emprega meios indiretos de coerção, como a multa ou
outras penalidades administrativas impostas em caso de descumprimento do ato, compelindo
materialmente o administrado a fazer alguma coisa.
Comentários:
Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A presunção de legitimidade e veracidade, a imperatividade e a auto-executoriedade
são atributos, e não elementos do ato administrativo. Os elementos são competência, finalidade,
forma, motivo e objeto.
b) CERTA. Procedimento administrativo consiste numa sucessão de atos preparatórios, todos
intermediários e autônomos, que visam ao atingimento de um objetivo final ou à prática de um ato
final que finaliza o procedimento. É, portanto, o iter (caminho) legal a ser percorrido pelo agente

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público, de que são exemplos os procedimentos de licitação, de concurso público e de


desapropriação. Por curiosidade, essa expressão “iter legal” é usada por Celso Antônio Bandeira de
Mello.
c) ERRADA. Os atos de império (e não os de gestão) são praticados pela Administração com todas
as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao particular,
independentemente de autorização judicial, de que são exemplo a interdição de estabelecimento
comercial, a desapropriação de imóvel, a apreensão de mercadorias, a imposição de multas
administrativas etc. Por sua vez, atos de gestão são típicos das atividades de administração de bens
e serviços em geral, que não exigem coerção sobre os interessados, assemelhando-se aos atos
praticados pelas pessoas privadas, de que são exemplos a alienação ou aquisição de bens pela
Administração ou a contratação de pessoal mediante concurso público.
d) ERRADA. Ato complexo (e não ato composto) é o que resulta da manifestação autônoma de dois
ou mais órgãos, sejam eles singulares ou colegiados, cuja vontade se funde para formar um ato
único. Por sua vez, ato composto é aquele que conta com a participação de dois ou mais órgãos, em
que a vontade de um é instrumental em relação à do outro.
e) ERRADA. Na exigibilidade (e não na executoriedade), a Administração emprega meios indiretos
de coerção, como a multa ou outras penalidades administrativas impostas em caso de
descumprimento do ato. Por outro lado, na executoriedade, a Administração utiliza meios diretos
de coerção, compelindo materialmente o administrado a fazer alguma coisa, como na dissolução de
uma passeata que esteja causando prejuízo à ordem pública.
Gabarito: alternativa “b”

42. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF 2011)


O prefeito de um município declarou nulo o concurso público de mecânico, à vista de vícios
considerados insanáveis; assim, exonerou, em seguida, os servidores aprovados no certame e
já empossados nos cargos. Diante dessa situação hipotética, e com fundamento na teoria dos
atos administrativos, assinale a alternativa incorreta.
a) A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem
ilegais.
b) A anulação prescinde da observância do contraditório, ou seja, da audição prévia dos
envolvidos.
c) A revogação é a supressão de um ato discricionário legítimo e eficaz e pode ser realizada
somente pela Administração.
d) A Administração pode desfazer seus próprios atos por considerações de mérito e de
ilegalidade.
e) O controle externo dos atos administrativos pelo Poder Judiciário limita-se ao exame da
legalidade.
Comentário:
Vamos procurar a alternativa incorreta:

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a) CERTA, nos termos da Súmula 473 do STF:


A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

b) ERRADA. Segundo a jurisprudência do STF, o administrado deve ter assegurado o efetivo


exercício do seu direito de defesa previamente à extinção, pela Administração, de ato que seja de
interesse dele, não importando se o ato será retirado do mundo jurídico mediante anulação,
cassação ou revogação. No caso, a anulação do concurso afetou o interesse dos servidores
aprovados no certame e já empossados nos cargos. Portanto, antes de anular o concurso e exonerar
os servidores, a Administração deverá instaurar procedimento administrativo para assegurar,
formalmente, o direito de defesa aos servidores que serão afetados pela anulação.
c) CERTA. A revogação é a supressão de um ato discricionário legítimo e eficaz, por razões de
conveniência e oportunidade. Trata-se de um controle de mérito e, por isso, só pode ser realizada
pela própria Administração.
d) CERTA, nos termos da Súmula 473 do STF, acima transcrita. Quando o desfazimento ocorrer por
razões de mérito, será efetivado mediante revogação; se for por questões de ilegalidade, dar-se-á
por anulação.
e) CERTA. O Poder Judiciário não examina questões de mérito, mas apenas de legalidade ou de
legitimidade.
Gabarito: alternativa “b”

43. (FCC – MPE/PB 2015)


Manoel, servidor público estadual, praticou o ato administrativo denominado visto, de modo
a controlar ato do administrado Francisco, aferindo sua legitimidade formal e, assim, dando-
lhe exequibilidade. O visto corresponde a ato administrativo
a) enunciativo.
b) normativo.
c) ordinatório.
d) negocial.
e) punitivo.
Comentários:
Segundo Hely Lopes Meirelles, visto é o ato administrativo vinculado pelo qual o Poder Público
controla outro ato da própria Administração ou do administrado, aferindo sua legitimidade formal
para dar-lhe exiquibilidade. O autor classifica o visto na categoria dos atos negociais, daí o gabarito.
Ressalta, contudo, que o visto não se confunde com as espécies afins (aprovação, autorização,
homologação), porque nestas há exame de mérito e em certos casos operam como ato
independente, ao passo que o visto incide sempre sobre um ato anterior e não alcança seu
conteúdo.

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Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de requerimento de servidores subordinados a


autoridade de instância superior; a lei normalmente impõe o visto do chefe imediato, para fins de
conhecimento e controle formal, não equivalendo à concordância ou deferimento de seu conteúdo.
Importante saber que existe uma divergência doutrinária em relação à classificação do visto. A
autora Maria Sylvia Di Pietro classifica esse tipo de ato na categoria dos atos enunciativos, eis que o
visto não encerra manifestação de vontade da Administração, mas apenas um ato de conhecimento.
Gabarito: alternativa “d”

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JURISPRUDÊNCIA

STJ AgRg no REsp 882200 / RJ (12/4/2010)

“Este Superior Tribunal possui entendimento de que todo ato administrativo que repercuta na esfera
individual do administrado, no caso, servidor público, tem de ser precedido de processo
administrativo que assegure a este o contraditório e a ampla defesa. Trata-se de mitigação do
enunciado da Súmula 473/STF, com intuito de conferir segurança jurídica ao administrado, bem
como resguardar direitos conquistados por este”.

STJ - RMS 27440 / AL (22/9/2009)

4. Sempre que a decisão administrativa afetar interesses de particulares, é imprescindível a


observância do contraditório e da ampla defesa para que se aprecie a nulidade do processo
licitatório. Precedentes do STF e do STJ. Consequentemente, mesmo que haja fortes indícios de
ilegalidade do certame público, não há inutilidade na prévia oitiva das partes interessadas, pois não
se pode afastar a hipótese, ainda que remota, de surgirem novos esclarecimentos que afetem o juízo
decisório, a exemplo da comprovação de que os vícios apontados não trouxeram prejuízos ao
interesse público.

STF – Informativo 732

Processo administrativo: contraditório e ampla defesa


Por ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, a 2ª Turma deu provimento a recurso
ordinário em mandado de segurança para declarar nulo ato administrativo e seus consectários, a fim
de garantir à impetrante manifestação prévia em processo administrativo destinado a verificar a
regularidade da concessão de benefício fiscal. Asseverou-se que a prerrogativa de a Administração
Pública controlar seus próprios atos não dispensaria a observância dos postulados
supramencionados em âmbito administrativo. Ademais, ressaltou-se que a manifestação em
recurso administrativo não supriria a ausência de intimação da recorrente. Pontuou-se que caberia
à Administração dar oportunidade ao interessado em momento próprio e que a impugnação,
mediante recurso, de ato que anulara benefício anteriormente concedido, mesmo diante de exame
exaustivo das razões de defesa apresentadas, não satisfaria o direito de defesa da impetrante. RMS
31661/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 10.12.2013. (RMS-31661)

STF – MS 28.273/DF (13/12/2012)

“O Supremo Tribunal Federal sempre se pronunciou no sentido de que, sob a égide da Constituição
de 1988, é inconstitucional qualquer forma de provimento dos serviços notariais e de registro que
não por concurso público; II – Não há direito adquirido à efetivação em serventia vaga sob a égide
da Constituição de 1988; III – O exame da investidura na titularidade de cartório sem concurso
público não está sujeito ao prazo previsto no art. 54 da Lei 9.784/1999, por se tratar de ato
manifestamente inconstitucional”.

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*****

Por hoje é só pessoal!

Bons estudos!

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RESUMÃO DA AULA
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
§ Atos vinculados: a lei fixa os requisitos e condições de sua realização, não deixando liberdade
Quanto ao de ação para a Administração.
grau de
§ Atos discricionários: a Administração tem liberdade de ação dentro de determinados
liberdade
parâmetros previamente definidos em lei.

§ Atos gerais: possuem destinatários indeterminados; são dotados de generalidade e


Quanto aos abstração; prevalecem sobre os atos individuais. Ex: atos normativos.
destinatários § Atos individuais: possuem destinatários certos e determinados; pode ser um destinatário
(ato singular) ou vários (ato plúrimo). Ex: nomeação, exoneração, autorização, licença.

Quanto à § Atos internos: atingem apenas o órgão que os editou. Ex: portaria de remoção de servidor.
situação de § Atos externos: também atingem terceiros. Ex: multas a empresas contratadas, editais de
terceiros licitação, atos normativos etc.

§ Atos simples: decorrem da manifestação de um único órgão, unipessoal ou colegiado. Ex:


despacho de um chefe de seção, decisões de conselhos administrativos.
Quanto à § Atos complexos: decorrem de duas ou mais manifestações de vontade autônomas,
formação de provenientes de órgãos diversos (há um ato único). Ex: aposentadoria de servidor estatutário,
vontade portarias conjuntas.
§ Atos compostos: resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é
instrumental em relação à do outro (existem dois atos). Ex: autorização que depende de visto.

§ Atos de império: praticados com supremacia sobre os administrados. Ex: desapropriação.


Quanto às § Atos de gestão: praticados sem supremacia sobre os administrados; são atos próprios da
prerrogativas gestão de bens e serviços. Ex: alienação de bens, aluguéis de imóveis.
da
Administração § Atos de expediente: se destinam a dar andamento aos processos e papeis administrativos,
sem qualquer conteúdo decisório. Ex: protocolo de documentos.

§ Ato constitutivo, extintivo ou modificativo: respectivamente criam, extinguem ou


modificam direitos e obrigações para seus destinatários. Ex: licenças, nomeações, aplicação
Quanto aos de sanções (constitutivos); cassação de autorização, demissão de servidor (extintivos);
efeitos alteração de horário de funcionamento do órgão (modificativo).
§ Ato declaratório: atesta um fato ou reconhece um direito ou uma obrigação que já existia
antes do ato. Ex: expedição de certidões e atestados.

§ Ato válido: é aquele praticado em conformidade com a lei, sem nenhum vício.
Quanto aos § Ato nulo: é aquele que nasce com vício insanável. Ex: ato com motivo inexistente, ato com
requisitos de
objeto não previsto em lei e ato praticado com desvio de finalidade.
validade
§ Ato anulável: é o que apresenta vício sanável. Ex: vícios de competência e de forma (regra).

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§ Ato inexistente: apenas tem aparência de ato administrativo, mas, em verdade, não chega a
entrar no mundo jurídico, por falta de um elemento essencial. Ex: usurpador de função.

§ Ato perfeito: aquele que já concluiu todas as etapas da sua formação.


§ Ato eficaz: é o ato perfeito que já está apto a produzir efeitos, não dependendo de nenhum
Quanto à evento posterior, como termo, condição, aprovação, autorização etc.
exequibilidade § Ato pendente: é o ato perfeito que ainda depende de algum evento posterior para produzir
efeitos.
§ Ato consumado: é o que já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS


Ø Atos normativos
§ Possuem efeitos gerais e abstratos, atingindo todos aqueles que se situam em idêntica situação jurídica (não têm destinatários
determinados). Correspondem aos “atos gerais”.
§ Não podem inovar o ordenamento jurídico (ao contrário das leis).
§ São atos administrativos apenas em sentido formal (e não em sentido material).
§ Não podem ser objeto de impugnação direta por meio de recursos administrativos ou ação judicial ordinária; devem ser
impugnados por ação direta de inconstitucionalidade.
§ Exemplos: regulamentos, portarias, circulares, instruções normativas.

Ø Atos ordinatórios
§ São os atos com efeitos internos, endereçados aos servidores públicos, que visam a disciplinar o funcionamento da
Administração e a conduta funcional de seus agentes.
§ Possuem fundamento no poder hierárquico; de regra, não atingem os particulares em geral.
§ São inferiores em hierarquia aos atos normativos.
§ Exemplos: portarias de delegação de competência, circulares internas, ordens de serviço, avisos.

Ø Atos negociais
§ São aqueles em que a vontade da Administração coincide com o interesse do administrado.
§ Representam a anuência prévia da Administração para o particular realizar determinada atividade de interesse dele, ou exercer
determinado direito (“atos de consentimento”).
§ Não cabe falar em imperatividade, coercitividade ou autoexecutoriedade nos atos negociais.
§ Licença:
o Ato administrativo vinculado e definitivo. Permite ao particular exercer direitos subjetivos.
o Não pode, em regra, ser revogada (exceto licença para construir). Admite apenas cassação (vício na execução) ou anulação
(vício na origem). Pode gerar direito a indenização ao particular, caso ele não tenha dado causa à invalidação da licença.
§ Autorização:
o Ato administrativo discricionário e precário. Permite ao particular exercer atividades materiais, prestar serviços públicos
ou utilizar bem público.
o Pode ser revogada a qualquer tempo pela Administração, em regra, sem a necessidade de pagar indenização ao
interessado.
§ Permissão: ato administrativo discricionário e precário. Enquanto ato administrativo, refere-se apenas ao uso de bem público;
em caso de delegação de serviços públicos, a permissão deve ser formalizada mediante um “contrato de adesão”, precedido
de licitação (ou seja, não constitui um ato administrativo).
§ Outros exemplos: admissão, aprovação e homologação.

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Ø Atos enunciativos
§ São aqueles que atestam ou certificam uma situação preexistente (ex: certidões e atestados) ou que emitem uma opinião
para preparar outro ato de caráter decisório (pareceres).
§ A rigor, não constituírem uma manifestação de vontade da Administração; por isso, são considerados meros atos da
Administração (são atos administrativos apenas em sentido formal, mas não material).
§ Exemplos: certidão (cópia fiel de informações registradas em livros ou banco de dados); atestado (declaração sobre fato que
não consta em livro ou arquivo), parecer (pode ser obrigatório ou facultativo e, em alguns casos, pode ter efeito vinculante);
apostila (averbação para corrigir ou atualizar dados).

Ø Atos punitivos
§ Os atos punitivos são aqueles que impõem sanções administrativas.
§ Podem ser de ordem interna (ex: penalidades disciplinares a servidores públicos) ou externa (sanções aplicadas a particulares).

EXTINÇÃO E CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS

REVOGAÇÃO ANULAÇÃO CONVALIDAÇÃO


Natureza do De mérito Legalidade e legitimidade Legalidade e legitimidade
controle (sem vício) (vícios insanáveis) (vícios sanáveis)
Eficácia Ex nunc (não retroage) Ex tunc (retroage) Ex tunc (retroage)
Competência Administração Administração e Judiciário Administração
Atos discricionários (não
Atos vinculados e
Incidência existe revogação de ato Atos vinculados e discricionários
discricionários
vinculado)
A anulação de ato com vício
A convalidação é um ato
insanável é um ato vinculado. A
Natureza do A revogação é um discricionário (pode-se
anulação de ato com vício sanável
desfazimento ato discricionário. optar pela anulação do
passível de convalidação é um ato
ato).
discricionário.

Ø Outras formas de extinção do ato administrativo:

§ Extinção natural: cumprimento dos efeitos do ato;


§ Extinção subjetiva: desaparecimento do sujeito (ex: falecimento do servidor que estava em licença);
§ Extinção objetiva: desaparecimento do objeto (ex: destruição do bem objeto de autorização de uso);
§ Cassação: descumprimento de condição fundamental para que o ato pudesse ser mantido (ex: excesso de multas de trânsito);
§ Caducidade: norma jurídica posterior tornou inviável a permanência da situação antes permitida pelo ato;
§ Contraposição: edição posterior de ato cujos efeitos se contrapõem ao anteriormente emitido (ex: exoneração versus
nomeação);
§ Renúncia: o próprio beneficiário abre mão de uma vantagem de que desfrutava.
§ Conversão: atinge ato inválido, mudando-o para outra categoria, para que se aproveitem os efeitos já produzidos.

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LISTA DE QUESTÕES
1. (Cespe – CAGE/RS 2018)
Determinado prefeito exarou ato administrativo autorizando o uso de bem público em favor
de um particular. Pouco tempo depois, lei municipal alterou o plano diretor, no que tange à
ocupação do espaço urbano, tendo proibido a destinação de tal bem público à atividade
particular. Nessa situação hipotética, o referido ato administrativo de autorização de uso de
bem público extingue-se por
a) revogação.
b) anulação.
c) contraposição.
d) caducidade.
e) cassação.
2. (Cespe – CGM/JP 2018)
A revogação produz efeitos retroativos.
3. (Cespe – CGM/JP 2018)
O Poder Judiciário e a própria administração pública possuem competência para anular ato
administrativo.
4. (Cespe – CGM/JP 2018)
O ato administrativo julgado inconveniente poderá ser anulado a critério da administração,
caso em que a anulação terá efeitos retroativos.
5. (Cespe – CGM/JP 2018)
Regulamento e ordem de serviço são exemplos, respectivamente, de ato administrativo
normativo e de ato administrativo ordinatório.
6. (Cespe – CGM/JP 2018)
Ocorre anulação do ato administrativo quando o gestor público o extingue por razões de
conveniência e oportunidade.
7. (Cespe – STJ 2018)
Cabe ao Poder Legislativo o poder-dever de controle financeiro das atividades do Poder
Executivo, o que implica a competência daquele para apreciar o mérito do ato administrativo
sob o aspecto da economicidade.
8. (Cespe – STJ 2018)
Por ser um ato complexo, o reconhecimento da aposentadoria de servidor público se efetiva
somente após a aprovação do tribunal de contas. Por sua vez, a negativa da aposentadoria pela
corte de contas não observa o contraditório e a ampla defesa.

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9. (Cespe – STJ 2018)


No caso de vício de competência, cabe a revogação do ato administrativo, desde que sejam
respeitados eventuais direitos adquiridos de terceiros e não tenha transcorrido o prazo de
cinco anos da prática do ato.
10. (Cespe – STJ 2018)
São exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resoluções e as circulares.
11. (Cespe – STJ 2018)
O ato administrativo praticado com desvio de finalidade pode ser convalidado pela
administração pública, desde que não haja lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
12. (Cespe – PC/MA 2018)
É possível a convalidação de atos administrativos quando apresentarem defeitos relativos aos
elementos
a) objeto e finalidade.
b) motivo e competência.
c) motivo e objeto.
d) competência e forma.
e) finalidade e forma.
13. (Cespe – PC/MA 2018)
Governador de estado que pretenda nomear um escrivão de polícia para ocupar cargo de
confiança deverá fazê-lo por
a) decreto.
b) homologação.
c) circular.
d) alvará.
e) resolução.
14. (Cespe – PC/MA 2018)
Caracteriza-se como unilateral e vinculado o ato da administração denominado
a) permissão.
b) aprovação.
c) parecer.
d) autorização.
e) licença.
15. (Cespe – TCE/PE 2017)

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Caso se verificasse a promoção indevida de servidor do TCE/PE, o ato administrativo pertinente


deveria ser anulado, e o servidor teria de restituir os valores percebidos a mais.
16. (Cespe – TCE/PE 2017)
Situação hipotética: Determinado contrato público foi assinado por um funcionário
subordinado à autoridade competente; um ano depois, ao constatar o problema, a autoridade
convalidou o ato, após certificar-se da ausência de potencial lesivo e verificar que os requisitos
contratuais haviam sido preenchidos. Assertiva: Nessa situação, a autoridade competente agiu
ilicitamente ao convalidar o ato, uma vez que este estava eivado de vício insanável.
17. (Cespe – TCE/PE 2017)
Entre os elementos constitutivos do ato administrativo, o motivo é caracterizado pela
consequência visada pelo ato, ao passo que a finalidade é a causa legalmente prevista.
18. (Cespe – TCE/PE 2017)
O ato administrativo deve ser avaliado do pelo seu conteúdo, não devendo ser invalidado por
desobediência a requisitos de forma.
19. (Cespe – TCE/PE 2017)
Na revogação, o ato é extinto por oportunidade e conveniência, ao passo que, na anulação, ele
é desfeito por motivo(s) de ilegalidade.
20. (Cespe – INSS 2016)
O ato praticado por agente não competente para fazê-lo poderá ser convalidado
discricionariamente pela autoridade competente para sua prática, caso em que ficará sanado
o vício de incompetência.
21. (Cespe – INSS 2016)
Em decorrência do princípio da autotutela, não há limites para o poder da administração de
revogar seus próprios atos segundo critério de conveniência e oportunidade.
22. (Cespe – DPU 2015)
Os atos administrativos negociais são também considerados atos de consentimento, uma vez
que são editados a pedido do particular como forma de viabilizar o exercício de determinada
atividade ou a utilização de bens públicos.
23. (Cespe – TCU 2015)
Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a ilegalidade de ato
administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal ato, para não prejudicar
administrados, que sofreriam efeitos danosos em consequência da aplicação desse ato.
24. (Cespe – TCU 2015).
A revogação de atos pela administração pública por motivos de conveniência e oportunidade
não possui limitação de natureza material, mas somente de natureza temporal, como, por
exemplo, o prazo quinquenal previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo
administrativo no âmbito do serviço público federal.

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25. (Cespe – TCU 2015)


Decretos não são considerados atos administrativos.
26. (Cespe – Bacen 2013)
No que se refere aos atos administrativos e ao silêncio da administração pública, assinale a
opção correta.
a) Os atos de revogação e de anulação devem ser motivados com a indicação dos fatos e
fundamentos jurídicos, de forma explícita, exigência que não se estende aos atos de
convalidação.
b) Considere que a administração pública tenha constatado, após o devido processo
administrativo, que a conduta praticada por servidor público se amoldava à hipótese de
cassação de aposentadoria. Nessa situação, a penalidade a ser imposta não tem natureza
vinculada, já que, à luz da legislação de regência e da jurisprudência, a administração pública
disporá de discricionariedade para aplicar a pena menos gravosa.
c) De acordo com o posicionamento do STJ, o prazo decadencial de cinco anos previsto, na
legislação de regência, para que a administração pública promova o exercício da autotutela é
aplicável apenas aos atos anuláveis, não aos atos nulos.
d) Quando a lei estabelece que o decurso do prazo sem a manifestação da administração
pública implica aprovação de determinada pretensão, o silêncio administrativo configura
aceitação tácita, hipótese em que é desnecessária a apresentação de motivação pela
administração pública para a referida aprovação.
e) Em algumas hipóteses, quando não contemplado o atributo da autoexecutoriedade, a
administração pública é impedida de realizar a execução material de ato administrativo sem
prévia autorização judicial, a exemplo do que ocorre com o fechamento de restaurante pela
vigilância sanitária.
27. (Cespe – TRE/MS 2013)
No que se refere à administração pública e ao ato administrativo, assinale a opção correta.
a) Os atos administrativos gerais, a exemplo dos atos normativos, podem ser objeto de
impugnação direta por meio de recurso administrativo.
b) Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da
administração pública, mas não se origina de um agente público, mantendo-se, porém, aqueles
efeitos já produzidos perante terceiros de boa-fé.
c) A multa administrativa goza de executoriedade na medida em que a administração pode
obrigar o administrado a cumpri-la por meios indiretos, como o bloqueio de documento de
veículo.
d) O ato administrativo será discricionário quando a lei não estabelecer margem alguma de
liberdade para atuação do administrador, fixando uma única maneira de agir nos termos da lei.
e) Os atos normativos editados conjuntamente por diversos órgãos da administração federal,
como as portarias conjuntas ou instruções normativas conjuntas da Secretaria da Receita

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Federal do Brasil e da Procuradoria da Fazenda Nacional, são exemplos de ato administrativo


complexo.
28. (Cespe – TJ/PI 2012)
Com relação ao ato administrativo, assinale a opção correta.
a) Considerando a relação entre a validade e a eficácia do ato administrativo, é correto afirmar
que um ato pode ser válido e eficaz ou, ainda, inválido e ineficaz, mas não inválido e eficaz,
pois não é possível considerar que, tendo sido editado em desconformidade com a lei, um ato
esteja apto a produzir efeitos.
b) O ato de convalidação, pelo qual é suprido vício existente em ato ilegal, opera efeitos ex
tunc, retroagindo em seus efeitos ao momento em que foi praticado o ato originário.
c) Atos compostos são aqueles cuja vontade final exige a intervenção de agentes ou órgãos
diversos e apresenta conteúdo próprio em cada uma das manifestações.
d) A autorização para exploração de jazida é exemplo de ato declaratório, já que expressa
aquiescência da administração para o particular desenvolver determinada atividade.
e) Os atos administrativos que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses devem ser
motivados, assim como os que importem anulação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo, não sendo essencial a motivação para os atos que os revoguem, pois a
revogação ocorre por motivo de conveniência e oportunidade da administração.
29. (Cespe – TJ/RR 2013)
Suponha que determinado cidadão que pretenda construir uma casa tenha sido informado
pelo órgão estatal competente de que a administração deve, por meio de ato administrativo,
consentir a construção, antes do início das obras. Nessa situação, o ato administrativo de
consentimento a ser expedido pela administração é a
a) permissão.
b) aprovação.
c) admissão.
d) autorização.
e) licença.
30. (Cespe – PGE/PB 2008)
A respeito dos atos administrativos, julgue os itens subsequentes.
I Ato perfeito é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado, por ter esgotado todas as
fases necessárias à sua produção.
II Ato consumado é o que já produziu todos os seus efeitos.
III Ato pendente é aquele que, embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para que
comece a produzir efeitos.

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IV Ato imperfeito é o que apresenta aparência de manifestação de vontade da administração


pública, mas que não chegou a aperfeiçoar-se como ato administrativo.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.
31. (Cespe DP/MA 2011)
O conjunto de atos normativos e concretos da administração pública com o objetivo de impedir
ou paralisar atividades privadas contrárias ao interesse público corresponde ao poder
a) disciplinar.
b) regulatório.
c) de polícia.
d) de fiscalização.
e) hierárquico.
32. (Cespe – MPOG 2012)
Os atos administrativos classificam-se, quanto à formação da vontade administrativa, em atos
simples, compostos e complexos, constituindo a aposentadoria de servidor público exemplo
de ato administrativo complexo.
33. (Cespe – CNJ 2013)
A licença concedida ao administrado para o exercício de direito poderá ser revogada pela
administração pública por critério de conveniência e oportunidade.
34. (Cespe – MPU 2013)
É denominado regulamento executivo o decreto editado pelo chefe do Poder Executivo federal
para regulamentar leis.
35. (Cespe – PC/BA 2013)
A concessão de autorização para porte de arma consiste em ato discricionário e precário da
administração, podendo ser revogada a qualquer momento.
36. (Cespe – DP/DF 2013)
A autorização de uso de bem público por particular caracteriza-se como ato administrativo
unilateral, discricionário e precário, para o atendimento de interesse predominantemente do
próprio particular.
37. (Cespe – MIN 2013)

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A concessão pela administração pública de licença ao cidadão para construir consiste em ato
administrativo discricionário.
38. (Cespe – PM/CE 2014)
A licença é ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual a administração pública
faculta ao particular o desempenho de atividade material ou a prática de ato que, sem esse
consentimento, seria legalmente proibido.
39. (Cespe – MIN 2013)
A pavimentação de uma rua pela administração pública municipal representa um fato
administrativo, atividade decorrente do exercício da função administrativa, que pode originar-
se de um ato administrativo.
40. (Cespe – MPU 2013)
Dado o princípio da legalidade, a atuação do Estado é limitada pela lei, devendo seus atos, em
caso de inobservância desse princípio, ser declarados inválidos ou ser anulados, o que ocorre
unicamente por via judicial.
41. (ESAF – PGFN 2007)
Entre os atos da Administração, verifica-se a prática do ato administrativo, o qual abrange
somente determinada categoria de atos praticados no exercício da função administrativa.
Destarte, assinale a opção correta.
a) A presunção de legitimidade e veracidade, a imperatividade e a auto-executoriedade são
elementos do ato administrativo.
b) Procedimento administrativo consiste no iter legal a ser percorrido pelos agentes públicos
para a obtenção dos efeitos regulares de um ato administrativo principal.
c) Os atos de gestão são os praticados pela Administração com todas as prerrogativas e
privilégios de autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao particular,
independentemente de autorização judicial.
d) Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, sejam eles singulares
ou colegiados, cuja vontade se funde para formar um ato único.
e) Na executoriedade, a Administração emprega meios indiretos de coerção, como a multa ou
outras penalidades administrativas impostas em caso de descumprimento do ato, compelindo
materialmente o administrado a fazer alguma coisa.
42. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF 2011)
O prefeito de um município declarou nulo o concurso público de mecânico, à vista de vícios
considerados insanáveis; assim, exonerou, em seguida, os servidores aprovados no certame e
já empossados nos cargos. Diante dessa situação hipotética, e com fundamento na teoria dos
atos administrativos, assinale a alternativa incorreta.
a) A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem
ilegais.

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b) A anulação prescinde da observância do contraditório, ou seja, da audição prévia dos


envolvidos.
c) A revogação é a supressão de um ato discricionário legítimo e eficaz e pode ser realizada
somente pela Administração.
d) A Administração pode desfazer seus próprios atos por considerações de mérito e de
ilegalidade.
e) O controle externo dos atos administrativos pelo Poder Judiciário limita-se ao exame da
legalidade.
43. (FCC – MPE/PB 2015)
Manoel, servidor público estadual, praticou o ato administrativo denominado visto, de modo
a controlar ato do administrado Francisco, aferindo sua legitimidade formal e, assim, dando-
lhe exequibilidade. O visto corresponde a ato administrativo
a) enunciativo.
b) normativo.
c) ordinatório.
d) negocial.
e) punitivo.
*****

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GABARITO
1. d 17. E 33. C
2. E 18. E 34. C
3. C 19. C 35. C
4. E 20. C 36. C
5. C 21. E 37. E
6. E 22. C 38. E
7. C 23. E 39. C
8. C 24. E 40. E
9. E 25. E 41. b
10. E 26. d 42. b
11. E 27. e 43. d
12. d 28. b
13. a 29. e
14. e 30. e
15. E 31. c
16. E 32. C

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REFERÊNCIAS
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo: Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
Marrara, Thiago. As fontes do direito administrativo e o princípio da legalidade. Revista Digital de Direito
Administrativo. Ribeirão Preto. V. 1, n. 1, p. 23-51, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.

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