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PROCEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO

PRÉVIA E PROCESSO CANÔNICO:


EXCURSUS DO MODUS PROCEDENDI

Prof. Dr. Pe. Valdir dos Santos, SCJ


INSTITUTO DE DIREITO CANÔNICO – LONDRINA – PR

Ad usum internum alumnorum


Preâmbulo

O esforço empreendido nessas páginas já vem de longo período, a partir de


outras anotações que me debrucei sobre a matéria penal canônica. Não tem caráter
definitivo nem definidor; até porque requer ser revisitado para ver as devidas adequações
derivantes dos últimos textos, principalmente com as últimas normas promulgadas pelo
Papa Francisco que afetam diretamente a matéria penal na Igreja.

O estudo aqui esboçado se refere diretamente ao modus operandi da


investigação prévia, como também do processo administrativo penal. Os modelos
apresentados tocam esses dois procedimentos canônicos. Não é, em absoluto, uma forma
de demérito ou o que quer que seja a respeito do processo judicial, cuja a própria
normativa canônica dá total preferência em uma série de causas, salvo permissão previsto
pelo direito executar através de processo extrajudicial (cf. cân. 1341; 1671; 1501; 1718,
§ 1, 3º). Simplesmente minha prática nos últimos anos exigiu aprofundar mais
pormenorizadamente o modus procedendi do processo extrajudicial nas causas penais.
Espero que seja de proveito para aqueles que entrarem em contato com esse
trabalho, estando aberto a sugestões e correções. De antemão colho a ocasião para me
desculpar por possíveis falhas de qualquer natureza, pois como falei acima, o texto
necessitará posteriormente, caso seja possível publicar com os devidos acréscimos
futuros, ser revisitado e revisado.
Bons estudos!

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PROCEDIMENTO CANÔNICO EM GERAL

“Salus animarum Suprema Lex Ecclesiae” (cf. cân. 1752 CIC). É sabido que
o Código latino se encerra com essa máxima tão evocada em vários manuais canônicos.
Dou início com a expressão canônica para refletir sobre as pessoas na Igreja, e nesse caso
a um clérigo que pode vir a ser imputado em um processo canônico. Até mesmo pode ser
considerado “réu”, de acordo com a comprovação das denúncias. Pois bem, qual deve ser
nossa atitude cristã? Em todos os discursos pontifícios é proferido a importância de se
considerar as pessoas envolvidas, e salvaguardar sua vida e seus legítimos direitos.
Inclusive a Igreja foi acusada de omitir e esconder clérigos pedófilos. Dado inverídico,
pois justamente os processos corriam sigilosamente para uma melhor averiguação dos
fatos. A publicidade iria expor indevidamente as vítimas, que já se sentiam sofridas e
doloridas com tal situação ocorrida, como também o possível clérigo pedófilo. Tudo
poderia atrapalhar o processo, e as verdadeiras causas.
A ação da Igreja não pode coincidir com as práticas desumanas da sociedade:
“entre vós não deve ser assim” (Mc 10,43). Antes de tornar público os fatos e as pessoas
é preciso ter uma mínimo de certeza das acusações feitas. Além disso, os membros da
Igreja “acusados” também não podem ser desprezados e marginalizados friamente.
Tome-se nota que o mesmo tem direito de defesa, e o ônus da prova toca a quem acusa
(cf. cân. 1526, § 1 CIC). É preciso, portanto, averiguar bem as acusações. A não ser que
seja confessado pelo próprio acusado (cân. 1526, § 2). Com isso, as devidas provas
apresentadas, consequência da acusação feita, devem ser avaliadas de acordo com os
cânones 1526-1586 do processo contencioso ordinário.
Antes de tudo os clérigos estão sob a custódia dos seus respectivos superiores:
os clérigos diocesanos ao seu Bispo diocesano, os consagrados e as consagradas aos seus
legítimos superiores. Em outras palavras deve-se evitar de todos os modos clérigos
vagantes, aventureiros etc. (cf. cân. 265 CIC), servatis servandis também os consagrados
(cf. cân. 654; 687 CIC). Isso indica, portanto, que os ditos clérigos ou consagrados
submetidos a um processo canônico administrativo ou penal não podem ser desprezados
pelos seus superiores, mas ficam sob sua custódia. Os superiores tem o dever de suprir
seu mínimo sustento como dever cristão, até o julgamento final da matéria (cf. cân. 221,
222, 281; 702, § 2 CIC).

A excessiva exposição e retaliação não ajudam na recuperação do imputado,


e possível réu caso confirmada a acusação. Tem o réu em qualquer momento do processo
o direito de solicitar ao Romano Pontífice a graça de saída do estado clerical com a devida
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dispensa do celibato (cf. 290-292). O Bispo pode também admoestar o clérigo-réu a fazê-
lo sempre tendo em mente os ditos cânones. A prevalência do espírito cristão é
imprescindível por parte de todos os fiéis, em especial aqui do Bispo (cân. 210, 383, § 1,
384 CIC). As atitudes bruscas e as demonstrações de poder policial da sociedade cada dia
demonstram sua ineficácia na recuperação das pessoas. Ao contrário, a banalização delas
levam a uma revolta interior, e a reação acaba sendo inversa endurecendo suas posições
e levando a uma frieza incompreensível. É preciso agir com justiça, mas na caridade.

Foi analisado anteriormente que em nome da caridade se desconsiderou os


fatos no passado. Não é isso que se pretende repetir atualmente. O que se pretende é que
na caridade se pratique a justiça. Entretanto, tenhamos cuidado para não abandonarmos
aqueles que, mesmo tendo cometido o delito de pedofilia ou qualquer outro delito,
recorrem pedindo socorro. Podemos correr o risco de medir a todos com a mesma régua.
E o pior seria fingirmos que os mesmos perderam todos os seus direitos. A prática da
justiça não condiz com a negligência destes e das pessoas. Os superiores busquem assumir
suas devidas responsabilidades, e ajudem os respectivos clérigos implicados. Para todos
os efeitos também realizaram eles muitas boas obras nas frentes de missão sugeridas.

1. Novos princípios gerais normativos: aplicação ao delito de abuso de menores


As novas normas emanadas pela Congregação para a Doutrina da Fé definem
uma série de procedimentos, a serem previstos no caso de uma ação delituosa por parte
do clérigo. Eles estão descritos na Segunda Parte das “Normae de gravioribus delictis”.
A Congregação nos dá os pressupostos básicos e importantes, que nos ajudam na
condução do processo penal. Essa disposição visa também salvaguardar o direito de
defesa do imputado, e possível réu, de acordo com o andamento do processo. Analisemos
de forma esquemática os procedimentos descritos dos números 8 a 20, que tratam dos
requisitos e tarefas dos Oficiais da Congregação para a Doutrina da Fé, e dos outros
tribunais e suas respectivas constituições, funções dos membros e demais ações.
Partindo desse pressuposto é possível caminhar, segundo as orientações
determinadas pela Congregação da Doutrina da Fé para toda Igreja. Tenha-se presente
que as normas dadas tem como substrato toda análise feita e demais fatores.

1.1. Tribunais e pessoas (art. 14)

• Cargos definidos: juiz, promotor de justiça, notário e advogado (todos devem ser
sacerdotes). O imputado deve tomar ciência que pode constituir um advogado-sacerdote,
caso não o tenha deve ser constituído um advogado de ofício pelo juiz (cf. cân. 1481 –
constituição por si ou de ofício; 1483 – sobre as qualidades; 1484 – mandato autêntico;
também cân. 1723 – constituição por si ou de ofício).

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• Dispensa do requisito de sacerdote e de título: a dispensa é dada unicamente pela
Congregação para a Doutrina da Fé (art. 15);

1.2. Notícia do crime – Procedimento inicial (art. 16)

Essa notícia deve chegar ao conhecimento do Ordinário ou Hierarca, que tem


a tarefa de averiguar sua veracidade e seu fundamento (cf. cân. 1717, § 1). Em primeiro
lugar, atestar a idoneidade do denunciante, para que não acabe sendo uma falsa denúncia
caluniosa (cf. cân. 1390). Se não há consistência dos fatos nem da idoneidade do
denunciante, depois de devidamente averiguados por meio de peritos canonistas – sempre
que possível, arquive-se tudo o que foi recolhido no arquivo secreto da cúria (cf. cân.
489). Havendo consistência dos fatos e da idoneidade do denunciante se procede com a
investigação prévia.

1.3. Investigação prévia (art. 16)


Busque-se obter uma certeza objetiva ou razoável, em suma uma “certeza
moral”. Não se pede uma certeza absoluta, mas fortes indícios da ação delituosa.

Recorde-se o disposto no cân. 1722 CIC, onde há possibilidade de


afastamento das funções ou encargos do imputado. Passos a serem observados quando dá
implantação de um Tribunal ad hoc:

1. CRIAÇÃO DO TRIBUNAL por parte do Superior competente, salva a


competência da Congregação de dispor a causa para si (cf. art. 16; cân. 1717-1718 CIC)

2. NOMEAÇÃO POR ESCRITO de juiz, promotor de justiça, notário e advogado


(se o imputado não usar a prerrogativa de nomear um advogado, o juiz o faz ex officio no
processo judicial penal (cân. 1481, § 2), já no processo administrativo penal, conforme
cân. 1720, 1º, isso ocorre ad casum sob a orientação da autoridade eclesiástica). Todos
devem ser sacerdotes, caso não seja possível pode se solicitar a dispensa à Congregação
para a Doutrina da Fé (cf. art. 15; cân. 1721 CIC sobre o papel do promotor de justiça).
Além disso, todos os envolvidos no processo devem prestar juramento de fideliter munere
adimplendo e de segreto servando. Dado que tudo procede sob “segredo pontifício” (Cf.
Normas 30 §1). É importante ter presente o cân. 1717, § 3, onde estabelece que o “juiz
investigador” nomeado para a investigação prévia, não poderá ser convocado como juiz
instrutor sucessivamente ao processo penal. Evite-se nomear como “juiz investigador” o
vigário judicial, mas confie a tarefa a um outro sacerdote idôneo, prudente e experiente.
3. CONVOCAÇÃO POR ESCRITO DO CLÉRIGO IMPUTADO por parte do juiz
indicando o dia, hora e local para ouvir seu depoimento. Ao final deve o clérigo rubricar
e assinar seu depoimento.

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4. CONVOCAÇÃO POR ESCRITO DAS TESTEMUNHAS, indicando o dia, hora
e local para o depoimento. Elas devem ser ouvidas separadamente. Ao final devem
rubricar e assinar o depoimento constando devidamente a qualificação: nome completo e
apresentação de documento válido.

5. FORMULAÇÃO DE QUESTIONÁRIO com perguntas claras e objetivas. Evite-


se perguntas dúbias e imprecisas. As testemunhas são chamadas a prestar juramento de
dizer a verdade, com a mão sobre os Santos Evangelhos. Não pode ser obrigado, sob
nenhuma hipótese, a prestar juramento ou a admitir a culpa o acusado de um delito (cf.
cân. 1728 §2). Contudo, nada impede que o imputado admita o fato delituoso, sendo
considerado, como verdadeira confissão. Mesmo a confissão do crime não exime o
imputado da devida reparação dos danos, ainda que passada a causa em julgado (cân.
1730-1731). A considerar também a inocência do acusado, obrigando o juiz a declarar
por meio de sentença e absolvê-lo (cân. 1726).

6. SIGILO PROCESSUAL para salvaguardar a vítima, o bom andamento do


processo, as provas e garantir o direito de defesa do acusado. No que diz respeito ao
segredo, todos os envolvidos devem fazer juramento cf. cân. 1454; 1455).

7. CONCLUSÃO DA INSTRUÇÃO DA CAUSA, o juiz proceda conforme os cân.


1726-1728 CIC. No caso de culpabilidade do réu se aplique as devidas sanções previstas.
8. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO. Todos os autos processuais sejam
guardados no arquivo secreto da cúria (cf. cân. 1719; 489-490 CIC).
9. TRANSMISSÃO DA CAUSA À CONGREGAÇÃO. A mesma pode solicitar a
causa para si por circunstâncias particulares ou não. Não decidindo ficar para si a causa
conhecida pela Congregação, o Ordinário ou Hierarca deve continuar o processo. O
direito de apelo contra a sentença de primeiro grau, caso seja necessário, é feito apenas
ao Supremo Tribunal da mesma Congregação e não à Rota Romana.

1.4. Causa delituosa entregue diretamente à Congregação (art. 17)

A Congregação tem plena competência para cuidar diretamente das


averiguações prévias e demais procedimentos, embora tais averiguações por direito
comum sejam de competência dos Ordinários e Hierarcas.

2. Da sanação dos atos meramente processuais (art. 18)


A sanação é simplesmente dos atos meramente processuais, e não de outros
atos de matéria insanável. Ao mesmo tempo é salvaguardado o direito de defesa do
acusado. Os Tribunais inferiores agem segundo o mandato e orientação da Congregação.
Recorde-se o art. 16 no tocante ao início dos fatos e suas investigações.

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3. Direito do Ordinário, Hierarca e do Presidente de Turno do Tribunal (art. 19)

O cân. 1722 dá poderes aos Ordinários e Hierarcas de agir contra o sujeito


delituoso, a fim de salvaguardar a ordem, prevenir escândalos e proteger a liberdade das
testemunhas, depois de ouvido o promotor de justiça. O art. 19 amplia tais poderes
também para o Presidente de Turno do Tribunal, que também deve ouvir o promotor de
justiça.

4. Segunda instância (art. 20)


Tendo presente o art. 16, o Supremo Tribunal da Congregação é segunda
instância para as causas julgadas nos Tribunais inferiores de primeira instância, como
também é segunda instância para as causas julgadas e definidas em primeira instância no
mesmo Supremo Tribunal Apostólico.
Os delitos de abuso sexual como os demais previstos pelo Motu proprio e as
Novas Normas são considerados gravíssimos. Ao tomar conhecimento da notícia de tais
crimes esses devem ter prioridades de ação. Em especial o delito de abuso sexual, pois
envolve as instâncias civis e canônicas. São as recomendações cada vez mais forte da
Santa Sé, para que haja uma maior colaboração com a esfera civil.

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NOÇÃO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL CANÔNICO

Antes de iniciar um processo penal se faz necessário investigar a notícia de


um possível delito por parte do Ordinário ou Hierarca. Essa fase tem que ser exercida
com cautela, para que se chegue a uma conclusão moralmente certa de proceder com o
andamento do processo e sua abertura ou não. Esse item é formado de duas partes, de
acordo com o estabelecido no Código e nas Normas da Congregação. A primeira fase
consta da investigação da notícia do delito, que está sob a autoridade do Ordinário ou
Hierarca com suas legítimas competências. A segunda fase toca ao andamento de abertura
do processo por parte dos superiores. Caso haja um fato verossímil ou fortes indícios, os
superiores devem proceder com a abertura do processo ou, ainda, arquivar o processo ou
tomar outras posições conforme o direito (cf. cân. 1718, 1720-1721 CIC).

1. Processo penal: distinção normativa


O processo penal consta basicamente de dois modos: processo judicial
(sentença) ou processo administrativo (decreto). Não resta dúvida que a escolha do
Legislador supremo, no tocante a irrogação ou declaração de uma pena, seja o processo
judicial para essa matéria, isto é, o modo ordinário. Essa se torna evidente pela própria
redação do cânon 1718, § 1, 3º: § 1. Quando parecerem suficientemente coletados os
elementos, o Ordinário decida: 3.º se se deve proceder por via judicial ou, caso a lei não
o proíba, se se deve proceder por decreto extrajudicial. É preciso recordar ainda o
disposto nos cân. 1341-1342 sobre a preferência do processo judicial em detrimento ao
extrajudicial, que seria o modo extraordinário, embora não seja excluído de tudo tal
hipótese em nenhuma das normas estabelecidas.

A escolha pela via judicial para aplicação ou declaração da pena como


processo ordinário tem como princípios básicos garantir “o respeito e a tutela dos direitos
subjetivos fundamentais dos fiéis e a salvaguarda do bem comum da Igreja”.1 Contudo, a
discussão resta sobre a expressão “causa justa” para se optar pelo processo administrativo.

1
SANCHIS J. L’indagine previa ao processo penale, p. 261. São do mesmo entendimento sobre a escolha
do processo judicial, como processo ordinário para irrogação ou declaração de uma pena CALABRESE
Antonio. Diritto penale canonico, p. 176; DE PAOLIS Velasio. Le sanzioni nella Chiesa, in AA.VV. Il
diritto nel mistero della Chiesa, vol. III, 2a ed. Roma, 1992, pp. 490-492; DE PAOLIS Velasio. Il processo
penale nel nuovo Codice, in AA.VV. Dilexit iustitiam, Città del Vaticano, 1984, pp. 486-489; ANDRIANO
Valerio. Tutela dei diritti delle persone – diritto processuale canonico (cann. 1400-1752), in AA.VV. Il
diritto nel mistero della Chiesa, vol. III, 2a ed. Roma, 1992, pp. 590-591.

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O que compreenderia especificamente? Não se tem uma unanimidade sobre a matéria.
Talvez, poderíamos considerar como motivos coerentes: “1. O culpado tenha admitido de
ter cometido o delito, e daí, seria um desperdício empregar tanto tempo em um processo
judicial, onde pelo administrativo seria exaurido com satisfação; 2. A notícia do delito
não é já divulgada ou facilmente divulgável, e um processo judicial poderia causar um
dano à sociedade desnecessariamente, onde, ao invés, de se punir devidamente poderia
neutralizar ou atenuar a reparação do dano causado, ou até mesmo causar ao culpado um
dano inútil”.2

2. Processo administrativo penal

O processo administrativo contencioso ou penal em toda sua complexidade é


composto de duas grandes fases: 1ª Fase – em uma diocese ou a ela equiparada (cf. cân.
368), Instituto de Vida Consagrada (IVC) ou Sociedade de Vida Apostólica (SVA); 2ª
Fase – em uma Congregação Romana (também chamado de dicastério), respectivamente
correspondente à pessoa jurídica canônica implicada na primeira fase. Para efeito de
entendimento damos uma ideia geral do desenrolar de um processo administrativo
contencioso ou penal.

PROCESSO JUDICIAL PENAL

I Fase Diocesana

a. Investigação prévia
1. Decreto de abertura da investigação
2. Decreto de nomeação do investigador
3. Decreto de nomeação do notário
4. Decreto de conclusão da investigação

b. Processo judicial
1. Decreto de constituição do Tribunal ad hoc
2. Decreto de nomeação do Juiz instrutor
3. Decreto de nomeação do notário
4. Decreto de citação do imputado
5. Decreto de citação das testemunhas
6. Decreto de instauração da fase instrutória

2
Cf. SANCHIS J. L’indagine previa ao processo penale, p. 262.

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7. Decreto de conclusão da causa
8. Decreto de discussão da causa
9. Sentença de Primeiro Grau
10. Decreto de apelação

II Fase Romana
c. Rota Romana em Grau de Apelação

PROCESSO ADMINISTRATIVO PENAL

I Fase Diocesana

a. Investigação prévia
5. Decreto de abertura da investigação
6. Decreto de nomeação do investigador
7. Decreto de nomeação do notário
8. Decreto de conclusão da investigação

b. Processo administrativo
1. Decreto de abertura do processo
2. Decreto de constituição do promotor de justiça
3. Decreto de aceitação do libelo proferido pelo promotor de justiça
4. Formulação de questionário: parte acusada e testemunhas
5. Citação do acusado
6. Decreto de constituição do advogado
7. Citação das testemunhas
8. Decreto de instrução da causa
9. Decreto de conclusão da fase instrutória

III FASE ROMANA

c. Início do processo romano


1. Transmissão do processo de instrução ao respectivo dicastério
2. Critérios internos estabelecidos por cada dicastério, segundo o fato processual
3. Fase de encaminhamento do processo para julgamento

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4. Julgamento do processo propriamente
5. Sentença ou decreto
6. Transmissão da decisão do dicastério diretamente ao Bispo diocesano ou ao Superior,
que por sua vez deve dar ciência ao implicado ou réu no processo
7. Possibilidade de recurso contra a sentença ou decreto ao Supremo Tribunal da
Assinatura Apostólica

Observe-se que todos esses atos processuais devem ser proferidos e postos
em papel oficial (timbrado) da respectiva (Arqui)diocese ou qualquer outra pessoa
jurídica canônica citada acima. Sendo devidamente datado e assinado com o respectivo
local pelo notário. Caso o acusado ou alguma testemunha se recuse a assinar, seja lavrada
uma ata de presença constando da não assinatura, e que deverá ser assinada por todos os
presentes e por fim o notário, excetuado óbvio pelo que se negou.

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MODUS PROCEDENDI DA
INVESTIGAÇÃO PRÉVIA E PROCESSO PENAL

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NOTÍCIA E INVESTIGAÇÃO PRÉVIA3
(Orientações práticas4)

1
Brasão
Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA
Endereço completo

Prot.:

Nomeação do Auditor e Notário da Investigação Prévia


(Cân. 1717)

Tendo notícia de um delito, que provavelmente deve ser reputado; considerado que o
sacerdote envolvido, Padre N...., é incardinado nessa (arqui)diocese (se for consagrado – nome
do referido instituto); declaramos o início da investigação prévia, segundo os cân. 1717-1719
e do art. 16 das Normae de gravioribus delictis de 21 de maio de 2010, e
nomeio
para proceder à investigação prévia, na qualidade de auditor, o Revmo. Padre N...., e a função
de notário é confiada ao Revmo. Padre N....

Local, dia/mês/ano.

_________________________________________________
Nome do Bispo ou Ordinário
Bispo diocesano ou Superior

________________________________________________
Chanceler ou Secretário

3
Essa parte da investigação prévia foi tomada a partir do artigo de VAJANI Desiderio. La procedura
canonica a livello diocesano nel caso dei delicta graviora, pp. 339-347, com ajuste e adendo nosso. A
investigação prévia deve ser feita unicamente diante da notícia de um delito cometido por um fiel (clérigo
ou leigo/a), portanto, referente ao processo penal e não ao processo contencioso. O processo penal canônico
se dá por meio de um delito cometido. Os delitos estão descritos na II Parte – Das Penas para os delitos em
particular do Livro VI – Das Sanções na Igreja nos cânones 1364-1399. O processo contencioso canônico
se dá por discordância ou litígio entre as partes, sejam pessoas físicas (por exemplo, processo matrimonial:
entre marido e mulher solicitando a nulidade matrimonial) sejam pessoas públicas (por exemplo, diocese,
institutos de vida consagrada etc.: entre uma diocese e um instituto religioso referente a não cumprimento
de convênio firmado). Durante essa fase preliminar o autor do delito é chamado de “imputado” por não se
ter ainda dado início ao processo penal. Caso haja fortes indícios de haver cometido o delito e, assim,
procedendo com o processo administrativo penal passa a ser chamado de “réu”, em sentido estrito. Isso
porque o processo pode vir a ser arquivado ainda nessa fase por falta de clareza e objetividade dos fatos. É
preciso recordar ainda um princípio elementar do direito penal, que o ônus da prova toca a quem acusa e
não ao acusado (cf. cân. 1526 §1). Última consideração sobre a investigação prévia é feita sobre a
convocação dos envolvidos e dos questionários. Caso consigam ser realizados nessa fase, em princípio, não
se faz necessário na fase da instrução processual propriamente dita. A não ser que seja expressamente
solicitado pelo juiz instrutor ou promotor de justiça para acertamento de pontos obscuros.

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1
Brasão
Nome da (Arqui)Diocese
Endereço completo

Prot.:

PRECEITO PENAL
RELACIONADO AO REVMO. PADRE N...

Tendo tomado ciência da notícia sobre o Revmo. Padre N...., sacerdote dessa diocese
(pertencente ao Instituto religioso..., mas com residência nessa diocese), sobre a
eventualidade de que tenha cometido um delito ex cân. 1395 §2 CIC e art. 6 §1 das
Normae de gravioribus delictis; em via cautelar, segundo quanto previsto no cân. 1722,
decretamos que está proibido ao Revmo. Padre N.... todo e qualquer tipo de
aproximação com menores. Considerando o cân. 1319 havendo violação do presente
preceito é anexada a pena de interditação ex cân. 1332.

Local, dia/mês/ano.

_________________________________________________
Nome do Bispo diocesano
Bispo diocesano

________________________________________________
Chanceler

4
A exposição aqui descrita tem meramente um caráter prático e informativo, devendo os Superiores ater-
se às disposições dos cân. 1717-1731 CIC e nas Normas emanadas pela CDF (ver anexo).

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1
Brasão
Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA
Endereço completo

Prot.:

Questionário a ser respondido pela parte ferida

1. Qualificação e Juramento.
2. Onde e quando conheceu o sacerdote?
3. Como se pode descrever os fatos envolvendo o sacerdote?
4. Quantas vezes aconteceu? E por quanto tempo? Quantos anos tinha na época dos
fatos?
5. O que dizia o sacerdote sobre esse comportamento? Tentou ele justificar? Admitiu
a responsabilidade (na época ou depois)? Buscou se desculpar ou reparar o dano?
6. O que lhe consta da índole, das qualidades e defeitos do sacerdote?
7. Confiou a alguém, na época ou depois, o acontecido? A quem? (Buscar saber se
confessou a um sacerdote em ocasião do sacramento da confissão. É preciso recordar
que, nessa circunstância, há impossibilidade de convocar o sacerdote-confessor a
testemunhar, segundo as disposições dos cân. 983; 1388 §1 e art. 24 §1 das Normae
de gravioribus delictis).
8. Fora do caso acima citado. Consente ao sacerdote acusado que seja comunicado o
seu nome, para que ele possa expor a própria versão dos fatos?
9. O que pede ao Bispo diocesano ou ao Superior (se a parte ferida pede um
ressarcimento – previsto pelo Código de Direito Canônico ex cân. 1729-1731 – ou se
renuncia)?
10. Deseja acrescentar algum detalhe a este depoimento ou mais alguma coisa a dizer
que esclareça?
11. Confirma a verdade do que foi dito sob o juramento?

Rubrica
do
Notário

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1
Brasão
Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA
Endereço completo

Prot.:

Questionário a ser respondido pelo sacerdote imputado

1. Nome de família e de Batismo. (Não se pode solicitar o juramento do sacerdote


imputado – cân. 1728 §2)
2. Dia, mês e ano de nascimento. Lugar e país.
3. Sua convocação se dá por determinados comportamentos no período em que foi
Pároco (ou vigário paroquial etc.) da Paróquia Y (nome e cidade) de 0000 a 0000.
4. É-lhe atribuído de ter tido relação afetiva e sexual com uma adolescente (referir a
idade), por (referir o tempo que aconteceu), no período dos fatos noticiados. O que
tem a dizer sobre isso?
5. (Perguntar ao sacerdote se admite o fato e se está lembrado do nome da adolescente.
Caso contrário,). O nome da adolescente é (referir o nome completo). O nome lhe faz
lembrar?
6. (Se ainda nega a acusação). Pode, então, explicar de alguma forma o porquê a
senhora (referir o nome da parte de acusação) lhe atribui esse comportamento?
7. (Se admite o fato). Reconhece a gravidade do seu comportamento? Como pode
explicar?
8. (Considerando a admissão do fato). Se está arrependido? Como expressou e
concretizou o arrependimento? Encontrou-se posteriormente com a parte
interessada para se desculpar e reparar o dano e o escândalo? Tomou alguma
posição sobre isso? O que quer propor para assumir as obrigações dessa situação?
9. Na época que aconteceu – ou quando cessou – esses fatos que lhe são atribuídos, foi
chamado a atenção por parte dos superiores pelo seu comportamento? Foi tomada
qualquer medida – de qualquer natureza – sobre si? A sua nomeação de pároco (ou
vigário paroquial etc.) da Paróquia Y foi, de qualquer modo, uma necessidade
adotada para ficar distante de (nome da adolescente)?
10. Deseja acrescentar ou esclarecer algum detalhe desse depoimento?

Rubrica
do
Notário

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Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA
Endereço completo

Prot.:

Questionário acerca da credibilidade da parte ferida


(A ser feito ao sacerdote que tomou ciência)

1. Qualificação e Juramento.
2. Onde e quando conheceu a parte ferida?
3. A senhora (referir o nome completo) expôs ao senhor fatos que tocam-lhe e a um
sacerdote dessa (arqui)diocese (IVC ou SVA)? Quais os fatos tratados? Referem-se
a que período?
4. Quando e qual foi o contexto em que tomou conhecimento dos fatos por parte da
Sra. (referir o nome completo)?
5. Tem alguma observação a fazer sobre as circunstâncias que originaram a Sra.
(nome) a confidenciar tais fatos?
6. Considera que a história da Sra. (nome) é crível ou que algum contexto particular a
tenha influenciado? Sobre o que se baseia o seu julgamento?
7. Considera que, em geral, a Sra. (nome) é uma pessoa sincera e confiável? Sobre o
que se baseia o seu julgamento?
8. Quais os conselhos deu à Sra. (nome) diante da confidência? Tomou alguma
iniciativa particular em concordância com a ela?
9. Deseja acrescentar algum detalhe a este depoimento ou mais alguma coisa a dizer
que esclareça esta causa?
10. Confirma a verdade do que foi dito sob o juramento?

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PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CONTENCIOSO OU PENAL
PROCESSO INSTRUTÓRIO
(Orientações práticas)

1. Curriculum Vitae do Clérigo e Certificado de Ordenação Diaconal ou Presbiteral


Neste tópico como o próprio título expressa deve ser colocado toda a trajetória
do imputado. Ou seja, todos os possíveis dados encontrados desde o nascimento até sua
ordenação preferencialmente.
É de suma importante recordar que:
1. Todas as páginas do processo devem conter o timbre ou carimbo da
Instituição eclesiástica;
2. Todas as páginas devem ser devidamente assinadas ou rubricadas
pelo notário, sem exceção.

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2. Cópia dos Escrutínios
Aqui devem ser colocadas as disposições dadas para a admissão do então
candidato às Ordens.
Recordamos a observação feita no número 7.2. sobre timbrar e/ou carimbar
e assinatura do notário.

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3. Relatório

1
Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA
Brasão Endereço completo

Prot.:

Relatório

Nesse item devem ser postos todos os relatos e escritos colhidos durante o
andamento processual.

Local, dia/mês/ano.

_________________________________________________
Nome do Juiz Instrutor
Juiz Instrutor

________________________________________________
Notário

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4. Decreto do Ordinário (Proposta de redação)

1
Brasão Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA
Endereço completo

Prot.:

Decreto do Ordinário

No uso das atribuições que me competem como Bispo Diocesano, conforme cân.
1720 CIC, declaro concluída a fase da investigação prévia, de acordo com os cânones
1717-1719 CIC. O referido clérigo foi devidamente admoestado [expor
sumariamente os motivos do decreto]. Por conseguinte, de acordo com o cân. 1720
n. 2 CIC NOMEIO os respectivos Assessores [N.], e CONSTITUO os presbíteros [N.]
para o oficio de INSTRUTOR e o [N.] para o oficio de NOTÁRIO, para a instrução do
Processo de Demissão do Estado Clerical e Dispensa do Celibato de N., [estado
de vida e local de incardinação].

Local, dia/mês/ano.

___________________________________________
Nome do Bispo ou Ordinário
Bispo Diocesano ou Superior

Página 20 de 34
5. Atestado de Autenticidade Exarado pelo Notário (Proposta de Redação)

1
Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA
Brasão Endereço completo

Prot.:

Atestado de Autenticidade Exarado pelo Notário

Eu, Nome do notário, atesto que consta da fiel transcrição e integridade destes
exemplares dos documentos referentes ao processo de Nome do imputado que serão
remetidos à Congregação [correspondente], devidamente rubricados.

Local, dia/mês/ano.

____________________________________________
Nome do notário
Notário

Página 21 de 34
6. Convocação (Proposta de redação)

1
Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA
Endereço completo
Brasão

Prot.:

Convocação

Ao
Revmo. Senhor N.

Como dispõe o cân. 1720, 1º CIC, em conformidade à solicitação do Bispo diocesano ou


Ordinário, V. Revma. está convocada a se pronunciar, perante a autoridade competente,
a contar o prazo de 10 (dez) dias corridos a partir desta notificação, a respeito das
acusações fundadas, nos seguintes termos:
É dever nosso esclarecer que há o direito de pronunciar sua defesa oralmente e/ou por
escrito, ou mediante um sacerdote advogado escolhido por V. Revma., de acordo com o
cân. 1723 §1 CIC.
O não pronunciamento acarretará na continuação do processo e na sua execução,
conforme cân. 1592 §1 CIC.

Local, dia/mês/ano.

___________________________________________
Nome do Bispo ou Ordinário
Bispo Diocesano ou Superior

_____________________________________________
Nome do notário
Notário

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7. Declaração Autêntica do Clérigo (Proposta de redação)

Brasão 1

Declaração Autêntica do Clérigo

Declaro para os devidos fins que tomei conhecimento de todas as acusações proferidas
contra minha pessoa, como também das respectivas provas. Ademais, tomo ciência das
disposições contidas no cân. 1728 §2 CIC

Local, dia/mês/ano.

___________________________________________
Nome do imputado

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8. Rol das Testemunhas

As partes envolvidas no processo têm o direito de indicar testemunhas, são elas: juiz,
promotor de justiça, acusada e imputada. Preferencialmente aquelas que tenham
envolvimento direto com a causa em questão, para assim facilitar a busca pela verdade.
Convém indicar no mínimo 02 (duas) e no máximo 04 (quatro) testemunhas. Os números
não são fechados, ou seja, podem ser menos ou mais testemunhas a depender da causa. Eis
o que é necessário a ser posto:

Rol das Testemunhas


1. Nome completo da testemunha
Data e local de nascimento
Endereço residencial atual completo
CEP [...]
CIDADE [...] ESTADO [...]
CONTATOS [E-mails, fones, etc.]
2. Nome completo da testemunha
Data e local de nascimento
Endereço residencial atual completo
CEP [...]
CIDADE [...] ESTADO [...]
CONTATOS [E-mails, fones, etc.]
3. Nome completo da testemunha
Data e local de nascimento
Endereço residencial atual completo
CEP [...]
CIDADE [...] ESTADO [...]
CONTATOS [E-mails, fones, etc.]
4. Nome completo da testemunha
Data e local de nascimento
Endereço residencial atual completo
CEP [...]
CIDADE [...] ESTADO [...]
CONTATOS [E-mails, fones, etc.]
Rubrica
do
Notário

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9. Questionário a ser respondido pelo imputado (Proposta)

Nome da (Arqui)Diocese ou Instituto VC/SVA 1


Endereço completo
Brasão

Prot.:

Questionário a ser respondido pelo imputado

1. Nome de família e de Batismo


2. Dia, mês e ano de nascimento. Lugar e país.
3. Condição de vida dos pais.
4. Dia, mês e ano da entrada no seminário.
5. Quais foram os seus estudos médios e por quantos anos e onde?
6. Quais os estudos (filosóficos e teológicos) antes do Diaconato? Onde? Por quantos anos?
7. Fez estudos posteriores? Quais? Onde? Por quantos anos?
8. Que apostolado realizou?
9. Lugar, dia, mês e ano da recepção do Leitorado e Acolitado.
10. Ofícios desempenhados depois do Diaconato.
11. Teve dificuldades no tempo de estudo antes do Diaconato?
12. Qual era a razão para escolher a Ordem Sacra?
13. Terá entrado no seminário persuadido por alguém?
14. O que se deve dizer da capacidade e do modo de agir dos superiores e dos formadores:
a. Durante o seminário?
b. Durante o estágio diaconal?
15. Teve alguma doença física ou psíquica?
a. Consultou médico ou especialista?
b. Qual foi o parecer deles?
c. Tem algum atestado sobre esse ponto?
d. O que se fez nesse caso?
16. Antes do diaconato, faltou gravemente contra as obrigações assumidas?
17. Manifestou essas dificuldades:
a. Aos superiores?
b. A outros?
18. Resolveu, em alguma ocasião, deixar a caminhada para a vida sacerdotal?
19. Onde mora:
a. Com pessoa de sua família ou com outras?
b. Exerce uma profissão civil?
c. Onde é a sua casa atual: rua, número, cidade?
20. Tentou casamento?
a. Ou mora com alguém?
21. Teve filhos?
22. Deseja corrigir, acrescentar, retirar ou esclarecer algum detalhe desse depoimento?

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10. Questionário a ser respondido pelas testemunhas (Proposta)

Nome da (Arqui)Diocese ou IVC/SVA 1


Brasão
Timbre Endereço completo

Prot.:

Questionário a ser respondido pelas testemunhas

1. Qualificação e Juramento.
2. Onde e quando conheceu o imputado?
3. Qual o seu relacionamento com o imputado?
4. O que sabe sobre a família do imputado?
5. O que lhe consta da índole, das qualidades e defeitos do imputado?
6. Que sabe dizer do comportamento e do modo de agir do imputado?
7. Sabe dizer alguma coisa sobre o período de seminário dele?
8. Como foi o período do estágio pastoral e da Ordenação diaconal?
9. Nesse período de formação como eram seus compromissos pastorais e seu
relacionamento com os (as) jovens?
10. Acredita que antes das ordens, o imputado dava sinais de verdadeira vocação?
11. Havia nele idoneidade e reta intenção para viver a vida sacerdotal?
12. O que lhe consta do modo de agir do imputado depois do diaconato?
13. Viu ou soube de alguma atitude dele que demonstrasse carência de idoneidade para ser
padre? Qual?
14. Deseja acrescentar, retirar, corrigir algum detalhe deste depoimento ou mais alguma
coisa a dizer que esclareça esta causa?
15. Confirma a verdade do que foi dito sob o juramento?

Rubrica
Rubrica do
do
Notário
Notário

Página 26 de 34
11. Ato de Conclusão da Fase Instrutória

Nome da (Arqui)Diocese ou IVC/SVA 1


Brasão Endereço completo

Prot.:

Ato de conclusão da fase instrutória

Como o próprio título expressa, nessa fase é lavrado um ato conclusivo de tudo que
foi instruído até o momento. Depois deve ser assinado pelo juiz instrutor e dado fé
pública pelo notário, com os devidos carimbos e devidamente datado. Tudo sem
rasuras e correções.

Local, dia/mês/ano.

_________________________________________________
Nome do Juiz Instrutor
Juiz Instrutor

_______________________________________________
Notário

Página 27 de 34
12. Parecer do Juiz Instrutor

Nome da (Arqui)Diocese ou IVC/SVA 1


Brasão Endereço completo

Prot.:

Parecer do Juiz Instrutor

O juiz instrutor da causa é chamado a emitir um parecer final sobre todo o


processo. Não significa a sentença, pois cabe à Santa Sé (aqui a Congregação para
a Doutrina da Fé) o julgamento com a devida sentença processual. O voto é
pessoal do juiz instrutor, que deve ser feito tendo diante de si a Deus para
manifestar na justiça.

Local, dia/mês/ano.

_________________________________________________
Nome do Juiz Instrutor
Juiz Instrutor

Rubrica
do
Notário

Página 28 de 34
13. Decreto do Ordinário e Citação dos Assessores (Proposta de Redação)

1
Nome da (Arqui)Diocese ou IVC/SVA
Brasão Endereço completo
Timbre

Prot.:

Decreto do Ordinário e Citação dos Assessores

Em conformidade com o cânon 1720, 2 CIC decreto aberta a sessão para a avaliação das
provas, como também por meio deste cito os assessores correspondentes do processo.

Local, dia/mês/ano.

___________________________________________
Nome do Bispo ou Ordinário
Bispo Diocesano ou Superior

________________________________________
Notário

Rubrica do
Notário

Página 29 de 34
14. Verbal da Sessão de Avaliação das Provas

Nome da (Arqui)Diocese ou IVC/SVA 1


Brasão Endereço completo

Prot.:

Verbal da Sessão de Avaliação das Provas

Aqui nesse item deve ser redigida uma ata com a apreciação final dos assessores
juntamente com o Ordinário do imputado. Também deve ser devidamente assinada
por todos e pelo notário.

Local, dia/mês/ano.

_________________________________________________
Nome do Bispo ou Ordinário
Bispo Diocesano ou Superior

_______________________________________________
Assessor 1

________________________________________________
Assessor 2

________________________________________________
Notário

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15. Voto do Ordinário

Nome da (Arqui)Diocese ou IVC/SVA 1


Brasão Endereço completo

Prot.:

Votum do Ordinário

Antes ainda de ser enviado todo o processo instrutório se requer o voto do


Ordinário do imputado. Esse deve ser sucinto e motivado. Não pode ser genérico
e ambíguo. Deve ser devidamente datado e assinado tanto pelo próprio Ordinário
como pelo notário.

Local, dia/mês/ano.

_________________________________________________
Nome do Bispo ou Ordinário
Bispo Diocesano ou Superior

Rubrica
do
Notário

Página 31 de 34
16. Petitio do Ordinário (Proposta de Redação)

1
Nome da (Arqui)Diocese ou IVC/SVA
Brasão Endereço completo
Timbre

Prot.:

Petitio do Ordinário

Através deste instrumento canônico solicito à Sé Apostólica a aplicação da Faculdade


[especificar qual faculdade]. Tendo presente todo o tramite processual com a notificação
devida do imputado, garantindo-lhe o amplo direito de defesa ex can. 1720, 1 CIC, e
devidamente interrogado com as respectivas testemunhas, e depois de uma acurada
avaliação das provas transmito os autos processuais à essa tão importante Congregação
[N.].

Local, dia/mês/ano.

_________________________________________________
Nome do Bispo ou Ordinário
Bispo Diocesano ou Superior

Rubrica do
Notário
Rubrica
do Notário

Página 32 de 34
Bibliografia

I. Fontes normativas e conciliares


CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. São Paulo: Edições Loyola, 2001.
CONCILIORUM OECUMENICORUM DECRETA. Bologna: Edizioni Dehonane
Bologna, 1996.

II. Documentos pontifícios


BENEDICTI PP. XIV. Constitutio Sacramentum Poenitentiae (I Iunii 1741). Vol. IX.
Pars II, in Acta Apostolicae Sedis 9 (1917).
FRANCISCO PP. Motu Proprio Vos estis lux mundi. Coleção: Documentos Pontifícios
39. Brasília: Edições CNBB, 2019.
PAULUS PP. VI. Constitutio apostolica Regimini Ecclesiae universae de Romana Curia
(15 augusti 1967), in Acta Apostolicae Sedis 59 (1967).
IOANNES PAULUS II. Constitutio apostolica Pastor bonus de Romana Curia (28 iunii
1988), in Acta Apostolicae Sedis 80 (1988).
GIOVANNI PAOLO II, Constituzione Apostolica Pastor Bonus – sulla Curia Romana.
Libreria Editrice Vaticana. Città del Vaticano, 1988.
GIOVANNI PAOLO II, Discorso ai membri della Penitenziaria Apostolica e ai Padri
Penitenzieri delle Basiliche Romane, in Insegnamenti di Giovanni Paolo II, vol. XVII, 1.
Roma, 1994.

III. Documentos discateriais


SACRA CONGREGATIO PRO DOCTRINA FIDEI. Declaratio De Tuenda Sacramenti
Paenitentiae dignitate (23 de março de 1973), in Acta Apostolicae Sedis 65 (1973).
CONGREGATIO PRO DOCTRINA FIDEI. Decretum quo, ad Poenitentiae
Sacramentum tuendum (23 de setembro de 1988), in Acta Apostolicae Sedis 80 (1988).
CONGREGATIO PRO DOCTRINA FIDEI. Agendi ratio in doctrinarum examine (29
iunii 1997), in Acta Apostolicae Sedis 89 (1997)., pp. 830-835.

IV. Autores relacionados


AMENTA Piero. O processo penal canônico, in SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CANONISTAS. Vol. II, a. MMXVIII, pp. 9-47.
AA.VV. Comentario exegético al Código de derecho canónico, vol. IV/1, Tercera edición
actualizada. Pamplona: EUNSA, 2002.

Página 33 de 34
BARROS José Francisco Falcão de. Delitos e crimes na Igreja Católica. Aparecida:
Santuário, 2006
CALABRESE Antonio. Diritto penale canonico. Città del Vaticano: Libreria Editrice
Vaticana, 1996.
CHIAPPETTA Luigi. Il Codice di diritto canonico – commento giuridico-pastorale. Vol.
II. Seconda edizione accresciuta e aggiornata. Edizioni Dehoniane. Roma, 1996.
DE PAOLIS Velasio. Le sanzioni nella Chiesa, in AA.VV. Il diritto nel mistero della
Chiesa. Quaderni di Apollinaris. Tomo 10. Vol. III. 2 ed. Roma: PUL, 1992, pp. 433-540.
DE PAOLIS Velasio. e CITO Davide. Le sanzioni nella Chiesa – commento al Codice di
diritto canonico Livro VI. 2 ed. Città del Vaticano: Urbaniana University Press, 2001.
FALSINI Rinaldo. Penitenza e Riconciliazione – nella tradizione e nella reforma
conciliare. Milano: Ancora, 2003.
HORTAL Jésus. Os Sacramentos da Igreja. 3ª. ed. São Paulo: Loyola, 2003.
MIRAGOLI Egidio (a cura). Il Sacramento della penitenza. Il ministero del confessore:
indicazioni canoniche e pastorali. Milano, 2001.
MONTINI G. Paolo. La tutela penale del sacramento della penitenza. I delitti nella
celebrazione del sacramento (cann. 1378; 1387; 1388), in AA.VV. Le sanzioni nella
Chiesa. Quaderni della Mendola 5. Milano: Edizioni Glossa, 1997, pp. 213-235.
NUCCI Guilherme de Souza. Crimes contra a dignidade sexual: de acordo com a Lei
12.015/2009. 2ª. ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.
ORSI João Carlos. Direito penal canônico. São Paulo: LTR editora, 2009.
PAPALE Claudio. Formulario commentato del processo penale canonico. Città del
Vaticano: Urbaniana University Press, 2013.
PINTO Pio Vito (a cura). Commento al Codice di diritto canonico, in Studium Romanae
Rotae, vol. I. 2 ed. Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 2001.
PINTO Pio Vito (a cura). Commento al Codice dei Canoni delle Chiese orientali, in
Studium Romanae Rotae, vol. II. Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 2001.
RAHNER Karl. La penitenza della Chiesa – saggi teologici e storici. 2ª. ed. Roma:
Paoline, 1968.
SALVADOR Carlos C. e EMBIL José M. Urteaga (a cura). Dicionário de direito
canônico. São Paulo: Edições Loyola, 1997.
SUCHECKI Zbigniew. Le sanzioni penali nella Chiesa. Città del Vaticano: Libreria
Editrice Vaticana, 1999.
TLAGA Mieczyslaw. Aplicação de penas canônicas – justiça com caridade. São Paulo:
LTR Editora, 2003.

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