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DOUTORES E TEÓLOGOS:
Assim, o que está reunido aqui é simplesmente aquilo que a Igreja ensina sobre
si mesma. Aquilo que a Igreja ensina sobre o Papa e o Papado. Aquilo que a
Igreja ensina sobre o alcance da Infalibilidade Papal (e a necessária distinção
entre a “infalibilidade positiva” e a “infalibilidade negativa”).
Aquele que montou este compêndio de ensinamentos crê que a Igreja não
possa errar doutrinariamente de nenhuma maneira, nem gravemente e nem
levemente. Porém, como alguns doutos católicos ensinaram que ela, em tese,
poderia cometer pequenos erros em seu Magistério colocamos aqui também
estes ensinamentos somente para que os interlocutores não pensem que se age
de má fé, e para efeitos de concessão argumentativa.
SANTOS PAPAS
"A sede do príncipe dos apóstolos, a Igreja Romana, seja por Pedro mesmo, seja
por seus sucessores, não há condenado, refutado e vencido todos os erros dos
hereges? Não há confirmado os corações dos irmãos na fé de Pedro, que até
agora não há falhado e que até o fim nunca falhará?” - Carta In Terra Pax do
Papa São Leão IX onde ele admoesta os cismáticos gregos Miguel Cerulario e
León de Acrida - 2 de septiembre de 1053
“856. Cân. 13. Se alguém disser que os ritos aceitos e aprovados pela Igreja
Católica, que costumam ser usados na administração solene dos sacramentos,
podem ser desprezados ou sem pecado omitidos a bel-prazer pelos ministros,
ou mudados em novos e em outros por qualquer pastor de igrejas — seja
excomungado” – Concílio de Trento
“5. Infalibilidade - Governada pelo Espírito Santo, esta Igreja é a única que *não
pode errar no ensino da fé e da moral*. Todas as outras, porém, que se
arrogam o nome de 'igrejas' caem fatalmente nos erros mais perigosos quanto à
fé e aos costumes porque são guiadas pelo espírito do demônio" - Catecismo de
Trento, X. 9° Artigo, parágrafo 16
Obs.: isso significa dizer que a liturgia promulgada pelo Papa, ou por ele
tolerada na Igreja inteira, *sempre é assistida pela assistência prudencial
infalível* que garante que ela não será nociva para os fiéis. Além dessa
assistência sempre presente, a liturgia pode ser assistida também pela
assistência infalível absoluta, que garante que a doutrina contida nela é uma
doutrina verdadeira, infalivelmente certa.
"Agora, como é possível para um homem estar unido com o Vigário de Cristo, se
ele rejeita sua autoridade sagrada, se ele viola os direitos em virtude daquilo
que o Vigário assegura ser, na cabeça da Igreja, no centro da unidade, possuidor
da primazia da ordem e jurisdição, e do divino poder transmitido para ele em
toda plenitude de pastorear, reger e governar a Igreja Universal?" - Papa
Gregório XVI - Encíclica Commissum Divinitus
“4. Tudo isto cumprireis plenamente, se, segundo vosso dever, cuidardes de vós
mesmos e da doutrina, tendo sempre presente que *a Igreja universal repele
toda novidade* (S. Caelest. PP., ep. 21 ad episc. Galliar) e que, conforme
conselho do Pontífice Santo Agatão, nada se deve tirar daquelas coisas que hão
sido definidas, nada mudar, nada acrescentar, mas que se devem conservar
puras, quanto à palavra e quanto ao sentido (Ep. ad imp. apud Labb. Tomo II, p.
235, Ed. Mansi). Daqui surgirá a firmeza da unidade, que se radica, em seu
fundamento, na Cátedra de Pedro, a fim de que todos encontrem baluarte,
segurança, porto bonançoso e tesouro de inumeráveis bens, justamente onde
as Igrejas possuem a fonte de seus direitos (S. Innocent. Papa, ep. II, apud
Constat.). Para reprimir, portanto, a audácia dos que ora intentam infringir os
direitos desta Sé, somente na qual se apoiam e recebem vigor, preciso é incular
um profundo sentimento de fidelidade e veneração para com ela, clamando, a
exemplo de São Cipriano, que em vão protesta estar na Igreja o que
abandonou a Cátedra de Pedro, sobre a qual está fundada (S. Cypr., De unitate
eccles.).
“Pois, mesmo que se tratasse daquela submissão que deve ser prestada com ato
de fé divina, não se poderia limitá-la, porém, às verdades definidas por
decretos expressos dos concílios ecumênicos ou dos Romanos Pontífices desta
Sé Apostólica, mas seria necessário estendê-la também àquilo que é
transmitido como divinamente revelado pelo Magistério Ordinário de toda a
Igreja espalhada pela Terra” - Papa Pio IX - Carta Apostólica Tuas Libenter [ao
Arcebispo de Munique – 1863 – conferir em Mansi LI, 224 C12 – 225 A5]
"A Igreja nunca pode ser conciliada com o erro, e o Papa não pode estar
separado da Igreja” – Papa Pio IX - Allocution to Roman Pilgrims From Abroad –
1871
“1836. (...) Pois o Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de S. Pedro
para que estes, sob a revelação do mesmo, pregassem uma nova doutrina, mas
para que, com a sua assistência, conservassem santamente e expusessem
fielmente o depósito da fé, ou seja, a revelação herdada dos Apóstolos. E esta
doutrina dos Apóstolos abraçaram-na todos os veneráveis Santos Padres,
veneraram-na e seguiram-na todos os santos doutores ortodoxos, firmemente
convencidos de que esta cátedra de S. Pedro sempre permaneceu imune de
todo o erro, segundo a promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo feita ao príncipe
dos Apóstolos: Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, uma vez
convertido, confirma os teus irmãos [Lc 22, 32]” - Concílio Vaticano I
“1837. Foi, portanto, este dom da verdade e da fé, que nunca falece, concedido
divinamente a Pedro e aos seus sucessores nesta cátedra a fim de que
cumprissem seu sublime encargo para a salvação de todos, para que assim todo
o rebanho de Cristo, afastado por eles do venenoso engodo do erro, fosse
nutrido com o pábulo da doutrina celeste para que assim, removida toda
ocasião de cisma e apoiada no seu fundamento, se conservasse unida a Igreja
Universal, firme e inexpugnável contra as portas do inferno” – Concílio Vaticano
I
"Mas, para que o próprio episcopado fosse uno e indiviso, e pela coesão e união
íntima dos sacerdotes toda a multidão dos crentes se conservasse na unidade
da mesma fé e comunhão, antepondo S. Pedro aos demais Apóstolos, *pôs nele
o princípio perpétuo e o fundamento visível desta dupla unidade*, sobre cuja
solidez se construísse o templo eterno e se levantasse sobre a firmeza desta fé a
sublimidade da Igreja, que deve elevar-se até ao céu. E como as portas do
inferno se insurgem de todas as partes de dia para dia com crescente ódio
contra a Igreja divinamente estabelecida, a fim de fazê-la ruir, se pudessem, Nós
julgamos necessário para a guarda, para a incolumidade e para o aumento da
grei católica, após a aprovação do Concílio, propor a crença dos fiéis a doutrina
sobre a instituição, a perpetuidade e a natureza do *santo primado Apostólico,
no qual reside a força e a solidez de toda a Igreja*, segundo a fé antiga e
constante da Igreja universal, proscrevendo e condenando os erros contrários,
tão perniciosos a grei do Senhor” - Sessão IV - Concílio Vaticano I)
"(...) Por certos índices que se observam, não é difícil constatar que, entre os
católicos, certamente em razão da infirmeza do tempo, existem os que, pouco
contentes com sua situação de súditos que têm na Igreja, *crêem poder ter
alguma parte em seu governo ou pelo menos imaginam que lhes é permitido
examinar e julgar à sua maneira os atos da autoridade*. Se isto prevalecesse,
seria um grande dano na Igreja de Deus, na qual, pela vontade manifesta de seu
divino Fundador, distingue-se no seu pessoal os que são ensinados e os que
ensinam, o rebanho e os pastores, entre os quais *um é o chefe e o pastor
supremo de todos*.
Apenas aos pastores foi dado poder de ensinar, de julgar, de corrigir, aos fiéis
foi imposto o dever de seguir os ensinamentos, de submeter-se com docilidade
ao julgamento e de deixar-se governar, corrigir, conduzir à salvação. Assim é
absolutamente necessário que os simples fiéis se submetam de espírito e de
coração a seus próprios pastores, *e esses com eles ao Chefe e Pastor
supremo*; é nesta subordinação e dependência que gira a ordem e a vida da
Igreja; é nela que se funda a condição indispensável do bem fazer e tudo levar a
bom porto.
E não é necessário, para faltar a um dever tão santo, fazer ato de oposição
manifesta, seja aos bispos, *seja ao chefe da igreja*, é bastante que tal
oposição se faça por meios indiretos, *tão mais perigosos quanto mais ocorre a
preocupação de escondê-los por aparências contrárias*. Desta forma, falta-se
a esse dever sagrado desde que, ao mesmo tempo que se manifesta zelo pelo
poder e as prerrogativas do Supremo Pontífice, não se respeitam os bispos que
a ele estão unidos, não se tem em conta suficiente a sua autoridade, e se
interpretam lamentavelmente seus atos e suas intenções sem aguardar o
julgamento da Sé Apostólica.
Sob esse aspecto, o que é necessário fixar é que *no governo da Igreja*, salvo
os deveres essenciais impostos a todos os Pontífices por seu cargo apostólico,
*cada um deles pode adotar a atitude que julgar a melhor, segundo os tempos
e outras circunstâncias*. Disto é ele o único juiz; considerando que para isso ele
tem não somente *luzes especiais*, mas ainda o conhecimento de condições e
necessidades de toda a catolicidade a que convém que condescenda sua
previdência apostólica.
*É ele que cuida do bem e todos os outros que são submetidos a esta ordem*
devem secundar a ação de um diretor supremo e servir ao fim que ele quer
atingir. Como a Igreja é uma e um o seu chefe, assim é uno o governo *a que
todos devem conformar-se*" - Papa Leão XIII - Carta Epístola Tua ao Cardeal
Guibert, 17 de junho de 1885; em Papal Teachings: The Church, p. 263 [em
francês: "Lettre de Sa Sainteté a Son Em Le Cardinal Guibert]"
http://ia600308.us.archive.org/21/items/cihm_56618/cihm_56618.pdf
Conferir também:
https://catolico247.com/2017/04/26/o-argumento-do-papa-mau/
"(...) receba e grave em suas mentes todos vocês: pelo mandamento de Deus, a
salvação não é encontrada em nenhum lugar que não seja na Igreja, o
instrumento forte e efetivo da salvação *não é nada mais que o Pontificado
Romano*" - Papa Leão XIII - Allocution For The 25th Anniversary Of His Election
– 1903
“(...) Jesus Cristo instituiu na Igreja um Magistério vivo, autêntico e, além disso,
perpétuo, que ele investiu da sua própria autoridade, revestiu do espírito de
verdade, confirmou por milagres e quis e mui severamente ordenou que os
ensinamentos doutrinais desse Magistério fossem recebidos como os seus
próprios” - Papa Leão XIII – Encíclica Satis Cognitum § 20
“Toda vez que a palavra deste Magistério declara que esta ou aquela verdade
faz parte do conjunto da doutrina divinamente revelada, todos devem crer com
certeza que isso é verdadeiro” – Papa Leão XIII - Encíclica Satis Cognitum § 20
Parece inacreditável, e é contudo doloroso, que haja padres aos quais se deve
fazer esta recomendação, mas nos nossos dias nós estamos infelizmente nesta
dura e triste condição de dever dizer a padres: Amai o Papa!
E como se deve amar o Papa? Não por palavras somente, mas por atos e com
sinceridade. (…) E se Nosso Senhor Jesus Cristo dizia de si mesmo: “Se alguém
me ama, guardará minha palavra”, assim, para mostrar nosso amor ao Papa, é
necessário obedecer.
É por isso que, quando se ama o Papa, não se fica a discutir sobre o que ele
manda ou exige, a procurar até onde vai o dever rigoroso da obediência, e a
marcar o limite dessa obrigação. Quando se ama o Papa, não se objeta que ele
não falou muito claramente, como se ele fosse obrigado a repetir diretamente
no ouvido de cada um sua vontade e de exprimi-la não somente de viva voz,
mas cada vez por cartas e outros documentos públicos.
Não se põem em dúvida suas ordens, sob fácil pretexto, para quem não quer
obedecer, de que elas não vieram diretamente dele, mas dos que o rodeiam!
Não se limita o campo onde ele pode e deve exercer sua autoridade; não se
opõe à autoridade do Papa a de outras pessoas, por muito doutas que elas
sejam, que diferem da opinião com o Papa. Por outra parte, seja qual for sua
ciência, falta-lhes santidade, pois não poderia haver santidade onde há
dissentimento com o Papa.
Bem sabem os inimigos de Deus e da Igreja que qualquer querela interna entre
os católicos lhes dá uma vitória: donde usarem com frequência do expediente
de, quando encontram os católicos fortemente unidos, tratarem de plantar
astutamente entre eles as sementes da discórdia, a fim de quebrar essa
unidade.
Quem dera não tivesse o resultado de tal sistema com frequência justificado
suas esperanças, para o grande detrimento dos interesses da religião! Assim,
pois, quando quer que a autoridade legítima tenha dado uma ordem, a
ninguém seja legítimo transgredi-la, pela razão de não lhe agradar; mas que
cada um submeta sua própria opinião à autoridade daquele que é seu
superior, e obedeça-lhe por dever de consciência.
Novamente, que nenhum indivíduo privado, quer por livros ou pela imprensa,
ou ainda em discursos públicos, tome sobre si a posição de mestre da Igreja.
Todos sabem a quem a autoridade de ensino tem sido confiada por Deus: a
Ele, pois, deixe-se livre o campo a fim de que fale quando e como creia
oportuno. O dever dos demais é prestar-Lhe atenção com reverência quando
este fala e seguir o que ele diz.
"(...) ninguém está nesta única Igreja de Cristo e ninguém nela permanece a não
ser que, *obedecendo*, reconheça e *acate o poder de Pedro* e de seus
sucessores legítimos" - Papa Pio XI - Encíclica Mortalium Animos
57. Este modo de pensar e de proceder, com efeito, faz reviver o *excessivo e
insano arqueologismo* suscitado pelo ilegítimo concílio de Pistóia e se esforça
em revigorar os múltiplos erros que foram as bases daquele conciliábulo e os
que se lhe seguiram com grande dano das almas, e que a Igreja – guarda
vigilante do "depósito da fé" confïado pelo seu divino Fundador – condenou
com todo o direito. (53) De fato, deploráveis propósitos e iniciativas tendem a
paralisar a ação santificadora com a qual a sagrada liturgia orienta salutarmente
ao Pai celeste os filhos de adoção.
“(...) Nem se deve crer que os ensinamentos das Encíclicas *não exijam per se o
assentimento*, sob o pretexto de que os Pontífices não exercem nelas o poder
de seu Supremo Magistério. Tais ensinamentos fazem parte do Magistério
Ordinário, *para o qual também valem as palavras: "Quem vos ouve, a mim
ouve*" (Lc 10,16), além do que, quanto vem proposto e inculcado nas Encíclicas
pertence já, o mais das vezes, por outros títulos, ao patrimônio da doutrina
católica. Ademais, se os Sumos Pontífices no exercício do seu Magistério
emitem de caso pensado uma decisão em matéria até então controvertida, é
evidente que tal questão, segundo a mente e a vontade dos mesmos Pontífices,
não pode já constituir objeto de livre discussão entre os teólogos” - Papa Pio XII
- Humani Generis
“*Sem mancha alguma brilha a Santa Madre Igreja nos sacramentos com que
gera e sustenta os filhos*; na fé que sempre conservou e conserva
incontaminada; *nas leis santíssimas* que a todos impõe, nos conselhos
evangélicos que dá; nos dons e graças celestes, pelos quais com inexaurível
fecundidade produz legiões de mártires, virgens e confessores. Nem é sua culpa
se alguns de seus membros sofrem de chagas ou doenças; por eles ora a Deus
todos os dias: ‘Perdoai-nos as nossas dívidas’ e incessantemente com fortaleza e
ternura materna trabalha pela sua cura espiritual” - Papa Pio XII - Encíclica
Mystici Corporis, 65
“*A Igreja apostólica (de São Pedro)*, situada acima de todos os bispos, de
todos os pastores, de todos os chefes da Igreja e dos fieis, *permanece pura de
todas as seduções e de todos os artifícios dos hereges* em seus pontífices, em
sua fé *sempre inteira e na autoridade de Pedro*. Enquanto as outras igrejas
são desonradas pelos erros de certos hereges, somente Ela reina, apoiada
sobre fundamentos inabaláveis, impondo silêncio e fechando a boca de todos
os hereges; e nós (...), confessamos e pregamos em união com Ela *a regra da
verdade e da santa tradição apostólica*” (citação de São Cirilo de Alexandria
por Santo Tomás de Aquino em sua “Catena Áurea” [comentário sobre o
Evangelho de São Mateus, XVI, 18])
"Os apóstolos e seus sucessores são vigários de Deus no governo da Igreja, que
é construída sobre a fé e os sacramentos da fé. Portanto, da mesma forma que
ela não pode instituir uma outra Igreja, *ela não pode oferecer uma outra fé,
nem instituir outros sacramentos*" – São Tomás de Aquino, Summa
Theologica, III, q. 64, art. 2, ad. 3
“Se se considera a Providência divina que dirige sua Igreja pelo Espírito Santo
para que ela não erre, como ele mesmo prometeu em João 14,26, que o
Espírito quando viesse ensinaria toda a verdade, quer dizer, com relação às
coisas necessárias à salvação, é certo ser impossível que o julgamento da Igreja
universal erre sobre as coisas que dizem respeito a fé” - São Tomás de Aquino:
23. Quod. IX, q.8, a.1.
“O que possui a mais alta autoridade é o costume da Igreja, que deve ser
preferido a tudo o mais, pois a própria doutrina dos doutores católicos tira da
Igreja a sua autoridade. Por onde, devemos nos apoiar, antes, na autoridade da
Igreja do que na de Agostinho, de Jerônimo ou de qualquer outro doutor” – São
Tomás de Aquino: Summa Theologica, II-II, q. 10, a.12.
“O costume da Igreja não pode errar, pois é dirigido pelo Espírito Santo” - São
Tomás de Aquino - IIIa. q.83, art.5
"Ademais *a Igreja universal não pode errar*: porque aquele que em todas as
coisas foi ouvido por sua reverência, disse a Pedro, sobre cuja confissão foi
fundada a Igreja: Eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça. Mas a Igreja
universal aprova as indulgências: logo as indulgências tem valor diante de
Deus" (Santo Tomás, In Sent. IV, D. 20, Q. 1. A.3)
“Se não se fizer agora uma definição formal, dever-se-ia pelo menos preceituar
a todos os eclesiásticos seculares e regulares que recitassem o Ofício da
Imaculada Conceição como o recita a Igreja: pois assim, *sem definição, obter-
se-ia o que se procura*” - São Roberto Bellarmino - parecer lido na Sagrada
Congregação do Santo Ofício em presença do Papa sobre a eventual definição
do Dogma da Imaculada Conceição
“Porque os homens não estão destinados, nem são capazes de ler os corações;
porém, quando veem que alguém é um herege *pelas obras externas que
realiza, julgam-no como herege puro e simples* e o condenam como a um
herege" - São Roberto Bellarmino - De Romano Pontifice - Lib. IV, c. 9, n.° 15
“(...) pois os de Bereia não eram ainda cristãos, nem tinham certeza de que São
Paulo tivesse o Espírito Santo e não pudesse errar, e por isso faziam bem em
estudar as Escrituras dos profetas que São Paulo citava, pois por esse meio Deus
dispunha-os a receber a fé. Mas os cristãos, que já têm a luz da fé e *têm a
certeza de que o Papa e os Concílios legítimos são guiados pelo Espírito
Santo*, não merecem louvor, mas censura, se duvidando das suas decisões
quiserem esclarecer-se com o estudo da Escritura Santa" (São Roberto
Bellarmino, Sobre a obediência cega e sem exame Refutação à Proposição XII
dos Sete teólogos de Veneza -1606)
"E como seria a Igreja Una e Santa, tal como as Escrituras e Símbolos a
descrevem? Porque se ela tivesse um Pastor *e o pastor errasse, como seria
Santa?* E *se não o seguissem, como seria Una?* E que desordem não se veria
no Cristianismo *se uns achassem má uma lei e os outros boa?* E se as ovelhas
em lugar de pastar e engordar nos pastos da Escritura e Santa Palavra *se
distraíssem em fiscalizar os juízos do superior?*
“(...) *o Pastor não pode conduzir ao erro seus filhos*; portanto, os sucessores
de São Pedro têm todos seus mesmos privilégios, que não são anexos à pessoa,
mas *à dignidade e ao cargo público*” - São Francisco de Sales - Controvérsias,
p. II, cap. VI, art. XIV
“A Igreja de Deus, cercada por tanta palha e cizânia, tolera muitas coisas, mas
ela não aprova nem faz o que é contrário à fé ou à virtude e ela não fica calada
perante essas coisas” – Santo Agostinho - Epístola 55
“É fora de dúvida que se um papa fosse herege declarado, como seria aquele
que definisse publicamente uma doutrina oposta à lei divina, ele poderia não
ser deposto por um concílio, mas ser declarado caído do pontificado na sua
qualidade de herege” - Santo Afonso de Ligório [Doutor da Igreja], Les Vérités
de la Foi, in: OEuvres Complètes, tomo IX, 1769, p. 262; apud J. S. DALY, “A
Igreja estaria desprotegida contra os hereges?”
"Sem o Papa não há Igreja: *fora do Papa somente existe cisma e esterilidade*;
contra o Papa é a heresia, o escândalo, *o maior crime após o deicídio dos
judeus*, crime que atrai todas as vinganças divinas, todas as infelicidades
reservadas aos sacrilégios" - São Pedro Julião Eymard
"Dizem que alguns Papas caíram em erro? São *calúnias inventadas* ou que se
referem a atos que não se relacionam com a Fé da Igreja. Todos os que
*estudaram imparcialmente a história eclesiástica* concordam em que essas
asserções são falsas" - Dom Bosco - O cristão bem formado
"(...) *nenhum Papa deixou reviver uma heresia condenada por seus
antecessores* e nem colocou em dúvida uma verdade proclamada antes dele" -
Dom Bosco - O cristão bem formado
"A Igreja Romana (...) foi sempre conhecida como sociedade visível dos fiéis
reunidos na mesma fé, sob a direção de um mesmo Chefe, o Romano Pontífice,
o qual, como pai de uma grande família, guiou no passado e *guiará para o
futuro todos os fiéis sinceros pelo caminho da verdade, até o fim dos tempos*
- Dom Bosco - O cristão bem formado
TEÓLOGOS
Entende-se por esta palavra a prerrogativa que Jesus Cristo deu à sua Igreja de
*não poder enganar-se no ensino da verdade religiosa*. Envolve, esta
infalibilidade, duas coisas: 1º) a assistência divina que *preserva a Igreja de
qualquer erro*: é o que se chama *infalibilidade negativa*;
Ali onde está Jesus Cristo, aí está a autoridade: *aí não pode existir o erro*.
“No que diz respeito à substância e à moral da lei que o Pontífice comumente
propõe como regra de costumes a seguir, seria herético afirmar que a Igreja
pode errar de tal maneira a permitir ou prescrever algo destrutivo, quer contra
os bons costumes, quer contra a lei natural, quer contra a lei divina” - João de
São Tomás
“Os Romanos Pontífices são infalíveis ao fazer leis universais sobre a disciplina
eclesiástica, de modo que jamais estabeleçam qualquer coisa contra a fé e os
bons costumes, embora não atinjam o supremo grau de prudência” - Wernz e
Vidal - Manual... t. I, p 2
“Esta infalibilidade consiste em que a Igreja num juízo doutrinal nunca possa
estabelecer uma lei universal, que seja contrária à fé, aos bons costumes e à
salvação das almas...(no entanto) em lugar algum foi prometido à Igreja um
sumo grau de prudência para promulgar as melhores leis para todos os tempos,
lugares e circunstâncias” - Tanquerey: Theol. Dogm. Fundamentalis, n. 932
“(...) apesar de eu afirmar que o Sumo Pontífice, como uma pessoa privada, é
capaz de se tornar um herege e, portanto, deixar de ser um verdadeiro membro
da Igreja, (…) ainda assim, enquanto ele for tolerado pela Igreja, e reconhecido
publicamente como pastor universal, ele realmente desfrutará do poder
pontifício, de tal forma que todos os seus decretos não terão menos força e
autoridade do que teriam se ele fosse um verdadeiro fiel” - Pe. Paul Laymann,
Theol. Mor., Lib II, tract I, cap, VII, 153
Ele edificou e ordenou a Igreja de tal maneira, que aqueles que seguem as
diretrizes dadas ao inteiro reino de Deus na terra *nunca serão colocados em
posição de arruinar-se espiritualmente mediante essa obediência*. Nosso
Senhor habita no interior de Sua Igreja de uma tal maneira, que aqueles que
obedecem às diretivas disciplinares e doutrinais desta sociedade *nunca podem
achar-se desagradando a Deus mediante sua adesão aos ensinamentos e aos
preceitos dados à Igreja militante universal*. Logo, *não pode haver razão
válida nenhuma para discordar até mesmo da autoridade magisterial não-
infalível do Vigário de Cristo* na terra (Mons. Joseph Clifford FENTON, A
Autoridade Doutrinal das Encíclicas Papais – Parte I, agosto de 1949; trad. br. de
dez. 2013)
“(...) Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu S. Pedro e seus sucessores como
doutores, chefes supremos e sumos sacerdotes da sua Igreja; quer dizer,
colocou nas mãos do papa a sorte da Igreja. O papa é, pois, o piloto
responsável pela nave, que é a Igreja. Para essa tarefa sobre-humana, ele
precisa de um auxílio sobre-humano. Com efeito, se o papa não estivesse certo
da assistência do Espírito Santo, se pudesse enganar-se quando dá à Igreja de
Cristo regras de fé ou de moral, abrir-se-ia na vida da Igreja uma ferida da qual
mais cedo ou mais tarde, ela teria de perecer” (...) Se a Igreja de Cristo não deve
nem cessar nem enganar-se, certamente também não o pode o seu chefe.
Porquanto, se o piloto pudesse enganar-se e extraviar-se, a embarcação se
esfacelaria contra um rochedo pérfido. Cumpre que o piloto da Igreja de Cristo
seja infalível nas questões de fé e de moral (...) Se examinarmos os deveres que
Nosso Senhor Jesus Cristo impôs à sua Igreja verificaremos que esses deveres, e
os fins da Igreja, exigem a infalibilidade do papa.
“O Papa pode ser herege enquanto pessoa privada, ainda que não o possa ser
em suas decisões públicas" – O triunfo da Santa Sé - Veneza, 1832, página 221 –
Capítulo IV – Bartolomeu Alberto Cappellari [futuro Papa Gregório XVI] - Obra
dedicada a sua Excelência Reverendíssima Jacopo Mónaco, Patriarca de Veneza
https://aciesordinata.wordpress.com/2010/03/13/luzeiros-da-igreja-em-lingua-
portuguesa-i/
“As leis disciplinares são definidas como ‘leis eclesiásticas emanadas para dirigir
a vida e o culto cristãos’ (...) A questão de se a Igreja é ou não é infalível ao
promulgar uma lei disciplinar refere-se à substância das leis disciplinares
universais; isto é, se estas leis podem ou não ser contrárias a um ensinamento
de fé ou costumes, e, assim, prejudicar espiritualmente os fiéis…
“Si alguien, por un motivo razonable, tiene por sospechosa la persona del Papa y
rechaza su presencia e incluso su jurisdicción, no comete delito de cisma, ni
ningún otro, a condición de que esté dispuesto a aceptar al Papa si él no fuera
sospechoso. Va de suyo, que se tiene el derecho de evitar lo que es perjudicial y
de prevenir los peligros…” (Tommaso de Vio Cardenal Cayetano O.P.
Commentatarium in II-II, 39, 1. Citado en: Catéchisme Catholique de la Crise
dans l’Eglise, Mayo 2008, Abbé Matthias Gaudrom FSSPX).
“…nem os concílios gerais nem o Papa podem estabelecer leis que contêm
pecado…e nada pode estar contido no Código de Direito Canônico que seja de
qualquer modo oposto às regras da fé ou à santidade do Evangelho” - Pe. Sixtus
Cartechini - De Valore Notarum Theologicarum – Sobre o Significado das
Qualificações Teológicas, página 37
“O que torna sempre mais firme e mais serena a reflexão do historiador cristão
é a certeza que lhe dá a Igreja, que marcha diante dele como uma coluna
luminosa e alumia divinamente todos os seus juízos. Ele sabe que vínculo
estreito une a Igreja ao Deus-Homem, como ela é assegurada por Sua
promessa contra todo erro no ensinamento e na direção geral da sociedade
cristã, como o Espírito Santo a anima e conduz; é, pois, nela que ele buscará o
critério dos seus juízos.
“(...) ele sabe onde se manifesta a direção, o espírito da Igreja, seu instinto
divino. Recebe-os, aceita-os, confessa-os corajosamente; aplica-os(…)
Igualmente, nunca trai, nunca sacrifica; diz que é bom o que a Igreja julga bom,
mau o que a Igreja julga mau. Que lhe importam os sarcasmos, as chacotas dos
covardes medíocres? Ele sabe que está com a verdade, porque ele está com a
Igreja e a Igreja está com Cristo” – Dom Guéranger, Le Sens Chrétien de
l’Histoire [O Sentido Cristão da História], Paris, 1945, p. 21-22
“Devemos ser leais à Igreja até em nossos mínimos pensamentos sobre ela.
Devemos amar os seus caminhos, além de obedecer aos seus preceitos e crer
nas suas doutrinas. Devemos estimar tudo o que a Igreja abençoa, tudo o que a
Igreja afeta.
A nossa deve ser sempre uma atitude de submissão, não de crítica. Quem está
desapontado com a Igreja, deve estar perdendo a fé, ainda que não o saiba.
O amor de um homem pela Igreja é o teste mais seguro do seu amor por Deus.
Ele sabe que a Igreja toda é informada com o Espírito Santo. A vida divina do
Paráclito, Seus conselhos, Suas inspirações, Suas operações, Suas
conaturalidades, Sua atração, estão nela por toda parte.
Não mais ouvimos a voz do Esposo, senão a da Esposa (porém da Esposa guiada
pelo Esposo). E embora o Magistério possa errar neste ou naquele caso
particular, podemos todavia atribuir-lhe uma infalibilidade ‘global’, porque, em
conjunto, tais decisões são verídicas e santificantes. Cristo Jesus está com a
Igreja não apenas quando ela define o dogma e a moral, senão ‘todos os dias’
(Mt 28, 20). Muito melhor do que ‘obediência eclesiástica’, diríamos ‘docilidade
filial’. Filial docilidade, acrescentamos: não aquiescência automática e forçada,
como a de soldados, mas aceitação afetuosa e grata, como ouvimos a uma Mãe
muito querida. De quanta perplexidade nos livra o ensinamento da Santa Madre
Igreja!
“3) Acerca dos decretos disciplinares em geral, que são por sua finalidade
conexos com as coisas que Deus revelou.
“Ahora bien, Pío XII nos dice sin restricción alguna de las Encíclicas pontificias,
que son actos del Magisterio ordinario y que de suyo exigen el asentimiento
de la mente; legítimamente podemos concluir, pues, que en ellas deben ser
tenidas como *enseñanzas infalibles del Magisterio ordinário* todas aquellas
afirmaciones que imponen con obligación absoluta de fe católica. (...) Si pues la
Iglesia *ejerce su infalibilidad de dos modos, uno extraordinario y el otro
ordinário*; debemos admitir que también el Papa la puede ejercer de esos
mismos dos modos. De lo contrario se seguiría que esa potestad del Papa era, al
menos en el modo de su ejercicio, más restringida que la de la Iglesia; lo cual no
se puede conciliar con el hecho de que el Papa es quien en la Iglesia tiene la
plenitud de la suprema potestad en todos los órdenes” - Joaquín Salaverri, De
Ecclesia, n. 645-649. Cf. E. Dublanchy, Dict. Théol. cath. 7, 1705; M. Labourdette,
Rev. Thom. 50 (1950) 38. - Joaquín Salaverri de la Torre, S. J., Valor de las
Enciclicas a la luz de la “Humani generis”, Miscelanea Comillas 17 (1952) 135-
171, 513-532; cit. p. 156-157 e nn. 120-122
De fato, essa certeza é uma certeza teológica somente, no sentido de que quem
negar que a Igreja – ou, de igual maneira, o Papa – é infalível em tais decretos
não seria, enquanto tal, abertamente herege, mas cometeria um erro
extremamente grave e, junto desse erro, um pecado dos mais graves. Assim, em
nossa fórmula, nós enunciamos todo o objeto em uma só proposição mas sob
uma dupla noção, genérica e específica: de maneira que, pela noção genérica,
aparece somente o objeto da infalibilidade em geral e, com a noção específica,
aparece a certeza dessa infalibilidade: de fé, ou certeza teológica somente” -
Dom Gasser, em nome da Deputação da Fé, explicando a questão do objeto na
definição da infalibilidade pontifícia - 16 de julho de 1870 (M. 52, 136-1317)
“(…) Nosso Senhor Jesus Cristo (…) quis que o carisma da verdade dependesse
da relação pública do Pontífice com a Igreja Universal; senão, esse dom da
infalibilidade não seria um meio eficaz para conservar e proteger a unidade da
Igreja. Por isso, não é preciso temer que por má fé ou negligência do pontífice
a Igreja universal possa ser induzida em erro sobre a fé. Com efeito, a tutela de
Cristo e a assistência divina prometida aos Sucessores de Pedro é uma causa tão
eficaz, que o juízo do Sumo Pontífice, se fosse errôneo e nocivo para a Igreja,
seria impedido; ou então, se o Pontífice efetivamente faz uma definição, esta
será infalivelmente verdadeira” - Dom Gasser - Mansi, 52, 1214
“A Deputação da Fé, nota Dom Conrado Martin, ‘quis dirigir esse parágrafo
contra aqueles teólogos que dizem que devem ser cridas com fé divina somente
as coisas definidas claramente pelos concílios ecumênicos. A Deputação da Fé
extraiu seu pensamento da Carta Apostólica do Soberano Pontífice Pio IX ao
Arcebispo de Munique de 1863 (Tuas Libenter), na qual isto está escrito (ao fim
da carta): [Pois, mesmo que se tratasse daquela submissão que deve ser
prestada com ato de fé divina, não se poderia limitá-la, porém, às verdades
definidas por decretos expressos dos concílios ecumênicos ou dos Romanos
Pontífices desta Sé Apostólica, mas seria necessário estendê-la também àquilo
que é transmitido como divinamente revelado pelo magistério ordinário de
toda a igreja espalhada pela terra]. Foram essas palavras que a Deputação teve
diante dos olhos quando ela definiu qual é o objeto material da fé” (Mansi LI,
224 C12 – 225 A5)
Cf. https://catolico247.com/2017/04/01/a-infalibilidade-da-igreja-na-disciplina-
universal-por-cardeal-louis-billot-s-j/
"Os decretos disciplinares para toda a Igreja, como são as leis do Direito
Canônico, os decretos litúrgicos universais, etc., é claro que não podem conter
nada contra a fé e os bons costumes, se a Igreja que os impõe tem que
responder ao seu fim; é portanto, teologicamente certo que em tais decretos se
inclui a infalibilidade do magistério que neles se implica.
Mas, adverte-se bem o objeto preciso desse magistério infalível; que não é de
que a lei imposta seja a ideal e a mais oportuna; e nos decretos litúrgicos seja a
celebração de culto ou festa e a recitação de certas orações e fórmulas. O que
se afirma infalivelmente em todos esses atos, é que no que se manda não existe
nada contra a fé e os bons costumes. Estes decretos disciplinares universais,
pelo caráter de infalibilidade que lhe é próprio (no objeto e sentido explicados),
se aproximam da maneira de ser dos atos mencionados anteriormente, do
magistério extraordinário do Papa.
Mas outros irão preferir incluir entre os atos de um magistério ordinário, dada a
frequência com que se realizam tais decretos universais, além de que, carecem
com frequência de especial solenidade e circunstâncias extraordinárias. Por
outro lado, são atos primários e que formalmente se referem mais à disciplina
que ao magistério” - Miguel Nicolau, “MAGISTERIO «ORDINARIO - EN EL PAPA Y
EN LOS OBISPOS”, «Salmanticensls», 9 [1962]
“Las señales por las cuales se reconoce una doctrina enseñada infaliblemente
por el Magisterio Ordinario y Universal deben pues mostrar que la soberana
autoridad del Pontífice Romano o del cuerpo episcopal propone esta doctrina a
la creencia de la Iglesia. Es posible, por otra parte, sacar esta conclusión del
hecho de que una doctrina es creída y considerada obligatoria por el conjunto
de los fieles, puesto que su fe es siempre el eco de la enseñanza de los pastores.
Aunque el magisterio ordinario se extiende a toda la doctrina de la Iglesia,
puede suceder, por lo demás, que una verdad obligatoria no sea enseñada
expresamente por la mayoría de los obispos ni creída expresamente por la
mayoría de los fieles. Hay, en efecto, puntos de doctrina ciertos e impuestos
como tales, incluso por juicios solemnes, y que están por encima del alcance del
mayor número de los laicos. Por eso sería sin ningún motivo que alguien
buscaría darse cuenta de la fe de la Iglesia sobre estos puntos por la fe del
pueblo. Lo mismo valdría — dice Melchor Cano1 — pedir a un ciego que viera
los colores. Tampoco podrá nadie darse cuenta de aquella por la enseñanza
expresa que el cuerpo episcopal formula cada día, puesto que esta enseñanza
va dirigida principalmente al pueblo y por lo tanto se refiere generalmente a las
únicas verdades que están a su alcance. ¿Debe decirse que las materias cuya
inteligencia exige estudios particulares no son el objeto de la enseñanza diaria?
Sería caer en un grave error pensarlo; ya que este magisterio se extiende a toda
la doctrina de la Iglesia, como lo hemos observado en sucesivas ocasiones. El
cuerpo episcopal enseña infaliblemente y el pueblo fiel acepta todos los puntos
obligatorios de la doctrina cristiana; pero los obispos enseñan expresamente las
principales verdades de la fe, aquellas cuyo conocimiento es fácil a todos,
mientras que las verdades que apenas se comprenden fuera de las escuelas de
teología son principalmente objeto de su enseñanza tácita. En efecto, si estas
verdades estudiadas en las escuelas fueron el objeto de definiciones solemnes,
la enseñanza de la teología extrae su autoridad del papa o los obispos que
pronunciaron antes estas definiciones, y de sus sucesores que siguen
afirmándolas tácitamente. Si al contrario se trata de verdades sobre las cuales ni
el papa ni los obispos nunca se han pronunciado y que sin embargo son ciertas
en virtud del acuerdo unánime de los santos Padres o teólogos, nuevamente
este acuerdo unánime extrae su autoridad de las declaraciones reiteradas del
papa, los concilios y el episcopado disperso. Por lo demás, el pueblo cristiano, al
aceptar todo lo que enseña la Iglesia, cree implícitamente todo lo que enseña
tácitamente el colegio de los obispos” (De Vacant)
PAPAS CONCILIARES
https://w2.vatican.va/content/paul-vi/it/speeches/1976/documents/hf_p-
vi_spe_19760524_concistoro.html