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CLIENTE
Antônio Ribeiro
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s
O1
Apresentação
O2
O primeiro atendimento
O3
Os honorários
advocatícios
O4
A Contratação
O5
ÍNDICE
Os Documentos
O6
As Despesas Judiciais
O Autor
Mestre em Direito e
Doutorando em
Educação.
Advogado e
Professor
Universitário
Copyright © 2022 Ebook
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.02.1998. É proibida a reprodução total
ou parcial sem a expressa anuência do Autor.
Este Ebook foi revisado segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Esta edição não se destina a comercialização, sendo parte do Curso Direito – Atendimento do Cliente,
disponível na Plataforma Udemy.
EDITOR
O próprio Autor
ISBN
1
01
Apresentação
2
Montam seu próprio escritório ou se agregam a escritórios
já existentes.
E foi por isso que entendi que um curso como este, utili-
zando uma metodologia, um procedimento lógico e sistemático
para o primeiro atendimento do cliente, seria de grande ajuda
para os advogados, mesmo aqueles que já estão na profissão
há algum tempo.
3
Eu procurei estruturar este curso de modo que o advogado,
a advogada, usará um método de atendimento que permitirá
não só ter todas as informações necessárias no primeiro aten-
dimento, como também dará ao cliente a segurança de confiar
seu problema a alguém que além de competente, age com
muito profissionalismo.
Estrutura do curso
4
Primeiro - a ética profissional na relação com o cliente
5
Nesta parte, também eu vou buscar na legislação os funda-
mentos para isso de uma forma ampla.
O Autor
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02
O que vamos ver nesta primeira aula?
7
1 – A consulta
Mas antes de definir esta questão, vamos ver como este as-
sunto é tratado pelos profissionais e pelo nosso órgão de
classe.
8
“É aconselhável que a advogada/advogado cobre
sempre o valor da consulta quando alguma maté-
ria jurídica ou ligada à profissão lhe for apresen-
tada. Se, em função da consulta, sobrevier presta-
ção de serviços, a critério das partes, o valor da
consulta poderá ou não ser abatido dos honorários
a serem contratados.”
https://www.oabsp.org.br/servicos/tabelas/ta-
bela-de-honorarios
Por ser um texto divulgado pela OAB com base nos seus
estatutos, deixa claro que a cobrança de consulta não é item
obrigatório, mas “aconselhável”, de forma que esta cobrança
fica a critério do profissional.
Especialista
9
Quando você definiu o valor a ser cobrado do cliente, já le-
vou em conta todo o trabalho, inclusive o contato inicial para
contratação e obtenção de documentos.
Neste caso, é bem possível não cobrar consultas, pois a re-
muneração dos trabalhos já abrange este contato inicial.
Casos específicos
10
Não é aconselhável que haja algum tipo de surpresa neste
momento, pois isto pode atrapalhar a contratação ou o restante
dos trabalhos.
Superada esta questão, vamos ver como deve ser este pri-
meiro contato.
2 – Primeiro contato
11
A anotação a mão evita que haja distrações e a conversa
vai fluindo normalmente.
12
O Código de Ética dedica um capítulo inteiro às relações
com o cliente, e é lá que devemos buscar as orientações para
este momento.
13
O advogado pode estimar o resultado de uma ação judicial,
com base em sua experiência ou pesquisa, mas o resultado fi-
nal dependerá de todo um andamento processual, das provas
que serão apresentadas, do convencimento do julgador, de
modo que a estimativa inicial pode ser frustrada.
3 – Os Prazos
E no Art. 231:
15
“Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso,
considera-se dia do começo do prazo:
16
Para saber a data do início do prazo será necessário con-
sultar o processo, ou os AUTOS DO PROCESSO.
17
Mas agora, os prazos são de DIREITO MATERIAL e previs-
tos no Código Civil, que se referem a prescrição dos direitos.
4 – Condições da Ação
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Seria ele ou ela a pessoa certa para propor aquela ação?
Ele ou ela tem mesmo motivos para esta ação? O que se pre-
tende é juridicamente possível?
5 – Análise do caso
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Tirando os casos de jurisdição voluntária, previstas no Có-
digo de Processo, os demais casos pressupõem a existência de
LIDE.
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Neste caso, vamos ao Código Civil que dedica um título es-
pecífico de INADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÕES (Arts. 389 até
420) onde podemos verificar se o caso em análise se enquadra
no inadimplemento contratual, legal, ou se é necessária a
CONSTITUIÇÃO EM MORA.
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Mas ainda faltam algumas coisas para que a gente com-
plete este primeiro contato.
22
03
Como já vimos na primeira aula, neste primeiro contato com o cliente
nós temos as informações mais importantes do trabalho que podemos re-
alizar.
23
Nestes casos, a avaliação pode ser feita na sequência e num único en-
contro com o cliente.
Para que esta aula não fique muito longa, vou falar somente de hono-
rários e, na próxima, falo sobre a contratação.
Esta tabela define os valores mínimos que deverão ser cobrados e ad-
mite que se cobrem valores maiores que os previstos.
Mas, por serem valores mínimos, nem sempre podem atender a todos
os escritórios, pois há escritórios que possuem uma estrutura maior e que
exige a cobrança de valores diferentes da tabela, para cobrir os custos.
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E é sempre importante conhecer os valores da tabela da OAB, pois a
cobrança de valores menores poderá acarretar em infração disciplinar.
Apesar da OAB mencionar que a atividade jurídica não deve ser mer-
cantilizada, nada impede que você tenha uma boa noção dos custos do es-
critório, pois é daí que você tirará o seu sustento
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Na internet a gente encontra várias pessoas ensinando calcular os cus-
tos de um escritório e podemos ver não é tão difícil.
3 – Advocacia gratuita
Sim ...
26
“Art. 1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gra-
tuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de
instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos,
sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos
para a contratação de profissional.
Parágrafo único. A advocacia pro bono pode ser exercida em
favor de pessoas naturais que, igualmente, não dispuserem
de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contra-
tar advogado.”
Isso quer dizer que a OAB busca impedir que um advogado se utilize
deste expediente para obter algum tipo de vantagem posterior, ou seja, a
advocacia pro bono deve ser utilizada em favor de quem realmente não
teria acesso à justiça de outro modo.
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Outra forma de prestação de serviços sem que o cliente tenha de pa-
gar os honorários é por meio de convênios com a Defensoria Pública.
Uma vez por ano, a OAB divulga a todos os advogados o edital do con-
vênio e abre os prazos para inscrição.
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4 – Finalização
Mas, voltamos aos honorários que serão pagos pelo próprio cliente,
sem convênios ou advocacia pro bono.
Uma vez definido o valor dos honorários que o cliente deverá pagar
pelo trabalho a ser desenvolvido, devemos apresentar a ele um orçamento
detalhado, separando o que é remuneração profissional – honorários – e a
previsão de despesas necessárias para a realização destes trabalhos.
29
04
Agora chegou a hora de fazer com que tudo o que foi conversado com
o cliente se traduza num documento que vai reger as relações referentes a
este caso até o seu final.
1 – O contrato
Item 2
30
Este item se refere aos valores a serem colocados no contrato e deixa
claro que é um item importante a ser observado.
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Está prevista no Art. 38 do Código de Ética e deve ser utilizada somente
em casos especiais, e deve constar do contrato. Vamos ver o texto:
“Cláusula de Êxito”
“Despesas”
“Trabalhos Paralelos”
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É também sugerido que alguns trabalhos paralelos ao processo pos-
sam ser contratados em separado da remuneração do contrato, como nos
casos em que há necessidade de acompanhamento de cartas precatórias,
por exemplo.
Também é possível que alguns atos que não são obrigatórios no pro-
cesso sejam necessários ou úteis, como a sustentação oral em Tribunais,
por exemplo, e isto pode ser também objeto de acréscimo no valor dos ho-
norários e devem estar sempre previstos no contrato, para que possa haver
a cobrança.
“Parcelamento”
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“Atividade meio”
“Sucumbência”
“Hipóteses de rescisão”
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2 – Encerramento
Falta pouco agora para que este primeiro contato com o cliente se
complete.
35
05
Inicialmente vamos entender a palavra DOCUMENTO como algo que
demonstra ou prova um fato.
1 – Quais
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“Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos
indispensáveis à propositura da ação.”
Vamos ver:
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foro para conhecer o pedido, como nas questões que envolvem COISA,
como as ações possessórias, por exemplo.
Vamos supor que o seu cliente esteja sendo demandado por uma obri-
gação pessoal em local diferente de seu domicílio.
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Por exemplo, se a ação judicial não versar sobre a profissão da parte,
não será necessária a sua prova, bastando a sua declaração.
É certo que o fato pode ser complementado com outras provas, mas,
se tivermos o início de prova documental, todo o conjunto probatório será
facilitado.
E há casos também em que não se admite outro tipo de prova que não
seja o documento, como referido no Código de Processo Civil:
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“Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obri-
gação, é admissível a prova testemunhal quando houver co-
meço de prova por escrito, emanado da parte contra a qual
se pretende produzir a prova. “
2 – Como
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Não era possível se cobrar um título de crédito apresentando cópia
autenticada do mesmo título. Só o original.
Mas estas cópias teriam de ser AUTENTICADAS e isto era feito levando-
se a cópia e o documento original no Cartório de Notas que atestariam a
autenticidade da cópia, colocando um carimbo de autenticidade, e assim, a
Lei definia que as cópias teriam o mesmo valor da original, desde que au-
tenticadas.
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Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
(...)
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento pú-
blico ou particular, quando juntadas aos autos pelos órgãos
da justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus au-
xiliares, pela Defensoria Pública e seus auxiliares, pelas pro-
curadorias, pelas repartições públicas em geral e por advo-
gados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de
adulteração.
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Havendo a impugnação e sendo o documento imprescindível ao pro-
cesso, ele poderá ser objeto de perícia, e assim, teremos de ter o docu-
mento original para as comparações.
Art. 425
§ 1º Os originais dos documentos digitalizados mencionados
no inciso VI deverão ser preservados pelo seu detentor até o
final do prazo para propositura de ação rescisória.
(...)
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida
no processo.
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Isso quer dizer que estes documentos públicos que podem ser repro-
duzidos, mesmo que venham a se perder no curso do processo, poderão
ser reproduzidos em toda a sua autenticidade.
Então, nestes casos, não deve haver muita preocupação quanto a sua
guarda ao longo do tempo, justamente porque podem ser reproduzidos a
qualquer tempo.
Muitas vezes, todo o direito em que se baseia uma ação judicial está
contido num documento, um contrato, por exemplo.
Mas ele pode ser impugnado ... e por várias razões, como datas, assi-
naturas, cláusulas, etc.
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Se houver impugnação contra o documento eletrônico, é possível que
seja determinada uma perícia para comparar o documento original com a
cópia apresentada no processo, pois a impugnação é feita em face da cópia
não ser autêntica.
Neste caso, o documento original deve estar disponível para ser peri-
ciado e comparado com a cópia. Se ele não foi preservado, a impugnação
poderá ter sucesso e o direito pleiteado sobre o seu conteúdo ficar muito
prejudicado.
Por tudo isso, é aconselhável que o advogado ... aquele que autenticou
o documento ... guarde o original no escritório, até o prazo previsto no Có-
digo de Processo.
Nestes casos, o Código de Processo define que estes poderão ser guar-
dados no próprio cartório ou secretaria, conforme definido no parágrafo
segundo do Art. 425
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Mas, se o juiz não determinar este depósito, é fortemente recomen-
dável que o advogado fique como depositário, pois assim evitará transtor-
nos futuros.
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E, por último, documentos que possam comprovar os fundamentos,
como o descumprimento da obrigação, se isso for possível por documentos.
3 – Dicas Importantes
Esta ficha será feita em duas vias, assinada pelo advogado e cliente,
onde cada um terá o controle do que ficou e do que foi devolvido.
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4 – Encerramento
➢ já sabemos o caso;
➢ definimos o que fazer o quanto cobrar;
➢ redigimos e completamos a contratação; e
➢ temos todos os documentos necessários.
Apenas para deixar este atendimento completinho, vamos ter uma úl-
tima aula, onde vamos prever as despesas processuais.
Vamos aproveitar esta última aula para ver também como as custas
devem ser pagas, criar as guias de pagamentos e deixar tudo certo para a
propositura de uma ação judicial ou a defesa num processo já existente.
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06
Complementando as informações que devemos passar ao cliente,
usando ainda o exemplo de que o cliente pretende mover uma ação judicial,
temos as despesas processuais que serão de sua responsabilidade.
Com mais estas informações você terá o quadro completo para propor
uma ação judicial, pois já tem todas as informações fornecidas pelo cliente,
já definiu o valor dos honorários e elaborou o contrato de prestação de ser-
viços e, agora ... tem condições de estimar as despesas do processo para
que o cliente possa se programar e saiba o quanto vai ser gasto em todo o
processo.
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Eu disse ESTIMAR as despesas, pois algumas poderão ser necessárias
algum tempo após a propositura da ação e as tabelas poderão vir a ser al-
teradas ou por correção monetária, ou mesmo por decisão dos respectivos
órgãos judiciários.
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Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estran-
geira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem di-
reito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
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magistrado entenderá que houve uma prévia análise da situação financeira
de quem está pedindo o benefício, critérios da instituição que representa o
cliente.
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indeferido o pedido de gratuidade, o juiz concederá prazo para o paga-
mento das custas, sob pena de indeferimento da petição.
Encerramento
53