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DIREITO

CLIENTE
Antônio Ribeiro

ATENDIMENTO DO

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O1
Apresentação

O2
O primeiro atendimento

O3
Os honorários
advocatícios

O4
A Contratação

O5
ÍNDICE

Os Documentos

O6
As Despesas Judiciais
O Autor

Mestre em Direito e
Doutorando em
Educação.
Advogado e
Professor
Universitário
Copyright © 2022 Ebook
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.02.1998. É proibida a reprodução total
ou parcial sem a expressa anuência do Autor.
Este Ebook foi revisado segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Esta edição não se destina a comercialização, sendo parte do Curso Direito – Atendimento do Cliente,
disponível na Plataforma Udemy.

EDITOR
O próprio Autor

CIP–BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE


FICHA ELABORADA PELO AUTOR
RIBEIRO, Antônio Carlos
Titulo: Direito – Atendimento do Cliente – Método de Atendimento de Clientes para Advogados — 1ª
ed. — São Paulo: Autor, 2022.

ISBN

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Apresentação

Num escritório de advocacia, o primeiro contato com o cli-


ente é o principal meio de estabelecer uma relação de confi-
ança profissional.

É aí que se estabelecem as bases da prestação de serviços,


onde o advogado conhece o caso e transmite ao cliente a sua
capacidade de resolver o problema.

Como surgiu a ideia de criar este curso?

Como professor em cursos de direito tenho encontrado alu-


nos dedicados e que conhecem a fundo os institutos jurídicos.

São capazes de resolver as questões facilmente, e inclusive


passam sem dificuldade na temida prova da OAB.

Certamente serão excelentes profissionais na área do di-


reito que escolher.

E felizmente muitos escolhem exercer a advocacia.

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Montam seu próprio escritório ou se agregam a escritórios
já existentes.

E vão usar todo o seu conhecimento adquirido e treinado


para a solução dos problemas dos clientes que certamente vi-
rão, por indicação ou atraídos pelo sucesso do profissional.

E é neste momento, na hora de fazer o primeiro atendimento


ao cliente no escritório que muitas vezes surgem dúvidas e in-
segurança.

Certamente não falta conhecimento.

Mas como proceder neste momento? O que perguntar ao cli-


ente? Quais documentos devemos pedir para ele? Como calcu-
lar e cobrar os honorários?

Essas dúvidas eu escuto de muitos antigos alunos.

Existe algum método de atendimento que pode ajudar neste


momento?

Pesquisei e não encontrei.

E foi por isso que entendi que um curso como este, utili-
zando uma metodologia, um procedimento lógico e sistemático
para o primeiro atendimento do cliente, seria de grande ajuda
para os advogados, mesmo aqueles que já estão na profissão
há algum tempo.

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Eu procurei estruturar este curso de modo que o advogado,
a advogada, usará um método de atendimento que permitirá
não só ter todas as informações necessárias no primeiro aten-
dimento, como também dará ao cliente a segurança de confiar
seu problema a alguém que além de competente, age com
muito profissionalismo.

Primeiro, eu fui buscar todas as normas e instruções que de-


vem ser aplicadas a este primeiro atendimento do cliente, e re-
lacionei estas normas a todos os momentos deste atendimento.

Depois, eu fiz uma ordem de procedimentos que devem ser


adotados neste primeiro atendimento, sendo que cada um des-
tes procedimentos tem o seu objetivo prático e imediato.

Cada um desses procedimentos é descrito de modo claro,


inclusive com as fontes de consulta, para que você tenha segu-
rança de que eles estão devidamente atendidos.

Com isto você terá um verdadeiro MÉTODO de atendimento,


com um processo organizado, lógico e sistemático que trará
um resultado imediato tanto de informações necessárias ao
atendimento, como trará confiança ao cliente sobre o seu pro-
fissionalismo.

Estrutura do curso

O curso foi estruturado em 5 cinco aulas representando a


sequência lógica do atendimento.

Na primeira aula tratamos do primeiro contato com o cli-


ente.

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Primeiro - a ética profissional na relação com o cliente

E depois as questões que envolvem o problema apresen-


tado:
➢ Prazos
➢ Condições pessoais do cliente
➢ Condições específicas do caso apresentado

Na segunda aula vamos tratar de honorários.

Quais são os critérios de fixação dos honorários, como ele


deve ser apresentado ao cliente e como ele deve ser pago.

Na terceira aula falamos sobre a contratação dos trabalhos.

Porque, até aqui, já temos todos os elementos e a decisão


do cliente em contratar nossos serviços, ... mas como é feita a
contratação?

Novamente vou buscar as normas que regem o relaciona-


mento advogado/cliente para que o contrato seja elaborado
para ser um bom guia de relacionamento profissional.

Vou colocar também um modelo para ajudar na elaboração


de seus próprios instrumentos de contratação.

Na quarta aula vamos tratar de quais documentos você de-


verá obter do cliente para a solução do caso apresentado.

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Nesta parte, também eu vou buscar na legislação os funda-
mentos para isso de uma forma ampla.

E na quinta e última aula vou indicar como são calculadas e


pagas as despesas de processos judiciais.

Isso é muito necessário para que o cliente saiba todo o em-


penho financeiro necessário para a solução de seu caso.

Este método vai ajudar muito nos seus próximos atendimen-


tos.

Você terá uma sequência de procedimentos que vão contri-


buir para o melhor uso do tempo e para a obtenção de todos os
dados necessários para a solução do problema do cliente.

Tudo isso com muito profissionalismo e eficiência.

O Autor

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02
O que vamos ver nesta primeira aula?

O objetivo é ver agora as primeiras coisas que todo advo-


gado deve observar no primeiro contato com o cliente e com o
caso do cliente.

É neste momento, nesta primeira impressão, que o advo-


gado vai demonstrar para o cliente o seu profissionalismo, a
sua ética, e também vai obter os dados necessários para acei-
tar ou não o caso.

Então, nesta primeira aula nós vamos tratar de ...

➢ o primeiro contato – a ética


➢ os prazos – quanto tempo temos para agir
➢ as questões processuais – o cliente pode ingressar
com uma ação
➢ e, por último, como vamos analisar o caso

Como você pode ver, vamos tratar de questões objetivas e


claro, vão ajudar muito tanto neste primeiro contato, como em
todo o trabalho.

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1 – A consulta

Mas, antes mesmo do atendimento ao cliente, é necessário


que você ou o escritório que você trabalha tenha um critério
para cobrança de consulta.

Ou melhor, em que casos você cobrará consulta e em que


casos esta cobrança não será feita.

Mas antes de definir esta questão, vamos ver como este as-
sunto é tratado pelos profissionais e pelo nosso órgão de
classe.

Este é um assunto que não encontra unanimidade entre os


profissionais ... uns defendem a cobrança e outros não.

Os que defendem a cobrança falam sobre a valorização


profissional do advogado e dos custos que envolvem qualquer
atividade jurídica,

Os que defendem o contrário, opinam que a cobrança afu-


gentaria os futuros clientes.

Ou seja ... é polêmico.

Consultei a OAB e vi que ela trata do assunto na sua Tabela


de Honorários, assim:

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“É aconselhável que a advogada/advogado cobre
sempre o valor da consulta quando alguma maté-
ria jurídica ou ligada à profissão lhe for apresen-
tada. Se, em função da consulta, sobrevier presta-
ção de serviços, a critério das partes, o valor da
consulta poderá ou não ser abatido dos honorários
a serem contratados.”
https://www.oabsp.org.br/servicos/tabelas/ta-
bela-de-honorarios

Por ser um texto divulgado pela OAB com base nos seus
estatutos, deixa claro que a cobrança de consulta não é item
obrigatório, mas “aconselhável”, de forma que esta cobrança
fica a critério do profissional.

Sim, é critério do profissional.

Os escritórios que já estão instalados há muito tempo já


possuem seus próprios critérios, mas este curso foi criado com
o objetivo de auxiliar os novos profissionais.

Então eu tentar dar algumas ideias para ajudar nos seus


critérios ...

Especialista

Você é especialista em uma área, família, previdência, por


exemplo, e a quase totalidade de seus casos se referem a esta
área de especialização.

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Quando você definiu o valor a ser cobrado do cliente, já le-
vou em conta todo o trabalho, inclusive o contato inicial para
contratação e obtenção de documentos.
Neste caso, é bem possível não cobrar consultas, pois a re-
muneração dos trabalhos já abrange este contato inicial.

Casos específicos

Em que o cliente vai buscar orientação de como agir em


determinada situação, em um determinado negócio, para que
tenha garantia de sucesso posterior.

Neste caso, não há lide, mas a busca do conhecimento ju-


rídico para auxiliar na decisão do cliente quanto aos seus pró-
ximos passos.

Me parece justo que este contato profissional seja remune-


rado pela cobrança de consulta, pois o profissional estará utili-
zando seu tempo e seu conhecimento para benefício do cliente.

Estas são apenas algumas ideias, mas você deverá ter o


seu próprio critério para cobrar ou não a consulta do cliente no
primeiro contato.

Mas para ficar claro.

Se você cobrar ou não cobrar a consulta é bom que isto fi-


que muito claro ao cliente antes de se iniciar a primeira con-
versa.

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Não é aconselhável que haja algum tipo de surpresa neste
momento, pois isto pode atrapalhar a contratação ou o restante
dos trabalhos.

Superada esta questão, vamos ver como deve ser este pri-
meiro contato.

2 – Primeiro contato

Para este primeiro contato com o cliente, é importante que


o advogado ou a advogada conheça e coloque em prática o que
é preconizado pelo Código de Ética.

Dentre os deveres profissionais está o de

“I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza


e a dignidade da profissão, zelando pelo seu cará-
ter de essencialidade e indispensabilidade;”

Na prática, isto quer dizer que o advogado ou a advogada


deve ouvir tudo o que o cliente tem a dizer e quais são as suas
expectativas.

Outra coisa ...

Faça anotações ... tenha uma ficha ou um caderno onde


você vai anotando os dados importantes à medida que o cliente
fala ...

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A anotação a mão evita que haja distrações e a conversa
vai fluindo normalmente.

Evite anotar em computador neste momento.

E também é importante que o advogado procure agir de


acordo com o caso, pois é muito diferente o atendimento de um
cliente empresário que busca receber uma dívida comercial,
do atendimento de um cliente na área de família, com todas as
paixões resultantes do problema que quer ver solucionado.

Há atendimentos que são muito técnicos, onde se conversa


sobre o direito e suas consequências, e há atendimentos emo-
cionais, em que o advogado deve ter a sensibilidade de com-
preender os motivos daquela situação.

E compreender que até aquele momento em que o cliente


comparece diante do advogado, tudo o que estava ao seu al-
cance já foi tentado para solucionar o problema.

O advogado está sendo considerado como o recurso úl-


timo para a solução pretendida.

É natural que antes desta consulta, o cliente já buscou in-


formações sobre o seu caso pela internet, conversou com pa-
rentes e amigos, e já possui uma ideia do que o espera.

Mas, veja só, o cliente não conhece o direito como o advo-


gado, de modo que pode fazer uma avaliação incorreta de sua
situação, assim como uma expectativa incorreta do resultado.

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O Código de Ética dedica um capítulo inteiro às relações
com o cliente, e é lá que devemos buscar as orientações para
este momento.

Primeiro: o caso apresentado pelo cliente pode ser soluci-


onado por via extra judicial ou será necessária uma ação?

Há casos em que a ação judicial é inevitável, como divór-


cios, inventários e outras e, mesmo quando possível fazer via
cartório, não deixa de ser uma questão judicial.

Há outros casos, em que o direito é disponível, onde é pos-


sível a busca de conciliação ou mediação, feito pelo próprio ad-
vogado ou por meio de recursos públicos como os centros de
conciliação, por exemplo.

Sendo possível a tentativa de conciliação ou acordo, este


é sempre preferível tanto em razão de ser mais rápida a solu-
ção, como pela solução definitiva do caso.

Já no caso de ser impossível a conciliação, ou porque já foi


tentada ou porque a solução deve ser judicial, voltamos ao Có-
digo de Ética para mais uma orientação:

“Art. 8º O advogado deve informar o cliente, de


forma clara e inequívoca, quanto a eventuais ris-
cos da sua pretensão, e das conseqüências que
poderão advir da demanda.”

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O advogado pode estimar o resultado de uma ação judicial,
com base em sua experiência ou pesquisa, mas o resultado fi-
nal dependerá de todo um andamento processual, das provas
que serão apresentadas, do convencimento do julgador, de
modo que a estimativa inicial pode ser frustrada.

E estes riscos também devem ser claramente expostos ao


cliente, para que ele tenha todos os elementos necessários
para a sua própria avaliação.

3 – Os Prazos

A conversa com o cliente está avançando e até aqui nós já


conseguimos entender o caso e o que ele ou ela pretende.

Mas, espere ...

Nós precisamos saber e há tempo para fazer o trabalho


pretendido e por isso, como segunda parte da conversa, temos
que contar os prazos.

Se a questão apresentada pelo cliente não necessitar de


uma ação judicial, os prazos para a execução dos trabalhos po-
dem variar e são definidos a partir do caso.

Se é uma assinatura de contrato, o prazo definido pelas


partes; se é uma questão administrativa, o prazo definido pela
legislação correspondente, etc.

Mas, se a questão envolver ações judiciais, temos de co-


nhecer os prazos e saber a situação atual.
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Temos assim duas situações possíveis: o cliente pretende
ingressar com uma ação, ou está sendo acionado judicialmente
e necessita ser defendido nesta ação.

Em ambos os casos, devemos inicialmente considerar a


questão dos prazos, pois só assim saberemos quanto tempo va-
mos ter para a realização dos serviços.

No caso em que há necessidade de contestar uma ação ju-


dicial, os prazos são PROCESSUAIS e encontrados em dois lo-
cais: no Código de Processo Civil e no próprio processo judi-
cial.

No Código de Processo Civil vamos encontrar o prazo e sua


contagem no artigo 335:

“Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por


petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo
inicial será a data:

I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou


da última sessão de conciliação, quando qualquer
parte não comparecer ou, comparecendo, não
houver autocomposição;

II - do protocolo do pedido de cancelamento da au-


diência de conciliação ou de mediação apresen-
tado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art.
334, § 4º, inciso I ;

III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo


como foi feita a citação, nos demais casos.”

E no Art. 231:

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“Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso,
considera-se dia do começo do prazo:

I - a data de juntada aos autos do aviso de recebi-


mento, quando a citação ou a intimação for pelo
correio;

II - a data de juntada aos autos do mandado cum-


prido, quando a citação ou a intimação for por ofi-
cial de justiça;

III - a data de ocorrência da citação ou da intima-


ção, quando ela se der por ato do escrivão ou do
chefe de secretaria;

IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada


pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por
edital;

V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação


ou da intimação ou ao término do prazo para que a
consulta se dê, quando a citação ou a intimação
for eletrônica;

VI - a data de juntada do comunicado de que trata


o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada
da carta aos autos de origem devidamente cum-
prida, quando a citação ou a intimação se realizar
em cumprimento de carta;

VII - a data de publicação, quando a intimação se


der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;

VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por


meio da retirada dos autos, em carga, do cartório
ou da secretaria.

IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na


forma prevista na mensagem de citação, do rece-
bimento da citação realizada por meio eletrô-
nico. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)”

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Para saber a data do início do prazo será necessário con-
sultar o processo, ou os AUTOS DO PROCESSO.

Se o processo for físico, ou seja, ainda em papel, será ne-


cessário deslocar-se até o fórum para vê-lo.

Já no processo eletrônico é possível consultá-lo por meio


do “site” do Poder Judiciário.

No MANDADO DE CITAÇÃO há os dados do processo para


consulta e o advogado terá acesso às informações por meio do
seu próprio CERTIFICADO DIGITAL ou utilizando uma SENHA
que consta do texto do MANDADO justamente para esta con-
sulta.

Lembrando que esta consulta aos autos do processo não


tem efeito de contagem de prazo. Salvo se a intimação ou cita-
ção for eletrônica ... está aqui no inciso V.

Assim, o advogado terá a informação de quando se inicia o


prazo de contestação e poderá se programar para a realização
dos trabalhos.

Por outro lado, se o objetivo do cliente é ingressar com uma


ação, ainda assim o advogado deve se atentar para os prazos.

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Mas agora, os prazos são de DIREITO MATERIAL e previs-
tos no Código Civil, que se referem a prescrição dos direitos.

Encontrarmos estes prazos no Art. 205, a prescrição geral:

“Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos,


quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.”

E no Art. 206, as prescrições específicas.

Algumas ações, como Mandado de Segurança, por exem-


plo, possuem prazos específicos, definidos em Lei Especial.
Então, caso a ação necessária para o caso em análise seja re-
gulada por lei especial, é lá que deve ser visto o prazo.

4 – Condições da Ação

A nossa conversa com o cliente está avançando ...

Nós já entendemos o caso e sabemos quanto tempo que


nós temos para trabalhar ...

E, para exemplificar ... o cliente pretende ingressar com


uma ação judicial.

Continuando na esteira de propor uma ação judicial, o ad-


vogado deve verificar se o cliente possui as condições neces-
sárias para isto.

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Seria ele ou ela a pessoa certa para propor aquela ação?
Ele ou ela tem mesmo motivos para esta ação? O que se pre-
tende é juridicamente possível?

Só lembrando um pouco a doutrina processual, condições


da ação estão previstas no Art. 17:

“Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter in-


teresse e legitimidade.”

LEGITIMIDADE DE PARTE – ou seja, o cliente deve ser o ti-


tular do direito que pleiteia, pois não pode reivindicar direito de
outra pessoa;

INTERESSE PROCESSUAL ou INTERESSE DE AGIR – que é


a demonstração de que a pretensão do autor do processo en-
contra efetiva resistência da parte contrária – falaremos um
pouco mais sobre isso durante o curso; e

POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – o atual Código de


Processo não menciona a possibilidade jurídica do pedido, mas
devemos considerar que se o pedido for juridicamente impos-
sível, a ação não poderá ser proposta ou, se proposta, não che-
gará ao seu termo.

Assim, se o cliente atender às condições para a proposi-


tura da ação, se não há problemas de prescrição, podemos
passar para a fase seguinte que é a análise do caso.

5 – Análise do caso

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Tirando os casos de jurisdição voluntária, previstas no Có-
digo de Processo, os demais casos pressupõem a existência de
LIDE.

E LIDE, como já sabemos é a PRETENSÃO RESISTIDA.

Desta forma, é necessário saber se realmente há a resis-


tência da parte contrária em relação à pretensão do nosso cli-
ente.

Uma das formas de demonstrar esta resistência seria uma


anterior tentativa de conciliação onde haveria uma clara re-
cusa da parte contrária em cumprir sua obrigação.

Não há obrigatoriedade legal em se proceder a esta tenta-


tiva de conciliação antes da propositura da ação, mas, de
acordo com o Código de Processo, o juiz determinará esta au-
diência quando atendidas as condições legais.

“Art. 334. Se a petição inicial preencher os requi-


sitos essenciais e não for o caso de improcedência
liminar do pedido, o juiz designará audiência de
conciliação ou de mediação com antecedência mí-
nima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.”

Uma outra forma de demonstrar a resistência da parte con-


trária à pretensão do cliente é a MORA.

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Neste caso, vamos ao Código Civil que dedica um título es-
pecífico de INADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÕES (Arts. 389 até
420) onde podemos verificar se o caso em análise se enquadra
no inadimplemento contratual, legal, ou se é necessária a
CONSTITUIÇÃO EM MORA.

Esta vai ocorrer quando a obrigação não possuir termo


certo, ou seja, quando não há data de vencimento da obriga-
ção, pois a lei – o Código Civil – define que se houver este termo
certo, a mora estará constituída independentemente de qual-
quer procedimento do credor.

Se não houver este termo, será necessária a INTERPELA-


ÇÃO da outra parte para cumprir a obrigação, o que é feito por
meio de uma NOTIFICAÇÃO que pode ser judicial ou extrajudi-
cial.

Tudo isso nós já conseguimos neste primeiro papo com o


cliente ...

➢ cobramos ou não a consulta


➢ conhecemos todo o caso
➢ descobrimos quanto tempo nós temos para o trabalho
➢ confirmamos se o cliente pode agir como pretende
➢ e vimos que há motivos legais para agir em favor do
cliente

Aquela ficha do cliente que nós falamos no início já possui


muitos dados, não é mesmo?

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Mas ainda faltam algumas coisas para que a gente com-
plete este primeiro contato.

Na próxima aula vamos ver, após a aceitação do caso,


como deve ser calculado o valor dos honorários e como deve
ser feita a contratação.

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03
Como já vimos na primeira aula, neste primeiro contato com o cliente
nós temos as informações mais importantes do trabalho que podemos re-
alizar.

Então nós já sabemos:


➢ qual é o caso
➢ qual o tempo que temos para realizar o serviço
➢ e que o cliente é a parte legítima e tem o interesse pro-
cessual para isto

O que vem agora?

Este é o momento em que o advogado, a advogada vai expor para o


cliente o que pode ser feito para a solução do problema apresentado.

Vai apresentar as formas possíveis de encaminhamento do caso, o


tempo previsto para o resultado e qual será o custo de todo o trabalho.

Aí eu volto no que foi dito na aula anterior, quanto à especialização do


advogado/advogada ou do escritório.

Há escritórios que atuam em áreas específicas, assim, tanto os traba-


lhos quanto o tempo necessário para a solução já são conhecidos e cons-
tantes.

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Nestes casos, a avaliação pode ser feita na sequência e num único en-
contro com o cliente.

Mas, dependendo da complexidade do caso, o advogado/advogada


poderá necessitar algum tempo para estudos, e, assim, será necessária uma
nova conversa para que o trabalho e os custos possam ser apresentados ao
cliente.

Para que esta aula não fique muito longa, vou falar somente de hono-
rários e, na próxima, falo sobre a contratação.

1 – Definição dos honorários

Só para ficar claro, HONORÁRIOS é somente a remuneração do advo-


gado e do escritório, de modo que agora não falaremos de outros valores,
como despesas processuais, etc. específicas daquele cliente ou do pro-
cesso.

Há algumas formas de se calcular os honorários, sendo que a mais fácil


é rápida é utilizar a Tabela da OAB.

Esta tabela define os valores mínimos que deverão ser cobrados e ad-
mite que se cobrem valores maiores que os previstos.

Mas, por serem valores mínimos, nem sempre podem atender a todos
os escritórios, pois há escritórios que possuem uma estrutura maior e que
exige a cobrança de valores diferentes da tabela, para cobrir os custos.

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E é sempre importante conhecer os valores da tabela da OAB, pois a
cobrança de valores menores poderá acarretar em infração disciplinar.

2 – Criando sua própria tabela de honorários

Um outro modo de calcular os honorários é com base nos custos do


escritório e no tempo do processo.

Isto dá um pouco mais de trabalho e normalmente demora algum


tempo até que possamos ter uma noção aproximada dos custos de cada
tipo de processo.

Como cada caso vai ocupar recursos do escritório, um processo que


demore mais custará mais de que um processo mais rápido, é claro.

E como se pode fazer os cálculos destes custos?

Apesar da OAB mencionar que a atividade jurídica não deve ser mer-
cantilizada, nada impede que você tenha uma boa noção dos custos do es-
critório, pois é daí que você tirará o seu sustento

Certamente, antes de iniciar a sua atividade, você fez um orçamento e


tem uma ideia bastante clara de quanto necessitará receber ao longo do
mês para fazer frente às despesas do próprio escritório e obter uma renda
pessoal que seja compatível com a atividade exercida.

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Na internet a gente encontra várias pessoas ensinando calcular os cus-
tos de um escritório e podemos ver não é tão difícil.

Somam-se os custos fixos, como contas de consumo, empregados, en-


cargos, impostos, etc., com os custos variáveis, como aquisição e manuten-
ção de equipamentos, aquisição de livros, etc., e teremos o valor de quanto
se gasta para manter o escritório.

Normalmente fazemos estas contas a cada mês e se pegarmos um con-


junto de meses, teremos uma média.

Com o tempo, vamos nos acostumando a ver quanto tempo demora


para que um trabalho tenha solução e assim vamos dividindo o custo men-
sal do escritório, mais a remuneração pessoal pretendida, pelo tempo de
cada trabalho ou processo e saberemos quanto aquele caso, ou casos se-
melhantes efetivamente CUSTAM para nós.

3 – Advocacia gratuita

É possível ao advogado prestar serviços gratuitamente?

Sim ...

A própria OAB considera algumas hipóteses de prestação de serviços


sem a remuneração direta do cliente.

Uma das possibilidades é a chamada ADVOCACIA PRO BONO, como


definida no PROVIMENTO N. 166/2015 do Conselho Federal que define o
conceito:

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“Art. 1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gra-
tuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de
instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos,
sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos
para a contratação de profissional.
Parágrafo único. A advocacia pro bono pode ser exercida em
favor de pessoas naturais que, igualmente, não dispuserem
de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contra-
tar advogado.”

No mesmo provimento encontramos as condições específicas desta


prestação de serviços, onde podemos destacar:

➢ aplicam-se todos os regulamentos da advocacia, sem qualquer


distinção;
➢ não se confunde com as atividades da defensoria pública ou
convênios;
➢ proibição de exercício remunerado para as mesmas pessoas no
prazo de 3 anos;
➢ proibição de “venda casada” de atividade pro bono com outra
remunerada;
➢ proibição de utilização dos trabalhos pro bono com fins políticos
partidários.

Isso quer dizer que a OAB busca impedir que um advogado se utilize
deste expediente para obter algum tipo de vantagem posterior, ou seja, a
advocacia pro bono deve ser utilizada em favor de quem realmente não
teria acesso à justiça de outro modo.

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Outra forma de prestação de serviços sem que o cliente tenha de pa-
gar os honorários é por meio de convênios com a Defensoria Pública.

Em muitas localidades, o número de defensores públicos é inferior ao


necessário para a prestação de seus serviços à população que dele neces-
sita.

Nestes casos, a Defensoria Pública realiza convênios para que advoga-


dos privados possam atender o excedente, nos mesmos moldes da Defen-
soria.

Normalmente o convênio é feito com a Subseção da OAB da localidade


e os advogados diretamente ligados àquela Subseção se inscrevem para
prestar estes serviços e, na medida em que há a procura, são nomeados
pela OAB para um cliente específico.

É comum que advogados iniciantes na carreira se inscrevam nestes


convênios ...

É uma forma de se firmar na profissão, de ser conhecido nos meios


forenses, e ainda obter uma remuneração pelos trabalhos desenvolvidos.

O convênio possui tabela de honorários, de acordo com o trabalho do


advogado e os pagamentos são feitos pelo Estado, após o trânsito em jul-
gado do processo e emissão de certidão de honorários pela vara judicial.

Uma vez por ano, a OAB divulga a todos os advogados o edital do con-
vênio e abre os prazos para inscrição.

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4 – Finalização

Como vimos, existem várias formas de trabalho e honorários.

Mas, voltamos aos honorários que serão pagos pelo próprio cliente,
sem convênios ou advocacia pro bono.

Uma vez definido o valor dos honorários que o cliente deverá pagar
pelo trabalho a ser desenvolvido, devemos apresentar a ele um orçamento
detalhado, separando o que é remuneração profissional – honorários – e a
previsão de despesas necessárias para a realização destes trabalhos.

Também, neste orçamento, devemos definir a forma de pagamento,


eventuais acréscimos pelo tempo, para que não haja qualquer dúvida sobre
as obrigações financeiras do cliente.

Lembrando que isto deve ser definido e acordado antes de qualquer


prestação de serviços.

Apesar de não ser aplicado o Código do Consumidor nas relações entre


advogado e cliente, a relação de confiança que deve estar presente em todo
o trabalho jurídico pode ser abalada por uma eventual falta de clareza na
contratação.

Bem, avançamos um pouco mais neste atendimento ... já temos os da-


dos principais do caso, já sabemos o quanto deve ser cobrado pelo trabalho
e agora, faremos a contratação.

Faremos isso na próxima aula ...

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04
Agora chegou a hora de fazer com que tudo o que foi conversado com
o cliente se traduza num documento que vai reger as relações referentes a
este caso até o seu final.

Você poderá encontrar na internet uma infinidade de modelos de con-


trato de prestação de serviços, mas, nesta aula, eu quero mostrar não só as
cláusulas, mas porquê essas cláusulas devem constar do contrato.

1 – O contrato

Na tabela de honorários da OAB, que nós vimos na aula anterior, va-


mos encontrar várias sugestões para as cláusulas contratuais, vamos ver:

Item 2

“Recomenda-se à advogada/advogado contratar os seus ho-


norários previamente e por escrito, observadas as disposi-
ções do Estatuto da Advocacia e do Código de Ética e Disci-
plina da OAB, fixando o valor, reajuste e condições de paga-
mento, inclusive no caso de acordo, considerando os valores
mínimos e os parâmetros constantes da Tabela (artigo 48 do
Código de Ética e Disciplina da OAB).”

30
Este item se refere aos valores a serem colocados no contrato e deixa
claro que é um item importante a ser observado.

Relendo, a recomendação é colocar no contrato o VALOR DOS HONO-


RÁRIOS, o que faz com que ele se torne fixo a partir da contratação e so-
mente poderá ser alterado por novo ajuste ou revisão por ambas as partes.

A recomendação também é para deixar claro no contrato a forma de


pagamento e o reajuste dos valores ao longo do tempo e até o momento
dos pagamentos.

Considerando que a fixação do valor dos honorários prevê o processo


até o final, se houver algum acordo durante o processo, pode haver contra-
tação de valor diferente dos honorários nestes casos, inclusive em relação
ao momento do acordo, por exemplo:

➢ ACORDO ATÉ A PROPOSITURA DA AÇÃO


➢ ACORDO ATÉ A SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU
➢ ACORDO APÓS A SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU

No item 3 das recomendações da Tabela da OAB, há referências a itens


importantes do contrato, como: parte variável da remuneração; sucumbên-
cia; trabalhos paralelos e diligências fora do local da prestação.

Quando a tabela fala de remuneração variável, possivelmente está se


referindo a QUOTA LITIS que pode ser definida como a cláusula que estipula
que os honorários advocatícios sejam fixados com base na vantagem obtida
pelo cliente, ou seja, por esta cláusula, a remuneração do advogado de-
pende do seu sucesso na demanda, pois em caso de derrota nada receberá.

31
Está prevista no Art. 38 do Código de Ética e deve ser utilizada somente
em casos especiais, e deve constar do contrato. Vamos ver o texto:

“Art. 38. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os


honorários devem ser necessariamente representados por
pecúnia e, quando acrescidos dos de honorários da sucum-
bência, não podem ser superiores às vantagens advindas em
favor do constituinte ou do cliente.

Parágrafo único. A participação do advogado em bens parti-


culares de cliente, comprovadamente sem condições pecuni-
árias, só é tolerada em caráter excepcional, e desde que con-
tratada por escrito.”

“Cláusula de Êxito”

Outra possibilidade de remuneração variável seria a cláusula de êxito,


que seria pago pelo cliente apenas em caso de sucesso do trabalho. Isto é,
em caso da vitória em um processo, do fechamento de uma negociação,
por exemplo, e seria acrescentado aos honorários contratados.

“Despesas”

Outra recomendação é a inclusão no contrato das despesas processu-


ais, que deverão ser custeadas pelo cliente, como custas, diligências, depó-
sitos judiciais, peritos, etc., incluindo aí a eventual sucumbência na hipótese
de não vitória na ação intentada.

“Trabalhos Paralelos”

32
É também sugerido que alguns trabalhos paralelos ao processo pos-
sam ser contratados em separado da remuneração do contrato, como nos
casos em que há necessidade de acompanhamento de cartas precatórias,
por exemplo.

Pode ocorrer que a parte contrária no processo se mude de endereço


e seja necessária a expedição de carta precatória para as diligências de ci-
tação ou intimação, o que não era previsto no momento da contratação.

Pode ocorrer também a necessidade de litisconsórcio não previsto ini-


cialmente, com o litisconsorte tendo domicílio em outra localidade, o que
exigirá também a carta precatória, quando for o caso.

Também é possível que alguns atos que não são obrigatórios no pro-
cesso sejam necessários ou úteis, como a sustentação oral em Tribunais,
por exemplo, e isto pode ser também objeto de acréscimo no valor dos ho-
norários e devem estar sempre previstos no contrato, para que possa haver
a cobrança.

Da mesma forma, a necessidade de trabalhos paralelos ao processo,


como diligências em outras localidades, obtenção de certidões, por exem-
plo, devem estar previstas, para evitar surpresa ao cliente quando houver
a cobrança, tudo mediante o prévio ajuste e prestação de contas.

“Parcelamento”

Quanto ao parcelamento dos pagamentos, a tabela da OAB indica que


a falta de ajuste o valor será pago em 3 parcelas, na contratação, até a sen-
tença e após a conclusão dos trabalhos, mas nada impede que o parcela-
mento seja feito de outra forma, com ou sem acréscimo de correção mone-
tária ou juros.

33
“Atividade meio”

Outra situação que deve ser observada no contrato se refere a ATIVI-


DADE MEIO, ou seja, o trabalho é executado independentemente do resul-
tado da demanda. Isso quer dizer que a remuneração deve ser definida a
partir do trabalho e não do sucesso, por isso a ATIVIDADE MEIO.

“Sucumbência”

E deve ficar claro também que eventuais honorários da sucumbência


pertence ao advogado e não será compensado com os pagamentos devidos
pelo cliente, conforme definido no Art. 23 do Estatuto da OAB:

“Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitra-


mento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este
direito autônomo para executar a sentença nesta parte, po-
dendo requerer que o precatório, quando necessário, seja ex-
pedido em seu favor.”

E no Código de Processo Civil.

“Hipóteses de rescisão”

Por último, deve ser definida no contrato a hipótese de sua rescisão,


tanto por parte do advogado quanto por parte do cliente, hipóteses de
culpa ou sem culpa de qualquer das partes, incluindo as consequências em
relação ao valor dos honorários contratados e seus pagamentos.

34
2 – Encerramento

A questão do contrato acredito que não haverá problemas na sua re-


dação, observando essas cláusulas que falamos antes e que facilitarão
muito o relacionamento com o cliente durante todo o trabalho.

Com o tempo de uso, o seu próprio modelo vai se aprimorando, con-


templando itens que acabaram se tornando necessários ou aprimorando
cláusulas que, pelo tempo, se tornaram inadequadas ou que não atingiram
plenamente o seu objetivo.

Falta pouco agora para que este primeiro contato com o cliente se
complete.

Na próxima aula vamos falar sobre os documentos que serão pedidos


ao cliente e como usaremos estes documentos.

35
05
Inicialmente vamos entender a palavra DOCUMENTO como algo que
demonstra ou prova um fato.

Então, DOCUMENTO pode ser um contrato, uma certidão, uma cédula,


um cartão, uma fotografia, enfim, tudo que serve para demonstrar que algo
ocorreu.

Quando se trata de processo judicial, o uso de DOCUMENTO é ade-


quado não só para demonstrar como também para PROVAR um fato jurí-
dico.

Existem outros tipos de provas, como testemunhas, perícias, por


exemplo, mas é natural que boa parte do que se alega nas peças processu-
ais, petição inicial ou contestação, já pode ser demonstrada e provada por
documentos.

Vamos ver, rapidamente, cada um.

1 – Quais

Primeiro, vamos ver no Código de Processo Civil, que há uma previsão


legal de apresentação de documentos com a petição inicial, e, é claro, tam-
bém na contestação.

36
“Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos
indispensáveis à propositura da ação.”

E quais são eles?

Se olharmos o Art. 319, onde estão os requisitos da petição inicial, va-


mos ver que os primeiros 3 itens podem ser acompanhados de documen-
tos.

Vamos ver:

O PRIMEIRO ITEM – JUÍZO – se refere a competência para conhecer e


decidir a causa.

Esta competência é definida nos artigos 42 a 53 e, em muitos casos,


deve ser informada na petição O PORQUE se buscou aquele juízo.

Por exemplo, numa ação de divórcio baseada em violência doméstica,


o foro competente é o domicílio da vítima. Neste caso, juntamente com a
prova da violência, é também adequado indicar e apresentar documento
que comprove o domicílio ou residência da vítima, que, eventualmente,
teve de mudar-se do domicílio do casal em razão desta violência.

Numa ação de pedido de falência, deve ser demonstrado e provado


por documentos onde a empresa possui o volume de negócios, mesmo que
o seu estatuto defina a sede em outro local.

Muitas vezes, o mesmo documento pode servir para demonstrar e


provar várias situações jurídicas passadas, inclusive a própria escolha do

37
foro para conhecer o pedido, como nas questões que envolvem COISA,
como as ações possessórias, por exemplo.

Isso quer dizer, que em várias situações, o documento comprobatório


do endereço é necessário para a propositura da ação.

No caso de contestação, a mesma coisa.

Vamos supor que o seu cliente esteja sendo demandado por uma obri-
gação pessoal em local diferente de seu domicílio.

Neste caso, além da manifestação específica na contestação, deverá


ser apresentada a prova do endereço para que a análise pelo juiz de sua
competência seja adequada.

No ITEM SEGUNDO do Art. 319 temos os dados cadastrais das partes.

Em relação ao cliente, teremos todos os dados para incluir da petição


inicial ou na contestação. Será necessário provar esses dados?

Sim, se você está declarando o nome, o estado civil, o endereço e os


números de documentos, será necessário colocar estes comprovantes no
processo, para que não haja qualquer dúvida no momento de responsabili-
zação ou de obtenção dos resultados da ação.

Alguns dados podem ser de prova desnecessária para aquele tipo de


processo e basta uma declaração para atendimento ao requisito legal.

38
Por exemplo, se a ação judicial não versar sobre a profissão da parte,
não será necessária a sua prova, bastando a sua declaração.

Já a questão do estado civil pode ser necessária a prova, tanto do ca-


samento quanto do seu regime, nas ações que versarem sobre bens imó-
veis, por exemplo.

A prova do endereço nós já falamos no item anterior, quando há ne-


cessidade de demonstrar a escolha do juízo.

Já os números de documentos devem ser provados apresentando os


mesmos, para evitar que eventual erro de preenchimento venha a prejudi-
car a obtenção dos resultados ou a responsabilização da parte.

NO ITEM TERCEIRO do Art. 319, quando o Código se refere a fato e


fundamentos do pedido, boa parte destes podem ser demonstrados por
documentos.

Como fato, podemos ter um contrato, uma certidão, ou mesmo a com-


provação documental de um ato ilícito, como um Boletim de Ocorrência,
por exemplo.

É certo que o fato pode ser complementado com outras provas, mas,
se tivermos o início de prova documental, todo o conjunto probatório será
facilitado.

E há casos também em que não se admite outro tipo de prova que não
seja o documento, como referido no Código de Processo Civil:

39
“Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obri-
gação, é admissível a prova testemunhal quando houver co-
meço de prova por escrito, emanado da parte contra a qual
se pretende produzir a prova. “

2 – Como

Com o procedimento eletrônico, não são mais apresentados docu-


mentos originais ou cópias autenticadas em juízo. Todos os documentos do
processo são apresentados eletronicamente.

Esta forma de apresentar documentos em processos judiciais e muitos


processos administrativos exigiu mudança de legislação e de como os do-
cumentos são produzidos ou apresentados.

Nos processos chamados físicos, ou seja, processos em papel, a forma


de apresentação de documentos era no original ou por cópias autenticadas
em cartório.

Como funcionava ...

Alguns documentos, pela sua própria natureza, só valiam no original,


como por exemplo, numa ação de execução de um título de crédito, uma
nota promissória, este só podia ser apresentado no processo na sua versão
original, tendo em vista sua característica de CARTULARIDADE, ou seja, na-
quele pedaço de papel estava todo o direito pretendido.

40
Não era possível se cobrar um título de crédito apresentando cópia
autenticada do mesmo título. Só o original.

Os demais documentos poderiam ser apresentados em cópia, inicial-


mente estas cópias eram obtidas por fotografia – acho que é por isso que
se acostumou chamar de fotocópia – e, depois, a partir das máquinas copi-
adoras, que passamos a chamar de XEROX por causa da principal fabricante
destas máquinas.

Mas estas cópias teriam de ser AUTENTICADAS e isto era feito levando-
se a cópia e o documento original no Cartório de Notas que atestariam a
autenticidade da cópia, colocando um carimbo de autenticidade, e assim, a
Lei definia que as cópias teriam o mesmo valor da original, desde que au-
tenticadas.

Hoje, os documentos são ESCANEADOS e transformados em documen-


tos eletrônicos e assim são apresentados nos processos judiciais e muitos
processos administrativos, ou seja, SÃO CÓPIAS e não originais.

Mas não é possível mais obter as autenticações na forma antiga, de


levar ao cartório para obter o carimbo de autenticação.

Assim, as leis foram alteradas para se poder considerar as cópias ele-


trônicas como autenticadas e esta autenticação é feita pelo próprio advo-
gado.

Vamos ver alguns exemplos das leis atuais sobre cópias.

Código de Processo Civil

41
Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
(...)
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento pú-
blico ou particular, quando juntadas aos autos pelos órgãos
da justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus au-
xiliares, pela Defensoria Pública e seus auxiliares, pelas pro-
curadorias, pelas repartições públicas em geral e por advo-
gados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de
adulteração.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 60, DE 26 DE ABRIL DE 2019


Dispõe sobre a autenticação de documentos por advogados
ou contadores, consoante o § 3º do art. 63 da Lei nº 8.934,
de 18 de novembro de 1994, incluído pela Medida Provisória
nº 876, de 13 de março de 2019, bem como altera os Manu-
ais de Registro, aprovados pela Instrução Normativa DREI nº
38, de 2 de março de 2017.

Há muitas outras normas que permitem ao advogado a autenticação


das cópias que utilizar nos processos judiciais e administrativos, o que faz
com que o trabalho de autenticação em cartório seja dispensado na maioria
dos casos.

É importante entender que a possibilidade de autenticação de docu-


mentos por advogado trouxe para nós a responsabilidade por eventual pro-
blema destes documentos.

O próprio Código de Processo Civil prevê a possibilidade de impugna-


ção de documentos por eventual falsidade.

42
Havendo a impugnação e sendo o documento imprescindível ao pro-
cesso, ele poderá ser objeto de perícia, e assim, teremos de ter o docu-
mento original para as comparações.

Por isso, o Código determina que os originais sejam preservados pelo


seu detentor até o final do prazo da ação rescisória, ou seja, mesmo após o
trânsito em julgado, por até 2 anos.

Código de Processo Civil

Art. 425
§ 1º Os originais dos documentos digitalizados mencionados
no inciso VI deverão ser preservados pelo seu detentor até o
final do prazo para propositura de ação rescisória.
(...)
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida
no processo.

Mas quais documentos devem ser preservados e por quem?

Nós sabemos que existem diferenças entre os documentos particula-


res e os documentos públicos, não é mesmo?

Uma parte considerável de documentos públicos podem ser reprodu-


zidos por certidões, como um registro de nascimento, casamento, uma es-
critura de compra e venda de imóveis, etc.

43
Isso quer dizer que estes documentos públicos que podem ser repro-
duzidos, mesmo que venham a se perder no curso do processo, poderão
ser reproduzidos em toda a sua autenticidade.

Alguns outros documentos públicos podem ser obtidos na própria in-


ternet, como o comprovante de inscrição no Cadastro de Pessoas Fisicas
(CPF), certificado de vacina, etc., ou por meio de aplicativos próprios, ou
pela rede.

Então, nestes casos, não deve haver muita preocupação quanto a sua
guarda ao longo do tempo, justamente porque podem ser reproduzidos a
qualquer tempo.

Alguns outros documentos públicos exigem procedimentos mais espe-


cíficos para a reprodução, como os documentos de veículos, Carteira Naci-
onal de Habilitação, por exemplo. Estes dão mais trabalho para conseguir.

A maior preocupação deve ser com os documentos particulares.

Muitas vezes, todo o direito em que se baseia uma ação judicial está
contido num documento, um contrato, por exemplo.

E, como documento importante, será apresentado no processo em


forma de documento eletrônico, autenticado pelo advogado.

Se não houver impugnação deste documento, de acordo com o Código


de Processo, ele será tido como autêntico ... e há prazo para isso.

Mas ele pode ser impugnado ... e por várias razões, como datas, assi-
naturas, cláusulas, etc.

44
Se houver impugnação contra o documento eletrônico, é possível que
seja determinada uma perícia para comparar o documento original com a
cópia apresentada no processo, pois a impugnação é feita em face da cópia
não ser autêntica.

Neste caso, o documento original deve estar disponível para ser peri-
ciado e comparado com a cópia. Se ele não foi preservado, a impugnação
poderá ter sucesso e o direito pleiteado sobre o seu conteúdo ficar muito
prejudicado.

Por tudo isso, é aconselhável que o advogado ... aquele que autenticou
o documento ... guarde o original no escritório, até o prazo previsto no Có-
digo de Processo.

É claro, não todos, mas aqueles, principalmente os particulares, que


não poderão reproduzidos como os documentos públicos que falamos an-
teriormente e ainda, que sejam imprescindíveis para o direito pretendido.

E aqueles documentos que antes só valiam no original, como os títulos


de crédito?

Nestes casos, o Código de Processo define que estes poderão ser guar-
dados no próprio cartório ou secretaria, conforme definido no parágrafo
segundo do Art. 425

§ 2º Tratando-se de cópia digital de título executivo extraju-


dicial ou de documento relevante à instrução do processo, o
juiz poderá determinar seu depósito em cartório ou secreta-
ria.

45
Mas, se o juiz não determinar este depósito, é fortemente recomen-
dável que o advogado fique como depositário, pois assim evitará transtor-
nos futuros.

Em resumo, quais os documentos que devemos obter do cliente?

Vamos encontrar a lista de documentos no próprio Art. 319 do Código


de Processo ... vamos ver:

Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de


união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadas-
tro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do
autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

Isso quer dizer que devemos apresentar no processo os documentos


que comprovem o inciso I, ou seja, se for necessário provar por documento
o porquê a petição foi dirigida àquele juízo.

Também os documentos que comprovem os dados cadastrais, do in-


ciso II, como cópia de identidade, estado civil, cadastro fiscal, comprovante
de endereço, etc.

E os documentos que poderão comprovar o fato, como um contrato,


uma certidão de nascimento/casamento, um boletim de ocorrência, por
exemplos.

46
E, por último, documentos que possam comprovar os fundamentos,
como o descumprimento da obrigação, se isso for possível por documentos.

3 – Dicas Importantes

Ao longo do tempo do trabalho, numa ação judicial por exemplo, pode


haver dúvida se determinado documento está com o cliente ou com o ad-
vogado.

Por isso, é sempre aconselhável que o advogado faça um controle de


documentos recebidos, aqueles que foram devolvidos ao cliente, e aqueles
que ficaram no escritório para verificação futura.

Então, neste primeiro contato com o cliente, é importante que seja


produzido uma ficha, um papel, um controle, onde se descrevem todos os
documentos utilizados na consulta, destacando-se aqueles que foram copi-
ados e devolvidos e aqueles que ficaram no escritório.

Estou chamando de ficha para facilitar.

Esta ficha será feita em duas vias, assinada pelo advogado e cliente,
onde cada um terá o controle do que ficou e do que foi devolvido.

Isto evitará muitos problemas no futuro.

47
4 – Encerramento

Olha só ... o atendimento ao cliente já está quase no fim.

Nesta conversa, em um ou mais encontros, já temos todos os dados


que precisamos para iniciar o trabalho.

➢ já sabemos o caso;
➢ definimos o que fazer o quanto cobrar;
➢ redigimos e completamos a contratação; e
➢ temos todos os documentos necessários.

Apenas para deixar este atendimento completinho, vamos ter uma úl-
tima aula, onde vamos prever as despesas processuais.

Vamos aproveitar esta última aula para ver também como as custas
devem ser pagas, criar as guias de pagamentos e deixar tudo certo para a
propositura de uma ação judicial ou a defesa num processo já existente.

48
06
Complementando as informações que devemos passar ao cliente,
usando ainda o exemplo de que o cliente pretende mover uma ação judicial,
temos as despesas processuais que serão de sua responsabilidade.

Essas despesas podem variar conforme o tipo de ação, o tipo de cita-


ção e se há necessidade de carta precatória, etc.

Também haverá diferença de despesas processuais de acordo com o


juízo, como Justiça Federal, Trabalhista ou Cível.

Para que você possa verificar e avaliar as despesas que existirão no


processo, vamos tomar como exemplo uma ação cível perante a Justiça do
Estado de São Paulo.

Para isso, vamos ver no site do Tribunal de Justiça as tabelas e as for-


mas de pagamento destas despesas.

Com mais estas informações você terá o quadro completo para propor
uma ação judicial, pois já tem todas as informações fornecidas pelo cliente,
já definiu o valor dos honorários e elaborou o contrato de prestação de ser-
viços e, agora ... tem condições de estimar as despesas do processo para
que o cliente possa se programar e saiba o quanto vai ser gasto em todo o
processo.

49
Eu disse ESTIMAR as despesas, pois algumas poderão ser necessárias
algum tempo após a propositura da ação e as tabelas poderão vir a ser al-
teradas ou por correção monetária, ou mesmo por decisão dos respectivos
órgãos judiciários.

Mas eu não poderia encerrar este curso sem mencionar um assunto


que costuma ser de interesse dos profissionais e dos clientes: a JUSTIÇA
GRATUITA.

A própria definição de justiça gratuita permite várias interpretações,


vamos ver ...

Primeiro, vemos na Constituição Federal a expressão “assistência jurí-


dica”, no Art. 5º, LXXIV (74)

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gra-


tuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

E a mesma expressão era usada na Lei nº 1.060/50

Art. 1º. Os poderes públicos federal e estadual, independente


da colaboração que possam receber dos municípios e da Or-
dem dos Advogados do Brasil, - OAB, concederão assistência
judiciária aos necessitados nos termos da presente Lei. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.510, de 1986)

Mas o Código de Processo Civil utiliza outra expressão, “gratuidade da


justiça”, no Art. 94

50
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estran-
geira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem di-
reito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

Apesar de serem expressões parecidas, a Doutrina tende a considerar


duas formas distintas, sendo a primeira, ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, como um
instituto de Direito Administrativo que determina ao Estado criar os meios
de acesso ao judiciário, abrangendo, inclusive, a existência de Defensores
Públicos.

Já a gratuidade da justiça, prevista no Código de Processo, define quais


seriam as abrangências de não pagamento de despesas processuais e inclui
critérios de pagamentos de outras despesas não contempladas, como os
honorários da sucumbência, por exemplo.

Também o Código define que a contratação de advogado particular


não é empecilho para a obtenção da Gratuidade, conforme bem expresso
no parágrafo quarto do Art. 99

§ 4º A assistência do requerente por advogado particular


não impede a concessão de gratuidade da justiça.

O Código, porém, não define critérios objetivos para a concessão do


benefício, de modo que ainda dependemos da discricionariedade do magis-
trado em conceder ou não o benefício.

Possivelmente, quando a parte no processo está representada judici-


almente por defensor público ou advogado nomeado em convênio, o

51
magistrado entenderá que houve uma prévia análise da situação financeira
de quem está pedindo o benefício, critérios da instituição que representa o
cliente.

Já, nos casos em que a parte é representada por um advogado parti-


cular, o juiz poderá determinar a comprovação dos requisitos para a con-
cessão, conforme parágrafo segundo do mesmo artigo 99:

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos


autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos le-
gais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de in-
deferir o pedido, determinar à parte a comprovação do pre-
enchimento dos referidos pressupostos.

Na prática, quando o cliente se enquadrar nos requisitos legais, ou


seja, insuficiência de recursos para pagar as despesas processuais, deverá
fazer uma declaração específica e o advogado deve fazer o pedido ao juiz
por petição – ou na Petição Inicial, ou na contestação – e aguardar o defe-
rimento ou não do pedido.

De qualquer forma, esta declaração tem a presunção legal em seu fa-


vor – quando se tratar de pessoa natural – e, se não houver elementos su-
ficientes contrários à declaração, haverá a concessão e o cliente estará dis-
pensado de pagar as despesas processuais relacionadas no Código.

Se você pesquisar a jurisprudência, vai encontrar julgados concedendo


e julgados não concedendo a gratuidade, por critérios diversos.

De qualquer forma, se houver o pedido de gratuidade na petição ini-


cial, as custas iniciais do processo não serão pagas e, caso venha a ser

52
indeferido o pedido de gratuidade, o juiz concederá prazo para o paga-
mento das custas, sob pena de indeferimento da petição.

Encerramento

Bem, é isso. Acredito que eu tenha colocado neste curso os principais


procedimentos de atendimento do cliente num escritório de advocacia.

É natural que alguns casos especiais vão exigir outros procedimentos,


mas o que foi falado até aqui se aplica à maioria dos casos.

O cliente vai perceber que você utiliza um método de atendimento,


que segue uma ordem lógica de atos e você será recompensado com os
dados necessários para a solução do problema apresentado.

Quando encerrar este primeiro atendimento, o estudo do caso será


facilitado e você poderá se concentrar em encontrar o melhor caminho ju-
dicial, administrativo ou outro meio de solução.

Da minha parte, eu espero ter contribuído para o aperfeiçoamento de


seu trabalho e agradeço muito pela sua participação neste curso, que foi
feito com muito carinho e cuidado.

53

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