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CAPA

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2
INTRODUÇÃO

Ao ser aprovado no Exame de Ordem,


é comum que os advogados e advogadas
fiquem em dúvida quanto ao caminho
profissional a ser seguido. Isso acontece
porque a advocacia pode ser exercida de
diferentes formas, e em todas elas, exis-
tem ônus e bônus.

Como advogado (a), você pode optar


por trabalhar em regime celetista, seja
em uma empresa da área jurídica ou não.
Esta modalidade apresenta maior segu-
rança, pois o profissional recebe salário
fixo dentre outros benefícios, mas exis-

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te um sistema rígido de normas a serem
seguidas.

Se você não se identificar, pode seguir


a advocacia como associado de uma ou
mais sociedades de advogados, assim,
terá maior flexibilidade e remuneração
variável, conforme os trabalhos em que
atuar.

Talvez nenhum destes modelos ainda


fez sentido para você, pois o seu obje-
tivo é atuar em nome próprio, arcando
com vantagens e desvantagens de ter o
seu escritório de advocacia. Nesse caso, a
advocacia empreendedora é a sua opor-
tunidade.

Ainda, você tem a opção de conciliar


todos os modelos de trabalho acima com
a advocacia correspondente, prestando

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serviços pontuais para diversos contra-
tantes ao mesmo tempo. Esta é uma ex-
celente alternativa para aumentar seus
rendimentos como advogado (a).

Listamos neste e-book todas as carac-


terísticas destes modelos de advocacia,
para que você analise com qual se iden-
tifica mais. Especificamente, vamos dar
dicas para os profissionais que optam
pela advocacia empreendedora mas não
sabem por onde começar.

Abrir um escritório de advocacia en-


volve conhecimentos práticos que não
são ensinados pela maioria das faculda-
des de Direito.

A verdade é que no curso de Direi-


to se aprende muito sobre o processo
judicial, extrajudicial, além de discipli-

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nas como Direito do Consumidor, Di-
reito do Trabalho, Direito Civil, dentre
outras. Mas, no dia a dia da advocacia,
a maioria dos profissionais não sabem
como aplicar esses conhecimentos.

O Juris quer te ajudar nisso! Neste ma-


terial você encontra as informações que
precisa para abrir seu escritório, que vão
desde a escolha pelo local até o planeja-
mento do negócio.

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Antes mesmo de ter um escritório de
advocacia, você deve fazer se avaliar e
responder se tem o perfil para empre-
ender, pois, apesar de ser um sonho de
muitos profissionais, abrir e gerenciar o
próprio negócio é uma tarefa comple-
xa.

Empreender na área jurídica significa


lidar com os riscos financeiros, insegu-
ranças quanto ao futuro, responsabili-
dade única e exclusiva do advogado ou
advogada que, muitas vezes, irão reali-
zar as atividades por conta própria.

Caso não esteja preparado, empreen-


der pode ser um fardo. Por este motivo,
é importante que você descubra se tem
o perfil para lidar com todas as situações
que podem ocorrer nessa jornada.

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Apesar disso, o empreendedorismo
possibilita liberdade e flexibilidade na
rotina, autonomia para desenvolver o
trabalho e conquistar reputação e auto-
ridade da sua própria marca.

Por isso, devem ser analisados os as-


pectos positivos e negativos para em-
preender. Mas, é preciso esclarecer que
este não é o único caminho para quem
deseja advogar, pois o mercado ofere-
ce vários modelos diferentes de advoca-
cia. Listamos algumas carreiras para que
você identifique qual perfil lhe interessa
mais.

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Perfil celetista:

Profissional contratado(a) como em-


pregado(a), conforme artigo 3º da CLT;

Tem direito a benefícios trabalhistas


como: anotação na carteira de trabalho,
salário mensal, férias, horas extras, déci-
mo terceiro salário, rescisão contratual,
recolhimento de FGTS e INSS, dentre
outros;

Exerce trabalho subordinado, pois


sua atividade técnica está limitada às di-
retrizes do empregador;

Tem pouca flexibilidade de horário,


já que na maioria das empresas há con-
trole da jornada de trabalho;

É uma opção excelente para quem

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busca por segurança.

Perfil associado(a):

Profissional que é associado(a) em um


ou mais escritórios de advocacia;

Atua sem vínculo empregatício, por


isso não está sujeito a receber ordens e
cumprir horários, ou seja, não está su-
bordinado à sociedade de advogados;

O contrato de associação deverá ser


averbado no Registro de Sociedades de
Advogados perante o respectivo Con-
selho Seccional;

O(a) associado(a) não participa dos


lucros e nem dos prejuízos da socieda-
de;

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O profissional recebe honorários nas
causas em que atuar, seja nos honorários
contratuais entre a sociedade e o cliente
ou nos honorários de sucumbência;

Existe flexibilidade quanto aos horá-


rios de trabalho e execução dos serviços;

Pode ser associado(a) e ter sua pró-


pria clientela;

Pode participar de mais de uma so-


ciedade de advogados ao mesmo tem-
po.

Perfil Correspondente:

Profissional que presta serviços even-


tuais para advogado e advogada ou para
uma empresa;
Não possui qualquer vínculo de empre-

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go ou associação com quem contrata o
serviço;

Pode prestar serviços para vários con-


tratantes ao mesmo tempo;

Recebe remuneração conforme o tra-


balho executado;

Pode conciliar com qualquer outra


modalidade de advocacia, ou seja, você
pode ser advogado(a) celetista e nas ho-
ras vagas prestar serviços como corres-
pondente para outra empresa.

O correspondente atua em serviços


operacionais, como cópias de processo
ou protocolos de petição, mas pode ser
contratado para prestar serviços técni-
cos, como em audiência e elaboração de
petições (recursos, contestação, petição

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inicial, etc).

Caso tenha interesse em saber como fun-


ciona o perfil correspondente, o Juris fez
um artigo com todas as dicas, vantagens
e desvantagens dessa advocacia. Acesse
o artigo no blog do Juris.

Perfil empreendedor(a):

Profissional que decide abrir o pró-


prio escritório de advocacia;

Lida constantemente com o risco e a


insegurança;

Se preocupa com a prospecção de no-


vos clientes;

É responsável por definir áreas de atu-


ação, metas, objetivos e todas as decisões

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que envolvem o futuro da empresa;

Se tiver a própria sede, arca com os


custos de aluguel, internet, cafézinho
para receber o cliente, energia, compu-
tador, etc;

Se não tiver a própria sede, arca com


os custos para trabalhar em uma estru-
tura montada, como em um coworking,
modalidade de escritório compartilha-
do;

Lida com renda variável, pois não re-


cebe salário;

Trabalha para consolidar o próprio


nome no mercado, conseguir autori-
dade e reconhecimento de profissionais
jurídicos e clientes.

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Não há um modelo de advocacia cer-
to ou errado, existe o que mais combi-
na com você. Atualmente, no merca-
do, temos excelentes profissionais, com
reconhecimento e sucesso em todas as
modalidades citadas anteriormente.

Por isso, cabe o questionamento: qual


dos modelos acima possui maior iden-
tificação com você? Se for o perfil em-
preendedor(a), você já está no caminho
certo para abrir o próprio escritório de
advocacia.

Talvez você se identificou com o per-


fil empreendedor mas, por diversos fa-
tores, não pode abrir o escritório de ad-
vocacia nesse momento da carreira. Isso
não impossibilita que, mais adiante, as
condições mudem e se tornem favorá-
veis para que você tenha o seu próprio

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negócio

Por isso, é preciso estar atento às opor-


tunidades do mercado e aos momentos
da vida, que lhe impulsionarão para os
diferentes caminhos da advocacia, seja
no modelo empreendedor(a) ou em
qualquer um dos modelos citados aci-
ma. O empreendedorismo na advoca-
cia é um modelo muito diferente dos
demais, por isso exige várias habilidades
do profissional que não se limitam aos
conhecimentos jurídicos.

Mas, quais habilidades são essas? Exis-


tem comportamentos que são decisivos
para que você empreenda com sucesso,
por isso, listamos abaixo alguns deles:

Lidar bem com os riscos e incertezas;


Ter a capacidade de executar o que

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propõe;
Estar em constante aprendizado;
Ter boa comunicação e relaciona-
mento com parcerias;
Ver oportunidades nas dificuldades;
Ser movido(a) por resultados;
Ter disciplina para estabelecer suas
próprias metas e cumpri-las;
Não desistir na primeira tentativa;
Saber gerir o tempo.

Essas são algumas habilidades que con-


sideramos importantes, mas é possível
que na sua caminhada você se dê conta
de que tenha que desenvolver outras. O
importante é ter disposição para apren-
der o que o empreendedorismo lhe exi-
gir.

Agora que você já analisou em qual


perfil se encaixa, vamos mostrar adiante

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os caminhos que deve seguir para colo-
car seu negócio em prática.

19
CAPA Gestão
para o seu es-
critório de ad-
vocacia

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Para ter um escritório de advocacia de
sucesso é necessário que você enten-
da que o seu escritório deve funcionar
como uma empresa. Uma empresa de
qualquer setor, que não seja jurídica, se
preocupa com a área financeira, planeja
as ações de crescimento do negócio, es-
tuda o mercado e as oportunidades, ou
seja, cuida da gestão do negócio.

Isso significa que quem empreende na


advocacia deve se atentar para a gestão
do escritório, que compreende diversos
assuntos que não são jurídicos, mas sem
o domínio deles, o negócio não subsis-
te.

Destacamos aqui os principais aspectos


da gestão que advogados e advogadas
precisam entender, como planejamen-
to estratégico, financeiro, marketing, ni-

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chos de atuação, mercado jurídico.

Entender as principais áreas de ges-


tão dará o suporte necessário para abrir
o seu escritório e conduzi-lo para que
gere bons resultados.

22
CAPA planeja-
mento

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Planejar é essencial para o sucesso de
qualquer negócio, pois antes de executar
é preciso definir uma direção a ser se-
guida e quais os objetivos, metas e pro-
pósito que irão direcionar o caminho.

Sem planejar e conhecer a fundo as ba-


ses da sua empresa, você ficará constan-
temente em dúvidas sobre pontos cha-
ve do negócio como: área de atuação,
quem são os clientes que quer alcançar,
qual problema jurídico quer resolver.

A jornada do empreendedorismo é
cheia de surpresas, são momentos de al-
tos e baixos e os rumos do negócio po-
dem mudar a qualquer hora. Assim, se as
questões fundamentais da empresa não
estiverem bem definidas, o advogado ou
advogada pode se perder no meio do
caminho.

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Por esse motivo, vamos te ajudar a fa-
zer um bom planejamento, a começar
pela definição do seu propósito.

Propósito

Atualmente, se fala muito sobre pro-


pósito. Mas, o que esta palavra significa?

Propósito pode ser definido como o


motivo ou o sentido de se fazer algo.
Existem algumas razões pelas quais você
escolheu a advocacia, uma delas foi
para resolver as dores das pessoas? Para
ter prosperidade financeira? Por que
você pertence a uma família de advo-
gados(as)? Enfim, qual foi o seu motivo?

Não existe resposta correta para o pro-


pósito, pois ele é muito subjetivo e pes-
soal. Às vezes, você terá que testar muitos

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caminhos na área jurídica para encon-
trar seu propósito ou, então, pode ser
que nas tentativas descubra que advo-
gar não está alinhado com o seu plano
de vida.

Muitos questionamentos podem sur-


gir na jornada até o propósito e, por
mais complexo que seja encontrar as
respostas, é importante descobrir o que
te motiva no Direito e como abrir um
escritório de advocacia pode te ajudar a
cumprir essa finalidade.

Separamos algumas perguntas que po-


dem te ajudar. Anote as respostas em um
papel e responda com sinceridade.

Por que eu escolhi a advocacia?

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O que me dá satisfação pessoal na
advocacia?

Por que abrir um escritório de


advocacia?

Qual a razão do negócio existir?

Qual problema do cliente quero


solucionar?

Não é recomendado que essas per-


guntas fiquem sem resposta, mesmo que
em um primeiro momento não sejam as
respostas mais coerentes ou estejam de
acordo com o que foi planejado. O fato
de você responder, ainda que estejam
confusas entre si, fará com que as dúvi-
das façam você encontrar as melhores
soluções.

Respondeu tudo, mas ainda está com

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dúvida sobre o seu propósito? Não tem
problema, é hora de testar as opções que
você tem para advogar e descobrir na
prática o que faz mais sentido para você.

Se o seu propósito está claro e alinhado


com o empreendedorismo, o próximo
passo é construir metas e objetivos para
o seu escritório de advocacia.

Metas e objetivos

Agora que você já sabe o motivo pelo


qual quer abrir o escritório de advoca-
cia, deve definir os objetivos e as metas
que serão necessárias para atingir essa
finalidade.

Faça uma lista de objetivos de médio,


curto e longo prazo, por exemplo:

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Você pode ter o objetivo de ter o escri-
tório de advocacia mais renomado no
setor trabalhista (objetivo de longo pra-
zo), possuir um bom faturamento men-
sal em até 3 anos (médio prazo) ou abrir
uma filial em um ano de funcionamen-
to (curto prazo).

As metas são fragmentos dos objeti-


vos. Escolha três metas necessárias para
atingir cada um dos objetivos.

Assim, se um dos objetivos é possuir


um faturamento mensal específico em
até 3 anos de funcionamento, você po-
derá colocar como meta:

1 - Ter clientes fixos que somam


um valor estipulado por mês, du-
rante três anos

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2 - Reduzir os custos do escritó-
rio em até 20% em um ano

3 - Cobrar valor de consulta


para primeiro atendimento no
escritório

É necessário definir metas e objetivos


claros, para que você consiga acompa-
nhar, ao longo do tempo, se estão sen-
do cumpridos ou não. Com isso, o seu
negócio passa a ter diretrizes claras a se-
rem seguidas. Com isso, vamos para as
próximas questões.

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capa Ad-
vogar so-
zinho ou
em so-
ciedade?

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Ao abrir um escritório de advocacia,
há dúvida sobre ter ou não sócios. Esta
é uma decisão muito complexa e deve
ser bem analisada, pois na sociedade em-
presarial existe comunhão de objetivos,
lutas, conquistas, vida privada etc.

Nós listamos abaixo algumas vanta-


gens e desvantagens em ter sócios:

VANTAGENS DESVANTAGENS
Divisão das despesas Divisão dos lucros

Divisão do trabalho Conflito nas decisões con-


entre os sócios juntas sobre o negócio

A responsabilidade Entrar em consenso em


é dividida todos os aspectos

Maior possibilidade de Menor autonomia para


prospectar clientes trabalhar

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Você deve analisar, dentre as opções
acima, o que pesa mais para o seu ne-
gócio e só assim decidir constituir uma
sociedade ou não.

Se optar por ter sócio, é interessante


que escolha alguém que tenha habilida-
des que você não tem para que um possa
complementar o outro. Assim, se você
é muito bom em fazer networking e não
gosta de ficar no escritório executando
prazos, escolha um sócio que goste da
rotina do escritório, tenha habilidades
com gestão e prefira fazer prazos.

Além disso, escolha pessoas que te-


nham valores parecidos com o seus. Se
você preza por ética nos seus negócios,
prefira alguém que pense da mesma for-
ma, assim vocês estarão alinhados nas
decisões da empresa e construirão uma

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parceria duradoura e sólida.

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Agora que você decidiu sobre a possi-
bilidade de atuar em sociedade ou não,
deve pensar no melhor meio para for-
malizar sua atividade jurídica.

Caso escolha por ter sócios, há a op-


ção de constituir uma Sociedade Sim-
ples, todavia, se a sua opção for advogar
sozinho, você pode constituir uma So-
ciedade Unipessoal de Advocacia, am-
bas as opções estão previstas no artigo
15 da Lei n 13.247/16.

Para as duas modalidades, tanto a So-


ciedade Unipessoal quanto para a So-
ciedade Simples de advogados, algumas
regras devem ser observadas:

Somente adquirem personalidade ju-


rídica com o registro aprovado dos seus
atos constitutivos no Conselho Seccio-

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nal da OAB referente à base territorial
em que estiverem;

Não podem exercer atividade em-


presária, ou seja, com caráter mercantil
e que tenham atividade de produção e
circulação de bens e serviços;

Não podem ter nome fantasia;

Não podem exercer atividades que


não estejam vinculadas à advocacia;

A denominação social deve ter, obri-


gatoriamente, o nome de, pelo menos,
um advogado responsável pela socieda-
de, podendo permanecer o de sócio fa-
lecido, desde que prevista tal possibili-
dade no ato constitutivo;

A denominação da Sociedade Uni-

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pessoal de Advocacia deve ser obriga-
toriamente formada pelo nome do seu
titular, completo ou parcial, com a ex-
pressão ‘Sociedade Individual de Advo-
cacia’;

Ambas podem abrir filiais, desde que


devidamente inscritas na seccional es-
colhida.

Ainda, é importante lembrar que:

No ordenamento jurídico brasilei-


ro existe a opção de se constituir uma
sociedade empresária e uma sociedade
simples. No caso da advocacia, é oportu-
nizado apenas a sociedade simples, pois
esta não é uma atividade empresarial;

Advogado ou advogada não podem


ser MEI (Microempreendedor indivi-

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dual), uma vez que a atividade jurídica
não é empresarial.

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Para responder a esta questão, algumas
perguntas são importantes:

a) Você tem a possibilidade de atender


o seu cliente em outro local que não seja
em um escritório físico?
b) Você tem recursos financeiros para
manter os custos de uma estrutura físi-
ca?

Antes de tudo, é interessante conhe-


cer o seu público-alvo, pois o perfil do
cliente irá influenciar diretamente na
decisão de ter um escritório ou não.

Assim, se o seu cliente for pessoa jurí-


dica é mais comum e mais cômodo para
ele que o atendimento seja feito na sede
da empresa, de forma que advogado ou
advogada se deslocam até a empresa e
poucas vezes o cliente se desloca até o

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escritório de advocacia.

Se o cliente for pessoa física é mais prá-


tico pra ele ser atendido em seu escri-
tório de advocacia, pois, nesses casos, o
atendimento é mais pessoal. Receber a
pessoa física em um escritório transmite
segurança, confiança e ele ficará mais à
vontade para falar sobre sua demanda.

O público que você quer atrair influen-


cia diretamente no ambiente que você
quer construir para sua advocacia e esse
é um fator que precisa ser considerado.

Acontece que, muitas vezes quando


se está iniciando um negócio, há pou-
co recurso financeiro para ser investido
em uma sede física. Por isso, ainda que
o melhor para o seu cliente seja o aten-
dimento em um escritório, você pode

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optar por, inicialmente, utilizar de ou-
tras alternativas.

Com a tendência de compartilhamen-


to de serviços, objetos, bens, existem à
sua disposição coworkings, advogados
que alugam seus escritórios para parcei-
ros, além de salas da OAB, cafés, dentre
outros.

A título de exemplo, os coworkings são


excelentes opções para o profissional que
não pode arcar com o custo de manter
uma estrutura física. Nesses locais, você
pode usar salas de reunião ou estações
de trabalho pagando por hora de uso
ou aluguel mensal, que, por sinal, é um
custo bem menor se comparado ao que
se tem para manter um escritório de ad-
vocacia tradicional. No coworking você
tem à sua disposição boa estrutura, sa-

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las equipadas, serviços de recepcionista,
boa internet, tudo a um preço extrema-
mente acessível em um ambiente em-
presarial.

Nos dias atuais, não ter escritório fí-


sico não é mais um impedimento para
exercer a advocacia, nem para que o seu
negócio prospere. As opções estão à dis-
posição, basta ver qual será mais acessí-
vel a você.

Caso prefira e tenha condições para


abrir uma sede física, atente-se para re-
duzir ao máximo as suas despesas mensais
fixas como aluguel, internet, energia,
condomínio, IPTU. Além disso, opte
por se instalar em um local estratégico,
ou seja, escolha bem onde irá desenvol-
ver suas atividades, pois isso influencia-
rá diretamente nos seus negócios.

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Locais perto de prédios da Justiça ou
no centro da cidade possibilitam que o
profissional tenha, na maioria das vezes,
redução de tempo e custo para desloca-
mentos de audiência, diligências etc.

Além disso, esteja em um local acessí-


vel para seus clientes. É incoerente você
definir que seu público-alvo será for-
mado por ex-empregados, cuja média
salarial é de um salário mínimo mensal,
se o seu escritório está situado distante
do centro urbano, em uma área rica e
privilegiada da cidade. Provavelmente,
sua localização torna-se de difícil acesso
para o seu cliente.

Assim, pode-se concluir que não é


preciso investir em sede física, prin-
cipalmente, se você está iniciando sua
advocacia e detém poucos recursos fi-
nanceiros para tanto.

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No início da advocacia é comum que
os profissionais atuem em todas as áreas
do Direito, pois este é momento em que
as oportunidades devem ser aproveita-
das e não dá para selecionar os trabalhos
apenas pela natureza das demandas.

Mesmo que no início o seu escritório


de advocacia seja generalista e atenda
todos os segmentos, é importante que
você delimite o quanto antes nichos es-
pecíficos de trabalho, pois apenas com
uma área bem definida você conseguirá
autoridade no mercado e, possivelmen-
te, será melhor remunerado pelo traba-
lho.

Para escolher uma área de atuação,


você pode optar pelos caminhos tradi-
cionais da advocacia, mas é importan-
te compreender as novas oportunidades

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que surgem no mercado. A cada alte-
ração legislativa, mudança nas relações
sociais, surgimento de novas profissões,
surgem oportunidades novas para os ad-
vogados e advogadas.

A exemplo disso, cita-se a Lei Geral


de Proteção de Dados, Lei n 13709/18,
que criou novas demandas para os pro-
fissionais do Direito, relativas à prote-
ção de dados.

Com a nova Lei, passa a existir um re-


gramento quanto aos dados, com regras
específicas, penalidades, ampliação da
esfera de proteção e que atinge empre-
sas e pessoas físicas.

Assim, se antes o especialista em da-


dos era procurado para atender apenas
demandas pontuais e muito específicas,

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com a nova Lei, aumenta-se a procu-
ra por profissionais especialistas no seg-
mento, já que ela aumenta a abrangên-
cia de atuação.

Além disso, para escolha do nicho,


devem ser considerados alguns fatores,
como: o retorno financeiro de cada área,
as diferentes formas de prestar o servi-
ço, se conseguirá atender a uma grande
quantidade de pessoas etc. Todos estes
fatores devem ser considerados por pro-
fissionais na hora de escolher um ramo
do Direito.

Por fim, é importante que o profissio-


nal atue em uma área que goste, para
que consiga prestar um serviço huma-
nizado, personalizado e eficiente ao seu
cliente.

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O cliente é o principal foco do escri-
tório de advocacia e sem ele a sua em-
presa perde o propósito de existir. Ago-
ra que já definiu a sua área de atuação,
você pode ir até eles.

Comece pelo ciclo de amizades, co-


nhecidos, parceiros de trabalho, facul-
dade e estudos. Geralmente, os seus pri-
meiros clientes estarão nestes ambientes
de convívio.

Ou, ainda, os seus potenciais clientes


são as empresas ou pessoas físicas que
geograficamente estão perto de você,
como os seus vizinhos ou estabeleci-
mentos comerciais na sua localidade.

Ir em eventos, fazer networking, parce-


rias com colegas de trabalho para atu-
ação conjunta, trabalhos como corres-

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pondente jurídico, são oportunidades
para divulgar a sua marca e se fazer co-
nhecido para quem precisa.

Eventos direcionados aos seus pros-


pectos também é uma excelente forma
de conhecer pessoas e conseguir clien-
tes. Por exemplo, se optou por atender
startups, é importante que você esteja
nos eventos do ecossistema de startups,
ir em coworkings, competições da área
etc.

Em todo o caso, não se esqueça de ter


em mãos o cartão do seu escritório, para
que seja entregue a potenciais clientes. É
preciso saber que, mais eficiente do que
entregar um cartão, é necessário manter
um relacionamento com os prospectos
e, de fato, procurar entender o seu negó-

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cio, possíveis dores, além de ouvir suas
dificuldades com empatia, se colocando
no lugar dele para apresentar uma boas
soluções.

O cliente quer um parceiro do negócio


e não apenas um advogado ou advoga-
da, assim, se mostre como alguém que
se preocupa com os rumos do negócio,
o lucro, as despesas, o futuro e todas as
partes envolvidas na operação.

Outra forma de prospectar clientes é


por meio da tecnologia. Atualmente,
com a utilização massiva de meios tec-
nológicos, os escritórios podem falar dos
seus serviços em várias redes sociais e
na internet, com visibilidade de muitas
pessoas ao mesmo tempo.

Algumas ferramentas que podem ser

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usadas pelo seu escritório de advocacia:

Instagram
Facebook
LinkedIn
YouTube
Site
Blog
Google Ads
Google Meu Negócio

Você pode utilizar todas as ferramen-


tas disponíveis ou selecionar as mais as-
sertivas, a depender do seu público. Por
exemplo, se você pretende resolver um
problema de empresas, o Linkedin pode
ser a rede social mais recomendada. Ago-
ra, se você presta serviço de assessoria
jurídica para o nicho de influenciadores
digitais, o Instagram talvez seja a rede
social mais eficaz.

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É importante que você escolha a rede
social mais adequada e, independente
do meio, estabeleça uma comunicação
direta, simples e sem formalidades com
seu público. Ainda, para que consiga
alcançar clientes, deve criar conteúdos
que solucionem problemas deles.

Lembre-se que advogados(as) e escri-


tórios de advocacia devem se atentar para
as regras de publicidade na advocacia.
Conforme citado, esta não é uma ati-
vidade mercantil, de comércio de pro-
dutos ou serviços e, por isso, recebe um
tratamento diferente quanto à exposi-
ção nas redes sociais.

Por isso, o Juris preparou um e-book


com todas as diretrizes para você fazer a
sua publicidade sem violar as normas da
OAB.

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Aspecto importante é o financeiro do
seu escritório. Com qual recurso man-
terá sua atividade? Quais receitas e des-
pesas terá?

Como empreendedor(a), você deve ter


muita atenção ao controle financeiro do
escritório, pois existem despesas fixas e
outras variáveis, assim como as receitas.
Dessa forma, para que o seu financei-
ro esteja em dia, é essencial que você
controle o que entra, o que sai e o saldo
existente, e isso pode ser feito por meio
de software jurídico ou mesmo por uma
planilha de Excel.

Para que você se organize financeira-


mente, listamos a seguir algumas dicas:

Não misture suas despesas pessoais


com as despesas do escritório.

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Este é um erro muito comum na vida
dos empreendedores, principalmente
em empresas familiares ou de pequeno
porte. Quando o financeiro dos sócios
se mistura com o da empresa, não é pos-
sível saber o faturamento real do escri-
tório, os lucros e as despesas.

Para que você tenha clareza sobre a vida


financeira do escritório, deverá separar
as despesas ou receitas pessoais, dividir
contas bancárias para empresa e outra
para os sócios e não usar dos recursos fi-
nanceiros para pagar contas pessoais dos
sócios e vice-versa.

Tenha um capital de giro

O capital de giro é o recurso finan-


ceiro disponível para custear a operação
do escritório de advocacia por um de-

58
terminado tempo.

Recomenda-se que, antes mesmo de


abrir sua empresa, você tenha um ca-
pital de giro suficiente para arcar com
a operação por um longo tempo, prin-
cipalmente para que as despesas sejam
pagas em momentos que a empresa não
esteja faturando conforme o esperado.

Esteja sempre atento para reduzir des-


pesas

O ideal é operar o seu negócio com os


menores custos possíveis. Muitas vezes,
o sucesso do empreendimento está mais
relacionado com o pouco que se gasta
do que a quantidade que fatura.

Dessa forma, tenha sempre em mente


a necessidade de reduzir custos, evitar o

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desperdício de materiais, compras des-
necessárias ou em valores além do que
você realmente pode pagar.

Tenha o cuidado para não reduzir


custos que estejam relacionados direta-
mente com sua atividade principal e que
comprometam a prestação do serviço,
como redução de colaboradores.

Diversifique as fontes de receita

É interessante que você tenha fontes


diferentes de receita, pois se tiver apenas
um cliente que mantém o seu escritó-
rio, o negócio fica vulnerável já que, se
um dia ele rescindir o contrato, a saúde
financeira da empresa estará em risco.

Assim, tenha fontes variadas de recei-


tas com clientes que pagam honorários

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mensais e fixos, outros por êxito ou ho-
norários iniciais.

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Para que tudo esteja em ordem e or-
ganizado, é importante que todas as in-
formações sejam controladas por meio
de um software jurídico.

No mercado existem várias opções de


softwares, de variados preços e funciona-
lidades. Então, como escolher um sof-
tware jurídico?

Deve ser intuitivo;


Ter um custo mensal baixo;
Ser um software para escritórios de
advocacia;
Ter um controle de fluxo de caixa
eficiente;
Ter informações salvas na nuvem;
Verificar a quantidade de acessos para
que todos do escritório possam usar;
Verificar se emite relatórios de todos
os procedimentos para facilitar a pres-

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tação de contas ao cliente e o controle
pelos sócios.

Todos os acontecimentos de um es-


critório de advocacia devem estar re-
gistradas no software jurídico para que
nenhuma informação se perca e, prin-
cipalmente, para que os sócios tenham
o controle exato dos dados como: ren-
dimentos, honorários, prazos etc.

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CONCLUSÃO

As informações que constam nes-


te e-book são essenciais para o início de
qualquer atividade jurídica, indepen-
dente do porte da sua empresa ou da
forma como você irá prestar o serviço.

Resumimos os principais pontos deste


material e listamos por meio das dez di-
cas a seguir:

1- Análise de perfil: você se identifica


mais com o advogado empreendedor,
celetista, correspondente ou associado?

2- Gestão do escritório de advocacia:


é preciso conhecer sobre as áreas não

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jurídicas do escritório como: marketing,
financeiro, prospecção de clientes, etc.

3- Planejamento: significa pensar em


propósito, por meio da pergunta: quais
razões tenho para abrir o meu escritório
de advocacia? E, após, definir as metas
e objetivos para alcançar o propósito da
sua empresa.

4- Advogar sozinho ou em sociedade?


Decisão que deve ser tomada conside-
rando as vantagens e desvantagens de
cada uma destas opções.

5- Formalização da atividade: como


devo formalizar minha atividade jurí-
dica perante a OAB? Se você quer ad-
vogar sozinho pode constituir a Socie-
dade Unipessoal de Advocacia, se optar
por ter sócios basta criar uma Sociedade

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Simples.

6- É necessário ter sede física? Depen-


de do seu rendimento mensal, capital de
giro e público-alvo.

7- Como escolher uma área de atua-


ção? Você pode começar atuando em
todas as áreas do Direito, mas deve ni-
char pois, isto te dará autoridade. Para
tanto, é preciso estar atento às alterações
legislativas e sociais, pois delas surgem
oportunidades de atuação jurídica.

8- Prospecção de clientes: comece pe-


los amigos e familiares, até chegar nos
seus vizinhos de escritório. Além disso, a
sua empresa deve estar na internet, pois
esta ferramenta te dará possibilidade de
anunciar serviços para mais pessoas.

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9- Financeiro: apenas gaste o que pode.
Evite excessos e tenha controle rígido
sobre todos os fluxos de entrada e saída.

10- Software: todas as informações do


seu escritório devem estar registradas e
organizadas para facilitar o seu cotidia-
no.

Esperamos que você aplique todas as


dicas e que elas façam com que o seu
negócio prospere e produza resultados
eficientes. Desejamos boa sorte na em-
preitada e conte com os nossos conteú-
dos para aprimorar ainda mais a sua ad-
vocacia.

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