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PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA CONSTITUIÇÃO

Os princípios fundamentais da constituição são aqueles que traçam bases da


organização e estrutura do poder político: os artigos constitucionais caminham em
linearidade com estes, e os demais códigos que abrangem a legislação obedecem a
estes.

FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA NO BRASIL:

A SOBERANIA: É pressuposto da independência do estado brasileiro quando em


suas relações de direito internacional, isso pois admite nenhum outro poder de
mesma estrutura, tanto de forma externa quanto interna. Em viés constitucional, o
povo é detentor da soberania, ou seja, o seu fundamento é com base no querer
popular.

A CIDADANIA: Corresponde à participação política e o exercício de direitos


fundamentais. Ou seja, a cidadania é o direito de ter direitos, através da participação
política, pode se dizer que esta é uma forma de reconhecimento de que alguém é
cidadão.

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: Pode-se dizer que seria a base de todos os


direitos e do estado. A organização política deixa de ser um fim de si mesma e
passa a ser uma ferramenta de garantir o maior reconhecimento do ser humano, tal
qual suas manifestações, independendo de seu “seguimento social”. Ou seja, antes
mesmo de qualquer coisa, a pessoa primeiramente é humana e para ela há direitos
pré-estabelecidos, ainda que a própria os negue, isso vai além de raça, cor, gênero,
etc.

OS VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA: São diretrizes da


ordem econômica e social, que da prioridade à livre iniciativa com o valor social do
trabalho, isso pois o trabalho deve ser compreendido como a base do sistema de
produção, ao trabalhador é dado máximo valor, atribuindo boas condições de
trabalho e dignidade.

O PLURALISMO POLÍTICO: a República federativa do Brasil não professa somente


uma ideologia política. Preconiza o pluralismo político em prol de promover um
ambiente democrático às discussões das massas.
O PRINCÍPIO REPÚBLICANO

Divergindo-se da monarquia, em que o exercício do poder se dava de forma


dinástica e hereditária, a república estabelece uma alternância de governantes para
o exercício do poder.

A forma republicana foi adotada pela constituição de 1891, e as demais


constituições seguiram adotando-a como clausula pétrea.

A constituição de 88 não previu o principio republicano nas disposições do art 60,


mas isso não significa que o poder reformador pode alterar a forma de governo.
Ficou estabelecido que caberia ao povo, por meio de plebiscito, decidir sobre a
forma e o sistema de governo. O povo exerceu sua opção e, a partir disso, deve ser
compreendido como uma limitação implícita ao poder constituinte reformador.

O princípio republicano é consagrado pela Constituição Vigente, pela atribuição de


eleições periódicas para chefes do poder executivo e para membros do poder
legislativo, pelo exercício periódico das funções e pela previsão de uma série de
outros princípios regulamentar a administração pública.

PRÍNCÍPIO DEMOCRÁTICO

A democracia não é um conceito estático, que pode ser transportado ou exportado


para problemáticas de divergentes estados. A democracia, na verdade, é um
processo de constante evolução, uma mutação qualitativa pela busca da
autodeterminação e liberdade do homem. Ou seja, o exercício da democracia é em
prol de sua própria evolução e compreensão, sempre a favor de melhor valorização
da figura do ser humano em sociedade. Há um ideal de submissão exclusiva às
regras que são pré-estabelecidas pelo coletivo, que, em tese, segue com a
colaboração de cada um por intermédio da participação política (traços do contrato
social e do próprio conceito de constitucionalismo). Processo histórico dotado de
singularidade de seu tempo pela universalidade do que há de comum no fenômeno
jurídico político. Pode-se afirmar a democracia como um processo de convivência
social, manutenção das relações sociais. Diz-se que é um processo de convivência
primeiramente por denotar sua historicidade, depois para realçar que além de ser
uma relação de poder político é também um modo de vida.
Fazendo uso do princípio democrático como norma da cf88, este é guardião da
evolução dos regimes políticos que sucederam a historia constitucional brasileira,
seja seus sucessos, fracassos, avanços e retrocessos = evolução jurídico política da
humanidade. = serve como síntese, fecho e fundamento das normas.

Três regimes constitucionais foram tidos como democráticos:

a) Democrático direto: o povo, por ele mesmo, dirige o negocio publico, existindo
identidade entre o titular do poder e aquele encarregado de exercê-lo.
Mantido por institutos que permitem a participação ativa e direta nas decisões
politicas do estado.
b) Democrático indireto ou representativo: No qual as decisões fundamentais do
estado são tomadas por mandatários que periodicamente são nomeados para
este exercício. – DEMOCRACIA REPRESENTATIVA: Solução moderna de
reunir o povo em praça publica para deliberar e decidir questões do Estado.
Montesquieu dizia que o homens em geral são incapazes de discutir o
negocio publico e por isso é necessário que sejam eleitos representantes do
povo que possam seguir com este exercício = Ou seja, mesmo não sabendo
discutir sobre, o homem é capaz de eleger alguém que confiem para isto. = o
que se sobressai da democracia representativa em relação a direta é que,
dada a densidade populacional atual seria impossível todos os cidadãos
pudessem participar diretamente nos órgãos de deliberação.
c) Democrático participativo: aliado a uma base decisório a representativa ou
indireta; admitem-se institutos que permitem a intervenção direta e eventual
do povo nos negócios públicos. Institutos estes que seriam: ação popular,
audiências publicas, os meios de participação da adm publica, o PLEBICITO
é o principal mecanismo. – Isso é alinhado à uma representação = Tudo isto é
positivado pela cf88.

 PRINCIPIOS DA DEMOCRACIA

SOBERANIA POPULAR: Todo poder emana do povo que pode exercer diretamente
ou por seus representantes
ELEIÇÕES LIVRES: Seria a ideia de livre concorrência de candidatos. Tanto dos
eleitores para que possam votar livremente sem constrangimentos de sua
participação, como dos candidatos para que possam apresentar sua candidatura, de
forma livre, sem impedimentos, a não ser os que regram o funcionamento da própria
democracia.

IGUALDADE DE PARTICIPAÇÃO: Traduz-se como o próprio principio de igualdade


em relação a participação politica. Nenhuma preferência se sobressai, a vontade de
um cidadão não terá primazia sobre a vontade de outro. Assim como a igualdade de
voto, todos podem fazer-se conhecer sua posição política e igualdade de
entendimento.

REGRA DA MAIORIA: A democracia é instrumentalizada pela decisão, em ultima


instancia, da maioria. Os representantes políticos são eleitos pela maioria, a maior
parte dos tribunais decidem quanto a constitucionalidade de leis, a maioria do
congresso aprovam projetos de leis. Isso é demandado pela maioria de votos.
Contudo, essa regra não é absoluta uma vez que a democracia exige, muita das
vezes, o consenso. Contudo, a ditadura da maioria é um problema que corresponde
a imposição de ideais de uma maioria a uma minoria, este é u clássico da teoria
politica,

PROTEÇÃO DAS MINORIAS: Embora seja assegurada pela democracia a regra da


maioria, para que não resulte numa ditatura da maioria, os direitos da minoria não
poderão ser aviltados. São garantidos direitos fundamentais a todas as pessoas que
são assegurados pela participação do judiciário. Neste sentido, a atuação judicial em
assuntos de constitucionalidade e direitos fundamentais é tomada como
contranajoritária. OU SEJA, A DEMOCRACIA NÃO SE FUNDAMENTA
CEGAMENTE NA MAIORIA, DEVENDO GARANTIR A PROTEÇÃO DA MINORIA.

PRINCÍPIO FEDERATIVO

O estado federal deve ser compreendido pela lógica do constitucionalismo de


limitação do poder. Uma das configurações desta limitação seria a divisão do poder,
pois em um mesmo estado existem núcleos de poder que são especialmente
limitados em espaços territoriais específicos, assim, temos num mesmo território,
núcleos periféricos dotados de autonomia que acabam coexistindo com um núcleo
centralizado – Isso impede que haja a concentração de poder em apenas um núcleo,
que se caracterizaria em um estado, de certo modo, absolutista ou aristocrata. –
esses poderes são, de certo modo, autônomos, mas atuam de forma convergente
respondendo a uma unidade de poder.

O Federalismo é uma espécie de divisão territorial do poder. Existem diversos tipos


de Estado Federais a depender da menor concentração de poder. De acordo com
Manuel Gonçalves na antiguidade helenística já se identificava resquícios do que se
chama federalismo. Entretanto, o federalismo surge com a experiencia politica e
constitucional norte-americana, com o objetivo de garantir a emancipação recém-
conquistada. A constituição dos estados unidos da américa foi a primeira a
estabelecer o modelo de estado federal que hoje se conhece.

CARACTERISTICAS FUNDAMENTAIS DO ESTADO FEDERAL

- A união que gera um novo Estado e suprime a soberania de seus entes políticos
componentes, que guardam somente a nomenclatura estados sem realmente serem

- A base jurídica do estado federal é a constituição, não um tratado, que


regulamenta as diferentes relações entre suas entidades componentes.

- A secção é expressamente vedada e sancionada com penafização máxima dentro


da federação

- Somente o Estado Federal – compreendido como reunião constitucional de


diversos entes políticos autônomos – É SOBERANO, as entidades componentes são
autônomas, mas não soberanas

- A atribuição da união e das unidades federativas estão atribuídas em competências


constitucionais tarifadas. É a razão pela qual não se permite falar em hierarquia
entre os entes federativos, mas coexistência de competências distintas.

- Há um regime de atribuição de rendas próprias entre as unidades que compõem o


arranjo federativo

- coexistir de forma a compartilhar o poder politico da União

- Há uma única nacionalidade e cidadania dentro do estado federal que não admite
diferenciação qualquer entre os habitantes das diferentes entidades componentes.
Há dois processos que podem ser encontrados na forma de estado:

1) Diversos estados soberanos independentes se associam para a realização de


finalidades comuns, chamado de processo agregativo ou centripedo ( Há
maior autonomia)
2) Estado unitário se descentraliza por opção de seu órgão central, criando
autonomias regionais ou locais ( É O CASO DO BRASIL?), ( há menor
autonomia)

PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES

Implica divisão de funções entre órgãos estatais. Sua finalidade é a limitação do


poder politico. – Visa a eliminação do despotismo que decorre da concentração de
varias funções a um órgão apenas

A CF88 consagrou o principio em sua forma clássica, separação de três poderes: Art
2 – Legislativo, Executivo e Judiciário. A separação dos poderes remete-se a
antiguidade Clássica, vem pela classificação das funções pertencentes aos órgãos
oiliticos de Atenas.

Uma contribuição moderna a esta doutrina vem de John Locke, que esboçou uma
teoria de separação dos poderes em três, que foi melhor fundamentada por
Montesquieu, através da obra Espirito das Leis – Para que não se possa abusar do
poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder – O que se
buscava era a limitação do poder, e para isso desenvolveu-se uma série de técnicas
de controle, entre elas a ortoga de funções estataus distintas a órgãos diferentes.

Vale ressaltar que, os poderes atuam de forma autônoma e independente, contudo


complementam-se entre si para regimento das funções do estado.

O QUE É O PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

No Estado Democrático de Direito, as leis são criadas por representantes da


população e, por conseguinte, da vontade geral. Seu princípio básico é sintetizado
por Abraham Lincoln na máxima: “governo do povo, pelo povo e para o povo”.

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