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Conceito
A desapropriação pode ser entendida como o procedimento regido pelo direito público por
meio do qual o poder público transfere para si a propriedade que até então pertencia a terceiros,
sejam eles particulares ou até mesmo entes federativos.
Celso Antônio Bandeira de Mello
É o procedimento através do qual o Poder Público, fundado em
necessidade pública, utilidade pública ou interesse social,
compulsoriamente despoja alguém de um bem certo, normalmente
adquirindo-o para si, em caráter originário, mediante indenização
prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no caso de certos imóveis
urbanos ou rurais, em que, por estarem em desacordo com a função
social legalmente caracterizada para eles, a indenização far-se-á em
títulos da dívida pública, resgatáveis em parcelas anuais e sucessivas,
preservado seu valor real.
Com a desapropriação (ao contrário do que ocorre com as
demais formas de intervenção que se limitam a
condicionar a propriedade), o Poder Público adquire o bem
particular para si. Importante salientar que se trata de
uma forma de aquisição originária, uma vez que não é
proveniente de nenhum título anterior e que todos os
ônus ficam sub-rogados no preço pago pelo bem.
Competência
Demais Entidades
Deve haver autorização para o exercício
da competência executória, que poderá
ocorrer mediante lei ou por meio de
contrato.
Hipóteses
●
Na Fase Executória, ocorrem os procedimentos necessários para transferir o bem para o patrimônio do Poder Público. Tais
procedimentos poderão ser feitos em caráter administrativo (quando houver acordo entre as partes quanto ao valor da
Indenização) ou judicial (quando não houver acordo entre as partes). Em caso de urgência, poderá ainda o Poder Público
solicitar a imissão provisória na posse. Para tal, deverá depositar, previamente, uma quantia estabelecida de acordo com o
artigo 15 do Decreto 3365.
Desapropriação para fins de
Reforma Urbana
A possibilidade de desapropriação para fins de reforma urbana está prevista no artigo 183, § 2º
a 4º, da Constituição Federal. Trata-se de uma situação onde o imóvel urbano não atende as
exigências expressas no plano diretor do município. Neste caso, o Poder Público possui a
faculdade de promover a desapropriação. Antes disso, no entanto, deverá tomar uma série de
providências, de forma que a desapropriação apenas será utilizada quando todas as demais
possibilidades não alcançarem o objetivo proposto.
Nesta hipótese, o proprietário será indenizado com títulos da dívida pública de competência
municipal, resgatáveis no prazo de 10 anos.
Desapropriação para fins de
Reforma Agrária
Encontra-se fundamentada no artigo 184 da Constituição Federal. Neste caso, estamos diante
de uma desapropriação de competência da União, que, sempre que verificar que o imóvel rural
não está atendendo a sua função social, promove a desapropriação mediante a indenização de
títulos da dívida agrária, com prazo de resgate de até 20 anos.
Como trata-se de um procedimento que apenas será feito quando a propriedade não atender
sua função social, cuidou a Constituição Federal no artigo 186 de estabelecer os critérios que
devem ser observados pela propriedade, simultaneamente, para que a função social seja
considerada cumprida.
No entanto, nem todas as propriedades rurais são desapropriáveis, ainda que não obedeçam
aos requisitos previstos na Constituição. Isso porque o artigo 185 da CF estabelece duas
situações onde os imóveis são insuscetíveis de desapropriação: a pequena e média propriedade
rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; e a propriedade
produtiva.
Desapropriação com efeito de
Confisco
Ao contrário do que ocorre com as demais modalidades de desapropriação, na desapropriação
com efeito de confisco (ou desapropriação confiscatória), dada a relevância e gravidade da
conduta praticada pelo particular, não teremos a indenização paga pelo Poder Público.
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 81, ocorrida em 2014, passamos a contar
com duas situações que dão ensejo à aplicação da desapropriação confiscatória, as quais estão
previstas no artigo 243 e respectivo parágrafo único da Constituição Federal:
As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica,
na forma da lei.