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Resumos diretos para a prova da OAB

Crono 13
dias

Juliana Ribeiro
Sumário

Direito Administrativo ..................................................................................................1


Direito Penal ..................................................................................................................5
Direito Processual Penal ...........................................................................................11
Direito Civil ..................................................................................................................11
Ética..............................................................................................................................21
Direito Ambiental ........................................................................................................27
Direito Eleitoral ...........................................................................................................28
Direito Financeiro .......................................................................................................28
Direito do Trabalho.....................................................................................................30
Direito Processo do Trabalho ...................................................................................35
Direito Previdenciário ................................................................................................38
Direito do Consumidor ..............................................................................................41
Direito Tributário ........................................................................................................49

Direito Administrativo

 Administração Indireta:

• caracterização da Sociedade de Economia Mista – personalidade jurídica de


direito privado, para o desempenho de atividade econômica ou execução de
serviço público descentralizado. Bens penhoráveis. Autonomia Administrativa
e Financeira. Regime de pessoal celetista (emprego público). Capital misto
(51% estatal). Sempre Sociedade Anônima.

• Empresa Pública pertencente a União admite integralização de cotas desde


que o controle desta entidade permanece no ente público.
• Via de regra, para toda Administração Direta e Indireta é a contratação
através de concurso público.
• Teto remuneratório: CF/88

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem

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recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
• Os bens públicos pertencentes a pessoas jurídicas de Direito Privado apesar de
serem privados (podem ser penhoráveis) se afetados à prestação de serviços
públicos, gozam das características dos bens públicos, o que os tornam, nesse
caso, impenhoráveis.

• Fundações (Direito Público) serão criadas por lei específica nivelando-se às


autarquias.
• As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público, e se encarregam de
função típica de Estado. São criadas por lei específica. A previdência, por
exemplo, é atividade típica de Estado, e, por isto, é regular a criação de
Autarquia com este propósito. Na esfera federal, por exemplo, o papel é
desempenhado pela PREVIC.
• A constituição de empresa pública para exercer atividade econômica é
permitida quando necessária ao atendimento de relevante interesse coletivo.

art. 173 da CF: Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
 Intervenção do Estado na propriedade particular (desapropriação)

• Conceito: procedimento pelo qual o Poder Público realiza intervenção na


propriedade alheia transferindo-a compulsoriamente ao patrimônio público.
Pode ser de natureza ordinária ou sancionatória.
Art. 184 da CF: Compete à União desapropriar por interesse social,
para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo
sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis
no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão,
e cuja utilização será definida em lei.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as
operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária.

• Art. 15. A Decreto 3365/41: No caso de imissão prévia na posse, na


desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse social,
inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço
ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos
reais, incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o
valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse,
vedado o cálculo de juros compostos.

• Desapropriação indireta (apossamento administrativo/esbulho) ocorre quando


o Estado se apropria do bem particular, sem a observância dos requisitos
legais.
• Instituto da retrocessão do procedimento expropriatório é aquele que devolve
o bem ao antigo proprietário, pelo preço atual, se não lhe for dado destinação
pública (tredestinação ilícita).

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• Municípios podem desapropriar terras urbanas e rurais. SOMENTE a União
pode desapropriar para reforma agrária.

• O § 2.º do art. 2.º do Decreto-lei 3.365/1941 que os bens do domínio dos Estados,
Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela
União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa do ente expropriante.
• §3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e
Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições
e empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e
se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por
decreto do Presidente da República.
• Tredestinação lícita ocorre quando é dada uma destinação ao bem
desapropriado, porém diversa da que deu origem ao procedimento de
desapropriação. A destinação do uso do bem difere da justificativa inicial que
incorreu na desapropriação, e por não continuar vinculada aos fins públicos.

• Caducidade: a declaração tem prazo de caducidade de 2 anos para interesse


social e 5 anos para utilidade ou necessidade pública.

 Serviços Públicos – Concessão comum ou precedida de obra públic


• Com efeito, o Poder Público, ao fixar a remuneração das prestadoras, deve
aferir o poder aquisitivo dos usuários, para que estes não sejam afastados do
universo de beneficiários. Inclusive, o legislador prevê as chamadas receitas
alternativas ou complementares, com o propósito de manter a tarifa cada vez
mais atrativa e acessível.

• Lei 8.987/1995:

Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de


exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica
justificada no ato a que se refere o art. 5º desta Lei.

• A declaração de desapropriação não pode ser feita pela concessionária, é ato


exclusivo do Estado. Já a promoção da desapropriação pode ser entregue à
concessionária, sem maiores problemas, desde que haja previsão no edital e
no contrato. Esclareça-se que a promoção não passa de dar curso às
tratativas do procedimento de desapropriação, como pagar as indenizações
cabíveis e ajuizar a ação na justiça, em caso de desapropriação não amigável.
Art. 31 da lei 8.987/1995. Incumbe à concessionária:

VI - promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas


pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;

 Serviços Públicos – PPP: vedações e diferença entre PPP administrativa e


patrocinada

• Modalidade concessão administrativa: é o contrato que envolve a prestação


de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta.
• Modalidade concessão patrocinada: é a concessão de serviços públicos ou de
obras públicas e que trata a lei nº 8.987/95, quando envolver, adicionalmente

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à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público
ao parceiro privado.
• O prazo não será inferior a 5 anos, nem superior a 35 anos, incluindo eventual
prorrogação.

• As PPPs não podem ter como objeto único o fornecimento de mão de obra.

• Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de


propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.
 Poderes da Administração

• Os gestores públicos ficam presos ao princípio da legalidade, de maneira que


só podem fazer ou deixar de fazer o que a lei permitir ou autorizar.

• Do Poder hierárquico resultam as prerrogativas dos superiores de ordenar,


fiscalizar, rever, delegar ou avocar, com relação aos subordinados.

• Poder de polícia: é o poder do Estado-administrador que se destina a limitar,


condicionar e restringir direitos, bens e atividades em prol da preservação do
interesse da coletividade ou da segurança do Estado.

• O poder regulamentar típico é a atribuição da Administração Pública de editar


atos normativos com a finalidade de complementação de leis, visando a que
elas sejam efetivamente aplicadas.

• Abuso de poder: EXCESSO DE PODER – o agente atua fora dos limites de sua
competência, apesar de ser competente, atua de forma desproporcional.
DESVIO DE PODER GENÉRICO – o agente pratica ato visando fim diverso do
fixado em lei ou exigido pelo interesse público. DESVIO DE PODER ESPECÍFICO
– o agente pratica ato com fim diverso do previsto, porém, destinado ao
interesse público.
 Poderes da Administração: aspectos constitucionais pertinentes aos servidores
públicos
• Súmula Vinculante nº 43: é inconstitucional toda modalidade de provimento
que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso
público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na
qual anteriormente investido.

• Após publicado edital, só serão admissíveis alterações da regra do concurso se


houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira.
• A realização de concurso público interno para a ascensão de carreia é inválida,
por ofender a CF/88. Para o STF, a ascensão ou transposição é forma de
provimento inconstitucional, por ser uma burla ao princípio do concurso
público.

• A aposentadoria compulsória só atinge os detentores de cargos efetivos e, dá-


se aos 75 anos.
• Os comissionados, não há aposentadoria compulsória.

• Nos termos do inc. XVI do art. 37 da CF, é vedada a acumulação remunerada


de funções, cargos e empregos públicos, seja na Administração direta ou
indireta do Estado. A regra da vedação alcança autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista, quaisquer esferas da
federação.

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• Cargos vitalícios a partir da posse: ministros do STF, TRF, STM, TST e TRT,
desembargadores.

• Cargos vitalícios após dois anos de exercício: juízes federal, juízes auditores,
etc.
• Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

inc. XI do art. 37 da CF:


XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional,
dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo
e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas
as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio
do Prefeito (…)
• Para o STF, no RE 449427/PR, a aplicação do art. 7.º, IV, da CF aos servidores
públicos leva em conta a remuneração total recebida, não havendo óbice para
a fixação de vencimento base em quantia inferior ao salário-mínimo nacional.

Direito Penal

 Aplicação da lei Penal no tempo e no espaço

• Quando a lei nova for melhor para o criminoso, ocorre a novatio legis in mellius

Art. 2º do CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o


agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
• Os efeitos penais são cessados. No entanto, os efeitos civis (extrapenais)
persistem.

• Teoria da Atividade: considera-se ocorrido no momento da ação ou da


omissão.
• Lei temporária: é aquela com prazo de vigência prefixado, ou seja, a própria
lei impõe seu prazo de validade. A lei fixa em seu próprio texto, quando ela
nasce e quando ela morre.

• A lei excepcional é aquela com vigência determinada por circunstâncias


excepcionais. Enquanto ocorrer tal circunstâncias, a lei permanecerá em
vigor.

• Tanto a lei temporária quanto a lei excepcional se aplicam aos fatos ocorridos
durante a sua vigência, permanecendo seus efeitos depois de cessada sua
vigência.

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Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

• Compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial, penal,


processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.
• Os menores de 18 anos são inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação espacial.

• Princípio da consunção (absorção): um crime menor é etapa de um crime


maior. Assim, o crime maior consome/absorve o crime menor.
 Teoria do crime: Fato Típico

• Crime culposo é o que se verifica quando o agente, deixando de observar o


dever objetivo de cuidado, por imprudência, negligência ou imperícia, realiza
voluntariamente uma conduta que produz resultado naturalístico, não
previsto nem querido, mas objetivamente previsível, e excepcionalmente
previsto e querido, que podia, com a devida atenção, ter evitado.

• Crime culposo possui, os seguintes elementos, para a sua caracterização: a


conduta voluntária; violação do dever objetivo de cuidado; resultado
naturalístico; nexo causal; tipicidade; previsibilidade objetiva e ausência de
previsão. Para que o agente responda pelo crime culposo, se faz necessário a
produção do resultado naturalístico, pois os crimes culposos são materiais.

• Garantidores: são as pessoas que tem o dever de agir, que não podem ser
omissas diante de uma situação.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente
é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e
podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;


c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do
resultado.
• Crime omisso impróprio é uma forma de cometer um crime comissivo por de
meio de uma omissão.

• Crime doloso é aquele que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de


produzi-lo.

• Dolo direto: o agente quis o resultado.

• Dolo eventual: o agente assumiu o risco de produzir o resultado.

• Culpa consciente: o agente tem consciência da previsibilidade da ocorrência


do resultado.
• Culpa inconsciente: o agente não tem consciência da previsibilidade da
ocorrência do resultado.

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• Crime preterdoloso: é aquele em que há dolo de praticar um crime menos
grave (roubar), e por culpa acaba acontecendo um crime mais grave (morte).

 Teoria do crime: Inter Criminis

• Crime impossível: é aquele em que a situação em que o resultado desejado


pelo agente é impossível de se concretizar, seja por ineficácia absoluta do
meio (uso de escova de dente), por absoluta impropriedade do objeto (tentar
matar alguém que está morto).
Art. 17 do CP - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é
impossível consumar-se o crime.

• O direito penal não pune a autolesão.

• Desistência voluntária: é um caso onde o crime não se consuma, não se


concretiza o resultado. Há interrupção do delito por desistência do agente.
Responderá apenas pelos atos praticados.
Art. 15 do CP - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir
na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos
atos já praticados.

• Crime tentado e´ aquele que quando iniciada a execução, não se consuma por
circunstância alheia à vontade do agente.
• Arrependimento posterior: nos crimes cometidos sem violência ou grave
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de
um a dois terços. Art. 16 do CP

• Arrependimento eficaz: ocorre quando o crime não se consuma, não se


concretiza o resultado. O agente até termina os atos executórios, mas se
arrepende e impede que o resultado se produza.

 Excludentes da ilicitude e da culpabilidade

• As excludentes de ilicitude são causas que excluem a antijuridicidade de


condutas ilegais praticadas em determinadas circunstâncias.

Art. 23 do CP - Não há crime quando o agente pratica o fato:


I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.
• Legítima defesa:

Art. 25 do CP - Entende-se em legítima defesa quem, usando


moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual
ou iminente, a direito seu ou de outrem.

• Estado de necessidade:

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato


para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem
podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício,
nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

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• Erro de proibição: em suma é o erro do agente que recai sobre a ilicitude do
fato, isto é, o agente que supõe que sua conduta é permitida pelo Direito
quando, na verdade é proibida – o autor sabe o que faz tipicamente, mas
supõe de modo errôneo que isto era permitido.

Art. 21 do CP – O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre


a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único – Considera-se evitável o erro se o agente atua ou
se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era
possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

• Erro de tipo: o agente tem uma percepção equivocada da realidade em relação


a algum elemento constitutivo do tipo legal, sendo excluído o dolo, mas sendo
possível a punição por crime culposo, se previsto em lei.

• Inimputável: é aquele sujeito inteiramente incapaz de entender o caráter


ilícito do fato. Sujeito à medida de segurança.
• Embriaguez voluntária ou culposa pelo álcool ou substância de efeitos
análogos não exclui a culpabilidade. No caso de embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, dependendo do grau de
consciência do agente, pode haver a exclusão da culpabilidade.
• Crimes omissivos próprios: tipo penal específico. Deixa de agir. Não admite
tentativa.

• Crimes omissivos impróprios: dever de agir para evitar o resultado. Se omitir


responderá pelo resultado de sua omissão. A lei impõe o dever de cuidado,
proteção e vigilância. Há a hipótese de ser o garantidor, o sujeito assume a
responsabilidade de impedir o resultado. Há a hipótese do sujeito criar o risco,
respondendo pelo resultado.

• Desistência voluntária: o sujeito dará início na execução do delito. Por vontade


própria não ocorrerá a consumação. O sujeito não executará os atos. Ele
simplesmente para. Responderá pelos atos até então praticados. Não admite
forma tentada.
• Arrependimento eficaz: o sujeito dará início na execução do delito. Por
vontade própria não ocorrerá a consumação. Quando o sujeito realiza tudo
para consumar e antes da consumação, ele age para impedir, ele se arrepende.
Se não for eficaz o arrependimento, ou seja, se o resultado se produzir, o
sujeito responderá pelo delito na modalidade consumada. Não admite forma
tentada. Ex: A atira em B e se arrepende e leva B para o hospital.
• Arrependimento posterior: incide depois da consumação do delito. Somente
para crimes praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa. O
arrependimento ocorrerá com a reparação do dano ou restituiu a coisa se
ocorrer até o recebimento da denúncia ou queixa-crime. É causa de
diminuição da pena de 1/3 a 2/3.
• Crime impossível: o agente inicia a execução do delito, mas não alcança a
consumação por ineficácia absoluta do meio (arma defeituosa, por exemplo)
ou impropriedade absoluta do objeto (vítima já estava morta quando alvejada
pelo agente, por exemplo). Atipicidade da conduta. Não responde sequer pela

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tentativa. SE a ineficácia ou impropriedade for relativa (a arma trava no
momento do tiro, por exemplo), o sujeito responderá pela tentativa.
• Erro de tipo essencial: o sujeito vai incorrer no erro sobre o elemento
constitutivo do tipo (matar alguém, subtrair coisa alheia móvel, por exemplo).
Nesse caso, o agente não saberá que está incorrendo no erro. Se o erro de tipo
for invencível (qualquer pessoa irá errar), terá a exclusão do dolo e da culpa,
tendo a atipicidade da conduta. Se o erro de tipo foi vencível (se a pessoa não
teve o cuidado necessário) excluirá o dolo, mas responderá pela culpa.

• Erro de proibição: o sujeito sabe o que faz, mas supõe que a conduta que está
desenvolvendo é permitida, mas na verdade, é proibida. O erro é quanto a
ilicitude do fato. Se o erro era inevitável, será isento de pena. Se o erro poderia
ser evitável, responderá pelo crime, mas com pena reduzida.
• Erro sobre a pessoa: o sujeito quer atingir uma pessoa, mas por erro na
identificação, acaba atingindo outra pessoa. Deverá se considerar as
condições e qualidades da vítima pretendida.
• Erro na execução: o erro é no meio de execução ou acidente e atinge pessoa
diversa. Deverá se considerar as condições e qualidades da vítima pretendida.

• Coação moral irresistível: coator por meio de grave ameaça faz com que o
coagido pratique um fato típico e ilícito. O coagido será isento de pena, haverá
uma exclusão da culpabilidade decorrente da inexigibilidade de conduta
diversa. O coator é quem responderá.

• Coação física irresistível: coator emprega força física sobre o coagido. Coagido
não responderá, pois trata-se de causa excludente da tipicidade.
• Obediência hierárquica: figura do superior hierárquico por meio de ordem não
manifestamente ilegal faz com que o subordinado pratique um fato típico
ilícito. Somente o superior que irá responder pelo fato típico ilícito.
• Estado de necessidade: o sujeito vai praticar um fato típico para se salvar de
uma situação de perigo. O bem protegido deve ser igual ou maior valor que o
bem sacrificado.
• Legítima defesa: o sujeito vai praticar um fato típico para repelir injusta
agressão. Uso moderado do meio e deve se usar os meios necessários e
suficiente para fazer cessar a agressão.

• Estrito cumprimento de um dever legal: o agente é público, pratica fato típico,


está em cumprimento de um dever imposto pela lei.
• Exercício regular de um direito: o agente é um cidadão comum que vai praticar
um fato típico que está no exercício regular de um direito (esporte com
contato físico, por exemplo).
• Inimputabilidade pela doença mental ou desenvolvimento mental incompleto
ou retardado: somente será considerado inimputável se for inteiramente
incapaz de compreender ou determinar o que estava fazendo no momento da
ação. O critério usado para aferir a inimputabilidade é o critério
biopsicológico. Na sentença o juiz não condena o sujeito, a sentença será
absolutória imprópria, devendo submetê-lo a uma medida de segurança
podendo ser internação ou tratamento ambulatorial. O prazo de duração da
medida de segurança é mínimo de 1 a 3 anos, e o máximo será quando cessar

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a sua periculosidade que de acordo com a Súmula 527 do STJ será aquela pena
máxima cominada ao delito.
• Inimputabilidade pela embriaguez completa: o sujeito fica inteiramente
incapaz de compreender o caráter ilícito da conduta. Isento de pena.

• Inimputabilidade pela embriaguez acidental: no caso fortuito ou força maior


o sujeito fica inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito da
conduta. Isento de pena.

• Concurso de pessoas: precisa que esteja presentes alguns requisitos.

→ Pluralidade de conduta: duas ou mais pessoas na execução de uma infração


penal.
→ Relevância causal das condutas: a conduta do sujeito tem que ser
minimamente relevante para que tenha ocorrido o resultado.
→ Vínculo subjetivo (ligação entre os agentes): os sujeitos concorrem para o
mesmo resultado. Os agentes devem atuar conscientes de que participam
de crime comum, ainda que não tenha havido prévio de vontade.
→ Identidade de infração: responderão pelo mesmo delito.

 Participação de menor importância: mínima contribuição para a


produção do resultado.

 Cooperação dolosamente distinta:

• Regime inicial de cumprimento de pena: crimes apenados com:

→ Reclusão: o juiz pode fixar o regime inicial sendo fechado (pena superior a
8 anos), semiaberto (se não for reincidente e pena entre 4 e a 8 anos) ou
aberto (se não reincidente e pena de até 4 anos).
 Súm. nº 269 do STJ: “É admissível a adoção do regime prisional
semiaberto aos reincidentes condenados à pena igual ou inferior a 4
anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”
→ Detenção: o juiz pode fixar o regime inicial semiaberto ou aberto.

• Pena restritiva de direito: requisitos

→ Crimes dolosos: só é possível se a pena aplicada até 4 anos e se não


cometidos com violência ou grave ameaça.

→ Crimes culposos: a substituição será possível independentemente da


quantidade da pena imposta.
→ O réu não pode ser reincidente em crime doloso. Exceto se a medida for
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em
virtude da prática do mesmo crime.

• Concurso de crimes: pratica mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou


mais crimes, idênticos ou não.
→ Concurso material: pluralidade de conduta (estupra + mata), as penas serão
somadas.

→ Concurso formal: unidade de conduta. O sujeito com uma única conduta


pratica dois ou mais crime. Imperfeito/impróprio: somente para crimes
dolosos, irá desejar todos os resultados (coloca bomba no carro para matar

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todos), a pena será somada. Perfeito/próprio: mediante só uma ação pratica
dois ou mais crimes (atropela duas pessoas ao mesmo tempo), responderá
pela mais grave.

→ Crime continuado: pluralidade de condutas. Crimes da mesma espécie, do


mesmo tipo penal. Que foram praticadas na mesma condição de tempo,
lugar e maneira de execução.

→ Concurso material benéfico: Se da aplicação da regra da exasperação da


pena, no concurso formal, a pena tornar-se superior à que resultaria se
somadas, deve-se adotar o critério do cúmulo material, porque, nesse caso,
será mais benéfico.
• Abolitio criminis – lei nova que deixa de considerar fato como crime. Cessam
todos os efeitos, permanece os efeitos extrapenais (civil ou administrativa).

• Teoria da atividade: reputa praticado o delito no momento da conduta, não


importando o resultado. Leva-se em consideração o tempo do crime. Súmula
711 STF: lei nova ainda mais grave se entrar em vigor antes de cessar o crime
permanente.
• Reincidência: pressupõe uma sentença condenatória transitada em julgado
por prática de crime anterior.
→ Não será reincidência: se comete crime militar próprio e crime político.
Considerar temporalidade: duração de 5 anos contados a partir do
término/extinção da pena. O período de prova é computado, período este
considerado como liberdade condicional.

• Suspensão condicional: só vale para pena privativa de liberdade. Pena aplicada


até 2 anos (regra), exceto a pena aplicada até 4 anos se sursis do “mauro”
(maior de 70 anos na época da sentença) ou questão relacionada a saúde.

• Livramento condicional: não reincidente em crime doloso (cumpre 1/3 da


pena). Se reincidente crime doloso (cumpre ½ da pena). Crime hediondo ou
equiparado (cumpre 2/3 da pena). Sujeito precisa ter bom comportamento e
não ter cometido nenhuma falta grave nos últimos 12 meses.
→ Vedado: reincidente para crime hediondo/equiparado com resultado morte
não cabe livramento condicional ou se condenado em crime
hediondo/equiparado com morte.

Direito Processual Penal

Direito Civil

 Da pessoa natural (Emancipação e Ausência)

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• Possuindo o ausente mais de 80 anos e inexistindo notícias suas há pelo menos
5 anos, poderá ser requerida, diretamente, a sucessão definitiva.

"Art. 38 do CC. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também,


provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de
cinco datam as últimas notícias dele."
• Sem declaração de ausência (art. 7º e incisos do CC/02):

- Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

- Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for


encontrado até dois anos após o término da guerra.

• Com declaração de ausência (art. 6º do CC/02)

- Nos casos em que a lei autorizar a abertura da sucessão definitiva (dez anos
após o trânsito em julgada da sentença que concede a abertura da sucessão
provisória).
• Além dos efeitos patrimoniais advindos da abertura da sucessão definitiva, o
CC determina que a sociedade conjugal terminará também pela morte
presumida de um dos cônjuges.
• Decorrido 1 ano da arrecadação dos bens do ausente, os credores de obrigações
vencidas e não pagas poderão requerer que se determine a abertura da
sucessão provisória.

"Art. 26 do CC. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente,


ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três
anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e
se abra provisoriamente a sucessão."

Art. 27 do CC. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se


consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de
sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
• A emancipação voluntária é concedida por ambos os pais, ou por um deles na
falta de outro, ao menor de 16 anos completos por meio de instrumento
público e independentemente de sentença judicial.
• A emancipação judicial é aquela deferida por meio de sentença judicial, ouvido
o tutor, ao tutelado que tenha completado 16 anos.
• Emancipação legal é aquela que deriva das hipóteses legais taxativamente
previstas no art.5º, II a V.

Art. 5º do CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos,


quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida
civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou
por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos;

12
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria.

 Negócios Jurídicos (da condição, termo e encargo)

• Doação condicional: embora celebrada sob condição suspensiva, na doação


condicional poderá o donatário praticar atos destinados à conservação do
bem, inclusive pleiteando-os judicialmente.

Art. 130 do CC. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição


suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a
conservá-lo.

• Termo: arts. 131 a 135 do CC/02

→ Negócio jurídico depende de evento futuro e certo (cláusula)

→ Quanto aos efeitos: inicial/final

→ Quanto à origem: legal/convencional

→ Quanto à determinação: certo/incerto

→ Identificado pelo conjunção quando

→ suspende (termo inicial) ou faz cessar (termo final) os efeitos do negócio


jurídico.

→ Exemplo: a doação de um imóvel ao um filho quando do falecimento do pai.

• Condição: arts. 121 a 129 do CC/02

→ Negócio jurídico dependente de evento futuro e incerto (cláusula)

→ Quanto a licitude: lícitas/ilícitas.

→ Quanto a probabilidade: possíveis e impossíveis.

→ Quanto à origem: causas potestativas (simplesmente, meramente ou


puramente) e mistas.

→ Quanto aos efeitos: suspensivas/resolutivas.

→ Identificada pelas conjunções se ou enquanto


→ suspende (condição suspensiva) ou faz cessar (condição resolutiva) os
efeitos do negócio jurídico.

→ Exemplo: a compra de um apartamento para filho se ele for aprovado em


vestibular.
• Modo/encargo: arts. 136 e 137 do CC/02

→ Doação, testamento, legado

→ Liberalidade + ônus.

→ Identificado pelas conjunções para que e com o fim de.

13
→ não suspende, nem faz cessar a eficácia do negócio jurídico. Caso não seja
cumprido, cabe revogação da liberalidade.

→ Exemplo: A doação de uma casa para que seja ela transformada em abrigo
para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Art. 137 do CC/02. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou
impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade,
caso em que se invalida o negócio jurídico."

 Negócios Jurídicos (defeitos ou vícios)

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente


necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores


vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido
suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a
redução do proveito.
• Estado de perigo: O estado de perigo ocorre no momento em que se declara a
vontade, assumindo obrigação excessivamente onerosa, por conta da
necessidade de salvar a si ou a alguém a quem se liga por vínculo afetivo. O
agente somente assume a obrigação por conta do perigo atual ou iminente,
que atua como verdadeiro fator de desequilíbrio, não aniquilando à vontade
por completo, mas, verdadeiramente, limitando a liberdade de manifestação.

• Dolo: Enquanto no erro há uma (espontânea) falsa impressão das


circunstâncias do negócio, no dolo tem-se um vício através do qual o agente
é induzido a se equivocar em razão de manobras astuciosas, ardilosas e
maliciosas perpetradas por outrem. [...] O dolo, assim, é todo e qualquer
artifício empregado por uma das partes, ou por terceiro, com fito de induzir
outrem à prática de um ato.
• Lesão: Ocorre quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor
da prestação oposta. Ela é sempre um prejuízo resultante da exagerada
desproporção das prestações existentes nos negócios jurídicos; está ligada aos
abusos econômicos/ onerosidades excessivas.
• Erro: o erro é um engano fático, uma falsa noção, em relação a uma pessoa,
ao objeto do negócio ou a um direito, que acomete a vontade de uma das
partes que celebrou o negócio jurídico.
• Coação, para o Código Civil atual, é toda pressão física ou moral exercida
contra alguém, de modo a forçá-lo à prática de um determinado negócio
jurídico, contra a sua vontade, tornando defeituoso o negócio. Lembrando que
duas são as espécies de coação: Coação física/vis absoluta, caracterizada por
uma pressão resultante de uma força exterior suficiente para tolher os
movimentos do agente e Coação moral/vis compulsiva, caracterizada pela
existência de uma ameaça séria e idônea de algum dano.

"Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a


anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

14
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,
do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade."

 Dos contratos em geral (vícios redibitórios e evicção)

• Vícios redibitórios são aqueles que acarretam a desvalorização da coisa ou a


tornam imprópria para o uso.

→ Os prazos são decadenciais, por meio das quais pleiteará abatimento


proporcional no preço ou requererá a resolução do contrato sem prejuízo
de eventuais perdas e danos (ação redibitória).

→ Se perdas e danos, torna-se necessária a comprovação de má-fé do


alienante.
→ Para vício que possa ser percebido imediatamente são de 30 dias, se coisa
móvel e 1 ano se imóvel, a contar da efetiva entrega.
→ Para vício que somente possa ser reconhecido a posteriori o prazo será
contado a partir do momento em que o adquirente tiver ciência do
defeito/vício, até o prazo máximo de 180 dias, se móvel e 1 ano para imóvel.
• Evicção é a perda da coisa, por força de decisão judicial, fundada em motivo
jurídico anterior, que confere a outrem, seu verdadeiro dono.

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir


ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a
evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que
pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele
informado, não o assumiu.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além
da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que
diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele
constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do
valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao
desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

 Direito das obrigações

• Obrigação de dar

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela


embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou
das circunstâncias do caso.
→ Coisa certa: objeto é determinado. Coisa individualizada. Abrange os
acessórios.

→ Perda da coisa certa sem culpa do devedor antes da tradição: resolve-se a


obrigação para ambas as partes, sem perdas e danos.

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→ Perda da coisa certa com culpa do devedor antes da tradição: responderá o
devedor pelo equivalente à coisa, mais perdas e danos.

→ Deterioração da coisa certa sem culpa do devedor: poderá o credor resolver


a obrigação ou ficar com a coisa no estado em que se encontrar, abatido o
preço da desvalorização.

→ Deterioração da coisa certa com culpa do devedor: poderá o credor exigir o


equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a
reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.

→ Acréscimos, melhoramentos e frutos até a tradição: até a tradição


pertencente ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos,
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá
o devedor resolver a obrigação. Além disso, os frutos percebidos são do
devedor, cabendo ao credor os pendentes.

→ Obrigação de restituir e perda da coisa sem culpa do devedor: o credor


sofrerá a perda, ressalvados os seus direitos até o dia da perda (a coisa
perece para o dono).
→ Obrigação de restituir e perda da coisa com culpa do devedor: responderá o
devedor pelo equivalente à coisa, mais perdas e danos.
→ Obrigação de restituir e deterioração da coisa sem culpa do devedor: o
credor somente pode exigir a coisa no estado em que se encontrar, sem
perdas e danos. Isso porque, se a coisa perece para o dono totalmente,
também perece parcialmente.
→ Obrigação de restituir e deterioração da coisa com culpa do devedor: o
credor poderá exigir o equivalente à coisa ou aceitá-la no estado em que
se encontrar, em ambos os casos com perdas e danos.
→ Coisa incerta: é genérica. Indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade.
Em regra, a escolha é feita pelo devedor.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a


escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da
obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a
prestar a melhor.

→ Não há inadimplemento de obrigação genérica, já que o gênero não perece.


Assim, antes da escolha não poderá o devedor alegar perda ou deterioração
da coisa, ainda que por força maior (evento previsível, mas inevitável) ou
caso fortuito (evento totalmente imprevisível).
→ Após cientificado o credor da escolha, a obrigação passa a ser determinada,
aplicando-se as regras para a obrigação de dar coisa certa.

• Obrigação de fazer

→ Possui como objeto uma atividade ou serviço a ser realizado pelo devedor
em proveito do credor.
→ Fungível: é aquela que por sua natureza ou previsão no instrumento, pode
ser cumprida por terceiro (substituível), já que não se exige qualidade
especial do devedor. Pintura de um muro, por exemplo.

→ Se houver inadimplemento com culpa, o credor poderá exigir:

16
 Cumprimento forçado do devedor originário, por tutela específica
(astreintes)

 Cumprimento por terceiro, às custas do devedor originário.

 Resolução com perdas e danos.

 Em caso de urgência, o credor poderá realizar por conta própria a


obrigação de fazer e posteriormente pleitear ressarcimento e perdas
e danos em face do devedor.

→ Infungível: é aquela que não pode ser cumprida por terceiro, já que o
devedor possui qualidade especial, não podendo ser substituído. Cantor
famoso para show, por exemplo.

→ Se houver inadimplemento com culpa, o credor poderá exigir:

 Cumprimento forçado do devedor originário, por tutela específica.

 Resolução com perdas e danos.


 Não cabe cumprimento por terceiro nem autotutela.

• Obrigação de não fazer

→ Impõe ao devedor uma abstenção em relação a determinada atividade,


sendo sempre infungível.
→ Se houver inadimplemento com culpa do devedor, o credor poderá exigir:

 Que o ato seja desfeito, se possível, por tutela específica ou por


terceiro às custas do devedor.

 Resolução com perdas e danos.

 Em caso de urgência, o credor poderá realizar por conta própria o


desfazimento da obra e, posteriormente, pleitear ressarcimento e
perdas e danos em face do devedor.

→ Se a obrigação se tornar impossível, sem culpa do devedor, estará extinta


e resolvida, sem perdas e danos.

• Obrigações alternativas/disjuntivas

→ É aquela formada por duas ou mais prestações, devendo o devedor cumprir


apenas uma delas. A conjunção que identifica a obrigação alternativa é “ou”
e a escolha cabe ao devedor, salvo estipulação em sentido contrário.

→ Fixada a obrigação alternativa e cabendo a escolha ao devedor, este não


pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
→ Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção
poderá ser exercida em cada período.

→ A escolha cabe ao devedor, no entanto, pode ser atribuída, em contrato, ao


credor ou até a um terceiro. Se o terceiro não puder ou não quiser optar,
caberá ao juiz fazê-lo.
→ Se houver inadimplemento:

 Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se


tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra (art. 253 do
CC).

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 Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das
prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele
obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as
perdas e danos que o caso determinar (art. 254 do CC).

 Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se


impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a
prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se,
por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis,
poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da
indenização por perdas e danos (art. 255 do CC).
 Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do
devedor, extinguir-se-á a obrigação (art. 256 do CC).

• Obrigações divisíveis

→ São aquelas obrigações que podem ser cumpridas em partes.


→ Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível,
esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos
os credores ou devedores.
• Obrigações indivisíveis
→ São aquelas que não podem ser cumpridas de forma partilhada, por sua
natureza, motivo de ordem econômica ou dada razão determinando do
negócio jurídico.
→ Havendo pluralidade de devedores, cada um será obrigado pela dívida toda,
mas o devedor que paga a dívida sub-roga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados.
 Direito de Família

• Casamento: precisa de uma celebração, que tem uma certidão.

• União Estável: é um fato da vida que surge pela convivência pública, contínua
e duradoura com objetivo de constituição de família.
→ Para caracterizar união estável, não precisa:

 Ter filhos;

 Morar junto;

 Tempo mínimo.

• Quem não pode casar também não poderá viver uma união estável.

• Impedidos de casar: rol do artigo 1.521 do CC. Se tornará NULO! A pessoa


casada que estiver separada de fato, poderá constituir uma união estável.
• O casamento é possível para quem já estiver com 16 anos (idade núbil), porém
é necessário o consentimento dos pais. Se os pais não autorizarem, o menor
poderá ingressar com uma ação supletória de consentimento contra os pais.
Mediante isso, o juiz definirá um curador especial para acompanhar o
processo. O casamento com 16 anos emancipará o menor.
• Tanto na união estável quanto no casamento há um aspecto patrimonial.

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• Regime de bens na união estável pode ser escolhido por meio de uma escritura
pública no cartório. No silêncio da escolha, será tácito: Regime da Comunhão
parcial de bens (regime regra ou supletório)
• No regime de comunhão universal, separação de bens ou participação final
nos aquestos deve ser feito o pacto antenupcial.

• O pacto antenupcial deve ser obrigatoriamente por meio de escritura pública


e haver a celebração do casamento para produzir efeito.
• Regime de Separação de bens:

→ Pode ser objeto de escolha: faz o pacto

→ Imposta pela lei: separação obrigatória.

 Quem casa com mais de 70 anos; se aplica a União Estável (Súmula


655 do STJ)
 Causa suspensiva: pessoa que divorciou e ainda não fez a separação
de bens e se casa logo em seguida.
 Suprimento judicial para o casamento: menor de 16 anos autorizada
pelo juiz.
 Causa suspensiva e menor idade: poderá alterar depois o regime de
bens.

• É possível alterar o Regime de bens. Porém, precisa de uma demanda


judicial/pedido judicial motivado por ambos os cônjuges e demonstrar que não
há prejuízo para terceiros. Apenas o juiz pode autorizar o regime de bens.
• Art. 1642 CC: qualquer dos cônjuges pode livremente cuidar da própria vida
econômica.

• Art. 1643 CC: qualquer cônjuge pode independente de autorização do outro


praticar atos ligados a economia doméstica. As dívidas ligadas a economia
doméstica vinculam solidariamente os dois, independente do regime de bens.

• Art. 1647 CC: nenhum dos cônjuges, sem autorização do outro, salvo no regime
de separação absoluta de bens.
→ Alienar imóvel;

→ Pleitear imóvel;

→ Fiança;

→ Doação não remuneratória;

 Se a pessoa não der o consentimento, o juiz pode suprir a falta de


anuência.
 Se não houver consentimento do cônjuge e do juiz, a alienação será
anulável por 2 anos contados do divórcio.

• Comunhão parcial de bens: são os bens adquiridos na constância do


casamento.

• Comunhão universal de bens: os bens particulares (antes do casamento) e os


bens adquiridos na constância do casamento será dos cônjuges, mistura tudo.
• Separação de bens: cada um tem seu bem, não se comunicam.

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• Os pais possuem sob os filhos o poder familiar. O poder familiar pode chegar
ao fim por uma perda, por destituição (somente para os filhos menores). Rol
elencado no art. 1.638.
• Art. 1584 CC: guarda unilateral ou compartilhada

• Alimentos: recíprocos entre pais e filhos e entre irmãos.

→ Pedir alimentos aos avós: são subsidiários e complementares. Súmula 596


do STJ.

→ Alimentos devidos aos idosos (+ de 60 anos): são solidários entre os filhos.

 Sucessões

• A morte abre a herança que será partilhada entre os herdeiros.

• Herdeiro é aquele que está na lei ou no testamento.

• Herança: todos os bens ($, imóveis, móveis etc). A herança quando reunida se
torna um bem imóvel.

• Na herança um herdeiro não pode alienar bem específico, pois ele é dono de
uma parte. Pode ceder a parte dele realizando uma “cessão” de forma gratuita
(não tem preferência) sendo para quem quiser. Mas, se for de forma onerosa
deverá ter que dar preferência aos demais herdeiros. Se violar a regra, os
demais herdeiros terão 180 dias a partir do momento que tiver ciência
adjudicar a cota transmitida.
• O herdeiro está sujeito a aceitação. Pode ser expressa ou tácita.

• O herdeiro está sujeito a renúncia que somente pode ser de forma expressa
(termo nos autos ou por escritura pública). Gera direito a acrescer aos outros
herdeiros.

• Quando o herdeiro prejudica seus credores renunciando a herança, o credor


poderá aceitar a herança no lugar do devedor (herdeiro renunciante) que
poderá ser feita no prazo de 30 dias a contar da ciência da renúncia.

• Sucessão legítima: é a que segue a letra da lei. Aplica-se quando ocorrer a


morte da pessoa sem testamento ou tem herdeiro necessário.
→ Herdeiros legítimos: previsto na lei. Na ordem abaixo:

 Descendentes (Filho, neto, bisneto...)

 Ascendentes (pai e mãe, avô, avó...)

 Cônjuge/companheiro

 Colaterais 4º grau (irmãos, sobrinhos, tios, primos – nessa ordem)

 Se não tiver ninguém, irá para o Estado.

• Sucessão testamentária: é o testamento.

→ Sempre pode deixar testamento (a partir dos 16 anos e não precisa de


autorização dos pais.)

→ Se tiver herdeiro necessário, poderá dispor até 50% dos bens disponíveis. Se
dispor acima dos 50%, será caso de redução da disposição testamentária.
→ Se não tiver herdeiros necessário poderá dispor até 100% dos bens. SE
aparecer HN após o testamento, este será rompido.

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→ Forma ordinária: testamento público, cerrado ou particular.

→ Formas especiais: marítimo, aeronáutico, militar.

Ética

 Da atividade da advocacia

• O advogado que não desejar mais patrocinar os interesses de seu cliente


deverá renunciar o mandato, notificar a renuncia ao cliente e cumprir suas
obrigações profissionais durante o prazo de 10 dias seguintes da notificação
de renúncia, cuja obrigação se exaure com a constituição de um novo
profissional que poderá atuar em juízo, mesmo sem procuração, alegando
urgência, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por
igual período.
Art. 3º-A. Os serviços profissionais de advogado são, por sua
natureza, técnicos e singulares, quando comprovada sua notória
especialização, nos termos da lei. (Incluído pela Lei nº 14.039, de
2020)
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional
ou a sociedade de advogados cujo conceito no campo de sua
especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos,
experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe
técnica ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,
permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o
mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

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• Lide temerária, assim entendida como a ação interposta sem justa causa ou
interesse jurídico, por mera imprudência, negligência, erro grosseiro ou culpa
grave, chama injustamente a parte adversa em juízo, ocasionando-lhe danos.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício
profissional, praticar com dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será
solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com
este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria.

• É vedado ao advogado aceitar procuração de quem já tenha patrono


constituído, SALVO por motivo justificável ou para adoção de medidas
judiciais urgentes e inadiáveis.
• É competência dos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou
da Subseção formularem a representação administrativa cabível. Todavia,
pode ser designado outro advogado, investido de poderes bastantes, para o
ato.

Art. 7º-A. São direitos da advogada:


[...]
III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na
ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a
cada dia, mediante comprovação de sua condição;
• Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária
de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos
seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para
a contratação de profissional.
• A advocacia pro bono se estende em favor de pessoas naturais que,
igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio
sustento, contratar advogado.
• A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e
deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de
clientela ou mercantilização da profissão.
• Somente terá a presença de representante da OAB, quando o advogado preso
em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia.

Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as


seguintes atividades:
I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo
e seus substitutos legais;
II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público,
dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça
de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função
de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração
pública direta e indireta;

Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia:


I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional,
contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a
entidade empregadora;

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II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra
ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades
paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de
serviço público.
Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes
dos cursos jurídicos.

• Órgãos de gestão:

→ Conselho Federal: órgão máximo. Composto por conselheiros federais (3 de


cada seccional - delegação), ex-presidente que não tem direito a voto,
somente a voz, salvo os presidentes eleitos antes de 1994 podem ter direito
a voz e volto. A diretoria será votada pelos conselheiros federais. O voto
será sempre por delegação (eles devem entrar em acordo, pois o voto é 1 só
por delegação). Para a eleição da diretoria, será voto individual. 5 anos de
efetivo exercício na advocacia (5 atos privativos em cada ano).
→ Seccionais: OAB estadual. Eleição por chapa – 3 anos (diretoria, conselheiro
seccionais, 3 conselheiros federais, diretoria da CAA). Voto pelos advogados,
obrigatório. Não pode votar o advogado inadimplente, estagiário. 3 anos de
efetivo exercício de advocacia (5 atos privativos em cada ano).

→ Subseções: parcelas da OAB Seccional. Diretoria que é votada. 3 anos de


efetivo exercício de advocacia (5 atos privativos em cada ano). É possível
ter conselheiro quando tiver mais de 100 advogados.
• Inscrição

→ Requisitos do artigo 8º do EAOB

→ Idoneidade. Para ser considerado inidôneo, ter o pedido indeferido, precisa


de 2/3 do conselho seccional.

→ Atividade incompatível – art. 28 do EAOB

→ A inscrição é feita na seccional de atuação.

→ A inscrição principal: permite atuar em todo território nacional. Fora da


limitação da seccional, somente até 5 causas/ano. Voto obrigatório na
época de eleições da OAB.
→ Inscrição suplementar: facultativa. Não é preciso fazer outro exame de
Ordem. Se tornará obrigatória quando o advogado tiver mais de 5 causas
em Estado diverso da sua principal. Voto é facultativo na época das
eleições.

• Estagiário

→ Precisa ser inscrito

→ Não existe inscrição suplementar.

→ Deve ser na seccional da sua faculdade.

→ Limitada por 2 anos, prorrogado por 1 ano.

→ Existe a possibilidade de bacharel em direito ser estagiário, desde que


demonstre vínculo com algum escritório ou órgão.
→ Pode responder sanções disciplinares.

23
→ Não pode ser sócio de escritório, não pode fazer publicidade, não pode votar.

• Licenciamento

→ Forma temporária de não atuar como advogado

→ Incompatibilidade temporária

→ Pode ser pelo advogado, de ofício ou por terceiro.

→ Doença mental curável.

• Cancelamento

→ Se pedir o cancelamento, perde a inscrição;

→ Incompatibilidade definitiva.

→ Pode ser pelo advogado, de ofício ou por terceiro.

→ Doença mental incurável (perda da capacidade civil).

→ Falecimento. Não tem sucessão.

→ Exclusão: precisa de 2/3 dos conselheiros.

• Advogado - empregado

→ Como regra não há relação de emprego entre advogado e cliente.


→ Independente nas suas ações/atuação profissional. Segue o caminho
jurídico que achar melhor.

→ Jornada de trabalho: 8h diárias/40 semanais.

→ Hora extra: 100%.

→ Trabalho noturno: 20h às 05h, receberá mais 25%

→ Honorários de sucumbência: são do advogado empregado. Se estiver


estipulado em contrato que há renúncias contra os h.sucumbência, ficará
sempre a critério do advogado empregado.
→ O período que estiver à disposição do empregador contará como efetivo
tempo de trabalho.

• Sociedade de advogados.

→ Composta somente por advogados.

→ Objeto: só pode atuar nas atividades privativas de advocacia.

→ Tipos: sociedade simples/pluripessoal – 02 ou mais advogados. Sociedade


unipessoal – 1 advogado.
→ Registrada no Conselho Seccional. Pode ter CNPJ.

→ Nome da sociedade de advogados: deve constar o nome dos sócios ou pelo


menos 1 dos sócios. Se falecimento de um sócio, depende de previsão
contratual.

→ Advogado pode ser sócio de 1 sociedade por Conselho Seccional.

→ O advogado para ser sócio em uma sociedade, precisa ter inscrição


(principal ou suplementar) no conselho seccional a qual o escritório atuará.

24
→ O sócio teve a inscrição cancelada, terá que sair da sociedade, tendo que
sair do quadro societário.

→ Responsabilidade subsidiária.

→ Responsabilidade limitada.

→ Associado é o advogado que presta serviço. Não gera vínculo societário. Não
há limites para associação em escritórios de advocacia.
• Honorários

→ Remuneração do advogado.

→ Origem contratual/convencionado: ocorre entre o advogado e o cliente. Não


existe limite. Tem liberdade para fixar o valor. Precisa colocar no papel, ser
escrito. Se torna título executivo extrajudicial. Se não fizer por escrito,
corre o risco de não receber tendo que ajuizar ação de arbitramento contra
o cliente devedor para que o juiz fixe o valor que ache devido.

→ Clausula quota litis: percentual sobre o sucesso da lide. % do quota litis +


Sucumbência não pode ser superior ao valor do cliente.
→ Habilitação de contrato dos honorários nos autos: advogado faz petição em
seu nome pedindo a habilitação dos honorários.
→ Cheque e nota promissória: se cliente não pagar, pode ser protestado.

→ Advogado pode emitir boleto para pagamento desde que tenha anuência do
cliente, porém se este não pagar, o boleto não poderá ser protestado.

→ Sucumbência: fixado pelo poder judiciário limitado entre 10% a 20% pago
pela parte vencida. É verba alimentar, preferencial. Se advogado atuar em
causa própria pode receber também. Advogado público tem direito a
receber. Na renúncia ou revogação também receberá, no caso, será feito
valores proporcionais. Advogado-empregado tem direito, salvo se dispor em
contrato de trabalho que será do empregador.
→ Assistenciais: fixados na justiça do trabalho, em benefícios dos advogados
contratados pelos sindicatos para defesa de direitos coletivos.

→ Prescrição: 5 anos, corre a partir do momento que o cliente tinha que pagar
ou da sentença que condena os honorários de sucumbência.
• Pro bono

→ Gratuita. Não pode cobrar nada!

→ Eventual

→ Voluntária

→ Pode atuar para:

 Pessoas hipossuficientes

 Filantrópicas e sem fins lucrativos e seus assistidos

→ Para quem não é permitido:

 Com fins políticos, partidários

 Fins de captação de clientela

 publicidade

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→ o advogado que atuou como pro bono, não poderá atuar novamente ao
mesmo cliente (sendo pago), tendo que esperar 3 anos para que possa
aceitar
• Atividades privativas da advocacia.

→ Jus postulandi

→ Consultoria jurídica

→ Assessoria jurídica

→ Direção e gerência jurídica

→ Visto em atos constitutivos em contratos sociais de pessoa jurídica

→ Exceção:

 Habeas corpus

 Jus postulandi trabalhista

 JEC – causas até 40 salários – mínimos (entre 20 e 40 salários-


mínimos a presença será exigida após a audiência de conciliação)
 JEF – 60 salários-mínimos

 Revisão criminal

• Direitos e prerrogativas do advogado

→ Inviolabilidade do escritório (local trabalho): não é absoluta, mas para ser


relativizada precisa ter indícios de participação do advogado, mandado
judicial, presença de representante da OAB e não pode atingir demais
clientes que nada tem a ver com o caso. Quando apreendidos, o advogado
e a OAB tem direito de ser chamados para acompanhar a perícia.

→ Advogado não pode fazer delação premiada com pena de exclusão.

→ Comunicação com o cliente: deve ser garantido acesso pessoal e reservada,


mesmo sem procuração, ainda que estiver recolhido na condição do
flagrante.
→ Prisão em flagrante: no exercício da advocacia – quando da lavratura do
flagrante tem que ter o representante da OAB. Em outros casos – não
estava no exercício da advocacia, precisa ser comunicado a OAB.
→ Prisão local: tem direito a prisão especial (sala de Estado-Maior, se não
tiver, terá direito a prisão domiciliar), até o trânsito em julgado da decisão,
se a decisão for definitiva irá para cela comum.
→ Quem não respeita essas prerrogativas ocorre em crime.

→ Sigilo profissional: não depende de cláusula da confidencialidade, é inerente


a profissão. A violação é crime. Exceto: para evitar ofensa a vida,
integridade física e moral. Como autodefesa do advogado.

→ O advogado pode ser testemunha, mas não pode violar o sigilo profissional.

• Desagravo público

→ Advogado ofendido no exercício da profissão e que reflete a classe dos


advogados.
→ Não depende de concordância do ofendido.

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→ A competência é do Conselho Seccional.

→ Qualquer pessoa pode informar sobre a ofensa, inclusive de ofício.

• Incompatibilidade: proibição do exercício da advocacia. Art. 28 do Estatuto.


Func. público com poder de direção. Poder legislativo: na mesa diretora.
Incompatibilidade temporária gera licenciamento. Incompatibilidade
definitiva gera cancelamento da inscrição.

• Impedimento: limitação ao exercício da advocacia. Art. 30 do Estatuto. Func.


público sem poder de direção não poderá contra a fazenda pública que o
remunera. Poder legislativo: não está na mesa, não pode advogar nem contra
nem a favor da fazenda pública em geral.

Direito Ambiental

• Na Constituição:

→ Art. 225, CF

→ Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.


→ Dever do Poder Público e da coletividade de defender e preservar o meio
ambiente.

→ Princípio da equidade ou da solidariedade intergeracional: defesa para o


presente e o futuro.
• Atribuições do Poder Público

→ Previstas no art. 225.

→ Estudo prévio de impacto ambiental (EIA/RIMA): instrumento da política


nacional do meio ambiente que faz uma avaliação do impacto ambiental
(se grave, o que precisa proteger). Precisa ser prévio ao licenciamento
quando tiver uma obra/serviço potencialmente degradador do meio
ambiente. O RIMA resume o EIA, conclui o que o EIA analisou

→ Espaços territoriais especialmente protegidos: são dois grupos. Lei 9985/00


(SNUC) e lei 12651/12 (Código Florestal) que terá a APP (tem área urbana e
rural) e a Reserva legal (somente área rural): Floresta da Amazônia 80%, na
Área do cerrado da Amazônia Legal é 35% e o restante do Brasil é 20%.
→ Pode ter atividade econômica na APP e Reserva Legal desde que seja
sustentável e não cause dano ao meio ambiente. Precisa ser benéfica ao
meio ambiente.
→ Tríplice responsabilidade pelo dano ambiental: os infratores (PF ou PJ)
responderão na esfera penal (crime), na esfera administrativa e na esfera
civil (retorno ao “status quo ante”, objetiva e teoria do Risco Integral,
obrigação civil propter rem, imprescritível).

→ 5 biomas que são patrimônio cultural: floresta amazônica, pantanal, mata


atlântica, zona costeira, serra do mar.

→ SNUC: podem ser instituídas por qualquer ente da federação.

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Direito Eleitoral

• Princípio da anterioridade eleitoral (anualidade eleitoral): toda lei que alterar


o processo eleitoral passará a viger imediatamente. A produção de seus efeitos
ocorrerá após um ano da sua entrada em vigor.
• Sistemas eleitorais: sistema majoritário e proporcional

→ Majoritário: ganha quem tiver mais voto.

 Absoluto: 50% +1 dos votos. PR, GOV e Prefeitos com mais de 200
mil eleitores. Pode ter 2º turno.
 Simples: precisa ter mais que os outros. Senadores e prefeitos de até
200 mil eleitores. Não tem 2º turno.
→ Proporcional: deputados (todos) e vereadores. O que importa são os votos
para o partido político.
• Organização da Justiça Eleitoral
→ TSE, TRE, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais.

→ Funções administrativa, jurisdicional, normativa, consultiva.

• Partidos políticos

→ Pessoa jurídica de direito privado.

→ Criação: registrar em cartório de registro civil de pessoas jurídicas. Tem que


ter 101 fundadores, com 1/3 dos Estado. Tem que ter caráter nacional. Em
2 anos precisa do apoiamento mínimo de eleitores. Registrar o estatuto no
TSE. Precisa ter o registro feito 6 meses antes da eleição.
→ Liberdade e autonomia partidária: livre para criação, fusão, incorporação e
extinção.

→ Coligação somente para o sistema majoritário. Vedada para eleição


proporcional.
→ art. 29, § 9º, da Lei 9.096/95 estabelece que somente será admitida a fusão
ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo
do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

Direito Financeiro

• Instrumentos orçamentários: demonstrarão os planos, as estratégias de


governo para o $$ do cidadão. LOA, PPA e LDO
• Cada ente federativo terá a sua PPA, LOA e LDO.

• Princípios orçamentários.

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→ Princípio da unidade: vinculado diretamente a Lei Orçamentária Anual.
Todas as receitas, despesas devem estar num único plano/documento. NÃO
pode ter pluralidade de orçamentos.
→ Princípio da universalidade: vinculado a LOA. Deverá tratar sobre todas as
receitas previstas e despesas fixadas, devendo estar na LOA. O gestor para
gastar deve observar onde gastará. EXCEÇÃO: crédito extraordinária – para
fazer frente a despesa urgente, despesa imprevista e pode ser autorizada
pelo Executivo por MP ou Decreto.
→ Princípio da exclusividade: a LOA não poderá ter matéria estranha ao
orçamento público.

→ Princípio da anualidade: LOA terá duração de 1 ano civil. Exceto: reabertura


de crédito especial e extraordinário.
→ Princípio do orçamento bruto: o gestor deve registrar efetivamente o que
arrecadou pouco importando se posteriormente este valor será repartido.
Registrar TUDO!
→ Princípio da Publicidade: precisa publicizar que está elaborando os
instrumentos orçamentários.
→ Princípio da Transparência: gestor deve dizer como e porque está
elaborando os instrumentos orçamentários.

→ Princípio da não afetação: os gestores públicos não poderão destinar a


arrecadação dos impostos a uma determinada despesa. ATENÇÃO: Os demais
tributos podem.

• Plano Plurianual – PPA

→ Plano estratégico do Governo.

→ O executivo fixará as Diretrizes, os Objetivos e as Metas para o seu governo


de forma regionalizada visando atender as peculiaridades de cada região
dos seus assistidos.
→ O chefe do executivo elabora o PPA e remete ao Legislativo para depois se
transformada em LEI ORDINÁRIA.

→ O chefe do executivo tem até o dia 31/08 para enviar para o legislativo e
este terá até o dia 22/12 para devolver ao executivo para ser sancionado e
publicado.

→ É somente 1 plano para os 4 anos de mandato.


→ Via de regra, não se fala em despesa. Exceção: despesas de duração
continuada (perdura por mais de 1 ano) e despesas de capital (aquisição de
bens, por exemplo).
→ A vigência do PPA inicia-se no 2º ano do mandato.

→ O término do PPA será no final do 1º ano do próximo mandatário.

• Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO

→ É a tática, o fatiamento do PPA.

→ O chefe do executivo irá propor a sua tática, suas metas e prioridades


financeiras para cada ano do seu governo.

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→ Quem propõe é o chefe do executivo que será encaminhado ao legislativo
que será transformado em LEI ORDINÁRIA

→ Serão 4 LDOS por mandato, pois é 1 (uma) por ano!

→ Atribuições da LDO: orientar a elaboração da LOA, sugerir (não alterar)


alterações na legislação tributária, sugerir aplicações nas agências de
fomento (BNDES, CASA AMARELA, por exemplo).

• Lei Orçamentária Anual - LOA

→ O chefe do executivo colocará em prática a operação.

→ É onde terá a previsão de receitas e fixação de despesas.

→ Chefe do executivo manda para o legislativo, aprovada vira LEI ORDINÁRIA

→ Serão 4 LOAS por mandato.

• Despesa Pública:

→ Para gastar tem que ter autorização (LOA), depois licita e por último
contrata.

→ primeiro pelo empenho (reserva sobre a dotação orçamentária, ainda não


se movimento $), depois a liquidação (verificação se o serviço foi prestado
e se o prestador atende os requisitos para receber) e por último o
pagamento ($$).

Direito do Trabalho

• Empregado:

→ Pessoa física, presta serviço com pessoalidade, não-eventualidade


(frequência), onerosidade e subordinação.

• CTPS

→ Assinatura ocorre em 5 dias úteis, retroativa a data que o empregado


iniciou.
→ É vedado qualquer anotação desabonadora.

• Trabalhador Menor

→ 16 a 18 anos não pode trabalho insalubre, perigoso e noturno e que


prejudique a sua moralidade e frequência escolar.
→ Não corre prescrição.

→ Não pode assinar o TRCT. Deve chamar o sindicato ou responsável.

→ Quando tiver 2 empregados, soma-se as jornadas e a empresa que ele


trabalhar acima das 8h deverá pagar as horas extras.

• Mulher

→ Esforço físico: 20 kg contínuos ou 25kg eventual

→ Gestante/adotante: estabilidade após 5 meses.

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→ Licença Maternidade: 120 – 180 (empresa cidadã)

→ Gestante não pode trabalhar em ambiente insalubre. Muda de função ou


afasta pelo INSS. Ela não perde a insalubridade. A lactante idem sendo 2
intervalos extras até 30min para amamentação.
→ Aborto não criminoso: direito a 2 semanas de licença.

• Empregador

→ Risco do negócio é exclusivo.

→ Grupo econômico: a empresa subdivide. Possuem responsabilidade solidária.


Empregado demitido, poderá entrar contra todas as empresas do grupo.
→ Súmula 129 TST: não caracteriza vínculo empregatício se o empregado
atender a todas as empresas do mesmo grupo econômico.

→ Sucessão: a alteração jurídica do empregador não altera a vida do


empregado. Quem comprar uma empresa será responsável por tudo da
empresa, mesmo antes de sua efetiva compra.
• Contrato de trabalho

→ É um acordo entre as partes.

→ Não tem vínculo empregatício entre o cooperado e a cooperativa.

→ o líder religioso não tem vínculo empregatício, salvo se houver o


desvirtuamento da atividade religiosa.

→ Prazo indeterminado: data de início sem data de fim

→ Prazo determinável: com data de início e fim.

→ Atividade ou Empresa transitória. Pode contratar com prazo determinável


máximo de 2 anos sendo renovado por 1 x. entre um contrato e outro deve
ter 6 meses entre eles.

→ Contrato de Experiência: máximo 90 + 90.

→ Atleta profissional no mínimo 3 meses, máximo 5 anos. Sem limite de


renovação.

→ Intermitente: é o empregado reserva. Tem direito a todos os direitos


trabalhistas. Contrato escrito. Se no mês não trabalhar, não receberá. Não
tem dia e horário fixo. Não pode sofrer qualquer tipo de discriminação no
seu salário. Ao ser convocado, que deverá ocorrer com 3 dias de
antecedência e o empregado terá 1 dia útil para responder. Multa dos 50%
vale para o empregado e empregador.
• Teletrabalho

→ Jornada: tem direito a hora extra

→ Tarefa: não tem direito a hora extra

→ Produção: não tem direito a hora extra

→ Quem trabalha com tecnologias de informação fora da empresa;

→ Pode ser contrato por jornada, produção ou tarefa;

→ O tempo de uso de softwares não conta como tempo a disposição;

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→ É permitido para aprendizes e estagiários;

→ Troca do presencial para teletrabalho o empregado deve concordar;

→ Troca do teletrabalho para presencial é uma imposição do empregador, que


dará 15 dias para o empregado realizar a troca;

→ Os materiais fornecidos para o trabalho não são considerados salário. É


negociado entre empregador e empregado;
→ Preferência para trabalhadores portadores de alguma deficiência ou com
filhos de até 4 anos de idade para o teletrabalho.

• Alteração Contratual

→ Quando o empregado concordar e quando for mais benéfico.

→ Exceção: empregado hiper suficiente é aquele que tem diploma e ganha 2x


o teto do INSS ou ACT e CCT.

→ Exceção: reversão ao cargo de origem. Perdeu a função, perde a


gratificação.
→ Transferência: quando se altera o domicílio. Só pode transferir o empregado
somente quando ele concordar. A empresa pode transferir o empregado se
comprovar a necessidade estando em contrato ou se empregado for cargo
de confiança.

→ Transferência provisória: adicional de 25%.

→ Transferência definitiva: não tem adicional.

• Suspensão e interrupção contratual

→ Interrupção: não tem trabalho, porém recebe e conta tempo de serviço.


Feriado, descanso semanal remunerado, atestado médico até 15 dias,
lockout da empresa, interdição da empresa e as faltas justificadas do 473,
CLT.

→ Suspensão: é quando não trabalha, não recebe e não conta tempo. Greve,
suspensão disciplinar (máximo 30 dias), aposentadoria por invalidez, serviço
militar obrigatório, licença maternidade, auxílio-doença.

• Cláusula compromissória Arbitragem

→ Somente é possível para o empregado que ganha 2x o teto do inss

• Termo de quitação anual


→ É possível a quitação anual de direitos trabalhista, desde que com o aval
do sindicato.

• Jornada de Trabalho

→ Regra: 8h diárias e 44h semanal

→ Tolerância: +/- 5min

→ Horas in itinere: não conta tempo de serviço. Mas, se sofrer um acidente


no percurso considera acidente de trabalho.

• Empregado em regime em tempo parcial

→ Aquele que trabalha de 27 a 30h é vedado hora extra.

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→ Aquele que trabalha até 26h só pode fazer 6horas extra.

• Controle de jornada

→ Obrigatório para estabelecimento acima de 20 funcionários.

• Turno ininterrupto de revezamento

→ Empregados que trabalham em turno que se alternam tem a jornada


reduzida para 6 horas diárias (o que passar é hora extra), salvo estipulação
em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
• Jornada extraordinária.

→ Máximo 2 HE por dia com o adicional de no mínimo 50%; pode ser de 100%
se for no feriado ou fim de semana
→ Banco de horas de 1 ano = negociado com o sindicato;

→ Banco de horas de 6 meses = acordo individual;

→ Lícita compensação de jornada dentro do próprio mês; previamente


acertada.

→ Para HE em atividades insalubres precisa de prévia autorização do MTE,


salvo jornada 12x36 (art. 60 da CLT);
→ Trabalhador externo, cargo de confiança e em regime de teletrabalho não
tem controle de jornada, logo não tem HE (art. 62 da CLT).
• Sobreaviso

→ Depois da jornada o Empregado está à disposição da empresa em casa, por


24h e receberá 1/3 do salário. Se trabalhar é hora extra.

• Prontidão

→ O empregado fica na empresa por 12h e receberá 2/3 do salário. Se trabalhar


é hora extra.
• Hora noturna

→ Urbano: 52:30, adicional de 20%, 22h ás 05h

→ Rural: 60:00, adicional 25%, pecuária 20h às 04h. Lavoura: 21h às 05h

• Intervalo interjornada

→ Entre um dia e outro tem que ter um intervalo mínimo de 11h. se fizer
menos, deverá receber hora extra.
• Intervalo intrajornada

→ Até 4 horas não tem intervalo

→ De 4 a 6 horas tem 15 min

→ Acima de 6h mínimo de 1h e máximo 2h

→ Pode haver redução de intervalo se por acordo ou convenção coletiva ou


autorização do MTE para 30 min. NÃO pode por acordo individual
→ Em caso de não concessão, paga-se o que faltou acrescido de 50% como
verba indenizatória.

• Férias

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→ Pode ser parcelada em 3 períodos. 1 de 14 dias e demais não podem ser
inferior a 5 dias

→ Não pode começar dois dias antes de feriado ou DSR.

→ Escolha das férias: é do empregador. Exceto: podem escolher as férias os


membros da mesma família desde que sua saída não prejudique a empresa.
O empregado menor de idade pode escolher para coincidir com as férias
escolares.
• Remuneração e Salário

→ Remuneração = salário (pago pelo empregador) + gorjeta (pago pelos


clientes).

→ Verba de natureza salarial: salário-base, comissões e complementações


(adicional ou gratificação).

→ Verbas de natureza não salarial: vale transporte, ajuda de custo, prêmio,


diárias, PLR, Vale alimentação, auxílio-creche
• Salário utilidade

→ Bens e produtos.

→ Para o serviço não integra o salário


→ Pelo serviço integra a verba salarial, irá incidir no 13º.

• Desconto salarial

→ Somente é permitido desconto salarial em razão de adiantamento salarial.


Atenção a culpa (previsão contratual) e dolo (não precisa de previsão do
contratual).

• Aviso prévio

→ Prévia notificação que uma parte quer rescindir o contrato.

→ Aviso prévio que parte do funcionário: 30 dias

→ Aviso proporcional que parte da empresa: min de 30 e máx de 90 dias. A


cada ano, some 3 dias;

→ Aviso indenizado ou trabalho: empresa decide. O contrato só termina no


final do aviso prévio, seja ele indenizado (em casa) ou trabalhado. Durante
o aviso prévio é pago o FGTS. A prescrição só começa após finalizar o
contrato de trabalho. Há direito a redução de 2h de trabalho.
→ O aviso pode ser cancelado desde que a parte contrária concorde.

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Direito Processo do Trabalho

• Do protocolo da PI até a prolação da sentença não há recurso.

• As decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato.

• Medida cabível para decisão interlocutória no processo de trabalho pode ser o


mandado de segurança no prazo de 120 dias. Serve para destrancar outros
recursos.
• Recurso Ordinário: prazo de 8 dias

→ Da sentença proferida na Vara do Trabalho, será cabível o Recurso Ordinário


no TRT.

→ O TRT pode processar julgar ações originárias AR, MS, DC, seja dissídio
individual ou coletivo e que quando julgadas podem ter recurso ordinário
que vão para o TST
→ RO tem duas hipóteses de cabimento da Vara de trabalho para o TRT e do
TRT para o TST

→ Quando o RO for feito de uma ação no procedimento sumaríssimo.


Chegando no tribunal será imediatamente distribuído, terá parecer oral,
terá acordão consistente unicamente na certidão de julgamento, poderão
designar Turma específica para o julgamento. Tudo para dar celeridade no
processo.

• Se na decisão do Acórdão do RO caberá Recurso de Revista para o TST.

• Recurso de Revista: prazo de 8 dias

→ Somente em dissídio individual. Para ser aceito precisa “caber” em


requisitos para ser admitido. viola a CF, contraria lei federal, contrariedade

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de súmula, interpretação divergente etc. Precisa do prequestionamento e
Transcendência. Precisa da demonstração específica.
→ Prequestionamento: prévia análise daquela decisão. Se não houver
prequestionamento (análise) caberá embargos de declaração.

→ Transcendência: relevância para a sociedade, seja econômico ($ alto),


política (desrespeito a Súmulas), social (férias, 13º, salário-mínimo) ou
jurídica (ao mudar lei, artigo).

→ Nos procedimentos sumaríssimos somente RR se violar súmula do TST e do


STF ou violar CF.
• Agravo de petição: prazo de 8 dias

→ Decisão na execução, agravo de petição

→ Quando se começa o processo de execução, haverá uma sentença e o


recurso cabível é o Agravo de Petição. E do Agravo de Petição será cabível
Recurso de Revista caso viole dispositivo da Constituição (ão, ão, ão).

• Embargos de declaração: prazo de 5 dias

→ Somente para sanar vícios (omissão, obscuridade, contradição) da


sentença.
→ Não busca reformar a decisão.

→ Prazo de 5 dias.

→ Efeito modificativo: às vezes, para sanar o vício, poderá modificar a decisão.


Tem-se que ouvir a parte.
→ Interrompem o prazo para os demais recursos. Zera o cronômetro e
recomeça de onde parou.

• Agravo de instrumento: prazo de 8 dias

→ Negado o seguimento, agravo de instrumento

→ Toda vez que tiver um recurso denegado, para destrancar agravo de


instrumento.
→ Quando o juízo a quo não remete o recurso para o juízo ad quem.

→ Provido o Agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento principal.

→ Agravo de instrumento será para o juízo ad quem!

• Agravo interno: prazo de 8 dias


→ Decisão do relator, agravo interno

→ Cabe quando tem decisão de relator.

→ Quando não se concorda com a decisão do relator, o agravo interno será


cabível para levar a decisão ao colegiado.

• Já no TST há dois caminhos:

→ Para o STF é o Recurso Extraordinário que viola frontalmente a


Constituição. Prazo de 15 dias
→ Se for divergência Jurisprudencial (turmas decidindo de formas diferente),
será Embargos ao TST no prazo de 8 dias.

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 Embargos infringentes para dissídios coletivos

 Embargos de divergência para dissídios individuais

• Execução

→ Só existe execução se houver título judicial ou extrajudicial.

→ Citação do executado para pagar em 48h ou para garantir (depósito da $


devida, ou da apresentação de um seguro de garantia judicial ou indicar
bens) ou penhora. Se passado 45 dias da citação e o juízo estiver sem
garantia, poderá ser feito um protesto e nome no BNDT.

→ Para pessoa jurídica poderá ser feito o IDPJ de acordo com o CPC. Decidindo,
vigorará as regras da CLT. Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar
o incidente, caberá:
Na fase de execução: agravo de petição, independentemente de garantir o
juízo.
Se proferida pelo relator, agravo interno no tribunal de origem

• Embargos a Execução

→ Defesa ao executado

→ Só poderá usar da defesa se garantir o juízo ou penhora dos bens.


→ Prazo de 5 dias

→ Exceção: Fazenda Pública, entidade filantrópica

• Prescrição intercorrente

→ Prazo para no curso de processo de execução precisa dar prosseguimento


será de 2 anos. Se passar esse período, será dado a prescrição.

→ Pode ser declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.

• Recurso Adesivo

→ Feito nas contrarrazões

• Ação rescisória

→ Depósito de 20%, salvo condição de hipossuficiência.

→ Mesmas indicações do CPC

• Acordo extrajudicial

→ Advogados diferente para as partes.

→ Homologação faz coisa julgada

→ 15 dias para juiz analisar.

→ Se juiz não homologar, caberá RO

• Dissídio coletivo

→ Para frustração a negociação coletiva

→ Feito no TRT ou TST

→ Legitimidade: sindicatos ou MPT

→ Haverá sentença normativa de 4 anos.

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→ Será levada para cumprimento.

→ Poderá ser revista após 1 ano de sua vigência quando houver modificação
das circunstâncias tornando-se injustas ou inaplicáveis.

Direito Previdenciário

• Art. 194, CF: a seguridade social é um conjunto integrado de ações de iniciativa


público ou privado para garantir direitos e de ordem de previdência social,
assistência social e saúde.
• Previdência social e assistência social.

• Art. 201 - a previdência social (caráter contributivo) será organizada em


forma de regime geral de previdência social com caráter contributivo, filiação
obrigatória (fonte de renda decorrente do trabalho desde que não seja
protegido por regime próprio - servidor público para cargo efetivo), preservar
a equilíbrio financeiro atuarial.
• Assistência social (não tem caráter contributivo): prestada a quem dela
precisar independentemente de contribuição.
• Regime geral de previdência social:

→ Segurados: art. 9º Decreto 3048/99

 Segurado empregado (CLT) + equiparados (cargo de confiança,


empregado público + concursado temporário)

 Empregado doméstico

 Contribuinte individual (aquele que trabalha para uma ou mais


pessoas ou empresas sem vínculo empregatício. Profissional liberal -
advogado, engenheiro, arquiteto por exemplo), empresário, ministro
religioso, extrativista mineral.

 Trabalhador avulso: trabalha para uma ou mais empresas sem


vínculo de emprego, mas terá intermediação obrigatória do órgão
gestor da mão de obra ou sindicato da categoria.

 Segurado especial: pode trabalhar com agropecuária (até 4 módulos


fiscais sem empregados permanentes e trabalha em regime de
economia familiar), pesca artesanal, seringueiro ou extrativista
vegetal.
→ Segurado facultativo: não tem fonte de renda, mas quer participar do
sistema (dona de casa, síndico sem remuneração, estagiário, por exemplo).
A pessoa que tem regime próprio não pode ser segurado facultativo.
→ Dependentes do segurado:

 Cônjuge/companheiro, filho de qualquer condição não emancipado


até 21 anos, filho inválido, filho com deficiência intelectual mental
ou grave. Não precisa provar dependência econômica, salvo a “EX” se
provar dependência econômica. Enteado ou menor tutelado que prove
dependência econômica.

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 Pais. Precisa provar dependência econômica.

 Irmãos de qualquer condição não emancipado até 21 anos, irmão


inválido, irmão com deficiência intelectual, mental ou grave. Precisa
provar dependência econômica.
 Tendo dependentes de classe anterior, as seguintes são excluídas
automaticamente.

→ Carência: número mínimo de contribuições para ter direito ao benefício.

 Exigido:

o 12 contribuições para auxílio por incapacidade temporária,


aposentadoria permanente

o 180 contribuições para aposentadoria programada ou


aposentadoria rural
o 24 contribuições auxílio reclusão

o 10 contribuições para auxílio maternidade (contribuinte


individual, facultativa e especial)

 Dispensado

o Auxílio maternidade (empregada, empregada doméstica e


avulsa)

o Auxílio por incapacidade temporária ou aposentadoria


permanente quando for acidente de qualquer natureza e
doenças listadas e doença ocupacional ou do trabalho
o Pensão por morte

o Auxílio acidente
→ Benefícios

 Auxílio por incapacidade temporária: depende da incapacidade para


a atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. Doença pré-
existente: quando houver a progressão ou agravamento da doença
ou lesão. Dura até a recuperação da capacidade e, se não houver, é
até a conversão em aposentadoria por incapacidade permanente. O
valor é de 91% do salário de benefício (média de 100% das
contribuições).
 Aposentadoria por incapacidade permanente: precisa estar incapaz
permanentemente para a atividade habitual e insuscetível de
reabilitação para outra profissão que lhe garante sustento.

 Doença pré-existente. Até os 60 anos passa por revisões periódicas.


Pagamento:
o Regra: 60% do salário de benefício + 2% de cada ano que passar
dos 15 anos de tempo contribuição para mulher e 20 anos para
o homem.

o Incapacidade permanente: 100% para acidente do trabalho,


doença profissional ou doença do trabalho. + 25% adicional se
caso precisa de auxílio de 3ª pessoa.

39
o Auxílio acidente: único benefício de caráter indenizatório
(empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e
especial) após consolidação de lesão decorrente de acidade de
qualquer natureza ou causa + perda ou redução da capacidade
de trabalho (50% do salário de benefício).

 Aposentadoria por idade do trabalhador rural: 180 contribuições + 60


anos do homem e 55 anos da mulher.
 Aposentadoria programada: homem de 60 anos e 20 anos de
contribuição. Mulher 62 anos e 15 anos de contribuição. Pagamento:
60% SB + 2% para cada ano, se mulher 15 anos de contribuição e se
homem 20 anos de contribuição.

 Aposentadoria especial: empregado, contribuinte individual (filiado a


cooperativa de trabalho e produção) e avulso. Para quem tiver
exposição a agente físico, químico, biológico que colocam em risco a
saúde ou integridade física do trabalhador pelo tempo de 15 (+ 55
anos), 20 (+ 58 anos) ou 25 anos (+ 60 anos) + idade mínima.
Pagamento: 60% SB + 2% para cada ano, se mulher 15 anos de
contribuição e se homem 15 anos de contribuição.

 Aposentadoria da pessoa com deficiência. Para aquela que tem


impedimento de longo prazo (mínimo 2 anos) de natureza física,
mental, sensorial, interação com barreiras impedem a participação
plena e efetiva em igualdade de condições. Pode ser leve (h: 33 e M:
28), moderada (H: 29 e M: 24), grave (H: 25 e M: 20). Pode ser por idade
(60 anos para homem e 55 anos para mulher) + 180 contribuições na
condição de PCD.
 Pensão por morte: pago aos dependentes do segurado. A forma de
pagamento:

o Regra geral: 50% (cota familiar) + 10% por dependente.


o Exceção: se tiver dependente inválido ou ainda com deficiência
intelectual mental ou grave a pensão por morte será de 100%.
 Auxílio reclusão: prisão em regime fechado, segurado de baixa renda,
carência de 24 contribuições mensais. O valor será de 1 salário-
mínimo.
 Salário-família pago aos segurados de baixa renda e cotas fixas por
filho ou equiparados até 14 anos pagos a empregado, empregado
doméstico ou avulso.
 Salário maternidade: duração de 120 dias. Carência de 10
contribuições mensais somente para contribuinte individual,
segurado especial ou facultativo. Para os demais é sem carência.

 Benefício de prestação continuada: 1 salário-mínimo ou idade (65


anos ou +) mais a impossibilidade de sustento próprio ou provido pela
família. 1 salário-mínimo por família.

→ Prescrição: 5 anos

→ Decadência: 10 anos.

40
Direito do Consumidor

• Consumidor padrão: O CDC é uma lei especial em razão dos seus destinatários,
já que somente é aplicável aos consumidores e fornecedores. Assim, para que
se possa ter a aplicação do CDC é necessária a existência do binômio
fornecedor/consumidor. O consumidor padrão, assim, é aquele que adquire
não profissionalmente produtos ou serviços como destinatário final. Está
consagrado no art. 2º, “caput”, do CDC
• Consumidor equiparado: O CDC também se aplica a terceiros que não seriam
consumidores padrão, mas que foram equiparados a consumidores. O ponto
de partida do parágrafo é a observação de que muitas pessoas, que mesmo
sem ter adquirido produtos/serviços, podem ser consideradas como
consumidores. Temos três situações de consumidor e
equiparados:

→ Art 2°, parágrafo único: “Equipara-se a consumidor a coletividade de


pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo”. O parágrafo demonstra o caráter coletivo da proteção ao
consumidor. Tem por objetivo dar eficácia para a tutela coletiva de direitos
e interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, previstos nos
artigos 81 e seguintes do CDC.

→ Súmula 601 do STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar
na defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos
consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviços públicos.

→ Art. 17: “Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas
as vítimas do evento” (refere-se à seção II, que trata da responsabilidade
pelo fato do produto e do serviço). Equipara a consumidor
todas as vítimas de um acidente de consumo. Assim, o artigo 17 estende a
proteção do CDC para qualquer pessoa eventualmente atingida por um
acidente de consumo, ainda que nada tenha adquirido do fornecedor.
→ Art. 29: “Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos
consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas
nele previstas” (refere-se ao capítulo que trata de práticas comerciais e
contratos). A parte de práticas comerciais e contratos se encontra nos
artigos 30-54 do CDC. Um exemplo de consumidor por equiparação é quando
terceiros são expostos à publicidade enganosa ou abusiva por parte do
fornecedor. Podemos pensar aqui, também em pessoas que ainda não
realizaram contratos, mas que foram expostos à práticas comerciais, tais
como: pessoa que teve seu nome colocado em cadastros de restrição sem
nunca ter comprado em determinada loja, poderá ser enquadrada em
consumidor por equiparação do artigo 29.

• Fornecedor: Sua previsão está tipificada no art. 3º do CDC, qual seja:

Art. 3°. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou

41
comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1° Produto é
qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2° Serviço é
qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito
e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
→ Pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional, estrangeira, ente
despersonalizado. Desenvolve atividade com habitualidade, como sendo o
ofício, a profissão ou uma de suas profissões. Temos aqui ideias de
atividades profissionais, habituais e com finalidade econômica. Importante
lembrar que fornecedor se enquadra como sendo gênero. Desta forma, não
somente o fabricante, por exemplo, mas também transformadores,
intervenientes e até comerciantes poderão ser responsabilizados. Não
importa se regularizado ou não, com CNPJ ou não.
• Objeto da relação de consumo

→ Produto: O produto pode ser todo bem móvel ou imóvel, material ou


imaterial. Também tempos produtos duráveis (bens que não se extinguem
após uso regular, ainda que sofram desgastes, tais como carro, mesa,
eletrodomésticos etc.) e produtos não duráveis (tais como alimentos, por
exemplo).
→ Serviços: Segundo o parágrafo segundo serviço é: “qualquer atividade
fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista.” Assim, as atividades de serviço podem
ser de natureza material, financeira ou intelectual, prestadas por entidades
públicas ou privadas, mediante remuneração
• Direitos básicos

→ O art. 6º do CDC traz um rol exemplificativo de quais seriam os direitos


básicos do consumidor, a saber:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:


I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados
por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados
perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos
e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas
contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre
os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e
serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI - a efetiva
prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;

42
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa
e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação
financeira e de prevenção e tratamento de situações de
superendividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da
regulamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida,
entre outras medidas;
XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da
regulamentação, na repactuação de dívidas e na concessão de crédito;
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de
medida, tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra unidade,
conforme o caso. Parágrafo único. A informação de que trata o
inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com
deficiência, observado o disposto em regulamento.
→ Tais direitos vão ser usados, em especial, em favor do consumidor, a parte
vulnerável da relação de consumo.
• Responsabilidade civil por fato

→ Fato de produto

 Acontecimento que causa danos que decorre de um defeito de


produto.
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequados sobre sua utilização e riscos.
 O que seria o DEFEITO? O primeiro parágrafo do artigo 12 nos informa:
“O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele
legitimamente se espera”. Quem são os responsáveis por fato de
produto?
 Como regra será o fabricante, produtor, construtor e importador
(artigo 12, “caput”).

 Regra: eles serão responsáveis (fabricante, produtor, construtor e


importador).

 Exceção: não serão responsabilizados se provarem:

Art. 13, §3. O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só


não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito
inexiste;

43
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.”

 O comerciante possui responsabilidade quando se fala de fato de


produto:

Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo


anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o
importador não puderem ser identificados; II - o produto for fornecido
sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou
importador; III – não conservar adequadamente os produtos
perecíveis [...] Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao
prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais
responsáveis, segundo sua participação na causação do evento
danoso.

 Prazo prescricional: 5 anos, a contar do conhecimento do dano e da


autoria (artigo 27).
→ Fato de Serviço

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.
 Também aqui temos como fundamento o dever de segurança e com
responsabilidade objetiva. O que seria serviço defeituoso, que trará
um fato de serviço? O primeiro parágrafo do artigo 14 nos responde:
Art. 14, §1º. O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.

 Também já nos fala o parágrafo segundo do artigo 14 que o serviço


não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
Importante: a responsabilidade dos profissionais liberais está
prevista no art. 14, §4 do CDC e é uma exceção à responsabilidade
objetiva. Assim, para que haja a configuração do dever de indenizar
do profissional liberal é necessário que consumidor demonstre que
este profissional agiu com culpa.

• Responsabilidade civil por vício

→ Responsabilidade civil por vício de produto de qualidade

 Impróprios ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor,


assim como aqueles decorrentes da disparidade, com indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária.
 No caso de vício de qualidade do produto, o consumidor poderá:

44
 Fornecedor terá o prazo de 30 dias para sanar o vício. Este prazo é
para sanar, quando for possível. Caso não seja possível, o consumidor
poderá exigir, a sua escolha;
 Substituição do produto por outro da mesma espécie;

 Restituição da quantia paga (atualizada), podendo também pedir


perdas e danos ou abatimento proporcional do preço.

Art. 18, § 3°. O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a
substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
produto essencial.

 Obs.: o prazo de 30 dias pode ser modificado: § 2° Poderão as partes


convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo
anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e
oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser
convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do
consumidor. Tais prazos poderão ser diminuídos ou aumentados.

→ Responsabilidade civil por vício de produto de quantidade

Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de


quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou
modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.

→ Responsabilidade civil por vício serviço

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade


que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor,
assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações
constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.

• Prazos para reclamar dos vícios de produto e serviço

→ A partir de quando começam a contar os prazos?

 Vício aparente: entrega do bem ao consumidor (tanto durável quanto


não durável).

45
 Vício oculto: a partir do momento em que fica evidenciado o
problema.

• Publicidade: O Código de Defesa do Consumidor proíbe a prática da publicidade


enganosa e abusiva.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. § 1º É
enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer
outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o
consumidor a respeito da natureza, características, qualidade,
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados
sobre produtos e serviços.

→ O elemento fundamental aqui, para a caracterização da publicidade


enganosa, é o erro. O critério é a averiguação se houve ou não a indução
do consumidor ao erro. Lembrando que erro é a falsa percepção da
realidade. Além disso, também é vedada a publicidade abusiva, que está no
mesmo artigo (art. 37 §2°):
Art. 37, §2°. É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de
induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa
à sua saúde ou segurança.
• Práticas abusivas: No artigo 39 do CDC está elencado um rol de condutas
consideradas como sendo PRÁTICAS ABUSIVAS, que seriam ações, condutas do
fornecedor que não estariam de acordo com os padrões e as regras do jogo do
CDC. Muito importante que não é a mesma coisa que CLÁUSULAS abusivas
(estas estão dentro dos contratos). As práticas abusivas são vedadas ao
fornecedor de produtos e serviços. Tais práticas podem ser pré-contratuais,
contratuais ou pós-contratuais. A maioria das práticas abusivas estão na fase
pré-contratual, e são exemplificativas, tais como:
→ Inciso I – Venda casada: “condicionar o fornecimento de produto ou de
serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos”. Normalmente tais produtos/serviços são
vendidos separados.

→ Inciso II – Recusa de atendimento à demanda do consumidor: “recusar


atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e
costumes.”
→ Inciso III – Fornecimento de produto ou serviço não solicitado: “enviar ou
entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto ou
fornecer qualquer serviço.” Também o parágrafo único: “Os serviços
prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na
hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo
obrigação de pagamento.”
→ Súmula 532 do STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão
de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-
se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.

46
→ Inciso VI – Orçamento prévio: “Executar serviços sem a prévia elaboração
de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as
decorrentes de práticas anteriores entre as partes.” A obrigação de fornecer
orçamento prévio não é absoluta, já que há casos de urgência em que o
orçamento nem sempre é possível, tais como atendimento
médico/hospitalar.

Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao


consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra,
dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de
pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. § 1º
Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo
prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.

→ Caso não seja nada estipulado em contrário, a validade do orçamento é de


10 dias.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os
contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação
das partes.
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos
decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no
orçamento prévio.
→ Inciso VII: “repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos.” Vedação de uma lista de
consumidores que reclamam e vão atrás de seus direitos. Há outros artigos
que também trazem práticas abusivas (publicidade enganosa, cobrança
vexatória etc.).
• Súmulas importantes:

→ Súmula 597 do STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que prevê


carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações
de emergência ou de urgência é considerada abusiva se ultrapassado o
prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação.

→ Súmula 608 do STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos


contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de
autogestão.

→ Súmula 609 do STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de


doença preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos
prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do segurado.

• Proteção contratual – cláusulas abusivas

→ O art. 51 do CDC elenca situações de cláusulas abusivas. Quando há cláusula


abusiva no contrato, elas serão nulas de pleno direito:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços
ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de

47
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já
paga, nos casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
negócio jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato,
embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do
preço de maneira unilateral
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente,
sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o
fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo
ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por
benfeitorias necessárias.
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos
do Poder Judiciário;
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade
das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral dos
direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a partir da
purgação da mora ou do acordo com os credores.

→ Obs.: há limite para a cláusula penal moratória em casos de contrato de


consumo e não pode passar de 2% conforme o art. 52 § 1°:
Art. 52, § 1°. As multas de mora decorrentes do inadimplemento de
obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento
do valor da prestação.

• Direito de Arrependimento

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a


contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou
serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por
telefone ou a domicílio.

48
→ Requisitos: contratação fora do estabelecimento comercial, especialmente,
por meio eletrônico. Prazo: 7 (sete) dias a contar da assinatura ou do
recebimento do produto ou serviço

• Superendividamento

→ Recentemente ocorreram diversas mudanças no CDC, com a inclusão de


dispositivos que trazem a prevenção e o tratamento do denominado
“superendividamento” do consumidor pessoa natural. O conceito de
superendividamento está no art. 54-A do CDC:
Art. 54-A. Entende-se por superendividamento a impossibilidade
manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a
totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem
comprometer seu mínimo existencial.

→ Dívidas abrangidas: as dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam


quaisquer compromissos financeiros assumidos decorrentes de relação de
consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e serviços de
prestação continuada. Obs.: dívidas não abrangidas:

 Contratos celebrados dolosamente sem o propósito de realizar


pagamento, bem como as dívidas provenientes de contratos de
crédito com garantia real, de financiamentos imobiliários e de
crédito rural;
 Dívidas contraídas mediante fraude ou má-fé ou decorram da
aquisição ou contratação de produtos e serviços de luxo de alto
valor.

Direito Tributário

• Conceito de tributo:

→ Art. 3º do CTN

→ Tributo é toda prestação pecuniária compulsória.

→ Pago em moeda (dinheiro, pecúnia. Exceção: pode pagar bem imóvel quando
houver lei específica do ente competente autorizando essa forma de
pagamento e desde que o dever atenda os requisitos dispostos em lei),

→ Que não constitua sanção (nenhum ente poderá cobrar tributo como forma
de penalidade, punição, sanção política),
→ Nenhum tributo poderá ser exigido de atividade ilícita, mas os frutos
decorrentes da atividade ilícita poderão ser tributados.

→ Exigido pela lei,

→ vinculado

• Espécies de tributos

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→ Imposto

→ Taxas

→ Contribuições de melhoria

→ Contribuições especiais

→ Empréstimos compulsório

• Competência tributária

→ CF autoriza que os entes venham a instituir os seus tributos para que eles
possam arrecadar.
→ União, DF, Estados e Municípios podem criar tributos.

• Novo imposto no Brasil:

→ art. 154, I da CF. Somente a União.

→ Desde que seja criado por lei complementar.

→ Que não tenha fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
no texto constitucional.
→ E que não seja cumulativo.

→ Isso serve para a seguridade social.

• Art. 7º do CTN: competência legislativa para criar, majorar, reduzir ou


extinguir será indelegável.
• Capacidade ativa tributária: delegar as funções administrativas de
arrecadação, fiscalização e execução das normas.

• Atenção: União autoriza o Município através de convênio a arrecadar e


fiscalizar o ITR. Assim, ele poderá ficar com 100% dos tributos. Mas, ele terá
apenas as funções administrativas.

• Limitações tributárias: ferramentas de proteção do contribuinte que irão


limitar o poder de tributar do ente competente.
→ Princípio da legalidade

 Criar (instituir) majorar, reduzir ou extinguir terão que fazer por


meio de lei.

50
 Via de regra, será a lei ordinária (Poder Legislativo).

 Exceção: os tributos IGF, Empréstimo Compulsório, Contribuição de


seguridade residual e Imposto Residual (GECI) somente com LEI
COMPLEMENTAR (Poder Legislativo).
 Poder Executivo: exceção ao princípio da legalidade. Não é necessário
passar pelo poder legislativo.

a) Por decreto, por portaria, resolução alterar (zerar, reduzir,


majorar ou restabelecer) as alíquotas do II, IE, IPI, IOF (são
tributos extrafiscais e tem importante regulação de mercado).
b) Por decreto, por portaria, resolução atualizar base de cálculo do
seu tributo desde que seja nos padrões inflacionários.
c) Medida provisória poderá criar ou majorar tributo desde que seja
tributo afeto da lei ordinária e que seja convertido em lei no
mesmo ano de sua edição. Não poderá trabalhar em matéria
reservada em matéria complementar, ou seja, não faz ressurgir
GECI.

→ Princípio da anterioridade

 Diz respeito a prazo. Quando o contribuinte terá que pagar. Princípio


da não surpresa.

 Ente competente quando criar, majorar somente poderá exigir a


partir do 1º dia do ano seguinte daquele a lei foi publicada.
 Anterioridade nonagesimal: para aquele tributo que o Ente vem a
criar ou majorar tributo, além de respeitar o próximo exercício
também será necessário aguardar 90 dias contados da publicação.
 Exceção: tributos criados, majorados terão sua incidência de
imediato, ou seja, após publicação:

a) II, IE, IOF


b) Empréstimo compulsório em caso de guerra e calamidade

c) Imposto extraordinário em caso de guerra


 Tributos criados ou majorados só respeitarão 90 dias. Não precisa
esperar a virada do ano.
a) IPI, contribuição de seguridade social e restabelecimento de
CIDE/ICMS Combustível.
 Virada do ano: IR e base de cálculo de IPVA e IPTU.

 DICA!

 Súmula Vinculante nº 50 do STF: alterar prazo de pagamento, não


está sujeita a anterioridade.
 Reduzir ou extinguir tributo o efeito também é de imediato.

• Tributos

→ Contribuições de melhoria

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 Obra pública da qual decorra valorização imobiliária. Todos os entes
podem criar essa contribuição por lei ordinária.

 Limite global

 Limite individual

 Somente para os imóveis que foram beneficiados pela melhoria.

→ Empréstimo compulsório

 Só união pode criar o tributo

 Somente por lei complementar

 Nas hipóteses de calamidade, guerra externa e iminência.

 A destinação é vinculada. Tem que ser gasto com a despesa que o


fundamentou.

→ Contribuições especiais

 Só união
 Social

 Intervenção do domínio econômico

 Interesse das categorias profissionais ou econômicas

 Competência comum: contribuição previdenciária para regime


próprio dos servidores públicos (pode ser pago por ativos,
aposentados e pensionistas)
 Contribuições sociais

a) Várias fontes de custeio (bases de incidência);

b) Anterioridade especial de 90 dias;


c) Residuais: competência da União + lei complementar;

d) Imunidade para entidades beneficentes de assistência social (sem


fins lucrativos);

e) Imunidade para receitas de exportação;

f) Imunidade para aposentadorias e pensões pelo regime geral


(INSS).

 Contribuições de intervenção do domínio econômico


a) Imunidade para receitas de exportação;
b) Cide-combustíveis pode ter alíquota reduzida e restabelecida por
ato do Poder Executivo, respeitando apenas anterioridade
nonagesimal.

c) Anuidades corporativas. Parafiscal. Contribuições dos Conselhos


Profissionais.

• Constituição do crédito tributário.

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→ Lançamento determinará:

 Determina-se a matéria tributável (certeza);

 Calcula-se o montante do tributo devido (liquidez);

 Identifica-se o sujeito passivo (quem deve);

 Se for o caso, propõe-se multa.

→ Modalidade de lançamentos:

 Lançamento de ofício: IPTU, IPVA por exemplo.

 Lançamento por declaração: ITCMD


 Lançamento por homologação/autolançamento: o contribuinte faz o
pagamento por si. ICMS, IR, por exemplo
o É possível a revisão do lançamento por iniciativa do contribuinte ou de
ofício da autoridade.
→ Notificação ao contribuinte será de 30 dias.

→ Da notificação pode ter uma suspensão da exigibilidade do crédito:

 Moratória: dilação do prazo para pagar, por lei do munícipio. A União


pode conceder moratória dos entes federados.
 Depósito integral: reserva do valor.

 Reclamações e recursos: são os processos administrativos ao


questionar sobre os tributos. Não pode fazer depósito prévio para
discutir recurso administrativo.
 Liminar e MS ou tutela antecipada.

 Parcelamento. É uma confissão extrajudicial do débito e interrompe


a prescrição.
→ Extinção do crédito tributário. Pode acontecer por:

 Pagamento

 Pagamento antecipado e a homologação do lançamento

 Decisão administrativa irreformável

 Decisão judicial passada em julgado

 Compensação: depende de lei. Compensar entre o devedor e credor.


Elas por elas.
 Transação: concessões recíprocas. Desiste de litigar. Terá um
desconto, por exemplo. Tem que ter lei

 Remissão: perdão. Pode ser sobre tributo e multa. Exige lei.

 Conversão do depósito em renda. Se perder vai para a Fazenda e se


ganhar volta para o bolso do contribuinte.

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 Dação em pagamento em bens imóveis.

 Consignação em pagamento. Quer pagar, mas não consegue. Faz um


depósito judicial

 Prescrição e decadência

→ Decadência:

 Perda do direito de constituir o crédito

 Perda do direito de lançar.

 5 anos

 Prazo – regra geral: 01 de janeiro do ano seguinte ao ano do fato


gerador.

 Prazo – tributo auto lançado: dia do fato gerador, salvo dolo, fraude
ou simulação ou não pagamento/declaração.
 Prazo não interrompe

→ Prescrição

 Perda da possibilidade de cobrar o crédito em juízo.

 Início do prazo: constituição definitiva do crédito. Quando vence o


tributo e o contribuinte não paga.
 5 anos

 Não corre enquanto suspensa a exigibilidade

 Prazo Interrompe. Por parcelamento, por exemplo.

 Pode ser intercorrente. É aquela que ocorre após a execução fiscal.


Citou, inicia a prescrição novamente.
→ Exclusão do crédito.

• Imposto de renda

→ Aspectos gerais:

 Competência da União

 Lançado por homologação

 Regra: só respeitará o próximo exercício.

 Criado por meio de lei ordinária.

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→ Aspectos legais:

 Fato gerador ocorre toda vez que tiver um acréscimo patrimonial


decorrente da entrada de dinheiro no bolso. Seja produto do trabalho,
seja produto do capital ou proventos de qualquer natureza.

 Incidir imposto de renda sobre os valores percebidos a título de


indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que
decorrentes de acordo coletivo.

 Valores de natureza indenizatória não incidirá imposto de renda.

 Não interessa a origem da renda, pagará imposto de renda.

 Princípio da extraterritorialidade: rendimentos oriundos no exterior


pagarão imposto de renda.

• IPI – imposto sobre produto industrializado


→ Aspectos gerais:

 Competência da União por lei ordinária.

 Lançamento por homologação.

 Só irá respeitar 90 dias (anterioridade nonagesimal) se majorar.

 Se reduzir o IPI o efeito é imediato.

→ Aspectos legais:

 Fato gerador ocorre quando houver importação de produto


industrializado, mesmo que seja para consumo próprio.

 Fato gerador ocorre quando houver saída de produtos


industrializados.
 Fato gerador ocorre quando houver arrematação de produtos
apreendidos.

 Fato gerador ocorre quando houver a primeira revenda de produto


industrializado importado.

→ Aspectos constitucionais:

 Alíquotas seletivas: produtos mais supérfluos alíquota maior, menos


supérfluo e essencial alíquota menor.
 Não é cumulativo
 Não incidirá IPI na exportação.
• ICMS

→ Aspectos gerais:

 Competência dos entes federados, Estados e do Distrito Federal, por


lei ordinária.
 Lançamento por homologação.

→ Aspectos legais:

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 Fato gerador ocorre quando houver a circulação jurídica da
propriedade (precisa sair de A e se tornar propriedade de B –
modificação da propriedade), mercadoria (habitualidade, intuito
volume comercial), serviços (comunicação, transporte entre
municipal e interestadual)
 Na importação de mercadoria será devido o ICMS. O Estado que
receberá é aquele que se encontra o destinatário.

 Na exportação de mercadoria não incidirá o ICMS.

 O transporte interestadual para o envio de mercadoria para


exportação também não incidirá ICMS.
• Taxas

→ Tributação feita em troca. É uma contraprestação. Retributivo.

→ Competência comum

→ Criada por lei ordinária e respeita as anterioridades.


→ Base de cálculo: não pode ser idêntica a base de cálculo de outro imposto.

→ Fato gerador: poder de polícia (inspeções sanitárias, preservação ambiental,


licenciamento de veículos etc.) e serviço público específico divisível (taxa
de coleta do lixo domiciliar).

• Execução fiscal

→ Após a notificação do crédito tributário e o não pagamento, será inscrito


em dívida ativa, criando a certidão de dívida ativa, se tornando um título
executivo extrajudicial, onde a fazenda pública irá a juízo cobrar seu
crédito.

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