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ESTUDO DIRIGIDO – DIREITO ADMINISTRATIVO II

Gabriel Carlos Moura

1) Sobre os bens públicos, responda:

1. O que é a imprescritibilidade?

A imprescritibilidade é a inexistência de prescrição penal, ou seja, nos


crimes imprescritíveis, mesmo com o transcurso do tempo, é mantida a
necessidade punitiva do Estado

2. O que é a impenhorabilidade?

Prevista em lei ou pela jurisprudência, é a característica de defesa contra a


penhora de bem imprescindível à residência ou à manutenção alimentar de
pessoa executada por dívida.

3. O que é a não onerabilidade?

é consequência da impenhorabilidade, já que se o bem não pode ser


penhorado, também não pode ser dado em garantia para débitos da
Administração Pública.

4. O que é a inalienabilidade relativa?

a inalienabilidade é relativa, ou seja, não atinge todos os bens públicos,


como os dominicais. Esses são aqueles desafetados a uma finalidade pública
e, em razão disso, são aptos à alienação pelo Poder Público.

2) O que significa afetar um bem público?


É o fato administrativo pelo qual o bem público é vinculado ao
atendimento do interesse público. Ou seja: sempre que o bem servir para algo
de interesse público, ele será considerado um bem afetado.

3) Explique o que é e como se opera a desapropriação.


A desapropriação é o procedimento administrativo pelo qual o Poder
Público ou seus delegados mediante prévia declaração de necessidade
pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário a perda de
um bem, substituindo-o por justa indenização.
Neste sentido, Cretella Júnior afirma que tanto por ser necessidade,
utilidade pública ou interesse social, o fundamento que prevalece sobre o ato
expropriatório é o interesse coletivo sobre o individual.
4) Sobre a intervenção do Estado na propriedade, explique sucintamente
o que é:

1. a) servidão;

A Servidão administrativa é tida como o direito real de gozo, de natureza


pública, instituído sobre imóvel de propriedade alheia, com base em lei, por
entidade pública ou por seus delegados, em face de um serviço público ou de
um bem afetado a fim de utilidade pública.

2. b) requisição;

A requisição administrativa é uma forma extrema de intervenção do


Estado na propriedade privada, pois possibilita ao Poder Executivo,
unilateralmente e sem a necessidade de mediação por parte do Poder
Judiciário, fazer uso de bens e serviços particulares, de modo imediato e
compulsório, com indenização posterior ao privado afetado.

3. c) ocupação temporária;

Pode-se conceituar ocupação temporária como forma de intervenção


pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de
apoio à execução de obras e serviços públicos.

4. d) limitação;

Limitação administrativa outra coisa não é senão uma imposição de


ordem pública genérica, fundada no poder de polícia do Estado, restringindo,
com base na lei, o exercício do direito de propriedade no interesse da
coletividade. Apesar da denominação, a limitação só pode ser estabelecida por
lei em sentido estrito.

5. e) confisco;

É a supressão punitiva de propriedade privada pelo Estado sem


pagamento de indenização. O procedimento judicial do confisco ou
“desapropriação confiscatória” é disciplinado pela Lei nº 8.257/91.

5. f) perdimento dos bens;


O Código Penal Brasileiro permite que bens utilizados para a prática de
crimes, ou produtos de atividades ilegais, sejam perdidos em favor da União,
ou seja, podem ser confiscados e passam a pertencer ao Estado.

6. g) tombamento;

O tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público


(SEEC/CPC) com o objetivo de preservar, através da aplicação da lei, bens de
valor histórico, cultural, arquitetônico e ambiental para a população, impedindo
que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

5) Diferencie: autorização e permissão de uso de bem público.


Autorização é um ato administrativo por meio do qual a administração
pública possibilita ao particular a realização de alguma atividade de
predominante interesse deste, ou a utilização de um bem público. Ato
unilateral, discricionário, precário e sem licitação. Interesse
predominantemente privado. Facultativo o uso da área.
Permissão é ato administrativo discricionário e precário mediante o
qual é consentida ao particular alguma conduta em que exista interesse
predominante da coletividade. Ato unilateral, discricionário, precário, mas com
licitação (qualquer modalidade). Interesse predominantemente público. O uso
da área é obrigatório.

6) Explique sucintamente:

1. a) teoria da irresponsabilidade estatal;

A teoria da irresponsabilidade foi adotada durante a Constituição do


Império de 1824 e Constituição Republicana de 1891. Destarte, mesmo quando
da sua aplicabilidade no Brasil, o servidor ou funcionário público causador do
dano era responsabilizado por sua prática, mas nunca o Estado.

2. b) teoria da responsabilidade subjetiva com ou sem culpa do Estado;

Na responsabilidade subjetiva do Estado, diferentemente da objetiva, o


elemento culpa, provada ou presumida, é indispensável para ensejar o dever
do Estado de reparar o dano.

Adiante, no caso de haver danos causados por atos de terceiros, ou


fenômenos da natureza a responsabilidade é do tipo subjetiva, de forma que
não figura dentro da teoria do risco administrativo, consagrada
pela Constituição Federal. Nesses casos, há a obrigatoriedade de comprovar
a omissão culposa (dentre elas a imprudência, a imperícia ou a negligência)
do Estado, para, então, se caracterizar a obrigação de indenizar.

3. c) teoria da responsabilidade objetiva:


Incialmente importa admitir que na responsabilidade objetiva, existe
uma conduta ilícita, o dano e o nexo causal. No entanto, não será necessário
o elemento culpa razão pela qual se conhece essa modalidade como
responsabilidade independentemente de culpa. Ou seja, esta pode ou não
existir, mas será irrelevante quando analisado o dever de indenizar do
Estado.

7) A Administração Pública possui o dever de indenizar? Explique.


Temos que a responsabilidade civil da administração pública é o dever
de indenizar ao terceiro lesado pelos atos lesivos que praticou com dolo ou
culpa, desde que não causado por dolo ou culpa decorrentes, exclusivamente,
da pessoa lesada.
8) Conceitue, com suas palavras, o que é o controle da Administração
Pública.
O controle da Administração pública se dá por orientação e correção de
um Poder, Órgão e ou Autoridade tem de exercer sobre a conduta de outra.
Esse controle se faz, por atos normativos, que trazem regras, modalidades e
instrumentos
9) Quais são as espécies de controle? Fundamente resumidamente.
Controle interno: é todo aquele realizado pela entidade ou órgão
responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria administração.
Exercido de forma integrada entre os poderes. Responsabilidade solidária dos
responsáveis pelo controle interno, quando deixarem de dar ciência ao TCU de
qualquer irregularidade ou ilegalidade.

Controle externo: ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em


administração diversa daquela de onde a conduta administrativa se originou.
Controle do judiciário sobre os atos do executivo em ações judiciais. Sustação
de ato normativo do poder executivo pelo legislativo;

Controle externo popular: as contas dos municípios ficarão, durante 60


dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

10) Explique como se dá a denominada “coisa julgada administrativa”.


conforme a Súmula 473/STF, coisa julgada administrativa significa a
imutabilidade das decisões proferidas neste âmbito para a Administração
Pública, implicando assim na impossibilidade de se interpor qualquer novo
recurso administrativo, ressalvadas apenas as possibilidades de anulação de
seus atos pelo próprio ente público, quando eivados de vícios

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