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DIREITO ADMINISTRATIVO

RESUMO

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA


- Ato do Poder Público que visa garantir o interesse da coletividade e
retira a propriedade de um particular ou restringe o seu direito.

- Direito de propriedade: o uso da propriedade atenderá a sua função


social (possibilitar/contribuir ao bem comum; a propriedade de um deve
se comunicar com o interesse do outro).

- Relativização do direito absoluto à propriedade: o proprietário pode ser


privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade,
utilidade da pública ou interesse da coletividade, bem como por
requisição em caso de perigo público iminente.

INTERVENÇÕES DO ESTADO
1. Intervenção restritiva
O Estado não retira a propriedade de seu titular, mas impõe
restrições e condicionamentos ao seu uso. É uma restrição mais
branda.
2. Intervenção supressiva
O Estado age mais drasticamente, transferindo coercitivamente
para si a propriedade de terceiro em nome do interesse da
coletividade.
ESPÉCIES
1. Servidão administrativa
Direito da Adm. Pública usar da propriedade para a execução de obras
e serviços de interesse público.
2. Requisição
Utilização emergencial/coativa da propriedade, vide art. 5°, XXV da CF.
3. Ocupação temporária
Uso transitório da propriedade. Antes há pesquisa do potencial da área
com relação à futura exploração/ocupação.
4. Limitação administrativa
São determinações de caráter geral, com a finalidade de condicionar
a propriedade ao atendimento da função social. Tem caráter de
definitividade, e não acarreta o direito de indenização, salvo se
inconstitucional, ilegal ou nulificar o aproveitamento econômico
da propriedade.
5. Tombamento
Visa proteger o patrimônio cultural, tornando-o imodificável e com
direito de preferência do Poder Público.
6. Desapropriação
O Poder Público declara que determinada propriedade é de
necessidade/utilidade pública ou de interesse social (primeira
fase), e depois executa a desapropriação mediante acordo entre as
partes (execução administrativa) ou sem acordo (execução judicial).

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


- Responsabilidade contratual: quando o Estado ofende a um dever
contratual.
- Responsabilidade extracontratual (aquiliana): quando o Estado ofende
um dever legal, sem nenhuma relação jurídica estabelecida entre ele e
um terceiro.
TEORIAS
1. Civilista
É a responsabilização do Estado por meio de aplicação das normas de
Direito Privado, que se divide em:

ATOS DE IMPÉRIO Que não geram responsabilidade


ao Estado, pois este faz valer a sua
vontade por meio de atos de
impositividade.
ATOS DE GESTÃO Geram a responsabilidade do
Estado devido ao dano, nexo
causal e os elementos
subjetivos (dolo/culpa).
CULPA CIVIL Gera a responsabilidade do Estado
devido à conduta (ação ou
omissão) oficial, ao dano, nexo
causal e os elementos
subjetivos (dolo/culpa).

2. Publicista
É a responsabilização do Estado por meio de aplicação das normas de
Direito Público, que se divide em:

CULPA ADMINISTRATIVA Se aplica em três situações (o


serviço não funcionou; não
funcionou bem ou o atrasou). É
por presunção.
RISCO ADMINISTRATIVO A responsabilidade do Estado é
objetiva, sendo suficiente
demonstrar o dano que decorreu
(nexo causal) da atuação estatal. É
possível afastar ou atenuar a
responsabilidade se comprovado
caso fortuito, força maior ou
culpa da vítima.
RISCO INTEGRAL O Estado vai responder
independente de excludentes ou
do agente ter agido ou deixado de
agir.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
- Probo: aquele que tem caráter íntegro; honrado, honesto, reto, correto,
confiável. Retidão de comportamento.

- Improbidade: atos praticados em desconformidade com o que é


correto na prática administrativa.

NOVA LEI DE IMPROBIDADE


LEI N° 14.230 de 2021
- A lei anterior era muito abrangente, de fáceis perseguições políticas.

- Atenção: o STF decidiu que a nova lei não retroage para os casos
já encerrados com decisão transitada em julgado.

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
- Quem está sujeito: pode ocorrer a responsabilização de qualquer
pessoa (física ou jurídica), ainda que não seja agente público.
ATENÇÃO: o particular também responde por improbidade administrativa
se induzir ou concorrer na prática de tais atos.
EXTRA: sujeito ativo próprio é a pessoa que exerce um cargo ou uma
função de agente público, temporária ou permanente; sujeito ativo
impróprio é aquele que comete a prática de improbidade sem ter função
pública, que para ser enquadrada deve ter agido conjuntamente
com o sujeito ativo próprio.

- Categorias de atos: enriquecimento ilícito, lesão ao erário e atos


que atentam contra os princípios.
*A ofensa aos princípios precisa configurar lesão relevante ao bem
jurídico tutelado para ser passível de sanção.
DOLO
1. Dolo genérico
Vontade de praticar a conduta sem nenhuma finalidade especial. Não
consegue configurar a improbidade.
2. Dolo específico
Vontade de praticar a conduta com uma finalidade especial. Consciência,
vontade e finalidade de obter proveito ou benefício indevido para
si ou para outrem.

AGENTES PÚBLICOS
- Agentes políticos: detentores dos cargos da mais elevada hierarquia da
organização da Adm. Pública.
- Servidores públicos: pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às
entidades, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos
cofres públicos.
- Militares: possuem regime especial. Detentores de prerrogativas e
sujeições diferentes.
- Particulares: pessoas físicas que prestam serviços ao Estado sem vínculo
empregatício, com ou sem remuneração.

CARGOS PÚBLICOS
- Por comissão: provido em caráter provisório. Funções de confiança dos
superiores.
- Por efetividade: possui estabilidade e estágio probatório, provido por
concursos públicos de provas ou de provas e títulos.
- Cargo de carreira: se escalona em classes.
- Cargo isolado: não se escalona por ser único na categoria.
FORMAS DE PROVIMENTO
1. Originário
Independe de ter ou já ter tido algum vínculo com cargo público.
2. Derivado
Se relaciona com o fato de o servidor ter ou já ter tido algum vínculo
anterior com cargo público.
EXTRA: provimento é ato jurídico necessário, mas insuficiente sozinho
para o sujeito adquirir a condição de agente público. O ato é
complementado por posse (assumir o cargo), investidura
(aperfeiçoamento da aquisição) e exercício (efetivo desempenho das
atribuições do cargo).
LICITAÇÕES
MODALIDADES
1. Concorrência
Indicada para a contratação de “bens e serviços especiais”, marcados
por alta complexidade; obras e serviços de engenharia e para registro de
preços. É adaptável a qualquer tipo de critério de julgamento, o que
não ocorre com todas as modalidades.
2. Concurso
Se destina a seleção de trabalho técnico, científico ou artístico. O
critério de julgamento é o de melhor técnica ou conteúdo artístico. O
vencedor pode receber prêmio ou remuneração, mas cede os direitos
patrimoniais do seu trabalho e autoriza a execução deste conforme
juízo de conveniência e oportunidade.
3. Diálogo competitivo
Modalidade criada para situações em que a Administração Pública não
sabe o que ela exatamente precisa contratar, ou seja, o seu objeto
ainda não é definido. Ela se divide em:

PRIMEIRA FASE Edital com requisitos que as


empresas interessadas devem
preencher (pré-seleção).
SEGUNDA FASE Há o diálogo para que se encontre
solução satisfatória para a obra,
serviço ou bem desejado, entre as
empresas pré-selecionadas. Aqui é
publicado um segundo edital,
abrindo-se prazo de propostas.
TERCEIRA FASE As empresas que participaram do
diálogo e apresentaram suas
propostas são julgadas, após o
objeto ser definido, sob o critério
da vantajosidade.

4. Leilão
Modalidade em que a Adm. Pública deseja alienar algo, dependendo
sempre de avaliação prévia. O critério de julgamento é o de maior lance.
5. Pregão
Modalidade que ocorre pelo critério de menor preço ou maior
desconto, e é proibida para serviços técnicos especializados, bens
e serviços especiais.

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