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1. TUTELA PÚBLICA
NOÇÃO
A tutela pública é a função que o Estado desempenha para tornar efectivas as normas
juridicas através dum aparelho cuja estrutura não é, todavia, inteiramente
homeogenea.
A tutela, traduz uma garantia dos direitos subjectivos, conferindo-lhes uma
consistencia prática.
I.1. MODALIDADES DE TUTELA PÚBLICA
I. GARANTIAS ADMINISTRATIVAS
As garantias graciosas resultam da institucionalização, no seio da Administração Pública, de mecanismos que controlam a sua
actividade; por isso, tornam-se efectivas através da actuação dos seus orgaos.
Distribuem-se por tres grandes grupos:
1. Garantias petitórias: visam prevenir a lesão de direitos ou interesses legalmente protegidos dos cidadãos e não pressupõem,
em regra, um acto administrativo. Compreendem:
a) O direito a petição: é a faculdade de pedir a Administração Pública que tome determinadas decisões ou providencias;
b) O direito de representação: é a faculdade de fazer uma exposição , manifestando uma opiniao contrária a dum órgão da
Administração Pública ou chamando a atenção duma autoridade administrativa para certa situação ou acto, com vista à sua
revisão ou à ponderação das suas consequências;
c) O direito de queixa: é a faculdade de denunciar qualuqer inconstitucionalidade ou ilegalidade, bem como o funcionamento
anómalo de qualquer serviço, a fim de que sejam adoptadas medidas contra os responsaveis.
d) O direito de oposição administrativa: é a faculdade reconhecida às pessoas, cujos direitos ou interesses legalmente
protegidos possam ser lesados por actos a praticar num processo administrativo, de nele intervirem, contestando quer os
pedidos dirigidos à Administração quer os projectos que esta divulgue ao público.
2.Garantias impugnatórias: são os meios que os particulares podem utilizar para atacar um
acto administrativo perante os orgaos da Administração Pública. São:
a) reclamação: é o pedido de reapreciação do acto administrativo dirigido ao seu autor.
b) O recurso hierarquico: dirigi-se ao superior hierarquico do orgao que praticou o acto
administrativo para que o revogue ou modifque. Fundamenta –se na sua ilegalidade ou
incoveniencia.
c) Recurso hierarquico improprio: permite impugnar um acto administrativo perante um
orgao da mesma pessao colectiva que, não sendo superior, exerce poderes de supervisão
sobre o orgão que o praticou.
d) O recurso tutelar: é o meio de impugnar um acto administrativo praticado por um orgao
duma pessoa colectiva pública perante um orgao de outra pessoa colectiva de direito
público que sobre aquele exerça poderes de tutela ou de superintendencia;
e) Queixa ao provedor de justiça; pode incidir sobre acções ou omissões dos poderes
públicos, para que sejam supridas as deficiencias das tradicionais garantias de protecção
dos cidadãos perante a Adminsitração Pública.
TUTELA PRIVADA
NOÇÃO
A tutela privada, também dita justiça ou coação privada ou autotutela, é a defesa de direitos realizada pelos particulares nas
situações excepciaonais legalmente previstas.
Comporta várias figuras juridicas. Destacamos:
1. O direito de resistencia: é a faculdade de resistir a qualquer ordem que ofenda os nossos direitos, liberdades e garantias e
de repelir pela força qualquer agressão se não for possivel recorrer à autoridade pública;
MODALIDADES DO DIREITO DE RESISTENCIA
a) Resistencia passiva: verifica-se quando existe uma ordem que ofenda direitos e liberdades e garantias, e consiste em não
fazer o que é imposto ou fazer o que é vedado.
Ex: O não cumprimento de ordens que envolvam a prática de crimes;
b) Resistencia defensiva: verifica-se quando existe uma agressão de agentes, e consiste na resposta à agressão.
Ex: repelir uma agressão pela força; a entrada em habitação alheia de autoridades policiais sem mandato judicial , o
proprietário pode impelir a entrada da policia, sem que a sua actuação seja considerada ilicita.
2. A acção directa ( art. 336º CC): consiste no recurso a força para evitar a inutilização prática
dum direito, no caso de ser impossivel recorrer a meios coercivos normais.
Pode consistir na apropriação, destruição ou deterioração duma coisa, na eliminação da
resistencia irregularmente aposta ao exercicio do direito ou noutro caso analogo.
O agente não pode, todavia , exceder o necessario para evitar o prejuizo nem sacrificar
interesses superiores aos que visa evitar o prejuizo nem sacrificar interesses superiores aos que
visa realizar ( art. 336º CC);
EX: A acção do pai que impede pela força que a mãe leve o filho para o estrangeiro, confiado
por tribunal á guarda do mesmo;
A acção de alguém tirar a outem um anel de familia com brasão, que havia sido roubado há
algum tempo;
- A acção de destruição de um muro feito por outrem para impedir a entrada num terreno que
pertence ao primeiro
3. Legitma defesa: é o acto que afasta uma agressão actual ou iminente ilicita contra a pessoa
ou o patrimonio do agente ou de terceiro, quando não for possivel recorrer à autoridade
pública e o prejuizo causado não exceder manifestamente o que puder resultar da agressão
( art. 337º CC).
A legitima defesa tem os seguintes pressupostos:
a) Uma agressao ilegal e actual ou iminente;
b) Contra a pessoa ou o património de quem reage ou de terceiro;
c) Impossibilidade de recurso à autoridade pública;
d) Racionalidade dos meios de defesa, ou seja, proporcionalidade entre esta e a violencia
sofrida. No entanto, se o excesso de legitima defesa for devido a perturbação ou medo não
culposo do agente, o acto considera-se igualmente justificado ( art. 337º nº 2 CC)
4. Estado de necessidade ( art. 339º CC): é a situação em que alguém se encontra, que justifica a licitude da acção
de destruir ou danificar uma coisa alheia para remover o perigo actual ou iminente de um dano manifestamente
superior quer do agente quer do terceiro.
O autor do dano é, obrigado a indemnizar o lesado pelo prejuizo sofrido se o perigo for provocado por sua culpa.
Como a legitima defesa, a o estado de necessidade afasta a ilicitude , mas a violencia aqui permitida não traduz a
reação a uma agressão. ;