Você está na página 1de 15

2017

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

PONTES

DIMENSIONAMENTO DE UMA PASSAGEM SUPERIOR NO


TALATONA

Luanda
2022
PONTES

DIMENSIONAMENTO DE UMA PASSAGEM SUPERIOR


RODOVIÁRIA

Estudante: Arilson Kelly De Sousa Garcia


Curso: Engenharia Civil
N⁰ de matrícula: 20171131
Turma: ECV9 – M1
Docente: Herman Mendes Dumby

Luanda
2022
INTRODUÇÃO

Pretende-se que dimensione uma passagem superior rodoviária (P.S) a construir no


Talatona com as características geométricas do tabuleiro, em lage vigada com duas
vigas, são as que se indicam abaixo.

- Largura útil dos passeios (a)-------------------------------------------------- 1,00 metros


- Altura livre abaixo do tabuleiro (gabarit) ----------------------------------- 5,00 metros
- Dimensões dos 2 Vão ------------------------------------------------------25,00m +28,00m
- Largura do perfil transversal ---------------------------------------------------12,00 metros

Outros dados comuns a todos os trabalhos:

i) A tensão admissível no terreno de fundação de todas as sapatas – 2,0 metros


abaixo do nível da via inferior – é 500 KN/m2
.
ii) Um dos encontros será aparente e o outro, perdido.
iii) Como ações variáveis considere, no primeiro trabalho, apenas os modelos de
carga rodoviária LM1, LM2 e LM4.

Figura 1 - Secção Transversal Genérica da ponte.


OBJETIVOS
Neste 1º trabalho o objetivo é a realização, com recurso a modelos simples de peças
lineares, do pré-dimensionamento do tabuleiro.

Os relatórios a apresentar deverão conter as seguintes peças escritas e desenhadas:


• Memória com os cálculos.
• Enquadramento regular das ações, dos agrupamentos e das combinações
consideradas no dimensionamento;
• Descrição e ilustração dos modelos de cálculos utilizados;
• Cálculos justificativos da segurança das vigas principais incluindo:
o Justificação das cargas aplicadas no modelo de cálculo de uma viga.
o Avaliação das forças de pré-esforço necessária nas seções críticas, no
final do período de vida útil da ponte.
o Definição do traçado dos cabos de pré;esforço.
o Determinação das áreas das seções dos cabos de pré-esforço.
o Cálculo das armaduras passivas das seções críticas.

Materiais Utilizados:

Betão C25/30, γc = 25 KN/m3 ;


Armadura Ordinária A500NR;
Betume, γbetume = 16 KN/m3 ;
Argamassa Bastarda para o passeio, γargamassa = 12 KN/m3 ;
Lancil, γlancil = 21 KN/m3
Cabo de pré-esforço 1860/1600.
GEOMETRIA

Pre-Dimensionamento das vigas

Fazendo um pré-dimensionamento, determina-se altura das vigas de apoio a laje que é


dada pelo seguinte intervalo para o tipo de tabuleiro em questão:

L/25 ≤ h ≤L/14

Como a ponte é constituída por dois vãos, sendo um de 25 m e o outro de 28 m de


comprimento, utilizou-se o maior vão para a determinação da altura das vigas.

28/25 ≤ h ≤ 28/14 ⇔ 0,98≤ h ≤ 2,8

Adotou-se como altura da viga, o valor correspondente à h = 1,4 m.


Para a base determinou-se como sendo um valor no intervalo de 40 à 50% da altura da
viga.

40%h ≤ B ≤ 50%h ⇔ 0,4 × 1,4 ≤ B ≤ 0,5 × 1,4 ⇔ 0,56 ≤ B ≤ 0,7

Sendo assim, adotou-se uma base de B = 0,60 m.

Determinação da Largura da Faixa de rodagem

A determinou-se a largura da faixa de rodagem reduzindo a largura dos passeios de cada


lado (que é de 1 m), da largura do tabuleiro e obtivemos:

w = 12,0 − 2 × 1,0 = 10,0 m


l = 12,0 − 2 × 3 − 0,60 = 5,4 m
l/2=5,4/2 = 2,7 m e l/4 = 5,4/4 = 1,35 m
Logo, as dimensões da secção transversal são apresentadas à seguir:

Figura 2 - Secção Transversal da ponte com as respectivas dimensões em metros.

Nota: Considerou-se o material betuminoso com espessura uniforme, de modo a


uniformizar, tendo a espessura definida de 0,08 m.

Características da secção transversal


Considerando a secção em T
A = 1,64 m2
Xcg = 0,0
Ycg = 1,14m
Ix = 0,479 m4

Secção Longitudinal

Tal como já foi referenciado anteriormente, a ponte é constituída por dois vãos, um de 25
m e o outro de 28 m de comprimento. À seguir, apresenta-se a secção longitudinal da
ponte em questão:

Figura 3 – Secção longitudinal da ponte.


ACÇÕES
Peso Próprio

Pp da viga - Ppv = γc * A = 25 x 1,64 = 41 KN/m


Pp do tabuleiro – Ppt = γc * A = 25 x (0,4 x 12) = 120 KN/m
PP total = Ppv + Ppt = 120 + 41 = 161 KN/m

Restantes cargas permanentes (RCP)

Pp do betume
Onde:
e – espessura do betume
w – largura do tabuleiro
γbetume – peso especifico do betume

Ppb(betume) = e * w * γbetume = 0,08 x 10 x 16 = 12,8 KN/m

Pp do passeio

Ppp(passeio) = γpasseio * A = (1 x 0,2 ) x 12 = 2,4 KN/m

Pp do Lancil

Ppl (lancil) = γlancil * A = (0,15 x 3 ) x 21 = 1,9 KN/m

RCP = Ppb + Ppp + Ppl = 12,8 + 2,4 + 1,9 = 17,1 KN/m


ACÇÕES VARIAVEIS

LM1

Determinou-se o número de vias pela expressão abaixo, pois a largura da faixa de


rodagem é superior a 6 m:

N° de vias = int ( w/3 ) = int ( 10/3 ) = int(3,33) = 3

Rest = W – 3 x 3 = 1 m

Como se vê, a passagem rodoviária superior terá um total de 3 vias de tráfego com uma
largura de 3 m cada uma.

Segundo o Eurocódigo, é determinada a via correspondente ao efeito mais desfavorável


com uma carga distribuída de 9 KN/m2 e as restantes com uma carga distribuída de 2,5
KN/m2 .

Figura 4 – Cargas distribuídas características de LM1 - vista transversal.

Assim como também, o mesmo Eurocódigo prevê também cargas concentradas


referentes ao LM1, que serão colocadas tal como recomenda a norma.
Figura 5 - Cargas concentradas características de LM1 - vista transversal.

A figura abaixo mostra a vista longitudinal da ponte com respectivas cargas distribuídas
e concentradas referentes ao LM1.

Como as cargas distribuídas apresentam-se superficialmente, passa-se para a


determinação da carga distribuída linearmente em função das vias de tráfego existentes:

q = (9 × 3 + 2,5 × 3 × 3) = 49,5 KN/m

Figura 6 – Carregamento Longitudinal da ponte de LM1.

Como as cargas distribuídas apresentam-se superficialmente, passa-se para a


determinação da carga distribuída linearmente em função das vias de tráfego existentes:
Figura 7 – Diagrama de Momento Flector de LM1, em KNm.

Figura 8 – Diagrama de esforço cortante de LM1, em KN.

A colocação das cargas concentradas onde já se referiu, produziu também maiores

deslocamentos verticais nestes mesmo sítios, e portanto, a figura abaixo mostra a

deformação que as cargas de LM1 podem causar na ponte.


Figura 9 – Deformada de LM1.

Verifica-se um deslocamento vertical máximo, à uma distância de 16,5 m do apoio


direito, de dy = - 57,94 mm

LM2

A carga característica de LM2 é de Q = 400 KN

Figura 10 - Cargas concentradas características de LM2 - vista transversal.

Longitudinalmente, vê-se apenas uma carga de 400 KN que é colocada a meio vão do
maior vão, pois é lá onde teremos o efeito mais desfavorável.
Figura 11 - Vista Longitudinal da viga com a carga de LM2.

A figura abaixo mostra o diagrama de momento flector da ponte, tendo em conta as


acções de LM2.

Figura 12 – Diagrama de momento flector de LM2, em KNm.

Figura 13 – Diagrama de esforço cortante de LM2, em KN.

Figura 14 – Deformada de LM2


Verifica-se um deslocamento vertical máximo, à uma distância de 16,5 m do apoio
direito, de dy = - 20,55 mm.

LM4

A acção de LM4 corresponde a uma carga distribuída de 5 KN/m2 , sobre o tabuleiro da


ponte, com exceção dos passeios.

Figura 15 – Carga distribuída característica – LM4

Determinação da carga distribuída longitudinalmente.

Sabendo que esta carga está distribuída sobre a área e a faixa transversal é de 10 m,
determina-se a carga distribuída longitudinalmente, da seguinte maneira:

qLM4 = 5,0 × 10 = 50 KN/m

Figura 16 – Carga distribuída longitudinalmente – LM4

A figura abaixo mostra o diagrama de momento flector da ponte, tendo em conta as


acções de LM4.
Figura 17 – Diagrama de momento flector de LM4, em KNm.

A figura abaixo mostra o diagrama de esforço cortante da ponte, tendo em conta as


acções de LM4.

Figura 18 – Diagrama de esforço cortante de LM4, em KN.

A figura abaixo mostra a deformação que as cargas de LM4 podem causar na ponte.

Figura 19 – Deformada de LM4.

Verifica-se um deslocamento vertical máximo, à uma distância de 16,5 m do apoio


direito, de dy = - 30,00 mm
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tal como foi pedido, realizou-se com recurso a modelos simples de peças lineares, o pré-
dimensionamento do tabuleiro, e fez-se um relatório que contem a memória com os
cálculos. • Enquadramento regular das ações, dos agrupamentos e das combinações
consideradas no dimensionamento; • Descrição e ilustração dos modelos de cálculos
utilizados; • Cálculos justificativos da segurança das vigas principais incluindo: o
Justificação das cargas aplicadas no modelo de cálculo de uma viga.

Pelo que devido a uma certa dificuldade na avaliação das forças de pré-esforço necessária
nas seções críticas, no final do período de vida útil da ponte, não foi apresentado o restante
dos cálculos.

Foi possível aprender e consolidar alguns conhecimentos sobre a quantificação de acções


actuantes em passagens superiores rodoviárias, isto é, considerações relativas ao LM1,
LM2, LM4.

Você também pode gostar