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53
destaque
Robótica. às principais áreas do conhecimento
ver projetos
tradas na área que
por aqueles de Mecatrônica.
pretendem desenvol-
Pneumática
Eletrônica
bra como utilizar os sinais da porta paralela
para interfacear
mecatrônicos.
o PC com dispositivos
32
Caixas de Redução -
Solução para a realização de Software
projetos de Mecatrônica CAD/CAElCAM
Estes componentes podem viabilizar diver- Descubra o papel do computador das dife-
sos projetos de Mecatrônica. Neste artigo são
mostrados alguns circuitos eletrônicos para o
controle da caixa de redução. 15 rentes fases de elaboração de um produto atra-
vés de softwares de CAD, CAE e CAM, de ine-
gável importância no contexto industrial. 38
SMA - Músculos Eletrônicos Interfaceamento Utilizando
A "Shape Memory Alloy" é a grande saída
a Linguagem Pascal
para eliminar alguns motores dos robôs e
MECATRÔNICA
NOTÍCIAS
Newton C. Braga
Família de Controladores
Lógico-Programáveis FEC
da FESTO Pode ser
Comandada por Palm
A partir de agora, a família de CLPs FEC da Festo
Automação conta com o Easy Control (Controle Fá-
cil), um software projetado para rodar em platafor-
ma Palm Pilot. Com ela, as mais diversas aplica-
ções que vão do gerenciamento de processos à ma-
nipulação de materiais podem ser controladas por
um equipamento Palm usando linguagem de progra-
mação desenvolvida pela Festo. Esse add on é to-
talmente gratuito. O usuário pode fazer o download
do programa na Internet e carregar seu Palm de qual-
quer marca. Segundo a Festo, antes disso era ne-
cessário usar um microcomputador desktop ou
notebook.
Informações podem ser obtidas no site da Festo
em: www.festo.com.br
MECATRÔNICA
Uma Abor dagem V
Abordagem oltada à Automação Industrial
Voltada
Julio Cezar Adamowski
Professor Titular do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos
Escola Politécnica da USP
NÍVEIS
A atuação profissional nos diferen- No noutro extremo, um sistema de possibilitado consulta rápida a forne-
tes níveis está relacionada com o grau automação de fábrica (FAS) deve li- cedores e fabricantes de componen-
de compreensão exigido dos fenôme- dar com informações bastante abstra- tes, máquinas e sistemas. A integra-
nos físicos envolvidos: quanto mais tas, tais como adequação de esto- ção, sendo uma característica dos pro-
próximo, maior deve ser o domínio ques, capacidade produtiva das má- jetos em Mecatrônica, exige do pro-
sobre eles. O nível de componente quinas, previsões de demanda, esca- fissional não apenas um conhecimen-
exige o maior grau de domínio, en- las de manutenção, possibilidade de to técnico abrangente, mas também
quanto que o nível de sistema requer falhas, limites de consumo de energia, a habilidade para trabalhar em equi-
o menor. Desta forma, conforme nos etc. A geração de um planejamento pe, uma vez que seria muito difícil um
distanciamos do nível físico, diminui- otimizado de produção (o que produ- único profissional ter domínio total
se a complexidade física envolvida zir, quando e como) e o posterior con- sobre todas as áreas envolvidas.
devido ao aumento do nível de abs- trole da produção (com correções ocor- O rápido desenvolvimento científi-
tração. Por outro lado aumenta tam- rendo ao longo do trabalho) exige o co e tecnológico que estamos presen-
bém a complexidade lógica do siste- conhecimento preciso e instantâneo de ciando inviabiliza a formação de pro-
ma, exigindo maior poder de pro- todas estas variáveis e de muitas ou- fissionais com profundo domínio de
cessamento para lidar com uma mai- tras mais, além de envolver algoritmos todas as especialidades que com-
or quantidade de informação. É o que sofisticados para tomada de decisões. põem a Mecatrônica, exigindo que a
ilustra a figura 3. educação ocorra de forma continu-
No caso de um sensor de tempe- DISCUSSÃO ada mesmo após a conclusão do
ratura, por exemplo, precisamos ter curso. l
conhecimento dos fenômenos físicos O ponto importante do conceito e
que podem ser utilizados para reali- da filosofia de Mecatrônica é a combi- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
zar a medida (variação de resistência, nação concorrente da Mecânica, Ele-
dilatação térmica, junção termo-par, trônica e Computação, de forma inte- 1. Acar M., Parkin R.M.,
etc), as vantagens e desvantagens de grada para se obter, no produto, ca- Engineering Education for Mecha-
cada um, as condições em que a me- racterísticas, tais como, flexibilidade e tronics, IEEE Transactions on Indus-
dida deverá ser feita (tempo de res- inteligência, e no projeto, sistemas me- trial Electronics, vol. 43, no. 1, p.106-
posta, faixa de temperatura, precisão cânicos mais simples, redução de cus- 112, 1996.
e condições ambientais adversas), e tos e facilidade para se introduzir 2. Acar M., Mechatronics
a eletrônica necessária para con- modificações. Challenge for the Higher Education
dicionar o sinal e permitir a sua leitu- Os grandes desafios impostos pela World, IEEE Transactions on
ra. No caso extremo do projeto de um Mecatrônica são: atualização constan- Components, Packing, and Manu-
sensor desse tipo, a informação de- te e projetos visando a integração de facturing Technology, vol. 20, no. 1,
sejada é o valor real de uma tempera- conhecimentos de diferentes áreas.Os p.14-20, 1997.
tura, e seu processamento envolve a meios de comunicação têm acompa- 3. Ashley S., Getting a Hold on
transdução para um sinal elétrico. nhado esta evolução e a Internet tem Mechatronics, Mechanical Enginee-
ring, ASME, maio de 97, p. 60-63,
1997.
4. Cozman F.G., Furukawa C.M., A
Reestruturação Curricular do Curso de
Mecatrônica da Escola Politécnica,
Anais do COBENGE 2000, Ouro Pre-
to, MG, out. 2000.
5. Hewit, J.R. & King, T.G.,
Mechatronics Design for Product
Enhancement, IEEE/ASME Transac-
tions on Mechatronics, vol. 1, no. 2,
p.111-119, 1996.
6. Salminen V., Ten Years of
Mechatronics Research and Industri-
al Applications in Finland, IEEE/ASME
Transactions on Mechatronics, vol. 1,
no. 2, p.103-105, 1996.
7. Van Brussel H.M.J., Mecha-
tronics – A Powerful Concurrent
Engineering Framework, IEEE/ASME
Figura 3 - A complexidade física é maior no nível de componente, enquanto que a complexidade
lógica é maior no nível de sistema Transactins on Mechatronics, vol. 1, no.
2, p.127-136.
“peça posicionada” - “válvula sole- lar dentro das especificações e das E em relação as “válvulas de
nóide de emergência fechada” , “por- normas técnicas exigidas pelo fabri- comando pneumáticas instaladas...
ta do forno aberta”, etc., e sua segu- cante, componentes “confiáveis”, pois são confiáveis?" Estão em condições
rança operacional ? este será mais um dos acessórios res- para entrar em operação?
Vamos imaginar uma máquina ponsáveis pelo bom andamento dos O que adiantou os engenheiros/
complexa, responsável por 60% da equipamentos; técnicos em Mecatrônica projetar
produção (de alta responsabilidade), • Ler as especificações técnica seus comandos / CLP’s com os mais
cujo investimento para a empresa foi do manual, quanto: a pressão de sofisticados componentes eletrônicos,
bastante representativo, e por qual- operação (máxima e mínima), siste- garantindo movimentos operacionais,
quer motivo esta máquina “parar”, por mas de filtragem do ar comprimido, através dos sinais I/O, se no final da
falha de algum componente pneumá- temperatura ambiente, se este equi- “linha” existem componentes, neste
tico. Será prejuízo na certa para a pamento necessita ser instalado em caso, pneumáticos, sujeitos a falhas?
empresa, gerando atrasos na produ- salas climatizadas, entre outras no- Nosso alerta está voltado para o
ção, em seus compromissos de entre- tas importantes; usuário final, ou mesmo para os pro-
gas, no seu faturamento , etc. • O conjunto de preparação e tra- jetistas que deverá especificar/exigir
Temos estatísticas que uma máqui- tamento do ar comprimido, filtro/ do fabricante, seja ele nacional ou
na parada por razões de manutenção/ regulador de pressão e Lubrificador, mesmo de produtos/máquinas impor-
reparos, ou mesmo para troca de um deverá atender à todas exigências tadas, que seus componentes pneu-
simples componente, sua “hora máqui- em relação a: qualidade do ar com- máticos. Exemplo: válvulas solenói-
na parada” representa para a empre- pr imido, instalação de filtros des, sejam de alta tecnologia e que
sa, R$ 10.000,00/hora, aproximada- coalescentes, secador de ar, vazão/ tenham no Brasil, representantes/dis-
mente, dependendo do tipo de máqui- pressão, etc.; tribuidores autorizados com assistên-
na e dos componentes instalados. • Lubrificação: se a máquina ope- cia técnica, para que em caso de
Nossa imaginação está voltada ra com ou sem lubrificação, especifi- emergência, falha de algum compo-
para esta máquina - fabricada no Bra- car para compras, o óleo recomen- nente, queima de uma bobina da vál-
sil ou importada - e que vem equipa- dável (confiáveis), especial para sis- vula solenóide ou mesmo após um
da com blocos de válvulas pneumá- temas de lubrificação pneumática; longo período operacional tenham, no
ticas - comando solenóides - e com • Entre outras inúmeras providências. local, peças de reposição.
um programa de CLP incorporado. O
fabricante , por razões desconheci-
das ou mesmo por questões de re-
dução de custos, especificou, no
item “válvulas/componentes pneu-
máticos”, uma certa marca “X” . Se
esta máquina for importada - ex.:
USA, entre o despacho de origem, até
sua chegada ao Porto de Santos, e
translado para a Capital, passaram-se
05 meses - (prazo bastante otimista).
Seus componentes pneumáticos, e
demais acessórios instalados , fica-
ram inativos durante este período.
Nos “Termos de Garantia”, os fa-
bricantes costumam mencionar: “Não
garantimos seus componentes por uso
inadequado e/ou aplicações que não
estejam dentro dos descritivos técni-
cos ...” - ou coisas semelhantes.
UM ALERTA, EM RELAÇÃO AS que passa a atuar como se fosse balho, eliminando desta forma, o óleo
VÁLVULAS E DEMAIS COMPO- um rolamento pneumático evitando que sai pelos escapes, contrário aos
NENTES PNEUMÁTICAS qualquer contato metal-metal, con- modelos de válvulas que necessitam
seqüentemente, sem nenhum atri- operar com lubrificação permanente.
Já estão disponíveis no mercado to no conjunto. Além disso: • Atuadores pneumáticos - Cilindros
nacional, válvulas pneumáticas com • O ajuste perfeito entre o Spool - responsáveis pelos movimentos/forças
nova tecnologia, chamada de: “A e o Sleeve dispensa as vedações di- entre outras funções, também disponí-
tecnologia do Spool & Sleeve”. nâmicas tipo “O ring’s”, tornando a veis para operar sem lubrificação.
Trata-se de válvulas pneumáticas durabilidade das válvulas quase infi- A figura 2 mostra um exemplo de
que operam sem guarnições de bor- nita e sem vazamentos. válvula servo-pilotada em “corte”.
racha, ou seja, sem as tradicionais • Trabalhando com ou sem lubrifi- É importante divulgar esta nova
vedações do tipo “O ring’s”, garantin- cação elas resistem a contaminantes, tecnologia, pois as válvulas pneumá-
do desta forma, confiabilidade em misturas pegajosas e ferrugem das ticas, que possuem as tradicionais
seus comandos, maior rapidez de co- redes de ar (redes antigas) por vários guarnições de borracha, como ele-
mutação, alta vazão constante, longa anos sem manutenção. mentos de vedação, podem ressecar,
vida operacional , entre outros bene- • As afiadas arestas existentes no por falta de uma lubrificação adequa-
fícios. A figura 1 mostra um exemplo Spool formam uma perfeita lâmina nos da, ou mesmo apresentar desgastes
deste tipo de válvula. orifícios de passagem do ar no Sleeve, pelo seu uso constante, provocando
funcionando como raspadores, com- falhas, resultando as “paradas de má-
A TECNOLOGIA SPOOL SLEEVE batendo os elementos de contamina- quinas”, para troca dos jogos de re-
PASSO-A-PASSO ção da rede de ar comprimido. paros, além do desperdício do ar
• Possuem extrema versatilidade comprimido, provocados pelos vaza-
Esta tecnologia é formada por um de aplicação, como: pressão-vácuo, mentos (desgaste natural dos com-
carretel deslizante e um cartucho flutu- dupla-pressão, vácuo-vácuo, etc. ponentes de borracha).
ante. Confeccionados em aço inox com • Através desta nova tecnologia, Podemos afir mar que nada
precisão micrométrica e submetidos a a confiabilidade de comando geradas adiantaria fazer uso da alta tec-
tratamento térmico de endurecimento. pelos CLP's estará garantida. nologia dos Comandos Eletrônicos,
Sendo balanceado, ao injetar-se • Esta nova tecnologia permite sejam estes, de fabricação atual ou
o ar comprimido na válvula, o Spool que as válvulas pneumáticas operem mesmo do próximo século, se não
é centrado no Sleeve e o ar ao redor isentas de lubrificação, não poluindo utilizarmos Componentes Pneumá-
deste, formando um colchão de ar, e/ou contaminando o ambiente de tra- l
ticos Confiáveis.
CAIXAS DE REDUÇÃO
Solução para a realização de projetos de
Mecatrônica
Newton C. Braga
Sistema Automatizado de
COMUTAÇÃO DE GASES E
CONTROLE DO FLUXO DE MASSA
Aplicação em Fornos Térmicos
Sebastião G. dos Santos Filho
Professor Associado do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos – LSI/PSI/EPUSP
Escola Politécnica da USP
( + α( ))
vula eletromagnética tipo proporcional podemos citar MKS, BROOKS e
= − é dado por K(m’- mS’), isto é, o fluxo TYLAN que invariavelmente obede-
de massa medido (m’) é constante- cem o princípio de funcionamento já
onde Ta é a temperatura ambiente e mente comparado com o “set point” descrito e são construídos geralmen-
α é o coeficiente de variação com a (mS’). Quando m’ e mS’ se igualam, o te para operar: (a) numa ampla faixa
temperatura. sinal que vai para a válvula solenóide de pressão de entrada do gás de pro-
Supondo: passa a ser nulo e não há nenhum cesso até 1500 psi, (b) numa larga
α( − ) << acionamento. Desta forma, ficando o flu- faixa de fluxos até 30 slpm (litros por
xo constante no valor de “set point” mS’. minuto), (c) com rápida resposta a
e,
α( − ) <<
podemos dizer que a corrente que
passa nos dois ramos da ponte de
Wheastone são aproximadamente
iguais e dadas por:
≅ ≅ (2)
Figura 6 – Diagrama completo do painel de gases para controle do fluxo e comutação dos gases nitrogênio (N2), argônio (Ar), mistura comercial
argônio/hidrogênio (Ar/H2), oxigênio (O2), amônia (NH3), óxido nitroso (N2O) e gás clorídrico (HCl).
CONSTRUÇÃO DE UM PAINEL DE
GASES PARA FORNO TÉRMICO
leitor interessado em entender o en- em nitrogênio que é ativado após o Observe você na figura 6 que para
cadeamento das etapas de proces- uso para evitar a corrosão das linhas habilitar o nitrogênio na saída do cir-
so para fabricação de circuitos inte- de gases. Observe que o diagrama cuito, basta acionar as válvulas
grados deve, por exemplo, se repor- da figura 6 até que é relativamente solenóide SA1 e SS1 (por hipótese a
tar ao Apêndice A do livro simples e mesmo assim apresenta válvula manual M1 deve estar acio-
Microeletrônica (tradução) de A. uma formação tipo árvore com um nada e o “set point” do controlador de
Sedra (veja nas referências bibliográ- número relativamente grande de com- fluxo de massa MF1 deve estar pre-
ficas deste artigo). ponentes. Historicamente os siste- viamente ajustado). Por outro lado,
Também é importante destacar na mas controladores de fluxo de gases para acionar a amônia na seqüência,
figura 5 que todos os gases de en- eram chamados de selvas porque devemos desativar as solenóides
trada no painel de gases estão estes sistemas eram construídos em SA 1 e SS1 e em seguida ativar as
pressurizados numa dada pressão de salas apropriadas e tinham o aspec- solenóides SC1, SA5 e SS1. Finalmen-
entrada (tipicamente 50 psi) enquan- to de selvas de tubos e vávulas. te, para terminar o processo de
to que a saída do forno térmico en- A lógica de controle do sistema nitretação, as chaves SC1, SA5 e SS1
contra-se na pressão ambiente de 1 de gases da figura 6 é tal que qual- são desativadas e as solenóides SA1
atmosfera (1 atm ou 760 Torr). A ta- quer tratamento térmico deve ser e SS1 são novamente ativadas. Note
bela 5 é muito útil pois permite fazer sempre iniciado em gás inerte (N2 ou neste exemplo que começamos e
a conversão de pressão para qual- Ar) e na seqüência podem vir O2, Ar/ terminamos em gás inerte. O proces-
quer unidade conhecida. H2, NH3 ou N2O. O HCl, em particu- so de “purga” da linha de amônia é
A figura 6 apresenta um esque- lar, é empregado com fluxo de até feito após as lâminas de silício te-
ma completo do painel de gases pro- 600 sccm (centímetros cúbicos por rem sido retiradas do forno. Neste
jetado que pode ser controlado via minuto) em conjunto com O2 num flu- caso, as solenóides SA1 e SS1 são
microcomputador através de um xo substancialmente mais alto (até desabilitadas e as solenóides SP1,
acionamento adequado das válvulas 6 litros/minuto). Após a etapa no gás SA5 e SS1 são habilitadas. Com isso,
solenóides (SC1, SC2, SC3, SP1, SP2, de processo desejado, seja ele cor- asseguramos a durabilidade do
SP3, SA1, SA2, SA3, SA4, SA5, SA6, rosivo ou não, o tratamento térmico controlador de fluxo de massa e dos
SA7, SS1 e SS2). Para cada gás de deve terminar em ambiente inerte tubos de gás. Este processo de “pur-
entrada numa pressão típica de en- quando então as lâminas de silício ga” é particularmente importante para
trada de 50 psi, existe um filtro de são retiradas vagarosamente do for- o caso do gás clorídrico que é o mais
entrada (para eliminar contaminação no ainda aquecido na temperatura corrosivo dos três gases que tem cir-
por particulado) em série com uma de processo. Todos os fluxos dos cuito de purga na figura 6.
válvula manual. Antes da operação gases são previamente programa- O projeto mostrado na figura 6
do painel, estas válvulas manuais de dos nos controladores de fluxo de pode ser implementado com várias
entrada devem ser abertas. Observe massa através da tensão de “set bitolas de tubo. A bitola aqui escolhi-
que os gases corrosivos (NH3, N2O e point” na faixa de 0 a 6 litros por da foi a de ¼ de polegada que é a
HCl) possuem um circuito de purga minuto (slpm). mais comum para a faixa de fluxos
de gás empregados para fornos tér-
micos. Além disso, a escolha das
conexões entre as tubulações e os
dispositivos tem importância funda-
mental. As conexões do tipo VCR
apresentadas na figura 7 são aque-
las que asseguram o melhor grau de
limpeza do painel de gases. Todos os
gases utilizados em etapas de pro-
cesso para microeletrônica são
ultrapuros e, portanto, não devem
sofrer contaminações ao passar do
painel para a entrada do forno. A
vedação da conexão VCR é assegu-
rada quando uma anilha (gasket) é
esmagada após forçar o rosquea-
mento entre os terminações “ma-
cho” e a “fêmea” apresentadas na
Figura 9 – Circuito para acionamento individual das solenóides das válvulas SC1, SC2, SC3, figura 7.
SP1, SP2, SP3, SA1, SA2, SA3, SA4, SA5, SA6, SA7, SS1 e SS2 indicadas na figura 6. Veja que
este circuito deve ser replicado 15 vezes e os sinais de acionamento podem ser provenientes,
Veja na figura 6 que estão repre-
por exemplo, da porta paralela de um PC. sentadas todas as conexões VCR. É
importante destacar que diversas co-
Figura 10 – Diagrama esquemático completo do “hardware” necessário para controle automático do painel de gases. Cada estágio 247C permite
efetuar a leitura e a geração de set point para até 4 controladores de fluxo de massa.
nexões padrões podem ser adquiri- - 14 uniões fêmeas duplas (SS-4- Por outro lado, o controle auto-
das no mercado com “tees”, “cruzes”, WVCR-6-DF, Double Female union); matizado dos controladores de fluxo de
“Ls”, etc. Além disso, é possível es- - 25 terminações macho (SS-4- massa MFC 1, MFC 2, MFC3 , MFC4,
pecificar soldagens de terminações VCR-3-4MTW, VCR Male weld gland); MFC5, MFC6 e MFC7 é feito conforme
“macho” ou “fêmea” nas extremida- - 50 metros de tubos eletropolidos ilustrado na figura 10. O bloco 247C
des de tubos internamente eletro- de um quarto de polegada. comercializado pela MKS é um estágio
polidos. As soldagens de terminações Os controladores de fluxo de mas- de leitura/gerador de “set-point” de qua-
em tubos eletropolidos é feita atra- sa modelo 2159B da MKS apresen- tro canais para fixar o fluxo de massa
vés de sistema de descarga a arco tam-se em série com uma válvula de em cada controlador MFC. Note que
especialmente projetado para este gás normalmente fechada, acionável como temos um total de 7 MFCs, são
fim (Veja, por exemplo, o sistema via solenóide, com conector de 15 necessários 2 estágios 247C inter-
CWS-100 DR no portal apresenta- pinos para entrada de alimentação conectados entre si (configuração mes-
do na referência 5). Também, para ±15V, tensão de set-point na faixa de tre/escravo). O bloco 232 de interface,
ver outros tipos de conexões além 0 a 5 VDC, terra, sinal de fluxo de também comercializado pela MKS, per-
daquelas apresentadas na figura 6, saída, pontos de teste e pontos não mite enviar os sinais de controle para os
navegue no portal apresentado na conectados conforme indicado na estágios 247C através da saída RS232
referência 5. figura 8. do PC. A documentação do bloco 232
A lista de material necessário da MKS já fornece o código fonte de
para construir o painel de gases apre- INTERFACE COM programação para controle do fluxo dos
sentado na figura 6 é a seguinte: MICROCOMPUTADOR PC MFCs. Este código fonte pode ser
extendido para permitir o controle inte-
a) Circuito pneumático Vamos agora apresentar os circui- grado dos MFCs juntamente com as
tos de interface para controle solenóides. Veja mais informações na
- 15 válvulas solenóides MUFH- automatizado do painel de gases uti- referência 3.
3-FK-3 – FESTO; lizando um microcomputador PC. A
- 20 metros de mangueira de figura 9 mostra um circuito para AGRADECIMENTOS
interconexão entre válvula solenóide acionamento individual de cada
e válvula para gás. solenóide apresentada na figura 6. À FAPESP por ter financiado o pro-
Observe que o circuito utiliza um jeto e construção do painel de gases
b) Circuito para gases TRIAC TIC 206D (Texas) que quan- apresentado neste artigo. Aos técnicos
do acionado energiza a solenóide da Renato Franzin, Nelson Ordonez, Alex
- 2 Controladores de fluxo de mas- válvula MUFH-3-FK-3. O aciona- Markevicius e Alexandre Camponucci
sa 2159B-10000RV-S (SPCAL = mento do TRIAC é feito através do pelas discussões e construção do pai-
5VDC para 6000 sccm de N2O ou O2) fotoTRIAC MOC3020 (Texas) que nel de gases. Ao Bacharel em Física
da MKS; permite isolar a rede de alta tensão José C. de Souza Filho pelo projeto ini-
- 1 Controlador de fluxo de mas- (220 Vef) do circuito TTL (5 volts) do cial do software de controle automático.l
sa 2159B-10000RK-S (SPCAL = estágio de entrada formado pelo tran-
5VDC para 600 sccm de HCl) da sistor BC548 e o diodo emissor de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MKS; luz.
- 1 Controlador de fluxo de mas- O sinal de comando para o circui- 1. Dispositivos pneumáticos:
sa 2159B-10000RK-S (SPCAL = to da figura 9 pode vir, por exemplo, http://www.festo.com
5VDC para 2000 sccm de NH3) da da saída paralela de um microcom- 2. Dispositivos pneumáticos:
MKS; putador PC. Através do emprego de http://www.festo.com.br
- 2 Controladores de fluxo de mas- linguagens de programação do tipo 3. Dispositivos para gases: http:/
sa 2159B-10000RV-S (SPCAL = QBASIC, C++, DELPHI, etc.; é pos- /www.mksinst.com
5VDC para 6000 sccm de N2, Ar ou sível controlar os sinais da saída 4. Dispositivos para gases: http:/
Ar/H2) da MKS; paralela de forma a promover a se- /frco.com/brooks/products/
- 1 Controlador de fluxo de mas- qüência de acionamentos das products.html
sa 2159B-00100SV (SPCAL = 5VDC solenóides válvulas SC1, SC2, SC3, 5. Conexões para linhas de gases:
para 100 sccm de HCl) da MKS; SP1, SP2, SP3, SA1, SA2, SA3, SA4, h t t p : / / w w w. s w a g e l o k . c o m / e n /
- 8 válvulas Nupro normalmente fe- SA5, SA6, SA7, SS1 e SS2. Não va- Ecatalog/ecmainframes.asp
chadas acionadas por ar comprimido; mos neste artigo detalhar como se 6. Conexões para linhas de gases:
- 8 válvulas manuais; faz o programa (software) de contro- http://www.bayvalve.com/pages/
- 8 filtros de de entrada para gás; le da saída paralela do micro- products.htm
- 11 Tees (316L-4-ATW-3-4TB7-4A, computador PC porque isto é algo já Sedra, A.S. and Smith, K.C.
tube weld manifold tee); amplamente divulgado (Veja, por Microeletrônica. Makron Books, 2000,
- 5 “Ls” (316L-4-ATW-9, Tube exemplo, o artigo: “Os segredos da ISBN 85-346-1044-4 (tradução da 4a.
weld elbow); porta paralela”, na página 32). edição em inglês).
A ROBÓTICA NA
EDUCAÇÃO
Fernando A. Pazos
Coordenador do Laboratório de Robótica
Instituto de Tecnologia ORT do Rio de Janeiro
POLIAS E
ENGRENAGENS
Eduardo de Pinho Prado
TRANSMISSÃO DO M.C.U
OS SEGREDOS DA PORTA
PARALELA
Newton C. Braga
saídas são compatíveis com tecnolo- byte de saída “3”. Se quisermos por INTERFACEANDO SEU PC COM O
gia TTL LS (Low Power Schottky) ou um 0001 001 o valor será “9”. MUNDO
HC (High Speed CMOS), mas obser- A forma mais simples de se colo-
vando os limites podemos até acio- car estes sinais na saída é fazendo Temos duas possibilidades de
nar etapas transistorizadas e LEDS um programa que gere os valores de- interfaceamento do PC com o “mun-
diretamente, conforme veremos. sejados quando pressionamos deter- do exterior” usando os sinais das por-
Assim, uma vez que tenhamos minadas teclas. tas paralelas.
acesso aos comandos e programas Se usarmos por exemplo as saída
que “ponham” os níveis lógicos dese- D0 e D1 para fazer um motor ir para a) Interfaceamento direto
jados nas saídas de uma porta para- frente ou para traz basta fazer um pro-
lela, a conexão de circuitos externos grama que, quando pressionarmos a A forma mais simples de inter-
que façam o que desejamos fica mui- tecla A gere o valor 1 (0000 0001) e facear um circuito com um PC‚ usan-
to simples. quando pressionamos a tecla B gere do diretamente os sinais da porta pa-
o valor 2 (0000 0010). Os outros ca- ralela para excitar o que desejamos
QUE TIPO DE COMANDO nais podem ser usados para outros se bem que, conforme tenhamos dito,
PODEMOS ENVIAR PELA PORTA comandos. Na figura 7 mostramos temos o risco de que, se algo der
PARALELA? como um circuito simples para esta fi- errado o computador pode sofrer as
nalidade pode ser ligado a porta conseqüências.
Na porta paralela temos então 25 paralela. Na figura 7 temos o modo de se
pinos, sendo os que mais nos interes- Veja que, dependendo do progra- fazer a excitação e LEDs de forma di-
sam os que correspondem aos sinais, ma que usamos para gerar estes va- reta.
ou seja, o byte completo que vai de lores podemos ter o comportamento
D0 a D7, conforme mostra a figura 6. desejado para o motor.
Podemos fazer um programa que
gere o sinal apenas enquanto a tecla
estiver pressionada, mas também po-
demos fazer um programa que inclua
um loop e que mantenha o sinal na
porta por um determinado tempo,
mesmo depois de que a tecla tenha
sido liberada. Tudo vai depender da
aplicação que se tenha em mente.
Mas, conforme vimos não pode-
mos ligar os motores diretamente na
porta, pois os 5 V disponíveis não tem Figura 7 - Acionamento direto de LEDs no
nível alto (a) e no nível baixo (b).
uma capacidade de corrente suficien-
te para o acionamento.
Além disso não seria interessante Levando em conta a queda de ten-
ter dispositivos que montamos direta- são no LED o resistor não precisa ser
mente ligado à porta, pois se aconte- obrigatoriamente de 2,2 k ohms.
Figura 6 - Identificação da porta paralela.
cer alguma coisa de errado com eles, Resistores de 1,2 k ohms a 1,5 k ohms
o microprocessador pode sofrer as podem ser usados. Para acionamento
Os outros pinos podem ser usa- conseqüência e o dano sai caro. no nível baixo, quando a capacida-
dos em algumas outras funções, de de correntes das saídas é maior
mas isso será assunto para outra INTERFACEANDO podemos até reduzir os resistores
oportunidade. para 470 ohms e em alguns casos
Através de comandos apropriados Sabendo que podemos colocar um 220 ohms.
podemos colocar em qualquer um sinal em qualquer um dos 8 pinos de Outra forma de acionar algum dis-
desses pinos uma tensão de 0 V ou saída da porta paralela o próximo pas- positivo externo é usando um transis-
de 5 V. so no interfaceamento será ligar a tor amplificador, dois transistores ou
Isso é feito levando-se em conta o cada um deles algum tipo de disposi- mesmo um SCR e que são mostra-
valor do byte colocado na saída e que tivo que possa tanto isolar o circuito dos na figura 8.
pode variar entre 0 e 255 ou seja, en- controlado do próprio PC como tam- As correntes máximas dos dispo-
tre 0000 0000 e 1111 1111. bém permitir que dispositivos de alto sitivos controlados são indicadas em
Assim, se quisermos colocar uma consumo como motores sejam contro- cada caso. Observe que estes circui-
tensão de 5 V nos pinos D0 e D1 ou lados. Isso é feito por uma interface tos precisam ter uma alimentação pró-
seja, fazer com que a saída seja 0000 de potência que admite diversas pria com o terra comum ao terra do
0011, devemos atribuir ao valor do configurações. computador.
Com relés
SOFTWARE
CUIDADOS ESPECIAIS
CAD/CAE/CAM
Emílio Carlos Nelli Silva
Professor Doutor do Departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicos
Escola Politécnica da USP
Figura 25 - Determinação do caminho da ferrramenta e simulação de Figura 28 - Visualização do acabamento final da peça após a
usinagem tridimensional para fresadoras (Cortesia da CCS - operação de fresagem (Cortesia da CCS - SurfCAM).
SurfCAM).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SMA - MÚSCULOS
ELETRÔNICOS
Newton C. Braga
SMA
O QUE É SMA
Os problemas iniciais ocorriam siderada tão grande que nas décadas limitação do projeto era que ele só
porque as ligas consideradas “boas” seguintes os Estados Unidos fabricou batia 12 vezes por minuto, bem me-
utilizavam metais caros ou então pe- uma grande quantidade deste materi- nos do que os 80 a 90 batimentos
rigosos. A própria liga de ouro com al, armazenando-o como “estoque es- de um coração real.
cádmio não é das mais recomendá- tratégico”, para o caso de uma guerra A NASA, por exemplo, trabalhou
veis para o uso por amadores ou em no futuro! num sistema para abrir e fechar ante-
aplicações expostas porque o cádmio A partir do Nitinol diversas outras nas de um satélite usando SMAs.
é muito tóxico. ligas foram criadas encontrando apli- Atualmente existem diversos fa-
Em 1963 o US Naval Ordenance cações numa grande variedade de dis- bricantes de SMAs e até a disponi-
Laboratory desenvolveu uma liga com positivos. bilidade de Kits para a montagem de
propriedades extremamente interes- automatismos ou mecanismos de
santes: além de ser uma SMA ela uti- APLICAÇÕES controle.
lizava metais não tóxicos e de baixo Nos Estados Unidos a empresa da
custo: esta liga de Titânio com Níquel Com a utilização de metais baratos as Califórnia, Raychem Co. produz a
que passou a ser denominada SMAs passaram a ser usadas em pro- SMA denominada Batalloy que é for-
NITINOL (Ni de níquel, Ti de titânio e jetos interessantes, alguns dos quais mada por cobre e zinco e a SMA Tinel
NOL de Naval Ordenance Laboratory) ficaram apenas nos laboratórios. que é formada de níquel e titânio e
se tornou bastante popular com uso Assim, em 1971 dois pesquisa- que se sobressai por ser a única com
inicialmente em diversos dispositivos dores de Nova Iorque, P.N. Player e uma temperatura de transição inferior
militares e depois colocada a disposi- M. Page, desenvolveram um coração a 0 grau centígrado.
ção do projetistas de robótica e artificial ativado por um fio de 500 Um dos fornecedores mais conhe-
mecatrônica. Sua importância foi con- mm de Nitinol. Entretanto, a maior cidos das SMAs nos Estados Unidos é
a Mondotronics (http://www.robotstore.
com). Esta empresa vende kits com pe-
daços de fios de nitinol e manuais de
uso. Nas tabelas abaixo damos as ca-
racterísticas de fios de Flexinol que são
vendidos pela Robot Store:
COMO USAR
APLICAÇÕES INTERESSANTES
CONCLUSÃO
DIFICULDADES
MECÂNICAS
Clovis Magoga
Authomatika - Robótica Educacional
INTERFACEAMENTO UTILIZANDO
INTERFACEAMENTO
A LINGUAGEM PASCAL
PASCAL
Celso Eduardo Vieira Oliveira
Centro Universitário Salesiano de São Paulo
dispositivos elétricos ou eletro-mecâ- O conector utilizado é o padrão DB- CIRCUITOS PARA INTERFACE VIA
nicos. Em função disso que iniciaremos 25 ou DB-9, ambos tipo macho. A ta- PORTA PARALELA
nosso estudo em interfaceamento. bela 3 mostra a pinagem da porta
serial. Lembre-se que alguns PCs tem Circuito de teste
HARDWARE placa paralela bidirecional padrões
SPP ou EPP que podem facilitar al- Quando o circuito de teste (figura
Porta Paralela guns projetos!! Este artigo irá tratar 2) é acionado, cada pino de dado do
apenas da saída de dados do PC. computador (D0 a D7) fornece 5V, que
Descrição: A expressão paralela
significa que 8 bits (0 e 1) são envia-
dos simultaneamente. O conector é do
tipo fêmea padrão DB-25 e a numera-
ção vem escrita no conector.
A tabela 2 mostra a pinagem da
porta paralela.
Porta Serial
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