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ÍNDICE
Newton C. Braga (CEO)
Editor Técnico
Antonio Carlos Gasparetti
Produção
Renato Paiotti MONTAGEM
Mini Laboratório Mecatrônico
Atendimento ao leitor com o PIC 16F628A – Parte 1 ........................................... 14
leitor@newtoncbraga.com.br
VEÍCULOS ELÉTRICOS
Atendimento ao cliente Dimensionamento de Veículos Elétricos - Parte 01 ......... 21
publicidade@newtoncbraga.com.br
COMPONENTES
Conselho editorial Micro módulo conversor de
José Carlos Valbão corrente para bits ADA4355 .......................................... 38
Luiz Henrique Correa Bernardes
Marcos de Lima Carlos HISTÓRIA
Pedro Bertoleti Revistas do Passado ........................................................ 40
Impressão DICAS
Clube dos Autores Como Ler Datasheets - parte 3
Trademarks and Copyrights ............................................ 58
Não é permitida a reprodução das ma Concurseiros e Enenzeiros .............................................. 60
térias publicadas sem previa autorização
dos editores. Não nos responsabilizamos
pelo uso indevido do conteúdo de nossos NOTÍCIAS ........................................................................... 4
artigos ou projetos. COMPONENTES .................................................................. 8
CLASSIFICADOS ............................................................... 62
PRÁTICAS DE SERVICE ..................................................... 63
Aqui estamos com mais uma edição da Revista INCB Eletrônica e nós
do Instituto Newton C. Braga nos sentimos gratificados e
entusiasmado por tudo que já fizemos até agora e pretendemos ainda
fazer. Não precisamos falar do conteúdo dessa edição, apenas do que
o Instituto pretende com ela. O Instituto Newton C. Braga tem por
finalidade dar continuidade a um trabalho que realizamos desde os
anos 70 ensinando eletrônica, divulgando tecnologias e fornecendo
informações para todos que trabalham na área.
A Revista INCB é apenas uma de nossas mídias que não pode faltar, pois ela mantém
a tradição de nosso trabalho. Somos de uma época em que apenas havia este tipo de
mídia para ensinar e não são poucos que nos acompanham ainda hoje que aprenderam
exclusivamente através dessa média. Novas mídias foram chegando, nossos livros, a
Internet, as mídias sociais como o Facebook, Instagram, Pinterest, Twitter, Youtube,
Podcasts e sabe-se lá o que ainda está por chegar e que não podemos deixar de lado.
Mas, se a chegada de novas mídias significa eventualmente a disponibilidade de novos
recursos, as antigas mídias não devem ser esquecidas. É por isso que continuamos a
fazer revistas, velhas revistas no formato tradicional impresso para quem quiser, mas
no formato virtual para quem desejar um misto de antigo com novo e vamos além com
novas revistas. A Revista INCB Eletrônica é para os quem já possuem formação técnica
e desejam aprimorar conhecimentos, mas também temos a Revista Mecatrônica
Jovem, para os que estão começando e para os que ensinam, e é claro para os que
desejam montagem práticas simples.
Continuamos a inovar e uma novidade que certamente pode ser importante para
você é o breve lançamento de um curso pelo Facebook. Notamos que muitos têm
dificuldades em aprender eletrônica por não terem feito um bom curso fundamental e
médio, faltava-lhes os conceitos de física e matemática para entender a eletrônica
corretamente.
Criamos um curso de conceitos básicos para quem deseja estudar e entender melhor
a eletrônica. Estará disponível em breve, e é claro, em seguida nas nossas outras
mídias. Continue nos acompanhando, baixe sempre nossas publicações gratuitas
incluindo livros, nos sigam em nossas redes sociais e esteja sempre atualizado com o
que há de mais novo em eletrônica.
EDIÇÕES ANTERIORES
Tradutor para linguagem dos porcos Óculos para cegos diz o que eles es‐
Hoje estamos acostumados a utilizar os re‐ tão vendo
cursos dos tradutores da internet como o Anunciado na CSNU Assistive Technology
Google Translator e outros. Os avanços dos Conference o dispositivo conta com uma câ‐
algoritmos da inteligência artificial (AI) têm mera de 8Mp acoplada a um sistema proces‐
sido fantásticos e as novidades surpreen‐ sador Qualcomm Quad Core com um
dem. Assim, analisando os grunhidos dos algoritmo de IA que o dota de recursos fan‐
porcos, pesquisadores da Universidade Sor‐ tásticos.
bonne da França conseguiram traduzir seu Além de reconhecer os objetos que o defi‐
significado desenvolvendo um tradutor para ciente visual tem na sua frente, ele diferen‐
a “linguagem dos porcos”. A ideia é que o cia cores e mais, consegue ler placas e
entendimento das emoções desses animais mesmo textos longos, como as páginas de
leve os criadores a garantir uma vida melhor um livro.
para eles. A notícia é de março de 2022. Fa‐ Os recursos de IA fazem com que ele con‐
la “porquês” (língua siga ler placas de sinalização, por exemplo,
dos porcos)? Logo em diversos idiomas.
seu Google Transla‐ O par de óculos Envi‐
tor certamente terá sion EV53, desenvolvi‐
mais esse idioma e do na Holanda, pesa
quem sabe de outros 46 g e custa 3 269 Eu‐
animais. Sua nova ros. Veja mais no link
aplicação IoT para da notícia original cli‐
porcos pode ter esse cando ou fotografan‐
idioma embutido. do o QR-code desta
nótícia.
No QR-Code ao lado,
temos um artigo que
explica o funcionamen‐
to da tecnologia.
Componentes
Px0S3N Tiristores de alta tensão SI‐ Optoacoplador Darlington com LED Wür‐
DACtor® - Litlelfuse th Elektronik
Os tiristores Px0S3N com Proteção de alta Os acopladores Darlington de LEDs da Wür‐
tensão SIDACtor® da Littelfuse - são proje‐ th Elektronik Optocoupler apresentam uma
tados para proteger equipamentos alta tensão de isolamento juntamente com
localizados em ambientes hostis, boa estabilidade do isolamento interno. Es‐
contra transientes de sobretensão. ses dispositivos também possuem um opto‐
Os tiristores Px0S3N protegem in‐ acoplador com um LED infravermelho (IR) no
terfaces expostas em aplicações in‐ lado da entrada e um transistor Darlington
dustriais e de TIC, como interfaces no lado da saída. Os optoa‐
de dados RS-485 ou fontes de ali‐ copladores Darlington de
mentação CA e CC. Esses tiristores LEDs estão disponíveis em
oferecem uma tensão de comuta‐ DIP4, com diferentes opções
ção (VS) muito menor do que os tubos de e tamanhos de invólucro
descarga de gás (GDT) alternativos e uma SOP4. Esses dispositivos são
tensão de estado muito menor (VT) do que usados em controladores ló‐
os GDTs alternativos, varistores de óxido me‐ gicos programáveis, telefo‐
tálico (MOV) e diodos TVS. Os Tiristores de nia, instrumentos de medição e aplicações
Proteção SIDACtor® de Corrente de Alta So‐ de controlador de sequência.
SUPERCONDUTORES
Newton C. Braga
Todo material, por melhor condutor que se‐ deve-se ainda considerar que a resistividade
ja, apresenta uma certa resistência elétrica, e, portanto, a dificuldade de passagem des‐
ou seja, uma oposição à movimentação dos ta corrente varia com a temperatura.
portadores de cargas. O material será tanto Quando mais o material se aquece, maior
melhor condutor quanto menos oposição ele se torna sua resistência elétrica, conforme
oferecer a passagem da corrente e esta ca‐ mostra a curva característica de uma lâmpa‐
racterística é inerente a este material não da incandescente mostrada na figura 1.
dependendo do formato ou das dimensões No entanto, observando que abaixando
do material considerado. gradativamente a temperatura dos materi‐
Esta característica é dada pela condutivi‐ ais elas convergem num gráfico, para um
dade e varia de material para material. As‐ ponto em que sua resistividade se torna nu‐
sim, o ouro, prata e cobre são excelentes la. Isso significa que neste ponto, um condu‐
condutores por apresentarem uma elevada tor fabricado com este material não terá
condutividade elétrica ou baixa resistividade resistência elétrica alguma, ou seja, será um
enquanto materiais como o ferro, ou o mer‐ supercondutor, conforme podemos ver na
cúrio são maus condutores por terem baixa figura 2.
condutividade ou elevada resistividade (a re‐
sistividade é o inverso da condutividade).
Isso significa que dois condutores de mes‐ No site, você pode encontrar uma
ma espessura e comprimento feito de mate‐ versão antiga deste artigo, de 1998,
riais de condutividades diferentes terá época em que os primeiros avanços
resistências elétricas diferentes. Dois fatores na tecnologia dos supercondutores
influem nos problemas que ocorrem quando estavam ocorrendo. Assim, aqui re‐
correntes elétricas devem ser transmitidas lembramos os princípios que regem a
por meios que apresentam uma certa resis‐ existência dos materiais semicondu‐
tência. Além do fato de que a circulação de tores e acrescentamos as novas des‐
uma corrente por um meio que tenha uma cobertas que estão levando a
certa resistência provoca a geração de calor, componentes e última geração.
to que o parado.
0,2 Experiências e cálculos mostram que a
temperatura em que isso ocorre é de aproxi‐
0,1 madamente -273 graus centígrados, ou se‐
ja, 273 graus centígrados abaixo do zero da
0 escala Celsius. Nesta temperatura temos o
0 2 4 6 8 10 °K "Zero Absoluto".
Temperatura Podemos então estabelecer uma escala
Figura 2 - Próximo do zero absoluto a muito melhor para designar temperaturas se
resistividade cai abruptamente para zero. usarmos este ponto como zero. Esta escala
existe e é denominada escala absoluta de
temperaturas ou escala kelvin. Temos então
O que ocorre na prática é que em determi‐ os graus Kelvin que são do mesmo tamanho
nada temperatura observa-se uma transição que os centigrados de modo que, o 0 grau
da resistência e não seu desaparecimento centígrado passa a corresponder a 273 kel‐
de forma gradual. Em temperaturas da or‐ vin, conforme mostram os dois termômetros
dem de 1 a 7 graus kelvin (entre -272 e -266 da figura 3.
graus centígrados) a resistência desaparece
e o material se torna um supercondutor. K = C = 273
ZERO ABSOLUTO °C °K
A temperatura de um corpo é a medida
do grau de agitação de suas partículas, ou 100 373
seja, de seus átomos. Esta agitação, na ver‐
dade, traduz a quantidade de energia que os
átomos possuem e pode ser expressa por 0 273
um valor. Diversas escalas podem ser usa‐
das para expressar este valor e no nosso pa‐
ís a mais usada é a de graus centígrados ou -273 0
Celsius. Esta escala tem por ponto de refe‐
rência, onde marcamos o 0 o ponto em que
ocorre a fusão do gelo. Temperaturas de ob‐
jetos mais frios que o ponto de fusão de ge‐ Figura 3 - As escalas Celsius (Centígrados) e
lo serão expressas por valores negativos de Kelvin (Absolutos).
SUPERCONDUTIVIDADE
Este fenômeno foi descoberto pelo físico Supercondutor
holandês Kamerlingh Onnes em 1911 e rece‐
be justamente o nome de supercondutivida‐
Parede
de. Na figura 4 mostramos um gráfico em
espelhada
que a transição de um material para o esta‐ Vácuo
do de supercondutor com o desaparecimen‐
to da resistividade é mostrada. Figura 5 - As baixas temperaturas exigem o uso
de equipamentos especiais como vasos de
p (resistividade) Dewar (Garrafas Térmicas)
Ponto de
Transição manifestar o efeito da supercondutividade
Faixa de
em temperaturas mais altas. A busca dos ci‐
temperatura em
entistas é justamente um material que seja
que o material é
supercondutor na temperatura ambiente.
supercondutor
Descobertas feitas com certos materiais bi‐
0 X 10 °K dimensionais, como o grafeno, estão levan‐
do a obtenção do efeito em temperaturas
Figura 4 - Como supercondutor o material
cada vez mais elevadas. A possibilidade de
deixa de apresentar resistência elétrica.
se chegar um dia a um material supercondu‐
tor na temperatura ambiente não deve en‐
Não são todos os elementos que podem tão ser descartada.
chegar a este estado. Assim, nas pesquisas Assim, para os compostos de nióbio com
iniciais foi observado o fenômeno em diver‐ carbono se consegue uma temperatura de
sos metais puros como o telúrio, cádmio, es‐ transição da ordem de 15 graus kelvin en‐
tanho, mercúrio, chumbo, bismuto, etc. O quanto para o nióbio com estanho esta tem‐
grande problema é que, quando tratamos de peratura vai aos 18 graus kelvin. Novas ligas
materiais puros como os metais indicados com temperaturas mais altas como a liga de
acima, o fenômeno só se manifesta com chumbo com arsênio e bismuto que chega
temperaturas próximas do zero absoluto, o aos 90 graus kelvin!
que dificulta bastante sua utilização.
Manter o material na temperatura em que OUTRAS PROPRIEDADES
o fenômeno ocorre implica na utilização de Mas, não é apenas a resistividade que cai
vasos de Dewar (garrafas térmicas) e em ba‐ a zero, mas diversas outras propriedades in‐
nhos de hélio ou nitrogênio líquido, o que teressantes se manifestam. Uma das propri‐
significa um grande dispêndio e a necessida‐ edades que se modifica é a capacidade
de de equipamento especial, conforme mos‐ térmica. A taxa de absorção de calor de um
tra a figura 5. material depende de sua natureza e é um
No entanto, observa-se que diversos me‐ número que pouco varia com a temperatura
tais podem ser usados na forma de ligas ou varia de forma linear. No entanto, quando
que, dependendo de sua composição podem o material passa para o estado de supercon‐
dutor a capacidade térmica passa a apresen‐ material entre num estado de "superfluidez"
tar uma característica de descontinuidade podendo se movimentar livremente, sem
com pontos de variação por saltos. encontrar resistência alguma.
Outra característica que muda no estado
de supercondutividade é a magnética. Os COMO OBTER
supercondutores são diamagnéticos ideais Para se obter um material supercondutor
onde a indução magnética interna é nula. basta ter a liga ou metal apropriado e esfriá-
Este fenômeno é explicado pelo fato de exis‐ lo até a temperatura em que o fenômeno se
tirem numa finíssima camada externa do manifesta. Experiências muito interessantes
material supercondutor correntes que com‐ podem ser realizadas em laboratórios usan‐
pensam a ação de qualquer campo magnéti‐ do supercondutores esfriados em hélio ou ni‐
co externo. Este fato faz com que os trogênio líquido, dependendo da
supercondutores possam ser "destruídos" temperatura necessária a manifestação do
por campos magnéticos intensos. estado de supercondutividade.
Uma delas é a mostrada na figura 7, tra‐
A EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA dicional em todas as demonstrações envol‐
O que realmente ocorre com o material pa‐ vendo este material onde um pequeno imã
ra ele perder a resistência quando sua tem‐ "flutua" sobre um pedaço de supercondutor.
peratura baixa até o ponto de transição para
supercondutor?
As especulações teóricas sobre o que leva‐
ria um corpo a se torna um supercondutor
vem de longe, mas foi somente a partir de ímã
1956 que o físico americano Cooper de‐
monstrou que o ponto fundamental para a
obtenção do estado de supercondutividade
de um corpo é a formação de pares de elét‐ Supercondutor
rons com momentos de spin situados para‐ Figura 7 - Experiência de repulsão com
lelamente, conforme mostra a figura 6. supercondutor.
Elétron Elétron
O que ocorre, conforme vimos é que as li‐
nhas de força do campo magnético do imã
Spin opostos
não podem penetrar no material semicondu‐
tor que então "cria" uma corrente em senti‐
do tal que tenda a se opor ao campo
Figura 6 - O "spin" de um elétron associado ao externo. Dessa forma, o supercondutor pas‐
que seria seu movimento de rotação. sa a repelir o imã que então "flutua" sobre o
material.
Em 1957 uma explicação adicional foi pro‐ O grande desafio para os cientistas é obter
posta: a de que os pares de elétrons com materiais supercondutores em temperaturas
spin opostos seriam sincronizados pela vi‐ ambientes e não somente próximas do zero
bração térmica do material criando assim absoluto. Isso permitiria a construção de di‐
uma espécie de barreira energética na sua versos dispositivos com aplicações práticas
superfície. No interior do material seria for‐ importantes.
mada uma espécie de nuvem de elétrons O conhecido trem experimental que "flu‐
com grande mobilidade, e que poderia con‐ tua" sobre imãs seria um que aproveitaria
duzir com extrema facilidade a corrente este fenômeno. O trilho deste trem seria for‐
elétrica. Com isso os elétrons do interior do mado por muitos supercondutores alinhados
criando fortes campos magnéticos, confor‐ que transportando correntes muito intensas.
me mostra a figura 8. Não haveria a necessidade de uma elevação
Na parte inferior do trem haverá um super‐ tão grande da tensão que também é uma
condutor que então repeliria os supercondu‐ causa de perdas consideráveis causadas pe‐
tores fixos de modo a manter o veículo las fugas para o ar de cargas. O chiado que
flutuando, ou seja, sem contacto com os tri‐ ouvimos nos dias úmidos perto das linhas de
lhos. O sistema de propulsão será dado pelo transmissão de alta tensão é um indicativo
próprio ângulo de propulsão que poderia ser justamente dessas perdas de energia. São
alterado à vontade por um sistema mecâni‐ cargas que escoam para o ar.
co. A grande vantagem do sistema seria a Em qualquer tipo de equipamento elétrico
ausência completa de atritos e, portanto, de (máquinas industriais, por exemplo) a resis‐
vibrações. O trem se movimentaria de modo tência responsável por perdas poderia ser
totalmente silencioso e macio. eliminada completamente. Na eletrônica,
Outra aplicação é na obtenção de sistemas quando for possível obter dispositivos super‐
de acoplamento de mecanismos sem atrito, condutores operando na temperatura ambi‐
já que isso pode ser feito pelo campo mag‐ ente uma nova revolução tecnológica deve
nético criado pelo material. No espaço fala- ocorrer. Equipamentos com velocidades e
se numa nave de propulsão iônica com su‐ capacidades até então inimagináveis passa‐
percondutores. Anéis supercondutores rão a ser construídos e estarão ao nosso al‐
acelerariam feixes de elétrons a velocidades cance.
da ordem de 80 000 quilômetros por segun‐ Mas não é apenas em escala maior, quan‐
do, conforme mostra a figura 9. do simplesmente eliminamos a dissipação
Uma nave com este tipo de motor alcança‐ que a supercondutividade encontra aplica‐
ria velocidades que qualquer outra tecnolo‐ ções.
gia conhecida não conseguiria. Nos últimos anos diversas tecnologias já
estão sendo estudadas no sentido de se cri‐
ar componentes eletrônicos superconduto‐
res em que, além da eliminação do calor
dissipado, outras propriedades importantes
podem ser aproveitadas. A utilização de no‐
vos materiais que trabalhem com o empare‐
lhamento dos elétrons de modo a reduzir a
resistência, tornando-os supercondutores
tem sido bastante promissora quando, por
exemplo, se trabalha com o grafeno.
O grafeno, conforme sabemos, consiste
num material formado por átomos de carbo‐
Figura 8 - Otrem "flutua" em campos no que têm estrutura bidimensional, ou seja,
magnéticos graças ao uso dos supercondutores. são formadas camadas com 1 átomo de es‐
pessura, conforme mostra a figura 10.
APLICAÇÕES NA ELETRÔNICA Uma pesquisa recente, por exemplo, reve‐
A possibilidade de se obter materiais com lou que três camadas de grafeno fazem com
propriedades supercondutores em tempera‐ que os elétrons de átomos de camadas dife‐
turas ambientes abre portas para aplicações rentes se emparelhem, formando os pares
fantásticas. de Cooper e com isso manifestando proprie‐
Uma aplicação extremamente importante dades supercondutoras.
seria na transmissão de energia já que os Segundo os pesquisadores, os elétrons se
fios poderiam ser consideravelmente mais espalham como as raízes de uma planta,
finos e não teriam nenhuma perda, mesmo num fenômeno que permite a elaboração de
Mini Laboratório
Mecatrônico com
o PIC 16F628A – Parte 1
MSc. Eng. Prof. Antonio Carlos Gasparetti
Este artigo propõe uma plataforma algumas aplicações mecatrônicas como aci‐
simples e projetada com materiais onamento de motor de passo, controle de
que podem ser encontrados em di‐ velocidade e direção deste motor, aciona‐
versos lugares, até mesmo em su‐ mentos associados a um solenoide, aciona‐
cata de equipamentos, para mento de um motor DC acoplado a um
experimentos em mecatrônica utili‐ encoder o qual conta os pulsos gerados po‐
zando o PIC 16f628A associado a dendo fornecer as informações necessárias
interfaces acionamento de motores ao programa controlador como velocidade,
de passo, acionamento de solenói‐ nº de rotações, carga etc...Ao logo do artigo
des, sensores de fim de curso e en‐ vamos descrever os componentes utilizados
coders. Uma alternativa bem como uma novidade importante: a uti‐
interessante para o ensino em apli‐ lização de linguagem assembly do PIC, algo
cações de baixo custo em escolas. normalmente esquecido em detrimento da
linguagem C. No entanto nos próximos nú‐
meros da revista INCB eletrônica, vamos for‐
necer algumas rotinas em C para aplicação
INTRODUÇÃO nesta plataforma, bem como convidamos os
A aplicação dos microcontroladores é vas‐ leitores a desenvolverem novas aplicações e
ta, se apresentando como soluções desde publicarem na revista.
sistemas mecatrônicos básicos como até
mesmo sistemas mais sofisticados e até APRESENTAÇÃO DO SISTEMA
mesmo integrados na internet das coisas O sistema é composto de uma placa de
(IoT Internet of Things). Evidentemente cada controle a qual abriga o PIC 16F628A em
características dos sistemas implementados conjunto com interfaces básicas de entrada,
em microcontroladores obedecem a vários composta de chaves, dip switch e jumpers e
critérios demandados da aplicação final, de‐ interfaces de saída como um simples display
terminando o tipo de hardware, software, de 7 segmentos e uma barra de led com 10
microcontrolador e demais sistemas e dispo‐ unidades e uma saída das portas as quais
sitivos associados. A proposta deste artigo é são ligadas em uma placa de driver que por
a montagem de uma plataforma que possa sua vez é aplicada nos dispositivos propos‐
introduzir alunos, estudantes e iniciantes em tos ao controle. A figura 1 mostra com um
pouco mais de detalhes o diagrama em blo‐ A placa driver pode ser aplicada para ou‐
cos do sistema. tros dispositivos, ou mesmo trocada por ou‐
No diagrama da figura 1 , podemos obser‐ tra placa com outro propósito a ser testado,
var um conjunto de dispositivos de saída e o que possibilita uma flexibilidade muito
de entrada para interatividade com o opera‐ grande para novas aplicações. As placas dri‐
dor do kit, onde destacam-se o teclado com ver podem ser desenvolvidas para outros ex‐
4 teclas, um display de 7 segmentos , um led perimentos ou mesmo outras aplicações
e uma barra de 10 leds interligada às portas conforme a necessidade.
de saída do PIC. O sistema é alimentado por um adaptador
No sistema de controle do microcontrola‐ bivolt 110-240V por 12V 1A, encontrados
dor temos o botão de RESET e a geração de com facilidade no mercado, dispensando o
sinal de “clock” através de cristal externo. desenvolvimento de fonte de alimentação
As portas do PIC podem ser isoladas ou e , caso a aplicação necessite de potência
acopladas a placa driver através do dip swit‐ maior, com a mesma tensão, basta trocar
ch que é um conjunto de chaves tipo aberto/ adaptador por um de potência maior. O dio‐
fechado. Seu propósito é determinar onde as do de proteção na entrada do regulador im‐
portas do PIC alimentarão com sinais de con‐ pede eventuais trocas de polaridade ou
trole ou leitura de sinais a placa de interface mesmo o uso de adaptadores fora do pa‐
e/ou outro dispositivo ou sensor a critério do drão.
usuário. Todo o sistema foi montado a partir de pla‐
A placa de interface, para a aplicação pro‐ ca padrão, dispensando a confecção de pla‐
posta nesta plataforma, é composta de tran‐ ca de circuito impresso e facilitando o
sistores de potência, diodos de proteção e processo de montagem. No entanto, a crité‐
resistores de polarização dos sensores ópti‐ rio do leitor, pode se desenvolver placas de
cos de fim de curso e contagem do encoder. circuito impresso para esta montagem.
A opção de utilizar transistores ao invés de
circuitos integrados de “driver” é exatamen‐ PLACA CONTROLADORA
te proporcionar ao usuário a possibilidade de Na figura 2 temos a placa controladora.
medir sinais e entender o processo de con‐ Basicamente ela abriga os dispositivos de in‐
trole dos dispositivos, permitindo a mensu‐ teratividade entre o operador e o programa
ração via multímetros e/ou osciloscópio. (led´s e chaves), o controle do sistema (Re‐
set e Clock) , Regulação de tensão e os ter‐ trolador ele serve como indicador piloto de
minais que proverão entradas e saídas para alimentação.
a placa de interface e driver. O dip-switch isola ou não os leds da barra
As chaves CH1 a CH4 conectadas as portas de forma individual liberando a saída do mi‐
de RA0 à RA3 servem para interagir com os crocontrolador para aplicações conforme de‐
programas instalados no pic. O led 8 é de sejado. A barra de led pode dar lugar ao
uso geral, podendo ser usado em qualquer display de 7 segmentos através da mudan‐
parte do circuito através de jumper. Moven‐ ça entre o catodo comum da barra de led e
do jumper para a posição Vdd do microcon‐ o catodo comum do display.
Figura 5 –
Relação entre a
parte eletro-
eletrônica e
mecânica do
sistema
Dimensionamento
de Veículos Elétricos
Parte 01
Ricardo Takahira
Engenheiro Eletricista
Docente & Consultor em HEV, SAFETY, IoT, Autônomos e Conectividade
Você já deve ter percebido a grande varie‐ que deve substituir agora e em breve com
dade e o aumento de lançamentos de veícu‐ certeza os propelidos à combustão que emi‐
los híbridos elétricos no mercado. tem poluente e não são tão eficientes do
Já lhe ocorreu poder eletrificar e converter ponto de vista energético.
um carro a combustão para elétrico ou
projetá-lo do zero? Pois então vamos aqui fa‐ Pensando em Conversão:
zer um pequeno tutorial para quem sabe de‐ Vamos pegar os dados da ficha técnica de
pois gerar uma série de artigos com um veículo de mercado, em nosso caso um
aspectos mais detalhados de cada parte dos Gurgel X12 1.6 1985, onde temos as infor‐
subcomponentes dessa nova geração (na mações, mostradas na figura 1, a respeito
verdade o carro elétrico já existe em 1900) da motorização 1.6:
Figura 4
Figura 5
Figura 9 - https://
www.orionbms.‐
com/products/ori‐
on-bms-standard
Perigo Nuclear
O Pulso Eletromagnético
Newton C. Braga
Se bem que este artigo não seja novo, in‐ partir do local de uma explosão nuclear. Es‐
cluímos em nossa edição da Revista INCB te fenômeno será abordado a seguir.
Eletrônica pela sua atualidade. Assim, fize‐ Não precisamos discorrer sobre os muitos
mos algumas atualizações, mas a base é a efeitos destrutivos diretos de uma explosão
mesma do artigo original, pois os princípios nuclear. Temperaturas de milhões de graus
em que se baseiam tanto a produção do pul‐ são produzidas no local do evento causando
so como suas aplicações se mantém. a vaporização imediata de qualquer subs‐
Muito sensacionalismo tem sido feito em tância conhecida, além da emissão de uma
torno dos perigos de um conflito nuclear to‐ enorme quantidade de energia na forma de
tal entre as grandes potências, e até mesmo luz e calor, como também de radiação atô‐
com potências de segunda ordem como a Ín‐ mica.
dia, Irã e o Paquistão. Documentários, livros A onda de choque que se segue arrasa com
e artigos em jornais e revistas, além de fil‐ tudo que ainda estiver inteiro, matando, der‐
mes, mostram a destruição, a contaminação rubando e lançando na atmosfera uma gran‐
por radiação e as alterações genéticas que de quantidade de detritos. Mesmo depois de
uma explosão atômica causa. algum tempo de decorrida a explosão, os
No entanto, juntamente com esses perigos efeitos ainda persistem com a queda de po‐
existem outros, muitos dos quais tão gran‐ eira radioativa que causa um nível de radio‐
des que merecem uma análise bem mais atividade enorme no local de precipitação
cuidadosa por parte dos comprometendo toda a espécie de vida nas
especialistas. Dentre esses perigos adicio‐ imediações e até mesmo em locais mais dis‐
nais pouco explorados, destacamos o EMP tantes.
ou Pulso Eletromagnético (do inglês Electro‐ Todos esses efeitos têm consequências ter‐
magnetic Pulse), capaz de destruir todo o ríveis, trazendo preocupações a muitos go‐
sistema de comunicações e transmissão de vernos e entidades que se preocupam com a
energia num raio de muitos quilômetros a sobrevivência da espécie humana. Sistemas
não dotados de recursos para eliminar tran‐ Todos sabem o que acontece com equipa‐
sientes muito rápidos, instalações com lâm‐ mentos sensíveis, tais como: CD players, se‐
padas fluorescentes etc. cretárias eletrônicas, telefones sem fio,
Tensões de milhares de volts induzidas modems quando um transiente, muito me‐
nesses equipamentos poderiam causar sua nor em intensidade do que o produzido por
destruição imediata um EMP, consegue chegar aos seus circui‐
tos, daí todas as precauções na forma de fil‐
PRECAUÇÕES tros de linha, aterramentos e muitos outros
É interessante observar que dispositivos recursos que normalmente, são previstos
elétricos e eletrônicos, tais como as lâmpa‐ pelos instaladores.
das incandescentes (de filamento), as válvu‐ Talvez seja importante lembrar as autori‐
las eletrônicas (termiônicas) e mesmo os dades militares, tão preocupadas com pro‐
rádios portáteis que usam apenas antenas blemas estratégicos, que as forças de alguns
de ferrite interna (sem antena externa) são países só usam em seus equipamentos de
relativamente imunes ao pulso eletromag‐ comunicação "antiquados" (?) válvulas, e
nético. não transistores e circuitos integrados. Não
Num equipamento a válvulas, por exem‐ seria isso um produto de uma inteligente es‐
plo, na presença de um pulso de tensão mui‐ tratégia de que se pretende usar o EMP, e
to elevada, surge simplesmente um arco de não uma demonstração de atraso tecnológi‐
curtíssima duração entre os elementos inter‐ co?
nos das válvulas de entrada, com a absorção Diversos são os cuidados que podem ser
da energia sem maiores consequências para tomados para se evitar os efeitos destruti‐
o aparelho. vos em equipamentos elétricos e eletrôni‐
Entretanto, no caso de dispositivos semi‐ cos, no caso de um conflito nuclear. Como os
condutores o arco que ocorre tem efeitos cabos condutores e os elementos metálicos
destrutivos. As junções semicondutoras de de grande porte são ótimos captadores do
transistores e diodos, assim como as finas pulso, é conveniente desconectar qualquer
camadas de óxido de circuitos integrados e equipamento eletrônico da rede de alimen‐
transistores CMOS ou MOSFET, seriam ime‐ tação ou de antenas, mesmo que internas,
diatamente destruídas. na iminência de um conflito nuclear.
LIVRO EM DESTAQUE
MANUAL DE MECATRÔNICA
Autor: Newton C. Braga
Páginas: 502
ISBN: 9788565050609
BIBLIOTECA INCB
Projetos com ESP32 e LoRa
Pedro Bertoleti
Com este livro, você será capaz de aprender mais sobre o ESP32 - um dos SoC
mais utilizados para Internet das Coisas no momento - e
também aprender sobre a tecnologia LoRa, com projetos
que combinam o melhor dos dois mundos para você
ingressar nesta área com conhecimento sólido.
É iniciante no assunto? Sem problemas! Este livro tem
um estilo mais maker, justamente para você aprender de
forma mais leve e prática, focando nos pontos principais
para domínio das tecnologias apresentadas.
Micro módulo
conversor de
corrente para
bits ADA4355
O componente que destacamos é o uMódu‐ Além das aplicações básicas de conversão
lo Programável de Transimpedância de corrente para tensão, o componente po‐
ADA4355 da Analog Devices. Esse compo‐ de ser usado em:
nente consiste numa solução de alta perfor‐ • Analisadores químicos
mance que converte uma intensidade de • Espectroscopia de massa
corrente numa saída digital, em bits. • Tempo de voo
Trata-se de uma solução ideal para siste‐ • Sensoriamento por fibra óptica
mas de aquisição de dados, já que é de pe‐ •Além de outras.
quenas dimensões, podendo operar com
pulsos de apenas 10 ns de largura o que o No datasheet de 46 páginas todas as ca‐
dota de características de alta resolução. racterísticas necessárias a um projeto são
O ADA4355 é dotado de um ADC de 14 bits dadas, desde tabelas com características
e opera com uma taxa de conversão de 125 elétricas e gráficos de tempo até procedi‐
MSPS. Se o leitor quiser saber mais, o link é mentos de projeto.
dado no QR-code desta página.
Na figura abaixo temos o diagrama fun‐
cional deste componente.
Newton C. Braga
Revistas do
Passado
Começamos nossa viagem pelo Rio de Ja‐ radiodifusão em nosso país. Era uma revista
neiro. O ano é 1926. dedicada à nova tecnologia do rádio, até
Estamos em 1º de fevereiro quando a Rá‐ com diagramas de receptores da época.
dio Sociedade do Rio de Janeiro lançou a re‐ Mas, depois dela surgiram outras, e uma
vista Electron (figura 1). das mais conhecidas, que muitos dos nossos
Não precisamos falar muito de seu diretor, seguidores acompanharam, é a revista An‐
Roquette Pinto, um dos grandes pioneiros da tenna.
Figura 1 -
Revista
Electron -
Edição de 1926
Figura 2 -
Antenna –
Número 1 –
abril de 1926
Na figura 2 temos a edição número 1 da nitor de Rádio e Televisão, editada pelo Ins‐
revista Antenna de abril de 1926. Seu funda‐ tituto Monitor, instituição de ensino de reno‐
dor foi o engenheiro Elba Dias. Posterior‐ me que até hoje fornece cursos de eletrônica
mente, assumiu a direção Gilberto Afonso (figura 5).
Penna, que foi responsável até as últimas Também devemos destacar as publicações
edições juntamente com seu filho e filha Be‐ que fizeram época, as revistas de Apollon
atriz com que mantenho contato até hoje. Fanzeres e seus livros (figura 6), um grande
Na figura 3 temos a capa de uma edição amigo meu.
recente dessa revista. Chegamos a 1964 quando saiu a primeira
Partindo da Antenna, em 1967 foi criada Revista Eletrônica (figura 8), com apoio de
uma revista mais dedicada a radioamadores Ibrape, divisão da Philips na Época. Conheci
e makers (montadores da época), a revista seu primeiro editor, Adalberto Miehe (figura
Eletrônica Popular que, na verdade, era uma 7), que também foi proprietário da Litec, co‐
adaptação da edição americana Popular nhecida livraria técnica de São Paulo.
Electronics.
Essas revistas têm muito a ver comigo, Figura 6 -
pois foi onde praticamente iniciei minha car‐ Revista de
reira com artigos e seções como Eletrônica Apollon
para Juventude) – veja link – e como colabo‐ Fanzeres
rador da edição internacional Poptronics nos
Estados Unidos. Essas revistas encerraram
suas atividades
nos anos 90 (fi‐
gura 4).
Outra revista
de grande des‐
taque na época
em que tam‐
bém trabalhei,
foi a Revista Mo‐ Figura 7
Figura 8 -
Capa da
edição
Revista
Eletrônica
Newton C. Braga
neste ponto da sua característica de tempe‐ usados para trabalhar com essa solda, que
ratura que ela tem o menor ponto de fusão. praticamente se tornou universal na ele‐
A solda usada nos trabalhos de eletrônica trônica.
consiste, portanto, numa liga de estanho
com chumbo que, dependendo do tipo de A toxidade do chumbo
trabalho a ser realizado, está na proporção Um dos maiores problemas do chumbo é
de 60/40 ou próximo disso. que ele produz vapores tóxicos e muito tóxi‐
Na figura 2 temos um gráfico que mostra cos. Na realidade a presença de chumbo em
como muda a temperatura de fusão quando qualquer parte é perigosa. Um relato históri‐
usamos diversas proporções de chumbo e co interessante diz que os antigos romanos
estanho, de modo a se obter o menor valor usavam canalizações de água feitas de
em torno de 183°C. chumbo em suas casas. Isso significa que
Veja que nessa temperatura a mistura não consumiam constantemente água contami‐
tem o estado intermediário pastoso passan‐ nada com esse metal.
do do sólido para o líquido para e vice-versa. O chumbo causa uma doença chamada sa‐
Para trabalhos gerais de eletrônica a melhor turnismo, em que a pessoa se torna indolen‐
solda é a que vem em fios de 0,8 a 1,2 mm te incapaz de ter reações rápidas, além de
de espessura e com proporção de estanho e muitos outros sintomas. Isso teria feito com
chumbo de 60/40. que, na invasão dos bárbaros, os soldados
Com essa baixa temperatura de fusão, pe‐ romanos fossem incapazes de reagir sendo
quenos soldadores de baixo custo podem ser exterminados. A contaminação por chumbo
Figura 2 – Mistura eutética com pouco acima de 61,9% de estanho e 38,1% de chumbo.
teria então sido uma das causas da queda Evidentemente, com essas ligas precisa‐
do império romano. mos ter soldadores apropriados que tenham
Na eletrônica, a preocupação com o uso do uma temperatura capaz de aquecer as jun‐
chumbo que é tóxico também existiu e levou tas ao ponto em que a solda necessita para
à necessidade de se desenvolver algum tipo se fundir.
de solda que não utilizasse esse metal, sur‐ Hoje é comum o uso de estações de retra‐
gindo então a solda sem chumbo. balho que já estão equipadas com soldado‐
res capazes de fundir a solda sem chumbo
Solda sem chumbo que encontramos na maioria das placas de
A maior parte dos equipamentos eletrôni‐ equipamentos comerciais. Assim, conforme
cos modernos utiliza solda sem chumbo. A mostra a figura 3, essas estações, além do
necessidade de se ter um tipo de solda não controle de temperatura para o soldador,
agressiva ao meio ambiente, levou ao de‐ conforme o tipo de solda, podem ter recur‐
senvolvimento de novas ligas. Na realidade, sos adicionais como o emissor de ar quente.
não foi apenas a solda com chumbo que foi Mas, também existem ferros de soldar
abolida. apropriados para o trabalho com a solda
Em 2003, a União Europeia adotou uma a sem chumbo. Muitos fabricantes desses sol‐
diretiva RoHS (Resttition of Certain Hazar‐ dadores indicam o uso de fluxos, feitos com
dous Substances) que entrando em vigor em resinas sintéticas, para ajudar na limpeza do
2006 aboliu todos os produtos com chumbo local, facilitando a aderência da solda.
incluindo a solda. Os tipos podem ser classificados da mes‐
Diversos materiais podem substituir o ma forma como fazemos para os antigos fer‐
chumbo na solda, no entanto, se obtém uma ros que usávamos nos trabalhos com a solda
mistura eutética em que o ponto de fusão é tradicional. Assim, fazemos uma divisão por
mais alto do que o obtido com o chumbo que potência:
é de aproximadamente 183°C
Atualmente, algumas ligas são usadas na • 5 a 15 W para trabalhos com componentes SMD
indústria como a formada por cobre-estanho e fios muito finos
(SnCu), estanho-prata (SnAg) e Estanho-Pra‐ • 15 a 30 W – para aplicações com componentes
ta-Cobre (SnAgCu ou SAC).Assim, o tipo mais típicos
comum tem um ponto de fusão de 217°C. • 30 a 60 W – faixa denominada universal
Esse ponto exige o uso de um soldador • Temperatura controlada – 30 a 60 W
com maior temperatura. A tabela dada a se‐ • Acima de 60 – alta potência
guir mostra o ponto de fusão de diversas li‐
gas, sendo a primeira a que contém chumbo
e as demais de solda sem chumbo. Mas,
existem alguns tipos especiais (de alto cus‐
to) que até têm temperaturas menores, a
tabela abaixo mostra isso.
Recomendações de uso
Para usar corretamente seu soldador com
solda sem chumbo lembre-se:
Chumbo: uma
viagem no
tempo
O PFC Ativo
das Fontes de
Alimentação
Figura 1
vai ao zero, a tensão no resistor vai para ze‐ acionado novamente. Assim a tensão não
ro e o CI controlador leva o gate do mosfet cai muito quando o mosfet passa do estado
ao nível alto após um pequeno intervalo de de corte para condução diminuindo assim a
tempo fazendo-o conduzir e a corrente subir perda no chaveamento e a eficiência do cir‐
novamente pela bobina. Este pequeno tem‐ cuito.
po de atraso para ligar o mosfet se deve ao
fato de quando o mosfet está cortado e a Clique ou fotografe o
corrente na bobina diminuindo, ocorre uma QR-code ao lado para
oscilação no seu dreno devido à indutância assistir um vídeo expli‐
e capacitância parasita do circuito. Esta os‐ cando o PFC ativo e co‐
cilação faz a tensão no dreno variar e quan‐ mo saber se ele
do ela está no menor nível, o transistor é funciona ou não.
Figura 2
www.loja-afr.com.br
Monitoramento de
Queda de Árvores
Utilizando a Rede Sigfox para a Transmissão de Dados
LISTA DE MATERIAIS
- Edukit Redfox
- Arduino Nano
- Cabos
- Sensor MPU6050
- Computador
{
"variable": "seqNumber", TagoIO
"value": "{seqNumber}", Com o dispositivo e o Backend Sigfox con‐
"serie": "{time}"
}, figurados, podemos partir para a próxima
{ etapa, onde os dados serão transformados e
"variable": "time", exibidos em um dashboard.
"value": "{time}",
"serie": "{time}" Para receber e interpretar os dados
}, enviados do sensor, dentro da plataforma
{
TagoIO, devemos primeiramente cadastra
"variable": "device",
"value": "{device}", este sensor dentro da plataforma, na Figu‐
"serie": "{time}" ra 3 podemos ver como o cadastro deste
},
{
sensor foi feito.
"variable": "location", Além do cadastro também devemos gerar
"value": "Sensor_Position", também uma autorização, a qual é inserida
"location": {
"lat": -12.123, no Backend Sigfox, o qual permite a inserção
"lng": -12.123 dos dados dentro deste sistema.
} Depois que criamos este sensor dentro do
},
{ sistema, devemos levar em consideração
"variable": "AccX", que para este sensor é necessário uso do
"value": "{customData#AccX}",
Payload Parser, isso porque precisamos rea‐
"serie": "{time}"
}, lizar um prévio tratamento das informações
{ dos dados, visto que estes valores, quando
"variable": "AccY",
"value": "{customData#AccY}",
chegam da Sigfox, ainda estão no formato
"serie": "{time}" de complemento básico de daods, ou seja,
}, de dois pares de 16 bits.
{
"variable": "AccZ", Na seção Payload Parser deve se habilitar
"value": "{customData#AccZ}", o a opção “Run your own payload parser” e
"serie": "{time}" inserir o código apresentado a seguir na
}
] próxima página.
function invertBits(n)
{
// Calcular o número de bit de N-1;
let x = parseInt(Math.log(n) / Math.log(2)) ;
let m = 1 << x;
m = m | m - 1;
n = n ^ m;
return n;
}
const ignore_vars = ['rf_chain', 'channel', 'modulation', 'app_id', 'dev_id', 'time', 'gtw_‐
trusted', 'port', 'seqNumber', 'time', 'device'];
LITERATURA TÉCNICA
Como Ler
Datasheets
Parte 3
Quando analisamos um datasheet frequen‐ Ele trata desse assunto de uma forma bas‐
temente nos deparamos com indicações que tante completa servindo justamente para
indicam uma marca registrada (trademark) nossos propósitos ensinar como interpretar
ou ainda um direito autoral (copyright). É datasheets. Este texto na forma original em
justo que as empresas que lançam no mer‐ inglês. foi também utilizado na nossa série
cado produtos se protejam contra diversos Inglês Para Eletrônica, aparecendo com a de‐
tipos de ações de terceiros que possam pre‐ signação ING026.
judicá-las como a cópia do nome do produto Temos então três formas de se proteger um
ou ainda do conteúdo de um datasheet que documento ou um nome de componente
se adapte ao que o concorrente faz. Para es‐
TM
sa finalidade existe o que se denomina Intel‐
lectual Property (propriedade intelectual)
que é justamente o assunto que abordamos
nesta terceira parte de nossa série.
A folha de dados (datasheet) é um docu‐
mento físico que expressa através de pala‐
vras o pensamento de uma empresa sendo,
©®
portanto, propriedade intelectual dessa em‐
presa. Para proteger o conteúdo de um da‐
tasheet, que pertence à empresa, existem
diversas formas que ficam claras no texto
que já estamos usando nas edições anterio‐
res da Allegro Microsystems.
O que abordamos a seguir está num docu‐
mento denominado “Complete Guide to Da‐ Figura 1 – Trademark, copyright e registered
ta Sheets”(Guia Completo para Data Sheets. mark
contra eventuais cópias ou a utilização inde‐ torias. Ele se aplica somente ao arranjo das
vida dos termos (nomes) utilizados. A pri‐ palavras e símbolos gráficos, não as pala‐
meira é a Marca Registrada ou trademark ™ vras e símbolos por si só, ou ao pensamento
e para sua definição a Allegro nos brinda ou as ideias gerais expressas”
com o seguinte texto traduzido:
A tradução do texto já nos diz tudo o que Fica então claro que devemos tomar muito
significa a presença do TM no nome de um cuidado ao usar nomes, marcas ou textos
produto. que estejam protegidos por um desses sím‐
bolos que atestam os direitos que os auto‐
™ – Uma marca registrada é um adjetivo res, empresas têm sobre o material gráfico.
especial, marca ou projeto que é usado para Não podemos usar marcas que tenham sido
identificar a origem de um produto. Não po‐ registradas num produto nosso sem a per‐
de ser um nome comum ou genérico para o missão expressa de seu proprietário como
produto, mas usado para modificar um nome não podemos usar textos copiados de docu‐
comum ou genérico. Falha em declarar o mentos técnicos, sem autorização ou sem
possuidor (não afixando o TM), ou somente indicação de sua fonte.
uma defesa casual contra infração, pode re‐ Isso também é válido para textos como os
sultar na perda dos direitos exclusivos à que publicamos nesta revista, em nossos
marca. A marca registrada deve ser identifi‐ cursos, vídeos e em nossos livros.
cada pelo sobrescrito no primeiro nome usa‐ Os textos publicados neste site, em livros
do numa publicação, tecnologia ou nome de ou revistas, assim como os projetos são pro‐
componente, em letras maiúsculas ou entre tegidos por leis de direitos autorais. Esses di‐
parênteses. reitos autorais pertencem aos autores que
Se a marca registrada tiver sido registrada os cedem à editora ou dono do site para que
no US Department of Commerce a indicação os publique. Em alguns casos, como no nos‐
é feita de uma forma diferente, conforme so, damos o direito à reprodução, mas nem
mostra o seguinte texto: sempre isso ocorre.
Assim, a prática abominável da Xerox ou
® - indica uma marca registrada que foi re‐ reprodução por outros meios de textos de re‐
gistrada no US Department of Commerce, vistas técnicas ou de livros é proibida por lei,
Patent and Trademark Office (No Brasil no e os que foram apanhados nesse procedi‐
INPI). O Adjetivo, marca ou projeto deve ser mento podem responder a pesados proces‐
usado sempre EXATAMENTE como registra‐ sos.
do, desde que a tipografia permita.” Infelizmente, mesmo em escolas temos
Finalmente temos o caso dos direitos auto‐ visto muitos casos de professores que sim‐
rais ou direitos de cópia que são defendidos plesmente xerocam artigos de revistas ou
a partir do seguinte texto: textos completos de livros para usá-los co‐
mo apostilas em suas aulas. Essa prática é
© - Um copyright (direito autoral) é uma ilegal e está sujeita a processo. Fica o alerta.
proteção legal para trabalhos originais e au‐
©
Clique ou
fotografe o
QR-Code ao
lado para ler
o artigo
ING026
Concurseiros e Enenzeiros
Questão 1 b) A madeira seca, a porcelana e a borra‐
(Mackenzie SP) – Zezinho, querendo cola‐ cha são conhecidas como bons condutores
borar com o governo no sentido de economi‐ de eletricidade
zar energia elétrica, trocou seu chuveiro de c) O ar seco e o papel são reconhecidos
valores nominais 110 V – 220 V por outro de com bons isolantes
220 V – 2 200 W. Com isso, ele terá um con‐
sumo de energia elétrica: Questão 4
a) Idêntico ao anterior (UFRR) – Na descarga de um relâmpago
b) 50% maior típico uma corrente de 2.5 x 104 A flui duran‐
c) 50% menor te 2 x 10-5 segundos. Que quantidade de car‐
d) 25% maior gas é transferida pelo relâmpago? Indique a
e) 25% menor alternativa correta:
a) 0,50 C
Questão 2 b) Zero
(FUVEST) – Duas lâmpadas iguais de 12 c) 0,25 C
V cada uma ligadas a uma bateria de 12 V d) 0,50 A
como mostra a figura. Estando o interruptor e) 1,00 A
C aberto, as lâmpadas acendem com inten‐
sidades iguais. Ao fechar o interruptor obser‐ Questão 5
varemos que: Num sistema de controle PWM, a frequên‐
cia é de 1 kHz. Qual é a duração de um pul‐
Lâmpada so que tem ciclo ativo de 20%?
A
C Resoluções e respostas
Questão 1
Bateria 12 V Para obter 2 200 W com 110 V a corren‐
Lâmpada
te será de 20 A e para obter 2 200 W com
B
220 V a corrente será de 10 A. Reduzimos a
corrente, mas não o consumo, pois o consu‐
mo é dado pela potência e ela continua sen‐
do 2 200 W. Assim a resposta correta é a da
a) A apaga e B brilha mais intensamente alternativa (a).
b) A apaga e B mantém o brilho Resposta: alternativa (a).
c) A apaga e B apaga
d) B apaga e A brilha mais intensamente Questão 2
e) B apaga e A mantém o brilho Resolução: Com C aberto, a tensão da ba‐
teria se divide e cada lâmpada recebe 6 V,
acendendo com brilho abaixo do normal.
Questão 3 Quando C é fechado, A é colocada em curto
(PUC – MG) – Qual é a afirmação incorreta: apagando, por deixar de receber alimenta‐
Materiais bons condutores de eletricidade ção. Por outro lado, B recebe os 12 V da ba‐
possuem elétrons livres que podem ser teria acendendo com brilho maior. A
transportados com facilidade. resposta é a da alternativa (a).
a) Materiais isolantes quase não possuem Resposta: alternativa (a).
elétrons livres
Questão 4 Q = 0,5 C
A quantidade de cargas é dada por:
Resposta: a alternativa correta é a (a).
Q=Ixt
Onde: Questão 5
Q é a carga em coulombs (C) O tempo ou período de 1 ciclo vale:
I é a corrente em ampères (A) T = 1/f
T é o tempo em segundos (s) T = 1/1000
T = 0,001 s ou 1 ms
Neste problema?
Q=? Para a duração de 20% temos:
I = 2,5 x 104 A P = 20/100 x 1
T = 2 x 10-5 s P = 0,2 ms
CLASSIFICADOS
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Uma breve análise visual foi suficiente 16V (temperatura de trabalho 85°C) por
para descobri o defeito na fonte chaveada: 1000uF/25V (temperatura de trabalho
os capacitores eletrolíticos de 470uF/35V 105°C). Feitas as substituições, o monitor
(C203, C206 e C207) da malha +22v e os voltou a funcionar novamente.
capacitores eletrolíticos de 1000uF/16V
(C204, C205 e C212) da malha +5V. Todos
estufados. Os capacitores inflam porque no
seu interior se acumulam gases e pode ter C201
diversas causas: flutuações excessivas da 1000 pF R202
tensão, sobreaquecimento, eletrólitos de
baixa qualidade, tensão de trabalho próxi‐
ma da especificada etc. Para evitar um
possível retorno, substitui os capacitores
de 470uF/35V (temperatura de trabalho C203 C206
Ao tentar ligar o televisor, notei que na‐ problema persistir, ou haver algum curto-
da funcionava e o LED standby não acen‐ circuito), mas o funcionamento do apare‐
dia. Abri o aparelho e verifiquei que não lho foi normal.
havia tensão sobre os capacitores C901,
C902 e C903 (todos de 68uF/450V). Voltan‐
do um pouco a análise, observei que na sa‐
ída do filtro de linha L901 os 220 V da rede
AC estavam presentes normalmente. Entre
a ponte retificadora e os capacitores de fil‐
tragem existe um fusistor, RT901 (3R3),
que estava aberto (fusitor é um resistor
que desempenha a função de um fusível,
protegendo o circuito de um eventual ex‐
cesso de consumo). Feita sua substituição,
liguei o aparelho em série com uma lâm‐
pada halógena de 150W (para o caso do
No formato
Impresso e e-Book
newtoncbraga.com.br/livros