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33 so

b ási
cur istÓr hos
de
h
qu a d
co
IaS
rin
em

Criação e
Desenvolvimento
de Personagens
J.J. Marreiro e Thyago Cabral
1. Apresentação

O personagem, todo mundo


sabe, é o elemento condutor
da história. É com ele que acon-
tecem as ações e é ele que reage
aos problemas apresentados pela
trama. Não existe narração sem
personagem. Entretanto, o perso-
nagem pode não ser necessaria-
mente um ser humano, mas um
objeto, um animal, a personificação
de uma ideia ou de um sentimen-
to. Neste fascículo, você aprende-
rá como criar e desenvolver o seu
próprio personagem. Vamos ten-
tar? Ah, e se ligue: se não se ins-
creveu ainda no Curso Básico de
Histórias em Quadrinhos, faça
isso agora, é GRATUITO e, ao final,
você receberá um megasuperultra-
pluscertificado da hora. E assista
às videoaulas pela TV O POVO (ca-
nal 48 (aberto) – 23 Multiplay – 24
Net), às terças, às 13h (com reprise
às quartas, às 8h), ou pelo seu canal
especial de novidades e muito mais
contéudo sobre as HQs:

fdr.org.br/
uane/hqcear
a

34
. E Q u e m s ã o e s s es
2

r s o n a g e n s ?
Pe Em u m
se r
a
cl
h is
a

ss
ria, os perso
ifi cados por im
nagens
por-
podem ade, entre
n c ia o u p o r profundid

as.
outras form :
importância
Quanto a sua
ista: é o pri
ncipal

a)
P r o t a g o n
mais
uele que tem
da história, aq u e le
çã o d e n tr o d a narrativa. Aq e-
aten p ara que pudéss
co n st ru íd o
que foi ria, seus
m p a n har sua trajetó
m o s a co s, derro-
fio s, e xp e ri ê ncias, vivência
desa an, Beto
Exemplo: Batm
tas e vitórias. (de, vida
te (d e JJ Marreiro), Liz
Fo g u e tasma
, d e D a n ie l B randão) e Fan
e arte
rnando Lima).
Escarlate (de Fe
gonista: U
m amigo

b)
C o p r o t a
á
lguém que est
próximo ou a ta u-a
p re a o la d o do protagonis
sem nge o
umas vezes ati
xiliando-o. Alg do prota-
o n ív e l d e importância
m e sm iro do
ta . E xe m p lo : Robin, parce
gonis Verde.
to, do Besouro
Batman, e Ka
ncorren-

c)
ista: é o co
Antagon e
ista, aquele qu
te do protagon d esa-
u i o b je ti vo s o postos a ele. É
poss a,
st an te ao lo n go de uma tram
fio con antemente
o -s e e p ropondo const
o p o n d errotar
ld ad es p ar a complicar ou d
dificu ,o
n ag em p rin ci pal. Mas afinal
o perso is se não
riam d o s grandes heró
q u e se queri-
es se s et er n os vilões mais ga
fossem
iv er so , hei n? Exemplo: Corin
dos do u n Kirby).
M ag n et o (d e Stan Lee e Jack
e

35
istória
presente na h

d)
nte:
Coadjuva , ocupan-
a r n o d esenrolar dela
para a ju d de uti-
e im p o rt â n ci a menor, mas
do um nível d dos.
cr u ci a l p a ra os fatos narra
lidade
cia
ossui importân

e)
a n t e: n ã o p
Figur s, ocupando esp
aços
s n a rr a d o
para os fato ou para dimen
sionar
a m b ie n ta çã o ou
a título de ci a is . P o de ser trocado
is , so
aspectos visua íz o para a tram
a.
o se m p re ju
removid
er-
o s u m a cl a ss ificação dos p
Agora verem a profundid
ade:
s se g u n d o su
sonagen
linear):
Plano (ou

f)
gem
Persona só-
i ca ra ct e rí st ic as definidas e
Possu visível
q u e n ã o se alteram. É pre a.
s,
lida
m p ro fu n d id ade psicológic
e não te o sacrifício
, se m p re inclinado a
H e ro ic o lão, que
sa lv a r o s o u tros; ou um vi nda-
para
rá ca p a z d e um ato de bo
jamais se e muito
O p e rs o n a g em plano serv
de . um
p a ra re p re se ntar um ideal, s
bem
É a b so lu ta m ente fiel a sua
conceito . edindo,
ct e rí st ic a s in iciais, não imp
cara
evolução.
porém, a sua
denso):
edondo (ou

g)
n a g em R
Perso revisível. De
vido à
e n te im p
Completam logicamente p
rofundo,
xi d a d e , p si co do
sua comple n flit o s interiores, ten
e m co as
contraditório, s a o m e sm o tempo. Muit
çõ e
diversas motiva leitor.
ze s, ch e g a a surpreender o
ve
lor
ã o h á u m a h ierarquia de va
Observe que n o n d o e o plano. C
ada um
a g e m re d
entre person pósito específi
co.
te m o se u p ro
deles

36
3. Funções de um

Pers o n a g e m
b)
Histórias criadas para um
PERSONAGEM específico: Imagine uma
série de TV que despontou a partir de um filme.
Ela precisará de episódios semanais narrando no-
A primeira função de um personagem é nar- vos fatos, novos conflitos e novas experiências.
rativa, todas as outras estão ligadas a esta pri- Nesse caso, os episódios surgem para a per-
meira. O personagem pode ser criado para uma manência dos personagens. O mesmo ocorre
história específica ou histórias podem ser criadas quando um personagem de livro, de filme ou de
para servir ao personagem. Vejamos: seriado se torna um personagem de animação
ou de uma HQ. Então, sabemos, novas histórias

a)
Personagens criados para uma serão escritas para esse personagem.
HISTÓRIA específica: Em alguns casos, o
autor deseja explorar um determinado tema ou rea- Todo personagem tem uma finalidade pri-
lidade. Para ele, a história é maior que o per- mária, ou seja, a razão pela qual ele foi inicial-
sonagem, de forma que esse personagem servirá mente criado. Há personagens criados para qua-
apenas para essa narrativa, sendo descartado ao fi- drinhos, livros, games, bonecos, propagandas e
nal. Novas histórias não serão escritas, principalmen- por aí vai. As suas características principais
te porque o personagem cumpriu seu papel, como precisam atender, acima de tudo, a sua
os personagens Romeu e Julieta de Shakespeare. finalidade primária. Um personagem
de games deve funcionar e adequar-se
harmonicamente a todas as neces-
sidades de seu game. Além disso,
todo e qualquer personagem
pode possuir também utilida-
des secundárias, que são
funções, usos e aplicações ex-
tras. Um personagem criado
para tiras de jornal pode atingir
tamanha popularidade que al-
guma empresa pode achar interes-
sante utilizá-lo como mascote ou
“garoto-propaganda” de seus pro-
dutos. Um personagem de sucesso,
seja na animação, quadrinhos ou ga-
mes, acaba gerando produtos dispu-
tados por fãs e colecionadores.

37
é t o d o s D iv e r s o s
4. M

a r a C r i a ç ã o
p de per-
u m a re g ra para a criação
Será que exi st e mé-
s liv ro s, m a n uais, apostilas,
os o ns podem
sonagens? Tod b re cr iar personage
m a s so deles
todos e siste o u e xp a n d idos e nenhum
d o s unto.
ser reinterpreta g u ia d e fi n it ivo sobre o ass
se propõe a se
r um sto como
m o s a se guir deve ser vi
Dito isso, o qu
e te dar na
rr a m e n ta s úteis para aju
de fe per-
um conjunto d o r” . D a í, re spondemos à
sua jornada d
e “cria em mé-
st e u m a “ re gra”, mas exist ape-
gunta: Não exi id a d e d e le s. Selecionamos
infin
todos, uma
e les:
nas alguns d
e: Um perso
nagem
li d a d

a)
a R ea
Espelhar famoso ou alg
uém que
, u m a rt is ta ção
histórico ir d e b ase para a cria
po d e se rv so,
você conhece . O p e rs o n a gem, nesse ca
agem istóri-
de seu person e te rm in ada situação h
d e d ou
será o reflexo l. O bras históricas,
ealidade: A
po rt a m e n ta
ca, social, com , como os ventar a R

c)dfiocçs pãoelocisenautítoficaresépuarma repensars”a reosalpideradsoena-e a


onagens assim sar/Rein
o ss u e m p e rs e Flávio Repen dos gêneros m
ais pro-
realistas, p G u e rr a d os Farrapos, d
e A a
personagens d o u o G re g ó rio de Matos d
002 ),
Colin (1930-2 Miranda. cura
. Nesses “mun
do
ra B o ca d o In ferno, de Ana organ ização so ci al
forçar o discurso
e/ou
ob rtan te s p ar a re
não é gens são impo . No mundo
li d a d e: O mundo it idos pela obra

b)
a R ea tran sm
Criticar ntada
ui entra o a ideia a serem
r q u e seja, então aq , a pró p ria b iologia é reinve ros e
cê q u e ionar da imaginação adores, monst
como vo r se propõe a quest te s, ca va los vo
a u to lan gia é uma
“E se...”. Qua
nd o o undo e seu com animais fa rável. A mitolo
a n ova visão de m po d er im en su
a maneira.
valores, p ro p o r u m Mafalda, criaturas de retada de outr
liz a essa crítica. A sa d a, in terp
personagem m a te ri a
bom exemplo
de realidade repen
específica:
Q u in o , é u m
a demanda
o
personagem d

da)eOmapuretosar peõoe psuersa ohnaabgem seguoirloá”asdedssirea-


er a u m
m q uestionadora. Aten d
ilidade a serviç
o de
personage

um mb
a s p o r ela. Ele, o “sí ente,
trize s e xi g id
a , é d e n o m in ado, normalm
arc
empresa ou m rm in ologia Hoster
também
te . A te em for
de Masco a lm e n te se o personag
n ci p s-
é aplicada, pri re se n ta d o r” em material in
“a p é o Zé
utilizado como co . U m bom exemplo
d id á ti ação do
trucional ou
38 p a ra ca m p a nhas de vacin
o
Gotinha, criad
o d a S aúde.
Ministéri
mento:
Acontece

e)
ha
Espel o-
n d o s e te m um pers o
qua cas muit
m c aracterísti
nage m c o O leitor
a s d e s e u público. na-
próxim e perso
fi c a com ess -
se id e n ti
c o n tr a n ele caracte
e n Como
gem, pois ta m ente suas.
s u p o s
rísticas Peter
p lo , o p ersonagem apalha-
exe m atr
r, u m a d olescente boa
Parke m a s de muito s
g u ro ,
do, inse lescente
o le . O s le itores ado guiam
índ
e m -A ra nha conse
do Ho m ver-
r a s i m e smos nesta
enxerga
r Parker.
são de Pete

pro-
O personagem
f)
o:
Projeçã o.
a ser alcançad
põe um ideal ct ais que
u
ac terí st icas fí sicas ou intele as no
Car público são vist
m ej ad as p el o
são al leitor ge-
isso estimula o
personagem e A Mulher-
d o u m a g ra n de admiração. primei-
ran plo, desde suas
a, p o r ex em 940
Maravilh íc io dos anos de 1
ra s, n o in
ras aventu te, forte,
h o je , m o st ra -se independen irados
até adm
presenta ideais
inteligente e re s d e todas as idades
.
e le ito re
por leitoras
persona-
o d it o a n te riormente, o que
Com d o em alguém
se r in sp ir a
gem pode gostaria que
co n h e ce , o u alguém que uer lu-
você
A id e ia p o d e vir de qualq en-
existisse. lt u ra d iferente a elem
m a cu
gar, desde u eográficos. Ele
pode ter
tó ri co s o u g alidade
tos his a p rópria person
d a su ver
um pouco b so lu ta mente nada a
te r a
ou pode não d a elemento d
escrito na
cê , m a s ca odo de
com vo rs o n agem e seu m
o d o p e
composiçã único, mes-
-l o b u sc a m fazer dele algo antes.
tratá m outros semelh
n d o e xi st ir e
mo qua

39
O P e r s o n a g e m E o
5.

seu P ú b l i c o in-
s de democratização de
Estamos vivendo tempo rço -ge
aç ão , em qu e ca da pessoa pode sem esfo
form isamos
difundi-lo. Por isso, prec
rar conteúdo e ter onde ciê nc ia do
nsabilidade e ter cons
assumir a nossa respo alquer
ito pa ra co m o ou tro . É preciso, antes de qu
respe ssuem
ssoas diferentes po
coisa, entender que pe pr odutos
ve is de se ns ib ili da de distintos. Daí os
ní sa-
s pa ra o pú bli co inf antil serem tão criterio
elabora do a criança
nível de atenção de um
mente planejados. O es, assim
nív el de at en çã o de um adulto são diferent
e o ou-
te m as e os es tím ulo s que atraem a um e a
como os na o seu
rir a que público se desti
tro. Então, para descob o nível
na ge m é pr ud en te analisar, por exemplo,
perso s por ele e
mo os temas abordado
do discurso, assim co .
rso no qual está inserido
a complexidade do unive
ên-
aliado é o nível de viol
Outro elemento a ser av ad os do
1 A violência fantasiosa dos
desenhos anim
cia . violência
a-Pau é bem distinta da
tipo Tom e Jerry ou Pic plo . O con-
dos Titãs, por exem
de animes como Ataque o impor-
no qu al o pe rso na gem está inserido é tã
texto r o seu
gem em si para adequa
tante quanto o persona
.
produto ao seu público
ra
1. O Ministério da Jus
tiça possui um guia pa
ou tro s às fai xa s
audiovisual e
classificar produtos de e:
, 16 e 18 anos. Consult
etárias: Livre, 10, 12, 14 sifi ca ca o/
r/seus-direitos/clas
http://www.justica.gov.b ati co .pd f
guia-pratico/guia-pr

40
c t e r ís t ic a s F ís ic as
6. Cara

(e Vis u a i s ) p ar ação de taman


hos
A fich a d e co m
para quem
, al to , ba ix o, ár abe, japonês, um a fe rr am en ta imprescindível uma
Gordo, magro e et c. , ca da aspecto é rio s pe rs on agens. Trata-se de
de nt m vá rso-
aborígene, afrode
scen
r e, ao m es m o tem- lida co o em qu e sã o desenhados os pe
xo interio ficha-mod el e porte
externo traz refle cu ltu ra l. To da e qualquer m os tr an do a diferença de altura
ci al e e nage ns
po, um aspecto so e é um marco qu
pa re nt entre eles.
característic a vi su al /a
rson ag em é. O s no- físico
em o pe
ajuda a definir qu equilíbrio em term
os
ut os bu sc am um
vos prod ido, algumas
en ta tiv id ade e, nesse sent
de re pr es s em ca-
ta çõ es e al te ra ções têm sido feita s já
adap xu ais de personagen
as ét ni ca s e se
racterístic afrodescen-
cido s (m ai s mulheres, mais
es ta be le as etc.)
, m en os ca ra ct er ísticas estereotipad n-
dentes as pe ctos visuais que co
Não sã o ap en as os
adequado.
de se nv ol vi m ento de um tipo
tam no cial do
ge og rá fic a, a cultura, o grupo so
A origem ças podem
mas de suas cren
personagem e algu . Autores
pr es en ta da s po r trajes e adereços ca-
ser re chapéus, casacos,
em en to s co m o
usam el emplo, como
s, óc ul os , acessórios, por ex
ch im bo em, pois
r na co m po siç ão do personag
auxilia ação.
smite uma inform J.J. Marreiro.
cada detalhe tran çã o, as ca ra ct er ísticas do pe rs on ag em Beto Foguete, de
cria Ficha-Modelo
No momento da re gi st ra das em uma
ag em sã o
visuais do person gl ês model-sheet): po
r-
d el o (d o in
ficha-mo rporais,
ca be lo , ex pr essões faciais e co
te fís ic o, am.
o os ad er eç os que o acompanh
bem co m ais de uma
agem pode ter m
Um mesmo person senhados
-m od el o na qu al podem ser de , as
ficha pelo personagem
tr aj es us ad os
todos os relevantes.
e ou tr os da dos visualmente
co re s m para
-m od el o po de ser usada també
A ficha se
qu en os le m br et es, principalmente
anotar pe trabalhan-
er um a eq ui pe inteira de artistas
ho uv
personagem.
do com o mesmo

41
reiro.
ção de Es tatura, de J.J. Mar
Ficha de Compara
s
7. Característica

Psicol ó g i c a s se-
áre a do es tu do da personalidade Veja a
na (1)
conjunto de carac- dessas características:
A Personalidade é um guir uma simplificação o, -pe
e determinam o modo
de
Sanguíneo: Extrove
rtido, confiante, irritadiç
terísticas psicológicas qu lérico: Proativo, de
termi-
tulante, impulsivo; (2) Co
persona ge m
ra que o seu ico:
pensar, sentir e agir. Pa ão e ramental; (3) Mela nc ól
, provocar identificaç nado, mandão, tempe
consiga cativar leitores i- e, pessimista, solitário;
e (4)
precisam ter característ Preocupado, prevident
possuírem credibilidade, te a sua Sonhador, prudente, an
tiquado.
cas interiores bem defin
idas. O autor, duran Fleumático:
ma s
as desenhá-lo por fora,
criação, não basta apen
b)
ro. Ficha de
conhecê-lo bem por dent
Personagem
nhecer o seu persona-
Uma das maneiras de co

a) is séculos antes de Cristo, Hipócrates, o


s isa
Temperamento você sabe ou prec
s gem é listar tudo que rie
segundo Hipócrate pomos a seguir um a sé
saber sobre ele. Pro . E,
zer parte da sua ficha
Se
ficava seus pacientes
em de itens que devem fa olá,
pai da medicina, classi defeitozinho aqui ou ac
ramentos): Sanguíne
o, lembre-se de que um m an o,
quatro tipos (tempe personagem mais hu
o e Fleumático. Essa além de tornar o seu
Colérico, Melancólic não faz mal a ninguém
:
se para muitas pesquisas
classificação serviu de ba

42
cor
Nome, altura,

J.J. Marreiro
ásicos:
1) Dados b o sico

d o ca b elo, etnia, tip
dos o lh o s, i algum
rt e , ro b u st o etc), se possu
(frágil, fo s,
n te o u a d e re ço, vestimenta
traço marca veste), nacion
alidade,
(c o m o e le se etc.)
trajes , m au, duvidoso
n to (b o m
alinhame , fatos
ó r ic o : Lo ca l de nascimento
2) Hist a , a sua relação
com
d a in fâ n ci
marcantes e se não tiver,
por que
íli a (s e ti ve r, ais os
a fam se us amigos, qu
e m sã o o s algum
não), qu e su a história, se há
n te s d e
fatos marca q u e m sã o as pessoas qu
d o ,
trauma ou me te st a, se tem hob
bies,
ir a o u d e iores
mais adm çã o , q u ais as suas ma
st im a
animais de e
.
habilidades etc
C renças: Co
mo seu
n se io s e luz ou
3) A ndo (tem mais
vê o m u
persona g e m so pode
a is a le g ri a o u tristeza? – is
sombra? m nte da história
), qual o
a m b ie
interf e ri r n o edo, qual
o b je ti vo , q ual o maior m
seu maio r aior
rt e (o u p o d e r), qual sua m
seu ponto fo se vê, como a
s outras
za , co m o e le do que
fraque o q u e mais gosta,
ve e m , d es o
pessoas o se n ti m entos e emoçõ
, q u e
menos gosta que gosta ou
um lema
, u m a fr a se cia nos
definem ic a s que mais apre
ra ct e rí st
de vida, ca .
s e a s q u e m ais reprova, etc
outr o o seu
e vo cê já fo i apresentado a
E agora qu
mãos à obra!
personagem,

uadrymin ista
Quadrinhês: o glossáriopordDaonielq
Brandã o e Ra un do Netto

1.de forma quetécnasicacoredes pint


Aquarela: ura em papel, em que as tintas são diluídas em
água,

2.barra, podespé
têm certa transparência sobre um fundo bran
Pastel:
co ou claro.
cie de giz de cor utilizado para colorir desenho
s. Em forma de
e ser oleoso (giz de cera) ou seco. Entre os tipo
resultados belíssimos. s, a sanguínea oferece

3.
Rafe: esboço e/ou rascunho, executad
os anteriormente ao leiaute de qualquer
trabalho gráfico, como uma HQ, por exemplo.

43
C o m o u m P e r s o n agem
8.

Ganha V i d a ?
e movimen-
“A vida pressupõ
u personagem
to”. Nas HQs, se
se move, mas
teoricamente não
os narrativos e
graças aos recurs
ria dos quadri-
à linguagem próp
enas se move,
nhos, ele não ap
sente, respira
mas fala, pensa,
“vida” acon-
e apaixona! Essa
, com a leitura
tece, em especial
e acompanha
do(a) leitor(a) qu
uarda ansio-
as narrativas e ag
aventuras ou
so(a) as próximas
rsonagem.
desventuras do pe
com to-
Um personagem
perfil, prefe-
dos os dados de
fichas-mo-
rências, histórico,
em pronto
delo é um personag
no ápice de
para funcionar,
ncial, mas se
sua energia pote
tiras, HQs
não mergulhar em
esse trabalho
ou cartuns, todo
. O persona-
será desperdiçado
quando suas
gem só ganha vida
uzidas e che-
histórias são prod
gam aos leitores.
novas HQs
À medida que
personagem
vão surgindo, o
tros e com seu
interage com ou
aprende com
público, evolui,
do experiente
ele, vai se tornan
que contam e
e cresce cada vez
s dele.
leem mais história

44
É
9. O Personagem

um
F i l h o
Atenção , di re ci
a
on
cu
am
m pr
en
ir
to, cuidados, tudo
m el hor sua missão,
isso ajuda
sua fina-
um personagem utilidades secund
árias.
im ár ia ou su as ens esque-
lidade pr m nú mero de personag
ss ui um bo gocia-
O Brasil po ou im possibilidade de ne
fic ul da de s en-
cidos devido a di do s di re ito s autorais (normalm
ntor es hecimento
ção com os dete re s fa lecidos. O descon
s) de au to desses
te os herdeiro de m er ca do) do potencial
a fa lta to.
do mercado (ou co nt rib ui pa ra esse esquecimen
bém s, geral-
personagens tam tiv as de revitalização dele
as in ic ia o ho-
Existem algum pe nd en te ou marginal, com
in de o, sem maior
mente no circuito oi o, ficam apenas niss
m as , se m ap ral.
menagem, im pr en sa e das mídias em ge
ão da nde-
alarde e divulgaç pe rs on ag en s esquecidos depe
ss es nhecimen-
A viabilização de ed ora e de seu reco
sã o em pr ee nd Tintin,
ria de uma vi ra is. Su pe rman, Tarzan, Tex,
cu ltu o
to como produtos er ix sã o pu bl icados e continuarã
A st tos e infin-
Mafalda, Peanuts, at iv os , geram subprodu
sã o lu cr rício
sendo porque
di ve rs os pú bl icos. No Brasil, Mau
ra mo exceção.
dáveis versões pa da Mônica, segue co
co m a Tu rm a e aos per-
de Sousa, as gr an des dando suport
em pr es m
Quando se tem
ci l ad m in ist rá -lo s como marcas, be
s fá cessos, mas
sonagens fica mai s e construir novos su
m ar ca s no va quenas
como criar es as na sc eu apoiada em pe
em pr ões.
a maioria dessas tir as , qu ad rinhos ou animaç
as em m peque-
ideias materializad or e To cha-Humana fora
ic a, N am Marvel
Capitão Amér do qu e viria a se tornar a
tr uç ão r-
nos tijolos na cons bi u ao s cé us no s ombros do Supe
ics su
Comics, a DC Com ey , um a das maiores em
presas do
alt D isn que-
Homem e a W to , na sc eu no rastro de um pe

45
im en
mundo do entreten , Mickey!
o Mortimer... Ops
no ratinho chamad
!
ABRA A SUA MENTE
Capítulo III, Art. 18: “A proteção
Diz a Lei 9.610/98 do Direito Autoral, em seu
e de registro.” Ou seja, seu material
aos direitos de que trata esta Lei independ
rá protegido pela Lei do Direito
criativo, desde que impresso ou publicado, esta
ela, é facultativo, entretanto al-
Autoral. O Registro de personagem, segundo
tro e receber um certificado. Para
guns autores podem optar por fazer o regis
oteca Nacional. Procure saber mais
isso, o autor deve recorrer à Fundação Bibli
ser um autor de HQs!
sobre a Lei dos Direitos Autorais, se quiser

M a is s o b r e H Q s
Leia e Saiba
A Construção da Personagem, de Cons
tantin Stanilavski. Civilização Brasileira.
Rio de Jane iro, 2014.
Caricatura: A imagem gráfica do
Humor, de Joaquim da Fonseca. Edito
Porto Alegre, 1999. ra Artes e Ofícios.

Criatividade e Processos de Criação


. Fayga Ostroyeger. Petrópolis, 2008.
Da Criação ao Roteiro, de Doc Com
parato. Rocco. Rio de Janeiro, 1995.
Disegno. Desenho. Desígnio, organiza
do por Edith Derdyk. Editora:Senac São Paul
São Paulo, 2007. o.
Desenhar: truques técnicas e recu
rsos para inspiração visual, de Hele
Gustavo Gili. São Paulo, 2015. n Birch. Editora

Direitos Autorais, de Henrique Gand


elman. Editora Senac Nacional. Rio de Jane
iro, 2004.
Foco e Criatividade, de Renata di Nizo
. Editora Summus. São Paulo, 2009.
Ilustra: o essencial da ilustração
, de Steve Chaplin. Editora Senac São Paulo. São Paulo, 2012.
O que é Qualidade em Ilustração no
Livro Infantil e Juvenil, organizado
Vários Autores. Editora DCL. por Ieda Oliveira.
São Paulo, 2008.
O Roteiro nas Histórias em Quadrin
hos, de Gian Danton. Marca de Fantasia
. Paraíba, 2016.
Potencializando sua Criatividade
, de Domenico Massareto e Humberto E. Massare
tora DVS. São Paulo, 2004. to. Edi-
Reinventando os Quadrinhos, de Scot
t McC loud. Editora Mak ron Books. São Paulo
, 2006.
No Blog Laboratório Espacial mais infor
mações e dicas práticas sobre personagens
links a seguir: http://laboratorioespacial.blogsp nos
ot.com.br/2016/07/criacao-de-personagens
-por-jj-marreiro.html
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br
/2016/07/criacao-de-personagens-por-jj-
ro_22.html marrei-

46
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

A Fundação Casa Grande: e Paulo Monteiro (representan-


memorial do Homem Kariri, enti- tes da Banda Desenhada – como
dade sem fins lucrativos fundada em chamam as HQs – em Portugal),
1992 por Alemberg Quindins entre outros.
(seu diretor presidente, além de mul- Na Casa Grande, os convi-
tiartista) e Rosiane Limaverde, dados puderam conhecer a sua
é uma escola de gestão cultural, lo- Gibiteca, criada em 2008, em
calizada na cidade de Nova Olinda, parceria com o Ministério da
no Cariri cearense. Detentora de Cultura, laboratório de conteú-
diversos prêmios e alvo da visita de do da Casa Grande Editora, na
profissionais e artistas de todo o produção de HQs. Muito bem
mundo (mais de 60.000 visitantes organizada (com cabines de lei-
por ano), tem as artes, a memória, tura e desenho e disponibilidade
a comunicação e o turismo como de computadores) e diversa (um
áreas de abrangência do projeto, acervo de cerca de 3.500 títu-
com o objetivo de formação profis- los), a Gibiteca tem como missão,
sional, cultural e cidadã de crianças além da promoção do gênero em
e jovens do sertão nordestino. Entre si, estimular a formação de profis-
os seus programas: (a) Educação sionais do segmento de HQs (eles
Infantil, (b) Profissionalização de jo- já fizeram exposição na Europa,
vens, (c) Empreendedorismo social, inclusive) e fomentar o gosto
(d) Geração de renda familiar e (e) pela leitura. O mais interessante
Sustentabilidade institucional. é que quem toma conta e dirige
No seu imenso leque de ações todos os trabalhos da Fundação
e eventos (oficinas, mostras, ex- Casa Grande, seja na Gibiteca, na (Acima) Abertura da Mostra
posições, círculos de conversa, Editora, no Teatro Violeta Arrais, de Quadrinhos (Foto: Raymundo Netto)
esquetes, shows, palestras etc.), na TV Casa Grande, na DVDTeca, (Abaixo) Gibiteca Casa Grande
em 2010, a Casa Grande rea- na Rádio Casa Grande FM, entre (Foto: TV Casa Grande)
lizou o Cariri Mostrando a outros, são crianças e adolescen-
9ª Arte de Quadrinhos e tes! Muitos desses adolescentes
Animação. Como convidados, entraram na Casa Grande ainda
Maristela Garcia (Gibiteca de pequenos e dá gosto ver a forma Saiba como nasceu a

Curitiba), Paulo Amoreira (Gibiteca profissional como eles se dedicam Fundação Casa Grande:

de Fortaleza, na época), Klévisson e cumprem as suas tarefas, admi- https://www.youtube.com/watch?v=-c_


ZYkPw60M
Viana, Sonia Luyten, Weaver Lima, nistrando o espaço. Não dá para
Max Krichanã, Fabiano dos Santos, ir ao Cariri sem passar um tem- Saiba como funciona a Casa Grande:
Raymundo Netto, Ricardo Juliani po na Fundação que, acima de https://www.youtube.com/
(Núcleo de Cinema e Animação tudo, é uma grande casa de watch?v=LhnloHzPD9o
do Ceará), G.G. Carsan (cosplay sonhos! Vale a pena assistir a Saiba como funciona a Gibiteca:

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do Tex), André Diniz, Jô Oliveira, esses vídeos a seguir, mas pes- https://www.youtube.com/
Spacca, Luis Afonso, Nelson Dona soalmente é sempre melhor: watch?v=yoe4iJLe-7g
J.J. Marreiro (Autor)
foi por 3 vezes vencedor do Troféu HQ Mix de melhor fanzine com Manicomics (juntamente com Daniel Brandão, Geraldo
Borges e outros). Criador dos personagens Zohrn, Mulher-Estupenda, Beto Foguete e da tira Lucy & Sky (publicada em jornais
dos estados do Ceará, São Paulo, Rio e Janeiro e Rio Grande do Sul). Começou a trabalhar com quadrinhos em 1991. Formado
em Publicidade, com atuação nas áreas de Design e Arte-educação, participou dos álbuns MSP + 50, Monica’s, O Gralha: tão
banal quanto original e As Histórias perdidas do Capitão Gralha. É cofundador do primeiro estúdio profissional de quadrinhos
do Ceará, ao lado de Daniel Brandão e Geraldo Borges, sendo pioneiro no ensino de técnicas de mangá no estado do Ceará.
Blog: http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/ | Site: armagem.com | E-mail: jjmarreiro@gmail.com

Thyago Cabral (Autor)


é artista visual. Sócio-diretor da CNC Design + Visual Arts Studio, ministra aulas nos cursos de Design
e Publicidade da Faculdade 7 de Setembro (Fa7) e no curso de Games do Porto Iracema das Artes. Acadêmico do curso
de Artes Visuais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), é um dos organizadores do Baião
Ilustrado, evento de ilustração de Fortaleza que trabalha com mídias digitais, quadrinhos, murais e facilitação gráfica. É
especialista na arte de ler histórias em quadrinhos para os seus três filhos.
E-mail: thyagocnc@gmail.com

Guabiras
(Ilustrador)
desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016, completa
18 anos em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e perso-
nagens em HQs e fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos e/ou individuais. Para conhecer
mais sobre a produção de Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidente | Marcos Tardin Diretor Geral | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Ana Paula Costa Salmin Coordenação | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Raymundo Netto Coordenação Geral e Editorial |
Daniel Brandão Coordenação de Conteúdo | Amaurício Cortez Edição de Design | Amaurício Cortez, Karlson Gracie e Welton Travassos
Projeto Gráfico | Cristiane Frota Editoração Eletrônica | Guabiras Ilustração | Kelly Pereira Catalogação na Fonte
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-718-6 (Volume 3)

Todos os direitos desta edição reservados à:

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