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COESÃO REFERENCIAL

aspectos morfossintáticos
e semânticos

1. Iniciando n_o8$a conwer&a


euéSilo 1CXT1i.tl
diz 1espe,tô ao modo como 06
detncruos Ji~&ioos prcseatcsnasopcrfkx
tc:xnlalse cnroarra.mm1crl.igadoo )Xlf" moo de:
recursos~mbem ifflt.,'1Jlstlros,
formando 1n"-l
sequ~nc1a "'CK{lfajor<1 de ~n,,clt~ (Kocll,
1997), A oocs5o n:tt!Te de sent1do
po11;,.\.-,r4:Ltl,)l'>e~
1w.(: :st>~ t.1helooemno lrirerior do texto, co.ustiroido
Jl01um oonJumn de ,claÇôes de coes.lo q~ ~oma
paLa~us e iaformaçOcs.
Segvodo Koch (2009), há duas gTandcs modu-
ltdadcs de c~o: a c~o rcfcrcocral C' a col"SJo
sequencial A pnmdra e defuúda como aqtiel ~ mi
que um rompoD('nt<' dn sup~rfiCLf'd lô r~~ re•
IDJSS.."io iJ o~•-ro<~,
c-1em~ntu(!!)
,fo unÍ\'t?tS ctttual. A
:s~u.11datb.t iespeico ..1osptoccdunemo.s liogllisticos
llôt rõl?'iodni quais se cstabc~ccm.. ata<' segmentos
do texto (cnuuciad06, pa.rtc:sde cnuadados, pilmgr.i
fos C' mesmo scquêru:Lastc♦xtua15), dLVL'TSO} trpo~ d·
rt'l,11rií1"i!!l"mZmllc:ar/ou prnRmilIw.a.... mc,ctídago
t\ 11'\lll l'll~IÍ lr.
(IP-IPIASIL CATJU..OCAÇAO NA FONTE
SNDICATO NACIONA._ OOS U>IToa.5 Dt li~ RJ
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a Ciu.udío Rcmcarnli.

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NoRÃ!!Ot.A EDITOIIIA&.
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Cêb IOil lawóc)C:, a,1_ .t:Lb-o )til~
C-dli lànorul SJo ,Li>ClltUbttl do JIOl-4,
O foa, deste capítulo recai $Obrea coesão referencial, termo empre- 1tiw-,,id.a.deda liogua. Trabalhamos uma di"crsid.ade de gêneros. considc-
g;ido para lde.ntificar as marcas bn.guisticas que permitem ir recuperando, _ptecisoe..xploraros dM:rsos usos e funções a que a 1illgua se presta,
•••'•lS..)sc..'1"
n.::, texto. osobJetOSantcriormen1e «ferido$ no flu..w te.~L 1.. m ('()tno a vanedade de Situações c::m qut: eles aoonrece-m. Para formar
1l1111t"" capazes de ler e de csc::rC'\-er
com autonomia~ é preciso babihtá-Jos
A coesão referencia] é um processo ling:u.isnco que remete a intcrpn:-
i l1tL,rcom dJVerSO.S
gê.Derosr.cxtuais. Sekcionamos rexcos que costumam
ução dr' um elemetlto exptesso no texto a outro já util:izado para construir
11, ui.ir nas dn'eJ'Sas situações de intc:rlocuçã~ oonsiderando semprequco
~ tcxro. Um item faz referência a outro quando não pode ser intcrprc::tado
1,.-t..,lho com gêneros textuais pr-opicia uma Jci.ru.taioterpretanva. refle.xi~
p-:n si mesmo, mas em relaçao a outr0: quando a significação de um está
, 111,eJ,gu1ada pelo oootcxto e pe.lasfinalidades do texto, Encoottam.-sc.
associada à significação do outro. A roes.lo referencial ocom: p0r meio de
... •,t<" 1..-aplrulo,desde texCos informativos a literários, para mostrai: que: a
~emenros que retomam termos jâ explicitados no texto..
Ltlo pode se restnngtr â formação de lótores de a-penasum gênero
.. nl,\
Pa.ra Ralliday e Ha.~an (1916), a ooesão ocorre quando a LDtetpreta• , ,,,., 1fk'O Papel da escola é formar JcitoreS para a plurahdade de textos
ç5o de algum elemento no discur.so depende da de outro. Um pressupõe •Ili" flfc:"Ula.m.
o outro. um não pode sc:refetivamente decodificado a não ser por recurso
e) desenho metodoJógioo deste capitulo tem inspiraç-dO em aulas de
ao outro. Embora a CXX$ã0instau-n-: uma r-t.Ltção sernã.ntica. ela se fàz por
1>0rwguesa do ens100 bãsico e nos cursos de Letras e de Pedagogia,
l111r,11,1
moio do sistorna léJ<iexrgtamatical. Há, pois, formas de coesão n:alizadas • .,, que procununos fazer nossos alunos ti~n::m com as variedades do
p-:~ gra.mâtica e pelo JCXico..
brasileiro. Nossoobjffl\!O é trabalhar a análise lioguísc:i.ca.com-
, .. ,,111,Ruês
Vamos tracar da coesão referenoal, focab.zandoca1:cgoriaslinguisttcas ,, ,, mdo à$ diferencesocortênaas da aossa língua cm diferentes conrexros
na consliru.iç.ào d.iscurnva oral e escrita. identificando a fun(:ão motfos-- ,1 u•,o, buscando oontribuir para o fortalcamcnto da formação le11ora e
siruãnca e semâonca dos elementos que vão constituindo o sentido do , ,111u;1dos aro.aos.
teXIo.Dentro desse enquadre. pontuamos a coesão que se dá poc me-iode
IlOSSQ5 estudos analisando de forma ma.isgeral a ocxn-
f.:'omeçamos
ptollomes. oo processo de ana.Jorizaçio. Também pontuamos aspe<1.os
" 11. 1,1rla. coesão rcf~J em feoômenos rextuaJS mais corriqueiros, e
semânticos que contnbucm para a produ.çAode t.t:xto.como hiperortlmia
de•fomu. ma.isp0nrual, abordaremos a anáfora e outros fenômenos
i I l'll-11-.,
e hlponimia, entte outros. 11,,,,._.
\.~mpk:xos. como hip-eronímia e hipon.lmia.
Nossa intenção~: discutir as ooor,ênG'ias da variação do uso de. pro.no·
me,: nacoosuuçao
discumva.anabsaadootenãmeuoda
coesãorcfc:rcncial, ,. A gente e e/e: elemeotos na coesão ref'et e,i.ç~al
e $USCri:rmodos de ensinar esse feiiôrneoo oa sala de aula. co.DSJdctando
3$ possibilidades dt: uso da língua coníoune o contexto. tendo cm vista os lbmcmos oomo primeiro exemplo o texto seguinte:
o,nhecintenros da gramática oormaâva e da sociolingu:ística..
Texto 1
Pretendemos tarobcm a.botdaT como a cadeia rtfttenciaJ de um texto O professor uolii.ov ~ pan ~plicar .a matéria. mas .a n.nna ni? es~
se constrói por meio da subsutuição de tum palavra J)Ot outra.. permitindo a aVil acostumada COM~ rea.Jrso. A aenbe- não escava conscgu.-.do
1<10mada lexical PaB ;....,, rdlcrin:mosacerca dopapelqueasubstituiçJo de 1 ,teompanhar ele n.-i hora em que ele escava explicando o $bdc (C.N.)..
uma; palavra; por outra desempenha na construção da conti.n1Jidade do texto_
I· -.,~ lmRntenlo csrà 0011SUrutdode dois pronomes. agew~ e ele, sendo
Utilizamos como exemplos diferentes gêneros t(·xt,,.11, J., fül.1 e da 11111 c"'qc ultimo .,p,an·tt duas vezes.. O pronome agente ocupa a função de

!Xlf3 ckmoostrar como a ~Jo


C':i:Ctit::1. n;fcwnn,11 ,•1;1\ ti1o 1•1r-:rnll' na u1nh• d.1 h·rt·(·ir.1 ora('iU> "a #ll(lf." não csrnva conquindo a.rompa.nbat

"'
e...,tl,IU)I ~---

de ... " e também de pronome que sobstrrui o suJe:ito ··a rUl'ffl(Jnão estava
acostu.tnada cotn esse recurso". Tanto a turma como a ge,uetêm senndo de
1!.;' Pessoas
.'...J' ,
~-
! _su,e1to l Complemenco
-1-•
~uJeJto
PS tnform;aJ

englobar um grupo: nós~ os alunos da rurma.


A expressão agenuéextrema.mentc utill2:ada pelos falantes de t~
as idades e emdifc:rc:otes contextos. formais ou infr;mna.is, tanto no$ rextOS
t•

r•=
pessoa

,ingvtar
ev

UI., 'IIOCf.
h'le, m..n.~
~4c:onci,o#PttP
-·- ev.mt, ,.,.,,,,
prep+w. mim
'ftlf>dlodlci
mais mowtorados quanto nos menos momtorados. O pronome a gmre. ,,..,,,,,.,. +o
o senhor..
~0,-(1'
~~ com <1 'll'rXiloc.lhu
('<dooê,cod!}
no exemplo. tem o scnudo de ttds. porque o cnunoador. a pessoa que fu.la.
refu.rt:-se à. tunna (m:i,;.os aÍJ.tn()ls)que não está conseguindo acompanhar a r peuoa de, ,:la ........,
o.Jo..
lbe,, Sé. SI,.
ekfW~lo
de,.eb, fie.
pn:p+t:Ja,clo
explicação do assunto exposto no slúk. ,.,,.,...,. nós 00$.,. Cc:wt05CO oprue o~prep+o
CM«
Na primeira oraç.o do texto, o sujeito é o substantivo profass,,r, reto-
mado em [ •. ./ aa>mpanliar d, e J r. de""ª""
expiiauiáo [ .. ./. Já na terceira
oraç-ao_ o a gente r.e:tn a futJ.çâ.ode sujei:ro, concotdando oom o verbo <:StOwi.
)• peuoa plural .............
.,;,_ vios:, O'Jf!YOS<O,.
ptep+os ,sent,~
v«.hlocêsJ
cés
~cxês/cê$#
P«P-a<és
"' seM<l<05 os se,,horas
com o sentido de om grupo. mais de uma pessoa, mais de um alu.no. Ve-
rificamos, no exemplo. que agente é pronome,. oomo mostra o quadro de 1• pcs.,soa .......... os/as.lhes.,.se. s,, @lu!M, eles/eu, elos,

Ataliba T. de castilho (2010: 477). Castilho inclui esse pronome no quadro


do porrugnês brasileiro do dóscurso informal.
QIW:i'o 1.1:0ls;po,no""" -~lbtYd.fl
a,,u ....

Cld:filhõ.Hi:.4
""'
~do,~~
prep~/es,em

S10 ~loe Ço,t\-~ 1010.p. -477

Já a grcnnáric:a oorinati..,·a (Becha~. 2009: 164) não n:gi'Stta a cxptcssã.o


No texto 1, alê-m da t.nc1dêncla de a ge,u, com a função de pronome
a gente c:omo pronome, pe.nnancc:e com o mesmo paradigma tradicional
1111w110 e também como elemento coesrvo, te.mos o pronome de quc-:s:e.
de pronomes pessoais do caso reto. mesmo com a lc:gitixnação de a gnue
1t111cscota.como clcmcntococsh'O cm f •• J ocompanhardee de csutWí/ ... /.
pronome: pelos falantes do PB contemporâneo. ...
N ,t pnmcira incidência., de e.xeroe sintaticamente a função de pronome
, •h1e10, regJStiando n.o sintagma o papel de objeto direto. Na segunda
2.1. Paradigma de pronomes da gramática nonnativa mndénc:ia, de exerce a hmç:ão de pronome suJc:ito. está na função de
11tt·i10 no ~ior:ag:ma e faz ttfe:rência a professor. E acompar.Juueú também
Singubr 1• pessoa: eu
f. 11 referência a proft:S$Cr.
7!"pessoa:cu
-r pessoa: ele. ela
O uso da variante ele (acompa.nlutr ek) como obJetO diteco ooorre na
1.,1 1 não monitorada e essa vanaotc é muito utilizada pelos falantes do
Flur.at 1• pessoa: nõs
11,l11uguês brasileiro. Está na variação da fala de pessoas de diferentes
2• pen~: vós
1,lo1dcs, s.ta1,,s social. domínio sociaL no contexto em que o disçurso
3ª pia~: okis Ws 1 prolcndo.

Este modelo de dismõu.ição das pessoas do discu.rso é o abonado pda D1.:).ntedo p.a:radigm.a da gramática nori:nativa., a vanante motfossin~
oorma.-padno. Sa~ c:otret.:mto. que: c::lenão retrata a realidade dos 1.11,caaWll'fpu1úu1rf.'.!e é uma forma •~c:rr~da.. da \Lnlizaçào da língua. não é
usos da fala oot:idia.na, Pois a língua aprese.eia oucros pronomes v.;u:iantcs ,lt" ttSO d.1 11onna culla, vi~o que t!le como objeto direto só é admrtido pela
que possibilitam outros usos lingujstic:os. <.."Om·Otno-:t~• o ,111.Jdm llbaixói: 1:1.11u:1liea llOl'matJV-d na SC"guuues1tuação.<..'Onfonnc &~ara (2009: 175):
,
O Jlf'Oóornc i-1~.l'kl pc:,nu..:,u&i trhkk:trlü, -.lt ,11~11n• , om•• ,,1 J• 1,, ,lih ..·1u 1.1,a.1nrld N,•..,11•rxc·ms•k.\. di ...,.~trkH• .t 11IJwt•u1qut- M-1.1!".,,l"Udo
1•dfC."hV.t1IO111•
p,cccdido de to..Jo1)11 ,\~/ (11Jjc1J'-'-,) ou :-4.:(f..JoC;ldo Jt• .u1.-•11tu1\!o.,l•,<'llfll1k.:.&•cm ...,JJM._.um NY"'-1" IK>• ,1\lll<'lé que 1.1rofcn·o discursó. ~xc.rccodo a lunç ...'lo
pt06a ou verso: 11. , ,l),rliO d1l'clO no su1lal(m., ,1.~xn·c.Ú/1 rcfcrCncta a urna pc$SO.tdiscur.;wa
-No latim eram quaaoos prooo.ines demc>.nscrat:tvos.Todos des ~ o , ,pltntamcnfc .;uJs,cnl.edo fragmento textual, Na gramâtiça normativa. isso
-uguês·• IPL. 1, 389]. , 11-.n~•dc."radQc.--rro. d~VlO, qu.and.Ojllc!__':!!,.~Sc tr~ua de uma \rari..ação
-OiJJa elel'º (EQapudSSJ 1.
111ool1,ssm1â1icapn:scntc .no pon:u.guês contemporâneo la.Lado no Brasil,
~ 11110 ,._. Ungua oral quanto na escrita não mouitorada.
Se:gundoPeriru(2010: 116). "ospronomcsquenãotêm fon:nasobliquas
(dele/a) sào usados em todas as funções, sem mudança d< fonna•. Consi- t >prooome ek, co.níorme a gramâtica notmativa, ~ da caregotia dos
derando uma varia.ore fotmal, construída oonfonnc: as regras da g;ramá..tia 11,,,noolt'S do caso reto. No exemplo deixei de na (plitanda, enquanto ew ,'a Já
nonnativa, o texto 1 fica assim reescrito:: .,,,/vov 110 cidade~ eleê complemento do ~'erbo da..0. assumindo sincatica-
t1tt·n IL' a função de objeto, regra muito comurn oo potrugUês falado, etnbora
1 v.1-;imática oormatJva defenda que de s6 ~ ocupara posição de sujeito.
,,·11doassam, a variante ••padrlto .. para o exemplo de -Yac:bad.o de Assis
I" iCJçser assun reescrita:

--.~'Có:.,•~ "'~ ~+•<1..-.-•~•__..,•• -.,i =:,r"">:;l..~\ .•...- JC-f•,-=~


~ ~ ,:-,.<t~! .-:,~r, -,_-.,..~
Ê uu.eressante acenru.ar o conceito &: ,~aria.ntc. segundo J\'1ollic.a.e v.:dio e um bê:>edv muito gr~nde-. Ail}di ~ 9 'de~rna qu1cmda,_.:;:.
Braga (2003. 10.11): us.móe.; 1.í·tá ~mb~lXO na cidade:::- ~1~.·~J~=-1,.." •~•1..i .._·;l__;,_~;::;. ~~~· '..,
, ,_.::.-=-·~s-.--._,··-· --..1' • •"fl._·-,.,
..... •.... ·~...,.,._..,., _,..
. . .
A variação liogu(stica oonstirui fenômeno uru~ersa.1e pressupõe a ens.tmoa de Nesta \-1?1'Sào,
atendendo ao padr.\o da gramática normauva.. a forma
formas bngul:sticas alternativas denom:roadas ,"MianteS..EntCOOcmos.cn.tãopor mlfática ddxn. ele ê StLbstrtuidapor o deixei • .oa qual o pronome obliquo o
Yariames as di~ formasalla:oativasque oonfigwam um rnõmcno 1,--ariã,d. t•,crcc a. função sintâria1 de ooroplanc:nto do verbo: obJetO direto. Já na
,·"10strução disc:ursi"ª• o sentido de o fu referência a uma. pessoa que não
Portanto. em (lt:()mp,t;tnhar ek e ocompa,rhá-Jc,. remos <!_uãs
foonas alter~ ..p.,rccc na supcr6cie do discurso, mas no coatcxto, e no discurso explicito
~--
nativas pax~ dizer a mesma coisa. r marcado p0r um l'Q.dlo~ um «balo. Temos dua..,.fonnas gráficas usadas
Jl;n'd de:JlOtninar quem exagera na bebida: bêbedo e bibailo. Machado utiliza

1.2.. Elemento coesivo ~e: varianr.e não padr"ão no discurs.o escr;to l~o. mas e muito mais comum ouvirmos e/ ou Jennos a forma bibado.
A reescrita nos pemurc visuali:zaTas cb"TISa.Sformas de chur uma :mes-
Em Memórws pó$r"masde B"15 c..bas. Machado de Assis reproduz
ma coisa.. A CSéOfha de como devemos nos c:xpressar é oondicionada pela
fielmente a fala do escravo Prudêncio:
~1tua(:ã0 c»municacional, pclo CX>ntt:xto.~tachado de AS$i$ :reproduz a fala
Texto2 do escr.n·o Prudlncio por meio do discurso direto, recu1$0 utilizado quando
~ ...n vadio e um bebedo mu,co g:n..ndc. A1nda hofe do,ocçi ele na quitanda. o escritorquetSC' manter fiel à lã.la do per.;on.agem.. Essa ocorrência é exem-
enquamo eu ia lâ embaixo na dd3de.. plo d< uma oraJidaru, menos moni!OT3da, infonnal. Já a forma propc,sia na
reescrita at.t:nderia a OUIJOconrex.t~ tu:n oonro:10 ma.is monitorado, fonnal.
• F.m J'C"âçllois ~ cio oempJo de .ikct:wa. dti stgru.11,cain.PL (Paehtttl 41. Siwa Ji. e. Desen.YOl"er essa rêfle,(ão em sala de au.Ja ~ aos nosoos alunosdéSCJ:l\d-
t.amcan.dt Aodtad.c►. EQ (Eça ~Qu~í.tó-s) e SS (Álv.uo F. de: So,usa da Si.hoci;.t) vercm sua cornpecàtcia oomunicativa, a capacidade que um membro de uma

2fi
de fala deve ter para Ju,c, o que
fu,,- neC1SSâno.-pi-oonada.mC
t)IC T--•~•
AMAZ.ÔNlA, TEI\I\A DC C~ANTl:S
romunidadc o, 2005 ) dJoso: um s6 de seus est:ados..
a ~ualquer ,Oll:J:loam,r, em quajsqvc
r~(Bonoru,-luc:ard ~ Non:e: «N-."lece' U tudo é c,-an Seu
nho de tod.1 ~ reiQ.o Nordeste.
o Amaz.onas. ê quase do um.a do om
6e nome Atn.u.oNis ô o m»CW""do mun
do -ido pnnci.,.-t rio., umbem
3. AnáfOf'a: elemento coesivo na perspectiva fonna.ndo com s.eus a.Ooentes
a m1.k>r"
oomc oompnmento e volume de .lata. &itta.s
"oo"" DX<hda em que um pn, Uli:~te.. ~ cientiuas e ecolo
Segundo CilStllbo (2010: 473), baci.l h1drogrif'JC1 do planec.:a do
usado será l)Qn ado r d;\ a. mWr divcrudade bioll>gjca
-O>IOCM-sc oo luprde um nome pn,v,amenu, o pro oom c t6m da.stac>do que a.lt se •nconva e11t es era um;a.
i,loqoc aospum,.,, an& !Jsu Si(!J~ oma.1c,r•tMlmel"'Odees
péc.,..vr ,•ud if••
ao.üora ·. Tomemos agora om ex= mundo-.ou
en a.tra .i a cobtÇa de: multa get"lte desde
mesma .àr'ea. Po,s toi;b eu:a rtqv
como clemcnro anafórico: os e fa.zendelr'O$
e>~ tctnpo.s du on..vefa.s! M·acte.-.ros pritnpcir'
y._.~o 3 do u mak>res
,nu nSo pusa de t.#TU- c,-aode
ment•r-a.,:e que q: • e,11 ,c:nar pio • pl:a.nur sop onde • tlorts.ta
O ro,,erno dez.que nos • ....,_ ..,,u.r. 1i qu. grande paru deua
flo-
vem depois e aca~ com o nosso
sonho! (A.C ) .;,mcaç.lJ ~ve o 8..-uít preces:a enf. ()os t:
1 ele nos ajuda. po,..Q1.M ele hruile•ro A Am•z.6nia i noss a!
nut2 enconcn-se om tWTitono
vraa,,-est.i na p051Çãode s0Jcit0na oraçao. Sa,lt.Os Cnonços do &,-as,t suas lwst
ôr,os. seus btwi,qutdos. $itCIS .so,n i,os.. São
Neste exemplo, a pala indo
substinu o ootnt goW!1fnD~constitu
-Na qt.atU e .oa qvinu onçõcS. de d.comttnn elemento CIOeSJ'\.~
Pau6o. ,.__ S::hs.. 2008.. p 89)
Neste~.
anáfora ao se referir a esse oomc. seralàz rcferô>cia à reg,3o Non.e, CO<
lmba do texto,
nposta

n:fettnCial. CXlllfcrindo p.oga l?


ao te:xtO_ r-:,pru:DCll'a
o v.üo!-eatalõnco de""'• munoando
lo como o da qu1nt11oraçtlo são 1, ,nos Estados. Ressai.,,_..,~
nndo.,Sfl.u. o.a<qegunda bnha,
Tanto o ptOnO.rnc. & ela quana oraç ao mesmo , ,,, -..nn posteoormentc.. Na progress
ão dcsc
a, visto que &1z.aurcí~ nodo Amazonu, o ...Ama.zonas"
. de Uk!SOX,
muados, também, como a,rrefcrfnci t 1......,, e, nome do pnoopal .5ieM$ fàz refcrtncia ao
SVJeJIO -O-• IM.HII• ck>Estado_ Já
o segundo prOoome possesswo s.. O
s de um --1flueale: ""ICUSafluente
Sobre coITCferênaa. Neves (2UUO.;,92) expbus. ,, •. rnrorm~ndo qu~ ele tcnt m;.n rc5. '53o
vo Slt:U{~)descocadoa uma. prog
, uufóaco do pronome possc:slt regiJo None.
uma tcrtt:l1a J)Clll(t3.-jâ r01int?Odnzado
,. 111.11 11..1qual se começa
a ratar de um oonteno ma.w.r.a
Quando o rcfcrerne detctminad.o- . outros pontos do do rio Amazonas"" lnfonmos
no d.i:,cu:rso. o falaote' fn:q~
o re>a esen·.&.em 1 • um~ ma.isespccíflCO: "Afl~tcs o~. oodc se
dado .. e nao apenas como elemcnto
-con.hcadc>'",
,11 ln 1111"rea,ão Norte~
há um Estado chamado "Ama.zo
cnu..noado, coinoelei:n~nto ..
a.clit.,.alem de UD1)hcar-n"fbenci
Açã o, bnplica com JCUS ,-ârios aflucnie s O auto f' ocsanaza
e assun.o tttsDOquc~ tdcn:
oom :aJcnbdadc- , 11rr41o no •A..mazoru.s-"". .mios CoeSIVO$, segundo
co~. t,;"cssecaso, há a.corttfC'rmaa :.bsoltJlt. 1 111lorn1.\ÇÕCS tc:rtualmeruw;: por meio de clem
>ol:: o uxlivSduo (ou °'indlv -kluõ s} que a
pronomes tfm om papel ~leva.a.te
na comtI"U(:l.o de sentado.
total encrc <' amo 1- n1e- e• anil: o pelo .ant e«d ctJ.t c. seodo. ,1t1.11, to11is
icfuo des1gnad
anáfora rq,rescnta Co mc:smC>todiv cmt,ora pan o "'AAmuónla i 1'0l$tl .. , a.na~
pre um duoot)l.., u:lcnbf~ 1~.mos 1am~m o pronome l'f.OSSO,.cro
pcwtanlD. pau o Cü&ntc .sem
a constnJidi por lllferf:nca. lslo "-•
110.SSO
ouvinlt' pOJJa ollo ser iidénrifdw:I 11 11h, nrn10 sendo u~ aná.ío.r arparece W:p crtld c do t.CA 'to.
L ...., .
•~·k' nc.,. ao povo bnsi:le:uo. t'DaS não
...A A..mamrua. é
Dil
do p0\"< > btas ile1 ro•~
po.$sesslvos 111.t•tn,~ ., .,,ob:içticot,ção. Leremos
l~ 1 Anáfora com pronomes t,ns,1nro~ oeoôo sub""1lido
por""""· Outta p0ssib11Jdadc de
a unli- , """''
de 0.gantcs•~ para 1denllficar é d~ bras11ciros'".
A..n.ah$é.JllOS"Amazônia, Tttra mada· , ,,. 11U\Jf'o 1': ''A Ama7,c"\nia
como dcmentos cocsi:vos de n:to
r..aç!lo d~ pmoomcs pos:5"nsivos
Tex_to S Já a c,cprcssãoaq,,4 utilJzada no 1etceiroquadri.nbo, apon,a para o eSpa-
~ que é .11posição do papa e tem que wr- ~iucb... Ena.ro que e.le ._,1
listro ocupado por .M.agah. Sóê possl'\'e.J compreelldero que M:agaliquer-
cem o direito de manifescar o que pensa. ~ a crença. dele e ele esti d 17.<.'Tquando ela afuma Q4ui nã,, é (tudo vutual) se observarmos o espaço
reçon,cnd:).n.do uma orientaç,âo (fala de Oslma Rousse1f. Jornal Corrrio ,·m que ela se C[K)()Utra no terceiro quadrinho. em frente a uma geladeira.
8'arilie=, n, 17,326, p. 5, de 29110/2010). 1e.•rlcta de conuda, e se relaciona.anos esse espaço com aquele apresentado
11.1 pameua cena, quando b.-tagali se refere à inrem.et. A exp-ressãO nl!SStl
A uansaição do fragmento da fala da então candidata à PTCsidência
pecmttem a oo.nstruçâo de dois espaços na tirinha:
mtl'T'nl!I e o advérbio tllflU-t.
da República,. Dilma Rousseff. é outro exemplo de uso de pronome pos-
\1 Vlrtual, da mteroet, e o real. da geladeira.
se;:si-vo como anáfora. No caso dessa transcrição, o d~k faz refei-blcia à
c=,ça do papa. A tirinba., então, nos permite observar que pode haver uma recupera-
Nesses dois exemplos ....-erificamos como os pronotnc:S possessivos "º'ºde eJetnentoS que estão fora do texto, O:OéOn~xto de iut.cração, mas é
organizam a progressão textual oomo e.lerocntos anafóricos,.. dando sentido 1~tl"CISO ressaltar que há também a recope:raçã.O de elementos que estão no
ct.t.:·discw'SO. Podemos ua.balhar cm .:,;o.1ode aula. a11áJ.i3.csde mnnúcstw9ÕC'S t<"XLO. A rec:uperaçã.odec-lementos que estão forá do texto e: qucdepc:nd.cm
linguísticas e·rn uso que levem os alunos a pensar, de forma dinâmica e re- ,l.,.;11uação de interaç-aoé denominada ex6fora; ,iáa recuperação de clcmen-
flexiva, sobre o funclODamcn.to da lingua na sua diversidade· oral e:escrita. h" qae estao no rexm é denominada endófora (Ralliday e Rasa11, 1976),
Obscn'eIDOS maIS especúican:)en(e agora os pronomes demonstrativos.,
•111e-s.:'1.o
palavras usadas para fazer referenaação.oo seja. para recuperar
3.LAnáfora c:om pronomes demonsvativos.
, lt"rncntos q-ue estão fora oo dentro do texto_
Existem algumas expn:s:sõcs cujo entendimento depende da s;ruação
e.o que el.as fotam veiculadas. Vejamos a tirinha a seguir. TéX.to7
(1) A- Professora.. esqueci o lípis.. Me empresta esse que câ na SIR mesa?
(11) P - Este aqui!

No diálogo entre o aluno e a professora. observa~e ro·m clareza o


u-.o do pron.ome demonstratt\'0 em função exofórica. Os demonsuati,'OS
"~e este foram usados pelo esrudantc e pela professora no momento da
11111.•ração levando cm conta a função espacial. Em {l), o estudante. pessoa
•1ue fala, se refere: ao táp-is distante dc.lc e perto da. professora, pessoa com
•l"'-•m cJc fala, utilizando o dcmonstran:vo esse. Já em (ll). a professora se
1,•ff"rcaolápisqucestá próximo dela, pessoa que fala,. utilizando o pronome
O enrcndimcn10 das expressões nasa e aqui depende da situaçâo em
,i._,11onstraci"oestL A a.S,'$0Ciaçâodo prooomel!St4ã pessoa que está falaado
que foram ,-eicut~das. Tsso significa que a referênaa desses termos está no
,. do pronome: f:SSeà pessoa que está ou,.,.indo é a lógica encontrada na gra ..
discurso, na siruaçào social concn:'la.. e não apenas nas palavras (c.sntbo,
201 O). Para compreender o uso da expressão nes:sainternet, é preciso analisar u,~•••ca oormattVi:l Jlill<l d.JsOJlguuesccs dois pronomes_ Ma.s. de fato. no PB
seu uso oonsidcnmdo o contexto: Maga.li referc--sc à iotcrn.et oo primeiro t•"flLL"ltlp0râneoesSC$ cfoJSp-mnoi:ncsjá seoonfunduam e rara.meote'\>-e-mos
quadri.nbo e, em segm-da~ oo segundo. cita gulosei.roa$ vnr,..ulmcntc di.,-po-- ,h-.ru,ção entre eles na modalidade oral da lmgua, ou até na modalidade
n~. A expressão nl!S$0iruemer apoDt-il para o c:q>,l\.'ú vu·tuJI .,_.nmo (IU.a) ·,t'nt..L No n1t,Lnto, em 1cx1os muito ferroais, como os textos jurldic:xiris.essa
M..:,1,i1tlic:$tava 1cndo coma•o 1X>'I·Ol'-"'º do com11ut~H•••t ,11-.rinç._10pódc -.:rt n ...lc-v.11111--
p;'lra .:1cumprccns.'iQ e. port;tnto. ser exigida-

...
Dando sequência à reflexão acetca do uso do demonsuati,...o com ocomda em uma aula de compreensão de texto. em que P iru:lica a fala da
funç3o cxofórica, temOS a rontinuidaclc do diálogo ai1rç !l professora e o professora, A, a do aluno..
ernidantc; Texto 8
Texto7 (1) P-Primeiro O,ha só. ~'Annasc:icncíf',c;a.s da policia ... De qc.,,cv:u tn~,..
1(UI) P- P<:ga.ernr,restado aquele làpG ~ está na estam:e, este $J YOU usar. esse text0t
(li) A - De arma pn matar, anna de fogo,
Em (Ili), a professora unliu o pronome demonstrativo aqude pata se (111)P - &sa arma é mecânic;a 1 (H.t ,nexo pra funçion:u', m:u o texto
refenr a um lápl$d.istante dela, pc::sSQaque fala, e do estudante com q_uem é de armas cientificas,
u:.teragc. pess0a com quem fala Assim, o pro.nome dcmonstratJVO aquele
aponta para um objero distante do lOCUlOre do interlocutor. .Kesce fragmento, temos um diálogo c:ntn:"professor.t e alunos. A
,ntcoção da professora é levar Q.S alunos a identificarem o tema do texto
Tendo em vista o uso do pronome demonstrati ....
o em função exofórica, 1.."ombase em alguns elementos do título. Por isso. ela lê primeiramente o
tem-se o segumre quadro; 111ulo("Anna.s cicDtfficas da polícia") e, na sequência, pergunta à runna do
llue o texto vai tratar. Um eswdantc Tesp()nde: o te:xto trat.a de armas para
il~fer-êttda ; Pronomes demon-.tr.u:ivos
,natar, e a professora.. Jàzcndo a modia.;:ão ôôõ\ <) ólljetlvo de oonduzit a
<:a,,po do loo.rtOt° este(.5),.e$U.(s). isto mnna à oomp:reensão do texto,. explica: a arma para matar t: mttàn.ica., e
•:.ampo do int.erlcx:Ut:OC" esse(s). C$:R(;). isso o t~xto lCata de armas cientificas Em (T(J). a fita de retomar wn elemento
=orado c:atY' PQ do locutor e 00 Wl«.rlC>O.lllor- 'lq~($), .a..queia.{s).:aquilo .,rn:sen.rado por um aJuno. P utiliza o pronome demonstrativo. em essa
Quadro 1-Z lko do pr(ll'OC)IM(t ~$'tl'.WW'O em fl.n.50, ~
,u,na,.refeando-se â a.nna de fogo citada anteriormente. Assitn~ é possi-
HI compreender em (III) asa arnuJ aponta par., a ideia anteriormente
••rrcse.mada (arma para matar, axma cLc::fogo). c:stabe.let':endo u:ma t'eJaçao
Nos textos 6 e 7, o entendimento de algumas expn:ssões depende da
• 1~.siva de referência
s:ra.ação, porque a rcfCJ""êociadelas está na situação concreta dos fala.ores.
No texto 6. pof exemplo~ o nem lexical aqui aponta para o espaço físico Vtjarnos agora com.o se comportam. o.s pronomes demonsttattvos cm
CX1Jpadopor Magati, enquanto no texto 7 {UI} o prooome eu-aponta para 4,u1ro:;. exemplos:
a pessoa do discurso. Es.sas expressões dependentes essencia lmcntc da si 4

Toxto9
tnação d.Jso.irsiva são chamadas dê1ticas. Os dêiacos podem se inserit em Usando fivn» infantis: par-a d1scuur temas exlst:enciaís e.ão pt"Ofundos,
diferentes classes gra.matica.ist como pronomd e advét'bi-os. Em suma., a Lucêlia Pa:iva. c»<plica qlXl esse tapo de fe.l"'t':llme.na na psicoterapia atua:
dêixss faz referência às ca.tegonas gramaticais que relacionam enunciados
como as outt'lls for'nira.sde eltpf'ess:.lo artistic.a: por meio dei.a. a pessoa
aos aspectos de tcmpO. espaço e pessoa na enuaciaçào, ou stja. os <Uiticos consegue d.C'Paz.er- os nQ$ que dincultam a ....el"'bafr:ração .... Através da.
.localizam e identificam pessoas.. objct-0$, cs.'C..nlossobre os qoai._ falatnos
narn.ção li~ia. vem :a~sibiltdade de fabr sobf-e o que foi lido e que.
oo momento da intc:raç-ao vetbaL no final. é o próprio senttmcnto d:I pe:s:soa....ex:pfica (fragmenc:o retira.do
~ aqui.. vimos exemplos de ceferência cxofórica.. A_gOt'a rrata.rcmos ôO texto •·Méc:Ji<:os~ ~s .~tam IM'OS para truar doenças fí-
de referências e.ndofóncas (recuperação de elementos presentes no texto). sicas e <!modonais-, escnt<> por CnStt"3 Almeida ~ra o UOL Ciência e
Dcnc:ro do texto. remos rcfcrê.-ocia a eleme-ntos anterio«:~ (,1tl..\loras) e rc- Sallde, Disponivcl êffl: <hnp://notlc:Lu.uol.com_brful'tnolfdenciaesaude/
f..•rfnci.a d dcincntos J)()61cno1-cs (ca1áfo1·as) VcjanuJI!'. ,, ""c.-,.-,•,lo
,,b~•ixo, ul<no</l008/08/l ◄/ult+477u919.~•m> Acesso: 01/09/201 ◄).

-
No treeho ancerior. o pronome demonstrativo ase érn ase h'po de didátrcos. o desc:ovotvimcnto d.o pc.nsamcnto ciea:rifioo estará ocupando
fermmenra retoma a ideia anteriot, estatfltleoendo a segu:.inte relação: esse um lugar secundário [ .•. ]".
tipc de fcrramc:nta n~ pSicotcrapia = usar livros tn.fàntis rpara discotlr
Reconhecer a n:tomada de informa(i)es .reatfaada pelos pronomes
tema.s existenciais profundo$. Como o pronome, nesse exemplo. aponta
i.fc-moastrativos é ferra.menta 1mportanlê para a cx,mprccosão leitora e para
para algo jã referido no rexto. dizemos: esse ê um caso de pronome de- ., produção texrual
0101\StraL-ivo anafórico.

Ko texxo 9. bã cambem ouaa ocorrência de anáfora na e.~ão por


3.3.Anáfofd resu.mítiva
me{-,dela. Em dda, temos a ooutração da preposição tk oom o pronome: ela.
A c,qm:ssâo áda também apoma para algo referido no ccxto (usar JhTOs Texto 11
infantis para discutir temas c:xistc:nciais profundos). Estava na poru do s.upe-me,-ca.do wn.a mulher com aparêocb de uma
pessoa sofrida.. faltando um dente bem n.a1rent.edo sorriso. Ela estava
Tanto o pronome de.monsttativo esse quanto a expressão dela são com um:t. criança no caninho de fazer compras. O menino escava
ttaudos como corrcfen:ocia (ver o item 3 deste texro).jâ que apresentam com a ro..,pinh,a; suja e o ros:tinho machucado. A senhora me eh.amou
o mesmo referente: Us<VUÚ> livros infantis para discutir temas cxis:renaal-5 e pediu para que eu comprasse um pacote de fraldas para a criança..
tão _'7'0.fimdcs.. Disse-lhe que podia esperar a.ti mesmo que iria comprar as fr.a.Jdas.
Outtoexemplodousodopronomcdcmonst:rativoanafóric:oencontta• Depois d,e fazer as compras. volcei e me deparei com dois policiais e
-se no trecho abaixo, renrado de uma entrevista publi<;ada. cm u.ma revista três seguranças. Só ouvi ela dizendo aos policiais que escava esperando
volC\da para o público docente. uma moça com o pacote de lnkla.s. tntre:guei.lho o pacote de fraldas
e um pacote de maçãs. Ela me agradeceu e falou aos policiais. que não
Texto 10 est.ava fazendo na<ta de en..do. estava pedindo e não roubando e disse
Os eduadores de'W'emsaber que os modos de fu:c,- e pensar da ciênda ainda qve 1$$0 tudo estava acontecendo pois escava desempregada e
são parte t...id:.menuJ do q:ue d~m ensinar. Se esses 1"'14oforem seos não tinha bolsa.familia (t1. R..).
obietivos d:iclideos. o desenvoMmenco do pensamento óenci",co 0$tarà
ocupando um krgar se,eund:ãr-ic,, enquanto os-dados . .a terminologia e os Nc:si:etcXtO, tuna pessoa relata uma situ.a.Çãoda qual partJcipou. Uma
conceitos continuario f~o COMO o fflil:S tmponante [. .. J (fragmemo
.J.ttução muito constrangedora e reveladora do pn:conc:eit.o com uma pes,-
de ef\U'e'VÍ'St.a c-oncedida por Neina funnan à RcY1$tctNovo &a,,io, n. 237. •º•'ne.ct:ssirada, pedindo oa p0r1.a de um. supamc:rcado. Uma. mulher sem
nome, ca.ract:crizada pela n::fcrencia uma pessoa~ ~ a s,enJwra,tlu!,
de ~bro de 2010).
,-c,rrcfcrências que constituem a ~mi.fora. dando progressão discurscva ao
Neste fragmento, a pesqo.isadora afinna que ••os educadores de,,.cm 1(·l.1to.A cnar.ço é outro personagem d.o episódto. Ela tem sua identidade
saber que os modos de fazer e pensar a ciência sâo parte fundamental do , ,~lada pela corrcfc:rência. o menino e oo\-a.mcntc pela palavra crkmçz. que
que de\.,em ensinar ... E.m seguida, ela. utiliza o pronome demo.ruo-ativo seg_unda vez_tomando a forma de corref c:riocia Além dessas
,1fM..fC(.."C pela
essespara retomar essa ideia. podendo-se esr.abclc::crr a seguinte: rtla.ção~ ,,,,1Jvta$ que compõem a c:x:,csãoe dão sentido p~vo ao relato, destaca-
esses obje.li\í0$ didáticos = modos de fazer e pensar da dência.. A$$ii:n, "" J expressão isso tudo, que: resumé.' o epi:s6dio co~trangcdor: Esse termo
se fQsscm0$ escrever o pe.riodo em que há a ocorrênaa do pronome dc- 1üOSritui l\ anáfi,ra rcsumitiva. uma espécie de ""q~cação sintética",
monscnuivo uoh:tando a ideia à qual ele se refere. cci·ian11...--.«; •• '«"f,Uiotc= 1,,n!itituíd;a por palJnas ou cxp1°CS'S~ presentes, no texto com o sentido
•·se o,;: moei~ de: fazer e p<·nsar a ciência lo:.w3·I
an(') t,u(•1u ~""' ohJct1vos il,· ,m111:1.1..1r
um aconccomcnro (Ad...un, 2(>08).
3. ◄.Anáfora com a visão da hiperonimla e hiponímia numêricos põem., ~ntre os ma.teria.is citados, o alumín.io corno o materi,l
ma.isreciclado no men:ado da suc:a~ e os ouuos materiais estão contabili-
Texto 1.2 zados como comparatim. Dai, nesse texco, esses outros materiais também
AJuminio. o preí:erido para recidar são considerados SUl(ctas. o que '\-""3.1
de encontro ao s~cado de soca.ta
De aoordo com rela.tório do lnstiwto Brasileiro de GCQgra_fq e Euatlstía
(IBGE). o a.luminlo repre:senu 91.S% d:a mat:4r"la•pr1ma reciclada
•presentado pelo "OWZJSS.
usada em indUstrias no 8.-asil. Em seguida. vêm as embalagens PET Veja.mos out:ro exemplo de elementos anafóncos co.nsntuidos por
(5-4%).papel (47%). lat.as de aço (46.SX) e vidro (0,7%). O .rilumínio bi:pcroní:mia e biponimia..
e o m:tls rec.cbdo em virtUde de seu alto va~ no mer-c~do da sucata Texto 13
{Re"f.f4 Ploneto, edição 457. ano 38. outubro de 2010, p. 17). Filhos basurdos

No ce1to acima, almnlr..io,o tema central, relaciona.-sc scm.anticamenre São vã.rias surpresas que uma etimologia nos pode olerea:r
oom ma.thid-pnnto t«iâada. que constitui a anáfor,1 de alumfmo. Na rela- ANTA
ção sern.ã.ntica de alumfrtio com rr.,ubia,.prima m:.idada, a primeira palavra
COtb'"tiruia hipoolmia e a expressão oonstitui a hipe:ronimia. Confonn.e Pie- Muitos CtCCO't que o nome é na.tivo do Bn.sil. Mas o animal. um dos
crofüne e LoJ,es (2004: 128). •a hiperollÍIDla e a bipooimia saooíenõmenos mais vincul~ à fauna bl":lsllt~Jra (apesar de ~rentes na Malâs.ia).
deriv.ldos das disposições luerárqwcasdc olassilic;açõcs próprias do sistema rec.ebeu denominação de outro bicho. :afric:ano: o termo all(Õ(;tone é
leri:al. Há sigruficadosq-ue. pelo seu dominio S(:mânrico, englobam outrOS tlpir. menos usado.
significados meoos abrangentes'" Dessa forma. a expressão ma/m;(l-pnma [ ...)
"adada l sema.t1tica.mente engJobantc. po.is engloba: alunún.io, emha.Jagcns
PE:7', JJUilf!'l,
J~ de<JJUC,.;d,o. NC$$Ccampo .:1Çmântia;,. mabmla-primQ ffdclada
(M. E..VI aro. RetiUt.a~ Portut".leso,ano S. n. 60. out"bt-odc 2010..p. 24).
é a illperonímia e as outras palavras em destaque são hipOnimiu. Nesse rexto. a. palavra ncme b.z refer@nciaa an1a e animai faz correte-
rê-ncia. Segando Adam (2008: 132), "a com::fcréncia i; uma relação de idcn-
Além disso. a palavra sumta lambém engloba essas matérias-prunas,
t 1d..'ldete.fetenciaJ et.\ln': dois ou ma.is signos se.mant:ica.ment.c intcrpn:tá...,-cis,
poIS. com base oa sentença ..O alwninio é o mais recidado em "irtudc de
mdcpendem:ememe um do outro". Dessa fo~ ammal i.deruifica anta, na
seu alto "alor no mercado da s.ucaca", infere-se qtie mer«Jdo da SUC(JJaê um
progressão rextual Bidtc também é <:Oa'efereore de 0,:14, oo.o.s1deraodo-se
seg,ocoto de compra de: matérias-primas compostas de materiais usados
"progressão de sentido., constituindo uJXLaanáfora infc:rc:nciaJ,visto que a
rcci=lávcis. Contudo. a palavra sucata também tem o .senndo de englobar ,.,pressa.o ourro Incha dá o sentido de que ama 1.atnbémé um bicho.
'"fc:r.roou qualquer outro objeto de: metal não precioso já usado e coos:i(le-.
rado müril. que se refunde para poder ser novameote utilizado" (H.oua.iss. No verbete, o autor t:rabaJbaum coote:XtOsemântico em que o princípio
2009· 1784). Ma1é:ria-primarecidadata.m.bém faz referência a aJumlttio como lk h..ipcrou(mia e hiponimia se aptesenta oa coesao do texto. Assim, pode-
um dos matcnais mais reciclados pela indústria nacional Então, oo teno. mns: entender que fauna a,glcba bicho, ammal_.ant~ Nessa cadeia semântica,
111(u.i:naprimaconstitui .anáfora de:alumínio. E sua:t/0 também fàz referêncra a "'t.1utl(1··é a hiperonimia em relação às palavras menaonaclas. hipooi:ouas.
alumiruo. vJStoquecsse material ê o.m mecal,oqoe reduzoc.,ropo scmãn• M mtas palavras e expressões que organizamos ao texto silo a.uâforas
tic."Odcsuaua. Conforme o Ho11oiss,os outtOS maceria1s n.1u -.c-n;1m "-Ucmas, ituc v.lo compondo o scnb.do e a progressão tcx.tual. E muitos significa·
l::.mouua pc'l"SptX11Vil. cm 11~1t,, ,Ja '"'"'''' " 11110,,.1 ,t<....,t.1t...--ada ,S<,..,
p.1$~m ;1 C'll81obar outros no pmcesso de: anafori;;ação. Explorar as
i1,.ah-.1,'l .1 m,,têt i.1-1>rim.;1t·itad.1 pd,._ .1uh • ,. , t, • 1I'" 1, , 1,n1'l'Ol 1J.:US
~·11,ni,( 11·l1\:t\4...._
de hipc-1·orúntia e bomo11irn.ia pt~scntcs DO$ cextos pemüte ao
proressorconstrutr com os alunos o entcndimeD10 de que. na progressão a palavra meditaçiio ê retomada em diferentes momentos JQStamentc pard
texnal, na comínuidadc do texto. a substituição lexlcal desempenha marcar a 11nidadc temática do texto. A tepétição fünctona como ponto de
i.mpJrtantc papel amarração na indicaçAo da continuidade que perpassa o eixo vertical do
texto (Antunes, 2009).
4. Unidades lexlcals e construção do texto Jã notírulo. "Mente quicta:.oorposaudável .., observamos a vinculação
Trataremos agora da coesão realtzada pelo ltxtoo, pua rc:conbccer sc,."Dlànncada expressa.o "mente quieta ...ao eixo semântico ~'meditação ....
como as unidades lexmus desempenham impOrtante filnçllo na organização O texto s~ inicia com wna pergunta que jâ nos anuncia a sua urudade
do t:><to. Seguodo An=es (2009), a articulação (coesão) que promo,•e a temática: a ação terapêutica. da meditação. Considerando esse eixo tcmád.•
u.tü6ade semântica do te.no (coerência) é c.::onse,guidatambêm com os re- L-0..pcsçcbemos a palavra m«litaçiio sendo rcpebda em diferentes partes do
cursos das unidades Jc.tjca.is presentes na sua superficie. Antunes _pro:põe lCX'to µara manter a oontinuidade re.rnática., como um f.10articulador. Ao
que o esrudo das unidades lcxia.is ocona também na perspe-ctiva de suas longo do cexro, o eixo tcmâtico e mantido mediante o n:tomo a algumas
funções no estabelecimento da com:inu1dadee da unidade elesentido re- unidades lexica~ tal como se observa abaixo:
queridas pelo texto_, oo seja, d<' coesão,;:: da coerência.
O Mente quieta - apresentada oo tírulo, r.naotêm cstreua relação
Podemos obsen'U que uma unidade le,cical pode ser ...,,.óda literal semântica com o eixo scroãnrioo do texto: ação tcr.tpcutlca da
ou parcialmeotc ou substiruída por ouua equivalente. meditação.
VeJam.06os exemplos abalXD: O Meditaç-do-unidadc lc:xJcaJque secollSt.i.Iui oomo núdco semâu•
Texto 14 rico do texto.
Hem.e quieta, corpo s:.audâvt>.11
O At:1-0 cttapê:utica da IJJ!Cditaçãoe sessões de meditação- aqu.i a
A meditação ajuda a controlar a ansiedade e a a.llv4r 2 do<! ~ palavra meditnçõ.onão aparece sozinha. Ela se juJlla a açãt,~
que wdo indic:a. sim.. Ne:ssas du:u ãreas os cientistas enconu.n.m as e a,,,,_, Essa junção deriva da associação sc:mãnaca possibilitada
maiores e·vJdêndas da ação terapêutica da meditação, medida em pelo contexto.
dezenas de pesquisu. NO$ últimos 24 anos. sõ a clini-ca de reduçio do
escresse da Universidade de Massacht.rSetts monitorou 14 mil portado- Pc:rcebcmos aqui como a reiteração da palavra m«lito;ão em c:ti\.,ersos
res de câncer, aid$.. dor crónica e complicações gâst:l"icas. Os té<niCX>$ ,.,,,tnextosno texto possibilita a interligaç-a.odas ideias.
cleseeb. Iram que. submetidos a sessões de medlta~ão que alteraram
Cll,scrvaruloa unponante funç.\O textual desempenhada pela ttpe!i-
o foco da sua atendo, os pac.,entes reduur.am o nível de ansí,edade e
'.,., das palavras,. Antunes do equ.i~
{2009) nos ad-."CTLC: de a repetiç-d.o
d1mi:nu:íram ou abandonaram o uso de a.Nlgésicos {Sup-erlntt.ressan.te.
.,., sc.·mpre considerada inswkiê.ncia '\'OCabulat. Segundo ela-.a repetição
O<J<. 2003).
t: 11rmbtda em produçOes textuais JJtVOCa.Ddo.seapenas o argumento da
O texto acima rem como finahdadc infuanar ~ cientificas l"''hrc-za VOCiiOOlar,desoonsidcrando-.sc que a rcpcnçlo de uma palavra
,elacionadas â ação tentpCutú;a da meditação. O terna deseuvotVJdo diz ,._)(fc sinafi:1__.,,.
a cooccntração temática de um t.c:xto, ou marcar a ênfase
respeito aos cfc11os da medicaçao como aç.3.oterapêutica. Nesse coo1ex10, •l"C'.;-("deseja atnbuir a uma palavra, a uma infonnaç:ão. a uma ideia. Os
11,1u-i hltt:\.rlos, pot ~xcmplo, ()!li quais prionzam a forma oomo se explora
•M l'tO-.°il Ho,:11il
T.-.x1• 111bli:ie;wdf, •.-;1)111,:::nd11.a.ah1n•)lCd,-.
IC"'ano.41••" ,,.,, 1.,, .. 1..... ·••..tl f'I. lt·nu. p("mlitc..'Tll-noSollservardaramcnte o uso da ,epetição vocabular
11111
1"•1111.t'I",.
<hnr ,.,.,.,,..1,.-,,,.-um(11
t11•.--..I•
~~fl"'lf'l,.11 ♦ 1111 '"'"" ~ •li ,n 'ltl.C • ~ 1n1 um.a tl,e1,~.:.., c...-,x:dficu, como vc.n:n:tf'Y.i d S(."gUir.

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SONETO DE SEPARAÇÃO •,uu ,, 1..x1u1w1L-.11c.
VinkiU$ "".Moroes
Tc.xw 16
De repente do riso fez-M o pranto A MAGIA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
SUenaoso e branco como a brlll'na Tu~ dil Mónica.. Homcrrh~ranN. ~va_tciro, do Zodéaoo. X•MM ...
E das bocas unid:.3.sfei:•se 2 espurn.1 Que cria~ nà.o éapai,<onada per uma boa hfs~rta em quadrinhos~
E das mãos espalmadas fei-se o espanco. Nós, do Pk?narinho. conlessamos qve somos tu deS$l$ narrações feias
De repente da caJmafez.-se o vento por meio de dc$Cn~ e lcgcndu, dtSpostOS em um:i ~rte ~ quadros.
Que dos olhos desfez 2 úkim:a C:mm:ii Adoramos curtir, cena a cana. as avcnwru de tamOS heróis.
E da paixão fez-se o pressentimento A banda desenhada(BD).. hiscória em quadrinhos ou HQ (que
E do momenoo imóvel fez.•se o dn;ma.. em Portugal também i co-nhoclda como livro aos quadradinhos) e
~ forma de arte sequencial ov condnt.iacb•que une cexto e imagens
De repente. No mais que de repente
organizadas com o objeei't'O de contar hístórias dos. mais v:w-1.-:fosgêneros
fez:-se de triste o q~ se rei. am~nte
e estil0$~ As HQs sio.. cM gent, publicad:u no forma.to de revistinhas.
E de sozinho o qu.e se fa contente.
livros ou de pequenos trechos edltadC4 em jornais e reviscas.
fc:z.4c: do amigo próximo o distante PCM" mcio da atual BD. é po$$Ível len\t,t'ar COOlOo homem pré•hlstórico
fez:4e di vMfa urna a-..et1tura errante rep.-es,mt.l"a, com dcsct'lhos. $lia$ crenças e o mundo ao seu redOf'. Ao
De repente. n.io m:tis que de. repente.. longo da his.téw'iada ht.#na.nldade. esse t1J>Ode reiistro se desenvolveu
(Di.sponivel em: <httptlfwww.v.-gaJ~.com brlVW1ic:IUi.-de- de vária$ forma-s, desde 0$ hierógl.fos eg:tpdos (escricas figurativas) atê
moraes/soneoo-de-separacao.html#bcn3AThN bMZr-> _ a prÕpda ctSO"lU aJbb,êoo.
A<c= 01/09/2014). Em sua hlstórla m2ls recem.e. a hist.órta em quadrinhos ori'gi:nou-
Ko Soocto de Separação. de Vuuaus de Moraes. enconrra-se a repeti- •$C d.u c;rit1cas politicu publicadas por Jornais ingleses e norte•
ção da locuçãoad,,.,.t,ial ée_,.,em iodas as estrofes .Es,arepet,ção,junra- -amer1Cano$. que ll"a'll:tm earicuuns (desenhos que deformam ou
mente com o jogoaru:itético (riso x pranto; calmax vcruo; triste xconre:nre: a.cCi'ltua.m .i.tgum upeccos de uma pessoa - aumentam o nariz, a
p::óximo x distao.ce)~ (ettfa a ocouéncia de mudanças na relação amorosa. ~rri:g~ ou distorcem a boca. por exemplo). Mais tarde. es.se recurso
O texto indica qtie essas modanças ocorrera...m de fonna inesperada ("de daria o-n:gem aos ·•t,atões··. f"ecurso &râfic:o que indica ao leitor qua.l
uma bol'a para outra"), e a locução de rtpmte. usada repetida.~ yezes. marca dos persona.gens em cena esti falando (dfsponivel em: <.http://www,
Jatamente o caráter repentino da mudança ao relaaooamento amoroso. p.lcnarm.ho.gov.brfs:ala_leitu.-a/escame-do-plenarinho/a-ma.gia-das•
Thmbém a repctiçãO da forma vorbal.fez-<ecumpre wna função especifica .hl.s.tonas--em.-quadtfoho>. Acesso: 01/0912014).
ao soneto, acenruando as t:ranSformaçõcs oc;orridas ao rclacionamemo e No texto "A magia das histócias em quadrinhos'•. o eixo semântico
e.--p~odo sua mcoostância.
.._;_oas HQs. Dessa for.ma. será possível enronttar no texto a substituição
Kos lext.OS 14 e 15, verificaram-se exemplos de repetição de uma oo dessa exp(essão com o objetivo de manter a unidade temática. O pri.mcin:>
o:aJs palavras que nâo podem ser reduzidos à pobreza v-ocabular, visto que parágrafo inicia.se oom a oração de vã.nos dtulos de RQs, u:tiliza.ndersc
ali a repetição cum.p(e funções texruais específicas, mantendo a unidade u.m processo metoo.1mico: substituição do tcmKl hisli,ri.asem qru,drinltospQT
e a a>ntUlu:Jdadc. No próxuno exempJo, veremos outto aspecLo do lêxi.oo outros que guardam relação rom ele, polS s.'lo tirulos de eonbccidas HQ:,.

38 39
~1 ooca.lo~-

Alada nopomeiro parágraro, apenas na segonda frase, encontramos o t=:no S. Sug-i.ão de t:rabalho
hm6rkúem q,,a,irinhos. Já na tetceua frase do primeiro parágrafo, o termo é
suhstiruldo por sua descnção: ..narraÇ'ÕeSfeitas por meio de desenhos De acordo com os Parâmetros CUrricularcs Nacionais de Língua
e legendas, dispostos em uma série de quadros" Porrugu.e:sa (PCN). roda educação comprometida com o excrcicio da
cidadania precisa criar rondições para que o aluno possa desenvoJver-
No segundo pari8rafo, e, p,occsso de submrwção coruúwa, garantindo -.ua competência discursiva~ Nessa pe~--pcctava. não é posswcl tomar
a contmurdadc do teirto e a .sua COCTénc:ia. São apresentados: no ittício do corno unidades básicas do pmé'eS$o de cosLOo as d.céorrentcs de uma
segundo pa.râgrafo sinõnimos para o termo ltismrhzs e•1 qumhinhM.· banda
an,lisc de estratos, leuas/foncmas, silabas, palavras, sinragmas, fras<:s,
des.tn!uufa, HQ, livro aa, quadmáuthos.
que. desoonte..~alizados. são nonnahnc:ntc tomados como exemplos de
Alguns desses sinônimos são retomados no texto .. No tc-.rcciro csrudo gramaticaJ~ sem relação o:.>ma competência discu.rsiva. O texto é
pari.grafo. por exemplo. o texto faz referência à BD. $igl.a d:e banda d~- .t unidade básica de ensino.
sorltada, am dos sinônimos apresentados para htstórias em quadnnhos
A mccraçAo pela linguagem <XX>JTCpor meio de textos; é nessa instância
no segundo pari.grafo.
quç o usuário da língua org.m.iza e transmite: ideia.s.infoimaçõ,es, opiniões
Qu.C$1."âoimpo11;;u1tc a ser considera.da sobre esse texro é o público ao cm siruaeócs de interação.
qu..l ~ destina· crianças. O texto ..A magia das histórias rm quadrinhos"'
Se toma.nnos o texto como unidade: báSlCilde sentido, remos de c:onsi•
foi retira.do do Plcnarinho, site da Câmara dos Deputados ,com uúotma-
ller.trque o significado de uma parte depende de outras panes comas quais
ções e noticias voltadas para o público infantil. Reconhecer o púb~al ~'O
da se relaciona, e a coesão ç unpona.nre justamente para que,. por meio
dc:ssc texto nos permite compr~odcr pôr que de foi estnnurado dessa
fcnma. Além disso, é pos!nvd também idcnriflêar que a CS(X)Ihade di\'ttSOS d,1 ligação dos- dcmcntos 1:inguísticos na supccficie do teno, Sêja possh>el
sin5nimos pa..ra o 1ermo deu-se jusm.mcn1e com o objetivo de ampliar o lm·mar uma sequêocia que veicula sentidos.
vocabu1ário doo pequenos. O u.sod.e elementos coes:i-.os tt:m unportallte papel na construção de
O léxico pode desempenhar função coesl''3: foram apresei,rados e:xem• "'ntido, comribuindo para uma maíar iegjbilidadc de alguns gênaos renuais.
pios de repetição de unidades lextcais e de variação lcx,cal como
de submtuiçào de um cenno por outro.
= A mamfestaçã.o da coesão ocorre de fotma diferente em diferenres
1:•'"fleros.A maior ou menor presença de elementos coesivos no te.xto dc-
Sobre o uso de rcpc,içOes lcxicais, vale reforçar o que Anrunes (2009) rcoder! do gênero textual.
de:fundc: não devemos ooodcnar a repetição de forma genêrica e sjmpfü,ü, Ê necessário coo.remptar. nasatividades de cnsJ.OO,a dh'erSidadc de tex:·
tcntaodo impo:iir o seu uso. e sim analisar os contcxtô!. em que ela cos- 101 e t."Cncros..na.o apeoas cm função de sua ceJevãn.ciasocial. mas também
tuma aconteo:r e as funções que cumpre parct a promoção da ('(')'"'do. da ,...•lo f.uo de que textos pcnencentes a diferen.tC$gêneros são organizados
infi;,nnaovxladc e da coerência.. . k dtíct"t-'TllCS formas.
Jâ em relaç.ão à substituição de um termo por outro equivalente., caso da
Além d.isso~ ao abordar a tefetenciação coesiva no ensino, podemos
sfoorumia, por exemplo. Antunes (2009) ad\atc que apenas o a;,nr'C'Xtoc:la io- .w.,Jis,u as \'árias possibilida~ da língua·
teração. materializado oo texto.. permne decidir as cquivaJ&ló:., t..inunímicas.
,, l.1\"flit- -.,uonimi•
AnJUncs dt.."Slaca n:io ver reJcvância para n C'$1:ud1,tSot:• 1 O Um cxcn;icio uu~n:.-ssamc (: o professor mostrar aos alunos as
rit.-..c-utrí" uni(L1de< do léxiico lbm d,, pt'nt.'NfiuM.,11,, 11, ui• t,1111\·~,, fr•\ir.,t de uin fonônu.·no linftOisl iro, JJJ..ilisaodo-o cm seu coo"'
~• 1·L.1n<cs
texto e nas :;11a.is ..1 f
possibilid.J.d.cS d.e us..1o:cni tJt.ull 1..:frc.:unsü111i:i O I• AJ)IO·IM ., ,11\,Ut•~ ti., dl\'f ,s.•US-.ldC' .,,1.110,u t'"\ltllO '-'ieOl.(..'lllU
,•,111,11..lr
utiltzado, demonstrando a rcabdadc da. variação linguí~tK;a do C."l~·•avon.1 pmduç3.,l .Jr h:-,11:10.
mosu-..mdo como utiliz ..l-la para d.:Lr
ponuguês brasileiro. :.cncido ~ progn-ss.lc1 1cx1ual, e muito ma.is aoonsclhâvel do que
Suge:timos também trabalhar textos tra.nscntos de falas rea.is, (._'ll..'iinarnomencla tu:ra e classificação gramaticaL
coletadas no cotidiano dos alunos. Desse modo, os alunos po-
dc::rão verificar por mc:10 de anã.Jiscs como a lingua ,-a.na, prin-
O Quan10 ao tta.balbo com o léxjco. é importante cfcsc:nvolver
apalmente no que se refere à coesão rcfereocia.l, cor:oo mostra atividades que contemplem as funções desempenhadas por ele
nà construção e na organização do tc'.Xto. É preciso rt!VCr alguns
a análtse do texto 1.
Além da análise de re,aos da làla, ê aconselhável pesquisar na gra- proc.edunentos: por exemplo, repisar que repeução de palavras
mática normari"a. em fü'TOS didátio::,s e também em outtos livros de:nora. pobre:2a vocabu!at. Or~ se o vocabulário d.e um ceno
como os autores tratam o fenômeno investigado. Dessa fon:na. for considerado elemento csscnaal para sua coostru.ção. pode-se
os alunos nâo fica.rão engessados em uma Uníca perspocnva de consldt:tar que a repetiç.ã.o d.e alguma palavra cumpre uma fWl-
co.nheci.mento sobre a língua. rnas te:dio visões diferemes do que ção texmal especifica. que pode. por exemplo. estar relaciooada
seja o estudo linguístico. à etúatização de aJgu.roa ideia importante. Pol' isso, o léxico de"'ie
Esse trabalho de investigação pode ser aprcsc:nta:do em sala de ser visto de forma con.tcxn.:i-lizada-. dentro do texto. excrc:eodo
aula na forma de sem.mário. artigo coleri,•o ou até mesmo por funções especificas para sua construção.
encenação teatral O Quanto ao uso da sinoru:mia como recwso coesivo, o ptofessorpode
O Ouaa atividade produtiva é o rcxt<l colem-o, Depois de cstU<iar trabalhar-com a substituição de: uma palavr.J poToutra equiva.lc.ntc
alguns tópicos de coesão referencial. vamos selecionando o que em ooruextos de interaÇão. enlàtizando a perspectiva tenuaL Exetcl-
uabalharconforme o planejamento e o diagnóstico qae fazemos do cios dcscontc::xtuali:udQS de sinoní:rnia. como a at;ívida.d.e mocân.lca
con.hccimc:ntc> dos alunos sobre o assunt.0, visto qu~ é um assunto de elabocaçâo de IJStas, não permírem ao estudante observar o papel
QXtqnso e qtr.e d4pcnd.c::la. mi_4:/;a.oo dQ csc;ola.ri:z~o. Dcpoic c!c:uc dn,;; .sinônimos na cnn.~cã.n da coesão. o qu,e poderá prc:judicá-lo
processo. com"l.ria tirar duas ou três atdas para produzir um texto taruo na compreensao leicora quanto na produção rexroaL
co!eti\."O sobte wn assunto escolhido e ,q)tado pela numa. Pode-cse
cscrêvtt um artigo jomal-ístico, um relato, uma c::rõnica. um texto 6. Considerações finais
oarran,-o. A escolha do gêoero textual depende da sêrie (ou ano) da
wrma,. No momenco da produção do texto colcnvo, os alunos vão A Lei de Ottetrizes e Bases, em seu arugo 32., t.Odica que o ensioo
'Yerifica..odo
como a coeslo se orgn.1tiza por meio da utilização das lunda..mêntal obrig.at.6rio visá à formação bá..~ica do cidadão, cendo romo
aJJ.áforasque dão progressao de seoLido ao texto. Nesse rnomeoro~ objenvos bâ.sicos o pleno domínio da leitora, da escrita e do câ.Jculo. Ler e
é oportuno de :i(:lll.Ído DO próCd.SO de rc:fc-
explicar a COOSl..n.1Ç,i10 dé:rC'\.--eT dc,·em ocupar o centro das atividades pc:dag~cas. já qut: sera.o
re.nciaç-Jo. Para os alunos d()'; anos lin.-i.isdo t::nsi:oo fu.ru:la.rncntal, lunda.mentais para o ap1endiza.do de todos os oontet'ados escolares. Em
é interessante abordar a hiponimut e a bJperoninua na construção c;1da erapa esc::x)lar,o aluno precisa desen110h'Cf' sua capacidade de ler e
de textos infotmati~ da áft.':clde ciê.ncias da natureza.. era.ta.ado de escl'C'\,-er.Esse compromisso oom o descnvohimento da oompeu'!:nci.a
de fuuna e de flora e de ourros rema~ ém que se possa explorar a <._'Omunicativade todos os escudantes deYe ser ama das principais respo.n-
anáfora cooforme CS5C pnncipio scmã.nttoo. sabwdadcs assum,das pela escola_

43
Para assumir c,sc COtnJ?tom.i.3so, a escolo tem de repc:ns.:t.r ob,eto <lc
ensino dasauLa.sde ponuguês. Segundo Anrunes (2003 ), a escola não d,:\-.,
ter outraptt:tensãosenãod1egaraos usos soca.asda lingua na forma em que:
da acontece no dia a dia das pessoas. Essa Ungua só acontece catre duas ou
mais pesso~ com algunia 6nalida~ num contextoespecifioo e soba forma
eleum texto perr,noente a algum gênero (Sdurudt (l{)ud Antunes. 2003).
Consider.mdo q_ueas aula."idt português devem se centrar nos usos
sociais da lingua, a escola não pode ignorar as diferenças socialingub--ticas.
.Para8onoo.i-Ricardo (2005), os profcsSQfesprecisam esuu conscientes de
que existem di,'Cl'S~ mancuas de dizer a mesma coisa. Devem também
estar conscientes de que essas fon:nas:alremati,ias servem a propósitos
romunicativo:sdistintos. O professor consciente dos diYel"SOCS
usos e foo-
çi>es a que a J(nguase presta terá condições d~ dtsenvol'-'C:1'a com-pecência
romunicativa cm seus alunos,. permitindcrlhes let e escte'\'tt com profio•
Q)cia cro quaisquer situaçêlcs de interação. Com base nesses prfocípios,
dcscnvoh•'CI.TIOSeste capítulo.

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