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co(;NI1'l\'Á.
úot'iala
Dissonancia
Cognitivy
EDuÁtrDo ,A.LMErDÁ
ZAHÁR EDITORES
trIO DE JÀNEIRO
TÍtulô orisinál:
A Theorl oÍ Co,ttitioe Distoíahêe
Tradúido da reinprê$ão publicada em 1962
por §taíford UnireÉity P&s, de srúford,
CâliÍóúiâ, Estád6 Unidos dâ Ámérica.
ÍNDICE
Coqrtieht @ 1957 b, Lêôn Fstinsü
-2. At Coü.qüên.iú
quê
d. De.üõa: T.oria 37
D.cirõpr Resullam eD Di!rcnân.iâ 39
A Másn,rud. da Dksonânciã PóÍDe. i'ónâ ............... 4t
Manitestâções de PE$ão paÉ Rcduzir a Dieú!.ia Pó+
Deiória ............... 45
Rê$mô .. .. .... .. ..... . 49
3. Át Conrqüa.iú de D..i'õ.r: Dodot 51
Dados SobÉ a Lenura d. Publicidad. 5l
Ufr Dxpe.imc.to Sobe Colfiança na. D.cjsõc, .... ... ... .. 56
Um Exp.rim.nto §obrc a Mudênçâ d. Athriüd.dc d
Ahrmãrila ............. 62
Diliculdáde dc lnverler De.iiõe! . .. . ., , . 10
^ EÍeiro dá D."iÇô sohe à Açâo Fu,uru ...............
O 16
R.,umU ................ 80
4. O: Ekito' da Conda.en.lâ .id Fotçddo: T.otid 82
Di3snância Raul.út. da Cold.serdêlcir Forçãdá . ... ... . 86
Á Masniiud. da Dientulciâ Resultút€ da Conde!@dênciá
rorçãdã ................ a7
Mdil*tâ6ês de Prcsão para Reduzir â Disrâíciâ lor
1975 "Conderendência Fo{âdâ" ........................... 90
Rêsumo .....,......,..,.,,.,..,,.,,.....,,.....,,..,.. 92
Diut@ paÀ a lÍnsla poÍtugu.s âdqui.do! pôr 5. Ot EÍ.itot da Cohdacendênaia Forcada: Dodos . ... . . . . ... . 94
ZAHAR EDITORES Resumo ............................................... 114
câLÍâ Po,tal 207, ZC-00, Rio 6. E,pôsião Volútáíio e lnaohntória à Inlothdçõo: Teôrid .. 116
quc k rcle4ú a pepri.dÀd. dBtô vcrrão Resumo , . , . . . . , . , . . . . , , . , . . . . . . . , , . . . . . , . , , . . . , . . . . . , , 127
7. E,rolição voluat&ia. Inúotrnntátia à Inloúação: Dddot ... 128
Búca de InforEação €n Sit!â(ão d. Pré'Açãô . ... .... .. .. 129
ÍN'DrcÉ
ap€sâr de sâberem ser altâ a probabilidâde de que as descubtam Antes de passar a desenvolvff essâ teoria dâ dissoÍrância
e-de conhecerem a natuteza do castigo que as aguarda. c as Dressões pira reduzi_la, serri convenienle esclarecer a naru_
Sendo ponto âssente que â coerência ó a coisa usual (quiçá reza àa dissoráncia, de que espdcie de conceiro se trâtâ e Pâra
excessivâmente usual), que dizet daquelas exceções que nos onde nos pode levar a teõria Íormulada a seu respeiro As duâ§
acodem à mente com tântâ prestezâ? Só taras vezes ou hiDóLeses acima enunciadâs proporcionâm um bom ponro de
nunca -* são psicologicamente -
como ificoeftt\cias pelas oartida oara csse esclareomenro Embora se reflram aqui espe'
^ceiÍ^s iiti.rrn.n,e a dissonância, são de Íato hip6reses muiLo
DessoÀs em queíào. o mai' cotnum é tazercm se tentati\⧠pâra - -
iacionalirla's, com mâior ou mcnor éxilo. Âssim a pexoa eerais. Em Iuear de "dL.onáncia", podem-se usar ourras noçóes
oue conLinur a Íumar vbendo que i5ro ê mâu para a sua saúde.
ã. ,."rndh*,", como "Íome', 'ÍruslrâÉo" ou 'dese'
"r,u..r,e âs hipóteses âinda continuaÍiâm â set pedeita'
quilíbrio",
r'mbém poderá âchír que: .ll üboteia ranto o prazer de Íumar
que vale a pena correr o rkco! á; as probabilidades de pót em mente válidas.
Éerigo a saiide não sào Ião sérias quanto alguns aÍirmarrr r) Em resumo. propoúo que a dissonância, isto d, a exis-
nào-é possível €virrr sempre rodas as conLingénc:a§ perigosàs ténciâ de rela(ôes di.cordantes entre cogni§ões, é um lâror
da vidi e ape.ar disso ainda está vivar /l ÍÍnalmenre. mesmo motivanre ,p/ se. Pelo rermo cogtriçAA, aq.di e no reslante do
que resolve'"e deixar de fumar. tal,ez engo'dasse trnto que livro, entendo quâlquer coúecimenlo. opinião ou coovicção
a- sua saúde Lambém seria prejudicrda Assim, continuar a sobre o meio ambimte. sobte nós própÍios ou o nosso compor_
Íumar é, em última ânálise, éoerente com as suas idéias sobre ramenLo. A dissonància coenilivâ póde ser considerada uma
.ôndicão mtecedente oue lãva à aiividade orienrada para a
Mâs as pessoas nem sen,pre são bem su.edid;s nas erpli- de d;ssonáncia. râl como â fome conduz à arividade
'u.t,"á"
orienirada no sentido de redu(ão da Íome É uma molivâçâo
'Por , q.. t..o".rn
câ(ões ou racÍon.lizaçó.t parà eliminâr suas
inioerências internas. umã razão ou outra, podem Íracassar muito diÍerenLe daquela com que os psicólogos estão hâbituados
as tsràtivàs Drra 5e alinsir a coeréncia Nesse ca'o, â:ncoerência a lidar, mâs nem poÍ isso é meno, Podero)á. como veremos
.""rin,,r simâlesmenre a-exÍsrir. Em lri< cirrunsLáncias
-
isto E âsora uma oalavra sobte o restanle do Iivro Numa
é, na presenia de uma incoerência ocolre o desconÍorto erande vãriedade di contextos, vai explorar as conseqüênciÂs
psicológico. - ã;;;ra;ai; da dissonância cognitiva e analisat as tentativa§ de
Ás hiocireseç bâsic6", cüias tamiÍicÀções e implicá§õe! scrão ."a'.i-r, o- oarte dos seres-humanos Se alguém decidisse
exoloradac'no restânre deste livro, podem ser cgorr enunciadas' certa esoécie de livro sobre o impulso da Íome
Em orimeiro luear, subsriruirei a palavra "in.oeréncia" por um
"i"ÀJ
nos sere''j.,
humanos. a-obta resultanre seti; de natureza sem+
rermã que náo pãs.,i lantâ conotação lógica, â saber. dissotaá cia ii,it. : a. ,.lume. Poderia haver capírulos explorando
Na rneima ordim de idéias, a palavra "coerência" será substi'
"t**,.das temarivas para reduzir a Íome numa varie-
as conceqüências
tuída por outrà mdi, neutra: touionárcia- Darei denLro de pouco dade de ionte"tos, desde uma ciiança em sua cadeirinLa próPÍiâ
uma deÍinicão mais Íormal desses dois rermosi por enq'ranto. ,ul g-p. aduho num banquere Íormal. Do mesmo modo
tenremos Íamiliari-7ar-nos com o (isniÍicado implicilo que adqui-
"ir, ri,.""c'ir:Iora.onLoto' qoi v)o de situaçôes de decisão
rirâm em conseqüênciá das considerações precedentes.
".r"
individualaré fenómenos de niassa. Como a reduqáo da disso'
As Lipóteses básicas que deseio enunciâr são âs sesuintes: náncia é um Drocesso básico nos seres humanos, não surpreende
que âs suÂs maniÍestaçóes possâm s€r observâdâs em lão grânde
r. Á existência de dissonância, ao ser psicologicamente vadedade de contextos.
incôr:roda, motivará â pessoâ pârâ tentat reduzila e tealizar a
Ocoltê cia e Penistência ila Dbtonâ cia
2. QLrnndo a dissonância está presente, a pessor, além de
procLrml ieduzi-h, evitárá ativâmente sit!âçõcs c informações Por oue e como surse a dksonànc:â? Como sucede quc
suscclívcis dc rurncntar a dissonância. prsrocs se'rejam, por vezãs, Íazendo coisas que não §e ajustâm
INTToDUçÃo À TÉoRrÁ DA DssoNÂNcÍÁ 1'
14 TÉoRrÁ DA DIssoN^NcI^ CoGNrrIv^
as cirornstáncias em que. uma vez criada a djssonância persisle'
âô ôde sâbem. ou tenham opiniões que não se coâdunam com ii;:!.ã;;;.."aiço* ai.-";,".i, nào con'rirui simples-
ãurà' opini,o., p"r ela' 'usrenrada'? UmÀ. respoíâ a e"tâs " Se os hipóteses acima.enun-
inLenocaiõts Doder_se, encontrar no exame de d!âs dd5 srÍua_ -"i- ,,,* à,.";o mimenrâneal
logo que a di'sonància ocorre hâverâ
.irdrt'.",ao cenas, enLao
ü:,;;""iã"i,*; que á di<sonân.iâ é succerivel de ocorrer' i.iÀiá*'i,i'l- i.ài,rr-r" P:a'a responder a esta pergunta é
1. Novos ererroc podem aconlecer ou novâs inÍormàçóe§
I.."*i"r.'1"1""t,. b.evemente al maneiras possiveis como
**rt-t.--ni..ia* , ,.u pt"ou. cricndo pelo
a dissonância Pode ser reduzida'
dissonância momentâneâ com conhecimentos, opiniões
ou cognr' ponlo numa
Como uma pessoa Como haverá umà andlise mais Íormal desse.
io.".ri',*". a respeito do compondmenroa irÍormaçâo que lhe otte ulterior Ümitemo-nos
"; desre capirulo,p"a*.l a e1âmrnâr rgora oe
)'"0. ."àrf.t" .'r.rÍeiro conriole sobre
ffi'à; ãi"ãJ,i.i, ser reduzida usando como
".
;;,;; ;;a; "; u.àn,..i..n,o' que podcm ter lugar em. seu
exemolo ilusrraLivo o fumante hrbiLual nttê iomou co'urec!
meiã. rair dissonánciac 5ãô su'cetiveis de ocorrer com tacrltclade i}.iÍ'i""ã".ã.r","o é mau para a sua saúde ou EIe ralvez
Â;;il, ;;';;;i; ,.â pessoâ poderá orsaÍtizâr um Piquenique ;;ilJ;,i;à..,;;l;Ío'maçao aiuvé' mtoico' Lsserevisu'
de um iornar
,U''ar, .onf;.nçu ú que o rempo será quenre e enso- conne_
""- pouco ânLes de prepÀrat pârâ sarr' nor intermédio de amieos ou mesmo de um
lârado. Não ob<tanre, 'e ffi;;;; ;;;;ili; ãi<sonânle com a (osni(âo de que conrinua
omeca a chover. O conheclmenLo de que esta agora.cnovenoo â fumar. Se esli\er certa â hipórese de que haverâque essâ
pre§§oes
é disionante com a sua confiJnça num did ensolârâdo quando dissonância, b que se €sperâria
olaneior.r a ida a um piquenique' Ou. como outro
exempto' ;;';;à',i. "",
de seu conhecimento pessoa Íaça?
il;';';, ;"
";;,;;..1;;;
e,ra inieiramenre cena
súre
il'"",,'. autorcóveis sro ineri' 1. Ela ooderá simplesmente mudar a sua cogniçãopoderá
:;"il;;;;à;;;;r;;nà",i".;'i.*,*
a.p"o, .o," um ârLiso que erosiâ
".""'."i,;,ffi;;,;;;iii.,"a.,. -*
aoesi i5ro é
deixar de iumar' Se iá não Íuma mai' então '
sua cosnrçâo
;i;J;i,$;;;;;;,r.;". ü,,, ,., ma;s, cria*e uma disso que o Íumo
..ü.,m;';; Pelo menos.
*.-i momentânea,
nância il q;. i;, ;;;;'"";,'; com o ,eu conhecimenLo de
. de novos e imprevistos âconteci-
ãusência é nocivo à sâúde.
-".tã" ." arJot u'*inLrmativos, â €xistênciâ de dissonância é' 2. Ela poderá mudâr os seus "co$hecimentos" sobre os
condição coridiânâ' Muito poucâs coisâs algo peculiar
;il;.*il;i;, efeitos do {umo. lsso pârcce ser uma Íotma-
\ãô totâlmenle pretas ou totalmenLe brancas: raras sluáçoes sao àl *"r.",i-i".-À* iraduJ perÍeiramente o que deve amntecer'
suÍicienLemente níridas para que
's
opiniôes ou condutâs nâo I ...'.", mlvez acabe por acredirar' simplesmente' que o Lantos
'";"*;;
Íumo
fi..;';;;;,';;àiá,iu.a misrura de conrradições Ás'im' ;;t;";;; eÍlito, delete.ios ou por adquirir
il iã;.il;; a;iro'oeste amer;cano que é republicano ::"..r,".i."'',"t;sobre os bons eÍeiLos do Íumo que os aspectos
nôder.'e á oDor à Dosi(ão do seu parido no lo'ante âos subs''ltos nocivos tornar se-ào desprezíveis' Se conseelir ,1?
;. '** d; oroduLos agrícolas; uma pe:'oa que de compmr '9d*,:
-quer
um deler_ que laz e o que sáDe
.-'novo auromóvel poderá preíerir a economiâ àu mesmo eliminado. a dis'onánc;â enlre o
ninado modelo mas is liúa' de outror uma Pelsoâ
presle§ -
u.irn' parece claro que a pessoa ralvez
". .*..pio ao lenrar mudar o seu comportamenlo
,â
decidir sobre a melhor forma de investir o seu drnherro
pode
ào seu investimenLo depende de condrçoes
a-,'.",...r-aiii*tà"a."
;;;;;;;;'..:,ii"it seu mnhecimento. E essa é precisamenrê â râzâo
pera quar
Íora de seu controle' Quando se urpoe tormar "','o
;";r*;ili;.-;;; Não
;.iciiuda pod. persistir' . ou remover
exisre
".o"ôÁicas
;;;;il;.; tomar umâ decisão. cerrâ di§onáncia é quâse naranria aleuma de que a p€s5oá esreia âpIa a r€du?rÍ
e
i,iiirãíài,iíú-.iiá; enire a mg,içao da ação aempreendida
âpon(âr pâra ?";t..àianil. tumanrê hipotérico talvez a<he que
o o processo
,0""ú'.pi"io., ou coúecimentos que tendem i. '.."'"ir. ," .ir*- é derirasiado penoso pàrâ que o suporle
"-r ncno diÍerente. il.á*a r.",,' a*âtri' Íâros e opiniões de outras pessoas.que
Existc. nois. uma variedade consjder:ivel dc siruaçôes em
.JiJ;,.,'; ;;;;; ,i'," de À'e o tumo não é Pemicioso'
q". , ,ii'.à,ir,.li 7l quase inevitável Mas Írko-nos cxaminar
16 TEoRTA DÁ DrssoNÂNcIÁ CoGNITIV,I INÍRoDUçÃo À TÉoErÁ DÁ DssoNÂNcrA l7
mas essâs tentâtivas são pâssíveis de ftacassar. Àssim, poderá Se substitürmos a palavra "equilibrado" por "consonánte"
manter-se na situação de ôntinuar a Íumar e sabet qne o Íumo e "desequilíbtio" por "ússonância", este enunciado de Heider
é nocivo. Se for esse o caso, êntretânto, os seus esío4os para indicará de modo visível o mesmo ptocesso de que nos estive
reduzir a dissonância não cessarão. mos ocupando até agota.
Cnm efeito, há cetas áreas de cognido em quê é co§tu- Osgood e Tannenbaum (4r) publicarâm recentemente udr
erande dicsonáncia. I'so pode oconer
meira a existência de 'crencas estudo em que também Íormulâram e documentaüm uma idéiâ
ou:ndo duas ou mais ou valorcs estabelecidos, todos semelhante â respeito dâs mudanças de opiniões e atitudes.
Jertinentes à área da coeniçáo em quesLào, se reveJam incompa- Ao examinarem o 'pÍincípio de congruência', como lhe cha-
iivei". O,er dizer, n-enLuma ofiniao pode ser sustenráda' maram, afitmam: "As mudanças de avaliação oco$em sempre
n.nhr- .àrnpo,ra*.n,o empreendiào, que náo seiâm disrcnân- na direção da ctescente congruência com o quadm de reÍerêncra
re" com. Del; m.no", ,., á."r' crenças cstabelecidas l'4vrdal existente" (pág. 4r). O tipo especiâl de "incongruência" ou
dlssonânciâ cog tiva de que os dois âutores se ocupam eh
iqr t, nâ',xna;." de seu üvro cld"sico enuncia isso rnüro bem seu estudo é produzido pelo coúecimento de que uma pessoa
àrs arirudes e (omportamento em relaçào aos negros'
"Ao-.o"iLo
sâminar â eàisréncja simuliàneâ de opini&s e vâLoÍes Íes ou outta Ionte de bÍormação que um indivíduo considera
r"i,*,.. *" seres humanos em geral, aoi negros em geral, â posirivamente (ou negativamente) apóia uma opinião que o
indivíduo considera negativâmenie ( ou positivamente). Passâm
srupos esFcíÍicos de negros etc. Mvrdal atirma:
depois a demonstrar que, sob tâis circunstâncias, há uma ten-
 p"$, ou arupo, cujd inrooi^ id eú 3valiàçó4 ;o publi dênci acentuâdâ para mudar a avaliação da opinião envolvids
.,Áene uoous. s"ntiú a 1P..-rdad" de enconrràr um mdo ou a avaüação da Íonte numa dircção que teduzi.ria â dissonâncla.
* iiio",iri,', *.,, i",*,r..iÀ .. A sensâç;o de nec6sidáde de Assim, se a fonte era avaliada positivamente e â opimão âva-
.onsi"tÉncia bcnâ. d"nrto dá hieta&Dii d" avaliacfts moràÉ
. êú i;re iid,de modêma. um I.nómeno telarivmenrê liada negativamente, a pessoa poderia âcâbâr Íêagindo menos
'u"
c.- *.-. mobl,dadÊ. ;q,os comunicaçâo inrel4iual positivahente à Íon.e ou mâis positivamente à questão. Também
"à'.-
c m.nG dirusão Dúblicà, hàvia em Âer,des alerioFs menog
,páss. 1029, 1030) é claro, na base de seus dados, que um determinado resultâdo
"rpo:isáo aos conÍliios múiuo" de aváli4Fo depende da avaliação dr Íonre ou da quesrâo estar, no irúcio.
emaizada mais Íitmemente na cognição da pessoa. Se a sua
Conquaoto discorde de Mytdal quanto à impor!ânciâ-que aÚibui atitudê para com a fonre está sumámente "polarizada". enúo
à exoosicão oúbüca da dissonância, âcho ltatar_se de um bom é nais provável que â opinjão mude e ptte ,e/s/. Com eÍeiLo,
.nroiiraô aá algumas das râzôes da exisLàcia de Íorte disso- graças à cuiiladosa medição iniciâl das atitudes em relação às
fontes e em relação às opiniões, afltes de inrodüzidâ a dissonân-
As noções apresmtadas até aqui não são iflteirârtrmte trovas; ciâ, e grâças à meticulosa medicão do grau de resistência de
muitas semelhânies têm sido sugttidas. Talvez valha a pena cada atirude à mudança, os autores puderam predizer com grande
mencionar duas cuia Íormulaçao- está mais Perto da miúa' âcuidâde a direção e, em alguns casos, a quantidâde dê hudança
Heidet (2r), nürn manuscrito ainda não publicado, examina as nâ âvâliâção.
relâçõ€s entre pessoâs e entre sefltimentos. E declârâ: O porro importante a recordar é que exisle pressão pâra
Rc mn,do ts. oxrn,c prclimilrar dc cst.dos cquilib!àdd, po'
ou que se produzam relações consonanLes enLre cogniçôes e para que
hnrmonio'o', D.ddrx diir,r qrc rno t§t lot 'arâdcrizldor se oite orr redu:a â dissônânciâ. Muitos outros âutofts reco-
a,,_" ,".i,. ,.t,rt;«,,,"."jriusu,,, .nr!" si sc n,io.xi,lir nh€cerâm isso, emborâ poucoso dissessem de uma forma tão
""
u,n.íiil".,r,,ilihi,l(,,,:,ri,, Ír!.ú n" "rrnL dr r'nli_
,xcÃú ,t.$r
'.i1.tr|,'. í)rr l,rv.rÁ
"rirq,,r l"r"ir l)nr.r n'ü'lrr os sucintâe concetâ quanto Osgood e Tannenbaum. A tarefa
d*"lvi.hÁ. uu .r,,1.,(iirr'^r k''iLu nlr'rrdb que estamos tentando levat a efeito neste livro consiste em
',i,i,,."k"
r',rvri ,ln n!i,' ,,r ,.,,g.urv,,,i,, ,rHr'irif"r'irÁrr.§
s. n ,tru l'nr!n nio Íormular a teotia da dissonâÍciâ numa Íorma ptecisa, mas
Í"r r,""iv.1.,; É,.,d. d",l^\rq',lhlni, 0,,(l',/i,,', r.'Aiu c üs 0íadot geralmente aplicável, aduzh suas implicações Para uma vári€-
cquitfua,t,,i 'oi,, r{.Ícri,l,\ ia! .{r(l,x ,1. ilr'.q"ilil,rio (Pdc dade de contextos e aptesentat os dados pertinentes à t€oria.
II ).
18 TBof,ÍÀ DÁ DtssoN^Nc!Á CocNITrva INÍRoDúçlo À TEoRIÁ DÁ DssoNÂNcIÀ 19
ser reduzidâ ou eliminada. Em geral, se existe dissonância mudar o compotlamento, pois a pessoa necessita ter um grau
entre dois elementos, essa dissonânciâ pode ser eliminada se ."ilã.i. a"'.","ot. ""b;. " ';, meio
-
uma ocorrenú
um desses elementos for mudado. O ponto importânte é como relativamente rara,
tah mudancas Doderão ser reâlizadas ilxisLem várias maneiras Mudar o ordorio meio a Íim de rcduzir a dissonância é
-.*"qiÍ*t'qrLdo
possíveis dé Íaêlas, rlependendo do tjPo de elemenros cogniti rnri" o meio social está em quesrão do- que
vos envolvidos e clo contexto cognitivo total ouando o-meio fÍsico está envolvido. Dârei um exemplo hipo-
ieii.. ,úo i*o'o para ilustrar o tipo de coisa -que estaria
.",ãl,ià,1 i'."ei"Ê'* umâ pessoâ àada a caminlar de um
MI,DÀNçA DE UM ELEMENTO C,OGNITIVO COMPORTÁMENTAL
il;;;;; . ;"."," sala de esiar de s,a ca<a. Irnagine-se ainda
Ouando a dissonância em quesúo é entre um elemento oue. oor alsuma razão desconhecida, essê pessoa pulâ sempre
corÍespondeole a algum conhecimênLo respehanle ao meio lele- àt*',., ã.n" zona do a.soalho. O elemenro cogÍ,rlivo cor-
mento âmbiental) Jum elemento comportâmental, â dissonân€iâ i"'-Àa"J.," salto sobre esse tocal é indubiLavelmente dissc
pode ser eliminada mudando+e o €lemento cognitivo compottâ' ;;,i,; à--.;.; conhecimento de que o assoalho é todo ele
mental de maneira â tomálo consonant€ com o elemento olano e sóüdo. não exktindo diÍerença alguma entre â zohá
ambiental. O processo mâis simples e mais Íácil de conseguir àn e oualo,er ourrâ parle do piso Se. numa tâtde em
""lo .um"i saiu de cãsa, ele abrir um buraco no lmal
isso consiste em mudat a ádo ou smtimento que o elem€nto ",.'*, do assoalho onde costuma salar, a dhsonârcia será com'
comportameÍtal representa. D.rdo que umâ cognição é receptivâ i.,m
à "ieaüdade (coúo já vimos), se o comportâmenro do orgâ- oiài"'*,t. .ú'"i",ar' A cognição de que exisLeconhecimenlo
um buraco
nhmo muda. o elemento ou elementos cognilivos.orresponden_ 1," ,**tt. *ria reíeiramenrã colsonanle com o
,êr , ês\ê cômmrtamenLo mudarão tamb{m Esse método de de oue salta sobri o local onde sxiste o buraco tm resumo'
mudado um elemento cognitivo ao mudar con-
reducão ou eliminação da di,sonáncia é uma ocorréncia muilo
Í""oúe"te. Nosso comDortamenro e senrimentos são freqüente-
"-ri*"" t"ri"
ir"tr.."t. o meio Íísico, eliminardo assim a dissonância
-.r modificados de àcordo com novas informações Se uma Semore que tr.í suÍicienre controle sobre o meio pod+se
pessoa sai de casa pâIa um piquenique e nota que começou a .-".;;;';*.';t"d" de redução da dissonância Por exemplo,
oode muito bem dar meia volLa e regressar párâ cas,' ;;É;'"; que é habitualm'ente muiro hostil em relaçâo- a
"ho'er-
Há muiü gente que deixa de Íumar se e quando descobre que de qente que provoca hostilidade
-u*J **orJoode cercar-sepessoas
sua sâúde estí sendo prejudjcada A. suai cogni§e" sobre ás a quem se âssociâ são
'on-
sonantes. ooir. com âs coqni(ões .orrespondenles ao seu compor-
Nem semore existe. Dorém. a possibilid-ade de eliminat a
rlissonância ou'mesmo de ieduzila materialmenrc, medirnte umâ i,-..i. ti"'tii. ns possiuilidades de manipulação do meio são
contudo. bastanre IimiLadas e a maioria das injciârivas pa!â
mudança de ação ou de sentimentos. A dificuldade em mudat
o .o-oorLr..nto pode ser demasiado grande: ou a mudarça. .Jri ,. a..*. cognitivo decorrerá de outras dire$es
embori elim;ne algumas dksoráncia<. pode criar u'na Porção Se çe ouiser oue um elemento cognitivo que é reteptivo à
de outras novas.
-Estâs questões
serão examinadas em maior ".,1i,1"d.
*; rnrdoao t.* alterar a correspondente realidade,
detalhe nos parágraÍos seguintes. será oreciso usar aleum meio de ignorar ou neulrâlizár â siruação
real. Isso. oor vezãs. é inleiramente impossível excelo em casos
poderÍamos considerar psicóticos Se uma pessoa
MUDÁNçÁ DE UM ELEMENÍO COGNIÍIVO AMBIENÍÀL "".'..*
..,1 -*,ri";.*'"t e Íicando rapidamente encharcada é quase
""" â ter a .osnição de que está úovendo,
Assim como é possível mudar um elemento cogrutivo com_ ..ii.'"* .o"ri"*r;
oolamental mudanáo_se o comporlamento que c'se elemenlo *'.,i. fo.,." oue seiam as pres§ôes psicológicâs no sentido
ietlere, tcmbém é possivel. por vezes. mudar um elemento cogni- à" ai-i.r. ."tr'cosnição Em ourros casos é relativamente
ti\o dt biêntat muãando*e a sitüâção â que esse elemento cot' ra.ii.,à,, ,rn eleãenio cognitiuo embora a realidade perma'
respondc. Isso, €videntemente, é muito mâis diÍÍcil do que *ça in"lt"rada. Por e'emplã, uma pessoa poderá mudâr â
suâ
28 TEoRrÁ DÁ DIssoNÂNcr^ CocNITlv^ INÍÀoDUçío À TloRrÁ DA D*8oNÂNcu 29
ôbinião à resDcilo <lo ocupanre de um nlto cargo plílico' c á quando comparrJo :ru per:go que ,:orre quando conduz um auto-
poliica mrnter*c geralmente inaher''dr' Parr quc ;*.Í. , ';. di.sor:rcia r,:mbcn .eri'r algo redLrzida Nesse
'iilaçào
isso ocotrd. d lessoa teria, u'ualmente dc en'onLrJr outr''s que ca,o. a dissonànc:a LoLal é reduzida pela rcduçào da inpottátcia
.".,"ia,.'". i -.1,*.- à \ua novd ofini:o. De um m"Jo da ússonância e:istente.
i"i"t . .'*Ua..i,.",o .le umr realidrJe p"l' obrcrçlo Ás considerâções acima sublinharam a posibilidade de.se
ã",-.a". aooio de ourr.r. Pcs'or\ (:um'ocial do' principc's mi- reduzir a dissonâniia lotâl com âlgum elemento quando se reduz
,.a.' *t", u., coeniçlo p"Jc ser m..l.rd' quldo a' a Drooorção drs reLçüe' Ji'soranres em .omprrâção com ar
",1"i' e.rio"p.cscnrcs É Íá.il v'r quc quanJ"
,r..tõ." p*r'.rarr io,."*nr". que envolrcm es"e elencnro. Iambém é
ial apoio social C ne.e.a-io. I pte"ença Je dissonât'ir e n' '.1à.4à" adicionar um novo elemento cognitivo que, num cetio
possível
.on..àt,.,.. p,cssôer pJrâ mud,ir rlgum e'cmenro cognitivo ientido, "reconcilie" dois elcmentos dissonantes. Consideremos
.on.l,)i';o., u-a *ri"i,de dc proce*os 'o'iâis qEsJ quc(rão um cr,mplo rerrrudo dr lircr-rurr par.' il'r..rar esse (âso. Spiro
serj dc'ervolvidr em Pormenor no' L,piul-s 8 e l0' quc L5lt desireve Lcrros í.pccto\ do ,i'ren,t de.rcnlas dos I/ainÀ,
.".Àirr. .,. maniÍe.rrçóes socrJi' Je !re"sors pra reduzir r uma sociedade nãoletrada. Os pontos importantes, para os
dissonânciâ. nossos propósitos, são os scguintesl
1. tIá firme crença de que as pessoas
nessâ cultura Lrma
AD,çÃo DE Novos Er Í MtN los CoGrITlvo. são áoas. Essa ccnça diz não s6 que ehs devem ser boas, mâs
É evidente oue. I Íim dc elim'nar completamente uma 2. Pot uma râz:o ou ourrâ, as criarças pequenrs. nessa
di.ro*n.h. r.. ie scr mudado algurn clemenro c"6nitivo' cultura, arr.:ve.s;m um perÍodo de rgre'.ividrde, hosrilidrde e
i,*Ue, r a,'. que n.m serpre i' ó é pos''vel' Mas aindr
destutividade manifestas e pÂrticulârmcnte fortes.
çeir inoo'.ívcl elinrn,rr..li"solàrcil. hi 'empte a po"to'-
""e
riã".r. à. r magrir rdc rot,l pclJ adi(;o de novo' Parece ev'denre que a lren(d sobre a narureza dr. pes<oas
elementos 'àa,,;,-tl.
cocnirivos. À"'nr, por excmrlo se crisrir di.'o- i dLsonrnte com o cónhec'.enro da condurr das criançâs nessa
nincia enrrc ."Jgun. r)ern""ros Lognitivos re,Pc:rrnles âos cle'Ios culturâ. Tcriâ sido possível reduzit essa dissonância de nume
do Íumo e r cosniçào refcrc.te âo LomponJmenro de conrrnuir rosâs mâneiras. Poderiarn ter mudado a sua crenç sobre â
,-r"iii. . ai'i"á..i" total poderá sêr reduzida mediante a .rrunza dr. pe..oas ou ré h mo,liticado de modo quc a. pes'oas
àdiçâo de novos elenenLos cognitiros que são con)onànle\ com sti s;o inteirãmcnre bors quando rringem a mcruridade Ou
à rio a. Íumar' Loeo, -ã px*nça de ral dissorinLia' po noderiam te- mud su"r' üeias sobre o quc é e não é "bom",
'do
'.
Íi.* I .'p"',rr q,. , p.i'o, bu'que rriramcr re norrs irÍorma' ie modo q,e a rgre*lo abcrr r nâ. criancs pequenrr §eid consi-
re'mo 'empo evrre derada uma coisi "boa". Nr realidade, porém, â manei!á de
çóes que rid:zam a di"onÁ,t,i rot'tl c. :o
i,.ii";"r"'."0"' su'., íe;( dc aurenrrr ': 'li"onáncia exi' rcduzir a dissonância crâ diferente. Uma terceira üença foi
tentc. Assim, prtâ continuâr com o mcsmo cxemplo, a pessoa rdicionadr que rcduzir efiazmenre r diqsonància por "reconci-
i,,'.].ri. r.r-l ,ir-"n"..n'. qualquer marerial 'Ín(o Jr pc(qui'J liJ(io . fm rermos e'pecíÍico<, o. IlalaÉ tambóm acrednam na
;;:;";;':."; à";.,,,',' " ' o,i,ia,a. do Íumo prr' a saude' cxistênciâ dc espectros malévolos quc entrâm nâs pessoâs e as
À. .*1,"'*.o". evirorj ler o nrreriil qrte elosie e 'r pe'qui( r' impelem a Íazer coGas más.
(Sc r oe\)oa clrrar ,nevitavelrrenre en conuro con o segundo Em conseqüô.ciâ dessa terccira crença, o conhecimento da
r'1,' dJ ..,,e.ir1. a .ua lcirur,r 'err crí'icâ') condut,r agressiva das crianças deixa de ser dissonante com a
""\e.rmenre ocnça de que âs pessoâs são bors. Não são âs crianças que -se
Nr rerlidade, são amplas as possibilidades de adicionar o ,'r,Ju,em ás'e*i'',me"rr, sio o. c'pír'ros m.,levolo'. Psicolo-
,"*, .1;;,;;'"; q,e rcd,;an .r' d;"o.áncia' eri'rcrre' ,irrncnLc. iiso.onsrirui um rcio.,hJmÍnre sar'sÍarório de re-
,,,*,, r,,i,.,,';. poi pode'i.' Ier rudo rcidente'
"r"mplo. 'obrerJiclon'rdo
rcndo r"''m ,1,'zir r ds'onjrcia, como scrir d..'pcr:r quando tais crenças
, ,",',,.iii.i,+
",álnr*.. \ilo inslitucionâlizâdâs a um nível cultural As soluções insatis-
'..'.,..i,
r ,,;,:,i, ,1,.'.;.;" " ,"'ú" a**,."* de Íum,rr c de'prervcl
"nr
.-[
30 TEoRIÀ D^ DIssoN^NcI^ CocNITIvÀ INTRoDUÇÃo À Tro*r,r »e DrssoNÂNcI^ 3l
Íât6riâs nao seriam lão bem sucedidâs em conseguir suâ sceitaçeo REsrsfÊNcrÁ À MúDÁNçÁ DE ELEMENToS
gerâl. CocNrarvos C,oMPoRT MENÍÁrs
Ántes de prosseguit, vâle a penâ enJátizâr d€ novo que â À primeira e mâis importânte Íontê d€ l€sistênciâ à mu-
prcsençâ de prcssões pârâ reduzit a drssonância, ou mesmo dança pàta qulqar €lemento cogrutivo é a recepúvidade de
ãtivaminte diiigidas paia tal tedução, úo é gâ!ântia de que â tais elementos à reaüdade. Se vemos que a grâmâ é veÍde, é
dissonância será leduzidâ, Umâ pessoa pode não €stâr aPta muito diÍícil pensat que assim não seiâ. Se umâ p€ssoâ está
â €nconúat o apoio social de que necessita pala mudar um caminhando rua abaixo, é diÍícil paÍâ a sua cognição Írâo conter
elemento cognitivo, ou talvez não encontre novos elementos um elemenro que corre(ponda a kso. Dada essa Íorte e pot
oue teduzam a dissonáncia rotal. De Íaro, é perfeitamente con_ vezes prepoÍrderante rcceptividade à realidâde, o pmblemâ de
áebível que no processo de tentar reduzir a dissonância esu mudar um elemento cognitivo comportamental converte-se no
seia alé aumenrâda. lsso dependerá daquilo com que â pessoâ problema de mudâr o cohportâmento que está sendo mâpeâdo
depara enquanro p.ocura reduzir a dissonáncia. O ponLo impor_ pelo elemento. Por consegünte, a rcsistência à mudança do
tarte a aq"i é que, na ptesença de uma dissonância, €letrlebto cognitivo é idênticâ à resistência à mudaaça do com"
"riinnlar
estât-se'á apto a oL""ruui us tentatioas pàtà reduzi_1â. Se as portamento refletido por esse elemento, supondo+e que a pessoa
tentarivas Dârá reduzir a dissonáncia Íracassam, esLaremos em mântém contato com a realidade.
condicôes observar sjnromas de desmnÍorto psimkigico, desde
di Muito comportamento oferece pouca ou neúuma resistên
oue a dissonância seir suÍicienremente apreciável para que o ciâ à mudânçâ, por certo. ModiÍicamos continuâmente muitâs de
áe"mnÍorto se manitãste de maneira clara e abena nossas açõ€s e sentimentos de acordo com mudanças na sitr:ação.
Se uma rua que utüzamos habitualrnente quando nos dirigimos
Resisténcid à Redução 4d Dissonâflcia de carro ao oosso ttabalho está seodo reparada, nâo hd grandes
dificuldades em alterar o nosso compottâmento e utilizar um
Para que a dissonância seja reduzida ou eliminada com â traieto diferente. Quais são, pois, âs crtcunstâncias que tornâm
mudança de um ou mais elementos cognitivos, é necessário- con' diÍícil a uma pessoa mudat âs suâs âções?
sidetat'em que medida esses elementos são rcsistente§ à mudançâ. 1. À mudança pode ser dolorosa ou envolver ptejuízos,
Se qualquei deles muda ou não e, no câso afirmativo, quais Uma pessoa pode, por exemplo, ter gasto uma consideiável somâ
são às que mudam, será ceruoente delerminado em parte, pe)a de diúeito na compra de uma casa. Se, por quâlquer râzão,
magnirrde da resistência à mudança que eJes possuírem É ela quer agora mudar-se, isto é, viver numa casa ou bairto
eviãente que, se os vários elememos cognitivos envolvidos não dúerãnLe, reri de suporrat os incômodos da mudança e a possÍvel
à
apr.r*rr"i.rrl resiíêDcr algumâ mudança. nunca haveria perda Íinanceira envolvjda na venda da casa atual, Uma pessoa
ouaisouer dissonâncias duradoura'. Poderiam ocorrer dissonân' que talvez deseje Íenunciâr âo cigarro deve suportat o descon-
cias momenLáneas, mas se os elementos cognitivos envolvidos Íotto envolvido nâ cessação â fim de concretizar a mudança.
não Íeshthsem à muda(á, a dissonturcia seria imediârâmenre É dato que, €m tais circuístânciâs, havetá uma certa resistência
eliminâda. Exarninemos, pois, as principais fontes de resis-
à mudança. Á mâgnitude dessa resistência à mudança será
tência à mudança de um elemento cognitivo. determinada pelâ exteÍrsão do p§uÍzo ou das aÍliçõ€s que terão
Ássim como a redução da dissonância apteseÍtou pmble- de ser supotados.
rnas algo diÍerentes, segundo o elemento a ser mudado era 2. O comportamento atuâl deve set saaisfatóio €rrr todos
mmporiamental ou ambiental, tamhem as pÍincipâis fontes de os demâis âspectos. Uma pessoa poderá .continuat a almoçat
tesisiência à mudança são diferent€s pâÍa essas duns classes num certo rcstâüÍantej mesmo que â comida seja tuim, se os
de elementos cognitivos. seus melLotes amigos sempre comem aí. Ou umâ pessoa que
é müto autoritáriâ e s€vera coln os seus Íilhos tslv€z úo seia
câpaz de renunciar Íâcilmente à satisÍação de mandât €m âlguéE,
TF-oRr^ DÀ DIssoNÂNclÀ CocNrÍrvÀ INTRoDUçÂo À TEoRtÁ D.\ DIssoNÀNcrA 33
mesmo que deseie mudár por vários mol;vo5 Em lâi§ casos' Ém muitos casos, entretanto, a realidade corespondente ao
;';á;,Éüi,;;1;;;; se;iâ, é craro, umâ Íunção da sarisíação elemento cogniLivo não é, de forÍoà alguma üo cJrra e inequÍ- -
obtida com o compofiamento atual ,oca. Quanio r realÍdaJe é basicamenre social isLo é, quândo
3. EÍetuar â mudança podetá, simplesment€, set impossí oor .rcordo com outr$ pcssoas a resjslénciâ à
consumar ".ubelecida
mudança será'determÍnada pela dJÍicüdade em encontrar pessoâs
,.1. ç';;; erro imaginar que uma pe<soa poderia.
aualouer mudança em seu comPorlâmeÍrb âpenas Pelo que apóiem a nova cognição.
'âto-oe
mudar' A mudança poderá ser rmposs'ver
i".uin" Existe outta Íonte de resistência à mudança de elementos
"rdentemenrc
oor'uma intinidade de râ.,ôes. Alguns compoíamenlos espe-
cognilivos comportâmentâis e ambientâis. Protelâmos o seu
sob o coolrole
à;rh*,. rt reações emocronais, podem não esratreação exãme até agora, enttetânto, porque se trata de uma Íonte de
;il;;;;i"-á,;;;. io. '',.io'pto, uma Íorte de medo resi"réncia á mudânça mais imPortante para os elemeDlos
;-;i;;,h*,; inconrrotável, À impossibilidade de consumar rmbientais do que Dam ouuos Ela reside no tâto de um
.oI"'ã,à",i"-,,*rrrr podc ser simpiesmerrc causada pelo Íato
"i"--- **. ,àU.ià*ao .orn um cerLo número de ouLros ele'
ào oouo não Íâzer PàrIe do repertóriocompor_
mentos. Nâ medida em que o elemento é coÍNonânte com
da pessoâ. Um pâi será incâpâz de mudâr á lotmâ
tâmentâl "o.por,rrn.n,o ,i,"a. d. outtos elemenros, e râ medida em que mudáJo
;;;;;;^fu com os fiÍhos ,e não conhecer qualquer ouLra ",i^e.o
iubsLituiria e*as consoúncias por dissonàn(ias o elemento será
maneira de comportar_se. Uma terceirâ ciÍcunsláDcia capaz de resistente à mudâsça.
;;;;;ii,ú,; a'mudança é a nar:reza irrnogável de e
certas
depors
As considetações âcimâ úo pretendem ser umâ ânálise
,aies. Se. oor e*emplo, umâ pessol vendeu sua câsa
exâustivâ da resisência à mudança àu uma listâ de Íootes con'
ãl"iJ" oo. â q,er dà voha, nada poderá ser ÍeiLo se o novo Ài",t-*,. ditereores. Pelo'contrário, tenrem estabelecer
;;;;;iJ;i. ,.';**' a vendê'la A a(âo roi concretizada e é il-tt;cõe, nos serão úteis mais operacionalmente do que
i"*"-.r,"1 Urt sob circunsránci.s em que o comÍmrtamenio "r.
no ol"no con.eotual. Áo eraminar-sc qualquer dissonáncia e a
;;;'il;;,i,;. pura e simple<mentc é incorrero dizer-se que
resiiréncia à mudança dos elemenros envolvidos. o tator impo:-
;;'l;;.i;;Àà;.,
-Ã do .ie,o.o,o cognirivo correspondenre é i""t" ," t."t"tir" àe eüminar a dissonânciâ pela mudança de
l,i*ii". mudança qui o elemenro coeoirivo
à é o montante totâl de resi§tência à mudança; a
'."iie,.l,
possui não pode ser maior' é claro. que â pressão parâ respondet fonte"t"À."4
"-_ de rcsistêffia pouco ou nada impotta
à realidade.
Lu itet da tuIagbitaile de Dissoúrcia
RESISTÊNCIÀ À MUDÀNç DE ELEMENÍOS
CocNrflvos AMBrÉNTArs A náxina dissonância q*e pode e*;st etítrc quisquer dois
etene tot é isal à rctistàncii rotal à nudauça ílo ,eleüento
-; caso.
Também nesse tâl como no de elementos cognitrvos da dissanância não Pode excedet
-,""',eçisreÃe. A napniradepo'lto
...r;;;.;i;l', íi*ip"l ro"* ce realdade mudanç.a
resistência à e«a auantirtade oo,au",1"tt" de náxi'na àisso Akcia Pol'
'...r,i:'* ,*àrti:"úrá. deises elerrentos à o resul- i iiiii,i" i,ios ,"'iit"nte n'datia' etini"anlo d'sim
i;í;'dil":;;;;;; ii.*enLo' co.po*u^'ntais se reÍere' é 'i"al
;, mudança do elimento cognitivo à resis'
"1"-,ü"1 '."i,,ãil,
iência à mudança da reaüdade, a sabet, o púprio comPortâmento' tsso nâo quer dizer que â magnirude da dissonâÂciâ s€
é aleo dÍerenrc no que se relere aos elcmenros
-di",-"aã-J*"
siruacão ""..i;. ";;,"i ;;i;.qirãcia, deie máximo valotdopossÍvel'a
^
i'.,úiiiiàii. ,"," it,', e inequÍvoca recJidade ffi;à;';ill.; ione dissonância que é menot .que
corresoondenre a algum elemento cognitivo, as Possrbtlrdades ãii"*i,'ã'",a,"r"' á" q,aq,* aoireduzida elemenLos envolvidos'
para o sistema
dc mudrnca são quale nulas. Se desejássemos' por. exempro' .',^ãi'"*il" taluà, "iodá poi'" ser elemenlos cogÍrlrvos
sobre a localização de um edlÍicio que .ôlnitivo total nediâore a âdi§âo de novos
.rár' " -gkça" Íones à
"L*os dr-as.-isso seria bem diÍícil de conseguir'
,"ã.. i.a", ii1i;;;., ;.;;tÀença de resi"réncias muito
,4 TEoRIÁ DÁ DIssoNÂNcrA CrcNIÍrvÁ INÍRoDt çÃo À TEoRÍÁ DÀ DÍssoNÂNcrÁ 35
mudança, a dissonâacia totsl no sistema poderd §er mâÀtrda em À mdxima dissonância que possâ existir serir. em Lais circuns-
níveis compârativamente baixos. tânciâs, determinâdâ pela resistência ao reconhecimento de que
Consideremos o eremplo de uma Pessoa que gâ§ta o que
fora um tolo ou cometerâ um eno.
para ela constirui Lrma con.idetavel soma de diúeiro na compra
àe um novo carro de um lipo dispendioso lmaginemos tarD_ ÍoitdÇão íla Dissonôncia
bem que, após a compra, descobre a exisrência de âlguns deteilo§
As nossâs considêrâções Íocallzxam *é aqui as tendênciâs
no .riro e-que o" .orrerLo" necessários 5ão muilo caros. TaD' para reduzir ou êliminü â dissonânciâ € os problemas envolvi-
bém o seu cãnsumo de combusúvel é superiot âo normâl, o que
dos na realização dessa redução. Em cettas citcunstâncias,
o torna operaoonalmenle ruinoso; e, o que é mais, o cafio é exhtem também Íortes e importântes tendênciâs pâra evitâr os
considerado Íeio pdos amigos dessa pessoa Se a dissonância
aumentos de dissonância ou pâÍâ evitâr, pura e simplesmente,
se tomat súicientemente grande, istó é, igual à reútência. à â ocorrênciâ de dissonância. Voltemos agora as nossâs atenções
mudança do elemento roeDos resrslente, que nessá slluâçao seflâ, parâ um exâme dessâs circDnstânciâs e das maniÍestatres de
prorrr.l.*,", o elemento comportamental, a pssoa decidirÁ tendências de evitação suscetíveis de serem obsetvadas.
iender o .".- sotrer o prejuizõ tiÂsnceiro e outros hómdos
" Assim, a_ dissonância não podeIá €xcedet s
nisso envolvidos. A evitação de um âumento de dissonânciâ ocofie, é claro,
resistência da pessoa à mudança do seu comPonâmento, i§to em resultado da existência de dissonânciâ. Essa evitação é espe-
é, vender o caro. cialmente importante quando, no ptocesso de tentat teduzir a
dissonáncia. a pexoa busca um novo elernento cognilivo para
Vejamos agora a siruação em que a dissonância para a
substituir um existente ou quândo novos elementos cognitivos
o.""on âu. .o.'otou ,. oóuo ar,,oúóuet erâ ,Preciável, tnâs têm de ser adicionados. Em ambas âs circunstânciâs, â buscâ
inÍ".iot à .á*idu dissonàociâ possível, isto é, menor do que a de apoio e a busca de nova inÍormação devem realizar+e de
rcsisrência à mudança do elemento cognitivo mênos lesistente'
maneira altamente seletiva. Uma pessoa iniciatia uma discussão
Nenhum dos elemenios cosoitivos existàres seria mudado, nesse
-manret com alguém que ela pensa estar de âcordo com o novo eleÍrento
.r"o, u p.rto" poderia baüa a d.issonância toLal pela
" de'nov"" iogruções consonânres com a sua propriedade cognitivo, mâs evitadâ â discussão com alguén que €stivesse
"diçáo de amrdo com o elemento que elâ está tentando mudar. Uma
do carro. Começa úUo por achar que â PotêDcia do Dotor e o pessoâ expot-se-ia a fontes de in{otmação que, segundo ela
desempeúo oa ásLrada sao mais importanies do que . ecoDonirr espera, adicionariam novos elementos capazes de aumentat a
de coÀbustlvel e as liúas do nodelo. Passa â conduzir Eâis
consohânclâ, mâs certámente evitaria as fontes que âumentâssem
velozmente do que cosNDâvâ e acaba por conveocer'se de que
â dissonânciâ.
o mais imporLanie patâ um carro d poder exigir dde altas velo-
cidâdes. Com €ssas e outtâs cogniçõ€s, a pessoâ conseguÚlâ Se o<iste pouca ou nenhumâ dissonância, não setá de espe-
tornar despreável a dissonância. tât â mesmâ de seletividade na exposição a fontes dê
espécie
apoio ou a Íontes de inÍormação. De Íâto, quando não existe
Também é possível,
_elemenios conludo que as §uás tentativâs PâÍ'
dissonância, deve registtâr-se utna relâtivâ ausência de hotivação
adrcionar novos cognitivós coÍrsonantes le§ulEs§em para buscar apoio ou novâ informação. Isso é verdade em getal,
irÍrotí"r* e a sua situação Íiaãncúa Íosse tâl que não-pudesse mas existem importântes exceÉes. Á experiência passâdâ podê
vender o catro. Áinda ássim, seÍiâ possívêl reduzir e dissonân- levar urna pessoa a temer e, poftanto, â evitar â ocorrênciâ iniciâl
cü oelo oue LamMm eoúvali à adicão de um novo elemenro de dissonância. Quando isso âcontece, podet-se-á esperat um
copn'irivo.'mas de diJerinre espe.ie Á pessoa pode admidr comportamento cirolnslrecto â respeito dê novas informações,
paia si mesma e os ourros que tiúa sido um crro comprâr o
mesmo quando poucâ ou neúuma dissonância se âpresentâ no
iutomavel e oue se livesse de decidir de novo comPrâriâ uma inicio.
marca direrenli. Esse processo de se divorciar psicologicamenle
da ação pode reduzir e_reduz materialmente I drssonânciâ Pot A ação do medo de dissonância iamMm pode acáiretat a
t .istênciâs s e§se processo §ão muito Íottes' tclutância da pessoa em agir comportâmentalmmte. Existe urnâ
uo"J,
"ni."t"nto, ""
-T-
Alqumas excelenres análises de siluações de decisão ou E pâssârernos agora a um q\âme áos Íatores que aÍetam a
connit;id Íorrm apresentadas por l-ewin (14) e por Hov)and arnplitude dessa dissonância.
ê Seârs (27). Nào preLendo repeLi-las aqui, mâs resumirc;
âpenas o quc é pertinente aos nossos pioÉsitos. A Ma|nit de da Dissotlât cin Pós-Decisótia
7. Decbão entrc altefiratioa! cotipletMre te negat )at.
Embora isso seja uma condição t€oticamente possível, é prová- A maior ou menor força da dissonância dePenderá, é claro,
vel que só raras vezes oco â. À merâ ptesençâ de duas alter' dos determinantes gerais que enunciamos flo capíhrlo anterior.
nativas neeativas náo .oloca uma pe"oâ em siluaçâo de decisâo, Á nossa tarefa consiste agoÍa em destrinçar a natureza especlÍica
.nl** qu" se apresentem alguns outros faLores que a forcem desses determinantes, tal como eristem nas situâções pós_
a escolhêÍ €ntte elas. Se isso ocorre, existirão âs lnesrias con' decisórias.
seqüências â respeito dâ dissonânciâ, depois da escolha ter sido L i,t1poúâffia da deci<ào aÍerará a magniLude da dissonân-
Íeiia. Haverá alguns elementos cognitivos {avoráveis à escolha .i, qr. .iirr" apó, a decisào rer sido romaãa. Cetctit patibss
de uma alternativà e alguns elementos cognitivos que favorecem quarto mais importante Ior a decisão, mais Íorte seÍá â disso-
a escolha da ouua alternativa. Seja qual for a escolha feita, nância. Assim, a decisão de comprar um automóvel em vez de
haveÍá um ceÍto número de elementos cognitivos em drssonâncíâ outro resultará em mais dissonância do que a decisão de comprar
com â cognição reÍerenie á essa ação, uma marca de sâbão em lueã de outra; a decisão de aceitar um
€mprego em vez de outro produzirá maior magnitude de disso-
2. Decisão elrtre daas alteruatius, tekdo cada uma delas nância do que a decisão de ir ao cinema em lugat de a um
aspectos potitiros e fiegariror. Este é provâvelhente o tipo mâis
conceúo. Em capítulos Íutulos, refedr-nos'emos à variável da
comum de situaçáo de decisão. As nossâs consideÍâÉ€s ante'
imporrância muito amlúdc. porquanto se rrara de uma determi-
riores deixatam clâro, por certo, que também resultará disso- nanre eeral da maenitude de dissonáncia. Passemos agora
nânciâ neste caso, sempre que umâ ação é errpreeodida. Haverá -
àquelas co nsiderações que são peculiá.es às situações ús-de'
alguns elemenros cogniLivos correspondenres aos asP€ctos Posj'
c ótias.
tivos da álteÍnâtivâ não-escolhida c alguns elementos cores_
pondentes aos aspectos negâtivos da alternativa escolhida que Um outro e importante detetminarte cla magnitude da
ierão dissonantes com a cognição de se tet escolhido uma de' dissonância pós-decisória í at/11Ção rcldtitta rla altendtiua 2te-
^ é claro, decorre diretamente da
terida ou nào-escolhida. Isso,
tetminada alternativa.
nossa análise dr silluçào pó*deckória e dr. razõe, por que a
3. Decisão enooloedo nab ãe dut dlteltutiaas. Mnit?,s dissonânciâ existe. A dissõnância existe porque, após a decisão,
decisões, se não a maiotia, envolvem certamente mais de duas a pessoâ continüa â te! em suâ cognição elementos q1re, se
altemativas. Talvez no início estejam pr€sentes numerosas pos' coisiderados per se, levariam a umÀ ação diferente daquela
sibllidades ou a pessoa na situação de decisão tâlvez irwentê meios' que Íoi empreendida. Esses elementos ieÍletem âs carâcterís_
termos, Írovos modos de ação etc. Esse aumento de complexi_ ricas deseiáveis das alternativas preteridas e âs carâcteÍísticâs
dade toma difícil a análise do processo de decisão, mas, {eliz- jndesejáveis dm rlernativas preferida. Por conseguinte. quaaro
mente, aoescenta muito pouca complexidade à ânálise das maror'for a ar.ação reÍativr dr' nlternariva' preteridas em face
dissonâncias que existem depois da decisão ser tomada. Uma dr alternotivrescolhidr, maior será a ptoporção de elementos
\ez maís, todos aq eler elehe,rtor qrc, comiderudos per se, perti.entês que estarão em dissonâncja com â cognição corres
leratian a tna ação àilercnte daqaela qrc loi enpteendida são pondênte à âção.
ilissonantes coln os elenentas cog,titil)or coffespa ãefttes à 4ção
A Fisurâ I mosiÍi as relações que são de se esperd entre
r mrgnitude da dissonáncia pósdecisótia e a âtração relativâ
Ássim, podemos propor â seguinte gencralização: a disso- ,l.r alrerna.ive n:o.e.colhirla, mantendo*c ."n rantes a irnpor'
nância é uma conseqüência quase inevitívcl de rmn dechão. rânciâ e â atrâção dâ akernâtivâ escolhida. Para qtalquer
42 TEoRrÀ DÁ DrssoNÂNcrÀ C,ocNrrrv Ás C,oNsEaüÊNcIÁs DE DEcrsõEsr TEoRIÀ 4,
arrárividâde da allernârivâ não-e,colhidâ, quânlo mâis júpor- Àntes de ptosseguitmos, será melhor exâminâr também â
tânte ÍoÍ a decisão ou qüanto rnaior for a atração da alternauva distinção enre confliio e dissonância, Pois são dinâmicâme$te
escolLida, maior será a dissonância resultante. Quando deoesce diÍerentes em seus efeitos. À pessoa está numâ situâção de
â âhatividade telativa da alternativa não-escolhida, â dissonânciâ conflito antes de tomar a decisão. Tomada a decisão, ela deüa
resultante também diminui. À pressão para reduzit â disso- de csrar em conJliro: reatiuou uma e<colha; por assim dizer, ela
nância, como se recordârá, vâÍiâ diretameDte com â magnitude resolveu o conÍl]o. Dejvou ,le ser impelida em duas ou mais
da dissonância. Â nossa análise focalizatá mah adiante o modo direcões ao mesmo tempo. Está âsorâ comprometidà com o
como a pressão para reduzít a dGsonância se mânifestârá em c,rrsô de açzro qr" Só aqui e que e\hLe dissoÍtâDcia.
tâis situações. ea pressão'para ""olli.r'
reduzir essâ dissonânciâ rro impele a pessoa em
duas direções simultaneamente.
7 Para se fazer essâ distinção necessita-se do uso especíÍico
a de ambos os termos. O termo "conflito" passou, infelizmente,
I
a set usado de um modo muito lato por várias pessoas Pot
exempto, num srrÍgo reccnre de Smock Ír0) sobre inrolerância
o à âmbigüidíde. encontra se estâ afirmâçào:
A in.onsru;n,iã indi(r,Por definiçâo. um! ,onli8úrâçno de-e!tí_
õ elemeio* que tinlLiún .ô4 6 ".Í!'ctatiuú'
-,r" ,ô;bôsta deÍntido
z rlo indi t;ua o d. ;!. ?lP ú'am?nt. oú nun'a d'ldtd
z .on tol .ôníisurução d. esúÀúlo ntno tittaçôo .la ",i.ld rêal"
o (pâs. 354i o g.ilo é rcss).
ê
Este enunciado Íoi escolhido potque tenta especificar o
o sentido em que â palâvra "conflito" é usada. Quando as pessoas
l fâlam de co;flito enre opinió€s ou valores, é Íreqüentemente
tr cliflcil saber o que pretendem exâtâmente significar' No uso
darlo ao Lermo oo' Smock. ral,ez exista escassa distinção erltrê
Í dis'oUnc:r'. Ma, o 'enLido i niLidamenre difetcnte daquele
"le.
uso do termo que significa uma oposição das forças que atuam
AÍRATIVIOADE RÉLATIVA DA ALTERNAÍIVÀ PRETÉRIDA
Frc. 1. Dissnân.ia Pó$dê.isão como Frrção de PbPri.dads dâ
E:raminemos uma situação de pré-decisão e uma de pós-
Álhrnativa Não-Escolhidã.
decisão pata elucidar a distinção lmagine se uma pessoa que
Em primeiro lugar, enttetanto, será conveni€nte esclârecel t"m duai ofertas de emprego. Todos os elernentos cognitivos
algrns ponro.. Á Fjgura I nio preLende, cerramente, sugerir (orÍe)pondenres à'cJrâ.rerística( Íavorivek do emprego,4 e às
que essas relações sejam lineares. Á forma exata que essas caracrÀrÂ.icas ded:vor;vei' do cmprego B {châme-se a isso o
relações manifestem dependerá, é claro, da natureza exata da conjunto cogn;tivo ,4) encaminham a pessoa na diteção de
métricâ por meio da qual a dissonância, â importância e a *.í". o .*-p..go ,4. O conjunto cognitivo 3, ou seja, os ele'
âtrâtividade relâtivâ são medidas. Como não existe, até €ste m"ntot .otr.ipo-nd"nte, às câtacteÍGticas favoráveis do emptego
momenro, qualquer mdtrlca prárica. não Íaz falar-se da B e às catacterísticas desfavotáveis do emprego ,4, impeleÍlnâ
"entido na direcão de aceirar o empreqo B. Como os empregos Á e B se
Íorm.r ex.rLi di relaçâo. Ô que pode ser atirmado, porém'
c é o quc a ligura todr ptetende rânsmitir, é a existêocia de excluem muruamente,
" i**, ,a. podc rer ambosr ela está
Íunçôes invariavelmente crescentes. numâ situação de conÍlito.
44 TEoBTA DÁ DrssoNÂNcr CocNrtrvÁ As CoNsEQüÊNcrÁs DE DEcrsôEs: TEoÀrA 45
É necessátio, porém, especiÍicar ainda mais onde teside o razões que justificâm a existência de dissonância. Como se te-
cohÍlito. Nãoé enÚe o conjunto cognitivo á e o conjunro cordará, a dissonânciâ existe entre os elementos cognitivos
cognitivo B. Por outtas palavras, não há conÍlito entre saber mrrespondmtes à âção que foi empreendida e aqueles elementos
que o emprego ,4 é bom c que o cmprego B também é bom. cognitívos que correspondem às carâcterísticâs desejáveis dâ
Num nÍvel cognitivo, isso siÍnplcsmenle conúibuiriâ púa refor. âltemâtiva preteridâ e carâcterlsticas indesejáveis da alternativa
çat uma imâgem agradável e rósea do mundo. Não eriste preferida. Mas consideremos âquele subgrupo de elementos que
oposiçâo entre gostâr de umi coisa e râmbém gosrar de outra corespondem identicamente às cârâÚerísticâs desejáveis taflro
coisa. O conÍlito surge porque â pessoâ tem de escolher ente das caractetlsticas preteridâs como das preferidas. É claro que
dois possíveis crusos de ação. Ela é empunada em duas esses elementos não são dissonantes com a cognição sobre a
direções opostâs ao mesmo tempo. ação que foi empreendida, visto que, considerados pot si só,
eles conduziriam à ação emprecndida tão i(esistivelmente quanto
Mâis cedo ou mâis tarde, a pessoa toma a decisão e escolhe À ação iejeitâda. Ocorrc exatâmertê o mesmo estado de coisas â
o emprego ,4. Asora, ela jÁ não é ímpúda em duas direÉ€s respeito daqueles elementos que correspondem aos aspectos inde-
opostas; escolheu uma das altetnativas e deixou de estal em sejáveis idênticos tânto dâs âlternâtivas preferidâs como prete-
conflito. Mas âcontece que, â partir desse instânte, o conjunto ridâs. Portânto, se a sobreposiSo cognitivâ for completa, isto
cognitivo B está em dissonância com o Íato da p€ssoâ coúecer é, se razla elemento no coniunro correspondenre a uma alema-
em que diteção está âvânçândo. Essa dissonância existe em tjvâ rambém exislir ideniicâmenLe no conjunLo cogniLivo cor-
rível cognitivo. Ainda não há qualque! rclação necessátia entte respondente à outra altcrnativa, nenhuma ãissonância resultará
os dois conjuntos; mas, enquanto o conjunto cognirivo á é como mem conseqüência dâ decisão.
consonante com a decisão tomada, o con;unto 3 é dissohahre
a respeito dessa decisão. A pessoa camiúa agota numâ dircção e Por exemplo, se a umâ pessoa Íor dado escolhet enre
te$ta r€duzfu â dissonânciâ coglritiva. $r,00 € $4,99, ela escolhetí indubitavelmente â primeira âltet-
nâtiva. Não Laverá dissonância em resultâdo dessa decisão,
Umâ terccita variável quc aÍeta a magnitudc da dissoaâocia embora a atratividade da alternativa não escolhida seja muito
pós-decisão podc ser dcsignada como o grau dê sobrcpotk'do elevada, em Íelação à atuâtividâde da alternativa escolhida. À
rcgnitiua das alternarivas que esrão envolvidas na decisão. O mesrnâ ausênciâ de dissonância pós-decisórh se vedficâriâ inde-
grau de sobreposjçào é elevado sc mütos dos elementos no mn- pendentemente da magnitude absoluta da âtratividâde das
junto correspondente a uma alternativa são idênticos aos elemen- âltêrnativas. Existe, é claro, uma completa sobreposi$o cogai-
tos do conjunto corre<pondente à ouLrr alLernariva. A elevada tivâ. Cada êlemento corr€spondente às propriedades desejáveis
sobreposi(ào cogniriva e.LÍ vagamente .ubenrendida, de um da alternativa preterida é idêntico a algum elcmento Íro conjunto
rnodo geral, quando dizemos que duas coisas são "semelhantes". co$espondente às propriedâdes desejávêis n âltemâtivâ pref€-
O baixo grau de sobreposição cognitiva esrá geralmente implícito rida. Do me.mo modo. é de se erperàÍ que a dissonància
quando Íalamos de duas coisas como sendo "qualítarivamente resulLanLc de uma e,colha entre. digrmos. dois livros seja in{erior
diierenLes . Nro exirre sobreposição enrte os conjuntos dc à dhsonância resultante da escolLa entre um livro ê um €nttâda
€lemenros coglilivos correspondenres a duas alrernativas se ne. pâra um con€€rto. No primeiro caso, a sobreposição cognitiva
nhum dos elementos cognir'ro. num conjunro for idéntico a é indubitâvelmente mâior.
qualquer dos elcmenro. ro oJ,ro íonjunro.
De que modo o grâu de sobreposição cognitiva afeta, pois, Mafiilestações íle Plessão patu Redítzit
r magnitude da d'xonánciJ que resulra de umJ decisào? Psreíe d Di\to"â cid PóçDecisótia
cvidcntc qrrc qurnto mâior tor. sobreposição cognir:v. cnrre ís
durs alre n:rriv.r.. isro é, q,rânro mcnor tor :r diíi1ção qurli- Como se afirmou inúmeras vezes, a existência de disso-
tativà cntrc clxs, menor s€rá â dissonânciâ quc existe depois de reduzila. Por conseglinte,
nância daM origem às pressões pârâ
ter sido fcita a cscolha. Isso decorre do próprio estudo das eÍaminemos os métodos pelos quâis â dissonância pds-decisão
46 TEoRrÁ DÁ DrssoNÂNcrÀ CocNITlv Ás CoNsEaüÊNcrÀs DE DEcrsõEs: TEoRTA 47
Dode ser reduzidâ. Exi.tem lr.s moneirâs principâis pelâs quais crrltln c que, se tivesse de decidit de novo, Íaria uma coisa intei"
isso pode ser conseguido, a saber ,)mudança ou revogaçâo da rlrr»cnte diferente. Ou talvez se persuada de que a escolha não
decisão; /)
mudança da âttátividâde das alternativas envolvidas í(,i dcld; âs circunstânciâs e seu pâtrão conspirâram pâiâ Íorçá"1o
na escolha; e c) estabelecimento da sobreposição cognitiva €ntre À nçÃo cmpreendida. É provável que não sejâm esses os tipos
as altemativas ervolvidâs na esmlha. À nossa análise ocupar- sunis de soluçóes para a existência de dissonância. Em su*
se-í das rês peJa ordem indicada. cssênciâ, repóem â pessoa em conÍIito, isto é, em situafro de
lcr dê refazer â suâ escolha, embora esta não pr€cise ou tâlvez
nio possâ ser reÍormulada; ou então, colo€a a pessoâ numa
MUDANçÀ ou REvocAçÃo D^ DEcIsÃo situâçâo em que não aceita qualquet responsabllidade pelo que
Cumpre sublinhar que esta análise interessa se pelo estado
Íaz. Estes dois últimos fatores talvez expliquem, em gmnde
medida, a raridade desse uodo de eliminação da dissonância.
de coisas que existe imediatamente depois de ter sido tomâdâ
a decisão e antes que se acumulem novas experiênciâs no aocârte
aos tesultados e'conseqüências da ação que foi empreendida. MUDÀNÇÀ DÉ CocNrçio SoBRE Ás Ar,TERNATrV s
Reconheçaxe que, Desse ponto, a dissonância existcnte não pode
ser esmagadora. Com efeito, supondo+e que o individuo escolhe
Essâ é a mânêirâ mais drreta e, pmvavelmente, mais usual
a alternativa mais Íavorável, a soma pondetada das dissonâncias de reduzir a dissonância pós-decisão. Como, em ptimeiro lugar,
(cada rclação dissonante ponderada, de algum modo, pela sua n dissoúnci exi'te porque há elemento' cognilivo, correspon'
importânciâ) não excederiâ â somÀ ponderâdâ dâs consonâncias. dentes a caÍacterísticas Íavoráveis da alternativa não-escolhida
Por conseguinte, a inversão da decisão, supondo'a possível no e também elementos cognitivos correspondent€s a cârâ€terísticas
momento, não é üm modo adequado de reduzir a dissonância, desfavoráveis da altetnativa escolhida, ela pode se. mâtêrial-
mente reduzida pelâ eliminâção de alguns desses elementos ou
visto que se limitaria simplesmente a invenet aqueles elementos
cognitivos que estâ\am em dissonância ou consonância com a a adição de nows que sejâm consonântes com o coú€cimento
cogniçlo sobre a açao. Talvez se rcriíiqrre uma vez por outrâ dr ado empreendida. O efeito líqüdo disso seria aumentar a
proporção de €lementos cognitivos importantes em consonânciâ
r lenLrção de inveÍrer . decisjo, drdo que a pes<oa pode ser corn a ação empreendidâ e, pot conseguinte, diminuir a disso'
mais perturbada pela dissonância existente do que confottada
pelas consonâncias. Mas isso não constituida umâ redução nâ nância totâl existente.
dissonânciâ. Nâ mâiotiâ dos casos, aumentaria, de {âto, â disso' Se uma pessoa terá êxito ou não em reduzir a dissonância
nância e pot isso não é usual a süa ocorÍênciâ. Pode acontecet dessa maneira dependerá. em patle, dâ suâ agilidade mental e,
que, depois de adqulridas informações e experiências adicionais, em pa*e, da acessibilidade do âpoio de uma especie ou outra
â dissonânciâ reoudesça â um ponto em qüe â pessoâ acâbe por para as mudanças que ela deseie inLroduzir em sua co8nição
desêiâr iirverter â decisão. Enúetanto, é provavelmente correto Talvez a pessoa esteja agorâ apta a ampliar a importância dos
,dmitir que â dis'onância reria de Lorn.rr-se qur.e esmagadota, pontos fâvorávers que estão assmiados à alternativa escolhida
isro é, mris de merade dos elementos .ogririvos teriam de ser e â pensar em novas vântâgens que não haviâ percebido antes.
dissonantes com a cogniçào sobre a ação emoreendida. anres da Talvez tenha tido a oportunidade de descobrit novâs rnformaçõ€s
inversão da ação con.iituir um meio viivel de en{renrar r disso- que Íavorecem a decisão tomada ou de convencet outÍâs pessoas
nância. Tratatemos des!â questão em capítulos subseqüentes, a concordârem com a suâ ação. Vejamos um exemplo hipotético
parâ elucidar o pÍocesso.
É posdvel, entretanto, reduzir ou até eliminü a dissonância
revogando psicologicamente â decisão. Isso consistidâ em âdmitit Imagine+e uma pessoâ que t€ve de escolhet enre ir a
quc ie fez a escolhâ errada ou em insistir em que, na rcalidade, um conceito e aceitar ó convité para jantar de um âmigo, sendo
nao foi fclta escolha algüma pela qual a pessoa tivcsse qualquer âmbâs âs atividades deseiáveis para ela. Imagine-se ainda que
resoonsrbili.l.rde. Ásim. umâ Dessoâ oue acâbou de rccirar um a pessoa aceita o mnvite pata jantâr, renunciafldo âssim à possi'
noro poderá imediaLàmente achrr que tcz a escolha bilidade de assistit âo conceÍto. Ela poderá agora tentd p€nsat
"rnp."go
Ás CoNsEaüÊNcrÂs DE DEc6óEs: TEoRrÀ 49
48 TEoRrÁ rrA DrssoNÂNclÀ C,ooNITrvÁ
Lrnra clas alternativas e colocá-los num contexto em que eles
em todâs âs coisâs desfâvoráveis relâcionadâs com o conceÍto. con(húâm âo mesmo rcsultado find. Se isso {ot tealizado,
Talvez esteja fâmiliarizâdâ de sobra com âs peças que vão ser rll,rrs elementos cogoititos serão idênlicos ne.se contexro mais
rocadas, o que diminui aré (erro ponto â vdnrageÍü de ir ao runrploe a dissonância será reduzida.
concero. Ou rdvez dcsconhcla alguma. dr' pcçrs Jo repetrório Também é pos.lvel esLabelecer a sobreposição cogúrivâ
que vâi ser executado e saiba muito bem, por experiências dc um modo mâis direto. Voltemos brevemenre ao nosso
passadas, que âs pdmeirâs âudiçóes nuncâ são essas coisas. Ou cxcmplo da pessoa que âcertou o convite para um jantar. Ápós
i,lu- t"n[, relião uma crítica extremâmente desfavorável à r dcci'âo. era poderá )embrar.se de que o seu amigo tem uma
últimâ âpÍesentâção. De maneira análoga, a Pessoa talvez pro- cxcclente mleção de discos. Com eÍeito, uma vez em câsâ do
cure pensar em iodrs âs coisas attâentss a respeito da noitada rtnigo, a pessoa poderá âté sugerir quê sejam tocâdas ceÍtas
que â esperá em boâ companhiâ sociâI. tuúsicas de set agrado. Ou, se tivesse escolhido a altemativa
É claro que âs tentativas para reduzir â dissonânciâ podem dc ir ao concerto, talvez considerasse a possibilidade de encon-
não ser coroadas de êxito. O programa do concerto poderá ttar no teâtro muitos âmigos seus e de, após a Íunção, se
nâo dâr mârsem às e.pecull(ões de seu espitiro Íénil A críti tcuúrem todos, sem dúvida, para uma agradável noitada rocial.
., qo. u p.i.o, releu e .onsiderou deíavorjvel talvez volre a Pot outtas palavras, a sobreposição cognitiva pode ser estâbe-
corróborar mútos ouúos fâtoÍes favoráveis. E quando se apre- Iecida mediâDte a descoberta ou criâção de elementos corespon-
senlâ em seu ianLar pode aconrecer que lhc Ioque como com- deates à alternativa escolhida que são idênticos âos elemêÀtos
panheiro de mnversa aÍguém que manifesrc o deseio de ter ido favotáveis que jí existem para a mrrespondente alternativa
ão concerto. Se a pessoa obtém ou $ão âPoio determinará, em preterida.
parte, a eficácia dessas tentativas. Omitimos uma análise pormenorizada da possível redução
da dÍssonância mediante o'rebaixamenLo da'imoorúnciâ da
queslâo todà, mâs convém Íecordar que isso pod'e ocorrer e,
ESTABELECTMEN1o DÁ SoBREposrÇÃo CoGNI'mvÁ
de Iato, ocotre amiúde. O nosso pâlpite, porém, é que não
O leitor recotdará de nossas consideraç6es anteriores, que trata de uma mânifesrdção imporranLe da pressão pam reduziÍ
"e
a dissonância pós.decisórla.
qüânto mais os elementos cognitivos coüespondentes às dif€l€n'
tes alternativas envolvidas numa decisão Íorem semelhantes,
menor será a dissonância tesultante. Á dGsonância posJecisão
pode ser reduzidâ, pottanto, mediante o cstâbelecimenio ou â
invenção da sobrepósição cognitiva. Esse tipo de redução da
dissonância também é assinalado por Àdams (1) nô seu artigo Most.âmos que a drssoÍrância pode ser conseqüência ine-
anteriormente citado. Áo discutit o caso de um menino que vitável de uma decisão. Formulou-se a hipótese de que a
Éve de decidir entre jogar futebol e ir ao circo, por exemplo, magnitude da dhsonáncia pós-decisão depende dos seguinres
Adams diz:
...o noso menino situação (e, por consesuinte,
1. Á importânciâ da decisão.
os sentimeÍtos eNolvidos) e experiúenrã um discêr.imento tal
quc os valorcs .orsumarórios .onllitates psm â ser visto! 2. O grau de atrâtividade da alternaúva preterida ou úo-
.omô idt mêrios ou meios âLernativos pa.a uha !ó iinâlida- escolhida em relação à alternativa p.e{eridâ ou escolhidâ.
de. ... Á$im, o norre Épe talvez p€rcebâ, pelã pdmeira ve,,
que o josô de bolâ ê a ida m circo sáo ambos meio! de rc- 3. O grau de sobreposição dos elementos (ogoilivos cor-
oeação en 8eral... (pás. 554). respondentes às aliernâtivas.
Umâ vez estabel€cidâ a existência de dissonância, após a
Pot outras palavras, um modo de estabelecet a sobrcposição decisãq â ptessão para reduá-la maniÍestat-se-á em tedtâtivâs
cogoitiva consiste em tomâr elebentos coÍresPondentes de câ'lâ
J0 TEoRrÀ DÀ DIssoNÂNcIÁ CoGNITIVÀ
t.
54 TEoir^ DÀ DrssoNâNcr^ CocNrrrv^ Às CoNsEeüÊNcrls DE DEc$õEs: DÀDos 55
procedimento específico empregado nâ coleta dos dados é des- ,lr zcrt r cem, em que zero significava que a sua declaração era
Dk,rin)cnte conjetural e cem que ele estâvâ completa e absoluta.
Sete erupos de números, dez em cada gmpo, Iotam dati- rrrrrrc ccrto de que â suâ d€cisão erâ coffetâ.
lografados em cât!ões de fichátio, cada grupo de dez números Para os grupos I e 3, os dois primeiros apresentâdos, o
nú cartão separado. Os númetos variaram de -r0 a +r0. cx|crimentadot disse: "Nestc glupo temos uma âmosÚÂ de vinte
Dois desses rrupos Íoram reunidos de modo que. para cada rrlrrreros tirados ao acaso de üm coniunto maior de númercs
um, a média-dos dez nÜmeros estivesse di\tanle 4 pontos de I)cpois de tcr visto todos os vinte números, deverá decidir se a
zero, sendo uma das mJdias -l 4 r â outrd 4 Estes dois rtródia do conjunto maior é positiva ou negâtivâ. Contudo, Íaz
erupos tambdm se combinaram de Íorma que contiv€ssem vir- .liÍcLcnça se uma pessoa Ior solicitada a olhar pâta os viÍte
iuainente os mcsmos números com sinâis opostos. Fotam Dúmeros âo mesmo tempo ou âpenâs pâra dez de cada vez. Por
permiLjdas diterençaç muiro l:seirâs nos números empregados consegujnre, vou-lhe mosttar esses númercs dez de cada vez.
para que o sujelro não percebesse que os dois gruPos eram Âpresentarei o primciro certão e depois de você tcr acabado
iondizentes. Esses eram, de Íato, os grupos importantes pâm rlc olhí-lo retirálo-ei e aptesentarei o segundo cartão. Tetá de
nós. Os outtos cinco grupos tinl':am médias que iam de 2 a 7 ,'ll,.,r mu:,o ,-idrJo,amenre parr o primeiro crrtào porque â
nonto" de distáncia dá ,Ãro. Um deles Íoi usado como um vm Jecisão Íinal ba.eada Fo. vin.e nümeros e, por conse-
"eri
arupo prárico e os resl.nles quarro Íoram assim utiljrados: erinte, terá de se lembrar do que aprendeu no primeiro cartão."
Coda suieito. ao chesar ao làboratório, era jnJormado pelo Nesses srupos (á e B) em que o sujeito tinhâ de tomâr
exoer:menrador d" qo. ã,ra,, realizando uma pe<quisa sobre uma decisão Íinal depois de ver os vinte números, era-lhe en-
o irodo como u. o..io* ro.,. decisôes nà base de inÍormaçâo tregue o primeiro cârtão € quâ o o estâvâ devolvendo para
trr cnrlo d;to ao suieito que cada grupo de números
orrcirl. cxaminat o segundo o experimentador perguntava: "Que diria
àatiloqraÍados em cadr carrlo Íora Iançado ao acaso cada
,. -
difcrcnre coniunro dc 250 números. A tare{a
sobre a média, âté este momento?" e, depois, "Até que ponto
"-'Ja. diriâ que está confiante, Íreste momento?" EnÚegâva'se então
í-à o su;eiro co,r(is,iâ em examinar cada srupo de números o segundo cârtão ao sujeito e pedia-seJhe a decisão finâI e o
e tomar a mclhor deck:o que pudes'e sobre se seria
deoois grau de confiança bascados no total de vinte números.
bosirivâ ou nepdri\a a média de rodó'oi 2s0 números de onde
', ,.o",r. uo "u.r.o Íora exrraída Tambem lhe Íoi dito que Quanto aos grupos C e E, o terceiro e o quinto pela ordem
<le apresentação, o sujeito tecebeu apenâs um cartão e foi-lhe
cm alguns casos, veriâ uma âmostrâ de apenas dez númeto-s, dito: "Ncste grupo, tenho umâ amostra de apenas dez núneros.
"r.,rr;" .".- em outro) crros. veria vinre números antes de Com base nesses dez nútreros apenas, você vai tomat a sua
Ihe pjid.r a sua dec*ão LParu cada um dos grupos á, B,
decisão sobrc se a média do conjunto nümético maior donde
D e"er f, isro é, os aprecertados em plimeiro. sepndo. quarto c csses dez foram retirâdos ao acaso é positivâ ou Degativâ."
rexto luerres. nesrr'ordem, havia priparado um catrão âdicional
que conirha um ourlo srupo de dez números. pre<umivelmente Os grupos críticos, D e F, Íoram âptesentâdos em quarto
cxrraidos do .e'.o .on unio de 2s0 que o gtupo do primeiro c sexto lugares. Para metade dos sujeitos, o grupo D íoi apre-
cartão. Á finalidade disso será explicada dentro de pouco.) sentado como tma âmostrâ de dez números, produzindo âssim
Dcrúi. de tonJr r sua decisão, o suieiro rambém Liúa de de- umr decisão íinal depois de visto o primeiro cartão; e o srupo
cl.ri.rr rté que poÍro estJvá conÍianre em que â sua derisão €ra F foi apresentado como âmostra de vinte números, mas, uma
corrcr.'. roi.l(e sol'cirado que fizesse i.so usando uma escala vez mais, somente dez números (isto é, um cârtão) de cada vez,
produzindo assim un julgamento conjetural após ser visto o
p meiro cârtão. Quanto à outra metade dos sujeitos, o proce-
I *;íl" i" !âr. cstc €xpeúEenro íoi_ne Í€itâ nümz conrcEÀ dimento foi iDv€rtido: o grupo D produz o julgam€nto conjetural
;,r,,,',,.,1^','-.i,r, ú,. W. rr,n. a ou.m su prcÍundm.n'. Srato'
,r1,, D' c o grupo F a decisão {inal. O segundo grupo de dez números,
'f.r .l./' .,q 'h,.r, ajud" p,'sr;da pcl, §r.h Danutá Ehrli.h
I n §r.i lu,lsn' rlilh r! côlêta dos dados uti&âdo6, quando apresentado, tinha o proÉsito, é claro, de enÍatizar o
As CoNsr:eúiN{rr,\s Dl] l)xcrsõrs: DÀDos 6r
60 TEoÂl^ D^ DrssoN-ÂNCú Coc!-rrlvÁ
í..*: m.ior do quc no seu julgamerro conjeturrl se, de Íato,
íato J.r dcci.ào lirrl ser romrd' cor b+e em odo' oc vinte rlrls ,rclccisão, hoLrvesse pressão paLa reduzir a dissonância
;ú;.;;', .;i" quc J re'Do'rJ oo uiciLo depoi'ron.crural de vcr.o pri'
os rrisrcntc. O Qurdro 2 lrpresenra os drclos obtidos em função
-.i,. .,,,i.-,"ii".irir
de interessc
.'1ena
para
um
nós,
iulsi'ncnro
cntrctanto, são as respostâs
,1, número de sujeitos pata quem r conÍiançr €xPressâ nâ
únicos dados ,licisão final era naior do que, igurl a ou menor do que
dos sujeitos aPenas ros primcilos dcz nítmeros' r conÍiança cxprcss cm rehção com os seus julgamentos
Á Íim de conrrol.rr qr.r'quer po"ívcis eÍ'iro' que a erpc' crnjcorais. Os dados são aprescnrados seprradamentc para
:;i; n''mei,'.;'.,p"" 'li número* n rJe sc a'arerar' i,riclcs sujcitos cujas decisões conjcmrris eram corrobrndas
';i."i; "'
ncrrJe do' 'ui.iro., n.n1uelc, prupo' numêri'o' cm que se dpre-
l)clos "sesundos càttões" e pâm aqueles cujas .lecisóes conietu'
\entou un scÊu Co (d-lo f..r.r :'r ob ervJdo â"le( de loÍIáda Lris errm contmriadas pelos "segundos crrtões".
,,-.- a"i:,ã'f,,'t. -.r,e; ,. sest,,rdo .rrráô qu( apoi'àv" N*o total, sctcnta sLrienos mosEaran mâior confiânçâ em
i;;,"..,i; , orul ,o r qrre '".hcgo' com base no frimeiro
sur dccisão final do que em scu julgrmento conjctral. Qua-
;;,,;".' ; ;,,,,*'...t..t". ri"ro. n.ebcu segrndos rattóes
rcnta c dois sujeitos mostLrLam a tendênciÍr oPostâ. O Qündro
o,,e ÍorLcmenrc cor.rr,.Jrzi..rr.r co clu
jo a qrrc vc«em (heg,rdo
2 dei:ra clara a caistênciâ de umâ signilicâtivr tendência Pârâ os
,i" ", ,"eiro c.ur:o. O' J..d"' Ío 'rm ' olerJdo' de um toldr de d,clar-rem mrior ."-li,.nç.r r r, p'ito de umr decisào
"ric.os que.ob.c nr
137 suieitos. Íi;.rl do uÍ jul,o.on', 'r,rl b.rrc.tdo mesma
Os <laclos a ser aprescntados dizem respeito à confiânça
crpre rr"m : 'ó' \eícr 5onenlc o pr'merro QUADRO 2
;;,,;;".,i.r. r',i*. ",-t'..,"" D e I'. C'Ja tieiro Íez Je
Jurs
Co pÀR^çio Dl: Co^-rl^],çd À.'1 ConREçio D, D".Gó,s rI-_Ns
s..f.: u, ..'',t,-.'. d,'1.'r,çac' cr.r a erpr+sà.o con'
r r Jrízos Co._JÉruRÀts
'í.. ',
Íirnc.r n,rn irl!.r.n o .".j,LU-'l cr quc d'1r'ao rrndL ârnoJ
."ll.i'r.'-,,r,.ti' .,.,t, ,1., ','" t11rc"r" Je 'onÍ''nça após NúN't dc snlciios para Qúen)
ri" t. Ai, lo, ,.!:.o'1'rco 'r eiros po-uiam era' emjá Iinal Mân» do linal lgtrâ] à Iinal Menor do
"ã".;r.'
;À;; :"'".. vjrrurlmcnte- idêntica, visto que, como que Conjctural conjcn,ral qu. Conjêtürãl
.',.1,"r, "" .' , ' .rric' .,.i n ri.r'.rmertr anjl"go'' Comor
.-",.i" " ,t. ,r,. cnr.,\i, . r'l'dnr ,.'r t'1'riliLrrzdr' isro e 'omo
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37 10 20
)..i.i rt, rr:uh.r,ne J'.1.., io. ijerurll mc'rJedorcmpo
,, .r"r.i' , ,,,,, , r'.1. e' rl terc i'r r rrc J Lon{iJnca 33 15 22
,r,_. a.. .i,. ,rr ...,b..r,e. ,,. Í,ro Jê ,rma ser 1,nor e .
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70 25 42
".,,.i. .""1.,, J. Pod'mo' .'r.'- r'z"arelmcrre ^rLo' de que
"",.' on'' de ar'nç:" ro 'artão em
"'.',":,,, ', r.v'r rrr, informação (dez núnercs). Alónr disso, se o segündo cârtão,
.,ml,"i
".. , .1.-.lue. qurn.l" ".rrtc Je prim,iro.;
'Íno'rr'r Íim
de
quando havia um, corrobomva ou contradizia o júzo conjetural
,:",. a",';: r.'., J" ", Jez
{àrmulado sobre o primeiro cârtão, não rÍetou materialmente
,lr l'{..r', n . I ', q: , rr c1.cn r '..o,1,'
",i*à,... dccr'Ôc\
'rràrs a temlência para cxpêssar maior confiança na dccisão Íinal Se
sc ., co,rlir-rcr errre''ôu em seu iuleamento procutá.'emó' umâ explicação alternâtivâ pârâ o resultado, po-
., i.r,|.J tui ,r n;"d'd' rJ"q,,rr' e srobrl 'la sor. relativa ãc-íano. imreinJr que r.ircz a J.tenn'r enrre:r.orÍirnç.r na
,i" l;i.,,,,"ã:;.,; q-i*" julgrmento pta o qual eJe se dcci.:o Iin:t e no iujz,.onerurrr G..c o Í. L. d' crperiêr.ia
i1)(litrl!i no momcllto (quirlo" mcnor a contimçâ, maror â
"e" ,rnrerior com o modo.omo o" iL,io, conic, r,i. p:rec'arr srs-
pode ser
',,,,,, ,r, 1"f,","*4, contrírir), enteo ela rambém que existiria
tentât-se. Á pârtir desse lipo dc noção, csPcrâr-se-i,r que tâlvez
,,,,,.,rr",.,,r,,,',.." mcd;<h da soÁr de clisonârcir na condição contLaditória, em que o scgundo carlão s€mpte
,,, ,, ,,, ,t.;.,., Iin.t1 tivcssc cle ser tomada' Err de se csperar
conrrâJz a imp.c.são n.lquiridr .. r,r,:. Jo prireito cartão. a
,;,',.,,,,,,;1i,;,ç,,,i'r,".*d" p"ln s,Ljcito cm sur dccisão final
62 TEoRrÁ n DrssoNÂNcrl ClocNrrrvrt As CoNsÉeüâNCrÁs DE DEcrúEsi DÀDos 6)
mnfiançâ nos juízos conjerurais subseqüentes tivesse declinado ricur orcrcados e queíam descobrir tudo o que pudessem sobre
e, por conseguinte. a .onÍirnça Íinal fo,qe mai< elevada. Essa o ur<xlo como as pessoâs reagiam aos seus produtos. Foi dito â
€spécie de expljcâção impÍicâria, Dois, que o eÍeiro seria consi lrrlu suieito (eram todos estudantes universitáriâs nos p heiros
deravelmente mais forte na condição ànrradir<iria do que na rnos do curso de Psicologia) que os estudantes univetsitátios
condJç)o corroboranre. Os dados. enLreranro, não mosrràm tal .st,rvnm entre as multâs esÉcies de grupos que setiâm estudâ-
diferença. Pelo corrrário. o eÍeiro pârece ser algo mais Íraco rlos. O experimentador desculpou+e então por pedit às estu_
na condição conrradirória do que na conoborrnre. Para ambas (lnntes qu€ gastâssem umâ pâtte de seu t€mpo dessa marciü:
9! c_ondrço€s combinâdâ<. â proporçào de suieitos cuja con{iança n participaçào em erperimentos deve rcr proçxisitos educacio-
final é mais elevadc é signiÍicarivamenre maior lnivd de con- nris e nesse caso lrârâva-se de uma simples pesquisa de mercado
tiança à? t%t do que a proporoão dâqudes .uja confiança Íinal Por esse motivo, o experimentâdor achavâ que âs êstudantes
dcveriam set recompensadas de algum modo pelo temlm gasto
. PoÍ ouro lado, cumpre também enfatizar que o efeito da c anunciou que recebedam um presente bastânte vâlioso de
dissoúncia pós-decisão foi pequeno nesse experiÀento. Setentâ urn dos Íabricantes, a título de reüibúção por terem pt€stado
sujeiros mosrraran uma dilerença na dircçàõ teoricamenre pre. íjudâ no estudo.
vrsrâ. âo passo que cinqüentâ e dois suieiros mosrrarâm umâ
diferença enne a corfiança Íinal e a conjerural ra djreção oposra.
O experimentador tetirou e[tão oito ptodutos de suas tes_
pecrivâs câixâs e colorou-os dianre de cada explicando
LonquanLo os resultâdos seirm eslrtisticamenre diferentes do 'ujeirc,
âcâso, não são _signiÍicarivos sob qualquer ourro arpecro que
tre"emente algu-a coisa sobre cada um deles Cada obieto
se queira considerar. Convém não esq,ece'. porêm,-que esra. vâlia cercâ de vinte dólates. Especi{icamente, havia üma torra'
deirâ âutomática, umâ câfeteirâ elétrica, um pequeno údio
mos lidando com uma deckão que er. de sominos imiorrancia
portátil, um cândeeito de mesâ, umâ rcprodução de um quadro ,\
para os suieiros. A di*onância que existi.r nlo erâ de magniLude
Íamoso em .rll,ê rcleff, um cronômetto, um üúo de ârte e um
muito considerável-
''srill" parâ sandüches. lntormou-se cad, suieiro de que eram
eises oi ptodLrtos que estávâm sendo esLudados. convidando-o r
Um Expetimerto Sobrc a ]vladanca ãe inspecronáJos um por um, cuidadosamenre.
At tdt io idod e da! Al tendt ioat
Depois de os tet inspeclonâdo e familiarizar'se com cada
Recordar.se-áque un dos princ;pais mdrodos em que a um delei, a estudánre iecebeu uma folha de Pâp€l onde se l}rc
dissonán(iâ ú..decisâo pode ser reduzjda é mediânre únâ mu- pediâ que dassÍicasse cada produto de amtdo com o grau de
dança na atratividade das alrernarivas, de modo que aumente a âtrâção que lhe despettasse, considerando todos os aspectos
discrepáncia entre a, alternarivas . rejeitadrs. É cet- do produto enquanto reagiâ à suâ âpreseÍrtâção € demâis cârâc-
tamente posslvel medit direramenre "..oih;d*
essa espéc:e de mudança, terísticâs. Essâs classÍicações foram Íeitas numa escala de oito
pelo menos em situaçoes relâtivâmenre simples. Brchm (i) pontos quê ia áe (1) delinitil'a",ente inderciátel até (8) cxtre-
planeiou e conduziu um experimenro p"ro r..rrra reoria u.ando ,r, Lxrent e ãese iáI)el.
esse tipo de mediçâo. O objerivo do experimerro era simples Recordou-se efitão â cadâ sujeito o fâto de que recebeda
e consisüu em dar às pessoas a e.colher Jnt.e dois objeros,'me, um preseÍrle pela Pâflicipação no esrudo. Explicou-seJhe que
dindo-se então a mudança na âúáriv;drde dos objeios desde cada Íabricante contribuiria com umâ certâ quanridade de seus
ântes âté depois da decisão set tomada. O ptocedimento exato ptodutos pata distdbuü dessa mâDeira e entÍegar-s€'iâ a câdâ
que se empregou Íoi o seguinte. istudante um dos oito ptodutos que acabara de âvaüar. Para
O experimentador dizia a cada suiciLo quc c,trv: Ievando asseguraf ao expeíme$tâdor que não se esgotâriâ quâlquer dos
a cabo uma pe'quisa de mercado para um'ccrro lúmero de pmdutos, no câso de todas as pârúcipântes quereieÍr â mesma
Íabrícanres de váriâs espécies de piod,to.. E*es íabricantes coisa e, por outo lado, parâ assegurar às parricipânLes quc teriâm
estavam pJanejando novas câmprnhâs de vendas prr.r ampltar udl direito de escolhâ, â Íim de evitar que acâbâssem recebendo
ó4 TEoRrÀ DÂ DrssoNÁNcrÁ CocNr'rrvÁ Ás CrNsEeijÊNcrÀs DE DEcrsõEsr DADos 65
âlgo que não queriâm, Íoi elâborâdo um esquemâ pelo quâI, objcto Íora classificado um ponto abâixo do primeirc na escala,
conÍorme Ihes Íoi explicado. câda sujeiro poderiâ oprar entre isto é, 4, 5 ou 6, iespectivâmente. Quânto âos sujeitos restaÊ-
dois dos produtos. foram-lhe então indicados os dois produlos rcs, o segundo produto envolvido Íora classiÍicado, em média,
€ntre os quâis podedâ optâr. Feitâ â escolhâ, o pÍoduto €scolLi- rhis pontos e meio abaixo do outo produto nâ €scâla. Âssim,
do era embrulhado e entresue à €ontempladâ, sendo os demais rlc lcordo com â decisão, â pdmeirâ condição deveria resultar,
âttigos devolvidos às suas respectivas caixas. r(oricâmente, em elevâdâ dissonância, e a segunda em moderada
Pediu*e entâo a cada sujeito que lesse âlguns relatórios ,rr baixa dissonância. Para metade dos sujeitos em cada uma
de pesquisas referentes a quatro dos produtos. Esses relatórios rlcssas condiçóes, dois dos quatro relatórios de p€squisâs que
tinhâm sido presumivelmente feitos por uma orgânização inde- lhcs foralr dados â ler trâtavâm dos dois produtos envolvidos
pendente de pesquisas. Cada um dos relatórios mencionava ní cscolha. Pam  outrâ metade dos sujeitos, todos os rela'
certo número de caraclerísticâs boas e más do produto €m con- rórios dê pesquisa tmtâvam de produtos quê não €stâvâm en-
sidemÉo. Depois de liclos os relatórios, pediu-se aos sujeitos volvidos na decisão. Isso foi Ícito para descobrit até que
que dissessem ao e\perimentador o que considelavam ser a ;rrnto a acessibilidade de informâção sobre os produtos aÍetaria
carâcterGticâ mais saliente de cada relatório. Esse pâsso foi o grau e a mâneiÍa em que a dissonância ea teduzida. Isso
incluído no experimento pârâ permitir que transm(esse âlgum rcpÍesentou um total de quatro condições experimentais, sendo
tempo ântes de ser solicitada outra classificação dos oito pmdu- os dados coletados de cerca de rinta sujeitos em cadr condição.
tos e tâmHm pata obter alglns dados sobre que pattes dos Urna quinta condição experimental Ioi tambérn criada de
relâtódos tinhâm merecido maior âtençâo de cada sujeito. mrneira idêntica à d€scritâ âcimâ, exceto que não se âpresentou
Concluido esse passo, pedtu-se ao sujeito que voltasse â cscolha alguma aos sujeitos. Em vez dsso, no ponto em que
classificar cada produto na mesma escala que usara antes. O cLa facultada umâ op!ão ao sujeito nas outrâs condições expe-
experimentâdor explicou-lhe que a classificação original poderia r;mentâis, o experimentador limitava*e agora a selecionar sim-
ser considetâdr umâ primeirâ impressão sobre os produtos e plesmente um produto, dizer ao sujeito que eÍa cssc o seu
âgoiâ, que já dispusera de mâis tempo psrâ consideráJos, gos- ptesente, embiulhálo e entregá-lo sem mâis complicações. O pre-
târi de conhecet a sua nova clâssiÍicação. Quando as classi- scnte escolhido pelo s\perimentador erâ sempre um que tivesse
fica@es Íoram completadâs, o eyperimentâdm explicou â ver- sido classificado pelo sujeito no ponto 5, 6 ou 7 da escala.
dadeita natuteza do estudo e o que reâlmente €stava sendo Os resultados, ânâlisâdos em {unção de mudanças na das-
investigado. Lamentavelmente, não seriâ permitido que cadâ siÍicação de atratividade dos objetos desde ântes âté depois de
suieito levasse para câsâ um vâlioso presette, poG o expe.i- tff sido tomada una decisão, figurâm no Quadro l.
mentâdot não passava de um bacharel recém-Íotmado, nessa Exâminemos os dâdos do Quadro 3 em relâção às predi-
época, de parcos recl.rrsos financeiros. Todas as estudantes, ções baseadas na teoria da dissonância. Â pÍessão para reduzir
assinala Btehm, rcceb.-ram â notÍciâ com elegância e bom humor. r dissonância âpós uma dechão, se Íor elicaz, dever-se-á refletir
Enttetanto, diga+e de passagem, teceberam oéditos em seu num aumento da attatividade do objeto escolhido e diminuição
curso de Psicologia pela pàrricipâção no cxperimenlo. da atratividade do objeto §eitado. Em todas as condições
Dentto desse procedimento foi possível vâÍiâr üm certo cm que a dissonânciâ foi ctiada por uma decisão (isso não
número de íâtores que, teoricamente. aíetariam a magnJrude da inclui a mndição de presente) registou se alguma redução de
di'sonâncir. Os dois produtos entre os qudis o sujeito rinha dissonância. A tedução da magnitude de dissonância foi signi-
dc cscolher foram selecionados pelo experimentâdor depois de ficâtiva, quet para as condiç6es de elevada dissonância, quer
r(r v;sro,rs clâssificâções jniciais dos produros por cada parri- pâra â condição de baixa dissonância em que o sujeito não leu
cirxn'c. Um dos produtos envolvidos na escolhr Lin}a sido um relatódo de pesquisa reÍerente âos objetos envolvidos na
cl.ssiÍi.,,(lo por cad; sujeito como muito desejável ponto
), 6 ou 7 ch cscala. Para cerc de metade dos sujeiros,- o outÍo
66 TEoRrÁ D DrssoN^NcrÁ C,ocNIÍIvA As CoNsEe0ÊNcr^s DE DEcIsõEsr DaDos 61
tivos apresedtÀdos nos relâtótios Íoi tornar a teniâriva de eonro sujeitos, Íê-las patticipat num jogo após o qual garüavam
redução de dissonância um completo mâlogro. ou não ganhavam um obieto previâmente designado. Os te-
Passemos agora â exâÍninâÍ a condição do presente, a qual rrlr.rJos mosrmm que as crianças passÂvam a gostar mâis do
foi até agora ignotada. Essa condição foí introdüzidâ como ,J,icro se o ganha'sem e diminuíâm o agrado pe)o mesmo obiero
controle porque existe, pelo menos, outra explicação phusivel \c râo o sanhassem. Uma vez mais, o efeito parecia ser o de
para alguns dos resultados que previmos. De acordo com a ,'.', possê, visro nâo ser aÍeudo. quer o obielo Íosse ganho
andlise do último capítulo, a dissonância no expetimento de por mérito ou po! acâsoi quer se esPeÍass€ gâúáJo ou não.
Brehm êxiste em resultado de ter sido tomadâ umâ decisão.
Seja qr:a1 Íot a Íazão pàtà esse eÍeito de propriedade, é
Os elementos cognitivos correspondentes às características Íavo-
necessáiio áemonsúâr que a mudançâ na âtrativid"d€ dos obie
Íáveis dâ âlternâtiva rejeitada estavam em dissonância com â ros, no experim€nto de Brehm, não é aÚibuíve1 à simples posse.
cognição sobre a âção empreendida. Se não existhse alternativâ
rejeitadâ, então â dissonânciâ seriâ poucâ ou nenLumâ. Nâ
)
No Quadro Ílcou parenLeado claramente que, Pêlo menos
ne\se experimenlo, o eíeiLo de propriedade é zero. Nào houve
ausênciâ de umâ condição de controle, entretanto, seria possível
mudança alguma na âtradvidade do objeto recebido mmo pre'
mânter que o aumerto de âtrâtividade dâ alternativa escolhida .ente. A mudança verificada nas outras condiçôes é ioequivo.
someflte ocorre com efeito da propriedâde. Com efeito, as
.amente arrjbuível. pois, à reduçâo da Ússonância. É interes-
pessoâs sustentâm que a posse tem esse tipo de eÍeito. Àssim,
srDte especular, por um momenlo, sobre as rszões por que
Heider (2r) afirma, por exemplo: "A situâção é equilibrada Brehm não descobriu efeilo algum de um prcsent€, ao invés
se gostarmos do que possuímos e possuiÍmos aquilo de que
do que Filer (21) e Ilwin e Gebhard (28) apuraram.
gostamos" (Parte II). Heider a{irma ainda que, se a situação
não fot equilibrada, ocoÍrerão pÍocessos numâ tentâtivâ de Há, pelo menos, duas expücações possiveis parâ isso, No
criar equilíbrio e harmonia. Âssim, ele esperava um âumento e"perimenro de Brehm, a condição de presente Íoi conduzidâ
nâ âtrâtividade de um objeto simplesmente como resultado da ,pên* .oln or relarórios de pesquisas reÍerentes ao objeb dado
ptopfiedade. aó .uieiro. O impacto nesativo desses rclatórios, por nó's já
t existem, de Íato, esLudos que revelam pre.isamente essa assiraiado. pode rei contrabalançado quâlqucr aumento de ârá_
espécie de efeito, isto é, o aumento de preferência rcsultante lividâde môdvado pela poss€ do objeio. Oura cxplicâção
da mera posse do objeto. Irs'in e Gebhârd (28), por exemplo, admissÍvel talvez resida no fato de Brúm têr usâdo cstudahtls
conduziram uma série de êxpetimentos €Ír que fomm mosttá- universitáriâs como sujeitos. ao pàtso quc os ouüos inv€srjgá-
dos a uma pessoa dois objetos, €ntegou-selhe âtbitiâtiâmente dores lidaram principâlmô$t€ com üiançâs, É concebível que
um deles para guâldálo como seu e se lhe dhse que o outto â mera posse seia um Íàlor mais potenle parâ âs crianças do
objeto erâ para outrâ p€,soâ. Pediu-se enrão âo sujeito que que prr, adulos. No caso das criânças, pode haver alguma
declamsse de qual dos objetos gostava mais. Num experimento, dissoninlià entre possuir um objelo e as cogniçõ€s correspon_
usando residentes de un orfanato oscilando entte os 14 e 18 dentes às câÍacterísticas indesejáveis desse objeto.
anos de idade, 25 dos ,8 sujeitos indicaram preÍerência pelo Aates de deixatmos o expelimento de Brehm, cumpte
objeto que lhes Íora dado. Em outio experimento com criânçâs examinâr âinda um conjunto adicional de resultados. A alguns
de cinco â oito atros de idade, 28 dos -16 suieitos pieÍeritâm o sujeitos no er.perimento foi Íacultada a escolha entre dois
objeto que possúârÍ agora. Contudo, o e{eito de mera pro-
objetos que tinham muitos elementos de semelhança e em que,
priêdâde não é teffivelmente forte. Por exemplo, em outro por conseguinie, não podiâ deixât de resultar considerável
exp€rimento em que o recebedor do outrc objeto era amigo dos
sobreposição cognitiva dos elementos coff€spondentes âos dois
sujeitos, apenas 16 de 30 üeitos indicaram preferência pelo
objetos. O leitor r€cordará iermos conclüido no capítulo ânte-
obreto que possuÍârn.
rior que, onde se regisÚe sobreposição cognitivâ €ntre ás altet-
Outto expeÍimênto ralizado pot Filer (21) indica o mesmo nativas envolvidas numa decisão, â dissonânciâ resultantê sêrá
tipo de eÍeito. Usando crianças dos seis âos nove ânos de idâde mais fraca. Se os €lementos cognitivos correspondcntes â cârâc-
70 TEoRrÁ D,{ DrcsoNÂNcr CocNITrvÁ As CoNsEoüÊNcrÁs DÉ DEcIsõr:s: DÁDos 7l
terísticas desejáveis da altetnativa rejeirâda são idênticos aos ,ncsmo modo, sê pot algutoá mzão tivessem de invertet suas
elementos cognitivos cortespondentes às caracre!ísticas des€já- rcsncctivâs decisões, seria ÚciLo espetar que isso apreseoLasse
veis da altemativa escolhida, então esses elemmros não são .n,' suiciros uma tateÍa muito ditÍcil de levar a cabo, mesmo
dissonantes com a cognição sobre a ação empreendida. ,1urndó a decisao inicial tivesse sido patecida.
Os dados, por conseguihte, {oram anal.isados separada- Um estudo relatado pot Mârtin (38) é pertin€nte â essa
mente para aqueles sujeitos â quem Íora dado escolher eate uucsLão. Os suieiLos neise esrudo, oito no toral, receberam
quaisquet dois o§etos nurn lote Íormado pela cafeteira eléttica, .'"da um deles uáa série de siruÀções eÍn que uma decisão de'
a torradeira âutomdtica e o "gritl" (rodos objeros de cozinha vcria ser tomada. Vinte e seis dessas decisões €Íâm de câÍáter
retacionados com comer) ou â quem se permiriria uma escolha hiDorérico. Descrevia.se umâ situaç:ro, oÍereciam-se dois cutsos
entre o livro de arre e a reprodução em lilk tüeen l^nbos rlicrnarivos de asào e pediâ-se ao suieito que decjdlsse qual
objetos de arte). Para os sujeitos que tinhâm de €smlher €ntrê deles seguiria. UÀ exeúlo ípico é este: "Você Íez uma decla'
€sses objetos a decisão devetia produzir menos dissonância; logo, ração verdadeira, mas devastadora, sobre um indivíduo que the
não era lícito esperar gtandes ptovas de pressão pára leduzir â ó pronunciâdâmente hostil. Você pediria desculpas ao seu ini
múo ou Íaria uma deÍesa pública do ponro de vista perante
dissonância. Os resultados, quanto a esses sujeitos, Íoram "eu
inequívocos. Quando havia sobreposição cognitiva, indepen- um-a platéia adversar" (pls. l7). As ourrns decisôes envol-
denremente da condiçâo expedmenlal, nào se r€gisrraram próvâs riam uma série de escolhas sobre qual de dois aromas o sujeito
que êvid€flciâssem qualquer redução de dissonância. Num total preferia cheirar. Após cada decisão, ele era solicitado a cheirar
de trintâ süjeitos, a redução totâl de dissonância Ínediu aquele que tivesse escolhido.
-0,28,
uma quântidâde desprezível que, realmenteJ est, mais na diteção Depois de cada decisão, pedia-s€ ao sujeito que Íizesse uma
de aumentar do que de reduzir a dissonância.' descriçãô inüospectiva do proiesso de tomada de decisão e que
fornecesse também duas classiÍicações, a sabet, o grau de con-
A Dilk lade de IiDe et Decisõe' Íiança que tinha em sua escolha e o grau de dificuldade que
tivera em efetuá-la. Para metade das decisões, o sujeito recebia
Se houvcr mudança na alratividade de alternarivas, depois então uma folha de papel onde se liâ: "Esforce-se âgorâ por
de uma decisâo, de modo que a alLernaúva escolhida se Lorne reconsiderar a sua decisão e fazer umâ inversão de sua escolha"
mais desejável ou a alternaLiva prererida mcnos dcsejável, ou tfás. 2l). A,sim, para metade das decisões eristiam dados
ambas as coisa<, enrão haverá cons€qüéncjas adicionais dessa o p.o..*o de romada de decisào e também sobre o pro-
redução de dissonância que devem ser examimdâs. No expe- "óbi"
cesso de'renLariva de inver,:o dâ decisào, depois dela rer sido
rimento de Brehm, por exemplo, em que as mudanças na ara-
tividade das altemativas ocorretam como a teoriâ da dissonância
previa, seria de esperar que, se os sujeitos tivessem, de âlgum Antes de prosseguirmos, convirá dizet uma pâlâvtâ sobre
a validade e a Íidedignidade da espécie de dados que esse estudo
modo, de repetir a tomada de decisão, a segunda decisão ser-
geta. O estudo usou sujeitos treinados (psicólogos proÍissionais
lhes-ia mais fácil de tomar porque as duas alternativas são agota
mãis difereDtes €m âtratividâde do que tinham sido íntes. Do
ou e,tudanres adesrrados em inrrosPecção) e dependeu quase
exclusivamenre dos relaro, intro.pccl'vos pârâ a oblenção de
seus dados. Hâ rruiros anos que e*e ripo de dados petdeu
2 A prestígio, talvez justiÍicadamcnte. Talvez não se queira confiâr
mêdidrd. ,êdu\io rô,át de dis$ná«iâ aqui u6adà c no.
nas introspecçóes de uma pessos cômo câpazes dc Íornecer uma
'F-ràdo. dJ\ rlr.rj rr'vàt t) Íomtr. na
anrriors /Quãd;o o monrãnr. d. hDdànça nã
.rÉ'ividadp "nrotvidãr .sôtha, (omÍ,Jr1do com descrição adequada dos processos psicológicos, nem os Processos
uma ln !á básica dê mudrça m objetos iniciâlmenrc clàsiÍicadóE de cooscientes se rêvistâm, provavelmente, de importância central.
mancirâ s.melha te, mtu não envolvidos na êsúlha. Dcse nodo.
rào conrrcr,d"i q;akqurr ÊÍeiros d. ctàsiti.ãçõ.! rcpêrida! ou d; Mas, para os {ins presenres. esses drdo' podem ser LraLados
do mesmo modo que os dados colerados aLravés de entrevistas
n
Os pesquisadores âtuais tâmbém sentiriâm consideráv€l decisãô c!.ea lcntâmeni€ e coú esforço. ... Â €*olha lode
intrmqüilidade a respcito do uso de excmplos hipotéticos que ^
f.zerse a.ó,Danh. de dúvidas e de um sentieenb dcsagradâ_
\cl. cn oposieão à sesurança e sartfaçãoj por vez$, pode âté
são, tâlvez, artificiais em relação à experiênciâ do sujeito. Os ocorcr unri t.ndlncia parÀ d€sêjàr depois quc a outra alt.rna-
sujeitos, é claro, eÍâvrm instruídos parâ tenrar fâz€r da decisão lila dyesse sido s.olhidâ (pás.,16).
uml! questão pessoal e para deliberarem cuidadosamente a seu
respeito. Entretanto, â interrogâção que sc põe é esta: Tê-lo-ão 3. Indifercnça. Essas decisões Íoram catacterizadas pela
realmenre Íeiro? Áré on,.le se pode depreender dos depoimentos Írlta de clara pteferência por uma alternativa sobte a outta e
potrcnorizados d.s ;n rospec(ões dos .ujeiros, Íize,rmno também pela indiÍerença em relâção âo assunto todo. À decisão
por muito suryreendente que isso pareça. Pelo menos, no - despia-se de qualquer nrteresse pata o sujcito nesse caso.
caso dos sLrieiros rrcinado.. a prova disso Íoi o conÍliro real que
e,e5 ÍelJtamm c-qu.,r'o romrram Ír decirão, o evidenre descon
Todâs âs decisões tomadas por cada sujeito Íoram classifi
Íorto que senriram enquanto ponderavam algumas das alrernari- cadas numo dessrs Úês categorias. Como essa categorização é
ra. e r erande díicrldade que liverâm ao tentâr invefler a importante, examinemos algumas das provas mais objetivas de
de.i'ão. qurrdo .oÍic tados .r {rzêlo. Por ceno, esra üI:ma sua validade. Se a cârxcterizâção dos três tipos é correta, espe-
coisâ teria sido fácil se as dec ões tivessern sido tomadas mma rar-se'á, portânto, que o tempo necessário paÍa tomar a decisão
ba<c inpe*oal orr hiporíria. De qualquer modo, aceitemos seja acentuadamente diferente entre eles. O tipo de preferência
o, dado. pelo valor que po..urm deve ter um tempo de decháo tclativâmente baixo, apenas por-
que nos mostram.
que urnâ aliernâtivâ é muito mâis âtra€nt€ do que â outra. O
Na base de relatos verb.is descririvos do processo de toma- tipo de indiferença tan1bél1l deve tet um tempo de decisão
da de decisão, Mrftin distirguiu tiês tipos de decisões.
1. Ptcleúncia- Essas clecisões caracterizatam-se pela dara
bas
'rre brixo. vi..o que. embora â, aIernàri\4. não s€iam
demasiado difeLentes em âttâtividade, â decisão não é imPor-
peferência por uma das alternativas sobre a outra. Ai dccisões tânte. O tipo de conflito, por outro lado, d€ve mostrar uÍr
são importântes, mas, usurlmente, não se rcgistrâ um conflito Lemlo de de.i{o bastrnre exren.o. O Quadro 4 aptesenta
muito grande. Á alternativa escolhida era suficientemente pre, es.e5 remnos mddio. dc dec;';o. É e,idenre que os dados corro-
Íeiida para que a opção se Íizesse com bâstânte fácilidade. Nesse boram a validade da categorizâção dos tipos de decisão. Tanto
ponto, é de interesse incidental pârâ nós, êm relação com a nas situações hipotéticâs como nas escolhas enlte âromâs! o
teoria da dissonância e o expeÍimento de Brchm, a dcscrição tipo dc conÍlito teve um lempo de decisão acentuádamentc
de Martin do que freqüenlemente âcontece nesse tipo de de- superior ao dos ouúôs tipos.
cisão ter sido rômâí]r
Taml:ém seria licito esperar, é claro, que o grau decla'
...hôvia unrâ rêndôncia parâ jusriti.ãr a arlê.nativa cscolhidâ, rado de dificuldade em tomar â dêcisão corra parelhas com âs
por Ézõcs es!..tÍicas, qtrê írêqü.niemenlc chcsavam .om ,,im- diÍerer:ças nos tempos dê decisão e assim se veriÍicou, de Íato.
pêruôsi.lâdc', âsih nrhsiíica.dô â 3atisÍaçáo da e*olha. Esc Depois de cada decisão, os suieitos Íorarn solicitados a classificar
prócôso podc huiro bcnr sc. .la$iÍicado como ,!a.iônahação,,,
no sntidô psi.ôlósi.o .ôhtrm.nlc aceiro, isto é, nn pMes; d€
a dificuldade na tomadr de decisão. Não ocupâremos espâço
iu.'.:.r,io.r..., IL., rtó. " s i cn-fcuçio, mri, parà s.,,k- na reptorlução desscs númcLos, visto qLIc cles mostram preci'
Í:c;o p".- I 'o ou" t",à p.rmiri. d dprA.nrâçà. ióSnc d^ samcnte a mcsma coisx que o tempo de precisão nos apresenta.
razô6 que inÍtüen.i3m dc arrcmão ô prcc*so (páss.40-41).
Após cada decisão, os sujcitos também foram solicitados a
classiÍicat o gtau de confirnça que scntiâm em que â decisão
2. Coft íto. Essâs decisões cârâcterizârâm-sê por considc-
tonada era a boâ. Essâs clâssiÍicaçtcs de confiança eram Íeitas
rávcl J;Í;culdade. em vioude das ahernarivas ,erem qu.rse iguai,
numa escâla de quatro pontos. Se a otegorização dos tipos de
em atr.tividâde. As alternativas cram quâs€ rão iguâis em suâ
de.i'ào ê vil'da.,.;o e.Delrriamo' que essd' c'r§iÍicÀçôes de
,onÍiança ccne.r'"nde*. :. rcmpo de decirlo.
^"aiai.,ln
Pelo contrário, o iipo dc preferência, que mostrou um tempo
i
7,t TEoRrÁ DA DrssoNÂNcIA CocNlrIvA Às CoNsÉQÜÊNcras DE DÉclsõtrs: D^Dos 75
Qr,'ÁDRO 4 QUÀDBO 6
,á DE D.clsõrs auE os surElros Nio PUDIRÀM INIEIER
TÉMPo Mí,Dto DE D,c,sio
(Eú sesundos) De.nõcs Carâ.terizadtu Por
Decnõs Cârâclerizada PoÍ Conlliro IndifeÍença
PrcÍcÉrcià Conllilo Indilerenta 75,8 ,10,0
I
As CoNSEoüÊNcrÁs DE DEcrsóEsr DADos 79
78 TEoRra DÀ DlssoNÂNclÁ CoGNITIY1
nada hora, se quhessem servir como votunrários Os dados
i.oLdos. O" ,uieiro' uvdo' ne*"c expcrimcnro errm e'tudanre' ou" importã êr:rminrr (lo
âs p-ôporçóe' dc sujeito. nrs
ill'i,,,*r",i" ãi'Ü:i,.J"1. <1e I\"'Íi.hig'n'crta«m+c o e<ruJo tinha "os
ri:,ias condi,oes que realmcn.e co-prra,er.r- n.r ho'a c locrl
""' Íinxliide ;nduzir o( e .udrrr" 't 'pte
como
indicados. Ôs dádos não rnostLam difcrcnça alguma entre as
#i,,;iil;;;;'; ;;;r;"m de s,j'iro em cLeilos conlr,burnlcr
expcrr,enro' p''co'ó'
condiçôcs de 'liçào' . di"cu.sáo c neúum-r peFuasáo" A)
oicos. A tenrativa Je "ep. "ar o'pos'hris 1'or..n,"g.n, de 'ujeiLos que \c iprc:enrdram nt hom e Iocal
ã;'*;.'il";t'';;;; à" ,À *.a. gerrr'o c'rrvam rgrup"dr" no'
(onorçoes' .lc'ipnados Íovm. re.Dectivrrênre, 22, 2l e io Por outrâs
c'tudos de decjs:o d. eÍupo iTpliou rr"o dc do/e prh-vras, a liçào p."rr'",i., . .r tli.cu:':o Je grupo não Íorâm
;;;;;i""il;;,;;;i" a"'. *i"',- ouriu un aura que
mais eficazes para persuadir âs pcssors â sefiir como voluntá_
,"1,., ,"",ii'r". , up,.'.,',,,.- "' comu vo' rnL:rio' outro
rias do que irm simples e lacônico lembrete. É certrmente
;:Hiã: ";i;; ;,",;;'ei,p* a" ,.". t,cze pe"'os1, recrizou
po<snel que liçócc úai. per'u:'ivc' ou grupo' dc di*u-ao
umr di(c.'ào de srupo sob'c o '*unro' du'inLe i
qurr o crpe-
ionduzidoi mai' ericaznenre pude''cm rer rido Jm eÍeiro signi-
;i;;,à;'"oi;Ã:,-: ,..." i"r.'.,'." contida na rura p"r'
ficariro, mr., ne*e e"pc,:merrLo. oodemo' 'gnorrr essa tarilvel.
liilii'" i"il.''i"i,"i. à. *i.',* ruo Íor p'r'uad;Jo; Íoi rhe
<erum Peo dados os no*os flu,ri\ propó.i,os. c .tp.,.r ce o ripo Je Jeci'ão
s'rrple' c l;conic.r-nenrc re.orl Jo o laro de quÔ
fez alguma diferençr Farâ o rúmero dos que rcalmente compa-
Jôs volrnririo,. ..."tult .o-o volumários. O Quadro 7 rpresenta exes dados.
Irentro de cada umr dcssas condições houve quatro quarto vana-
.1" à-;'r" ,ãti.l,"a.'. n",, rprorinrJrme te um QU^DRO 7
"^..
i--'".,i"r'".'.."1,." dcc;';o Ioi PL'l:dr' PJr' ourro qu-rto' Açío DrctsÃo
i": #'ü:;" aL''ã.'' i,J;' ià,,;: e rnonimà..ol'cirardo+e
r'rónimr pâr'r
EEErro SoBRE
^
DE DTFERDN'ES CoNDIçôES DE
li
As CoNsEeüÊNcIAs DE DEcrsõEs: DÁDos 81
80 TEoRÍA D DssoNÂNcrÁ C,oGNÍTrvÀ
umâ v€z que €§ts tehhâ sido tomaila, e na implicâção que .
O e!.DeriÍnento de Bennett deixou evidenciado, Porém, que cognição mudada tem para a futura âção rclevante
o eleiro não é âtribulvel à "deciseo públicâ", em compârâÉo
com a "decisão padcular". Nesse experimento o maror eteito 4. os eÍeitos âcimâ indicados vatiaiD diietâmmte com a
foi obtido quando a decisão era pâtticular e ânônimâ mâgnirude dâ dissonància criada pela decisào.
O estudo de Benaett foroece atguns dados adiciooais que
são imuortsntes Dara âs implicâçôes da reoria da dissonância'
S. n iitemreuao da dissoiancia está cefla e a dÍereoça na
,cão foi ,-, conseqüênoa da redução da dissonância pós-decisó'
ria, tern de se admiú a ocorÍeÍria de âlgumâ mudang cognitiva'
Ouer dizer- deoois de tomada a decisão, a presseo para reduzir
J a*."aú" ti.iu l.vudo u umâ at;rude serrlmente mais Íâvo'
il,J I uoter*ucao como voluotrtuio do que a manÚestada
,.rc" odo suieito. Recordar_se_á que as condrç6€s Íorâm ini_
cislmente eoúaradas na base dessa arirude a respeito da apre_
.""t.cao ,oÍuritária. Aleumas semânas depois do experimento.
foi eitregue eos sujeitos'oulro questionárro indagando qual era
, em relâção à aprisentação como voluorários A
"ti*a"-d.|..que
porcentageD arirudes positivas Íoi de 45 para
"*pr.r"o"
i *odiÉo d""'nenh-r-a decisão" e 54 para as ttêsp€queDâcondiçees
de decisão somadas, À diferença continuou â ser e
não árinsiu urD nÍvel adequado de signjficâúcia eshústicâ ( nIvêl
[..*iinc" de l]fll), áas sirua-se-m direção que sepequenapodetia
êsDerat e l, talvez, de uma magnirude compaível à
di?ctença obtida na áção mncrela de apresentação volurLíria'
sêcundâ dcclsE.çâo de opiÀião que foi feita depois de sobrt basquetebol também foi mencionada aos sujerros quando foram
elãs ter sido erircida inlluência, segunda ophião essâ que- se recutados. Quando os dubes se reuniram, cada úembto rece_
iornaria oúbücar e c) u-oâ lerceirâ dectaraçâo de opinião sobre beu, de Íato, uma €riúâda pam urn jogo impottante. Foi_lh€§
;;;i;"'É; ;'"sú" que seria mantido o anonimato Assjm' dito, potém, que o eraerimêntador estava um tanto escasso de
Àrt*ç, àe opiniao da primeira para a segunda erltrâaiâs e q;e quem úo qúsesse a sua deveda devolvê'la.
*-ã."ti1 Também toi dqdà ao erupo â oporruoidâde de, no Íinal da
"-"essa muda$á era mânddâ Do quesúonário anÔrumo'
declaração e
irto indlcav, que dúa'havido mudança privada de opidão no çssão, voter sobre se aleuma pessoa do grupo deveria perder
a entrada que tecebera. Ás lerceirâ e quartâ Do!âs que os sujei-
final do experimento Se, porém, ocorresse uma mudânçâ da
;;;.1"" "; a sesundâ declarâção de olinjão mâs a terceira tos nessâ conallção recebãam etâm semelLâtrtes às notâs âcima
citadas, exceto que, €h v€z de prometerem dat a entrada ao
á..1"*çe"' i*0"i.ãf reve*esse à opinião ioicial,.isso indicaria
sujeito, ameaçavam votât parâ priválo d€ sua entraala, . mmos
oue tinhâ âcontecido e persislido â condescendêncH pubncâ que mudasse de opinião. Ássim, cada pessoa nesses grupos
sem aceitaçno Particulat
viu-se ameaçada de punição, salvo se condescendesse e concor-
Os erupos de conttole, aqueles em que não houv-e PÍo' dasse com as demah. Na reahdade, â todos os sujeitos nesses
messs delecompensa nem ameaça de prnição, foram conduzd§s expetimentos Íoram dadas entÍadas gtatuitas pârâ o io8o, inde-
mmo âorra descritos. Certás difereoças toraln inttoduadas pendentemente dâ condição.
nas outtas condlçõ€§, â sâkt: No câpítulo ante!1oi, fomm aptesentâdos dados demons
1. Oterta de turoirDe$o pela condet«tdêftia QuaÍldoo trâtivos de quê em âtobas as coEdiçõês, de tecoEpmsâ ê de
o. rccu;dos p;ra esses clubes de debate, punição, havia urDa âpleciável quântidêde de pessoas que hos-
'uia,*']otu-
;;,il;i,i;; mencionou quâ ralvez Íosse possÍvel artanjar' iravam condescendência forçada, ao trnsso que úo hâviâ vi!-
hÉs enradas para um jogo dibasquetóol universitário Quando tuâlmeÍrte tâis IÉssoâs nos grupos de controle, onde úo sê
ãi-iíb." lã.';;;.".i 6ilhes diô que, i.nÍelizmeoLe, pessoa
só tinham oferecia recomÍrensa nem punição. Recordar-se-á tâmbém que
sido assecuradas entradas bastantes pâra que umâ de a mndescendência Ío4ada Íoi identiÍicada por uma disüepân'
que'
cada srup-o pudesse ir ao iogo famMm se lhes intormou cia entre o que â pessoâ d€clatava num voto que setia toroado
;; ãiói; t""*i" ,i"ã votsção parâ sabet quem ficaria púb1ico entre os demais componmtes do grupo e o que ela
óm .ntradu. À primeiras duâs Dotas- €Ítregues â crdê dedarava num questionário anônimo.
" -;","
Dessoa não condí[âE qua.lquer sugesúo d€ Iecompensâ Pot outtas palavras, aleuém que mudasse de opinião da
i.;;;" q"" caaa pâssoá ne"sei grupo" recebeu dutante a suá decláiação párticular inici.l pata o depoimento público e
àil;il did"1 "Peoso' que você apÉsentou aqü alguns dos
voltasse à opinião inicial no questioúrio anônimo eta julgada
melhotes artumeotos, mri não vejo, simplesmmte, Por
que nã3
como tendo demonstrado condescendência Íotçada. Os que
mudr de idéia. Se nudasse, sei que votaria púa que â enEâda
mudavam da dedatação inicial de opitrião pâra o voto público
ú. fosse .ntteco"" (McBrjde, pág. 41). À quârla de-rcta tece- e mafltihhâm essa muilança no questionário anônimo êram con-
iiãi*i*ã, 'L airà' "Acabo ãJrecebet uma notâ
c se- Púe§§e
sideradas como t€ndo verdâdeirâmeÍrte mudado de opinião.
. ÀÁ-.ar-o" em que, se você mudasse de idéiaque lhe losse Considerando apênas âs três dedatafres de opibião, não é
em você
-,
oara
;ã#d;;"..-'"* a. q'aq"* '-t"on (M'B'id"'
do nosso Iado. aobôs
ã,;d,ã
votatíaoos possível identüicat se houve quaisquer sujeitos que, âpós t€rem
mostrado cordescefldâ]cia forçada, também mudaram sua op!
pác. 4l). nião privada, Com base apeoas nessas três d€dâtaçõ€s de
Assim, â cada p€ssoa Dessâ condição Íoi oferecida ums opinião, tâis pessoas são indistingiíveis d€ outtas que tinham
..*rÉo"" p.1"" ouias do Fupo, se condescendess€ e concor- sido inlluenciadas  :nudât de opideo sem que interviesse uma
dasse com elas. mndescendência Íorçada. Mas dispõe-se de flovos alados aüâvés
2. Arzredçd dc PuiçAo Pot Ndo-Co esce êcia Ncss' das notas que os suieitos redigiram dumnte a disorssão por
*nai-do,'i'ío-"*r iaà" àe co'nseguir entradrs Pârâ um jogo de escrito, Nessss notas totriavâ-se ocásionaLneÍrte bem dáto
98 'ÍEonr^ D^ DrssoNÂNcr CocNrrrv^ CoNDEscaNDÊNcÍÁ FoRÇÁDÁ: D^Dos 99
quando uÍu pessoa estavá manifestándo coÀdes.endênciâ Íor' dência patecem não ter exercido qualquer eleito mâterial sobre
çâdá. Poi êxemplo, depois de recebet umâ notâ que âÍreaçâva a Íreqüênciâ com que essê tipo de mudânçâ de opinião o.o$ia.
punição no caso de nio condescender, um suieiro respondeu ao O único efeito dessas variáveis Íoi suscird em algrns sujeitos â
.,oo"," ....t nr. dessa nota. düendo: 'O.K Mudei de idéia", condescendénciâ loaada. Muiros deles, porém, acâbaram como
e depois continuou âgumentândo em deÍesâ de suâ oPinião pessoâs que riúam mudado privadamenre pelo caminho da
original oâs notas que mviávâ â outros componenles do grupo. eliminação de dissonância.
OuãnLo a esses suicjtos, íicou claro arrâvés ae suâs notas que,
D;r alcuns momenlos, pelo Ínenos, condescenderam publica- _ Exisrem, pois, a.lgumas provas, proporcionadas por uma
-embora solução conrmlada, de que ocorre, de fato, o Íen6meno que
,úente suâ opinião privÂda se mantivesse inâkerável. vimos estudando. Emborâ a Íreqüênciâ de sua ocoffência seja
É posdvel examinar se esses suieitos, na época do questiooário deveras baixa nesse experimento, cumpre recordat que a durâ-
an6nimo, também tjúam mudado ou não suâs opiniões priva-
ção total do debate foi de quinze mifluros. Com eÍéito, apenas
das. Os dados patâ as três cond;ç6€s eslao repmduzidas no trânscoüer:rm entre oiro a dez minutos desde o ecebimento
Quâdro 8. da primeira nota mencionando puniçâo (ou recompênsâ) âté à
QUADRO 8 suâ resposta no questionário anônimo.
Csos D! D!!4BN.E3 n?os Dt Mur{Nç^ D, OPtMío Á Íim de íustrat algumas das variedades de situaçóes em
que pode ser provocada a condescendênciâ Íorçada com resul-
% d. Sujdtou quê MostÍàr@ tante dissoúncia, analisârei dois estudos que sâo interprêtáveis
de acordo com essas conclusóes. Esses estudos Íoram rêalizados
CondeseÀdên_
. ri^ F".çu9. sa U,a"n"n com o intuito d€ determinf se induzh uma pessoa a falar ou
côndiçio :3,:,l!"iãs; .9,fl;,T,1.
-d1,",H'* argumenrat abertamenre em frvot de algumâ posisão contribuirá
ou não para muilar  opinião parricular dessa pessoa nâ direção
Privâda do que e)a pub)icamente aÍnÍ'ou.
(N: r35) !+ 7 16 O ptiÍneiro desses estudos a ser analisado aqui Ioi apre,
sentado por KinS e Jáflis { l1}. Os suieitos nesse €xperimenro
(N:124) t2 6 lo eram estudantes universitários do sexo masculino. Muitos
(N:116) 3 0 ll meses aotes do experimento ser realizâdo, Íotam medidas as
opiniões desses estudântes a r€speito de vários âspectos do ser-
viço militar para universitáios. O expedmento propriameÍrte
Um exame do Quadto 8 evidencia que utna pequenâ por' dito envolveu . âpresentâção a cada estudante de uma comu-
cenlâgem de sujeitos (7% c 6% nas condições de recompensa nicâção persuasivâ que cortinhâ argumentos para o eleito de
e am;âçâ, Í€spéctivamente) mosttou primeiÍo co$descenalência que: u) mâis de 90% dos estudantes universitários seriâm r€-
oúhlica sem acirácão oârLicular e mais taÍde mostrou lambém
àudang privada.
'tssâ, t daro, só é verdádeiro nâs coodi$€s crutados denrro de um ano âfxjs a sua 8râduâção e r) a erleosão
do setviço miütar Íecluerido dâ maioria dos estudanres univer-
de amiaçâ e recompenss. É inleressenle notar que â condi_ sitátios setiâ de, plo menos, tÉs anos. Havia ftês condições
ção de ;ontrole Írã; difete materiâlmerte das duas condições diÍetentes em que essâ comunicação pe$uasiva era apresentâdâ
exper'menlais nâ potentagêm de sujeircs que mostrarâm mu'
dança privada de opinião-isentâ de gualqLrer condescendência
forçàda. Trata+e &queles suieitos que Íoram simPlesrnente 1. CoxdQ'ao dê iüptotisdção. Esses sujeitos, após tetem
inÍluenciados pelas ootas persuasivas que Íecekrâm ou pelo
_percebido lido em silêncio â cômunicação persuâsivâ, Íorâm solicitados a
Íato de terem qul havia taaros colegas seus em desa' proÍerir um discutso para um gmvador sem mais reÍerências ao
cordo com elei ou á;bqs as coisâs. Á âmeaçâ de punjção documento que tinham lido. O discruso deveria, é dâro, seguir
- ou â ofertâ de recompensa p€la condesceD'
pela ionansigência âs mesmas linlâs do documento. loilhes dito qu€ grà.f,sção do
^
100 TEoRrÁ DÀ DrssoN^NcIÁ CnGNIÍIva C,oNDESCENDêNCI^ FoRçÁr,^: DÁlos 101
discutso seria apresentada mais túde a um $upo de juÍzes que Iesscm um), o qual seria ju)gado por sua qualidade ou grau de
apreciariam sua qualidade. cr.elencia. Enrietanro, o conreúdà do disàrso nào conãordava
com as opiniões pârriculares dâ maiotia dos sujeitos. Essen-
2. Condicão de leit,ra arul. Os sujeiLos nessa condição ciâlmente, portanto, oÍerecia-se aos sujeiros uma recompensa
foram Lrarados'de manehâ idênric aos da €ondição de impro' (vencer o concurso) por proferirem declarages mani{estai que
*..," pelo Íaro de lhcs ser "implesmenre ped]do que dissonáncia com suas oDinióes orivadas. Lopo.
"iiria.,
l.À;;; ;*"#*. para o gravador. Àssim, na condição de rlgurs dos sujeiros maniÍesuriam conàescendéicia [orçada. - '
improvisâção, a énÍasi para õs suieiros recaía sobre a eficácia
-; ârsumenr;s erâm orsaDizados e enunciados no Assim, na condição de improvisâção, alguns sujeitos ten-
discunà."r.'""
assim cómo a mineira de exprimilos Quanto à con- taram ptoÍeÍfu um hom discurso e oÍetecer bons argumentos
.licão de Ieiturâ oral. os suieiLos limitâvam se simplesmente a em favor de um ponto de visrâ em que eles ptóprioi não co-
lei o documenro preparado Para eles roda a énÍâse incidi mungavam. Teria de haver, poftanro, dissonância entte as suas
sobre o modo de alo.ução, inflcrao de voz e expressão' opiniões privadas e o conhecimento do que estavam fazendo.
Essa dissonância, de acordo com a teoria, podia ser mÂteriâl-
3. Condicão de cottrole. A estes suieitos íoi somenLe mente reduzida desde que a opinião particulai Íosse mudada no
n..lido oue lessem em siléncio a comuni(ação persuasiva Nâdâ sentido da âcei.ação do ponto de vistâ aptesentâdo Íra comuni-
-,i" rr,.i r"i reoueddo. Com bâse nessâ condiçâo, era possivel
cação persuâsiva. Por conseguinte, €ra lícito esperú uma rnu,
.alc,rlar o imoacio do documento preprrado sem  inÍluência de dança de opinião particul& apreciavelhente maior na dircção
ouaisouer aoies Ínânilestâs Dor nairc dos sujeiros As diferen- deÍendida pela comunicação peruasiva na coodição de impro-
çu" erir." .'i" .ondiçao e rs outús duas poderiam ser arribuíveis visação, do que na condição de controle.
io Írrc ào" outras condi$ei terem proferido publi-
camente (pârâ "ri.ito''nrs
o experimentador € um gruPo de iuizes ârrâvés Á situaçâo criada pelos sujejlos na condição de leirura
da gtavado) suas opinióes orrl é muito diíetente. Nesse caso. eles simplesmentc letam
palavra por palavr,r uE rexro prevjamente preparado. Á obc.
Ímediatamente após a sesseo exPedmenrâli suâs opiniões
diénciâ às insrruçoes do expcrimentador envolvia a tenutira
resoeitantes às persoecrivas de sewiço miÜtü parâ estudântes
de um bom desempeúo oral no rocantc à inflexão de voz, c)a-
,.i1"*.i.nrio" foiam'novamente medidas. Os dados que King
reza de pronúncia etc. Não há razâo alguma para supor quc
e Jaris aplesenlám consistem, primordialmente. -em compÂrâçõ-es
esse comporLÂmento maniÍesLo Íosse dissonanre com as opinióes
*1* * ire" condiçoes no que se reÍete à mudança de opinião sobrc as perspectivâs de serviço miütâr com que os estudantes
no senrido advogado pe)a comunicação persuasiva universirários deparavam. Por conseguinte, nâo causâriâ suF
Antes de examinar os tesultados, poÍém, veiamos o que presà se os resultados dessa condr(ão foslem indistingüíveis
.e pode esperar que os dados revelem. Como iá §e menc'onou ãos resr:ltados do grupo de mntrole.-
acima, nenhuma a(ão manifesla foi impo'ta o! Provocâdâ nâ
condicão de .onttól.. Pot consesuinte, não hâvia nesse caso O Quadro 9 mostra-tros os resultados em tcrmos da pot-
à á""lri^e"* de qualquer condãscendéncia Íorçada e toda a centagem líquida (porcentagem de mudança na direção deÍen-
mudanca de ooinião quê ocorÍesse nessa condição rinla de ser dida pela comunicação menos porenragem de mudança na
inLeiraÁente airibuidi ao caráter persuasivo da própria mmu- djreção oposta) de sujeitos em cada condição que mu.
;i.",ã;. À quantidade de mudax-a de opinião nessa condiçâo daram sua opinião ho sentido da oposição adotada pela comu-
co.o buse â paflir da quâl setá Pos,ível avatiar a quan- nicação persuâsiva que todos eles tinLam lido. 0 exame desses
""*i
iúd. d" *"d*ç" ãe opinião-que ocoÍ;e oas outrâs condições dados mostra que houv€ mais mudança de opinião Da condição
expedmentâ1s. de improvisação do que na de conhole, sobre câda irem opinâ-
Nas condicões de imDtovisa€o e leirura oral, poréo' o tivo exceto o quinto, o qual ttata das expectativas pessoais de
-rnpo't"..nro'.*if..to {oi suscirado pelo. experimentador' ser recrurado. No índice combinJo, a diÍerença tnrre essas
Pediu.se aos sujeitos que improvisassem um drscurso (ou que duas cordiçôesfoi signiíicátivâ ao nível de confiança de 3%.
I
t02 TEoRrÁ DÁ DrssoNÂNcIÁ CocNrrrvÀ CoNDEscENDÊNcrA FoRçAD,4.: DÀDos 103
A condicão de leitura oml, porém, não mosÚou qualquer dife- fato desses sujeitos terem de ânunciar publicamente essas opi-
rencâ siEnilL.uivâ em relaçeõ à Londiç;ro rle conrroler a quân- niões, mâs, outrossim, do comportamento envolvido no apoio
tid;d. de mud,nçr na primeira Íoi. de Íaro. um pouco inferior nanifesto a tais opiniões estar €m dissonânciâ com a cognição
à registradr na segunda. quc existia. Poder-se-á perguntâr, contudo, sc todos os sujeitos
se es,â inrerprrr-cio dos Jado. e'ta cerra, então o.irmenro
tinhâm essa dissonância; quer dizer, alguns sujeitos talvez náo
tcntrssem corNtruir bons argumentos em Íavor da opinião de,
rle mud.rrç.r de opiri;ro na dirc(io deÍeld:dà pele comunicaçào
Ícndida pelo documento, quando esse não coincidia com âs suâs
persuasiva na .ondiçno de improvisâção não resultou do mero
,'pi,,iócs pe,"o.ri,. N:ro .e podiâ espcrar que rais sujeiros re!e-
9
L,*em mudança de opinião nâ direção dâ comun:íaçào persua-
QUÁDRO siva. No estudo a que estâmos aludindo, tal análise não foi
Er»Ío s) DEs. .Erno !, P^FÊb solRE Às MUD^N!^S DD OPrNlÃo apresentada pelos scus autores. Contudo, outro estudo de Janis
Ârós Exrcsrçio À UM^ CoMú"*r.^çio soBRE âs PERsrEcÍIvÀs DE c King (29) apresentou, de fato, material importante parâ esse
^ s.Rvrço M,LrÍ!R pe^ [sruDÀN.Es UNtvrRsrríroos
Porccntasem LiquidÀ Quc Mudou na Esse experimento foi esseDcialmente semelhante em seus
Dir.ção Âdlogâdâ pela Conunicação procedimentos, propósitos conclusões àquelc que já descre-
e
vemos. Umâs quâtro semanâs ântes dâ sessão experimental,
ioi entregue aos sujeitos, todos estudantes universitádos, um
lmprcvhasÃo LeituÉ Oúl qu.slionátio que, entre outrâs coisss, pediâ a opinião deles
CrupôÂ Gnpo D sobre quântâs salas de cinema âindâ estariâm funcionando daí a
Itens de Olinjão (N: 32) (N : 23) (N:20)
trôs anos, qual seria o ÍutLrro suprimento disporÍvel de carne
Estinãrivâs de duraçõcs e para quando esperâvâm que a cura do resfriado conr:m Íosse
rcquêrldG dê seúiço clescobena. Eis r descrição pelos autores dos aspectos essen-
Pâra o! recrutâdos 41 27 5 ciais de seu procedimento experimental:
Estimativâs dê porcenta-
sem de eíudantês ui- I;i pedidô aos ,jciros qtrc fnss.m üma palestrâ inÍormãl bâ-
rê6itários que rÉo di- 5eada num rcLúô prêpâradô pelo êxpêriú€ntâdôn no qual *
,11 25 p{d\,1,,ià n ,ô.i...i . nrum.d o. prin, ipais rrsümellos â
Líinrâti\as d. porcêniâ- sê. âpresêntados. ... Cadâ pãticjpa.te aúvo íoi instruido peâ
srm de €studantes uni- desempenhar o papcl de tú ad"ôgddô rirdüo do ponto de vtta
rcsitários que se to.na' dàd.,, eDqüanr. Co; outrcs, que estavam Dres.ntes nã mesnra
ia 47 45 sc*ãô .rper;nentrl, ouliam â suâ palestrâ € ]im ô roteiro
üxp€crarilas pesoais d. prcpârâdo dc antcnrão. Cada sujêito DrcÍeriâ !tur das coDu-
durâção do scniço ni nicações c cra pâsi\'â,Ente exposto aos ouhrs dois. ... !D
59 46 50 todas as lrôs .onrunicasões ê conclsão cspccilicava (no rcteüo
cD que a paleíra s. bas€ava) ur!â êíiúativâ de opiniáo quê
lxpectativâs pcsoais d. êra nnmericanrntc ,,/,ridr à €onÍe.idi por quálquer dos csiu-
55
26
d".r r,o '.r" ".,..\io". rodo! os p.'tnipànF3 á.:vôJ
hdicc .ombinado: Por emm $li.irâdos a araumonta. ^sim.
em lâyor de uma posição €xt.ema
centasem inlluenciada .t,,. dircria de s,as conri.Ées iniciais (pás. 212).
.nr lrôs ou ,râis dos
.in.. ;tcns dc oI,nrião ÍLr jl 5t h
Cada umr das três palesiras tratava, é claro, de uma das três
!- 0,01
quesiões sobre as quais as opiniões anreriores tiúam sido
P:0'03 mcdidas. Imediatamente depois da última pâlestra ter sido
concluída, esas opiniões foram medidas de novo.
i,iiii*riiiiliiõ ri'" r-pi.;,Éã nor'"Pràvhs tr Prcdú'rns o'tnion chu-
104 TEoRrÁ Dl DrssoN^NcrÁ CrcNrtrvA CoNDEscENDÊNcIÀ FoRçÀDÀ: DtDos 105
Éevidente que os "patticipântes âtivos" n€sse €xpeliEeí' as @mparaçõ€s bãseãdâs @ rodd a hêr condiçõ$ üdicd
sistematicdente que úaior efrâ dê úudúça de opinião ocor-
to encontÍavâm-se numa situação essencialrnente semelhânte à reu cntre âqu€l$ pâ.ticipanrês advos que cl4sificdd sfu
dos sujeitos na "condição de impmvisação" do experimento desempênhos orais como satislatórios ou melhores {!áss.216-17).
ânterior. Os "coflüoles pâssivos" etam aqui compatáveis à
"cohdição de controle". Uma vez rnâis, e pelas hesmas tazões, Suponhamos que aqueles sujeitos que âdmitirarn não ter
esperâva-sê que os suj€itosde controle fotnecessem uma base realizado uma târeÍâ sâtisfâtória em sua apresentação oral dos
indicando até que ponto os argum€ntos eram influentes per .re. ârgümentos não tivessem, por umâ razão ou outra, obedecido
Era admisível que os "pâtticipant€s âtivos" mostrâsseh maior às insruções do experimentador. Tinham obedecido, é claro, no
mudança de opinião do que os sujeitos de conÚole, visto que, sentido de que executarâm â tareÍa pedida, mas não no sentido
na medida em que condescendessem com as instÍu@s pâra de terem rcalmente mostado empenho em dar à tareÍa um
atuar como sinceios advogados, esse colrrportarrrento ptoduziriâ bom ou brilhante desempenho. Esses sujeitos, portanto, tinhari
uma cognição drssonante com as suas opiniões ptivadâs. O escâssâ dissofiância entre suâs opiniões pdvádâs e o conleci-
Quâdro lo apÍesenta os dados fornecidos pelo experimento.
Um exame do Quâdro 10 deixâ clarc que, no tocante às QUADRO 10
comunicâÉes sobre salas de onema e escâssez de catne, os EsrrMÀrrv^ DE MUDÀNç^S D, OptMÃo Âpós ExposgÃo
Íesultâdos situam-se na nesma diteção do estudo anterior. Os coMUNrcÀçõ.s PERsúÀrvÀd ^ ^
quê tiverâm de elaborar uma,rsumerrâção mostmmm maior
mudança do que 05 que simplesmenre ouviram a palestra e Porcentas.m dê Mudúça Llquida
leram o roteiro. Contudo, o mesmo não sê vedÍicou ha comu_ .a Estihaliva de Oljniáo l
nicâção a respeiro da cura do reshiado (ComunicâGo Cl. A cúpo OÍlerimental Leve ou Àprciávcl
explicação disso, tal como Íoi dada pelos aurores, é a seguinte: CoEunicáção,{ (ciíend)
que âprcsntdm â Comunicãçáo C pà- Participantês arircs
Os DarliciDantes ati!6 (N: 31) 71
E.im cmpenhados em neno, ín!tu.L\dção do quc @ quc +5
apr.sêntãrm d outr dud .omüúicaçõê& O srupô dà Coúu. contrcles pNircs
nicação c pâ.ê.iâ ad€.jÍ úuito tuis Íielncíte @ et irc pre'
(N: 57) 58 2l In-o'o'
paràdo, feerdo poucú tentativ4 pã.à rcfoúulâr os su pontos a
Conunicação (escâsez dc
DrinciDais. para inse.ir êxemplG ilu.l..tivos ou inv€ít& ârs!_
nentos adicionais (pás. 215). Pãrti.ipanres ârircs
(N: 29) 62 4t,5)
Na concl.rsão da sessão expetimental, Íoi também pedido ConÍoles pasivos lp=0,01
(N:57) 52 t7 I
aos sujeitos que se classiÍicassem a si mcsmos sobte a quali'
dade do desempenho que haviam tido, em tetmos de uma Cônunicaçáo C (curà de
palestra sinceta, oqanizada e convincente. Áo discutitem a P ticipânles âriÍos
relação entte essâs âuioclâssificaçôes e a mudança de opinião, (N: 30) 53 4ít )
os artores eÍirmam, coDhles pGsivos l!>0,30
(N:53) 5t 45 I
Por *emplo, entrc ôs púticipmte aiivos qu. apre!êntãrm â
Comunicãçãô C, hou!ê 18 €íudanres cujs aubclasiii.âçõ€r rte'ê ou erêctÁvêl) é dêrtnHa sm
eram .ômpa.ÀtiÍúente "êltat' (três a !êi resposte favoráveis) tlqutdâ" (anrectável) no cae da
ê t2 cass cuj* autoclâsiÍicâsõês ford !rcdominanr€mente
"baix*" (zerc, umâ ê duàs respcr.s Íavôrávcis) j 557. do3 allmlo À côbuni.ação
àcomunlc5çáÔ
"altot'cm contá'te.oú âFnas 1770 dos "bãixoJ'bostreh
umâ apreciávêl nudáDça llquidâ dê opinião nã dn.çãô de- oDrnton Chaaê". tõútn6t a, a[d §o.tdl pluchotorr, 106t lr, ,13,
íendid. pel comunicâçôes (p : 0,05). Dê uh modo seràI, ^hnffidt
106 TEoRr DÀ DISsoNÂNcrÀ C,ocNITrvÁ CoNDÉscENDÊNcr^FoRçÀDÂrDÀros 107
mento do que estâvâm âbertâmente fazendo ou dizendo. Logo, cstdriâs da selvâ. O segundo experimentador assumiu depois
pata eles, iouve menos mudança de opinião na direção da o comando e, ao dar as insruções para a redação dos ensaios,
redução de dissonância. (riou Lrés condisôes experirnenrais. Sáo âs seguinle§:
Esses estudos dão apoio à idéir de que a mudança de 1. íEent;ro noderuào xo sefitido das ettótids áe beúi
atitude ou opinião é Íacilitada se umâ Fessoa se encontrâ fluma ta,tttistirc. Ne..^ condiçào, os suieiros loram inÍormados de que
situação em_que, âo mostrar uma condlüa condescendente, se os edirores de livros de e.Lrjria, em quadtinhos ofereceriam um
empenha crr acóc" que ecLio em di.son;ncid (om âs suas opinióes .xemplar eritis de Huckleberrl F11'1 â qu.erl, e)creve$e ensaios
privadas. As mudànç:rs q". se seguem m opinião particulat Ír"orTveis às e,r6r:as de heróis fanLá"Licos. Pediu*elhes enrào
iao o resultado Íinal de un ptocesso pâra tentar teduzir ou que "metessem mãos à obra e esüevessem as suas opiniões".
eliminar essa dissonância. 2. Bai*o i centioo no lentido das estórias,la seba. TaÍÍt'
Passemos agora ao exame de um estudo que se âÉia na bém neste caso foram inÍormados sobre o livro grátis que
relâção enúe a quantidade de dissonância existente depois da rru,rdla quem escteve<.e a favot das e*órias de her<jis Ían-
condescendência Íorçada e a magnitude da ptomessa de recom' risLicos. Iambém lhes disse, porém, que se escrevessem
pensa ou âmeâçâ de pun:çào que su'(irou o comPorumenro "e
bons enoaios lavoráveis à' esrr;rias da selva podeliam obler
condescendente. Recordc.c rcr sido dito no capíLulo anterior entradâs pârâ rer o Íitme de HuLtlebery F,r,. iFora previa-
oue ieoric.meDre. â disso ncir deve scr mixima se d recom- menre deierminado pelo erperimenrador que uma entrada para
i*'a.Íerc.id,, ou. puniçào amcaçada ror apenas suÍicienLe o cinemâ erâ, de um modo geral, mais ataente pata os sujeitos
para produzir o comportâmento condescendente. O estudo que um exemplar do livto.) Foram informados de quê o expe-
q,e eiamh.remos agora Í"' rebrado por Kelmnn (10) Os rimentador alenas tjnha, porém, cinco dessas entradas -para
dados por ele fo-ne.idos.:o 'uÍicienremente importanres pârâ disüibuir, pelà que poderiam ou não receber uma entrâila se
justificat sua desoição dgo detalhada. esoevessem â Íavor ãas estórias da selva E âcâbou por dizet:
Kelmân reâlizou o seu expedmento com estudântes dâ "Lembrem'se: Se vocês esceverem a favor das estórias de herói
.érima série. A questào de opinião de que o estudo se ocupou fântástico, recebetão definitivamente um exemplar do IlzcÉle-
Íoi r p'eÍeréncia por um tipo à" Iivrc de clrdrias em quadrinhos bom Finn- Caso escrevam a Íavor das €stóriâs de selvâ, ,alrez
sobre-ourro. Eslc' pr"teiên,irs lor,:rn medidas cerca de uma rc."6um entrado, grátis parâ o Íilme. Mas correrrt o risco de
e J" roro uma semana dcpois do erperimento não receber coisa ãlerlma, visto que âpenâs cinco dentre vocês
Ptocurou-se cuidadosaqrenre manrer âs .ituâ6es de medição de nodem obter enrrrda.. Iaçam p";. , **" escolha Agora
aritude .cprrudas dà sirLaçlo c\perimental. No experimento sigam em Íren,e e e,cre\',m â\ vô*4. oriniôe' pe-oâiv (Kel'
propriamenre diro, o experirrnrador começou por Íázer umâ man, pá9. 191).
palésrra que .e opunha a Lrm . po de livro de estóri,ls em qua' 3. Alto i cekt;ro o se'1tilo das cstótias de seloa. Nest^
àrinhos te'tó'ia" d" hcrói. Ícnri+icost e Íavorecir um ripo condição,tâl mmo nâs outiâs, disse*e aos sujeitos que rece-
diferente de livro (estórias da selva). Essa comunicaçãô persua' beriaÀ um fivro grátis se escrevessem ensaios a Íavot das estó-
siva Íâvorecia uma posição divergente das opiniõcs cle alguns rias de heróis Íâ;rdnÍcos. M.,' Íoram depois intormados de
suíe:ros e :n luen.'ou jrd,lbirrrelmenre aleuns deles Depois oue. se escrevessem en.aios r {avor dr e'rórias de selva. raz-
dâ comunicírçio nenur.'vr, o. (ondiçôc( ex|erimcnriis que de§- ién obrcriam um eremplar erjris do livro e o que i mais'
creveremos em breve, Íoram crirdâs por váriâs ofertas de tecom' reeberiam uma entruda e'arii n.,ra o Iilme Huckleberrl Fim'
pensar; e pediu-se enrio ao. suieiro' que csc.cves'em el'âios Foi-lhes diro que havia e"nrradai para toJot o' componenres da
iu.tot suâs própriâs opiniões sobre os méritos relativos clase e oue lLes suia oermirido srir anres do Íim do horário
"rpondo
dos dois tipos diÍereÀtei de estóriâs em quâdrinhos. da classe oara or. ordà"'.. asistir ao Íilmc. O e\Perimen-
O crperiTenro lo' conduz;cl" 1,o- d,rrs l)cssJ.r(. d primeúâ irânr rrhor .lrenào' 'Lembrem+e: L.crevan bons ensaios
das qrui' ioi a quc proÍcriu a prlc.ira ncima i;rr,la c-n Ícvor da' favotáveis aos livros de estóriâs da selva e não só obterão üm
108 TEoRrÀ DA DIssoNÂNcrÁ CooNrttvÁ CoNDEscÉNDÊNcrÀFoRç^D^:DÁDos 109
exêmplâr do HucHebety Finn, nas dasse toda poderá sair s€ntido de maior prderência pelâs estótiâs de selvâ. Tal mu'
^
mais cedo e ir ver a versão cinematogtáÍica do 1ivro. Ágora, danca diminuiria ã dissonância, mâs, como esra é moderada,
mãos à obla € €sctevâm as vossâs opiniões" (Kelman, pág. 194). r piessao para reduri.la seria correspondentemenre modetada
É daro que thha sido assim criada uma situâção tendente 2, Bahco hce tiro L0 teflrião das estóriar d.e telra. Ngrns
â suscitar condescendência forçada. O experimentadot ofe_
a desses sujeitos (os que originalDente erâm fâvoráveis às esó
rcc1â rccompensâs às crianças se esctevessem ensaios favoráveis rias de Éróis {antásiicos) ãscteveram ensaios a {avot de algo
â üm ou outfo tipo de estórias em quadrinhos. Nas três con_ cm que realmenre não acredimvâm, na esperança de obter a
diçoes, a magnitude das rcmmirensas oÍerecidas era vatiável, levemenre mâis alraente. O coúecimento de que
'emmxnsa â Íavor das estórias de selva Íoi, para mútos desses
Em cada uma dessâs condições, evidentemente, espemvâ_se que escreverán
alguns sujeitos se hoslrassem abertâmenle condescendentes e suieiros, dissonante opiniões privadas e com o
oulros naô. Com eÍeito, Írâ condição de iacentivo moderado, coúecimento de que únham reounciado a um Jivro grátis. O
em que a rccompeÍrsâ erâ prometiila se escrevessem a Íavot das conhecimento da recompensa que obteriam erâ coflsonânte com
estórias de heróis Íallrásticos, 42 esdevetam Íavoravelmente o que escreverâm, mas convém lenbrar que a condescendência
às estórias de selva. Na condiçâo de baixo incentivo, em que foi produzida pela oferta de una possibilidade (mâs só umâ
uma oossÍvel recombensa liaeiràmente mais atraente cra oÍere_ p""rlbllidad") ãe rccebet umr entrâdâ gráú pâm o ciflemâ.
cida ie escrevessem'a favor- das estótias de selva, em vez das Àtg- air.o, na presente condição, âo €sctevetem a (âvor das
Íavoráveis aos heróis Íantásticos, 68% condescetdeMÍn com o estódas de selvâ, a {im de terem uma probabilidade de ir grátis
pedido. Na condição de alto incentivo, eÉ que â recompeÂsâ ao cinema, eles rmunciatam a um exemplar grátis do liüo.
cra múto grande se escrevessem a Íavor das estórias de selva, Houve dissonância muito âpreciável no caso desses sujeitos e-a
veriÍicou.se que 80% dos sujeitos condescendeMm. Em t€sumo, pr6§ão pârâ teduzila deve ter s'do grande. Logo' §eria de
â ofefiâ de uma rccomPeDsâ ptovocou uh compottamento con_ iroerar vasra soma de mudança na opinião párliculâr,
descendmre manifeqo em muhos sujeitos; quanto maior a
"rn"
no sentido de Íavorecer as esrórias de selva, uma vez que essâ
r€comperlsâ oferccidâ, mais sujeitos co$descenderâm. mudança reduziria âcefltuâdamente a dissonâÍciá.
Em cada uma das três condições âcimâ descdtas, âlguns 3. Al.to ificeítioo ho seüido dds estó 4t ile sel a. O cÃ'
suieitos cscreveram ensaio, Íavoráveis às estótias de selva. outÍos úecimento de que €soeverâm a favor de estórias de selva
a Íavor das esLórias de herói Íantástico. Anres de observarmos estavâ, pâra alguns deles, em dissonância envolvida. O conle_
os dados obtidos parâ esses seis gÍupos, exâminemos e esPeciÍi cimento das r;compe$sâs que eles iam obter em consonante
quemos primoro ô que se pode esperar, no- plano rÚrico, a com o que tinham fiito, À dissonância total é, por conseguiÍrte,
respeito da mudança àe opinião em cada um desses seJs grupos *.no. ão q". pata os sujeitos comparáveis na condição pre'
Começaremos pot ânâlisat áqueles sujeitos que escreverâm cedente e podemos esperar mênos mudança de opinião n€sle
ensaios a favor das estórias da selva. glupo.
1 . I"centiDo noderud.o ro $ntido ddt estórias àe bêúi  orimeita coluna de nümeros no Quadro ll mostra_nos
larrtátti.o. C,onside:,âremo. âqui os sujeiros que nào mnde'cen- a mudaica média de opiniâo de antes para depois da sessão
deram. Pot consequinre, rerá havido cerla dissonància entre o e"oerimental. Nesse quadro, um siml de { indica a mudança
conhe(imenLo de;ue dÍhârrl escriro a Íavor das estórias de nomnddo de aúrudes mais Íavoráveis a resxito de estórüs de
selva e os elementos cognitivos corÍespondentês às cârâcterística§ selva. É clato que âs er?ectativas teódms Íorâm corrcbotadâs,
Íavotáveis do livto grátis a que tinhâm tenunciâdo. Ás suas Áqueles que escieveram ênsaios favotáveis às €stóriâs de selva
opinióes patticulares estavâm, é clâÍo, em consonância com o na condição de incentivo modetado demonstratam uma pequenâ
que esc'evemo. Dada a magnirude moderrda da re.ompensa mudane de opioiãor na condição de ba o incenÚvo' mostramm
a di,sonáncia não era grrrde. Setia de esperrr, pois umâ uma mudan(; bastante considerável; e na condição de alto
mudança relativamente moderada na opinião pâtiiculâl, Ílo incentivo, em que a dissonância Íoi menot porque â rccompeflse
110 TEoRr^ D^ DrssoNÂNCrr (looNruv (ioN-Drs.r:!r)a-\cr1 IorçÀD,\r D,lDos 1ll
€râ muito grardc, verificou sc cscrssâ nrudânçâ. Poder-se-ia dissonânciâ entre essis opiriões c o quc rinharn escrito. É
€sperdr, ó claro, quc csscs rcsuhidos toscm aindr mais acen- certo quc rcnuncirrrm à opotLLrnirhdc dc tcr un:r entrcla pera
tuados sc os drdos sc rcterisscn rpcnas àqueles sujeitos, nas o cinemâ, nrrs, por outro hdo, rcccterrm um cxc.rphr grátis
durs últimas condiçõcs, quc crrm iniciâlmcnre favorávcis às J, l:\ro. Itú,,\.. t,o.. (.,..., c:*or. ..r . .c ..jeiõ. e
eslóriâs fânústicas. Lrmcntavclmenle, o âutot não âPresentou cr: d, c;e.rr r.,r L:-r po r ,rl, c: Jc oii i:o.
os dados com rcÍcrência à opinião inicial; o quc foi aprcsentrdo, 3. Cotlição de tito irccnlit)o. Tambím nesre caso csta-
cnrrcr.'r''r. c.-r"b.r",. ..,ror , e, r" , rúr:.r. nros l;dândô com sujejtos que nâo revchr.rn conclescendêncir
ioqad.r e o.rrr o.
Dcdiqucmos rsorr rs nosscs xleDçõcs àqueles sujeitos que 1u.,. n',ú 1,,\i? J, .on.:n., rn,. o que eLre-
escLevcLam cnsrios frloriveis às cstóriis de hcúis Iânt:ísticos. opiniões pessoxis. Esrcs sLrjeiros, poúm, rejeilr-
r,'m ,nr cor.i,lcr.nc' re om1c.,., , c.c to.rl.c.in.,r , crr
QUADRO 11 ,l..o'rn," com o o.c ri qr n d, o,,i - porlcri.r
tcr sido rlgo reduzidr clcsde quc os sujcnos rcrcdirrsem rinda
xscúus llíDos !r MuDi\çÀ D,: dLs'io trr CrDÀ Co^.'Drçiô trais convictrmentc do qLre antcs quc xs es!óriâs de huóis Ían-
Irvrnr\Ír!ral. "
tástjcos são superiorcs às esióri.s dc sclvn. Seriâ de espernr,
Ens.ns Fav.rá!.ir a pois, quc cles mosh.sscm umr rp.ecií\,c1 mudançâ de opinião
nessâ dircção.
Dir.(ío dô Eíórias Ertódàs
In..nriÍó dc §clra Mirtas de Hêíii§ À últimr colLu;r do Qlrdro 11 foLrcce os drdos relativos
Ii.nlisticos a esses sujcitos. Os que escreveLrm cns:ri<x Írvoráveis às es
IIs.ói +2,62 (29)'' I 1,BB (17) ,1,57 (14) tóriâs dc hcróis Íânrísricos nlrs con.],eõcs dc inccnrivo moderr-
clo e cle alto iocenrivo nosrrram, tle frro, rccrturcl.rs mudnnças
§clva +5,+! (+7) +2,10 (10) +1,89 (9) dc opinião nâ direção cle gostarcra mris clessns cstórias. Os
sclva +3,llt (52) +1,83 (6) 5,00 (B) uiei,os.omI,r.i\ei. n, conJ\:o dr L, ..,,.c,,r,\o,o.rí.r,.m
pouca muclarça; a pcqucna quamicirrle clc mudrnçrr que existiu
loi, rerlmentc, nr direção oposta.
si. ô nirn,.ro d. slicrros. A colunr intitulada "NÍistas":rprescnta os dados para
.queles sujeitos cljos ens.ios não favoreceram cl.rrmcntc um
1. Cortição de hrccnriuo zoleralo. Alguns dos suieitos tipo de estórixs cm detÍimenro clo outro. r\ siruação psicológica
neste grupo escrevemm, indubiravelmente, cnsaios Íavoráveis .lescs sujeitos não é precisr, evicLntcmcrtc. Os dados mos-
às estórirs rle herójs frntásricos a Íim dc obtcr o livro srátis, tmm mudançns muito li8.ir.rs nlrmx (lircção pôsiri\', parâ todás
mosuando assnn condescendôncia Íorçada. P.rrn elcs, cxistiu .s condlçõcs. Talvez seje in+rcsrnre :rssirrJrr quc, prra cadr
dissonânciâ entrc uas opiniócs privrchs c o quc rinh.m escrlro.
Como r recornpcnsr quc rrovocoú r conclcsccrdêncir Íorçadr as médirs dos outros dois grLrpos.
não erx muilo granclc, r d;ssorâncir serir rclativ,rmclrte ampla É i'r,ruri! ' e\..r':n,, ... d:d . . .1..rr.rr.lo cquele, que
Por corscguinte, era de esperâr ncstcs sujciros un.r considerável ro"de.cerJerur \ur o. q.c .lo .01.1. .'. ,.. O. que €.
mudança de opinlão na diteção ch mrior prcÍctincia por cstórias crcvüâm ens.ios favoráveis às cnór.s dc sclv. na .ondição
de heróis Íantásticos. de incentilo moderrdo e os quc .scrcvcr.,n ensrios r írvor das
2. Col|díÇão de baixo irceuito. Iisrcs sujcitos ,ão mos- estótjâs de hcróis Írntásticos nas outras thns cordições são
aram condescendência Íotçadr. Á possil>ilirlrrdc dc obtctcm rquelcs parr qucn a orcrrr Je ,e.o'1 , . '.:r. p.ovJLar
ume cntrada livre para o cinema não Íoi Nticicnlc paLa levá-los rondc,cenJê rc:". Dc .cor,lo co.r , .,' . . . .: ,p, s.n.
a cond-.ccder. Pre.-rirchente, t.trcrcrrrn rr."iu que cor- tâdas n{ Ilglitil 2 (págira 90), a Jircçio dr rcliçio entre o
cordarrm com suâs opiniões privâdas e, portxnto, rão houvê montânte de rccompensr oferecicla c r mrgritudc da dissonância
112 TEon$ DÁ DrssoNÀNcrÀ CocNrrrvÀ CoNDEscENDÉNcrÁ FoRÇÁDÁi DÁDos 113
não escolheria umâ espécie de inÍomação para ouvit, evitando dc busca de infomração e sobre a seletiüdade dessa busca de
todas as demais espécies. Pelo conÚário, setiâ motivâdâ no inÍormâção. Se existit dissonância entre dois eleúenros cogni-
sentido dâ aquisição de cognições sobte todos os âspectos e tivos ou entre dois conjuntos de elementos cognitivos, essa disso-
todás âs âlterhativâs. Voltemos uma vez mais ao nosso exemplo nância pode ser reduzida, como se explicou afteriomente, pelâ
hipotético. Consideremos o caso de uma pessoa que pretende adição de novos elementos cognitivos que produzam novas iela-
compÍaÍ um automóvel no próximo fututo ou que, tendo deci_ ções consonantes. PoÍtanto, é lícito esperâr que, na presença
dido comprar urn, ainda está indecisa sobre que €§pécie de dc dissonância, se observe a busca de informâções susceúveis de
cato eostaria de possuit. Tal pessoa seriâ motivadâ Parâ ,'cduzirem a dissonância existehre. O gÍâu em que essâ espécie
assistit à conferência sobte motores de alta potência, visto que (le comportamento se maniÍesra dependerá. é clato, da magd-
a inÍormação assim adquirida s€ria muito importante parâ o tude da dissonância existente e tâmbém das expectaúvas da
seu comportâmento Íuturo, a saber, a compta de um auto' pcssoa a respeito do conteúdo que qualquer Íonte potencial
móvel. Seria tarnbém de esperar quê as atividâdes de busca de de infolnação possa oÍerecer. Examinemos em maior detalhe
iníormaçoes desa pecsor, deriro dâ área de âutomóvek não as vírias possibilidades.
se caracterizarir oela seletividrde. Fla esraria tão inclinada a 1. Atrêrcia lelarba de dissorràrrcia. Caso exista pouca ou
assistir a uma cánlerência q"e realçasse as vantagens dos mo' nenhuma dGsonáncia, não hâverá motivação (consideÍândo so-
totes de baixa potência como a uma que exaltasse as virtudes mente essa Íonte de motivação) pârâ procurar inÍomações
dos motores de alta potência. novas e adicionais. É claro, haveria tambem pouca ou neúuma
De um modo geral, poderemos dizer que a situação de motivâção pârâ evitar qualquer Íonte particular de inÍormâção.
Dré-âcão ou Dré-deciÇo cârâcteÍizâr.se_á por uma busca extensa Assim, volmndo ao nosso exemplo da confetência, se uma pessoa
e não <eletivà de inÍormâ(ões rclevantes É um rânlo raro. tivesse r€centemente comprado um carro, mas, curiosamente, não
evidentemente. existir uma situâção a que se possa chamar de possuísse elementos cognitivos dissonantes com o que sabia ter
pré-ação Dura. Na maioria dos casos estaúo eovolvidas situa- Íeito e estar fazendo, essa pessoâ não t€ria indinâção algumâ
iaes mistas. Pot exemplo, a pessoâ que decidiu comprar um para ir à mnÍerência ou para eviráJa. O imporrânre é que. se
(ârro, mas não decidiu que tipo de carro co-nprará. busca ar'va- reâlmeDre se verifica uma ausência de dissonância, essa falLa
mente inÍormade. sob-e várioc aspectos dos auromóveis. Con' de motivação para âssistir ou evitar uma conÍeÉncia será útei-
tudo. não seiá nãGseletivo áo ponto de se expor deliberada' ramente independente do fato do cato rcém-comprado tei um
menie a informações que esteiam ern ússonância com a decGão motot de grande ou pequenâ porêflcia.
iá tomâdâ. isto é. que'cômprârá ur cârro E§le ponto é claro.
çri d;scutido em mrior detalhe mris adiânte, nesre capítulo. De cetto modo, o comportamento que se observaria de
parrc dessâ pessoa hiporética sem dissonância seria idênúco
FxisLe outro oonto a assinalaruobre a busca de inÍormação
ao comportamento da pessoa para quem â coriÍerência soLte âs
numá situído de pré-ação. antes de passarmos adiante. A oar vantagens dos motores de grande porência não rinLâ imporrância
da nãcseletividadé da informação â qü€ a Pessoa se expõe, absoluramente nen}uma pala qualiquer comportamento irual ou
haverá uma falta de resistência no tocante à aceitação € cogni- Íururo. Há, conrudo. uàa imporúote diÍerença etu que, para
(ão de quâ'squer iníormacões re'evantes que se lhe d-ep-arem' esrâ ítjma pessoâ, a exposição acidental, que ela não evira,-oão
Ásim. aàLes de ser empreendida â acão, Ler-re-ão exabelecido inrroduzirá dissonáncia alguma, enquanro que, parâ o pr'rmeira,
i"iro..t.rn.nto. cosoilivor que podem, mais tarde. ser disso' que também não evitâ fontes de informação, â dissonânciâ
nJnres com .r cognição corrctpondenre à ação que se segue' poderá ser fortuitâmeflte inüoduzida.
Á PRESENÇÀ DE DrssoNÂNcrÂ
2, A ptesença àe qudhtiddàes nodefids Ae dirsoútcit. A
existência apreciável dissonância e á conseqüente pr€ssão
de
A ôre'encâ ou ausêncja de dissonância em alguma árca para reduzila levarão à busca de inÍomração que lntroduia con-
p,.rii,tul a. ionreúdo terá importanres eÍcitos sobre o grau sonânciâs ê À evitação de informação que âumente â dissonâfl€iâ
TÍoRrÀ DÀ DIssoNÂNcl CoGNITTVA
ExPosrçÃo À INFoRM,IçÃo: TEoRIÀ f21
120
çu,'*i$r*$$etut*ru;ffi
a iDtormâção é exPressammtê
"""rl*""r.n,.r*q'*:'q:'-y:.T,1'.T.,f,'';T:T;L1:
votâm em elêições nâcionais estão melhor informadas sobre
questões € eventos políticos do que as pessoas que não votâm.
É possÍvel interpretar essa ilaçâo como indicariva de que quem
pieteÍde votar, isto é, âquelâs pessoas pâra quem é iminente
um mmportâmento ÍuLuro, busca obrer inÍormações pettinentes.
',ftrs";:ffi Também é plauível, contudo, propot a dileção opostâ de câu-
j,,,*".*.rlpt#f t;i?.U:;;i:'",,m: salidade, ou seja, que quem s€ inÍormou sobre questões e fâtos
:s pâssou a estâr mais motivâdo pam ir às umas e votâr. Essâ
espécie de ambigüidade dê interprctação € concomitahte Íalta
de irrefutabilidade 1ógica no tocante à hipótese que estamos
considerando é dpica dos dados em tais matérias. Em vez de
aprcsentâmros umâ grânde variedade de tais dados sobre a
quesLão eD pâuta, preÍerimos seleciooar um pâr de estudos
para anáüse, um dos quais, feljzmente, contém um grupo de
conttole que tomâ a inteÍpretâção ircquívocâ.
i#il,ilià#bí*;.-i.a*'*'r i"Â;* que os que achavamquais 3. O inin,:so n;o pôtle sao4 .oiqcs qu" r,é pô.
;J:'*'ffi;,,-;;;poaeriam ter' inÍormaióes sobre as .õnrentu dê pp«o.\ 1 mêno! qu. e$n "ão.ontjc!idds
.entends Í"L,
com mâ'or
.;l a.".tir. Íalai' eiravam Propensos a-exporse
ptrt nênle'
4, Cer'À pr'l^,"-.h^?. kum.m os ripos d" ü.Íom,âçào quc
o :nrmigo e$á sumMenr Jnsiô.o em de,vpndr-, lrd pá-
trmiiench e volunrariamenre à ProPcgánda 'aur- lavraechâves são: Onde .oho _ quàndo
supot, enrrerànlo que- quantos por uma qu tos
razâo
;:;-;;;,". de,see:'llnt que Apécie d" movimenroq de ropd. iadàs d" - n;vio., prc-
-
ã'i'J;; i;il';.p"'ros à campinha )l:â1"i:
de modo lal que reconreceram o tutu
du(ao rndustnàl etc.
a[etados por eh " 5, É *surc lâld sobÉ o qup Àrà no: lornah ou é duo no rádio.
Não.é sêglro Íá ar sb'n ô que sc ouviD de ou,Én ou o qu"
QUÁDRO 12
interpretado de outra direção da causalidade. Examinaremos, (âo d câmpânla será comparÍvel com â reoriâ. É petÍeiramente
entretanto, um desses estudos, cpesat da diÍio,ldade em estabe- admisível que uma campanha levada a cabo pãla Anerican
lecer a relevância diretâ e ineqúvoca para a nossa teotia. O Cdtcer Sorictt Íorneça inÍormações sobre coisai a fazer pxa
estudo que selecionamos pârâ exame é, naturâlmente, um dâ- evitar o câncer e proporcione rambêm rma cognição mnson_anre
queles em que as diÍiculdades âcima mencionâdâs são mínimâs com 'o medo do câncer'. E.perar-se á enrãó que as 6ssoas
pata essa espécie de dados. temerosas da doença ou que têm um fururo componámento
O S rrey P,êseatch Center (5)) relâtou um estudo respei implíciro erpoÍ-se-ão volunüriamente à campanha e,'por conse-
tânte à percepção pública dc uma das campaohas realizadas guinre. es!ão mais cônscias de)a do que as pessoâs que nao
pela Americax Carcet Societ!. Além de perguntas sobre o que remem á doenÇa ou não lêm um fururo componamenro impÍ-
conheciam a respeito da campanha cotrtrâ o câncer, os Íespon- cito. Á audiência voluntáriâ teria €ssê caiárer misro e os dâãos
dentes na pesquisa foram solicitados â declârar que doeoçss rcproduzidos no Quadro 14 reÍletem indubitâvelmeDre âmbos
esses faLores. Pode ser Íacilmenre visro que, inrerprerados desse
QUÀDRO 14 modo, os dados corroboram a rmrh. Tàmbem é tácil ver que
uma quantidade enorme de suposições e conieturas se Íaz ne-
R LrçÃo ENriz o GsÁu D! PERcEFgÃoD. CÀüpÀNsÁ CoNr!^ o cessária para interpretar os dados.
CiNcBÀ , À EscoLs^ B CÂNCERCo{o UuÁ DolNçÁ "Sút^MsNr!
PRri6s^" Poderá impressionâr alguns leitores como algo estranho ou
Poftentâs.m d. Rdpond.nt.s qu.
insólito que as pessoas busquem inlormações "assustadoras,, em
vez de tentarem reduzir o mcdo. Mas a quesrão é que, se erisre
ume dissonância errre o conhecimento dà que se iem medo e
outros conhecirnentos r€levântes, e se o medo é comprovâda-
11 3 mente resirrenre à mudança. é irso jusramente o que acóntecerá,
3+ l5 uma vez que reduz, de {aro, a dissonância. Esta quesrão vokará
Médio 37
9 2A
a ser debatida no CapÍrulo 10.
I 27
1 2
Redúes à ExposiçAo l'ltol"ttá,ia à lnlo,r.td«o
100 100%
Dedjquemos agorí À nossa dtenção às reâçoes de uma pes
consideravam "as mais petigosas". O Quâdro 14 mosüa â Íela- so,r quando é erpoía Je mâneira Íorçosa à inÍorn ação que, se
conscienrizâda, produzirâ ou ,umenrará a dissonáncia. Âssina-
ção obtida entre o cânc€r ser ou não iÍ]úcado como uma do€nçâ
"sumâmente perigosâ" e o grau de percepção da campanha con- Iamos no ütimo capírulo que, se a di$on-ância jiesLiver pre-
senre. â persoa estará alena para proLeger-se de novâ iníormação.
Examinaremos tês estudos que fó'n...í drd* u re.peiro deíses
Antcs de interprctarmos essa tclação, consideÍemos os scn'
timentos e Íeações das pessoas que indicáÍâm o câÍrcer como umâ
das doenças mâis perigosâs. Setentâ e quâtlo por cento delas 1. O primeiro estudo relaciona+e com a evitação cla disso-
indicaram como tuzío o Í^to de ser uma eoÍetmidade incutável nânciâ Ínediântê uma percepção errônea, O mais rápido e
ou Íatal. Imaginemos, nesse .aso, que a designação do càncer pÍovavelmente mais eficaz método de lidar com â irEódução
como doeDçâ sumamente perigosâ bdica um certo medo do de dissonância, quândo â pessoâ é fotçosamente exposrâ à n;vâ
câncer ou, pelo menos, indica a presençâ de um Íuturo com- inÍormago, consiste €m perceber eÍroneamenre ou evitar a
portârnmto implícito, a saber, que algo tem de ser Íêito pâra cognição dos estlmulos im!,osros. É bem sabido que âs pessoâs
evitálo, Se isso Íor verdade, a rcláção obtidâ entrê a opinião conscientiz:m e
.interprerrm informacóes que se ,iustem àquilo
de que o câncer é uma doença sumcmente perigosa e a percep- em que tá rcredlram.
ExPosrçÃo À INlonM^ção: DÀDos 119
138 TEoRr^ DÂ DIssoNÂNcrÁ C,ocNrÍrvÀ
e pâssâra a iogar de mâneirâ úâ e desleâ1. Nâ épocâ €m que o
IJm estudo por HâstorÍ e Gnldl (24) fornece dados sis-
L"-áúos sobre 'o resulrado final dessa reação à exposição estudo foi te.alizâdo (umâ semana spós o iogo), â opinião
nas duas univetsidades cristâlizaÍÂ-se da Íorma aptesmtada no
t rJr",Ài" à informâções que são pot€nciálmente gerâdoms Quâdro 15.
de dissonância. Os autores aproveitatam um câso elE que
havia dÍerenças de opinião a respeiro de um amnrecimenro
pa'a QUÁDRO 15
estudar o efeiro dessas opiniões dÚerenres sobre a Percepçiro do Elllro D! DruRENrls OptNrõEs So8RE PÉRcEDçÃo D! üu EvENro
."Ãio, ,f i;*rç"o inicial que originou a difercnça de opinião ^
.^r.. a.i g*p.i de pessoal d de"rrita da methor mân€im nâs o jot tot núo ê Jôdâdô co
próptias palavtas dos autotes:
Nntua tarde lrio.ênra de sábado, 23 de nÔvdbrc de l95l'noâ
."',;* à" t,r"t"t de Dátlmourh josÀva 'o'lra Pin'ebí % %
í-iJ., í"it,^ dê pnncaon. Eri; úl,imo joso dâ rúPo-
(N: 163) (N: 161)
i,i",,à,-u* ár cquipê". de um sisniÍnâdo ldÚre esP''
.i"r. i"ú* e"*.* ,;', ã rodd c jos6 âré rnrão e um l3 0
a. *i,. i""ad.*". K,nârr, r.ebera â mú§io d" Mêhor da 39 3
Amétia e a.àb,r" de àpárc('r 'omo câpa da rvala I'm'i 42 93
seriâ ese o $u último jogo.
-'-nr-". jniciâI. ron'ou'k {i_ 6
-i"uro' dP;oi: dô Doí'rpé
ae"re ãx o ioso irià i"r d,''o. os á,bi,rcs andavm nljN PerEüla: "ae €qui!ê vo.ê acha qu€ rntciou o loeo vrolenlo?,
ãà,"rJ.. "-,'ú:1"; óirdndo Pcnridâde p'a ambos o' lãdos coeeçou
Princeton 2 0
êm orcÍus;o. No saundo quaío dc hÔIã o àqro de Prr'ceron CoEeçarm úba 53 I t
âLmdonôu-,.i.;o ccmDo com o nJriT qu"bÍâdo No rPrcerm quano Dártmouú coD€çou 36 86
ã;-i,;,;. l m r.eaa., d; Da,,mou,h *r ret adô do Nem umã nem ouúâ ou
;;-;;.;;';" ,.i'" ó,is,na,. o, .rnimos stâlm eiârràdor nâo sêi 9 3
ã;;;;;?;,;à.i;;;"'. ãr;n e mãnrive,ú duarr" e âpó§
à oanidr. rarkti,á' o niàt do josÔ. que Prin(eron venceu'
rá*rcu qu.^sDanmou,h sÍrPu 70 penâlidáds e Princelon 2) Havia claramente uÍtlâ enoÍÍre difetença de opinião eÂtte
sê,id d.sne(êsário di?"r que d &us!ões nào larddm esrudantes das duas escolas. Os de Prihceton opinaram quase
(r" .usii O ioÊo "on\erlêIr imêdiãraDênt" numa qu$tao de unanirDemente que Íota um jogo violento e desleal, e que a
r.r";.;,'" ,,,; roe",ao* -r,raarr"s e ,r.inadôres. e or Íun(ioíá- equipe de Dartmouú é que começata. Por outro lado, os estu-
.i.. "a-ii i.,,,' i'"., dâ3 du"s i-rrtLu;§ó4, asm 'omo o! müsd
,r,-"* ã otuti.. em Âê,ã1, que n;o iinham õlislido @ jqo' dantes de Darmouth acharam que tiúa
sido uÍn jogo duÍo,
" p"ri o Problema do Íurêbol d2 pn- mas não necessaliamente desleal. Também se indinavâm a
"i*,'r,"""i 'e,..iuiu,aã'
ti"..,t,^* d"" I-';,e' delln.iu dr josãdoÉs sub'idià'
'"ii" opmâr que â violência fora iniciadâ por ambas as €scolas.
aos. .oÀercla rmo .r- A di.cuqào do josp .onrinuou dut,nre
munâs *manâs- Um filae do jogo foi apresentado a cetca de 50 estu-
Ur do' Ídro,t\ qu. ,onrnb'u pcrÀ á Pioloísâdã di*usáo dantes de cada universidade. Fotneceu+e-lhe um Íotmuládo
do ioÊo Íoi ô que o' lornJi\ do cadrtr " merrc_ em que se lhes pedia que apusessem um sinal, enquanto assis-
politúos lhe dêdicãram... (Pás. 129). tiarn ao filne, diante de qualquer iDftâção às resrâs do ioso
que polvmturâ norâsseh. o QuâcLo 16 âpresenrâ os dâdo6
Em esrência. os iornais de Princeton acusaram DarLmouú sobre a quantidade média de inÍraSes qu€ eles virâm dumnte
de ter deüberadamenre endurecido o iogo e Íerido acinlosamenLe a passâgem do Íilme.
o âstro da €quipe de ?rinceton. Os iótnais de Dartmouth con' Uma comparação dos Quadros 15 € 16 d€ixa clâro qu€
testâÍâm que o acidehte com Kazmaier tinLa sido involuntariâ_
eles procuraram ver o filme de maneira consonante com suas
."ot" .o,lsado e não era coisa incomum em tâis jogos E opiniões ânterioÍ€s sobre o assunto. Os estudantes de Datt-
aÍnmrram ainda oue. em co-seq.iéncia desse inleliz acidente a
ÍDoutL que, como um grupo, âchárám que o jogo tinlâ sido
.À,G a. p';,..tó" é que enduiecera delibcradamente a partida
ExPosrÇÀo À INFoRMÀçÃo. DADos t4t
140 TÉoRÍÀ DA DÍssoNÀNcIA CocNlrrvÀ
erâm resPonsáveis pelo ao ogarro. É ente os fuoântes, portâDto, que se pode espetar
m€nos violento e que ambâs as eqüpes maior ceticismo a respeito das anunciadas condusões de pesquisas.
.r,i- -""o"
:::i:.",'-";:.;;; inÍriçars às resras e uma quânt,-
::::ü#:'là:;;#'* ;;ift.,1ãi *ia,, p"i ..u,",' .q,;p.. Dados pertinentes foram divulgados numa pesquha teali-
slupo' havjâm opi- zad.t pelo Mnzesora Pa lltttitrte em Íevereiro àe t954 \54).
ô'-;,;il;;;" de Princeron qut. como.um e oue Dcnmouú Nessa pesquisa, além das perguntas sobte os hábitos de Íumar,
í"i,i ü-i'iã*ãi;*" 'ido violenro e-de<lear
peÍguntou-se a cada respondente: "Publicarâm,se alguns rela-
virâm mars tÍÚraçoes as regrâs e
que Dârt-
iniciarâ â violêocia, t6rios rcce4tes de estudos científicos com a Íinalidade de apurat
se o cigario pode ou não set uma câusa do câncer de pulmão.
QUÀDRO 16
Acha que a relação entre o cigarro e o câncet de pul-mão está
D! IxrsÀçôEs AsstNÀls s ÊNeuÀNÍo
VIM o [ILÚtr
demonstrada ou Dão?" De interesse pârâ nós, nesse caso, é a
NúME&o
coíttz a Cortra a compârâção €ntre os que furnam e os que não Íumam, no que
at EquiP' de
aq"iPe se re{ere à sua aceitação do vínculo entre cigallo e cAncer ter
oá'rÀouth PÍineron sido provado.
(l Do Média DP M;dia DP Antes de apresentarmos os dados, porém, é coÍrvenient€
,,,;::1",u'."#ã;iii-iól
Dà,,nouü (N-48, 4,3' 2.7 +'4 2'8 elucidar alguns pontos reÍercntes à intêrpretação, Na maiorie
'.i,ffifli:: 5'7 ge' 35 42 dos casos em que a p€ssoâ pondera a relação entre sustentâr
ou não alguma opinião e entregar+e a alguma conduta relevante
. .",.. a,t 't,t é si$rdetl?s !o nlv't d' cÔnírdçã dê 1'o'
parâ essa opinião, a interprctâção re{erente à direção dâ cau-
^ "rt"-"t"
que a equipe de salidade está Íadada a ser algo equívoca. Todos aceitamos, por
mouú comercra mais do dobro de inÍrações evit* a cetto, que â cognição Iixa o rumo do compotamento. Por con-
bli;:;."i:""ô-*;;i-.jo Íinar .Íoi terem consegüdo seguinte, qualquer relâção enre o comportamento e sustentâr-se
"-: ' ou o aumeolo de
-iítroduçào, clssooânc'a
reações à. crposição involuntária
ou não uma certâ opinião poderá resultar dessa direção da câusa-
*g*a"
ô .ocup*r" esrudo de lidadc. Á teoria da dissonância, contudo, prevê a mesma dação
I'--ii^.i
irf-o*riaá da teotaÚva de invãlid a iúormação com a causalidade na direção oposra. Assim. para idenrificat
i.-ai.*k"a" Mesmo que a inÍotoação a que umaé com clareza a d;reção da causalidade e eliminar qualquet ambi'
:::tr' d' i"iãifiH'il-;,.ôJ seja coiscicnüada'
imedjaramenre a dissonância ass':m
güidade de interpretação, é necessário estât em condr6es de
í;"ãâ' ;;,'i;;i fu;izar inÍormação' de ua âÍirmd peremptodam€nte que, em algum momento ânterior, o
inuoduzida medjâtrIe â rovalrdaçao oe»a mais fácil de comportâmeúro existia na ausência da opiniáo.
o
i'"i'iiã,-a" ",",. Provavelmente como íar,ar'
método
?lii.r". í"ii*.;',i " "",, r"r",,,'ão
'"^'i ;;;,;;,Ü!.td;de dada em jornais e revistas à
posível
Os dados que serão apreseniados reÍerem-se às opiniões de
Íumantes e não-fumantes que, Ielizmente, são suscetiveis de
de pulmão forneceu uma uma interpretâção inequívoca ro que concerne à direção da cau-
e o càn(er salidade. A opinião em questão, â saber, se estavâ provado ou
'.h.;;';;;-"'cigarro
:i;:;:;"';; a3,e..lhauu à exPosição involuntária a nova
ilãl-:^#' ".
il,ai:,JÀilriá-s.," ,
qu" maioria dos ru' não o vínculo entte o cigarÍo e o câncer de pulmão, úo podia
existh um âno antes da pesquisa ter sido rcalizada, pois nessa
"i,po' por
.,rii'.'"**". ou úo viu+e expo'rr a es5a informa(ão
se. ll'i,Í'l dil't"í],if;;l
época nenhuma publicidade existia ainda a respeito dessa posí-
llii, i,ü,1" p,úraad.
oue a simpUctdade ( Âí[Ti vel vinorlação. Se excluirmos da amostra todos os que âÍun-
-,^^"i.ã^.l,"dvel ciamm mudanças em seu compotâmento de fumantes durante
ül;" ;l,"'r;;óü*it a*r.. es"erur se'ia obse^ar
L-.-- "iri.
erLre aqueles pâra quem essr cogntçâo
o âno antetior, ficaremos com ümâ amostra de pessoas cujo
^,'*ti"i*" âÍirmnr com .se$Úan§a que^o
i"ii"à,,r, " aú**i" Pode-sepredispõe
hábito de fumat ou não fumat existia antes do impacto da publi-
m câncer de ouhao cidade e cujo comportamento pemistiu sem âlterações. Numa
li,J..r'r."L a" que o cisarlo amostrâ de 585 respondentes, houve 32 (lieeimmente mâis de
.om a conrinriação ào hábito de Íumar'
ramhém é
;-;i,,oí;;; nâo é rácil renunciar , ) que in(ormâram ter parâdo de Íumar no ano anter:or
:,i.ffiI;.';;;"-, ;;ioria'dos rr.rmanres
142 TÉoRr^ DA DIssoNÂNcrÁ CoGNlrrvA
ExPo*çÃo À INloRMÁçÃo: D.{nos 143
nâ recor_ que é muito difícil mudar umâ opinião iá existente, se esta for
oue um adietivo se aplicava ou não. os erÍos cometidos
5% consonânte com a conduta já esrabelecjda ou com um conjunto
i,uã à*'.r."Ír."«i*
-õil;';' Íicrícias toram. rerpecri!âmente 14
de atitudes e opiniões já consolidadas. Isso é verdade, de Íato.
:ü;â. duas cla,siticaçóes discordâvrm' irLo é'.o
.,i"iio afirmou oue um adierivo lhe erâ aplicável € o crâssrtr- Poderemos, no €ntânto, inclágâr sobre âs ciromstâncias €m que
tal mudança de opinião omtreria, à luz da teoriâ da dissonâDaâ.
desconhec:do disse que não oú Dice oena os errcs
comerr-
ffi;;;;çã.
",áor Í-àd, te"p".tiv"'ne"t' 25,6% e-22'1%'
á. e.rperimenro em q" I"9id'i."' l:ii.'l1l'^
Parece evjdente que a eviução e evâsão de mâtedal câDaz
Ü;, ;p;G; ' de gerar ou aumentat â dissooâíciâ depende de previsões (pro-
dada de'uma â me§ma e signjlicatrva tendeoclâ vavelmente não-verbâlizadas) sobre o matetial ou sobte avaliaçaes
para esquecer âqueles ilens de inÍormação qüe lrntlam rnlro- prclimináÍes do material. Assim, se Íosse possível cdar uha
ãuzido dissonância na cosnjção do suletto situação em que â prevhão e avaliação pre)iminar de a.lgum
mareriâ) indicasse uma redução de dissonânú, âo passo que o
Vale a oena mencionar rambén álgumas outras conclusões ptóprio material âumentâriá realmenre a dissonância, o mais
d.,'"';'i,ã.:- ô ;;;t,".ntador obtãve ainda dos sujeitos
IiÀri.*ãã a. áa, íJ;"ii* .* tuoç;o do suieiLo consideráro provável tesultado seria â obtenção de um dissonâDcia mâis
inLersiÍicada. Dada a inrrodução bem sucedida da dissonância
ô,, não deseiável. Há poucas indrcâçoes nos oaoos
um
-".-, lrâco
em opiÀiões existentes, poder-se-iâ €sperar a observâção de
".t* ,,iii*" disejàvel ou indesejável dos traços teve
maior mudança de opinfio; isto é, pata algumas pessoas, a
:;;;,;; ;.ã;1".",a,i;o. o furor imporrante' pelo menos
concor- dissoaância assim intoduzida reduzir,se-iâ pela mudança de par-
lãl;i,,,;ã;. ioi dara-enre se a< duas classiÍicaç.oe"
em que o zujeito tes do sistem de opinião existente.
;;;;;;;;;. i;d;;;;denremenre do grau
o Lraco'desejável rambém de inL.resse são os Ewing (14) descreve um estudo que é peÍinente a esse
";;;ii.;;;
;;ii;[,#à.-;-;6 á. contror. e' que o segundo grupo poflto. Foi dâda a let aos sujeitos uma comunicação persuâsivâ,
ill*"rIiiri.ià.i i'ai,ãm crassiÍ:caçôes rererenLes ao suieito e cujo conteúdo r€âl erâ âftâÍrenre desÍavorável a Fotd. Na rea-
;.:';;;;;i;. ;a" ;",'"d,ziam dissánância ou discordância
Não há indicr§es lidade, eta mais desfavorável a Ford do que as opiniões iniciais
;I#;;;;;; ;;;';
-grupos
àüãnt.ore-. a concordrncia de qualquer dos sujeitos. Exâtamente a mesmâ coÍrunicâção, no
.",'i- .J a"; de classificações tivesse quâlquer efeito que âo conioido se reÍere, Íoi dada a todos os sujeitos. Erâ
sobre â r€cordação. de se esperar, pois, que essâ comuni€âÉo persuasiva, se veridi-
Podemos concluir que, oa condição de se deixâr
trânscorel cah€nte consci€ntizad4, riv€sse introduzido drssonância mm as
nova infor- opiniões existentes. Isto é, âpós a leitura da inÍoÍmâção, teria
',- *fi.r."i. prazo de'tempo entre a exposiçâo à-
signil'ca va pârâ de haver alguns elementos cognitivos que erâm dissoÍrantes d.
mâcão e a rccotdâção, exisre umâ lendência
;;õ... ;ú;, irens de inÍotmação que introd,ziram a cognição estabelecida.
dissonância. Duas cordições foram criadas no estudo:
Coxdição I: Para os sujeitos n€ssâ condição, â cohutrica-
Ben Sacedida ile DissonAflcit! con
Ptod.uç-oo ção persuâsiva foiintroduzida com esras palavras: 'Numerosas
Éxposição Ifltoluúútía pessoas assinalaram que Ford representa o Blg Bzsr'zerr em seu
pesso⧠estão propensâs ê pior âspecto. Contudo, alguns dos fatos seguintes diÍicilrnente
Se reunirmos a noção de que âs justiÍicâm esse ponto de vistâ" (pác. 8O). For ourÍâs pâlaúâs,
*ir";-.;;;;;;"" à nóva inÍá'mação suscerÍÍ7el de 'umentar esses suieitosforam levados â esperar que a comuni.açâo per.
quando Íorcosa ou
i'àl'*iaíJ. , .à,au,ão de que, mesmopote-ncralmenLe cápaz suasiva âpÍesentâ.ia um conteúdo Íavorável a Fod. Àssim,
ind,erridamente enpostas a tal iníormâéo
amiúde Íurrat se ao seu aqueles cuias opiniões já eram Íavoráveis a Ford não pfeviâh
il-;";; a diisonància, logram
-ceticismo outro prc qualquer informaç'ão dissonante e não se proregeriam psico-
;o;;;i;-ú,i"t pitcepção ertônea .ou algum
.*i. r.i,,. irestâvel, seremos levados então a concrurr logicamente.
146 TEoRI^ DÁ Ds§oN^Ncr^ CocNrlrva ExPosrÇÃo À INToRM^çÃor DADos r47
Íicâram prontos pâtá ini€iat o jogo Antes de caila mão, eta n iniciâtiva de mudar de lado. Somando-se a essa diÍiculdade,
p.rgun,rào ,o 5ujeiLo quanlo queria âpostaÍ nessa rnão O Íoi assinalado ainda que lhe era petmitido mudar de lado quândo
quisess€, mâs que isso lhe custâriâ um dólar.
i"pi;.-*d* eóbaralhava então as cartas e pedia âo suieito
que cottasse antes de voltar âs sete cattâs. Prodação de cogniçao coxsobanle oa dissofiLnre con o eo'
nhecime lo ãe se, compoüafiefito. Neste ponto, o compoita_
Após doze mãos. o experjmenudor apresentava um gráÍico
-o'rrruu * orobabilúades cumulativas de -suieito consistja, é daro, en conrinuar a iogar do
menlo em questão
"""
. a.J"i","n.,-"nt.
* *-*' possÍreis de 10 ; 70 O experimentador dizja lcdo quc o escollia inicialmenre Na décima segurda
mão já se produzita umâ vâstâ gama de ganhos e pedas. Os
ao sujeiro que. U*. ,. grdfico ele poderia calcular a sujeitos que vinham gaúando bem tiveram experiências que
""rr
orobabilidade exara dos vários e\ores e, portanto. âPurar Pre-
influíram em süâ cognição, a qual tendia a dizer-lhes que o lado
lir"..,'t" oral dos lados era nelhor e em que medida era onde esravam era o methor, de fato uma cognição que era
melhor. Na realidade, o sríico aPresentado ao suieito, se -
certâmente consohânte com o conhecimento de que continuavarn
.ôrretamente interorerado. reria diro a cada suieito que estava
a jogat desse lado. Por outra parte, os sujeitos que viúam
iosando do lado Derdedor. Era usado um gráíico diterenLe, perdindo rinham adquirido considerável inÍormação sobre o
i il"ro, ,.grndo o tudo.rl qr" o suieilo esdvesse ioeâodo. o ioso q,e era dissonanre com o conhecimenlo de que conrinua-
e'oerimenudor exolicou cuidadosamente como usar o grátrco
.t"i.d" eemolo de cálculos a Íazer com base nele Procurou và a-jogar do lado inicialmente escolhido Por outras Palavras,
produzira-se experimenLâlmente umâ lasta gamâ de 8râus em
cetúÍjcar-se iambém de que o suieito entendera suíicientemente
àue a coenição relevante da pessoa eslava em dissonáncia com
o gráIico pata podet usá-lo. Foi-lhe então dito: o seu coDhecimento sobre o seu próprio comportamento.
F,slê Íráii.o Derl'n.P-lh. dnúv.nlr. Pod{á usáJo ou nào. i Iht/odrção de utnd oPoüarriá^de patu adqriir ifllo haÇão
"-, i*oha inrcirame,- do sêu ' riL:riô. Pod. gàstar no *u o sráÍico. ouando aoresenLado ao suieiLo no Íinal da decima
duê o têmpo quc qtriser. Â$im que .stiver prcnto Para
recomcçar ó joso, é só â!isd-D.. see';nda -;o, con.t;ruÍa.Í,o e obviamente uma oportunidade
paia ete obrer iníormação adicional sobre a situacão. Foilhe
O expetimenrador agurrdâva enrão até que o s'rieito indi- diLo qu. .rre erdÍico lhe proporcionaria um quadrc correto das
probabilidades no jogo que ele estava fazendo. As suas expec-
casse ler concluído o estudo do gráfico e estâr pronto pâra
io!âr de novo. O ob,ervador resiitrava a quantidade exata de iativas sobre q* é'pt.i"i de coisas o gtáfico lhe dida depende-
i.Loo ou" o suieiro sÀstava e*aminando o gráÍico ou Íazendo riam algo, é claro, de suas experiênciês com o jogo até esse
cdlcirlos sobre .li. O",*d. o suieiro deixava <le olhar para o ponto. E"r. aspecto será mais desenvolvido quando especiÍicat'
oráfico- o exoerimenLã estava terrninado Em seguida, o expe- mos as previsões baseadas na teoriâ da dissonânciâ.
ímenrudo. inr.rroqruu o suieilo sobre várias coisâs e explicâva-
lhe a Íinalidade do experiménto. Cada sujeito recebeu US$2,50 REsuLT Dos
€m pâgâmento pelâ sua participâção,
Iacamos aeora uma recâpitula{ào, assinalando como o pro_ O principal resultado do experimento pode, evidentemente,
cedimeÁo acim-a produziu a-5ituâ§ão desejada ser configurado Íuma €urva que mostt€ â relâção entt€ a mag'
Ditude dâ consonância ou dissonância pt€sente na cognição do
Criacào de rctistêzcia à ndança de cot'lpo ancuta' O sujeito no momento em que o gráÍico the Íoi apresentado e o
ácreditando oue un Iado do ioeo era mais vantaioso
"'ieiLo ternpo por ele gasto â €xaminar esse gláfico. Houve, sem dú'
d; -,; o"t'o. escothia em qual dos lados queria joear' O vidâ, muito ero envolvido nessa medida. Álguns sujeitos
"
.ro.iim.nrrdo'. ao sublinÍar o Íarc de que é possÍvel decidir
pudetam obter tantâ i onnâção num minuto quanto sujeitos
.oir"r"..nL. e de que o suieiLo poderiâ fazêJo se pensasse merios aptos em cinco minutos ou mais, tâlvez. À medida do
bem antes de decidir, tornavr dificil p.rra o sujeno- admitir
mais tarde que esrdvâ errado e por conseSlinte diÍicuhavalhe grau de dissonância tâmbém âpresentou um pequeDo probleIoâ.
TÊoRr^ D^ DÉsoNÂNcrÀ CocNrrrv^ ExPosrÇÀo À INEoRMÂçÀo: DÀDos r55
154
É claro que gaúos ou petdas estão relácionados com a conso' gâsto na observação do gráfico. Pot outras palavias, quâfldo
náncia, visto rcílerirem as cxperiências da p€ssoa nâ situâção. a experiàcia do sujeito tiúa produzido umâ cognição conso-
que a aposra variasse, conside_ nanté com o seu coúecimento â respeito de sua p16priâ condulâ,
Entretânro, como
'e permitiu
rou-se sumamenre desÀievel tomar a diferença entre a soma de
ele não gastou müito tempo a olhâr para o gtáÍico. Contudo,
podemos considerar essa parte da ptevisão mmo estando âpenâs
dinheiro de que o suieito dispunha no Íinal da décima segunda
iarciatnente conÍirmada. oorquanro, se havia escassa ou nenhu'
Ílão e os US$2,50 com que começara, e dividit essc número
pelo monLante médio dai aposras do sujeito nas doze mãos. ma motivaçâo pura ob"ituu. à gráíico, as médias em tomo de
bs dados qu" -osLram a r"laêo entre essas duas medidas estão 17, segundos pârecem um tanto elêvadâs. Seria de esperar que
reproduzidos no Quadro 20 e na Figura 5.
o temp"o gâsto_a examinar o gráÍico Íosse âté inleriot. Voltatei
mais adiante â este Ponto.
É claro que a quântidade de tempo que o suj€ilo gâsto-u 2. Foi previsto que, quando a r€1âção ente â cognição
a olhar para o grdÍico é uma Íunção algo complicada da medida
de dissonância.- Na reatidade, é uma combinação das duas e o coúecimênto sobré a própria corduta é dissonânte, te!á
de havet considerável tempo gâsto com o gráfico, caso o sujerto
curva' aoresentadas na Fiqura 4 (páeina 122). Como as exPec-
esD€rasse Doder obter dessa-maneira inÍormação suscetlvel de
tativas áo suieiro sobre que iíormação o eráÍico produzirá
deoendem de sua experiência anrerior do ioeo, os dados mudam reãuzit a dissonância. VeriÍicamos, de Íato, que a quanúdade
e àeixam de acomDaDhar â cuwa de "expecrarivr dc redução de de tempo gasto com o gráÍico, para valores moderados de disso-
dissonância" para segui. a de "expecrativa de aumento de disso' nância (-1,00 âté -5,00), atingc um Pico. Essas pessoas,
nância". Essa mudúa de expectaliva morte em cerca de -5,00
na abscissa da Finrra 5. Recapitulemos brevemente como essa o
rclaçaLo obtida se" aiusta às previsões baseadas na teoria da
dissonância.
1. Foi prcvisto que, se â rclâção entle cognição e com' o
oorLamento foise oredominanLemente consonanre, havctia pouca
ãu n.nhu.a moLivacâo Dâra adquirir infor:nação rnediante o
exame do eráÍico. Cánro i. .'p",áur. no lado positivo da escala oo
de disonâ'ncia nâo toi muiló grande o montanle de tempo
QUADRO 20
õô
REr^q;io EN'E Drs6oNiNcI^ t Ttü!ô GÀsto ESMINÀNú o GRiF,có
MEDIDA DE DI55()N^,lCI^: CANUO5/AP()5'l^ Nlll)l^
Int.ralos nâ Eeêla d. Tempo MÉ- D.ruó
Djaenância (Ganhos diô Gdto no Padrão de rro. 5. Temlo de Dxposisão a Novâ Iífomaáo.
GÍálico (Em EsoEs dê
Sesu,do, T€Elo
atav6 de sua expetlência com o jogo, tiúam adqürido um
7 90,7 63,6
montârte modeÍadó de cognição que estava em dissonância com
+ +
2,99 âté 1,00 t5 178,3 121,0
+ 0.99 até 1,00 9 173,3 129,1 o Íâto de continuârem a jogar do lado originalrnente escolhido.
-
1,01 rté 3,00 t+ 308,5 141,1 Era'lhes possível, espeÍ.Í que o gráÍim lhes inàcasse estatem
- -
9,01 até 5,00 l8 239,9 195,5 realrnente do lado certo. Se encontmss€m essâ inforinação Do
- -
5,01 zté 7,00 94,1 43,3
sráfico, a dGsonâícir seria reduzida e por conseguinle, êrâ
- -
7,01 ãté 9P0 43,0 23,6
--- -
9,01 alé --11,00 + t22,5 110,3 Íagi.o ."p.rrr que sa*âssem cons;derável tempo na bura de tal
até 13,00 6 155,5 46,8 informação.
-11,01
ExPostçio À INFoRMÂÇÃoi DADos t57
156 TEoRIÀ DÂ DIssoNÂNcrÀ CoGNITwÀ
rnos estar conÍiantes em que a Íorma obtida da Íunção entte a
L foi Dreviío que, quando â relação enÚe cognição e medida de dissonância e o tempo gasto no exame do gtáfico
-"aí," r"r* ã;"""r-"1, t*:".i" .'-' evitaçâo ariva do gráÍico' não se deve ao acaso.
iúormaçào prova'
..'ã"" t""* percebido como Íornecedor de exisrenre A e!pe- Voltemos agora â umâ consideração mais ampla dos valores
li.ri'..* *"íá-. *."mar a dissonància iá relativamente elevados de tempo médio na extremidade positiva
ir*a,'à.'" i"*"'i*"à,zna considerávei cosnição dissonanrc
da escala de dissonà,ncia. Como, teoricamenre. eslrrâr-se-ia
oara aoueles tuiáro. qr. se siruâvcm numâ posrçao ÍâzoaveF
Í,..,"-.r-,r-ãr"'a, escala de dissonancia í-'00 a -900)'
pouca ou nenhuma motivâção para ptocurar infotuação, nesse
caso, também seria de prever que esses valotes Íossem consi-
iieii" al'iàl'ê'* ',laiã" ,i"t"- rido uma experiência suíi deravelmente inÍeriores, â menos que se desse a urtervenção de
.ientemente sistemálicà pam esperarem que o gúfico -conterra ouuos Íatores. De Íato, podemos identificâr claramente um
infôrmâcões cdDazes de aumenLar mâis â drssoDàncra oe
po.'inda
consesli e, eviravam olhrr fatot complicante que fez que esses valores fossem incomumente
#.Ê;;;';;' lt".,.'i".
'De faro, elevados. ô leitor tecordatá que o gr#im apresentado aos
:;;,-;"";;ii;;. a quanLidade média de tempo que sujeitos, se examinado coÍretâmente, teria dito a cada um que
:;i*;,'h1;;';,";;; .,,.r,i"a. o sráÍico roi muiro baixa' o lado do jogo por ele inicial-raente escolhido eta o erado.
Foi previsro que. se â di§onáncia entre cogni(ào
e
4. grande que se aproximâsse
Nesse câso, teriâ havido um certo número de sujeitos do lâdo
da conduia Ío'se reo posiLivo da esca)a de dis,onàn.ia que, examinando brevemente
dr maoitude da resÍ+ência à mudan(á de condulâ entao
".nhe"imcnro o
o erâÍim apenas potque o experimenLador o passou às mãos
ii"iâTl,Üiiria. "iil,i",. , a;**a".; 'eria a,mertá ra tem'
deles, o viram coüetamente e, assim, tiveram alguma disso-
;;#;;;; o",i" ã,a. r.*" maior que pâra
a resisiência,à
o outro rdoo nância intrcduzida num sistema que tinhâ sido perÍeitamente
i.,á,'." d. cood,rri Logo. a rrxnsÍerência
irn'sinâr que o varor consonante. Isso cotrespondeu, na realidade, a uma exposição
,lo iosà eliminaria â dk'onâncir'' Pode se
oa involuqtária. Se es(as ilâções saLo corretas, esperâFse-iâ que
a" -iz.oo na escala de di'sonància esrâvâ cerrâmente Petto aqueles sujeitos que, enqüânto olhavam para o gráfico, disserâm
mud'nça' pois isso rePreserl'4a peF
-asn;tude de resisrência à algo indicativo de uma percepção correta de uma parte do gráÍico
dt- doze vezes a quanLia mêdia de aposLa< em doze rnâos' E teiian levado consideravelmente mâis tempo a examiná'lo do
iilrrL",i".,ã. ri,"l q* o .on'un,. d.-r"po g"to pelo' suieitos que outros. Isso só seria verdadeiro, enüetânto, pârâ os que se
,l".;;;;"*s;li;"' ",menrorr
qu'ndo o'vaÍor de dissonância siruavam no lado positivo da escala de disonància. O Quâdro
* aoro"imou desse Ponto'
<e
Fieura s rom as c,rvns reó
2l apresentâ o Leúpo mêdio pârâ essas duas classes de sujeitos
"R:;;ffi";'É;.àãpararmo'a
q, agrupados em intetvalos suÍicientemente grandes para evitat os
,,...::âi-l;à,;-", Éi'eu,, pod.,à',o' verroram
que uma esrabe'
i.::i:"#;;ft;iã. q,l i, *"tra'a"
'à... .. algum obtidos
'e
númetos muito baixos de casos.
Os dados do Quadro 21 deixan bem claro que, no tocante
ponto dc dissonáncia modetada'
aos sujeitos no lado positivo da escala de dissonânciâ (inclusive
,"",'..i"t"r'. áos suieiio' muda*m da reduçào de dissonárda
"a'nlr,i'.ã.
.n.,
*'" o ,urn.nto de dissonância quc a QUÀDRO 21
à;:";;ila.;-,i*ã -.pti.,a,. corvém assinarar
i*,.;,,'ndo o sÍá{Íco.€m rehção. à vâ' REL^Çio ptrrR!
^
PErcEpçÂo Do cRÍPtco E o TEU!ô GÀsrô
",.t,.;ã.i.;;;;;"
caà na d;sonanci', é est'risli(rmente srPnrlrcarrvá
âtem ou
^
Ex^MrNÁ-ro
',fwt - dc l%. rt';ndo uÍâ 'nâlrr
a. .o'Íiu"ç" nâo-DâÍametrrca
Sui.itos que Indicãrd
âl' ,,;àJ;. À- iomprovacao 6u' 6'6a1"ne'-en're.inrervaros Pêrcepção Coúeta Out6s
adiacentes também nos mostra que â eleva(ao rn'crÀr'.ql]«a
srgrrrt(dr'!r\ Esala de Dtsnâeia N
.otsmüerLe e eleraçâo final são estalistrcamente
*,..íwl
"
de con{jança de 5% +10,99 âté
: - 1,00 t4 200,5 17 __ 121,3 ,
ÀIaJ'.'àiã- de sienificáncia globnl e a signiÍicáncia l,o.aré 5,oo 247,3 17 289,8
-
"i".i diÍerenças adi4centes te<tadas'
pooe- 5,00 até - -15 11 109,3 9 112,1
ou quase.signiIicância das - -13j00
ExPosrçÃo À INFoRMÂçÃo: DÀDos 159
1r8 TEoRr DÁ DtssoNÂNcrÁ CocNITIvA
nrrtluran de lado depois de verem o gráIico. Se bem que tanto
ô inteNalo que coniém o potrlo zero) âqueles que indicarâm ns rlit(cnças respeitântes às percepções incorÍetas como as diÍe_
,t",-, o.r..içao corretr eraminrram o gráÍico mârs demorâ-
r(nçls â resp€ito das mudanças de lado não sejam estâtistica'
â;:ili.:;í,,ã a à;i.'."ç, íoi signiÍicante, nesse caso arém ,,r'nrc signilicâtiva.. elas sào. no enrJnlo, compâIiveis com_ â
rlo níveL de conÍjança de 5i (lesLado não Pârâmetr rcàmen te l ' rcori.r. Poderse á indâsâr, po*m, por que Âpenas ô0% dos
ô". ,'i.;,"' a" Iado neearivo da escala de dissonância mo"traram suicitos oos úlrimos doi5 inrervalos mudaram quando a teoria
por'
riiiü ãriiJá;â direção oposra Parece evidente,
pr«vé que rodos eles deveriam mudar. Cumpte recordar que
;;;.:'.,; ;;;
"",'i, ;àio Ju.p'"ind.nr"'nt' encontrado na
iustava-ao sujeito um dóIar mudar de lado e esses perdedotes
Lliilàr:1l",à'iii",i à, .i.,r,'r"i de raro. um re'urtado da
cxrremos eram, iusrrmente, aquele< a quem já restava pouco
dissonància introduzida pelo próprio grálico dinheiro no Íinal dr déclma segund: mão  maior parte deles
da disso_
Sê â intêrpretâção dos dados em tetmos da teoria aindâ tinhâ mais de um dólar, Ílâs não thcs sobrava muito mais
algurnas provas que que isso. Alguns deles disseram achar que devedam mudar,
nância eitá ce'ia, enrão haverá certamenre
a corroborem nos comenLários dos suieitos e no número de depois de ver o gráfico, mas com o pouco diúeiro que llres
;,àl;;; ü; d;ú',. mudar de lado depois de exanin,rem o restava não se attéviam a comprometer o último dólar' Outtos
8úfico. talvez sentissem o mesmo, mâs não o iLssetam
Vei:mos orimeiro certos comentários esPonrâneos feitos
*b.';;t,;; àq,anto olhavaur para o gráÍico Íosse
Pôde ser ror-
ou não mer-
tJaÀ i,À i,r-'pr* cada sujeito, segundo
gráÍico hto é segundo
Ir"ããl ,r",i," inríren do
mmõ um meio que lhes indicava que o rado
o ãrltico"J,**ào Estê câpítulo mupou*e dos dados respeitantes a um
;;,'l*"-.iil;,;,,'" .i,..ani"'.
"l.sem
que isso
Com base oa teoria da
ocorreria mâis Íreqüentê- aspecto do processo de redução de dissonância, a sabet, a obten-
ã;"i,"?".1",-pr.",p,*a-se
'**tà. suieiros que consulLavam o grático para ção de novâs cognições que estivessem em consonânciâ com a
-".i"-."i'" mgnição €xistentê e a evitação de novas cognições que Íossem
J,zir a dixonância ( inlervalô de 1.01 a 5 00) aoudisso- que
dissonantes da cognição existente.
;;;;;;;iil ;;'" 'ec.io d. q,. esse aumentasse Mosrou-se que boa parte dos dados concementes à sele_
,a,.lr-i;t.i'a" de -5.01 a -9,00) Aqueles comentários rividade na exposiçào à propaganda, inJotmação e comuticâção
oue evidenciaram percepção incorrera ocorteram em 26qo dos
jnLãrualos. os sujeilos que eíâvâm de maxa pode ser interpÍetadâ de acordo com os métodos de
n."." do;l Éntre
redução ou de tentativt de redução da dissonância. Infeliz
""i.lrot
e,rrihando e, por conseguiole tiúam poucn
ou nenhuma dl'so-
mente, a maioria de tais dados é casualmente equívoca e Íão
;;;;:-;il. $% Í:eeran rais comentários indicativos de
podemos afirmâr que proporcionem uma sóüda corroboração
*.."..a":i*"".,r. Enrre os siruados nos úlLimos dois inreÍ-
dâ teoÍia dâ dissonância.
í,iã"Jsoi u tr,oo1, ond.,. presume que os-sujeilos estão
aumeniando temporrriamente a sua dissonância â tjm de mudâr Os dados respeirantes às rerções de pessoás quÀndo invo-
;;i;ã; ;.;'ür;i;o, jncorrelâ u', .ó..a*.-de comenrário qüe de- Iuntariamente expostâs a ,ovâ inÍormaçâo mosrram-se. Íeliz-
nuDciasse a percepção do 8rálrco mente! mais adequados. Quando existe dissonância, as pessoas
esrârão apLâs a Íurrar*e ao impâcro dâ lnÍormdção que aumentâ
De acordo com a teoria, também era licito esperar que a dissonÀncia, mesmo se e\posLâs à força a tal iníormação,
rnri",l" à.'- *i.ii.. nos úhimos dois inrervalo< (- 9'01 a a
recorrendo a vários meios como â peicepçâo effôneâ, e negâção
:]i,ôi i-'i,i*-; a",. uao p,." o outro, depois de exami'
oe dc validade etc. Se as pessoas não espetâm que uma Íonte de
nado o eráÍico Com efeiro, 609ó desses suletros mucrâtâm informação produza cognição dissonante e, por conseguinte, não
iia. à.i"i' de ob<ervatem o sráÍ;co' €m(-10I compârâção com
a -e'uu'' €stão âlertâdas pârâ evitar a dissonância, a informação terÁ
15.7% áos ouúos suieiros no lado negâLivo maior impacto,
160 TEoRr^ DÁ DrssoN^Ncr^ CocNIarIv^
nâda coesão, â quâl denorâ â somr tolal de rrrações que inpe_ (,t)iniiio original dessa pessoa (as quais, nesse caso, estâriâm
Jem os membtoi para o grupo e os mantém nele. É plausÍ\el r,n, clcsacordo depois da mudança de opinião). Isso é comple-
supor'se que a diisonância enre á opinião de uma pessoa e o t.rrnrrc aníloga à mudança da (ognição existenre. em ourro,
conlecimento de uma opinião conÚáriâ expres§a pot outrem
seia superior sc essà outta persoâ íor imporlanle pÂÍa â PrinrerrÀ. 2. Ourâ forma de reduzir a dissonância seriâ influerciâr
em algum sentiJo, ou se o grupo íor imporranLe rs pcssoas que discotdam para que muden sua opinião, de
Um outro Íator que afetará a magnitude da dissonância Ixxlo que corresponda mais de perto à opinião da pessoa, Isso,
Lem Je ser aqui mencio"da, o saber, a exrensão do pr<iprio cviclcntcmente, é análogo à mudança do meio ambiente e, por
desacordo. Se uma pessoa diz Preto e ou.ra diz branco , colseguinte, à Ínudânça dos €lementos cognitivos que refletem
o desamrdo, e a disioúncia na cognição de câdâ umâ delâs, cssc meio ambiente. No contexto da drssonância decorrente da
será maior do que se o desacordo for entte "preto" e "cinzento_ discordância social, isso constitui uma importante maniÍestâção
escuro". CoDsidere-se, por exemplo, uma pessoâ que está con_ rlc pressão para reduzir a dissonância. Esses dois ptimeiros
vencida de que a única Íorma de lidar com os delinqüentes móto.los, tomados em conjunto, rcpresentam a espéci€ usual
e â punição severâ para qualquer
jr-rvenis é a dlsciplina dgorosa .lc proces.o de irtluéncia que resutra em movimento no sen.
infração das regras. Se um amigo dessa pessoâ expressâÍ a tido dâ uÍüÍormidâde dos grupos, quândo em presença de
opinião de que â punição deve ser moderada e levâr em contâ <lcsrcordo, Àssim, a remodelâção da teoria dos pro.essos de
íatotes atenuantes, será criâdâ dissonânciâ pâtâ essâ pessoâ. A iríluência em termos de teoria da dissonância torna muito íácil
d:sonánciâ seriâ muiro maior, enrrerânLo, re e,ce ímigo erpres- clcrivar o movimento no sentido da uniformidade.
sar â opinião de que a única forma de lidar com os d€linqüentes l. Aindâ outra mâneirâ de rcduzir â dissoúncia €ntre â
iuvenis é cumulá-io. de amor e senrileza. Na reclidade, ectrmos. ptópriâ opinião e o coúecimento de que outtem susimta uma
ne«e caso, diante de um caso de di*onância emre grupos de opiDião diÍeÍênte é Íazer que a outtâ Írcssoa flão seja, de algum
elementos cosnitivos. Quanto maior o número de relações ,nodo, compârável à pdmeira. Tâl âlegâção podc assuÍnit
dis.onanre, enrre os elemenros no. Joi, grupos. maior.etá a lumerosas formas. Podemos atribuir diÍerentcs característica:,
dissonânclia total.
cxpedências ou motivos à outrâ pcssoa, ou podemos até rcjei"
rí la e depreciáJa. Assim, se outra pcssoa afirma que â grâlDa
A Redrção da Dissofiátcia Prooe efile áe é marrom quando vcjo quc é vcrdc, a dGsonância axim cràda
Discoiârcia Social fode s€r eficazmente rcduzida se a cârâctalsticâ de sct daltô-
nica for atibuída à outrâ pessoa, Não hâverá drssonânciâ algüma
De acotdo com â teoriâ, s€inpÍe que há dissonância haverá
entre o conhecimento de que â gtâma é verde e o coúecimento
pÍessõ€s correspondentes para reduzh a dissonânciâ, dependendo
de que uma pessoa daftônica â considera mamom. Do mesmo
ã magnitude ãessas pressóes da magnitude da dissonância nodo, se uma pessoâ âcredita que os disms voadores são Dâves
Também nesse caso, as Íotmas como a redução de dissonânciâ
pode ser concrerjzada são semelhantes )s que já anrlisÀmos em rsp:ciais oriundas de outros planetas e outras pessoas exprimem
rr opinião de que os discos voâdores não existem, â dissonância
ô,rror .ont.*tor. T.ês mérodos para reduzir â dis§onânciâ Pro-
resultante na cogniçáo dâ pdmeirâ p€ssoa podetá ser reduzida
veniente da discordância social sugerem-se Íacilmente por si
se acreditarmos qne as outras são esúpidas, ignorântes, hostis
1. À dissonância poderá ser reduzidâ ou, talvez, até eli'
minâda completâmente pela mudança da opinião da pessoa, de Como todos esses üês processos, â saber, a mudançâ da
modo que pãsse â corresponder mâie de perto âo coúecimento Dossa própriâ opinião, a tentativa de influenciar â opinião dos
que ela teÀ daquilo em que ourâs pessoâs âcreditâm. Á mu- oulros e a âtribuição de não-comparabilidade, são potencial-
dança da própria opinião sd reduziÍá eÍicazmente a dissonância, mcnte suscetíveis dc rcduzit a dissonâncir, é lícito espetar vê,los
é dàro, si não houvet muitas p€ssoâs quê já concoÍdam com â todos intcnsificados na medida em que aumenia a mâgnitud€
t66 TEoRrÁ DÀ DrssoNÂNcrÀ CocNrrrv^ O PÁPEL Do ÁPoro Socl^Lr TEoRr 167
da dlssonância. Âssim, quando â mâgnitude da diÍerença de rou'se a pedii-lhes que escrev€ssem suas interpretâçõ€s dos
opinião aumenta, quando a relevância dâ opiflião do grupo '
aumenta, quândo â atmção e{ercida pelo gnpo recrudesce e O grau em que a opÍnião de cada sujeiro mudou em res-
quando a quantidade de outros elementos cognitivos consonan- lúsla à discussáo Íoi medida pe)o exame da extensão em que â
tes com a opidão declinâ, deverão observar-se mâiores tendências i,r.r segunda inrerpreraçào diferia da primeha na dúerào da
para mudar a própria opinião €m respostâ à discodânciâ, maior interpretação do seu parceito. Os dados mostlam que o número
esforço no sentido de influenciar aqueles que discordam ( sobre- médio de tais mudanças na opinião de uma pessoa, na direção de
tudo os que mânifestârem a maior discordância) e maiot pro' rproximi Ia da opiniáo do seu parceiro, Íoi maiot nos grupos
pensão pârâ considerar não'compâráveis os que discordam de Je elevada artaçâo do que nos de baüa arraçào. Por outras
nós. Em resumo, voltando uma vez mais à teoria básica, a palavras, na medidâ em que a magnitude da dissonância criada
pressão parâ reduzir a dissonância será uma Íunção da magni' pela discordância âumentou (potque â pessoa que exptessavâ â
tude da dissonância. discordància, ou o Brupo em que es.â se manifeíava. erâ mâis
orrrenLet, reejstravi-se maior mudança de opinião no sentido
Tudo o que foi âcimâ exposto consritui apenas uma reíor- de rcduzir essa dissonância.
mulação da teoria previâmente publicada, cujas derivações Íotam
bem substanciadas por pesquisas €xperimentâis, Recapitulemos Mediante uma cuidadosa observação da discussão entre os
sLrcintâmente os resr:ltados desse trabalho experimental altes
dois sujeitos de cada grupo, Bâck tâmbém pMe obter nedidas
de passarmos a desenvolver novas implicações da teoria da disso-
do grau em que eles terrtalam inÍIuenciar-se mutüamente. Uma
vez mais, os dados mostraram que, quanro mâior a atrâção do
nância para os ptocessos de influência social.
grupo, maioi o grau em que os membros procuram influen-
Numerosos expcrimentos mostrâram que a magnirude da cirr.se muLuamenre. Por outras palavras. quarlo maior â mag'
dissonânciâ âfeta as mâniÍestações dâ pressão paÍa rcduzit a nitude da dissonância, mâis Íorte será â tentâtivâ de reduziÍ
dissonância na direção teoricâmente prevista. i.{â ptesença de essa dissonância mudando a opinião da pcssoa discordante,
desacordo num grdpo, o aumento de atração dos membtos Um €xperimerto realizado por mim próprio e vátios cola-
do grupo aumenta as tentâlivâs, por parte dos mcmbros, pam boradores (18) cormbotou essas corclusó€s de Back num con'
reduzir a dissonância ocasionada pelo desacotdo. Back (2) de' texto algo diferente. Empregamos nesse expedmenio grupos
fnohsrrou cxpcrimcntalmcntc que a tchdência da pessoa pata de seis ou sete pessoas. Também nesse caso Íizemos que alguns
mudar sua própria opinião e o grau em quc ela tenta influen- .los erupos fo*e. su-namente rlraenLes para os membros
ciar os outros aumentâm nâ proporção €m que â âtÍação dos or,.o. grupos foram insrruidos de um modo cal«dado
merbros do g.upo Lanbdm aumenra. Em seu experimento. "nqui,,ó
prra rornor o gÍupo menos arràenLe. A discussão nesses grupos,
Back l:dou com síupos Lompoíos de duas pessoas que jamais ãm torno de opiniões sobre um üúgio e$tre oPerátio§ e gerênciâ,
se tinham visto antes. Em metade dos seus grupos, cada suieito foi inteiramenie eÍetuada por escdto Obteve'se dessa Íorma
recebcu instruçócs que o orientavâm no sentido dê tornar o um registro completo de quem escreveu a quem e sobre o que
grupo e o outro membro do gtupo muito attaentes pata eles. A percepção de ãiscordância no gruFo isto é, a percepção de
Nos ouúos grupos, as insttuções eram orientadas de modo a c.,da pei,oa sobre quantos discordavam - dela e até que ponto
tornarem o Srupo m€nos âÚâente pâra o membro. Em tudo *inbern Íoi con.iolada em todos os grupos mediante a fal'
o mais, o procedrmento era idêntico para todos os grupos. -sificação do "levântâmento de opiniões" que foi entregue a
Ântes de serem reunidos, âpresentou-se individualmente a cada cada sujeito e que pret€nsamente o in{orrnava do que cada uma
um dos dois sujeitos umâ série de quadros Íisurâtivos. Foi das ouras pessóas ão grupo pensava sobre o assunto. Os resul'
pedido a cada um que escrevesse umâ intetFretação desses quâ- tados mosraram que nos g pos de elevada atração havia mais
dros. Os dois sujeitos Íoram então teunidos e permitiu.se-lhes rnudança de opiniào própria do que nos grupo" de baüa atraçào.
que discutissem o assunto todo o tempo que deseiasscm Quan' O' dados tambem mostrârÀm que o. sujeiros nos grupos de âlLâ
do terminatam â discussão, íoram novamente sepatados e vol' ârríção escreveram mak palavras para tenlÊt inÍluenciâr aqueles
168 TÉoRIÁ DÂ DlssoNÂNcr^ CocNrÍtv^ O PÁPEL Do Aporo SocrÁL: TEoRr^ 1(i9
que_ discorcláram do que os sujêitos comparávêis nos grupos isso ocorreu dependia da mâgnitude dâ dissonância ctiada por
de baixa attação. tssa discordância.
Schachrer {46, relotou um expetimenro que se inletessou No mesmo €xpetimento, Schachter também vâtiou a rcle-
pÍirnordialmente pelâ ÍeduÉo de dissonância mediânte a de- viincia que a questão tinha pâra o grupo. Álguns dos grupos,
preciação daqueles que expressam discordâocia. Grupos de
romo se disse âcimí, reunitâm-se a Íim de discutir a delin"
sujeilos Íorâm reunidos o.rensivamenre p â Â primúa assem- qiiência juvenil. Outros gtupos, entÍerantoJ rcunirâm-se com
bléia de um chrbe inreresado nos problemas de delioqüênciâ Lrrnr {inalidade inteirâmente diversa, mas Íoilhes pedido, como
juvenil. fez.se que meLrde desses clube. parecesse müro armen!ê rrrn trvor especial ao experimenLador, que dixurilsem "apenas
pâfâ os membros, enquanto â outÍa metáde, €m tudo o Ínais ,k\,.r vez o caso do deÍinqüente iuvenil. Is<o nào voharia a
ttatâda identicâmente, Iez-se parecer múlo menos âttaenre, scrJhes pedido, gârânriu o €xperimentâdor. Quâtrro ao mais,
quer em termos de suas expectativas sobre o agmdo que os (\es grupos Íoram rrarados exalamenre dã mesma maneira que
outros membtos do grupo Ihes hereceriâm, quer em função os demais. Os resultados mostram que, quando a questã; é
do gtau de atação que âs âtividâdes do clube teriam para eles. lrrgamente irreJevanre pa!â o grupo e, poÍ conseguinre. a mag-
Na sua pdmeirâ reuniãoj pediu,se-lhes que discutissem o caso de nitude da dissonância oiada pela expressão de discordância é
urn delinqüente juvenil, o qual Íoi escrito de modo que rodos menor, existe menos rejeição do dissidente contumaz.
os sujeitos se inclinassem a seotir que esse delinqüenre precj.
sava de amor e compreensão. Em cada clube havia Lrês mem. Também existem dados ptovenientes de tabalhos experi-
bros que, sem os suienos o sâberem, €ram parricjpanres pagos. mentâis que mostram llueJ quanto maior o número de elemen-
Esses três apareciam em câdâ gupo e o seu comportamehto crâ tos cognitivos existentes em consonânciâ com umâ opinião,
padtolrizado em todos os grupos. Um deles expressava semprc menor é a magnirude da dissonància rotal inrroduzida pelo co-
üma opinião concordânte com as dos sujeitos; outio corDeçêva úecimenro de que ourra pesrc., discorda. Hoúbaum (26),
sempre por €xpor â opinião de que ess€ delinqüente, descrito no por aremplo, efetuou um expeÍimenro em que metade dos
caso em deb:te, meÍeciâ umâ selera puÍIi(ão, mrs. à medida que sujeitos nesses grupos receberam provas antecipadas de qr:e
â discussão se desenrolava. mudava de idéias e âcrbavá por suas opiniões sobre certas espécies de questóes tendiam a
concordâr com os sujeiaos; o terc€iro participant€ pâgo sustcÍttou ser válidas. Quando se defrohiaram, mais tarde, com a discor-
sisremarkaoente a opiniào discordante de que a punição era â dânc'a de outras pesroàs sobre essa espécie dc quesrão, mosúa-
melhor coisà. Lsses papéis Íoram revczados enrre os paticipân- Irm consideraveimenre menos mudança de opinião do que aqueles
tes pagos, de modo a anulat quaisquer diferenças sistcmáticas suieiros que nlo rcceberam essrs provas rnrecip.rdas. O mesmo
de personâlidâde €nÚe eles. ,'Íciro foi enconrrudo, de umÀ Íoimà aleo dúÊrenLe, no experi-
As principais medidas obtidas relacionatam-se com o grau nento antetiomente mencionado de minha autoria e de meus
€m qüe, no Íinal da discussão, os sujeitos indicaram depteciar colaboradores (18). Nesse .'rperimenro, âqueles que sâbiâm
essas Lrés pessoâs e preÍerir que elas não conlinuassem col]ro haver outros no grupo que concordavam com el€s Íoram consi
rrembros do drbe. rn nenhuma dess,rs condições houve qual- deravelmente nenos afetados pela discordância do que aqueles
quer provâ que cvidenciasse a depreci.rçào ou Íejeição da pessoa sujeitos que pensâvâm estar todos os demais em desacordo com
que concordavà sempre com o grupo. nem daquela que come- suâs opiniões. Esse ponto parece tão óbvio, entreranto, que
pouco se ganharí em documentá-lo rnais detalhadamente.
çou pot discotdarr mâs âcabou concordândo. Mas houve provas
câbais de depr€ciação ê rejeição dâ pessoâ que discordou siste, As provas re'rante. â sereÍn ,q. i rec.rpirulada' Llizem res-
maticâmente. O que é mais, o grâu em que o dissidente con- peito à reláç:o enrre â exrremidrde de dico"dància que é erpres
tumâz foi rejeitâdo erâ mâior nos grupos de elevada aÚação sa e a magnitude da dissonânciâ criadâ por essâ discordância. Os
do que nos de baixa anação. Por ourras pal:vra., houve proras experimenios relâtádos por mim e Thibaut (20) e por Gerard
de que a reduçâo de dissoúncia Íoi renradr arrarés dr Íejeição dâ (21) indicam que a magnitude da dissonânciâ € âs mânifesta-
pessoâ que expressou discordância e de que a medida em que çÁes da pre\io rar.r reJuzi-la proporção em qLre
170 TEoRr DÁ DrssoNÂNclÁ C,ocNITrvÁ O PAPEL Do ÁPoro SoctÁL: TEoRrÁ t7t
a extrcrnidâde de discordância aumenta. Em âmbos esses exp€- r.rr.,e que ela Íale sobre sua recente comprÀ a ourras pessoas de
rimentos, pediu-se a grupos de sujeitos que discutissem uma srr.r..rclaçóes. Se conhecer alguem que pos(ui um carro idénrico,
questáo escolhidâ de modo a produzir umâ yâstâ gâmâ de opi- poder'se-á esperar, sem dúvida, que ela inforne essâ pessoa sobÍe
niões iniciais em caCa grupo. As discussões desenrolaram'se :,rJ,omprr. po. conÍiaria em obLer un'a cognição.onsonânle
por meio de notas escritas de uns suieitos pata outros, de Íorma .oÍn a 'ua prdpria decjsáo. Poderá àré âlimeúLâr â esperaÍ,ça
que os dados sobre quem tentava influenciar a quem pudessem <lc obter a concordância de donos de carros de outras rnarcas
ser Íricil e idonermenre obriJos. Amboc os experimenros mos- prra o efeito de que a sua compra foi boa. Contudo, se algurn
trarâm que a grande maioria das comunicaçôes tentando inÍluen' <le seus amigos resolver explicar quê o cârrô recém-comprâdo
ciar ouÚos a mudar de opinião dirigiu+e àqueles que discor- pcla pessoa é apenas softível, podemos esperar que daÍ resulte
davam mais extremamente do comunicâdor. Por outras palavras, considerável discussão persuasiva.
âs rentâtivas parâ rêduzir a dissonância pela mudânçâ de opiniões Como já sugerimos no último patágtafo, a1ém de deter.
daqueles que discordavam Íotam mais Íortes e insistentes minrt o conteúdo dos processos de comunicação e inÍluência
na direção daquelas discordâncias que criavâm o máximo de cltre F€ssoâs! isto é, que tópicos serão debatidos, a existência
d sonância. da dissorância também afetará â chreção da comunicâção, isto
Retornemos agora c umr anilise mai. miruciosa das impÜ' é, com quem uma pessoa Írla. Se, exceto no que se reÍere à
caiões da dis'onán.ia para os proceso, de inÍluência e comu- dissonância produzida poÍ discordâncii de outos, a maioria
nicação social. .A tcoria enunciada âté âqui, neste câpítulo, dâs cogr ções relevantes para uma certâ opinião é consonante
ocupou se do processo social que se desentola num esÍorço para com essa opinião, â comunicâção e tentâtivâ de influêrcia por
reduzir a dissônância inttoduzidâ petâ exprcssão âbettâ de dis- parte de uma pessoâ exerceÍ se-ão principalmente através da
cordância num gtupo. Também podemos cxaminar, enttetanto, mudança de opiniões daqueles que €xpiessatâm seu desacordo.
como reage pe*oo com dissonânciâ cognitiva, suscitada AIém disso, essas rentâtivâs de influêncir serão dirigidas, sobre-
fora do grupo"m"
social, se Íor exposta â um processo de inÍluência tudo, para aquelas p€soâs, dentro de um grupo, que mais dis-
dentro do gr"po. Patece evidente que um sr.uPo social é um cordarem, visto que essâs mâiores discordânciâs coüespondem
rec:rso porÀncial parn c reduçào Je dis'onáncia, seia qual Íot o a grandes dissonâncias nâ cognição dâ pessoa. Contudo, se já
modo e onde a dissonjr.ia .,rrgir-r. Ao obrer âpoio social pârâ exisre con.iderirel di.sonáncia enrrc â. cogniçõêr corespon-
alguma opinião, a pessoa adquire assim novos elementos cogni- dentes a alguma opinião e muitos elementos cognitivos etisten-
tivos quc são consonântes com essâ opinião e reduz, portanto, tes, â direção em que a infhência é exercida scrá menos simples.
â mâgnitude totrl da dissonância. Por um lado, âs dissonânciâs produzidas pela expressão âbettâ
Espera-se, por conseguinte, que a pessoâ, se t€m apÍeciável de discordância de outrem podem ser rcduzidas pela tentâtiva de
disso"áncÍa en re doi' grupo( de elcmenros cogni, vos, inicie influenciar os dlscordantes; Írrâs, por outro lado, a dissonância
processos de influência e comunicação com outras Pessoas, numa cognitiva já existente poderá ter sua mag.itude reduzida pelâ
ientativa para rcduzir essa dissonância. Talvez tent€ obter o comunica(áo daqueles que j{i concordâm com a opinião em
conhecimcnro de que ourro. concordam com a sud op:nião, ,ausa, adi.ionandore a-im mai. elemenLos cosnitivos consonan-
assim adicionando novos elementos cognitivos consonantes aos tes com â opinião. Nesse caso, seda de esperar que, Dão levando
que já possui. Poclerá conseguit isso, quer dcscobrindo outms em contâ a disso.âociâ introduzidr pela exprexão de discordânciÀ
ú.sor. q,c,i corcordam, qrrer inÍluenc:ando ourr.:s para leviJas num gtupo, quando as cognições que importam são âmplamentê
a concordar. De qualquer modo. a exisrên,ia de dk'onántia em consonantes, â comunicâção (tentativa de inlluência) se dirigisse
pessoas seria uma das determinantes do gêncro de questões e principalmente aos que discordam da pessor. Mas quando
tópicos que podem scr vertilados nas interaçõcs sociah e que, existe con:iderivcl di,sonáncia enne is .ognições que impor-
portaoto, se convertem em questõcs relevantes pâÍa os gruPos. tâm, regGrar-se-ão tcndências para comunicâr com os que já
Por exemplo, se umâ pessoa comprcu recentemente um concordam com a opinião que â pessoa sustentâ e, sobtetudo,
novo carro e êrrr **1 dlssonância pos-decisão, é de espe- para ouvir essas vozes concordântes.
"
172 TEoRr^ DÀ DrssoNÂNcr CocNlTrv^ O PÀPEL Do APoIo SocrÀL: TEoRIA 171
Qr:ando ocote umâ situação em que existe dissoDância idênticâ rssas pessoâs haverá, portanto, uma dissonância entrc o seu
num grande númco de pessoas, é possível observar Íenômenos conhecimento do que aconteceu no plâno econômico e suâs opi'
dc massamuito surpreendentes e cutiosos. incs 5obre â câpacidade e a orientaçào polirica do parrido ora no
_ Excminemos primeiro as esDécie, de circuníár(ias que Iudcr. Outro exemplo pode ser dado na área da reljgião Havia
darão origem à dissonáncia cognirivà idêntica prru muirâs pes- i, c'cnçr eeneralizaáa die que, por exemplo, o âno 1000 D.C
soâs. Passrremos enrão â ânâlis.rr ;s man,Íe,tações que po.iam irnplantâriâ o tão espe&do milênio. O Íim desse ano sem
ser observadas em resultado dâ pressão pâra reduzir lssa dGso, ,rcóntecimentos dignoi de nota deve ter acattetado considetável
nância e da circunstância especial de ser Íácil de obter o apoio c uniforme dissoúnciâ nâs cogdções daquelas pessoas que
social para a redução dessa pa iculâr dissonânciâ. nli»entavam a crença. Também nesse tipo de situâção, com
rrrn srande número de pessoas que se âsso(iavam mutuamente
Pode ocorrer, por vezes, um evento de natureza tão con-
vincenLe que su.cire uma rerção ou condura quase idénrica em
. soÍri.rm em dis.onáncia cognitiva o apoio
social para mgnições consonântes seria muito Íácil de obter.
todâs ,s pessoâs p. â quem o evenlo é impoflanre. Áo mesmo
Ánres ãe passãrmos a analisar as manifestâçóes algo típicas de
tempo, pode existir em muitas pessoâs umâ cognição dissonante
l)rcssão pârâ reduzir a dissonância em tâis ciÍcunstâncias, vâmos
com as cognições corespondeites à reação delas âo evento con, il"'.."r.i o"tro tipo de situação que pode produzit, ocasional-
vincente. Se lal circunstánciá ocorrer, haverâ, nesse (aso, um rrrcrte, uma generalizada e uniÍorme dissonância cognitivá.
grande número de pessoas cuja dissonânciâ cognitiva é quase
exatamente â mesma. Os desastres ou a ameaça de desasÚes Grupos e oÍgânizâções empenham-se, por v€zes, rüm certo
Daturais, por exemplo, podem suscirâr reações uniformes. Â curso de ação. Na época em que a ação é empreendida, a
tÍtulo ilustmtivo, a ameaça de graves inundações pode levar rnriorid dâs pessors no grupo ou orgâniza(ào possui, indubi-
toda uma comunidade a evacuar seus lares. Todas esias pessoas r.rvclmenre, cogniçoes que sào, é claro. consonrntes com essa
telão cognições semelhantes que comcspondem aos rrânsrornos !ç,io. Des€nvolvimetto" frt,.o", q"" ocorem quer independen-
so{ridos em virtude dessâ ação. Tais cogniçóes serão dissonântes r(D)cnre ou em conreqüênciâ dâ a«áo, poderào eerdr enrão novas
com a conduta de abandono dos lares; e essa dissonância estará cognições que são dissonantes do coúecimento de que a âção
present€ na cogÍ]ição de todas ou da maioria das pessoas. Sejam Í,,iempteeÀdida e prossegle. Em tâis citcunstâncias, pata todos
quais forem os mecânismos desenvolvidos e r,údos oor .*,s rn a Ãaioria dos membtos do gtupo haverá dissonâncias seme-
pescoâ! pdrâ reduzir a di*onància. o mais provdvel e {ue rodos lhrntes. Nesse caso, evidentemente, â dissonânciâ ünÍome
eles seiam iguâlmente srrisÍarórios para a maioria e, porranro,
r.rlvcz nâo sejr generalizada no senLido de que uma grande
,l,mnridade de pessoas tenha â mesmà di,sonáncii Ma. pode
â tertâtivâ de redução da dissonância obterá facilmente âpoio ,rcontecer, de Íato, que uma vâsta propordo das pessoas que
social. Poderão, por exemplo, umas às outrai de
que â âmeâçâ de inundação é iminente e será catasuófica, ou rm indivíduo conhece teúa a mesma dissonância cognitiva que
clc próprio possui. Por exemplo, um grupo de vinte ou ttintâ
tâlvez tentem persuadir*e mutuamente de que os incômodos
irmillai cornpra um lote de terreno com a Íinalidade de cons-
são, na realidade, uma deliciosa aventura.
truir nele mõradias e estabelecer uma comunidade cooperativa.
_ A disson:ncia uniÍorme num grrnde número de pessoas No decurso dessa realizacâo. oodem .ureir numerosos iLens de
pode ser também crjada se uma i-formrçáo inegjvel t indis. i,,Íormâção que p'odr,.. uoiu cogni(:ã dissonanr€ do conhe-
cutíve) for apresenrada em dis<onánci; Ílagiante.om uma crença cimento de que io.p."."rn o tefferc € continuârão dândo se-
oü opinião que era suqrenrada por rodas. Por excmplo, muitas
pe<soâs poderiâm e,tar prolurdamenre convencidas de que, se
luimenro à inkiaLiva. O custo de levar aré ao ,erreno os serviços
l,Íricos de urilidade públjca água, luz, ergolos. rrânsportes
o parrido politico da opbsiçao ganhasse umx dererminad; elei- ctc. - o custo dos materiais de cons_
pode seÍ müito elevado,
ção, a ruina econômica âbâter-se-ia sobre o país. O partido da rLuç;o- tãlvez erceda as expectativas, as condições das vias de
oposição ganhou a eleição e não só o caos econômico não sobre- accsso, que nuncâ tinham sido consideradas, podem subitamente
veio como â economia do país prosperou ainda mais. Para oDresent;r-se como um problema sétio. Em tais circunstâncias,
116 TEoRrÁ D^ DrssoNÂNcrÁ CocNrrrv O Pappr- »o ÁPoro SocrÂL: TÉoRtA 177
quâDdo âs pessoas estão compmmetidâs no prosseguimento dâ necessário que um número suficiente de ouvintes do boato
âção, no sentido de que seria impossível ou muito diÍícil mudat também se sinta impelido â contá-lo a outros. Ássim, para qüe
de conduta, a ptessão par reduzir â dissonância será dirigida, o boato se generâlize, é evidente que um gtâsde número de
principâlmente, no sentido de nudâr as cognições que são disso' pessoa§, em contato diieto ou indireto umas com âs outlâs,
nanies com a ação e de âdquiir novâs cogÍrições consonantes deve enconttar-se êm circunstâncias semelhantes; isto é, elas
com a ação. E, umâ v€z mâis, como todas ou â grânde mâiotia devem ser identicamente aletadas pelo item de informâção, no
das pessoas no srupo têm â mesma dissonância, não será difícil que tânge a ftâÍrsmiti-lo a terceiros.
de obter apoio social para a tentativâ de redução dâ dissonância. Nâo pretendemos sugedr que â lrida circuDstância ertr que
Á discussão âcimâ dos tipos de situâções em qüe existe e os boâtos laÍgâmente dissemi-
cssas condiç6€s serão sátisfeitâs
dissonância cognitiva idênticâ pâra muitas pessoas, simultâneâ- nâdos é a êxistência de dissonância uniÍorme entre numerosas
mente, não ptetende esgotâr todas as possibilidades para esse pessoas. Com efeito, é indubitável a existência de outros Íatores
gênero de ocorrênciâ. A questão, porém, é que esse tipo de que podern câusar â vastâ generalização de boatos como, pot
coisa está Ionge de ser râro, emborâ talvez seja infteqüente. Em .remplo, a inceneza sobre o Íururo entre pessoas que estão em
tâis circunstân€ias, todos os mecanismos de redução de disso" circunstâlcias semelhantes. A nossa linalidade, entretânto, con-
nânciâ que já exâminâmos entrarão em jogo, é clâro. O nosso siste em demonstat que a existência de dissonância uniforme
interesse particular pot essâs circunstânciâs decorre do Íato c é ana ciÍ.c]'tÍ\srànc1^ que originará boalos e sua
generalizada
de, sob tais condiSes especiais, ocorrer um certo número de víía diurlgação; e que, além disso, quando os boaros surgem
maniÍestações para reduzir a dissonâDcia que só se veÍificâm c se espâlhám numâ tenlâtiva de reduzir â dissooância, podemos
nesse tipo de situação e em nenhuma outra. Essas mâniÍestâções prevet certas coGâs sobre a naturezâ e o cont€údo dos boâtos,
são usuâlmente denominadas Íenômenos de massa. As conside- Examinemos isso üm pouco tnais minuciosâmente. Imagl-
raÉes que se seguem tentârão mosúar que esses Íenômenos de ne-sê que uma inÍormação inegável veio incidir sobre a cognição
mrssa n;o são diÍerente", em nível .oncepnrrl. das ourrr. mani- dc muitas pessoas, criândo dissonância em todas elas entre os
ÍesLâções de prcss;o para reduzir a dt.onáncir que ji ân,rli.âmos clcmentos corespondentes a essâ informação e alguma opinião
ântes. Á diÍererca aqui cohsiste em que, sendo o apoio social ou üençâ que essâs pessoâs sustentâvam. se a opinião ou
tão fácil de ohter, a magnitude e o âmbito dos efeitos subse- crençâ não Íor Eurto resGtente à mualançâ, podetá simplesmente
qüentes são, por vezes, â1támente espetâculares. scr descartadâ â Íâvor de uma opinião ou crença diferente, assim
se eliminando a dissonância. Mâs se, por umâ ou outra mzão,
A Oconência íle Boatos Gexetulízados houver forte resistência à mudanç? de opinião ou ffençâ, então
teremos duas mâneirâs em que a dissonância pode set teduzidâ.
Á palavra "boato" (ou "rumor") é usualmente usâalâ em As pessoas ralvez tenrem mud r os elementos cognitivos corres-
ligâção com it€ns de inÍomâçâo tránsmitidos verbalmente de pondentes à nova inÍotmação (errr essênciâ, negandolhe valida-
pessoâ a pessoâ. Com freqüência, a pâlâvrâ tem â conotação dc) ou poderão tentâr adquirir cognições ádicionâis em conso-
de que a informação assim transmitida é Íalsa. Contudo, a nânciâ com â opinião ou crença em questão, Quâlquet tentâtiva
verdade ou Íalsidade do item de informação não nos inieressará cm umâ ou outrâ dêssás direções que se antolhe razoâvelment€
aqui. O que se reveste de interesse são as condições que um satisÍâtóriâ, durântê as discussões entte pessoas com â mesmâ
iLem de inÍormação ou um boaro deve preenrher pârâ que se dissonância, encontratá apoio social. Esse apoio social habili-
erpnll.e e rorne generalizado. Álgrmas dessàs cor.li(ôcs pâre(em rrrá a nová cognição. consonante com â crençâ ou opinião. â
claras e óbvias. Uma vez que o irem de iníormnç)o erkra na sêÍ âceitâ pelâs pessoâs, reduzindo assim a dissonância. O
cogr\ão de a)guém (oconendo. ralvez, em muiras persoas ao conteúdo dessâs cognições, transmitido dessa maneira, poderá
mesmo tempo), tem de havü algo qüe impelirá essâ pessoâ espalhat-se muito Íacilrnente e adquitit a apatência de um boato
a contá'lo â outfem ou a ,nuitas outras pessoâs. Para qüe o amplamente acêito.
boato continue a espalh*-se to.o.-r" i.n.."tiruao, f àiodu
"
178 TÊoBr^ DÁ DrssoNÂNclÀ CoGNITIVÁ O PÀPEL Do APoIo SocrÁL: TtroRr 179
mutuamente consonantes. Das 266 pessoas que Íoram entre- llLrvrnr o uso da Íorça ou advogavam â cooperâção internacionâl
vistadas, apenas 59 §ustentavam iniciâlrnente opiniões disso- ,,,,,x) o meio msis eficaz de impedir a guetra. Também obteve
nantes. Do mesmo modo, tal como esperado, veriÍicou-se muito ,l,r,l,rs «rbrc as mnvicções politicas gerais das pessoas entrevista"
pouca mudança dê opiniào enrre aquelas pessoas cujas opiniões ,lLu, t,rl como se refletiam, principâlmente, no âpoio que dessem
iniciais etam mutuâment€ consonantes. Som€nte cercâ de ,% lo,iõ ío Partido Progres<kra. ao Deínocrata ou ao Repu-
dessas pessoas mudaram de opidão a respeito de !íillkie ou de
",,
r,l',.,rô O autor demon.rrou que a idcologia política liberal
Íiliação política durante o peÍíodo de dois meses que transcotreu .rr .onsonantc com o fâvorecimento dâ cooperação pacífica em
entre as duas entrevistas. ,r,isrõcs intemâcionais, no sentido de que esses dois conjunros
,l( opiniões ercontrârâm,se geralmente reunidos. Do mesmo
QUADRO 22 rrrrh, uma ideologia política conservadota maniÍesravâ-se em
MUDANç^S DE optNúo DE A.oRno coM DtssoN^Ncn I!üct^L rnriulto com o favorecimento do uso da força em questões
^ lrrtclnacionais. Esse mesmo julgâmento â respeito da conso-
Opiniõês ná % dê Mudànra de Álsúmâ ríncia entre opiniões pode ser igualmente estabelecido na 6ase
Prifteira EntFhrã Opinino na Sesúnda ,l' contcúdo explícito das coisas advogadas pelos tês pârtidos
r"J'ri"os en' Íq48. BLu pxs(ou cn,ão a denonstrar que as
: 135)
Republicânos pró-'Willlic (N 4.4 I rlrlrlr. de oprni:o o.orrida" durante o peíodo de dois anos
inichr riur.r'r lu.rr. de Í3ro. nr direç:o da redução de dissonância.
Democrata côntn Wjllkic (N: ?2) 56 lcônsnân.ia
Âssim, cm suas própriâs pâlavrâs,
Republicanos côht.a Willlie (N = 35) 34,3 1.. - ...
Democrard p.ó-Willkie (N: 24) distribüieãô dos es.ôrcs na oricnrãqão shrê questõ€s intêr-
^ nãô ÉAnrron prari.amênlê nudânça àlgxma entrc 1950
nr.n,nais
. 1952. E$a similaridâdê- ênt.etàrto, esconde mudançâs .ofr-
Em conuâpartida, houve um número muito grande de pes Fnsitórias €m dirêçõês opôstas. Um quinto dês*s 944 estü,
soâs que, defendendo no início opiniões que erâm mutuamente daDlcs nn'dou pâra lma disposição nais coope.âtiva. quãr
dÍssonantes, mudatam de opinião durânte o pedodo de dois onhos lânlôs (l8ri,) lornarâm-* mâis prôlensôs ao uso dâ força.
neses: 14% no caso de republicanos contrâ WillLie e ,0% no r-'...r.m" d,'F i rê\êlà !ru frcp.n\ão no sen-
ri,l- d,,ô^.in,i.. r'm."da.\r'"Í: o!ôÍia lolí:.a prcs-si*a a..o-
caso de democrâtâs a favor de Villkie. Todas as pessoas com . .. 1 , à ôôp.rf ifd, .omo Íoi dêmor.t'.dô. ,"(á, . como
opini6€s inicialmente dissonantes que mudaram de opinião Íize- ".'",,,1\_o
nnã o.ientasão p.râ o recurso à tô.çâ ê.a incomratível .ôú â
ram-no na dire$o de reduzir a dissonância. Houve 24 pessoas nl.ôlôsia proqresistâ, os esrtrd.nrês que endosàvm pegrâhú
-forcãdos
nessa situâção. Duas delas mudaram de filiâção pártidáriâ pârâ rrlíticos mnitô p.osrcssi(âs wiúm{c a tó.n;He" .adâ
\T7 nan lâvorá\'cis à .oopê.âção internâcionât. Entrs os ãdêptôs
colocála em harmonia com â votâção em seu candidato preÍe- dô ter..iro pâ.ridô que, cn 1950, hão dêÍendiam a coopeáção
rido e outrâs 22 muc{aram a pteferência pelo candidato para
'a:.ion1l. 47r. avrn\ou nâr/ umn ori"nra(ãô r::" ,oop"i-
inr,
hatmonizá-la com a sua filiação política. Não causa surpresa, F','pn ' o""§po. dF- e\ d" Jcro., ,rà\ F r.publi-
é claro, que as cognições Íespeirantes à filiâção políricâ fosseÍn ,J'ô.. nn,nJr 21': " 3)4. É..- ln?menF, .e d".o.rna ns,á
rirc(io lFlq. 209-2lOr
mâis resistentes à mudança que as cogniSes refetentês à pre-
ferência por um candidato. Evidencia+e, uma vez mais, que as mudanças de opinião
Ouro exemplo do nesmo tipo de rnudançâ de opinião pode ,t,r'n.orren coq o nas.ar do rempo tendem â .er n.r direçãô d,
ser tomado de üm estudo relatâdo por BIau (6). Esse estudo ,c,l'jçlo de di..onÂ-.ia. Bhu un-bém de.creveu o me.-no ripo
ocupou-se da< r,rudrrc,r. de oDiniáo numx âmosrrâ de 944 ,lc muclança de opinião na direção da "maior coerênciâ,,corrro
e.rud,rrres da Universidade Cornell que Íoram enrrevisrados na ouro conteúdo. Por exemplo, no período de dois anos, os
pdmâverâ dc 1950 ê, de novo, nâ primavera de 1952. Entre ,*t rJrnte. c"r.crvrdores mo(Údr.lm-sc propcn.os a aínsar"e
outras coi.aç, Blarr obteve dad+ sobrc , orienrá(ão a respeiro ,1, idci, de qrre o Governo murdial àrr sun,rmcnte impor-
de questões intetnacionais isto é, se os respondentes ãdvo- rrnte nâ prer'€nção da guerra, ao pâsso que a tendência dos
-
186 TEoRr^ DA DrssoNÂNcrA CocNrrrvÁ Aporo SocrAL: PRocEsso DE INFLUÊNCrÁ 187
estudantes liberâis foi para mudarem no sentido da crescente r,(ilo llllm o uso dâ lorçâ em questões internâcionâis, Blâu diz
âceitâção do Governo mundial. Nesse caso, as mudanças na
direção dâ redução da dissonânciâ ocorterâm com igual Íreqüên-
ciÂ, muito enbor. a tendência predominante nâ amostrâ, como úndan(as na oricntado a respêito de qnestôcs iíteina_
(n)naü^s taml,óm i.di.âm quc ôs estudáDlês integrados .m srupot
um toclo, fosse no senddo de discordar do Governo mundial. sir ilicativôs no seu .drrrr sãô mãis prcpentos do qúe os outrcs
Á demonsração de que as mudanças de opinião que ocot- ,L ,trtrdrr ras opiniões. Pôr cxcmplo, os memhms dc asociações
,qudân1is tinhanr mais probâbilidade de mudâr de ôrie.tação,
rem no decorter do tempo tendem a reduzir a dissonâocia não indepenÍle.têm.nlc dâ dncção desâ Dudança, do que o§ êstu_
é, contudo, suÍiciente- O ponto principâl a focalizar é o se- nr»tcs indcpendentx (pás. 2l1).
suinte: â obtenÇão da coxcoúância por paúe de artuos é \m
das principais mrneiras em que essâ redução de dissonância Il iin.lâ, corn respeito às mudanças de atitude sobre o Go'
pode ser consegu a. Em ambos os conjuntos de dados acima rrmo mundinl, uma conclusão scmelhante foi descrita por Blau:
é plausível supor, evidentemcntc, que as pessoas, durante o
período de tempo que ncdiou cntre as duas entrevistas, dis- Um r.rp dos csiudantes qnc alin..ram ter dil;culdâde €rn
cutiram essâs questõcs côm outrâs pessoâs à sua volta. Assim, Ix?.r :,nigôs nudâram .on â tendência sêral âdversa ao Covemo
podemos admitir que alguém que eta democrata e considemva nn,ndirl, . .ontmstc com qn.sê ncrade (48%) dôs quc acha'
nnr Iácil l.z.r .migos...
\íillkie o melhor dos dois candidatos existentes tentâriâ, a Íim Existem algun,ar prô!âs. cnfttant,ri quê sugcrcm estar ,dal'
de reduzir essa dissonância, persurdir*e de que talvez \íillkie q,., rnudança dc opinião, seja contrâ ou a Íârôr dã i.ndôncia
não {osse tão bom assjm. Se pudesse encontrar outras pessoâs gcrrl, rcltuionâd, .ô,n a intcsÉsao do cstud le ,a cômunidâd.
que lhe dissessem não set \flillkie, afinal de contas, um sr.rjeito n.ada,nica. Ás diicrenças cncontrad.s loram lequenar, md
muito hábit ou qr-re \íillkie possuía certas câracterísticâs inde- rcr.l.n, úm padrão coerentc, , . (páe. 2l I ),
sejáveh, exa pessoa estaria apta a mudar de opjnião â respeito
de \íillkie. Por conseguinte, é 11'cito concluir que uma das Em tesumo, os dâdos corrobcram as expectâtivâs teóricas.
pdncipâis determinântes dâ ocorrênciâ de mudançâ de opinião l'dri ambâs ess.s áreas de opinião, as mudanças que ocorrerâm
no sentido ou não da redução de dissonância é a acessibilidade cr,rm, principalmente, na direção da redução de dissonânci.;
de ouuas pessoas que possam dar apoio à novr e consonante i ,\ pe(soc\ que rinham rri" conlrro) sociat eum maiq su,ce-
opinião. riveis de mudâr de opinião.
O estudo de Blau apresentou alguns dados importântes pârâ Embora os dados exâminados âté âgora, neste câpítulo,
esse ponto de vista. Ele comparou a mudança de opinião entre scian compatíveis com âs cxpectârivâs teóricâs, Íicou pot con-
os que tinhâm poucos contatos sociâis com a mudança de trolar umr variável particularmente importante que deixa âquém
opinião enire os que tiDham muitos contatos sociais. É certa- clo que seria desejável o graLr de coníirmrção da teoria da disso'
menre óbvio q,re. \e umâ pc$or rem poucos contatos soc'ais, nância. Especificâmente, nos estudos que forâm descrjtos, não
serJhe-á correspondentemente ma;s difícil encontiar outrâs que há controle nem qualquer medida do montânte de influência,
concotdem com as coisas em qrre el:r quer aoeditar. Uma pessoa , r direção Je»r i:,Ílu;nc:i cxcrcid., ."brc pes,oas q're mudam
com numerosos contatos sociais cstârá aptâ â enconthr ouÚas ,lc ofiniiô lo- cr"mplo, .un.iJcrrdo o' drdo' 'obte mudan-
mais Íacilmente, deverá ser mais capaz cle mudar amiúde de çrs di opinião aqueles cujas filiâções po!íticns erm disso-
n"nter .o. tu", "ntrc
âtjtudes em relrção â \íillkie, poderíâmos
opinião, de forma a reduzir a dissonâncir exislente. Com efeito,
Blau apurou que aqueles estudantes quc tinhrm dificuldade oferecer uma explicação alternâtiva para os resultados obtidos
em Íazer amlgos e aqueles que não eram mcmbros de grupos Poder+e-ia plauiiveltrente sustentât que os republicanos se
existentes no canpus nudaran srrs opiniões com o tempo me' rssociam ptimordialmente com ouúos republicanos e os demo-
nos freqiientemente que os seus colegas pcttencentes a grupos r.rtas com ouLros democrrtas. Scnclo irssim, cntão um republi-
do canprs or que fâziam ámisos sem maiores diíiculdades. Por .ino que sc opunh,r a \trillt;e cstarin principalmente exposto a
exemplo, no q re se rcÍ"re ; orieiração cooperariva urrsas orien. opiniões pró-\íillkie, visto scrcm âs que prcponderavâm enire
188 TEoRrÁ DÂ DIssoNÁNcI^ CoGNrrIvA Aporo Socl^l: PRocEsso DE lNFLUÊNcr,\ 189
Ao lado de cada üm dos 2'l enunciados havia uma escala, rLrll ltrrpo, um sujeito indicrxe que, em suâ opinião, cadâ umâ
na oual o suieiro err .olicir.rdo . clasrÍi.rr.r probâbilidJde de ,lLr\ t,r'cmissâs era altamente provrível e, ao mesmo tempo,
a. "..",,, enun.iadu. .t',.r c.cJIâ L01.;rir em cÍnco r l,isse quc a conclusão que decorrir logicamente dessas premis,
"."":,a""1"
liúr. horizonrris rle cin.o poleeada', reprr.id:s d< nei: em ,,r cr,r altamente improvível, seria plauível concluirmos que,
meia pokg,da por umâ currr li"h ve,Iicrl. E'sr. l.r'hns verLi t,,r,r cssx pessoâ, existia dissonância cognitiva. Não desejo com
cais eitavàm mirrcadas, da direita parn a esquerda, pelos núme- r',,r' rlizer que â dissonância cxistc se a proLabilidade atribulda
ros 0, 10, 20..., 90, 100. Perrú do 0 esrcva e,crito "Extre- ,) .otrclusão não for exatamente igual ao produto das probnbili
midode muiro improv.Nel e prrro Jo 100 e5rdvd cscli-o 'E1' ,ltlcs indicadas para as duas pLemissas. Em primeiro lugar,
rremidade nuiro provâvel . foi pedido ros sujeiros qre rraçds-
rrrr»o logicrmente, a probabilidacle da conclusão poderá ser
sem uma linha de Lrrn lado ao outro da escalâ nâquele ponto que
!,,trrior âo produro das probabilidades das duas premissas
expressâsse â opinião de cada um sobre a probabilidade do t.klrc outiâs premissâs possíveis talvez impliqr:em também a
enunciado s€r verdadeito. lrrrrr conclusão. Tâmpouco desejo afirmar que cada pessoa
A segunda sessão teve lugar uma semana depois. Nessa rrllita sobre probabilidades com uma lógicâ prccisa. Contudo,
sessão. Íorarn enlleques a crdr 5uieilo qrâLro comünica(ôe' rl l,husivel afirmar o seguinte:
persua,ivas prra que r, le»cr. I+o Íoi imediaramcnLe seguido 1. Enre âquelas pessoâs pârâ quem a probabilidade enun-
por ourr; adminisu.,çào do que"rion rr:o que corsitia nos 24 , i(lr
dâ conclusão é tuaiat do qüe o produto das probabilidades
e rurc:ados irj de<riro.. Cadr uma drs <omunicaçóe' per'ua- rlis duas premissrs relacionaclas, hrverí algumrs quc Íêm disso-
sivrs dadas á ler aos suieitos consistiâ na rcsposta de um ficdcio rircir cognitiva, a qual poderá ser reduzida pelo aumento da
Dr. Hatold \lilson a umâ pcrgunrâ que lhe forâ diLigidâ durante l,robabilidade de uma das premissas. Ser afetado pela comuni-
umâ entÍevistâ à imprcnsa Pretensamcnte realizada por ocasião (r(iio persüasivâ reàaziia, portanto, â dissonânciâ nessas pessoâs.
de sua eleição pâra â presidênciâ da Associação Nacional de 2. Entre as pesso,rs pârâ as quris a protabilidade enun'
Àdministtâdorcs Universitários, uma orgaDização também ficti" ( ixdx dâ conclusão ó ,,caor do que o produto das probabilidades
ciâ. Cadâ comunicâção consistiâ n, perguntâ'!üilson.
do entrevistador rlrrs duas premissas relacionadas, haveLá elgumas que têm disso-
e nâ resposta de 150 â 200 prlavras do Dr. Em cada
rriincia cognitiva, a qual poderá ser reduzida pela diminuição da
*-, , i,.,e.",, reÍer'a+c direr.rner re ' uma d* oremi'sa' dos px,babilidade de uma drs premissrs. Ser rfetado pela apro-
oiro grupo. e .ada re.po,ta (on.i\rid num argumenlo urrlrreÍâl
de natuteza tazoável e plauívei. Á resPosiâ ârgumentâva em I'rirda cornunicâção persrasi'r. a nentdtia, portanto, â ahsso-
,,incjâ nessâs pessoâs.
Íavot da probabilidade d:r ocorrência do evento. ?ot outras
palavtas, na medida em que â comunicâção persuâsivâ €ra eficâz, É evidente, pois, que podemos, na base das respostâs ao
ã sujeito elevava â suâ clâssificação da probabilidade do evento t)rimeiro questionôio, idehtiÍicâr grupos de pessoas, algumas
reâlmente o€orrer.
rlrs quais tinham dÀsonância cognitivâ que podia ser reduzida
No roral, Íoram us.rda" oiro dc"1s .omunicâ(óe§ per'udri- ltcla mudança de opinião numâ direção, e algumas das quais
pr." câdâ srupo silosisticxmente relacionado, embora rinLam dissonância cognitiva suscetÍvel de ser reduzida pela
,a',
cada "." v;xe .peirs quaro de)r'. A' qurno que o suie:rc mudânçâ de opinião nâ direção oposrâ. Como todas as comu-
"ujeitô rricâções peisuasivâs ârgumentâvâm a favor do aumento da pto-
ria con,;"riam *.;'" .rn ã*. re'peir. n.cr J utna prem'*c rela- l,.rb'lidade da premi<.a a que err dirigida. e*as corunicacões
.ior;rla com rrmr.onclu,Ào de,eiivrl e du,' reÍererret a un,r
premis.a relacionrdr (om uma conrlu ;o inJc.eiircl. Nú-neros «i aludariam â reduzir a dissonância em a/gaas daqueles indiví
rluos que lhes foram expostos.
iguri. de sujeiro' Íoram expo"ros r .ad' ur.r da' comunic;rões
Vejamos agora os resultados. O QuâdLo 23 âpresentâ os
Ántes de examinarmos os resultrdos, vcjamos dc que modo drdos sobre a mudança, do pdmeiro pârâ o segundo questioná-
esse experimento sâtislaz às condições que Íomm previamente rio, da probabilidrde daquela. preri»rs a quc ,' romufljcrçóes
especiÍiiadas. Se, pot exemplo, â respeito dos três enunciados estão âfetas. Esses dados baseiam'sc uDicâmente nâqueles câsos
r92 TEoRrÀ DA DssoNÂNcIÂ CoGNrrIvÁ Àpolo SocIÀLr PRocEsso DE INFLUÊNCIA 19)
en oue â Drobabilidâde dâ conclusáo não mudou mâis de 0,'l0 rrrnclusão era "demasiado baixa", inicialmente, a probabilidade
J. J.ii.:à f",u o '"gundo reste t\identemenrepoderia.
quâlquer
rer
tl,r premissa tinLa declinado, na altuta do segundo questionário,
J;;á*; ü exisrissã no primciro quesrioná'io ri razão de 8,1 e 5,0.
i.á,,iaá'p.ii *,aança àe opiniào 'obre a -probabilidade Examinemos agora as mudanças comparáveis nos câsos em
'úí
il r." * .*; das premis'a' ou dâ conclu"ão' Como csramos ,1.re os suieiros !oran exposos â umâ íomuni.aç;o que ârgu-
rrcntou em Íavor da alta probabilidade de uma premissa. Nos
QUÂDRO 23 .rsos em que ser inÍluenciado pot essa comunicação teria redu,
MuD NcÀs rM IRoBÀ, .rD DE DÂauE!Às PÂEM'S§^6 RELÁcroNÀD{s ziclo a dissonância, isto é, quando a probabilidâde da conclusão
qoMUNrcÀçôEs PDÂsuÀsras cLr "demasiado alrâ" no questionário inicial, os sujeiros Íoran
Púbabilidade de conclusão no
i,,ílucn,iados, de làLo, pela comun:c.ção pcsuasiva. Para as
Prim.irc Questionário lrcmissas relacionada< com conclu.ões de"ejrve:s e irdesejjveis.
Lrs mudanças médias na probabilidade da premissa, após a leitura
(l,r comunicâção, forâm +-12,4 e +20,0, rcspectivâmente. Por
,rLrrras palavms, os sujeitos Íotam fortemente influenciados pela
(omunicâção quando tal influência reduzia a dissonância. Âs
rrruJ:niar comparáveis par: aqueles .d.o5 e'n que ser idlueo-
Conclusõú desejâvei ,.rdo pe)a mmunic;1âo rerid âLmenrrdo a d-sor;rcia Íoram,
Expoío à comunicàçáo +12,+ -5,0
+ 1,6 --8,1
rcspectivâmente,
-r,0 e +1,1. Isto é, se ser inJluenciado tetia
ruLrmentado a dissonância, as pessoâs mânriverâm-se imunes à
Con.lüsõcs i.desejáveis irÍluénc] da, mes,,,rs .omunicâç;e. que riverar um efeiro rão
Expsio à comünicação +20,0 +1,3 l,ronunciado nos ourro'. Tambem e :nreres"rnrc a.sin;lar que a
+ 5,9 5,0 (onveniência ou inconveniênciâ da conclusão relacionrda pouco
., r nada reve ! ver com o gr.u em que a comuni.ação era eÍicaz.
interessados em obse§ff a mudânça nâquelâs premissâs a
que S,,renre ioi cÍicaz quando serriu pâm redu/ir a d xorància,
aç comunicacões esráo âÍeLâs, é vanlxioso resrringir o exame stndo ineficaz em todos os outros câsos.
;;";i;. .,'"1 em oue. pelo menos, é anul,do um dos ourros Em resumo, os dados estão âqui coletâdos sob circunsrânciâs
.âminhos de reduc;o di di.'onàncir. Anular ambos os ouLms controladas que mosÚam claramente que, em condições idên-
om:nhos de redu.ão dc dis"onán.ir, islo é. exâminar apenas ticas, a tentâtivâ de inÍluência é mâis cÍicâz nas pessoâs em que
aqueles cJsos erl que lanro a conclu'ào como â Premr§§a náo rcduz a dissonância. Esses dados, considerados em conjunro
envolvida na comunica(ào per.ua,iva não mudârâm, terra resuL_ ben controladr r estudos de campo, analisados
tâdo em muito Poucos câsos para análise. .ntcriormente, coffoboram dc maneira substancial as implica-
Eyaminemo. primeiro os dados para âqueles (arcs em que (õcs decorrentes da tcorja da dissonância.
o "uieiron;o re(ebeu uma corunicação persuâs'và relacronaoÂ
-À",.,."", oremissa. Nesse' ca,os, como seria de esperar-se' Dissotârrcia Corducerre à lticiação
çimolesmenLe. d'a pressâo para reduzir â dissonán':a. registrou-se los Processos de Infltêkcid
(uma
u.á lr""i,, áud"'ç" durrnLe um ceno período de tempo
scmana) na direcão da redur.ào da di§ronâncid unro quânro a Passemos agora âo exâme do efeito da existência de disso,
;;;;i,,; ;,, *l*r-,a" .oo,, umaumâ con,lu"ão. desejável como nância sobte os processos de comuflicâção social. Àté âgora, âs
o"ando r oremi-a se reldcionr com co_clusao rndeseiàver' nossas considerâçóes lidaram com os resultados desse processo
óu"nào a'orobabilidrd. da conclusão era dema'iado atta" no c mostrârâm que â redução da dissonância ocorre aEavés da
rlior.l-1i,.",;"";'i., â probabilidade rumentava em-médià' obtenção de apoio sociâl. Â existência de dissonância também
í,;;':,r 1,; *s,;d"' queir ionário. Quando a Probabilidâde da levârá à procura de apoio social e, por conseguinte, é possível
194 TEoRrÀ DA DssoNÂNcrÀ CocNtrlvÁ
Aporo SocrÂr: IrRocEsso Dt INlruÊNct 195
QUADRO 2+
Iocalizar alguns eÍeÍros sobrc o pLoce*o ,le comunicação' Um
dos efeiLos-mat óbvios, como se disse no capírulo anterior, é a RBLÁçÃo rNaRE Drsso\ÂN.rÀ a lNr.raçÃo Dr CoMúNlc^çÃo
inicÍÂção de cômuniccção (om ourrus a re,pci.o Je alguma qucs-
tão, Ássim como a érisrência de dissonáncia após a compra de % de Respôdentês Que
Dis.uti.lm Políicâ
um novo crrro, por excmplo, lcva o seu dono â ler ânún(ios N.trlr lâzondo cD prcl do pâ,ridô
retercnres ro cario que rcabou de adqulrir. â di,'onància ràm- ]\lro interesse na eleição (À_:487) 38
bém o levatia a iniciü discussões com outrâs pessoâs a resPeto Itâiro ,ntercsc nr €hição (N:217)
dc automóveis em eeral e do seü €m pafiicular, Desse modo, livcndo also cn prol do parlido
ele oode alimenrar a esDerança de encontrdr outros que con_ Álro inteÍcsc ni (N:
cord'em em que..,"";"r-.li comPrudo é mírâvjlhoso ou. na
eleição
Itri{o intcrciç nr el.!(io tN: l9)
{01 65
68
Íalra disso. pcrsuadir ouúos .le que isso é arsim mesmo trpe-
cilicrmente, esperaF.e-á que a eri'téntia de di*onáncid cogíj-
ti,,.ei,.rcompa,hadr DaÍa inten''{Ícrçào da comunicação cu'o c r extensão em que {alavam a respeito da mesna. Os que
csrâvam mais intressados falavam mais. Mrs entre os quê
co.reúáo e relivrnre paia os elercnros cogniLivos envolvjdos na ,leclararam estar {azcndo alguma coisa pelo pani<lo faltou eisa
dissonância. Tambem é Iícito esperar que a redução de disso- rchção de "senso comum". Nesse câso, os que rinhnm pouco
ÍànciÀ se Íâçâ acorpanhar de umr ârenuoção da djscu<slo e irrcrcsse na eleição Íalavam a respeito da mesma tão Íreqüen-
comunicação sobrc essas âreas de conLeüdo.
rcmcnte quânto os que afirmaram rer muiro interessc. Essa
O' dados oerrinentes â essâ previsão 5io exlremâmentê ,.rrclu.áo ulveu sei.r rompreel,:vel ,e rdrrirrrlo, q,e ,\ iJg-
escasos- Ouase nlo se realiaram e,rudo. qL,e se ocuprsem da rriçõcs correspondentes a estar desinteressado pela eleição são
iniciac:o da (omunicJc;o ou, na verd.:de, rre do nivel geral ;r r"relme"re dis,onante<. p,rJ â mâior,a das pcsso$, \om o\
ãe comunicacào .n". o."o"t en tircunsrâncias donde 'e pode ,lorenLos cogni,i\os correspondenres .o .orrecimerro de que
;nÍerir ineouivoccmerre ou mesmo plÀu\ivelmente - â ex:s- tsLão trabalhando pelo pertido nessâ eleição, e se tambén admi,
-
rénir orr iuséncia de dissoráncia espeJíica. Os dados dos rirmos que, conrabalânçando a tcndência dos individuos com
estudos que serão âpresentâdos são, por conseguinte, mâis ilus' rlto interesse pâra discutirem mais, há uml tcndência parâ os
tiativos e sugestivos do que concludentes. que sofrem de dissonância cognitiva (o grupo de baixo inierexc)
dados Dertinentes enconrrim-se num e'rudo publi hhrem corn ouhos sobre a cleição, numâ tentâtivâ parâ redu-
ooi 8,,r., ( I
^lmns i no qual um certo número de pessoas Íorm z;rcm â própria d;ssonância. Se conseguirem Íazer que outros
"do
.nL,.ii'r,d", periodicameàte duranre a campanhr eleiroral de llr. d;gcm que ., eÍe'(io é realÍnen,c muiro imporún c e se
1948. Foi preitada atenção especial à coleta de dados referentes rcrbarem por Íicar convencidc. disso. então a dissonâncja entre
à extensão im que os respondentes se envolviam em discussões trrbalharem para o partido e o baixo interesse na clcição seria
esDontáncd, c into'-,i. cóm ourros sob-e políricr € âs eleições' rccluzida ou mcsmo eliminada.
O p,:incl de re,pondenre" foi entrevi'rado em iunho de I948 Existe, é claro, rrlais um fâto que poderemos apurar nos
oela orimeira u.r. eteln au dererminlção da medida em que ,l.rdo. prra mroborar e"'.r irrerprerrciro. Com elairo, <e â
iu,' àiscus'ae' se ocupavrm dc polírica e eleições, Íoi pergunra- .ruslncia Je relaç:o enrre o inLere.s, ra clei,,io e a di"cu*ão Je
.lo a od: rcsoondenri arê que ponro esrcva irtere*ado nessa' política pelos que estâo Íaze,rdo algumr coisa pclo pattido
eleicões e se eitava ou rao laze.db slsu.r coisâ pelo seu parlido rcsulta de tentâtivâs de redução dâ dGsonància por parte da
du.a.re a camp,nh, em curqo. O Quadro 24 apresenta os cntegoria de bâixo interesse, então dcveremos encontr* âlgumâ
daclos obtidos. provâ que evideÍcie tâl redução de dissonância. Especi{icâmenre,
sc cssâs pessoâs foram bem sucedidas em reduzir a sua disso-
O oxame da primeirâ parte dcsse quadro mostrâ"nos que ,r.i,rcir, é de se admitir que elas renla,n moJilic.rJo seu ;nreresse
enLre or que nada esuvar ía,endo pelo pârLido exislia. umá j
relâção de "senso (omum'enrre o gráu de inrere,se na eleiçào "1., elei\ão após cerro leríodo de rcmpo. O Quadro 25 rpre-
196 TEoRrÁ DÁ DrssoNÀNcIÀ CocNITiv^ Aporo SocrArr PRocEsso DE INrLUÊNcr,{ t97
senta os dados pertinentes eattâídos das entrevistas dc junho 'r.r vida privada? Talvez seia segrro supor que, se um res-
t, r,Jcrrc diz'Sim" j esrJ nerg,rnrâ. i"so signiÍiL: que clc Íica
Ver+e-á, por esse quadro, que â proporçãô de pessoas com crcitado a ponto de discutir o assunto com out.as p**^- S"
alto interesse na cleiçâo, nâ entrevista de iunho, era quase rs rcspostâs a cssâ pergunt reflctem, de feto, a medida em
idêntica para os que estâvam fazendo algo pelo partido e os que os respondentes iniciarn uma dGcussão sobre tais assuntos,
que nada Íaziam 68/o e 69%, respectivâmente Pârâ os que c11tão as jmplicâções teóricâs são claras. É adrnissível que a
- pelo pârtido essâ Porcentâgem Permânece
nadâ estâvâm fazendo oristência de dissonância cognitiva relacionada com quéstões
virtualmente inalterada durante todo o período de quatro mcses políticrs e públicas leve à discussão de tais assuntos e, por con"
ore vai de iunl'o a o-rJbIo. tn.rerrnto, p/-i o§ quc e'''v.'m scguinte, as pessoas qüc possuem tâl dissonânciâ tesponderiam
Íàzendo rleuma co.a pclo parrido, ocorrzu de Írto a ,'perrda nrxis freqüentemente "Sim" à pergunta acima do que as que
muJ.rnca.lc ooiniào no senrido d' rcdrtrào dr J'ssonh.ir. Er tôm poucâ ou nenhumr dissonânc,a nessas áreas. Além disio,
or,,ubro, e polccnngem Jo. quc 'Íirm..,'.- rcr ele\rdo 'nrerenc cxistem claras nnplicações para a mudança em certo período
nr eleição aumentaLa pmâ 88%. Desejo sublinhrr, umr vez .rc rempo. fo ro.rnrc Ír e.§r q e.r)o. Se, de laro, como o
ndi<. que embou o' .,',lrrdo' dc'.c e'tudo rrlwz 'eir i rele' .r,rtor nÍlrrrr. a mriorix d,s murJancrs oconcu nr d,rcçào dà
.,.';. p,'., r 'mplicâç;o dr rcorir J.' d'soni.rL'c de que r r' du(.io de d;s."n:ncir, enrâo âquelas oessoa. que mudaram de
cxistêncir de disúnâncir lcvnrá à jniciação de processos de opinião no dccorrer do peúodo de dois ânos, tendo (em médir)
comunicação social, e eml:ora os resultados obtidos seirm conl nrcnos dissonânciâ nr época cla segunrh entrevista clo que na
parivcir.om rÍrl jÍ.pri.â(ào,.em düv:dr. o -Limero Je cr oq em ,iinc.r vez em quc toram elrevisradr., deve.ão mosrrâr
rio p'queno e \á tcntos ipurlnente u'n Jecliri. na rendêncin oar; re.ponder ..Sim" à
;*.. d,d* 'c br.ei.rm d, conlrdoque
fatotes não-controlados em operâção os resultados não po- I'a.sunlx rc:ma. Âque)e. ,uie,ro. qre n;o Íludárrm Jc opiniào
dem cenamente ser considetados concludentes. :,J-e 11s,,m., quc.rão e.pe.íÍica du'rnre o período de dois'ano.,
i. rdo o me.mo montanre dc disonáncia rem médr) ra épora
tlas duas entrevistas, não deveriam mo.trar qualquer a"minto
QU^DRO 25
ou dininuição na tendàcia para respondcr i'Sim',. É j"Íâ-
PoÀ.E..'rÀcEu DE RESToNDD^_ÍES au, TI-_rrM Àlro nicnte â respeito dessa dcrivação concernentc à mudança que
I\rEREssE NÀ Ellrçio rlguns claclos apresentados por BIau se revest€m de inieres.§e.
O Qu.dro 26 apresenta dados sobre a r€Iação enüe res-
§"ada Írzendo emprcl do pâitido 69 73 lx,st.s à perguntâ, reÍletindo o grau em que os sujeitos íalavam
Feendo âlsô cm prôl do partido '..1"h-e "oliric,r . qrcsrões fiiblica\ e .e r:úam ou n;o mudâdo
ôtrr:io r rcrpeiro dos ít.n;es no trdn.curso de um pe
Voltemos agora ao estudo de Blau, visto que nêle se âpJe' ttudo de dois anos. O quadto mosna claramente que os que
sentâm tâmMm aleuns dados pertinentes â essâ questão. Re_ Drdarem de opinião sobre os alcmães, presumivelmenre na
cordar se-í ter Blau concluído que âs mudanças de opinião, rlircção cle maior consonânciâ, diminuírârn o grâu ern que se
n.m periodo de dois anos, rinham Iugar principdmente na cnpolgavam a Lespeito do conteúdo Íelevânre e, talvez, ó grau
direçaó do aumerro de ,oerémia cn:re opinioc' o. 'ee.Jndo a ,,., qu. i",iávrm discu*óe,.r respcÍro. Ápencr 8% do( o.c
nossa rcrminoloein, da redução dc di.soráncia. Umr d.'' lreas .l,..r.rr €ri IqsO q,re não sc ercirJv.rm ,om rái§ r«unroc,
de opiriào que ãvidenciou tat mudan'à loi r .,Ír,'de cm re'rçào ,r:r rrrrm que esuntos o, ex(:trvrÍn em tc52.
aos ãlemães. No relerente às mudanças nessâ âtiüde, Blâu Ás mudanças nâ outra direção alcz.nç^úln 29Eo. Entre os que
apresentou dados sobre a iniciação da comunicação social. Á nÍo mud âm de opinião a respeito dos alemães também não se
seguintê pergunta Íoi feita na entrevistâr "Você fica tão exci ',-:. '"u mudrnça rrgu,ra. eÍr Írédií. -o grru en que,e ex.i-
tado a Íesp€ito de algumâ coisâ que âcontece ern políticâ ou r Ir, .ol-re que,róe< Jriis. send^ rr!ôxim,d,Tenre ieur'. J<
questões públicas quanto s resp€ito de algo que lhe aconteça rdrnça, de "Nio" para Sim' e de "Sim- para Não-. Uma
APoro Soc L: PRocEsso DE INBLUÊNCr 199
198 TEoRtÀ DÁ DrssoNÂNcrA CoGNITIVA
um adequado intervalo (presumivelrnente para tabu-
vez mais, veriÍicamos que os resultados são p€rfeitamente coe_
rentes com o que se poderia esperâr dâ teoda da dissonância.
hr rs^pós
opinioes), cada pessoa recebeu umâ ficha mostrando a
{listlil,uição (Íictícia) de opiniões no grupo, Áos sujeiros que
E, uma vez mais, também ficou claro que Ínuitás suposiçõ€s
rNs inLeressâm, para nossos Íins ptesentes, foi devolvida €ntão
rêm de ser íeiras pârâ inlerprerrr o. dados a essa Iuz e. por
rrnra Iicha mostmndo que todos os demais componentes do gtupo
conses,,in,e, o. re;uhados e'rão longe de concludenres no
que à teoriâ se Íeferc.
"er f 5tcntâvâm umâ opiflão diÍ€tente das deles, a dois ou ttês
lr,rrtos de distância das suas próprias opiniões, tal como haviam
QU^DRO 26
r o indicadas na escala. Pediu-se €ntão âos sujeitos que indi-
rrsscm, uma vez mais, as suas oplÍriões numa escala de sete
Rp,\cio rtrÍpp MuDÀNLÀS N{ s REL{!io ^ôs t.,,,rus. Depois de coletadas es,as segurdas opinióes. o grupo
E D,scu."io Di QuE"róes
^rtruDp
Po,.irrc{s E PÚBucÁs ^rBuÃEs I,.,"ou â discurir â quesl;o por meio de noras ttocadas enLre
t1... Por conseguinre, dispunha+e de dados reÍetentes ao grau
Rêsposlâ à Peryünta ' % Daqucles Cuja Atitúde ên R.lâção cor que os sujeitos iniciâiâm a comunicação com outros, durante
aos Álêúães
n discussâo. Isso é âdequadammte reÍletido pela quaatidade
En 1950 Dm 1952 ,lc palavras que escever:rm â outos durante os ptimeios dez
nrirutos de discussáo, porque Do decorÍer desse cuÍto pedodo
(N:192) (N: 3t7 ) rrcnhuma nota Íoi entregue e, assim, toda a comuDicação loi
Náô sim I 1+
§im Não 29 l8 O Quadro 27 âpresentâ os dados sobre a quântidade de
M$ma resposta mbas as vezes 63 68 palavras comunicadas por aqueles sujeitos que :4o m,ré^taÍl
dc opinião imediatamente depois de verem a ficha Íictícia de
!úhttcaE quãnlo Pbr. opinião e por aqueles sujeitos qae naàaran de opiniáo nesse
,iumento. Os sujeitos Íoram ainda separados segundo estavam
cm gnrpo§ âltâmente âttaentes ou menos âtramtes. Â aÍtÂção
Ouno grupo de dados. desra vez íorDecidos por uma hvcs- ,lo grupo Íoi €xperimentalmente manipulada nesse estudo.
rigaçio conrrolada em laborarório, aumenra a nossa co iança
nos resultados do estudo de Blau, visto que â mcsmâ €sPécic
de decréscimo em conunicâção foi observado depois das pes- QUADRO 27
soas mudarem de opinião. Esse estudo, apl€sentado por Festin- QU^NuDÁDB \ÍÊDtÁ DE PrÀvus EscRttrs mR PÍ3!o^
ger, G€târd, Hymovitú, Kelley e Râven (18), Íoi levado a
Átráção pdÀ o Crupo
eíeito da seguinte maneira. Grupos de sete pessoâs, anterior'
mente esiranhâs umas às outrâs, Íoram reunidos no laboratdrio. Álrâ Bâixâ
Á cada pessoa Íoi entregue o relato de um caso que se supuúa sujelos quc não nudaram 95 75
set â ttânscrição de um litígio trâbâlhistâ. Pediu'se"lhes que o 76
Súeitos qu. nudaraú 58
lessem e depois discutissem essâ questão entrê eles. lmediata'
mente após a leitura do caso, cada sujeito Íoi solicitâdo â irdicar,
ruma Íolha de papel. a su.r op:niáo quánlo ao compoíamenro Um exame destes dados deixa claro que, nâs condições de
dos represenranLes sindicais nas turum. reunióes pârâ neSo- alta e baixa atração, os suieitos que tinlarn mudâdo de opinião
ci.r(óe\ .om as enridade. patromis. Essa opiniào Íoi indicada antes da discussão iniciârâm menos comunicação do que os
numa esca'a de sete ponros q .e ia de: 1)'EIesserão lolal- sujeitos que ainda sustentavam sua opinião original. Á inÍor-
mente Íesistentes â propostas de meio termo" âté 7) "EIes mâção obtidâ pelos sujeitos aúavés da Íicha ficdciâ era cefta'
aceitârão âs contmptopostas ... fazendo imediatamente as nc- mente dissonante com a opinião que defendiam. Os que redu'
cessárias concessões pxrâ se chegrr â âcordo." ziram e*a djssonáncia m,rdando de opinião 5entiram-se. pois,
200 TEoRrÁ DA D[soNÂNcrÁ CocNrrrvÀ Aporo Socur-; PRocBsso Dtr INFLUÊNCr^ 201
menos impelidos a comunicar com outros â esse respeito. Nos ;lrr-ÁduÍros. O esrudo e.rava inreresado em apurar as atitu-
grupos de alta âtrâção, em que a dissonância criada pelo coúe ,1,- dc cduhos sobre que'rôes considerrdas jlnp",,;*.. O i.;^
cimenro dc dircord:nci.r por parte dos outros seria maior. a .r \.r.íonsrdc..rdo_nÀ sí sáo enr que eles iam parriLipar era o
iniciação de comunicação também foi maior, é clato. ,\', üc,icnrcds dc e\u.a e grâta(ào pel,rs âCénciâs sovernâ-
Nenlrum dos rês estudos que analisamos acima, conside' rnenrais de segurânçá. (Esre rema Íoi esmlhido para o experi
rado individualmente, fornece uma corroboração substancial das ,r' nrú poro,c a opinijo do, estudrrr"" e,rarr dlvidiJa apioxi-
implicaçóes da teoria da dissonância a respeito da iniciação de ',r.rJJrn(Fre em meudc.r r.:ror e rnerade conrre o r,o à.r,r,
comunicação. Considerados em conjunto, eles certamente a t,'tn',rs. t ljise re ro§ suieiLo( oue Lerjrm lnais rarde uma opor-
âpóiâm. Á existência cle dissonância parece levar à iniciação de rrrr,-rl.rJe dc di,curi- o -"-nro ênrre etcs. mas. prmeiro, iiiam
conunicâção social e à tedução da dissonância segue'se um ;r,J;c.rr a opn::o que c,dr Lrm r:nhr râl,nenre i es5e resDeiro.
declínio de tal comunicação. lhi-lhes enrresuc e.rão u'nr jolha de prpel onde deveriani assi-
Podemos agora dedicar a nossa atenção à seletividâde dâ , ldvor ou conrra â escula e gravaç;o suLreras,
pcdindo*e-lhes ainda que marcassem, numa eiata áe seis poni
comunicação social que surge em virtude da cxistência de disso'
!âncir. Por ou ra< prllr:s. com qucn .( pessoas se comuni- t".. r,i que ponro_ esravdm contianres em que suâ opinião'erà
cometa. Essa escala variou de ,,Estou absolutamente seguro da
carão quando tentatem teduzir a dissonância existente? Como
opiiião que manifestei acima" e .'Estou completamenre i;sesuro
se disse no capítulo antetior, quando a dissonância é principal-
sobre se a minha opinião está cenâ ou eúâãa,'.
menle enúe â cognição corresPondenre à oPitião da Própria
pesso; e o conhecimenro de que oullos susrenram uma opinião . Colerad", e-J. J Ll.rrn,ôes de op:niâo e conÍi;nça. o erpe-
rimenr.rdor. r Í ,1 le cnimular 1 di"cu$jo cnire os sujciós.
contriria, a diresão da comunicaçâo é clíra. Nes,a' circuísrán-
cias, um método de reduzir a dissonância é mudaÍ âs opiniõ€s ,li*c.llres.-quc irjir ouvir um discumo grcrado sobre a quesrào
daqueles que discordnm. Porém, quando à dissonância acima se \lo pre,:dcnrc rf',ri.jo) Jo 'Conset\o Naciorrl de tdircaçào
soma também â existente entre a cogniça'o qüe corresponde à prrr Ádulro-. Por unr qucsr;o de,onrrole exoerimenial.
opinião sustentada pela pessoa e â olrtra inÍormâção que não 'nlu,r sido ore1.r-rJos doi, ,liscuno.. um dele. ars;men,aldo
se ajusta a essa opinião, a situâção totna-se mâis complexâ. Esta com reenin.ix I Lvor dr es.ur.r e qrJvr(ão secrerJ, e o ol,,ro
segunda dissonância podc ser reduzida pela discussão do assunto rprc*nrardo .lrgu'rren.os igualrcnte-reenienre, conra e,,e mé-
com pessoâs que já concoftlam com a opinião que â pcssoâ iodo O p;meiro di<.. .o Í"i ouridn por rreude rtos grupo.,
sustentâ. Ássim, poder-se-á esperat que, em bases teóticas, dado o .egundo pelr ourrr mcradc. Qre di..ur\o Íoi u,.do pâ;â 'qu;
um conjunto amplamcnte consonante de cogniçõc§ corresponden' grupos I irrclevante parâ os nossos proEjsitos. O pont; jmóÊ
tes â ceria opinião, a presença de discordância leve principal- trrrc i quc aÍgun. sujeiros cm crda grupo ouviram uma comu-
mente à comunicâçac com os quc discorclam. Contudo, se já ni. r(io p(r\..si\'r qr,e rÍ -mav.r op,ni;o que su*
existit séria dissonância entre as cogniçóes €orrespondentes à lentâvâm, enquaDto que alguns sujeitos em cada grupo escutaram
opinião, a presênçâ de discordância num grupo levará a ten' uma comuoicação persuasiva que aÍirmava ser errada a opinião
dênciâs pârâ falar tanto com os que concordam como com os por eles defendida.
que di.cordam. Nexe último ca<o. é de esperar. porrârro, que Termirado o di.curso, pediu*e uma vez mÀis a cada suieiro
se dercubrr uma incidircia mak elevrrla de comur'cações ini- quc indic.r«e numa Íolha de papel sc era a Íaror ou contra a
ciadas com os que já concordam. escuta e grâvâ€o secretas e âté que ponto conÍiava em sua
Brodbeck (8) realizou um eÍperimento especificamente opinião. Com isso se considerou essencialmente concluída a
destinado a testar essâ derivâção. A primeirâ sessão desse expe- primeira scssão do expüimento.
rimento foi conduzida com grupos de aproximadamente doze ,Ante, de qe,, rfvermo: d ,esund/ .cs.:o. que reve Iugar
.JmcorarJÍrenle
sujeitos, todos estanhos uns aos outros. À sua chegada, os depor,. ânrt<emoc o que âconleceu âré xqui.
\uje:t.. eÍrm inÍormado. de que irm prrtlipar num esr,rdo em Den.ro dc c,Jr grur.o h.; ígorr jlgumlipcsso:s cujr J;ssonâicia
escala nscion,rl parâ o ÍÍkrício) Corselho Nacional de Educação í.e el.r. r rirhamr enrre .ogniçóe. rctêvrnte. pira a opinião
TÉoRrÁ DÀ DlssoNÂNcIÀ CoGNITIVA Àporo SocrÂr-: PRocEsso DE INFLUÊNCr 203
202
(osse mais tranqüilizador parâ a criança ajudá-la em sua tenta- imaginar que os meios de comunicação de massa, ao dl,rÍgatem
casos de danos ocorndos € €ompâÍâr€m a magnitude de um dado
Liva de aclquirir'uu'a.ogíi(eo.on'o.,n'" 'om a 'ua reação de
;;à". ó;,'", l
u,ro'.i,i.onh"..'",,. craro. es'e ripo de tremor de terra com a dos piores tcrremotos do passado, recot-
problema. Freud (22), Por exemplo, escrcveü: dando assin às pessoas os perigos envolvidos, podem estâr de-
sempeúando uma importante Íunção de redução de dlssonância.
Não êsamôs lúbituados a crp{imenld sentimentos ou eÚoções
Iortes s.m qu€ posum algum coítêúdo idêâ'iotral e, Poltáúto, Referime aos abalos ísmicos como cxemplo porque existe
.. ..* -"tá,ta.-ratr. sul,siituíno-lo Dor ourro contcúdo que, de um importâ[te estuclo â respeito dos boatos que circulam após
Dú modo ou outrô, io" latra adequado. . (pás 314) um terremoto. Esse estudo Íoi aptesentado pot Prasad (44),
que registrou sistematicamente os boatos correntes imediata-
Murtay (40) assinala quase a mesma coisa ao analisat os mente após un: sismo de grande violência na Provírcia de Bihar,
."sulrdo' áe um pequeno experimenro por ele reclizado' Cinco lndiâ, em 1, de janeiro de 1914. O sismo propriamente dito,
meninas, rodas p"' onze r"oi .1" idade. drssiÍtarum
a", Ione e ptolongado, Ioi sentido em vasta átea geogtáfica. Os
ttinta Íátografiai de""t*
pessoasem termos da âpârência benignâ danos reais, enretanto, Íoram muito localizados e, durante
o, rn"lis*" d. cadr rimc des.' pes'oa'. Cada lorocrâliâ Íoi alguns dias, a comusicação com a área afctada esteve muito
classilicaila, umr primcirà vez. âpds umâ expcriéncia agrÀdável precíria. Os boatos Íomm recolhidos entre as pessoas que
e de novo'depois-de cada sujeitó ter levâdo um grânde susto' viviâm nâ áreâ que rccebeu o impacto do sismo, mas não soÍre-
Émbora o núriero de sujeitos;eia muito pequeno e as condições rrm quaisquer danos. tsramos lidando, po;,, com a comuni.a(âo
do eroerimento dema,iado alearôrias Prrr que possânos coDsF de boatos enre pessoâs que sentirâm o choque do sismo, mas
de*' ts resulrados muiro concludentes, verifico:+e exi'tir uma não viÍarn qüâlquer dano ou desttuição.
clârâ tendênciâ das crianças para classificat as pessoas das Íotos Embora Prasrd relare pouco.obre a' rea(óes €mocionais
romo mais .rJns' deoois dõ su,ro. Por ourâ. pàlârrâr. estâ- dessas pessoas ao abalo sísmico, é plausível supor que elas, por
assu',;à., sabc. quÉ se e'ri r*rrsraJo. teta c uma rcndência
" cogniçôes consonantes com o medo. Nesse caso,
para adquirir
conhecerem pouco a respeito de terrcmotos, tivessem uma forte
reação de medo ao violento e prolongado abalo que sentiram.
ievou à'tendênia p"." ,"t out,"t Pes§oas como assustadoras' Também podemos supor que essâ forie reâção de medo não se
Diz Murray: dGsipa imediâtâmente, mâs é provável que peÍshtâ por mâis
L.á .o'no :e os .u:alo,. r\r"'imenrando mr .mo\,:ô '"m,ari_ algum tempo, depois do choque real do sismo ter passado. Mas
m lo àdeouddo. D,o.urasem rlso nô mundo ê\irmo pr,â Jusn_ consideremos, por um momento, o conteúdo da cognição dessâs
tr.iJã .omú i. tt* '""*e,.ndiJo c m^n'e I idr'": "Tem pessoas. Passado o abalo sismico, essa forte reação de medo
dê I sênlê rr;m n m:' h , \ullr. ' O r"'ült,do dnrÔ Io' quê a
^v.,
Ío,oszrrai pa*,i"m mld"r nr d:((ào do' êniml'o" persistiu, muito embom elas nada pudessem ver à sua volta
(p^e. 324). 'dequadÔs nenhuma desruição, nada de mais coisas ameaçadoras. Em -
resumo, Íora produzida uma siiuâçáo em que grande número
Existem eventos nâtutais que, quando e se ocorremi getâm de pessoas Linha di,sonáncia idéntica. â sabcr, cnrre à cosoição
reâções de medo na, persoa" I por exemplo, vátios tipos de correspondente ao medo que sentiâm e o mnhecimento do que
desàstres. Também he certâs espéaies de eventos que produzem viam à sua volta, o que se somavâ à cognição de que nada havia
semelhantes reações de medo, ainda que lrão se Íâçâm âcompl-
úat de qualquét desâstte visívêl por exemPlo, -os tremores
_
- Se essa idêntica dissonâncir genetalizada existia para todas
de tetra. ÁtZ pessoâs que vivem em áreas dc abalos sismicos,
essâs pessoâs, em lícito esperar quc tivesse sido fácil para elas
como a Califómia, e estáo acostumadas a tais coisas, assustam-se obter apoio social parâ coglrições consonântes com o medo que
.oÀ oi irata* á" o- tt".o, de terra. Mas, na maioria dos sentiam. De fato, isso refletiu-se claramente nos dados que
c"sos, nao há danos vhíveis ou destruições, depoG de um abalo Prasad apresentou. Á gtande maioria dos boatos que circulavam
sísmico, que produzam umâ cognição consonrnte com €ssâ reâçâo em vasta escala e recebiâm crédto por patte das pessoas que os
de -.do. Tlu*'", é daro, de pura especulação, mas podemos
2to TEoRr^ DÁ DIssoNÂNcI^ CoGNITIVÀ ÁPoro SocrAr,: FBNôMENoS DE MÁssÁ 2tt
com lorrtos catasüóficos do tipo rão comum lora da área de destrui^
ouviam eram âqueles que Íorneci'rm -cognk:o conso'ânle
;";;.-il ,.;; Poderi;mos aré chaÀrr lhes bortos "provo- 1ro deveriam, por conseguinte, cstar âusenres defltlo íl^ árc^
i.àiLil" a-.' Àiãã::, ;ü;;; i",." mais apr opriado. designíros. (l(. dcstruição.
r â nosü inlerprerâç;o é correta por borLo' "luslrtrcaLrvo( oo lrr,.rd. inÍe'i,menre, não ârrrerp.lrou d,rdo..obrc os bo.rroç
medo . Drmoi a sesuir umâ rrzojret amoctrr desses DorÍos ,t,i, .ir.ulârlrrn no inrerior da irca dtrasrad;. apo< o terremoLo.
r€unidos Por Prâsâd: Isi.tc. porém ourro esrudo re.rlizrdo por Sinhr r4q) que res-
do re'rFÔro ê as
l,rrlc p.rr.i.rlmenrc:r essa quesráo, embora nào de um modo
A ásua do rio Orns'' J"aPare'eÚ na.lFJ na /Pás r30' rio sâtisfatdrio quanto seria deseiável. Esse estudo analisou
p;":.",;q;" ;" b,nhit,m ro,:ar sôr'rradaq
'Fia trnr cuidadosa coleção de boatos que sobrevicram â um desâsrre
jdneiÚ
Hà\ ; um r:oh o 'i.lo_ê Ú PJrladê'nrr' l8 ê 19 de (rn Dârjeeling, Índia um desâsrre inteiramente comparável
i"i" rõ, ro ,i.mo o,o,,er á ts iinêi'o.l - de de,rrui!:o e perJr dc vidrs,
em termos
r,Éóoro -ô dia do.,l,nP lun,- tpis 13li'
mas
ri*.; "-,i.r.o esirê pre' iPircndo ( .r,rc. hmcntavelmente pàrâ os Í'ns de compJrJ!áo, não deconeu
il-" ir,"a^;o 'udJ'osdm"-F
d3 I'on-
\.r,1 para Madhubdi lll)' ,lc Lrrn abalo sísmico, mas de uma avalancha. Não obstante,
r-i'"" do 'P5s' ,lcve ter provocado considerável medo nas pcssoas. Sinha, ao
-e dnto d" i: ,r; ja""i.. s'á un diâ latídico ocorÊão 'ãlà'
hidâds inPEvnivcis (Pág. 132)' rlcscLever o desastre, disse:
Ha\etâ rm Ptalovd (.lilú!io c rotais) â 26 dc Íevedrc
Tinhm oconido âvâlan.hâs antes, mas nada que * ascmelh s€
(pás. 132). '16Íuição a està aconrc.em jâmâis. As ]re.dÀ de vidas c os danos . pr.-
pricdadcs lorân pesâdos c extensos. .,. N. púpria c;dade, d
É evidenre que um bom número de boaros que surgiram e casas dcsmorcnavânt elas su vírimas, sotüra-
.r'.';;-;;i;"1;;;;" previam reríveis desastres a breve das nos dêírcços, .,. Mnis de cento e cinqü€ntâ pesoâs pêrderâm
à üda no dishno, trmas t.intâ na própria cidâde. Maú de uma
r',,". ü ,.ala .. quà q,"lq"' desses boaro' erâ rceito e
o cênlena sofrüa'n lerimênlôs. Subtu a ma; de duzcnlos D númerc
I'"."í*áà. r'""""a;*j .oe'niç:,à .on'o*n" com medo que dê .âsâs dâniricâdâs c calcülouae em lnân de don mil â quanti-
;;,,o.";íi;: P;;; ó.' to,,o. rive,'em consegüido t:o dade dê dcsabrisados (pás- 200).
",.
ta"ta divulsação era nccessário que umà grânde quanlrdade oe
perâ
bB,ôàs tivÀ$e â me,mâ dis§onáncid a qual 'errâ reduz'dâ Num comentário que é especialmente importante do ponto
àceitaçào desses boatos. rlc vista de se considerat esse estudo um elemento de compara-
Se a expÍicrção em termos de idênricr di*onán'ia generali- çio para o estudo de Prasad, Sinha também comparou direta-
,d";;.;" pira redu,i'la é correrâ pâm jusriikar a..pre-pon' rrcnte os dois desastres qrando disse:
deráncia dessei boaros câuíróÍicos' enrão uma rmplrcd(ao
e
:;;^;;É.;.'.;;';;"s boaros r:nham sido recorFrdos entte Havia nm *nrime.ro dc in..àbitidadc c inccrrcza smcthantc ao
'.".i,i ã,ã-';r,i,; na ,irea da dcs,ruÍçao poucos o'r neúum
que$ scsuiu âo Grãnde Tcúemoro Indiano de 1934 (pás- 200).
à.oe. boaro, 'iusLificarivos do medo" Lerirm sido enconlrodo§'
Á;';.";;r drreLamenre na àreâ dà desrruiGo câu- ÍÍ.,\ia. enLrelrnlo. uma diÍerença imporranre enrre o e<rudo
","'.',,",.
.,à,'i,.]i, i:J,,; i,.u.," a*u'tada* 'em dúlidr' com .,lrc.entrdo por Prr,ad e o de Sinha. Enquanro q.re o" boaLos
eÍ.iio. em msiro provivel".,*;.
que â sur rc'1ç5o de meclo lo':sc âre tris tcrremoto Íoram recolhidos entre pessoâs Iora da área de
(lcstruição, os boatos que Sinhâ descreveu {oram coletados entre
mais Íone do quà d rerç:ô daquela' pe*oas
*n-iram o rba,ó. Mâs para e(ra, pe§'oâc râ â'eà de desrrur- pcssoas de Darjeeling que se encontâvâm realmente na área
a. ."í,rrl,-ài'*"ama cognitiva rêriÍr sido 'r'ada A' coi'as sinistrada e ptesenciaram a devastação causada pela avalancha.
o' o' (inno pârâ essâs pessoâs não teria havido dissonâncix (o que
;;; ;; ;;;;i,; - à d-esLruiçào. monos e Íeridos
- rhs viram e conhecerârn estâvi em perfeita consonâncir com a
nrorlrrirm uma cosnição que era (crlrmenle consonrnle com
i .*.. u" J.-rn.a'.. Não reri.r havido impu''o algum para
30 medo us
scnsação de medo), não seriâ de esperar que os boatos "iusti-
licrtivos do medo" sutgissem e se espalhassem entre elas,
ad.luiriiuma cognição adicional que se aiu<tase
APoro SocrÁL: FENôMENoS DÉ M^ssl 2t)
TEoÍIÀ DÀ l)IssoNÂNcIÂ CoGNITIV,\
rr«lirh um ato de hostilidade didgido contm eles pelos Estados
N.r realiJade, houve no relaro J( Sinhr unrx 'om-plerà l'i,.',.. rimtdm e,r,r'r rl.rro qre qu.rlquer cognição cou(.-
,,,'e".;, a" U.,,"1 prcvendo rovrs.ar''rroÍet otr de qu'rlquer t"rtrl..te ro Írto de serem bem tratados e receberem demons-
;;; l; À;";-;;.',,rie*c ser con'ideral'r Argun,
como tornecerdo trrçiics amistosas por patte dos Íuncionários desses campos era
;;il;-;-';.":"náncie com o medo dos borLos ,lisv,nante com â cognição de que os Estrdos Unidos lhes eram
';i; um leve exagero dos Jcno' reais âo pd\\Ô que
h,stis. Âssim, começaram â citculat persistentes boatos que
'.ot"*i'"ru^ i" u.,, (Speranlosd Dalo' -r seguir
l!,,t rcionâvâm cognições consonantes com a hostilidade pcr,
"'í'".-",,-',,a
;;;rn;;,., dos boatos'"'La,a"
que existiam em Darjeeling: ,,l,iclrr bortos qne persistirâm âpesff (ou, mâis ápropriâdâ-
d. mrcn2r.m n! cstrâdâ Â _--' {§oDe'tc ,i.nt., -por câusâ) drs tentntivas por patte dos Íuncionátios dos
MriLas câsas
i"i,"",r" ae.-.-,aa' Í'sâ e\tada) (pá8' , Lnrt-ros pâra melhorrr as condições de vida dos internaclos.
',,i-1,*'ii,,ti.
201J. lnriros qnc tinhnnr vasta circulação incluíram notícias de que
l'oi ânun.iado quc o ali.Íe(iDre'to ásua scri ÉÍrl']elecidÔ ,,uilrs pessoâs estrvam morrendo por causa do calor e seus
Dumâ ser,â.a (Dás. 203). ' , ij ( im lri.rdoq srcrerrmenre duranrc e no're; c quc o
o
" r"'-' 'l'
<erio Drr ros n'"s Pê'r ', ' ' ro rc'u l,,crl para o ccntro de internamerto fora deliberadnmente esco-
"'uiros
Íiqúe,círbel(ido (PlA 2Lr3l. lhirÍo dc modo quc o mâior número possível de evrcurdos ai
Há exte"sas inunaaçacs nâs Planicies ' IrÍ\itas pontês Íorànr
arütâdas (pás. 201).
r', i 'F ! ' si.r. liq"'.o : Lalo n'nno Ó 'l"r' re.r.áo. no que ro borto se reÍere,,: uma tcn,árivâ e'pc
:;:,r,ü;;i;;,., r.i .r,,i' o, ,r,n^.. ,:y-r re1riJJd.. nr,o " 'Pei'' ,íÍicr^de melhoria das condições num centro de internimento,
n.rà àbalo sismico nenLüo.) ,: L,cD1 ilustÍâda pelo scguinte exemplo. Dürânte o prirneiro
\(Íio no Centro dc Internrmento ilo Postoo funcionârâm cllni-
O detalhe assimilível a respeito desses boatos Íoi a ausên' r.rs médicas provisóri.s porquc o hospitâl regulâr âindâ não
.;, a. ,e'i* .*rg.'o'. o p,.i"nç, de alguns .que are sugerirm r1lrvi terminâdo. Quando o hospital Íoi inaugurado, essas
,Ã" ..io ..o.'rí* e a completa ausên'ir de boato' 'provo (lírices temporárias Íecharam e cleu*e início a um serviço dc
radores de medo ou ju'tiÍicarivos de meJo ,rrenclimcnto clomiciliar pata emergências que fucionava 24 horas
Ô contraste entr€ os boatos desctitos por Sinha e quepor tur .liá. Lssâs jniciativas forâm amplamente dirulgadas pelos
en lLfcionários idministrâtivos. Reprcsentnva um melhoramento
Pr.,rd é ccrrâmenre llrerànte. Se. dc Íaro as sitttr<ões
,ihio nos serviços médicos fornec os no centro. A cognição
"..,i i"i. ^.r"' -ecolÉe':m os borros errm
'omplr'1'eis'
c{ce-
,,'rrcryondcntc ro conhecimento <le que rs autoridades estavam
i,".a".-*". i" sido ou não coletados na áreâ de destrui-
r npcrhadas cm nelhorar a rsshtência médica €ra certamentc
Liá "*rn * n,'urez-r dos boato' enrre o' dor"
ãiaá i;Í;,il; , i\sonârte com o conheciment_ de que essas mesmas autorida-
ã,i,a". e.".p,r;,a.o" o q,. n no*'r arili'e nos íazir e'perrt' ,lis errrm hostis. Slrrgiü cntão o boato, amphmente aceito, de
Decidi examinar os estudos de PLrsad e Slnha sobre o , Lc os médicos já não Írrirm mais visitas domiciliarcs. Por
h-r" em rlzum deralhe r;o so porquc o' d'rdo' 'ão coererrec lrrito grar.,c que fosse o estado do paciente, tcria de scr levado
,ià.i,'ã, ar",ã,i*;,, ',* i..ü"'" porque rio conco-drm rr hosptal para quc um né<lico o examinase. Assim, o que
"."-",
t.;;-.r,;.". o chamaáo scnso comum No fim de contas' cr,r rceito pelas pessoas erâm "fâtos" consonântes com o coúe-
a., o,orrin,ia de um rreru dc rcrr" impelir as r imcnto de que as autoridades er:rn hostis.
"".'.',"'i,l
;;.,,1;-" ;p;rh;, . ,, acredi,ar em bo,o" quc 'áo a''u'rrJo-c';) Outro exemplo, d€ .arurezâ muito óbvia, pode scr tomado
lü,,iros outro, c'r Jo' de bo.rto' rorn"en daJo' qr-re 'à" ,l, Im c:rperimento de Schrchter e lurdicl< (47). Esscs âutores
.onDrLíve:s com a reorir da tlis"onàccit rLlrttlrm scmeâr boatos e estudar â extensão de suâ dissemina-
i,;-ã;;pto, !.,ay ',ts ' r.tou .ob-c o. bo.o' qu.. cir''rlar,r ,, rt) numx pcquena escola particular. Parte do procedimento
nun do' campo' de in-ernamento prr I isporrc'"' du Jnre â rr ,,)trsistiu em fazc que a diretora da escoln, Durna âção sem
ô,"'. ll,"a:lt. I ra evidenLe q.. o' j'r'on'"'"con''derrrrm
.rrbitruriamente
rrr t,lccdenre, rctjrasse uma menina da classc sem qualquet cxp)i
removido, por: erses cdmpo' de inrcrndmcnro'
2t4 IEoRrÁ DA DIssoNÂNcrÁ C,ocNrTIvÁ Âporo Socr,rr,: FENôMÉNoS DE M,{ss^ 2lt
cação além de dizer que essa aluna não voltatia às aulas nesse c inequivocamente desconfirmatóriâ se impõe a umn l)ei$t)rl, l
dia. Como se espctavã, surgirâm espontanermente âlguns boatos cosDiÉo corÍespondente a esse conhecimento é dissoDanrc ((nI
sobrc os morivos oor que a m"nina Íoro rerirada da d:.se. Os r crença ou convicção que €la sustenta. Quando existc sorc.
rl.rrlos moqr.rm .,. so'ravam da menina retiradr da lhante estado de coisas, o modo mais usual e comun de elimirurr,
";. "; ,'ini,iar bo,ro' de nrrureza írvorávet
cla.'e e.. p'opànso' r dissonância é rejeitâr €ssâ crençâ! em vez de tentar negrr ,r
(e1a {ora deitaãada prra recebet alsurnâ distinção esp€cial e cvidência dos próprios sentidos. Por cxemplo, se umâ pessor
.oi.', p,lo ,stilot, cÍrquanro quc quem nio go,r a deJa mani- cÉ set impossível que o§etos mais pesados que o at voem, clr
Íe.Lo r rcrdin,ia pJri iniciar boiLo. de n"rureza desÍavorivel rcieitará indubitavelmente essâ crençâ âo ver um âvião cruzrndo
'r surpreendida colando etc ). É evidente que o con"
(ela fora os céus ou, pelo menos, depois de voar num.
teúdo dos boatos iniciados por tinhâ dê ser conso' Mas- há circunstâncias em que hso não acontece isto
nanrc com âs suâs resPectivâs opiniões gerâi§ a respeito da l, mesmo em Íace de provas claramcnte desconfirmatórias,- a
crcn$ não é rejeitada. Conta*e, por exemplc, haver jogadores
Permitamme voltâr â sublinhar que não é miúa intenção que continuam a acreditar na validade de certos "sistemas"
insinu.,- que rodo, o' bo,.os ":io m"niÍe.raçóes de Lentcrivas prra ganhat na toleta, apesar de perdas contínuas usândo esse
p,., .ed,iir r di'.or;nc ,. Como Íicou diro ro Capirulo 8' r.rl ,i.remr. Trmbém .e Jiz haver câ)os de cienriíâs que conri
hi mt.iro' our-o' .onj -ro, dc circun.Iánc ,. que pro\ocir:o o nuam â crer na vslidade de uma teoria, muito dcpois dela ter
ini.io e di'.crin.1(1o ,lc h wros. À dis.onáncii quc \e âprecenrâ sido refutada por evidentes provas expcrimentâis. Qüâis são,
idenricrmenre n.lr. muir.,( re'.ods i um de''e' gruoos de con- poLém, as circunstâncias cm qlre isso aconrece isto é, em
dições. Eu tâmbém gostâriâ de acrescentar um pensamento- a -
quc condiçõcs as tentativas dc redução de dissonância se con'
reipeito da natureza ól,ui,r e do senso comum de alguns dos ccitrâm em ,esar a evidência da realidade, em vez de rejeitar
boatos que Íoram acima citaclos como exemplos. Em muitos | (ren(r? Conro v no. no Capirulo 8. e'pera-.e que isso acon-
ca'o., t"l"ez na mdoria, de {ato, o quc parece 6l,vio € .orres- tcça nâs seguintes cjrcunstâncjâs: a crença é difícil de mudar e
ponde io sersô LUÍLm L'ode 'cr roreto. lara se le\lar uma cxiste um suficiente número de pessoas com idênticâ dissc-
,eoÍ:.r e dcriv.t'ôe., re.orre.e u.uahcnre a cd'os que são n.:rc.r. pelo que o rpoio social pode ser frcilmenre obrido.
',r.,'
modo a rnulat explicaçóes alternativas. Contudo,
óbljos, de llrsrremoq is<o erpeciÍicamente, analisando um exemplo
se â ieoria tem alguma vslidnde, deve ser também compatível apreseotado por Srdy (45). Durante a I1 Guetra Mundial,
com umx \,âstâ soma dc dados quc são óbvios. Por certo, umâ nlguns japoneses nos Estâdos Unidos, quando a oportunidâde
teoria que manipula com elegânciâ âlsuns aspecros não-óbvios Jhes pareceu âdequada, solicitâram ser repâtriados para o Japão
do ."róo,rxmenio. ma. e 'n.ón"i.tentr com rruiro do que .abc- no final da guera. Os que eram cidadãos norte-ameri€anos €
n.s ,ei c.rircr obrio, nào pode,or,tituir trma Leorja muiLo pcdiram a repatriâção renunc jtâm! por csse Íato, à sua cida-
rlrnir. Pa"a rodo, ele" cidadãos nonc americanos ou não. o
pedido de repatriação erâ um âto irrevogável. No {inal da
ManutellÇão àe Cft ças Inrálídas
gueffa seriam devolvidos ao Jâpão. Uma importantc diferença
cnÚe os muitos que não solicilârâm â repatriâção e os poucos
É pessoâs coÍlentemente seníveis à
muito di{ícil pârâ que o fizcram era, evidentemente, a €rençâ que sustentâvam
rcalidade manteLem crelças ou convicFes que seiâm clarâmente quanto ao dcsfccho da guerra. Enquanto a maioria dos japone-
inválidas. Peio tcrmo "inválido" não entendo aqui uma crençâ scs nos centros de internamento acrcditava e €sperâvâ que a
qre é possiuehtente eÍada, e sim uma crença que Íoi e continuâ gueffr] terminâsse com uma Paz negociacla, a maior parte dos
a ser direta e incquivocrmente desconfirmada por boas provas, que haviam solicltado a repâtriâção aoeditava Íirmcmente que
como os evertos rcais que se impõem às pessoas que sustentam o Japão venceria a guerra.
í crcnçâ. O qüc se descteveu na última frase corresPonde, é Por outras palavras, havia um grupo dc pessoas que sus
drro, a üma clissonância coenitiva. Quando uma prova clara lcnlâva fifEemente umâ ctença, a saber, que o Japão gânhâlia
APoro SocrÁL: FENôrurENos DE MÂss^ 217
216 TÉoRtÁ D,t DIssoNÂNcIA CocNlrrvÀ
irrevog;vei' nd É evidente que, durante um considerável período de tenpo,
, ouerrd. e pJr jsso tom-ra cerrà providéncias essas pessoâsj ao npoiarem-se mutuam€hte, puderam negar a
r',i. a"ssn ircnca. Parc qur'qucr 're'* pessoas
.o ao
'onnect- validade das provas contrárias a umâ ctença que eles precisavam
..nLo d. q'" pidir"r r rcprrir':o e dc que regÍe$anà que o
Japâo
rar-se-ia observar um tecrudescimento na proselitização e busca Mrller fâL*e durarre muiros anos sobre o advenro iminenLe
de apoio social, após uma desconfirmação inequívoca de siste- ., crcnçJ nâ sur con,lu;o e,palhou se com ccrra lcnridão. Gra-
ma de crcrça'. Alrurr do' mov'mc'ror m,siinicos quc rxis ,l,r.,lmenrc, poriT. MrÍler consegui.r conv(ntcr numerosas
oes-
tiram no pa*ado .:o crenplos de-e tipo de rovimenro. Embora Jelrs. em prrricutrr. Joshua Himes. imprimii à
os dado, retcrcnrc. âo nonrinte Je pr"seli izaçlo neses movi- r.nÇr um enorme impu,so ârrrvi. dr organizaçáo de um movi-
mentos sejânr, na maioril clos câsos, e:cessivâmente escâssos, ,,,cnro Iroi i-i.iadr J public/\áo de u; jor t, convocaÍam-se
vale a pena descrever ern brcves linhas dguns deles. Esses i,-terirri.rs de miniqru", Iivros e rolheros rorrm imoressos e
movimentos que são signilicativos parâ os nossos ptopósitos ,li.rribu:dos. rerlizrram..e as,embtiia, ao ar livre e, nà começo
têm, tipicamente, as seguintes característicâs: ,1. 1841. hdviir granJe nunero de pe"soas que ncrediravrm
r,rmeríore que esse ?-o m.,'c/rix o Í:m do mu{o, Lrl como
1. Uma crença ou conjunto de crenças é sustentado com
inteira convicção por certo número de Fessoâs.
Aqui temos, pois, uma situâção com todâs as caracrerÍsri
2. A crença, pelo menos em pârte, t€m implicâção sufi- câs que viemos analisando. Um grandc número de pessoas
ciente pârâ os assuntos do mundo cotidiâno, de modo que os c.rarrm conven,idas dc qr.c o Seeundo Adrcrro ocorreiia em
crentes âtuam de amrdo com a crença. 184J. H.rvi, claras impl',açôe( para dc:o. nâs quai, ec.c, cren-
l. Â âção é suficientemente importanle e suÍicientemente rcs n.r profecia dc Mi ler ,e empenh.rrrm. No mÍnimo. envolvia
diÍíci1 de desfazer, pelo que os oentes, numa acepção muito ., JivulBJsio d: crença e a cap^iJad< dc roleráncÍa do escárnio
concret., estão comprometidos na mânutenção da crençâ. ,I qle erun alvo. por p.:rre dc um mundo dcscrenLe e hostit; no
4. Pelo menos uma parte da cença é suficientemente espe- máximo, signilicava ncgligenciar completamente os aÍazeres mun-
cífícâ e inioessâda pelo mundo real, pelo que é possível uma danos, enttcgar todo o dinheiro âo movimento e, de Íato, re-
Íefutâção ou desconfirmação ineqüivoca. J,rzir-se à pobrezr e\rrcmâ - conseqüéncirs que erâm cer-
r,rmenle:n.igniÍjcanres. se o Segrrndo Ádven.o ocorresse real.
5. Essa possivel desconfirmação ocorre, de {rto, usual' ,neirc quando c como previsto. Lr resumo, a maioria drs
mente na forma de não'ocorrência de um evento previsto, den'
pesoas que âcreditâvam estâva também engajada na üença.
tro dos lirnites <le tempo fixados pârâ â sua ocorrêrcia.
Nro se"ia Íá.;Í. nc.srs circun"rin.iâs, desc.rr.at a crença. tisa
6. Á dissonância assim introduzida entre a crençâ e a rrmbém ,ra sufi.lenrenenre e(pe\í[ic.r prra que a conÍirmaç;o
informação respeitarte à não ocorrência do evento previsto €xiste ou dc*onÍirm:çio lo..e inequrvo.a. isro ê. o §egurdo Adrenro
nrs,ogni(õe, de todo' o' cre-re<: e. po- co".eguintc, o apoio tcriq ic,almente Iugar ou não durante o periodo específico
sociâl nâ tentrtivâ de reduz,r a dGsonânc;a gerada é fácil de
Podemos investigat, portânto, as teaçóes dessas pessoas
Exâminemos brevemente um dos movimentos históricos
quando o ano de 1841 chegou ao fim e o Segundo AdveÁto não
rronLeceu Lo.no prcr .ro._ ts..r. reações podem ser rucinrâ-
dida em que existâm provâs adequadas, como os adeptos reagi
mcnte resumrd.s dà segurnre mrnetra:
ram à dissonância. O movimcnto millerista do século XIX,
como é um dos casos melhor documentrdos, ajustase pedeita- 1. Poplexidade iniciâl. Isso foi indubitavelmente sinto-
mênte âos nossos pfopósitos. mático da existênciâ de dissonância. Essâs pessoas mcontâ-
Na primeita parte do século XIX, \íilliam Miller, um fam-se numâ situação €m que conrinuívâm mântendo â crença
fazendeiro da Nova Inglaterra, chegou à conclusão de que o e, âo mesmo tempo, sabinm que a previsão crâ incorreta, dois
Segundo Aclvento do Cristo, inaugurando o Milênio, ocorretia conjuntos cognitivos que eram certamente dissonantes.
no ano de 181r. E\.d .onc,usão basc'v.'rc nr i.1rerpreLa(ão 2. Tenr.rriva de Íormulacn-o de morivo. com Íundamenro
',iÊic,
lireral dc pa"apen' do Án.igo 1esr..rmenro. cm .oniunro com r,,,,i .\flicJr o fr.,c.r(.ô d, nrev"io Csc Íundamen-
unâ variedâde de hipóteses sobre o cálculo de tempo. Emborâ ro lógico, quando rpoiado por todos os ou!Íos crentes! Íeduziu
220 TF.oRr^ D,\ Dtssor-ÂNCIA CocNlrlvÀ Àporo SocIA,-r FENóMENoS DE MÀss^ 221
em aleo a dissonáncia Nesse caso. â c\plicacào con-sisriu' rs ranifcstâ§õer dô lid.lidâdc I expectativa do imiíent. Dia do
em mud,r a dar,r em que o Sesundo Âd\ento Jui2o Iinâl (Se.s, pls. 147).
^*-i4."",..
Em meados de ju ho de 1844, o movimento aringira um
l. Um aunrento dc pro.cli.izacào em Írvor d: crença .À
rrroxismo íebril e a cncrsir inveslidJ na di..em'n;ção da crença
ir- Í" ."-."a,,;i ,i,a, , drssonáncia. rertaram persuadir
',i,i"
cada vez maior número de pessoas de que a crença ela cometa'
crr maior do que nunca, incluindo âté incutsões Pomovo§
territórios, que ie estenderam pârâ oeste âté ao Ohio, na ânsia
Sears (48) descreve essas ocorrências da seguinte maneira: de convertci mris gente ao credo. Também por essa altura se
Fntâô uma 'ômlr', dr düv:dr e le\ilà ào ro-ou-e êvidenr" rlava crda vez maior crédito a uma nova data: a previsão recaía
"-.^,'..,"-,,.i1"d-, m srtr m,' lio r,rdo'r em ler di:prJaqDándÔ .,sorâ c-r 22 de ourubro d.: ,8{1 No periodo enrre meados de
i.i r"-u,",1 ' n* o f,oicrà Mi"o' rÍiná'a' "n' (ê'ra .io.ro noru dara previ.ra, e. cokri aring:ram umr incível
l,i",i-j-, ã-,iii.," ,,".; id-,,'. nô meiô,r" ê$,rà(ão s'r!'. njô " " de fervor, zelo e convicção.
,ntensidde
.",:,-"i-^i,; l,* ., .i. . -' ,ru'r,,'" o anô d^ r041
"
,,{it'"'.J.,,., i Do dc r'.t'{' do"i'ko
àno j dtio o É deverrrs estranho verificat que o resultado de duas su'
",r,,i l,'" 2l J' m_'\a d^ r844'
t.'i" â ,ol',i" "L,iliJ,ar c(ssivr' dê..onlirmrções da prcri.ào.ervita âpends parâ aumen-
'..
T..Í1" -cc,lo P§á Dtô'roe'(''o do l{"/J Íixàdo o' ''^n "! rrr a conri.ç)o de que o Segundo Adverto era imincnre ê relor-
Í'
ú, ú e\'ede-
i,,1,- ,."i-i,t. , '- r ':-l :a'a' J' t'''rnê'cra
",-
''';.;";;;;." .;.", ,rr.i..o .o, oo',.rr e ''â çt]râ o dispêndio de tempo e energia no Úâbalho de convencet
;;.* ;;; ;..'; ô. rJ,J ,i,'ô'".'' ó 'ri':'o ed' lÔrralêc'ndo
dei 'nLe" ouLros sobre a vedade dr proÍecir' Mas Por muiro ou pou.o
i",".a-rl* '- ." liouors que os asüardavân (páss' 140' que um sistemí de crenças seja tesisteltrc à mudânçâ, â dl§so_
i i! à1,'.-.r'';. ;l pericn.iam à;,ileir.s do morimento nância âtingirá um ponto em que cle será descartado em
4\). quc a dissonânciâ não poderá mâis ser reduzida â um-Ponto
t-n que esâs crençrs seirm tolerireis. f. âs§;m úês sucessivas
Es.e novo e,edobrado vigor prosseguiu irquebrantável e' descón irmaçôe. Íolrm su,iciente' liFálmenre. Par. que isso
quando o dja 2l de mrrço de 1844 chegou âcontecesse com os milleristrs. Quando 22 de outubro de 184'Í
o Sesundo
-.ãá.. Advcnlo tivesse ocorr'do. Iegi'trou 'e umx rePeh(ao rl:ceou c pcssou o S:eurdo Advento, dcscrrLou+e Íinal-
ã"' ,",.'i"*. Houve um lorre e proÍundo desaport't' 'cm
Àre a crÃnça e o rrovinrento conhecerr um íim 'úbiro e ra'pido.
,."i" a..r',, duuçào. rrrs logo a energir e o entusjasmo '
Na medida em que é possÍvel apurar os Íatos mais impor-
retornâram ao seu nivel anterior. \e é quc nlo o crcederàm' movire.ros de carâter semelhanre conduzirâm-se
Nichol (42) c Sears (48) clescrevcrrm â reâção nos sesumtes de loimr idênricc, r sabcr: um rumcnro da atividadc de pro<+
litização após a desconÍirmação de uma oença Íortemente radi-
O am do Inn do hundo clr'saLa ao lim tr㧠ô nilhrhno crda'em iue os seus adepro' estâvam ensâjâdos Os dâdos
a ordi.áô dôs 'nilh r;.r Á Ídll, na, nrJ' o
^io ,.'"',' rcLrivos o e..es ou:ro' rnovimento, são, porém, lão escaslos
,.,, d^ vu. inim:s"", o qrái' Laviãm cor'Írd- que não o, Llescrcverei iqui. PreÍiro de'crever agora um estudo
"liil'+'1o a,'", .r'ind" l lr J 'L*r' oq n"rrPirírs
;;;."," ." ,;r'.,
,",.,' '.'i",;inli'n. a ": Jri" ''ra" B'b]:^ c rirrnarr4m mÚúú ,.nre.ent.rdo po- Fe'ringer. Râ.\en e Schr.hrer ( lc t. o qual se
.oi,.s nr-t"n.i'. r,ô ,,-u d.' d.,rnr:o qu" Ôl'c'ràn' baseou na observação direta de um movimento similar. Os
",,,,."
itn ô- mill^'i'r.. , ,ô lil". ,,,, a^ .l 'm, J''J' roi'r" Ehbo'r autorcs obsetvârâm o movimento como pâtticipantes durânte
-1q,r..tr. t-nl-dm r'do rn.n s tnn'1'' r''Plro'do mo\'n'nlo'" cerca de dois meses antes e um mês depois do inequívoco Íracas-
,r'^",..á . -",.,t, n.,;,,.. .,. ri . r.'ro'. voJ'r'"mv
;t';".,.. " . ir' ' o (lF'rr,"r"" ""o J 'lt"" ' 'u d' :ÔmPno' so de uma previsâo b.rse.rdr numa crençd em que es§is Pe§§oâs
:;;iit,- il. lô .'ololósi,,, \\i.l'ô1. ',is' r0"l'
" ,." . Io
' M-" ap'',r ..,rur. .n'ot'ia^. Duranrc c*c periodo dc observação. Íoram
ÍrÍ ''o d' PrcÍa'J' ' ' I'Jm-s do l' ari'no recolhidos dados sobrc cada caso de proselirização, antes e depois
.r'-,.--"".,,a, *.,i,. a. "ri".0,. io Jrl. osJ'
'Lo no'l'm d, previio rer ido devo-lirmrJr. l\4-rs comecemo. por des-
.".--,*-ã,. I .,,1'. r.l ,omolô'l- r _Í' r_''or''sr(õ's'
,ln' dc ,o ,rnrr-.. J : à cl.:..(io Íin,,. t '^ im crever sucillinrenre o corárer gcr'rl do movimcnLo 1 que esse
iiia+. r- -, dc dcclinãr. o Ír:caso Parccii 'acitâI aindâ maio' estudo se rePortou.
222 TEoRrÁ DA DrssôNÂNcr CocNrrlv ÁPorô Socr^Ll FENôMENoS DÉ MÁssÀ
O movimento, se tal pode set chamado, considerando+e o lavra e, sem dúvida, a arair adeptos. Isso âconteceu uns irês
número relativamente pequeno de pessoas nele envolvidas, gra- mcses e meio antes da data Íaúdica- A rmrlher que recebia as
vitou em rorro.le uma rnulher que rc.cb:J nrensdeens e'(riLas mcnsagens fez duas ou três palestras pare um grupo de pessoas
de um €erto número dos Guardiões que viviam no espaço etfta_ e um dos outros adeptos enviou dois comunicados de imprensa a
teffesÚc. Os adeptos dessa mulher, que orçavâm entle 25 â diversos jotnais do país, anunciando o iminente acontecimcnto.
30 pcssoas, acrediiavam incondicionalmente na validade dessas Essa azáfama de proselitização âcalmou râpidâmente ê nâ mâior
mensaqens e na< coisâs que os scus âuloÍes diziam. A maioria parte do periodo subseqüente, antes do cataclismo, os adeptos
das mãnsaeen' era co"rsliruidâ por ",i(oe"', i<ro d exposi6es contentaram-se em estudar as "lições" dos Guardióes e em
de vários aspectos de um conjunto de üenças- Davam explica- Ínzer os preparativos que sê tornassem necessários. Parecia
não haver desejo algum de atrair novos crentes. Os escolhidos
ções sobre â vida dos deuses em outros planetas, âs diferentes
Íreqüências de vibração espirituâl em mundos diferentes, a para ser salvos juniar-se-iam esponiâneâmente âo grupo, sem
re€ncamação etc. As .rcnças âs,im e\pos âs e aceitas por dúvida; e, mesno que não o Íizessem, seriam individüalment€
seus adeptos nadâ dúâm de original. Tratava-se, ântes, de salvos quando chegasse a hora. os não-eleitos estâvârn €on.
combinações de doutrinas de várias seitas e grupos, como o denados a perecet nâ inundação, isso implicava
movimento "Eu Sou", os teosofGtâs e ouüos pelo estilo. O conseqüênciâs de montâ; cnvolviâ merâmente â perda do corpo
grupo que se reuniâ ern torno da mulher que recebiâ tâis rnen' material. Os esptuitos dessâs pessoâs seriâm rrânsportâdos pâÍâ
lagéns era formado, em sua mâioÍ parte, por pessoas bem outros planetas de freqüênciâ de vibmção apropriâdâ pârâ elâs.
educadas da classe média superior. As razões pelâs quâis essâs Se alguém abordava os membros do grupo para informar-se
pessoas, que levavam uma vida normal e desempeúavam pa- sobreo seu credo era tratado cordialmente; as indagações cram
peis tespãnsáveis na sociedade, aceitavam esse conjunto de respondidas, mas não havia tentâtivâ âlguma de convcncer ou
cÍençâs e â vâlidâde das nensagens, são desconhecidas e Íorâ converter. Se decidisse voltar mâis târde, seriâ de sua própriâ
do âmbiLo de nos.o jnrere5'e pre.erte. O nos.o intere".e por iniciativa. Também houve momentos em que o grupo impôs
esse grupo surgiu em virtude das mensagens dos Guardiões sigilo a respeito de vários aspectos de suas üenças e de seus
üânshitirem a essâs pessoâs algumas nodcias surpteendentes preparâtivos pam o cataclismo. Ás pessoas de Íora, por exem-
como, por €xemplo, q"e numa cetta data, antes da alvorada, plo, não podiam descobrir o que os membros do grupo estavam
umâ inundação cataclísmica tagatia a mâior pârte do continente fazendo como preparâtivos pârâ o dilúvio; e eles eram Írcqüen-
Áqui estava uma predição, baseada na ctença m validade das temente advertidos pata não tevelarem â estrânhos o conteúdo
mánsagens provenienre' do. Cuardiões. que er; suÍicientemenre drs mensagens dos Guadiões. Essa falta de interesse em atrair
especíÍicâ parr se- 'u(cerí!el de de.corÍirmatão ineqüvoca novos üenies, por vezes equivalente a uma aversão positiva à
Eiarninemo., pois, aquelrs a.pectos do componamenro dos publicidade, foi esp€tâculnrme,'ie ilustiâdâ por umâ série de
adeptos que são pütinentes pârâ nossos âiuâis propósitos, nota_ âcontecimentos que ocorrerâm apenas alguns dias daquele em
damentc, a s,ra convicção na crcnçâ, o grâu em que estâvâm que a inundação teria lugat.
engajados nessa oença, o nÍvc1 de ptoselitizâção antes e depois Um dos adepros, um mêdico, oLupara um cargo no serriço
da data para â qual o câtaclismo estâvâ previsto e, finalmente, de âssistência clínica aos estudantes de uma univetsidade. Á
o grau de apoio social que mutuamentc se ofereciam. administrâção da universidade, por motivos relacionados com
O nível de proselitização pârâ o sistemâ de cenças Íoi as crenças do médico, solicitarâ â Stlâ exonetâção. Parâ os
relativamente baixo antes da data em que o cataclismo estava jornais, isso tiúa todo o aspecto de ser um saboroso matetial.
previs-o. Esse níel vliava de rempo. em rcmpos de alguns O fato do médico tet-se demitido e o conteúdo da proÍecia de
casos de bu.ca ativa de publicidade, rLé ao maior cataclismo deram manchctes em todo o pâís. Isso ocoueu ape-
sigilo, no outro ortremo. Im€diatâmcnte depois da previsão nâs cinco diâs antes da data marcada prra o dilúvio e o grupo
dá cataclismo sel recebida nâs mensasens dos Guardiões, tegis' viu+e assediado de jornalistas que reclamavam entrevistas. O
ttou-se um breve surto de atividâde destinâda  divulgâr â pâ- que podetia ter sido uma opottunidadc inica parâ quem estivesse
224 'I EoRr DÀ DrssoNÂNcrÁ CocNITIvÁ Áporo Socr,u,: FENôMENo§ DE MÁsM 225
interessado em divulgar a rnensagem e atrâir creDtes potenciâis bros desse grupo Íizeram. na realidade, todas essas coisas. Mui-
Íoi, para essas pessoas, umâ Íonte de mágoâ, irritação e embaraço. tos âbandonâram seus empregos, despoiaram-se de bens que
lviravam -o máximo o, jornJisLa: mais persistentcs. rccusavam Iher erâm câros e passarâm a ser descuidodos em queslões-de
en êvistâs com comentáiios" e mostmram-se din-heim. Quando chegase o dia farÍdico, etes não'mais preci
grandemente pcrnrbados com toda â história Os jotnais cot- sâriâm de
-rodas _essas
coisas. Iogo, é plausivel afirmar'que,
tinuârâm, poÍém, a publicâr históriâs sobre o grupo, sobretudo para a_maroía_ dae pessoÂs no grupo) Íenuocjar à crençâ não
os jomais da cidade onde o gtupo estavâ sediado. Muita gente Leria sido íá.i1. Té-las-ia deixado desempregadas, pobràs, ex-
que leu as históriâs nâ imprensâ telefonou ou dirigiu se pessoal' postâs ao escárnio € d€sdém e dianre da tareÍa de r€con§truírcm
mente à câsâ em Lusca de conhecimentos mais completos. Ô suas vidas desde o princípio.
gfirpo de crentes, entretânto) iratavâ esses visitântes de modo É claro que, como Dão podia deüar de ser, oconeu a des-
-
displicente, recusando â entrâda Da casâ â muitos e scm tentâr confirmação da prediçâo. Mâs permiram-me descrever um pouco
seriamente atrair quem quer que fosse. Os que tinhâm sido as crrcun5ráncras de que a ocorrênciâ se rodeou. Há iá aJeüJD
escolhidos seriam salvos, dc qualquer modo. tempo que as pessoas do grupo estavam convencidas de qué os
Em poucas palavras, era esse o nível de proselitização nos eleitos seriam resgârados por discos voadores e evactadàs do
dias que precederam o cataclismo iminente. VoJtemos agora nosso pJanera anres do cataclismo omtrer. Álguns dos crentes,
as nossxs âtenções pâm as provâs quc foi possívei teuflir sobre â principalmenre estudanres universirários, Íoram aconselhados r
corvicção dessâs pessoâs € a extensão em que cstavâm compro' ir pÂra casa e aguardar aí, Jndividualmenre, a chegada do disco
metid.c com a sur crcnçJ, isro i, cm quc tomâvâm in:cirriva, voador que víia apanhar cada um ddes. Isso e-râ Íazoável €
de acordo com ela ações difíceis de desfazer e que, por plauúvel, vi.to que a data do câtaclismo coincidia, por cosuâli-
- d'Ítil desccnarern o si'remr de cren
consesuinLc lhcs Lorn..rva dade. com um feriado académico. A maiot parte'do grupo,
-H:vir,
çr.. de faro, uma samr de conv'c(ôe' denLro do grupo. inclusive os seus membros rnâis centrais e naii profundaimeite
Eta ia desde o leve ceticismo (muito râro no grupo) até à cotnprometidos, reuniram-se na casa da mulher que recebia as
exüemâ e pura convicçãô (que era o estado de coisas predomi- mensagens e esperaram a cheeada do dhco voador. Para estes
nânte). Os que sc mostrâvâm levcmente céticos €ram âs târâs últimos, a desconÍirmação da predição. na torma de evidência
pessol, q're I nh,tm s:do levada' p.rra o sÍupo mâis ou meno, de que as mehsaBens nâo eram rálidas. começou â o(orrer quarro
contra vontade ou, pelo menos, sem qualquer volição de suâ dias antes daquele em que. segundo as pt"ulo.", o evento reda
pârte. Assim, por exemplo, â {ilhâ de dezessete anos de urn dos Iugar. Uma mensagem inÍormouos dessa vez que um disco
líderes do grupo, embora Íosse membro em virtude das circuns- voador pousaria_nos Íundos da casa às 4 horas ãa tarde para
tâncias, expreisava ocasionalmente scu ceticismo. Mas, de um apanhar os membros do grupo. Ápanharam seus abrigos e ca-
modo eer.i, §e íó*semos carc.rerizar o g-au de convic5ão do srcos, lorÂm parâ o pdrio do l,rndo esperar. mas n:o apareceu
grupo como Lodo, hari-' ,r rris completa Íé nr validade das drsm voador nenhum. Uma mensâgem posrerior âvjsou que
mensagens dos 'mGuardiões. rinha havido um ârraso: o disco voaãor c-hegaria à meia-noite.
Tal como em ouros movimentos semelhantes a esse, havia No meio do mais absoluto sigilo (os vizinhoJe a imprensâ úo
uma ligação esttcita entre o grâu de convicção e o gtâu eÍr que deveriam saber), e)e< aguardaiam ao relento, numa náire de Írio
o comeiimento de ações era concordante com â crença Se umâ e nevê, poÍ mais de uma hora. O disco não veio. Ouua men-
pes.or rerlmen-e xceira que o rnurdo, Lal como o coúecemos. sagem disse-lhes pâra conrinuarem à espera, mas ainda dessa
ê.,, pr.",.t a rcabar num cerlo dia. â dererminada hora. ela vez nem vislumbres de disco voador. Por volta das _] horas da
não se dedicará aos seus aÍazeres da maneira usual. No minimo, maúa, o gtupo desisriu, interprerando os a(onrecimeoros dessa
essa pessoa ndigenciará as coisas do mundo que, à luz do que nolte como um tesre. um eyercicio e um ensaio pâra a ver.
purn acõr,i.c.. em bteve, se despim de todo o signifi dadeira evacuação, quê não tardaria a reâLzaÍ-se.
""tuuãe importância. No m,íximo, essa Pessoâ ostentârá seu
cado Sob enorme teosão, eles aguardaram âs ordens tinais
desdém pelo mundo e as coisas que â ele se Prendem. Os mem' -
as rnensâgens que os instruíssem sobre â hoÍa, local e ptocedi-
226 TEoRr^ DÁ DIsmNÂNcr^ CocNIÍrvÁ APoro SocrÀLi FENôMENoS Dr MÁss^
tivos à "realidade" ê â extensão em que urn elemento exrste petar-se'ia que umâ pcssoâ com baixâ tolerâDcin à rlis«rniilcil
em telâsões consonântes com muitos outros elemmtos' visse mâis as questões em t€rmos dc "pr€to e brr»co" <lo qrrc
uma pessoa dotada de elevada tolcrância à dissonância, <lc qLrcu
3- A dlsonàncid márima que pode existir entre dois ele- esperâríâmos que csiivessc âptâ a mânter "cinzentos" cnr run
menros é imal à resi"rência à rn.dania do menos resistente dos
,lo;s elemáLos. Se a dissonincia excede essa magnitude o cognição. Assim, pot exemplo, imaginemos umâ pessoÀ quc é
demoüata. Se ela possui elevrda toletância à dissonâncir, trrlvcz
elemento cognitivo menos rcsistente setá mudado, reduzindo
lhe seja possível coniinuâr â ser democrata e, no entanto, rcrJ-
assim a dissonância.
ditar também na existêncja de certas questões em que o PartiLlo
Este breve resumo di{icilmente pode esperâr forDecer um Democrata está errado. Em essência, ela manteriâ dois coDiun-
ouadro adequado da reorja, mas talvez possa ajudar o leitor â tos de cognições mutuâmeDte dissonantes, visto que, considc-
ver mais claiamenre a natureza da tcoria e onde ela pode chegar' rando se apenas o frto dela pensâr que os democtatas estão
Não tentârei fornecer qualquer resumo das ptovas empíricas orados em algumas qüestões, € jgnorando-se no momento toda
que foram aptesentadas. e qualquer ouira cognição relevalte, decorreria daí o inverso de
No decorrer da reflexão sobrc â teoriâ, da realização de "ser um democrata".
estudos planejados psra testar as süas implicâções e dâ pesquisâ IÍma oesor .ôm b,ixâ tolerânciâ à dissonância talvez Íosse
de literai"ra iata ericontâr dâdos, numerosas idéias se sug€Íirâm incapaz dJ manter tais dissonâncias e esÍorçâr-se-iâ por elimi-
si me'mrs e oue me Dârecem promissoras mas sobre as nálas. Ásim, csperâr-se-iâ que, se uma pessoâ com baixa tole-
'ôr
à'ai' nao di'oonho de o'o,"i O e*u de conÍümrç;o da reoria rância à dissonância Íosse democrata, ela manifestasse tendên-
i" dissonenci'a nuqr.lr. á'er. onde-obrivemos dados parece.uÍi- cias para aceitar rudo aquilo que os democratas proclamam e
cienre p;ra encorâiar me a íormular .reo-a aquelas implicaçôes defendem. Para tal pessoa, pottanto, os conjuntos de elcmentos
da teorl da dissonância - e â (xpor jdéiâs sobre a mesma - cogritivos relevantes seriam principâlmente consonantes. As
Dara as ouÀis não disDomos aind: ãe prova'. O restanre de*e {Hs opiniôes .obre quesrdc. poder-se-irm cr!àcteriz.rr como
àaoírulo ion'i're. poi, numa série de 'uscsrões que vdriaÍn
enrre derivaçóes di teoria e palpire' sobre vâriáveis que aferâm pos,írel obrer una nedida de role.;ncia ir dissonáncia' ba-
os pÍocessos de rcdução da dissonância. seada nestas consicleraçóes.
Neste po.to, muitos leitores talvez sintam vontade de
Nsa as NaÇõe' Sobre Dilerenças de Personalidade suserir que esse teste já existe, tendo reconhecido certa seme'
thinça entre as nossas considerações imediatamente âcimâ € algu'
Existem, certâmenie, diferenças individuah entre pessoas mrs descriçóes de "personalidades aütoritáriâs" e algumas des'
no qrau e na maneir.r como reâsem à exi§Len€ia de disonáncia' crições de pessoas com elevada "intolerância à anbigüidade".
Pari algumas pesoas. a di$onància é algo exrremcmcnte peno'o ai.'1á su.pc:rJ pe*ocl e que os res e. exkrente". como a
e inrolerlvel, enqu.inro que exi,rem oulras oard quem um ele- ^ F, medem, âté certo ponto, ô grâu em que âs pessoâs sus-
escala
vado montante di dissonãncia parece ser tolerável Essa varia' tentâm opiniões extremas, isto é, opiniões em que â dissonânciâ
cão ná ''roleránciÀ à dksonàr' i.r' parcce ser mensurivel, pelo foi eÍetivamente eliminacla. Esses testes, entretanto, medem
ínenos !/orÚ rzolo. Pesoa' com baira rolerància à dssonància trmbém tantrs coisas mais quc não serirm sâtisfâtórios pâtâ este
maniÍestaráo mais desconforto na presençâ de dissonância e propósito. Os testcs que medem sinrplesmente Ít "intol€rância
reâlizârão mâiores esÍorços para reduz,.la do que as pessoâs à ainbigüidade" tali,ez cstejrm mris próximos da finalidade que
dotadas de elevada tolerância. Em virtude dexa variação Dos nos intãressa. Trrta-se de questõcs empÍricas. O procedimento
estorços para reduzir a di*onànci.,. seria pl.ruível e-sperar que de validação para qualqucr tesre :r scr usarlo como medida de
,.."'..,:."- bâixâ tol€ráncií tive'sem, nà rea'idade. conside- tolerância à dissonânc;r é, conturlo, ltm claro. Deve relacio-
,ruàtrn.n," rn.no' dis'onánciâ .risLenie cm qualquer momenro srau cm quc os sujeitos dão provas evidentes de
dado, em compâÍâção com âs pessoas de elevada tolerância Es_ pressão pârâ Àduzir a dissonância numa sitüação experimental
216 TEoRrÀ DÁ DrssoNÂNcIÁ CooNIÍlvÁ RlcÁprTúLÁçÃo B SucEsúÉs ADrctoNds 2r7
em que a dissonância tenhâ sido introduzidâ sob condições TâmbéÍn é admissível supor que essâ mesma pcssoa reagirí
muiro v:corosimenre à innodü(ào de dissonância cm suâ cosm-
Uma vez que tâl medida de tolerânciâ à dissonância esteiâ
do. lsso deve âcon.eccr 5e. de faLo. a incaprcidade para roÃar
decisões ior umJ rerção âo nedo Je disson;n.ia. Exisre, pelo
ao nosso alcânce. não Íaltam as conjeturâs interessantes que mcnos, um ripo de situàção em que uma pessoa nào pode evirar
seri.r pos5ível resr,rr empiri!amente. Consideremos as pe*oas a dissonâDc:â, r mcnos quc Íaça de si mesma um recluso absoluto.
num eir.er"o da Àama de roleránciâ à di'son;n(ir' ino é pesso,s ReÍerimo nos às sirrâçoes oràsionais em que pexoas dÀcurem
pard quenr â dissóráncia é espe. ialmente pcno'r' tm Lais . ''o'
i*t..-o", u pessoâ âtuará .êttnnr"nt" pu.u evitar a ocorrêflciâ coisas, têm di<cordàncias e expressâm *., ápi'ioe" discordanLes.
Como o conhecimento de que alguém mmó nós sustenta uma
de dissonância. Tendo aprendido, no decurso de sua existência, opinião é dissonante com a defesa de umâ opinião conrária. é
quanto a dissonánci.r é decacrrdável, o mais provável é que evirc
de espetar+e que uma pessoâ pârâ quem â dissonânciâ é extre-
;",,.1^ ri,',âcões oue. como ela srbe. redundàm cm dJ(oúncir' mrmenre de'agradável reaia muiro visorosamenre à expressao
A.sim, por eie-pÍo, rerá experimentado, sern dúvida o dc<on- de d'scodáncia de ourras pessoas. Nesse caso. argumenrará
Íono o'le sob'evêm.r uma romda dc deci';o, visto que exisrc rom veeméncia, scrí Jogmari,a, obstinada erc. E*a ríndrome
q,"r. ..rp.. di'sonàn.ia. Se tal pes.oa parr qu'm-r disro- de ircapaciJrde prrd rom.,r dccisõrs, de ser muiro 'decidida e
náncia é ellremrmenle Peno<r, lenra rvi âr a o(orrência de "unilateral" a respcito de questões diversas, e de Íeagir vigoro-
disonáncia, o mals nrovlvel é ob'ervcrro' que eh renta eritar samente êm {ace da discordância dc outros, é coerente com a
a torradn de decl.aes ou Io-ndr-'c aré in.aprz de tomdJa' inrcrprerrçlo de que a pe.sor rem uma rolcrincia rio baüa
Adncido esse exrrerno. é clrro, eprerentdr §e-á muiro Po,s;vel- à dissonintir que aprendeu a reagirJhe rnteriprdamente.
menie uma .ondição pJ olósica Érrminemos ainda mais detl-
Estivemos analisando um caso exúemo, é claro. Existem
Ju..nt. o q,. poà.."pi"'de una pessoa que atrrvés do
'"
medo de dixon;rcir e di .cu dcsconÍorto. pLeícre realmente
outras maneirâs mais moderadas de reagir em previsão dâ dissG
nânciâ, â Íim de evitar a sua intrcduçâo. Há pessoâs que, âo
mânrcr-'e €m conÍlito c mo.tra incapacidadc para lomâr de(isões
evitarem a di<sonântia pós dccis:o, romàm decisóes sem tomálas.
Se rrl Deqso, es j, de Íato, reagindo em prcvisão da di'so- Iso pode ser corseguido, por vezes, .rdorando+e um papel
nánciâ quc, Dára ela, é sum,:menrc de'agradivcl, enrào é cvi' pâssivo r respeiro do meio amb:enrê. de rnodo que. pelo menos
dcnte qur eh deve ler soÍrido amiúde tal dis'onâncla. para quc em alguns caso,. âs deci,ões surgem Íeira< porque o ch;o, por
oossn ier ap'c'dido c55, reíção anrecipatór'á de evirâção. P^r assim dizer, andou debaixo dos pés da pessoà. Àssim, a deci!ão
àon'cn,inr.. dele rer de"envolvido rambém algun' me'anismo* esrá rom.rda, mr\ a pes'oà não é rcsponsávelpor ela. A evirâÇão
orra ieduzir â di,son;nciá que, emborr Ialvez nlo sc:'rm mu:ro dà disson;nciâ pór de.isão tdmbdm pode ser conseguida, em
eÍicazes (ou entào por que a evila,;o de dissonánciâ? I' serirm certa medida, peia rerogaçeo p'icok;giia da dccis:o asi,m que é
o,esLiveis. n:o ob.r,nt., prÀzo. A exi\tén'ir desscs
" longo
Ínecánkrros, ern coniunlo con a Íorle pressão prrÀ reduTir â
tomada. Ássim, pot exemplo, se irnediatamente depois dc tomat
â decisão, por mais irrevogável que possa ser na realidade, a
dissonárcia. ouando exi.,e, contrib,,irào para rornar muiLo pro- pessoa estiver convencida de que era â coisa mâis absolutamente
vá"el a pes'oi losrâI â eli,rin.rção de qurlqucr dissonáncia -que erraJa a Íaucr. eÍâ preoára-5e.á de noro para o imp;<ro da
possc tei e'1.'ldo em coniunros cogni.ivos há muito esrabeleci- po*lvel dissonáncic e â erirrcão desse impccto. Trl êviuçào
<i*. É d. csperar-se que uma pe',oa Lenha opiniões muiLo dâ dhsonâncil, deve" exisrir :rpinas. p"r" p.i.om que rém baixa
positivas c trnilaterais sobre numerosas questôes e não seja capâz toleránciâ à di$o1:inci., íoniuÊrdr com mecanj(mos relativa-
ãe ver, de maoeira muito efetiva, "âmbos os lados de uma ques mente ineÍicazes prra rcJuzir a dixorir.ic, issim que esta
tão". Se isso é correto, depârar€mos então com a situâção quase
paradoul em que umâ pe<rcr qLe é muito decidida a respeito Isso conduz-nos, é claro, ao problema da variabilidade de
dc opin:ões, que.rôe" e 'alore. IàmbdÍr sê 'o'lra jneprl part p€ssoá pâra pessoâ nâ eficáciâ das técnicas que €mpregâm parâ
tomar dccisões. reduzir a dissonância e nâ prêferênciâ por umâ técnicã ou-um
I
238 TEoRIÀ DÀ l)rssuNÂNcrÁ CocNrrlv REc^prruLÁçÁo E SucÉsrõss ÁDrcroNlrs 2)9
mecânisrno em detrimento de ouÚâ ou de ouÚo. Mas tenho mente itlentiÍicadas. a Íim de exempliÍicar â espécie de imblic!-
pouco a dizer sobre esse ponto, além do reconhecimento de que ção â ser âduzidâ de um exame da dissonânci.r c dr pressõo
existem, por certo, essas diferenças erte pessoas. Sem dúvida, pata reduzila.
algumas pessoas tentnm, tipicâmente, reduzir â dissonânciâ con' Acontecc, por vezes. mudar o 'papel ou a "posicáo' dc
centrando'se nos clementos de cognição que estão envolvidos umâ pessoâ em alguma organizaçào ou na sociedcde. Asiim. um
nas relâÉes dissonantcs e ptocutando alterar ou descartar esrudanre ÍinalisLa pase em seus erames, recebe o seu dipioma
alguns deles. Outtas pessoas lidam habitualmente com â disso-
de.doutor e _âceita umâ posição doceDre cm âlguma universi,
náncia concenrrando-se, sobretudo, nos elemenros mgnirivos en-
dade. De sübito, a _sua posiGo na rida e as .;i"". qr" a1""
volvidos em relâções consonântes e tentam adicionar novos
con.ide-avelmenre. Já n;o ê mâis ,rn.;,,,t,"r.,
elementos que também sejâm consonântes corn outros. Nâ la?er Iu+ram
medida em que o esquecimenao seletivo de elementos cogrutivos
mrs ârgüem que em vez de ser o recipiendârio
de nolas, pàss.r a.dar.notâs a.ourros. e arsim por dirnte. Muiras
cnvolvidos em relações dissonantes constitui um mcio cficâz de
oas cor<às que ,rz rnrroduzrrio drsson;nLia em sur cognição.
redução de dissonânciâ, também tem sido insuficientemente €xplo.
Crcmo e<rudcnre. por exemp)o. poJià âlimentâr cerLas oó;niaes
iâdo. Outros mcios de Íeduzir a dissonância, teoricâmeÍte deprecrcrrlrs sobre os prolesso'cs que chegavam à aulà dcsF-
possíveis, mas sobre os quais há poucas provas, são, por exemplo,
parados.e davam Ii\ôcs mediocre,. Âgorr. ete ue"e hr.'ndo
a redução da impottância de toda a área de conteúdo cognitivo -
ocâsioDalmenre a mesna coi,a. Como esrudâDre. Dodê ,",
em que existe dissonância; e â compârtimentação de diferentes
conjuntos cogÍririvos de Íorma tal que eles, com eÍeito, Dâda
adquirido cerr,rs opiniões sobre o
'isLema
de cla.sificàç;;;;
renham a ver Men.ionei esrcs proces.os
vâloÍ.. Âsorr. como protessor. poderá descobrir q,e iem, com
para indicar, merrmente, âlsuns dos problemas envolvidos e o rrequencr.. de arflburr notas sem uma ba.e suÍiciente para e+
tabele-cer diferenciações. E podem surgir murros ouLros
possível âmbito de investigação, não porque eu tenha quaisquer cãsos
idéias sobre €omo tratâr desses aspectos da personalidade em semrlhânres. Tal d-.onànciâ podera ser rcduz;da desde àue
Íelação com â dissonânciâ.
mude sus anrigi. opiniões. Como e'Lá .:s"o.iado a ouLio.
prolessores, rio lhe serâ provâvdmeDte muiro diÍicil ádquirir
um conjunLo de opiniôe" em consonàn.ia com a5 co,sâs'",.
Alcaks Eleitos de Mudanças en Statú e Papel Ía2.. Por ourm. palavras. ace,ta as opinioes e ,rt";;.';;
posrçao pâra onde sc mudou. ",
O problema de aduzit implicações de naturcza geral da Exâtâmerte a mesmr espécie de análise pode ser realizada
teoria de dissonância cognitiva consiste, é claro, na identifica' prâ outros lipos de sübi,a.mudançr na. ÍunçOes que uma pe,soa
ção indepcndente de situações e circunstânciâs que produzem desempenhl. Um operjrio numa íabricr. por erempto. ooAe
habitualmente dissonânciâ. Nurrr nível muito geral, parece ser_promovido ao cargo de capataz. De súbiro. ete aú.ie d;dô
plausível q,.re, s€ uma pessox é submetidâ â umâ súbita mudança ordens en vez_de ffcebé-lâc. Íir.,iizânJo o rrrbalho de o"t.ã.
em seu modo de vida, resultará daí alguma dissonância cognitiva. em vez de ser rrsc.rlrTâdo etc. jrmbém e:sâs novas âçõer serão
Muitas das ações que ela empreende por câusa de suas circuns' dissonantes, cm muiros cn.o\ com â( opiniôes .
tâncias alteradas serão provavelmentê dissonantes com algumas como oppráflo ", "rl.r.,;;;
e que ndâ (u\renLâ. Nâ bus(a
das opiniões ou valores que essa pessoa adquirita pÍeviamente.
Se pudessem ser identificadas situâçõês êspecíficas em que isso
oa
,reduçao cle dt(.onáncrâ. ,espera+e que es.a pessor í.eirc
rapronmente as oprnroc( c vatore( do< ourros caprtazes, i.ro é,
âcontece, estaríâmos âptos â pÍedizer €ertâs muclanças ideológicas rquehs opiniõr-s c valorcq gue \áo con.ooanre5 com as .oisrs
€specíficas ou mudanças de opinião subseqüertes à alteração no que ele agord {rz. Tâmnou(o scria surpreendente verificar o,,ê
modo de vida da pessoa. Essa mudança de opinião seria, é e§sâ pessoa come(â com ourros oper:r,os rjrre
claro, uma fotma de reduzir a dis,onância cnrrc as opinióes er.trn seus rompanheiro. ,suriq drdo que exes operjrios nio
existent€s e o coúecimento das açóes agora empreenddâs. apoiârão â\ mudânça\ de opini;o que propiciarn a red.,(io dc
Ànalisarei algumas dessas situações que podem ser esp€ciIicâ- dissonáncia. N;o pretendo sugcrit que isso seia ,ru Ínr.t,nço
REcAprruL^Çio E SucEsrõEs ADrcroNÁrs 24t
240 TEôRrÀ DA DIssoNâNcIÁ CoGNlrIvÂ
despreza o e{eito de fatores como esses, mas, pelo contrário,
comDlelamenie súbirâ de opinião ou que se lrâle de um pro l-2. Â inÍLuência que ourros em
"ob uma novr
Jispóe-nos
**â de "rudo ou nada'. Com eíeiro, pode levar algum rempo po.içues senelhanLe. excrcem sobre pessoJs que se rrânsíerem
e .errâs ôDiniôes talvez seiam tn,,Íro resisrentes à mudànça. de pard um noto pap,l e jndubiLavelmenre import,:nLe. Mas, se
modo quc'aleuma di"soDáncia nun..r é e'iminàdÀ Mas eri5te, â minhâ inte&retâção é corrêta, â pessoâ que se transÍere para o
de Íato^, a p-ressão parr reduzir â dissonânciâ e um elevado novo papel não é, por assim dizer, uma vírimâ dessa inÍlüência,
grar.r de acéitação dê valores e opinióes âPropriados à novâ mâs, pelo contrário, busca-a. Como vimos no Capítulo 9, ao
posÇo deve Íorçosamente existir. analisarmos o estuclo de McGuire, a inÍluência que reduz a
Álém das mudanças de "carco" ou "Íunção", existem outros dissonânciâ é consideravelmente mais cficaz que ; inÍluênciâ
tipos de mudanças que pro<luzeÀ as mesmâs espécies de disso' que tendc r âumentirr â dissonâ.ciâ. Sem a accssibjlidade de
nânciâ enrre opirô€s existenles e novas âções que umâ pessol outros que estão dispostos e aptos â exercer influência
empteende poi causa da alteracão de situâção. Âssim, por
-
nâ direção que reduzirá â dissonânciâ - pela nova situação,
criada
exemplo, a última década nos Estados Unidos assistiu a uma a subseqüente rcdução de dissonânciâ, na Íorma de mudança de
brusca elevação no pâdrão de vida de muitas pessoas e ao oes- opinião, certamente não pod*ia ocorrer cle forma tão fácil.
cimento de novos "subúrbios". Se a uma mudança que teve Fâtores tâis como as expecrativâs que outros têm do papel
lusat num período de alguns a"os pode-se chamar "bmsca"' c d.. exiginc.,, Jo p.'pel ,nporrrrrc§. sem dúv;da. na pro-
rluçào de J;..onanc.a Por'r"
"perroa"
.niao ."ru, alteraiam bruscamente muitos aspectos de exemplo. um operirio que aceiia a
seu modo de vida. Mas ainda que lhe chamásemos uma mu- ptomoéo para o cargo de capataz numa grande fábrica pode
dança gradual, permânece o fato de que a muilança ocoreu e tentar conduzir+e de maneim dilerentc de todos os capaiazes
produri, um comporlrmenlo e ações que em muitos cÀsos, que ele conheceu no passedo. Por ortras palavrrs, ele vêse
eram indubiravelmenre dissonantes rom âs opiniões erislenres. inicialmente com umâ condutâ que está em consonância com
Uma pesoâ que vivera sempre em pleno cenrro de uma cidade suâs opiniões coffentes. Mas âs expectâtivas dos operários a
e adquirira cettas opjniões sobre a maneira de vivet e gâstat o quem agora Íiscaliza e a percepção por parte daqueles do papel
tempô, pode encontiar-se agora numa casa dos subúrbios, cer' de um capataz poderão, simplesmente, não the permitir isio.
cada de um pequeno gramado que exige suas âtenções, ser Mesmo a contragosto. e)e rcnbará por ver*e rtuando como um
apamdo etc. U.u p.""à, que sempre pâgou aluguel pode en-
conuâr-sê agorâ pagando imposto sobre a casa que comprcu ê Tal mudança no papel é certamenre compliceda no sentido
rendo re:çôÃs âos imposros quc.ão d'r'onrntes com suâs opi' de que muitos fâtores eÍão em âção pâra aÍeiar, sem dúvida, o
niões â respeito da justiçâ tributíriâ, Uma vez mâis, essa mmportdmenro e âs oDiniJes da pessoa. No novo pape), elo
dissonância é suscetível de redução âtrâvés da mudança de 'âmb;T rem expernlrcias o.e iuncâ riveru rnte.. Tudo o que
opjnião e é de se esnerar que ocorr.r tal mudan'a ideoJ6gica or desejo ublinhar, porém, é que o fenômeno de aceitação áos
Ela reÍletida, em cena medida, -a mudànçâ de ôpiniões vâ'orc' a.\ociados a ut oroel por umJ persor .luc ingresso
"criae, rré cerlo ponro, na mudrnça de opiniõe< e valores
polÍriLas 'c.,r p '.içi. poJ. - ,o. qurJ. .ncn c rlreFdil. em rerm;. Jc
io.iais. Fm resumo, observdr-se ia .t àceita(;o e adoção das rcducão de dissonâncix
opiniões e válores da chsse social orde e*as pes<oa. ingressaram
O Íato das mudanças em papel ou rrrlrr aÍetâlem âs oPi_ O Ànb;to tla Teotitt dr Dissotlâncid
niões e ctençâs dâs pessoâs {oi, é clato, recoúecido e comen-
tado por muitos autõres. À ênÍase incidiu sobre dois Íatores, \o. vâ,io..âp,ruo. d+,r livro ,pre,enrei dado: Je umr
a sabét, que as pessoâs que ocupâm um certo papel ou posiúo ,.r,ra gam- de ton.err,,, rclcr rre. pJi â reor:d da dissonáncia
teagem àie'pecútivas que os outros têm desse Papel ou posição; O nrterirl trataclo cobriu toda r gami que vâi cla situação em
e que umâ pessoâ é influenciada por aquelas com quem se que Lrm indi\,íduo se encontn dcpols de rer tcmrdo uma de"
assócia enqurnto ocupa um determinado pâpel. Á interpretação cisão, um problema p!mnienre psicológ;co, âté aô itrteresse pêlo
que apresentei em termos da teoria de dissonância cognitivâ não
242 TEoÀL\ rrÁ DlssoNÀNct^ CocNllrvi REcÁprrul-^Çio D S«)is'r'anis 243
^DrcrcN^ts
,útel de D'J'elirrz.ç;o (m c(rror ''po Je movrm''r ' J' rta-'t' cialmente adquirida por alguérn quc cstivcrr pcL.lcnrlo <lc tormr
:l;';;à,i"'";;il;;,"";,..,. i" m,. a .ocrorogo sistemática erâ dissonantc com à cogniçij(' (lc qu( conrinuo ir
;;;,-;;.;Éi- ".'-,.,
r, iJ ve'dicr". ' 'eo,r dd d*onànc'!r jogar do mesmo )ado originnJmcnrc csrrrll,irl,r. Mrs r alirn,nç;io
il."Ii' ri:,iil-u,; ,",'," ','. ^
exi'I(n'(iâ de Jr''J de que a telação entre esses dois jrnrpos (lc coÂri(a(s (m llis$
ie".ll !";;;,';t',.",.
"...i, ào p,(ooni, -nLc
quc
nante depende do plessuposto dc quc n pcss,r rsr,i nnÍiv,rdx
,1".i- tt. dào origer,r o.orrern com rdnra Írcqüerciâ
pres;o
para ganhar. Se, por alguma razãô, o sujciro rrcssc crlr.rirnonro
,, "",,"'"".i. a'"*1".í c a" nraniÍesLaçóeen' qua'e oJo c
da par'' quisesse mesmo perder, esses dôis conjunlos irt11rritlvos txis
l,aí,i.iiià ",:;ii," "" ,p,e\en,àre tiriâm, pârâ ele, numa relação consonantc.
qualquer contexto que te po,sâ conceber' Ourro. motivo. quc ramhêm po.lem olcr.rr ir1rrc,,.rr,,,, r,,
i"i',... a. Iaro, r,sum's rrrniricJçoer do!'r' or 'eÔr"r quadto na medida em que tornem certos elcnrcuros er,4rririv,,s
.1, ,ri;;ilr"";,; ü"".3i q** ,'''t'*" Por erempro' rcsistentes à mudrnça, assim escondendo, talvcz, u rtlrçiulle
iJ.'ãã,.'.',',1-*i: a.*.ne"ci. . Lie um re
nD'n'ó'"'o;ri'ó'
srJpo
ür.r' dissonânciâ. Umâ análise dessas outrâs motivrç.ars s.riLr rirl
..,.ii',"ia.^'.", dirrm,". a inrorrn. io o'r ' bêm ne,e.sária. dúvida. a Íim de prevcr.r or,,,r(.,.., ,lr
rruoo rlc .oenrçoes que currc'pondrm di,,onáncia. MJ,"eno que de.eio aqui se
,uLlinhar ( qrrc rrr,, rrn
,',",., o"t'o' .e cmr.nlur, c 'l'ro qrte e*t 't'"on 'ncra looc
\r '' ocupei dos problemas de rnotivação e que esscs problcnlrs, r[
.'* *ã-:ãi..a;",,. ; mud.'n,r Jc ." npor,rn.-ro tlc: pn' um modo geral, seriâm distintos daqueles de que a rcoriu rlrr
lidíde. .r, coerrçôc rJe rjPrcc'nt 'm 'orhcc'rr'rl soece
;;l 0..*,,'.:," .," .cno 'en rdo. "'
"i*:';#';?
[;";;'".-.";;i,';"' mri. Ía-c' Je rrud"r' vi'ro que i"o Sc começarmos, porérn, â trâtar o conceito de dissonârrcirr
de um modo vago, será fácil perder de vista essâ distinção. P(n.
..,1" ."**Í;a. pei^ ':nrple' muoan'' J"
'". I,Illiru.:çao c'rá cm (''Jr
,."olvido. t g-áro(
rc \únrr'r're com elemplo, existirá dissonância cognitiva toda vez que uma pcssor
à:ilià;à" hi cm nuJ.'r d**ri''' ':'- niri'o' 'rue 'orre'
se enconraf numa situâção Írustradora, isto é, roda vez quc
ionhecim"nro 'ubre o rc'o Jmbrtnre q're ro drre
ao "," for bloqueado o progresso no sentido de alpm objetivo que- a
"""dem
ã;;i; ;;"-;. É*- ,,'"'.' do' 'eu' senrido' Por con' pessoa esrá motivâdâ para dcançar? Á resposta a isso é "Não";
ãl;i;. ;';i;; qle a moditicaçáo ''uopriada.de .c"mp"rta ma' rrle a pena pormeDor./ar a re5no\ro. poquinrô p"nsu quc
.ãruo ,ma reàrno freqlienLe : ex,.rêrcrj de 'lrio' anc'a' aj:d,ri a esclarecer âsrimirx(ôe. ro àmbiro da teorl.r da dis.o-
'er; um tio vJ'ro nância. Se umâ pessoâ estiver guiando seu carro numa esttada
\4,r Diectümenr( porque a reorir Po$ur qo solitáriâ à noite, furar um pneu e descobrir que não tem consiso
.
árnbito, importa rrc rerrar dclimitar com pre! orlre era c
que um mâcrco pâra levantrr o automóvel, certamente a descreve-
rehvanLe e onde não é. Eri'tem muitos Íarore\
rtelâm
;.'^ itudc" c opiniôes da' pe'so;' e sobre os rírmos como alguém numa situâção Írustrâdorâ. Mas examine-
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.*i' ) *.i, dà dis,onànL;.r rrda Lem I dizer' Por exempro' mos a suâ cognição pâra vcr se existem quaisquer relações dGso,
:.lii:.":',';; à;:''oúi.',otiucao no decorer deste Íivro nântes. .A. pessoa sabc que tem um pneu furado, sabe que não
il;;;" ;;;;;;i; p"a., . a"-. ser consider;da qre
um
aÍetam
Íator
o'
tem macâcoi sâbe que é noite numa estrada solitária e sabe que
deveria estar em trl ou tal lugar, a tal ou tal hora. Mas ne-
;.it,,Lt;i.-;;;;i.';m muitos ou'ros molivos
quàlquer nhuma dessas cognições é dissonânte das demais. Nenhuma
rcre' humano e contornàmos â quesr:o de reraçâo
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