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ANA CAROLINE
CAMPAGNOLO
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Prefácio
,Bernardo Pires Küster
Feminismo: perversão e subversão
Ana Caroline Campagnolo
1 ª edição - fevereiro de 2019 - CEDET
Imagem da capa: Salomé, Jean Benner, c. 1899.
Editor:
Thomaz Perroni
Editor assistente:
Nelson Dias Corrêa
Preparação do texto:
Gabriel Buonpater
Revisão ortográfica:
Gabriel Warken Charczuk
Capa:
Gabriela Haeitmann
Diagramação:
Gabriela Haeitmann e Mariana Kunii
Conselho editorial:
Adelice Godoy
César Kyn d' Ávila
Sílvio Grimaldo de Camargo
FICHA CATALOGRÁFICA
Campagnolo, Ana Caroline.
Feminismo: perversão e subversão/ Ana Caroline Campagnolo - Campinas, SP:
VIDE Editorial, 2019.
ISBN: 978-85-9507-054-7
1. Feminismo.
1. Título II. Autor
CDD-305.42
ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO
1. Feminismo - 305.42
Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda <' qualquer reprodução desta
edição por qualquer meio ou fonna, seja ela eletrbnicn, rtlrl·ànica, fotocópia, Krava
ção 011 qualquer outro rnrio de reprodu\·ào, srrn prr111iss1lo t·xprt·ssa Jo rditor.
Dedico toda tentativa de esmero deste texto a minha mãe Maria Raquel,
rainha do lar e de nossos corações,
e a meu pai Job Campagnolo,
que provou que o amor de um homem lança fora o medo
e a necessidade de vender-se à ideologia.
:Prefácio, pclr Bernardo Pires Küster ..... º ............................... 13
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··• ,. ,. . � ,r; ',:O " 'v ,,... ·' - " u ....... -� " 8 e··)
Inauguração do Women's Movement nos EUA (1848) ................. 83
Direito ao voto............................................................................. 88
Stuart Mil/ e Harriet Taylor:
argumento da igualdade ............................................................... 96
Kollontai e o feminismo socialista ................................. ............... 99
Trabalhar: privilégio ou necessidade? ......................................... 109
Desigualdade no mercado de trabalho........................................ 114
Reclamando de barriga cheia ..................................................... 117
O bem-estar da família
e a complementaridade de papéis ............................................... 124
Casa privada versus casa pública................................................ 129
O saldo da Primeira Onda ......................................................... 135
Millôr Fernandes
1 \
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
14
PREFÁCIO
3 Jbid., p. 104.
4 Gn2,18.
5 Papa São Jo,io l'aulo li, 1'eo/,,>:i" ,lo C<Jr{Jo: o '"""' /J,1111,11,11 110 ('/"'"' J,11i1111.
C,unp111as: F.,dt·si;1c, .2.014, p. 5 l.
16
PREFÁCIO
,. ' 1 11.i111r;1I que ;l riranú 1úio se estahdcç.1 a partir de nenhurna outr._t fortna de
f.t H ('1110 qtl\.' 11;10 �t"j,1 a lk·n1o(rad._1, e, julgo l'U, que ,io �úrnulo da liberdade é que
-.111 r-.,· .1 111.11� "·on1pll·t�, l' 1n.1i� sdv�lgl"lll Jas escravaturas íA re/n1hlú:a� tradução
'"
17
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
18
PRP.f'ÁCICl
13 Shulamith Firestone, The Dialect of Sex: the case for feminist revolution. New
York: Farrar, Strauss and Giroux, 2003 ( 1970), pp. 185-6 [grifo meu].
14 Estou ciente de que a teoria de gênero na verdade é um conjunto de teorias,
ora conflitantes, ora concordantes. Aquela parida por Judith Butler, no entanto,
tornou-se mainstream e tem como concorrente a de Joan Scott, que foca na
compreensão e revisão histórica através da perspectiva de gênero em seu Gender
and the Politics of History. Revised edition. New York: Columbia Universiry Press,
2000. Ver também Felipe Nery et ai., Gênero: ferramenta de desconstrução da
identidade, 1 • ed., São Paulo: Katechesis, 2015; Jorge Scala, Ideologia de gênero,
tradução de Lyege Carvalho. São Paulo: Katechesis, 2015; Eugenia Roc.cella e
Lucena Scaraffia, Contra o cristianismo: a ONU e a União Européia como nova
ideologia, tradução de Ruby Albino de Assunção. Campinas: Ecclesiae, 2014; Juan
Claudio Sanahuja, Poder Global e Religião Universal li, 2ª edição aumentada.
Tradução de Carlos Nougué. São Paulo: Katechesis, 2017; Juan Claudio Sanahuja,
Cultura da Morte: o grande desafio da lgreia, tradução de Lyege Carvalho. São
Paulo: Katechesis, 2014; Maria Isabel L. Bermejo, Dei Sexo ai Género: na nuova
revoluciona social. Navarra: EUNSA, 2010.
1S Jesús Trillo-Figueroa, Una Rivoluciôn Silenciosa: la política sexual dei feminismo
socialista. Madrid: Espniia, 2007, p. 208.
16 Cf. Kingsley Davis, "Política populacional: os programas atuais terão sucesso?"
na revista Science, 10 de novembro de 14167.
19
FEMINISMO: PERVERSÃO F. SUBVERSÃO
20
,
PREFACIO
, h11,u1,tt ., ... ,c·xu.1h<tadc.·s �.-n1nput�úrí;1s e os papéis sexuais. O sonho que rne parece
,11,1,,. , .111 ,.• 1ntt· é o <ll' urna socú•dad,, dn,irtigind t' S(,'11 gênl'ro ( n1as não sem sexo),
,.,. q1 M 1 •• anarorni,l sc.•xu.1 l dl· urna pr.�soa st·ia i rrl'll·vantr". 1hid., p. 55 (grifo meu].
'11 e • p tt 11.al '/'/,,· ( ;,,,, ll K, t.•rn 1.\ (le Jitn,·irn dt• 201 H. puhl�cou essa n1ais nov;1 forn1a
,11 •.iHl,1. �·tal ,alw1n dt·s qul· ;Únll.l L1lt;1u1 tnuira, lt·cra�, "itnholo� l' t.'sp;1ços va1.ios.
11
enho de família e forn1ação cristãs. Aos 18 anos, eu ha
via firmado noivado com um rapaz da minha igreja que
assentia em viver um relacionamento casto. Dez anos
·,,· p.1ssaran1, ainda lembro de uma noite em que min.ha roda
.11· .1111ig<>s descobriu o significado de "nam<lr<> casto". Todos
1111· .1t·us�1van1 de ingenuidade: "Nenhu,m hc>mem esperaria an . os
p.11.1 ter relações sexuais", "ele é gay", '"sexo s{1 depois do casa-
11u·11tc •, en1 plen<J século XXI, só pode ser piada". Não é precis(l
Pq�gv ( )n·11'h"Ín - íc111inista - pl·squi�ou e.> rdatou a pressão que as n1oças têJn
•,4 ,t, ,d,, qu,1111• 1 a ,t1.1s vida, Sl'Xt1;11,. lnfdi.1.1nt.·nt<.',t... t1 sú ti V(' n1,nuridade para entender
•·••"· .. c-p1�odios "-01110 ·•ft·núnH.•nos soc1ai," ,:1110, ,n�lis t:ude. Eta t'S('reveu: ... Agora, a�
••,,11ot;1, ,1u<· �t· ;1hsri·1n d,· ,t.·xo r (llll' autt·, l'f'.HII VÍ'if.t"i l·on10 "ho;ts n1etti:nas' ta111bénl
•,1· t·11v,·rgo11ha111, f11tul.1c.b, d(· •v1ri�l'll'."'i' jo qul' 11.io t· ho., (ni,.1) 011 'puritanas"�.
2.l
l'l'MINISMll: l'l!RVERSÃ<> E SlJRVl,KSÃll
2 Peggy Orenstein, Garotas & sexo. Rio de Janeiro: Zah.ir, 201 7, p. 91.
3 lbid., p. 95.
24
1 NTR<ll>llÇÃ<l
25
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
26
INTRODUÇÃO
* * ,.
111111s 1960; Segundo ()ndo, de 1960 a 1990; e lrrceira ()nda, após a década de 1990.
27
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
•
reacionárias, o movimento não recuou nem fez concessões en-
quanto lapidava seu absolutismo misândrico, escolhi tratar da
trajetória dessa ideologia através de cinco fases sucessivas, de
marcadas arbitrariamente: contestação, inserção, reprodução,
subversão e aniquilação. Dedico um capítulo para cada fase,
levando em conta o período histórico de cada teórico e sua
relação direta com a revolução sexual. Essas etapas estratégicas
remontam ao século XV e se estendem até nossos dias, em que
se vê ameaçada a civilização que nossos antepassados levanta
ram a peso de ouro e esforço de sangue.
A contestação a que me refiro no primeiro capítulo estava
diretamente voltada para as questões educacionais que são, evi
dentemente, nucleadas pela concepção moral e religiosa de cada
época. Algumas publicações nesse sentido já haviam surgido no
século XV- como a obra Cidade das mulheres de Christine de
Pisa-, mas as querelas femininas mais significativas dão sinais
no século XVIII com a publicação de petições especialmente
na França e Inglaterra. Saltando do século XV para o XVIII,
apresento a principal protofeminista inglesa e de que forma ela
representa o espírito contestador dos iluministas. O protofemi
nismo do século XVIII, o Século das Luzes, traz a contestação
dos direitos de propriedade e desigualdades contratuais do ca
samento e os primeiros sinais de luta pelo voto feminino - que
será solicitado com ênfase no final do século XIX. Antecedidas
pelo preciosismo 12 e contextualizadas entre a Era Vitoriana, os
iluministas, a Revolução Americana e a Francesa, Olympe de
Gouges (1748-1793) e Mary Wollstonecraft (1759-1797) são
as personagens centrais do primeiro capítulo. Wollstonecraft
planta algumas sementes feministas ao levantar a bandeira de
educação igualitária- a maior urgência em qualquer plano de
modificação de comportamento ou engenharia social.
Nesse primeiro capítulo, denunciei essa esperança utópica
do movimento feminista com a educação pública, mista, uni
forme e compulsória. Sem perder o foco da revolução sexual,
demonstro a agência da escola como um braço do movimen
to revolucionário, tirando da Igreja e da família a autoridade
moral que sempre tiveram. Abordo brevemente a atuação dos
12 Movimento social e literário de mulheres na França do século XVII.
28
INTRODUÇÃO
.30
INTRODUÇÃO
.. .. ..
.'l l
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVF.RSÃ<J
32
INTRODUÇÃO
JJ
I
Pro tofeminismo
() vocábulo grego npwToc; (prôtos) indica aquilo que é "ante
rior" ou "primeiro", referindo-se, portanto, às manifestações
.111tcriores ao que oficialmente foi chamado de "feminismo".
( > protofeminismo do século XVIII, o "Século das Luzes", tinha
l·,11110 centralidade a contestação dos direitos civis, em espe
l'ial os relativos à repartição da propriedade e às disparidades
Para rrforçar o entendimento do conteúdo deste capítulo, recomendo
Vlºl"llll"lltt'n1ente a leitura de: Reivindicação dos direitos da mulher (Wollstonccraft),
/lrr•r,e hist,iria do feminismo (Carla Cristina Garcia), Direitos das mulheres e
11111utiça dos hor,,e,is (Nísia Floresta), O 1,iundo q11e eu vi: minhas memórias
(Stefan Zwcig), Quem controla a escola governa o mundo (Gary DeMar),
( :,111trt1 a escol11 (Fausto Zan1honi) e Maq11ia1Jel pedagogo (Pascal Rcrnardin) .
.35
CAPÍTULO I
.l6
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
Mary Wollstonecraft
e o documento fundador do feminismo (1792)
Antecedidas pelo preciosismo, movimento social francês do sé
l'ulo XVII, pela querei/e des femmes que se deu entre os ilumi
nistas durante as revoluções americana e francesa, Olympe de
(;ouges (1748-1793) e Mary Wollstonecraft ( 1759-1797) sã<>
as personagens centrais desse primeiro momento. 6
Para vasta parte das teóricas feministas, 7 o movimento be
hcu da fonte das revoluções burguesas do século XVIII: Ilumi
nismo, Revolução Francesa, Revolução Gloriosa e Independên
cia Americana. Em suma, se se olha para a França setecentista,
verifica-se que as mulheres alcançaram alguns avanços na es
fera civil e jurídica após a Revolução Francesa e voltaram a
perdê-los com a ascensão de Napoleão Bonaparte. Desse modo,
é irnportante atentar brevemente a esse período histórico.
F<lrnund Burke, considerado o pai do conservadorismo inglês,
puhlicou,em 1790,umadesuasmais famosas obras: Reflexõesso-
1,rea Revo/uçãonaFrança.Burkedelatava oaspectosombrioda
!{evolução Francesa 8 que começara havia cerca de um ano.
A relação de Burke com o fortalecimento do protofeminis-
1110 do século XVIII deve-se ao fato de que a fama de seus escri
tos provocou a desaprovação de uma conterrânea sua e inimiga
dl·clarada de> regime monarquista. Mary Wollstonecraft, que
visitou a França durante o período revolucionário, leu as prin
ripais <>hras de Burke e tentou refutá-las. Com contornos anar
quistas e individualistas, Mary publicou, em 1792, a dita obra
h No Brasil, drstaca-se Nísia Floresta, qu1• tn1<luzi:1, divulgava e comentava a ohra
da inglesa Wollstonccraft rm 18.'\2.
7 M;iry Wollstonrcraft, Katr Millct, Sirnonl" <lce 8e1111voir, rnrre outras.
H < > 111,ut:o inii:ial J.1 Revolu'ião foi a Qu,·dn 1l11 B,1,11lh,1, datadn 1l1· 14 dr julho de l 7H'>.
17
CAPfTIJLO I
]8
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
]9
CAPÍTULO 1
40
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
41
CAPÍTULO 1
20 Martin Van Crcvdd, Sexo privilegiado. Rio de Janeiro: 1'.dinurn, llKI◄, rp. \◄fl- \7K.
42
CC)NTESTAÇÃO MORAL-RF.LIGIOSA E .EDUCAÇÃO
, 1., .. , t· e,\ pt·n,m.Ht·nto� se�ut·rn as n1Jos. I)c fato, não é a confecção que enfraquec:e a
i 111·111t·, ruas o c,1110 <.'1npolado dl· �e vt:·stir, c.JlJando uma n,ulhcr de baixa escala social
1.n, .1, , oupa\ dl' �t·u n1.uido e.· dl' l'.-.t'U' filho,, l'lHnpr(' l;cun a sua obrigação, isso é parte
d,· •,u,r-.. tan·fa, ta,niliarcs� 111:1, quando �,4-i rnuflwrc-s t111h.,,•lh�nn apenas p�ua se vc·srír
11 wUu , ,r tln qut· poden.1111 -..e pc.·nnit ar, l·. pi.or do l}Ul' a ,i111plc, pc:rd.1 dt· te111p<• •• ( p. 104 ).
4l
CAPÍTULO l
44
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
l7 Ibid., p. 84.
lll lbid., p. 43.
l'J Ibid., pp. 104-105.
4.�
CAPÍTULO 1
30 lbid., p. 63.
31 Ibid., p. 80.
46
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
47
CAPÍTULO I
48
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
49
CAPÍTULO I
4H lhid., p. 4.1.
4'1 11,,d., p. 206.
.S2
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃCl
Sl' �,lguérn acredita que tal solução seja possível, então nenhum
custo será dcn1asiado elevado para obtê-la: tornar a sociedade
justa� feliz, criativa, harn1oniosa para sen1prc - o que poderia
�t·r uni prc<.;o alto den1ais para esse benefício? Para fazer essa
on1elctc ., não há scguran1ente nenhtu11 linlite ao núrnero de
\() //,,,/., p. 20 t
CAPÍTULO 1
51 lsaiah Berlin, Estudos sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras,
2002, p. 53.
52 Johan Huizinga, Nas sombras do amanhã. Coimbra: Arménio Amado, 1944, p. 48.
53 Jbid., p. 194.
54 Respectivamente, nas obras A in1,asão vertic.al dos bárbaros e A rebelião das
massas.
55 Fausto Zamboni, Contra a escola, pp. 38-39.
$4
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
S6
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
() ,novimento feminista
- .
- --
se queixa
. - -- - da baixa
- - ..- -- adesão feminina
- - - .
\N //11,I., p. 99.
57
CAPfTUl.O 1
59 Karen Graves, Girl's schooling during the progressive era: from female scholar to
domesticated citiz;en. Nova York: Garland, 1998, p. 166.
60 Martin Van Creveld, Sexo privilegiado, p. 102.
58
C()NTESTAÇÃC) M<>RAI.-REI.IGl<>SA I' Pl)ll<:A<,:Ã<l
.�9
CAPÍTULO 1
60
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
61
CAPÍTULO l
62
CONTESTAÇ ÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
6.1
CAPÍTULO 1
64
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
'1 "1 "111.1 aposta c1n ensino separado entre os sexos", cm Gazeta do Povo.
'r, "I "ol,1 dl·Íendl" ensino diferente para meninos e meninas", matéria divulgada em
h ilr 1unho de 2014 no site Terra.
, ' M,11t1 ria "Sú para 1nc:ninos (ou 1neninas): escolas com sexo único voltan1 a ganhar
1·,p11,o" d,1 (;azeta do Povo, publicada en1 6 de julho de 2017 no sítio eletrônico
,lo 11111m 1.
6.�
CAPÍTULO 1
66
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
67
CAPÍTULO I
111 http://noticias.terra.con1.br/educacao/enem/ranking/.
82 faludi, 2011, p. 33.
11.l Martin Van Crevdd, Sexo (Jri1 1ilt•l{iado, p. 99.
68
CONTESTAÇÃO �(C)RAl..-R'El.lGl()SA E E:f}lJC,.AÇ,Ã.O
h r.t'títf iLtl ' con10 se a .facilida·de 11a vida. edricacional das -111eni11as
1
1
,1 1·trnl,h,•,1"·t'S realt.11e.nte sãc) n1ais eficientes naquela área ou carr1po
., I,. ,e",( u�los. Se c>s h·o111e11s são 1naioria na engenharia, é por
• 1i1s·· .1·s n1ulheres estão sofre.n·d,<J preconceito. Se as n1ulheres são
h't.t,ftl1 Ít1 no •Ctirs<) de letras; é p<>rq11e elas real111e11te são mais
1
,, �i�t1.nnx·., o tc>pt:co
1 J, ,,. . a respe, 1to , e poss1,;, ve1'li e11contrar al_ ...
. d·. o qua l,;
;
t.,nrtH1 :�<H1(,ord.ância entre (J feminismo que, cor1hecen10s e os
. 1·a�11u1entos d.e Wc)Hstonecraft é a convicç.ão c1e que a diferença
, ,,uu e ho1ne11,s e n1ulJ1e.res se sustenta n.a cultura e ·n.a educação
• ;11 h'' ret•<\ben1. Essa é t1n1a sementinl1a da ideologü1 de gên.ero
�;,•·udo pla11tada na opinião pública. 85 Ela afun1a:
U t lbid., p. l02.
h ·, A,,, :1n.11isar a obra inreira, sabernos cotn clareza que �1ary adrnite unia discinç�io
11:t·u.··��-.irira tt "andável entre os papéis soc.iaís de cada sexo; hornem e 1nulher:, o que
h•rniuisra.
Jl·•, ja111ais adnriti.rian1. Contudo, en1. alguns trechos� ela transparece uma
u1d..uu:,t",lica (" pera ll\ ti de que a� ,-011dutas se n1ocliticat)sen1 '-:aso �l cducaç:ão para
�t·l 111tdhcr-f•� fv�.se aprjn.1c:)r�1do.
CAPÍTULO 1
86 Se for dessa forma, como descreve a autora, conclui-se que toda a humanidade
tem recehido a educação abjeta e perniciosa que ela al ega que as mulheres
recebiam. Wollstonecraft afirmava que a fraqueza moral e a frivolidade eram
conseqüências da educação recebida desde a tenra idade. Se, como defende Ortega
y Gasset, a proliferação de um homem-massa - intelectualmente preguiçoso e
pouco interessado pela investigação filosófica - é a n1arca da nossa era, então a
educação medíocre da mulher do séc. XVIII se estendeu II todos <lo lléc. XX e XXI.
87 Mary Wollstonecraft, Reivindicação dos direitos da m11/hrr, r. 104.
70
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
71
CAPÍTULO I
91 Jane Bailey et. ai., "Negotiating with Gender Stereotypes on Social Networkings
Sites: From 'Bicycle Face' to Facebook", em fournal 11( C:,11,im1111i,·atio11 /nquiry
.l 7, n" 2, 2013, pp. 9 t-1 12. Citado en1 ()rcnstc1n, p ..10,
72
CONTESTAÇÃO MORAL-RELIGIOSA E EDUCAÇÃO
7.1
CAPÍTULO 1
74
Primeira Onda feminista
As bandeiras levantadas por Mary Wollstonecraft no final do
século XVIII voltaram com mais força nos séculos XIX e XX,
principalmente porque alguns direitos concedidos às mulheres
na Revolução Francesa foram rapidamente revogados com o
início do Império Napoleônico. Começava a Primeira Onda
feminista, 1 marcada pelo ano de 1848. O parlamentar liberal
e escritor Stuart Mill assim resumiu grande parte das querelas
das mulheres de sua época:
A reivindicação das mulheres em serem uniformemente edu
cadas como os homens, nos mesmos ramos de conhecimen
tos, está crescendo intensamente e com grande perspectiva
de sucesso, enquanto a exigência por sua aceitação em pro
fissões e ocupações até aqui negadas a elas fica mais urgente
a cada ano [ ... ] embora não existam neste país [Inglater
ra], como existem nos Estados Unidos, convenções perió
dicas e um partido organizado para promover os direitos
das mulheres, existem várias sociedades ativas organizadas
e gerenciadas por mulheres, a fim de obter o direito ao voto.
1 ..• ] O mesmo está acontecendo na França, Itália, Suíça
- e Rússia. 2
7.'i
CAPÍTULO li
76
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
77
CAPÍTULO II
que ela dormisse com todo mundo menos com ele. Enquanto
uma devedora mulher podia ser libertada por indulgência, o
marido ldevedor] continuava com uma grande chance de ser
enviado à prisão.
Além disso, sempre se supôs que as mulheres - casadas ou
não - não pudessem ganhar seu sustento ou se pretendia evitar
que ficassem a mercê de trabalhos pesados ou perigosos - que
eram os únicos oferecidos na época. Por isso, a autonomia fi
nanceira feminina não era uma preocupação para a maioria. Se
os maridos controlavam os bens, isso só acontecia porque eram
eles os responsáveis pelo sustento das esposas e filhos. Hoje, é
comum ouvirmos que muitas mulheres se tomaram "chefes de
família". Na prática, isso significa que elas saem para trabalhar
todos os dias e com o salário do seu trabalho sustentam uma,
duas ou mais pessoas. Também significa que são as proprietá
rias da casa, do carro e dos demais bens da família. Exatamente
o que acontecia com os homens do século XIX que eram estrita
e exclusivamente responsáveis pela família.
Hoje, quando falamos sobre poder, nos referimos a dinheiro
e prestígio. Faz sentido, já que esse tipo de poder reflete os
valores modernos. No passado, quando casamento e família
faziam parte do primeiro plano, as mulheres eram exaltadas
dentro do círculo familiar. Os maridos acatavam as esposas
em praticamente todos os assuntos domésticos, incluindo a
criação dos filhos. As mulheres eram respeitadas por suas
sensibilidades especiais. 7
Imaginando a condição de um casal pobre, que era a situ
ação da esmagadora maioria da população, considero verda
deiro supor que nenhum dos dois começava o casamento com
grandes quantidades de dinheiro ou dispondo de grandes pro
priedades. Nesses casos, por serem muito mais fortes que as
mulheres, os homens continuavam trabalhando e o faziam até
a morte; enquanto suas esposas tendiam a fazer cada vez menos
esforço produtivo (trabalho fora de casa) por causa de sucessi
vas gestações e de filhos para criar. Por isso, a feminista Mary
78
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
80
•
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
H1
CAl'fTUI.O li
82
INSERÇÃO DA MUI.HER NO UNJVERSO MASCUL1N<)
, l,·lc-u�or d�, lt 11L'loil11,l, o q11t.· n,io se �p11�.Tt'l i,.ou na pr.11 i"-·,1: rnu ira� nndhen:s forarn
u1111nh,L1'l.t d�· �t" u1.11tifr�t.ar ":01Hr;1 o n,·g111w t·,"·ravr,t;1.
1
(1 .. \l,hu· (�r .1h.11u, r,,.J,,·s in R,·,,u/t. Tht: \Xlun1,,11\ 1'11·, ,, No\',l York, I '-' i4.
CAPÍTULO li
84
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
86
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
87
CAPITULO II
Direito ao voto
Quando se fala acerca da Primeira Onda feminista é impossível
não lembrar das sufragistas. A memória das militantes ganhou,
em 2015, uma versão cinematográfica romanceada e dirigida
por Sarah Gavron com o filme As sufragistas. De fato, a maioria
das pesquisadoras do assunto apontam para os acontecimentos
de meados do séc. XIX como fundadores do feminismo, come
çando pela Convenção de Mulheres de 1848.
Os historiadores geralmente apontam essa convenção do
século XIX como a semente para o movimento feminista.
Ela é considerada o ponto de partida da primeira onda do
feminismo, também conhecida como movimento sufragista
ou campanha para obter o direito ao voto das mulheres. 12
11 "I ... 1
A maioria das principais mulheres extraiu seu entusiasmo de convicções
profundamente arraigadas sobre a fcn1inilidade, a nação e o império". Matéria
wwomen against the Vote: female Anti-Suffragisn1 in Britain", publicada em 24
de janeiro de 2008.
H9
CAPÍTULO li
92
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
9.1
CAPÍTULO II
90
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
91
CAPÍTULO II
42 "O documento original despachado pelo juiz Israel Ferreira Nunes, escrito em
bico de pena em papel almaço, com o nome de Celina, encontra-se no Museu
Histórico Lauro da Escóssia, em avançado estado de desgaste. Esse é o documento
que comprova o pioneirismo de Mossoró em relação ao voto das mulheres. No
Museu, encontram-se, ainda, uma exposição de fotos". Semira Adler Vainsencher
e Celina Guimarães Viana, Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco,
Recife. Disponível em: basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/.
43 Ibid.
94
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
◄-1 ,,,,,/.
◄\ /\ .iç,io Jas mulheres !por direitos legítimos] nunca passou de uma agitação simbólica,
�ú ir,.111herarn o que os homens concordaram em lhes conceder, elas nada tomaram;
rl,,s rrcrherarn1,., I
recusar a cumplicidade com o homem seria para elas renunciar a
ICl(lns as vanragrns que a aliança pode conferir-lhes", em O segundo sexo.
41, < ;,K. Chcs1rr1on, () qut• há dt• erri1do '""'" o 111u11do, 201.1, p. 129.
95
CAPÍTULO II
96
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
97
CAPÍTULO II
54 lbid.
98
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CAPÍTULO II
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101
CAPÍTUI.O 11
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IOS
CAPÍTULO II
106
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
71 /l,id., p . .S3.
7l Knte Millen, 1974, p. 161.
71 ( ;,lsnn l)an1as, no prefádo Ja nhra A fa,,,í/ia e o co111u11is1no.
107
CAPÍTULO 11
108
JN\l·.R<,:Ãf> l">A �tlll.illldC Nc, UNl\'t·I<"-·'• �tA,,l,UI.IN<1
109
CAPÍTULO II
11 O
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CAPÍTULO II
1 12
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1 1.l
CAPÍTULO li
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11.�
CAPfTULO li
116
INSE.R·ÇÃO l)A MULIIER NO UNIVERS10 MASCUl.lN·()
1 1
1dns e1.n '4,c<>ntar para as n1ull1eres qu.e suas vidas são muito
• .. .
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1• .:11, , u l h,I :ls às rnuJ heres?
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1 17
CAPfTULO 11
11H
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
119
CAPÍTULO li
120
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
f.'. por isso que uma pesquisa recente da fuma de pesquisa Catalyst
descobriu que 26% das mulheres na cúspide dos níveis mais altos
Ja adn1inistração não querem a promoção. E é por isso que a
,,., llnd., p. 8.3 [sohre isso, ver Eliezer Bcn Rafael, Crisis a11d transformation: the
lt1l111ti at century's e11d. Nova York: Statr Univcrsity of Ncw York Press, 1997, pp.
1, 1 .,, 71,
121
CAPÍTULO li
122
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
1 o I Schlafly, 20 t 5, p. 72.
1112 Brasil, Coordenação de A perfeiçoamento de Pessoal de Nível Su pe rior: Homens
ten, n1ais i11teresse por cursos superiores da área de exatas e as mulheres naqueles
,le s1'r11iços e educaçào. Brasília, ano 4, n. l .l2, 17 de março de 2006. Michelle
123
CAPÍTULO II
O bem-estar da família
e a complementaridade de papéis
Depois de tratar do caso de homens e mulheres isoladamente,
convém dar atenção ao leitor que está menos interessado na
guerra dos sexos e mais preocupado com o bem-estar de sua
família. Àqueles casais que pretendem construir um projeto de
vida juntos e visam abençoar os filhos e não competir entre si,
algumas considerações importantes devem ser feitas sobre o in
gresso da mulher no mercado de trabalho e as alternativas que
as feministas não querem que as esposas tradicionais adotem.
As escritoras e ativistas Schlafly e Venker foram certeiras:
Pinto Lima, "As Mulheres na Ciência da Computação", en1 Estudos Feministas,
vol. 21, n. 3, 2013, pp. 793-819.
103 Martins Neto, 2017, p. 71.
124
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
12.S
CAP(TULO li
126
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
127
CAPÍTULO li
128
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
1 l l 11,,d.
129
CAPÍTULO li
Quero ser uma estrela, e não quero meu marido e filhos como
minhas vítimas". 113
113 Ralph G. Martin, "Kate Hepburn: my life & lovrs", rn1 /.,1,lies' /fome ./ournal,
Agosro de l 97S, pp. 102-103.
l]O
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
114 <,.K. (�hesrerton, O que há de errado com o 1nu,id11. Campinas: Ecclesiae, 2013.
11.� Ci.K. C.:hrsrerton, A s11/1erstição do divárdo. C.:an1pinas: l·:(:dcsiae, 2018, p. 98.
131
CAPÍTULO II
132
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
. .... . . -
com autentico entusiasmo - um entusiasmo que nao tem
preço [ou salário], por assim dizer. 116
t 3.3
CAPÍTULO li
117 lbid.,p.127.
118 lbid., p. 57.
119 lbid., p. 62.
t ]4
INSERÇÃO DA MULHER NO UNIVERSO MASCULINO
1.1.S
CAPÍTULO II
1]6
III
1.17
CAPÍTULO III
138
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
1]9
CAPÍTULO Ili
140
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
t, :-.1argaret Sanger en1 carta ao Dr. Clarence Gamble, 255 Adan1s Street, Milton,
M.,ssa..:husetts, 19 de dezembro de 1939.
7 Fugenia Ro..:cella & Lucena Scaraffia, Contra o cristianismo -A ONU e a União
1-:uropéia co,,,o nol'a ideologia. Campinas: Ecclesiae, 2014, p. 217.
K 1-'.scritor dos farnosos rornances: A máq11ír1a do ten1po, () homem invisível e
A ,:11erra dos ,1111,idos.
141
CAPÍTULO Ili
142
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
11. Margarel Sangcr, Mulher, r,1<,ra/idaJ,, e (011tr11l,· d,• 11ataliJaJe. New York: Ncw
York Puhlishing Company, 1922, (l. 12.
1.J Leia mais sohrc o Negro Projec1 no site www.hl111.:kKe11o,.:iJe.orKf.
14 Margarer Sangcr, () eixo Ja c111iliz,1\·Ju.
14.l
CAPÍTULO III
144
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
145
CAPÍTULO III
19 Matéria "Morre demandante do caso que legalizou o abo"o nos EUA", em Portal
G l Mundo. Por France Presse, em 18/02/2017. V. https://g 1.Rlobo.com/mundo/
noticia/morre-demanda ntc-do-caso-q uc-lcgo I i zou · il h11rr11-1111N · cua .11h tn11.
20 Linda Bird Francke, The Ambivalence o( Aborl1ot1.
146
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
147
CAPÍTULO Ili
14H
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
lt, Maréria: "Pasror negro diz: 'Negros n1orrcm 69 veles 111ais por aborto do que por
ho111 i, ídio'". htr p://casa provida111 i .eo 111. br/p,1s1or- 1lt'gro-d iz-ncgros-mnrrem-6 9-
vc1.cs-111i1 i s-p, ,r-,1 h,,rr,,-d,,- LI uc- p« 1r-h11111kid i11/.
149
CAPÍTULO Ili
27 Matéria "Taxa de abono ainda é maior entre negras e hispânicas nos EUA" do
Portal G 1, publicada em 23 de setembro de 2008.
28 Matéria do Portal Sempre Família publicada em 22 dr frvrrciro de 2012, "4
mulheres negras pró-vida que denunciaram o ahorto con10 'genocídio dos
negros"'. hnps://www.semprefa 01 ilia .com. hr/4-·n111 lhrrr,-nrKras prc ,-vida-que
denunciaram -o-a horto-como-gene K id io · d, ,s- nrKr< 1s/.
I.SO
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
1 e; J
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
I .� .l
CAPÍTULO Ili
38 lbid., p. 15 .
.39 Jbid .• p . .10.
154
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
◄o ll1id., p. 21.
◄1 l'ara saher mais sobre os dados de ahorto no Brasil recomendo que se assista
,,� palestras de Renata (;usson Martins, farmacêutica e bioquímica, e lsabela
Mantovani, enfermeira e especialista em saúde pública.
◄l H.o,cella & Scaraffi:1, Contra u cristianismo, p. 50.
1.S.S
CAPfTULO Ili
I.S6
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I.S7
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t.S8
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1.59
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O segundo sexo
Considero que a obra inaugural da Segunda Onda feminista foi
o livro da francesa Beauvoir publicado em 1949: O segundo
sexo. Conforme a vida de Simone de Beauvoir virá a confirmar,
tudo que ela defendeu se tornou parte de uma conversa sedu
tora e aliciadora. A essa altura, o feminismo já assumira tons
sexualmente revolucionários, ao ponto de S0ren Kierkegaard57
descrevê-lo como uma idéia perigosa:
55 A teoria da dissonância cognitiva, publicado em 1957.
56 Uma das estratégias mais comuns para reduzir uma dissonância cognitiva é mudar
a crença conflitante até que seja consistente com um comportamento passado que
tivemos ou do qual nos acusam. Outra estratégia envolve diminuir a importância
da crença que está causando mais conflitos.
57 Soren Kierkegaard, Either-Or, pt. li. Princeron: Princeton University Prcs.s, 1946, p. 56.
162
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163
CAPÍTULO Ili
58 Simone de Beauvoir, O segundo sexo: fatos e mitos. Nova Fronreira, 2016, p. 62.
59 lbid., p. 223.
60 Burler, Relatar a si mesmo, 201 5, p . .16,
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REPRODUÇÃO FEM[NlNA DO VÍClO MASCULlNO
165
CAPÍTULO Ili
166
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
O primeiro sexo
Em seu livro, O primeiro sexo, o ensaísta e jornalista Eric Zem
rnour (1958-) apresenta um contraponto à posição de Beau
voir. O argumento é de fácil compreensão e os exemplos são
didáticos: o "segundo sexo", descrito há mais de sessenta anos,
tornou-se o primeiro e, talvez, o único. O autor descreve muito
hem o atual estado de coisas em relação à feminização não só
dos homens em si, mas da sociedade em geral. As primeiras
palavras suas são categóricas: "Há homens e mulheres, não o
1--{<>mem, nem a Mulher". Não versa o seu panfleto acerca de
universais filosóficos, o que Zemmour intenta é traçar os im
pactos sociais pelos quais tem passado a civilização ocidental
- outrora tão pujante, tão intensa e viril - por causa da queda
dos valores masculinos.
Para o francês, é inegável que os pressupostos de todos os de-
&7 Frederich Engels, A origen, da família, da propriedade prii,ada e do Estado. Rio
de Janl'iro: Civilização Brasileira, 1977, pp. 70-71.
hll lntrodui;ào da ohra () sr,:111,do srxo, publicada e1n 1949.
167
CAPÍTULO III
16H
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
169
CAPfTULO III
170
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
74 1-1.í u1n livro em francês sobre as correspondências trocadas entre eles durante
os anos de 1937 até 1940: Correspundances croisées I 937-1940, de Si,none de
llea11voir et Jacq11es La11rent Bost.
7S Scymour-.Jones, Unia relação perigosa, p. 49.
76 Carolc Scyn1011r-Jones, IJ,11a relação pt•rigosa, 2014, pp. 5.S-56.
171
CAPfTULO 111
172
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
173
CAPÍTULO 111
174
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
H2 //,id., p. 1 OH.
17S
CAPÍTULO Ili
83 lbid., p. 117.
84 lbid., p. 140.
176
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
H5 Andy Martin, "The Persistence of the "Lolita Syndrome•�, em The New York
Times, 19 de maio de 2013. http://opinionator.blogs.nytimes.com/2013/05/19/
savile-beauvoir-and-rhe-charms-of-the-nymph/.
H6 Simone de Beauvoir, Brigitte Bardot and the Lolita Syndrome (with many half-tone
illustrarions), p. 10; 14 - First Four Squarc Edition - The New English Library
I .TD., 1962. Artigo "Simone de Beauvoir: nazista, pedófila, misândrica e misógina",
em http://www. visrahlog.i:on1. br/simone-dc-heauvoir-na1.is1a-pedofila/ (grifo meu].
177
CAPfTULO Ili
87 Para outras histórias de hipocrisia e fingi111c1110 dos l11cra1os, leia: Boernia literária
r revuliu;ão: u s11bm11ndu das letras 110 """R" "'"''"'' de H.ohcrt l>arnton.
!IH Carolc Scymuur-Joncs, Urnu relaçJ11 /ll'rlH11s,1, 1.014, p. I .� 1.
H'I lhid., p. !.�-�-
17H
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
IJO 1 bid.
•11 tbid., p. 168.
•12 tbid., p. 171.
179
CAPfTULO Ili
IHO
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
1H1
CAPÍTULO Ili
Bianca continuou com Sartre por algum tempo, até ser des
cartada em 1940 como foi Wanda, novamente a pedido de Simo
ne, que ardilosamente negava ter ciúmes, embora agisse sempre
como quem se importasse. Em suas memórias, Bianca contou:
"A perversidade foi cuidadosamente escondida debaixo do ex
terior manso e suave de Sartre e da aparência séria e austera dr
Beauvoir". Assim que Bianca foi abandonada, Natalie Sorokine
( 1921-1967), filha de um imigrante russo, com apenas 17 anos,
foi escolhida para ficar em seu lugar. Às vezes, Olga, Wanda
e Bianca ainda apareciam. Não apenas a lista de adolescentes
au1nentava, mas também os amantes de Simone engrossavam.
O problema com os nazistas começava a ficar insuportável para
IHl
REPRODlJÇ1\0 f E�1ININA DO vfclo 1'-1ASCULJNl)
IH1
CAPÍTULO Ili
100 Artigo "Simone de Beauvoir: nazista, pedófila, misândrica e misógina ", em hnp://
www.vistablog.com.br/simone-de-beauvoir-nazista-pedofila/.
101 Carole Seymour-Jones, Uma relação perigosa, 2014, p. 149.
102 "Não obstante, mesmo durante a ocupação nazista que os afastou temporária e
geograficamente (ou talvez em função disso), a emulação sexual deu continuidade
ao pacto. Simone continuou a seduzir rapazes e, sobretudo, moças, escrevendo
relatos de suas atividades (tão excitantes quanto insensivelmente cínicos), que eram
remetidos para Sartre, atr ás da linha de Maginot. Ela conta das muitas alunas
amantes que disputavam sua atenção de forma d()(ntia, chegando a citar uma
que se automutilava e outra que cometeu suicídio. As outras são pateticamente
descritas como meninas dependentes de uma profes'iora �em filhas, e que ela,
talvez com ligeira perversidade, mimava ,:1111111 filh,nha�". St'd11tores e1t1 série:
Beauvoir, Sartre e c.:a,nus, por Pedro Set1r-C1i11111r11 r111 l.\ dr :IK0Kto de 201 S.
184
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
IRJ
CAPÍTULO III
IH6
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
187
CAPfTULO Ili
111 Facing facts: Sexual Health For America 's Adoltscents, [>rhra W. Haffnrr, ed., p.
1 O. https://files.eric.ed.gov/fullrext/ED.191779.pdf, con,ulrAdn rm 21/01/201 H.
18H
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
189
CAPÍTULO Ili
1990 não têm vida sexual ativa hoje em dia; 114 nos anos rebel
des esse número não chegava a 3%. Além de praticarem menos,
os jovens têm vivido uma sexualidade de pior qualidade. Aliás,
talvez seja precisamente por isso que tenham diminuído a velo
cidade na corrida pela promiscuidade total.
Em um dos estudos, a Ora. Jean Twenge, professora e
pesquisadora da San Diego State University, descobriu que os
millennials relatam ter menos parceiros sexuais que a Geração
X e mesmo os baby boomers na idade deles. E um relatório
de 2015 do Center For Disease Control descobriu que menos
pessoas de 15 a 19 anos relatam ter experimentado coito se
comparadas às gerações anteriores. O declínio é significativo
nos dois gêneros, mas particularmente entre os homens [ ... ]
Ao mesmo tempo, há muita pressão sobre os jovens de hoje.
Entre as expectativas criadas pelo pornô e o escrutínio
constante de suas vidas sexuais por pesquisadores e pela
mídia, o pessoal de 20 e poucos anos se tornou consciente
num mundo de análise constante. 115
Em seu livro,
, A mística feminina, a feminista Betty Friedan
apresentou a insatisfação sexual como um problema recorrente
na vida da dona-de-casa; fez uma relação entre as opções de
uma vida mais conservadora e uma certa tendência à infelici
dade sexual. Apesar de teoricamente superestimarem o valor e
o poder de interferência do sexo na vida - o que, aliás, não é
um mau hábito apenas das feministas-, na prática os adeptos
da revolução não têm gozado de uma vida sexual tão magnífi
ca quanto fazem parecer. Um estudo publicado pelo Journal of
Adolescent Health e divulgado no Brasil pelo portal Veja, em
agosto de 2016, revelou que quase um terço dos jovens nasci
dos entre a década de 1990 e os anos 2000 sofrem de proble
mas sexuais que já foram mais comuns em adultos maduros:
Entre os jovens sexualmente ativos, 34% dos homens e 44%
das mulheres relataram ter tido pelo menos um problema sexual
114 Matéria "Jovens de hoje fazem menos sexo que geraçôes anteriores" de 03 de
agosto de 2016 no ponal Veja. Disponível em: https://vcja.abril.com.br/ciencia/
jovens-de-hoje-fazem-menos-sexo-que-geracoes-anreriores/.
115 Changes i11 American Adult's Sexual Behavior and Attit11des, 1972-2012. https:/1
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubrned/259407.16.
190
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
191
CAPÍTULO III
192
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
120 Betty friedan, The feminine mystique, 1971, p. 262 [grifo meu).
121 Kate O'Beirn, Wome,r Who Make the World Wurse. Nova York: Sentinel, 2006,
p. 20.
193
CAPÍTULO III
194
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
19.S
CAPÍTULO Ili
125 Ibid.
126 Ibid., p ..l7.
196
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197
CAPÍTULO III
19H
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199
CAPÍTULO Ili
134 Oliver Bonnewijn, Gender, quem és tu? Campinas: Ecclesiae, 2015, p. 48.
t 35 Ibid., p. 51.
136 Pesquisa do American Journal of Prevcntive Medicine, coordenada pelo médico
an1cricano Rohert J. ReiJ: 29% Jus homens j,í sofreu violênciil don1é�1i,,1.
Disponível cn1: ajpmonl ine.org/artide/S07 49-.l 797(0H )00224-9/abstra,r
200
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
201
CAPÍTULO III
202
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
a) Desvantagem sexual
Atentando primeiramente para a sexualidade, muitos podem
sugerir que isso é bastante justo, pois as mulheres passam a ser
sexualmente exclusivas para os maridos quando se casam. Para
as feministas - como Kate Millett - essa exclusividade é um
grande prejuízo biológico, pois as mulheres são superiores aos
homens em relação à resistência durante o sexo e à experiência
orgásmica. 140 Elas poderiam estar fazendo sexo com dois, três
ou mais homens por um longo período; mas, ao casarem, se li
mitam a ter relações com apenas um e esperar até que ele esteja
pronto novamente após o primeiro orgasmo, que geralmente
pode demorar mais do que o desejado.
Mas o sacrifício da exclusividade também é verdade quanto
aos homens: eles passam a ter sua vida sexual restrita e ainda
pagam por essa condição tendo que sustentar mulher e filhos.
À parte o que é moral 1 41 ou imoral, é fato que o custo de uma
relação sexual furtiva é muito menor para um homem do que
140 "Em alguns aspectos, a mulher é sexualmente superior. Não impona como se sinta,
está sempre pronta e pode atingir o orgasmo várias vezes. [ ... ) Em meados dos
anos 1980, um levantamento da revista Cosmos mostrou que cerca de metade das
leitoras casadas já havia tido um caso". (Manin van Creveld, Sexo privilegiado,
2004, p. 77).
141 Diferentemente do que a moral burguesa orquestrou, não considero que os homens
devam ser mais relaxados quanto à moralidade sexual ou que se deva escusá-los com
mais facilidade quando cometem adultério ou fornicação. Do ponto de vista dos
ensinamentos evangélicos, a castidade - a pureza sexual - é uma vinude cristã que
deve ser desenvolvida canto por homens quanto por mulheres. Se socialmente se tem
ohscrvado um duplo padrão moral, ele não é, evidentemente, fruto do ensinamento
cristão, mas sim de um misto entre a antiga ,nora! burguesa e a revolução sexual.
A feminista Olga Rinne (2017, p. 17) admire: "()s ideais de amor, do matrimônio
e da fidelidade há n1uiro foram minados pela moral hurKuesa e, nos nossos dias,
dificilmenrc alguém ainda se sentirá compron1ct1d11 c11111 r�scs ideais".
20.1
CAPÍTULO Ili
para uma mulher. Pelas mesmas razões biológicas 142 que fazem
a resistência sexual feminina ser superior à do homem, as mu
lheres sempre escolheram os parceiros com menos pressa e tive
ram um número menor de transas casuais; "ao longo da histó
ria, as mulheres só estiveram quase tão disponíveis para o sexo
quanto os homens durante a revolução sexual dos anos 1960,
que, não por acaso, veio depois da invenção da pílula, mas an
tes do surgimento da AIDS". 143 Eles poderiam estar saindo todo
dia com uma mulher diferente, mas pelo contrário, continuam
com a mesma mulher e, incrivelmente, sustentam essa mulher
até depois da menopausa ou quando a relação sexual entre os
dois não acontece mais. É, portanto, certo que a restrição sexu
al imposta pelo casamento aos homens e mulheres tem um peso
biológico/fisiológico diferente para cada um deles.
b) Desvantagem econômica
Se o foco for econômico, contudo, não restam dúvidas de
que o homem tem muito mais a perder. Mesmo nas imprová
veis comunidades onde o feminino é cultuado como superior,
as mulheres nunca foram obrigadas a sustentar ou proteger
seus parceiros sexuais como os homens têm sido, em milênios
de patriarcado, obrigados a fazer com relação às esposas. Nas
escassas 144 descrições de povoados matriarcais, 145 as mulheres
conseguiam que os homens trabalhassem provendo comida e
142 wresquisas recentes sugerem que as mulheres são mais propensas a engravidar
quando cometem adultério do que quando fazem sexo con1 o marido ., . (Martin
van Crcveld, Sexo privilegiado, 2004, p. 77 ).
143 Ibid., p. 75.
144 Segundo Olga Rinne (2017, p. 65), was estruturas do poder patriarcal fur.1111
introduzidas nas culturas matriarca is a partir do exterior, desde o segundo milênio
a.C. Povos pastores patriarcais invadiram, em ondas sucessivas, a pen ínsula do,
Balcãs e debilitaram a tradição matriarca(".
145 Considerando a suposição de que existiu uma era matriarca(, as sociedadl·,
matriarcais eram essencialmente baseadas na agricultura e as mulheres l'l'óllll
veneradas, comparadas às divindades. O sacrifício humano e principalmcnll' d,·
crianças era comum; esses sacrifícios foram sendo substituídos por sacrifício, ill·
animais, conforme os homens tomavam o controle. "foram, provavelmenll", .,,
mulheres que, ao colherem frutas, raízes e tubérculos comestíveis, "inventara111" ;1
agricultura; esta foi e continuou sendo por muito tempo o domínio das mulhl'rc,
[ ... ] No universo religioso das culturas agrícolas prirnordiais não havia ai rufo
deuses masculinos" ( Rinnc, 2017, pp. 44--4.� ). Nc-sse cen.írio, é ela rn ljlllº o
trabalho mais pesado - as cai.adas - l"rll rc-hpo11hahilid11dc do hurncrn. () quC'
204
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
205
CAPÍTULO Ili
147 "Alguém para me sustentar", conforme carta citada em Margaret Walters, '"Thr
rights and wrongs of women: Mary Wollsrnnt•cr,1ft, Hnrrier Marrineau, Simonr tlr
Beauvoir", em Mitchrll r Oakley, The rights ,111d 11 1 ro111{S o( u•o111e11, p . .112.
148 Marrin van Crcvdd, Sexo f1ri1•ilei,:iado, p. 1 H \.
206
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
207
CAPÍTULO III
20H
REPRODUÇÃO FEMININA DO vfc10 MASCULINO
1 � 1 "A conversa das mulheres francesas ( ... ] é freqüentemente superficial, mas afirmo
qur não é nem metade tão insípida quanto a das mulheres inglesas, cujo tempo é
1,1asto fazendo gorros, chapéus e todo tipo de complementos, para não mencionar
as compras, liquidações etc; e as mulheres decentes e prudentes é que se tornam
rnais drgradadas por tais práticas, pois seu motivo é apenas a vaidade. ( ... ] Os
pensamentos das n1ulheres sempre giram em torno de sua pessoa ( ... ( De fato, a
ohst·rvação sohre a classe média, na qual os talentos se desenvolven1 melhor, não
,t· t·stl·nJc às n1ulheres, porque as de classe superior, ao obter pelo n1enos uma
noção superfi,:ial de literatura r conversar mais com os homens sobre temas gerais,
ndquirem mais conhedn1cntos do que as 1nulheres que copiam sua moda e seus
defeitos sc111 co111parrilhar seus benefícios" (Wollstonecraft, pp. 104-105).
1 �4 Martin van Crevdd, Sexo /1ri1,i/c,:1,1Jo, 2004, p. 111.
209
CAPÍTULO 111
211
CAPÍTULO Ili
c) Divórcio
O "divórcio fácil" é uma das bandeiras feministas mais c<>n
troversas: torná-lo mais comum, mais aceitável e menos dram,i
tico é parte fundamental do plano revolucionário. O discurso dl'
empoderamento e liberdade relacionado ao divórcio é realmen
te tentador demais para qualquer cabeça imatura, sedenta por
apenas saciar os desejos mais imediatos. O número crescente dl'
ocorrências chocava os escritores mais conservadores mesmo
antes do advento da Segunda Onda feminista. Na década dl'
1950, Sorokin publicou um estudo com dados que revelam un1
aumento espantoso já no início do século XX:
Em 1870 havia um divórcio para cada 33,7 casamentos
contraídos [na América]; nas últimas décadas, tem havido
um para cada 2,5 a 3. Em 1890, tínhamos 3 divórcios por
1.000 mulheres casadas; em 1946, 17,8 por 1.000. Em 1867,
tínhamos 0,3 divórcios por 1.000 pessoas da nossa população;
em 1947, 3,4 [ ... J e com pequenas flutuações, o divórcio te,n
aumentado e continua aumentando constantemente. 160
212
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
21.l
CAPÍTULO III
214
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
215
CAPÍTULO Ili
166 Ibid.
167 Uma das histórias mais trágicas sobre até onde vai a proteção do Estado às
mulheres pode ser encontrada na novela que Balzac publicou em 1844: Corond
Chabert. A história conta de um Coronel equivocadan1ente considerado morto crn
combate que voltou à vida apenas para se perceber socialn1ente aniquilado diante
do conforto e boa vida que sua esposa levava graças à sua pensão e ao seu non1c.
O contexto o leva a viver como um indigente incapa1. de voltar ,i vida pública.
168 Martin van Creveld, Sexo /Jri,,ilegia,lo, p. 197.
21 fi
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
169 Pa1nela Paul, The Starter Marriage and the Future o( Matrimony. Nova York:
Random House, 2002, p. 8.
170 O título deste subcapítulo remete ao livro homônimo publicado por G.K.
Chesterron.
217
CAPÍTULO III
pois assim diminui a sua incoerência. Para não parecer tão con·
traditória, ela muda seu "pensamento" ou seus "valores".
Evidentemente, este livro está denunciando uma deliberada
prática de engenharia social ou reforma psicológica. Mas uso
essa referência porque, muitas vezes, na nossa caminhada cris
tã, somos empurrados pela vida a situações reais totalmentt·
diversas daquelas que consideramos ideais. Nesse momento, é
fundamental preservar os valores e perceber que não há nenhu
ma hipocrisia em ter consciência de que algo é bom, mesmo que
se falhe freqüentemente em realizá-lo.
A castidade é louvável, mesmo que você não a consiga manter.
O casamento é valioso, mesmo que você não consiga sustentá
-lo. Mentir é mau, mesmo que você tenha sido conduzido pela
realidade a contar mentiras. Se, a cada vez que falharmos, nós
modificarmos nossos valores para diminuir a distância entre
a nossa vida iníqua e o ideal, não sobrará nenhum valor em
nenhum de nós. 171
Quantas mulheres divorciadas são amargas ou embruteci
das? Quantas vivem uma vida sem perdão, revoltadas contra o
casamento e o ex-marido? Qualificar o "divórcio" como uma
conquista só prova que as feministas não entendem nenhuma
sutileza do coração feminino. Jamais me alegrei pelo meu divór
cio, jamais comemorei, jamais indiquei e nunca vou considerá-lo
um "direito" ou "privilégio". Como Pascal Bemardin descre
veu, é de se esperar que uma divorciada escritora amenize os
termos ao falar sobre o assunto, mas isso não acontecerá nestas
linhas.
As feministas não se pouparam em espalhar inverdades so
bre casamento e filhos, e, para não perder o costume, fizeram o
mesmo acerca do divórcio. As revolucionárias afirmam que ele
é uma conquista, e mais: uma conquista delas. O divórcio existe
há milênios; Moisés, o homem da Lei judaico-cristã, concedia
cartas de divórcio no meio do deserto para os membros das
171 Essa é uma apresentação necessária para que eu possa adentrar no espinhoso
assunto que se segue. Assim como a escritora e antifeminista americana Suzanne
Venker, sou divorciada. Se não tenho experiência com filhos (que as fen1inistas
dizem que nos escravizam), tenho com o divórcio (que elas di1.en1 que nos liberta)
e afirmo sem medo de errar: divórcio é n1orrer por ,lentro, é urna parre de você
sendo esmagada pela realidade, í: a n1e1.1físic11 dil ,1111p111a,.io.
21H
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
219
CAPÍTULO Ili
pois assim diminui a sua incoerência. Para não parecer tão con
traditória, ela muda seu "pensamento" ou seus "valores".
Evidentemente, este livro está denunciando uma deliberadil
prática de engenharia social ou reforma psicológica. Mas uso
essa referência porque, muitas vezes, na nossa caminhada cris
tã, somos empurrados pela vida a situações reais totalmente
diversas daquelas que consideramos ideais. Nesse momento, r
fundamental preservar os valores e perceber que não há nenhu
ma hipocrisia em ter consciência de que algo é bom, mesmo que
se falhe freqüentemente em realizá-lo.
A castidade é louvável, mesmo que você não a consiga manter.
O casamento é valioso, mesmo que você não consiga sustentá
-lo. Mentir é mau, mesmo que você tenha sido conduzido pela
realidade a contar mentiras. Se, a cada vez que falharmos, nós
modificarmos nossos valores para diminuir a distância entre
a nossa vida iníqua e o ideal, não sobrará nenhum valor em
nenhum de nós. 171
Quantas mulheres divorciadas são amargas ou embruteci
das? Quantas vivem uma vida sem perdão, revoltadas contra o
casamento e o ex-marido? Qualificar o "divórcio" como uma
conquista só prova que as feministas não entendem nenhuma
sutileza do coração feminino. Jamais me alegrei pelo meu divór
cio, jamais comemorei, jamais indiquei e nunca vou considerá-)<>
um "direito" ou "privilégio". Como Pascal Bernardin descre
veu, é de se esperar que uma divorciada escritora amenize os
termos ao falar sobre o assunto, mas isso não acontecerá nestas
linhas.
As feministas não se pouparam em espalhar inverdades so
bre casamento e filhos, e, para não perder o costume, fizeram o
mesmo acerca do divórcio. As revolucionárias afirmam que ele
é uma conquista, e mais: uma conquista delas. O divórcio existe
há milênios; Moisés, o homem da Lei judaico-cristã, concedia
cartas de divórcio no meio do deserto para os membros das
171 Essa é uma apresentação necessária para que eu possa adentrar no espinhoso
assunto que se segue. Assim como a escritora e antifeminista americana Suzanne
Venker, sou divorciada. Se não tenho experiência com filhos (que as feministas
dizem que nos escravizam), renho com o divórcio (que elas dizen, que nos liberta)
e afirmo sem medo de errar: divórcio é morrer por dentro, é unia parte de você
sendo esmagada pela realidade, é a rnetafíska da arnputa,;ão.
218
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CAPÍTULO 111
220
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
221
CAPÍTULO III
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REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
223
CAPÍTULO Ili
183 Matéria "Fen1inistas fazen1 xixi em ato contra gahinete só de hontens 11,1
Ucrânia", puhlicada em 13 de Jezcmhro de 201 O. http://g1.gloho.com/rnunJo/
noticia/201 O/ 12/femin istas-fazem-x ixi-ern-a tu-cunr ra-ga hinele-so-de-homen s-na -
ucrania.hrml.
224
REPRODUÇÃO FEMININA DO VÍCIO MASCULINO
1 H4 Shulan1ith í-irestonc, Tl1t• Dialectic o( Sex. New York: Bantan Books, 1970, p. 72.
1 H.S Mcculley, 2017, p. H7.
22S
CAPÍTULO 111
226
IV
�-
229
CAPÍTULO IV
230
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
6 https://www.l·arr.11.:.1pirnl.co111.br/diversidaJc/jud11h-hutler-u-araque-ao-gcnero-
l'llll'rKl'·dc 1-rnrdc 1-d;1, · nuula ncas.
231
CAPÍTULO IV
,
A interpretação não está de todo errada. E certo que grande
parte da população brasileira teme o caráter violento de revo
luções culturais como a defendida por Butler. A filósofa pós
-estruturalista é professora universitária nos Estados Unidos e
sua aparência física transmite a mesma sensação de confusão
que sua obra mais célebre, Problemas de gênero: feminismo
e subversão da identidade, publicada em 1990. Conforme sua
teoria, a condição e conceito de "feminino" são artimanhas
discursivas arquitetadas por uma sociedade masculinista e fa
locêntrica.7 Nessa sociedade, concebida na cabeça de Judith,
existe uma hierarquia de gêneros - o gênero masculino con
trola a área de atuação do gênero feminino - que se manifesta
em todos os âmbitos: desde a linguagem até a política. Ainda
nessa sociedade, identifica-se que a heterossexualidade é com
pulsória8 e a impressão que temos de que o conceito "mulher"
é natural não passa de outro condicionamento cultural gover
nado pelos homens: mais uma estratégia de poder. O pesquisa
dor brasileiro e professor Felipe Nery resume perfeitamente as
principais defesas de Butler em sua obra mais famosa acerca d<>
gênero. Ele descreve que ela:
Advoga pela superação de uma estrutura identitária
essencialista, ou seja, para ela, o ser humano nasce indefinido
(neutro) e, graças à família, à escola, à sociedade, às instituições
etc., define-se e atrela-se a um papel binário homem-mulher
ditado por um "sistema patriarcal opressor" . 9
Seguindo suas premissas, o gênero - comportamento de
cada sexo - e o próprio sexo não passam de produções, cria
ções deliberadas dos homens para que pareçam "naturais" ou
"inevitáveis", mas não o são nem naturais nem inevitáveis.
Poderíamos definir gênero como a autopercepção que todo ser
humano tem da própria sexualidade. Essa autopercepção não
coincide [segundo as feministas] com a sexualidade biológica
e varia com o tempo. A opção de gênero não é uma escolha
7 Falocentrismo: está centrado no falo (pênis). Diz-se de unia sociedade onde o sexo
masculino dita as regras de poder e hierarquia.
8 Judith Butler, Problemas de gênero, p. 18.
9 Martins Nero, Felipe Nery et ai., (;en1•r11: /érr,1Pnr11ta dt• d1•sco11struçàr1 da
ide11tidade. São Paulo, SP: Karcchl·sis, lO 17, p. \ 7.
l.11
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
que se faz de uma vez por todas na vida e pode mudar quantas
vezes quisermos. Mais do que escolha, trata-se de uma espécie
de construção nunca acabada: não escolho entre algo que
outrem determinou, mas me oriento de maneira sempre
fluida e aberta, para o meu desejo. O gênero é performativo
[... ] não existe diferença entre homem e mulher [ ... ] não se
nasce homem, não se nasce mulher. A cultura e a sociedade
nos tornam homens e mulheres, mediante a imposição de
comportamentos e padrões heteronormativos. 10
1O lbid., p. 69.
11 Esse mesmo pensamento é central para a teoria queer. Essa teoria não será esmiuça-
da neste livro, mas convén1 um breve esclarecimento. Resumindo, Bonnewijn (Gender,
quem és h,?, p. 65) explica do que se trata: �Queer, em inglês, significa bizarro, estra
nho, tono ( .. -1 Na gíria, esse adjetivo é utilizado como um insulto c1.1jo equivalente em
francês seria puto, efeminado ou pederasta (em ponuguês: viadinho, bicha, rraveco]. Ele
qualifica unia práxis e uma teoria que habitam o universo da exdusão e da n1argem.
Desse lugar, os queers confrontam as restrições da maioria que se autoprodama normal.
Apoiando-se na exceção, eles combatem a regra, quebram os códigos e colocam em
questão toda a identidade socialmente normativa. Elaborada por ·reresa de Laureeis, a
q11eer theory estréia na política nos EUA no fim dos anos 1980, cm tomo da mobilização
contra a AIDS. Judith Butlcr, que se considera apenas como feminista, desempenhou um
papel central no dt-senvolvi1ncnto des.,;;1 teoria. A contragosto, ela recebeu o título de
rainha do qu,·er. 1-. -1 Ali,:uns d1cgarão att' a promover sexualidades alren1ativas, como
a pomc 11-:ralia, a proMituic;,io l' as pr.íric.:a� sado111asoquistas".
12 Judith l\11drr, / 1 r11/1/,•111,,s d,· ,:111wr11. Civili,.ac;ão Rrasilc:-ira, 201.S, pp. 12-1].
2].1
CAPfTULO IV
2.14
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
23.S
CAPÍTULO IV
2.16
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
237
CAPÍTULO IV
2.18
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
2.19
CAPÍTULO IV
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SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
241
CAPÍTULO IV
242
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
24.1
CAPfTlll.(l IV
244
SIJKVt1.kSAll l»AS IUl1.NTll>ADl!.S
35 lbid., p. 52.
245
CAPÍTULO IV
246
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
247
CAPÍTULO IV
única linha de suas teses. Para a escritora, toda vez que obede
cemos às regras gramaticais, estamos oprimindo "lésbicas, mu
lheres e homens homossexuais".
24H
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
24 9
CAPfTULO IV
250
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
4S 1/,id.
2.St
CAPÍTULO IV
252
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
◄H Tradução livre de Judith Reisman e Edward Eichel, Kinsey, Sex and Fraud: The
l11doctr,,iation o( a People. Lafayerte, LA: Hunrington House, 1990, p. 13.
◄ '1 F. Michael Jones, I,ibido Dominandi: Sexual Liberation and Political Control.
l11di11na, 2000.
2.S.l
CAPfTULO IV
,, e ..t
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
255
CAPÍTULO IV
52 Tradução livre da Parte Ill do livro de E. Michael Jones, /,ibido l)o111i11a,idi, 2000.
53 Tim Tare, Secret History: Kinsl'Y·s Pedophiles. Yorkshire TV: Channel 4, 10/8/98.
2S6
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
257
CAPÍTULO IV
56 Queer é uma expressão que provém do inglês e designa aquelas pessoas que não
seguem os padrões da heterossexualidade ou o binário de gênero: homem e mulher.
Inicialmente era un1a gíria inglesa que designava "pessoa estranha, meio esquisita".
Depois, passou a ser empregada para representar "gays", lésbicas, bissexuais, trans
gêneros ou transexuais. Atualmente [... ] dedicada ao esrudo da orientação erótica e
identidade sexual ou de gênero dos indivíduos como o resultado de uma construção
social e não decorrente do nascimento biológico" (lbid.).
57 "A apresentação do artista Wagner Schwartz ocorreu ( ... 1 na estréia do 35 º
Panorama de Arte Brasileira, tradicional exposição bienal que aborda a arte no
país e propõe uma reflexão sobre a identidade brasileira. Segundo o MAM, o
evento era aberro a visitantes que estivessem no local. O museu também informou
que havia sinalização sobre a nudez na sala onde a performance ocorria". Matéria:
"Interação de criança com artista nu em museu de São Paulo gera polêmica". Site
de notícias G l. hnps://g l .globo.com/sao-paulo/noticia/in1eracao-de-crianca-com
anista-nu-em-museu-de-sp-gera-polemica.gh1ml.
58 h1tps://www.1henewamerican.com/world-news/europe/iren1'2].�79-un-unleashrs-
lgbt-czar-1o-promote-homosexuality-trnnN�r11ileriN1tl.
lSH
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
.�9Dave Hodges, "The UN Is Normalizing Pedophilia: The Deep Scace Is Free to Prey
Upon Your Children". Tl,e Common Sense Show, 14 de junho de 2017.
60 Matéria "Pc:dophilia: A Disorder, Nora Crime" disponível em: htcps://www.
ny1i1nes.,111n/2014/ l 0/116/opinion/pc:dophilia-a-disorder-nor-a-,rime .hrml.
259
CAPÍTULO IV
260
S
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADE
era "norm al". Segundo ela, esse "fato científico sobre as crian
ças fornece justificativas para os pedófilos e uma base científica
para que as cria nças façam sexo com adultos". Essa conces
são feita a Kinsey isola as grandes vítimas - as crianças - de
qualquer capacidade de reação, pois "não estão em condições
de participar do debate sobre as evidências científicas de sua
própria sexualid ade". Uma nova forma de ver a sexualidade in
fantil foi apresentada e difundida por um grupo minoritário de
adultos interessados em tirar das crianças molestadas o rótulo
de "vítimas" e estampar O de "cúmplices". Para isso, os pesqui
sador es atacaram O calcanhar de Aquiles da sociedade moderna
- que consente com tudo que se lhe apresentar como científi
co: usaram números , dados, índices e experimentos científicos.
E mais do que isso, as feministas passaram a escrever, há dé
cadas, sobre o que chamam de "direitos sexuais d as crianças",
que nada m ais é do que a continuação do discurso licencio
so de Kinsey sobre as relações sexuais infantis. Firestone, uma
ativista da segunda onda, escreveu e publicou em 1970 que o
feminismo buscava
a total integração das mulheres e das crianças em todos os
níveis da sociedade. Todas aqu elas instituições que segregam
os sexos ou separam as crianças da sociedade adulta [ ... ]
devem ser destruídas. E, se as distinções culturais entre
homens e mulheres e entre adultos e crianças forem destruídas,
nós não precisaremos mais da repressão sexual que mantém
essas classes diferenciadas, sendo pela primeira vez possível
a liberdade sexual "natural". Assim, chegaremos à liberdade
sexual para que todas as mulheres e crianças possam usar sua
sexualidade como quiserem[ ... ] serão permitidas e satisfeitas
todas as formas de sexualidade. A mente plenamente sexuada
tornar-se-ia universal. 64
Com uma biografia semelhante à de Kinsey, o psicólogo
John Money também se tornou um defensor das relações sexu
ais pedófilas. Oriundo de uma família protestante e rígida na
observação dos costumes religiosos, Money se distanciou dos
ensinamentos evangélicos e terminou por "fazer proselitismo
64 Shulamith fircsronc, /.d dialectica de los sexos: em de"e . .n
'' sa de la re110 Iuccio
. . • · , · · .. I\· . ,(
feminista. l:tl1111n1 K,uro�. ,Ire, ona, 1976, pp. 258-262.
161
CAPÍ'TULO IV
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H◄ 11,id., pp ..t,K-.\.,'I.
27.l
CAPÍTULO IV
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27.�
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l. 7t,
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2Hl
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2H3
CAPÍTULO IV
2H4
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
Janet, mãe de Bruce e Brian, conta que viu o Dr. Money pela
primeira vez em um programa de televisão. Dr. Money afirmava
que os bebês nasciam neutros e poderiam ser educados para a
construção de uma identidade de gênero distinta da natureza
de seu sexo. Os pais assistiram e se inspiraram nesse programa
televisivo que trazia o Dr. Money e um transexual adulto -
um homem que se tornara mulher e aparentava estar satisfeito
com sua condição. O discurso era carismático e convincente,
principalmente para uma mãe com um filho naquelas condi
ções. O casal Reimer procurou o especialista que, certamente,
viu naquela criança inocente um empreendimento ideológico e
um negócio de sucesso. A criança estava mutilada e tinha um
irmão gêmeo idêntico; se John Money conseguisse transformar
Brian em uma mulher, convenceria a muitos da irrelevância
da biologia e do sexo natural no comportamento humano e
restaria aparentemente comprovada sua teoria de neutralidade
de gênero. 104
Desde 1966, clínicas de identidade sexual abriam oficial
mente suas portas. A primeira delas foi no hospital Johns Ho
pkins em Baltimore e contou com a participação do Dr. Money,
conforme ele mesmo relata em seu livro Os papéis sexuais:
Ali, e numa dúzia de outras clínicas que desde então se esta
beleceram, especialistas de diferentes campos - psicologia,
psiquiatria, sociologia, genética, endocrinologia, embriologia
e cirurgia - se reuniram numa equipe de tal maneira que
a força total da ciência moderna pudesse estar empenhada
nos problemas e na pesquisa da diferenciação sexual. No
285
CAPÍTULO IV
286
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
2H7
CAPÍTULO IV
288
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
2H9
CAPITULO IV
290
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
291
CAPÍTULO IV
290
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
291
CAPÍTULO IV
121 Dr. Milton Diamond pesquisou por muitos anos acerca de aborto, planeja111C"ntu
familiar, pornografia, sexualidade, transexualidade, reprodução e idenridadl'
sexual. Em 2010, recebeu o Prêmio Kinsey e, em 2015, a medalha de ouro J11
Associação Mundial da Saúde Sexual.
122 Milton Diamond e Keith Sigmundson, "Sex rcassignment ai birth. l.ong-tern1 review
and clinica( implications n (Reatribuição do sexo no naNi.:imento: revisão a longo prn,.o
e implicações clínicas(, em Archi11es o/ P,•diatr,c a11d Adoles.-e11t Medici11e l JO, 1111·
298-]04, 1997. l)ispnnível e1n: h,1w,1ii.edu/l'( :SS/onlmr ,1rtdw'inrcrsex/n1dfnl.h1111l.
292
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
293
CAPÍTULO IV
125 Anigo do Padre José Eduardo de Oliveira e Silva: "Perspel.1:iva Histórica das
Questões de Gênero", em Martins Neto, Gênero: ferramenta de desconstrução da
identidade, p. 35.
126 Lembre-se do caso do poeta alemão Rainer Maria Rilke, que "foi criado
exatamente como uma menina, até os seis anos, por sua mãe (e inteiraml"nte
contra os dt"sejos de seu pai, que queria que ele fosse um soldado) para compensar
a perda de uma irmã mais velha do menino, que morreu na infância. Isso é descrito
com detalhes no livro Die Jugend Rainer Maria Rilke, de Carl Sieber, lnsel-Verlag,
1932. (A experiência transexual, Rio de Janeiro: Imago, 1982). Lembramos ainda
o caso de Oscar Wilde, que até os dez anos foi tratado "no que dizia respeito a
roupas, hábitos e companhias" como unia menina (Richard Ellmon, ()scar Wildt.
Companhia das Letras, 1987, p. 27).
21J4
SUBVERSÃO DAS IDENTIDADES
295
CAPfTULO IV
297
CAPÍTULO V
298
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
299
CAPÍTULO V
Femen e o anticatolicismo 7
Se a biografia das feministas ou as suas teorias publicadas em
livros consagrados não bastam para convencer do caráter an
ticristão do movimento, convém analisar mais de perto um
exemplo institucional. O Femen é um grupo feminista criado
por Anna Hutsol na Ucrânia, hoje sediado em Paris. O movi
mento já estreou, em 2008, com uma série de topless prota
gonizada por Sasha Shevchenko, Oksana Shachko e a própria
Hutsol. Comun1ente se diz que o movimento é radical demais e
não representa as feministas.
No entanto, sabendo que o feminismo foi representado e puxa
do por eugenistas como Margaret Sanger, aliciadoras de menc>rcs
como Simone de Beauvoir e radicais como Shulamith Firestonc,
mostrar os seios em praça pública se torna uma mesquinharia.
O Femen não é a organização mais radical do feminismc>, e.'.·
apenas o grupo menos preocupado em disfarçar suas intenções.
7 Uma menção especial e todo meu agradl'Cirncnto aos arnigos Aaron Vieira
Machado, Artur Buch Lopes Figueiredo e l.t•onardo de· S11u1a l'rag,1s qut·, na
rxigüidadr dos prazos, prontan1t·ntc se· oft·rt·l·t·r,1111 ,. dt·d1c.1d,11ncntl' colctararn
inún1eras n1arérias para co111por t'Sll' s11IK,1p1111l11.
JOO
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
,
E até razoável dizer, numa primeira impressão, que chega a ser
inofensivo e pueril, com estratégias escandalosas de provocação
aos religiosos. Seja como for, o Femen revela, sem máscaras - e
sem roupa -, toda a sanha anticristã do feminismo.
Os lugares preferidos das ativistas envolvem Roma, qual
quer lugar do Vaticano, qualquer capela ou igreja onde se esteja
realizando um culto religioso. No Natal de 2017, por exemplo,
uma ativista invadiu uma Missa do Vaticano para pedir pelo
direito ao aborto e condenar a "homofobia".
Apenas algumas poucas horas antes da Missa de Natal no
Vaticano, ativistas do Femen representaram uma Virgem
Maria moderna e livre, que fala contra as instituições
religiosas patriarcais e suas práticas seculares de agressão
e opressão das mulheres 1 ... l Maria se posiciona contra a
homofobia na Igreja Católica e pede ao Vaticano que mude
sua posição hostil contra a comunidade LGBT. Além disso, ela
pede ao governo francês que resista à pressão exercida pelas
instituições religiosas e que cumpra sua promessa de legalizar
o casamento gay. K
.lO 1
CAPÍTULO V
9 hnps://odia.ig.com.br/_conceudo/nocici11/jon1adan1undialdaj11vcnrudc/20 l .l-07-l2/
fem i n isras-se-hei j a m-em-frente-o -fie is. h 1111 I .
.102
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
1O hnps://www.theguardian.com/commentisfree/belief/20 l l/mar/29/why-feminists-
less-rel igious-survey
11 A autora feminista Kate Millen adota uma divisão em duas partes para a centúria
entre 1830 e 1930. Para Millett, o período de polêmica expansão da Revolução
Sexual começou em 1830 e estendeu-se até 1930, quando começa o que ela chama
de Política Reacionária e Reação Ideológica.
Outra divisão cornum é a que toma por base a luta pelo direito do voto feminino.
Nesses casos, o recorte fa1.-Sl' de 1848, considerado o marco inicial da luta pelo
s11frii1tio, arr 1920, dar,, Ja consolidação das conquistas nos E.�tados Unidos.
]()]
CAPÍTULO V
]04
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
13 Fahrice Hadjadj, A profundidade dos Sexos: por uma mística da carne, São Paulo
(SP): É Realizações, 2017, pp. 21-23.
14 Wilhelm Reich, A Revolução Sexual.
306
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.107
CAPÍTULO V
10H
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.109
CAPÍTULO V
.\ 1 O
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E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.11 1
CAPÍTULO V
.l 12
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
] 1.1
CAPÍTULO V
23 Aliás, cudo que as feministas realmente defendem e que pretendem aplicar t·s1,1
especificado sem máscaras em suas obras mais importantes, basta invcstig;\- l,i
- o que infelizmente não tem sido um hábito dos propagandistas ou oposilorr�
da ideologia de gênero e do feminismo no debate público brasileiro. A maioria
das jovens e adolescentes que defendem o mnvirnento feminista jamais se deu 1111
trabalho de estudar do que se trata e cos111111;1 reagir i:0111 dcSl:rença toda vei. tllll'
alguém demonstra os tópii:os 111ais radi.-ais d,1 ,1g,·111la rrvolu.-ion;íria .
.114
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.l t .S
CAPÍTULO V
.116
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTAl.ITARISMO FEMINISTA
.117
CAPfTULO V
]IH
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E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
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CAPÍTULO V
.l20
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E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
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CAPITULO V
.122
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
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32.l
CAPÍTULO V
]24
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.125
CAPÍTULO V
43 Pablo Neruda, Confesso que vivi. Difel Difusão Editorial S.A., 16 t·tl., 1r111I. dr
Olga Sawary, 1983, p. 93.
44 Resenha da biografia de Woolf publicada no portal Bula por Euler Jc Fr,111,,1
Belém: "Virgínia Woolf tentou curar sua loucura pelo suicídio". Disponivl'I r1111
hnps://www.revistabula.com/2229-virginia-woolf-tentou-curar-sua-loucur11-11C"l•1
suicídio/._
326
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.127
CAPÍTULO V
47 Reservei um pequeno trecho neste subcapítulo para discorrer sobre as escolhas d1·
vida de Mary, depois de ter escrito inúmeros subcapírulos (ver capítulo prin1ciro)
que discorren1 exclusivamente sobre sua produção intelectual. Isso para que 11.io
seja acusada de sobrepujar as imoralidades da vida privada sobre o contclÍdo
da obra. Por outro lado, não poderia deixar de navegar por esses 1urbulen10�
mares se1n correr o risco de que Wollstonecraft seja re1irada da lisla de mulhere,
feministas e libertinas. Ela era verdadeiramen1e feminis1a e1n virtude da vida que
teve, das escolhas que fez.
48 Mary Wolls1onecraft, Vn,a rc111indicafã11 dos dir1·1tos d,1 111ulher, p. 1 1 .
.12H
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.129
CAPÍTULO V
_\\()
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
Reação antifeminista
(�om alguma demora, mulheres por todo o mundo e até mes
mo feministas têm percebido as incongruências do movimento.
A colunista Mona Charen denunciou que o feminismo "tirou de
nós aquilo sobre o qual repousa a felicidade da maioria das mu
lheres". Elizabeth Mehren, jornalista e redatora do Los Angeles
Times, escreveu que "nossa geração foi um sacrifício humano
exigido pelo movimento feminista". Os Drs. Cowan e Kinder 52
publicaram estudos de casos sobre mulheres "empenhadas em
suas carreiras profissionais", mas que perceberam que "seus re
lacionamentos amorosos com os homens são desapontadores,
frustrantes e muito confusos". Eles identificam nas dificuldades
da mulher moderna "uma infeliz conseqüência do feminismo".
Em seu livro The Cost of Loving: Women and the New Fear
of Intimacy, Marshall denuncia o feminismo como agente do
'' mito da independência" e fomentador de mulheres carreiristas
desumanizadas, infelizes e mal-amadas.
Essas declarações antifeministas pipocam na América. Dis
sidentes, filósofas, escritoras, mães, donas de casa e toda sorte
51 David Bale i: pai do famoso ator Christian Bale, que representou o Batman em
dois filrncs (200.� e 2008) e foi prota�onista de Psicopata an,ericano (2000).
�2 Mulht•rr5 int,•li,:r,ites, rsco/has inse11satas; como encontrar ns homens certos,
.-orno "''''"' o.e 1·rradus. Rio dr .Janeiro: Roci.:o, 1991, p. 14 .
.l.11
CAPÍTULO V
JJl
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
333
CAPÍTULO V
55 lbid., p. 12.
11.4
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.3.35
CAPÍTULO V
336
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
]]7
CAPÍTULO V
Alice alegou que Esther era "não apenas sexista, mas fascist,1 " 1
comparando seu livro com o semanário nazista Der Stür111r1
Segundo Esther, as controvérsias em torno do livro resultar,1111
até mesmo em ameaças de morte:
Eu não imaginei o quanto me encontraria isolada após esl'n·v,·1
este livro. Nem previ as conseqüências que teria para os 1111·11-
subseqüentes trabalhos e mesmo para minha vida privad.,
ameaças violentas ainda não cessaram até este momento."'
Verdadeiramente, as feministas não querem que certas �• ••
sas sejam ditas, que certos dados venham a público e quc l l't
tos fatos históricos sejam conhecidos. Elas têm trabalhad<> (0111
manipulação de dados, desinformação, retórica e muita, 1111111,1
propaganda. Qualquer pesquisadora que sugira que as m11IIH·
res não foram tão oprimidas assim torna-se, imediatanll'llll',
inimiga do discurso feminista. Feminismo e pesquisa científil 11
não trabalham muito bem juntos.
Esther foi a primeira mulher a ficar conhecida por un1 ai .i
que tão violento contra o feminismo de segunda onda, mas 11;\o
foi a única. Depois dela, inúmeros pesquisadores e dissidcntt·r.
começaram a questionar os grandes dogmas feministas.
l. .lN
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.1.19
CAPÍTULO V
Wanderground ( 1978).
64 Marrin van Crcveld. Sexo privilegiado, p. 72.
65 Esthcr Vilar, O hon,em domado; Sus.in F.iludi, J),,,11ados: conui ll c11lt11ra trt1i11 11
hon1en1 t1n1erica110; e Sócrares Nol,1sco, () /iri1111•irr> s,·.n, ,. r>lltr.is 111e11tiras sohrr• 11
segundo.
340
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.l4 t
CAPfTULO V
.142
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.14.l
CAPÍTULO V
.144
V VL.JIV /\.V \...1\1:) 111'1.Nl;')M\..J
. \45
CAPÍTULO V
.14fi
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
\47
CAPÍTULO V
75 "Sacks, 'Boys are Stupid' Designer Mix it up on CNBC", arrigo publicado no site
Men's News Daily, 26 de fevereiro de 2004. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/
wiki/Conrrov%C3%A9rsia_ %22Garotos_s%C3o/oA3o_cst%C3%BApidos,_
joguem __ pedras_neles! % 22.
76 John Stuart Mill, A suieição elas ,n11fh1•res, p. 22.
]48
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
]49
CAPÍTULO V
350
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E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
].S 1
CAPÍTULO V
.152
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
,
sua pátria. E como se os homens não tivessem sentimentos e,
na verdade, basta olharmos ao redor para percebermos como
muitas mulheres ainda agem assim: como se seus maridos ou
pais não tivessem sentimentos. Aliás, como já dito, os homens
também são maioria entre os que cometem suicídio.
4. Diz-se, também com freqüência, que a comunidade médi
ca dominada por homens é relapsa e negligente quanto à saú
de das mulheres. Também não é verdade. A primeira e mais
cabal de todas as provas que desmente esse mito é o fato de
as mulheres terem acesso a incontáveis métodos contraceptivos
quase imperceptíveis enquanto os homens só podem se valer do
preservativo de látex que, além de incômodo, diminui o prazer
sexual durante a relação.
Se tomarmos como base os casos de câncer de próstata e câncer
de mama, que são fatais em homens e mulheres na mesma pro
porção, e os relacionarmos ao fato de que o patrocínio para as
campanhas de câncer de mama é sete vezes maiordo que odes
tinado às de câncer de próstata, o mito da negligência média cai
por terra. No Brasil, por exemplo, conforme levantamento feito
pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) em 2009, os homens são
acometidos de câncer 77 °/o mais que as mulheres. O responsável
pela pesquisa, coordenador de Prevenção e Vigilância do instituto,
Cláudio Noronha, surpreendeu-se: "A gente não esperava en
contrar tanta diferença. É um dado alarmante". Além disso, o
câncer, de modo geral, é 85% mais mortal entre a população
masculina. A expectativa de vida dos homens também eviden
cia que os cuidados médicos estão concentrados nas mulheres:
hoje, eles morrem, em média, sete anos mais cedo que as mu
lheres. Em 1920, a diferença era de apenas um ano. Além disso,
no Brasil, os homens se aposentam 5 anos mais tarde e morrem
cerca de 8 anos mais cedo que as mulheres. Por isso, usufruem
13 anos de aposentadoria, e subsidiam mais de 40% da apo
sentadoria das mulheres, que usufruem, em média, de 20 anos
aposentadas.
Os homens morrem mais que as mulheres em todas as 15
principais causas de morte precoce. Há mais dinheiro sendo in
vestido para salvar baleias, tartarugas e animais de toda espécie
.lS.1
CAPÍTULO V
.l�.S
CAPÍTULO V
356
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
.1J9
CAPÍTULO V
Controle universitário
e aparelhamento institucional
.162
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
]61
CAPÍTULO V
364
O ÓDIO AO CRISTIANISMO
E A REAÇÃO CONTRA O TOTALITARISMO FEMINISTA
36.�
feminista Susan Faludi escreveu um livro inteiro dedicandc>
-se apenas a difamar todos quantos se insurgiram contra
revolução sexual. Ela fez chacota daqueles que reagi
ram aos estratagemas feministas, chamou o movimento rcacic>
nário de "refluxo", come> se fosse o vômito social de uma prc>
posta mal digerida. No entanto, diferentemente do que insinua
Faludi, não existe um coletivo antifeminista, nem há un1 partidc>
engajado em resgatar a "mística feminina". Tude> o que prl·cisa
ser feito, especialmente no Brasil, ainda está por se fazer. Nunca
ouvi falar de ONGs que recuperam mulheres vítin1as do fcn1i
nismo. Mulheres não-feministas não têm grupos financiadc>s
por George Soros, não recebem dinheiro da Open Sc>ciety para
falarem o que pensam acerca das radicais e irascíveis feministas.
Do contrário, quem ousa recusar o rótulo de feminista, quem
rejeita os discursos, é perseguido, discriminado, atacado,
difamado e desqualificado como eu mesma tenho sido desde
meados de 2013.
Era novembro e eu estava em uma sala de aula de univer
sidade pública quando me dei conta de que as mulheres têm
perdido o direito de não abraçar nenhum projeto político. Uma
turma majoritariamente composta por mulheres, com a autori
zação da professora, todas feministas, insinuava minha desis
tência ou expulsão do programa de mestrado por un1a única
razão: não ser feminista. Toda aquela balela sobre "lugar de
fala" e suposta libertação da mulher veio abaixe>. Eu sou mu
lher, mas para as feministas naquela sala, eu não deveria es
tar naquela universidade, aliás, não deveria expressar ,ninhas
.16 7
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
convicções em lugar nenhum, nem ali nem fora dali. Desde en
tão, tenho confirmado que essa ideologia não se preocupa com
a verdadeira liberdade. Trata-se de uma militância organizada
por correntes de esquerda, defendendo e representando uma
pequena e barulhenta parcela de mulheres revolucionárias. Ja
mais representou todas nós, jamais representou quem ama ser
mulher, quem ama sua família, quem abraça seus filhos com<>
um dom recebido e busca a reconciliação com o sexo oposto.
O feminismo trabalha com um sistema seletivo e punitivo, si
lenciador e intimidador. Enaltece as mulheres que seguem suas
regras e ataca violentamente qualquer voz - ainda que femini-
, .
na - em contrario.
Se você for dona-de-casa, casada e feliz há cinqüenta anos,
com cinco filhos e doze netos, as feministas dirão que você não
teve oportunidade de escolha e que eram outros tempos. "Você
não tem experiência de vida, não representa as mulheres e não
sabe o que as mulheres sofrem. Você não pode falar nada". Se
você for como eu - divorciada, diplomada, economicamente
independente, que paga suas contas e trabalha o dia todo -,
as feministas vão dizer que você desfruta os privilégios da luta
feminista e, portanto, não pode discordar. Como se divórcio já
não existisse antes do movimento feminista, como se as femi
nistas tivessem inventado o alfabeto, a escola, a universidade ou
o comércio. "Você não tem experiência de vida, não representa
as mulheres e não sabe o que as mulheres sofrem. Você também
não pode falar nada".
Só quem pode falar alguma coisa são aquelas chicas histéri
cas que balançam tetas desnudas pela cidade e que boicotam o
emprego da depiladora, ou aquelas solteironas de meia-idade,
professoras universitárias, que se vestem como adolescente ou
como homem, que acusam todo mundo de complô machista e
que deixam o pai aposentado em casa, chorando no banho, e
pensando "onde foi que eu errei?". Olhemos para as feministas:
Gloria Steinem era amargurada por ter que cuidar da mãe d<>
ente, pegou nojo da maternidade e dizia isso com orgulho. Vir
gina Woolf se suicidou, depois de uma vida marcada por surtos
e violências. Betty Friedan não suportava o marido e odiava
cuidar dos próprios filhc>s. Mary Wollst<>necraft, que escreveu
.lnH
CONCLUSÃO
)69
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
.l70
CONCLUSÃO
\71
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
J72
CONCLUSÃO
17.l
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
374
CONCLUSÃO
.. .. ..
Existem duas formas de atacar e destruir a família. A pri
meira é dizer que os homens não prestam e a segunda é dizer
que quem não presta são as mulheres. O feminismo cumpre a
primeira tarefa, e certas ondas masculinistas, a segunda. O cris
tianismo, por outro lado, é a solução que desvenda o problema:
todos são maus, pecaram e destituídos estão da glória de Deus.
Para compensar, devem amar um ao outro e perdoar infinita
mente. A guerra dos sexos acaba na cruz que pode salvar, indis
tintamente, a alma do homem e da mulher.
.17.S
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
]76
CONCLUSÃO
,177
David Amato 1
Somente os pequenos segredos precisam de proteção.
Grandes descobertas são protegidas pela incredulidade pública.
- Herbert Marshall McLuhan, filósofo e
teórico da comunicação canadense.
.179
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
JHO
APtNDICE
.l H 1
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
382
APiNDJCE
]H.l
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
.184
APÍ.NDICE
.1H6
APtNDICE
19 David Horowirz e Jacob Larskin, The New Leviathan: How the Left· Wing
Money-Machine Shapes American Politics and Threatens Ameriro's Future. Crown
1-"on1111, 20 12.
20 F111rrvi�1,1 di�ponivl"I crn: hrrps:l/www.youtube.co1n/wa1ch?v=Vri-_f6K81.E.
]87
o filósofo sobrevivente e melhor professor que conheci:
Olavo de Carvalho. Reverencio cada linha escrita por
tão excelente mestre; por sua influência direta e indi
reta na vida intelectual e política do cenário brasileiro desde
muito antes do meu nascimento. Por ampliação, ao meu ex
-marido, Tiago Donassolo Bellei, que me apresentou e matricu
lou no curso de filosofia responsável por ressuscitar meu amor
à Verdade. Especialmente, por ter sido um marido de estirpe
tão elevada que me colocou prostrada ao valor do matrimô
nio e à possibilidade de amor sincero, por ter aberto os meus
olhos ao perigo dos movimentos revolucionários que maculam
a relação entre o homem e a mulher, pelo exemplo de honra
que registra sem precisar de palavras, por tratar bem do meu
coração, impedindo que eu ingressasse nas fileiras de mágoa e
rancor contra os homens.
Ao Burke Instituto Conservador, com sede em São José dos
Campos, São Paulo, sobretudo nas pessoas de seus fundadores:
Marcos Ramon Dias Struz, Wagner dos Santos Lima e Wesley
Felipe dos Santos. Por terem sido, desde o primeiro dia, irmãos,
mais do que parceiros de um empreendimento vocacionado,
verdadeiramente sinceros amigos. Por terem cravado portas
onde havia muros. Por terem confiado em meu trabalho antes
de qualquer prova. Ao professor Aramis de Barros, autor da
obra Doze homens, uma missão, por acompanhar, aconselhar
e sugerir f<>ntes e bibliografias desde o primeiro dia de produ
ção desta ohra; pela sua amizade e conduta sempre humilde e
.3H9
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
391
Organizadas cronologicamente. Em negrito, as obras funda
mentais:
1406: Cidade das mulheres - Christine de Pisan
1600: Valor da mulher - Moderata Fonre
1601: A nobreza e a excelência da mulher - Lucrécia Mari
nella
1640: Antissátira - Arcângela Tarabotti
1673: De l'Égalité des deux sexes - François Poullain de la
Barre
1790: Sobre a admissão das mulheres ao direito à cidadania -
Marquês de Condorcet
1791: Folhetos de Olympe de Gouges
1792: Reivindicação dos direitos da mulher - Wollstonecraft
1832: Direitos das mulheres e injustiças dos homens - Nísia
Floresta
1843: União operária - Flora Tristan
1869: A sujeição das mulheres - John Stuart Mil)
1884: A origem da família, da propriedade privada e do Estado
-Engels
1908: Base social da questão feminina -Alexandra Kollontai
1918: A nova mulher-Alexandra Kollontai
1921: A moral sexual - Alexandra Kollontai
1922: O eixo da civilização - Margaret Sanger
1924: A mulher é uma degenerada - Maria Lacerda de Moura
19 31: Amai-vos e não vos multipliqueis - Maria Lacerda de
Mc>ura
1933: Han Ryner e o amor plural- Maria l,acerda de Moura
.19]
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
]94
Organizadas em ordem alfabética (marque os que você já leu):
□ A cosmovisão sexual cristã - P. Andrew Sandlin
□ A metafísica do sexo - Julius Evola
□ A mulher e sua sombra - Julian Marías
□ A mulher eterna - Gertrud von Le Fort
□ A mulher no século XX - Julian Marías
□ A profundidade dos sexos - Fabrice Hadjadj
□ A superstição do divórcio - G.K. Chesterton
□ Confrontando o feminismo evangélico - Grudem
□ Contracultura - David Platt
□ Contra o cristianismo - Eugenia Roccella e Lucetta Scaraffia
□ Desejo e engano - R. Albert Mohler Jr.
□ Desejo sexual: uma investigação filosófica - Roger Scruton
□ De Tarzan a Homer Simpson - Sócrates Nolasco
□ Deus, casamento e família - David Jones
□ De volta ao lar - Mary Pride
□ Domados: como a cultura traiu o homem americano
Susan Faludi
□ Feito homem - Norah Vincent
□ Feminilidade radical - Carolyn McCulley
□ Fidelidade - Douglas Wilson
□ Gender, quem és tu? - Olivier Bonnewijn
□ Gênero: ferramenta de desconstrução da identidade - Felipe
Nery
□ Guia politicamente incorreto da literatura - Elizabeth
Kantor
□ Ideologia de gênero - Jorge Scala
.19.S
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
.196
BADINfER, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor
materno. 5ª edição. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1985.
.l97
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
.199
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
400
BIBLIOGRAFIA
401
FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO
402
Este livro foi impresso pela Gráfica Santuário.
Os papéis usados para compor este livro
foram chambril ai•ena IIOg para o miolo,
e para a capa, cartão triplex 250g.