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  O Privilégio de Ser Mulher 

  ​❤ Alice Von Hildebrand ❤ 


 
O livro é dividido em 9 partes. 
 
A​ Parte I​ é intitulada​ ​"os argumentos contra o privilégio de ser mulher​"​ e é subdividido em dois 
tópicos:  
1) os argumentos seculares,​ onde ela discorre sobre as afirmativas de diversos filósofos e teóricos 
que falaram coisas ruins sobre as mulheres, citando a visão de Simone de Beauvoir. Em geral passa a 
ideia de que as mulheres são inferiores aos homens, menos tudo que eles, e que por isso esteve 
durante toda a humanidade numa situação humilhante, e isso é o que impulsiona o feminismo. 
Segundo Beauvior, agora nos países desenvolvidos chegou a hora da mulher se libertar dessa 
sujeição ao homem, que consiste primeiramente se livrar das amarras biológicas (controle da 
natalidade), para ser livre e fazer as coisas como os homens. ​Ao anularem as particularidades 
femininas e buscarem ser como homens, as feministas na verdade estão inconscientemente 
dizendo que os homens são superiores à elas. 
 
2) O Cristianismo e os argumentos contra​, Alice discorre como as feministas fazem a leitura de 
diversos trechos bíblicos, sendo que muitos realmente depreciam as mulheres, dizendo que elas 
conseguem ser muito mais perversas que os homens e segundo a ótica feminista, por ter sido 
criada depois seria algo inferior, ainda culpada pelos pecados e o seu castigo (dor de parto) foi 
maior que o do homem, e que sua redenção se daria por ser sujeitar ao homem, sendo que a 
Virgem Maria só concebe depois de dizer "eis a serva do Senhor", e depois que Jesus nasce ela se 
prosta para o adorar e esta seria a vitória dos homens --> basicamente, a bíblia é machista 
Conclui que generalizações sobre ambos os sexos são coisas de mentes rasas 
 
Na​ parte II,​ intitulada ​“Argumentos a favor do privilégio de ser mulher”,​ Alice mostra que essa 
interpretação que distorce a mulher é secular e se lermos a bíblia com visão sobrenatural vamos 
entender o papel importante da mulher. Ela discorre sobre os vários pontos que atestam a 
dignidade da mulher. Alguns a se considerar:  
- vendo a criação, segue uma escala de mais importantes, então se a mulher foi criada depois, não 
significa inferioridade, poderia ser até o contrário. Ademais, foi tirada das costelas de Adão, 
enquanto este foi feito do pó da terra.  
- à nova Eva foi dado papel grandioso em trazer a Salvação (primeiro tabernáculo, a primeira que 
comungou) 
- as mulheres estiveram ao pé da Cruz  
- as mulheres choraram por Jesus na Paixão e limpou o rosto de Cristo enquanto os apóstolos 
fugiram 
- a primeira que viu Jesus Ressuscitado foi uma mulher 
Em geral, com os olhos da fé, vemos que a mulher tem papel importante na Redenção.  
O desprezo contra as mulheres que muitos expressaram ao longo da história é fruto do 
pecado original, que quebrou o equilíbrio na relação entre homens e mulheres, especialmente na 
relação marital 
 
Parte III,​ "do paganismo à idade moderna: a depreciação da mulher".​ ​Alice fala sobre a cegueira 
moral da humanidade em decorrência do seu pecado e afastamento de Deus, que fez com que 
invertesse a hierarquia de valores​, sendo que ser forte, poderoso, rico é que é glorificado, 
enquanto a fraqueza é tida como inútil. Desta forma, as mulheres por não alcançarem esse ideal de 
força (física) e poder, foram desvalorizadas. No entanto, a história mostra que a mulher é dotada 
de f​ orça moral,​ "a mulher é a raiz e o homem a árvore, a árvore só cresce se fincada numa raiz 
forte". Essa força moral é capaz de compensar a menor força física. A mulher conseguirá obter o 
reconhecimento adequado do valor singular da feminilidade quando assumir seu chamado, que é 
amar. Porém como se entenderá isso, se o mundo secular enxerga o "se pôr a serviço" como algo 
humilhante, e portanto, ruim? Este é um dos pontos que as feministas mais pegam. É por isso que o 
feminismo é incompatível com o cristianismo, onde a mulher é chamada a se pôr a serviço, por 
amor, ao exemplo de Cristo.  
“O que caracteriza a santidade é a prontidão sem limites para servir o outro” 
Enfim, este secularismo invadiu a humanidade, numa busca por criatividade, produtividade, 
progresso. No entanto, à luz sobrenatural todas essas coisas são pó e acabarão. Mas Alice relembra 
que o principal "trabalho" da mulher, que é a criação de seus filhos, é superior à qualquer produção 
humana, pois os filhos são dotados de alma imortal 
 
Parte IV ​,em ​“Mulher: o sexo privilegiado”, V​ on Hildebrand divide o capítulo em duas partes, o 
prós e contras de ser frágil 
 
Contras:  
A mulher é historicamente dita o “sexo frágil”, primeiramente frágil de força física, o que é 
evidente. Mas também frágil no sentido de mais vulnerável, sensível, delicado. ​Essa fragilidade se dá 
principalmente no campo emocional​, sendo as mulheres mais emotivas e menos racionais, são mais 
frequentemente propensas a se magoar, enfim, se guiar pela emoção, o que faz com que elas 
precisem ser orientadas. As mulheres precisam dos homens para as ajudar a canalizar essas 
emoções e separar o que é racional do que é irracional. Essa fragilidade torna as mulheres mais 
propensas à magia, e à luxúria (sedução), a se deixarem levar pelos sentimentos, pois as mulheres 
levam seus sentimentos mais a sério = romantismo, sentimentalismo, egocentrismo. 
Daí que as mulheres reconhecem mais as suas fraquezas e falam dela, exemplo claro é a 
facilidade em chorar, isso, à luz sobrenatural é muito positivo, pois “é quando sou fraco é que sou 
forte”, ​reconhecer e lembrar das suas fraquezas permite que você caia menos em pecado​, se sinta 
mais dependente de Deus. As mulheres são mais propensas também a se abrirem à espiritualidade, 
e foi mais frequentes experiências místicas em mulheres, da mesma forma que isso faz com que 
elas façam mais sacrifícios 
“Estar consciente da sua própria fraqueza e confiar no auxílio de Deus é o caminho para a 
autêntica força e vitória” 
Prós: 
A fragilidade feminina pode-se tornar em força, pois desperta no homem o que ele tem de 
melhor: seu cavalheirismo, eles gostam de ser solicitados, ajudar, proteger. As mulheres foram feitas 
para serem belas, também podem usar da sua beleza para o bem, como Ester. As mulheres são 
também chamadas a despertar e aprimorar a afetividade nos homens, que muitas vezes são 
racionais demais, brutos.  
 
Parte V​ ​“A transfiguração da fraqueza: a Encarnação”​. Neste capítulo, Alice como que continua os 
“prós” da fraqueza feminina, mas com o olhar cristão. ​A fraqueza da mulher aponta para Cristo, 
que escolheu se fazer fraco e pequeno para nos redimir do pecado.​ Vindo pobre, pequeno, 
contradiz o que os judeus esperavam, sendo esse mistério de Deus “loucura para os pagãos”. O 
Cristo vem nos ensinar a humildade, a ser como crianças, isto é, frágeis dependentes de Deus, 
mostrando que a “força” que os homens pensam ter é soberba diante de Deus pois “sem mim nada 
podeis fazer” e assim, ​a mulher na sua fraqueza mais se assemelha a Cristo​. São Paulo louva a 
fraqueza em suas epístolas, bem como Santo Agostinho fala que gosta de ser lembrado das suas 
misérias. Santa Terezinha em sua pequena via expressa perfeitamente essa pedagogia da fraqueza, 
de ser esquecido e humilhado para se lembrar mais da nossa necessidade de Deus. 
 
“Diante desse louvor à fraqueza, como podem as mulheres se sentirem ofendidas quando 
chamadas de “sexo frágil”? “ 
 
Desta forma, a mulher está em vantagem sobre o homem, pois é mais fácil para ela reconhecer sua 
fraqueza e dependência do auxílio divino → para o mundo isto não é nada, mas para os cristãos, 
cujo valor da vida se mede pela santidade, é de grande importância.  
 
Parte VI​ têm como título​ “A missão sobrenatural da mulher”​ e destaca os atributos diferentes da 
natureza feminina, que são próprios da sua missão. Trás como referência um discurso de Santa 
Edith Stein. Eis as particularidades: 
- As mulheres se interessam mais por pessoas do que por coisas 
- As mulheres colocam o concreto acima do abstrato e os individuais acima dos universais 
- A psique feminina é mais sensível ao pessoal do que o impessoal 
- Às mulheres interessam mais o todo do que as partes 
- Tem o dom da receptividade 
- Tem o dom de gerar a vida, gerar e carregar uma alma imortal, sendo co-participadoras 
com Deus na Criação 
Desta forma, Alice conclui que a natureza das mulheres está voltado para o que é metafisicamente 
superior. Daí duas frases muito legais que expressam isso: 
 
“Chesterton devia ter isso em mente quando escreveu que ‘a inteligência é deixada para os 
homens e a sabedoria para as mulheres’. Uma ideia similar foi expressa por John Bartlett ‘As 
mulheres são mais sábias que os homens porque elas conhecem menos mas compreendem mais’.” 
 
Essa receptividade, segundo a autora, é uma categoria religiosa, pois é esse deixar-se moldar, 
restaurar por Deus, assim com a Virgem Maria “​faça-se em mim ​segundo a vossa vontade” e “fazei 
tudo o que ele vos disser”, é esta uma chave para a santidade, por isso a Igreja as chama de “o sexo 
pio’ 
 
“Eis uma verdade sobre a qual vale a pena meditar: as mulheres costumam ser mais piedosas 
porque têm uma consciência mais viva de sua fraqueza. Aí mora sua verdadeira força” 
 
A parte VII​ têm como título ​“Mulheres e sentimentos”.​ Evidentemente os sentimentos são algo 
muito mais característicos das mulheres que dos homens. ​Porém não se justifica julgar a mulher 
inferior pelo motivo que ela têm os sentimentos como algo importante na sua vida​ : 
 
“Se os sentimentos vibrando em seus corações são nobres, apropriados, bons, legítimos, sancionados 
por Deus e aprazíveis a Ele, então elas são jóias preciosas aos olhos de Deus.” 
 
No plano da fé, é costume menosprezar o papel dos sentimentos, dizendo especialmente às 
mulheres que a fé deve vir do intelecto e da vontade, que os sentimentos nos assemelham aos 
animais irracionais. No entanto, é preciso considerar que a palavra sentimento é ambígua, sendo 
que a autora descreve três possíveis significados: 
1) Sentimento como sensações físicas localizadas no corpo, como fome, dor, prazer, mas sem 
intencionalidade, que compartilhamos com os animais 
2) Sentimentos psíquicos como depressão, mal humor, alegria da embriaguez, que não estão 
localizadas no corpo, porém também não têm intencionalidade. 
3) Sentimentos espirituais (ex: amor, contrição, compaixão), que não se localizam no corpo e 
não tem intencionalidade - só podem surgir sob consciência 
 
Desta forma, os sentimentos podem ser bons e desejados. Precisam ser purificados, bem como se 
deve purificar a inteligência e a vontade. A purificação dos sentimentos consiste em apagar os que 
são ilegítimos e fazer florescer os nobres. 
Não podemos desprezar as condições de sermos corpo e alma. A propósito, o próprio Deus se fez 
carne. O “coração” não é algo desprezível. Quando falamos em coração, falamos do ser humano 
em sua totalidade, onde reside o amor.  
 
Parte VIII ​, intitulado​ “O Mistério do Corpo Feminino” 
Neste capítulo, Alice discorre sobre o mistério do corpo feminino, que difere do corpo 
masculino principalmente na localização interna, “escondida” dos órgãos genitais, sugerindo que é 
algo que deva ficar escondido, guardado - e isto se relaciona com ​uma das missões da mulher que 
é ser​ guardiã da pureza​. Além disso, a virgindade é velada pelo hímen - que os homens não 
possuem e a autora destaca​ “O véu da virgindade é um privilégio feminino muito especial”​. Daí, 
continua a autora, que quando a mulher peca contra o 6º mandamento é mais grave, porque vai 
contra sua natureza, abandona sua missão e vai mais longe dizendo que ​“quando ela abandona sua 
missão não fere somente a Deus, mas ferindo-se espiritualmente, ela fere toda a Igreja e a 
sociedade em geral.” 
Alice também fala que o corpo da mulher têm um contato maior com Deus pois quando ela 
concebe, Deus cria uma alma imortal no ventre da mãe, ​esse “toque divino” é privilégio 
exclusivamente da mulher​, que durante a gestação, carrega duas almas dentro de si. 
Outro ponto importante é o​ parto​, que têm um sentido simbólico profundo, de ser uma 
prefiguração da Paixão de Cristo​, que sofreu para dar-nos uma “vida nova”, também a mulher sofre 
para dar vida a outra criatura. 
A feminilidade também é um mistério, simbolizado pelo véu, por isso elas são chamadas à 
modéstia, especialmente hoje que sua dignidade é atacada duramente.  
Por fim, fala sobre o sexo, a importância de guardar a castidade e desmente o argumento 
de que o sexo é um instinto do corpo como fome e sede, mostrando que no sexo há outra pessoa 
envolvida, e que não é apenas um instinto, mas que foi criado para servir ao amor e por isso é 
muito mais profundo. Quando um casal vive o sexo baseado no amor mútuo e respeito descobre 
uma auto-doação, uma doçura do verdadeiro amor que nunca será provado por quem vive na 
lascívia.  
Há ainda uma parte onde Alice fala que todas as mulheres são chamadas à maternidade, 
biológica ou espiritual, enquanto poucos homens são chamados ao sacerdócio. Essa maternidade 
significa ​“voltar-se sobre os mais necessitados e mais fracos”​,​ “dar a luz a Cristo nas almas dos 
homens” 
 
Parte IX “Maria e o sexo feminino” 
No último capítulo, Von Hildebrand disserta sobre como Maria é o maior exemplo de 
mulher, ressaltando a sua virtude da humildade. Esta aceitou toda sua fragilidade na esperança de 
ser conduzida pelo Todo-Poderoso, Como se propôs a mostrar que a Igreja não oprime as 
mulheres, segundo o argumento feminista, ela revela a sua carta na manga, de que o ser humano 
mais perfeito que já existiu foi uma mulher, o ser humano mais exaltado e venerado na Igreja, 
como por exemplo na oração da Ave-Maria, em que se exalta o ventre de Maria “bendito o fruto 
do vosso ventre” 
 
LEITURA ANALÍTICA 
1- SOBRE O QUE É O LIVRO 
É um livro teórico (expositivo) sobre feminismo e feminilidade 
 
2 - EXPRESSE A UNIDADE DO LIVRO 
Este livro fala sobre os privilégios que há em ser mulher, apresentando um olhar 
sobrenatural às características femininas e se propõe a desmistificar que a mulher é inferior por 
suas diferenças dos homens e que Igreja oprime as mulheres e é machista. 
 
3 - EXPONHA AS PARTES PRINCIPAIS DO LIVRO E COMO ELAS ESTÃO ORDENADAS EM RELAÇÃO 
AO TODO 
Apesar da divisão apresentada no livro, como já discutido acima no resumo, me proponho a 
dividí-lo de outra forma, de acordo com o objetivo do livro exposto no item 2. Este seria: 
- PARTE 1 = em que a autora situa o leitor na situação-problema, isto é, a inversão de valores 
que subestima a mulher e o “evangelho secular” do feminismo, que correspondem às partes 1 
e 3 
- PARTE 2 = onde ela discorre sobre as características femininas que correspondem às partes 
4, 6, 7 e 8 
- PARTE 3 = onde ela “amarra” os argumentos com a visão sobrenatural, que é importante 
para cumprir o objetivo de desmistificar que a Igreja é machista, que são as partes 2, 5 e 9, 
especialmente os dois últimos. 
 
4 - DESCUBRA QUAIS FORAM OS PROBLEMAS DO AUTOR 
O problema principal é o feminismo que rouba a mulher de sua feminilidade, afastando - a 
de sua missão, o que impacta em toda a sociedade, e ainda que se ousa a fazer uma releitura do 
evangelho e da doutrina cristã a acusando de contra a mulher e machista. 
 
5 - OK 
 
6 - OK (no livro e resumo) 
 
7 - LOCALIZE OU FORMULE OS ARGUMENTOS BÁSICOS DO LIVRO COM BASE NAS CONEXÕES 
ENTRE FRASES 
Trechos importantes destacados nas páginas: 43, 44 e 102. 
Alice argumenta que há um desequilíbrio nas relações entre homem e mulher que provém 
do pecado original, onde a partir daí houve uma inversão de valores, em que o mundo 
supervaloriza o que é forte, glorioso e poderoso, por isso a mulher sendo fraca é desprezada, mas 
estas se destacam não pela força física mas pela força moral que possuem, sendo que sua força se 
encontra principalmente em sua fraqueza, que as predispõem mais à humildade, espiritualidade e 
entrega à Deus, o que aos olhos do mundo realmente é “nada” mas para o cristão é tudo, e que ao 
contrário do que propagam, a mulher possui muitos privilégios, distinto do dos homens, que é a 
própria fragilidade, a maternidade, dom da receptividade, véu da virgindade e pureza, valorizar 
mais o que é metafisicamente superior do que o que é material. Apresenta como a releitura 
feminista da Bíblia é errada, mostrando como esta atesta a dignidade da mulher e que suas 
fraquezas tornam-as semelhantes à Cristo.  
 
8 - DESCUBRA QUAIS SÃO AS SOLUÇÕES DO AUTOR 
A autora conseguiu responder ao que se propôs. 
 
9 / 10 / 11 - CRÍTICA 
Concordo perfeitamente com a autora.  
 

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