A Parte I é intitulada "os argumentos contra o privilégio de ser mulher" e é subdividido em dois tópicos: 1) os argumentos seculares, onde ela discorre sobre as afirmativas de diversos filósofos e teóricos que falaram coisas ruins sobre as mulheres, citando a visão de Simone de Beauvoir. Em geral passa a ideia de que as mulheres são inferiores aos homens, menos tudo que eles, e que por isso esteve durante toda a humanidade numa situação humilhante, e isso é o que impulsiona o feminismo. Segundo Beauvior, agora nos países desenvolvidos chegou a hora da mulher se libertar dessa sujeição ao homem, que consiste primeiramente se livrar das amarras biológicas (controle da natalidade), para ser livre e fazer as coisas como os homens. Ao anularem as particularidades femininas e buscarem ser como homens, as feministas na verdade estão inconscientemente dizendo que os homens são superiores à elas.
2) O Cristianismo e os argumentos contra, Alice discorre como as feministas fazem a leitura de diversos trechos bíblicos, sendo que muitos realmente depreciam as mulheres, dizendo que elas conseguem ser muito mais perversas que os homens e segundo a ótica feminista, por ter sido criada depois seria algo inferior, ainda culpada pelos pecados e o seu castigo (dor de parto) foi maior que o do homem, e que sua redenção se daria por ser sujeitar ao homem, sendo que a Virgem Maria só concebe depois de dizer "eis a serva do Senhor", e depois que Jesus nasce ela se prosta para o adorar e esta seria a vitória dos homens --> basicamente, a bíblia é machista Conclui que generalizações sobre ambos os sexos são coisas de mentes rasas
Na parte II, intitulada “Argumentos a favor do privilégio de ser mulher”, Alice mostra que essa interpretação que distorce a mulher é secular e se lermos a bíblia com visão sobrenatural vamos entender o papel importante da mulher. Ela discorre sobre os vários pontos que atestam a dignidade da mulher. Alguns a se considerar: - vendo a criação, segue uma escala de mais importantes, então se a mulher foi criada depois, não significa inferioridade, poderia ser até o contrário. Ademais, foi tirada das costelas de Adão, enquanto este foi feito do pó da terra. - à nova Eva foi dado papel grandioso em trazer a Salvação (primeiro tabernáculo, a primeira que comungou) - as mulheres estiveram ao pé da Cruz - as mulheres choraram por Jesus na Paixão e limpou o rosto de Cristo enquanto os apóstolos fugiram - a primeira que viu Jesus Ressuscitado foi uma mulher Em geral, com os olhos da fé, vemos que a mulher tem papel importante na Redenção. O desprezo contra as mulheres que muitos expressaram ao longo da história é fruto do pecado original, que quebrou o equilíbrio na relação entre homens e mulheres, especialmente na relação marital
Parte III, "do paganismo à idade moderna: a depreciação da mulher". Alice fala sobre a cegueira moral da humanidade em decorrência do seu pecado e afastamento de Deus, que fez com que invertesse a hierarquia de valores, sendo que ser forte, poderoso, rico é que é glorificado, enquanto a fraqueza é tida como inútil. Desta forma, as mulheres por não alcançarem esse ideal de força (física) e poder, foram desvalorizadas. No entanto, a história mostra que a mulher é dotada de f orça moral, "a mulher é a raiz e o homem a árvore, a árvore só cresce se fincada numa raiz forte". Essa força moral é capaz de compensar a menor força física. A mulher conseguirá obter o reconhecimento adequado do valor singular da feminilidade quando assumir seu chamado, que é amar. Porém como se entenderá isso, se o mundo secular enxerga o "se pôr a serviço" como algo humilhante, e portanto, ruim? Este é um dos pontos que as feministas mais pegam. É por isso que o feminismo é incompatível com o cristianismo, onde a mulher é chamada a se pôr a serviço, por amor, ao exemplo de Cristo. “O que caracteriza a santidade é a prontidão sem limites para servir o outro” Enfim, este secularismo invadiu a humanidade, numa busca por criatividade, produtividade, progresso. No entanto, à luz sobrenatural todas essas coisas são pó e acabarão. Mas Alice relembra que o principal "trabalho" da mulher, que é a criação de seus filhos, é superior à qualquer produção humana, pois os filhos são dotados de alma imortal
Parte IV ,em “Mulher: o sexo privilegiado”, V on Hildebrand divide o capítulo em duas partes, o prós e contras de ser frágil
Contras: A mulher é historicamente dita o “sexo frágil”, primeiramente frágil de força física, o que é evidente. Mas também frágil no sentido de mais vulnerável, sensível, delicado. Essa fragilidade se dá principalmente no campo emocional, sendo as mulheres mais emotivas e menos racionais, são mais frequentemente propensas a se magoar, enfim, se guiar pela emoção, o que faz com que elas precisem ser orientadas. As mulheres precisam dos homens para as ajudar a canalizar essas emoções e separar o que é racional do que é irracional. Essa fragilidade torna as mulheres mais propensas à magia, e à luxúria (sedução), a se deixarem levar pelos sentimentos, pois as mulheres levam seus sentimentos mais a sério = romantismo, sentimentalismo, egocentrismo. Daí que as mulheres reconhecem mais as suas fraquezas e falam dela, exemplo claro é a facilidade em chorar, isso, à luz sobrenatural é muito positivo, pois “é quando sou fraco é que sou forte”, reconhecer e lembrar das suas fraquezas permite que você caia menos em pecado, se sinta mais dependente de Deus. As mulheres são mais propensas também a se abrirem à espiritualidade, e foi mais frequentes experiências místicas em mulheres, da mesma forma que isso faz com que elas façam mais sacrifícios “Estar consciente da sua própria fraqueza e confiar no auxílio de Deus é o caminho para a autêntica força e vitória” Prós: A fragilidade feminina pode-se tornar em força, pois desperta no homem o que ele tem de melhor: seu cavalheirismo, eles gostam de ser solicitados, ajudar, proteger. As mulheres foram feitas para serem belas, também podem usar da sua beleza para o bem, como Ester. As mulheres são também chamadas a despertar e aprimorar a afetividade nos homens, que muitas vezes são racionais demais, brutos.
Parte V “A transfiguração da fraqueza: a Encarnação”. Neste capítulo, Alice como que continua os “prós” da fraqueza feminina, mas com o olhar cristão. A fraqueza da mulher aponta para Cristo, que escolheu se fazer fraco e pequeno para nos redimir do pecado. Vindo pobre, pequeno, contradiz o que os judeus esperavam, sendo esse mistério de Deus “loucura para os pagãos”. O Cristo vem nos ensinar a humildade, a ser como crianças, isto é, frágeis dependentes de Deus, mostrando que a “força” que os homens pensam ter é soberba diante de Deus pois “sem mim nada podeis fazer” e assim, a mulher na sua fraqueza mais se assemelha a Cristo. São Paulo louva a fraqueza em suas epístolas, bem como Santo Agostinho fala que gosta de ser lembrado das suas misérias. Santa Terezinha em sua pequena via expressa perfeitamente essa pedagogia da fraqueza, de ser esquecido e humilhado para se lembrar mais da nossa necessidade de Deus.
“Diante desse louvor à fraqueza, como podem as mulheres se sentirem ofendidas quando chamadas de “sexo frágil”? “
Desta forma, a mulher está em vantagem sobre o homem, pois é mais fácil para ela reconhecer sua fraqueza e dependência do auxílio divino → para o mundo isto não é nada, mas para os cristãos, cujo valor da vida se mede pela santidade, é de grande importância.
Parte VI têm como título “A missão sobrenatural da mulher” e destaca os atributos diferentes da natureza feminina, que são próprios da sua missão. Trás como referência um discurso de Santa Edith Stein. Eis as particularidades: - As mulheres se interessam mais por pessoas do que por coisas - As mulheres colocam o concreto acima do abstrato e os individuais acima dos universais - A psique feminina é mais sensível ao pessoal do que o impessoal - Às mulheres interessam mais o todo do que as partes - Tem o dom da receptividade - Tem o dom de gerar a vida, gerar e carregar uma alma imortal, sendo co-participadoras com Deus na Criação Desta forma, Alice conclui que a natureza das mulheres está voltado para o que é metafisicamente superior. Daí duas frases muito legais que expressam isso:
“Chesterton devia ter isso em mente quando escreveu que ‘a inteligência é deixada para os homens e a sabedoria para as mulheres’. Uma ideia similar foi expressa por John Bartlett ‘As mulheres são mais sábias que os homens porque elas conhecem menos mas compreendem mais’.”
Essa receptividade, segundo a autora, é uma categoria religiosa, pois é esse deixar-se moldar, restaurar por Deus, assim com a Virgem Maria “faça-se em mim segundo a vossa vontade” e “fazei tudo o que ele vos disser”, é esta uma chave para a santidade, por isso a Igreja as chama de “o sexo pio’
“Eis uma verdade sobre a qual vale a pena meditar: as mulheres costumam ser mais piedosas porque têm uma consciência mais viva de sua fraqueza. Aí mora sua verdadeira força”
A parte VII têm como título “Mulheres e sentimentos”. Evidentemente os sentimentos são algo muito mais característicos das mulheres que dos homens. Porém não se justifica julgar a mulher inferior pelo motivo que ela têm os sentimentos como algo importante na sua vida :
“Se os sentimentos vibrando em seus corações são nobres, apropriados, bons, legítimos, sancionados por Deus e aprazíveis a Ele, então elas são jóias preciosas aos olhos de Deus.”
No plano da fé, é costume menosprezar o papel dos sentimentos, dizendo especialmente às mulheres que a fé deve vir do intelecto e da vontade, que os sentimentos nos assemelham aos animais irracionais. No entanto, é preciso considerar que a palavra sentimento é ambígua, sendo que a autora descreve três possíveis significados: 1) Sentimento como sensações físicas localizadas no corpo, como fome, dor, prazer, mas sem intencionalidade, que compartilhamos com os animais 2) Sentimentos psíquicos como depressão, mal humor, alegria da embriaguez, que não estão localizadas no corpo, porém também não têm intencionalidade. 3) Sentimentos espirituais (ex: amor, contrição, compaixão), que não se localizam no corpo e não tem intencionalidade - só podem surgir sob consciência
Desta forma, os sentimentos podem ser bons e desejados. Precisam ser purificados, bem como se deve purificar a inteligência e a vontade. A purificação dos sentimentos consiste em apagar os que são ilegítimos e fazer florescer os nobres. Não podemos desprezar as condições de sermos corpo e alma. A propósito, o próprio Deus se fez carne. O “coração” não é algo desprezível. Quando falamos em coração, falamos do ser humano em sua totalidade, onde reside o amor.
Parte VIII , intitulado “O Mistério do Corpo Feminino” Neste capítulo, Alice discorre sobre o mistério do corpo feminino, que difere do corpo masculino principalmente na localização interna, “escondida” dos órgãos genitais, sugerindo que é algo que deva ficar escondido, guardado - e isto se relaciona com uma das missões da mulher que é ser guardiã da pureza. Além disso, a virgindade é velada pelo hímen - que os homens não possuem e a autora destaca “O véu da virgindade é um privilégio feminino muito especial”. Daí, continua a autora, que quando a mulher peca contra o 6º mandamento é mais grave, porque vai contra sua natureza, abandona sua missão e vai mais longe dizendo que “quando ela abandona sua missão não fere somente a Deus, mas ferindo-se espiritualmente, ela fere toda a Igreja e a sociedade em geral.” Alice também fala que o corpo da mulher têm um contato maior com Deus pois quando ela concebe, Deus cria uma alma imortal no ventre da mãe, esse “toque divino” é privilégio exclusivamente da mulher, que durante a gestação, carrega duas almas dentro de si. Outro ponto importante é o parto, que têm um sentido simbólico profundo, de ser uma prefiguração da Paixão de Cristo, que sofreu para dar-nos uma “vida nova”, também a mulher sofre para dar vida a outra criatura. A feminilidade também é um mistério, simbolizado pelo véu, por isso elas são chamadas à modéstia, especialmente hoje que sua dignidade é atacada duramente. Por fim, fala sobre o sexo, a importância de guardar a castidade e desmente o argumento de que o sexo é um instinto do corpo como fome e sede, mostrando que no sexo há outra pessoa envolvida, e que não é apenas um instinto, mas que foi criado para servir ao amor e por isso é muito mais profundo. Quando um casal vive o sexo baseado no amor mútuo e respeito descobre uma auto-doação, uma doçura do verdadeiro amor que nunca será provado por quem vive na lascívia. Há ainda uma parte onde Alice fala que todas as mulheres são chamadas à maternidade, biológica ou espiritual, enquanto poucos homens são chamados ao sacerdócio. Essa maternidade significa “voltar-se sobre os mais necessitados e mais fracos”, “dar a luz a Cristo nas almas dos homens”
Parte IX “Maria e o sexo feminino” No último capítulo, Von Hildebrand disserta sobre como Maria é o maior exemplo de mulher, ressaltando a sua virtude da humildade. Esta aceitou toda sua fragilidade na esperança de ser conduzida pelo Todo-Poderoso, Como se propôs a mostrar que a Igreja não oprime as mulheres, segundo o argumento feminista, ela revela a sua carta na manga, de que o ser humano mais perfeito que já existiu foi uma mulher, o ser humano mais exaltado e venerado na Igreja, como por exemplo na oração da Ave-Maria, em que se exalta o ventre de Maria “bendito o fruto do vosso ventre”
LEITURA ANALÍTICA 1- SOBRE O QUE É O LIVRO É um livro teórico (expositivo) sobre feminismo e feminilidade
2 - EXPRESSE A UNIDADE DO LIVRO Este livro fala sobre os privilégios que há em ser mulher, apresentando um olhar sobrenatural às características femininas e se propõe a desmistificar que a mulher é inferior por suas diferenças dos homens e que Igreja oprime as mulheres e é machista.
3 - EXPONHA AS PARTES PRINCIPAIS DO LIVRO E COMO ELAS ESTÃO ORDENADAS EM RELAÇÃO AO TODO Apesar da divisão apresentada no livro, como já discutido acima no resumo, me proponho a dividí-lo de outra forma, de acordo com o objetivo do livro exposto no item 2. Este seria: - PARTE 1 = em que a autora situa o leitor na situação-problema, isto é, a inversão de valores que subestima a mulher e o “evangelho secular” do feminismo, que correspondem às partes 1 e 3 - PARTE 2 = onde ela discorre sobre as características femininas que correspondem às partes 4, 6, 7 e 8 - PARTE 3 = onde ela “amarra” os argumentos com a visão sobrenatural, que é importante para cumprir o objetivo de desmistificar que a Igreja é machista, que são as partes 2, 5 e 9, especialmente os dois últimos.
4 - DESCUBRA QUAIS FORAM OS PROBLEMAS DO AUTOR O problema principal é o feminismo que rouba a mulher de sua feminilidade, afastando - a de sua missão, o que impacta em toda a sociedade, e ainda que se ousa a fazer uma releitura do evangelho e da doutrina cristã a acusando de contra a mulher e machista.
5 - OK
6 - OK (no livro e resumo)
7 - LOCALIZE OU FORMULE OS ARGUMENTOS BÁSICOS DO LIVRO COM BASE NAS CONEXÕES ENTRE FRASES Trechos importantes destacados nas páginas: 43, 44 e 102. Alice argumenta que há um desequilíbrio nas relações entre homem e mulher que provém do pecado original, onde a partir daí houve uma inversão de valores, em que o mundo supervaloriza o que é forte, glorioso e poderoso, por isso a mulher sendo fraca é desprezada, mas estas se destacam não pela força física mas pela força moral que possuem, sendo que sua força se encontra principalmente em sua fraqueza, que as predispõem mais à humildade, espiritualidade e entrega à Deus, o que aos olhos do mundo realmente é “nada” mas para o cristão é tudo, e que ao contrário do que propagam, a mulher possui muitos privilégios, distinto do dos homens, que é a própria fragilidade, a maternidade, dom da receptividade, véu da virgindade e pureza, valorizar mais o que é metafisicamente superior do que o que é material. Apresenta como a releitura feminista da Bíblia é errada, mostrando como esta atesta a dignidade da mulher e que suas fraquezas tornam-as semelhantes à Cristo.
8 - DESCUBRA QUAIS SÃO AS SOLUÇÕES DO AUTOR A autora conseguiu responder ao que se propôs.
9 / 10 / 11 - CRÍTICA Concordo perfeitamente com a autora.