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"Mesmo diante da pior perversão a vaidade feminina prevalecerá”.

Era uma mulher vistosa, daquele tipo de mulher que até as próprias mulheres reconhecem
quando ela se aproxima e disfarçam distração pra dar o direito pros maridos repararem sem
constrangimento. Até porque eles vão reparar de qualquer jeito. Linda! Como diria o meu
velho pai: - de fechar o comércio. Mas tinha um detalhe,um capricho dos deuses que retirava
dela a nota 10.Era horrorosamente ciumenta e possessiva. E isso era muito triste,além de
extremamente contraditório. Afinal, seu marido não era lá grandes coisas e a lógica era que ele
quem deveria ficar perturbado com a beleza dela.
Contudo, além de bela e ciumenta ela tinha um vício disfarçado de pequeno pecado.Toda vez
que seu marido cometia algum erro: reparava outra mulher ou dava muita atenção a outra
pessoa em alguma festa ou lugar, ela esperava calmamente e quando chegavam em casa
despejava toda sua raiva e ciúme encima do pobre diabo e dizia sordidamente:
-Só por isso, hoje voce vai comer meu rabo!
O marido atendia prontamente evitando confusão.No outro dia ela acordava feliz e como se
nada tivesse acontecido e preparava seu café e lhe trazia o jornal e as sandálias.O destino
forçava essa contradição e isso atazanava a cabeça do pobre marido.Era ele vacilar e lá estava
o rabo balançando na frente dele.Ele não era de contendas, evitava bater de frente e pagava o
“castigo” prontamente.Era cruel, ele não conseguia entender como isso podia ser concebido
como castigo.A coisa mais cobiçada do planeta era imposta a ele como punição.ele perguntava
aos amigos sobre o assunto e todos falavam em uma só voz: - "Quando minha mulher briga
comigo me castiga mandando eu dormir na sala!"E então ele palpitava e pensava:
-Não é possível, há algo errado.
Mas se calava remoendo esse enigma.Na verdade ele amava isso, só não entendia! Esse era
o problema.Certo dia ele meditou e resolveu desistir de entender e apenas extrair o máximo
de proveito disso. Elaborou um plano e ao sair com ela, olhou propositalmente , em uma festa,
para uma bela mulher tão bela ou até mais que a sua esposa.Olhares escancarados e sorrisos
denunciantes. Todo mundo reparou, menos sua mulher. E quanto mais ele forçava a barra,mais
sua mulher parecia feliz e satisfeita com a festa. Ao final foram para casa, ele já esfregando as
mãos, ansioso pelo “triste castigo”. Entretanto, ao chegarem na porta do quarto ela esticou a
mão até a parede e disse:
- nananinanão mocinho! Hoje voce olhou o tempo todo para aquela mulher linda.Sorriu,paquerou
e ficou a vontade. Ela era realmente linda e até eu olhei.Entretanto,daqui voce não passa, vai
dormir na sala!
O marido a olhou com os olhos cheios d’agua e quase beijou suas mãos.Sua alma
transbordava de felicidade, a normalidade finalmente reinava naquele lar, as coisas começavam
a fazer sentido.Ele pegou seu travesseiro e seu cobertor e os apertou contra o peito
emocionado.Beijou a testa da esposa e seguiu feliz para o sofá da sala.E daí por diante foram
felizes para sempre.
...O rabo? Voce ficou curioso com o detalhe do rabo.engraçado não é mesmo?!, todo mundo
tem fixação em rabo. Foi só eu comentar no começo da prosa que tinha rabo na estória que
voce bateu seu recorde de ler mais de 140 caracteres.Mas vou lhe dar um premio pelo esforço
de ter lido mais que a sua média diária de linhas.A mulher não tinha tanto ciúme do marido,
na verdade nem se preocupava mito com isso.Tinha consciência de sua exuberância e da
mediocridade dele. Mas porque então ela agia assim, dessa forma estranha? Meu amigo, tanta
gente da o rabo , por tantos motivos diferentes, vai entender o que se passa na cabeça e na
bunda desse povo todo.Teria sido por sordidez? Não sei, vou ficar te devendo essa. Só posso
te dizer uma coisa sobre o assunto. A partir daquele dia ele nunca mais olhou uma mulher
tão ou mais bonita quanto a sua, olhava sempre as mais feias e corria pra casa pra receber
seu castigo.Quando se sentia confuso e desorientado,insistia nas bonitonas e dormia feliz
e tranquilamente na sala. Tudo ficou resolvido quando ele finalmente entendeu que: “Mesmo
diante da pior perversão a vaidade feminina prevalecerá”.
W.Alexandre Martins Ferreira.

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