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Recital de Poemas

7 Autores que disseram Carpe Diem de


uma forma incrível
1. Clarice te convida a viver e aproveitar a vida, sem pensar nem
questionar.

Uma das escritoras brasileiras mais importantes, Clarice Lispector defende que
a vida deve ser aproveitada sem questionar, mergulhando na aventura sem
hesitação.

2. Thoreau diz que o lema é viver ao máximo agora para não se


arrepender depois!

Esta frase de Henry David Thoreau, escritor norte-americano, foi usada no


filme “A Sociedade dos Poetas Mortos” pelo professor John Keating, para
incentivar os seus alunos a aproveitarem a vida e buscarem a felicidade. Quer
mais Carpe diem do que isso?
3. Devemos desfrutar a vida em pleno, dia a dia, é o desafio de
Ralph Waldo Emerson.

O escritor norte-americano Ralph Waldo Emerson, chama a atenção para o


fato de não aproveitarmos o que a vida nos dá a cada dia. E você, está
aproveitando a sua vida ao máximo?

4. Augusto Cury pergunta para quê ter medo de viver?

Augusto Cury, psiquiatra e autor brasileiro, defende que não se deve ter medo
de viver e sim medo de não aproveitar a dádiva da vida ao máximo.
5. Segundo Walt Whitman, o melhor é aproveitar agora e não
deixar a vida para depois!

Walt Whitman, famoso poeta norte-americano, defendeu no seu poema Carol


of Occupations, que devemos viver o dia de hoje, agora e não deixar a
felicidade para depois.

6. Dar tudo ao presente é o segredo para ter um futuro mais rico


para Albert Camus.

A frase de Albert Camus, autor francês nascido na Argélia e Prêmio Nobel da


Literatura, não pode te deixar indiferente. Você está dando tudo ao presente?
7. Ontem já passou e para amanhã ainda falta. Viva
verdadeiramente o dia de hoje!

Pensar no hoje e não no ontem, que já passou, ou no amanhã, que ainda está
para chegar. É este o conselho de Goethe, escritor e filósofo alemão do século
XVIII e XIX.

A vida é breve, por isso agora é hora de parar de reclamar e aproveitar o que a
vida te dá de bom dia após dia. Vamos lá? Carpe diem!
Carpe Diem: como viver seus dias
como se fossem os últimos?
Se existe uma expressão muito usada por quem cultua viver cada
dia de forma intensa, Carpe Diem é ela. Entenda os motivos e
confira nossas dicas!

Quem é que nunca ouviu falar em aproveitar o dia como se fosse o último,
que atire a primeira pedra, não é mesmo? Afinal de contas, viver cada dia
de forma intensa é só uma garantia a mais de vida bem vivida.

E se existe uma expressão muito usada por quem cultua viver cada dia de
forma intensa é o Carpe Diem. Sua origem vem do Latim e significa nada
mais e nada menos do que “aproveite o dia”. Com isso, quem pratica o
Carpe Diem sabe o quanto é importante saber como aproveitar ao máximo
cada momento do dia e também apreciar o presente.

A pergunta que não se quer calar é: como viver seus dias como se fossem
os últimos? Afinal de contas, embora saibamos que é essencial aproveitar a
vida, colocar o Carpe Diem em prática ainda é uma tarefa difícil para muitas
pessoas. Por isso, meu amigo, neste texto vou te dar várias dicas para que
a partir de agora sua vida comece a mudar, de forma que você tenha um dia
muito mais feliz e produtivo.

Depois que você ler todas essas dicas, seu dia nunca mais será o mesmo.
Confira!

5 dicas para colocar o Carpe Diem em prática


e aproveitar cada dia

Motivação
Manter-se sempre motivado é uma das palavras chave para quem quer
aproveitar o dia. Afinal, uma pessoa motivada com a vida está sempre de
bem e alegre. Mas, atenção, é preciso se manter motivado não somente
nos dias bons, mas nos mais difíceis também, porque tudo é passageiro.
Seja feliz
Ser feliz para algumas pessoas é um dom, afinal algumas por natureza
própria são mais felizes que outras. Porém, o ato de ser feliz todos os dias
faz com que seus dias sejam mais leves e saudáveis.

Sorria
O sorriso é algo contagiante e para muitas pessoas o sorriso é uma das
curvas mais bonitas do corpo de uma pessoa. Portanto, a regra aqui é muito
simples: sorria! Desde o porteiro, o faxineiro até o empresário, porque o
sorriso é algo capaz de contagiar a todos e um sorriso de verdade pode ser
contagiante.

Educação e simpatia
Para aproveitar cada momento do seu dia, tentar se estressar menos está
em uma das maneiras mais eficazes de praticar o Carpe Diem. Afinal de
contas, nos dias de hoje com a rotina tão corrida que muitas pessoas levam,
ter a educação e a simpatia de dizer um simples "bom dia" a alguém está se
tornando uma verdadeira raridade.

Aprecie a natureza
Assim como a educação e a simpatia estão se tornando coisas do passado
pela rotina tão corrida, apreciar a natureza e contemplar toda a beleza que
está em nossa volta também é algo que está sendo deixado de lado.
Portanto, saber observar a natureza também uma forma de se sentir melhor
e ter um dia muito mais satisfatório.

Reserve aqueles 5 minutinhos do horário do almoço e observe a natureza


em sua volta, com certeza seu dia será muito melhor e produtivo.

Conheça essas e outras dicas sobre automotivação! 


Sugestões de apresentações musicais

1- De graça - Marcelo Jeneci

2- Pra ser feliz- Daniel

3- Trem Bala – Ana Vilela

4- Não Custa Nada – Música em Família

5- Simples desejo- Luciana Mello

6- Felicidade- Marcelo Jeneci (Dueto)


De graça - Marcelo Jeneci
Não venha me dizer
Que a conta é uma só
ÓÓ ÓÓ

Você não aprendeu


Como desata o nó
ÓÓ ÓÓ

Livre-se do laço
Solte-se no espaço
Abra os braços e o coração

Sentir o sol te acordar


Bem de manhã
Quem acha pra comprar?

Viver na pele um grande amor


E o seu calor
Quem acha pra vender?

Uma amizade verdadeira


Ou ir a feira
Só pra conversar
Somando tudo quanto vale pra você?
Uh, uh, uh

Não venha me dizer


Que eu to te enrolando
Dando nó em alguém

A conta é muito fácil


Eu posso comprovar
Já comprovei mais de cem

Um milhão vira trocado


Sem significado
Nem o abonado pode comprar a paz

To te chamando pra acordar


E desfrutar
A graça de viver

Aumente o som devagar


E olhe em volta
Para perceber

Que o bom da vida é de graça


E ache graça
Quem quiser achar

É custo zero e mais valor que eu quero ver


Uh, uh, uh
O melhor da vida é de graça
É de graça
Pra ser feliz- Daniel
Às vezes é mais fácil reclamar da sorte
Do que na adversidade
Ser mais forte
Querer subir, sem batalhar
Pedir carinho, sem se dar
Sem olhar do lado
Já imaginou de onde vem
A luz de um cego
Já cogitou descer
De cima do seu ego
Tem tanta gente por aí
Na exclusão, e ainda sorri
Tenho me perguntado
Pra ser feliz
Do que é que o ser humano necessita?
O que é que faz a vida ser bonita?
A resposta, onde é que está escrita?
Pra ser feliz
O quanto de dinheiro eu preciso?
Como é que se conquista o paraíso?
Quanto custa?
Pro verdadeiro sorriso
Brotar do coração?
Talvez a chave seja a simplicidade
Talvez prestar mais atenção na realidade
Porque não ver como lição
O exemplo de superação de tantas pessoas?
O tudo às vezes se confunde com o nada
No sobe e desce da misteriosa escada
E não tem como calcular
Não é possível planejar
Não é estratégico

Trem Bala – Ana Vilela


Não é sobre ter todas pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito é saber sonhar
Então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu
É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo e também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe pra perto de mim
Não é sobre tudo que o seu dinheiro é capaz de comprar
E sim sobre cada momento sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir

Não Custa Nada – Música em Família


Não custa nada
Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada
Eu descobri que o mundo inteiro pode ser o meu jardim, a minha casa
O teu abraço não custa nada
Um beijo seu não custa nada
A boa ideia não custa nada
Missão cumprida não custa nada
E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada
Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada
Eu descobri que o mundo inteiro pode ser o meu quintal, a minha casa
O pôr do sol não custa nada
A brincadeira não custa nada
Um gol de placa não custa nada
Vento no rosto não custa nada
E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada
A flor do campo não custa nada
Onda do mar não custa nada
A poesia não custa nada
A nossa história não custa nada
Fruta no pé não custa nada
Água da fonte não custa nada
Banho de sol não custa nada
Um bom amigo não custa nada
E quando tudo parecer que está perdido dê uma boa gargalhada
Eu descobri que as coisas boas da vida são de graça, não custam nada
Não custam nada

Simples desejo- Luciana Mello


Que tal abrir a porta do dia, dia
Entrar sem pedir licença
Sem parar pra pensar
Pensar em nada
Legal ficar sorrindo à toa, toa
Sorrir pra qualquer pessoa
Andar sem rumo na rua
Pra viver e pra ver
Não é preciso muito
Atenção, a lição
Está em cada gesto
'Tá no mar, 'tá no ar
No brilho dos seus olhos
Eu não quero tudo de uma vez
Eu só tenho um simples desejo
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Legal ficar sorrindo à toa, toa
Sorrir pra qualquer pessoa
Andar sem rumo na rua
Pra viver e pra ver
Não é preciso muito não
Atenção, a lição
Está em cada gesto
'Tá no mar, 'tá no ar
No brilho dos seus olhos
Eu não quero tudo de uma vez não
Eu só tenho um simples desejo
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Hoje eu só quero que o dia termine bem (muito bem)
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Felicidade- Marcelo Jeneci (Dueto)
Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz

Sentirá o ar sem se mexer

Sem desejar como antes sempre quis

Você vai rir, sem perceber

Felicidade é só questão de ser

Quando chover, deixar molhar

Pra receber o Sol quando voltar

Lembrará os dias

Que você deixou passar sem ver a luz

Se chorar, chorar é em vão

Porque os dias vão para nunca mais

Melhor viver, meu bem

Pois há um lugar em que o Sol brilha para você

Chorar, sorrir também e depois dançar

Na chuva quando a chuva vem

Melhor viver, meu bem

Pois há um lugar em que o Sol brilha para você

Chorar, sorrir também e dançar

Dançar na chuva quando a chuva vem

Tem vezes que as coisas pesam mais

Do que a gente acha que pode aguentar

Nesta hora fique firme

Pois tudo isso logo irá passar


Você vai rir, sem perceber

Felicidade é só questão de ser

Quando chover, deixar molhar

Pra receber o Sol quando voltar

Melhor viver, meu bem

Pois há um lugar em que o Sol brilha para você

Chorar, sorrir também e depois dançar

Na chuva quando a chuva vem

Melhor viver, meu bem

Pois há um lugar em que o Sol brilha para você

Chorar, sorrir também e dançar

Dançar na chuva quando a chuva vem

Dançar na chuva quando a chuva vem

Dançar na chuva quando a chuva

Dançar na chuva quando a chuva vem


Fico com pena, quando, por problemas de agenda, só consigo assistir a um
bom espetáculo no final da temporada e, por isso, não tenho condições de revê-lo, que é o
que irá acontecer, infelizmente, com a peça “OUVI DIZER QUE A VIDA É BOA”, a não
ser que haja outras temporadas (MERECE!!!). A peça está em cartaz, em suas últimas
sessões, na Arena do SESC Copacabana.
As crises, de todas as ordens, principalmente a econômica, que vimos atravessando nos
últimos tempos, são, evidentemente negativas, porém, curiosamente, de forma paradoxal,
também podem ser vistas positivamente. Falo, especificamente, do TEATRO. Apesar de
tudo e de todos os que lutam contra, ainda há muita gente, grandes profissionais, que
doam o sangue e dão a alma, para conseguir pôr um espetáculo de pé, como é o caso
da CIA. DRAMÁTICA DE COMÉDIA, com 24 anos de estrada e bons serviços prestados
ao TEATRO BRASILEIRO, ao resolver montar um texto inédito de JOÃO BATISTA, da
forma mais simples – não simplista ou simplória -, porém com muito profissionalismo e
competência.
JOÃO escreveu um excelente texto, partindo de uma simples frase, inserida numa
situação: “Ah! Uma hora, é uma coisa; outra hora, é outra. O tempo vai passando…”.
 

SINOPSE
 

Há alguns anos, num jornal de domingo, uma das entrevistadas, numa matéria
sobre “terceira idade”, era uma senhora, moradora do Rio de Janeiro, que afirmava que um
grande sonho, que nunca havia realizado, era “ver o mar”.
Indagada sobre as razões de nunca tê-lo realizado, tendo morado tão perto dele, durante,
praticamente, toda a vida, ela respondia: “Ah! Uma hora, é uma coisa; outra hora, é outra. O
tempo vai passando…”.
Essa curiosa personagem da vida real serviu de ponto de partida para a criação de
uma personagem de ficção, cuja saga, desde a infância, é contada em um tom bem-
humorado.
A personagem (CAROL MACHADO), que não tem nome, vive seu sonho/drama, da
infância à velhice, sempre encontrando obstáculos à sua realização.
“OUVI DIZER QUE A VIDA É BOA” explora o absurdo das situações pelas quais passa
a personagem, que, por várias vezes, se vê na iminência de realizar seus sonhos de ver o
mar, conhecer lugares e outros mais, mas, como bem disse a senhora, na entrevista,  “O
tempo vai passando.”.
E A VIDA VAI PASSANDO.

De acordo com o “release”, enviado por LEILA GRIMMING (ASSESSORIA DE


IMPRENSA) “O espetáculo é uma narrativa musical, que dá continuidade à pesquisa de
linguagem desenvolvida pela companhia em suas produções mais recentes (…). …as músicas do
espetáculo são parte integrante da narrativa (…)”. Originalmente composta por MARCELO
ALONSO NEVES, são todas executadas ao vivo, contando com o acompanhamento dos
próprios atores, que tocam vários instrumentos musicais, de forma simples e singela,
seguindo o tom da peça.
Considero quatro grandes destaques no espetáculo: o texto, a trilha sonora original,
a iluminação e a interpretação de CAROL MACHADO, entretanto todos os demais
profissionais envolvidos no projeto e os outros elementos também contribuem para esta
ótima montagem.
O texto, além da ótima ideia, nos passa uma linda, grande e importante mensagem, a de
que, para que consigamos ser felizes, não importam os obstáculos que surjam à nossa
frente, é necessário pôr em prática a teoria do “carpe diem”, uma expressão, em latim,
que significa “aproveite o dia”. Trata-se de uma metáfora que nos sugere ou, mais que
isso, nos impele a viver a vida intensamente, minuto a minuto, uma vez que ela é efêmera,
o tempo passa rapidamente e não podemos deixar escapar as oportunidades de conhecer
e vivenciar o máximo possível daquilo que ela nos oferece, principalmente as coisas boas.
O termo foi escrito pelo poeta romano Horácio (65 a.C.-8 a.C.), no Livro I de “Odes”.
A principal característica estrutural do texto reside no fato de os diálogos serem muito
curtos e ágeis, “secos”, sem qualquer “gordura”, o que concede um
potente dinamismo à peça. Devo chamar a atenção de quem me lê para alguns pontos,
no texto, como o motivo que levou a personagem a se casar (Amor ou um “certo”
interesse?); as intervenções da mulher do primo do marido, em cuja casa o casal migrante
morava, quando vieram para o Rio de Janeiro; a importância do advérbio de lugar “lá”; o
pouco valor que o marido dava para o mar (Quem tem não valoriza.); os diversos
sentidos (valores denotativos e conotativos) do verbo “passar”; a fusão, de sentido, do
verbo “esperar” (algo no tempo e a chegada de uma filha); as coincidências que havia
no texto de um folhetim, que a personagem conseguiu numa igreja, com toda a sua vida,
quando ela decidiu ir, sozinha “lá”. Vale muito a pena prestar bastante atenção ao texto.
A trilha sonora original, composta por um mestre no ramo, MARCELO ALONSO NEVES,
tantas vezes premiado, é um primor, pela simplicidade e singeleza das melodias e das
letras, que ajudam a construir e contar a saga da personagem. Estas se apoiam num
mote: adiamento e passagem do tempo.
RENATO MACHADO, outro premiadíssimo profissional, assina uma das
melhores iluminações, considerando as peças a que venho assistindo neste ano.
A luz “dialoga” com os atores e marca, em zonas, distintamente, cada momento da peça,
servindo, também, de elemento para mostrar o tempo passando e a eterna espera. É feita,
digamos, de forma setorial, privilegiando os vários espaços por onde a ação acontece.
CAROL MACHADO apresenta-se em uma de suas melhores atuações. Ela “encarna a
mulher que, à medida que o tempo passa, se anula, diante das exigências da vida, cuidando da
família, do irmão, depois do marido e dos filhos, da casa e dos pequenos afazeres da comunidade
em que vive, enquanto deixa de lado suas vontades e desejos”. Uma bela lição de altruísmo. Em
qualquer que seja a situação, qualquer que seja a idade da personagem, a atriz se mantém
atenta ao que faz, sabendo utilizar, de forma bem expressiva, as ferramentas da voz e das
expressões corporais, principalmente as máscaras faciais. Os desejos da personagem, não
realizados, geram frustrações, como não poderia deixar de ser, mas ela parece, de certa
forma, assimilá-las e “dar a volta por cima”, nem que seja aparentemente.
Os que, com CAROL, completam o elenco cumprem, com sobriedade e correção, seus
papéis. São eles: ANA MOURA, CLEITON RASGA, GISELDA MAULER, LUCAS
MIRANDA, LUCIANO MOREIRA e SÔNIA PRAÇA.
O cenário, de DÓRIS ROLLEMBERG, é muito simples e atende à proposta da peça,
comportando o mínimo necessário para o desenvolvimento das cenas: um feixe de galhos
secos, no teto (confesso que não consegui atingir a proposta); uma mesa; duas cadeiras;
uma mesinha de canto; alguns instrumentos musicais, agrupados numa parte da arena;
duas maletas; um banquinho e alguns objetos de cena, como um ferro elétrico e utensílios
de cozinha.
Os figurinos, de MAURO LEITE, não apresentam detalhes de destaque a serem
comentados, a não ser o fato de apresentarem um certo “exotismo” nas combinações das
peças (não combinam, propositalmente), puxando para um lado meio em desajuste com
uma estética, “dita”, normal.
JOÃO BATISTA, contando com a facilidade de também ser o autor do texto, faz um bom
trabalho de direção, com uma proposta de que os personagens falem com ênfase em
determinadas sílabas, num ritmo frasal que foge ao convencional, muito próximo dos
personagens rodriguianos.
Esta peça foi uma grata surpresa, para mim, motivo que me leva a recomendá-la.

E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O BOM TEATRO BRASILEIRO!!!
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie para gilberto.bartholo@rioencena.com.br.
Peça - O Empresário e a Morte

Muitas pessoas priorizam a busca por bens materiais, onde a traça e a


ferrugem consomem, em detrimento de coisas mais importantes como a
família e a Deus. Mas o que aconteceria se a morte batesse em nossa
porta? Em Lucas 12: 16-21, Jesus conta uma parábola na qual um homem
rico produziu muitas riquezas e se indagava o que ele iria fazer com todas
as suas posses. Contudo, Deus lhe disse: Insensato! Esta mesma noite a
sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?
Essa peça teatral aborda este assunto de maneira cômica.

Este texto é uma adaptação da Peça - "O Empresário e a Morte" de Nilton


Pinto e Tom Carvalho
Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=ZfPiwNCD0x4>
Roteiro

1. Está em cena um Empresário bem-sucedido de terno e gravata, com


uma maleta e conversando com sua esposa no celular. 
2. Empresário coloca sua maleta em cima de uma mesa e mexe nos
papeis que se encontram dentro da maleta, enquanto fala no celular.

Empresário: Ir pra igreja nesse domingo?


– E lá eu tenho tempo pra isso.
- Praia? Nem pensar! 
 – Hoje eu tenho cinco reuniões e já estou atrasado para a primeira. 

Ele deixa de mexer na maleta. 

Empresário: Como assim? Um marido ausente.


 – O que? Faz 15 dias que eu não vejo os nossos filhos? 
– Mas eu dou tudo que eles querem.
 – Não, não. Tá, mulher. O que é que está te faltando? 
 – Fala.
 – Aham?
 – Vamos conversar rapidamente, pois eu estou atrasado! 

O empresário se senta. 

Empresário: Então, eu estou atrasado para a reunião. 


 – Você tem tudo o que você quer mulher! 
 – Quer comprar um carro 0, você compra. 
 – Se você quiser trocar de apartamento você troca. 
 – Você tem, não sei quantos cartões de créditos, pra gastar com o que
você quiser.
 – O que é que está te faltando?
 – Então me fale, eu te compro. 
 – Quê?
 Empresário se levanta e vai pegar sua maleta. 

Empresário: Amor, carinho, companheirismo. 


 – Tenho tempo pra essas frescuras não. 
– Não, tenha dó, Estou atrasado, tchau. 

Empresario encerra a ligação. 

Empresário: Paciência. 

1. Entra a morte, segurando uma foice. 


 2. Em som de fundo, terá a gargalhada da morte. 
3. Empresário se assusta e tenta se manter afastado da morte. 

Empresário: O quê que isso, meu Deus do céu? 


– Quem é você? 
Morte: Eu sou a Morte! 
Empresário: O que você está fazendo aqui? 
Morte: Chegou seu dia, eu vim te buscar. 
Empresário: Você está louco? Eu não estou doente nem nada. 
Morte: Isso é o que você pensa. 
– Há quanto tempo não vai ao médico? 
Empresário: Há uns 5 anos, sou sadio igual a um touro. Sei lá. 
Morte: Consta no meu fichário, que você bebe muito, fuma muito,
trabalha em excesso, não faz exercício físico, está com a veia entupida,
colesterol alto. Conclusão: Vai dar um infarto agora e eu (Barulho da
foice) 

Empresário se assusta.
Empresário: Espera aí, você dizendo que eu vou morrer? (Se aproximando
da morte com uma mão levanta sinalizando calma) 
Morte: Agora. 
Empresário: Mas isso é uma injustiça. Fique você sabendo, que pra ter
uma velhice digna e de conforto eu trabalhei pra morrer! 
Morte: Verdade, trabalhou para morrer. – Se tivesse economizado
energia, cuidado da saúde, poderia viver mais 30 ou 40 anos, mas agora se
lasco. 

Empresário coloca novamente a maleta na mesa. 

Empresário: Não, não, não. Tudo bem espera aí, espera aí (Se aproxima
levantado as duas mão, sinalizando espera). Deve haver um mal-
entendido. Qual é seu nome mesmo? 
Morte: Anjo da morte, mas pode me chamar de morte mesmo. Sou
simples! 
Empresário: Sei, Sei, Sei (rindo e esfregado as palmas da mão). Dona
morte, você sabe que na vida e tudo uma questão de negócios, né. Morte:
É..... Empresário: Só não tem jeito para morte (Abrindo os braços ). 
Morte: Sim... 
Empresário: Diga quantos é que você quer pra deixar eu viver aqui por
mais 40 anos (Empresário chega bem próximo da morte para falar e
depois corre para a mesa para fazer um cheque e para próximo a mesa,
olha para a morte e levanta as duas mãos gesticulando o sinal de espera e
fala a frase seguinte, entusiasmado). Pode falar que eu vou fazer o
cheque. À vista, À vista. Mais 40 anos.
Morte: Aqui é onde o filho chora e mãe não ver, você se lasco! Você sabe
quantas pessoas tem na terra? Bilhões! Sabe quantas vão estar vivas daqui
a 120 anos? Nenhuma! Sabe por quê? Eu vou óoooh (Barulho da foice).
Uma por uma! 
Empresário: Mas eu vou morrer?! 
Morte: Agora! 
Empresário: Mas eu vou deixar minha empresa, meus negocio, a minha
família, a minha mulher? (Dizendo “Minha mulher” com entusiasmo). Tão
nova, tão bonita! 
Morte: Você é fingido em rapaz! Você é falso em rapaz! Você sempre
achou sua mulher feia, enjoada, gastadeira, linguaruda. Sabe de que você
está com medo?
Empresário: O quê? Morte: Dela se casar e gastar seu dinheiro com
outro. 
Empresário: Nem fale uma coisa dessas! Nem fale um negocio desses se
não vai me dar um troço. Morte: E vai mesmo! E agora. 
Empresário: Nem me fale! 
Morte: Sabe o que o que ele vai fazer?
 – Vai levar sua mulher  pra igreja.
 Empresário: Não. 
Morte: Vai levar sua mulher para o cinema.. 
Empresário: Não. 
Morte: Você já levou sua mulher no cinema? 
Empresário: Não. 
Morte: Ele vai levar! 
Empresário: Não. 
Morte: Ele vai levar ela  no retiro.
 Empresário: Não. 
Morte: Ele vai levar ela no teatro, na elipse....
Empresário: Não. No Retiro não! 
– Esculta aqui! Porque você cismou comigo, hein? Tem tanto bandido por
aí, precisando morrer e você encima de mim? Não sei se você sabe, eu sou
um empresário honesto, trabalhador! Cumpro todos os meus deveres!
Contribuo com o crescimento deste país! Pago meus impostos em dia! 
Morte: Todo mundo é assim. 
Empresário: Leva os bandidos! Que estão por aí, que tem demais!
Binladén, sei lá, me deixa em paz!
Morte: Rapaz, deixa de ficar empurrando os outros, chegou a sua vez!
Óohh (Barulho da foice).
 – É hoje! 
Empresário: É aquele velho ditado, para morrer basta está vivo! 
Morte: Isso é filosofia de buteco, rapaz. 
Empresário: Ó senhorita..! 
Morte: Senhorita é uma ova! 
– Eu já estou perdendo a paciência com você, rapaz! Eu já estou uma
morte meio cansada, já estou querendo pedir aposentadoria. Já estou
cansado de levar motoqueiro, em meia, em meia hora e eu.. (Barulho da
foice).
 – Arruma logo que eu vim te buscar. 
Empresário: Pelo amor de Deus, por tudo que é mais sagrado, me deixar
viver aqui pelo menos por mais vinte anos! 
Morte: Você tá louco? Vinte anos é uma eternidade. 
Empresário: Tá bom! Dez anos, então? 
Morte: É muito! 
Empresário: Que morte mais ruim de negocio. Deus do céu. 
– Me dê mais cinco anos? 
Morte: Cinco... 
Empresário: Ainda bem. 
Morte: Cinco dias! 
Empresário: Cinco dias?! 
Morte: Isso pra você repensar a sua vida,vê se valeu a pena ganhar tanto
dinheiro, correr tanto e não levar nada! Já ouviu falar que caixão não tem
gaveta? Não vai levar nada! O que adianta ganhar o mundo inteiro e
perder a salvação?
- E vocês que estão me olhando (falando para a platéia), o dia de vocês
vai chegar e eu …(Barulho da foice).
 - Cinco dias (falando para o empresário)! Oooh (Barulho da foice).

 Morte se retira de cena. 

Empresário: Cinco dias! O que que eu vou fazer com cinco dias? - Cincooo
diiiias! (Empresário corre e pega seu telefone para ligar para sua esposa) 
Empresário: Alô? 
– Lindalva 
 – Sou eu! 
 – Uai, eu quem? Seu marido!
 – Por que eu estou te ligando? 
 – Não, eu, eu..,Fui muito grosso com você aquela hora, me desculpa tá!
São os negócios né.
 – Andei pensando sobre aquilo que você me falou. 
 – Sobre passear, uai, ir à igreja.
 – É.
 – O que me fez mudar de ideia? A vida é muito curta, né Lindalva. 
 – Éeeee. 
 – Você pode tá morto daqui a cinco dias. 
 – O que? Final de ano?  Que final de ano, mulher? Arruma mala que estou
passando aí agora! 

Empresário sai correndo de cena.

Fim

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