Você está na página 1de 340

1

AVISO

A presente tradução foi efetuada por um grupo de fãs da autora, de modo a


proporcionar aos restantes fãs o acesso à obra, incentivando à posterior aquisição. O
objetivo do grupo é selecionar livros sem previsão de publicação no Brasil,
traduzindo-os de fã para fã, e disponibilizando-os aos leitores fãs da autora, sem
qualquer forma de obter lucro, seja ele direto ou indireto.

Levamos como objetivo sério, o incentivo para os leitores fãs adquirirem as obras,
dando a conhecer os autores que, de outro modo, não poderiam ser lidos, a não ser
no idioma original, impossibilitando o conhecimento de muitos autores
desconhecidos no Brasil.

A fim de preservar os direitos autorais e contratuais de autores e editoras, este


grupo de fãs poderá, sem aviso prévio e quando entender necessário, suspender o
acesso aos livros e retirar o link de disponibilização dos mesmos, daqueles que forem
lançados por editoras brasileiras.

Todo aquele que tiver acesso à presente tradução fica ciente de que o download se
destina exclusivamente ao uso pessoal e privado, abstendo-se de o divulgar nas
redes sociais bem como tornar público o trabalho de tradução dos grupos, sem que
exista uma prévia autorização expressa dos mesmos.

O leitor e usuário, ao acessar o livro disponibilizado responderá pelo uso incorreto e


ilícito do mesmo, eximindo este grupo de fãs de qualquer parceria, coautoria ou
coparticipação em eventual delito cometido por aquele que, por ato ou omissão,
tentar ou concretamente utilizar a presente obra literária para obtenção de lucro
direto ou indireto, nos termos do art. 184 do código penal e lei 9.610/1998.

2
Staff

Disponibilização e TM – WAS
Revisão Inicial – Calêndula
Revisão Final – La Belle
Leitura Final – Sidriel Wings
Formatação – Warrior

Julho 2021

3
4
Desire, Oklahoma 14

Second Chance at Desire

LEAH BROOKE

2019

5
SINOPSE

A despachante Talia Armstrong desejou Marshall, Joe e Carter Garrison quase


assim que eles começaram a trabalhar como deputados em Desire, mas eles
passaram meses evitando-a, a culpa de seu passado os impedindo de buscar a
felicidade.
Ela gostava deles.
Eles eram sexy como o inferno.
E ela estava cansada de ficar sozinha.
Ela contou com a paixão, mas não com a intimidade.
Quando o perseguidor de seu passado voltou, ela o ignorou, mas logo descobriu
que estava lutando por sua vida.
A ameaça vinha do passado de seus amantes, um passado que os deixou cheios
de uma culpa que não mereciam.
Amando-os, ela não poderia lidar com ser outra responsabilidade indesejada.
Conhecendo seus medos, eles juraram ser pacientes.
Não se sentindo mais culpados, eles não sentiram nada além de raiva pela
mulher que lhes custou tanto, e amor e medo pela mulher que trouxe felicidade para
suas vidas.
E amor por ela e pela criança que carregava.

6
CAPÍTULO UM

Talia Armstrong parou na frente do escritório do xerife e desligou o motor, seu


coração batendo forte de ansiedade.

Ela adorava trabalhar como a combinação de despachante e secretária do


xerife de Desire, Oklahoma, mas nunca tanto quanto desde que Ace Tyler contratou
Marshall, Joseph e Carter Garrison como deputados.

Eles gostavam de compartilhar uma mulher, eram sexy como o inferno e não
queriam um relacionamento permanente.

Isso os tornava perfeitos para ela.

Começou a subir os degraus, o salto em seu passo devido à antecipação de


saber que Joe estava de plantão.

Passou pela porta da frente, olhando para o escritório de Ace enquanto


caminhava ao redor do balcão em direção a sua mesa. Ao vê-lo ao telefone, ela foi
até à escrivaninha, jogou a bolsa na última gaveta e se endireitou com a intenção de
voltar para o fundo para tomar uma xícara de café.

E sua dose matinal de delegada quente e sexy.

Ouvindo o telefone sendo desligado, ela se virou com um sorriso quando Ace
apareceu na porta. — Bom dia, xerife.

Ele sorriu distraidamente e passou a mão pelo cabelo, o chapéu na mão


enquanto se dirigia para a porta. — Bom dia, Talia. Estou saindo para uma reunião
sobre o corpo de bombeiros. Os planos foram finalmente aprovados. Eu estarei fora
o dia todo, mas ligue se precisar de mim. Linc está patrulhando e Joe está atrás.

7
Sabendo o quão impaciente ele estava esperando para que os planos para o
novo corpo de bombeiros fossem aprovados, Talia sorriu, seu pulso disparando ao
saber que Joe estava na delegacia de polícia. — Parabéns. Eu sabia que, se alguém
poderia fazer isso, você também poderia. Arremessou direto sobre eles, não foi?

Os lábios de Ace se contraíram. — Não sonharia com isso. Ainda temos muito
trabalho a fazer. — Fazendo uma pausa, ele se aproximou do balcão, seu olhar
penetrante inquietante. — Se você tivesse mais suspeitas de que alguém estava te
observando, você me contaria, não é?

Pegando um movimento com o canto do olho, Talia respirou fundo no soco em


seu sistema quando Joe Garrison, segurando uma xícara de café, saiu da sala dos
fundos. Com cuidado para não lhe dar mais do que um olhar, ela classificou a
correspondência e encolheu os ombros, mantendo sua atenção em Ace. —
Provavelmente não. Você fez um grande alarido da última vez e tudo por nada.

Franzindo a testa, Ace cruzou os braços sobre o peito no que ela reconheceu
como uma tentativa de intimidá-la. — Não foi por nada. Não vou deixar ninguém
ameaçar alguém na minha cidade, especialmente uma mulher!

Joe deu um passo à frente, seu olhar varrendo sobre ela. — O que está
acontecendo? Alguém ainda está perseguindo você?

Com quase dois metros de altura, ele era da mesma altura que seu irmão, três
centímetros mais baixo que Marshall e cinco centímetros mais alto que Carter.

Com o cabelo escuro cortado no estilo militar curto que ele usava desde que
chegara a Desire vários meses antes, recém-saído do US Marshals, ele tinha uma
aparência dura que a fez se perguntar como ele e os outros tinham sido com a
mulher que eles amaram.

8
Eles carregavam a culpa de seu suicídio em seus olhos.

Colocando a correspondência de lado, ela balançou a cabeça e jogou o lixo


eletrônico na lixeira. — Ninguém está me perseguindo. Provavelmente foi apenas
minha imaginação. Eu deveria ter mantido minha boca fechada.

— Eu nunca vi você ser facilmente abalada por algo. Confio nos seus instintos.

Quando ela pensou sobre isso, percebeu que um de seus irmãos poderia ter
enviado alguém para ver como ela estava.

Talia sorriu. — Bom. Então você vai confiar em mim quando eu disser que não
há ninguém escondido atrás dos meus arbustos.

— Sem ligações estranhas? Ninguém está te seguindo?

— Não, xerife.

Ace a estudou, seus olhos afiados. — Por que tenho a sensação de que você
não me contaria se acontecesse de novo?

Talia sorriu para ele e apoiou os cotovelos no balcão. — Porque você é um


homem desconfiado.

Ace se endireitou e olhou para o relógio. — Ser desconfiado me serviu muito


bem. Tome cuidado. Provavelmente estarei fora o dia todo, mas você pode me
alcançar pelo celular se precisar.

— Combinado. Tenha um bom dia, xerife.

Com um grunhido, Ace se virou e saiu pela porta, deixando-a sozinha com Joe.

Joe foi até ao balcão, deixando o café de lado e olhando-a com firmeza. — Você
não está escondendo nada, está?

9
Pensando em como Marshall e Carter tinham os mesmos lampejos verdes em
seus olhos quando estavam com raiva, ela não pôde deixar de sorrir. — Não. Não há
nada a esconder. Tenho dito a vocês que provavelmente não foi nada, mas nenhum
de vocês acreditou em mim.

Tentada pelo cheiro do café de Joe, ela contornou o balcão e foi em direção à
sala dos fundos para pegar uma xícara para si mesma.

Joe pegou sua xícara e a seguiu. — Espero que você me diga se se sentir
ameaçada.

Seus mamilos endureceram com consciência, sua pulsação acelerada de


excitação quando ele a seguiu para o quarto dos fundos.

Ela foi até à cafeteira, ciente de que Joe parou atrás dela. — Você está saindo?

— Num momento. Você está vigiando atentamente para qualquer coisa


suspeita?

Virando-se para se recostar no balcão, ela sorriu, deixando seu olhar vagar
sobre sua forma muscular. — Preocupado comigo, Delegado?

Ele deu outro passo mais perto, suas feições endurecendo quando ele parou
abruptamente. — É claro.

Frustrada porque seus esforços para colocar Joe ou seus irmãos em sua cama
falharam, ela cruzou os braços sobre o peito. — Não faça isso. Eu tenho uma arma.

Seus olhos se estreitaram, a sensação de seu olhar a aquecendo por todo o


caminho. — Você pode atirar?

Divertida, Talia encolheu os ombros, escondendo um sorriso. — Aponte e puxe


o gatilho. O que há de tão difícil nisso?

10
Joe fez uma careta ao ouvir isso, sua experiência como atirador bem
conhecida. — Cristo. — Soltando um suspiro, ele esfregou a mão no rosto. — Você
mantém sua arma com você?

Ela se virou de costas para ele, erguendo as mãos para o armário superior e
abrindo as pernas, sorrindo para ele por cima do ombro. — Por que você não me
revista e descobre?

Ele deu outro passo mais perto, parando abruptamente novamente e cerrando
os punhos ao lado do corpo com uma maldição. — Se eu te tocasse, te assustaria
muito.

— Eu não me assusto facilmente. — Virando-se, ela abaixou as mãos e fechou a


distância entre eles, olhando em seus olhos enquanto passava o dedo sobre um
botão em seu uniforme cáqui. — Me teste.

Joe gemeu, fechando as mãos em seus quadris. — Você sabe que eu - nós - não
podemos nos envolver com ninguém.

Levantando-se na ponta dos pés, ela tocou os lábios em sua mandíbula. — Eu


conheço o seu passado. Eu sei o que aconteceu com sua última amante. Eu sei que
você, Carter e Marshall compartilham. Tenho novidades para você. Acontece que eu
quero vocês três. Não há razão para que nós quatro tenhamos que dormir sozinhos.

Fechando os olhos, ela sorriu quando as mãos dele apertaram seus quadris,
prendendo a respiração ao sentir os mamilos contra seu peito. — Eu tenho uma
cama nova. Uma grande. Comprei dos Prestons. Durmo no meio disso tudo sozinha.

Joe gemeu, seus olhos brilhando. — Por favor, não faça isso. Já é difícil resistir a
você, e agora vou ficar acordado à noite, pensando em você sozinha em uma cama
grande.

11
— Bom. — Virando-se pesarosamente, ela voltou para o balcão, alcançando o
armário para uma xícara de café, suas mãos tremendo em reação à proximidade de
Joe. — Eu odeio ser a única, especialmente quando não é necessário.

Ele fechou as mãos na cintura dela por trás, seu hálito quente contra seu
ouvido. — Não importa o quanto eu quero você, eu não posso ter você.

Ela se serviu de uma xícara de café, sua mão tremendo tanto que ela
acidentalmente derramou um pouco em sua mão. — Oh! Droga. — Rapidamente
deslizou a panela de volta no lugar, mas antes que pudesse se mover, Joe agarrou
sua mão queimada e correu para a pia.

Com uma maldição, ele ligou a água fria e segurou a mão dela sob o fluxo, o
calor de seu corpo pressionado contra o dela.

Sentindo seu pau duro contra suas costas, Talia instintivamente se moveu
contra ele, sua boceta apertando em antecipação.

— Fique quieta!

Mantendo o rosto abaixado para esconder as bochechas coradas, ela lhe deu
uma cotovelada no estômago. — O que você espera quando está me segurando
desse jeito?

Com uma maldição, Joe a soltou e apressadamente deu um passo para trás,
seus olhos se estreitando em fendas brilhantes quando ela se virou para ele. —
Mantenha sua maldita mão debaixo d'água!

Talia permitiu um sorriso. — Ficar excitado sempre parece irritar você. Me faz
pensar como você seria na cama.

— Droga, Talia!

12
A maneira como ele dizia o nome dela sempre enviava uma onda de calor por
ela, que ela escondeu desligando a água e pegando uma toalha de papel. — Eu não
tenho ideia de por que você está tão bravo.

Com a toalha de papel pressionada contra sua mão, Talia se virou, recostando-
se na pia. — Você pressionou contra mim e ficou excitado. Não é a primeira vez que
você fica excitado perto de mim. Estou lisonjeada por você me querer.

Os olhos de Joe brilharam e se estreitaram perigosamente. — Eu não quero


você, droga!

Suas palavras a cortaram como ela sabia que ele pretendia, mas o
arrependimento em seus olhos disse-lhe que machucá-la não lhe dera nenhum
prazer.

Compreendendo que ele tinha feito isso em um esforço para manter a


distância entre eles, Talia deliberadamente baixou o olhar para a frente da calça
cáqui do uniforme. — A evidência diz o contrário, deputado.

Com uma maldição, ele se virou, passando a mão pelo cabelo curto. — Droga,
Talia. Pare com os jogos. Por favor. Você merece muito mais do que podemos lhe
dar.

A emoção em suas palavras disse-lhe que ela o afetou muito mais do que ele
queria admitir e deu-lhe confiança para continuar.

Ela deu um passo em direção a ele, mantendo a voz calma e mesmo apesar da
fome feroz dentro dela. — Você precisa de um pequeno jogo em sua vida.

Ele se virou para encará-la, seus olhos brilhando com calor. — Você não tem
ideia do que eu preciso.

13
Levantando uma sobrancelha, ela olhou para baixo para onde seu pênis
pressionava na frente de sua calça cáqui e seus punhos permaneciam cerrados ao
lado do corpo. — E você ?

— Merda! — Joe girou e se afastou.

Segundos depois, ela ouviu o som inconfundível da porta da frente batendo


atrás dele.

Com um suspiro, ela terminou de preparar o café e recostou-se no balcão,


satisfeita por, pelo menos, ter finalmente conseguido irritá-lo.

14
CAPÍTULO DOIS

Enxugando mais suor do rosto, Carter saiu do estúdio de artes marciais,


sentindo-se muito melhor após o treino.

Ver Talia todos os dias da semana no trabalho se tornou um teste para seu
controle, e seus treinos aliviavam um pouco a tensão.

Mas não o suficiente.

Ele finalmente chegou à conclusão de que nada iria satisfazer a tensão e desejo
dentro dele, exceto tê-la debaixo dele enquanto afundava nela.

Ele a queria e estava ficando cansado de viver com a dor. Com a culpa.

Com a solidão.

Ele achava a brincadeira de Talia mais irresistível a cada dia.

Ela o fazia se sentir bem.

Ela o fazia sorrir.

Ele esteve mergulhado na dor por tanto tempo que estar perto dela era como
respirar ar fresco.

Destrancou e abriu a porta de sua caminhonete, parando quando seu celular


tocou. Olhando para a tela, franziu a testa.

— Joe? Tudo certo? — Sabendo que Joe estava de plantão, sentou-se no banco
do motorista e colocou o cinto de segurança.

— Ela está me deixando louco!

15
Aliviado, Carter sorriu e deslizou a chave na ignição, não ligando o motor, mas
sentando-se para ouvir o que Talia tinha feito para colocar seu irmão de tal
humor. — Oh? Então, o que ela fez desta vez? — Fechando seus olhos, ele a
imaginou.

Talia tinha cabelo loiro escuro com uma dúzia de tons de castanho e loiro claro
misturados que ela sempre usava puxado para trás e em um rabo de cavalo alto.

Seus olhos podiam brilhar e piscar quando algo a divertia ou escurecer em um


piscar de olhos quando ela tentava seduzi-lo.

Ela não tinha que fazer muito mais do que entrar em uma sala para irritar
qualquer um deles, mas Joe parecia um pouco mais frustrado do que o normal.

— Ela estava servindo uma xícara de café e derramou na maldita mão.

Endurecendo, Carter abriu os olhos e sentou-se abruptamente. — Ela está


bem?

— Sim. Eu penso que sim. Merda. Corri com ela até à pia para correr água fria
sobre ela.

Carter franziu a testa, esperando que Joe continuasse. — E?

A voz de Joe baixou ainda mais, mas a frustração permaneceu. — Coloquei


meus braços em volta dela por trás para segurar sua mão sob a água.

Carter fechou os olhos e gemeu, seu pau se mexendo com o pensamento de se


mover atrás dela e puxá-la para perto.

— Cometi o erro de chegar perto demais.

Intrigado, Carter abriu os olhos novamente e jogou a toalha na bolsa de


ginástica. — O que aconteceu?

16
— O que diabos você acha que aconteceu? Eu estava duro como uma rocha, e
ela sentiu isso. Inferno. Ela disse que estava lisonjeada por eu a querer.

Carter suspirou e ligou o motor. — Se ela soubesse.

— Eu a quero, Carter. Ela me faz querer arriscar novamente. Ela me faz sentir
de novo. Eu só não quero machucá-la. Inferno, trabalhamos com ela. Vai complicar
tudo.

O estômago de Carter se apertou. — Eu sei. Sinto o mesmo. Eu a quero, Joe. Sei


que vai ser complicado, mas tem que haver uma maneira de resolver isso. Ela não é
Emily. Sinto muito, Joe, mas estou cansado de me sentir culpado por Emily. Eu
repassei o que aconteceu com ela repetidamente em minha mente. Ela não tinha
razão para fazer o que fez. Se ela não nos queria mais em sua vida, ela poderia ter
dito isso. Não sou um leitor de mentes, porra, e se ela não quis ser honesta com a
gente, isso foi culpa dela.

Rindo, ele se recostou. — Eu não posso imaginar Talia estando com alguém que
ela não quer estar. Ela diria a todos nós para irmos nos foder.

Joe soltou um suspiro. — Quero que todos saibam que ela está conosco, mas
vamos andar na linha tênue. Eu com certeza não quero que as pessoas falem sobre
ela.

Carter fez uma careta. — Eu sei. Marshall a quer também, mas não admite. Ele
ainda se sente responsável pelo suicídio de Emily.

— Todos nós sentimos, mas fizemos tudo o que podíamos para fazê-la feliz.

O estômago de Carter deu um nó novamente. — E não estávamos muito por


perto. — Eles estavam trabalhando como US Marshals quando a conheceram e

17
estiveram fora a maior parte do tempo. Eles estiveram com ela sempre que
puderam, e ela parecia feliz em vê-los.

Nenhum deles suspeitou que ela tinha sido ridicularizada por sua família e
amigos por estar em um relacionamento com os três.

Ela escondeu isso deles e eles aceitaram suas desculpas de apenas estar
cansada quando a pressionaram.

Não querendo aborrecê-la ainda mais, eles aceitaram o que ela lhes disse como
verdade.

Joe soltou outro suspiro. — Ela me faz querer tentar novamente. Inferno, em
uma cidade como Desire…

— Pode funcionar. Tenho todas as razões para acreditar que


iria funcionar. Mais uma vez, Talia não é Emily.

Ele sentiu outra pontada de culpa ao comparar as duas mulheres, mas


enfrentou a verdade.

Seguiu-se um silêncio fecundo, no qual Carter jogou possibilidades em sua


cabeça.

Joe suspirou novamente, um longo suspiro cheio de frustração. — Eu não


quero machucá-la. Não quero que ela se sinta como Emily deve ter se sentido.

Carter riu, sentindo como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. —
Encare isso, Joe. Não há como ficarmos mais longe dela.

***

18
Sozinha no escritório, Talia terminou de preencher a papelada que Ace lhe
deixou nos armários de arquivo alinhados contra a parede na sala de trás, olhando
para o relógio na parede enquanto fechava a gaveta do arquivo.

Carter e Linc estariam entrando no escritório em breve, e Joe voltaria da


patrulha.

Ela tinha acabado de colocar um novo bule de café quando o telefone


tocou. Correndo para a frente, ela olhou pela janela enquanto respondia, sorrindo
quando viu Carter parando. — Gabinete do xerife.

— Talia? É você?

Talia sorriu com a voz familiar, seu olhar preso no de Carter enquanto ele subia
os degraus de tijolos para a porta da frente. — Sim, Sra. Ford. Sou eu. O que está
errado? O Sr. Ford se afastou de novo?

Carter tinha os mesmos olhos castanhos de seus irmãos, seu cabelo um pouco
mais longo e escuro. Ele era um pouco mais magro que os outros, provavelmente
devido ao seu treinamento em artes marciais, que havia tornado seu corpo uma
arma letal.

O mais jovem dos irmãos Garrison, ele tinha alguns centímetros acima de
1,80m, um pouco mais baixo do que Joe e Marshall.

Homens altos e musculosos, fortes, protetores das mulheres e gentis. Desire


estava cheia deles.

Ela conhecia seu tipo.

Ela foi criada por homens como eles.

E tinha se casado com um idiota.

19
Forçando os pensamentos de Allen para fora de sua mente, ela esperou sem
fôlego por Carter e se concentrou em seu telefonema.

— Sim, querida. Ele fez isso. Fiz bolo de carne para o jantar. É o seu favorito.

Carter entrou pela porta e se moveu para sentar na beira da mesa dela,
colocando o chapéu de lado e levantando uma sobrancelha em questão.

Admirando a vista, Talia sorriu. — Vou avisar os policiais, Sra. Ford. Assim que o
encontrarem, eles o levarão de volta para casa.

— O jantar dele está esfriando! Eu juro que aquele homem está piorando a
cada dia. — Talia não conseguia desviar o olhar do surpreendentemente atento de
Carter.

— Não se preocupe. Ele estará em casa em breve.

— Obrigada, querida.

Sorrindo para Carter, ela deixou seu olhar vagar sobre ele, seu pulso
disparando quando ele fez o mesmo com ela. — De nada, Sra. Ford.

Carter esperou que ela desligasse antes de olhar para trás. — Ocupada hoje?

— De jeito nenhum. Tem estado bem quieto. Joe configurou o radar na estrada
principal e Ace está voltando de sua reunião.

Inclinando a cabeça, Carter estudou suas feições. — Então, o Sr. Ford deu um
passeio novamente. Deixe-me adivinhar. A esposa dele fez bolo de carne de novo.

— Sim. — Muito inquieta para ficar quieta sob seu olhar, Talia se levantou e
começou a reunir suas coisas para sair. — Ele estará no restaurante, provavelmente
comendo frango frito.

20
Colocando o chapéu no balcão, Carter se aproximou. — Eu não sei por que ele
simplesmente não lhe diz que não gosta de bolo de carne em vez de decolar toda
vez que ela o faz.

Colocando seu telefone celular em sua bolsa, Talia sorriu. — Não quer ferir os
sentimentos dela. Ele adora bolo de carne - mas não o dela. Ele se afasta cada vez
que ela faz isso e acidentalmente acaba na lanchonete.

O olhar de Carter desceu para o decote. — Eu vou buscá-lo e levá-lo para


casa. Ouvi dizer que você incomodou o Joe hoje.

Aproximando-se do balcão, Talia encolheu os ombros. — De jeito nenhum. Ele


gosta de fingir que não me quer, mas ele quer. Sei que você, Joe e Marshall se
sentem culpados pela mulher que amavam e pelo que aconteceu com ela.

Carter se endireitou, seus olhos gelados. — Eu não vou discutir sobre ela com
você.

— Eu não pedi isso para você. — Afastando-se, Talia reuniu sua bolsa e
suéter. — Tenha uma boa noite. — Ela começou a passar por ele, apenas para parar
abruptamente quando ele agarrou seu braço.

Voltando-se, ela não tentou se afastar. — O quê?

Segurando-se a ela, ele a puxou para mais perto e colocou as mãos ao redor de
seus braços. — Talia, nenhum de nós quer machucar você.

Levantando uma sobrancelha, ela forçou um sorriso. — Eu pareço


assustada? Não tenho medo de que um de vocês me machuque.

Ele soltou um suspiro, seu olhar se suavizando. — Se tivéssemos um


relacionamento, há uma boa chance de todos acabarmos machucando você.

21
— Não me lembro de ter pedido nenhum tipo de relacionamento. — Levando a
mão ao peito dele, ela sorriu, respirando o cheiro de homem limpo. — Quero
você. Não gosto de fingimentos e não vejo sentido em fingir que não gosto. A única
maneira de descobrir que você saberia disso é se eu deixasse bem claro.

Os olhos de Carter brilharam. — Você deixou bem claro. Você está deixando
nós três malucos.

— Bom saber.

— Você e eu precisamos ter uma conversa.

Talia se afastou dele, gelada quando ele a soltou. — Eu sei que você pensa que
eu não sei o que estou pedindo. Tenho certeza de que você acha que não me
machuquei antes. Machuquei. Estou familiarizada com o sentimento. Eu não pedi
para sempre, Carter. E não vou pedir. Você está sozinho. Eu estou sozinha e minha
cama fica fria à noite. Já se passou muito tempo desde que senti os braços de um
homem em meu redor.

Carter começou a alcançá-la novamente, mas ela não queria ouvir mais
nada. Afastando-se, ela se dirigiu para a porta. — Não se esqueça de chamar o Sr.
Ford.

22
CAPÍTULO TRÊS

Depois de sua conversa com Joe e Carter, Marshall Garrison precisava de um


pouco de ar.

Ele queria acreditar que eles poderiam ter Talia em suas vidas.

Sentia-se culpado em admitir, até para si mesmo, que Talia era uma mulher
muito mais forte do que Emily tinha sido.

Ele também se sentia culpado por admitir que o que sentia por Talia fazia seus
sentimentos por Emily empalidecerem em comparação.

Emily tinha sido uma mulher doce e submissa.

Ela tinha sido alguém suave e caloroso para voltar para casa depois de rastrear
bandidos por todo o país.

Eles se importavam profundamente com ela. A vida com ela tinha sido fácil e
relaxada, pelo menos até que eles tivessem que sair novamente.

Só então ele e seus irmãos viram um lado mais sombrio dela.

Ela teve acessos de raiva, mas rapidamente os subjugou, mas eles os viram e
isso criou uma barreira que ele e seus irmãos sentiram profundamente.

Depois que ela se matou, ele se sentiu morto por dentro.

Cheio de tristeza e raiva, ele estava entorpecido, imaginando o que poderia ter
feito diferente.

Ele deveria tê-la confrontado e enfrentado seus problemas.

Ele e seus irmãos haviam falado sobre isso várias vezes, mas sentiram uma
fraqueza nela - algo quebrado dentro dela - que os impedia de fazer isso.

23
Eles esperavam dar-lhe a confiança para enfrentar seus problemas, mas ficou
claro que nada do que eles disseram ou fizeram mudou alguma coisa.

A culpa e a diversão guerreavam dentro dele para que não se sentisse mais
entorpecido.

Por causa de Talia.

Por causa dela, ele podia sentir novamente.

Depois de ficar entorpecido por tanto tempo, ele se viu cambaleando por seus
sentimentos por Talia.

Depois que Carter saiu para seu turno e Joe foi para a cama, Marshall decidiu
dar uma volta de carro, na esperança de clarear a cabeça.

Dirigindo pela cidade, ele admitiu para si mesmo que, embora eles tenham se
mudado para Desire porque queriam estar em um lugar onde pudessem proteger
mulheres como Emily, ele também tinha outro pensamento no fundo de sua mente.

Ele queria parar todas as viagens e se estabelecer em algum lugar. Em um lugar


seguro.

Em algum lugar onde ele pudesse construir uma vida com esposa e família.

Enterrou seu sonho profundamente, mas de vez em quando, ele levantava sua
cabeça, enchendo-o com um desejo por uma vida da qual quase desistiu.

Talia deu-lhe esperança de que o sonho pudesse se tornar realidade.

A mulher ocupava seus pensamentos com muita frequência e embaralhava seu


cérebro. A repentina percepção de que parou na frente de sua casa, um hábito que
adotou enquanto em patrulha, apenas reforçou sua crença de que havia se
apaixonado por Talia. Ele ansiava por ela.

24
A casa dela estava às escuras e o carro estacionado na garagem, levando-o a
acreditar que ela tinha ido para a cama.

A perspectiva de ir para casa e deitar na cama, olhando para o teto pensando


em Talia, não o atraía, então ele se dirigiu ao bar, esperando que depois de tomar
uma ou duas cervejas e conversar com John Dalton e Michael Keegan, os donos do
bar, ele seria capaz de tirar Talia de sua mente e dormir um pouco.

Marshall estacionou e saiu, a música vindo de dentro do bar e o número de


carros estacionados do lado de fora lembrando-o de que era a noite das mulheres.

Entrou pela porta da frente, encontrando o lugar tão lotado quanto esperava e,
para seu choque, a mulher em quem ele não conseguia parar de pensar.

Usando um vestido azul claro e um par de botas de cowboy, com seus longos
cabelos soltos, ela o atraiu como um farol.

Endurecendo ao ver o homem se abaixando no banco do bar ao lado dela,


Marshall começou a avançar, seu estômago apertando de raiva.

John Dalton, um dos donos do bar, se aproximou dela com o que parecia ser
um copo de uísque, seus lábios se contraindo ao ver Marshall. Ele colocou o copo na
frente dela, parecendo um pouco aliviado. — Olá, Marshall. Cerveja?

Inclinando a cabeça, Marshall se moveu para ficar atrás do homem sentado ao


lado de Talia. — Você está no meu lugar. Cai fora.

O outro homem, que ele não reconheceu, enrijeceu e se virou para olhar para
Marshall por cima do ombro, suas feições tensas de raiva.

Um olhar para Marshall pareceu mudar sua mente, a raiva sendo substituída
por deferência.

25
Pegando o chapéu, ele deslizou do banquinho sem dizer uma palavra e foi se
juntar à multidão.

Olhando ao redor com novos olhos, Marshall viu que Talia tinha ganhado a
atenção de vários homens no bar, atenção que ela não pareceu notar enquanto
observava John, Michael e um de seus mais novos barman preparando bebidas.

A onda de possessividade o surpreendeu, a ideia de outro homem tocando-a o


enchendo de ciúme e raiva que ele não tinha o direito de sentir.

Empurrando-o de lado, ele se abaixou para o banquinho do bar ao lado dela,


satisfeito que isso o colocasse na posição de estar entre ela e todos os outros.

John deslizou uma caneca de cerveja pelo bar para ele. — Como vai, Marshall?

Marshall colocou o chapéu no bar e olhou para Talia, irritado porque, depois de
todas as vezes que ela flertou com ele, agora não olhava para ele. — Isso ainda está
para ser visto. — Olhando a dose de uísque e uma caneca de cerveja na frente de
Talia, Marshall se inclinou em direção a ela, falando alto o suficiente para ser ouvido
sobre a música. — Quem é seu amigo?

Talia encolheu os ombros e tomou um gole de sua cerveja, olhando para a


frente. — Ele disse que seu nome era Bob. Quando você era um US Marshal, eles o
chamavam de Marshal Marshall?

— Bonitinho. Não. Não se eles quisessem manter seus dentes. — Olhando para
cima, ele viu o olhar de John. — Quantas doses ela tomou?

Talia pegou um pretzel. — Não é de sua conta.

John sorriu e encheu as tigelas de pretzel e amendoim. — Essa é a segunda. —


Erguendo a voz para ser ouvido por cima da música e da conversa, ele sorriu para
Marshall. — Ela caminhou até aqui para não dirigir bêbada. Acho que quase todos

26
os homens aqui deram uma volta naquele banquinho esta noite, oferecendo-se para
lhe dar uma carona para casa.

Talia bebeu seu uísque com apenas uma careta, empurrando o copo para a
frente em um pedido silencioso por uma recarga antes de pegar outro pretzel. —
Jesus, John. Por que você não lhe conta a história da minha vida?

John olhou para o copo com o cenho franzido. — Só estou dizendo a Marshall
que ele não precisa se preocupar com você dirigindo bêbada. Você está de bom
humor esta noite, não é?

Talia terminou seu pretzel e colocou a mão ao redor da alça de sua caneca de
cerveja. — Estou bem, John. É sexta à noite. As bebidas são baratas e eu posso
dormir amanhã de manhã.

Fechando os olhos, ela soltou um suspiro. — Merda. Não, não posso.

Marshall pegou um punhado de amendoins. — Problema?

Ela olhou para o relógio e tomou outro gole de cerveja, encontrando o olhar de
John e gesticulando em direção ao seu copo. — Não. John, posso ter mais uma?

As palmas das mãos de Marshall coçaram para se conectar com


sua bunda arredondada, um fenômeno que nunca tinha acontecido com Emily. —
Você não acha que já bebeu o suficiente?

Seus lábios se contraíram quando ela pegou outro pretzel. — Se eu pensasse


assim, não teria pedido outra.

Ele pegou um par de pretzels, inadvertidamente roçando sua mão contra a


dela. — Alguma razão em particular pela qual você sentiu necessidade de beber esta
noite?

27
Ela puxou a mão de volta, prova de que sentiu o choque de consciência tão
forte quanto ele. Ela tomou outro gole de cerveja e sorriu em agradecimento
quando John veio para encher seu copo novamente. — Se eu
sentisse necessidade de beber, não estaria aqui. Eu só queria uma distração.

— Oh? — Ele não pôde deixar de se perguntar se as conversas dela com Joe e
Carter tinham algo a ver com seu humor. — Quer falar sobre isso?

Talia bebeu seu uísque e terminou sua cerveja. — Não. — Deslizando do


banquinho, ela enfiou a mão no bolso. — Segure seu chapéu, policial. Assim que eu
sair, as mulheres que o têm observado desde que entrou pela porta vão estar em
cima de você.

Estendendo a mão, ele envolveu uma mão em torno de seu antebraço, incapaz
de resistir a tocá-la novamente. — Estou por sua conta.

Jogando notas no bar, Talia riu e se afastou dele. — Não, obrigada. Os homens
só compram bebidas para as mulheres se estiverem esperando algo em troca. Você
já deixou claro que não quer nada de mim. Caçada feliz.

Atordoado que a mulher que flertou descaradamente com ele nos últimos
meses se afastasse dele sem olhar para trás, Marshall amaldiçoou ao perceber que a
distância dele e de seus irmãos já a machucava. Ficando de pé, ele jogou várias
notas mais no bar.

John se aproximou, levantando uma sobrancelha. — Você vai atrás dela?

— Com certeza, estou indo atrás dela.

John inclinou a cabeça e sorriu. — Já estava na hora.

***

28
Ainda abalada com a aparição repentina de Marshall, Talia começou a descer a
rua em direção a sua nova casa.

Depois do trabalho, ela foi para casa, sua nova casa um lugar que considerou
seu santuário, mas depois de suas conversas com Joe e Carter, ela se sentiu muito
inquieta para ficar lá.

Ela queria se perder na multidão no bar, mas a chegada de Marshall pôs fim a
isso.

Ela não podia sentar e vê-lo sair do bar com outra mulher. Irritou-se que estaria
deitada acordada naquela noite imaginando isso.

Para uma cidade pequena, ficava muito agitada nas noites de sexta e sábado, e
enquanto caminhava pela calçada movimentada, ela tentava não notar os casais
caminhando, rindo e sorrindo, de braços dados ou de mãos dadas.

Era uma noite quente e soprava uma leve brisa, tornando a caminhada muito
confortável, mas ela sabia que no final dela se arrastaria para uma cama muito
solitária, onde ficaria deitada e pensaria no que poderia ter sido.

Virou em outra rua de trás, sem se surpreender quando seu celular tocou.

Tirando-o do bolso, ela olhou para a tela com um sorriso quando viu que era
um de seus irmãos. — Oi, Gabe.

— Tentei ligar há pouco, mas você não atendeu.

Fazendo uma careta ao tom de seu irmão, ela suspirou. — Você não pode nem
dizer oi para mim antes de começar?

Ele riu levemente. — Oi, querida. Estou muito aliviado que você
respondeu. Está tudo bem?
29
Com um suspiro, Talia reajustou a bolsa em seu ombro. — Não há nada
errado. Fui ao bar tomar uma bebida. É a noite das mulheres. Estava lotado e tocava
música. Inferno, Gabe. Eu tenho permissão para ter uma vida social, você sabe.

— Querida, você sabe que nos preocupamos com você.

Seu tom endurecido, uma advertência de que ela havia saído de casa para se
mudar para Desire, imediatamente a colocou na defensiva. — Eu sei que vocês
preocupam, mas estou bem. Ben e Chance se certificaram de que tinham uma
maneira de me espionar, não é?

Gabe suspirou com a referência a seus irmãos mais velhos. — Sim, bem, o que
você esperava? Temos cuidado de você durante a maior parte de nossas vidas. Com
certeza não vamos parar agora. Eu gostaria que você voltasse para o rancho onde
Ben e Chance podem ficar de olho em você.

Ela continuou descendo a rua, cada quarteirão se tornando mais e mais


deserto. — Gabe, vocês três passaram suas vidas tentando compensar o que nosso
pai fez. Eu amo todos vocês por isso, mas é hora de vocês seguirem com suas vidas e
me deixar viver a minha.

Quando ela ouviu um caminhão vindo atrás dela, ela se virou para olhar, seu
estômago apertando quando viu Marshall no banco do motorista.

— Você não está nos excluindo de sua vida, Talia.

Estremecendo com a dor e raiva no tom de seu irmão, Talia correu para
tranquilizá-lo. — Não tenho intenção de excluir vocês três da minha vida, mas estou
cansada de todos vocês tentando compensar o que nosso pai fez. Não foi sua
culpa. Foi dele.

30
— Nós sabemos isso. Não estamos tentando compensar o que ele fez. Estamos
apenas tentando protegê-la. Você sabe o quanto nos machuca que você sentiu que
teve que deixar o rancho? Essa é a sua casa, e você só vai lá quando precisa.

Talia sorriu para isso. — Ben e Chance são casados e têm filhos. Eles não
precisam de sua irmãzinha sob os pés. Quando foi a última vez que você esteve no
rancho?

— Semana anterior. Quando você planeja ir?

Talia continuou andando, ciente de que Marshall havia parado o caminhão. —


Não sei. Eu vou chegar lá, Gabe, mas tenho muito trabalho a fazer na casa. Você
recebeu as fotos que enviei no seu telefone?

— Recebi. É uma casa grande para você assumir.

— Eu sei, mas adoro isso. Vou me encontrar com os empreiteiros amanhã de


manhã para falar sobre a cozinha. Mandei para você as fotos do meu quarto e do
banheiro. O que você acha?

— Eu acho que a cama é grande o suficiente para mais de duas pessoas. Olha,
querida. Eu sei tudo sobre aquela cidade, e espero que você não esteja planejando
fazer nada estúpido.

Ouvindo o som da porta da caminhonete fechando, ela olhou para cima para
encontrar Marshall circulando a caminhonete, parando na sua frente para olhar
para ela. — Você não precisa se preocupar com isso. Ouço alguém chamando você e
preciso desligar. Eu falo com você em breve.

— Talia!

— Vá brincar com seu anel decodificador secreto. Eu falo com você em breve.

31
Ela desligou antes que seu irmão pudesse protestar, deixando cair o telefone
em sua bolsa enquanto enfrentava Marshall. — Eu pensei que você já estaria
afundado nas mulheres agora.

— Não. Entre no caminhão.

Ela não sabia o que havia no tom baixo que ele usava que fazia seu pulso
disparar, mas acontecia todas as vezes. — Não. Obrigada. Eu prefiro caminhar.

Marshall foi calmamente até à porta da caminhonete e a abriu. — Não foi um


pedido, Talia.

A maneira calma com que ele tentou mandar nela depois de dispensar
semanas de flerte a irritou. — Não recebo ordens, Marshall, especialmente de
você. Agora, se me dá licença, gostaria de voltar para casa.

Os olhos de Marshall se estreitaram com seu sorriso frio. — E eu estou


tentando te levar lá. Não há razão para andar.

— Eu quero caminhar. Boa noite, Marshall. — Ela começou de novo, ansiosa


para chegar em casa e lamber suas feridas em particular, quando de repente sentiu
seu braço grosso envolver sua cintura. — Ei!

Marshall a ergueu com aparente facilidade e a carregou para sua caminhonete,


colocando-a no banco do passageiro. — Fique aqui.

Ele bateu a porta e começou a dar a volta na frente da caminhonete, os olhos


nela a desafiando a desafiá-lo.

Se ele pensava que ela não iria, ele não a conhecia.

Abrindo a porta, ela saltou, mais ansiosa do que nunca para ficar longe dele.

Começando a descer a rua novamente, ela piscou para afastar as lágrimas e


apressou seus passos, esperando que ele entendesse a dica e fosse embora.
32
A próxima coisa que ela soube foi que ele a alcançou e envolveu o que parecia
ser uma faixa de aço em volta de sua cintura e a ergueu, jogando-a por cima do
ombro e caminhando de volta para sua caminhonete. — Isso é o que eu preciso,
uma maldita gata do inferno.

Ela socou suas costas e chutou, mas não conseguiu força suficiente para causar
qualquer dano.

Embora suspeitasse que não poderia machucar sua forma enorme e musculosa
se tentasse, ela bateu e chutou novamente. — Você já foi perfeitamente claro nesse
ponto, Marshall. Coloque-me no chão e me deixe em paz!

Fechando a mão na parte de trás de sua coxa, nua abaixo da bainha do vestido,
ele apertou suavemente. — Fique quieta antes de se machucar.

Respirando fundo, Talia se acalmou, os dedos dos pés enrolando dentro de


suas botas com a propagação de calor que percorreu todo o caminho até sua fenda.

Ele caminhou até seu SUV, o peso dela nem mesmo o retardando.

Sem outra palavra, ele abriu a porta do SUV, colocou-a no assento, prendendo
uma algema em seu pulso direito e prendendo-a na alça acima dela antes que ela
pudesse reagir.

Lutando contra o pânico que ela não experimentou em anos - um medo que ela
pensou que tinha conquistado — Talia puxou a algema, lutando para manter o
pânico fora de sua voz. — Por favor, tire isso.

No processo de fechar a porta, Marshall fez uma pausa, seus olhos se


estreitando enquanto ele se abaixava, o brilho da luz interior iluminando suas
feições severas. — Talia?

33
Ela respirou fundo, mas não fez nada para acalmá-la. — Tire! — Ela puxou de
novo e de novo, seu pânico crescendo quando ela não conseguiu se livrar. Puxando
freneticamente a algema, ela ignorou a dor e se concentrou em quebrar a alça.

Memórias a assaltaram, aumentando seu pânico. Ela não podia escapar.

Com um soluço, ela puxou com força, ignorando a dor em seu pulso e lutando
desesperadamente para se libertar.

— Droga, Talia! Acalme-se! — Marshall agarrou seu pulso, segurando-o no


lugar, o que, junto com a raiva em seu tom, aumentou sua sensação de pânico.

Ela lutou contra seu aperto, com os olhos ardendo de lágrimas. — Por favor!

Atordoado que a mulher confiante que ele conhecia se sentou com o rosto
branco, com lágrimas escorrendo pelo rosto, seu pulso já vermelho de sua luta, ele
enfiou a mão no bolso para a chave das algemas.

— Talia! — Alarmado por ela parecer não ouvi-lo e continuar a puxar a algema
com força suficiente para que ele temesse que ela quebrasse o pulso, ele fechou a
mão sobre o pulso dela, segurando-o com firmeza. — Fique quieta. Vou
desbloquear.

Ainda assim, ela lutou, seus olhos azuis escuros e selvagens. — Por favor. Me
deixe ir. Me deixe ir.

— Eu deixo, baby. — Mantendo a voz baixa e calma, ele segurou o pulso dela e
abriu a algema com as mãos que tremiam. — Fique quieta. — Erguendo o queixo
dela, ele a forçou a encontrar seu olhar, alcançando sua lanterna para vê-la melhor.

Assim que se sentiu confiante de que ela realmente o via e começou a se


acalmar, ele forçou um sorriso tranquilizador. — Você está livre. Deixe-me te levar
para casa.

34
Ela piscou contra a luz, segurando o pulso e olhando para além dele como se
pensasse em fugir novamente.

Apoiando as mãos na moldura acima dela, ele se inclinou, tomando cuidado


para não tocá-la. — Eu só quero ter certeza de que você vai chegar em casa com
segurança. Eu não queria te assustar.

Erguendo o queixo, ela colocou as mãos em volta da bolsa. — Você não


assustou.

Besteira. Eu te assustei pra caralho.

— Bom. — Ele fechou a porta e deu a volta na frente da caminhonete para ficar
de olho nela, seu estômago apertando quando ela aproveitou a oportunidade para
enxugar as lágrimas.

Ele nunca a tinha visto em tal estado.

Ele estava preparado para a raiva. Para a fúria.

Por alguma observação inteligente sobre amarrá-la e levá-la.

Ele não contava com a mulher mal-humorada que ele conheceu desmoronando
por ter uma de suas mãos algemada.

Ele a observou beber, mas ela não parecia nem um pouco bêbada, mas,
novamente, ele nunca a tinha visto beber antes e não sabia o quanto isso a afetou.

De repente, ele percebeu o quão pouco sabia sobre ela.

Deslizando para o banco do motorista, ele fechou a porta, mergulhando o


caminhão na escuridão. — Você está bem?

— Estou bem.

35
Franzindo a testa em seu tom neutro, Marshall olhou para ela, enervado ao ver
que seu lábio inferior tremeu. — Eu sinto muito. Só estava tentando impedir você
de pular da caminhonete novamente.

Não pela primeira vez, ele queria desesperadamente beijá-la, mas seu medo, e
o fato de que ele o causou, intensificou a possessividade em relação a ela que ele
passou meses suprimindo.

Envolvendo os braços em volta de si mesma, ela olhou para fora da janela


lateral, mais uma vez evitando seu olhar. — Você não deveria ter me colocado nisso.

— Está escuro e as ruas de Desire ficam ocupadas com estranhos nos fins de
semana. Eu só queria ter certeza de que você chegava em casa com segurança.

Ela bufou com isso, mal olhando para ele. — Eu andei pelas ruas de Desire à
noite muitas vezes. É uma cidade segura, algo que você deve conhecer muito bem.

— Conheço. É um dos motivos pelos quais me mudei para cá e estou muito


bem fazendo minha parte para garantir que continue assim. — Virando na rua dela,
ele dirigiu até à casa que ela havia comprado recentemente, uma casa muito grande
para uma mulher. — Olha, estávamos juntos no bar…

— Não. Não estávamos juntos. Eu estava lá. Você entrou. Nada mais. — Ela se
virou para olhar para a frente quando ele entrou em sua garagem
surpreendentemente larga. — Obrigada pela carona.

Sem querer deixá-la fugir dele, Marshall desligou o motor, xingando e


seguindo-a quando ela saltou da caminhonete e disparou em direção a sua casa. —
Você realmente não acha que estou apenas indo embora, acha?

36
Ela subiu apressada as escadas gastas e abriu uma porta de tela que parecia
empenada, a tela pendurada na moldura. — Honestamente, eu não esperava mais
nada.

Ela destrancou a porta e entrou, acendendo uma luz interior, antes de se virar,
segurando a borda da porta. — Boa noite, Marshall.

O temperamento de Marshall explodiu. — Ah não. Sem chance. —


Pressionando a mão contra a porta, ele a forçou a abrir e entrou no foyer
surpreendentemente amplo. — Eu quero verificar aquele pulso. Você puxou com
força suficiente para quebrá-lo.

Ela recuou, erguendo o queixo. — Você não deveria ter feito isso. Não está
quebrado.

Estendendo a mão, ele tentou alisar uma mecha de cabelo rebelde. — Você
gostaria de me dizer por que reagiu daquela maneira?

Ela hesitou, uma combinação de desejo e pânico flamejando em seus olhos


antes de dar um passo para trás apressadamente. — Porque eu não gosto das ações
de um idiota arrogante.

— Você sabia como eu era quando começou a vir para mim. — Marshall a
seguiu até à cozinha, piscando surpreso quando ela acendeu a luz. — Este lugar está
uma bagunça, Talia. Como diabos você pode viver aqui?

Ela caminhou até uma pia velha, cercada por uma bancada igualmente velha e
armários que pareciam estar perto de cair da parede. — É meu.

Ele foi mais para dentro da sala, fazendo uma careta ao ver uma geladeira que
devia ter pelo menos trinta anos. — Por que você comprou este lugar?

37
Ela ligou a água, o fluxo constante fluindo dela o surpreendendo. — Eu não
queria mais alugar. Eu queria a chance de ter minha própria casa, que pudesse
consertar do jeito que eu quiser.

Caminhando para o lado dela, ele olhou ao redor, estudando o piso de linóleo
rasgado e o papel de parede igualmente rasgado. — Há muito a ser feito.

Talia sorriu, mas seus olhos tinham uma tristeza que o dilacerou. — Eu não
estou com pressa.

Estendendo a mão, ele pegou a mão dela e examinou seu pulso, fazendo uma
careta para a pequena faixa de pele quebrada. — Me desculpe por isso.

Com um encolher de ombros, Talia puxou sua mão da dele e se virou,


dobrando novamente um pano de prato já dobrado. — Está bem. É melhor você ir.

Marshall olhou ao redor, fazendo uma careta com o estado de desgaste da


casa. — Tem certeza de que esta casa é segura?

Ela sorriu para isso, outro sorriso que não atingiu seus olhos. — Sim. Os
Madisons examinaram antes de eu comprar. A estrutura da casa era boa, então a
casa é sólida. Eles já atualizaram o encanamento e a eletricidade. O resto é
principalmente estética.

— Principalmente estética? — Marshall passou a mão pelo cabelo,


perguntando-se como diabos ele deveria dormir sabendo que ela vivia em tais
condições. — Precisa de muito trabalho.

Ela encolheu os ombros novamente, virando-se para se recostar na bancada. —


Estou ansiosa para fazer isso em uma casa. Não estou com pressa. Além disso, é
meu problema. Não é seu.

38
Com um suspiro, Marshall encostou-se ao balcão, meio que esperando que
desabasse. — Tive uma conversa com Joe e Carter hoje.

Endireitando-se, ela foi até à velha geladeira, parando momentaneamente


antes de abri-la. — Uma vez que são seus irmãos e ambos vivem e trabalham com
você, pensei que falaria com eles todos os dias.

Ele a observou estender a mão para pegar uma garrafa de água novamente,
franzindo a testa quando viu que a geladeira continha muito pouco. — Eu acho que
você sabe o que eu quero dizer.

Ela encolheu os ombros novamente e abriu a tampa da água. — Eu flertei um


pouco e deixei claro que não queria nada além de um caso. Eles me rejeitaram como
de costume, me dizendo de forma indireta que achavam que se tornar amantes iria
me machucar. — Ela tomou um gole de água e sorriu. — Vocês três pensam que eu
vou me apaixonar perdidamente por vocês e chorar até dormir todas as noites
depois que me largarem.

Ele não pôde deixar de se perguntar se a compra da casa e o trabalho que ela
provavelmente já havia começado a forçaram a usar o dinheiro que ela deveria ter
gasto em mantimentos.

Fazendo uma nota mental para comprar alguns mantimentos e trazê-los depois
que ele terminasse seu turno da noite, Marshall suspirou. — Nenhum de nós quer
machucar você.

— Entendo. — Ela sorriu sem humor. — Vocês três preferem foder com
mulheres no clube do que arriscar que a pequena e desesperada Talia possa fazer
exigências sobre vocês. Nunca tive a intenção de fazer isso, mas entendo por que
estão com muito medo de se arriscar. Não posso dizer que sei o que passaram.

39
— Foi nossa culpa.

Ela abriu a boca como se fosse dizer algo e fechou-a novamente. Depois de
tomar outro gole de água, ela assentiu. — Tenho certeza que você, Carter e Joe
pensariam isso. Parece que ficaria melhor com outra pessoa - alguém que não levou
a culpa por toda a minha bagagem.

Marshall acenou com a cabeça. — Eu sei que você é uma viúva. Lamento por
isso.

Desviando o olhar, ela encolheu os ombros novamente. — Obrigada. Acho que


parece estranho para você não querer mais ficar sozinha.

Seu estômago se apertou. — Então, você está querendo se casar de novo?

— Deus não. — Recostando-se no outro balcão, ela balançou a cabeça. — Não


tenho nenhum desejo de me casar novamente. Particularmente, não queria me
casar da primeira vez.

Curioso, ele ergueu uma sobrancelha. — Oh? Então por que você fez isso?

— Não é da sua conta. — Voltando a tampar a água, ela a colocou no balcão,


apoiando a mão ao lado dela e inclinando-se ligeiramente. — Da próxima vez que
você me vir no bar, sente-se em outro lugar.

Endireitando-se, Marshall fez uma careta, uma queimadura começando em


algum lugar no fundo de sua barriga. — Você está planejando encontrar alguém
para trazer para casa?

O sorriso dela fez seus dentes ficarem tensos. — Minha cama fica fria e solitária
à noite. Você não pode me culpar por estar cansada de dormir sozinha. —
Endireitando-se, ela gesticulou em direção à porta. — Acho melhor você ir. Você e

40
seus irmãos não precisam mais se preocupar comigo incomodando
vocês. Desisto. Vocês ganharam.

Uma névoa vermelha se formou na frente dele, o pensamento dela trazendo


outro homem para sua casa e levando-o para sua cama o enfurecia.

Endireitando-se, ele estendeu a mão para ela, consciente de sua resposta


anterior. — Você não nos incomoda.

Tocou seu braço com uma gentileza que um homem de seu tamanho havia
adotado há muito tempo, deslizando a mão para baixo para agarrar a dela, muito
menor, atordoado pelo choque em seu sistema. — Não queríamos machucar você. É
isso que temos tentado evitar.

Puxando a mão livre, ela deu a ele um sorriso distante, sem o calor que ele
estava acostumado. — Eu sou uma garota crescida, Marshall. Aguento a rejeição.

Sentindo falta de sua provocação e calor, ele apertou sua mão na dela,
puxando-a para mais perto. — Eu não rejeitei você, droga!

Ela acenou com a mão e começou a se virar, sua dispensa como uma bandeira
vermelha acenando na frente dele. — O que for. Sem ressentimentos. Agora, se
você não se importa…

Agarrando seus braços, Marshall a ergueu na ponta dos pés. — Na verdade, eu


me importo. Muito.

Meses de querê-la, meses de observá-la de longe, ansioso para vê-la todos os


dias, mas lutar para ficar longe havia construído uma frustração dentro dele - uma
fome que ele não podia mais ignorar.

Olhando fixamente em seus olhos azuis brilhantes, ele abaixou a cabeça, a


necessidade de esmagar seus lábios sob os seus.

41
Seu pênis ganhou atenção total quando os olhos dela escureceram de desejo e
lentamente se fecharam. — Quero você.

No momento em que seus lábios tocaram os dela macios e carnudos, ele soube
que era um caso perdido. Ela se ergueu na ponta dos pés, as mãos indo para os
ombros dele, seu gemido de fome como um golpe em seu pênis.

Ele capturou seu próximo gemido com sua própria boca, endurecendo ainda
mais quando seu aperto tênue na resistência que ele lutou para manter por meses
escorregou ainda mais.

Ela se esfregou contra ele, empurrando seus seios contra ele enquanto o
beijava de volta com uma paixão que ele não havia antecipado.

As razões que ele teve para evitá-la desapareceram,


e a luxúria quente assumiu, seu pau latejando com a necessidade de tomar a mulher
que ele desejava mais a cada dia que passava.

Erguendo a cabeça, ele observou seus olhos fechados e feições coradas,


deslizando a mão para a parte de trás de sua cabeça e firmando a que estava nas
costas quando ela quase derreteu contra ele.

— Eu sabia muito bem que tocar em você seria um erro.

Talia levantou a mão para o cabelo dele, os lábios quentes em sua


mandíbula. — Então pare de me tocar.

Impossível.

A provocação em sua voz só o fez desejá-la mais.

— Eu não acho que posso. — Lutando pelo controle, Marshall a beijou


novamente, forçando-se a ir devagar.

Ele queria - precisava - saboreá-la. Ele esperou muito tempo.


42
Beijando-o de volta, Talia apertou os braços ao redor de seu pescoço e se
mexeu contra ele, cada um deles interrompendo seus beijos apenas o tempo
suficiente para falar. — Então não faça isso.

Incapaz de resistir, ele deslizou a mão em sua bunda curva e a ergueu, virando-
se com ela e acomodando-a no balcão para deixar suas mãos livres. — Eu
preciso. Você deveria me impedir.

Com um gemido, ela agarrou a bainha de sua camiseta, puxando-a de sua calça
jeans enquanto ele a erguia alto o suficiente para tirar o vestido de debaixo dela e
sobre sua cabeça, jogando-o por cima do ombro. — Não. Eu quero você, e esta pode
ser minha única chance.

A lembrança de sua razão para evitá-la voltou ao foco, apenas mantendo o foco
um pouco confuso nas bordas. — Não quero machucar você.

Tirando o sutiã, ela deu a ele um sorriso provocador. — Você acha que eu vou
ter um ataque se você não se casar comigo?

Ela levantou sua camiseta para expor seu peito. — Quero você. Não faça disso
um grande problema.

Ela correu as mãos sobre o peito, a sensação de seus lábios quentes em seu
pescoço fazendo seu pau latejar de necessidade. — Eu não sou do tipo
carente. Agora, você vai subir comigo ou me deixar sozinha com meu vibrador?

Ele correu as mãos sobre a pele macia de suas costas antes de deslizá-las para
envolver seus seios firmes e cheios, outro gemido escapando ao senti-los em suas
mãos. Suaves. Firmes. Seus mamilos enrijeceram. — Eu deveria ficar longe de você,
mas ver você assim... tocar você assim é como jogar gasolina no fogo. Eu quero você
como o inferno.

43
— Então cale a boca e me leve. Ou vá.

— Eu não tenho camisinha.

— Estou tomando pílula.

Ele a beijou novamente, roçando seus lábios nos dela enquanto falava. — Estou
limpo.

— Eu também. Você vai me levar ou não?

A decisão já havia sido tomada.

Deslizando relutantemente as mãos de seus seios, ele deslizou os braços ao


redor dela e a ergueu contra ele, prometendo a si mesmo que exploraria cada
centímetro de seu corpo antes que a noite terminasse.

Ele a beijou novamente e se dirigiu para as escadas, sem levantar a cabeça


novamente até chegar ao topo, surpreso com o cheiro de tinta fresca. — Eu não
estou indo a lugar nenhum. Em que direção?

44
CAPÍTULO QUATRO

A pele de Talia formigava calorosamente em todos os lugares que Marshall


tocava, a sensação de suas mãos em seu corpo mais estimulante do que ela estava
preparada.

Engolindo seus gemidos, ele manteve uma mão em seu traseiro conforme a
carregava enquanto sua outra mão se movia levemente sobre seus seios, a sensação
das pontas dos dedos calejados acariciando seus mamilos acentuando o prazer
indescritível.

Onda após onda de umidade escapava para umedecer sua calcinha, seu clitóris
em chamas, a fricção contra ele com cada passo que dava aumentando seu prazer.

Quando ele alcançou o topo da escada, ergueu a cabeça, movendo a mão que
estava em seu seio para o pescoço, inclinando-a para trás para beijar seu queixo. —
Onde?

Talia respirou fundo e teve que engolir antes de responder, ondas de prazer
correndo por ela ao perceber que ele realmente iria tomá-la. — Fim do corredor.

Antes que ela pudesse respirar novamente, ele tomou sua boca novamente e a
beijou com a profundidade e paixão de um homem que não se cansava dela.

Deleitando-se com sua fome, ela o beijou de volta, estimulada por seu gemido
de prazer e frustração.

Mais rápido do que ela esperava, ele se abaixou para colocá-la na cama e se
endireitou, sua respiração irregular.

Tirando sua camiseta, ele olhou para ela. — Cristo, você é linda. Eu não sei
como diabos resisti a você por tanto tempo.
45
Pegando a visão de seu peito maciço e ombros largos, estranhamente
destacados nos raios de luar que vinham das venezianas que ela não tinha fechado
completamente, ela sorriu quando sua fantasia mais selvagem ganhou vida. — Você
é cabeça dura.

Ele se virou para sentar na beira da cama, suas botas batendo no chão com um
baque suave antes de se virar para ela novamente, se esticando ao lado dela e
tomando seus lábios com os dele novamente. — Estou duro com certeza.

Ela alcançou o fecho de sua calça jeans enquanto ele lidava com a remoção de
suas botas e meias, mal conseguindo desabotoá-las e deslizar para baixo o zíper
antes que se aproximasse dela novamente, tomando sua boca em um beijo
impressionante que a fez se contorcer contra ele.

Interrompendo o beijo, ela pressionou o rosto contra o pescoço dele, lutando


contra uma sensação de vulnerabilidade na força crua de seu grande corpo
musculoso pressionado contra o dela e uma fome diferente de tudo que ela já
experimentou. — Rápido.

Abaixando a cabeça, ele roçou os lábios sobre o mamilo, enviando calor


ardente direto para o clitóris. — Infelizmente, rápido é a única opção desta vez. —
Ele empurrou a mão dela para tirar a calça jeans e jogá-la de lado. — Eu prometo
compensar você da próxima.

O fogo a lambeu em todos os lugares, a sensação de seus lábios se fechando


em seu mamilo novamente enviando um calor irregular através dela. — Por favor.

— Droga! — Marshall empurrou suas coxas, afastando-as com as suas


poderosas, seu grande tamanho enviando outra onda de apreensão por ela.

46
— Você me deixa louco por ter você. — Ele pressionou a cabeça de seu pênis
na abertura de sua vagina, uma mão em seu cabelo, inclinando a cabeça para trás
para olhar em seus olhos.

— Então me leve.

Suas coxas, tão grossas quanto troncos de árvore, mantinham as dela


separadas enquanto ele lentamente a penetrava. — Parece que não tenho mais
escolha. Tentei ficar longe de você.

— Eu sei. — Talia reforçou seu aperto em seus ombros, seu coração batendo
descontroladamente quando ele começou a se mover. — Jogando de difícil.

Ele empurrou lentamente, indo mais fundo a cada golpe, os músculos de seus
ombros tensos com o esforço que parecia custar-lhe. — Eu não estava jogando. —
Ele roçou os lábios em sua têmpora antes de levantar a cabeça para olhar para ela
novamente com os olhos estreitos, seu rosto na sombra. — Você tem alguma ideia
de como foi difícil resistir a você?

Talia respirou fundo ao deslizar a mão dele sobre seu seio, os calos ásperos em
sua palma criando uma fricção deliciosa que aqueceu seus mamilos e clitóris de uma
forma que a fez se contorcer inquieta embaixo dele. — Por favor!

Sua boceta apertou em seu pênis com cada golpe, a realidade de ser tomada
por alguém que ela desejou por tanto tempo a enviando rapidamente ao limite. —
Marshall, é tão bom.

Erguendo-a mais alto usando suas coxas poderosas para levantar as dela, ele
deslizou mais fundo. — Incrível.

Satisfeita por seu corpo tremer, ela cravou os calcanhares nos músculos tensos
de sua bunda e se ergueu mais alto. — Mais forte!

47
— Calma, droga! Você é tão apertada.

Pressionando o rosto contra o ombro dele, ela deslizou as mãos para o cabelo
curto. — Já faz muito tempo. Você me fez esperar. Oh Deus. Por favor. Mais. Mais
rápido.

O gemido de Marshall retumbou em seu peito, a fome nele adicionando um


toque erótico à sua vida amorosa.

— Baby, você é tão doce.

— Não sou. — Talia virou a cabeça e ergueu-a para esconder o rosto contra o
pescoço dele, parte dela desejando poder ver seus olhos, outra parte maior dela
feliz por ele não poder ver os dela. — Não me trate como se eu fosse delicada. Eu
não sou.

Vivendo uma cena melhor do que qualquer fantasia, ela passou as mãos sobre
ele, determinada a mostrar-lhe que ela poderia ser uma participante ativa em sua
vida amorosa.

Ele deslizou fundo, suas estocadas vindo mais rápido. — Eu sabia que seria
bom, mas não assim.

— Eu sabia.

— Você é muito menor do que eu.

— Sem brincadeiras.

Ele gemeu novamente quando ela raspou os dentes em seu ombro. — Eu


quero ser gentil com você.

Emocionante com a rouquidão crua em sua voz, Talia jogou a cabeça para trás
e trabalhou para balançar seus quadris contra ele. — Não.

48
Se ela tivesse apenas uma noite com ele, ela planejava aproveitar ao máximo e
fazer com que fosse uma noite que ele não esqueceria tão cedo.

Correndo os lábios sobre seu pescoço e ombro, ela deslizou as mãos por suas
costas o mais longe que pôde, querendo tocá-lo em todos os lugares.

Ele se envolveu em torno dela, sua ternura por ela, apesar de seu tamanho e da
maneira protetora com que a segurava, permitindo-lhe dar rédea solta a sua paixão.

Ele a encheu com cada impulso, sua fome inconfundível.

Seu clitóris queimou e formigou enquanto a fricção e a plenitude de seu pênis


dentro dela enviavam seus sentidos cambaleando.

O prazer a atingiu com força, a perda de controle a enviando ao pânico, mas ela
foi incapaz de resistir à grande onda de prazer.

Agarrando-o com força, ela se agarrou a ele, precisando da solidez de seu


aperto. — Ahh! Marshall!

Inclinando a cabeça, ele esfregou o nariz em um ponto sensível em seu


pescoço, deslizando a mão sob seu traseiro para levantá-la em suas estocadas,
desencadeando outra onda de prazer. — Eu entendi você.

Com um som áspero, ele empurrou profundamente e a agarrou com mais


força, pressionando os lábios contra seu cabelo. — Jesus!

Embora seu grande corpo tremesse sobre o dela e seu aperto aumentasse,
Marshall a segurou com uma combinação de ternura e firmeza que fez seus olhos
arderem de lágrimas.

Ela nunca sentiu nada tão incrível.

Cada centímetro de seu corpo parecia brilhar com a sensação, as ondas de


êxtase ainda vibrando através dela.
49
Com seu mundo ainda girando, ela lutou para recuperar o fôlego, grata por sua
solidez. — Sim.

A palavra saiu sem fôlego, a sensação de proximidade a deixando nervosa e se


sentindo desconfortavelmente pegajosa.

Culpando o incrível prazer, Talia relutantemente o soltou quando ele rolou para
o lado dela.

Sem saber o que dizer, ela fechou os olhos, sorrindo quando ele deslizou o
braço por baixo dela e colocou a cabeça em seu ombro.

Ela adoraria tê-lo convidado para passar a noite, mas temia que soasse como
uma necessidade.

Ela não sabia se deveria se levantar e colocar o robe para acompanhá-lo até à
porta, não querendo que ele tivesse a impressão de que ela estava com pressa para
se livrar dele.

Esticou as pernas, o calor de seu corpo e seu orgasmo recente enchendo-a de


uma letargia que a fez cair no sono, mesmo enquanto lutava pelas palavras que lhe
diriam o quão feliz ela estava por ele estar com ela e quão incrível ele tinha feito ela
se sentir sem fazê-lo se sentir culpado.

Seus lábios tocaram seu cabelo. — Não me deixe machucar você.

Seu tom rouco a fez sorrir enquanto suas palavras a deixavam ciente do espaço
vazio em seu coração que ela conseguiu esquecer em seus braços.

— Eu não vou deixar.

Ela entrou no que esperava que fosse um caso, sabendo que não tinha futuro.

Sem vínculos.

50
Sem exigências.

Ela simplesmente ignoraria a pequena parte dela que de repente se perguntou


como seria ter mais.

***

Apreciando a sensação de seu calor suave contra ele, Marshall segurou Talia
perto, passando a mão para cima e para baixo em suas costas sob as cobertas.

Deitado na cama com ela, ele lutou contra as memórias, determinado a


aproveitar o momento.

Quando ela se remexeu um pouco e se acomodou com mais firmeza contra ele
com um suspiro suave, as memórias do passado desapareceram.

Liberando a culpa com uma facilidade surpreendente, ele continuou a correr a


mão sobre a pele macia de Talia, respirando o cheiro dela.

Uma combinação de baunilha e mulher calorosa.

Saciado, ele gostava de apenas deitar com ela e abraçá-la, ouvindo sua
respiração regular.

Tomá-la tinha sido mais excitante do que ele esperava, mas descobriu que ficar
deitado na escuridão com ela aninhada contra ele era tão satisfatório quanto isso.

Memórias de outra época de sua vida começaram a rastejar lentamente em


seus pensamentos, mas a culpa não parecia tão aguda e dentada como no passado.

51
Virando a cabeça para pressionar os lábios contra o cabelo dela, Marshall olhou
ao redor do quarto - iluminado pela luz da lua que entrava pelas cortinas
parcialmente abertas.

Ele notou o tamanho da cama quando a deitou, mas estava muito preocupado
para notar que o quarto parecia estar completamente remodelado. — Parece que
você começou neste quarto primeiro.

— Hmm. — Talia mudou ao lado dele, sua voz carregada de satisfação e


sonolência. — Eu queria meu quarto e banheiro feitos primeiro. Peguei um dos
outros quartos para aumentar este quarto e meu banheiro. Você não tem que ir
trabalhar logo?

Lutando contra a irritação, ele passou a mão pelas costas dela novamente,
puxando-a para mais perto. — Você está tentando se livrar de mim?

— Claro que não. — Virando-se para rolar para o lado, ela pressionou as costas
contra ele. — Eu só não queria que você pensasse que esperava que você ficasse.

Ele franziu a testa e se virou para o lado, abraçando-a. Pressionando a mão


contra sua barriga, ele a puxou para mais perto. — Você deixou isso bem claro.

— Hmm. Não espero nada de você.

De alguma forma, ouvir exatamente o que ele queria ouvir dela em um tom
que não continha nenhum indício de mágoa ou sarcasmo o irritou ainda mais. —
Você também deixou isso claro.

— Hmm. Você está com medo de que eu vá te machucar.

Deitado ao lado dela, Marshall ouviu sua respiração calmamente, saboreando a


sensação dela contra ele enquanto suas palavras o atingiam com força.

52
Ela estava certa. Ele estava com medo de se machucar novamente, com medo
de se sobrecarregar com o tipo de culpa com a qual tinha sido insuportável conviver.

Empurrando os pensamentos sobre Emily de lado, ele decidiu se concentrar em


Talia, a mulher que lhe causou mais noites sem dormir do que ele gostaria de
admitir.

Pressionando os lábios contra seu ombro e, em seguida, seu cabelo, ele


respirou o cheiro dela e se deixou cair no sono.

Ele cochilou por algumas horas, acordando cada vez que ela se mexia durante o
sono.

Olhou para o despertador dela, fazendo uma careta com o pensamento de


deixar a cama quente de Talia para ir trabalhar.

Ele tinha que parar na casa que ele e seus irmãos alugaram, para tomar banho
e vestir o uniforme antes que seu turno começasse.

Saindo da cama com relutância, ele não pôde deixar de sorrir quando ela
gemeu em seu sono e se virou para onde ele estava, aconchegando-se nas cobertas
e no calor que ele havia deixado para trás.

Agarrando suas roupas, ele se dirigiu ao banheiro, fechando a porta antes de


acender a luz, não querendo acordá-la.

Surpreso ao encontrar um banheiro muito maior e muito mais moderno do que


esperava, ele deu uma olhada ao redor.

Uma grande banheira chamou sua atenção primeiro.

Centralizado ao longo da parede oposta, ele estava rodeado por toalheiros


cheios de toalhas fofas e velas na borda e parecia grande o suficiente para duas
pessoas.

53
Virando-se, ele piscou ao ver o que devia ser o maior chuveiro que ele já vira e
se aproximou para ver melhor.

Os ladrilhos creme e bege que o rodeavam combinavam com o resto do


banheiro e, com uma entrada de cada lado, acomodava facilmente meia dúzia
de pessoas.

Um longo banco de teca ocupava a parede de trás do chuveiro, e ele podia ver
uma variedade de chuveiros, alguns na parede e outros no alto.

Minutos depois, ele saiu do banheiro e cruzou o quarto até à cama novamente,
sentando-se na beirada para calçar as botas, fascinado pela visão das costas nuas e
ombros de Talia brilhando ao luar.

Deixando seu olhar seguir a curva de suas costas até à curva superior de suas
nádegas, engoliu em seco, seu pênis revivendo novamente.

Incapaz de resistir, ele se abaixou para tocar seus lábios em seu ombro,
prometendo a si mesmo que da próxima vez que fizesse amor com ela, ele teria
tempo para explorar.

— Hmm. Você está indo embora?

Querendo uma desculpa para se demorar, Marshall passou a mão pelas costas
dela, apreciando a sensação suave de sua pele. — Tenho que ir para casa, tomar
banho e colocar o uniforme. Vejo você mais tarde.

— Ocupada mais tarde. Fique seguro.

Marshall franziu a testa, sabendo que não tinha o direito de se sentir excluído,
mas se sentiu assim mesmo. — Você também.

Prometendo a si mesmo que passaria mais tarde com os mantimentos de que


ela precisava, ele se sentiu melhor.

54
Desceu as escadas, verificando se as portas e janelas estavam trancadas antes
de desligar as luzes da cozinha e sair, trancando a porta atrás de si.

Entrou em sua caminhonete, olhando para a janela do quarto dela enquanto


ligava o motor.

Com um suspiro, ele se virou para sair da garagem, o brilho de algo no banco
do passageiro chamando sua atenção.

Freando, ele estendeu a mão para recuperar as algemas que colocou em Talia,
lembrando do terror em seus olhos até que ele a soltou.

Seu medo era tão estranho nela que o deixou intrigado e se perguntando o que
mais ele não sabia sobre ela.

Com um suspiro, começou o curto trajeto de volta para casa, deprimido ao


perceber que mal a conhecia.

55
CAPÍTULO CINCO

Joe Garrison não conseguia dormir. Ele se revirou por horas, mas não estava
mais perto de dormir do que quando caiu na cama.

Inquieto, seu corpo ainda tenso com a tensão de seu encontro com Talia, ele
cerrou os punhos ao lado do corpo e pensou em Talia.

Não era nada novo.

Ele lidou com desejá-la por meses, mas o que tinha sido uma pontada de
desejo rapidamente se tornou uma fome que ele não podia simplesmente afastar.

Mais cedo, o fio de seu controle havia se tornado tão perto de quebrar que ele
saiu do escritório antes de tomá-la nos braços e beijá-la até que seus joelhos
fraquejassem.

Ficou cada vez mais difícil empurrar sua frustração de lado, mas depois da
conversa com seus irmãos, tudo mudou.

Chegando à conclusão de que o sono não viria tão cedo, ele se levantou e
vestiu a calça jeans antes de ir para a cozinha, parando ao ver que Marshall ainda
não tinha voltado para casa.

Marshall ficou ainda mais quieto do que o normal durante a conversa anterior
e saiu de casa logo depois que Carter foi trabalhar e Joe foi para a cama, algo que
não o surpreendeu em absoluto.

Marshall tinha o hábito de sair para dar uma volta de carro quando queria ficar
sozinho para pensar, algo que fazia desde a morte de Emily.

Desta vez, porém, parecia diferente.

56
Seu irmão mais velho mantinha sua fome por Talia bem escondida dos outros,
mas Joe e Carter tinham visto.

Mas quando eles o abordaram sobre seu próprio interesse por ela, Marshall
olhou para os dois, suas feições parecendo esculpidas em pedra.

— Nós a machucaríamos.

As palavras ainda ecoavam na cabeça de Joe toda vez que ele via Talia, o toque
mais alto conforme sua própria fome por ela crescia.

Com um suspiro, ele se afastou da porta do quarto de Marshall e se dirigiu para


a cozinha, sorrindo para si mesmo ao pensar na reação de Talia quando ele aceitou
sua próxima oferta.

Depois de pegar uma garrafa de água, ele foi para a pequena sala de estar e
ligou a televisão, na esperança de encontrar algo interessante o suficiente para tirar
sua mente de Talia ou chato o suficiente para colocá-lo para dormir.

Ele queria ir até ela, mas, como já passava da uma da manhã, percebeu que ela
já estaria na cama.

Sem se preocupar em acender a luz, ele mudou os canais por vários minutos,
parando quando as luzes brilharam na parede à sua esquerda, um sinal de que
alguém havia parado na garagem.

Esperando Marshall, ele desligou a televisão e estendeu a mão para acender a


lâmpada ao lado dele, esperando que Marshall tivesse vontade de falar.

A porta se abriu e, para surpresa de Joe, Carter entrou correndo, sorrindo, mas
parecendo um pouco abalado. — Você não vai acreditar nisso.

Joe abriu a tampa da água e recostou-se. — O que diabos aconteceu?

57
Segurando o chapéu com as duas mãos na frente dele, Carter andava de um
lado para o outro na frente da televisão. — Eu tenho patrulhado. Fui chamado ao
bar para uma briga - dois idiotas lutando na frente por uma mulher.

Depois de tomar um gole de sua água, Joe encolheu os ombros. — Nada


incomum sobre isso. É a noite das mulheres.

— Sim. Depois que eu os coloquei no carro, John saiu e me disse que Talia
esteve lá mais cedo. — Levantando a mão quando Joe se sentou para frente, Carter
soltou um suspiro. — Marshall apareceu.

Joe deixou sua garrafa de água de lado e se sentou ainda mais, seu coração
batendo um pouco mais rápido. — O que aconteceu?

Carter parou de andar e se jogou no sofá. — Talia estava bebendo doses de


uísque e engolindo com cerveja.

— Parece que ela realmente precisava de uma bebida.

— Sim. — Sentando-se à frente com o chapéu pendurado na ponta dos dedos,


Carter suspirou. — Sim. John disse que vários homens se aproximaram e se
sentaram ao lado dela, mas ela ignorou todos eles. Parece que ela estava de mau
humor e não tinha muito a dizer a Marshall.

Um nó se formou no estômago de Joe. — Inferno.

Carter se levantou novamente. — Ela saiu furiosa e Marshall a seguiu.

— E?

— Eu tive que levar aqueles dois idiotas para a prisão e lidar com a papelada.
Quando terminei, passei por aqui. A casa estava escura e a caminhonete de Marshall
havia sumido, então eu dirigi até à casa de Talia.

Incapaz de se sentar mais, Joe se levantou. — E?


58
Carter sorriu novamente. — A caminhonete de Marshall estava na garagem e,
exceto por uma luz fraca na cozinha, a casa estava às escuras.

Joe se deixou cair na cadeira novamente, imaginando Marshall e Talia na


cama. — Querido Deus.

— Sim. Você e eu paramos por causa do Marshall. Se ele e Talia...

— Sim. — Carter sorriu novamente. — Ele nunca mais quis se arriscar, mas se
alguém pode chegar até ele, é Talia.

Joe passou a mão pelo cabelo, seu estômago vibrando de excitação com a
possibilidade de ter Talia em suas vidas. — Eu a quero, Carter. Não podemos foder
com isso.

Carter inclinou a cabeça. — Eu sei. Ela é agressiva. Eu me senti culpado no


início por desejá-la tanto, mas a cada dia a fome fica mais forte e mais culpa vai
embora.

Joe pegou sua água novamente. — Sim.

— Isso vai ser divertido. — Carter colocou o chapéu na cabeça. — Eu tenho que
voltar à patrulha. Talia está de folga amanhã. Pretendo ir vê-la pela manhã.

— É melhor você dormir um pouco. Vou vê-la quando sair do trabalho amanhã.

Ele tinha a sensação de que amanhã seria um longo dia. Carter sorriu. — Então
é melhor você dormir um pouco esta noite.

Depois que Carter saiu, Joe apagou a luz e se espreguiçou no sofá. Pensando
em Talia, ele conseguiu cochilar, mas continuou acordando, ansioso para ouvir o que
tinha acontecido entre Marshall e Talia.

59
Joe sabia que não podia presumir que, só porque Marshall havia se tornado seu
amante, ela o receberia automaticamente em seu relacionamento e que ele teria
que estabelecer um relacionamento com ela sozinho.

Pouco antes do amanhecer, ele começou a tomar café, tomando seu primeiro
gole quando ouviu alguém estacionar na garagem.

Ansioso para ver se era Marshall ou Carter, Joe levou sua caneca de café com
ele até à porta da frente, abrindo-a assim que Carter parou atrás de Marshall na
frente da casa no SUV do escritório do xerife.

Esperando impacientemente por seus irmãos, ele procurou as feições de


Marshall, iluminadas apenas pela luz que vinha da cozinha. — O que aconteceu? Ela
ainda está chateada por causa do que Carter e eu dissemos a ela?

Marshall suspirou e foi direto para a cozinha e para o café. — Não. Pelo menos
eu acho que não.

Ele levou sua caneca para a mesa e se deixou cair em uma cadeira. — Quando
saí daqui, fui dar um passeio. Eu não estava convencido de que ter um
relacionamento sexual com Talia era uma boa ideia.

Joe se deixou cair na cadeira em frente a ele na mesinha, seu olhar passando
rapidamente para Carter e vice-versa. — Eu não posso mais ficar longe dela. Ela me
atingiu, Marshall.

— Eu sei. — Marshall tomou outro gole de seu café e recostou-se novamente,


olhando para Carter. — Eu sei que vocês dois se sentem assim. — Soltando um
suspiro, ele se levantou novamente. — Ela me atingiu também, mas eu estava com
muito medo de machucá-la.

60
Carter serviu-se de uma xícara de café e recostou-se no balcão, olhando para
Joe novamente. — Você está falando no passado. Algo mudou sua mente?

— Eu quero mais do que um caso. Machucá-la é sempre uma possibilidade,


mas farei tudo ao meu alcance para garantir que ela saiba o quanto é importante
para mim.

Joe prendeu a respiração, perguntando-se o que tinha acontecido entre


Marshall e Talia. — Então o que aconteceu?

Marshall deu de ombros, seus lábios se contraindo. — Passei pela casa dela,
parte de mim querendo falar com ela e outra parte achando que seria melhor se
todos nós falássemos com ela. O carro dela estava na garagem e a casa estava às
escuras, então imaginei que ela tivesse ido para a cama. Pensei em ir ao bar e tomar
uma cerveja e falar besteira com John e Michael antes de voltar para casa.

Marshall passou a mão pelo cabelo. — Entrei e lá estava ela.

Assentindo, Carter terminou seu café e se serviu de outro. — Eu sei. Houve


uma luta lá. John me contou sobre a saída de Talia e que você foi atrás dela.

Joe franziu a testa. — John disse a Carter que ela estava bebendo uísques e
cerveja. Ela estava bêbada?

— Não. — Marshall suspirou e se inclinou para a frente. — Ela disse que


desistiu de nós. Disse-me que entendeu a mensagem e desistiu. Disse que estava
sozinha e nós também. Basicamente, me disse para não me preocupar com ela vir
para nós mais. — Seus olhos endureceram. — Embora ela estivesse ignorando os
homens no bar tentando pegá-la, eu tive a sensação de que ela decidiu mudar para
outra pessoa.

61
Joe não podia negar seu ciúme ao pensar em outro homem a tocando. —
Então, como você acabou levando-a para casa?

Marshall suspirou e se levantou para se servir de outra xícara de café. — Eu a


segui. Ela não parecia bêbada, apenas um pouco tonta, mas eu queria ter certeza de
que ela chegaria bem em casa. Ela caminhou até ao bar e planejou voltar para
casa. Recebeu um telefonema, então eu fiquei para trás, mas não a perdi de
vista. Quando ela parou, eu parei ao lado dela, saí e esperei.

Joe terminou seu café e colocou sua caneca de lado. — Então, ela planejou
caminhar cerca de um quilômetro para casa, tarde da noite e depois de vários
drinques?

— Sim. — Marshall olhou para o relógio. — Inferno, eu tenho que me preparar


para o trabalho.

Carter franziu a testa. — Com quem diabos ela estava falando a essa hora?

Carregando seu café, Marshall começou a descer o corredor em direção ao seu


quarto. — Não faço ideia.

Seguindo seu irmão junto com Carter, Joe parou para se encostar no batente
da porta. — Então, o que aconteceu quando ela finalmente terminou a ligação?

Depois de juntar cuecas boxer e uma camiseta, Marshall fechou a gaveta com
um suspiro. — Eu lhe disse para entrar e que eu a levaria para casa. Ela disse que
não queria uma carona e começou a se afastar. Me irritou. Eu já estava furioso
porque ela se afastou de mim no bar e acabei por reagir.

Marshall tirou a roupa e entrou no chuveiro, levantando a voz para ser


ouvido. Ouvindo sobre Marshall algemando-a na alça, Joe não conseguiu senão

62
pensar em Talia o provocando para revistá-la. — Inferno. Ela enlouqueceu. Ela
estava histérica.

Chocado com suas reflexões, Joe enrijeceu e olhou para Carter, que parecia
igualmente chocado. — O que diabos aconteceu? Você a machucou?

Marshall puxou a cortina do chuveiro para o lado e fez uma careta para os
dois. — Claro que não! Tem algo aí. Ela não estava apenas com medo. Ela parecia
estar no meio de uma porra de um pesadelo. Puxava como um animal ferido preso
em uma armadilha. Eu tive que segurar seu pulso para evitar que ela o quebrasse
enquanto eu tirava a algema.

Com uma maldição, Marshall puxou a cortina de volta no lugar novamente. —


Finalmente consegui levá-la de volta a casa e fui com ela para ter certeza de que
estava bem. Ela estava com um humor estranho.

Carter olhou para Joe antes de voltar sua atenção para Marshall. — Estranho
como?

Marshall fez uma pausa enquanto enxaguava o cabelo. — Não sei. Apenas...
desligada. Disse-me para levá-la ou sair para que ela pudesse usar seu vibrador.

Carter se endireitou e colocou sua xícara de café de lado. — Inferno, não há


nenhuma maneira de você simplesmente se afastar dela depois que ela disse
isso. Ela praticamente te desafiou, mas eu com certeza não quero que ela se
machuque.

Marshall praguejou e puxou a cortina de lado novamente. — E você não acha


que isso não passou pela minha cabeça o tempo todo? Porra! Eu deixei claro para
ela que o motivo pelo qual não queríamos nos envolver com ela era inteiramente
para protegê-la.

63
Joe bufou. — Sim. Temos tentado protegê-la, mas não se engane. Temos
tentado nos proteger de nunca sentir a culpa com a qual vivemos desde que Emily
se matou.

Marshall desligou a água, abriu mais a cortina do chuveiro e pegou uma


toalha. — Sim. Foi a mesma coisa que Talia disse.

Carter sorriu. — Vou voltar para a estação. — Ele olhou para Marshall. —
Quando você chegar lá, vou levar um pouco de café da manhã para ela.

Marshall enxugou a toalha sobre o corpo antes de entrar em sua boxer. — Essa
casa tem que ser totalmente refeita. Ela contratou os Madisons. Ela está gastando
todo o seu dinheiro com a casa e quase não há comida na geladeira. Vou fazer
compras quando sair do trabalho.

— Merda. — Joe fez uma careta. — Carter precisa de algum tempo a sós com
ela, e eu tenho que dormir um pouco antes de ir para o serviço mais tarde. Vou ter
que esperar até mais tarde para vê-la.

Endireitando-se, ele sorriu. — Com alguma sorte, serei eu quem passarei a


noite com ela.

64
CAPÍTULO SEIS

Logo após o nascer do sol, Carter terminou seu turno e, pela primeira vez desde
que se mudou para Desire, estava ansioso para chegar em casa. A antecipação
tornou seus passos leves, apesar de ter trabalhado durante a noite. Depois de tomar
um banho correndo, vestiu jeans, uma camiseta azul e suas botas e correu para a
lanchonete.

Saiu minutos depois com uma sacola cheia de dois grandes cafés da manhã,
assobiando ao entrar na caminhonete.

Confiante de que poderia fazer Talia perdoar a maneira como ele a rejeitou no
passado, Carter fez o curto trajeto até à casa dela, uma enorme monstruosidade que
devia ter quase cem anos de idade e parecia precisar de muito trabalho.

Lembrando-se da afirmação de Marshall de que ela tinha muito pouca comida


na geladeira, Carter decidiu ver o que mais ela precisava.

O orgulho de Talia a impediria de aceitar qualquer coisa deles, mas se ele e


seus irmãos acabassem passando algum tempo com ela, seria natural para eles
trazerem comida para a casa e eles poderiam encontrar uma maneira de ajudá-la
com outras coisas sem fazer um grande alarido disso.

Com uma sensação de antecipação e excitação que não sentia há muito tempo,
Carter parou na garagem atrás de seu carro pequeno e saiu, franzindo a testa
novamente quando viu que a picape de trabalho dos Madisons estava parada na
garagem ao lado do carro de Talia.

Irritado com a companhia inesperada, ele agarrou a sacola e saiu, subindo


apressado os degraus da ampla varanda. Vendo a porta da frente aberta, ele se

65
aproximou da porta de tela, fazendo uma careta quando viu que ela pendia torta de
uma das dobradiças.

Inclinando-se mais perto, ele olhou para dentro, mas não viu ninguém. — Olá?

Segundos depois, Cole apareceu no topo da escada, sorrindo ao vê-lo. —


Carter!

Ele desceu os degraus, enxugando as mãos em um pano e empurrou a porta,


parecendo não se surpreender com o rangido alto. — Eu não esperava você esta
manhã. Como está? Entre.

— Bem. — Carter entrou, procurando no grande foyer por qualquer sinal de


Talia. — Eu não esperava que você estivesse aqui. Trouxe café da manhã para
Talia. Ela está aqui?

Cole franziu a testa e deu um passo para o lado. — Ela está cumprindo uma
missão com Sloane. Não tenho certeza de quanto tempo eles vão demorar. Ela sabia
que você estava vindo?

— Não. — Carter seguiu Cole até à cozinha, lutando para esconder sua
decepção. — Eu queria surpreendê-la com o café da manhã.

Cole abriu o armário e se virou. — Café?

Sua irritação e ciúme cresceram com a prova de que Cole sabia se virar na
cozinha de Talia e, aparentemente, se sentia confortável lá. Forçando um sorriso, ele
colocou a sacola de comida na pequena mesa da cozinha. — Certo. Obrigado.

Depois de entregar a Carter uma caneca grossa de café quente, Cole se


recostou na bancada velha e rachada, com os olhos brilhando. — Já estava na hora.

Carter deu um gole em sua xícara e franziu a testa. — Já estava hora de quê?

66
Balançando a cabeça, Cole sorriu. — Inferno, Carter. Toda a maldita cidade tem
observado você e seus irmãos tentando evitar Talia por meses - o tempo todo
olhando para qualquer homem que olhe para ela e olhando para ela quando você
acha que ninguém está olhando.

A irritação de Carter cresceu ao saber que as pessoas na cidade estavam


falando sobre eles, e pior, eles estavam cientes de suas rejeições aos avanços de
Talia. — Talia é uma mulher maravilhosa. Qualquer homem teria sorte de tê-la.

Cole sorriu e inclinou a cabeça. — Bonita também. Se eu já não estivesse


apaixonado por Marissa…

— Mas você está. — Carter respirou fundo para se acalmar. — Por que não se
preocupa em conseguir sua própria mulher?

Cole sorriu novamente e tomou um gole de café. — Pelo menos nossa mulher
sabe que a queremos. Você e seus irmãos são tão teimosos que não conseguem ver
o que está diante de seus rostos.

Não querendo discutir o que pode se tornar um caso com Talia, que ele poderia
imaginar que seria desaprovado, Carter colocou sua xícara de lado. — Onde Talia e
Sloane foram?

Cole sorriu de novo, um sorriso conhecedor que deixou os dentes de Carter


tensos. — Eles foram à loja de móveis para se encontrar com Jared para revisar o
layout da cozinha.

— Ela está mandando os Prestons construirem os armários?

E por que diabos estou irritado por não saber disso?

— É claro. — Cole sorriu novamente, aparentemente se divertindo. — Talia


acha que é importante patrocinar os negócios na cidade sempre que pode. — Ele

67
gesticulou em direção à sacola que estava sobre a mesa. — Seu café da manhã está
esfriando.

Impaciente, Carter cerrou os dentes. — Eu não dou a mínima para


comida. Coma você. Eu vou encontrar Talia.

Ele se virou, parando abruptamente ao som da voz de Brett vindo do jardim da


frente.

— Cole! Venha aqui e me ajude com esta banheira.

Carter saiu com Cole, surpreso ao encontrar Brett parado ao lado de sua
caminhonete, a caçamba carregada de acessórios de banheiro. — Parece que você
tem estado ocupado.

Brett sorriu. — Sim. Assim que terminarmos o banheiro do corredor de cima, só


temos que pintar e o andar de cima está pronto.

Carter acenou com a cabeça. — E pelo que ouvi, a próxima é a cozinha.

Cole olhou as caixas que enchiam a traseira da picape de Brett com um olhar
crítico. — Ainda não. Estamos dando as medidas aos Prestons, e eles vão repassar
diferentes layouts com ela e então escolher um estilo.

Minutos depois, Carter ajudou Brett a carregar uma banheira escada acima,
olhando os quartos pelos quais passaram no caminho para o banheiro do
corredor. Surpreso ao descobrir que, embora os quartos estivessem todos vazios, o
andar de cima parecia ter sido totalmente remodelado.

O piso de madeira brilhava, obviamente tendo sido reformado, e as paredes


estavam salpicadas e prontas para serem pintadas.

— Isso parece ótimo. — Carter ajudou a carregar a banheira para um banheiro


que tinha sido esvaziado e com ladrilhos novos. — Parece que ela trabalhou muito.

68
Brett sorriu. — Sim. Ela realmente ajudou muito com isso. Ela não é ruim na
massa.

— Oh? — Carter se perguntou o quão duro ela trabalhou para manter as


despesas baixas. — Eu gostaria de ajudar onde posso, especialmente se puder cortar
as despesas dela.

Brett e Cole trocaram um olhar antes de Cole sorrir. — É claro.

Depois de colocar a banheira no chão, Carter olhou para cada um deles. — O


que foi esse olhar?

Outro olhar compartilhado aumentou as suspeitas de Carter. — O que está


acontecendo?

Cole se endireitou e encolheu os ombros. — Nós não sabemos exatamente,


mas é algo que está sendo mantido de Talia. Eu realmente não acho que podemos
compartilhar isso.

Franzindo a testa, Carter sentiu um nó se formando em seu estômago. — Algo


está errado?

Balançando a cabeça, Cole ajudou Brett a ajustar o posicionamento da


banheira. — Não. Olha, eu gostaria de te contar mais, mas é algo que você vai ter
que resolver com Ace.

Carter franziu a testa. — Resolver o quê, exatamente, com Ace?

— As contas de Talia para refazer este lugar. — Cole se endireitou, assistindo


Brett trabalhar com o nível. — Só não diga nada a ela.

— O que diabos isso tem a ver com Ace?

Cole se virou para Carter com um pequeno sorriso. — Não estou nesta cidade
há muito tempo, mas até eu sei que toda mulher aqui tem alguém cuidando dela. —
69
Ele deu de ombros e ajudou Brett a reajustar a banheira. — Nós nem percebemos
que Ace estava cuidando de Talia até que ela decidiu comprar esta casa.

Carter pensou em várias coisas que Ace havia dito e feito no passado. —
Droga. Ele insistiu tanto que todos nós cuidássemos dela após o acidente. Ele achava
que ela tinha um perseguidor e a verificava várias vezes ao dia. Merda. Achei que
Ace estava apenas sendo protetor com ela porque ela trabalha para ele. Ela tem
família?

Brett encolheu os ombros e voltou ao trabalho. — Marissa me disse que ela


tem irmãos e foi criada em um rancho. Os pais dela estão mortos. — Ele sentou-se
sobre os calcanhares. — Não sei mais do que isso.

Carter ergueu uma sobrancelha. — Aposto que Ace sabe de alguma coisa.

Carter pretendia descobrir. De repente ainda mais ansioso para ver Talia,
Carter se endireitou. — Eu vou encontrá-la. Vejo vocês mais tarde.

Minutos depois, ele estacionou no estacionamento da loja de móveis, surpreso


ao ver Sloane acomodando Sammy, o filho de Marissa, em uma cadeirinha na parte
de trás de seu SUV.

Escondendo sua decepção, ele cumprimentou o menino e, em seguida,


Sloane. — Ei, Sloane. Ouvi dizer que Talia estava com você.

— Estava. — Sloane sorriu e entregou um caminhão de brinquedo para


Sammy. — Ela e Marissa foram para Tulsa comprar lâmpadas.

— Lâmpadas?

— Sim. Ela não tem luz no andar de baixo, exceto na cozinha, e queria comprar
algumas. Marissa está de folga e tem algumas compras para fazer, o que dá a Cole,
Brett e a mim algum tempo com esse carinha.

70
— Estou ajudando.

Sloane sorriu. — Sim você está. — Ele se virou para Carter, sorrindo
conspiratoriamente. — Ele tem sua própria caixa de ferramentas e martela pregos
de madeira para nós.

Escondendo sua irritação por ter perdido Talia, Carter tentou olhar
adequadamente impressionado. — Uau. Você deve ser uma grande ajuda.

Sammy sorriu. — Sou. Depois, temos hambúrgueres e pudim de chocolate.

Batendo no nariz de Sammy, Sloane sorriu. — Temos certeza que sim.

Vendo o orgulho no rosto de Sloane, Carter não pôde deixar de se perguntar


como seria ter uma família. — Parece que ele dirige uma barganha difícil. Você tem
alguma ideia de quando as mulheres vão voltar?

Sloane fechou a porta traseira onde Sammy estava sentado e abriu a porta do
motorista, entrando, ligando o motor e baixando a janela. — Não espero que voltem
por várias horas, mas estamos todos planejando jantar juntos.

Olhando no espelho para verificar Sammy, Sloane sorriu novamente. — Parece


que você e seus irmãos finalmente abriram os olhos. Bom para você.

Carter não pôde deixar de sorrir. — Sim. Agora só temos que falar com Talia
disso. — Ele olhou para Sammy. — Como vai com a sua?

— Passos de bebê. — Sloane suspirou. — Ela tem muito a curar e não a


estamos apressando, mas garantindo que ela saiba que não iremos a lugar nenhum.

Lembrando-se de como Marissa ficou depois de sua última surra do pai de


Sammy, Carter olhou significativamente para o menino. — Como tá indo?

71
— Problemas com custódia. Quatro pessoas em um relacionamento não são
aceitas em todos os lugares. Temos que agir com cuidado. — Um músculo trabalhou
na mandíbula de Sloane.

— Conseguimos um advogado melhor para ela. Queremos cortá-lo da vida de


ambos.

— Boa sorte.

Inclinando a cabeça, Sloane engrenou o SUV. — Você também.

Carter o observou se afastar com um suspiro, imaginando que ele poderia


muito bem comer algo e ir para casa dormir um pouco.

Ele queria estar bem descansado quando visse Talia novamente.

Também lhe daria algum tempo para pensar no que poderia dizer a ela.

72
CAPÍTULO SETE

Talia acenou um adeus para Marissa, Sammy e os Madisons, fechando a porta e


voltando-se para olhar suas compras.

Comprou alguns abajures baratos para usar no andar de baixo até que pudesse
pagar para terminar e conseguir os abajures que queria.

As luzes do teto no saguão e na cozinha só davam uma luz fraca e precisavam


ser atualizadas, mas enquanto isso, ela teria mais luz em ambos os lugares.

Ela amava sua casa, mas não podia negar que uma casa tão grande parecia
solitária à noite, especialmente com tão pouca luz.

Embora Marissa e os Madisons a tivessem convidado para jantar com eles, ela
recusou na esperança de que Marshall aparecesse depois do trabalho.

Tinha sido um dia quente e úmido, e ela se sentia quente e pegajosa.

Grata por ter um novo ar-condicionado, subiu as escadas correndo para tomar
um banho, parando para admirar mais uma vez o banheiro do corredor antes de
continuar pelo corredor até o banheiro principal, tirando as roupas no caminho para
o armário.

Com um sorriso, puxou um vestido de verão vermelho, sem se preocupar com


sutiã ou calcinha. No caminho para o banheiro, ela olhou para o igualmente
grande pé-no armário ao lado dela.

Ela planejou o quarto com Marshall, Joe e Carter em mente e propositalmente


o deixou vazio para eles.

73
Ela não conseguia parar de sorrir enquanto tomava banho, olhando para o
sabonete masculino e o shampoo que comprou na Indulgences quando se
abasteceu sozinha.

Ela se secou, passou o hidratante e penteou o cabelo, deixando-o solto para


secar ao ar.

Antes que pudesse colocar o vestido, sua nova campainha tocou.

Supondo que os Madisons tivessem esquecido algo, ela rapidamente vestiu o


vestido e foi atender a porta.

Ela a abriu, prendendo a respiração ao ver Marshall, Joe e Carter parados do


outro lado.

Seu olhar foi imediatamente para o de Marshall, em busca de um sinal de que


ele se arrependia de ter feito amor. Seu pulso disparou quando ele sorriu, os olhos
brilhando com o prazer da recordação. — Olá.

— Olá, baby. — Marshall, vestido com jeans e uma camiseta, avançou, abrindo
mais a porta enquanto entrava, parando para tocar seus lábios nos dela antes de ir
para a cozinha. — Ouvi dizer que você teve um dia agitado.

Pela primeira vez, ela percebeu que Joe e Carter usavam seus uniformes e os
três carregavam sacolas do supermercado da cidade. — Eles estão aqui para me dar
o inferno por dormir com você ou decidiram que, já que eu dormi com você, vou
dormir com eles também?

Joe sorriu. — Nós merecemos isso. — Curvando-se, ele beijou o topo de sua
cabeça e a cutucou para ir à frente dele. — Nós resistimos a você o máximo que
podíamos. Você tem sido o principal assunto da conversa em nossa casa há meses.

74
Carter fechou a porta atrás de si e foi atrás, os três homens empilhando as
sacolas que carregavam para a bancada. Virando-se para ela, ele estendeu as mãos,
olhando-a com expectativa.

Em vez de colocar as dela nelas, ela olhou para Marshall em busca de


orientação. Joe se aproximou, estudando suas feições. — Interessante.

Ele olhou de volta para Marshall, que a observava atentamente. — Ela está
olhando para você para ver se está tudo bem para você ela nos tocar ou, eu
presumo, se nós a tocarmos.

O sorriso lento de Marshall, cheio de afeto e indulgência fez seu coração bater
mais rápido. — Talia não é o tipo de mulher que assume nada.

Aproximando-se, ele empurrou seus irmãos para fora do caminho, seus ombros
largos empurrando-os de lado. — Você não pode culpá-la, especialmente porque
passamos os últimos meses fazendo o nosso melhor para afastá-la. Ela não tinha
ideia de como era difícil resistir a ela.

Curvando-se, ele deslizou a mão por baixo da bainha do vestido de verão e


segurou seu traseiro, levantando-a bem alto contra ele, sorrindo quando ela
envolveu as pernas em sua cintura. — Não. Direto ao assunto. Sem jogos. Sem
pretensão. — Joe riu e foi atrás dela. — E sem calcinha. — Movendo seu cabelo de
lado, ele roçou os lábios sobre a parte de trás de seu ombro, enviando um arrepio
de deleite que ela sabia que Marshall devia sentir. — Eu tenho que voltar a trabalhar
por cerca de uma hora antes que Carter me substitua. Eu gostaria de voltar aqui e
passar a noite com você e Marshall.

Baixando as mãos para os quadris, Carter sorriu fracamente e balançou a


cabeça. — OK. Estou com inveja. — Seus olhos se estreitaram em suas feições antes
de descer para suas pernas e pés nus. — Eu vim esta manhã, mas você já tinha ido.

75
— Veio? — Sabendo que Joe tinha visto sua bunda nua, ou pelo menos parte
dela, Talia lutou para esconder sua excitação, levantando seu rosto para o de
Marshall. — Eles só me querem porque você me teve?

Marshall tocou seus lábios nos dela e se endireitou novamente. — Não é isso
que você quer?

— Só porque não estou procurando um compromisso, não significa que vou me


deixar ser usada. Eu poderia ter tido isso com qualquer um dos homens no bar. Eu
também não quero sexo por pena. Não preciso de um para sempre, mas preciso ser
desejada e exclusiva enquanto isso durar.

Carter deu um passo à frente, estendendo a mão para deslizar os dedos por seu
cabelo úmido. — Todos nós queremos você. Desde que te conhecemos, mas
tentamos ficar longe. — Ele sorriu fracamente e encolheu os ombros. — Decidimos
que simplesmente não podemos ficar longe por mais tempo.

Talia sorriu, balançando contra Marshall, a fricção de seu clitóris contra sua
barriga tensa aumentando sua excitação. — Bem desse jeito?

Carter sorriu. — Você é uma mulher suspeita. Teremos que ser cuidadosos com
você. Marshall tem tido dificuldade em acreditar que podemos fazer isso sem
machucar você. Joe e eu temos ficado loucos esperando que ele resolva o que todos
nós sabíamos que iria acontecer.

Joe envolveu os braços dela com as mãos e a apoiou contra ele. — Você tem
nos deixado loucos.

A sensação das mãos de Marshall apertando seu traseiro enquanto Joe


acariciava seu pescoço sob o olhar atento de Carter tornava tudo muito real.

76
Respirando fundo, ela tirou as mãos dos ombros de Marshall. — Por favor, me
coloque no chão.

Olhando para Joe por cima do ombro, ele lentamente a colocou de pé


enquanto Joe a soltava por trás.

Pegando as mãos dela, Marshall estudou suas feições, seus próprios olhos
ilegíveis. — O que há de errado, baby? Você se arrepende da noite passada? Você
mudou de ideia?

Puxando as mãos das dele, ela colocou alguns metros de distância entre eles,
recostando-se no balcão para observar os três. — Não. Não me arrependo de ontem
à noite e não, não mudei de ideia. E não. Não vou alegar que estava bêbada. Eu
posso lidar com a bebida, Marshall.

Marshall inclinou a cabeça. — Tenho que admitir que pensar nisso me deu
alguns momentos ruins. Então, se não é isso, qual é o problema?

Divertida que todos os três homens estavam de frente para ela, com as mãos
nos quadris e olhares quase idênticos de vigilância em seus rostos, Talia sorriu. —
Ter vocês três aqui e olhando para mim do jeito que estão é um pouco opressor.

Joe sorriu. — De verdade? É bom saber que podemos irritá-la depois de todo
aquela atrevimento que tivemos de aturar.

— Não é atrevimento. É honestidade. — Cruzando os braços sobre o peito, ela


olhou para cada um deles. — E isso é algo que eu aprecio de todos vocês.

Carter deu um passo à frente. — É claro. O que você quer saber?

— Eu quero saber por que vocês de repente estão aqui.

Marshall se endireitou. — Porque estamos cansados de lutar contra o que


sentimos por você.

77
Levantando uma sobrancelha, ela deixou seu olhar tocar cada um deles. — E o
que, exatamente, é isso?

— Nós queremos você, droga! — Joe abaixou as mãos, apertando-as ao lado do


corpo. — Queremos você há meses.

— E ainda assim vocês deixaram claro como a luz do dia que não estavam
interessados em mim.

— Você sabe porquê. — Marshall avançou lentamente, movendo-se como um


caçador. — Nós não…

— Querem me machucar. Eu sei. — Talia sorriu, apreciando seu desconforto


depois de tudo que eles a fizeram passar. — E o que te fez mudar de ideia?

Carter soltou um suspiro. — Não mudamos de ideia, mas percebemos que você
é uma mulher forte. Você nos fez querer mais. Gosto do seu desejo de
honestidade. Mentiras machucam todo mundo.

Gelada por memórias do passado, Talia forçou um sorriso. — Exatamente. Vou


ser um pouco mais honesta. Só estive com dois homens na minha vida. Meu marido
e Marshall.

Carter olhou para Marshall. — Agora estou com muita inveja.

Voltando-se, ele estendeu a mão para ela. — Você quer nos contar sobre o seu
marido?

— Não. — Ela respirou fundo e ergueu o queixo. — Eu já disse que não quero
um compromisso, mas não quero fazer sexo com um homem que está dormindo
com outra pessoa.

Marshall foi até ao balcão ao lado dela e começou a desempacotar as


compras. — Eu não estou dormindo com mais ninguém. Não quero mais ninguém e

78
tenho certeza absoluta de que não vou tolerar que você durma com outra pessoa
enquanto dorme com a gente.

— Eu não engano. Eu sei que é apenas sexo, mas não vou dormir com ninguém
enquanto estiver dormindo com você.

Joe levantou uma sobrancelha para isso. — E eu?

— Isso é com o Marshall.

Colocando de lado os bifes que desempacotou, Marshall olhou para seus


irmãos antes de levantar seu queixo para olhar em seus olhos. — Você sabe que Joe
e Carter também querem você. Você sabe que nós compartilhamos. Isso vai ser um
problema?

— Não para mim, contanto que nos entendamos. — Talia estendeu a mão para
aplainar a mão em seu peito. — Se você quiser parar de me ver, diga. Sou uma
garota crescida e sei que isso não pode durar para sempre. Se você alguma vez se
apaixonar por alguém, apenas me diga, em vez de me trair e me fazer de boba.

Carter fechou as mãos na cintura dela e a ergueu sobre a bancada, empurrando


seus joelhos para o lado e colocando-se entre eles. Puxando-a contra ele, ele
pressionou seu pênis contra ela, seus lábios torcidos de raiva e nojo. — Sem
trapaça. Ninguém está fazendo papel de bobo.

Com uma mão em seu cabelo, ele inclinou a cabeça para trás. — E se alguém
ridicularizá-la de alguma forma por se tornar nossa amante, eu quero ouvir sobre
isso. Entendido? — Marshall passou a mão pelo braço dela, deixando um rastro de
calor em seu rastro. — Nós somos fiéis, e com certeza esperamos que você seja fiel
também. Isso é entre nós e ninguém mais tem parte nisso. Você quer sair, nós
queremos ouvir sobre isso.

79
Joe deslizou a mão sobre seu joelho para que todos os três a tocassem. — Se
outro homem tocar em você, vou quebrá-lo ao meio.

Sorrindo, ela olhou para cada um deles. — OK. Honestidade. Exclusividade.


Sem compromisso. Quer manter isso em segredo?

— Não.

Carter deu-lhe um beijo rápido e forte.

Marshall agarrou a mão dela, aproximando-se e roçando os lábios nos dela. —


Nem uma maldita chance.

Joe riu e cutucou Carter de lado para ficar entre suas coxas abertas. — Se
quiséssemos manter isso em segredo, teríamos que nos mudar para fora da cidade.
Desire, Oklahoma, não é exatamente um lugar para segredos. Agora, me dê um
beijo para que eu possa terminar meu turno.

Erguendo o rosto para seu beijo, Talia sorriu. — Você já disse a Ace que estava
aqui, não foi?

— É claro. Estou com meu celular. — Joe tomou seus lábios em um beijo doce
que a fez enrolar os dedos dos pés. Erguendo a cabeça, ele sorriu para ela. — Estarei
de volta assim que Carter aparecer para seu turno.

Endireitando-se, ele olhou para seus irmãos. — Guardem-me um bife. Tenho a


sensação de que vou precisar da minha energia esta noite.

80
CAPÍTULO OITO

Marshall olhou para o carvão criticamente antes de se virar para entrar para
pegar os bifes.

Ele parou no topo da escada da varanda ao redor para olhar para trás, para o
quintal esparso e irregular, imaginando-o cheio de grama verde exuberante e um
pátio de lajes.

Ele e seus irmãos moravam em apartamentos desde que seus pais


morreram. Eles moraram em um apartamento com Emily porque nunca estiveram
por aqui por tempo suficiente para lidar com as responsabilidades de possuir uma
casa.

Afastando-se do quintal, ele sorriu ao ouvir o som de risos vindos de dentro e


abriu a porta dos fundos, seu sorriso caindo quando a prancha cedeu sob seus pés.

Amaldiçoando, ele abriu a porta e entrou. — Aquela maldita varanda está


caindo aos pedaços!

Talia ergueu os olhos da tigela de salada em que estava trabalhando, sorrindo


fracamente. — Já viu dias melhores. Não ouvi nenhum grito ou um estrondo alto, e
você não está mancando, então posso presumir que você está bem?

Marshall olhou para o irmão, que estava sentado à mesa bebendo chá gelado,
e foi até à pia lavar as mãos. — Estou bem, mas não gosto que você caminhe sobre
ela.

Sorrindo, Talia ofereceu a ele uma mordida de tomate. — Eu não sou tão
grande quanto você. A única coisa que faço lá é ir cuidar dos meus pés de tomate. —
Seu sorriso caiu. — Você não danificou nenhum deles, não é?

81
— Não. Não machuquei suas plantas. — Ele desligou a água e pegou o pano de
prato pendurado na maçaneta do armário entre eles. Recostando-se no balcão, ele a
observou colocar a salada na geladeira e se virar para ele.

— Você quer um chá doce ou uma cerveja?

— Uma cerveja. Não gosto que você fique sem mantimentos.

Ela fechou a porta da geladeira e se virou, tirando a tampa da cerveja antes de


entregá-la a ele. — Eu já tive essa conversa com Carter. Não guardo muita comida
aqui porque não como muito aqui e a geladeira está quase no fim. Quando me
mudei, enchi-a e tive que jogar fora muitas coisas que estragaram. Quando eu
reformar a cozinha, vou comprar uma nova, mas até então, eu só mantenho
algumas coisas lá.

— Você já beijou Carter?

Talia piscou, claramente surpresa com a pergunta. — Sim.

Divertido e encantado com o rubor dela, Marshall recostou-se no balcão,


levantando uma sobrancelha. — Bom.

Observando-a, ele tomou um gole de cerveja. — Você parece surpreso com a


pergunta. — Talia encolheu os ombros e voltou para o balcão para limpar a tábua de
corte.

— Não estou acostumada a discutir o que fiz de um homem para outro.

— Meus irmãos e eu não temos segredos uns dos outros.

Talia deu-lhe um daqueles sorrisos sarcásticos que faziam seu pênis se


contorcer. — Então talvez você devesse ter perguntado a ele.

— Eu queria uma resposta sua. — Ele tomou outro gole de sua cerveja,
trocando um olhar com Carter. — Como foi?
82
Seus lábios estavam inchados do beijo de Carter, mas ela ainda parecia nervosa
perto dele.

Carter sorriu. — Se eu soubesse que ela era tão apaixonada, não teria sido
capaz de aguentar tanto tempo. Vai ser um longo turno esta noite, sabendo que ela
está aqui na cama com vocês dois.

— E eu odiava deixá-la no meio da noite. — Marshall tomou outro gole de


cerveja e colocou a garrafa de lado. — Vou falar com Ace sobre a rotação de nossas
agendas.

— Boa ideia. Assim podemos estar com ela em momentos diferentes. — Carter
tomou um gole de chá e gesticulou em direção a Talia com seu copo. — Ela ainda
está assustada perto de mim.

Marshall inclinou a cabeça. — Eu posso ver isso. — Assistindo Talia mover-se


nervosamente ao redor da cozinha, ele olhou para seu irmão. — Apesar de seu
atrevimento, ela só flertou conosco um de cada vez. Agora que somos amantes, ela
está enfrentando a realidade de lidar com nós três. É algo com o qual ela terá que se
acostumar.

Limpando a tábua de corte, Talia olhou para Carter antes de olhar para
Marshall novamente. — Estou bem aqui.

Marshall deixou seu olhar passear sobre ela, o conhecimento de que ela não
usava sutiã ou calcinha sob o vestido, tornando difícil manter as mãos para si
mesmo.

Ele a queria, mas queria que ela se sentisse confortável com o acordo que
haviam feito.

83
Estendendo a mão, ele pegou a mão dela e puxou-a para mais perto. — Estou
bem ciente disso. Você também me disse há poucos minutos para falar com
Carter. Além disso, eu já disse a você que meus irmãos e eu conversamos bastante
sobre você, o que tenho certeza que vai aumentar agora que somos seus amantes.

Carter se levantou e foi atrás dela, deslizando a mão em sua cintura. — Sinta-se
à vontade para entrar a qualquer momento.

— Eu não sou arisca.

Carter sorriu. — Você simplesmente estremeceu quando eu toquei em você, e


desde que Marshall voltou para dentro, você está fazendo o possível para manter
distância de nós dois. Você também não encontrou meu olhar.

Curvando-se, ele tocou os lábios em seu cabelo. — Você parece muito culpada
e não fez nada de errado.

Marshall puxou-a para mais perto, levando a mão dela aos lábios. — Ela está
nervosa porque eu vou tocá-la na sua frente ou porque você vai tocá-la na minha
frente.

— É compreensível. — Carter encolheu os ombros e esfregou sua cintura para


encorajá-la. — E algo que precisamos superar.

— Concordo. — Marshall foi até à mesa da cozinha e se sentou em uma das


cadeiras, colocando-a em seu colo. Com a mão na nuca dela, ele inclinou a cabeça
para beijá-la.

Talia se ergueu para ele, segurando em seu ombro, a outra mão deslizando
para seu cabelo.

Ele a beijou lentamente, o carinho em seu beijo suave inesperado.

84
Ela esperava a paixão da noite anterior, não um ataque lento aos seus sentidos
que a deixou mancando e tremendo com a necessidade de seu toque.

Balançando-se em seu colo na tentativa de se aproximar, ela pressionou os


seios contra seu peito para aliviar a dor em seus mamilos.

Além de apertar a mão em sua cintura, Marshall não reagiu, continuando sua
sedução decadente com uma meticulosidade lenta que puxou suas emoções.

Cada beijo se misturou ao seguinte, sua língua provocando seus lábios antes de
mergulhar mais fundo.

Com um gemido, ela enredou sua língua com a dele, choramingando quando
ele recuou para mordiscar seus lábios. — Marshall!

— Sim, baby? — Erguendo a cabeça, ele olhou para ela, seus olhos escuros e
estreitos. — Você quer mais?

— Sim! — Pressionando as coxas juntas em um esforço para aliviar a dor em


seu clitóris, ela se endireitou, as mãos em seu cabelo enquanto corria beijos sobre
sua mandíbula. — Por favor!

Apertando a mão em torno de seu cabelo, ele jogou sua cabeça para trás,
deslizando a mão em sua cintura para suas costas. — Você está nos provocando há
um bom tempo.

Segurando seu pescoço, Talia inclinou a cabeça para trás e sorriu para ele. —
Achei que nenhum de vocês notou.

— Nós percebemos. — As pontas dos dedos de Marshall arrastaram-se


lentamente por suas costas enquanto ele abaixava o zíper de seu vestido. — Você
não acha que depois de toda aquela provocação, Carter merece um beijo?

85
Sua pulsação disparou, a ideia de beijar Carter na frente de Marshall era ao
mesmo tempo excitante e um pouco enervante. Olhando nos olhos de Marshall,
Talia engoliu em seco, intensamente ciente de que Carter se aproximou. — Como
você se sentiria por me ver beijar Carter?

Soltando seu cabelo para deslizar a mão sobre ele, Marshall segurou seu
queixo, seu olhar segurando o dela. — Eu gostaria muito de ver meus irmãos darem
prazer a você e obterem prazer por tocá-los. Você está convidando Carter para
beijá-la há meses, não é?

O coração de Talia bateu mais rápido, sua respiração engatou ao ver o olhar de
fome em seus olhos, mas ela não podia olhar para Carter. — Sim.

Ele se inclinou para tocar seus lábios nos dela, suas mãos indo para sua
cintura. — Então beije-o.

O arranhar das pernas da cadeira no piso de linóleo rachado sinalizou a


abordagem de Carter enquanto ele puxava outra cadeira para mais perto à sua
esquerda e sentava-se nela.

Deslizando a mão em seu cabelo, Carter virou seu rosto para ele, inclinando-a
para trás e apoiando sua cabeça, os olhos brilhando de fome e diversão. — Eu
pretendo aceitar todas as ofertas que você fez.

Agudamente ciente da atenção de Marshall, Talia agradecida pegou a mão que


Marshall deslizou contra a dela, seu pulso disparando quando Carter abaixou a
cabeça para a dela.

Ao primeiro toque de seus lábios, ela se derreteu contra ele, a ternura suave
em seu beijo tão quente e suave que ela se encontrou estendendo a outra mão para
ele, deslizando os dedos em seus cabelos.

86
Um gemido escapou, e então outro, a sedução suave em seu beijo se
intensificando em algo mais erótico.

Erguendo a cabeça, ele olhou para ela, seus olhos mais escuros e estreitos. —
Você está me provocando com mais do que a promessa de um beijo. Eu quero te
tocar. Você gostaria de ter Marshall e eu tocando você ao mesmo tempo?

— Deus, sim! — Talia não podia esperar, sua excitação diminuindo suas
inibições. — Faça isso agora! Por favor.

Marshall deslizou a mão pela parte interna da coxa, aproximando-se cada vez
mais de sua fenda. — Nós sabemos, querida. Você está excitado e a necessidade
afasta o nervosismo, não é?

Carter deslizou a parte de cima de seu vestido de verão para baixo, expondo
seus seios ao seu olhar. — E logo você verá que não tem motivo para ficar
nervosa. Jesus, você é linda.

Talia gritou de prazer, arqueando com a necessidade de ter a atenção de Carter


em seus seios.

Ainda segurando a cabeça dela virada para ele, ele olhou em seus olhos
enquanto segurava seu seio, seus olhos brilhando quando ela gritou novamente. —
Hmm. Ela gosta disso. Seus seios são lindos. Suavea. Firmes. Tão delicados.

— Ela é assim em todos os lugares. — Marshall ergueu a bainha de seu vestido


até à cintura, expondo seu monte. — Você deveria ver como ela reage ao ter seu
clitóris acariciado.

Carter se curvou para tocar seus lábios em seu outro mamilo enquanto
acariciava o mamilo que segurava. — Eu quero ver.

87
Erguendo a cabeça novamente, ele moveu a mão para o seio mais próximo a
ele e deslizou a outra para seu monte. Seu leve sorriso tinha uma qualidade
provocadora, quase como se ele estivesse ansioso para provocá-la do jeito que ela o
provocou. — Eu quero sentir.

Marshall manteve o olhar fixo no dela, fechando levemente os dedos em seu


mamilo. — Acho que ela gostaria disso.

Talia mexeu no colo de Marshall, a sensação de seus dedos e a sensação da


palma calejada de Carter contra seus mamilos aumentando sua excitação.

Com um antebraço grosso, Marshall ergueu ligeiramente as pernas. — Você é


uma pequena coisinha esquisita.

— Eu não sou pequena. — Ela estremeceu com o deslizar do dedo de Carter


sobre seu clitóris, instintivamente pressionando contra o agarre de Marshall e sem
surpresa por não conseguir mover os braços dele. — Outro aspecto - oh!

Carter praguejou e deslizou o dedo dentro dela. — Ela é incrível, não é? Que
outro aspecto, querida?

Ela agarrou seu dedo, movendo-se no ritmo de suas estocadas lentas. — Você
fala sobre mim.

Curvando-se para tocar seus lábios nos dela, ele deslizou o dedo livre para se
concentrar em seu clitóris novamente. — Nós falamos sobre você o tempo todo,
Talia.

Rindo, Marshall a segurou firme. — Acho que ela estava se referindo a nós
falando sobre ela na frente dela.

88
Os dedos dos pés de Talia enrolaram, seu clitóris queimando e formigando. —
Não é a primeira vez. Oh! — Ela caiu em uma onda de sensações, gritando quando a
atenção para seus mamilos se tornou muito intensa.

Liberando seu mamilo, Carter se abaixou e correu seus lábios sobre ele e
desacelerou seus golpes em seu clitóris. — É isso aí, querida.

Marshall soltou suas pernas, deslizando a mão de seu seio enquanto se curvava
para tocar seus lábios em sua testa. Inclinando-se para trás, ele passou a mão pelos
cabelos dela e a olhou nos olhos. — Você está bem, baby?

Os resquícios de prazer diminuíram lentamente, permitindo que o


constrangimento se infiltrasse.

Seu rosto queimou sob seu escrutínio. — É claro. O que pode estar
errado? Permita-me levantar. Preciso arrumar a mesa.

Com as mãos embaixo dela, Carter a deslizou do colo de Marshall para o


dele. — Eu estou com ela.

Marshall passou a mão em sua coxa enquanto se levantava. — O carvão deve


estar pronto. Vou começar os bifes.

Ela tentou afastar o sentimento de culpa, mantendo o rosto abaixado enquanto


Carter a ajudava a colocar a parte de cima do vestido no lugar. Assim que Marshall
saiu, ela soltou um suspiro, na esperança de aliviar seu nervosismo. — Sinto muito.

Carter moveu o cabelo de lado e lentamente levantou o zíper. — Por quê?

— Não sei! — Ela deu um pulo e foi até à geladeira descalça, pegando uma
cerveja antes de fechá-la novamente. — Você não tem que ir trabalhar?

89
— Em alguns minutos. — Pegando a garrafa dela em um movimento rápido
que ela não havia previsto, ele abriu a tampa antes de devolvê-la. — Você não tem
nada para se desculpar.

Talia deu as costas para ele, parada na pia da cozinha para olhar pela janela. —
Eu comecei isso e estou agindo como uma covarde.

As mãos de Carter se fecharam em seus ombros. — Ninguém pensa que você é


covarde.

Assistindo Marshall colocar os bifes na grelha, ela deu de ombros e tomou um


gole de sua cerveja. — Fiquei um pouco chocada. Não sou o tipo de mulher que trai.

— Nós sabemos isso. — Rindo suavemente, ele beijou seu cabelo. — Não
estaríamos interessados em uma mulher que não fosse exclusivamente nossa. —
Movendo-se para ficar ao lado dela, ele se inclinou para se apoiar no balcão,
apoiando-se no cotovelo para encará-la. — Uma de suas condições, também. Você
tem os mesmos padrões.

— Sim, bem, eu apenas subestimei como seria ter mais de um amante.

Carter traçou as costas do dedo pelo braço dela. — E agora você terá
três. Sabe, eu não tinha planejado tocá-la tão intimamente tão cedo, mas era óbvio
que você estava nervosa com isso.

Como se sentindo seu olhar, Marshall se virou, seus olhos encontrando os


dela. Um pequeno sorriso brincou em seus lábios antes que ele voltasse para a
grelha novamente. — Você teria ido devagar. Não se apresse. Marshall não queria
esperar.

— Marshall começa como ele pretende continuar. Joe e eu estamos ansiosos


para aceitar suas ofertas generosas, mas sabíamos que Marshall não estava pronto

90
para se livrar de sua culpa. Isso não funcionará a menos que estejamos todos na
mesma página.

Ela tomou outro gole de sua cerveja, virando-se para encarar Carter
diretamente. — Então o que mudou sua mente? Eu sei que não é porque ele está
repentinamente ansioso para começar um caso.

O sorriso de Carter fez sua pressão subir. — Oh? E por que você acha isso?

Ela não pôde deixar de sorrir de volta. — Talvez tenha algo a ver com quanto
tempo você e seus irmãos me rejeitaram.

Carter se endireitou e puxou-a contra ele, seus olhos castanhos parecendo um


marrom dourado. — Foi a coisa mais difícil que já fizemos.

Talia bufou deselegantemente. — Certo. — Ela começou a se virar, apenas para


que ele a puxasse de volta contra ele. — Ei!

Segurando-a pelos braços, Carter se aproximou, seus olhos lançando faíscas


douradas. — Marshall, Joe e eu queríamos você quase desde o primeiro dia em que
te conhecemos.

Talia sorriu, lembrando-se daquele dia e da sensação avassaladora de


admiração ao encontrar a fome que faltou em toda a sua vida. — Mas você estava
com medo de me machucar. Eu sei.

Soltando-a, Carter soltou um suspiro. — Emily era doce. Queita.


Submissa. Depois de correr por todo o país rastreando criminosos, era bom voltar
para casa.

Lutando contra o ciúme, Talia acenou com a cabeça e começou a se virar


novamente. — Tenho certeza.

91
Carter pegou a mão dela, virando-a de costas. — Doeu perdê-la, mas acho que
sentimos mais culpa do que qualquer coisa. Ela nunca nos contou que as pessoas
com quem trabalhava e seus supostos amigos a faziam se sentir uma merda porque
ela tinha mais de um amante. Ela nunca nos contou, e éramos cegos demais para
ver que ela não era forte o suficiente para lidar conosco.

Talia acenou com a cabeça e se virou, bebericando sua cerveja. — Sinto


muito. Não consigo imaginar o que você passou.

— Nós falhamos com ela.

— Não sei nada sobre isso. — Colocando a cerveja de lado, ela abriu o armário
e começou a recolher os pratos. — Só posso dizer que não sou ela.

Carter soltou um suspiro e pegou os pratos dela. — Nós sabemos disso,


Talia. Você já mudou muitas coisas para nós. — Ele colocou os pratos na mesa e se
virou, colocando as mãos nos quadris com outro suspiro. — Você nos deu esperança
novamente.

Talia juntou os talheres e os arrumou ao lado de cada prato, a visão de quatro


pratos ao redor de sua mesa enchendo-a com um sentimento de pertencimento que
ela não sentia há muito tempo. — A esperança é inútil. Isso só leva à decepção. Vou
verificar se esses bifes estão prontos.

92
CAPÍTULO NOVE

Sentado em uma das carteiras na sala dos fundos da delegacia, Joe ergueu os
olhos ao ouvir o som da porta da frente se abrindo, pegando o chapéu e se
levantando. — Como foi?

Carter sorriu e olhou em volta. — Alguém aqui?

— Não. — Joe entrou no escritório de Ace para colocar seu relatório de turno
na mesa do xerife. — Ace está se encontrando com o comissário de incêndio, e Rafe
acabou de substituir Linc e saiu em patrulha. Como foi com Talia?

— Bom. Eu não a peguei, mas experimentei. Ela estava muito nervosa. Quando
Marshall saiu para fazer a grelha, eu a beijei e estava tudo bem até Marshall voltar.
Ela estava arisca como o diabo. Marshall a segurou, e nós demos a ela um orgasmo
juntos, e então Marshall voltou para dar a Talia e a mim alguns minutos a sós.

Franzindo a testa, Joe seguiu Carter até à sala dos fundos, lembrando-se de
como Emily ficara nervosa na primeira vez que a tocaram juntos. — Ela está bem
agora?

— Sim, acho que sim. — Carter jogou o chapéu sobre a mesa e foi preparar
uma xícara de café. — Eu teria ido mais devagar com ela, mas Marshall imaginou
que ela ficaria nervosa por ter mais de um de nós tocando-a ao mesmo tempo ou
um de nós assistindo outro tocá-la. Ela não está acostumada com isso, e você
conhece Marshall.

Divertido, Joe acenou com a cabeça. — Ele decidiu pegar o touro pelos chifres.
— Recostando-se em uma das mesas, Joe olhou para o irmão. — Ele queria saber se
ela sabia no que estava se metendo. — Soltando um suspiro, Joe se endireitou,

93
ansioso para voltar para a casa de Talia. — Ele a está testando. Se ela mudar de
ideia, ele pode se convencer de que era melhor assim. Dessa forma, ele poderia
afundar em sua culpa enquanto ela faz o seu melhor para nos evitar. Seria mais fácil
assim.

Carter bateu sua caneca no balcão com força suficiente para enviar o café
espirrando para os lados. — Foda-se o fácil. Eu a quero.

— Concordo. — Joe se endireitou e foi em direção à porta. — Fiz uma mala


para passar a noite lá. Precisamos fazer com que ela e Marshall vejam como isso
pode funcionar.

Minutos depois, ele parou na casa de Talia, ansioso para vê-la, e para vê-la e a
Marshall juntos.

Parou para bater na porta, sorrindo quando ouviu seu irmão gritar para ele
entrar.

Entrando na casa, ele saiu do ar quente e úmido e entrou na casa com ar-
condicionado.

— A geladeira não está vazia. Tem água, cerveja e salada ali. Leite. Ovos.

— Você pode cozinhar ovos?

Sorrindo com a provocação no tom de Marshall, Joe fechou a porta atrás dele,
colocando seu chapéu na pequena mesa do corredor antes de contornar várias
caixas e continuar em direção à cozinha, onde ele podia ver Marshall e Talia
sentados em uma pequena mesa da cozinha.

— Eles são cozidos. Marissa ferveu para mim.

— Bom saber. — Erguendo o olhar, Marshall pegou sua grossa caneca de


café. — Olá, Joe. Seu bife está quase pronto.

94
— Senti quando cheguei. — Ele olhou para Talia, sorrindo ao vê-la. — Ei,
baby. Você já comeu?

— Comi. — Seu olhar seguiu Marshall quando ele se levantou e começou a sair
pela porta dos fundos. Ficando de pé, ela sorriu em sua direção, não exatamente
encontrando seus olhos. — Você gostaria de água, cerveja ou chá doce?

Ele tirou o cinto e pendurou-o na cadeira, ansioso para abraçá-la. — Cerveja


está bem. Estaria tudo bem para você se eu a buscasse?

Ele não queria se sentir como um hóspede em uma casa onde planejava passar
muito tempo.

— É claro. — Ela se levantou e se serviu de outra xícara de café, e também de


outra para Marshall. — Você teve um bom dia?

Ele alcançou a geladeira para pegar uma cerveja e se virou, fechando a porta
enquanto tirava a tampa da cerveja. — Apenas o de costume. A última hora foi a
mais longa. Então, qual é a outra razão pela qual a geladeira está quase vazia?

Caindo na cadeira novamente, ela sorriu, olhando para cima quando Marshall
entrou pela porta dos fundos novamente. — Porque está nas últimas. Se eu colocar
muito nela, nada esfria.

Joe tomou um gole de cerveja e voltou para a mesa. — E você não quer
comprar uma nova até que a cozinha seja refeita.

— Certo. — Correndo a ponta do dedo sobre a borda de sua caneca de café, ela
o viu cavar o bife que Marshall colocou na frente dele. — Carter disse alguma coisa?

Escondendo um sorriso, ele ergueu uma sobrancelha e deu uma mordida no


bife. — Sobre o quê?

— Sobre mim.

95
Ele deu uma mordida em seu bife antes de se servir da tigela grande de
salada. — Disse que sentiu o gostinho de sua paixão e não podia esperar por mais.

— Nós não fizemos amor.

Bebendo seu café, Marshall silenciosamente a observou de perto.

Joe cortou seu bife novamente. — Eu sei. Você mudou de ideia sobre nos
aceitar como amantes?

— Não. — Talia sorriu e se inclinou mais perto, olhando para Marshall. — Não,
embora eu ache que seu irmão está tentando me assustar com a ideia de ter três
amantes.

Colocando sua xícara na mesa, Marshall franziu a testa e se inclinou na direção


dela. — Não. Só quero que você saiba no que está se metendo.

Ignorando-o, Talia sorriu maliciosamente e manteve sua atenção em Joe. — Ele


praticamente jogou Carter em mim. Eu sabia no que estava me metendo, mas tenho
que admitir que a realidade é um pouco mais intensa do que eu esperava.

Cortando seu bife novamente, Joe olhou para Marshall, divertido ao encontrar
seu irmão carrancudo para Talia. — Compreensível. Tenho certeza de que é um
pouco intimidante.

— Impressionante é a palavra que eu usaria.

Marshall se inclinou para a frente. — Eu não joguei Carter em você.

Os olhos de Talia brilharam quando ela levantou a mão para acenar em


despedida. — Eu acho que Marshall está tentando me assustar. Ele não percebe que
eu não me assusto facilmente. — Apunhalando um pedaço de bife, Joe olhou para
seu irmão, divertido ao encontrar Marshall olhando Talia

96
especulativamente. Voltando sua atenção para Talia, ele sorriu, determinado a
deixá-la mais confortável com ele e aprender mais sobre ela.

Se sua conversa perturbasse Marshall ou o fizesse ver que Talia era muito
diferente de Emily, ele consideraria isso um bônus.

— Então, o que você geralmente faz à noite?

Talia piscou, obviamente surpresa com a pergunta. — Muitas coisas.

— Tal como? — Gostando de sua refeição, bem como do interesse de seu


irmão, Joe pegou outra mordida no bife e esperou que ela respondesse.

Talia encolheu os ombros, terminando seu café e levando sua caneca para a
pia. — Às vezes eu faço coisas pela casa. Sloane, Cole e Brett vão terminar de pintar
no andar de cima na segunda-feira, e então o andar de cima está pronto. Às vezes
corro para a cidade e às vezes apenas relaxo e assisto televisão ou leio um livro.

Joe deu uma mordida na salada crocante. — Deve ser caro consertar esta casa.

Talia encolheu os ombros e começou a encher a pia com água, esguichando


sabão em pó nela. — Tenho feito isso aos poucos. Não estou com pressa.

— É uma casa grande. — Observando-a, Joe cortou seu bife novamente. —


Algum motivo específico para você ter comprado um lugar tão grande?

Talia não ergueu os olhos ao lavar os pratos. — Gostei da sensação e estava


cansada de morar em um apartamento. — Ela encolheu os ombros novamente,
ainda sem olhar para nenhum deles. — Eu queria algo meu. Posso fazer o que quiser
com ela.

Sentindo algo em seu tom baixo, Joe fez uma pausa com o garfo a meio
caminho de sua boca, olhando para cima para encontrar o olhar de Marshall. — Isso

97
é verdade. Estamos conversando sobre a compra da casa que estamos alugando
agora.

Virando a cabeça pela primeira vez para olhar para ele, Talia sorriu. — Mas
você queria ter certeza de que gostou da cidade primeiro?

Marshall terminou seu café e pousou a xícara no balcão. — Algo parecido. Você
viveu em Desire por um tempo agora, não é?

— Alguns anos agora. Você está pronto para outra cerveja?

Joe olhou para Marshall novamente, não perdendo a brusquidão inconfundível


em seu tom quando ela mudou de assunto.

— Eu atenderei. — Joe se levantou, trocando um olhar com Marshall. — Então,


qual é o seu próximo projeto?

— A varanda.

— A varanda.

Talia e Marshall responderam simultaneamente, ambos franzindo a testa um


para o outro.

Talia colocou outro prato no escorredor de pratos e se virou para Marshall. —


Não é da sua conta.

Cruzando os braços sobre o peito, Marshall adotou um olhar arrogante que Joe
conhecia bem. — Aquela varanda cede quando você anda nela.

Talia levantou uma sobrancelha. — Não. Cede quando você anda sobre
ela. Não foi feita para um gigante.

— Por que você comprou uma cama tão grande?

98
Talia piscou, aparentemente surpresa com a pergunta. — Eu gosto de me
esticar.

— Isso é treta. — Marshall fez uma pausa quando o telefone da casa tocou,
carrancudo na interrupção. — Na noite passada, você ficou grudada em mim a noite
toda. — Enxugando as mãos em um pano de prato, Talia deu a volta em Marshall
para o telefone do outro lado dele. — Isso é porque você ocupou a maior parte da
cama. Não havia mais nenhum lugar para ir.

Talia olhou para a tela, sorrindo quando viu que a chamada era de seu irmão
mais velho. — Olá Ben. Como você está?

— Estou bem. A questão é: como você está? E o que diabos você estava
fazendo em um bar?

Ciente de que Marshall e Joe ouviam sem vergonha, Talia se deixou cair em
uma cadeira à mesa novamente e pegou uma fatia de pepino da salada. — Eu tenho
mais de vinte e um. Se eu quiser uma bebida, é problema meu.

— Gabe me ligou e disse que você desligou.

— Era tarde. — Ela mastigou uma fatia de pepino e pegou outra.

— Isso porque ele ligou para você por quase duas horas e você não atendeu.

— A música estava alta. Como está Jessica?

— Ela está bem.

— E meus sobrinhos?

— Todo mundo está bem, Talia. O que está acontecendo?

— Nada está acontecendo. Tenho companhia para o jantar.

— Oh? Quem? Marissa e Sammy?

99
— Não. Vai ser uma conversa ou um interrogatório?

Joe se recostou na cadeira, seus olhos se estreitando conforme cortava seu bife
novamente, enquanto Marshall enchia seu café e se sentava novamente.

Ben suspirou. — Estou preocupado.

— Não há necessidade de se preocupar comigo. Estou bem.

— Eu quero que você volte para casa.

— Estou em casa. — Ficando de pé, ela foi até à geladeira para pegar uma
garrafa de água. — Eu amo esta casa.

— Então, quem é a sua companhia?

Sorrindo com sua rápida mudança de assunto, Talia fechou a geladeira e girou a
tampa da água. — Meus amantes.

Joe engasgou com sua mordida na comida enquanto Marshall se virava para
encará-la e sorria.

— Droga, Tally! Eu sei tudo sobre aquela cidade. Eu avisei você.

Irritada com a atitude de seu irmão, Talia bateu a garrafa na bancada, enviando
água para o ar. — Guarde seus avisos para os empregados do rancho.

— Tally! Droga! Estou preocupado com você.

— Estou bem. O seu informante não informa e diz isso a você?

Uma longa pausa se seguiu, o que a animou imensamente. — Você realmente


achou que eu não sabia que você checava com Ace pelo menos uma vez por
semana? Eu cuido das contas no escritório, Ben. Eu vejo a conta do
telefone. Você não sabe que eles têm uma lista de chamadas de longa distância, não
é?

100
— Merda. Ouça, Tally...

— E você se pergunta por que eu nunca volto para o rancho.

— Esta é a sua casa!

Triste pelo desespero e frustração em sua voz, Talia saiu pela porta dos
fundos. — Ben, eu sei que você, Chase e Gabe tentaram o seu melhor, mas existem
muitas memórias ruins lá para mim. Minhas únicas boas lembranças são de vocês
três.

— Ele se foi, Tally. Inferno, eles se foram. Chase, Gabe e eu queremos que você
volte para casa.

Seguindo a varanda envolvente, Talia se encontrou no canto da frente. — Eu


sei, Ben. Por favor, entenda que não posso. Vocês três tentam tanto me proteger de
tudo que você me sufoca.

— Nós te amamos, Tally.

— Eu sei, mas você tem que entender que eu tenho que viver minha vida.

— Eu entendo, mas não tenho de gostar.

Ele parecia tão petulante que Talia não pôde deixar de rir. — Você nunca gosta
quando não consegue o que deseja.

— E você gosta de me desafiar.

— Eu só quero viver minha vida, Ben.

— Eu sei, querida. Você teve uma vida difícil. Chase, Gabe e eu tentamos fazer
uma vida melhor para você.

— E vocês fizeram. — Lágrimas queimaram seus olhos, as memórias do


passado a bombardeando. — Vocês três foram minha tábua de salvação. Mas você e

101
Chase têm suas próprias famílias agora, e Gabe está em Washington. Eu tenho que
estar sozinha. Fiz uma boa vida aqui e estou feliz.

— Por enquanto. Essa foi minha objeção a essa cidade. É por isso que não
deixaria você se mudar para lá sem alguém cuidando de você. Ace está de olho em
você porque queremos - precisamos - ter certeza de que você está segura. Tally, ter
mais de um amante nunca vai dar certo. Você vai se machucar.

— Não. Eu não vou. Não estou procurando um compromisso, e eles foram


feridos no passado. Somos perfeitos uns para os outros.

— Eu não gosto disso.

— Eu sei. Eu amo você. Dê a todos um beijo por mim.

— Eu não estou beijando Chase. Se cuide, querida. Falo com você em breve.

***

Ben Brighton recostou-se na cadeira e tomou outro gole de uísque, virando a


cabeça para olhar para sua esposa quando ela entrou em seu escritório.

Jessica sorriu e deu a volta em sua mesa para se sentar em seu colo. — Como
está Talia? — Colocando o copo de lado, ele deslizou os braços ao redor dela,
acariciando seu abdômen inchado. — Ela tem amantes.

Jessica piscou. — Amantes? Plural?

— Sim. — Ben soltou um suspiro, mas não fez nada para aliviar a tensão dentro
dele. — Ela vai se machucar de novo. A última coisa que Tally precisa é se machucar
novamente. Ela já sofreu o suficiente para durar a vida toda.

102
Ben sorriu fracamente. — Ela descobriu que o xerife está me mantendo
atualizado sobre ela. Ela ficará furiosa quando descobrir que estamos pagando pela
maior parte do trabalho que ela fez em sua nova casa.

Jessica franziu a testa. — É o dinheiro dela.

— Sim, mas ela não vê dessa forma. Ela não quer ter nada a ver com o rancho.

— Ela parece feliz?

Ben franziu a testa quando percebeu que as vezes que ele viu Talia feliz podiam
ser contadas em uma mão. — Ela parece mais relaxada, mas não sei se está feliz.

Esfregando as costas de sua esposa, ele pegou seu copo novamente. — Talvez
eu tenha que fazer uma viagem para Oklahoma para ver por mim mesmo o que está
acontecendo.

— Não vá com tudo. Ela vai correr de novo.

Ben encolheu os ombros. — Isso depende do que eu vir. Se tiver que arrastá-la
de volta aqui chutando e gritando, eu o farei.

103
CAPÍTULO DEZ

Ainda sorrindo após a ligação de seu irmão, Talia usou a porta da frente para
voltar para a casa novamente. Ela evitou as caixas, um lembrete de que precisava
abri-las e ligar as lâmpadas, e continuou para a cozinha.

Para sua surpresa, Joe terminou seu jantar e tomou um gole de café enquanto
Marshall estava na pia lavando pratos.

Depois de colocar o telefone de volta no carregador, ela olhou para Marshall


enquanto abria a gaveta para pegar uma faca. — Obrigada por terminar os pratos.

Marshall se virou, enxugando as mãos. — De nada. Quem estava no telefone e


o que você vai fazer com essa faca?

— Não é da sua conta e vou abrir as caixas com as lâmpadas. Vai escurecer em
breve.

Joe se levantou, pegando a faca dela. — Vou te ajudar. Eu sei que você esteve
fora da cidade o dia todo. Foi isso que você comprou?

— Sim. Cansei de tropeçar aqui embaixo no escuro quando me levanto no meio


da noite.

Colocando a faca de lado, ele puxou o canivete do bolso, levantando uma


sobrancelha com um meio sorriso que fez seu estômago dar voltas. — Você se
levanta no meio da noite com frequência?

Emocionada com sua brincadeira, Talia encolheu os ombros, incapaz de conter


um sorriso. — A cama fica solitária à noite. Às vezes eu acordo e desço para assistir
televisão.

104
Marshall franziu a testa. — Aquela na sala de estar?

— É a única que tenho agora.

— Você se senta no chão?

Talia sorriu. — Normalmente trago um travesseiro e um cobertor e acabo


adormecendo no chão.

— Sem televisão no quarto? — Joe cortou na caixa.

— Não. As camas são para dormir e fazer sexo.

Tirando as lâmpadas da caixa, Joe sorriu. — Meus pensamentos exatamente. —


Marshall mergulhou em uma das outras caixas. — Ela não acordou em toda a noite
passada.

Talia sorriu para o sorriso presunçoso de Marshall. — Sim. Dormi como um


tronco. É bom ter alguém para manter minha cama aquecida.

Marshall sorriu fracamente e tirou a lâmpada da caixa.

— Você estava quente e satisfeita.

— Eu estava. — Talia deixou seu olhar vagar sobre ele, aquecida pelas
memórias da noite anterior. — Você também.

Seu olhar se suavizou. — De fato eu estava. Onde você quer isso?

Uma vez que as lâmpadas estavam no lugar, Talia voltou para a cozinha com
Joe enquanto Marshall cuidava das caixas. — Quer mais café?

— Certo.

Ciente de que Joe a observava, Talia encheu sua xícara e a trouxe de volta para
a mesa, rindo quando ele pegou a caneca dela, colocando-a na mesa antes de
colocá-la em seu colo.

105
Envolvendo os braços em volta dela, Joe a puxou para perto. — Eu estive
esperando para fazer isso.

Erguendo os braços para circundar seu pescoço, ela sorriu e se inclinou para
ele. — Por que você esperou?

Suas mãos se moveram sobre ela, uma nas costas e a outra sobre o
seio. Roçando os lábios nos dela, ele enfocou sua atenção em seu mamilo, enviando
calor para sua fenda. — Porque eu não quero que você sinta que isso é algum tipo
de teste.

— Eu não. Eu quero que você me leve.

Erguendo a cabeça, ele olhou para ela, um pequeno sorriso brincando em seus
lábios. — Eu quero você, mas não há pressa, há?

Ciente de que tinha a atenção extasiada de Marshall, Talia se inclinou em sua


carícia, roçando os lábios em sua mandíbula. — Eu não quero esperar. Quero que
você saiba que eu também quero você.

— Eu sei que você quer. — Joe soltou seu seio e deslizou a mão por sua
coxa. — Você se sentiu desconfortável com Carter enquanto Marshall estava por
perto, então você quer superar isso comigo.

— Não. — Talia se mexeu em seu colo, o formigamento em sua fenda tornando


impossível ficar parada. — Quero você. Quero que você me toque. Eu preciso saber
se você me quer também.

Erguendo a cabeça, ela encontrou seu olhar, impressionada pela vigilância na


maneira como ele a olhava. — Eu preciso saber onde estou com você. Eu preciso
saber onde estou com Carter.

106
Marshall se moveu atrás dela, pressionando os lábios contra seu cabelo
enquanto passava as mãos para cima e para baixo em seus braços. — Você não
precisa saber onde você está comigo?

Inclinando a cabeça, ela sorriu para ele. — Eu sei onde estou com você. Somos
amantes. Exclusivo enquanto dure e sem compromisso. Preciso saber se Joe e Carter
querem a mesma coisa e se sentem da mesma maneira ou se eles estão tão
acostumados a compartilhar com você que fazem isso pelos motivos errados.

Ajustando seu aperto, Joe olhou para Marshall antes de erguê-la bem alto
contra seu peito e começar a subir as escadas. — Eu quero você. Não quero mais
ninguém, e se você pensar em levar outra pessoa para a sua cama, vou dar uma
surra nele e bater em você até que você não consiga se sentar.

Ela tinha ouvido de várias de suas amigas sobre ser espancada por seus
maridos e sabia que todas elas provocavam surras de vez em quando, mas ela não
podia deixar de se irritar com sua arrogância. — Ouça, não pense que você pode…

— Eu posso fazer o que um amante faz e exigir o que um amante exige. — Joe
continuou a subir as escadas, seu olhar fixo no dela. — Você deixou claro que queria
que nos tornássemos seus amantes. Estamos aceitando sua oferta e queremos tudo
o que isso acarreta.

Ele a carregou direto pelo corredor até o quarto dela sem parar, mostrando-lhe
que Marshall já havia lhe dado as instruções para o quarto dela. — Desde que te
conheci, eu queria você. — Sorrindo fracamente, ele a ergueu mais alto e se inclinou
para roçar seus lábios nos dela. — E desde que Marshall me contou sobre aquela
cama, tenho imaginado espalhar você nua em cima dela e explorar cada centímetro
de você.

107
Apertando os braços ao redor de seu pescoço, Talia se inclinou mais perto e
beijou sua mandíbula. — Contanto que eu faça o mesmo.

Joe a abaixou na cama e se endireitou, alcançando o botão de cima da camisa


do uniforme. — Mais tarde. Você está me provocando há meses. Vou devagar o
suficiente para ter certeza de que você continua, mas minha fome por você está um
pouco desgastada.

Hipnotizada pela visão de cada pedaço de pele revelado, Talia apressadamente


ficou de joelhos e virou as costas para ele. — Pode abrir o zíper?

Jogando sua camiseta em cima de sua camisa em uma cadeira estofada que ela
comprou e colocou contra a parede perto do armário vazio, Joe abriu o zíper de seu
vestido e deslizou as mãos dentro e ao redor dela para segurar seus seios. — Fique
aqui. Vou fechar as cortinas antes de despi-la.

Talia assistiu ele se mover para o outro lado do quarto, sua respiração engatou
na visão de suas fortes costas musculosas e braços mudando enquanto ele fechava
as cortinas. — Eu posso me despir sozinha. Quero observar você.

Voltando-se, ele sorriu e caminhou de volta para ela, sentando-se na beira da


cama e estendendo a mão para ela. — Deixe-me ajudá-la. Então eu posso olhar para
você enquanto estiver me despindo.

Talia o ajudou a tirar o vestido e jogou-o de lado enquanto ela se movia atrás
dele, ansiosa para tocá-lo. Curvando-se para beijar seu pescoço, ela passou as mãos
em seu peito enquanto ele tirava as botas. — Quero você.

Seus mamilos frisaram contra suas costas quentes, sua boceta apertando e
liberando mais umidade para umedecer a parte interna das coxas. — Você me fez
esperar.

108
Colocando as botas de lado e jogando as meias em cima delas, Joe virou a
cabeça para beijá-la antes de estender o braço para trás, envolvendo-a com um
braço e puxando-a por cima do ombro para colocá-la em seu colo. — Chega de
esperar.

Talia respirou fundo ao sentir os lábios dele se fechando sobre um mamilo ao


mesmo tempo que um dedo firme deslizou sobre seu clitóris e em sua vagina. —
Joe!

Erguendo a cabeça, ele tomou sua boca em um beijo brincalhão que


rapidamente se aprofundou e se tornou algo tão intenso e erótico que seu coração
deu um salto e então começou a bater furiosamente.

Balançando-se contra o dedo que ele enfiou dentro dela, Talia gemeu quando
ele o deslizou livre, apertando mais seu pescoço enquanto ele rolava para deitá-la
de costas.

Envolvendo as pernas ao redor dele, ela se ergueu para ele, passando as mãos
em suas costas e ombros.

Com uma mão em seu cabelo, ele continuou a beijá-la, deslizando a outra mão
para acariciar seu traseiro antes de levantar a cabeça. — Você já teve sua bunda
tomada?

Uma onda de calor passou por ela, seu traseiro apertando em resposta a sua
pergunta. — Não. Você vai me levar lá?

Os olhos de Joe brilharam. — Eventualmente. — Ele a beijou novamente, um


beijo levando ao seguinte. Ele ergueu a cabeça apenas o suficiente para falar com
ela entre beijos. — Primeiro você precisa estar preparada.

109
Talia se contorceu embaixo dele, seu clitóris inchado e doendo por atenção
enquanto sua boceta se apertava com a necessidade de ser preenchida. Enredando
sua língua com a dele, ela balançou os quadris, a necessidade de posse se tornando
insuportável. — Quão?

Joe se levantou ligeiramente e a virou de bruços antes de cobrir seu corpo com
o dele novamente. — Não se mova.

Ele se levantou da cama, rapidamente se livrando da calça cáqui do uniforme e


mandando uma mensagem de texto antes de jogar o telefone na mesa de cabeceira
e cobrir o corpo dela com o seu nu. Empurrando seu cabelo de lado, ele usou suas
coxas poderosas para empurrar seus joelhos afastados.

Seus lábios se moveram ardentemente sobre sua orelha, enviando outra onda
de calor por ela. — Eu só vou tomar sua boceta. Marshall nos disse que você está
tomando pílula, certo?

Talia agarrou o travesseiro, outro gemido escapando quando ele recuou um


pouco e usou suas coxas para empurrar as dela mais alto e mais largas, levantando
sua bunda no ar. — Joe?

Ela engoliu em seco com o pensamento dele fazendo qualquer coisa em sua
bunda. — Não se preocupe, baby. É apenas uma pequena brincadeira. Obrigado,
Marshall.

Talia engasgou e girou a cabeça enquanto Marshall corria as pontas dos dedos
por sua espinha, do pescoço ao traseiro. — Marshall. — Seu nome saiu com um
suspiro, o afeto em seu olhar roubando seu fôlego.

110
— Cristo, você é uma visão. — Ele deixou seu olhar viajar por seu corpo, sua
mão correndo pelas costas novamente e se acalmando, seus olhos endurecendo
quando ele encontrou uma de suas cicatrizes. — O que é isso?

Joe, que estava passando as mãos sobre sua parte inferior e parte superior das
coxas, inclinou-se ligeiramente para a frente. — Deixe-me ver. Droga, está muito
escuro aqui.

Talia se levantou e se virou o mais longe que pôde antes de encontrar as outras
duas cicatrizes semelhantes. — Caí de um cavalo. São apenas algumas
cicatrizes. Elas são feios. Se está tentando me deixar insegura, está fazendo um
ótimo trabalho. Permita-me levantar.

Marshall e Joe trocaram um olhar antes de Joe sorrir e colocá-la de costas


novamente.

— Venha aqui, querida. — Se esticando ao lado dela, ele deslizou a mão em


suas costas e a rolou para o lado para encará-lo. — A última coisa que queremos é
que você se sinta constrangida. Você é linda. Todos nós temos cicatrizes.

Ela quase se esqueceu delas com a nuvem de excitação em torno dela, mas a
leve carícia de Marshall tinha sido um lembrete afiado. — São feias.

Joe deslizou sua mão mais para cima e para o lado dela, seu polegar passando
por seu mamilo. — Nada sobre você é feio. — Ele abaixou a cabeça, o rosto na
sombra na luz fraca. — Você é irresistível.

Beijos suaves e embriagadores e mãos firmes que a acariciavam e exploravam a


excitaram novamente. Dois pares de lábios e quatro mãos masculinas em seu corpo
despertaram todas as terminações nervosas, fazendo-as cantar.

Eles a tocavam em todos os lugares, e ela ainda queria mais.

111
Atrás dela, Marshall raspou os dentes por cima do ombro. — Você mandou
uma mensagem dizendo que queria sua bolsa do carro. — Correndo seus enormes
dedos calejados levemente sobre seu mamilo, ele inclinou a cabeça para o lado e
continuou a falar com Joe. — Está ao pé da cama.

Talia não entendia por que eles estariam falando sobre a mudança de roupa de
Joe, mas o prazer que a assolava provou ser uma distração demais. Afundando mais
na névoa de uma fome que fez cada centímetro de seu corpo doer com a
necessidade, Talia gemeu quando Joe levantou a cabeça novamente. —
Obrigado. Segure-se nela.

Marshall a rolou de costas, deslizando a mão por seu corpo e mergulhando um


dedo nela. — Com prazer.

Ele inclinou a cabeça para tocar seus lábios em seu mamilo. — Ela está
encharcada. — Um pouco envergonhada, mas muito carente para parar de erguer
os quadris contra o dedo que ele moveu dentro dela, Talia se virou para Marshall,
passando a mão em seu peito e uma camiseta macia que cobria os músculos rígidos.

— Não diga coisas assim.

Com uma mão na nuca, Marshall a beijou, parando ocasionalmente para olhar
para ela. — Por que não? É verdade.

— É embaraçoso.

Roçando os lábios nos dela, Marshall continuou a mover o dedo lentamente


dentro dela, o polegar acariciando levemente seu clitóris. — É muito emocionante
saber que você nos quer. Nunca tente esconder isso.

Sentindo alívio em sua voz, Talia se ergueu na carícia de Marshall com outro
gemido, olhando para Joe enquanto ele se esticava atrás dela. — Você estava com

112
medo de que eu não quisesse você? — Ela pensou em seus irmãos e o que eles
pensariam de seu caso com três homens, mas ela os queria e não se deixaria correr
o risco de ser desejada por um sentimento de vergonha.

Ela olhou de Marshall para Joe e vice-versa. — Quero dizer, vocês três?

Marshall se curvou para beliscar seu lábio inferior. — Sim. Joe, Carter e eu
todos queremos você. Eu não queria te machucar.

Joe pressionou os lábios em seu ombro, as pontas dos dedos percorrendo


eroticamente seus seios e descendo por seu corpo. — Nenhum de nós queria
machucar você. Sabemos como é difícil se ajustar a ter três amantes.

Não querendo ter a lembrança de seu último amante em sua cama, ela cerrou
os punhos e empurrou o peito de Marshall. — Eu…

Joe apertou levemente seu mamilo, seu suspiro cortando suas palavras e
fazendo-a esquecer o que estava prestes a dizer. — Todos nós queríamos você, mas
tínhamos medo de que ter nós três fosse demais para você.

— Eu sou mais forte do que vocês pensam. É o que eu quero.

Os olhos de Marshall se estreitaram. — Você merece mais.

— Isso é mais do que eu sempre sonhei. — Os gritos desesperados de Talia


ficaram mais altos com a sensação dos lábios quentes de Joe viajando de seu ombro
para baixo em suas costas para permanecer em seu quadril. — É egoísmo querer
vocês três?

Marshall deslizou seu dedo escorregadio livre para acariciar seu clitóris, sua
coxa grossa empurrando entre suas pernas para levantar sua coxa mais alto. —
Não. Nós somos egoístas. Queremos muito você para ficarmos longe.

113
Erguendo a cabeça, ele olhou em seus olhos, a luz fraca que entrava pelas
venezianas dando-lhe um olhar severo. — Eu precisava ter certeza de que você
realmente queria ter nós três como seus amantes.

— Eu quero.

Joe raspou os dentes em seu traseiro, fazendo-a estremecer, mas Marshall


deslizou a mão de sua fenda até sua coxa, segurando-a no lugar. — Ela nunca teve
sua bunda tomada antes.

O aperto de Marshall em sua coxa aumentou enquanto ele olhava para ela. —
Isso é verdade?

A abertura enrugada de Talia formigou fortemente, a sensação tão estranha e


erótica que ela lutou para respirar. — Sim. Nunca fiz nada assim. Não sei se consigo,
mas se é algo que vocês querem, estou disposta a tentar.

Marshall engoliu em seco e olhou para Joe. — Nós nunca faríamos nada com
você que não gostasse.

Joe ficou de joelhos perto de suas pernas, passando a mão por sua coxa, seu
sorriso cheio de intenções eróticas. — É nosso trabalho dar-lhe prazer. Você está
pronta para um joguinho?

A respiração de Talia ficou presa novamente na onda aguda de calor que


passou por ela ao vê-lo espremendo lubrificante em seu dedo de uma pequena
garrafa. — Querido Deus!

Enterrando o rosto contra o peito de Marshall, ela agarrou sua camiseta e


esperou nervosamente, sua abertura enrugada queimando com consciência.

114
Tremendo, ela estremeceu quando a mão de Joe tomou o lugar da de Marshall
em sua coxa e a sensação do lubrificante frio tocou sua abertura, um lugar que
ninguém nunca havia tocado antes. — Oh!

Com uma mão em seu cabelo, Marshall inclinou a cabeça para trás, seus dedos
cavando entre suas dobras novamente. — Fácil. Só um pouco.

Joe circulou sua abertura proibida com o dedo, aumentando a consciência e


fazendo seu traseiro apertar. — Eu sei, Marshall. — Ele passou a mão por sua coxa,
pressionando levemente em sua abertura enrugada. — Ela fazia muitas
provocações. Vamos ver se ela é tão ousada quanto aparenta.

Talia apertou seus músculos em um esforço para permanecer parada, gritando


em choque e prazer erótico quando Joe empurrou a ponta do dedo em seu
traseiro. — Oh!

— Sim. — A voz de Joe saiu muito mais áspera do que antes, com um tom
áspero que a excitou ainda mais. — Ela está encharcada.

Ele deslizou o dedo livre e agarrou seus quadris, forçando-a a ficar de barriga e
erguendo seus quadris para o alto. — Estou esperando há muito tempo para levá-la.

Segurando seus quadris com firmeza, Joe empurrou em sua boceta, mantendo-
se quieto enquanto corria as mãos para cima e para baixo em seus lados. — Calma,
baby. Eu não vou mais fundo até que você esteja pronta.

Talia gemeu e empurrou de volta contra ele, a plenitude em sua boceta, o


formigamento em seu clitóris inchado e a consciência em seu buraco traseiro
exposto exigindo mais.

Em toda a parte.

115
Jogando a cabeça para trás, Talia se perdeu no prazer, que aumentou ainda
mais quando Marshall deslizou a mão sob ela e acariciou seu mamilo. —
Droga! Estou pronta. Marshall não me provocou assim. — Ela se inclinou para
Marshall, amando a sensação de sua solidez contra ela.

Rindo baixinho, Joe se retirou até que apenas a cabeça de seu pênis
permaneceu dentro dela e bateu levemente em sua bunda. — Nem tente colocar
um de nós contra o outro.

Eriçada, ela fechou os olhos com força, tão perto de gozar que podia sentir o
gosto. — Eu não recebo ordens de você. Mais rápido!

Joe espalmou a mão em sua bunda, pressionando o polegar contra sua


abertura enrugada e dentro dela. — Eu também não recebo ordens de você.

Ele empurrou seu pau e seu polegar mais fundo, segurando o polegar ainda
dentro dela enquanto a fodia lenta e profundamente. — É isso. Essa é a nossa
garota.

Consumida pela luxúria, Talia agarrou o travesseiro com uma mão e Marshall
com a outra, seu corpo inteiro tremendo enquanto ela oscilava na borda. — Por
favor.

Seu clitóris queimava intensamente e parecia que tinha dobrado de


tamanho. Sua boceta e bunda apertaram em seu pau e seu polegar, seu corpo
inteiro tremendo com o brilho da transpiração que a cobria. — Eu preciso gozar. Por
favor. — Os dedos dos pés dela enrolaram, o orgasmo que ela precisava
desesperadamente apenas fora de alcance.

Liberando seu aperto no travesseiro, ela deslizou a mão mais para baixo para
acariciar seu clitóris e dar a si mesma o alívio que precisava.

116
Marshall agarrou a mão dela antes que chegasse ao destino. — Não. Sem dar
prazer a si mesma. Você queria que fôssemos seus amantes, então o prazer que
você obtém vem de nós. Você precisa que seu clitóris seja acariciado, baby?

Talia puxou contra seu aperto, seu tom conhecedor acendendo seu
temperamento. — Se Joe não vai me fazer gozar, farei eu mesma!

Joe mudou o ângulo de suas estocadas e diminuiu a velocidade, movendo o


polegar dentro de seu traseiro. — Eu quero que você goze assim.

Antes de terminar de falar, Marshall agarrou seus pulsos com uma grande mão,
levantando-os sobre sua cabeça. — Dê-me a bunda dela. Eu quero senti-la reprimir
quando ela gozar.

Talia gritou, a demanda indiferente de Marshall por acesso a sua bunda a


atordoando.

Incapaz de resistir, ela abriu os olhos para ver Marshall, seu rosto perto dela e
seus olhos brilhando com um calor e possessividade diferente de tudo que ela já
tinha visto antes. — Marshall?

Liberando seus pulsos, ele segurou sua mandíbula, mantendo seu rosto
inclinado em direção ao dele. — Bem aqui, baby. Goze para nós.

Joe deslizou o polegar de sua bunda e começou a empurrar mais rápido e mais
fundo, enquanto Marshall aplainou a mão em suas nádegas e com um impulso
firme, empurrou o dedo passando por sua abertura enrugada e em sua bunda,
enviando-a em uma onda de prazer que a deixou girando fora de controle.

Marshall a abraçou como se entendesse sua necessidade de apoio, beijando-a


em beijos suaves e vibrantes como se quisesse provar sua paixão.

117
Tremendo enquanto a onda crescia e lentamente começava a recuar, ela beijou
Marshall de volta, intimamente se repreendendo por ser tão fantasiosa.

Suas palavras seguintes, porém, cumpriram uma fantasia e aqueceram algo frio
e vazio dentro dela. — Você tem um gosto tão doce.

Lutando contra a onda de emoção que obstruía sua garganta, Talia gritou
novamente quando Joe avançou profundamente, suas mãos apertando seus quadris
com um gemido. — Porra!

Pegando uma mão em seu cabelo, Marshall puxou sua cabeça para trás e a
ergueu para olhar em seus olhos enquanto movia o dedo que segurava em seu
traseiro. — Tenho a sensação de que, se não tomarmos cuidado, teremos grandes
problemas.

Engolindo em seco, Talia percebeu que ele falava a verdade sobre ela
também. — Então, acho melhor tomarmos cuidado.

118
CAPÍTULO ONZE

Carter passou pela casa de Talia, que, exceto por uma pequena luz brilhando
no foyer, estava escura.

Saber que Marshall e Joe estavam com ela o enchia de uma sensação de paz e
pertencimento que não sentia há muito tempo.

O futuro já parecia mais brilhante, a perspectiva de construir uma família não


era mais um sonho distante.

Sorrindo com a memória de como ela parecia e se sentia desmoronando em


seus braços, ele começou a voltar para o escritório do xerife com a intenção de falar
com Ace.

Ele precisava de algumas respostas.

Encontrando Ace exatamente como esperava, sentado em sua mesa e


examinando a papelada, Carter fez uma pausa, encostado na porta.

Ace assinou o papel que acabara de ler e o colocou de lado, encontrando o


olhar de Carter enquanto ele pegava a xícara de café fumegante. — Como foi esta
noite?

Carter sorriu e encolheu os ombros. — Muito chato. Esteve quieto a noite


toda. Preciso falar com você.

Ace sorriu e deu um gole em seu café. — Oh? Teria algo a ver com minha -
inferno, ela faz tudo, desde despachar para arquivar até manter minha maldita
papelada organizada - teria algo a ver com Talia?

119
— Sim. — Carter se endireitou e entrou na sala. — É verdade. Eu perguntei a
Cole sobre ajudar a pagar por alguns dos trabalhos que estão fazendo na casa de
Talia. Ele me disse que outra pessoa está cuidando disso.

Ace tomou outro gole de café e levantou uma sobrancelha. — E?

— É você?

— Não. — Colocando sua xícara de lado, Ace se recostou novamente. — É isso?

— Você está cuidando dela. Ela está sob sua proteção.

— Você conhece as regras. Cada mulher na cidade tem um homem cuidando


dela. — Sorrindo, ele ergueu a sobrancelha novamente. — Você achou que seria
diferente para ela?

Caindo no assento em frente à mesa de Ace, Carter suspirou. — Vou ser


honesto com você. Nunca pensei sobre isso.

Ace pegou sua xícara novamente. — Entendi isso. Você se encaixa aqui melhor
do que eu esperava, mas não está acostumado com as regras e nuances de Desire.
Você, Marshall e Joe decidiram reclamá-la?

Carter sorriu com o termo que tinha assumido um novo significado desde que
se mudou para Desire. — Nós somos seus amantes.

Ace levantou uma sobrancelha, seus olhos ilegíveis. — Então, a resposta é não?

Não querendo explicar seu relacionamento, Carter suspirou. — Nós somos seus
amantes. É exclusivo. Meus irmãos e eu não somos estúpidos o suficiente para nos
comprometermos com um relacionamento de longo prazo com alguém depois que
nosso último causou a morte de outra mulher, mas…

Ace se sentou para a frente, seu olhar afiado. — Talia não é Emily.

120
Carter enrijeceu, instintivamente na defensiva. — Você não sabe nada sobre
Emily.

Inclinando a cabeça, Ace se levantou. — Verdade, mas eu conheço Talia, e sei


que ela passou por coisas que poderiam tê-la quebrado, mas não o fizeram. Ela é
uma mulher forte. Se ela quisesse ser mantida no colo do luxo, ela poderia. Em vez
disso, ela veio para aqui.

Carter se sentou para frente, colocando a mão em punho em cima da mesa de


Ace. — Que coisas? Eu sei que ela perdeu o marido, mas ela não quer falar sobre
isso. O que mais ela passou? Ela se afastou do dinheiro? Dinheiro de quem? Do filho
da puta pagando pela casa dela?

Ace sorriu fracamente. — Sim, mas você não sabe disso, lembra? Nem ela.

— Droga! — Batendo a mão na mesa, Carter se levantou. — Eu não quero que


ela fique em dívida com outra pessoa. Ela é nossa. Não estamos fazendo nenhuma
promessa porque não queremos machucá-la. Estamos tentando ganhar a confiança
dela para que, se algo a incomodar, ela nos contar.

Levantando uma sobrancelha novamente, Ace balançou a cabeça. — Parece


que você e seus irmãos têm um caminho a percorrer para torná-la sua. Isso é algo
que vocês três vão ter que trabalhar. — Ele fez uma pausa e encolheu os ombros,
seu olhar firme. — Isso se você quiser algo permanente. Se for uma coisa de curto
prazo, ela não lhe deve nenhuma explicação.

Com as palavras do xerife ainda ressoando em seus ouvidos, Carter deixou o


escritório do xerife assim que Marshall parou. Ainda nervoso e precisando
conversar, ele fez uma pausa para contar a seu irmão sobre sua conversa com Ace.

121
Embora Marshall assentisse e suspirasse, seus olhos se endureceram. — Não
gosto que não saibamos quem mais está cuidando dela, mas tomamos uma decisão
consciente de ir devagar. A confiança leva tempo para ser construída.

Carter tirou o chapéu e passou a mão pelo cabelo. — Eu sei que sim. Também
sei que já me sinto muito possessivo com ela.

— Todos nós sentimos. — Marshall soltou outro suspiro. — Mas se não


levarmos isso devagar, vamos assustá-la antes que possamos descobrir se podemos
fazer isso funcionar.

Carter nem tentou conter o sorriso. — Parece certo com ela, não é?

Ele não acrescentou que havia se sentido bem com ela por meses e muito
diferente e excitante do que tinha sido com Emily.

Empurrando de lado a culpa com a admissão, Carter olhou seu irmão com
firmeza. — Nós conhecemos Talia por meses. Nós temos ido devagar. Olha, Emily
sabia que a amávamos. Ela deveria ter vindo até nós em vez de fazer o que fez.

— Sim. — Marshall soltou um suspiro. — Talia recebeu outro telefonema. Ela


saiu para conversar e não quis nos dizer quem era.

Carter franziu a testa. — Eu me pergunto se foi a mesma pessoa que está


pagando pela reforma da casa dela.

— Pode ser. — Os lábios de Marshall se contraíram. — Quando perguntei quem


era ao telefone, ela disse que não era da minha conta.

— Ela com certeza não mede as palavras, não é? — Carter olhou para a rua,
ansioso para chegar até ela. — Ela está dormindo? A porta está destrancada?

122
Marshall sorriu. — Ela se levantou enquanto eu me vestia e fazia café. Quando
saí, ela estava sentada à mesa bebendo o dela. Eu tranquei a porta atrás de mim,
mas ela está de pé. Vestindo uma camisola rosa bonita sob um robe rosa suave.

Balançando a cabeça, ele suspirou. — Ficarei feliz quando a cozinha estiver


pronta. O fogão não funciona, então as opções são café, suco, torrada e iogurte. Ah,
e ovos cozidos. Marissa os ferve para ela.

Carter deu de ombros, ansioso para chegar à casa de Talia e abraçá-la


enquanto eles conversavam e bebiam café. A escuridão da manhã aumentaria a
intimidade que ele queria criar com ela, e com Joe ainda na cama, Carter a teria para
si. — Vou pegar algo para o café da manhã antes de ir.

Ele olhou para seu irmão, parando quando viu a expressão em seu rosto, as
sombras nítidas do poste de luz dando a Marshall uma aparência severa.

— Marshall? O que é?

Para sua surpresa, Marshall balançou a cabeça ligeiramente, sua expressão


pensativa. — Ela tem sabonete líquido e xampu para nós no chuveiro. Escovas de
dente extras na gaveta. Disse que pode utilizar o closet vazio na entrada do seu
quarto e a cômoda vazia ao lado dele. Ela disse isso com indiferença, como se não se
importasse de uma forma ou de outra, mas tive a sensação de que ela estava
nervosa com isso. Parecia que era mais importante do que ela deixou transparecer.

Carter franziu a testa, perguntando-se aonde seu irmão queria chegar. —


Oh? Importante como?

— Não sei. — Com um encolher de ombros, Marshall suspirou. — Ela pode


estar apenas nos fazendo sentir bem-vindos, ou pode estar esperando que vamos
morar com ela. Isso pode ser um problema.

123
— Não acho que ela tenha expectativas, Marshall.

— Espero que não, pelo menos tão cedo. — Ele olhou no seu relógio. — É
melhor eu entrar e deixar Ace saber que estou aqui. Certifique-se de que Talia tenha
algo para comer.

Marshall começou a subir os degraus para a porta da frente do escritório do


xerife assim que Ace irrompeu pela porta, chapéu na mão e parecendo louco como
o inferno.

Ace deu os passos rapidamente, olhando para os dois enquanto corria em


direção a seu SUV. — Talia acabou de ligar. Ela ouviu um barulho na frente e
percebeu que era um de vocês. Abriu a porta para encontrar um homem olhando
pela janela. Ele entrou em pânico e correu em sua direção. Ela gritou e ele abriu
caminho, aparentemente para calá-la. Joe desceu correndo os degraus e o cara saiu
correndo. Joe está perseguindo ele de cueca, e Talia agarrou sua arma e está
correndo atrás deles. Seguiu para o norte em direção às árvores. Ligou do celular
dela.

Carter praguejou e correu para seu SUV, Marshall ao seu lado, seu coração
batendo furiosamente.

Alguns segundos depois, ele puxou e pisou no acelerador, correndo em direção


à casa de Talia. — Eu pensei que tínhamos acabado com seu perseguidor!

Eles chegaram em dois minutos, mas a viagem pelas ruas desertas de Desire foi
a mais longa de sua vida.

Chegando ao final da rua, ele pisou no freio, fazendo o SUV derrapar.

Ele jogou o SUV no estacionamento, agarrou sua lanterna e caiu no chão


correndo, com Marshall e Ace se espalhando de cada lado dele.

124
Os três caminharam rapidamente ao redor das casas no final da rua e em
direção ao bosque atrás deles.

— Ai! Droga! Joe, onde diabos você está?

Balançando sua lanterna na direção da voz de Talia, cheia de pânico, Carter


correu em direção a ela. — Talia!

Assim que ele alcançou o bosque de árvores, ele a viu parada a vários metros
de distância, uma mão apoiada em um tronco de árvore e segurando uma arma, a
outra segurando seu pé como se estivesse tentando examinar a sola. — Talia!

Ela endureceu e abaixou o pé, levantando a mão para proteger os olhos


quando ele balançou a lanterna em sua direção. — Carter! Você tem que encontrar
Joe!

— Estou aqui. — À distância, Joe veio andando por entre as árvores, vestindo
nada além de cuecas boxer cinza e coberto de suor e folhas.

Carter correu para o lado de Talia, segurando a arma dela e pegando-a


enquanto Marshall corria em direção a Joe, Marshall e Ace usando suas lanternas
para escanear a área.

— Onde ele está? — Ace falou asperamente, movendo-se para ficar ao lado
dele como se para proteger Talia.

Joe balançou a cabeça, pegando a arma de Talia de Carter, antes de se curvar


para tocar seus lábios em sua testa. — Eu disse para você ficar em casa. — Ele olhou
para a arma dela. — Aponte e puxe o gatilho. Jesus. Estou feliz que você não atirou
em mim.

— E fui eu que não deixei meu celular e minha arma lá em cima. — Joe olhou
para ela antes de pressionar a mão em sua barriga e se dobrar novamente para

125
tocar os lábios dela com os dele, a raiva ainda brilhando em seus olhos. — Nós
vamos conversar sobre isso.

Joe se endireitou e olhou para Ace, Marshall e Carter por sua vez. — Não
consegui pegá-lo descalço. Ele decolou e ouvi um motor à distância. Parecia que
começou antes que ele pudesse chegar lá. — Ele envolveu a mão na parte de trás da
cabeça de Talia e puxou-a de volta contra seu ombro, tocando seus lábios em sua
testa. — Você está bem, baby?

— Estou bem. Estou feliz por ele não ter conseguido te machucar. Por que você
não me respondeu?

— Porque eu estava ouvindo por ele. Esse era o seu perseguidor? Não dei uma
boa olhada em seu rosto.

Talia ergueu o olhar para ele, ciente de que todos os quatro homens a olhavam
agudamente. — Sim. É ele. É o mesmo homem que estava me observando antes. O
que diabos ele quer?

Os olhos de Ace se estreitaram, quase invisíveis na escuridão quase


completa. — Boa pergunta. Outra boa pergunta - por que um perseguidor teria um
cúmplice?

Caminhando ao lado deles de volta para os SUVs, Marshall ergueu os pés dela
pelos tornozelos com uma grande mão, iluminando a sola de seus pés com a
lanterna. — Você feriu seus pés.

Fazendo uma careta com a fúria subjacente em seu tom, Talia olhou para cima,
sem surpresa ao ver que suas feições pareciam esculpidas em mármore, frias e com
linhas duras, o único calor vindo do fogo queimando em seus olhos.

126
Ace e Joe caminharam atrás dela, falando em voz baixa, e caminharam juntos
para o SUV de Ace enquanto Marshall abria a porta do passageiro de seu SUV para
Carter.

Carter a acomodou em seu colo, esperando até que Marshall fechasse a porta
antes de inclinar sua cabeça para trás para olhar em seus olhos. — Tem certeza de
que está bem?

Com seu sistema ainda bombeando com adrenalina, ela balançou a cabeça,
franzindo a testa quando Carter puxou uma folha de seu cabelo. — Estou bem.

Marshall estendeu a mão para passar a mão por sua perna. — Vou verificá-la
quando a levarmos de volta para sua casa.

— Eu não preciso que você me examine. Por que vocês não vão para casa? Vou
tomar um banho e vou para a cidade.

Marshall entrou na garagem e pisou no freio, virando-se abruptamente para


ela. — Não. Não vamos deixar você sozinha até que esse cara seja pego.

Carter abriu a porta e deslizou o braço sob as pernas dela novamente,


segurando-a contra ele enquanto saía. — Talvez nem então.

Um pouco em pânico com o pensamento de tê-los morando com ela, Talia


balançou a cabeça, olhando ao redor de Carter para ter certeza de que Ace não
poderia ouvi-la, surpresa ao ver os dois ainda sentados no SUV de Ace e
conversando. — Agradeço sua ajuda, mas vocês são meus amantes. Não são meus
guardiões e com certeza não são meus guarda-costas.

Marshall contornou a frente de seu SUV e encontrou seu olhar enquanto Carter
a levava passando por ele. — Você tem espaço em seu armário e uma cômoda vazia

127
para nossas roupas. Você tem shampoo masculino e sabonete líquido no
chuveiro. Escovas de dente extras.

Seu pânico cresceu um pouco com o pensamento deles indo morar com ela,
mas o calor que a deixou sentindo-se corada e emocional a assustou ainda mais. —
E você pensou que eu queria que vocês morassem comigo? Eu não.

Mentirosa.

Como fazer amor com eles, ela queria isso em teoria, mas a realidade a
assustava profundamente.

Marshall fez uma careta ao ver sua porta de tela torta contra a porta
aberta. Pegando-a, ele a colocou de lado antes de se virar para ela novamente. —
Nossos turnos são geralmente escalonados. Será mais fácil para um de nós estar
sempre com você.

Ele agarrou seu queixo e ergueu seu rosto para ele. — Quer você queira admitir
ou não, você nos quer aqui.

Ace subiu os degraus da varanda com Joe, seguindo Carter e Talia para dentro
da casa. — Vou me certificar de que eles estejam sempre escalonados. Eu quero um
de vocês com ela o tempo todo. Quando ela está na estação, sempre haverá alguém
com ela.

— Mas eu não quero…

Joe estendeu a mão para ela. — Dê-a para mim. Nós dois precisamos de um
banho.

Carter balançou a cabeça, seus braços apertando. — Eu a tenho. E preciso de


um banho também.

128
— Ponha-me no chão. — Com vergonha de ser pega em tal posição na frente
de seu chefe, ela suspirou quando eles a ignoraram e começaram a subir as
escadas. — Tem café na cozinha.

Marshall a observou como se quisesse arrancá-la dos braços de Carter,


encontrando seu olhar, a preocupação e o carinho em seus olhos fazendo-a sentir
um nó na garganta.

Ela sorriu para ele, tocada por sua preocupação. — Volto em um minuto.

Assim que chegaram ao quarto principal, Carter parou, olhando ao redor. —


Muito agradável.

Com um leve sorriso, ele se virou e se dirigiu ao banheiro principal, parecendo


igualmente atordoado. — Quarto e banheiro são perfeitos para compartilhar. Você
tem certeza de nós, não é?

Não prestes a alimentar seu ego, Talia escondeu um sorriso, observando a


bunda nua de Joe com fascinação enquanto ele ajustava a temperatura da água,
franzindo a testa quando ela permitiu que seu olhar descesse por suas pernas. —
Ei! Você está todo arranhado.

Ela se mexeu contra Carter até que ele praguejou e a colocou de pé, e ela
começou a ir em direção a Joe, apenas para ver Carter passar o braço em volta de
sua cintura e puxá-la de volta contra ele. — Ei!

Os lábios quentes de Carter pressionaram contra sua orelha. — Você está


arranhada também, e provavelmente muito pior. Todos nós vimos as marcas na
parede do saguão, onde ele jogou você contra ela.

Joe parou de ajustar a temperatura da água e estendeu a mão para ela. —


Venha aqui. Vamos limpar você. Você vai ficar dolorida pra cacete mais tarde.

129
Sua respiração ficou presa ao ver Joe de pé na frente dela completamente
nu. Ela fez uma pausa, fascinada que seu pênis ficou mais longo e mais grosso sob
seu olhar.

Rindo, Joe estendeu as mãos molhadas para tirar o robe e a camisola dela. —
Pare de fazer isso. Precisamos nos limpar e preciso cuidar de seus pés. Eles devem
estar doloridos.

Nua, Talia pegou sua mão e o deixou conduzi-la para o enorme chuveiro,
piscando contra o spray. — Meus pés estão bem, mas estou com dor.

Joe sorriu e passou os braços ao redor dela, puxando-a sob o spray. —


Hmm. Acho que vou ter que verificar isso.

***

Marshall estava no saguão tomando café, raiva e cafeína bombeando em suas


veias enquanto olhava para a grande depressão denteada na parede.

Ele continuou a olhar para ele enquanto Ace tirava fotos do dano, imaginando
como seria bom bater o perseguidor de Talia em uma parede com um pouco mais
de força. — Seu perseguidor está acelerando.

Ace encolheu os ombros. — Ele pode não estar acelerando. Ele poderia ter sido
corajoso o suficiente para se aproximar, ou, ainda mais assustador, ele poderia ter
estado perto antes e nós não sabíamos disso. Isso nos diz muito que ele entrou em
pânico quando foi pego.

Marshall inclinou a cabeça. — Também nos diz muito que Joe o


surpreendeu. Ele não estava vigiando a casa.

130
Ace voltou para a cozinha e colocou sua xícara na pia. — E agora ele está. Ele
não vai querer ser surpreendido novamente.

Marshall sorriu friamente. — E assim saberemos onde ele está e podemos


montar uma armadilha. Preciso ligar para o Lucas. Vamos pedir a Desire Securities
para instalar algumas câmeras de vigilância pela casa e pegar esse filho da puta.

***

Joe sorriu, esperando aliviar um pouco do horror da última hora. — É aqui que
dói?

A respiração de Talia prendeu quando ele deslizou as pontas dos dedos para
baixo em seus lados, e ela se inclinou para ele, seus mamilos frisados contra seu
peito. — Não. — Ela sorriu para ele, o brilho provocador em seus olhos mexendo
com seu pênis. — Você vai ter que continuar procurando.

Joe sorriu, mantendo seu tom e seu toque leve. — Seria um prazer. Como seu
amante, é meu trabalho explorar onde você... dói.

Ele passou as mãos pelos lados de seus ombros e braços, parcialmente para
tocá-la e provocá-la e parcialmente para procurar ferimentos. — Que tal aqui?

Porque ele estava esperando por isso, ele viu o estremecimento que ela tentou
esconder quando sondou seu ombro esquerdo.

A cena em sua cabeça tocou novamente, forçando-o a conter sua raiva. Ele
acordou abruptamente com o grito de Talia, correndo pelo corredor em direção ao
som de seu grito de dor quando seu perseguidor a jogou contra a parede. Ele estava

131
no meio da escada quando o outro cara decolou, evidentemente alertado da
presença de Joe pelo som de seus passos.

Joe fez uma pausa apenas o tempo suficiente para ajudar Talia a se levantar e
se certificar de que ela não tinha se machucado seriamente antes de correr atrás do
outro cara, gritando de volta para ela ficar parada.

Ela não tinha, é claro, algo que ele e seus irmãos teriam que resolver.

Percebendo que ela endureceu novamente, ele deslizou as mãos por seus
braços, seu pênis mais duro a cada minuto ao sentir as mãos dela se movendo sobre
seu peito. — Estou ficando mais quente?

Ela inclinou a cabeça para trás, fechando os olhos contra o spray com um
gemido. — Não, mas eu estou.

Divertido, ele se moveu para ficar atrás dela, curvando-se para beijar seu
ombro dolorido antes de se endireitar para pegar seu sabonete líquido. Esguichando
uma boa quantidade em suas mãos, ele respirou o cheiro que associava a ela, uma
combinação de laranja e baunilha. — Vou ver se consigo te aquecer um pouco mais.

Movendo seu cabelo de lado, ele passou as mãos em suas costas, a água e a
lavagem do corpo permitindo que suas mãos deslizassem sobre ela. Sondando
levemente em seu lado esquerdo, ele franziu a testa quando ela enrijeceu.

Em vez de chamar a atenção para isso e arriscar irritá-la, ele deslizou as mãos
para baixo para alisar sua bunda. — Você já se perguntou como seria ter sua bunda
tomada?

Alcançando para trás, ela agarrou seus antebraços. — Não até que me mudei
para cá. — Deslizando a mão ao redor dela para achatá-la contra sua barriga, ele a

132
segurou lugar enquanto deslizava um dedo pela fenda de sua bunda. — Desde que
se mudou para Desire? Por quê?

Ela estremeceu e se apoiou mais fortemente contra ele. — Porque eu ouvi


outras mulheres falando sobre isso.

— Ouviu? — Ele deslizou a mão mais alto para provocar a parte inferior de seu
seio. Seu gemido suave foi direto para seu pênis.

— Sim. Parece o tipo de coisas que são bem normais nesta cidade.

Sorrindo com o engate em sua voz, Joe deslizou o dedo para a frente e para
trás sobre sua abertura enrugada enquanto deslizava o polegar da outra mão para a
frente e para trás sobre seu mamilo. Incapaz de resistir, ele se curvou para tocar
seus lábios em sua mandíbula, seu pênis crescendo ainda mais com a visão de sua
mão em seu seio. — Qual é a sensação de saber que queremos levá-la dessa forma?

Erguendo os braços para envolver as mãos em volta do pescoço, ela gemeu


novamente e se apoiou pesadamente contra ele. — Apavorante. Emocionante. —
Ela prendeu a respiração quando ele pressionou levemente contra seu buraco
apertado. — Vai doer?

O pau de Joe começou a latejar. — Um pouco, mas vamos prepará-la.

Ele sorriu com a rouquidão em sua voz, divertido que sua própria voz tinha
ficado áspera. — Vamos brincar um pouco e deixá-la um pouco acostumada a ter
sua bunda violada. Quando vir quanto prazer consegue, você vai querer ainda mais.

Talia gritou quando ele pressionou apenas a ponta de seu dedo nela enquanto
apertava seus dedos em seu mamilo. — Você gosta disso, não é, querida?

— Parece tão... decadente.

133
— Com certeza. — Ele moveu o dedo ligeiramente, sabendo que aumentaria
sua consciência ali. — Espere até que você tenha um pau pressionando em você. Vai
parecer assustador, mas é nosso trabalho ter certeza de que você está pronta para
isso.

Apesar de lutar desesperadamente para não apertar o dedo dele, Talia


descobriu que não só não podia evitar apertar o dedo que ele moveu dentro dela,
como abriu mais as pernas em uma necessidade instintiva de mais.

Talia respirou fundo quando seu pau saltou contra sua parte inferior das
costas. — Para onde foi Carter?

Como por mágica, Carter apareceu, jogando uma sacola de lado. — Eu tive que
falar com Marshall, tirar uma muda de roupa do SUV e trancar a porta.

Parado do lado de fora da entrada do chuveiro, Carter começou a tirar o


uniforme, já tendo dispensado as botas, chapéu e coldre.

Enquanto desabotoava a camisa e puxava a bainha, ele permitiu que seu olhar
a percorresse, seus olhos brilhando. — Como ela está?

Joe passou a mão em seu seio enquanto brincava com seu buraco traseiro. —
Ela está dolorida e vai ficar ainda pior amanhã.

Abaixando as mãos, ela cobriu o monte, intensamente autoconsciente de ter o


dedo de Joe parcialmente dentro dela. — Estou bem.

Ela não conseguia desviar o olhar da visão de Carter, agora nu e jogando o


resto de sua roupa de lado. Vendo-o nu pela primeira vez, ela engoliu em seco ao
ver seu pênis, já duro e voltado para ela.

Joe olhou para Carter. — Faça-me um favor. Pegue o lubrificante da mesa de


cabeceira do outro lado da cama.

134
Talia sacudiu, enervada que a moveu no dedo de Joe e esticou sua abertura
enrugada, causando um leve beliscão e aumentando sua consciência ali, tornando
impossível evitar de apertar ali. — Você vai me levar lá agora? Aqui?

Sua respiração ficou ainda mais irregular, a excitação crescendo a cada


momento.

Rindo baixinho, Joe deslizou a ponta do dedo livre e passou os braços ao redor
dela, puxando-a de volta para o spray. — Não, baby. Só um joguinho.

Segurando-a contra ele sob o spray, ele lavou o corpo e se inclinou para
acariciar seu pescoço. — Marshall e eu já pegamos você e, embora Carter tenha te
segurado e tocado em você, é difícil para ele sentir como se você lhe pertencesse se
ele não te levou.

Curvando-se sobre ela, ele se virou ligeiramente, protegendo-a do spray. —


Você está pronta para brincar um pouco mais, ou está muito dolorida?

Tocada por sua consideração e impotente sob seu toque terno, Talia sorriu
novamente e se inclinou para ele. — Eu me sinto ótima. — Inclinando a cabeça, ela
olhou para ele, mais uma vez atingida por seu olhar penetrante. — Você pensa
como o Marshall pensa, não é? Ele quer ter certeza de que você e Carter me querem
também.

Sorrindo travessamente, ela olhou além de seu braço para ver Carter se
aproximar, segurando seu pênis com uma mão enquanto oferecia a pequena garrafa
de lubrificante para Joe com a outra. — Parece que ele me quer.

Carter contornou o irmão para ficar na frente dela. — Com certeza, eu quero
você.

135
Erguendo o queixo dela, ele se inclinou mais perto, a água escorrendo por seu
cabelo para correr sobre seus ombros. — Pensar em tomá-la me distraiu o dia todo.

Erguendo os braços para envolver seu pescoço, ela o puxou para baixo. —
Bom. Eu gosto de poder distrair você. Você sabe como tem sido difícil vê-lo entrar e
sair todos os dias e querer dar uma mordida na sua bunda?

Carter sorriu e roçou os lábios nos dela. — O mesmo vale, baby. Eu também
tive algumas fantasias sobre a sua bunda.

Com uma mão na nuca dela, ele deslizou a mão para seu seio. — Entre outras
coisas.

Beijando-a com beijos lentos e embriagadores, ele acariciou seus seios,


provocando seus mamilos enquanto Joe passava as mãos por suas costas, quadris e
nádegas.

Correndo as mãos sobre a parte de trás de suas pernas, Joe roçou os lábios nas
bochechas de sua bunda. — Vou brincar um pouco.

Carter ergueu a cabeça, curvando-se para segurar sua bunda. — Em um


minuto.

Erguendo-a contra ele, Carter se virou ligeiramente, apoiando-a contra a


parede do chuveiro. — Enrole suas pernas em volta de mim.

Sorrindo com a rouquidão em seu tom, Talia envolveu as pernas em volta da


cintura dele, prendendo a respiração quando ele posicionou a cabeça de seu pênis
contra a abertura de sua vagina e lentamente a abaixou em seu pênis. — Oh!

Agarrando-se a seu pescoço, ela cravou os calcanhares em seu traseiro


apertado, fechando os olhos contra o prazer de sua posse.

136
Quente e duro como aço, seu pênis lentamente entrou nela, as mãos firmes em
seu traseiro, segurando-a no lugar.

Ele não parou até enchê-la completamente e, recostando-se, falou com o


irmão. — Onde ela está doendo?

— Lado esquerdo, costas e ombro. — Joe passou a mão por seu ombro e
desceu pelo lado esquerdo de suas costas, o deslizar de sua mão quente aliviando
um pouco a dor.

— Estou bem.

Carter sorriu, mas a raiva e preocupação persistentes em seus olhos fizeram


seu sorriso terno parecer tenso. Deslizando uma mão pela nuca dela, ele achatou a
outra em seu traseiro, protegendo-a da parede do chuveiro de mármore. — Claro
que está.

Movendo seus quadris, ele começou a empurrar dentro dela, impulsos lentos e
profundos que esticaram suas paredes internas, cada impulso movendo-a contra ele
e criando uma fricção deliciosa de seu peito contra seus mamilos.

Embora mais magro que Joe, ele tinha uma solidez, sua força evidente
enquanto a movia com aparente facilidade. — É isso aí, baby. Droga, você se sente
bem.

Joe se moveu em torno de Carter, ficando atrás dele e juntando um pé e depois


o outro em suas mãos e verificando se havia ferimentos. — Os cortes são
superficiais. Principalmente machucados.

Enervada mais uma vez pelo carinho no tom e no gesto de Joe, Talia tentou,
sem sucesso, puxar os pés das mãos de Joe, irritada por Carter ter parado de se
mover. — Eu disse que meus pés estão bem. Você vai me levar ou não?

137
Carter se acalmou, um sorriso lento de intenção erótica curvando seus lábios
enquanto ele a afastava da parede. — Oh, estou levando você. Joe também.

Talia respirou fundo, os dedos dos pés enrolando. — Mesmo?

Joe lançou a seu irmão um olhar severo e se moveu para ficar atrás dela, suas
mãos correndo para cima e para baixo em seus lados antes de fechar em seus
seios. — Veremos como você se sai.

Emocionada que Carter começou a se mover novamente, Talia segurou firme,


um gemido escapando quando Joe acariciou seu pescoço por trás. — Estou sendo
testada?

Rindo, Joe segurou seus seios, provocando seus mamilos. — Você não gostaria
que eu tomasse você antes de estar pronta, não é?

O deslizar de um dedo frio e escorregadio em seu traseiro a fez estremecer, a


sensação tão intensa que ela gritou e agarrou Carter com mais força, apertando seu
pênis e o dedo de Joe. — Oh!

— Sim. Oh. — Carter deslizou a mão em seu pescoço até à bunda, as duas mãos
apertando suas nádegas. — Bom e fácil, baby.

Com o traseiro bem aberto, Joe teve acesso total à sua abertura mais privada.

Ele aproveitou ao máximo, movendo o dedo dentro dela com uma confiança
que a fez se sentir um pouco desamparada.

Sua ternura e a de Carter, porém, junto com sua forte masculinidade, a fazia se
sentir decididamente feminina.

Ela confiava neles.

Os lábios de Joe roçaram seus ombros quando ele puxou o dedo livre, sua mão
livre correndo para o lado dela quando ela engasgou. — Calma, baby. Preciso
138
adicionar mais lubrificante antes de esticar um pouco mais. Você acha que está
pronta para dois dedos?

— Oh Deus!

Carter a puxou para mais perto e deu um passo para trás e para o lado para
abaixar-se no banco de teca contra a parede do chuveiro, posicionando-a
escarranchada em seu colo. — Tenho a sensação de que este banco vai ser muito
útil. — Joe se ajoelhou atrás dela, pressionando os lábios contra seu ombro
novamente. — Preparada, querida?

Talia prendeu a respiração quando Carter reuniu seu cabelo em torno de uma
grande mão e inclinou a cabeça para trás para olhar para ela. — Não sei. Vai doer?

Carter sorriu, um sorriso cheio de uma combinação de ternura e fome. —


Precisamos te soltar um pouco e te acostumar a ter algo em sua bunda. Apertada
vai tornar mais apertado e mais difícil colocar nossos pênis em você.

Joe pressionou os dedos em sua abertura enrugada. — Tente não apertar meus
dedos. Eles estão entrando e, se você apertar, ficará um pouco mais desconfortável.

Os dedos dos pés de Talia enrolaram quando Joe aumentou a pressão, gritando
quando ele deslizou as pontas dos dedos dentro dela. — Oh!

Carter se curvou para roçar seus lábios nos dela, seu pênis pulando dentro
dela. — Esse lubrificante torna mais fácil empurrar os dedos em sua bunda
apertada.

O peito de Joe pressionou levemente contra o lado esquerdo de suas costas


enquanto ele se inclinou mais perto, seu olhar afiado. — Um pouco mais.

Talia tremeu, apertando o pau de Carter e os dedos de Joe, clamando pela


queimadura em torno de sua abertura enrugada. — Filho da puta!

139
Joe tocou seus lábios em sua orelha. — Eu disse a você o que aconteceria se
você apertasse. — Ele empurrou seus dedos mais profundamente. — Relaxe esses
músculos. Vou abrir meus dedos.

Talia gritou novamente com a sensação de queimação, atordoada que ela


involuntariamente começou a se mover na necessidade de mais.

Inclinando a cabeça, ela escondeu o rosto contra o pescoço de Carter,


envergonhada com a fome decadente que a fazia desejar ter sua bunda preenchida.

Carter espalmou a mão na parte de trás da cabeça dela, as pontas dos dedos
movendo-se sobre o cabelo dela, a outra mão movendo-se para cima e para baixo
em suas costas. — Você gosta disso, baby?

Joe tocou seus lábios em seu ombro. — Gosta. Ela está apertando como uma
louca, e balançando no seu colo.

Erguendo a cabeça, ela se virou para encará-lo. — Como você se sentiria se


alguém colocasse os dedos em sua bunda?

Rindo baixinho, Joe sorriu e se inclinou para tocar seus lábios nos dela
enquanto abria mais os dedos. — Eu não gosto disso, mas aparentemente você
gosta. Como eu estou indo?

A sensação de seus dedos em seu mamilo atraiu outro gemido dela, distraindo-
a ligeiramente até que ele espalhou seus dedos dentro dela novamente e os
deslizou mais fundo.

Talia passou as mãos pelos braços musculosos de Carter, gemendo novamente


enquanto fechava os olhos e deixava a cabeça cair para trás. — Te odeio.

Carter passou a mão sobre o outro seio. — Isso é ódio?

140
Incapaz de manter os quadris imóveis, Talia se moveu mais rápido, a sensação
de ser preenchida em ambas as aberturas diferente de tudo que ela tinha
imaginado.

— Eu vou matar vocês dois durante o sono.

Carter riu e fechou as mãos na cintura dela, lentamente levantando e


abaixando-a em seu pênis, apesar de sua tentativa de se mover mais rápido. —
Venha aqui, garota durona. No momento em que Joe soltar você e você tiver dois
pênis dentro de você, você estará como massa de vidraceiro em nossas mãos.

Ela não duvidava dele, mas não ousaria admitir. — Como o inferno. Você vai ser
massa na minha.

Joe fechou os dedos novamente e os soltou. — Não a deixe gozar ainda. Um


pouco mais de lubrificante e veremos como ela se sai com três dedos.

Três dedos entraram nela, a quantidade de lubrificante que ele usou deixando
seu traseiro tão escorregadio que ele deslizou seus dedos dentro dela com uma
facilidade que a deixou se sentindo ainda mais vulnerável.

Deslizando os dedos livres, Joe passou um braço ao redor dela, puxando-a de


volta contra ele. — Vou pegar um preservativo. — Ele pressionou seus lábios contra
sua têmpora. — Quando voltar, vou pegar essa bunda doce.

As mãos de Carter espalharam-se nas costas dela e, curvando-se para tomar


sua boca novamente, ele se virou no banco e deitou-se, segurando-a contra o peito.

Perdida em seu beijo, ela estremeceu com o deslizamento das mãos de Joe
sobre a bochecha de sua bunda, interrompendo o beijo de Carter com um
suspiro. — Oh Deus!

141
A risada gutural de Joe aumentou a tensão e a fez tremer tanto que seus
joelhos bateram no banco. — Calma, querida. Você está pronta, e não tenho
intenção de lhe dar todo o meu pau. Apenas o suficiente.

Agarrando seu ombro, ele posicionou a cabeça de seu pênis contra sua
abertura enrugada, a escorregadia fria dizendo-lhe que ele aplicou mais
lubrificante. — Pegou-a, Carter?

Carter sorriu firmemente, suas mãos apertando ligeiramente. —


Absolutamente. Se apresse. Fiquei excitado a porra do dia todo e não vou durar
muito mais tempo.

Talia não conseguiu conter um grito quando Joe aplicou pressão, forçando seus
músculos tensos a ceder e permitir que seu pênis entrasse nela.

Atordoada com a sensação e totalmente abalada pela fome que a dominou, ela
agarrou os ombros de Carter, pressionando a testa contra seu peito. — Querido
Deus!

Joe começou a se mover, a fricção e a plenitude de seu pênis


esmagadoras. Carter agarrou seus quadris com um gemido alto, suas feições duras
quando ele começou a empurrar novamente, movendo-a em seu pênis no ritmo de
Joe. — Porra!

Ondas de prazer a consumiram, a plenitude em ambas as aberturas tão


estranha e decadente que a deixou cambaleando e oprimida de prazer. — Ahhh!

Seu orgasmo bateu nela com um soco forte o suficiente para roubar seu fôlego,
a intensidade dele a assustando pra caralho.

Só depois que Joe e Carter praguejaram e começaram a murmurar para ela é


que percebeu que havia gritado.

142
Joe se acalmou e amaldiçoou, seu pau ondulando dentro de sua bunda. —
Fácil, querida. — Sua voz rouca rouca, e com outra maldição, ele se retirou e caiu
para se ajoelhar ao lado dela, segurando-a contra ele enquanto Carter avançava
profundamente e gemia roucamente.

Os lábios de Joe pressionaram contra seu cabelo, sua respiração irregular. —


Isso foi muito mais intenso do que eu esperava.

Inclinando a cabeça dela para trás, ele tocou seus lábios nos dela, seus olhos
cheios de preocupação. — Você está dolorida. Deixe-me me limpar e vou lhe dar
uma massagem.

Carter se sentou, envolvendo os braços ao redor dela. — Enquanto você está


fazendo isso, irei ao restaurante e pegarei um café da manhã para nós.

Ele se inclinou para trás para sorrir para ela enquanto passava as mãos para
cima e para baixo em suas costas. — Por mais que eu queira sentar aqui e abraçá-la,
eu preciso tirar você daqui. A água está esfriando.

Talia colocou os braços em volta do pescoço dele, seu sorriso caindo quando
Joe e Carter trocaram um olhar. — O quê?

Joe balançou a cabeça, removendo o preservativo. — Nada está errado,


querida. Você está apenas nos alcançando um pouco mais do que esperávamos.

A onda de calor na ternura em seus olhos criou uma pequena quantidade de


pânico dentro dela. — Não, não estou. É apenas sexo. Não comece a ficar piegas em
mim.

Depois de um momento de silêncio, Carter se levantou, colocando-a de pé. —


OK. Vamos nos apressar e lavar você novamente. Eu não quero que fique com frio.

143
CAPÍTULO DOZE

Sentado na cadeira em frente à mesa de Ace, Marshall ouviu atentamente o


lado de Ace da conversa.

— Bom dia, Ben. É Ace Tyler.

Sentando-se para a frente, Ace fez uma careta. — Não. Ela está bem. Parece
que o perseguidor está de volta.

Marshall ergueu uma sobrancelha para a maldição alta que veio claramente
através do receptor, sem surpresa quando Ace estremeceu com a fúria no tom do
outro homem.

— Sim, é o mesmo homem. Ela o identificou e é o mesmo homem que estava


bisbilhotando ao seu redor alguns meses atrás. Não se preocupe. Ela está segura e
está sendo observada. — Recostando-se, Ace respirou fundo e soltou o ar
lentamente. — Um dos homens interessados nela está aqui e quer falar com
você. Seu nome é Marshall Garrison. Vou colocar você no viva-voz. Marshall, este é
Ben Brighton.

Ace colocou a chamada no viva-voz de seu telefone de mesa, sorrindo


fracamente quando mais palavrões estouraram.

— Não se preocupe? Merda! Ace, pensei que você fosse cuidar dela para mim!

Alcançando sua xícara de café, Ace levantou uma sobrancelha. — Eu disse a


você que iria mantê-la segura e ficar de olho nela. Ela está com bons homens.

— Homens? As pessoas daquela merda de cidade são malucas!

Ace tomou um gole de café calmamente. — Funciona para nós.

144
Marshall inclinou-se para a frente. — Sou Marshall. Meus irmãos e eu não
temos intenção de machucar Talia e faremos todo o necessário para mantê-la
segura. Quem é você e qual é o seu interesse nela?

— Eu sou a porra do irmão dela. O que diabos você pensa que está fazendo
com minha irmã?

Aliviado, Marshall soltou um suspiro. — O irmão dela. Posso presumir que você
é quem está pagando pela maior parte do trabalho na casa dela?

— Sou. Não se atreva a lhe dizer.

Marshall recostou-se, levantando a voz para ser ouvido claramente pelo alto-
falante. — Isso depende de você.

— E o que, exatamente, isso quer dizer?

Marshall ergueu uma sobrancelha com a frieza na voz do outro homem. — Isso
significa que meus irmãos e eu queremos sua irmã e não queremos sua
interferência.

A risada de Ben continha uma confiança e raiva que Marshall respeitava. — Isso
não vai acontecer. Quero que minha irmã esteja com um homem que a ama. Você e
seus irmãos estão passando ela por aí como se fosse uma prostituta!

Enfurecido, Marshall ficou de pé, batendo a mão na mesa de Ace com força
suficiente para fazer o telefone chacoalhar e fazer a xícara de café de Ace pular e
cair no chão, se espatifando. — Eu não dou a mínima para quem você é. Nunca mais
se refira a Talia assim de novo! E fique com a porra do seu dinheiro. Vou pagar pelo
que ela precisa!

Marshall saiu furioso, por alguém pensar que eles tratariam Talia dessa
maneira. Ele virou à esquerda, saindo em busca de ar.

145
Andando de um lado para o outro, ele escaneou automaticamente a área,
observando os residentes de Desire começarem o dia.

Forçando-se a diminuir seu ritmo e sua respiração, estremeceu interiormente


com o pensamento de que ele nem sabia que Talia tinha um irmão.

Ele sabia tão pouco sobre ela. Não queria saber.

Queria manter o máximo de distância emocional possível entre eles.

Ele havia admitido para si mesmo que era mais inflexível do que Joe e Carter e
fez o possível para lembrá-los de Emily e o que tê-los em sua vida lhe tinha feito.

Esconder seus sentimentos por ela se tornou mais difícil a cada dia, e agora que
fez amor com ela, ele não sabia por quanto tempo poderia fingir que ela não tinha
revirado seu mundo.

Ofendeu-se imediatamente com as palavras de Ben, mas sabia que vinha de


sua própria culpa.

Sua sensibilidade sobre o assunto veio de se perguntar se Emily se sentia assim.

O pensamento de Talia se sentindo da mesma maneira o fez querer


vomitar. Embora confiasse em seus irmãos para cuidar dela, Marshall precisava
ouvir por si mesmo que ela estava bem.

Não confiando nela para lhe contar a verdade sobre seus ferimentos, ele puxou
o celular e ligou para Carter.

***

146
Com o telefone perto do ouvido, Ace se recostou na cadeira, tomando um gole
de café antes de colocar a xícara de lado.

Olhando para o vidro quebrado e as toalhas de papel na lata de lixo, fez uma
careta interiormente diante da rara demonstração de temperamento de Marshall.

Como um homem grande, ele sabia o quão importante era controlar sua raiva e
nunca tinha visto Marshall nem perto de ficar tão fora de controle.

Focando em continuar sua conversa com Ben, Ace se inclinou para a frente. —
Eles tentaram ao máximo ficar longe dela, mas sua irmã deixou claro que está
interessada e, a julgar pelos olhares que interceptei quando pensaram que ninguém
estava olhando, eles têm lutado para esconder os seus próprios interesse dela. A
julgar pela reação de Marshall à sua referência de tratar Talia como uma prostituta,
eles não estão levando isso levianamente.

Ben soltou um suspiro, mas não fez nada para aliviar a tensão em sua voz. — Eu
me sinto mal por eles, mas saber que sua última namorada se matou não é
exatamente um conforto.

Ace suspirou e olhou para a gaveta trancada de sua mesa, que continha a pasta
do suicídio de Emily.

Se realmente foi suicídio.

Algo incomodava Ace sobre o suicídio de Emily, e ele já havia entrado em


contato com o agente Price do FBI em um esforço para obter mais respostas.

Trazendo seus pensamentos de volta ao presente, ele tomou outro gole de


café. — Eles se culpam e estão pisando em ovos ao redor de Talia. Algo me diz que
ela não vai tolerar isso por muito tempo.

Ace franziu a testa com a pausa embaraçosa. — Ben? Algo errado?

147
— Não. — O suspiro de Ben continha uma grande quantidade de pesar. — Para
ser honesto com você, não tenho mais ideia do que ela está procurando. Ela nunca
vem visitar o rancho. Está procurando por algo. Quando ela se candidatou ao
trabalho com você, eu verifiquei a cidade. — Ele riu sem humor. — O lugar mais
louco de que já ouvi falar, mas parecia seguro.

Ace se endireitou. — Minha cidade é segura.

A próxima risada suave de Ben continha mais humor. — Uma das coisas que
gosto em você é que você é tão arrogante quanto eu. Eu não achei que isso fosse
possível. — Após uma pausa, Ben suspirou novamente. — Eu gostaria de falar com
Marshall novamente. Tenho a sensação de que preciso saber mais sobre ele.

Ace sorriu e pegou sua xícara novamente. — Ele é um bom homem. Grande
como uma montanha e com um coração igualmente grande. Acho que vai gostar
dele.

Ele não queria acrescentar que Marshall provavelmente logo seria seu
cunhado, mas apostaria dinheiro nisso.

— Hmm. Veremos. Nesse ínterim, vou trazê-la aqui até que você possa
descobrir quem diabos a está perseguindo.

Insultado, Ace bateu sua xícara na mesa. — Podemos protegê-la aqui!

— Desculpe, xerife. Talia estará mais segura aqui do que em qualquer outro
lugar. Eu conheço cada pedaço de grama neste lugar, e meu irmão
também. Veremos qualquer ameaça vindo de quilômetros de distância.

Ace enrijeceu. — Espere! Talia tem dois irmãos?

Ben riu suavemente. — Pelo menos. Chance e eu iremos até aí esta tarde para
buscá-la. Agora, deixe-me falar com Marshall.

148
***

Depois de sua conversa com Ben Brighton, Marshall desligou e saiu em busca
de Ace.

Encontrando o xerife de pé perto da enorme janela da frente, Marshall fez uma


pausa, olhando a cadeira onde Talia normalmente se sentava. — Obrigado.

Ace encolheu os ombros e tomou outro gole de seu café. — Ajudou?

— Sim, mas Ben não confia em nós. — Ele permitiu um pequeno sorriso. — Ele
estava bem furioso, mas consegui acalmá-lo um pouco. Tenho a sensação de que vai
demorar um pouco para conquistar a confiança daquele homem.

Ace se virou com um sorriso. — Essa foi a minha leitura. Quando ofereci o
trabalho a Talia, Ben ligou e me entrevistou. Ele é muito protetor com sua irmã.

Balançando a cabeça, Ace colocou sua xícara na bancada. — Eu tenho


conversado com ele por meses, mantendo-o informado sobre Talia. Ele ficou puto
quando descobriu que Talia queria aquela maldita monstruosidade de uma casa e
eu não pude convencê-la do contrário.

Divertido, Marshall riu. — Sim. Estou começando a ver de onde ela tira sua
teimosia. — Seu sorriso sumiu. — Então ela tem dois irmãos? Ele mencionou que
seu irmão, Chance, estava vindo com ele para buscá-la.

— Foi o que ele me disse. Quando expressei surpresa e disse a mesma coisa -
ela tem dois irmãos - ele riu. Sua resposta foi, pelo menos.

Marshall franziu a testa. — Então ela tem pelo menos mais um, e é alguém que
eles querem manter em segredo. Por que diabos ela esconderia sua família?
149
Os olhos de Ace se estreitaram. — Talia não fala muito sobre si mesma ou
sobre o rancho em que viveu no Texas.

Ao olhar de surpresa de Marshall, Ace inclinou a cabeça. — Sim. Eu chequei. Já


ouviu falar do Black Rock Ranch fora de Austin?

— É claro. É enorme. — Marshall vasculhou sua memória. — Tivemos que


rastrear alguém naquela área uma vez. Ouvi dizer que era uma grande propagação e
até mesmo os bandidos não queriam mexer com ninguém lá.

Ace pegou sua xícara novamente. — Procurei na internet. Não há nomes


associados a ele, exceto para dizer que é o rancho Brighton. Sem primeiros nomes e
sem fotos dos proprietários.

Ace tomou um gole de café, olhando-o por cima da borda antes de abaixar a
xícara novamente. — Acho que você perdeu a luta para mantê-la aqui?

Marshall passou a mão pela nuca. — Não. Eu concordei com ele, mas apenas
por alguns dias. Se ela está longe daqui, ele me garante que pode mantê-la segura
no rancho. Nesse ínterim, vamos usar nosso tempo de inatividade para tentar
descobrir quem diabos poderia querer causar-lhe dano. — Marshall sorriu
novamente. — E ao concordar em mandá-la para o rancho, Ben vai nos ajudar a
juntar as peças de seu passado.

Marshall pegou o chapéu. — E enquanto ela estiver fora, terei um sistema de


alarme instalado. Eu planejava perguntar a ela sobre isso, mas agora estou feliz por
não ter lhe dado a chance de me dizer não.

Ace sorriu. — Bom plano.

150
— E nós vamos ficar na casa dela. Apagando e acendendo as luzes e mantendo
nossos carros fora do caminho. Fazer seu perseguidor pensar que ela está sozinha
em casa.

Marshall sorriu friamente, antecipando um encontro com o perseguidor de


Talia. — E se acontecer de ele dar a volta na casa de novo, eu ligo para você.
Eventualmente. — Ele começou a sair. — Tenho que falar com Joe e Carter.

***

Vestida com shorts jeans e um top vermelho, Talia preparou outra xícara de
café e se virou, esperando que Carter entrasse com a comida que ele tinha ido
buscar na lanchonete.

Ela foi até à janela da sala e olhou para fora, surpresa ao encontrar Carter
parado na calçada da frente com uma bolsa em cada mão, conversando
profundamente com Joe e Marshall.

Se perguntando sobre o que eles poderiam estar falando, e por que Marshall
tinha vindo tão logo depois de começar seu turno, ela foi até à porta da frente e a
abriu, fazendo uma careta novamente ao perder sua porta de tela.

Saindo para a varanda em seus chinelos macios, ela fechou a porta atrás de si, a
voz de seu pai lhe dizendo: — Feche a maldita porta! Não estou com ar
condicionado do lado de fora! — ecoando em sua cabeça.

— O que está acontecendo? Está tudo bem? — Prendendo a respiração, ela


deixou seu olhar vagar pelo grande corpo de Marshall, procurando por qualquer
sinal de lesão. Não vendo nada, ela deu um suspiro de alívio e começou a avançar.

151
Enquanto contornava Carter, Marshall se aproximou dela, seguido de perto por
seus irmãos, seu sorriso de preocupação fazendo coisas engraçadas em seu
estômago. — Olá querida. Carter me disse que eles cuidaram de seus pés. Ainda
doem?

Seu estômago deu uma cambalhota quando ele parou na frente dela e ergueu
seu queixo. — Meus pés estão bem. O que está acontecendo? — Ela olhou ao redor
dele para Carter e Joe. — Vocês três mudaram de ideia?

O sorriso lento de Marshall a virou do avesso. — Sobre você? Não.

Envolvendo um braço ao redor dela, ele a conduziu para dentro, o calor


formigante de sua mão em seu ombro ondulando por ela e tornando difícil manter
suas emoções sob controle. — Vamos conversar enquanto você come.

Uma vez lá dentro, ela girou sobre ele, afastando-se dele em um esforço para
manter seus hormônios sob controle. — Olha, eu já te disse que isso é só um
caso. Não preciso que você me traga o café da manhã ou enfaixe meus pés. —
Endireitando-se, ela ergueu o queixo. — Eu não preciso de alguém para cuidar de
mim, Marshall.

Marshall pegou a mão dela, franzindo a testa quando ela o evitou. — Então,
quando você começou a manter uma arma lá embaixo? — Ele deu um passo mais
perto e pegou a caneca meio vazia de café dela e a entregou a Joe.

Talia piscou quando ele se curvou na cintura e, com um braço ao redor de seus
quadris, a jogou por cima do ombro. — Ei!

— A arma?

— Eu sempre tenho uma arma à mão.

152
Pendurada sobre seu ombro e armada com o conhecimento de que tentar
escapar seria fútil e possivelmente embaraçoso, Talia aproveitou sua posição para
admirar a vista.

Correndo a mão sobre seu traseiro musculoso, Talia reprimiu um gemido


quando ele respondeu da mesma forma. — Isso é algo que você planeja fazer com
frequência?

Virando-a de volta com uma velocidade e força que a deixou tonta, ele a
embalou na frente dele e se sentou, colocando-a em seu colo. — O que seria isso?

Ignorando os olhares de Joe e Carter enquanto colocavam os pratos e


esvaziavam as sacolas da lanchonete, ela encontrou o olhar de Marshall, com o
estômago apertado de nervosismo. — Me pegar quando eu não for aonde você quer
que eu vá.

Marshall encolheu os ombros e estendeu a mão para a caneca de café preto


que Joe colocou à sua frente. — É uma possibilidade. — Ele tomou um gole de café e
colocou a caneca de lado. — Conversei com seu irmão.

Atordoada, Talia engasgou e se levantou, rapidamente se afastando dele. —


Por quê? O que diabos você está fazendo conversando com meu irmão?

Marshall ergueu uma sobrancelha, seu olhar intimidante enviando um calafrio


por ela. — Eu não sabia que você tinha um irmão. Não falamos muito sobre nós
mesmos, não é?

Engolindo em seco, ela olhou para Carter e Joe para encontrá-los também
olhando para ela. — Não. Achei que estávamos todos bem com isso.

Joe se deixou cair em sua cadeira com um suspiro. — Pareceu-me uma boa
ideia na altura. Agora não tenho tanta certeza.

153
— Bem, tenho certeza. — Talia foi até à mesa e recuperou sua caneca de
café. — Eu deixei bem claro que não quero um compromisso. Nós nos conhecemos
bem o suficiente sem adicionar nossa bagagem à mistura.

Carter dobrou a última sacola vazia, virando-se para ela com uma carranca. —
Seu irmão é bagagem?

— Irmãos. — Marshall pegou sua xícara novamente. — Ben e Chance estão


vindo para te buscar.

— O quê? — Talia bateu sua xícara com um suspiro. — Que diabos você está
falando?

Marshall estendeu a mão para puxar uma cadeira para ela. — Sente-se e coma.

— Eu não quero comer. — Talia enrolou os dedos nas costas da cadeira,


tentando resistir aos cheiros deliciosos da enorme quantidade de comida de café da
manhã espalhada na frente dela. — Eu quero saber por que diabos Ben e Chance
estão vindo me pegar.

Marshall colocou a xícara de lado e começou a encher o prato dela. — Porque


Ace disse a Ben que seu perseguidor está de volta e seus irmãos querem você no
rancho onde você estará segura.

Ela sabia que não era lógico se machucar por eles estarem tão ansiosos para
mandá-la embora, mas a dor permaneceu.

Repentinamente doente do estômago para comer, Talia se afastou da mesa. —


Eu tenho um trabalho aqui.

Marshall franziu a testa e acrescentou três fatias de bacon ao prato enquanto


Carter foi até à geladeira. — Ace concorda com seus irmãos. Além disso, ele está
planejando contratar outra pessoa para que você tenha férias ou quando estiver

154
doente. Ele quer contratar mais pessoas para que alguém atenda o telefone à noite,
em vez de receber as ligações de um de nós.

Cruzando os braços sobre o peito e irritada consigo mesma pelas lágrimas


queimando seus olhos, Talia balançou a cabeça. — Você está cheio de merda. Ace
ficaria insultado com a ideia de que ele não poderia me proteger em sua cidade, e se
ele está procurando me substituir, isso significa que ele já decidiu me despedir. O
que aconteceu? Ben o ameaçou com alguma coisa?

Joe piscou e parou com a mão a meio caminho da boca, inquieto por ela ter
empalidecido. — Ameaçar Ace?

— Eu sabia! — Talia puxou o suco de laranja que Carter pegou da geladeira e se


virou, pegando um copo do armário, seu rosto vermelho e seus olhos brilhando de
fúria. — Assim que vou para a cama com alguém, eles atacam! Deus me livre de
fazer sexo com alguém. Então, cometi um erro! Uma vez! Eu era uma otária. Uma
vez! Não é como se eu tivesse qualquer intenção de fazer isso de novo.

Joe olhou para seus irmãos, seu estômago apertando com a dor sob sua
raiva. — Seu marido?

— Sim. Eu fui estúpida o suficiente para acreditar que ele me queria. Muito
bem. — Ela engoliu o copo de suco e bateu o copo vazio na bancada gasta e
rachada. — Eu irei. Isso vai me dar a chance de dizer aos meus irmãos o que penso
antes de eu mudar para outro lugar.

Ela girou novamente e começou a correr para fora da sala, apenas para parar
abruptamente quando Marshall serpenteou um braço, parando-a em seu caminho
enquanto ele se levantava.

155
Com uma mão nas costas dela, ele ergueu seu queixo, sorrindo fracamente
enquanto abaixava a cabeça até que seus rostos estivessem a apenas alguns
centímetros de distância. — Acho que paixão e temperamento saudável andam de
mãos dadas. Só para constar, sou perfeitamente capaz de lidar com os dois.

Quando Talia abriu a boca para falar, Marshall tocou um dedo em seus lábios,
efetivamente a silenciando. — Ace não está demitindo você. Ele tem falado em
contratar outra pessoa para noites, fins de semana e dias de folga. Na verdade, ele
está pensando em contratar mais duas pessoas, mesmo que uma trabalhe meio
período. Quanto ao resto...

Erguendo seu queixo mais alto, ele olhou em seus olhos. — Não tenho intenção
de deixar você ir, nem Joe e Carter. Você vai nos dar tempo para fazer algumas
pesquisas sobre isso. Ben quer cuidar de você e concordou em responder a algumas
perguntas na esperança de nos ajudar a descobrir quem está perseguindo você. Eu
disse a seu irmão que apareceria em seu rancho em alguns dias para buscá-la. Se ele
for o homem que penso que é, você estará lá.

Joe se levantou e se moveu atrás dela, a necessidade de tocá-la


esmagadora. Fechando as mãos sobre os ombros, ele pressionou os lábios em seu
cabelo. — E se você conseguir fugir, nós te encontraremos. Não se engane sobre
isso.

Marshall tocou seus lábios nos dela antes de se endireitar. — Eu tenho que
voltar ao trabalho. Estarei de volta aqui antes de você sair.

***

156
— Você quase foi pego!

Sem fôlego por causa da corrida e da adrenalina, Manny North estremeceu


com a raiva feminina e pulou na parte de trás da motocicleta em andamento,
segurando os ombros de sua irmã. — Ela me pegou.

Incapaz de dizer qualquer outra coisa sobre o rugido da motocicleta, Manny


ficou em silêncio, sem falar novamente até que eles chegaram à próxima cidade
pequena e à casa deserta que encontraram.

Ela desligou a motocicleta e desceu, olhando para ele enquanto ele deslizava
do assento. Empurrando a motocicleta ao lado da varanda de trás, ela
amaldiçoou. — Você deveria procurar uma maneira de entrar. Ela tem aqueles
malditos operários lá de segunda a sexta-feira. Precisamos pegá-la no fim de
semana.

Sua irmã e irmão mais velho sempre o faziam se sentir estúpido, mas desta vez
era ainda pior.

— Marshall foi embora. Achei que ela estava sozinha. Eu olhei pela janela e ela
me viu. Veio até à porta da frente. Eu não queria que ela gritasse nem nada, então
eu a empurrei de volta e tentei colocá-la no chão para que eu pudesse amarrá-la,
mas antes que eu pudesse, ela gritou e ouvi alguém correndo escada acima. Um
homem.

— Foi Carter ou Joe?

— Joe. — Ele teve um breve vislumbre do outro homem quando se virou


enquanto corria e o reconheceu pelas fotos que sua irmã tinha mostrado a ele. —
Ele estava bem atrás de mim, mas eu o ultrapassei.

157
Ele não admitiu que a única razão pela qual conseguiu ultrapassar Joe Garrison
foi porque os pés do outro homem estavam descalços.

Ele não queria parecer mal para sua irmã e sabia que seu irmão estava
contando com ele.

Ele olhou para sua irmã. — Vou buscá-la da próxima vez.

— Eles estarão esperando por você agora, estúpido. Teremos que assistir e
esperar um pouco.

Manny acenou com a cabeça, incapaz de conter um sorriso. — Soa bem. Assim,
da próxima vez, posso pegá-la.

Se o fizesse, seria um herói pela primeira vez na vida.

E pela primeira vez em sua vida, Sid e Emily ficariam orgulhosos dele.

158
CAPÍTULO TREZE

Talia assistiu Marshall sair antes de virar para Joe e Carter. — Acho que é
melhor eu ir fazer as malas.

Balançando a cabeça, Joe deslizou um braço ao redor dela. — Venha comer


primeiro. Você pode nos contar sobre seus irmãos e o rancho.

Talia suspirou e voltou para a mesa, divertida que Joe voltou para seu assento e
a colocou em seu colo. — Eu posso sentar em uma cadeira sozinha, você sabe.

Joe sorriu e puxou seu prato para mais perto. — Sim, mas eu gosto mais
assim. Eu não sabia que você tinha dois irmãos.

Ignorando seus olhares especulativos, ela escondeu um sorriso e pegou o


garfo. — Nós não discutimos nossas vidas pessoais uns com os outros, não é?

Joe pegou seu próprio garfo, passando a mão livre pelas costas dela. — Talvez
seja a hora de fazermos isso.

Talia pegou uma garfada de ovos. — Você vai conhecer meus irmãos em
breve. Pode formar sua própria opinião.

Entregando a ela um copo de suco de laranja fresco, Carter se deixou cair em


sua cadeira. — Ouvi dizer que é um grande rancho.

Talia olhou para ele, permitindo um pequeno sorriso. — Sim.

De repente faminta, ela vasculhou sua comida, parando apenas o tempo


suficiente para responder às suas perguntas.

Joe cortou suas panquecas. — Porque você veio embora?

Talia encolheu os ombros. — Eles me sufocavam.

159
Carter olhou para ela enquanto comia seu próprio café da manhã. — Você
disse que seu marido foi um erro?

— Um grande.

— Você foi casada vários meses, não foi?

Balançando a cabeça, Talia pegou seu suco. — Isso é o que todo mundo aqui
pensa. Acho que você descobrirá a verdade em breve. — Ela baixou o copo
novamente, evitando seus olhares. — Três dias.

Surpreso com isso, Carter olhou para Joe. — Ele morreu depois de três dias?

— Sim. — Talia deixou seus talheres de lado e se levantou. — É melhor eu fazer


as malas.

Carter pegou a mão dela antes que ela pudesse se afastar, puxando-a para mais
perto. — Isso deve ter sido difícil para você.

— Não. — Os olhos de Talia ficaram em branco, seus olhos vazios e planos. —


Eu me mudei de volta para casa um dia depois de me casar com ele. Nunca mais o
vi. — Seu sorriso estava sem emoção. — Meus irmãos pagaram o funeral. Nenhum
de nós foi até ele. Eu nem sei onde ele está enterrado. Eles cuidaram de tudo.

Com o canto do olho, Carter podia ver seu irmão os observando, mas manteve
sua atenção em Talia. — O que o matou?

Talia encolheu os ombros e se afastou dele. — Meu cavalo. O idiota ficou


bêbado e roubou meu cavalo. A beleza o jogou de um penhasco. — Balançando a
cabeça como se estivesse se livrando da imagem mental, ela se envolveu com os
braços. — É melhor eu ir fazer as malas.

Carter a observou ir embora, sem mais fome.

160
Jogando o garfo no prato, ele pegou o café, mantendo a voz baixa enquanto ela
subia as escadas. — Três dias?

Joe se recostou na cadeira e pegou seu próprio café com um suspiro. — Sei que
ficamos longe dela porque tínhamos medo de que ela quisesse mais e que a
machucássemos. Eu nunca teria suspeitado que ela tivesse se machucado antes,
mas desde que Marshall mencionou seus irmãos, é óbvio.

— Sim. — Carter a ouviu caminhar pelo corredor até seu quarto acima deles. —
Ela disse que seus irmãos a sufocaram. Parece que eles eram superprotetores.

Joe encolheu os ombros. — Não posso dizer que os culpo. — Ele olhou em
direção ao foyer, seus olhos se estreitaram. — Gostaria de saber o que aconteceu
depois de um dia de casamento que a fez deixá-lo.

— Boa pergunta. Ela disse que estava fraca e cometeu um erro. — Carter se
levantou, servindo-se de outra xícara de café. — Eu aprecio isso, mas ouvir que ela
pensa que seus irmãos planejam atacar porque ela foi para a cama conosco não soa
bem.

Joe fez uma careta. — Ela foi para a cama conosco. Isso não soa tão caloroso e
íntimo quanto parecia.

Carter se virou com o cenho franzido. — Eu sei que ela disse que não queria um
compromisso, e isso parecia... seguro, especialmente com nosso medo de machucá-
la. Achei que isso nos daria todo o tempo para nos conhecermos sem expectativas.

Joe se levantou e acenou com a cabeça quando começou a limpar a mesa. — E


se tudo desse certo, poderíamos gradualmente transformá-lo em algo mais.

Ele fez uma pausa com as mãos cheias de pratos. — Ela é mais forte do que
Emily era. Talia não cairia em pedaços tão facilmente.

161
— Eu sei. — Carter suspirou e colocou seu café de lado. — Muitas vezes me
perguntei se as coisas teriam sido diferentes se a tivéssemos pedido em casamento.

Joe fez uma careta. — Isso nunca pareceu certo, e nós três sabíamos
disso. Você sabe tão bem quanto eu que ir para casa parecia cada vez menos
atraente.

Carter começou a encher a pia com água, preparando-se para lavar a louça. —
Sabíamos que estava chegando ao fim. Tenho a sensação de que ela também.

Joe jogou a louça suja no balcão. — Então por que diabos ela se matou? Por
que ela nos deixaria um bilhete nos culpando por tudo em vez de falar conosco?

Carter soltou um suspiro, seu estômago dando nós. — Essa é uma pergunta
que eu gostaria de poder fazer-lhe.

Joe se virou para se recostar no balcão. — Não posso deixar de me perguntar.

— Quer saber o quê?

Balançando a cabeça, Joe cerrou os punhos ao redor da borda da bancada. —


Acho que simplesmente sinto que não houve um encerramento. A nota de suicídio
foi escrita com a caligrafia dela. Era o carro dela, mas seu corpo estava tão
queimado que eles não conseguiram nem mesmo obter DNA.

Carter colocou os pratos que ele lavou no escorredor. — Isso sempre me


incomodou também. Ela saiu da ponte e atingiu o maior afloramento de rochas
lá. Além disso, o fogo queimava tanto que não sobrou nada. E por que diabos havia
aceleração em tudo isso?

— Isso sempre me incomodou, especialmente porque não havia contêineres no


local. — Joe soltou um suspiro, sua frustração evidente. — E por que ela deixou um
bilhete tão frio e cruel?

162
Carter também nunca foi capaz de descobrir isso. — Era como se ela quisesse
nos punir antes de se matar e garantir que mergulhássemos na culpa que todos
sentimos desde então.

Joe se endireitou e olhou para o foyer. — Ela teve um sucesso admirável, e está
atrapalhando o que poderíamos ter com Talia. Isso acaba para mim agora. Vou falar
com Talia.

***

Joe parou na porta do quarto de Talia, sorrindo ao ver roupas voando pelo ar
do armário em direção à mala aberta na cama. — Maneira interessante de fazer as
malas, querida.

— Eu estou bravA.

— Sem brincadeiras. — Joe foi para a cama e começou a dobrar os jeans e


embalá-los, pegando o próximo par no ar enquanto voava em direção a sua
cabeça. — Se você está tão bravA, por que desistiu tão facilmente de ir com seus
irmãos?

Ela saiu do armário com tênis e botas de cowboy, jogando-os na direção da


mala antes de ir para a cômoda. — Porque eles têm sido um pé no saco.

Ela abriu uma gaveta, agarrando punhados de sutiãs e calcinhas em uma


variedade de cores antes de fechar a gaveta novamente. — Eles ficam me
incomodando para voltar ao rancho para uma visita. Sinto falta de todos, mas sei
que eles querem que eu volte para que possam me convencer a voltar novamente.

163
Divertido que ela apenas os jogou na mala em cima dos itens que ele já havia
dobrado, Joe os juntou e os colocou de lado para voltar a fazer as malas. — Você
disse que eles te sufocam?

Talia voltou para sua cômoda e abriu outra gaveta, parando e olhando para
ela. — Eles me vigiam como falcões. Não entendem que eu preciso viver minha
própria vida. Ben e Chance são casados e têm famílias com as quais precisam se
preocupar.

Ela começou a vasculhar a gaveta, com os ombros rígidos. — Inferno, a esposa


de Ben, Jessica, está grávida de novo. Ele precisa cuidar dela em vez de pairar sobre
mim.

Quando ela se aproximou com a pilha de camisetas dobradas em uma


variedade de cores, ele as pegou antes que ela pudesse jogá-las na mala. — Cometi
um erro estúpido e eles nunca vão me deixar esquecer.

Empacotando-as ordenadamente, ele começou a tarefa desconcertante de


dobrar seus sutiãs e calcinhas. — Querida, talvez eles estejam apenas tentando
protegê-la.

Ela desapareceu no banheiro, apenas parcialmente visível enquanto escovava


os cabelos e começava a trançá-los. — Sim, bem, eles têm feito isso a minha vida
inteira. Eles precisam seguir com suas próprias vidas e me deixar viver a minha. Foi
por isso que saí e é por isso que não vou voltar. Talvez se eu passar alguns dias lá, eu
possa fazê-los entender.

Ela jogou a escova na bancada e reapareceu, movendo-se para o lado dele e


olhando para a mala feita. — Uau. Isso é bonito. Como você fez isso tão rápido?

164
Joe sorriu e cuidadosamente colocou seus tênis e botas por cima. — Meus
irmãos e eu temos muita experiência com embalagem. Os US Marshals precisam
fazer as malas rapidamente e aproveitar ao máximo cada centímetro do espaço. Nós
viajamos com pouca bagagem.

Ele fechou a mala e a colocou no chão, passando um braço em volta dela e


jogando-a na cama. — Estaremos aí em alguns dias para buscá-la. Enquanto isso,
esperamos pegar esse filho da puta.

— Eu posso fazer meu próprio caminho de volta.

— Não. — Joe cobriu o corpo dela com o seu, mantendo a maior parte do peso
sobre os cotovelos. — Nós vamos te buscar. Agora, vamos ver o que podemos fazer
para nos livrar do resto dessa raiva.

— Bom plano.

Para sua surpresa e deleite, ela riu e o empurrou em um esforço para colocá-lo
de costas.

Satisfazendo-a, ele rolou de costas, levando-a com ele e tirando


sua camiseta. — Estou feliz por ter gostado.

Depois de jogar sua camiseta de lado, ele agarrou o fecho de seu sutiã. — Um
gostinho de você e já estou viciado.

A respiração de Talia prendeu quando ele jogou o sutiã de lado, gritando


quando ele se moveu rápido, sentando-se e inclinando-se para trás, usando as mãos
para apoiá-la. — Joe!

— Bem aqui, baby. — Segurando seu olhar, ele baixou a boca para seu seio,
passando a língua em torno de seu mamilo. — Caso algum cowboy decida fazer uma
jogada para você, quero lembrá-la do que está esperando por você aqui.

165
Deslizando as mãos em seu cabelo, ela o segurou perto, gemendo ao sentir sua
língua quente provocando seu mamilo. — Você acha que eu poderia esquecer?

Joe chupou seu mamilo levemente, enviando uma forte sacudida de calor para
seu clitóris. — Vou me certificar de que você não o faça.

— Certifique-se de que ela não faça o quê? — A pergunta de Carter veio


diretamente de trás dela, e segundos depois, ele deslizou a mão sobre o outro seio e
se inclinou para tocar seus lábios nos dela.

Talia deslizou uma mão do cabelo de Joe para alcançar Carter, sua boceta já
apertando. — Ele quer ter certeza de que nenhum cowboy me roube.

Carter acariciou seu mamilo para a frente e para trás. — Eu vou te roubar de
volta, chutar a bunda dele e te dar uma surra por pensar que poderia fugir de nós.

Divertida que eles pudessem pensar tal coisa, e aquecida por sua tentativa de
soar como se algo assim fosse preocupá-los, Talia deu uma risadinha. — Sim, tenho
certeza que você estará tão ocupado fazendo check-in no bar e no clube que nem
sentirá minha falta.

Joe levantou a cabeça, apertando os braços ao redor dela para puxá-la de pé


novamente, suas mãos quentes movendo-se para cima e para baixo em suas
costas. — É aí que você está errada. Você entrou no meu sangue. Não era isso que
pretendia fazer com todo aquele flerte?

Movendo-se em seu colo para obter atrito contra sua fenda, ela gemeu de
prazer, sua calcinha já úmida. — Eu queria você na minha cama.

Deslizando as mãos para sua barriga tensa, ela levantou sua camisa, morrendo
de vontade de colocar as mãos no músculo sólido por baixo dela. — Eu queria que
vocês três fossem meus amantes, porque eu sabia que vocês seriam apaixonados.

166
Empolgada por ele ter terminado de tirar a camiseta, ela passou as mãos sobre
ele, instando-o a voltar e chovendo beijos em seu pescoço e mandíbula. — Quero
você. Eu quero quente e selvagem, sem promessas ou exigências. Eu amo que é isso
que você quer também.

Sua boceta apertou novamente, liberando mais de seus sucos, a necessidade


crescendo com uma velocidade que se provou quase insuportável.

Joe respirou fundo, e um batimento cardíaco depois, ela se viu deitada de


costas, a mão de Carter espalmada em seu estômago e segurando-a no lugar
enquanto Joe tirava o resto de suas roupas dela antes de compartilhar um olhar com
Carter e se despir dele.

Empunhando seu pênis, ele olhou para ela com olhos que escureceram e se
estreitaram com a necessidade. — Enquanto formos seus amantes, você é nossa. —
Agarrando seus quadris, ele empurrou dentro dela, levando-a com uma
possessividade que a alarmava e emocionava.

Enganchando suas pernas sobre seus braços, ele se inclinou para a frente,
efetivamente levantando seus quadris mais alto e indo mais fundo. — De todos
nós. Você nos queria, e agora você nos tem. Não seremos tão fáceis de se livrar.

Talia gritou quando ele começou a se mover, seu prazer se intensificando


quando Carter caiu na cama ao lado dela, já nu e agarrando seu pênis.

Estendendo a mão, Carter passou a mão livre pelo cabelo dela. — Nossa. Eu
quero a bunda dela, Joe.

Joe deu um sorriso lento, preenchido com intenção erótica. — Ouve isso,
baby? Você está ficando cheia de pau de novo. — Ele empurrou dentro dela várias

167
vezes mais, estocadas lentas e profundas que a fizeram apertar seu pênis e clamar
por mais.

— Mais duro! Mais rápido!

Rindo, Joe soltou suas pernas e rolou de costas, agarrando suas nádegas e
movendo-a em seu pênis. — Não até que Carter coloque seu pau em sua bunda
apertada.

Ainda segurando seu pênis, Carter se virou para a gaveta, jogando o pequeno
frasco de lubrificante na cama antes de rasgar o pacote de preservativo com os
dentes. — Depois de eu jogar um pouco e deixá-la bem e suave.

Seu traseiro se apertou, a consciência em seu traseiro se intensificando quando


Joe a puxou para seu peito, segurando-a lá com uma mão na parte de trás de sua
cabeça.

Carter terminou de enrolar o preservativo e pegou o lubrificante novamente,


movendo-se atrás dela. — Droga, isso é bonito.

Talia respirou fundo ao sentir os lábios dele na parte inferior das costas, sua
tentativa de arquear as costas frustrada pelo aperto firme de Joe.

Movendo-se em seu pênis, Talia pressionou contra o peito de Joe em um


esforço para obter alavanca. — Droga! Deixe-me mover. Oh!

Chocada quando um dedo frio e lubrificado deslizou dentro dela, Talia


instintivamente gemeu e endureceu, lutando para se fechar contra sua invasão
decadente. — Oh Deus.

Joe pressionou os lábios contra o cabelo dela, as mãos movendo-se com


firmeza para cima e para baixo em suas costas. — Eu sei, querida. Eu sei que você
quer se mover, mas Carter precisa lubrificar sua bunda bem.

168
Carter lentamente deslizou o dedo livre, esfregando a parte inferior das costas
antes de soltá-la. — Você é tão apertada, querida. Eu tenho que te deixar bem
lubrificada.

Talia estremeceu quando a mão dele achatou suas costas novamente,


prendendo a respiração quando seus dedos tocaram sua abertura enrugada.

Segurando Joe, ela pressionou as pernas dobradas contra a parte externa das
coxas dele, gemendo quando Carter começou a aplicar pressão, forçando o anel de
músculo a ceder. — Oh!

Ela segurou seus dedos e o pênis de Joe, escorregadia em ambas as


aberturas. Moveu-se para cima e para baixo no pau de Joe, tanto quanto seus
braços permitiam, novamente chocada com o prazer erótico. — Por favor!

Joe ergueu os quadris ao mesmo tempo que seus movimentos, as mãos


firmemente presas em suas coxas. — Eu sei, baby. Carter vai pegar sua bunda.

Divertida com a borda gutural de seu tom sussurrante, Talia levantou


ligeiramente para olhar em seus olhos, aquecida pelo afeto que viu neles. — Isso
mesmo. — Carter pressionou os dedos contra as paredes internas dela, espalhando
o lubrificante e despertando cada terminação nervosa.

Deslizando os dedos livres, Carter deslizou a mão em suas costas, separando as


bochechas de sua bunda ainda mais, e pressionou a cabeça de seu pênis contra sua
abertura lisa. — Bom e fácil, querida.

Gritando por sua invasão lenta, Talia abaixou a cabeça para o peito de Joe
novamente. — Não há nada… oh!

Forçando-se a não apertar o pênis de Carter, ela gemeu quando outro arrepio
de prazer correu por ela. — …Nada fácil sobre isso. Querido Deus. — Ela nunca

169
soube que tal prazer erótico existia. — Achei que era só porque era a primeira
vez. Como pode ficar melhor do que isso?

Carter deslizou mais fundo com um gemido. — Porque estamos conhecendo


você.

Com os braços em volta dela, Joe acariciou sua têmpora. — Queremos


conhecer cada centímetro de você.

Carter recuou e deslizou ainda mais fundo, as mãos firmes nos quadris dela. —
E o que você gosta e não gosta. Parece que ter a bunda cheia é uma daquelas coisas
que está na sua lista de curtidas.

Joe afrouxou o aperto, permitindo que ela apoiasse as mãos em seu peito e se
levantasse. Deslizando as mãos por seu corpo, ele segurou seus seios. — Ela gosta
de ter seus seios manuseados também, e esses mamilos são muito sensíveis.

As mãos dele foram para as coxas dela novamente, segurando-a com firmeza
enquanto as mãos de Carter apertavam seus quadris. — Ela é muito mais delicada
do que finge ser.

Respirando fundo com o insulto, Talia olhou para Joe, segurando firmemente
enquanto eles estabeleceram o ritmo suave que tinham antes, um ritmo que a
enchia com um pênis de cada vez, mas a fez intensamente ciente de que o pênis
preenchia ambas as aberturas. — Delicada, meu cu!

Joe sorriu enquanto Carter gemeu e deslizou mais fundo. — Tenho a sensação
de que Carter está prestes a mostrar a você o quão delicado é o seu doce traseiro.

Carter gemeu novamente, uma mão permanecendo em seu quadril enquanto a


outra deslizou por suas costas para fechar em seu ombro. — Fique quieto, Joe. Eu
vou devagar e um pouco mais fundo.

170
Talia tremeu ainda mais forte, os dedos dos pés enrolando na invasão lenta de
Carter, tornada ainda mais intensa porque, em vez de se retirar ligeiramente, Joe
manteve seu pênis profundo. — Ohhh! Jesus. Oh meu Deus.

Sua bunda se apertou sobre ele, suas paredes internas ondulando de prazer
com a fricção de seus golpes lentos.

Usando os joelhos como alavanca, Talia tentou se mover mais rápido, mas
Carter e Joe pareciam ter seus próprios planos.

Carter continuou a foder sua bunda com golpes frustrantemente lentos. —


Como ela está?

Usando seus punhos em seus quadris, Joe a moveu lentamente em seu pênis,
movendo seu pênis dentro dela. — Está bem. Vamos.

Eles de repente se moveram em uníssono novamente, um pênis retirando-se


ligeiramente enquanto o outro avançou profundamente, suas mãos a segurando
firmemente.

A ternura e a fome nos olhos vigilantes de Joe aumentaram seu desejo ainda
mais, enchendo-a com uma sensação de pertença e intimidade que parecia crescer
cada vez que a tocavam.

Seus mamilos e clitóris formigaram intensamente e, jogando a cabeça para trás


com um grito, ela se entregou ao prazer.

Ela os apertou, sentindo a fricção de cada cume de seus pênis contra as


paredes internas de sua bunda e boceta, junto com a sensação de estar
completamente cheia de pênis de uma forma tão erótica e decadente que ela
arqueou e se agarrou a Joe, deixando o prazer levá-la mais alto.

171
Atrás dela, Carter amaldiçoou, as mãos apertando seus quadris enquanto ele
avançava mais fundo, seu pênis grosso pulsando em sua liberação e desencadeando
outra onda de prazer.

Joe a seguiu com um gemido áspero, envolvendo as mãos em torno de seus


antebraços e erguendo-os até os ombros, abaixando-a efetivamente contra seu
peito. Envolvendo seus braços ao redor dela, ele acariciou suas costas, seus lábios
tocando seu cabelo. — Você está bem, baby?

— Hmm. — Espalhada sobre o peito, Talia ergueu a cabeça apenas o suficiente


para pressionar os lábios em sua carne quente antes de abaixar a cabeça novamente
e sorrir. — É claro. Você achou que me quebrou?

Carter passou a mão em suas costas, aliviando seu pênis de sua bunda antes de
se abaixar na cama ao lado dela e pressionar os lábios em seu ombro. — Eu acho
que seria muito difícil quebrar uma mulher como você, mas você ainda é uma coisa
pequena.

— Pequena não tem nada a ver com resistência.

Joe deslizou a mão por sua cabeça, segurando-a com mais segurança contra ele
enquanto passava os dedos levemente sobre sua bochecha e cabelo. — Muito
verdade, baby. — Seus lábios tocaram seu cabelo. — Vou ter saudades tuas.

Levantando-se ligeiramente, ela virou a cabeça para encarar Carter, levando a


mão ao peito dele. — Só estarei fora por alguns dias.

Pegando a mão dela, Carter franziu a testa ligeiramente. — Nós vamos buscá-la
assim que pegarmos esse cara.

172
— Para o inferno com isso. — Talia se sentou, ignorando o gemido de Joe, e se
levantou de seu pênis para sair da cama. — Eu só vou ver minha família e fazê-los
entender que não preciso deles para tomar minhas decisões por mim.

De pé ao lado da cama, ela pegou suas roupas. — Eu não estou mais com
medo, e eu com certeza posso viver minha própria vida sem a interferência de
ninguém. Isso inclui vocês três.

173
CAPÍTULO QUATORZE

As palavras de Talia voltaram para ela quase assim que Ben e Chance a
colocaram em seu avião e decolaram.

Uma vez que Chance pilotava o avião, Ben colocou a mão sobre o bocal de seu
fone de ouvido e se virou do banco do passageiro da frente e lançou-lhe um olhar de
advertência que ele aperfeiçoou ainda na adolescência. — Odeio dizer isso, mas
gosto de Marshall.

Talia não pôde deixar de sorrir para isso. — Eu não diria isso pela maneira
como você e Chance olharam para ele o tempo todo.

— Só porque gosto dele não significa que quero que ele trepe com minha irmã,
e com certeza não gosto que ele compartilhe você com seus irmãos. Que tipo de
homem faz isso?

Talia sorriu novamente, tendo feito um pouco de pesquisa sobre o assunto


desde que se mudou para Desire.

Ela fez ainda mais para descobrir os motivos de Marshall, Joe e Carter.

Levantando sua voz para ser ouvida sobre o motor, Talia olhou para fora da
janela. — Compartilhar uma mulher não apenas os aproxima, mas garante que eles
possam fazer sua mulher feliz. Pelo menos um deles sempre terá tempo para ela.

Os olhos de Ben se estreitaram. — A última mulher que compartilharam se


matou, Tally. — Seu sorriso caiu, e ela se virou para ele apenas o tempo suficiente
para encará-lo antes de olhar pela janela lateral novamente. — Um comentário
como esse está abaixo de você, Ben. Ela obviamente tinha problemas.

174
— Nunca tive medo de lutar sujo e farei o que for preciso para proteger minha
família.

Cruzando os braços sobre o peito, ela continuou a olhar pela janela. — Você é
mandão e fica pairando no ar. — Ela olhou para Chance. — Ambos vocês o
fazem. Eu amo o rancho, mas há duas memórias ruins para mim lá, e eu não consigo
fazer com que nenhum de vocês me deixe viver minha própria vida.

Chase olhou para ela. — Você se casou com Allen por capricho, mesmo depois
que dissemos que não. Você se casou com ele para nos irritar.

— Eu casei com ele porque pensei que ele se importava comigo. — Ela olhou
para a frente novamente, seu estômago embrulhando. — Acontece que ele só se
importava com o rancho.

Ela soltou um suspiro e sorriu. — Eu casei com ele para que vocês dois se
concentrassem em suas próprias vidas.

Mudar seu nome também tinha sido um bônus, mas ela não queria que seus
irmãos soubessem disso.

Eles levariam isso para o lado pessoal, e isso os machucaria. Ela não se
importava de ter o mesmo nome de seus irmãos. Ela só não queria levar o nome de
seu pai.

Os lábios de Ben se estreitaram, seus olhos se estreitaram. — Eu ainda sou seu


irmão mais velho.

— Vocês são todos meus irmãos mais velhos.

— Com certeza. E é nosso trabalho cuidar de você, especialmente quando mora


em uma cidade onde o tipo de relacionamento no qual você parece ter se envolvido
é aceite. Eu gosto de Marshall, mas não vou permitir, Tally!

175
Acostumada com a arrogância de seu irmão, Talia sorriu e levantou uma
sobrancelha de uma forma que ela sabia que o irritava. — Desculpe?

Suas feições endureceram, seus olhos se estreitaram de uma forma que faria
até o cowboy mais resistente tremer em suas botas. — Não fale nesse tom
comigo. Se você vai se envolver em um relacionamento, será com um homem.

Ela ergueu a sobrancelha novamente, sua raiva contida pelo conhecimento de


que ele a amava e queria apenas o melhor para ela. — Você percebe que minha vida
amorosa não é da sua conta?

Aparentemente, Chance decidiu que ele se conteve o suficiente. — É aí que


você está errada. Você é nossa irmãzinha, e nosso trabalho é protegê-la.

Talia lutou contra as lágrimas, lembrando-se das vezes que seus irmãos ficaram
entre ela e um louco.

Mas ela sabia que eles nunca poderiam esquecer a única vez em que quase
chegaram tarde demais.

— Você, Ben e Gabe sempre me protegeram e eu amo vocês por isso. Eu sei
que cometi um erro com Allen. Não estou com pressa de fazer isso de novo.

Ela sorriu para os olhares surpresos de seus irmãos. — Eu já disse a Marshall,


Joe e Carter que não queria um compromisso. Somos exclusivos enquanto durar,
mas quando acabar, acabou.

Ben balançou a cabeça. — Droga, Tally, você vai se machucar.

— Levei meses para cansá-los porque eles têm medo de me machucar. Eles
foram feridos no passado e estão com medo de se envolver com alguém para
sempre. Não se preocupe comigo. Entrei nisso com meus olhos bem abertos.

176
Chance olhou para ela novamente. — Eu conheço você. Nada que você goste
mais do que um desafio. E então você considerou isso um desafio e teve que ver se
conseguia mudar suas opiniões.

— Não, Chance. Estou cansada de ficar sozinha e eles são bons homens. — Ela
sorriu para os dois. — Além disso, eles são sexy como o inferno.

Chance realmente corou. — Droga, Talia, não é possível estar em um


relacionamento com mais de um homem. Você está apenas procurando encrenca.

Ben suspirou e se virou para trás em seu assento. — Ela sempre tem que fazer
as coisas da maneira mais difícil. Ela adora me assustar até o inferno.

— Você assusta muito fácil. — Rindo da mentira, Talia pegou sua garrafa de
água. — Não se preocupe comigo. Estou bem. Na verdade, estou ótima.

Ben se virou para encará-la novamente. — Por que diabos você se envolveria
com homens que já deixaram claro que não querem nada sério?

Talia encolheu os ombros. — Eu sei que não vai durar, mas eles me fazem feliz
por enquanto. É mais do que eu poderia esperar.

Chance suspirou novamente. — Só espero que você não se machuque.

— É com você que me preocupo. Como está a Mary? Ela ainda está te
mantendo na ponta dos pés?

Ele riu. — OK, querida. Vou deixar você mudar de assunto. Minha esposa
teimosa está boa. Ela está ótima, e os meninos estão ótimos. Eles estão ficando
maiores a cada minuto e muito animados por ver sua tia Tally.

Ele fez uma pausa, virando-se para olhar para ela novamente. — Tome
cuidado. Se eles machucarem você, terei que machucá-los.

177
Talia sorriu para isso. — Em toda a minha vida, nunca conheci nenhum homem
que se comparasse aos meus irmãos mais velhos e fortes. Desire está cheio
deles. Acho que é por isso que me sinto tão segura lá. É minha casa agora, e isso é
algo que todos vocês terão que aceitar.

***

Horas depois, ela se sentou à grande mesa de jantar, observando a refeição


barulhenta e turbulenta e lembrando-se dos jantares que ela teve com sua família
enquanto seu pai estava vivo.

Silêncio mortal. Aparência sombria. Seus irmãos a cercando e tentando


tranquilizá-la.

Ben mandou uma olhada em seus filhos, Scottie e Billy, e eles se estabeleceram
imediatamente. Erguendo o olhar para o dela, ele estreitou os olhos, a preocupação
neles trazendo lágrimas aos olhos dela. — Tally?

Forçando um sorriso, ela balançou a cabeça, enviando um sorriso de desculpas


na direção de sua cunhada. — Nada. Só memórias. Acho que vou pegar um pouco
de ar.

Depois de calçar as botas e recuperar o chapéu gasto que ainda estava


pendurado na prateleira da porta dos fundos, apesar de já não morar lá, ela saiu
pela porta dos fundos. Puxando o chapéu para baixo para manter o sol poente longe
de seus olhos, ela atravessou o grande pátio até o paddock.

Apoiando os antebraços na amurada superior, ela observou os homens


trabalharem com os cavalos, as memórias do passado a assaltando.

178
Observando os cavalos, ela sorriu, lembrando-se da primeira vez que Ben a
colocou na sela, com Chance e Gabe pairando por perto.

Ela era jovem, provavelmente cerca de três ou quatro, mas andava com seus
irmãos quase desde o nascimento.

Ela tinha visto fotos e ouvido histórias de outros trabalhadores do rancho sobre
Ben trabalhando no rancho com ela em uma tipóia sobre o peito.

Chance tinha apenas oito anos e Gabe seis, mas os três aparentemente
cresceram praticamente da noite para o dia.

Vendo um movimento com o canto do olho, ela virou a cabeça, sorrindo com a
abordagem de Chance, cavalgando tão alto na sela como se ele não tivesse
trabalhado o dia todo. — Você deveria estar com sua família.

Ele obviamente tinha vindo da casa que compartilhava com sua esposa e filhos,
uma das casas que foram construídas no rancho antes de ela nascer.

Chance desceu do cavalo e largou as rédeas, sorrindo ao se aproximar. — Eu


estou.

Balançando a cabeça, ela voltou a observar os cavalos. — Você sabe o que eu


quero dizer.

Chance se juntou a ela na cerca, seguindo seu olhar. — Eu sei o que você quer
dizer. Você pertence aqui, Tally.

— Não. Eu não. Não mais. Você precisa se concentrar em Mary e nos


meninos. Eles precisam de você.

Chance colocou a mão em suas costas. — Eu sei que não é algo que você
gostaria de admitir, mas você também precisa de nós. Todos nós. Maria, Jéssica e
todas as crianças amam você.

179
— Eu sei que sim. Todos eles me fazem sentir bem-vinda.

Virando a cabeça, ele olhou para ela, seus olhos duros sob a aba do chapéu. —
Esta é sua casa, Tally. Sempre foi e sempre será.

Piscando para conter as lágrimas, Talia acenou com a cabeça e olhou para os
cavalos novamente. — Eu sei. Obrigada, mas tenho que fazer uma nova casa para
mim. Você e Ben têm que cuidar de suas próprias famílias e eu tenho que cometer
meus próprios erros.

— Não queremos que você se machuque de novo.

Divertida, ela se virou para se encostar na cerca e sorriu. — Você soa como
Marshall, Joe e Carter. Devo parecer fraca e lamentável para todos, porque as
pessoas em minha vida de quem mais gosto estão tentando me proteger de mim
mesma.

— Ninguém pensa isso, querida. — Envolvendo um braço em torno dela, ele


começou a caminhar ao longo da cerca com ela. — Você é a mulher mais forte que
eu já conheci. Você passou pelo inferno e saiu do outro lado com uma força que nos
deixa orgulhosos.

— Isso é por sua causa, Ben e Gabe. Você sempre me fez sentir segura. —
Chance fez uma careta, seus olhos brilhando de fúria. — Quase sempre.

— Você me salvou. Eu nunca vou esquecer isso.

— A culpa foi nossa por não cuidar melhor de você.

— Não foi sua culpa. Eu não sabia que ele estava lá fora. Se tivesse, nunca teria
ido.

Chance a abraçou. — Eu sei, querida. — Girando-a em direção à casa principal,


ele riu. — Aí vem Jessica com seu telefone celular.

180
Sua risada se tornou um gemido, seu sorriso caindo. — Provavelmente um de
seus homens. Joe ligou para Ben e para mim hoje.

Surpresa com isso, Talia parou e se virou para encará-lo. — Por quê?

— Eles estão tentando descobrir quem pode estar perseguindo você. Estão
perguntando sobre quaisquer inimigos que você possa ter aqui.

Jessica levantou o telefone ao se aproximar, sorrindo para os dois. — Seu


Marshall está ao telefone.

Pegando o telefone, Talia sorriu de volta. — Obrigada. Sinto muito. Eu deveria


ter trazido meu telefone comigo.

— Sem problemas. Você deixou para carregar. — Colocando o braço no de


Chance, Jessica o levou embora, piscando para Talia de forma conspiratória. —
Chance, você já perguntou a Talia sobre o rodeio?

Fazendo uma nota mental para perguntar sobre isso, e apreciando a tentativa
de sua cunhada de lhe dar privacidade, Talia levou o celular ao ouvido.

— Olá, Marshall.

— Olá, querida. Como você está?

— Estou bem.

— Você soa em baixo, baby. O que está errado?

— Nada. Eu só quero ir para casa. Ouvi dizer que Joe ligou para Ben e Chance
para descobrir se alguém daqui poderia estar me perseguindo. Você poderia ter me
perguntado. Meus únicos inimigos eram meu pai e meu marido. Ambos estão
mortos.

181
***

Marshall observou Lucas, Devlin e Caleb instalarem as câmeras para o sistema


de segurança à distância, querendo falar com Talia sem ser ouvido.

Franzindo a testa em seu tom neutro, ele se recostou contra seu SUV. — Eu
não sabia que você considerava os dois inimigos. Você gostaria de me falar sobre
eles?

— Não. — Depois de uma pausa, ela suspirou, um som triste que puxou seu
coração. — Acho que vou voltar para casa amanhã.

Precisando entendê-la e ansioso para abraçá-la novamente, Marshall se


endireitou e começou a caminhar em direção à casa novamente. — Eu vou
amanhã. Carter e Joe virão no dia seguinte.

— O quê? Por quê?

Suspeitando que se ele dissesse a ela que eles queriam conhecer seus irmãos e
aprender mais sobre seu passado, ela estaria no próximo avião para casa, Marshall
deu-lhe o outro motivo. — Porque sentimos sua falta.

— Eu acabei de dizer que estava voltando para casa.

— Eu acho que é melhor se você ficar longe por alguns dias, caso seu
perseguidor apareça.

— Eu não tenho nenhum inimigo. Você já pensou que talvez esse lunático
esteja te perseguindo ?

Marshall ficou quieto com isso, franzindo a testa. — Ele está


perseguindo sua casa, não a nossa, e ele está perseguindo você há algum tempo.

182
— Ele não me perseguiu até que vocês três se mudaram para Desire.

Marshall praguejou baixinho. — Inferno. Essa lista é muito mais longa. — E ele
começaria assim que terminasse o telefonema.

— Tenho certeza. — A risada dela aliviou um pouco do peso que o atormentava


desde que ele viu o avião de seu irmão decolar. — Eu sou um anjo.

Incapaz de conter um sorriso, Marshall riu baixinho. — Sim. Tente dizer isso a
alguém que não sofreu com sua natureza tortuosa. Mal posso esperar para vê-la no
rancho dos seus irmãos.

— Você acha que vai aprender algo sobre mim que ainda não sabe, não é?

Ele caminhou de volta para seu SUV novamente. — Você se importa? — Ele
prendeu a respiração durante a pausa que se seguiu.

— Achei que fosse apenas um caso. Achei que tivéssemos concordado em


manter as coisas leves.

— Concordamos com a exclusividade enquanto durasse. — Ele endureceu seu


tom. — Não me lembro de nenhum de nós colocar um limite de tempo nisso, e com
certeza não concordei em manter as coisas leves.

— Mas…

— Mas nada. Eu quero mais do que um caso casual.

— Eu pensei que era para ser sobre sexo. Eu disse a você que só queria alguém
para aquecer minha cama, não alguém que tentasse me dizer como viver minha
vida!

Ouvindo o pânico em seu tom, Marshall franziu a testa novamente, seu


estômago apertando. — Eu não tenho nenhuma intenção de dizer a você como viver

183
sua vida, Talia, e certamente planejo fazer minha parte para manter sua cama
quente. Na verdade, estive morrendo de vontade de provar você o dia todo.

Seu suspiro o fez sorrir. — Droga, Marshall.

Se divertindo e sentindo sua falta ainda mais, ele baixou a voz e se afastou dos
outros. — Por que você parece tão surpresa? Achei que tivesse deixado claro que
acho você uma delícia.

— Você não pode me culpar por estar surpresa. Nunca esperei que você falasse
assim. Você geralmente é tão duro e frio.

Marshall tinha sido chamado assim muitas vezes em sua vida para não se
surpreender com a afirmação e sabia que tinha se tornado ainda mais duro e frio
após a morte de Emily. — Você é minha amante. Por que eu seria duro e frio com
você? Além disso, estou apenas declarando fatos.

— Oh. Hum…

Marshall sorriu novamente, encantado por tê-la perturbado. — Espero que


você tenha uma cama grande. Se for de solteiro, você só vai ter que dormir em cima
de mim.

Ela riu novamente, um som como música para seus ouvidos. — Ou você pode
dormir no chão - ou no estábulo.

Um pouco divertido que seu pênis se contraiu, Marshall baixou a voz


novamente. — Hmm. Eu prefiro uma cama quente, mas rolar no feno com você tem
um certo apelo.

Cheio de satisfação por ela soar melhor do que quando ele ligou pela primeira
vez, Marshall sentiu sua falta ainda mais. — Quando eu chegar lá, vou dormir onde
você dorme. Comporte-se. Vejo você amanhã à noite.

184
Ele começou a abaixar o telefone, levantando-o novamente quando ouviu a voz
de Talia novamente.

— Espere!

Ele caminhou em direção a Lucas novamente, sua mente já nos arquivos que
pretendia levar para o escritório do xerife. — O que há de errado, querida?

— Como diabos vocês podem decolar para vir aqui?

— Nós cobrimos Linc e Rafe quando eles foram buscar Krystal. Eles ficaram
mais do que felizes em nos cobrir. Eles também estão preocupados com você.

— Marshall?

— Sim, baby?

— Desde a primeira vez que notei o homem me observando, eu busquei um


motivo para isso.

Marshall ficou imóvel. — E?

— Não há nenhum. Olha, Marshall, não sou burra e certamente não colocaria
meus amigos e vizinhos em perigo. Se alguém tivesse rancor de mim, eu
saberia. Isso não é sobre mim. Há algum tipo de engano.

Passando a mão pela nuca, Marshall soltou um suspiro. — Se fosse sobre nós,
por que seu perseguidor estaria perseguindo você?

— Porque ele descobriu que você tem tesão por mim?

Lembrando da afirmação de Cole de que todos na cidade sabiam que ele e seus
irmãos queriam Talia, Marshall fez uma careta. — Parece que todos na cidade
sabiam disso. Só não sei como um estranho poderia saber. Se você estiver certa, isso
a coloca em ainda mais perigo.

185
— Bem, é uma coisa boa eu dormir com deputados.

186
CAPÍTULO QUINZE

Joe praguejou e colocou outro arquivo de lado. — Não sabia que tínhamos
rastreado tantos.

Marshall continuou a escrever nomes no bloco de papel à sua frente, olhando


para cima quando Ace entrou pela porta. — OK. Esse é o último dos nomes e dos
membros da família, junto com todos os que os visitaram na prisão. Precisamos
verificar cada um deles.

Ace entrou na sala dos fundos, olhando as pastas de arquivos agora


cuidadosamente empilhadas nas mesas que Marshall e Joe usavam. — Temos as
fotos da vigilância de alguns meses atrás que podemos usar para comparar, mas ele
sempre usava um boné de beisebol puxado para baixo. Nem mesmo a agente Price
conseguiu uma correspondência por meio do reconhecimento facial.

Joe levantou uma sobrancelha para isso. — Sua amiga do FBI? Você mandou
para ela?

— Sim. — Ace franziu a testa. — Você achou que eu não faria tudo o que
pudesse para manter Talia segura?

Sorrindo fracamente, Joe encolheu os ombros. — Para ser honesto, estou


surpreso que a agente Price tenha sido tão complacente.

— Sim. — Ace deu um gole em sua caneca. — Isso também me surpreende um


pouco. — Ele esfregou a mão na nuca. — Ela tem sido muito generosa com as
informações. Sempre que falo com ela, tenho a sensação de que estou perdendo
alguma coisa. Não gosto disso.

187
Joe ergueu os olhos do computador, onde havia começado a verificar as fotos
da carteira de motorista das pessoas que capturaram e suas famílias. — Vou
começar aqui, e Carter pode assumir quando seu turno terminar e eu começar o
meu.

Marshall se levantou e se espreguiçou a caminho da cafeteira. — Eu estarei


trabalhando nisso também.

Joe ergueu os olhos novamente. — Você precisa pegar seu voo para o Texas.

Marshall pegou seu telefone. — Vou ligar para Ben e dizer-lhe que não me
espere até tarde ou amanhã. Quero respostas antes de sair daqui.

Assentindo, Joe voltou ao trabalho, um olhar em direção à mesa de Talia o


fazendo perceber que ele sentia falta dela mais do que esperava. — Quem quer que
seja, eu não tenho ideia do que eles querem com Talia. Isso me assusta muito.

Carter terminou um turno silencioso e parou na frente do escritório do xerife,


planejando passar o resto da noite ajudando Marshall a encontrar o perseguidor de
Talia.

Ele verificou sua casa, sem surpresa que Lucas, Devlin e Caleb já tinham
terminado de instalar câmeras de segurança em todas as portas e janelas e estavam
instalando monitores no quarto principal e fazendo a fiação necessária para um na
cozinha.

Ele saiu do SUV e subiu os degraus até à porta da frente do escritório do xerife,
precisando de um chute de cafeína.

Ele não se importava em trabalhar nos turnos de Rafe e Linc, especialmente


porque os outros deputados estariam cobrindo Carter, Joe e Marshall enquanto eles
fossem para o rancho.

188
Mas ele precisava de café.

Seu olhar foi automaticamente para a mesa de Talia, a ausência dela um vazio
em seu peito que se encheu nos últimos dias.

Ele mal olhou para Marshall, Joe e Ace enquanto se diriga à cafeteira e se servia
de uma xícara da bebida forte.

Bebendo, ele se virou, parando quando viu os olhares nos rostos dos três
homens. — Merda. O que está errado?

Percebendo que ele saberia se algo acontecesse na cidade, seu primeiro


pensamento foi para Talia.

Sentindo-se como se tivesse cacos de gelo denteados em seu estômago, Carter


abaixou sua xícara e lentamente se aproximou das mesas de frente uma para a
outra, onde Marshall e Joe se sentaram. — Talia está bem?

Marshall olhou para Joe. — Sim. Talia está bem. Você precisa ver isso.

Joe se levantou e começou a sair da sala, parando abruptamente quando Ace


se moveu para ficar na frente dele. — Estou bem.

Um músculo trabalhou na mandíbula de Ace, sua raiva aparente. — Fique aqui


com seus irmãos. Estarei em patrulha por um tempo. Volto em uma hora.

Assim que ele saiu, Carter colocou seu café na mesa de Marshall e respirou
fundo. — O que é isso?

Joe pegou uma folha de papel e entregou a ele. — Você se lembra de Sid
North?

— Certo. — Carter pegou a folha de papel que eles obviamente imprimiram


com uma foto de Sid North. — Ele e sua gangue roubaram bancos. Ele escapou da
prisão, matando dois guardas e ferindo mais dois ao sair.
189
Ele olhou para Joe. — É ele o perseguidor dela?

Ele não se parecia em nada com as fotos de vigilância que tinha visto.

— Não. Ele ainda está na prisão. — Joe gesticulou em direção ao papel. —


Desde que ele esteve lá, ele teve dois visitantes. Seu meio-irmão e sua meia-irmã.

Manny e Emily. Eles atendem pelo nome de North, mas seu nome verdadeiro é
Smith. — Carter sentiu o sangue sumir de seu rosto com a menção de sua antigo
amante. — Emily Smith?

Marshall empurrou outra foto para ele. — Sim. Nossa Emily. — Carter olhou
para a foto de vigilância de Emily visitando a prisão. — Você acha que ela sabia que
fomos nós que pegamos seu irmão? Cristo, isso teve que ser cerca de dez anos atrás.

Marshall pegou sua xícara de café e se levantou. — Quase onze. Ela usava o
nome Smith quando estava conosco. Evidentemente, ela e seu irmão mais novo,
Manny, usaram o nome North depois que sua mãe se casou com o pai de Sid.

Marshall entregou-lhe outra foto. — Esse é Manny.

Carter estudou a foto antes de olhar para Joe, seu estômago apertando com a
semelhança com a foto de vigilância. — Este é o cara que estava na casa de Talia?

— Sim. Esse é o perseguidor dela.

Carter colocou a foto em cima das outras. — Então ele está procurando
vingança. — Marshall despejou o resto de seu café na pia e despejou para si mesmo
uma xícara nova. — Nós não apenas prendemos seu irmão, mas ele nos culpa pela
morte de sua irmã. Os pais são viciados em drogas, dentro e fora da prisão.

Sentindo-se como se tivesse caído na toca do coelho, Carter soltou um suspiro,


mas não fez nada para aliviar a tensão. — Ela disse que seus pais estavam mortos e
ela não tinha outra família.

190
Joe acenou com a cabeça e se deixou cair em sua cadeira novamente. — Ela
disse muitas coisas. Eu não posso acreditar que ela não sabia que tínhamos
mandado seu irmão para a prisão.

Marshall se aproximou novamente, sua expressão fria. — Nós a conhecemos


cerca de um mês ou dois depois que capturamos e mandarmos Sid de volta à
prisão. Não sabíamos até esta noite, mas Ace está investigando sua morte. Ele tem
um pressentimento desconfortável sobre isso.

Carter fez uma careta. — Não temos todos? Por que diabos ela iria nos
perseguir se soubesse que tínhamos mandado seu irmão embora?

— Podemos nunca saber. — Marshall colocou a xícara de lado e recostou-se na


cadeira. — Ela está morta, e Sid vai morrer na prisão. Esse Manny parece ter
problemas mentais há anos. Nunca terminou a escola e nunca tirou carteira de
motorista. Nunca foi preso ou fez nada para chamar a atenção para si mesmo. É por
isso que o agente Price não conseguiu encontrá-lo.

Carter engoliu em seco, seu estômago embrulhando. — E agora ele está


sozinho e nos culpa por isso.

O olhar de Joe endureceu. — E parece que ele quer vingança. Foi nossa culpa
que ele perdeu as pessoas de quem gostava.

Carter se curvou, apoiando as mãos na mesa, o medo apertando seu estômago


ainda mais. — E então ele vai levar alguém de quem gostamos.

Marshall sentou-se novamente e pegou seu telefone celular. — Talia.

— Eu preciso ligar para ela, e então vou ligar para Ben. Ele vai cuidar dela como
um falcão até eu chegar lá.

191
Joe inclinou a cabeça e encontrou o olhar de Carter novamente. — Agora que
sabemos quem ele é, Ace está ligando para a agente Price. Precisamos encontrar
esse filho da puta.

***

Sentada na varanda de trás com suas cunhadas, Talia olhou para a escuridão,
incapaz de parar de pensar no passado.

Mesmo com a morte de seu pai, ela descobriu que o rancho a sufocava. —
Talia?

Ela poderia dizer pelo tom afiado de sua cunhada que Jessica havia dito seu
nome mais de uma vez. Virando-se, Talia forçou um sorriso. — Sinto muito. Eu
estava em outro lugar.

Jessica riu, ela e Mary relaxaram e brilharam, confiantes no amor de seus


maridos. — Eu posso imaginar. — Olhando de volta para a casa, ela baixou a voz. —
Eu tenho que tirar meu chapéu a você, garota. Você é muito mais corajosa do que
eu. Ter um homem como seu irmão já é difícil de lidar. Como diabos você gerencia
três deles? — Mary sentou-se para frente. — Eles são muito tranquilos?

— Você quer dizer, eles são fracos e me deixam pisar neles? — Balançando a
cabeça, Talia ergueu os pés para o corrimão. — Não. Eles são tão fortes e obstinados
quanto meus irmãos. Ter um homem fraco em minha vida foi o suficiente para durar
toda a minha vida.

Jessica olhou para Mary. — Ben não está feliz com o fato de você estar
envolvida com três homens.

192
Maria sorriu. — Nem Chance, mas eu disse a ele que se você está feliz, ele
precisa deixar isso pra lá.

Com um sorriso, Jessica começou a se balançar na cadeira, passando a mão


pelo abdômen inchado. — Eu entendo que, em Desire, é legal ser casada com mais
de um homem. Isso é algo que acontece com frequência?

Compreendendo para onde sua cunhada estava indo, Talia sorriu e usou a
alavancagem de suas botas contra o corrimão da varanda para balançar em sua
cadeira. — Frequente o bastante.

— Não consigo nem imaginar ter mais de um homem na minha vida. — Mary
sorriu e balançou a cabeça. — É mesmo possível amar mais de um homem?

Sabendo muito bem que Mary e Jessica iriam repetir tudo o que ela disse a
seus maridos, Talia encolheu os ombros. — Não só é possível, mas funciona muito
bem. Os casamentos em Desire estão entre os mais felizes que já vi. Eles são muito
parecidos com os seus. As mulheres se sentem amadas e protegidas e, a menos que
seus homens sintam que suas esposas estão em perigo, elas são livres para ser
quem são, sem que alguém lhes diga o que devem fazer ou como agir.

Jessica franziu a testa e franziu os lábios. — Ninguém jamais suspeitou que


Allen fosse...

Talia ficou de pé. — Eu não quero falar sobre ele. Ele foi um erro.

Mary suspirou e se levantou para se aproximar dela. — Não queremos te


aborrecer, querida.

Forçando um sorriso, Talia encostou-se na grade da varanda e olhou para a


escuridão. — Mas está sempre lá. Todas as lembranças ruins da minha vida estão

193
aqui, e durante todo o tempo que estou aqui, sou constantemente lembrada de
cada uma delas. É por isso que não venho mais aqui.

Ouvindo risadas à distância, Talia se endireitou. — Parece que os cowboys


estão saindo. Acho que vou me juntar a eles.

194
CAPÍTULO DEZESSEIS

Marshall ligou para o celular de Talia primeiro e, quando ninguém atendeu,


desconectou em frustração e ligou para Ben, que atendeu no primeiro toque.

— Brighton.

— Ben, é Marshall. Tentei ligar para Talia, mas ela não atendeu. Ela está bem?

— Sim. — Ben soltou um suspiro, claramente frustrado. — Minha esposa


acabou de me dizer que ela saiu para ir ao bar com alguns dos trabalhadores do
rancho.

— O quê? Droga! Você vai atrás dela?

— Não precisa. Os empregados estão com ela e não deixam que nada lhe
aconteça. Além disso, as pessoas que vão naquele bar sabem quem ela é. Ela está
segura.

Marshall cerrou o punho ao lado do corpo, odiando estar tão longe. — Cristo,
eu preciso chegar lá.

— Ela está segura. Ninguém aqui ousaria machucar um dos meus.

Marshall sorriu com a arrogância no tom do outro homem, mas não podia
negar que ele não se sentiria melhor até que estivesse com Talia novamente. —
Bom, mas estou saindo agora para o aeroporto. Vou pegar o primeiro voo.

— Nosso avião já está a caminho e estará lá antes de você. Você soube alguma
coisa sobre o perseguidor dela?

Marshall olhou para seus irmãos e suspirou. — Sim. Eu vou te contar quando
chegar aí, isto é, se você ainda estiver acordado.

195
— Estarei. Suponho que você queira ir buscar minha irmã.

— Você assume certo. Nesse ínterim, Ace está ligando para seu contato no FBI.

— Bom. Vejo você quando chegar aqui. — Ben estava realmente certo.

Quando Marshall chegou ao aeroporto, o avião do Black Rock Ranch estava


esperando por ele e já reabastecido.

Em menos tempo do que ele pensava ser possível, eles pousaram em Austin,
onde Ben esperava na pista, encostado no capô de sua picape.

Sem dizer uma palavra, Ben fez um gesto em direção ao lado do passageiro da
caminhonete e se virou para ir para o lado do motorista.

Depois de jogar a mochila no banco de trás da cabine estendida, Marshall


deslizou para o banco do passageiro. — Leve-me para Talia.

Ben sorriu e ligou o motor. — Percebi isso. Ela e os outros ainda estão lá.

Marshall inclinou a cabeça, ansioso para chegar até ela. — Nós identificamos
seu perseguidor, e não tem nada a ver com ela. — Soltando um suspiro, ele olhou
pela janela. — Ele está atrás de nós. Pegamos seu irmão e o colocamos de volta na
prisão, e tenho certeza que ele nos culpa pela morte de sua irmã.

Ele contou a Ben tudo o que souberam, surpreso que o outro homem nunca o
interrompesse com perguntas e não parecesse chocado com nada que Marshall lhe
disse.

Assim que terminou, ele se virou ligeiramente em sua cadeira e olhou para o
outro homem. — Por que eu sinto como se você já soubesse de tudo isso?

Ben olhou para ele, seus lábios se contraindo. — Porque eu sabia de tudo
isso. O que eu não sei é o que você planeja fazer para pegá-lo.

196
Soltando um suspiro, Marshall recostou-se novamente. — O principal motivo
de termos sido tão complacentes em deixá-la partir foi para que pudéssemos ter um
sistema de segurança instalado.

— Oh? — Ben inclinou a cabeça. — Boa ideia. Deixe-me saber quanto


custou. Vou fazer um cheque antes de você sair.

— Fique com o seu dinheiro. — Lutando contra a raiva, Marshall cruzou os


braços sobre o peito. — Eu aprecio a viagem de avião, principalmente porque me
permite chegar a Talia mais cedo, mas eu já disse a você que podemos cuidar dela.

Depois de uma pausa, Ben olhou para ele novamente. — Em outras palavras,
enfiar o dinheiro na minha bunda?

Os lábios de Marshall se contraíram. — Não. Não com essas palavras. Porque


você é irmão de Talia e meu anfitrião, eu estava tentando ser discreto.

Para sua surpresa, Ben deu uma risadinha. — Aposto que doeu.

Marshall não pôde deixar de gostar do outro homem. — Só um pouco. O que


você pode me dizer sobre o marido de Talia?

— Ele era um mentiroso e um garimpeiro. Ela merecia muito mais. Tentamos


convencê-la sobre ele, mas minha irmã é forte de cabeça e opinativa.

— E você não conseguiu impedi-la?

Ben respirou fundo, apertando as mãos no volante. — Eu amo minha


família. Eles são minha fraqueza.

Marshall inclinou a cabeça, estremecendo por dentro com a lembrança do


vazio dentro dele. — Eu te invejo.

Ben virou em outra estrada e lançou um olhar penetrante na direção de


Marshall. — Eu acho que você está falando sério.
197
— Muito sério.

Ben se concentrou na estrada novamente. — Se você está tão interessado em


ter uma família, por que você e seus irmãos querem dividir uma mulher? Não é um
pouco difícil manter a paz assim?

— As pessoas querem coisas diferentes. — Ele teria deixado por isso mesmo,
exceto pelo fato de que estava lidando com o irmão da mulher por quem suspeitava
que tinha começado a se apaixonar. — Começou inocentemente. Todos
descobrimos que estávamos interessados na mesma mulher. Ela traiu cada um de
nós com os outros, mas estávamos no serviço e raramente tínhamos a chance de
voltar para casa e quase nunca ao mesmo tempo. Demorou um pouco para
entendermos, principalmente porque nenhum de nós investiu tanto nisso. Quando
chegou a hora de me realistar, recebi uma oferta de um cargo nos Marechais dos
Estados Unidos. Eu peguei e meus irmãos se juntaram a mim.

— E a mulher?

Sorrindo com a curiosidade e a ponta de raiva no tom de Ben, Marshall se virou


para ele. — Você não acha que encerrar seria justificado?

— Claro, mas eu só me pergunto o que isso significa para minha irmã. — Ben
olhou para ele novamente. — Você e seus irmãos planejam deixá-la quando
terminarem com ela?

Marshall suspirou. — Isso é o que ela quer. Nenhum de nós teria se envolvido
com ela, especialmente em uma cidade como Desire, a menos que pensássemos
que havia uma chance para mais.

— Mais?

198
Marshall soltou outro suspiro. — Depois da morte de Emily, decidimos não nos
envolver com mais ninguém.

Lembrando do flerte de Talia, ele sorriu. — Sua irmã tornou isso impossível.

Ben franziu a testa. — Minha irmã se esconde muito, e ela é muito mais
vulnerável do que parece.

— Eu sei disso. — Observando o perfil de Ben, Marshall pesou suas palavras. —


Ela tem três cicatrizes nas costas. Diz que caiu de um cavalo. Ela está mentindo.

Um músculo trabalhou na mandíbula de Ben. — Você parece ter certeza disso.

— Tenho.

— Você disse-lhe que sabia que ela estava mentindo?

— Não. Tudo muito novo. Tenho a sensação de que confrontá-la sobre seu
passado vai assustá-la. Ela está fazendo o seu melhor para manter distância e fingir
que isso nada mais é do que nós aquecendo sua cama.

— Por que ela pensaria isso?

— Porque é isso que a deixamos pensar. — Ele olhou para o relógio, ansioso
para chegar até ela antes que ela se metesse em algum tipo de problema. —
Estamos quase lá?

— Cinco minutos. Por que você a deixou pensar que você estava lá apenas para
o sexo?

Marshall soltou outro suspiro. — Isso é o que ela queria desde o início. Nós
sabíamos disso, mas Desire não é o tipo de cidade para casos breves. Meus irmãos e
eu também não gostamos disso.

199
— E você estava desconfiado sobre se envolver com alguém depois do que
aconteceu com sua última namorada. Você nunca me contou o que aconteceu com
a primeira mulher que você e seus irmãos compartilharam.

Com um sorriso, Marshall olhou pela janela lateral. — Assim que ela percebeu
que nos conhecíamos, nosso caso perdeu o entusiasmo. — Ele encolheu os ombros.
— Estávamos fora na maior parte do tempo, de qualquer maneira.

— E você nunca quis uma mulher própria?

Marshall encolheu os ombros novamente. — Estamos mais satisfeitos em ter


uma mulher em nossas vidas. Dessa forma, cada um de nós tem um tempo com ela
e ela não se sente sozinha. Mesmo que não estejamos viajando como antes, todos
nós trabalhamos - às vezes em turnos estendidos - e todos temos outros interesses.

Estreitando os olhos, ele olhou bruscamente para Marshall. — Que tipo de


interesses?

— Carter está profundamente envolvido com artes marciais. Joe é um atirador


de elite e eu gosto de passar o tempo levantando pesos. Eles são importantes para
nós e não desistiríamos deles. — Escondendo um sorriso, Marshall ergueu uma
sobrancelha. — Surpreso que Ace não te informou.

— Seu chefe pode ser muito fechado sobre as pessoas em sua cidade. Tive
sorte por ele me manter informado sobre Tally, mas tive que continuar a lembrá-lo
de que ela é minha irmã e minha responsabilidade. — Balançando a cabeça, ele
bufou. — As pessoas em Desire parecem viver de acordo com seu próprio conjunto
de regras.

— Isso eles fazem. — Marshall inclinou a cabeça. — E pelo que tenho visto,
funciona bem para todos. As mulheres da cidade são protegidas por todos os

200
homens que moram lá. — Ele sorriu novamente. — Suspeito que seja assim no seu
rancho também, só que em menor escala.

Ben sorriu. — Você não viu meu rancho.

Marshall deixou seus lábios se contorcerem. — Então, você vai me dizer como
ela conseguiu essas cicatrizes?

Ben encolheu os ombros e entrou em outra estrada. — Você estava certo sobre
ela mentir. Tally não caiu de um cavalo em sua vida. Ela começou a cavalgar aos três.

Atordoado com isso, Marshall se virou para ele. — Jesus.

— Sim, agora vou responder a perguntas quando você fizer isso.

Marshall ergueu uma sobrancelha novamente. — Tenho respondido às suas


perguntas desde que entrei na caminhonete.

— E eu agradeço. — Ben olhou para Marshall novamente. — Tenho a sensação


de que não é natural para você.

— Não. Se você não fosse irmão de Talia, eu teria dito a você para se foder
agora.

— E se minha irmã não estivesse tão presa a você e eu não achasse que você
seria bom para ela, eu não deixaria você no meu rancho.

O grão de esperança dentro dele aqueceu e começou a crescer. — O que te faz


pensar que ela está presa a mim?

— Ela parece diferente, e eu continuo observando-a olhar para o nada desde


que voltou. Acho que você é forte o suficiente para lidar com ela. — Ben parou em
um estacionamento do que parecia ser um buraco popular na parede. — Ela vai
precisar de alguém forte. Ela vai precisar de paciência e de alguém tão teimoso
quanto ela.
201
Ele desligou o motor e tocou no antebraço de Marshall. — O que Talia disse a
você sobre sua vida antes de se mudar para Desire?

— Quase nada. — Marshall fez uma careta. — Inferno, eu nem sabia que ela
tinha um irmão. Agora eu descobri que ela tem dois deles.

Ben deu uma risadinha. — Ela tem três. Ela é o bebê.

— Cristo. Seus dois irmãos vivem no rancho?

Sorrindo, Ben balançou a cabeça. — Não. Meu irmão mais novo, Gabe, passa a
maior parte do tempo em DC.

Embora impaciente para entrar, Marshall se acalmou, mais uma vez


chocado. — Gabe? Gabriel Brighton? O diretor do FBI?

— Sim. Esse é ele.

— Então foi assim que você soube sobre Sid e Manny antes de eu chegar
aqui. Filho da puta. Suponho que seu irmão ouviu da Agente Price? Ela tem
cooperado muito. Acho que ele a conhece?

Ben abriu a porta e começou a sair. — Quem diabos você acha que a
enviou? Quando havia problemas, Tally ligava para ele.

Divertido, Marshall saiu. — E Ace não sabe disso?

— Não. — Ben fechou a porta. — Tally não queria que ninguém soubesse,
então mantivemos isso em segredo.

Depois de fechar a porta, Marshall juntou-se a Ben na frente da


caminhonete. — Ela é muito reservada.

— Eu posso imaginar.

202
Marshall cruzou os braços sobre o peito, sem se preocupar em esconder a
ameaça em seu tom. — Por que ela não gosta de ir para o rancho?

Ben inclinou a cabeça, parecendo não estar surpreso com o tom de


Marshall. — Não por nossa causa. Nós a criamos. Nós morreríamos por ela. Ela
passou por um inferno e, embora tentássemos protegê-la tanto quanto podíamos,
ela sempre soube.

— Soube o quê?

— O que ela disse a você sobre nossos pais?

Marshall piscou, surpreso com a pergunta. — Nada. Acabei de ouvir que eles
estão mortos. Ela era próxima deles?

— Não. — Ben apoiou as mãos nos quadris e olhou para a entrada. — Nossos
pais eram pessoas maravilhosas e tementes a Deus. Eles se amavam, e nossa casa
sempre foi cheia de risos - até o momento em que Tally nasceu. Respirando fundo,
Ben olhou para a entrada do bar. — Nossa mãe morreu ao dar à luz a Tally. Ela se
chama Talia, em homenagem a nossa mãe. Meu pai se ressentiu dela desde o dia
em que ela nasceu. Ele a culpou por matar a mulher ele amou.

Marshall sofria pela menina e pela mulher que tinha sido culpada por algo que
não era culpa dela. — Jesus.

— Papai se recusou a cuidar dela - inferno, ele nem queria ficar no mesmo
cômodo que ela.

Marshall passou a mão pelo cabelo, desejando poder bater em alguma coisa. —
Então você e seus irmãos cuidaram?

203
— Sim. Nós cuidamos. Eu tinha apenas dez anos quando ela nasceu. Chance
tinha oito anos e Gabe tinha sete. Minha mãe tentou uma última vez para uma
menina.

— E não viveu o suficiente para criá-la. Cristo. O que aconteceu com seu pai?

Os olhos de Ben endureceram ainda mais. — Você conhece aquelas cicatrizes


nas costas de Tally.

Marshall enrijeceu. — Sim.

— Em seu aniversário de dezoito anos, meu pai a encontrou nos estábulos. Ela
gostava de passar tempo com os cavalos. Ele estava bêbado. Odiava que ela se
parecesse com minha mãe.

O estômago de Marshall se contraiu dolorosamente e ele respirou fundo como


se estivesse se preparando para um golpe. — Vá em frente.

Ben tirou o chapéu e passou a mão pela nuca. — Tally estava em um


encontro. Meu pai ficou furioso e começou a beber mais cedo do que de
costume. Não sei se ele estava tão bêbado que imaginou que ela era nossa mãe ou
apenas finalmente desabou. Ele tirou a camisa dela e amarrou-a contra uma das
baias. Então ele deu a porra de um chicote nela.

— Porra! — Marshall se curvou, encostado no capô da caminhonete, sentindo


como se tivesse levado um chute no estômago. — Ela passou por isso? Porra!

Fechando as mãos em punhos, ele desejou poder enfrentar o pai de Talia e


espancá-lo até virar uma polpa de sangue.

Ele tinha que saber o resto. — O que aconteceu?

Ben respirou fundo novamente. — Ouvimos seus gritos e corremos para lá, mas
não fomos rápidos o suficiente. Ele já tinha batido nela três vezes. Suas costas

204
estavam ensanguentadas e em carne viva. Chance e Gabe a soltaram e correram
para a casa enquanto eu batia no meu próprio pai. Quando ele desmaiou, eu o
deixei lá e fui verificar Tally. Cerca de uma hora depois, ouvimos o tiro.

Marshall esfregou os olhos, querendo nada mais do que encontrar Talia e


abraçá-la. — Ele se matou.

Ben acenou com a cabeça. — Nenhum de nós foi ao funeral dele. —


Endireitando-se, ele se dirigiu para a entrada. — Tally não esteve nos estábulos
desde então. Apesar de nossos melhores esforços, ela se sentiu indesejada. Ela se
sentiu culpada por algo que não era sua culpa. Ela se sentia como se ela
não pertencesse - como se ela não fosse uma Brighton real. Casou-se com alguém
que ela pensava que a amava e descobriu que ele só a queria pelo rancho.

— Inferno. Ele era um idiota. O que aconteceu com ele? — Marshall estava
quase com medo de descobrir, mas ele precisava saber.

Os lábios de Ben se contraíram. — Ele começou a mandar nas pessoas, dizendo


a todos que, uma vez que se casou com Tally, ele era um dos patrões. Eu disse-lhe
que ele não era mais do que o vaqueiro que era antes de se casar com ela. Ele
enlouqueceu, especialmente quando Tally disse que estava pedindo uma
anulação. Para irritá-la e se vingar, ele roubou seu cavalo.

Cruzando o estacionamento de cascalho em direção à entrada, Marshall teve


que levantar a voz para ser ouvido por cima da música. — Ele roubou o cavalo dela?

Ben encolheu os ombros. — Provavelmente imaginou que poderia vendê-


lo. Nós compramos para ela para sua formatura. Paguei três quartos de milhão de
dólares por ele.

— E?

205
— E ele saiu, meio bêbado. Tally estava frenética. — Marshall engoliu em
seco. — Preocupada com o marido?

— De jeito nenhum. — Ben deu uma risadinha. — Ela estava preocupada com
seu cavalo. Candy apareceu algumas horas depois. Levamos dois dias para encontrar
o corpo de Allen. Parece que Candy o jogou de um penhasco. Cavalo
inteligente. Vamos. Vamos buscar minha irmã.

206
CAPÍTULO DEZESSETE

Sentada no bar, Talia observava a pista de dança, tentando desligar os sons dos
outros clientes e se perder na música.

Embora já tivesse passado algum tempo desde que estivera no Duke's, ela
reconheceu vários dos clientes e relaxou, confiante de que nenhum dos homens a
incomodaria.

O dono do bar, Duke, se aproximou com um sorriso. — Bem, pensei que estava
vendo coisas. Não te vejo há um mês aos domingos.

Talia sorriu para seu rosto enrugado, notando que seu cabelo parecia mais
cinza do que da última vez que o viu. — Oi, Duke. O lugar ainda está cheio como
sempre.

— Tive sorte. Uma cerveja?

— Não. Esta noite eu estou interpretando o motorista designado. — Ela usou o


polegar para apontar para a mesa atrás dela. — Tenho a sensação de que terei que
colocar alguns deles de volta na caminhonete.

Duke sorriu e balançou a cabeça. — Só não se esqueça que os mais bêbados


vão atrás. Assim, eles podem vomitar para o lado. Por que você não está sentada
com eles?

Erguendo a voz para ser ouvida acima da música e dos gritos altos vindos do
canto, onde várias pessoas estavam assistindo aqueles que ficaram bêbados o
suficiente para tentar a sorte no touro mecânico, Talia sorriu. — Não quero
atrapalhar a conversa deles. Você sabe como os vaqueiros falam.

207
Duke inclinou a cabeça, enviando um olhar sombrio para alguém do outro lado
do bar, um bêbado que não parava de gritar por outra cerveja. — Eu com certeza
sei.

— Quando me sento à mesa com eles, todos agem como se estivessem


sentados em um banco de igreja. Você tem algum chá doce?

— É claro. Acabei de fazer um novo lote esta manhã.

Quando Duke se afastou para pegar seu chá gelado, ela voltou sua atenção
para a pista de dança, tentando não pensar na última vez que dançou ali.

Foi com Allen, e ela foi estúpida o suficiente para acreditar que ele a amava.

Quando Duke trouxe chá gelado, ela sorriu em agradecimento enquanto ele
gritava com o homem que ainda gritava por sua cerveja para manter as calças.

Divertida, ela tomou um gole de chá, sorrindo quando outra mulher foi jogada
do touro mecânico. Ao mesmo tempo, ela ficou de olho na abordagem de um
homem que ela não reconheceu pelo canto do olho.

Bebendo seu chá, ela observou outro homem se aproximar dele, balançando a
cabeça e dizendo algo ao outro homem em voz baixa.

O outro homem piscou surpreso, mas parecia bêbado o suficiente para não se
intimidar. Afastando-se, ele começou a ir em sua direção.

A atmosfera na sala mudou de repente, como se todo o ar tivesse sido sugado


e uma corrente elétrica parecesse substituí-lo.

Sabendo que apenas alguns poucos poderiam realizar tal façanha, ela sorriu e
calmamente tomou um gole de chá, observando o outro homem parar de repente e
olhar por cima de sua cabeça quando um silêncio tomou conta da sala.

208
Até a música mudou para algo lento e sonhador, as luzes diminuindo ainda
mais.

Lábios quentes tocaram seu cabelo, uma mão quase tão grande quanto um
presunto envolvendo-a. — Olá baby. Venha dançar comigo.

O homem que estava prestes a se aproximar dela pareceu mudar de ideia e se


virou, caminhando rápido na direção oposta.

Rindo, ela encostou a cabeça no peito de Marshall. — Eu estava prestes a ser


convidada para dançar.

Para sua surpresa, Ben se deixou cair no assento vago ao lado dela, levantando
a mão. — Você acabou de ser. Duas cervejas, Duke.

Ben se recostou no bar, de frente para a porta, sorrindo indulgentemente para


Talia. — Acho que ela vem aqui para desafiar as pessoas.

Inclinando-se para trás contra Marshall, Talia sorriu. — Eu não. Venho aqui
porque gosto das bandas e porque não tenho que me preocupar com ninguém me
incomodando aqui.

Marshall pegou o copo dela, puxando-a de volta com mais firmeza contra
ele. — Ela está tão segura em Desire e estará ainda mais segura quando todos
perceberem que ela pertence a nós. — Ele tomou um gole de sua bebida e sorriu
fracamente. — Chá gelado?

Talia encolheu os ombros e sorriu novamente, seu coração batendo mais


rápido quando ela encontrou seu olhar divertido. — Eu me ofereci para ser o
motorista designado.

209
Ben se inclinou para a frente e beijou sua testa. — Eu gosto do seu homem. Vá
dançar com ele. Vou levar os outros de volta ao rancho. Já dei a Marshall as chaves
da minha caminhonete.

Colocando o copo de volta no bar, Marshall a ergueu da banqueta e colocou-a


na frente dele. — Vamos. Eu quero te abraçar.

Ele a levou para o centro da pista de dança, onde um espaço milagrosamente


se abriu.

Ela ergueu os braços até os ombros largos dele, amando a sensação de seus
braços ao redor dela. — Meu irmão gosta de você.

Curvando-se, ele beijou sua têmpora. — E eu gosto dele. Parece que temos
muito em comum.

— Eu sei. — Erguendo a cabeça para encontrar seu olhar, ela deslizou as mãos
para circundar seu pescoço. — Você descobriu alguma coisa sobre o perseguidor?

Sua expressão endureceu. — Sim. Falaremos sobre isso no caminho de volta


para o rancho.

Sorrindo ao sentir seu pênis pressionando contra sua barriga, ela continuou a
balançar contra ele. — Eu queria ir para casa amanhã, mas meus irmãos fizeram
uma promessa aos meus sobrinhos que eu tenho que honrar.

— Oh? Que tipo de promessa?

— O rodeio é amanhã à noite e é muito importante para eles. Eu prometi que


iria com eles. Você deve voltar para Desire amanhã, e eu estarei lá em alguns dias.

— Faz muito tempo que não vou a um rodeio. — Erguendo o queixo dela, ele
ergueu uma sobrancelha, sorrindo fracamente. — Estou curioso o suficiente para
ficar por aqui e descobrir por que você está tentando se livrar de mim.

210
Envolvendo os braços ao redor dela novamente, ele a puxou com mais firmeza
contra ele e continuou a balançar com ela. — Não vou ser fácil de me livrar, baby.

Pressionando o rosto contra seu peito, ela se moveu com ele, o calor e a força
em torno dela a deixando emocionada. — Isto é temporário.

— Não. — Quando a música terminou, Marshall manteve um braço em volta


dela e a conduziu passando pelos outros. — Sem chance.

Depois de um rápido adeus a Ben e os outros, Marshall a conduziu através da


multidão e saiu pela porta.

Divertido que seu tamanho e expressão dura fizeram as pessoas se


aglomerarem no estacionamento dando a ele um amplo espaço, Talia riu. — Assistir
você é como observar meus irmãos. Acho que é por isso que me senti em casa em
Desire.

Quando ela estendeu as mãos para pegar as chaves, ele ergueu uma
sobrancelha e a conduziu até o banco do passageiro, acomodando-a antes de dar a
volta na caminhonete para entrar novamente.

Enquanto ele contornava a frente da caminhonete, ela observou os


trabalhadores do rancho cambalearem para fora.

Sorrindo, ela ergueu a mão quando ele ligou o motor. — Espere. Você pode
seguir Ben de volta ao rancho, mas quero vê-los entrar na traseira do caminhão
primeiro.

Ben tinha o braço de um dos homens que parecia ter dificuldade em colocar
um pé na frente do outro e praticamente o jogou na traseira da picape.

211
Com um suspiro, Marshall se inclinou, seus dedos em sua mandíbula virando
seu rosto para ele. — Apesar de sua tentativa de mudar de assunto, quero deixar
claro que estou nisso por um longo tempo.

Talia abriu a boca para falar, mas Marshall cobriu sua boca com a dele antes
que ela pudesse pronunciar um som.

Beijando-a com uma paixão e possessividade que rasgou suas defesas, ele
segurou a parte de trás de sua cabeça, segurando-a no lugar, enquanto usava a
outra mão para pressionar contra sua coxa.

Desejando que ela usasse um vestido em vez de jeans, Talia abriu suas coxas,
prendendo a respiração quando ele pressionou o polegar contra sua fenda.

Marshall engoliu seu gemido, deslizando sua língua contra a dela mais uma vez
antes de levantar a cabeça. — Qual o tamanho da sua cama?

Deixando sua mão trilhar sobre seu peito, ela lutou para recuperar o fôlego. —
Queen.

— Bom o bastante. — Marshall ligou a caminhonete e saiu do estacionamento,


seguindo a caminhonete que Ben dirigia.

A tensão sexual no caminhão poderia ser cortada com uma faca, e Talia não viu
nenhuma razão para esperar até que eles voltassem para o rancho.

Alcançando, ela segurou o pênis de Marshall. — Sentiu minha falta?

Com um gemido, ele pegou a mão dela. — Comporte-se.

Talia apertou sua mão na dele e se inclinou em direção a ele. — Não se atreva a
me dizer que você vai ser um pau na lama e não vai me deixar me divertir.

— Nem sonharia com isso. — Dividindo sua atenção entre a estrada e ela, ele
se inclinou para beijar sua testa. — Então você quer se divertir, não é?
212
— Você não?

— Só com você, baby. — Envolvendo a mão em seu rabo de cavalo, ele inclinou
a cabeça para trás e olhou para ela. — Você traz à tona coisas em mim que eu
pensei que estavam enterradas.

Intrigada, Talia se inclinou o mais perto que seu cinto de segurança permitia. —
Oh? Que tipo de coisas?

Marshall suspirou e olhou pela janela da frente por vários segundos, soltando
seu cabelo para esfregar suas costas. — Essa é uma conversa para outra hora.

Com os olhos na estrada, ele deslizou a mão dentro da blusa dela, um puxão
forte fazendo os botões voar. — Por enquanto, você queria jogar.

Atordoada por sua ação, Talia engasgou. — Marshall!

Achatando a mão em seu peito, ele a empurrou para trás em seu assento, seus
dedos sacudindo e liberando o fechamento frontal de seu sutiã. — A que distância
fica o rancho?

Tremendo de excitação, ela olhou para ele, mais uma vez ligada por suas
feições duras. — O quê?

Agarrando o decote de sua blusa, ele a empurrou ligeiramente para a frente e


puxou-a até a metade das costas, prendendo efetivamente seus braços ao lado do
corpo. — A que distância fica o rancho?

Gritando de prazer ao sentir os dedos dele fechando em seus mamilos, Talia


fechou os olhos e deixou sua cabeça cair para trás, a sacudida de calor em seu
clitóris de tirar o fôlego. — Marshall!

Fechando os dedos sobre o mamilo, ele olhou para ela, suas feições parecendo
esculpidas em pedra. — Quão longe?

213
— D-dez m-minutos. Por favor! Marshall, encoste.

— Não. Você queria jogar.

Ele brincou com seu mamilo enquanto seguia seu irmão à distância pela
estrada escura, cada golpe de seus dedos calejados enviando fitas de prazer para
enfocar em sua fenda.

Agarrando seu antebraço, ela mais uma vez se maravilhou com o músculo duro
que encontrou ali. — Por favor. Mal posso esperar.

— Não.

Ela gritou novamente quando ele beliscou levemente seu mamilo, mas
nenhuma quantidade de movimentos ou pressionar suas coxas juntas poderia aliviar
a dor. — Seu filho da puta! Encoste e me leve ou me deixe em paz!

Marshall estendeu seu longo braço sobre ela e apertou seu outro mamilo,
disparando outra sacudida de prazer quente em seu clitóris. — Não. Não vou te
levar para a porra da estrada.

Ele soltou seu mamilo para agarrar seu queixo, virando seu rosto para ele,
assustando-a ao abrir os olhos. — Quanto a te deixar sozinha, você pode
esquecer. Seus dias de estar sozinha acabaram.

No momento em que chegaram ao rancho, Talia tinha sido reduzida a uma


massa trêmula de necessidade e não se importava com nada, exceto aliviar a dor.

Seguindo seu irmão pela longa estrada, Marshall juntou as duas pontas de sua
blusa. — Onde fica o estábulo?

— Sem estábulo. — Com as mãos trêmulas, ela desatou o cinto de


segurança. — Meu quarto.

214
— Depois. — Ele parou a cerca de seis metros de seu irmão e dos outros
empregados do rancho, mantendo a mão fechada na frente de sua blusa. Ele
abaixou a janela e ergueu a mão para seu irmão. — Onde fica o estábulo?

Ben piscou e apontou para o estábulo.

Marshall inclinou a cabeça. — Estaremos lá e depois voltaremos para a casa.

Ben sorriu fracamente, evitando olhar para ela. — Última tenda à direita. Basta
deixar as chaves no caminhão.

Marshall inclinou a cabeça antes de fechar a janela novamente. Usando seu


aperto na frente de sua blusa, ele a puxou para seu colo.

Com o braço esquerdo atrás das costas, ele dirigiu a caminhonete enquanto
sua mão direita se movia em seus seios. — Ouvi dizer que você cavalga.

Supondo que seu irmão tivesse contado a ele, ela sorriu e choveu beijos em sua
mandíbula. — Eu posso montar. Só não quero ir para o estábulo.

Ele parou a caminhonete a poucos metros da porta do estábulo e a


estacionou. — Vamos ver como você cavalga bem. Vou ficar nu e você
vai me montar.

Gelada com a ideia de entrar no estábulo, Talia colocou os braços em volta do


pescoço dele e segurou enquanto ele desligava a caminhonete e saía. —
Marshall, eu…

— Só somos nós. Eu tenho você, baby. Não há nada além de você e eu. —
Segurando-a contra seu peito, ele cobriu sua boca com a dele e abriu a porta,
abrindo caminho pela fila de barracas na luz fraca.

Uma vez lá dentro, ele ergueu a cabeça por tempo suficiente para fechar a
porta do box atrás deles e rapidamente tirou suas roupas. Movendo-se atrás dela,

215
ele virou seu rosto para ele e se curvou para tomar sua boca em um beijo longo e
envolvente enquanto passava a mão por seu corpo. Erguendo a cabeça, ele jogou o
chapéu de lado e desabotoou a calça jeans antes de pegar a mão dela e se abaixar
para o feno de cheiro doce.

Depois de tirar seu jeans do caminho, ele se sentou e a agarrou pela cintura e a
abaixou em seu pênis, enchendo-a centímetro a centímetro quente e grosso.

— Essa é a minha garota.

Suas mãos abaixaram ligeiramente, fechando em seus quadris enquanto ele se


deitava, seus olhos brilhando de fome. — Monte-me.

Talia sugou respiração após respiração enquanto ele a enchia, pressionando


sua mão em seu abdômen na plenitude incrível. — Tão profundo.

De joelhos, ela começou a tremer enquanto se abaixava ainda mais,


determinada a tomar tudo dele. — Querido Deus.

— Cuidado, baby. — Marshall gemeu e levou as mãos aos seios dela. — Basta
pegar o que você precisa.

— Eu quero você todo. — Apoiando as mãos em seu peito, ela usou os joelhos
e os músculos da coxa para se levantar um pouco antes de se abaixar novamente.

— Então leve tudo de mim.

Talia gritou sem fôlego, mal fazendo um som enquanto se movia sobre ele, sua
boceta apertando incessantemente enquanto ela corria para o orgasmo. — Goza
comigo?

Pegando seus seios, Marshall correu os polegares para a frente e para trás
sobre seus mamilos, colocando mais calor correndo por ela. — Você primeiro.

216
Reconhecendo a confiança e determinação em seu tom, Talia olhou em seus
olhos, sua própria determinação de fazê-lo gozar primeiro guiando seus
movimentos. — Como o inferno.

Por causa das preliminares na caminhonete, ela já estava preparada para gozar,
seu corpo apertando com sua determinação de se conter.

Ela poderia se mover da maneira que ela quisesse e levá-lo tão profundamente
quanto quisesse. Ele deu-lhe todo o controle e ela estava determinada a tirar o
máximo disso.

Ela se moveu mais rápido, um gemido escapando quando ele fechou as mãos
em seus quadris novamente. — Não é justo.

Ajustando seu aperto, ele estendeu o polegar para acariciar seu clitóris. — O
que não é justo, baby?

Agarrando-o com mais força, com as mãos e sua boceta, ela se concentrou em
mover-se em seu pênis. — Que eu te queira tanto.

— Bom. — Guiando seus movimentos, Marshall grunhiu e começou a movê-la


mais rápido em seu pênis, seu polegar sacudindo sobre seu clitóris a cada impulso.

Jogando a cabeça para trás, ela o montou com força, usando os músculos da
coxa para agarrá-lo e clamando pela plenitude e fricção de seu pênis quente se
movendo dentro dela.

Cada centímetro de seu corpo parecia ondular de prazer, o calor aumentando a


cada golpe.

Com cada grito e gemido áspero. Com cada respiração.

217
Mais uma vez atordoada pela onda de emoção e a sensação de pertencer, ela
abriu os olhos para olhar para ele, a combinação de fome e emoção em seus olhos
sua ruína.

Ela foi até lá com uma onda de prazer, a crescente sensação de intimidade
aumentando o prazer e o calor.

Com um grito, ela se arqueou, surpresa, mas exultante quando Marshall se


sentou e a segurou com uma mão na parte de trás de sua cabeça e na parte inferior
de suas costas, cobrindo sua boca com a dele enquanto continuava a movê-la em
seu pênis.

Ele engoliu seus gritos de prazer, encontrando sua própria liberação com um
gemido, seu grande corpo estremecendo contra o dela.

Eles ficaram assim por vários minutos, ambos respirando com dificuldade.

Ela correu as mãos sobre os ombros e parte superior das costas, deleitando-se
com a sensação de suas mãos correndo sobre suas costas, seus lábios contra seu
pescoço.

Erguendo a cabeça, ele passou a mão pelo cabelo dela. — Como eu disse, você
me faz pensar em coisas que eu não pensava há muito tempo. Você está bem, baby?

Sua mão espalmou nas costas dela, encorajando-a a se inclinar contra ele, uma
oferta que ela aceitou com um suspiro.

Deixando que ele aguentasse seu peso, ela sorriu e enterrou o rosto em seu
peito. — Sim. Você?

Rindo suavemente, ele se curvou para pressionar sua bochecha contra sua
têmpora. — Melhor do que bem. Eu gosto de rolar no feno com você.

218
As memórias sombrias do estábulo pareciam muito mais distantes do que
estavam apenas algumas horas antes, a letargia quente permeando-a, relaxando-a
mais do que ela esteve desde que colocou os pés no rancho novamente. — Não se
acostume com isso. Eu prefiro uma cama quente.

Inclinando-se para trás, ele olhou em seus olhos enquanto abaixava a cabeça
para beijá-la novamente. — Eu não gostaria que você ficasse entediada.

Talia bufou deselegantemente. — Contigo? Sem chance.

Envolvendo os braços em volta do pescoço dele, ela gemeu quando ele a


ergueu de seu pênis, atordoada quando ele se levantou com ela. — Droga.

Ele tirou o feno de sua bunda antes de puxar sua calça jeans para cima e
prendê-la. — O que há de errado, baby?

Ele se abaixou para recuperar sua calcinha, sacudindo-a antes de entregá-la a


ela, procurando suas feições.

Aceitando-a, ela a vestiu, segurando seus ombros enquanto ele a ajudava a


vestir a calça jeans. — Eu sempre esqueço o quão forte você é.

Rindo de novo, ele a ajudou a se vestir. — Isso é uma dica para eu carregá-la?

— Não. — Ela sorriu para ele, rindo quando ele passou a mão em sua bunda.

— Embora, quando você me carrega por cima do ombro, há uma bela vista. —
Abrindo a cabine, ele pegou a mão dela e a levou de volta para a caminhonete e
abriu a porta para ela antes de levantá-la para dentro. — Você está olhando para a
minha bunda, querida?

Apreciando sua provocação e humor alegre, ela passou a mão em seu peito. —
Tanto quanto você olha para mim.

219
— Inferno, isso é o tempo todo, baby. Agora que a vi nua e sei o que esses
jeans apertados estão escondendo, olho ainda mais.

Ainda sorrindo quando eles pararam na porta dos fundos do rancho, Talia
estendeu a mão para Marshall. — Ei, eu esqueci. Você ia me contar sobre o
perseguidor.

— Você me distraiu. — Marshall saltou, segurando a mão dela quando ela


saltou para se juntar a ele. Ele não queria estragar seu bom humor antes que ela
fosse dormir, especialmente porque se tratava de Emily.

— Podemos conversar sobre isso pela manhã? Não quero pensar em nada
disso agora. Eu quero te deixar nua de novo e dormir com você enrolada contra
mim.

Minutos depois, ele se deitou com ela meio esparramada sobre ele e esperou
que sua respiração se acalmasse.

Assim que teve certeza de que ela dormia em paz, ele cuidadosamente se
desvencilhou dela e se levantou da cama. Depois de vestir a calça jeans e as botas
novamente, ele saiu da sala e foi para a cozinha, onde se serviu de um copo d'água.

Depois de engolir e encher de novo, ele suspirou e pegou o telefone, ansioso


para deixar seus irmãos saberem o que Ben havia lhe contado.

Depois de fazer a ligação, ele cerrou os punhos no balcão, lutando contra uma
raiva diferente de todas que já sentira antes com a imagem mental dela sendo
chicoteada por um homem que claramente ficou perturbado com a morte de sua
esposa.

220
Apesar dos esforços de seus irmãos para protegê-la, Talia foi quem pagou. Ele a
entendeu melhor, vendo suas tentativas de ser durona como sendo uma casca
externa para a vulnerabilidade por baixo.

A raiva cresceu enquanto ele falava com seus irmãos, e quando ele desligou e
guardou o telefone, ele se sentiu ansioso para voltar para ela.

Endireitando-se, ele engoliu mais água, parando quando ouviu o barulho de


pés indo em sua direção.

Ele se virou a tempo de ver Talia, vestida com nada além de sua camisa, que
quase chegava aos joelhos dela, passando pela porta. — Baby? Você está bem?

— Senti a sua falta. — Ela piscou como se estivesse surpresa por ter falado as
palavras, e sua expressão fechou abruptamente, seus olhos ficando vazios. — Quer
dizer, eu acordei e você tinha ido embora.

E você pensou que eu tinha te deixado.

Sentindo-se mais sintonizado com ela e orgulhando-se de perceber sua


vulnerabilidade antes que ela pudesse cobri-la, Marshall sorriu e estendeu a mão
para ela. — Eu estava com sede. Quer um pouco?

— Não. — Em vez de avançar para pegar a mão dele, ela se encostou na porta.

Marshall terminou o copo d'água, colocando-o na pia antes de ir até


ela. Erguendo-a contra ele, ele sorriu quando ela baixou a cabeça em seu
ombro. Sem uma palavra, ele a carregou de volta para a cama, cobrindo os dois
antes de puxá-la contra ele novamente. — Durma, querida. Joe e Carter estarão
aqui pela manhã.

221
CAPÍTULO DEZOITO

Apoiado no trilho superior da cerca, Marshall manteve um braço ao redor de


Talia. — O que há de tão secreto sobre este rodeio esta noite?

Ele não podia negar que o rancho tinha que ser um dos lugares mais bonitos
que ele já tinha visto. Ele havia feito pesquisas o suficiente para ver o quão grande
era, mas a imensidão absoluta disso tinha que ser experimentada para ser
acreditada.

Ela sorriu para ele, suas bochechas coradas e seus olhos brilhando de
excitação. — O que te faz pensar que há um segredo?

Atordoado por sua beleza, ele se virou para encará-la. — Você é tão linda.

Seu rubor se aprofundou. — Nunca pensei que você fosse um encantador.

Divertido, ele passou a mão pelas costas dela e se virou para observar os
homens trabalhando com os cavalos. — Não. Esse é Carter. Então, você vai me dizer
qual o segredo sobre o rodeio? Jessica continua sorrindo e se virando toda vez que
isso é mencionado, e ela cala os meninos quando eles tocam no assunto. Ben e
Chance são um pouco calados demais sobre isso, enquanto parecem como os gatos
que pegaram o canário.

— Você não pode simplesmente desfrutar de uma surpresa?

Quando ela começou a subir para se sentar no corrimão de cima, ele fechou as
mãos na cintura dela e a ergueu ele mesmo, envolvendo os braços em volta dela
para apoiá-la. — As surpresas geralmente não funcionam assim para mim.

Seu sorriso caiu. — Sim. Emily e agora essas coisas com seu irmão. Você
realmente acha que ele te culpa pela morte dela e por trancar seu meio-irmão?
222
— Não consigo pensar em nenhuma outra razão. Você pode?

— Não. — Ela inclinou o chapéu para trás para olhar em seus olhos. — Por que
Emily não disse nada a você sobre seu meio-irmão? Você acha que ela sabia que
você, Joe e Carter foram os que o pegaram e mandaram de volta para a prisão?

Ela fez uma pausa, abaixando a cabeça até que suas testas se tocassem. — Ela
usou um nome diferente. Ela sabia, não é?

O peito de Marshall se apertou. — Não sei, baby. Se ela fez isso, não sei o que
ela esperava conseguir com isso. Ela nunca fez nada para nos deixar saber que ela
queria vingança por seu meio-irmão.

— Exceto se matar e deixar um bilhete culpando vocês três por isso. Ela deixou
vocês se sentindo culpados como o inferno. Eu diria que ela teve sua vingança.

Para a surpresa de Marshall, Talia envolveu seus braços e pernas ao redor dele,
dando a ele seu peso.

— Não a deixe vencer, Marshall. Você, Joe e Carter são bons homens. — Ela
segurou sua mandíbula e tocou seus lábios nos dele em um beijo suave cheio de
ternura. — Por favor. Vocês não são os culpados.

Engolindo em seco com a onda de emoção, Marshall acenou com a cabeça,


virando-se quando ouviu um caminhão estacionar. Vendo Ben, Chase, Joe e Carter
saírem da caminhonete, Marshall forçou um sorriso. — Eles voltaram.

Abaixando-a no chão, ele a soltou e deu um tapinha em sua bunda. — Vá vê-


los. Eu sei que eles sentiram sua falta como o inferno.

Rindo, ela passou a mão em seu peito. — Não seja bobo. Só estive fora por
alguns dias.

223
Marshall agarrou seu antebraço quando ela ia se afastar, perguntando-se
quando ele cruzou a linha e se apaixonou por ela. — Senti sua falta assim que você
se foi.

Levantando os braços ao redor do pescoço dele novamente, ela ergueu o rosto


e se inclinou para ele, seus olhos azuis brilhando. — Você não está amolecendo
comigo, está?

Marshall sorriu para isso, sabendo que já estava perdido. — Eu posso


estar. Isso te incomodaria?

Ela corou novamente, deliciando-o. — Isso não deveria ficar sério.

— Hmm. — Marshall puxou sua trança de brincadeira, alertado pelo lampejo


de pânico em seus olhos. — Talvez seja uma conversa para outra hora. Vai dizer oi
para Joe e Carter.

Sorrindo, ela correu em direção a seus irmãos, parando para beijar cada um de
seus irmãos nas bochechas antes de correr em direção a Joe com um grito.

Sorrindo, ele a observou se jogar em Joe, que largou sua mochila e a pegou
com um sorriso.

Permitindo que seu sorriso desaparecesse, Marshall se virou para observar os


homens trabalhando com os cavalos novamente, sem se surpreender que Ben e
Chance surgissem para ficar um de cada lado dele.

Eles permaneceram em um silêncio amigável por alguns minutos, sem dizer


nada, mas ambos voltando quando Talia gritou e deu uma risadinha.

Divertido, Marshall os esperou com expectativa.

Finalmente, Chance falou. — Ouvi dizer que você a colocou no estábulo ontem
à noite.

224
— Você ouviu direito.

Outra pausa significativa se seguiu até que ele falou novamente. — Mary disse
que Tally estava de mau humor antes de ir para o bar. Muitas lembranças ruins aqui.
— Chance balançou a cabeça, baixando a voz enquanto olhava para trás em direção
a Talia, Joe e Carter. — Embora eu nem queira pensar sobre o que aconteceu entre
você e minha irmã no estábulo, agradeço que você tenha tentado fazer uma boa
memória lá.

Marshall permitiu um pequeno sorriso. — Se não funcionar, estou disposto a


tentar novamente.

Ben gemeu. — Cristo. Já é ruim o suficiente ela ter três amantes. Eu com
certeza não quero pensar sobre o que vocês três fazem com ela.

Endireitando-se, Marshall se virou para assistir seus irmãos e Talia se


aproximando, vendo a raiva em seus olhos quando eles encontraram os dele e
soube que eles estavam pensando sobre sua conversa ao telefone tarde da noite. —
Ela parece muito mais feliz agora.

Chance sorriu quando viu o sorriso de Talia. — Então, você vai lhes mostrar um
pouco do rancho?

— Até à lagoa. — Talia sorriu para Marshall. — Eu prometi a Stick que os


receberia a tempo do chili.

Os olhos de Ben se estreitaram, mas seus lábios se contraíram. — Ele quase


nunca faz chili para nós, mas toda vez que você chega em casa, ele faz uma grande
quantidade. — Seus olhos se estreitaram. — Inferno, ela comia com os
trabalhadores do rancho com mais frequência do que comia em casa.

225
Talia encolheu os ombros e se inclinou para Joe. — Acho que o chili do Stick é a
única coisa que os trabalhadores gostam sobre eu voltar para casa.

Os olhos de Ben se estreitaram. — Por que diz isso?

Ela encolheu os ombros novamente e se endireitou como se quisesse mostrar


que não precisava se apoiar em ninguém, erguendo o queixo para enfatizar isso. —
Não é como antes. Todos eles falam em monossílabos e desviam os olhos, apenas
para me encarar quando pensam que não estou olhando.

Carter sorriu e passou a mão pelo cabelo dela. — Você realmente não tem ideia
de como você é bonita, não é? Eles provavelmente querem convidá-la para sair, mas
você é linda e eles teriam que lutar com seus irmãos.

Ben inclinou a cabeça. — Temo que ele esteja certo. Além disso, eles sabem
que você perdeu aquele idiota com quem se casou e não sabem o que dizer para
você. Combinou muito bem comigo. — Erguendo o olhar, ele deixou tocar Carter,
Joe e então Marshall.

— Então você se mudou e conheceu esses três.

Balançando a cabeça, ele sorriu friamente. — Foi bom que eles vieram
aqui. Agora eles vêem com o que terão que lidar se machucarem você.

Divertido, mas sem culpá-los nem um pouco, Marshall inclinou a cabeça. —


Mantê-la segura e feliz é nossa primeira prioridade.

A carranca de Ben se aprofundou. — Falando em mantê-la segura, acho que ela


deveria ficar aqui até vocês encontrarem esse cara.

— Não. — Com as mãos nos quadris, Talia enfrentou seus irmãos. — Eu tenho
um trabalho e uma vida em Desire, e estou segura lá.

226
Ela colocou a mão sobre o coldre que usava na cintura e o cabo da arma. — Sou
sempre cuidadosa.

Joe estremeceu. — Sim. Aponte e puxe o gatilho. O que há de tão difícil


nisso? Jesus.

Chance olhou para Talia antes de voltar sua atenção para Joe. — Que diabos
você está falando?

— Ela tem uma arma em casa e perguntei se ela sabia como usá-la. Essa foi a
resposta dela. — Joe balançou a cabeça novamente. — Ela saiu correndo de casa
atrás de mim quando eu estava perseguindo Manny. Me assustou muito. Imaginei
que ela atiraria em mim por engano.

Talia bufou, claramente insultada. — Se eu atirar em você, não será por


engano.

***

Eles cavalgaram por cerca de meia hora antes de chegarem a uma área
gramada cercada por árvores.

Era um lugar que se tornou um santuário para ela.

Era o lugar para onde ela ia quando queria chorar ou quando só queria ficar
quieta.

Não sabia o que a compeliu a trazê-los para um lugar que ela nunca
compartilhou com ninguém, mas parecia certo.

227
Diminuindo a velocidade de seu cavalo, ela se aproximou do lago onde os
cavalos podiam beber até se fartar da água surpreendentemente fresca e clara.

Ela desceu da sela e deixou cair as rédeas, observando Marshall, Joe e Carter
fazerem o mesmo.

Ela não falou enquanto se virava e se dirigia a um afloramento de rochas,


escalando-as com a facilidade da longa prática para se sentar na grande prateleira
de rocha no topo.

A mão de Carter fechou-se em sua cintura enquanto ela subia. — Cuidado,


querida.

Ela apenas pisou na prateleira de pedra quando ele passou um braço em volta
dela, puxando-a contra ele.

Mas ela já tinha visto a cascavel.

Sacou a arma do coldre e atirou, acertando a cabeça da cobra no momento em


que ela se erguia para atacar.

Joe praguejou e deu um pulo, empurrando-a contra a parede de rocha com seu
corpo. — Filho da puta. — Erguendo o queixo dela, ele balançou a cabeça e olhou
para a arma que ela segurava. — Você está bem, querida?

Querendo aliviar a preocupação em seus olhos, ela sorriu e estendeu a mão


livre para segurar seu queixo. — Aponte e puxe o gatilho. O que há de tão difícil
nisso?

Ele soltou um suspiro, observando Carter jogar os restos da cascavel para o


lado. — Muito engraçado.

228
Joe a guiou até o centro da plataforma de pedra e se sentou, acomodando-a
entre suas coxas. Pegando a arma que ela ainda segurava, ele a colocou de lado. —
Foi um golpe de sorte ou você faz isso com frequência?

Sorrindo com seu tom baixo, ela se recostou contra ele, respondendo em um
tom igualmente abafado. — Meus irmãos garantiram que eu pudesse atirar e me
compraram uma arma e um coldre no meu décimo aniversário.

Ciente de que Marshall e Carter se abaixaram para se sentar um de cada lado


dela, ela suspirou. — Eu gostava de pedalar, mas sempre tinha que esperar até que
alguém estivesse disponível para andar comigo. Às vezes, eu só queria ficar
sozinha. Eu não tinha permissão para andar sozinha até que pudesse provar que era
uma boa piloto e uma boa atiradora, então me certifiquei de que era.

Marshall estendeu a mão para pegar a mão dela. — E este é o lugar onde você
vinha ficar sozinha?

Talia sorriu interiormente. — Sim. Eu gosto daqui. É pacífico.

Levantando sua mão, ele pressionou seus lábios em sua palma, inclinando-se
para a frente para encontrar seu olhar. — Obrigado por compartilhar conosco.

O silêncio tenso que se seguiu gradualmente se alongou, a tensão diminuindo e


se tornando algo fácil e íntimo.

Ouvindo os sons dos cavalos, Talia permitiu que Marshall mantivesse sua mão
na dele e deixou Joe segurar seu peso.

Confiando neles para ouvir e observar o perigo, ela relaxou completamente de


uma forma que não fazia há muito tempo.

Ela virou a cabeça para olhar para Marshall. — Eu menti para você.

Levantando uma sobrancelha, ele acariciou as costas de sua mão. — Oh?

229
Ela não sabia se era a sensação de paz que a rodeava ou a intimidade que
continuava a crescer entre eles que a fazia mentir deixar um gosto amargo na boca.

Olhando para Carter quando ele pegou sua outra mão, ela soltou um suspiro e
se virou para olhar para os cavalos. — As marcas nas minhas costas não são de
queda de um cavalo.

Joe apertou os braços ao redor dela e se inclinou para beijar o topo de sua
cabeça. — Nós sabemos, baby.

Abaixando-se, ele acariciou sua têmpora com a bochecha. — Você quer falar
sobre isso?

— Não. — Incapaz de olhar para eles, ela manteve o olhar nos cavalos. —
Quem te contou?

Marshall apertou a mão dela novamente. — Ben me contou. Ele ainda está se
culpando.

O estômago de Talia apertou, a memória daquela noite tornando difícil


respirar. — Ele não deveria. Não foi culpa deles. Fui para o estábulo porque queria
ficar sozinha e meus irmãos não me deixavam cavalgar sozinha à noite. Eu já tinha
feito isso alguns anos antes, e eles morreram de medo. Eles colocaram todos os
ranchos à minha procura. Eu não poderia fazer isso com nenhum deles novamente.

Carter a puxou do colo de Joe para o dele. — Que bom que você aprendeu a
lição. Se fizesse algo assim com a gente, eu espancava sua bunda.

— Sem chance. — Saindo de seu colo, ela se levantou e sorriu para eles. —
Jéssica embalou toalhas e sanduíches em meu alforje. Vou nadar.

Minutos depois, Marshall estava na margem do lago, segurando a arma de


Talia em sua mão e cuidando das três pessoas mais importantes em sua vida.

230
À procura de mais cascavéis, ele esquadrinhou a área, seu olhar voltando para
a lagoa quando Talia gritou e começou a rir.

Seus irmãos a tinham tomado com uma ternura que falava de seus sentimentos
por ela, seus olhares quando encontraram os de Marshall ainda cheios de raiva pelo
que ela tinha sofrido.

Observando-a, Marshall percebeu que ela parecia estranhamente emocional


enquanto Joe e Carter faziam amor com ela, agarrando-se a eles e escondendo o
rosto em seus pescoços enquanto ela se recuperava dos orgasmos.

Lembrando da maneira como ela apareceu quando o encontrou na cozinha na


noite anterior, ele sentiu algo mudar dentro dele.

Como se entendendo que ela não estava pronta para admitir o que sentia por
eles, Joe e Carter brincaram com ela, espirrando e afundando-a e permitindo que
ela os afundasse.

Ele continuou a examinar a área, observando a cena se desenrolar diante dele


com uma sensação de bem-estar que não sentia há muito tempo.

Vários minutos depois, os três emergiram da lagoa, molhados e nus.

Carter a ergueu sobre o ombro, carregando-a para a grama espessa, beijando


seu cabelo molhado enquanto a abaixava suavemente para o cobertor que
encontrara em seu alforje. — Vamos comer aqueles sanduíches. Ganhei apetite.

Envolvendo uma toalha ao redor de seus ombros, Marshall sentou-se e puxou


Talia para seu colo, secando-a enquanto ela aceitava o sanduíche que Joe lhe
entregou.

231
Levantando o sanduíche sobre o ombro, ela o colocou contra os lábios de
Marshall, gemendo quando ele deslizou as mãos sobre seus seios. — Quer um
pouco?

— Absolutamente, mas vai esperar até mais tarde. Precisamos voltar para o
chili e quero ver que tipo de surpresa que você tem reservado para nós mais tarde.

Recostando-se contra ele, ela sorriu. — Você, Joe e Carter deveriam se divertir
com isso. Eu sei que meus irmãos são orgulhosos, mas às vezes eles ficam ridículos.

Marshall beijou seu ombro. — Agora estou realmente intrigado.

***

Sentado nas arquibancadas do rodeio, Carter continuou a examinar a área,


procurando por Talia, Ben e Chance. — Onde diabos eles estão?

Os três haviam deixado as arquibancadas cerca de meia hora antes, e Carter


estava tenso desde então.

A esposa de Chance, Mary, deu um tapinha em seu braço. — Apenas


observe. Ben e Chance não confiam em ninguém com a tática de Talia.

Carter olhou para os sobrinhos de Talia pulando para cima e para baixo com
entusiasmo contra a grade na frente deles quando o locutor começou a falar
novamente.

— Por favor, diga que ela não está inscrita em nenhuma competição.

Jessica, que estava sentada do outro lado de Mary, sorriu. — Não. Não esse
ano. Olha, rapazes. Ali está a tia Tally.

232
— Senhoras e senhores, embora ela não esteja competindo este ano, temos
a pentacampeã de cordão de bezerro conosco, e ela concordou em nos dar uma
demonstração. Junte suas mãos para Talia Brighton!

Carter não se lembrava de se levantar, mas de repente se viu de pé e


prendendo a respiração quando um bezerro correu para a arena, com a mulher que
ele amava cavalgando o inferno atrás dele, sua trança voando.

Atordoado e morrendo de medo, ele se viu hipnotizado pela visão dela girando
uma corda sobre a cabeça e mandando-a para pousar perfeitamente sobre a cabeça
do bezerro e puxando seu cavalo abruptamente para evitar arrastar o bezerro.

Deslizando da sela com uma velocidade e graça que fez seu peito inchar, ela
apressadamente soltou a panturrilha e se virou para acenar para a multidão que
aplaudia.

— E isso, senhoras e senhores, é como se faz.

Um pouco tonto, Carter prendeu a respiração. — Jesus.

Mary riu e acenou freneticamente para Talia. — Ninguém consegue vencer o


tempo dela.

Carter engoliu em seco, levantando a voz para ser ouvido pela multidão. — Isso
foi muito rápido.

Mary balançou a cabeça, sorrindo com orgulho. — Não. Isso foi apenas para
mostrar. Ela está sem prática. Quando ela compete, ela é muito mais rápida.

Carter não conseguia tirar os olhos dela. — Ela é incrível.

Abaixando a voz, ela puxou o braço de Carter, incitando-o a se inclinar em sua


direção. — Ela aprendeu a usar corda para impressionar o pai, na esperança de
ganhar o amor dele de alguma forma, mas ele não pareceu notar.

233
— Desgraçado.

— Isso ele era. — Ruborizando, ela apontou para onde Ben e Chase, ambos os
homens sorrindo como tolos, a cumprimentaram enquanto se dirigia para o portão
de onde havia começado.

— Eles tentaram por anos ser um pai para ela e fazê-la se sentir amada. —
Virando-se para olhar para ele, ela estudou suas feições. — Eu não sei como as
coisas funcionam naquela cidade em que você mora, mas ter três homens ao
mesmo tempo soa como nada além de problemas. Ela tenta parecer durona, mas
aquela garota suportou muitas dores na vida e está sempre esperando mais. Por
favor, não brinquem com os sentimentos dela. Por favor, não a machuquem.

Envolvendo um braço em torno dela, Carter a incentivou a se sentar


novamente. — Eu sei que parece loucura, mas funciona. Você não tem nada com o
que se preocupar. Não temos intenção de machucá-la.

Jessica se inclinou para a frente. — E o homem que a está perseguindo?

— Nós sabemos quem ele é e o encontraremos. — Olhando seu abdômen


inchado, ele sorriu. — Não há nada com que se preocupar. Você apenas cuida do
bebê, e nós cuidaremos de Talia.

234
CAPÍTULO DEZENOVE

Acordando em sua própria cama novamente, Talia se espreguiçou, sorrindo


quando encontrou um corpo de cada lado dela. — É muito bom acordar cercada por
músculos duros e quentes.

Rindo, Joe passou um braço em volta dela, a mão quente em sua barriga
enquanto a puxava de volta contra ele. — Há outra coisa quente, dura e
desesperada para entrar em você.

Talia suspirou ao sentir seu pênis pressionando nela, gemendo enquanto ia


mais fundo. — Que maneira de acordar, oh!

Ele deslizou a mão para baixo, deslizando-a entre as coxas dela e erguendo a
perna dela sobre a dele. — Eu concordo. Isso pode muito bem se tornar um hábito.

Uma mão em seu ombro se moveu para baixo em seu corpo, empurrando as
cobertas para baixo no momento em que Joe deslizou os dedos entre suas dobras,
infalivelmente focando sua atenção em seu clitóris.

Ela abriu os olhos para ver Carter, ainda vestido com seu uniforme, estendido
ao lado dela, olhando para ela enquanto acariciava levemente seus seios. — Ei. Oh!

Fechando os olhos, ela ergueu o braço para espalmar as mãos em seu peito,
prendendo a respiração quando ele juntou ambos os pulsos em uma de suas mãos e
os ergueu sobre sua cabeça. — Carter!

Joe empurrou suas pernas para a frente, reajustando a coxa que ele levantou
sobre a dele. — Talia. Chupe o pau de Carter. — Deslizando os dedos entre suas
dobras, ele acariciou seu clitóris inchado, o prazer tão intenso que ela gritou e
sacudiu.

235
Abrindo os olhos, ela encontrou o olhar estreito de Carter. — Eu não sei
como. Ensine-me.

Carter olhou para Joe e gemeu. — Ela nunca fez isso antes. — Ele respirou
fundo e estendeu a mão para o fecho das calças. — Jesus, toda vez que eu acho que
ela não pode me excitar mais, ela o faz.

Deslizando da cama, ele empurrou as calças para baixo e agarrou seu pênis,
sorrindo para seus gritos e gemidos de frustração.

Com um joelho apoiado no colchão, Carter posicionou seu pênis perto da boca
de Talia. — Droga, ela está agitada.

Joe bateu em seu clitóris, seus impulsos lentos e profundos. — Você não vai
gozar até que eu veja você chupar o pau de Carter.

Talia balançou os quadris no tempo de suas estocadas, sorrindo com a fome


aparecendo claramente em seus rostos. — Outra maneira de levar vocês dois ao
mesmo tempo. A ideia de levar vocês três vai ficar na minha mente o dia todo.

Joe gemeu e acariciou seu clitóris novamente. — Nós criamos um monstro.

Talia fechou a boca sobre a cabeça do pênis de Carter, sorrindo ao redor com
seu gemido áspero.

Com outro gemido, ele deslizou a mão sobre o cabelo dela, segurando a parte
de trás de sua cabeça enquanto usava a outra mão para acariciar seu seio. —
Fácil. Sem dentes. Chupe e use sua língua.

Algum instinto a fez deslizar a mão entre suas coxas duras para segurar suas
bolas, e ela sorriu para si mesma novamente com seu gemido ainda mais áspero.

236
Chupando e usando sua língua, ela continuou a acariciá-lo, lutando para
manter seu foco enquanto Joe aumentava a velocidade de suas estocadas e
continuava a acariciar seu clitóris.

Gemidos e maldições suaves derramaram deles, as estocadas de Joe vindo mais


rápido e mais forte.

— É isso. Cristo, vê-la está me deixando louco. — Joe riu asperamente. —


Droga, ela é linda.

Carter sustentou seu olhar e começou a se mover. — Calma, querida. Eu não


vou fundo. — Confiando nele e amando o afeto e a fome em seus olhos, Talia
chupou mais forte.

Joe deslizou a mão entre suas coxas e agarrou seu quadril. — Não vou deixá-la
gozar ainda.

— Bom. Estou levando ela. — Carter deslizou a mão de seus seios, rindo de
seus gemidos de frustração. — Não se preocupe. Assim que Joe gozar, levarei você.

Joe amaldiçoou e empurrou profundamente, seu pênis pulsando dentro dela.

— Agora. — Quase assim que ele falou, ele se retirou abruptamente e ergueu
seus quadris.

Carter puxou de sua boca abruptamente e puxou seus quadris em direção a


ele, posicionando-a sobre a barriga e empurrando nela por trás.

Joe se sentou ao lado dela, uma mão acariciando seu seio e brincando com seu
mamilo enquanto ele alcançava a outra sob ela para acariciar seu clitóris
novamente.

Ela gritou com a sobrecarga de prazer, sua boceta apertando Carter enquanto a
umidade escorria por sua coxa.

237
Joe se inclinou para tocar seus lábios em suas costas e parou de acariciar seu
clitóris para circulá-lo. — Muito lubrificante aqui. Seria uma pena desperdiçá-lo.

A retirada repentina de sua mão de seu abdômen fez com que seus dedos dos
pés se curvassem em antecipação.

Carter desacelerou seus golpes e usou seus polegares para abrir mais as
bochechas de sua bunda. — Enfie na bunda dela. Ela precisa se acostumar com isso.

Ela gritou novamente quando Joe deslizou um dedo em sua bunda,


involuntariamente arqueando as costas para lhe dar mais espaço. — Por que eu p-
preciso me a-acostumar com isso? Oh Deus!

Joe deslizou a mão sob ela novamente, acariciando seu seio enquanto movia o
dedo em sua bunda. — Porque você gosta de ter atenção aqui, e nós adoramos dar
isso.

Carter empurrou mais rápido novamente. — Ela adora ter sua bunda
preenchida. Nós vamos nos divertir muito com você, não é, querida?

Joe beliscou seu mamilo levemente antes de liberá-lo, enviando uma faísca
afiada de luxúria ardente por ela. — Pronto, Carter?

— Oh sim.

As estocadas de Carter vieram mais fortes e mais rápidas ao mesmo tempo que
Joe enfiou o dedo mais fundo em sua bunda.

— Isso aí, amor. Droga, você me deixa louco. Goze para nós. — Joe deslizou a
mão sob ela para acariciar seu clitóris novamente, bombardeando seu sistema com
a sensação.

Com outro grito áspero, ela arqueou e endureceu, apertando o pênis de Carter
e o dedo de Joe, emocionando quando Carter empurrou dentro dela várias vezes em

238
rápida sucessão antes de deixar escapar um gemido áspero, as mãos apertando em
seus quadris.

Com um gemido, Carter se curvou, sua testa tocando as costas dela. — Foda. —
Deixando sua cabeça cair, Talia riu, lutando para recuperar o fôlego.

— Acabei de fazer.

Deslizando o dedo livre, Joe riu e se inclinou para beijar seu ombro. —
Espertinha.

Carter se endireitou e se afastou dela, passando a mão por sua coxa enquanto
acariciava seu pescoço. — Você está trabalhando hoje?

Talia se levantou, suas pernas tremendo. — É claro.

Firmando-a, Carter passou os braços em volta dela, segurando-a perto


enquanto Joe deu um beijo em seu ombro antes de ir para o banheiro. — Você está
bem, querida?

— É claro. Por que eu não estaria?

Erguendo o rosto dela, ele sorriu com indulgência. — Você está


tremendo. Você sempre goza com tanta força. — Correndo o polegar sobre seu
lábio inferior, ele olhou para os olhos dela. — Fiquei pensando em você o tempo
todo em que estava patrulhando, desejando estar aqui na cama com você. Marshall
não parecia muito feliz por ter que deixá-la.

Sorrindo, ela colocou os braços em volta do pescoço e se inclinou para ele


enquanto ele fechava as calças novamente. — Você tem uma cama em sua casa.

— Eu gosto mais da sua. — Curvando-se, ele tocou seus lábios nos dela. — Vá
tomar seu banho. O café da manhã está esperando por você e Joe lá embaixo. Vou
fazer um treino antes de cair.

239
— Você está dormindo aqui? — Ela sorriu novamente ao pensar nele dormindo
em sua cama enquanto ela estava no trabalho.

— Não. — Ele deslizou um braço ao redor dela e a conduziu ao banheiro. —


Cole disse algo sobre parar mais tarde para terminar de pintar os banheiros do
corredor e outros quartos. Vou dormir um pouco e depois ver se eles precisam de
ajuda.

— Não. — Talia parou e se virou para encará-lo. — Sloane, Cole, e Brett não
precisam de nenhuma ajuda. Depois que terminarem de pintar, terminam por um
tempo.

Carter franziu a testa e a seguiu até o chuveiro, parando na abertura. — Talia,


nós podemos ajudar…

— Não. — Alcançando o shampoo, ela sorriu quando viu que ele deixou seu
olhar passear por ela. — Obrigada, mas eu não preciso de sua ajuda. A menos que
você queira me ajudar a lavar minhas costas?

240
CAPÍTULO VINTE

Marshall calmamente colocou sua xícara na pia e pegou o chapéu. — Nós


vamos nos atrasar.

Talia engoliu seu café, sentindo-se um pouco nauseada, e correu ao redor da


cozinha, agarrando sua bolsa e calçando os sapatos. — Estou com pressa,
droga! Culpe Joe. Eu estava no banho e ele entrou e decidiu que queria sexo no
banho.

— Parece que estou tendo problemas para acordar você de manhã. — Joe
sorriu e mordeu uma tira de bacon. — Trouxe café para te ajudar a acordar. Entrei
para te encontrar nua e molhada com bolhas de sabão deslizando pelo seu corpo. O
que eu deveria fazer? Lavei suas costas, não foi?

Incapaz de conter uma risadinha, Talia balançou a cabeça e correu para a porta
da frente. — Isso geralmente faz com que meus banhos demorem mais.

Eles haviam caído em uma rotina confortável nas últimas semanas, com
Marshall, Joe e Carter passando cada vez mais tempo em sua casa.

O armário e a cômoda que usavam agora estavam cheios de suas roupas e,


para todos os efeitos, eles se mudaram.

Frequentemente, ela também os pegava conversando com seus irmãos, o que


a deixava igualmente satisfeita e alarmada.

Ela confiava no julgamento de seus irmãos implicitamente, e eles pareciam


gostar de Marshall, Joe e Carter mais do que ela poderia se lembrar deles gostando
de alguém.

Eles odiaram Allen.


241
Ela gostava que eles se dessem bem. Sua crescente amizade a aqueceu, e seus
irmãos estavam ansiosos para ver Carter competir em uma competição de artes
marciais que se aproximava.

Eles também queriam ver as habilidades de atirador de Joe em ação, e a


discussão sobre a pecuária que havia começado com pimenta e pão de milho
continuou, as perguntas inteligentes de seus amantes impressionando Ben e
Chance.

Ela não podia mais negar que os amava, mas o relacionamento deles com seus
irmãos tornava ainda mais difícil manter Marshall, Joe e Carter no compartimento
em que ela lutava para mantê-los.

Eles eram amantes excitantes e cada dia era uma aventura.

A tensão sexual entre eles, que ela pensava que iria diminuir, em vez disso
ficava mais forte a cada dia.

Ela amava suas provocações.

Ela amava que sua casa grande não parecia mais solitária e estava sempre cheia
de risos.

Ela amava tudo em sua vida, mas a possibilidade de se tornar um risco a


assustava muito.

Marshall passou o braço pela cintura dela e a guiou para fora da porta da
frente, franzindo a testa para a esponja da varanda. — Eu não dou a mínima para a
porra do seu orgulho. Estamos lidando com esta varanda neste fim de semana.

— Não. Vocês não estão. — Talia se afastou dele para ir para seu próprio
carro. — Tenho alguns recados para fazer mais tarde, então vou dirigir sozinha.

Marshall franziu a testa. — Que recados?

242
— Nenhum de seus negócios. — Ela sorriu para amenizar a aspereza de suas
palavras, mas precisava ir ao médico e não queria que nenhum deles suspeitasse.

Com as mãos na cintura, Marshall ficou ao lado do carro dela, ainda


carrancudo. — Você pode pegar o SUV. Vou pegar uma carona para casa ou, se você
esperar até meu turno acabar, posso levá-la pessoalmente.

Deslizando os óculos escuros, ela ligou o motor, ignorando a sensação de calor


por ele se referir a sua casa como em casa. — Prefiro dirigir meu carro do que
aquela monstruosidade, e você não cabe no meu carro. Preciso de um pouco de
privacidade, Marshall.

Marshall cerrou os dentes, mas acenou com a cabeça. — Claro, querida. Te vejo
no escritório.

Ele fechou a porta e e se dirigiu para sua caminhonete com uma careta,
observando-a sair da garagem e ir embora antes de se virar para ver Joe descendo
as escadas da varanda.

— Sobre o que era tudo isso?

Marshall soltou um suspiro, seu estômago embrulhando dolorosamente. —


Estamos sufocando-a. Ela disse que tinha algumas coisas para fazer. Eu me ofereci
para levá-la depois do trabalho, mas ela disse que quer um tempo sozinha. Tempo
sozinha! Inferno. Acho que devemos ignorar o fato de que ainda não encontramos
Manny.

Joe estremeceu. — Não é provável. Merda. Acho que nós três a


dominamos. Tentamos ter certeza de que um de nós está com ela o tempo todo.

Marshall girou os ombros para aliviar a tensão que se instalou ali. — Sim. Ela
parecia gostar disso. Nenhum de nós diz uma palavra quando ela vai ver Marissa ou

243
Hope ou qualquer uma de suas outras amigas. Eu me pergunto o que
aconteceu. Você ou Carter fizeram algo para irritá-la?

— Claro que não. — Claramente ofendido, Joe enrijeceu. — Depois do que Ben
lhe contou sobre ela, somos ainda mais cuidadosos com ela. — Ele passou a mão
pelo cabelo em frustração. — Nós não apenas descobrimos o que ela passou, mas
todos ainda temos o que aconteceu com Emily em nossas mentes.

Marshall observou o carro de Talia desaparecer de vista. — E eu odeio isso. Eu


odeio que o suicídio de Emily influencie nosso relacionamento com Talia. Não é
justo com nenhum de nós. O pior é que ela sabe disso. Ela acha que é a vingança de
Emily por ter prendido seu irmão.

— Um comportamento extremo, especialmente quando ela estava sempre tão


quieta. — Balançando a cabeça, Marshall abriu a porta do motorista e jogou o
chapéu no banco do passageiro. — Agora que sabemos sobre Sid, me pergunto se
Emily jogou conosco.

Um músculo trabalhou na mandíbula de Joe. — E agora nunca teremos a


oportunidade de lhe perguntar. Eu nem consigo imaginar Talia fazendo algo tão
dissimulado. — Balançando a cabeça, ele sorriu. — Ela teria ficado na nossa cara nos
ralhando.

Lembrando-se de como ela o enfrentou poucos minutos antes, Marshall teve


que concordar. — Sim. Ela iria. — Ele deslizou para o banco do motorista, fechando
a porta e ligando o motor antes de baixar a janela. — Sabe, pode ser apenas aquela
época do mês para ela. Ela não teve um período desde que começamos a dormir
com ela. Pode ser TPM.

Incomodava-o que, apesar de sua crescente intimidade, ele não a conhecia


bem o suficiente para saber se ela tinha ciclos difíceis ou passava por eles.

244
Ele olhou para seu irmão e colocou o SUV em marcha à ré. — Eu não me
importo se ela ficar brava, precisamos ficar de olho nela até pegar Manny.

Cruzando os braços sobre o peito, Joe deu um passo para trás. — Eu acho que é
muito esperar que ele desistisse.

Marshall começou a recuar para fora da garagem. — Não estou disposto a


apostar a vida de Talia nisso.

***

Trabalhando em sua mesa, Talia continuou a inserir informações no


computador, seu olhar frequentemente atraído para o relógio na parede oposta.

Joe tinha chegado há pouco tempo, seu turno sobrepondo-se ao de Marshall, e


quase imediatamente saiu para patrulhar com Linc.

Sozinha no escritório, ela observou os minutos se arrastarem até à hora do


almoço, quando poderia sair para ver o Dr. Hansen.

Não querendo arriscar náuseas com outra xícara de café, ela tomou um gole de
sua garrafa de água, colocando-a de lado e colocando as mãos de volta no teclado,
estremecendo ao ouvir o som inconfundível de tiros.

Ela se levantou de um salto, engolindo a bile na garganta no momento em que


a voz profunda de Marshall ecoou pelo interfone.

— Tiroteio. Tiroteio. Quinta com a principal.

A voz de Linc seguiu imediatamente. — Ouvi-os. A caminho. Alguma lesão?

245
Tremendo, ela caiu em seu assento novamente, suas pernas não eram mais
capazes de suportar seu corpo.

O medo de que seu perseguidor tivesse reaparecido e ido atrás de Marshall ou


Joe destruiu a maneira calma com que ela costumava fazer seu trabalho.

Ela estendeu a mão para o microfone, sacudindo-se quando a voz de Marshall


veio pelo alto-falante novamente.

Ele deu uma descrição do carro e dos três homens dentro, seguido por uma
maldição cheia de raiva. — Alison foi baleada. Talia, chame uma ambulância.

A voz de Ace cresceu no alto-falante. — Faça com que a ambulância os


encontre no Doc's. Marshall, leve Alison ao escritório do Doc. Ele pode tratá-la mais
rápido do que a ambulância pode chegar lá. Linc? Status?

— Em perseguição.

Talia ouviu o som de sua sirene através do alto-falante, bem como da rua, a
alguns quarteirões de distância.

Ace parecia lívido com o que tinha acontecido e frustrado por ele e Hope
estarem a vários quilômetros de distância, em Tulsa. — A caminho.

Talia ouviu a conversa enquanto chamava uma ambulância e lhes dava o


endereço do consultório médico, sua mão ainda trêmula enquanto os informava
que a mulher que havia sido baleada estava grávida.

Marshall não mencionou ter sido baleado, mas sua preocupação seria com
Alison.

E conforme o silêncio se alongava, ela ficou cada vez mais preocupada com Linc
e Joe.

246
Incapaz de ficar quieta, ela se levantou para olhar pela janela, seu estômago
embrulhando com a pressa de pessoas entrando nas lojas.

Ela olhou na direção de onde sabia que o tiroteio ocorrera, incapaz de ver nada
por causa dos prédios. Ela queria desesperadamente correr para fora da porta
naquela direção, mas ela sabia que Marshall, Joe, Linc e Ace dependiam dela por
perto.

Ela imaginou Joe como ele parecia quando ela partiu, tentando
desesperadamente não imaginá-lo caído ao lado da estrada.

Sentindo-se tonta, ela voltou a se encostar no balcão, seus joelhos tremendo


mais enquanto o silêncio continuava.

Depois do que pareceu uma eternidade, a voz de Joe veio pelo alto-falante
novamente, assustando-a.

— Nós os pegamos.

Ace respondeu imediatamente, e ela podia imaginá-lo correndo em direção a


Desire. — Alguém está ferido?

Sem fôlego e parecendo louco como o inferno, Joe respondeu com uma
maldição. — Não. Dois passageiros desistiram imediatamente.

— E o atirador? — A tensão na voz de Ace poderia ser cortada com uma faca. A
voz de Joe continha alívio e diversão. — Nós o convencemos a desistir. — Ace falou
novamente. — Marshall, como está Alison?

— Acertou duas vezes. Braço e quadril.

Um longo silêncio se seguiu, e ela sabia que os homens estariam amaldiçoando


ao pensar nos ferimentos de Alison.

Seu quadril.
247
Machucou o bebê?

Finalmente, a voz de Ace veio pelo alto-falante novamente. — Marshall, fique


com ela. Dylan e Ryder estão aí?

— Sim. Eles estão com medo. Muito assustados. Colocando-a em seu


caminhão. Ela está consciente. Clay e Rio ouviram tudo.

— Diga a eles que quero falar com eles.

— Entendido.

Segundos depois, o telefone do escritório tocou e Talia correu para atender. —


Gabinete do xerife.

— Talia, é Marshall. Você está bem?

— É claro. — Engolindo em seco, ela piscou para conter as lágrimas. — Você


está?

— Estou bem baby.

— Você não foi baleado?

Sua voz baixou. — Nada baby. Eu ouvi os tiros, mas parei no momento em que
o atirador estava se afastando. Já estive com Alison e Rio. Felizmente, ele e Clay
estavam voltando para ver Jesse e ouviram uma comoção. Quando eles chegaram
lá, Alison já havia levado um tiro e estava correndo em direção a eles. Rio a pegou.

Talia engoliu a bile em sua garganta, lutando para não vomitar. — Querido
Deus.

— Parece que Joe e Linc estão a caminho de lá. Fique fora do caminho. Vou
ficar no hospital por um tempo.

248
Talia deu a volta em sua mesa e caiu em seu assento novamente. — OK. Eu vou
estar esperando por você.

— Vai?

— É claro.

— Eu pensei que depois do que você disse esta manhã, você poderia querer
que eu voltasse para minha casa.

— Não. — Talia envolveu sua mão em torno de sua garrafa de água. — A não
ser que você…

— Não. Não mudei de ideia e não tenho desejo de dormir em lugar nenhum,
exceto perto de você. Tenho que ir. Até logo.

Minutos depois, Joe e Linc entraram com seus prisioneiros, Linc oferecendo-lhe
um pequeno sorriso de garantia enquanto Joe, segurando os braços dos outros dois
homens, estudou suas feições com uma carranca, seu olhar estreitando para fendas.

Ela os viu levar os prisioneiros para trás, o prisioneiro de Linc xingando e


fazendo ameaças sem parar.

Linc praticamente arrastou o outro homem, que não conseguia dar um passo
sem tropeçar.

Para sua surpresa, Joe apareceu novamente minutos depois, vindo por trás
dela para se agachar a seu lado. Alcançando para traçar seus dedos sobre sua
bochecha, ele olhou em seus olhos. — Você está bem?

Talia soltou um suspiro, juntando as mãos para esconder o fato de que elas
tremiam. — É claro. Eu sei que você e Marshall podem cuidar de si mesmos, mas…

Sua garganta ficou seca e ela pegou a garrafa de água novamente e teria
derrubado se Joe não a tivesse pegado.
249
— Ei! Mas o quê, querida? — Ele segurou a garrafa, apoiando-a enquanto ela
tomava um gole. — Fale comigo.

Ela largou a garrafa para deixá-lo colocá-la de lado novamente e encolheu os


ombros. — Você estava lidando com um atirador. No começo, pensei que fosse o
perseguidor.

Ele ofereceu um pequeno sorriso e pegou as mãos dela. — Eu também.


Ei! Você sabe que podemos cuidar de nós mesmos. É com você que nos
preocupamos. Se você se machucar por nossa causa - inferno, se você se machucar
de alguma forma - nós nunca nos perdoaríamos.

Ele ergueu o queixo dela, seus olhos se estreitando. — Você está branca como
um fantasma.

— Estou bem. — Irritada consigo mesma, ela empurrou a cadeira para trás e se
levantou, pegando um punhado de arquivos e travando os joelhos de borracha. —
Não se preocupe comigo. Eu geralmente não fico abalada quando você está em uma
ligação. Eu ouvi o tiro e me assustei.

Joe se levantou e deu um passo em sua direção, evitando-a para bloqueá-la


quando ela teria passado por ele. Inclinando-se para ela, ele apoiou a mão no balcão
de cada lado de seu corpo, inclinando-se até que ela sentiu o calor do seu contra o
dela. — Você nos ama. É por isso que você estava tão alarmada.

Talia baixou o olhar, a verdade de suas palavras ainda mais potentes quando
faladas em voz alta.

O guincho dos freios e o som de uma porta de caminhão batendo a fez olhar
em direção à porta da frente para ver Ace dando os passos apressado, suas feições
tensas de raiva.

250
Pressionando a mão no peito de Joe, ela o empurrou, aliviada por ele recuar. —
É melhor você voltar para seus prisioneiros.

Irritada consigo mesma por ser tão fácil de ler, ela passou por ele, parando
quando ele a agarrou pelo braço e se inclinou para perto.

— Você não será capaz de evitar o assunto para sempre, querida. —


Endireitando-se, ele olhou para a porta quando Ace entrou. — Não
desapareça. Manny ainda está lá fora.

***

— Ei! Quando diabos vamos conseguir algo para comer?

— Este não é um hotel. A polícia estadual estará aqui dentro de uma hora para
prendê-lo. Eles vão alimentá-lo com o jantar. Agora cale a boca.

Talia sorriu para o gelo no tom de Ace enquanto ela juntava suas
coisas. Marshall ligou cerca de uma hora antes para dizer a Ace que eles haviam
chegado a o hospital, e ela esperava que ele estivesse lá por algum tempo.

Depois de olhar para o relógio novamente, ela se dirigiu para a porta,


escutando as vozes dos homens enquanto eles terminavam o relatório de prisão.

Olhando para trás, ela silenciosamente deixou o escritório e correu para entrar
em seu carro, esperando que Joe viesse correndo a qualquer segundo, mas escapou
com sucesso.

Uma vez no consultório do médico, ela ficou aliviada ao encontrar Krystal, a


esposa de Linc e Rafe, na mesa.

251
O sorriso de Krystal era tenso, um lembrete nítido de que Alison estava lá
naquela manhã. — Oi, Talia. — Ela pegou um arquivo e gesticulou em direção ao
corredor que levava às salas de exame. — Venha. O médico estará com você em um
minuto.

Talia entrou na sala e começou a andar. — Como está Alison?

— A última vez que ouvi, ela ainda estava em cirurgia. — Colocando o arquivo
no pequeno balcão, Krystal sorriu. — Como você está se sentindo?

— Morrendo de medo. Você não vai dizer nada, vai?

Krystal sorriu e começou a sair da sala. — Claro que não. Ele chegará em breve.

Deixada sozinha na sala de exame, Talia continuou a andar, girando ao som da


abertura da porta.

O Dr. Hansen entrou na sala, seu sorriso amigável acalmando um pouco seus
nervos. — Olá, Talia. Como você está hoje?

A seriedade em seu tom e a agudeza de seus olhos gentis disseram-lhe que ele
não perguntou por um senso de educação.

— Um pouco instável hoje, mas tenho certeza que muitas pessoas em Desire se
sentem assim.

Assentindo, ele colocou os óculos e abriu o arquivo dela. — Muito verdadeiro.

Ele fechou o arquivo e o colocou de lado, tirando os óculos antes de encará-la


diretamente. — Você sabe que eu poderia ter ligado para você com os resultados.

— Eu não queria que ninguém ouvisse. — Respirando fundo, ela torceu as


mãos na frente dela. — Diga-me. Por favor.

252
— Parabéns, Talia. O teste deu positivo. Você está grávida. — Aliviada e
atordoada por estar aliviada, Talia estendeu a mão para apoiar ela mesma na mesa
de exame quando seus joelhos cederam. As lágrimas turvaram sua visão e ela se viu
rindo e chorando.

— Como isso pôde acontecer?

Sorrindo, ele pegou uma caixa de lenços de papel e a colocou na mesa de


exame na frente dela. — Meu palpite é que tem algo a ver com os deputados mais
novos de Ace.

Enxugando os olhos, Talia riu e soluçou ao mesmo tempo. — Mas estou


tomando pílula!

— Não mais. — Sorrindo, ele estendeu a mão para dar um tapinha na mão
dela. — Eu disse a você que o único controle de natalidade cem por cento eficaz era
a abstinência.

Pegando um receituário, ele começou a escrever. — Estou


prescrevendo vitaminas pré-natais e lhe dando o nome de um bom obstetra. Eu
quero que você marque uma consulta o mais rápido possível.

Talia estremeceu. — Por quê? Algo está errado?

— De jeito nenhum. Você é jovem e saudável, então não prevejo nenhum


problema, mas quanto mais cedo você começar seu pré-natal, melhor será para
você e para o bebê.

Enxugando os olhos novamente, Talia respirou fundo, estremecendo. — Eu não


sei como vou dizer a eles. É muito cedo e eles sabiam que eu estava tomando pílula.

253
Pegando o arquivo novamente, o Dr. Hansen a conduziu até à porta e abriu-a
para ela com um sorriso amigável. — Não é algo que você possa manter em segredo
por muito tempo, então sugiro que encontre um jeito.

254
CAPÍTULO VINTE E UM

Carter subiu os degraus da frente para a varanda, evitando automaticamente o


local esponjoso, e abriu a porta da frente, sabendo que Marshall já a teria
destrancado para ele e desligado o alarme.

Ele entrou pela porta para sentir o cheiro de bacon, sorrindo quando viu
Marshall sentado à mesa tomando um gole de sua xícara de café. — Bom
dia. Sobrou algum bacon?

Vestido para o dia em seu uniforme, Marshall levantou-se, seus lábios se


contraindo. — É claro. Gracie colocou um extra.

Carter franziu a testa ao ver as feições tensas de seu irmão, pendurando o


chapéu em um gancho perto da porta antes de caminhar através do saguão e para a
cozinha. — O que está errado?

Movendo-se para ficar perto da pia, Marshall encolheu os ombros. — Não


tenho certeza. No momento em que voltei do hospital e voltei para casa, Talia
estava dormindo. Joe não a viu sair, mas a ouviu voltar de sua missão.

Carter tirou o cinto da arma e pendurou-o nas costas de uma cadeira da


cozinha antes de ir até a cafeteira. — Sim. Falei com Joe. Ele disse que a repreendeu
por desaparecer sem lhe dizer nada e a lembrou que ela ainda tinha um
perseguidor. Ela está dormindo? Está doente?

Marshall suspirou e se levantou. — Não sei. Joe disse que quando ele deu um
sermão, ela apenas olhou para ele meio em branco e se desculpou.

Carter pegou uma xícara e serviu-se de um pouco de café. — Sim. Ele me


disse. Realmente o sacudiu. Disse que ficou muito quieta a noite toda.

255
— Estava. Adormeceu no sofá novamente. — Os lábios de Marshall se
contraíram novamente. — Eu a carreguei quando fui para a cama. Ela ainda está
dormindo.

Carter deu um gole no café forte. — Ele alguma vez descobriu para onde ela
foi? Ele me disse que perguntou, mas ela não lhe disse.

— Não. — Marshall suspirou e olhou pela janela quando o amanhecer começou


a iluminar o céu. — Ela falou com a cunhada Mary no telefone e então Gabe ligou
para falar com ela, mas ela já estava dormindo. Joe acabou conversando com ele
por um tempo e contando sobre nós demolirmos a varanda no sábado e
construirmos uma nova. Ele disse que estariam aqui para ajudar. Sloane está saindo
para falar com Joe depois que Talia sair para o trabalho e eles vão medir isso para
que Sloane saiba quanta madeira entregar.

Carter sorriu e pegou uma tira de bacon do prato que Marshall havia deixado e
foi até à geladeira para pegar um bife para jogar na grelha. — Talia vai ficar
chateada. Ela quer esperar.

Marshall fez uma careta. — Para quê? Para um de nós cair naquela maldita
coisa? Alguma notícia sobre Alison?

Carter sorriu fracamente. — A bala não acertou no bebê, mas eles vão ter que
vigiá-la de perto até que ela dê à luz. Ela vai se recuperar, mas não acho que Dillon e
Ryder serão os mesmos.

Marshall inclinou a cabeça, lembrando-se da cena. — Eu estava na sala de


espera com eles quando ela foi para a cirurgia. Nunca os vi tão assustados. Ambos
estavam brancos e tremendo e pareciam não conseguir decidir se vomitavam ou
abriam um buraco na parede.

256
Carter acenou com a cabeça. — Compreensível.

O súbito ruído de passos, seguido rapidamente por outro conjunto, acima deles
fez os dois homens olharem para o teto como se pudessem ver através dele o que
estava acontecendo no andar de cima.

Carter colocou o bife de lado. — Que diabos?

Ele correu para fora da cozinha e para as escadas, subindo dois degraus de cada
vez com Marshall logo atrás dele.

Uma vez no topo da escada, ele começou a descer o corredor para o quarto
principal, alarmado ao ouvir Joe batendo na porta do banheiro principal.

— Droga, Talia! O que está errado? Abra esta porta!

Quando Carter chegou ao lado de seu irmão, o som inconfundível de vômito


veio do outro lado da porta. — Querida, vamos, querida. Estamos preocupados com
você.

Marshall empurrou Carter e Joe para o lado. — Abra essa porra de porta agora,
ou eu vou derrubá-la!

— Não se atreva a quebrar minha nova porta!

Carter suspirou, trocando um olhar com Joe, e se ajoelhou para abrir a


fechadura. Marshall sempre foi calmo e controlado.

Cada movimento, cada ação, cada pensamento medido e preciso. Até que ele
se apaixonou por Talia.

Estendendo a mão, ele se colocou entre Marshall e a porta do banheiro. —


Baby, Marshall está alterado e pronto para chutar esta porta. Você e eu sabemos
que ele vai fazer isso. Você está doente. Acha que uma porta vai nos impedir de
chegar até você?
257
A fechadura estalou sob sua manipulação, e ele se levantou novamente antes
de abrir a porta e entrar, abalado ao vê-la sentada no chão ao lado do banheiro. —
Você acha que alguma coisa nos impediria de chegar até você?

Alarmado com sua palidez, ele se agachou ao lado dela e a puxou para
perto. Ele aceitou a toalha quente de Joe e enxugou o rosto dela. Mantendo a voz
baixa e uniforme, ele a estabilizou quando ela cambaleou. — Precisamos levar você
ao médico, querida.

Marshall se agachou atrás dela, envolvendo um braço em volta dela. — Nós


podemos levá-la em seu roupão. Mexa-se. Eu estou com ela.

— Não. — Talia enrijeceu e balançou a cabeça, apoiando-se pesadamente em


Carter. — Confie em mim para não fazer uma bagunça disso. Já vi o médico.

Carter pressionou os lábios em sua testa, encontrando-a quente, mas não


febril, imaginando todos os tipos de doenças. — O que ele disse? Você está com
gripe ou algo assim?

— Não. Eu não estou gripada.

Joe trouxe outra toalha e ergueu o rosto dela para enxugar as lágrimas, a
preocupação em seus olhos era inconfundível. — Diga-nos o que há de errado,
querida. Seja o que for, vamos consertar.

A risada sufocada de Talia parou quase assim que começou. — Não estou
doente. Estou grávida.

Carter respirou fundo, seu peito inchou. Incapaz de conter um sorriso, ele
olhou para seus irmãos, seu peito apertando ainda mais com a expressão de
espanto e felicidade em seus olhos.

258
Cheio de emoção, ele a abraçou, segurando o outro lado de sua cabeça para
segurá-la contra ele. — Oh querida. Isso é maravilhoso!

Joe gritou e estendeu a mão para levantá-la do chão, segurando-a perto e


girando em círculos. — Cacete!

— Não! — Talia se inclinou para trás, cobrindo a boca com a mão e


empurrando contra ele.

— Merda. — Joe a colocou no chão novamente, fazendo uma careta quando


ela começou a vomitar no vaso sanitário. — Sinto muito, querida.

— Muito bem, Joe. — Carter esfregou suas costas até que ela se acomodasse
novamente. — Pobre bebê.

Erguendo o olhar, Talia olhou direto nos olhos de Marshall. — Você não disse
nada. Não se preocupe. Não estou esperando nada de nenhum de vocês.

O sorriso de Marshall continha uma ternura e possessividade que Carter


entendeu completamente. — Você não está, está? Bem, isso é muito ruim, porque
esse é o nosso bebê.

Ela fechou a tampa do vaso sanitário e apoiou as mãos contra ele para se
levantar novamente. — Ninguém precisa saber disso.

Joe a firmou enquanto ela se dirigia à pia. — Oh sério? — Recostando-se no


longo balcão, ele sorriu, mas a raiva brilhando em seus olhos era inconfundível. — E
você não acha que todos em Desire sabem que você é nossa, querida?

Talia apertou a pasta de dente em sua escova de dente, olhando Carter e


Marshall no espelho enquanto eles surgiam atrás dela. — Eu não pertenço a
ninguém. Vou apenas dizer a todos que tive um caso de uma noite quando fui visitar
meus irmãos.

259
— Foda-se. — Carter se moveu atrás dela, apoiando a mão na bancada de cada
lado dela enquanto ela começava a escovar os dentes. — Esse bebê é nosso. Você
não teve um caso de uma noite com ninguém. Nós somos seus únicos amantes.

Talia cuspiu e enxaguou a escova de dentes. — Eu sei disso, mas ninguém mais
precisa saber. Foi um acidente, mas foi meu acidente, não seu. — Ela voltou a
escovar os dentes como se tudo estivesse resolvido.

Marshall moveu-se para o lado dela, abaixando-se para chegar em seu rosto. —
É uma surpresa. Não um acidente. O que aconteceu? Você se esqueceu de tomar
seus comprimidos?

Os olhos de Talia brilharam e ela cuspiu novamente. — Não, idiota! — Ela


enxaguou a escova de dentes e a enfiou no suporte com tanta força que saltou para
fora de novo.

Ela pegou uma toalha, enxugando a boca enquanto empurrava Carter para o
lado e saía do banheiro. — Estou assumindo toda a responsabilidade. Você não
precisa procurar um motivo para me culpar.

Carter a pegou no meio do corredor, o lembrete do que um movimento rápido


poderia fazer com ela em sua mente enquanto ele lentamente a virava e
pressionava levemente contra a parede. — Ninguém está culpando você por
engravidar. Estávamos apenas curiosos. Não importaria para nenhum de nós se você
esquecesse seus comprimidos.

Ele deslizou a mão mais para baixo, pressionando-a contra seu abdômen ainda
plano, sua cabeça ainda girando com o conhecimento de que ele logo seria um pai.

— Por que você não nos contou quando descobriu ontem?

260
Joe se moveu para ficar ao lado dela. — Sim. Especialmente depois de fugir do
escritório assim. — Sorrindo, ele segurou seu queixo e ergueu seu rosto para ele
beijar. — Você parecia um pouco em estado de choque quando voltou. — Seus
olhos se estreitaram e se aguçaram. — Espero no bom sentido.

Talia encolheu os ombros e começou a descer o corredor novamente. — Não é


como eu teria planejado.

Agarrando seu braço, Marshall a conduziu pelo resto do caminho pelo corredor
e até às escadas. — É assim que as coisas são. Agora, o que o médico disse?

Carter os seguiu, com Joe logo atrás dele, determinado a levá-la para o café da
manhã antes de ir para o trabalho.

Ele a levaria para a lanchonete e se certificaria de que ela comesse.

— Nós temos que terminar aquela cozinha. Então, o que Doc disse?

Talia encolheu os ombros e parou na parte inferior, virando-se para olhar para
cada um deles. — Ele não falou muito. Ele me deu o nome de um
obstetra. Perguntei-lhe como fiquei grávida enquanto tomava pílula. — Ela sorriu
travessamente. — Ele disse que o único controle de natalidade cem por cento eficaz
era a abstinência. Talvez devêssemos ter tentado isso.

Marshall ergueu uma sobrancelha e a virou até que suas costas estivessem
contra a grade. — Nós tentamos isso. — Usando a ponta dos dedos, ele afastou as
mechas de seu cabelo. — Até não podermos mais ficar longe. Qualquer
relacionamento entre nós vai envolver sexo.

Ele se curvou para tocar seus lábios nos dela. — Eu odeio deixar você agora,
mas tenho que começar a trabalhar. Caso você tenha alguma dúvida, estou muito
feliz com o bebê.

261
Segurando o rosto dela com ternura entre as duas mãos grandes, Marshall se
curvou para tocar seus lábios nos dela. — Hoje à noite, você e eu vamos ter essa
conversa. As circunstâncias mudaram e não posso esperar mais.

Endireitando-se, Marshall olhou para Joe e Carter. — Certifiquem-se de que ela


coma alguma coisa antes de ir para o trabalho, e um de vocês a leve para o caso de
ela ficar doente de novo.

Carter balançou a cabeça enquanto descia o último degrau e deslizou um braço


em volta da cintura dela. — Eu já planejava parar no restaurante com ela. Pretendo
também obter o nome do obstetra e marcar uma consulta.

Joe se aproximou de seu outro lado, puxando-a contra ele. — Por enquanto,
querida, precisamos colocar algo em sua barriga. Está vazia e você e o bebê
precisam de algo para comer.

Talia empalideceu e apertou a mão em seu estômago. — Sem comida. Estou


com sede, mas pensar em comer alguma coisa... — Ela balançou a cabeça
novamente. — Não vamos lá.

Carter franziu a testa e mentalmente vasculhou o conteúdo da geladeira. — Só


temos suco de laranja.

Joe a acomodou em uma cadeira e se inclinou para beijar seu cabelo. — Só


para constar, estou emocionado com o bebê também. Você quer café?

Talia soltou um suspiro e balançou a cabeça. — Krystal disse que eu deveria


evitar o café. Ela sugeriu chá verde. Eu comprei algum. Está na minha bolsa. Vou
beber um pouco quando chegar à estação. Posso esquentar água no micro-ondas.

— Precisamos fazer algo a respeito dessa cozinha. — Joe foi recuperar sua
bolsa. — Você deveria pelo menos experimentar algumas torradas.

262
— Entendi. — Carter colocou duas fatias de pão na torradeira. — Vou sair hoje
e pegar algo para esquentar água.

— Boa ideia. Ela precisa poder tomar seu chá aqui. — Joe reapareceu com duas
sacolas, uma da farmácia. Compartilhando um olhar com Carter, ele tirou o chá da
outra sacola. — O que é isso da farmácia? — Sua expressão endureceu. — Esta não
é uma daquelas pílulas que eliminam o bebê, é?

Talia piscou, estendendo a mão para a bolsa. — Jesus, Joe. Não, não é. São
vitaminas pré-natais. Dr. Hansen quer que eu comece a tomá-las imediatamente.

Ela abriu a sacola e tirou o frasco de comprimidos, colocando um em sua


mão. — Não são vitaminas! Estas são pílulas para cavalos.

Rindo, Joe jogou a caixa de saquinhos de chá para Carter. —


Elas são grandes. Vou pegar um pouco de água para você. Carter, pegue outra caixa
enquanto estiver fora. Deixe-a na estação.

Carter olhou para Joe, colocando a caixa de saquinhos de chá no balcão e se


virou para pegar a manteiga da geladeira para espalhar na torrada.

— Você vai casar com a gente, não é?

Talia ergueu os olhos da garrafa, colocando-a de lado. — Não, Carter. Não vou.
— Com um suspiro, ela aceitou o copo d'água de Joe, olhando cada um eles. —
Vocês têm o direito de saber sobre o bebê…

Joe apoiou a mão na mesa e se inclinou sobre ela. — Você está absolutamente
certa sobre isso!

Na esperança de acalmar a situação, Carter avançou, colocando a mão no


ombro de seu irmão. — Não é algo que você possa esconder por muito tempo, de
qualquer maneira.

263
Talia encolheu os ombros e engoliu a pílula. — Está certo sobre isso. Olha eu
não tenho intenção de cortar qualquer um de vocês da vida do bebê.

Quando Joe abriu a boca para falar novamente, seus olhos brilhando, Carter
apertou a mão no ombro de seu irmão em advertência.

— Isso é bom, porque você não teria sorte com isso.

Seus olhos brilharam de raiva. — Não comece comigo! Eu sabia que isso
poderia acontecer.

Os olhos de Joe se estreitaram. — Sabia o que aconteceria?

Ficando de pé, Talia apertou seu robe. — Eu sabia que vocês iriam começar a
me dar ordens e falar sobre assumir responsabilidades!

Carter a segurou antes que ela pudesse sair, agarrando-a pelos ombros e
tentando sorrir. — Claro que estamos assumindo a responsabilidade. É o nosso
bebê.

Erguendo o queixo, Talia sorriu friamente. — Você tem certeza disso?

— Sim. — Segurando sua mandíbula, Carter roçou seus lábios nos dela, seu
estômago apertando com o medo em seus olhos. — Eu sei que isso é inesperado.

Seu bufo de escárnio soou suspeitosamente como um soluço. — Você acha?

— E eu sei que você está abalada e com medo, mas estamos com você nisso,
querida.

Ela olhou para Joe, seus olhos cheios de lágrimas. — Eu não quero que vocês
estejam.

Joe se endireitou, cruzando os braços sobre o peito. — Resistente.

264
Afastando-a de Joe, Carter olhou para seu irmão por cima da cabeça dela antes
de encontrar seu olhar novamente com um sorriso. — Claro que estamos assumindo
a responsabilidade. Somos os pais do bebê. Estaremos lá para vocês dois.

Talia se afastou dele, respirando fundo. — Fiquei atraída por vocês três desde o
início.

Ele sorriu e cerrou os punhos ao lado do corpo para não alcançá-la. — Nós
sabemos isso. Nos sentimos da mesma maneira.

Joe se moveu em torno de Carter, serpenteando um braço ao redor de Talia e


puxando-a contra ele. — Nós sabíamos que não seríamos capazes de resistir a você
por muito tempo.

Ele deslizou a mão dentro de seu roupão, segurando seu seio e passando o
polegar para trás e para a frente sobre o mamilo. — Eu quero você o tempo todo, e
assim que eu toco em você, você me quer.

Carter inclinou a cabeça. — É assim para todos nós.

Talia respirou fundo, o desejo em seus olhos e em seu gemido suave aliviando
um pouco da tensão dentro dele. — Sim, bem, eu pensei que seria seguro ter um
caso com vocês porque nenhum de vocês queria um compromisso.

Carter deslizou a mão pelo braço dela. — Nós não queríamos, até que
conhecemos você.

— Bem, eu não vou casar com vocês. Não vou me casar só porque fiquei
grávida e com certeza não vou me casar com três homens que ainda estão
apaixonados pela última namorada!

265
Carter enrijeceu, sentindo como se tivesse levado um chute no estômago. —
Uau! De jeito nenhum, baby. Não estamos apaixonados por Emily. Sentimo-nos
culpados pela morte dela, mas não estávamos apaixonados por ela!

Joe agarrou seu braço e a virou em sua direção enquanto se movia para o lado
dela, seu olhar penetrante e terno. — Para ser honesto, querida, é disso que se trata
a maior parte da culpa. Ela se matou porque tinha vergonha de nosso
relacionamento. Nós nos preocupamos com ela, mas o que sentimos por ela é
pálido em comparação com o que sentimos por você.

Apertando o robe novamente, ela começou a subir as escadas, parando para


olhar para eles por cima do parapeito, seus olhos brilhando com lágrimas não
derramadas. — Vocês podem fazer parte da vida do bebê e ainda podemos ser
amantes, mas não vou me casar com vocês. Esse não era o acordo.

Carter estendeu a mão para passar a mão em seu antebraço. — Temos um


novo arranjo agora e você sabe disso. Toda aquela besteira sobre um caso era
apenas isso. Besteira. Você é nossa. O bebê é nosso.

— Você pode reclamar o quanto quiser, mas todos nós sabemos como isso vai
acabar, então economize energia para cuidar do bebê enquanto nós cuidamos de
você. — Joe começou a subir as escadas, segurando a mão dela. — Vamos. Vamos
tomar banho e vamos tomar café.

Talia subiu as escadas com ele, seu lábio inferior ligeiramente protuberante. —
Estamos juntos. Não precisamos de um pedaço de papel para isso. E eu não
lamento.

266
CAPÍTULO VINTE E DOIS

Segurando o telefone contra o ombro, Talia colocou a tigela de salada na mesa


e olhou pela janela para ver que Marshall estava com a grelha ligada. Sabendo que
ele estaria em breve para pegar os bifes que trouxe para casa com ele, ela reuniu as
coisas que ele precisava enquanto continuava a conversa com seu irmão. — Não,
Gabe. Não vou destruir minha varanda neste fim de semana.

Ela e Marshall trocaram de roupa depois do trabalho, e ela não conseguia


decidir se ele parecia mais sexy em seu uniforme ou com o jeans e a camiseta que
usava agora.

— Ben disse que Marshall está preocupado com isso. Disse que está prestes a
entrar em colapso.

Talia sorriu e foi até à geladeira, abrindo a porta para pegar o molho para
salada. — Isso é porque ele é enorme e seu pé passou por ele. Se ele está
preocupado que isso vá desabar, ele deve ficar em sua casa.

— Eles parecem realmente preocupados com isso. Tive a chance de falar com
Carter também. Ele quer terminar o andar de baixo antes da queda. Quer me dizer o
que está acontecendo?

Engolindo pesadamente, Talia se acalmou, perguntando-se o que Carter tinha


dito a ele. Enxugando as palmas das mãos úmidas contra o vestido de verão, ela
olhou pela janela novamente. — Nada está acontecendo. Eu terminei o andar de
cima e tenho planos de começar o resto assim que eu conseguir o dinheiro.

267
Ela reconheceu para si mesma que poderia demorar mais, já que teria que
comprar coisas para o bebê, fazendo uma careta enquanto olhava criticamente ao
redor da cozinha.

— Você tem todo o dinheiro de que precisa, Tally.

— Não é meu. — Ela colocou o curativo na mesa e se virou novamente para ver
Marshall indo em direção à porta dos fundos. — Eu já tinha os papéis redigidos e
assinados.

— Que nós rasgamos.

Não querendo discutir o assunto na frente de Marshall, Talia agarrou o telefone


com mais força. — Olha, eu tenho que ir.

— Então acho que te vejo neste fim de semana.

— Certo. Espere! O quê?

Marshall entrou pela porta dos fundos, franzindo a testa quando a viu.

— O que é isso? — Ele correu em sua direção. — Você está bem? É o bebê?

— O quê? — Batendo suas mãos longe, Talia gemeu com o tom afiado de seu
irmão e afastou-se de Marshall, puxando uma cadeira e sentando-se nela. — Que
bebê? Você está grávida?

Soltando um suspiro, Talia encontrou o olhar de preocupação de Marshall. —


Sim, Gabe. Estou grávida. Jesus, como outras mulheres conseguem dar a notícia às
pessoas à sua maneira?

— Acho que é bom que todos estejamos indo neste fim de semana para
arrancar sua varanda e construir uma nova. Melhor ainda, vamos apenas embalá-la
e levá-la de volta ao rancho. Arrume suas coisas, Tally. Você está indo para casa!

268
— Não, Gabe. Não vou voltar para o rancho. Eu não preciso - ei!

Ela estendeu a mão para pegar o telefone de Marshall, mas imediatamente


percebendo a futilidade de pegá-lo dele, ela largou a mão e sentou-se novamente.

— Gabe, é Marshall.

Marshall colocou o telefone no viva-voz e o colocou no balcão, seu brilho de


advertência a desafiando a ir em frente. — Eu coloquei você no viva-voz.

— Talia está grávida!

Os lábios de Marshall se contraíram quando ele tirou os bifes da geladeira. —


Sim, eu sei disso. Na verdade, estou preparando bifes para alimentá-la agora.

— Droga, Marshall. É melhor você fazer algo sobre isso!

Marshall colocou os bifes no balcão e se virou, sorrindo alegremente para


Talia. — Eu fiz algo. A engravidei, não é?

— Maldição, Marshall. Seu filho da puta! Essa é minha irmã! Eu estou voando lá
embaixo e te desfazendo em uma polpa de merda!

Ouvir seu irmão geralmente imperturbável, o diretor do FBI, perder a calma


enquanto Marshall desembrulhava calmamente os bifes e os colocava em uma
bandeja lhe pareceu hilário.

Cobrindo a boca para abafar sua risada, Talia encontrou o olhar cintilante de
Marshall, sentindo-se extremamente perto dele naquele momento.

Marshall começou a temperar a carne. — E por que você faria isso?

Gabe parou abruptamente. — Por que eu faria o quê?

269
Marshall virou a carne com uma das mãos e temperou o outro lado com a
outra. — Por que você iria querer me bater até virar uma polpa? Você está prestes a
ter outro sobrinho ou sobrinha, e eu tenho sua irmã e um bebê para cuidar.

— Eu vou buscá-la. Ela pertence ao rancho. Ela terá muitas pessoas para cuidar
dela lá. — A risada de Talia morreu com a ameaça.

Marshall deixou o sal e a pimenta de lado e foi até à pia lavar as mãos. — Joe,
Carter e eu somos perfeitamente capazes de cuidar de Talia e do bebê. Você ainda
vai descer neste fim de semana para ajudar com a varanda? — O comportamento
calmo de Marshall e o olhar firme fizeram seu estômago revirar.

Gabe suspirou audivelmente. — Inferno.

Marshall secou as mãos e jogou a toalha por cima do ombro enquanto pegava
o telefone e vinha em sua direção, colocando o telefone na mesa enquanto puxava
uma cadeira e a virava para sentar na frente dela. — Posso interpretar isso como um
sim?

Os olhos de Marshall nunca deixaram os dela enquanto ele colocava os pés


dela em seu colo. — Nós podemos fazer isso sem você, você sabe. Achei que você
gostaria de ver sua irmã.

— Claro que quero ver minha irmã! Tally pode me ouvir?

Talia sorriu e pressionou os dedos dos pés contra a braguilha da calça jeans de
Marshall, rindo novamente quando ele levantou uma sobrancelha e deslizou as
mãos na parte de trás de suas pernas. — Claro que posso ouvir você, Gabe. Tenho
certeza de que todos em seu escritório podem ouvi-lo.

— Querida, venha para o rancho. Jessica e Mary estão lá e podem ajudá-la


também.

270
Talia respirou fundo quando o pênis de Marshall endureceu sob a sola de seu
pé e ele se inclinou mais perto, suas mãos deslizando ao redor de suas coxas até os
quadris. — Eu não vou deixar Desire, Gabe.

Marshall sorriu e se curvou para roçar os lábios nos joelhos levantados,


enrolando os dedos nas laterais de sua calcinha e lentamente puxando-a pelas
coxas. — Ela é nossa, Gabe.

— É melhor você se casar com ela.

Talia mordeu o lábio para conter o gemido quando Marshall puxou sua calcinha
até os joelhos e calmamente a rasgou.

Marshall sorriu lentamente, jogou sua calcinha rasgada sobre a mesa e abriu
mais suas coxas. — Eu estou trabalhando nisso.

Ele se levantou ligeiramente, desabotoando o jeans e abaixando-o junto com a


cueca boxer antes de pegar o telefone. — Adeus, Gabe.

Ele desconectou e estendeu a mão para ela, levantando-a em seu colo e


colocando-a sobre seus joelhos. — Como você está se sentindo?

— Com tesão. — Talia deslizou as mãos pelo peito até seu pênis, respirando
fundo quando os dedos dele deslizaram por sua fenda. — Você está planejando
consertar?

— Sim, senhora. — Ele abriu o zíper das costas de seu vestido, deslizando sua
mão quente para dentro e inclinando-se para a frente para usar os lábios para
empurrar as alças de lado. — Eu sou seu amante. — Apoiando seu peso, ele a
empurrou de volta, beijando seu mamilo enquanto continuava suas carícias em seu
clitóris. — É minha responsabilidade satisfazê-la.

271
— É isso? — Amando sua brincadeira sedutora, um lado dele que ela nem
suspeitava que existisse até que eles se tornaram amantes, ela agarrou seus
ombros, desapontada por não poder mais alcançar seu pênis.

— É isso. — Ele deslizou um dedo dentro dela, acariciando seu mamilo. — Você
também é a mãe de nosso filho. Isso nos dá direitos e responsabilidades também.

Talia agarrou seus ombros, fechando os olhos com o prazer. — Eu nunca


negaria a você - oh Deus - seu direito ao bebê, mas não estou prestes a me tornar -
ohhh - sua r-responsabilidade.

— Tarde demais. — Retirando o dedo, ele fechou as mãos em sua cintura,


levantando-a e empalando-a em seu pênis.

— Droga, Marshall. Oh!

Inclinando-se para trás novamente, ele a apoiou com as mãos na parte de trás
de seus ombros e começou a movê-la em seu pênis. — É isso aí, baby. Legal e
fácil. Inferno. Levar você é sempre incrível, mas saber que você carrega meu bebê
torna tudo ainda mais incrível.

Mesmo que Talia se sentisse segura em seu aperto, ela reforçou seu aperto em
seus ombros, o ângulo de suas estocadas lentas e a sensação de seus lábios quentes
em seu pescoço lentamente construindo o prazer que o tornou ainda mais
deslumbrante.

— Marshall! — Envolvendo os braços em volta do pescoço dele, ela inclinou a


cabeça para o lado para dar a ele melhor acesso.

Raspando os dentes sobre sua mandíbula, ele gemeu. — Bem aqui, baby.

Erguendo a cabeça, ele beijou seu queixo e roçou os lábios nos dela. — Olhe
para mim.

272
Abrindo os olhos, ela olhou em seu intenso olhar escuro. — Com prazer. —
Sorrindo, ela respirou fundo com a profundidade de seu impulso. — Eu amo olhar
pra você.

Ele sorriu fracamente e empurrou novamente, roçando seus lábios para trás e
para a frente sobre os dela, rindo enquanto evitava suas tentativas de aprofundar
seu beijo brincalhão. — A primeira vez que te conheci, você me encarou. Deixou
meu pau tão duro que eu mal conseguia me concentrar no que Ace disse.

Apertando os braços ao redor dele, Talia deslizou os dedos em seu cabelo. —


Eu nunca fiquei excitada à primeira vista antes. — Ela o beijou com força, deslizando
sua língua contra a dele antes de recuar apenas o suficiente para falar. — Eu queria
você.

— Eu sei. — As mãos de Marshall apertaram seus ombros quando ele começou


a empurrar mais rápido. — E eu queria você. Você me deixou louco por ter você.

— E agora você me tem. — Segurando seu rosto entre as mãos, ela engoliu em
seco, seu corpo inteiro tremendo. — Por favor. Não peça mais.

Os olhos de Marshall se estreitaram. Com um olhar de determinação que ela


nunca tinha visto em seu rosto antes, ele empurrou dentro dela uma e outra vez,
seu olhar segurando o dela enquanto ela se movia em uma onda de calor. — Não,
querida. Eu quero tudo isso.

Gemendo ao encontrar sua própria liberação, ele deslizou as mãos até à cintura
dela e a segurou contra ele, seu pênis pulsando dentro dela.

Juntando-a contra ele, Marshall pressionou os lábios contra sua têmpora antes
de se endireitar e, com uma mão em seu cabelo, inclinou seu rosto para ele, a
possessividade em seu olhar aquecendo seu sangue ainda mais. — E eu terei

273
tudo. Você pode lutar o quanto quiser, mas no final, terei tudo o que quero. Por
enquanto, o amor que vejo em seus olhos é o suficiente. Mas um dia, você dirá em
voz alta. Um dia, você levará meu nome. Até então, estou satisfeito com isso.

Talia suspirou, as lágrimas ardendo em seus olhos. — Tudo aconteceu tão


rápido. Nos tornamos amantes e tudo estava dando certo. Eu odeio sentir que você
vai se casar comigo por causa do bebê, quando ainda há tanta coisa acontecendo.

Olhando em seus olhos, ela correu os dedos pelos cabelos. — O perseguidor


ainda está lá fora e estou com medo do que ele vai fazer ou dizer quando você o
encontrar que possa fazer você ver Emily de uma maneira diferente. Você pode
aprender algo sobre Emily que o faça perceber que a ama.

Pegando sua mão, ela abaixou-a para seu abdômen. — Eu tenho o futuro em
que pensar. Não importa o que eu sinta por você, tenho que colocar o bebê em
primeiro lugar. Eu não posso competir com um fantasma.

Os olhos de Marshall se estreitaram e se aguçaram, a frustração neles


evidente. — Então eu acho que temos ainda mais motivos para encontrar
Manny. Quero todas as dúvidas removidas.

Acariciando seu abdômen, Marshall sorriu. — Mas quero que saiba agora que
nada do que Manny disser pode mudar o que sinto por você. Nada que eu saiba
sobre Emily me fará duvidar do meu amor por você ou de que você é a mulher com
quem eu quero passar minha vida.

Esperando que ele estivesse certo, Talia respirou fundo. — Eu tenho que saber
com certeza.

274
— E você vai. — Marshall sorriu quando seu estômago roncou. — No
entretanto, minha mulher e meu bebê estão com fome. É melhor eu fazer esses
bifes.

275
CAPÍTULO VINTE E TRÊS

Divertido com os olhares de horror nos rostos dos irmãos de Talia, Joe a puxou
contra ele por trás, sua mão espalmada em sua barriga sobre seu
robe. Pressionando os lábios contra a orelha dela, ele pegou um dos biscoitos que
Marshall tinha preparado para ela e lhe entregou, aliviado por ela não ter vomitado
até agora naquela manhã. — Seus irmãos não parecem impressionados com sua
cozinha. Por que você não lhes mostra o lindo trabalho que você fez no andar de
cima?

O sol tinha começado a nascer quando Ben, Chance e Gabe bateram na porta
da frente, e Marshall abriu a porta ao som de maldições para descobrir que o pé de
Ben havia atravessado a madeira esponjosa que Joe e seus irmãos aprenderam a
evitar.

Aceitando o biscoito, Talia ergueu o queixo. — Se meus irmãos não gostarem


da minha casa, eles podem ir embora.

Ben olhou para Talia, seu olhar se suavizando. — Enjoo matinal?

Chance fez uma careta. — Isso foi o pior.

Gabe aceitou uma xícara de café de Marshall, olhando ao redor da cozinha. —


Isso tem que ser feito antes que o bebê chegue. Uma casa grande, no entanto.

Talia sorriu para isso e mordeu seu biscoito. — Eu preciso de uma casa
grande. Sempre parece estar cheia.

Joe se inclinou para beijar seu pescoço, amando a sensação de calor dela, ainda
corado de sono. — Vai ficar ainda mais cheia.

276
Chance sorriu e se serviu de outra xícara de café. — Você não tem ideia. É difícil
acreditar que uma pessoa minúscula pode acumular tantas coisas. Roupas, fraldas,
mamadeiras...

Ben inclinou a cabeça com um sorriso satisfeito. — E então há a mobília. Berço,


cômoda, trocador e, de alguma forma, uma porrada de brinquedos que parecem se
acumular todos os dias.

Gabe escondeu um sorriso atrás de sua xícara de café, piscando para Talia. —
Engraçado como isso acontece.

Chance deu uma risadinha. — Sim. Hilário. Espere até você ter um filho. Ben e
eu vamos ter certeza de que você não conseguirá entrar pela porta da frente. — Ele
se virou para sorrir para Talia. — Você também. Embora eu ainda não consiga
descobrir como você se meteu em tantas coisas sem que soubéssemos.

Talia encolheu os ombros. — Talvez você não seja tão esperto quanto
pensa. Então, algum de vocês sabe como derrubar uma varanda sem destruir minha
casa e construir uma nova que não desabará quando eu andar sobre ela?

Prestes a tomar um gole de sua xícara, Ben baixou-a novamente. — Eu sei


como construir uma maldita varanda, mas se isso faz você se sentir melhor, Sloane,
Cole e Brett estão vindo. Já que Marshall, Joe e Carter têm o dia de folga, haverá
nove de nós trabalhando nisso. Acho que podemos cuidar de uma varanda, Tally.

Talia empalideceu. — Ainda não tenho dinheiro para pagar por isso. Disse aos
Madisons que os informaria quando tivesse dinheiro suficiente. — Ela olhou para
Marshall, corando novamente. — Eu disse que queria esperar.

Marshall fechou a distância entre eles, colocando seu próprio café na mesa
antes de segurar a mão dela. — Nós cuidamos disso, baby.

277
— Como o inferno! — Ben bateu com a xícara na mesa. — Já está tudo
pago. Tally, eu juro...

Joe enrijeceu e segurou Talia protetoramente contra ele, olhando para Carter
quando ele entrou pela porta da frente, seus braços carregados com sacolas da
lanchonete. — Ben, isso é o suficiente. Somos mais do que capazes de ajudar Talia.

Girando para longe dele, Talia balançou a cabeça, olhando para seus irmãos. —
Eu queria fazer isso sozinha. Eu preciso fazer isso sozinha. Deixei o rancho porque
você nunca poderia entender isso. Com licença.

Alarmado com as lágrimas brilhando em seus olhos, Joe foi atrás dela,
afastando a tentativa de Marshall de segui-los. — Eu estou com ela.

Estabelecer um relacionamento mais íntimo com ela era vital.

Joe não sabia se ela percebeu ou não, mas Talia tinha uma tendência a olhar
para Marshall em busca de apoio.

Ele precisava mudar isso.

Pegando-a, ele a segurou contra o peito e a carregou escada acima e pelo


corredor até o quarto. — Querida, por favor, não chore. Você está me matando.

Pressionando o rosto contra o ombro dele, ela fungou. — Eu não estou


chorando. — Joe sorriu e beijou sua testa. — Meu erro. Você se sente doente?

— Não. Eu só quero tomar um banho e me vestir. — Ela sorriu para ele, o


efeito foi como um chute em seu estômago. — Um cracker funcionou. Eu nem
mesmo sinto muito mal. Talvez o enjôo matinal tenha acabado. — Ele esperava que
sim.

Ele a carregou para o banheiro e a colocou de pé. — Quer companhia?

— Certo.
278
Uma vez no chuveiro, ele começou a ensaboá-la, mantendo sua carícia leve e
gentil. — Isso é bom?

— Hmm. — Ela estendeu a mão para envolver os braços em volta do


pescoço. — Sempre. Eu amo a sensação de suas mãos em mim.

Ele passou a mão mais para baixo, achatando-a levemente contra a barriga
dela. — Você não me disse como se sente em relação a carregar meu bebê.

Erguendo a cabeça, ela olhou para ele. — Feliz. Assustada. Animada. Nervosa.
Eu não queria engravidar, Joe.

Levantando uma sobrancelha, ele sorriu e esfregou sua barriga lisa. — Eu sei
disso, mas não posso negar que estou feliz que você ficou.

— Meus irmãos não confiam em vocês.

Joe sorriu e a virou para lavar as costas. — Você não pode culpá-los por isso. Se
eu tivesse uma irmã, gostaria de espancar qualquer um que dormisse com ela.

— É mais do que isso.

Ele odiava a derrota em seu tom, mas não podia negar sua satisfação no fato
de que ela parecia querer confiar nele.

Concentrando sua atenção em seus ombros rígidos, Joe manteve seu tom
uniforme. — Oh? O que mais está lá?

Ela se virou para encará-lo, olhando para seu peito. — Casei com Allen porque
pensei que ele me amava.

Notando que ela não disse nada sobre amar Allen em troca, Joe continuou a
massagear seus ombros. — Ele não amava?

— Não. — Ela soltou um suspiro. — Gostei da ideia de mudar meu nome.

279
Joe não disse nada e continuou a esfregar suas costas e ombros, contente em
esperar o tempo que fosse necessário para ela dizer o que precisava dizer.

— Gostei da ideia de sair do rancho.

Puxando-a para perto, Joe deslizou a mão para cima e para baixo em suas
costas. — Por causa do seu pai?

Talia respirou fundo estremecendo e se aproximou como se estivesse com


frio. — Ele estava morto, mas ainda estava lá. — Erguendo a cabeça, ela encontrou
seu olhar. — Você pode entender isso, não é? Quero dizer, Emily está morta, mas
ela ainda está aqui. — Ela colocou a mão sobre o coração dele.

Cobrindo a mão dela com a sua, Joe suspirou. — Ela não está. Esse era o
problema. Percebemos que não a amávamos. Quando ela se matou, isso apenas nos
deixou com um sentimento de culpa pelo que lhe fizemos.

Passando a mão pelo cabelo dela, ele a abraçou. — Seus irmãos desaprovaram
Allen?

Ela sorriu para isso. — Oh sim. Eles viram a verdade que eu não queria
acreditar.

— Que ele não te amava? Bem, acho que seus irmãos tinham o direito de
desaprovar um homem estúpido que não sabia o que tinha. Querida, eu sei sobre
orgulho, mas não há razão para nos recusar a nos deixar pagar para consertar este
lugar.

Ele sorriu e se inclinou para tocar seus lábios nos dela. — Afinal, você não é
apenas nossa amante, mas também a mãe de nosso bebê. Queremos morar aqui
com você e o bebê. Queremos casar com você. Queremos fazer um lar com você e o
bebê, e tudo mais que vier.

280
— Não. Eu preciso ficar por minha conta. Meus irmãos sempre me protegeram
do meu pai.

— Claro que sim. — Com outro suspiro, ele a abraçou, movendo-a sob o spray
quando ela estremeceu e abaixou a cabeça para evitar que a água espirrasse em seu
rosto. — Lamento que você tenha passado por isso com seu pai. Ele deve ter amado
muito sua mãe. De acordo com seus irmãos, ele mudou completamente após a
morte dela.

— Ele me culpou. Ele estava arrependido de ter me dado o nome dela. Eu era
um lembrete constante do que ele perdeu.

Respirando fundo, ela se endireitou e deu um passo para trás. — Meus irmãos
querem pagar pela varanda porque acham que me devem. Não consigo fazê-los
entender que não quero isso. É outro motivo pelo qual saí de lá.

Abalado quando ela piscou rapidamente de novo e colocou os braços em volta


de si mesma defensivamente, Joe estendeu a mão para agarrar levemente seus
braços. — Por que eles acham que devem a você?

Ela ergueu o olhar para ele. — Por causa do rancho. Por causa do meu pai. —
Pisando sob o spray, ela molhou o cabelo e pegou o shampoo antes de continuar. —
Meu pai deixou o rancho para os três, e eles se sentem culpados por isso. Cada um
deles assinou uma parte dele para mim para que seja dividido igualmente. Allen
sabia disso e se casou comigo porque pensou que seria dono de um quarto do
rancho.

— Merda. — Ele passou as mãos pelo próprio cabelo e aceitou o shampoo


dela. — Me desculpe, querida. Olha, não sabíamos sobre o rancho. Quando eu
descer, direi a Marshall e Carter, e faremos seus irmãos redigirem um acordo pré-
nupcial. Não queremos a porra do seu dinheiro.

281
Ensaboando o cabelo, ela sorriu. — Isso é bom, porque eu nunca assinei os
papéis. Eu não quero um centavo do dinheiro do meu pai.

— E é por isso que você não quer que seus irmãos ajudem você?

— Eles me ajudaram bastante. — Ela inclinou a cabeça para trás para enxaguar
o cabelo. — Eles impediram aquele bastardo de me matar.

Ela terminou de enxaguar o cabelo e se afastou novamente, pegando o


sabonete líquido. — Eu posso cuidar de mim mesma.

Joe inclinou a cabeça. — Nós cuidaremos do dinheiro com seus irmãos. —


Sorrindo, ele ensaboou o próprio cabelo, observando-a passar a bucha ensaboada
sobre seu corpo. — Mas não se engane. Você, eu, Marshall e Carter estamos nisso
juntos. Somos uma família agora.

Talia colocou a bucha de lado e enxaguou o sabonete de seu corpo. — Eu sei,


mas isso não significa que eu vou me casar com vocês. Responsabilidade e culpa não
são motivo para se casar. Não se preocupe, Joe. Não tenho intenção de me matar
quando isso acabar.

— Você é uma mulher forte. Você tem coragem de enfrentar qualquer coisa. —
Joe apressadamente enxaguou o cabelo e estendeu a mão para ela, puxando-a para
perto. — Eu concordo com você. A culpa não é razão para se casar, mas não me
sinto nem um pouco culpado por engravidar você. O amor, porém, é um bom
motivo para se casar, e acho que você é o tipo de mulher forte o suficiente para se
arriscar na felicidade e no amor.

Ele deslizou a mão para a barriga dela. — Eu te amo e amo esse bebê. Eu sei
que você entrou nisso dizendo que não queria nada além de um caso, mas acho que
todos nós sabíamos o que iria acontecer. Sabíamos disso na primeira vez que

282
fizemos amor, e você sabe disso. Você também me ama, mas não está pronta para
admitir. Sorrindo novamente, ele passou a mão em seu seio. — Você só tem alguns
meses para criar coragem, querida, porque eu quero que nosso bebê nasça com
nosso sobrenome. A mãe dele também.

Joe levantou uma sobrancelha quando ela piscou várias vezes, sorrindo quando
ela saiu e pegou uma toalha, não deixando seu sorriso cair até que ela começou a ir
para o quarto, parando na porta do banheiro.

— Maldito seja, Joe. Não se atreva. Eu entendo que você quer se casar por
causa do bebê.

— O bebê apenas empurrou as coisas para a frente, e você sabe disso. Você
sabia quando aparecemos no rancho. — Ele desligou o chuveiro, fechou a distância
entre eles e agarrou as pontas da toalha que ela enrolou em torno de si. — Você
sabia na primeira vez que fizemos amor. Inferno, todos nós sabíamos disso quase
desde o início.

— Emily sempre estará entre nós.

— Não, ela não estará. — Erguendo o queixo dela, ele sorriu. — Eu a


superei. Eu superei a culpa. Parece que não foi nada mais do que vingança, de
qualquer maneira. Você é tudo o que importa para mim. Para nós. Você e o bebê. —
Ele se curvou para tocar seus lábios nos dela. — Eu amo você.

— Você não pode ter certeza disso.

— Eu conheço minha própria mente, Talia.

Apertando sua mão fechada em torno das bordas da toalha, Joe puxou-a para
perto. — Acredite nisso. Você é nossa. Não vamos a lugar nenhum e não vamos
apenas nos mudar, mas também ajudar. Com a casa. Com as contas. Tudo.

283
— Mas eu…

Ele se curvou para tocar seus lábios nos dela, sorrindo com a raiva brilhando
em seus olhos. — Mas nada. Estamos nisso juntos, querida, e quanto mais cedo
você enfrentar isso, melhor será para todos.

Quando ela abriu a boca, ele pressionou um dedo sobre seus lábios,
efetivamente silenciando-a. — Por favor, Talia. Todos nós fomos feridos. Agora que
vemos o que o futuro reserva para nós, não vamos deixar o passado arruiná-lo. Não
deixe que isso estrague tudo para você também. Estamos aqui, querida, e não
vamos a lugar nenhum.

***

Vestindo shorts confortáveis e uma camiseta, Talia se sentou em uma das duas
cadeiras de gramado que ela possuía, alcançando o grande copo de plástico que ela
segurava para outra uva.

Ela colocou na boca, a fruta fresca e refrescante que Carter trouxe para ela
minutos antes, perfeita para a manhã já quente e úmida.

Quase nove, já prometia ser outro dia escaldante.

Depois de colocar outra uva na boca, ela sorriu, puxando o celular e tirando
uma foto, que enviou imediatamente para as duas cunhadas, junto com uma
mensagem.

Trabalho árduo.

Rindo para si mesma, ela colocou o telefone no colo e colocou outra uva na
boca, apreciando a vista de seus amantes de peito nu trabalhando ao lado de seus
284
irmãos, todos os seis homens usando jeans e botas de cowboy enquanto removiam
sua varanda, placa por placa.

Seus irmãos também haviam tirado as camisetas, o que inspirou as fotos que
ela mandou para Jessica e Mary.

Seu telefone apitou, e Talia sorriu novamente, sem surpresa ao ver que Jessica
tinha respondido primeiro.

Bom Deus. Envie mais. Devíamos fazer um calendário.

A mensagem de Mary veio segundos depois.

Árduo, de fato. Sei que você está gostando da vista, mas não fique exposta ao
calor por muito tempo.

Sorrindo para a preocupação de Mary, Talia sorriu e colocou seu telefone de


lado novamente, alcançando a xícara para outra uva.

Colocando na boca, ela olhou para cima novamente para encontrar Joe
carrancudo olhando-a.

Pegando o telefone novamente, ela tirou uma foto dele, rindo quando sua
carranca se aprofundou.

Ele disse algo para os outros antes de ir em sua direção, tirando as luvas de
trabalho e colocando-as no bolso enquanto se aproximava. — Está ficando quente.

Talia sorriu e deixou seu olhar varrer seu peito. — Eu percebi.

Balançando a cabeça, ele deixou cair sua carranca, passando a língua sobre os
dentes em um esforço óbvio para conter um sorriso. — Você é uma pirralha.

— Foi o que me disseram. — Inclinando a cabeça, ela sorriu para ele. — Você já
descobriu?

285
Agachando-se na frente dela, ele passou as mãos por suas coxas. — Descobrir o
quê, baby?

Ela pegou outra uva e a levou aos lábios, a memória de sua conversa no
chuveiro pairando entre eles. — Que eu sou mais problemática do que valho?

Joe pegou a uva com a boca, mordendo-a com um sorriso. — Querida, posso
lidar com todos os problemas que você quiser desabafar e desfrutar disso. — Ele se
inclinou para tocar seus lábios nos dela. — Eu acho que você deveria entrar. Está
muito quente aqui, e você precisa estar no ar-condicionado.

Pegando outra uva, ela se inclinou mais perto. — Você não sabe que eu fui
criada em uma fazenda, não é? Além disso, estou gostando da vista. Algo sobre
homens quentes e suados me excita.

Ela pegou a uva entre os dentes, prendendo a respiração quando os olhos dele
se estreitaram e ele se inclinou lentamente para a frente, fechando os lábios sobre
os dela e pegando a uva dela.

Quando ela se recostou, ele a seguiu, apoiando os braços na cadeira de cada


lado dela. — E há algo sobre as pirralhas teimosas que me faz querer derrubá-las.

Divertida com sua ameaça, ela colocou outra uva em sua boca. — Você não
ousaria me bater.

— Bater em você? Não. Bater em você é algo totalmente diferente.

Seu tom sedutor enviou uma emoção através dela, sua boceta apertando em
reação.

Tentando não parecer afetada, ela mascou sua uva. — Estou grávida. — Seu
sorriso lento intensificou o prazer e fez seu coração bater mais rápido.

286
— Eu sei. — Ele colocou a mão em sua barriga, acariciando suavemente. —
Nosso bebê está seguro e protegido e bem protegido onde está.

Bloqueado da vista dos outros, Joe correu as costas dos dedos sobre as curvas
externas de seus seios, seus olhos se estreitando sobre os dela. — Vou puxar esse
short e sua linda calcinha azul até os joelhos e virar você no meu colo.

Talia engoliu em seco, imaginando isso claramente. — Marshall não deixaria.

Joe deslizou os polegares sobre seus mamilos, que se tornaram ainda mais
sensíveis. — Marshall quer bater em você ele mesmo e nem tente jogar um de nós
contra o outro. Estamos nisso juntos, querida. E você descobrirá que Marshall,
Carter e eu ficamos juntos quando se trata de como lidamos com você. Quando
você se apoia em um de nós, você tem o apoio de todos nós.

Ouvindo a verdade em suas palavras, Talia estendeu a mão para segurar seu
queixo. — É bom ouvir você dizer isso, mas acho que já sabia. Eu simplesmente
odeio que você tenha um senso de responsabilidade. Eu sei que você não estava
pronto para isso com a morte de Emily ainda tão recente.

Ele se inclinou ainda mais perto, o calor de seu corpo aquecendo o dela ainda
mais. — Isso é passado. Nosso presente e futuro estão com você. Eu não quero que
você fique aqui por muito tempo.

Sorrindo quando ele a beijou novamente e se endireitou, Talia pegou outra


uva. — Desculpe, mas se você acha que estou desistindo dessa vista, você está
louco.

Rindo, Joe tirou as luvas do bolso e as calçou. — Não fique queimada de


sol. Tenho planos para esse corpo mais tarde.

287
— Estou usando protetor solar. — Ela agitou os cílios, satisfeita por tê-lo
surpreendido. — Que tipo de planos, deputado?

Levantando uma sobrancelha, ele deixou seu olhar varrer sobre ela. — Parece
que me lembro de uma oferta não muito tempo atrás para revistá-la. Tenho
pensado nisso desde então.

— Você tem?

— Tenho.

— Você me revistou toda vez que estamos no chuveiro juntos.

— Vale a pena repetir. Você está com sede?

— Estou bem. Só me avise antes de arrancar a frente para que eu possa entrar
e fazer sanduíches.

— Inferno, há algo sobre ver você em botas de cowboy que me deixa louco.

— Carter queria que eu as usasse no caso de pregos.

— Nunca vi botas de cowboy tão sexy antes. Não fique fora muito tempo. —
Talia o observou se afastar e voltou sua atenção para o telefone. Sua melhor amiga,
Marissa, sairia do trabalho ao meio-dia e viria. Talia tinha ligado para ela antes,
quando soube que Sloane, Cole e Brett estariam lá e imaginou que seus amantes e
irmãos provavelmente arruinaram seu dia juntos e imaginou que o mínimo que ela
poderia fazer seris convidar Marissa e seu filho, Sammy, para casa.

O olhar de Carter foi frequentemente para Talia e Joe, vendo-os juntos


enchendo-o de satisfação, mas trazendo pensamentos de Emily à sua mente.

Mais convencido a cada dia de que as coisas entre eles nunca teriam durado,
ele puxou outra tábua da varanda, martelando os pregos antes de jogá-la na pilha
com as outras.
288
Chance se endireitou. — Você vai continuar olhando para minha irmã ou vai
ajudar?

Carter sorriu, assistindo Joe dizer algo para Talia antes de se virar para
caminhar em direção a eles novamente. — Ambos.

Gabe olhou por cima, balançando a cabeça quando viu sua irmã tirando uma
foto deles. — Sabe, se você machucá-la, terei que matá-lo.

Inclinando a cabeça, Carter se abaixou e arrancou outra tábua. —


Entendido. Cristo, ela é incrível, não é?

Ben compartilhou um olhar com seus irmãos enquanto jogava outra tábua de
lado. — Ela parece feliz.

Carter riu e se virou para olhar para ela novamente, seu sorriso se alargando
quando Joe começou a passar e ela levantou o telefone para tirar outra foto dele. —
Ela é uma maldita provocadora. A única razão pela qual resistimos a ela por tanto
tempo é porque tínhamos medo de machucá-la. Eu não poderia ir embora
agora. Inferno, eu morreria por ela.

Joe juntou-se a eles e foi puxar outra prancha. — Ela está corada, mas não
excessivamente quente. Ela está usando protetor solar e parece estar se divertindo,
mas não quero que ela fique fora o dia todo com este calor. Ela quer que avisemos
antes de arrancarmos a capa porque ela quer entrar e fazer sanduíches.

Marshall arrancou outra tábua. — Bom. Isso vai tirá-la desse calor.

Gabe parou, tirando as luvas para pegar uma garrafa de água do refrigerador,
gesticulando por cima do ombro para onde Talia estava ocupada com seu telefone e
rindo. — Eu não acho que você entenda o quão raro isso é.

289
Carter fez uma pausa e compartilhou um olhar de confusão com seus
irmãos. — Do que você está falando?

Ben suspirou e se apoiou na prancha que acabara de remover. — Havia


momentos no rancho em que ela passava meses sem abrir um sorriso. Acalmou um
pouco quando meu pai morreu, e ela sempre gostou de passar o tempo com os
sobrinhos, mas sempre foi reservada.

Gabe praguejou baixinho. — Eu me mudei e Ben e Chance se casaram, então


ela sempre se sentiu como uma quinta roda. Jessica e Mary a incluem em
tudo. Chance e Ben passavam um tempo com ela todos os dias, mas meu pai causou
um estrago nela. Pedaço de merda sempre a fez se sentir uma estranha e como se
ela não pertencesse.

Chance olhou para Talia novamente, sorrindo quando ela colocou outra uva em
sua boca. — Estou feliz que ela esteja feliz aqui. Mary me disse que o rancho tem
muitas lembranças ruins para ela. Meu pai teve muitos anos para fazer muito com
ela, e não importa o quanto tentassemos protegê-la dele, a feiura permaneceu.

Ben jogou o tabuleiro que segurava na pilha. — Ela te contou sobre o


rancho? Sobre possuir um quarto dele?

Joe acenou com a cabeça. — Ela me contou, e eu contei aos meus irmãos. Olha,
ela não quer. Ela não quer nada que pertenceu a seu pai.

— Mas é dela por direito! — Gabe tirou o chapéu e despejou um pouco da


água na cabeça. — Ela merece tanto quanto eu. Eu também não estou lá.

Ben olhou para seu irmão. — Você vem quando nós precisamos de
você. Chance e eu não nos importamos em chamá-lo. Não consigo me imaginar
fazendo outra coisa.

290
Chance abriu o refrigerador e pegou uma garrafa de água fria. — Trabalhar em
um escritório como você me deixaria louco. — Ele se virou, seu olhar tocando em
Carter, Joe e Marshall por sua vez. — Você não pode convencê-la a aceitar sua
parte?

Marshall ergueu uma tábua e dobrou o prego saindo da ponta. —


Não. Faremos algo, no entanto. Queremos que ela se case conosco e não queremos
nenhuma dúvida do motivo. Elabore algo para assinarmos abrindo mão de todos os
direitos sobre a fazenda. Um acordo pré-nupcial. Qualquer que seja.

Ele jogou o tabuleiro de lado, seu olhar duro suavizando quando ele olhou na
direção de Talia. — Não quero que nenhuma dúvida dela ou de vocês impeça que
tenhamos nossa família.

291
CAPÍTULO VINTE E QUATRO

Talia assistiu Sloane, Cole e Brett estacionar seu caminhão e sair, mais dois
caminhões seguindo de perto atrás.

Vários homens em macacões azul-escuros e chapéus combinando desceram


dos caminhões e olharam para Sloane Madison em busca de instruções.

Ficando de pé, ela enfiou o telefone no bolso, colocou a xícara vazia na cadeira
e se preparou para assistir.

Curiosa, ela foi em direção a eles, reconhecendo a voz profunda de Sloane


enquanto ele gritava ordens, seus braços se movendo enquanto ele gesticulava em
direção a sua garagem, que tinha sido esvaziada de carros antes.

Ouvindo seu nome, ela se virou para ver Marshall caminhando em sua direção,
o barulho dos caminhões o impedindo de falar até chegar ao seu lado. — A caçamba
de lixo para reciclar a madeira está aqui, junto com a madeira nova. Eu quero que
você fique fora do caminho. Por que você não entra em casa um pouco para que eu
não tenha que me preocupar com você se machucar?

Ela pretendia entrar para usar o banheiro e preparar outra xícara de chá verde,
então assentiu e se virou para ele. — Eu irei.

Correndo as mãos sobre seu peito largo e músculos brilhantes, ela sorriu para
ele. — Se eu soubesse o quão sexy você ficaria destruindo minha varanda, eu teria
deixado você fazer isso semanas atrás.

Os lábios de Marshall se contraíram. — Besteira. Você não quer que façamos


isso agora, mas decidiu que não pode lutar contra todos nós.

292
— Não tenha tanta certeza disso. — Levantando-se na ponta dos pés, ela
beijou sua mandíbula. — Eu posso lidar com você, e certamente posso lidar com
meus irmãos.

Ela se abaixou novamente, passando um dedo pelo centro de seu peito. — Só


estou com medo de que, com a minha sorte, vocês três caiam da varanda e
quebrem as pernas. Então quem vai lavar minhas costas no chuveiro?

Marshall sorriu e estendeu a mão para passar a mão em seu rabo de cavalo. —
Eu ainda encontraria uma maneira de fazer isso. Você comprou esta casa por causa
da varanda, não é? — Não acostumada a ser tão fácil de ler, Talia encolheu os
ombros. — Na maioria das vezes. Eu também gosto por ser uma casa grande. Como
o rancho. Mas minha.

Marshall colocou a mão nas costas dela e a conduziu em direção aos fundos de
sua casa. — E você queria uma casa como o rancho onde você sentisse que
pertencia.

— Você sabe, é um pouco enervante que você veja tanto.

Esfregando suas costas, Marshall a guiou em torno de uma das pilhas de


madeira e em direção à porta dos fundos. — Passei muito tempo tentando descobrir
o que faz você funcionar. Minha visita ao rancho me fez entendê-la ainda mais.

Ele pegou a mão dela e a guiou até à porta dos fundos, estendendo a mão para
abri-la. — O rancho é todo de madeira escura, e você pinta todos os cômodos de sua
casa de branco. Muitas janelas para que a luz possa entrar.

Levantando-a, ele a colocou de pé dentro da cozinha. — Eu entendo você,


Talia. Também entendo que é importante para você garantir que não estamos

293
fazendo isso por obrigação. Nós poderíamos, mas não estamos. Já tínhamos
decidido que você é a mulher para nós.

Seus lábios se contraíram. — Mas também entendemos que você nunca


acreditaria em nós. Então, decidimos ser pacientes. Aprender sobre Manny nos
deixa ainda mais desconfiados das intenções de Emily. Ela não é quem pensávamos
que era e, depois de conhecê-la, percebemos que ela era completamente errada
para nós. Ela não tinha sua força. Ela precisava saber sobre Sid e veio atrás de nós
porque queria vingança. Ela era desonesta, e a verdade é que não prestamos
atenção o suficiente para notar. Isso é por nossa conta.

Odiando que ele ainda se culpasse, ela sorriu para ele e correu os dedos por
seu cabelo úmido. — Eu também te conheço, Marshall. Mesmo que você não a
amasse, você se importava com ela.

Marshall se endireitou e suspirou. — Nós nos importavamos com a mulher que


pensávamos que ela era.

Agachando-se, ela olhou em seus olhos. — E se eu não for a mulher que você
pensa que sou?

Balançando a cabeça, Marshall deu um meio sorriso novamente. — Baby, nós


conhecíamos o tipo de mulher que você é antes mesmo de nos envolvermos com
você. Achou que não podíamos ver a dor em seus olhos? Você achou que não
podíamos ver a dor e sua necessidade de nos manter a distância emocional, mesmo
quando você nos provocava? Você nos queria, mas estava com medo de chegar
muito perto.

Talia respirou fundo e o soltou lentamente. — Você pode me culpar?

Ele olhou para os homens largando a lixeira. — Não. Não posso dizer que sim.

294
Erguendo o olhar para o dela novamente, ele inclinou a cabeça. — Mas
chegamos perto demais, não é?

— Sim. Chegaram. — Ciente dos homens enchendo o quintal e os olhares


curiosos de Joe e Carter enquanto eles jogavam as tábuas na lixeira, Talia suspirou e
encolheu os ombros novamente. — Isso me assusta.

— Eu também entendo. — Marshall começou a fechar a porta em voz baixa. —


Me assustou muito também, quando percebi que já tinha me apaixonado por
você. Fique dentro de casa até resolvermos as coisas aqui.

Ele fechou a porta, deixando Talia olhando para ele enquanto se afastava,
tirando as luvas do bolso e colocando-as novamente.

Engolindo em seco, ela sorriu através das lágrimas, divertida que a declaração
silenciosa de amor de Marshall tinha mais poder do que as afirmações mais
selvagens de Allen jamais poderiam ter.

Ela se virou, com o coração na garganta quando se viu olhando para o cano de
uma arma.

Vestido com os mesmos macacões azul-escuros dos homens que trouxeram a


lixeira e a lenha, o intruso a princípio parecia ser um homem, mas logo ficou claro
que era uma mulher.

A mulher tirou o chapéu, revelando uma massa de cachos escuros. — Ele está
mentindo, você sabe. Ele me amou. Todos eles amaram. Quando eles pensaram que
eu me matei, eles se desfizeram.

A mulher na frente dela se aproximou, tocando o cano da arma no peito de


Talia, suas feições, que poderiam ser atraentes, feias quando contorcidas de raiva.

E loucura.

295
Seu sorriso frio enviou um calafrio por Talia. — Eu os quebrei. Manny, entre
aqui.

A respiração de Talia prendeu quando seu perseguidor apareceu. — Você!

A mulher pressionou o cano da arma contra o peito de Talia. — Não se


preocupe com ele. Olhe para mim!

Querendo saber se ela estava sonhando, Talia piscou. — Emily?

A outra mulher sorriu. — Sim. Esta sou eu. Eu planejava sequestrar você, mas
não consegui chegar perto o suficiente até agora. Tirar você daqui seria impossível
com todos aqueles homens lá fora, e atirar em você não me daria o que eu quero.

Talia respirou fundo quando seu perseguidor pegou suas mãos e as puxou para
trás, pensando em nada mais do que manter seu bebê seguro. — O que é que você
quer?

Manny apertou seus pulsos com força e os prendeu dolorosamente com fita
adesiva. — Queremos Sid!

— Cale-se. Tape sua boca. Ela sabe que se gritar agora, vou matá-la e a
qualquer um que entre para salvá-la. Mas assim que partirmos, precisamos de
tempo para fugir.

Talia tentou separar as mãos, mas Manny colocou a fita adesiva com
força. Emily a forçou a se sentar em uma das cadeiras da cozinha. — Prenda as
pernas dela na cadeira.

Segurando a arma na têmpora de Talia, Emily se inclinou perto, o gelo em seus


olhos lembrando Talia de seu pai. — Diga a Marshall, Joe e Carter que posso entrar
em contato com você a qualquer momento. Diga-lhes que eles têm uma semana
para libertar Sid. Se não o fizerem, vou matá-la. Já que eles não se sentirão mais

296
culpados por me matar, eles podem se sentir culpados por fazer você morrer
porque eram cegos e estúpidos demais para ver a verdade. Diga-lhes que eu só os
fodi para chegar perto deles. Para fazê-los pagar.

Assim que Manny terminou com as pernas, Emily guardou a arma e


rapidamente colocou o chapéu novamente, empurrando o cabelo para dentro para
escondê-lo. — Os bastardos não estavam por perto o suficiente para eu pegá-los do
jeito que eu queria, mas isso vai ser ainda melhor. Uma semana, vadia, ou você
morre.

Uma vez que ela ouviu a porta da frente fechar atrás dela, Talia respirou fundo
várias vezes, cheia de uma sensação de irrealidade.

Ela não se machucou, mas precisava se libertar.

Ela sabia que eventualmente alguém iria entrar e encontrá-la, mas ela não
podia apenas sentar e esperar.

Além disso, Manny e Emily poderiam voltar a qualquer momento.

Ela pensou em se jogar de lado, quase certa de que sua cadeira bamba iria
quebrar, mas temeu que isso machucasse o bebê.

Ela puxou a fita em seus pulsos novamente, mas não conseguiu fazê-la se
mover. O pânico começou a se instalar e ela lutou contra ele, sabendo que sua vida
e seu bebê dependiam de manter-se fria.

Respirando pesadamente, ela lutou contra as lágrimas e lentamente tirou o pé


direito da bota.

Pareceu levar uma eternidade, a possibilidade de Emily voltar correndo para a


casa e ser pega aterrorizante.

297
O som da porta da frente se abrindo novamente a deixou totalmente
em pânico, e ela tentou gritar e correu para soltar o outro pé.

— Querida? Você está bem? Que porra é essa?

O som da voz de Carter a reduziu a soluços, e ela virou a cabeça com o barulho
de pés calçados com botas, o olhar de horror em seu rosto embaçado.

Ajoelhando-se na frente dela, ele fez uma careta enquanto tirava a fita de sua
boca. — Querido Deus! O que diabos aconteceu? Quem fez isto para voce?

A fúria em seu tom estabeleceu algo dentro dela, a sensação de estar segura
mais uma vez produzindo mais soluços. — Manny. — Ela prendeu a respiração
quando ele puxou uma faca e cortou a fita em seus pulsos e ao redor de seu outro
pé com bota e a pegou, segurando-a contra seu peito.

— Manny?

Inclinando-se para trás, ela olhou em seus olhos, a combinação de raiva e


preocupação tingida de confusão.

Respirando fundo, ela levou a mão ao queixo. — E Emily. Ela está viva, Carter, e
ela não terminou com vocês.

***

Marshall caminhou pela cozinha, as horas desde que Carter saiu de casa com
Talia, ainda usando fita adesiva e apenas uma bota, as bochechas molhadas de
lágrimas, não fazendo nada para enfraquecer sua raiva.

Seu medo.

298
Eles a levaram para o hospital para ser examinada, voltando para descobrir que
seus irmãos e os Madisons terminaram a varanda em sua ausência, com a ajuda de
Boone e Chase Jackson.

Eles derramaram sua própria raiva na varanda de Talia, e ver sua felicidade
quando eles voltaram para casa tocou cada um deles.

Sloane, Cole, Brett, Boone e Chase tinham saído mais de uma hora antes.

Ace se serviu de mais uma xícara de café. — Eu sabia que havia algo errado
com aquele acidente. O fogo estava muito quente. Havia um acelerador que não
devia estar lá. Queimou tudo, até mesmo seu DNA. Eu odeio merdas inexplicáveis.

Gabe compartilhou um olhar com Marshall. — Sim. Algo estava errado, mas
nunca tivemos nada de concreto.

Endireitando-se, Ace suspirou. — Eu tive um agente do FBI investigando


isso. Agora sabemos com certeza que não foi Emily. Ainda não sabemos quem foi.

Gabe compartilhou um olhar com seus irmãos. — Suspeitamos que ela era
Cynthia Orwell. Há um vídeo de vigilância de Manny pegando-a em um bar na noite
anterior ao acidente. Mesmo tamanho e construção de Emily.

Ace franziu a testa, estreitando os olhos. — Ainda não consigo acreditar que
não sabia que Talia tem três irmãos, mas agora outra coisa me ocorreu. Gabe? Seria
Gabriel Brighton, o Diretor do FBI?

Gabe sorriu e inclinou a cabeça. — Seria.

Permitindo um pequeno sorriso, Ace cruzou os braços sobre o peito. — Por


acaso você não conhece uma Agente Price, não é?

299
Levantando uma sobrancelha, Gabe se encostou na parede, tomando seu café
e trocando um olhar com Marshall. — Quem você acha que a enviou? Tally me ligou
e disse que você precisava de ajuda, então eu a enviei.

Balançando a cabeça, Ace baixou os braços e pegou seu café. — E agora eu


entendo por que a Agente Price tem sido tão complacente.

— Você vai descobrir que há muito pouco que qualquer um de nós não faria
por nossa irmã.

Marshall olhou para o teto, sabendo que Carter estaria cuidando de Talia
enquanto ela tomava um banho longo e quente. — Fomos estúpidos, e Talia é quem
paga por isso. Por que diabos ela não veio atrás de nós ?

Joe estava com os braços cruzados sobre o peito, o rosto ainda pálido. — Ela
está vindo até nós da maneira mais eficaz possível. Ela ficará ainda mais
determinada a machucar Talia se Emily descobrir que ela está grávida.

— Eu quero que ela venha para o rancho conosco. — Ben pôs o café de lado e
serviu-se de uma dose da garrafa de uísque sobre a mesa. — Ela estará segura lá.

— Não. — Marshall não podia suportar a ideia de Talia estar longe dele. — Nós
podemos protegê-la.

Ben levantou uma sobrancelha para isso. — Como você fez esta tarde? —
Marshall prendeu a respiração com o golpe.

Chase franziu a testa. — Ben! Estávamos todos aqui.

Esfregando os olhos, Ben suspirou. — Eu sei. — Ele encontrou o olhar de


Marshall. — Sinto muito. Eu sei que você deve se culpar por isso.

Marshall não tinha pensado em outra coisa. — Eu culpo.

300
Ben se inclinou para a frente e envolveu a xícara de café com a mão. — Nada
disso é sua culpa. Sei que você morreria para manter Tally segura, mas devo admitir
que me sentiria mais seguro se ela estivesse no rancho. Eu odeio ter isso fora do
meu controle.

Marshall sorriu fracamente. — Posso entendê-lo. — Ele se acalmou quando


Talia reapareceu, vestida com um par de shorts de algodão e uma de
suas camisetas, uma calma gelada tomando conta dele. — Agora que entendemos o
que estamos enfrentando, ela não ficará fora de nossas vistas novamente.

Talia piscou, parando na porta, seus olhos piscando com incerteza. — Marshall,
foi um golpe de sorte. Quem poderia imaginar que alguém entraria sorrateiramente
em casa quando tantas pessoas estavam por perto? Inferno, nós nem sabíamos que
ela estava viva, muito menos dando as ordens.

— Eu deveria ter sido mais vigilante. Abri a porra da porta e coloquei você
dentro com aqueles dois. — Marshall lamentou que seu tom gelado assustasse
Talia, mas seu amor por ela permitiu que ele subestimasse Emily.

A culpa por Emily o manteve longe de Talia por muito tempo, e saber que Emily
iria machucá-la para se vingar dele e de seus irmãos aumentaram sua culpa.

— Sabíamos que algo estava errado, mas a emoção nos cegou para a
verdade. Não vai acontecer de novo.

Se Emily machucasse Talia e seu filho não nascido por causa dele, seria uma dor
que ele nunca superaria.

301
CAPÍTULO VINTE E CINCO

Deitada ao lado de Marshall, Talia olhou para ele sob o luar fraco que entrava
pelas cortinas mal abertas, a tensão no ar tornando difícil respirar. — Aconteceu
alguma coisa?

— Não. — Envolvendo um braço em volta dela, ele a puxou para perto para
colocar a cabeça dela em seu ombro. — Vá dormir.

— Você está preocupado.

— Só pensando.

— Oh? Bem, você está pensando tanto que não consigo dormir.

Seus lábios tocaram seu cabelo. — Me desculpe, querida. Você e o bebê


precisam dormir.

Compreendendo-o, Talia se recostou contra ele. — É estranho saber que ela


ainda está viva.

Com um suspiro, Marshall rolou de costas, apoiando a cabeça no antebraço


grosso. — Para dizer o mínimo.

Talia se virou para ele, apoiando o queixo em seu peito. — E você já está se
sentindo culpado pelo que eles fizeram comigo. Tenho uma pequena notícia para
você, Marshall. Se eles conseguirem me matar e você se sentir culpado, eu vou
assombrá-lo.

Marshall enrijeceu e sentou-se abruptamente, puxando-a contra ele e


enterrando o rosto em seu cabelo. — Não! Nem pense nisso! Ela é louca pra caralho

302
e se alguma coisa acontecer com você... — Ele ergueu a cabeça para olhar para ela,
o terror em seus olhos a atordoando. — Não é nada para brincar.

Passando as mãos pelos ombros dele, ela sorriu para ele, na esperança de
acalmar seus temores. — Baby, eu não tenho intenção de deixar aquela vadia tirar o
melhor de mim e eu sei que você, Joe, e Carter também não. Vou tomar cuidado. Eu
prometo. Tenho muito pelo que viver.

Seus olhos brilharam. — Estou feliz que você perceba isso.

Ela tocou os lábios nos dele, emocionando-se quando os braços dele se


fecharam ao redor dela. — Eu não gosto de ver você com medo.

— Baby, a ideia de algo acontecendo com você ou o bebê me apavora.

Ela podia ver em seus olhos.

Ela podia ouvir em sua voz.

Segurando sua mandíbula, ela montou nele. — Eu sei disso. Também sei que
você precisa ficar atento. Medo, culpa e raiva estão turvando sua visão. Isso não é
como você. Você é legal e metódico. Não deixe essa vadia bagunçar você. Ela não é
nada mais do que qualquer criminosa que você persegue. Ela não é ninguém. Por
favor. Não a torne mais importante do que ela é. Minha vida e a vida do nosso bebê
dependem de você ser o durão e frio que era quando chegou aqui.

Ele sorriu, passou um braço em volta dela e a abaixou de volta para a cama ao
lado dele. — Aquele homem mudou quando conheceu você.

— Mude-o de volta. Eu preciso dele.

— Sim, senhora. — Marshall deitou-se, segurando-a contra ele. — Agora vá


dormir. — Ele riu baixinho e beijou seu cabelo. — Cristo, você me entende.

303
Fechando a mão sobre o antebraço segurando-a no lugar, ela suspirou. — Eu
conheço o sentimento. Você entende coisas sobre mim que eu nem mesma
entendia.

Ela não sabia se era porque ela viu seu medo, ou porque ela o amava, ou
porque era mais fácil falar na escuridão, mas Talia confidenciou uma verdade que
ela só percebeu recentemente. — Você me faz ver coisas sobre mim através dos
seus olhos. Nem sempre é confortável, mas mostra que você me entende. E você
ainda me ama.

Marshall a rolou de costas e se inclinou sobre ela. — Quanto mais eu aprendo


sobre você, mais eu te amo. Joe e Carter também percebem, mas estão
preocupados demais em assustar você para falar.

Ela sorriu para ele, hipnotizada pelo brilho em seus olhos. — E você não?

Ele se curvou para tocar seus lábios nos dela. — Você é forte o suficiente para
aceitar a honestidade e se eu te assustar, com certeza sei como rastreá-lo.

Ele se moveu sobre ela, separando suas coxas e afundando nela. — Você não
parece capaz de se estabelecer e descansar o que precisa. Talvez eu possa fazer algo
para ajudá-la a dormir.

— Talvez você possa. — Envolvendo as pernas ao redor dele, ela cravou os


calcanhares em seu traseiro apertado, prendendo a respiração quando ele se retirou
e mergulhou fundo novamente. — Parece que você está à altura da tarefa.

Deslizando a mão sob seu traseiro, ele a ergueu em suas estocadas, apoiando
seu peso em seu outro cotovelo. — Com você, baby, estou sempre pronto para a
tarefa.

304
Ele a tomou com uma possessividade que parecia muito mais intensa do que
antes, como se quisesse se imprimir nela.

Usando seus braços para se apoiar e manter seu peso longe dela, ele a segurou
com uma mão sob seu traseiro e a outra segurando sua nuca, seus movimentos
lentos e constantes enquanto a tomava.

Cercada por músculos excepcionalmente tensos, ela inclinou a cabeça para trás
para procurar suas feições, sem fôlego de prazer. — Está custando a você se
conter. Você não precisa, sabe.

Curvando-se para saborear seus lábios, Marshall gemeu, tão sem fôlego. — Eu
preciso fazer isso durar. Eu não posso perder você, baby.

Tocada com o carinho em suas palavras, Talia o beijou de volta. — Eu não estou
indo a lugar nenhum. Prometo.

Ele mergulhou fundo e começou a se mover mais rápido, enviando os dois para
fora da borda.

Com a mão em seu traseiro, ele rolou de costas, envolvendo-a sobre seu corpo,
ambos respirando pesadamente. — Estou prendendo você essa promessa.

Ouvindo o som de seu coração batendo sob sua orelha, Talia sorriu com a
sonolência em sua voz. — Faça isso, querido.

***

Talia acordou da vez seguinte para encontrar Joe enrolado em volta dela por
trás, sua mão espalmada protetoramente sobre seu abdômen.

305
Estendendo a mão, ela sentiu o lugar vazio à sua frente onde Marshall havia
dormido, sorrindo ao descobrir que ainda estava quente.

Ela se lembrou da semana que tivera, treinando os dois novos delegados que
Ace havia contratado, Derek Anstrom e Mark Stevens, com suas funções de
despachantes.

— Você está bem, querida?

Talia sorriu, sem surpresa por ele saber que ela estava acordada. — Estou
bem. Só estou pensando em Derek e Mark.

— Oh? — Ele parou atrás dela antes de levantá-la para rolá-la de costas e
inclinar-se sobre ela. — O que tem eles?

Forçando um sorriso, Talia estendeu a mão para correr os dedos sobre o cabelo
desgrenhado que pendia sobre sua testa. — Sei que na maior parte do tempo eles
vão trabalhar como deputados, mas passei a semana toda treinando-os para o meu
trabalho. Eu sinto que vou ficar sem emprego em breve. Provavelmente deveria
passar o dia trabalhando no meu currículo.

Ele se curvou para tocar seus lábios nos dela, passando a mão por sua
barriga. — Ace já disse a você que seu trabalho está seguro. Quando você o
conheceu mentindo?

Talia suspirou. — Nunca, mas…

Seus olhos se estreitaram, a raiva neles evidente, apesar de seu sorriso


forçado. — Entre o tiro de Alison e Emily e Manny, Ace quer mais deputados. E
vamos ter um bebê. Temos muito a proteger aqui, e você sabe como ele se sente
sobre proteger Desire.

306
— Sim. — Ela não pôde deixar de sorrir. — Eu até vi a agente Price e seus
homens pela cidade.

Rindo, Joe deslizou a mão mais para cima para acariciar seu seio por dentro da
camisola. — Sim, Ace ainda não consegue acreditar que não sabia sobre Gabe, e
ele realmente não consegue acreditar que você escapou dele.

Talia encolheu os ombros. — Ele precisava de ajuda para encontrar o homem


que estava atrás de Rachel e queria ligar para o FBI para obter informações. Acabei
por avisar Gabe.

— Isso você fez. — Levando a mão ao cabelo dela, ele estudou suas feições. —
Você está bem?

— Estou bem. — Empurrando as cobertas de lado, ela se sentou. — Não finja


que você não sabe o que é hoje. Já se passou uma semana desde que ela deu a
vocês uma semana para libertarem seu meio-irmão. Quando você acha que vamos
ter notícias dela?

Joe suspirou e caiu de costas novamente. — Não sei. Há muitas pessoas


procurando por ela, mas ela deve estar usando uma identidade falsa. É difícil usar
seu próprio nome quando você foi declarado morto. Não se preocupe. Não vamos
deixá-la chegar até você.

Talia deslizou da cama. — Não estou preocupada com isso. Eu gostaria de ter
lutado com ela, mas estava preocupada com o bebê. Estou mais preocupada,
porém, em como a ressurreição dela afetou você. Eu sei que todos vocês disseram
que a superaram, mas eu sinto que ela está pendurada lá. Cristo, estou de mau
humor. Hormônios e fome. — Ela desapareceu no banheiro, fechando a porta atrás
dela.

307
Joe piscou, surpreso com a mudança de humor dela. — Talia! Droga, Talia, ela
não significa nada para nós!

Ele saltou da cama e foi atrás dela, sem surpresa quando Carter veio subindo as
escadas, arma em punho.

Segurando sua arma com as duas mãos e apontada para baixo, Carter olhou
para Joe interrogativamente. — O que aconteceu?

Balançando a cabeça, Joe tentou apertar o botão, enervado ao descobrir que


estava trancado. — Baby, abra a porta.

Em vez de responder, Talia ligou o chuveiro.

Guardando sua arma, Carter se endireitou. — O que está acontecendo?

— Não sei. Talia disse algo sobre se perguntar como a ressurreição de Emily
nos afetou.

— Eu não acho que ela faça. Na verdade. Já conversamos sobre isso, mas ouvi o
fim da sua conversa. — Carter franziu a testa e gesticulou em direção à maçaneta. —
Pegue o cadeado. Vamos falar com ela novamente.

— Não. — Joe suspirou e voltou para o quarto. — Precisamos dar-lhe algum


espaço.

Carter soltou um suspiro. — Sim. Você está certo. Vamos deixá-la sozinha um
pouco. Acho que a pressão está afetando todos nós. Vou ficar feliz quando essa
merda acabar.

Joe voltou para a cama, esperando que Talia reaparecesse. — Não consigo
superar a aparência dela quando você a trouxe depois que Manny e Emily estiveram
aqui. Eu quero envolvê-la em algo macio e segurá-la para ter certeza de que
ninguém pode machucá-la novamente.

308
Ele passou a mão pelo cabelo. — Eu sei que o médico disse que ela estava bem,
mas ela estava tremendo. Chorando. Não posso deixar de me sentir responsável por
isso. Eu preciso que ela esteja segura. Preciso que o bebê esteja seguro. Eu amo
tanto os dois que me assusta como o inferno. — Levantando seu olhar para o de
Carter, ele se sentou para a frente. — Se ela perder aquele bebê, fará o possível
para se livrar de nós.

— Não vamos deixar nenhuma dessas coisas acontecer. — Carter fez uma
careta. — Emily já nos custou muito. Eu serei amaldiçoado se eu deixar ela nos
custar mais alguma coisa.

***

Talia passou o dia lavando roupa, ciente de que Joe a observava de perto e
nunca estava longe dela.

— Você está bem?

— Estou bem. — Ela jogou o lençol sobre a cama. — Pegue o outro lado.

— Eu não gosto de ver você chateada. — Joe foi para o outro lado da cama e
ajustou o lençol no canto. — Não é bom para você e não é bom para o bebê.

— Eu não estou chateada. Estou impaciente para que isso acabe. O bebê e eu
estamos bem. Eu só quero continuar com minha vida.

— Nossas vidas. — Ele prendeu o outro canto no lugar e deu a volta na cama
para o lado dela, agarrando-a pelos braços e erguendo-a até a ponta dos pés. — Eu
sei que você acha que o fato de Emily ainda estar viva mudou as coisas, mas a única
coisa que mudou foi nos fazer perceber o quão vadia ela é conivente.

309
Quando o celular de Joe tocou, Talia olhou para ele e ajustou o último canto. —
Provavelmente é Lucas de novo. Ele enlouquece quando estamos lá em cima e não
pode nos ver.

— Esses monitores estão lá embaixo apenas até isso acabar. Ainda lamentamos
ter desligado os monitores externos quando estávamos trabalhando na varanda.

Sentindo-se como se estivesse morando em um aquário, Talia terminou de


fazer a cama e foi embora, deixando Joe falando em seu telefone celular.

Ela desceu as escadas, olhando para o monitor na cozinha com o conhecimento


de que Lucas, Devlin ou Caleb provavelmente estariam assistindo.

Ela foi até à geladeira para pegar o assado que queria fazer para o jantar na
nova panela de barro, curvando-se para pegá-lo na prateleira.

Assim que ela se curvou, a janela da cozinha explodiu.

Ela gritou quando uma chuva de vidro caiu sobre ela, derrubando o assado e
caindo para trás. — Que diabos?

Ouvindo o som de pés com botas descendo as escadas, ela começou a se


levantar, apenas para ter Joe aparecendo ao seu lado. — Fique abaixado!

Ele cobriu o corpo dela com o dele, apontando a arma para a porta dos
fundos. — Você bateu, baby?

— Não, mas sai de cima de mim. Estou deitada no vidro.

— Merda. — Joe a ergueu contra ele, mantendo-se de costas para a janela


enquanto fechava a porta da geladeira com um chute e a fazia sentar do outro lado
dela. — Não se mexa, porra.

Ele beijou seu cabelo antes de se afastar novamente para se agachar no centro
da cozinha com sua arma em punho.
310
O que aconteceu a seguir pareceu acontecer em um instante.

A porta da frente se abriu de repente e Joe girou, apontando a arma naquela


direção no momento em que um tiro foi disparado, seguido por outro, e a porta dos
fundos bateu contra a parede.

Outro tiro foi disparado e, com um grunhido, Joe girou em direção à porta dos
fundos no momento em que Emily entrou, disparando contra ele.

— Não! — Sentindo-se como se tivesse entrado no meio de um pesadelo, Talia


se levantou e correu em direção a Joe, horrorizada ao ver que a frente de sua
camisa agora estava coberta de sangue.

Joe se levantou ligeiramente, desajeitadamente, empurrando-a para trás


enquanto atirava novamente.

O olhar de choque no rosto de Emily registrado antes de Talia ver o buraco


aparecer no centro de sua testa.

Joe gemeu e passou os braços ao redor dela, achatando-a sob ele. — Vos
amo. Vou desmaiar. — Ele pressionou a arma em sua mão antes de fazer
exatamente isso.

***

Marshall pisou fundo no freio na frente da casa com tanta força que seu veículo
derrapou, seu coração batendo quase fora do peito. Jogando-o no estacionamento,
ele saltou para fora, a visão da porta da frente aberta e um corpo deitado de bruços
dentro dela o enchendo de pavor e um medo diferente de tudo que ele já sentiu
antes.

311
Ele não se lembrava de sacar sua arma, mas a segurou apontada à sua frente
enquanto se forçava a se mover lentamente em direção à varanda.

Carter saltou do SUV e correu para o lado dele, a arma na mão. Em sua visão
periférica, ele viu Ace, Lucas, Caleb e Linc circulando para as traseiras de cada lado
dele.

Devlin veio por trás deles, sua arma também desembainhada. — Vi no


monitor. Atirou pela janela da cozinha. Talia caiu. Não fiquei para ver o resto.

Marshall olhou para o corpo no chão à sua frente, reconhecendo Manny


imediatamente. Ele chutou a arma para longe, deixando Carter para ver se o homem
estava morto antes de avançar, com o coração na garganta por causa do silêncio
mortal.

Devlin tocou seu ombro e se abaixou. — Mulher na porta dos fundos.

Marshall mal conseguia respirar quando o som de choramingos chegou a seus


ouvidos. — É ela?

— Não posso dizer. Eu o tenho coberto. Vai.

Marshall correu o resto do caminho para a cozinha, sabendo que a visão que o
saudou iria assombrá-lo em seus sonhos.

Joe estava deitado de bruços no chão, uma poça de sangue ao redor dele.

Um batimento cardíaco depois, ele percebeu que uma arma estava apontada
para ele, a mão segurando-a tremendo.

— Talia!

Apenas seus olhos e sua mão eram visíveis.

312
Aparentemente, seu irmão a cobriu completamente antes de
desmaiar. Colocando sua arma no coldre, Marshall correu para o lado de Joe e Talia,
orando como ele nunca orou antes.

De algum lugar atrás dele, Devlin soltou um suspiro. — Esta é Emily. — Ele
ouviu as vozes dos outros homens como se estivessem à distância, pegando a arma
de Talia e pegando sua mão na dela. — Calma, baby. Estamos aqui. Nós pegamos
você.

— Joe não está se movendo. Marshall! Por favor! Ajudem-no. Por favor, Deus,
não o deixe estar morto!

Com o coração batendo furiosamente, Marshall ajudou Carter a tirar Joe de


Talia e colocá-lo em suas costas, ouvindo com meio ouvido enquanto Ace chamava
uma ambulância.

Lucas veio por trás dele, ajudando-o com as pernas de Joe. — Ninguém mais
por perto. Muito corajoso pra caralho.

Uma vez que Joe foi movido para o lado, Talia, coberta de sangue, saltou para
ele. — Marshall!

Pegando-a, Marshall segurou. — Baby, você está ferida?

— Não. É o sangue de Joe. — Liberando Marshall, ela se ajoelhou ao lado de


Joe enquanto Carter e Linc lutavam para parar o sangramento.

Inclinando-se sobre o rosto de Joe, ela o beijou. — Acorde! Não se atreva a


morrer em mim! Eu juro, se você morrer, vou chutar o seu traseiro! Eu nunca vou
falar com você de novo! Joe Garrison, está me ouvindo?

Joe gemeu e abriu um olho. — Inferno, querida, todos podem ouvir você. — Ele
olhou para Marshall. — Talia está bem?

313
Marshall forçou um sorriso. — Eu penso que sim. Vou mandar checar. — Joe
fechou os olhos novamente. — Eu peguei?

Carter pressionou uma toalha de cozinha contra o lado de Joe enquanto Linc
amarrou outra ao redor do braço de Joe. — Pegou. Ambos estão mortos.

Joe abriu um olho novamente, parecendo ter problemas para se concentrar em


Talia. — Eu disse que tinha esquecido dela. — Ele gemeu novamente e olhou para
Carter. — Eu caí com força sobre ela.

Carter acenou com a cabeça, seus lábios apertados. — Nós a pegamos. Apenas
se preocupe com você mesmo.

Talia enxugou as lágrimas de seus olhos, espalhando o sangue de Joe em sua


bochecha. Curvando-se sobre ele, ela pressionou os lábios em sua bochecha. — Eu
também te amo. Você tem de melhorar logo. Você tem um bebê a caminho e se
acha que está perdendo a chance de trocar fraldas, está louco!

Joe não abriu os olhos, mas seus lábios se contraíram antes de desmaiar
novamente.

314
CAPÍTULO VINTE E SEIS

Uma vez no hospital, eles apressadamente empurraram um Joe inconsciente


para longe, deixando Talia chorando e olhando para ele. — Ele me salvou.

Marshall a carregou para dentro, balançando a cabeça quando um atendente


com uma maca correu em direção a eles. — Eu sei, baby.

— Ele não pode morrer.

O soluço dela partiu seu coração.

Compartilhando um olhar com Carter, ele seguiu a enfermeira do pronto-


socorro pelo corredor até uma sala. — Ele não vai morrer, baby. Ele foi baleado na
lateral e no braço. Os paramédicos disseram que ele deve ficar bem.

— Não deveria ser bom o suficiente.

Aliviado por ela ter parado de soluçar, ele a colocou gentilmente na mesa,
olhando para Carter, que se moveu para ficar do outro lado dela. — Estabeleça-
se. Ficar chateada não é bom para você ou para o bebê.

— Eu disse a ele que o amo.

Carter estendeu a mão para puxar o elástico de seu cabelo, sacudindo os


pedaços de vidro. — Eu sei querida. Nós ouvimos você.

Ela piscou para conter mais lágrimas. — Eu amo vocês dois também. —
Estendendo a mão, ela segurou a mandíbula de Marshall e depois a de Carter. — Se
algo tivesse acontecido…

Marshall enrijeceu, o horror ainda muito recente para falar. — Não funcionou.

315
Balançando a cabeça, ela fungou, seus olhos se enchendo de lágrimas
novamente. — Vocês nunca teriam sabido o quanto eu amo vocês. Jesus, isso é
assustador.

Ela baixou as mãos novamente, parecendo ver pela primeira vez que ainda
estavam cobertas com o sangue de Joe. — Vocês poderiam me machucar tanto.

Carter passou um punhado de toalhas de papel sob a torneira e começou a


lavar as mãos. — Nós nunca te machucaríamos.

— Mas vocês poderiam. — Observando-o limpar as mãos dela como se


estivesse em transe, ela se inclinou para ele. — Eu sei que vocês poderiam. Eu não
queria te dizer que te amo porque estava com medo.

Erguendo o queixo, Marshall sorriu, tentando não mostrar seu medo por
Joe. — E agora você não está?

Ela encolheu os ombros, estremecendo. — Estou apavorada, mas tenho mais


medo de como minha vida poderia ser se eu não disser. — Ela corou e depois
empalideceu. — Não importa o que aconteça, esse bebê nos une para sempre. Só
espero que não estejamos cometendo um erro.

Marshall se abaixou, tocando seus lábios ternamente nos dela e olhando em


seus olhos. — Não estamos cometendo um erro. Nada disso é um erro.

— Mas você pensou que amava Emily.

Carter jogou as toalhas de papel na lata de lixo. — Nunca dissemos a Emily que
a amamos.

Marshall segurou uma das mãos dela. — Algo sempre me impediu. Eu não
poderia dizer isso, e eu realmente não pensei muito sobre isso até depois.

316
Ele sorriu e segurou a mão dela contra seu peito, precisando do contato. —
Com você, eu tive que me conter. Eu estava muito preocupado em assustar você.

Carter passou a mão pelo cabelo dela novamente. — Não nos assustamos
facilmente.

***

Joe acordou lentamente, levantando o braço para proteger os olhos da forte


luz do sol que entrava pela janela.

A janela do seu quarto.

Grogue, ele lutou para se sentar, piscando enquanto lutava para se


concentrar. Foi tudo um sonho?

O puxão em seu lado e latejante em seu braço o fez olhar para baixo para ver
que ambos estavam enfaixados.

Ele vestia nada além de boxers, sua calça jeans pendurada sobre a cadeira no
canto, suas botas bem posicionadas ao lado dela.

Ele esfregou os olhos, trazendo as coisas mais em foco e olhou para cima para
ver Talia caminhando pela porta. — Talia?

— Joe! Você está acordado! Já estava na hora.

Engolindo em seco, ele olhou para a foto que ela fazia vestida com outro dos
vestidos de verão de algodão que ela achava tão frescos e confortáveis, com os pés
descalços.

— Talia?

317
Franzindo a testa, ela lentamente se aproximou. — Joe, você está bem?

— Depende.

— Oh? De quê?

— Você está grávida?

Respirando um suspiro de alívio, ela sorriu. — Eu certamente estou.

Joe soltou um suspiro que não percebera estar prendendo. — Então estou
bem. Quando acordei aqui... — Ele balançou a cabeça, irritado com a tontura. —
Porque estamos aqui? Você nos expulsou de sua casa?

— Não. — Sentada na cama ao lado dele, ela passou a mão em seu braço ileso
e começou a enviar mensagens de texto. — Você se lembra do que aconteceu?

— Eu me lembro da casa, mas apenas alguns pedaços depois que fui


baleado. Pra quem você está digitando?

— Marshall e Carter. Eles queriam saber quando você acordasse.

Ele se virou, estremecendo quando estendeu a mão para espalhar a mão em


seu abdômen, seus olhos se estreitaram em preocupação. — Você está bem?

— Sim.

— Bom. — Com as costas da mão, ele afastou o telefone dela e a derrubou de


volta.

— Joe! Pare. — Rindo, ela empurrou seu ombro. — Você vai se machucar.

— Eu já estou sofrendo.

Com cuidado para não se mexer, ela estendeu a mão para afastar o cabelo de
sua testa. — Você acabou de voltar do hospital. Temos ordens estritas para mantê-
lo deitado.

318
— Foi por isso que você me drogou?

Rindo novamente, ela envolveu as pernas ao redor dele. — O médico deu


remédio para dor para que fosse mais fácil levá-lo para casa. Você prometeu se
comportar.

Apoiando seu peso em seu braço bom, ele se curvou para acariciar seu
pescoço. — Não me lembro de fazer nenhuma promessa maldita, especialmente
sobre como me comportar.

Carter riu da porta. — Eu me lembro claramente. Eles não podiam mantê-lo no


hospital. Você continuou tentando puxar o seu IV, e você não iria se deitar a menos
que Talia estivesse na cama com você.

Levantando a cabeça, Joe se virou para sorrir para seu irmão. — Isso soa como
eu.

Marshall empurrou Carter e segurou Joe pelos ombros, puxando-o para trás. —
Era. As enfermeiras não puderam chegar até você porque Talia estava no caminho,
mas toda vez que pediam para ela se mexer, você tentava tirar o seu soro e dizia
que estava saindo. Eles permitiram que o trouxessemos para casa com a condição
de que possamos mantê-lo instalado. Se você vai ser uma dor, você vai voltar.

Ele se aproximou, ficando no rosto de Joe. — Ela teve um susto, uma queda e
suas costas estão todas cortadas por causa de um vidro quebrado. Ela precisa ser
cuidada também.

— Jesus! — Joe estendeu a mão para ela. — Eu machuquei suas costas?

Ignorando as pontadas, Talia sorriu e se levantou para se ajoelhar ao lado


dele. — De jeito nenhum. — Ela correu os dedos pelo cabelo dele novamente. —
Por favor, não se mova muito. Você vai rasgar seus pontos.

319
Joe sorriu. — Quero você. — Pegando sua mão, ele ignorou as carrancas de
seus irmãos. — Se você ficar por cima, não vou me mover.

Ele baixou a mão para sua coxa, o calor de seu toque viajando todo o caminho
até sua fenda. — Então eu vou me comportar.

Ciente de que Carter e Marshall os observavam, Talia se inclinou sobre Joe,


com cuidado para não tocá-lo a não ser roçar os lábios nos dele, levantando-se
quando ele teria aprofundado o beijo. — Obrigada por me salvar.

Ele sorriu, alcançando sua bochecha. — De nada. Você me disse isso na


ambulância, não foi?

Ela sorriu, o horror da viagem angustiante no passado. — Você lembra.

— Eu me lembro muito. — Alcançando, ele acariciou seu seio através do


vestido de verão. — Você me disse que me ama.

Incapaz de conter um sorriso, ela olhou para Marshall e Carter. — Eu disse a


eles também.

Joe concentrou sua atenção em seu mamilo. — Você nos ama. Nós te
amamos. Você está carregando nosso bebê.

Talia passou a mão levemente sobre seu estômago plano, sua atenção para seu
mamilo e a vigilância de todos os três aumentando a tensão. — Isto me lembra. Por
que você me perguntou isso antes? Você achou que eu perdi o bebê? — Ela fez uma
pausa, erguendo o olhar para ele enquanto traçava a borda da bandagem do seu
lado. — Espere. Você não perguntou se eu ainda estava grávida. Você perguntou se
eu estava.

320
Ele enrubesceu ligeiramente e olhou para seus irmãos. — Quando acordei e vi
que estava no meu quarto, pensei ter sonhado tudo. Ainda bem que não. Agora me
ajude a tirar minhas boxers e me monte do jeito que você montou Marshall.

Carter riu e se afastou. — Mal posso esperar pela minha vez.

Marshall avançou e beijou seu cabelo. — Tome cuidado. Tanto de você. —


Deixada sozinha, Talia tirou a cueca boxer de Joe, envolvendo as mãos no pênis. —
Você vai ficar quieto?

Joe sorriu sedutoramente, seus olhos escurecendo de fome. — Isso depende


de você.

Talia escorregou da cama e, ciente de que ele a observava, lentamente tirou


sua calcinha, alcançando seu pênis novamente enquanto ela a jogava de lado. — Eu
farei minha parte.

Surpresa com sua própria confiança, ela puxou as cobertas completamente


para fora do caminho e se ajoelhou entre os joelhos dele. — Deite-se.

O pênis de Joe saltou em sua mão, seus olhos se estreitando em fendas


enquanto ele se apoiava nos cotovelos. — Estou assistindo. Isso vai ser bom.

Determinada a provocá-lo, Talia se esticou em sua barriga, observando seus


olhos enquanto ela corria a ponta de sua língua na parte inferior de seu pênis. Joe
gemeu, as mãos em punhos ao lado do corpo. — Muito bom. — Encantada com a
reação dele, ela fez isso de novo.

Achatando as mãos em suas coxas poderosas, ela respirou fundo, esperando


que soubesse o que estava fazendo.

321
Sentindo uma mão deslizar por suas coxas e por seu traseiro, ela deu um pulo,
olhando para cima quando a cama mudou quando Carter se acomodou contra a
cabeceira da cama do outro lado.

A mão em seu traseiro se moveu mais alto. — Vá em frente, baby. — Marshall


moveu seu cabelo de lado, colocando-o sobre a coxa de Joe.

Carter deslizou a mão pelo cabelo dela. — Estamos nisso juntos. Leve-o à boca.

Marshall deslizou a mão de volta para baixo em seu corpo novamente, as


pontas dos dedos roçando a parte de trás de suas pernas até os dedos dos pés. —
Carter, me dê o lubrificante.

Quando Carter jogou a pequena garrafa para Marshall, Joe agarrou a base de
seu pênis, direcionando a cabeça para sua boca. — Muito, muito bom.

Talia aceitou o desafio nos olhos de Joe, divertida e animada ainda mais
quando Joe e Carter gemeram ao vê-la tomando a cabeça do pênis de Joe em sua
boca.

Lutando para não se distrair com a sensação das pontas dos dedos de Marshall
deslizando de volta por sua outra perna, Talia tomou o pênis de Joe mais fundo.

Ciente de que Carter e Joe a observavam, ela começou a chupar suavemente,


afastando a mão de Joe e substituindo-a pela dela e movendo-a para cima e para
baixo como ele fazia.

Fechando as mãos em cada lado de sua cabeça, Joe gemeu novamente, seu
corpo rígido. — É isso aí, baby. Vá mais fundo. Porra. sim. Use sua língua.

Marshall fechou as mãos nas coxas dela. — Joe, feche as pernas.

322
Enquanto Marshall a levantava, Joe fechou as pernas, e quando Marshall a
abaixou novamente, ele colocou suas pernas em cada lado das coxas de Joe,
efetivamente separando suas pernas com sua bunda levantada.

Tremendo de nervosismo e antecipação, ela chupou com mais força, fechando


os olhos na tentativa de se concentrar.

Carter se abaixou para se ajoelhar ao lado de seus ombros e puxou seu cabelo,
envolvendo-o em seu punho. — Quero ver tudo e não queremos que seu cabelo
atrapalhe. Eu posso ver você chupando o pau de Joe enquanto Marshall trabalha
nessa bunda.

A grande mão de Marshall espalmou em sua bunda, seus dedos fortes


separando e levantando suas nádegas para expor sua abertura enrugada. — Se isso
não é bonito…

A sensação de vulnerabilidade por ter sua abertura mais privada exposta aos
olhares de Marshall e Carter enviou uma onda de luxúria através dela que a fez
dobrar seus esforços com o pênis de Joe enquanto apertava os músculos de suas
nádegas para fechá-los novamente.

Marshall passou um dedo lubrificado por sua abertura enrugada, fazendo-a


estremecer. — Você não achou que eu ia deixar você se fechar contra mim, não é?

Com um longo gemido, Talia pressionou seus pés contra as pernas de Joe,
tremendo em antecipação.

Ainda segurando seu cabelo, Carter a beijou de volta, evitando as


bandagens. — Esta é uma maneira de mantê-lo longe de suas costas.

323
Marshall pressionou contra sua abertura enrugada, deslizando um dedo bem
lubrificado dentro dela. — Eu preciso lubrificar você bem, baby. Eu vou pegar sua
bunda. Vou montar você enquanto você monta Joe.

Apenas o pensamento do pau grosso de Marshall dentro de sua bunda enviou


outro arrepio de luxúria através dela, sua boceta liberando mais de seus sucos.

Marshall começou a empurrar lentamente, e ela se encontrou movendo-se


com ele, deslizando a boca para cima e para baixo no pênis de Joe em ritmo com os
golpes lentos e regulares em sua bunda.

Marshall fez uma pausa, pressionando o dedo profundamente. — Vou usar


mais lubrificante e adicionar outro dedo. Continue trabalhando no pau de Joe.

Sua voz, profunda e crua com fome, vibrou sobre ela, adicionando prazer a ela.

Depois do horror que eles passaram, ela precisava desta vez com os três.

Ela precisava da intimidade e da segurança de saber que eles estavam ali e que
tudo voltaria ao normal.

A julgar pelos olhares em seus rostos e a fome em seu toque, ela suspeitou
fortemente que eles precisavam também.

O anel tenso de músculos não era páreo para a força dos dedos de Marshall.

Deslizando dois dedos generosamente lubrificados nela, Marshall a separou


ainda mais, fazendo seu traseiro queimar, a leve dor erótica e entorpecente,
provocando choro após choro desesperado dela.

Antes de conhecê-los, ela não tinha sonhado que tal prazer fosse possível. Joe
passou os dedos pelos cabelos dela e a olhou nos olhos. — Não a machuque.

Marshall separou os dedos ligeiramente. — Estou derramando lubrificante


nela. Levar um pau na bunda não foi projetado para ser confortável. Para garantir
324
que ela goste, é preciso paciência. É isso aí, baby. Relaxe esses músculos o máximo
que puder.

Correndo a língua para cima e para baixo no pênis de Joe, ela sentiu outro filete
de umidade correr por sua coxa, sua boceta apertando com tanta força que ela não
sabia se era lubrificante ou seus próprios sucos.

Seu clitóris estava inchado e pesado, a necessidade de fricção era


insuportável. Inclinando-se ligeiramente para o lado, ela tentou alcançá-lo para
aliviar a dor, mas Carter pegou a mão dela, levantando-a e depois a outra e
colocando no peito de Joe. — Segure nas mãos dela. Ela está tentando alcançar seu
clitóris.

Joe segurou suas mãos sobre seu abdômen, deixando seus cotovelos apoiados
na cama de cada lado dele, dando-lhe a força necessária para mover seu pênis.

Marshall torceu os dedos e os deslizou mais fundo, forçando seu traseiro a se


esticar para acomodá-los. — Essa é uma garota. Parece que Joe está no
limite. Carter, me dê a camisinha.

Afastando os dedos dela enquanto acariciava suas paredes internas com


lubrificante, Marshall se curvou para beijar sua bunda na bochecha. — Faz muito
tempo que estou ansioso por isso. Este parece o momento perfeito para isso. Acho
que todos nós precisamos disso.

Levantando-a pela cintura, Marshall a moveu com aparente facilidade sobre o


pênis de Joe. — Solte as mãos dela para que ela possa segurá-las em você.

Liberando suas mãos, Joe envolveu uma mão ao redor da base de seu pênis
novamente, guiando-o para sua boceta. — Ali.

325
Marshall a abaixou lentamente, empalando-a no pênis de Joe, centímetro por
centímetro grosso, centímetro de aço.

Curvando-se, ele acariciou seu pescoço, enviando tentáculos de calor a seus


mamilos. — Sente-se bem, baby?

Jogando a cabeça para trás em seu ombro, Talia percebeu pela primeira vez
que ele estava nu. — Deus, sim!

Ela apertou o cerco no pau de Joe, sua boceta liberando mais de seus sucos. —
Eu preciso gozar.

— E você irá. — Marshall espalmou a mão nas costas dela, de alguma forma
evitando os cortes enfaixados enquanto deslizava a outra ao redor dela para
acariciar seu seio. — Deite-se no peito de Joe. Vou encher sua linda bunda.

Joe pegou as mãos dela, seu olhar segurando o dela enquanto a abaixava para
seu peito. — Venha aqui, baby. Deixe Marshall entrar para que possamos levá-lo.

Respirando fundo quando sentiu Marshall se mover atrás dela, Talia virou a
cabeça para olhar para Carter. — Eu quero você também.

Carter sorriu, soltando seu cabelo. — Sim, senhora. — Afastando-se, ele tirou
as roupas, seu olhar captando a cena à sua frente.

Com uma mão na parte de trás de sua cabeça, Joe aliviou-a o resto do caminho,
segurando-a firmemente contra ele, seu pênis pulando dentro dela enquanto
Marshall pressionava a cabeça de seu pênis contra sua abertura enrugada. — Calma,
querida. Cristo, ela está tremendo loucamente.

Marshall fechou as mãos nas bochechas de sua bunda, separando-a ainda mais
enquanto forçava a cabeça de seu pênis dentro dela.

326
Tão grande como uma ameixa, ela se esticou amplamente, forçando um grito
dela enquanto suas paredes internas eram forçadas a se esticar para acomodá-lo. —
Oh, meu Deus.

Marshall fechou as mãos nos quadris dela. — Calma, baby. Eu não vou perder o
controle. Eu só irei tão fundo quanto você puder me levar.

Talia lutou para se adaptar à sensação de plenitude, o prazer entorpecente tão


intenso que ela se encontrou, golpe por golpe erótico de seus pênis, entregando-se
a ele.

E para eles.

Eles estabeleceram um ritmo que teve um pênis surgindo dentro dela


enquanto o outro se retirava, a fricção de seus pênis contra suas paredes internas
enviando ondas após ondas de prazer que a percorriam.

Sentindo a mudança na cama quando Carter se moveu para a cama e ao lado


dela, Talia abriu os olhos e se ergueu, apoiando as mãos nos ombros de Joe.

A sensação da mão de Joe em um seio enquanto Carter acariciava o outro


aumentou seu prazer ainda mais.

Sua boceta e bunda apertaram incessantemente na invasão dupla, cada onda


de prazer e cada golpe de seus pênis a empurrando implacavelmente em direção ao
limite.

Carter agarrou seu pênis, deslizando a mão em seu cabelo para guiá-la
enquanto ela abria a boca para levar seu pênis para dentro antes de focar sua
atenção em seu seio novamente. — Oh sim. Você tem três pênis dentro de você,
querida.

327
Seus gemidos e grunhidos de controle e prazer a fizeram se sentir como uma
deusa, o conhecimento de que ela os agradava tanto quanto eles a lançavam em um
mundo de prazer erótico diferente de tudo que ela poderia ter imaginado.

Marshall e Joe a moviam em seus pênis, movendo-a para a frente e para trás
de uma forma que também movia sua boca no pênis de Carter.

O aperto de seus dedos em seus mamilos enviou um calor incandescente para


sua fenda, forçando seu corpo a apertar os pênis de Joe e Marshall em reação.

Carter gemeu. — Ela gostou disso.

Marshall deslizou mais fundo, seu pau grosso como aço quente abrindo
caminho dentro dela. — Fácil. Seus mamilos estão ainda mais sensíveis agora.

Carter fechou os dedos sobre o mamilo novamente, rindo quando ela gritou ao
redor de seu pênis. — Eles com certeza estão. Droga, ela é tão gostosa.

Joe gemeu e se moveu mais rápido, suas feições tensas. — Goze comigo, baby.

Marshall recuou ligeiramente. — Carter?

Com uma mão em seu cabelo e a outra em seu seio, Carter passou o polegar
por sua bochecha. — Eu quero gozar em sua boca.

Talia acenou com a cabeça, querendo a sensação de todos os três de seus


amantes gozando com ela.

Ela doía por toda a parte, o prazer deixando seu corpo tenso e faminto por
mais.

Cada centímetro de seu corpo formigou ardentemente com consciência, a


felicidade por ter todos eles de uma vez, seu louvor e amor derramando sobre ela
intensificou a tensão erótica e lavou todas as inibições.

328
Os músculos de seu estômago se contraíram, seus gemidos abafados pelo pênis
de Carter enquanto Joe avançava profundamente e a segurava, acariciando forte e
rápido.

O orgasmo de Joe disparou, seu corpo apertando em ambos os pênis dentro


dela e a enviando para cima.

Marshall gemeu e começou a empurrar mais rápido, mantendo seus golpes


superficiais e regulares, a decadência de ter sua bunda tomada enviando outra onda
de prazer lavando sobre ela.

Parecia travesso. Decadente. Erótico.

Mas a intimidade e o amor que vieram com isso o tornaram muito mais.

Ela estava tão perdida que levou um momento para perceber que Carter se
movia mais rápido, empurrando superficialmente em sua boca.

Com um gemido, ele empurrou seu pênis mais fundo, sua semente espirrando
contra a parte de trás de sua garganta. — Porra!

Carter recuou imediatamente, o sabor de sua semente se espalhando por sua


língua quando ele se retirou.

— Mova-se. — A demanda afiada de Marshall a sacudiu para fora da névoa de


prazer, e ela se viu lutando para entender o que ele queria.

Em vez disso, Joe e Carter se moveram, Joe saindo de sua boceta e sentando-se
enquanto Carter se ajoelhava ao lado dela.

Envolvendo um braço em volta da cintura dela, Marshall a segurou no lugar e


continuou a empurrar dentro dela. — Mantenha essas pernas bem abertas. Vou
acariciar aquele clitóris e fazer você gozar de novo.

329
Seu clitóris inchou em reação, o sorriso lento de Joe acendendo sua paixão
novamente.

Marshall a segurou firmemente para suas estocadas, seu pênis indo mais fundo
dentro dela com cada estocada, tão profundo que mais uma vez a fez correr para
gozar novamente.

— Mais forte, maldito! Eu não aguento mais. — Suas pernas tremiam e ela
sabia que apenas seu domínio sobre ela a impedia de entrar em colapso.

— Depois de ter este bebê, vamos ter que ver o quanto você pode suportar. —
Deslizando a mão mais para baixo, ele acariciou seu clitóris encharcado, mantendo
as estocadas de seu pênis lentas e uniformes. — Pronta para gozar comigo, baby?

O alerta de calor formigante já havia começado. — Sim! Oh!

Sua bunda apertou contra ele, fazendo seu pênis parecer ainda mais grosso.

Seu orgasmo caiu sobre ela, rolando-a em onda após onda de prazer até que
ela perdeu todo o controle e desabou.

Incapaz de se mover, ela se viu presa com segurança, palavras baixas de amor e
elogios derramando sobre ela enquanto Marshall se retirava lentamente.

Encontrando-se deitada na cama com Joe e Carter de cada lado dela, suas
mãos movendo-se sobre ela em carícias suaves, ela abriu os olhos e suspirou. —
Uau.

Rindo, Carter aceitou uma das roupas molhadas que Marshall obviamente
havia recuperado de seu banheiro. — Sim. Uau. Você está bem, querida?

Talia sorriu para isso. — Eu estou bem. Não consigo me mover, mas estou
ótima.

330
Ela virou a cabeça para olhar para Joe. — E você? Eu vim para ver como você
estava e isso aconteceu.

Joe gemeu e recostou-se no travesseiro. — Tenho novidades para você,


querida. Isso vai acontecer sempre que pudermos.

Segurando outro pano, Marshall se ajoelhou aos pés da cama. — Não é mais
assim até que ela se recupere do parto. — Ele sorriu na carranca de Talia. — Não
fique tão desapontada. Você definitivamente vai ser fodida, mas pegar um pau na
sua bunda e outro na sua boceta vai ficar perigoso mais tarde.

Carter passou o pano sobre ela, enxugando o suor de seu corpo. — Sim, mas
essa boca é incrível.

Marshall deslizou uma de suas coxas em direção a Carter, que a segurou contra
ele.

Segurando seu outro empurrão em direção a Joe, Marshall começou a limpar


sua fenda. — Mal posso esperar para descobrir por mim mesmo. Por enquanto, Joe
e Talia precisam descansar. Você vai trabalhar logo, e eu tenho que voltar para casa.

Joe ergueu ligeiramente a cabeça, claramente exausto. — O que está


acontecendo na casa? Porque estamos aqui?

Talia tentou sem sucesso evitar as ministrações de Marshall, mas mais uma vez
percebeu que seria inútil. — A casa está uma bagunça, o andar de baixo pelo
menos. Meus irmãos enviaram o dinheiro para terminar o andar de baixo.

Joe levantou uma sobrancelha. — E você aceitou isso?

Talia sorriu com a memória. — Disseram que era um presente de casamento


para todos nós.

331
Deslizando um olhar para cada um de seus irmãos, Joe enrijeceu e se virou para
ela, achatando a mão em sua barriga. — Então, você vai se casar com a gente?

— Sim.

Joe gritou e sentou-se abruptamente para alcançá-la, gemendo e recuando


novamente. — Droga. Isso é maravilhoso, querida.

— Sim, maravilhoso. — Talia sentou-se assim que Marshall e Carter a soltaram,


o amor por eles e a promessa de um futuro com eles forçando-a a conter as
lágrimas. — Mas não vou me casar com você até que esteja curado, então quanto
mais você lutar para descansar e se recuperar, maiores serão as chances de me
casar usando uma tenda.

Ela o cutucou no ombro enquanto Marshall assistia com um sorriso e Carter riu
e passou a mão em suas costas. — Eu me recuso a me casar usando uma barraca,
então é melhor você se apressar!

Balançando a cabeça com um sorriso, Marshall deixou seu olhar passear sobre
ela. — Agora que o chefe estabeleceu sua posição, é melhor todos nós nos
ocuparmos. Ligue se precisar de mim, baby.

— Eu irei. — Lutando contra um bocejo, ela se aninhou ao lado de Joe, que


parecia pálido novamente e já tinha fechado os olhos. Ela olhou para Marshall e
Carter. — Eu amo vocês. Tomem cuidado.

Curvando-se para tocar seus lábios nos dela, Carter colocou o lençol sobre ela e
Joe. — Vamos. Eu também te amo. Mal posso esperar pelo dia em que você
perceberá o quanto.

332
EPÍLOGO

De pé contra o bar do salão de baile do hotel, Carter tomou um gole de sua


cerveja e a colocou de lado, sorrindo com a abordagem de Ben e Jessica.

Com uma mão sobre o abdômen inchado, Jessica suspirou. — Seus filhos estão
descontrolados novamente. Faça-os parar.

Ben esfregou as costas dela, sua preocupação com a esposa clara em seus
olhos, apesar de seu sorriso provocador. — Por que eles são meus quando estão se
comportando mal, mas seus quando fazem algo adorável?

Jessica se inclinou para ele, Ben obviamente antecipando e agarrando-a contra


ele. — Porque eu sou um anjo.

Segurando sua esposa perto, Ben virou sua cabeça, fixando seus filhos com um
olhar de aço através da sala.

Joe levantou uma sobrancelha quando os dois meninos imediatamente se


acalmaram, parecendo culpados como o inferno. — Impressionante. Tenho que
aprender como fazer isso.

Jessica sorriu cansada. — É muito útil. Vamos nos preparar para partir. Temos
uma longa viagem para casa.

Carter franziu a testa, vendo seu cansaço óbvio. — Por que não ficam aqui e
partem de manhã?

Ben beijou o cabelo de sua esposa. — Jessica quer se aproximar do rancho


antes de pararmos para passar a noite. Estou bem acordado, então vamos começar
a viagem. Vou parar quando ficar cansado e teremos um café da manhã agradável e
tranquilo antes de pegarmos a estrada de novo.
333
Carter se inclinou para beijar sua bochecha. — Obrigado por vir. Significa muito
para todos nós.

Sorrindo, ela olhou para Joe. — Obrigado por se curar rápido o suficiente para
eu fazer parte disso antes do bebê nascer.

Joe apertou a mão de Ben antes de se inclinar para beijar a bochecha de


Jessica. — Eu estava motivado.

Porque o médico de Jessica não queria que ela voasse, ela e Ben dirigiram para
Desire e estariam voltando sozinhos, deixando seus filhos voando de volta para o
Texas com Chance e Mary.

Carter olhou para assistir Marshall e Talia na pista de dança. — É difícil


acreditar que sou um tio. — Ele olhou para Joe para ver que seu irmão parecia
igualmente comovido. — Nunca pensei em ter uma família grande.

Ben sorriu para sua esposa. — E ficando maior a cada dia. — Ele olhou para sua
irmã novamente, que parecia estar em uma conversa profunda com Marshall
enquanto dançavam. — Estou feliz que ela esteja feliz.

Carter deu de ombros e pegou sua cerveja novamente. — Nunca pensei que
encontraríamos alguém como ela.

— Apenas cuidem dela.

Joe sorriu. — Iremos. Ligue quando chegar em casa.

Jessica sorriu. — Vamos. Estamos demorando. Esta será a última vez que
ficaremos sozinhos antes do bebê nascer. Pararemos em algumas horas e
começaremos de volta pela manhã.

Balançando a cabeça, Ben sorriu. — Acho que temos muito tempo para
ficarmos sozinhos. Se não o fizéssemos, você não estaria nessa condição.

334
Jessica sorriu, piscando para Carter. — Só pense em quanto tempo Talia terá
sozinha com seus homens, especialmente porque ela tem três deles. Dois podem
cuidar das crianças enquanto…

Ben se curvou para beijar sua esposa, efetivamente silenciando-a. — Cale a


boca, querida. Por mais que eu queira que Tally seja feliz, posso fazer isso sem ouvir
sobre a vida sexual de minha irmã.

Observando seus sobrinhos, Carter suspirou. — Gostaria de saber quantos


filhos Talia quer ter.

Joe pegou sua própria cerveja. — Vamos aceitar um de cada vez e dar-lhe
quantos ela quiser.

Carter olhou para onde Marshall levou Talia da pista de dança e a acomodou
em sua mesa. — Parece que eles terminaram de dançar. Eu vou tentar outra vez.

Ele mal podia esperar para abraçá-la novamente e sentir seu abdômen inchado
contra ele.

Marshall entregou a Talia um copo de água fresco. — Você está bem, baby?

— É claro. — Ela pegou um morango do prato de frutas na frente dela. — Eu


não posso acreditar como tudo é bom.

Ela olhou para o anel, como fizera várias vezes naquele dia. — É difícil acreditar
que somos realmente casados.

— Acredite. — Marshall recostou-se e sorriu. — Gabe está absolutamente


fascinado por esta cidade. Algo me diz que vamos ver mais dele.

Ethan Sullivan, um dos proprietários do hotel, apareceu atrás deles, curvando-


se entre eles para ser ouvido por cima da música. — Está tudo bem?

Marshall sorriu. — Tudo está perfeito.


335
Talia sorriu para Ethan. — Foi a recepção mais bonita do mundo. Obrigada.

Carter apareceu ao lado de Talia. — Posso ter outra dança com minha esposa?

Talia sorriu e enxugou as mãos. — Absolutamente. — Ela se virou para


Marshall, os olhos suspeitosamente úmidos. — Volto logo.

— Última dança. Você está cansada. — Ele olhou no seu relógio. — É quase
meia-noite.

Rindo, ela colocou sua mão na de Carter. — Tem medo de que seu SUV se
transforme em uma abóbora?

Ela permitiu que Carter a levasse para a pista de dança, sorrindo para ele
quando ele a puxou contra ele. — Eu sinto que estou sonhando.

Carter guiou seus passos em uma dança lenta, roçando as costas dos dedos em
sua bochecha. — Às vezes, eu também.

Ela colocou os dois braços em volta do pescoço dele e se inclinou para ele. —
Mesmo?

— Mesmo. — Deslizando a mão entre eles, ele a pressionou contra o abdômen


inchado. — Eu queria você quase desde o início, mas não imaginava que tivesse a
capacidade de amar. — Ele deslizou as mãos até à cintura dela. — Eu realmente não
achei que nenhum de nós sabia.

— Mesmo? — Talia procurou suas feições, surpresa com sua seriedade. —


Porque você pensaria isso?

— Nunca senti isso antes. Nem pensei que o reconheceria. Você provou que eu
estava errado.

— Quando você soube que me amava?

336
— Não tenho ideia de quando me apaixonei por você, mas soube com certeza
quando estávamos no rancho. Quando Joe e eu saímos do carro e você veio
correndo para nós, o aperto no meu peito que eu sentia desde que você deixou
Desire simplesmente foi embora. Eu apenas fiquei lá e pensei, lá está ela.

Pressionando os lábios contra sua têmpora, ele a abraçou. — Uma parte de


mim estava com medo de que você não quisesse voltar para Desire - que você
tivesse mudado de ideia sobre nós.

— Não. — Erguendo o queixo, ela beijou sua mandíbula. — Eu sabia o que


queria. Eu sabia que você me queria.

— Demais.

— Nunca é demais. — Ela bocejou e encostou a cabeça em seu ombro. — Você


deveria ver o que estou usando por baixo deste vestido.

— Sexy?

— Sim.

Divertido, Carter diminuiu os passos, sorrindo quando ela bocejou


novamente. — Renda?

— Hmm. — Ele olhou para baixo para ver que os olhos dela haviam se fechado
e lentamente se curvou para erguê-la do chão e colocá-la contra ele.

Marshall e Joe correram em sua direção, os dois homens olhando para ela com
preocupação. Balançando a cabeça, Carter sorriu, não querendo que eles a
acordassem. — Caiu adormecida no meio da dança. Não pensei que fosse possível.

Minutos depois, ele seguiu Marshall para dentro de casa com Talia em seus
braços. Ele a carregou escada acima e para o quarto em silêncio.

337
Ele e seus irmãos demoraram a remover o vestido de marfim dela, o luar que
entrava pelas janelas era sua única luz.

— Fácil. Não a acorde. — Marshall amaldiçoou baixinho. — Esses botões são


pequenos demais para meus dedos.

Carter sorriu e começou a tarefa. — Ela disse que tinha algo sexy por baixo.

Minutos depois, Joe suspirou. — Ela tem.

Vestida com um sutiã de renda branca, calcinha e cinta-liga, ela parecia sexy e
adorável.

Marshall tocou a renda que cobria seu mamilo. — Isso não vai ser confortável
para dormir.

Depois de vesti-la com uma de suas camisetas, Carter passou a mão em seu
abdômen. — Está começando a aparecer.

Joe se curvou para tocar sua barriga com os lábios. — Está. Vou descer para ter
certeza de que a casa está bem fechada.

Marshall tirou o paletó e a gravata, jogando-os na cadeira. — Fico feliz por ter
novas portas sólidas. Vou te ajudar.

Carter tirou o paletó e a gravata e sentou-se na cama ao lado dela para tirar os
sapatos, virando-se para ela quando ela se mexeu ligeiramente e suspirou.

— Você está bem, querida?

— Hmm. Estamos em casa?

Carter sorriu. A palavra casa nunca significou tanto antes. — Estamos em casa.

— Venha fazer amor comigo.

338
Sorrindo com a sonolência em sua voz, Carter passou a mão em sua perna. —
Você está muito cansada. Vá dormir, querida. Você teve um longo dia.

— Mas é nossa noite de núpcias.

Curvando-se sobre ela, ele colocou a mão em sua barriga. — Haverá uma vida
inteira de noites, querida. Vá dormir.

Cuidando dela, Carter pensou em Emily.

Se não fosse por conhecê-la, eles poderiam nunca ter vindo para Desire,
determinados a proteger as mulheres que amavam mais de um homem.

Eles nunca teriam conhecido Talia. Eles podiam nunca ter encontrado o amor.

Segurando-a na escuridão, ele ouviu seus irmãos descendo o corredor,


discutindo qual deles dormiria do outro lado dela e qual ficaria com o quarto de
hóspedes.

Talia se virou para ele em seu sono, suspirando enquanto se acomodava contra
ele. Joe entrou pela porta segundos depois e vestindo apenas a cueca boxer.

— Ela está bem?

— Está ótima.

— Não diga isso a ela. — Joe a acariciou por trás. — Ela já sabe que é nossa
fraqueza.

— Como ela deveria. — Carter não conseguiu disfarçar o orgulho em sua


voz. — Seus irmãos e cunhadas comentaram sobre isso.

— Você está com tanto medo quanto eu de foder com isso?

Carter soltou o ar, aliviado por seu irmão se sentir da mesma maneira. —
Apavorado.

339
— Não vamos. Nós a amamos e ela nos ama. O resto, o passado, não
importa. Apenas o futuro. — Ele passou a mão pela barriga dela. — E a família que
estamos construindo.

Na escuridão, Carter sorriu e fechou os olhos, em paz pela primeira vez em


anos. — Ela é um punhado.

— Sim. Deve nos manter alerta.

— Como eu disse, ela é perfeita.

Carter sorriu novamente. — Uma coisa é certa. A vida ficou muito mais
emocionante.

FIM

340

Você também pode gostar