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O que faz nós acreditarmos que nós precisamos, que nossos filhos
precisem, de estímulos externos o tempo todo? Porque nós damos
tanto estímulos externos, e, depois, eles acabam reclamando de nós
esses estímulos externos. Ou seja, eles ficam fazendo aquelas per-
guntas que eu falei no início: “Mãe, o que eu vou fazer agora? Ai mãe,
que chato. Eu não tenho nada para fazer”. As crianças acabam não
conseguindo viver num ócio saudável, num silêncio saudável, que é
necessário para o desenvolvimento dessas faculdades superiores,
que nós vamos ver um pouco.
O tempo inteiro nós queremos colocar coisas para os nossos
filhos, e nós não damos tempo para que eles depurem tudo
isso que eles estão recebendo de estímulo externo. E a pergunta
que é importante nós nos fazermos é: há algum malefício de eu
ficar dando tantos estímulos externos ao meu filho?
Ela não tem motivação interna. Não tem nada dentro dela que
faça com que a realidade encante ela. Tudo fica chato. Por isso
que essas crianças, quando vão para uma sala de aula, por
exemplo, e o professor está lá escrevendo a coisa no quadro
branco, aquilo começa a não ter graça nenhuma, porque ela
está o tempo todo com estímulo, dopamina no cérebro dela. Aí
quando ela vê uma coisa “sem graça”, não tem graça nenhu-
ma. Ela acaba não conseguindo se encantar com as realida-
des, que são realidades que exigem dela um esforço, uma mo-
tivação interior.
O nosso papel enquanto pais, educadores, é justamente ajudar a
criança nessa realidade. Qual é o peso que ela vai dar aos acon-
tecimentos? Qual é o valor moral das coisas? Qual é a maneira
que a criança vai reagir? Como o educador vai fazer? Vai abraçar?
Como ele vai ajudar ela a interpretar a realidade? Como ele vai
dimensionar aquele problema emocional que ela está vivendo?
Como ele vai fazer para corrigir um defeito, para mostrar para a
criança que aquilo é um defeito? Como ele vai fazer para mostrar
para a criança que aquilo é uma qualidade que ela precisa de-
senvolver?
Por isso, é essencial que nós modulemos a vida dos nossos filhos de
modo que eles tenham uma boa formação livre de influências ex-
ternas e problemáticas.