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Transmissor Infravermelho Microcontrolado

www.sabereletronica.com.br

SABER

TECNOLOGIA - INFORMÀTICA - AUTOMAÇÃO

Vending Machine
Construindo uma libi
“Vending Machine”
com Gerenciamento Remoto
Insiro o

via GSM

Monitor de Tensão Degnili

Microcontrolado

Ferramenta de Programação Comparação de Desempenho


para Microcontroladores das Pontas de Prova
MSP430 - Texas Medindo Banda Larga

Caixas e Gabinetes
de Produtos
Eletroeletrônicos

Fontes de Alimentação
na Automação Industrial
ISSN 0101-6717
Redundância, MTBF, MTTR,
e cuidados na instalação
9I77OIOI 671003 003 8 1
EDITORIAL
Diretores
Hélio Fittipaldi
Thereza Mozzato Ciampi Fittipaldi

ELETRfiniCR
TECW.CWIA INTOOMAnCA ■ ALZTtXVlAÇÃO
Em setembro, o engenheiro João
www.sabereletronica.com.br Oliva, assumiu a presidência da
Editor e Diretor Responsável ABEE - SP Associação Brasileira de
Hélio Fittipaldi

Diretor Técnico
Engenheiros Eletricistas - seção
Hélio Fittipaldi
Newton C. Braga
São Paulo. Durante muitos anos ele
Redação
Sérgio Vieira
atuou na área de telecomunicações e agora se propõe a
Conselho Editorial
fazer, juntamente com sua diretória, uma administração
Alexandre Capelli
João Antonio Zuffo
inovativa com maior representatividade, visibilidade e
Newton C. Braga
valorização do profissional. Em sua primeira mensagem
Colaboradores como presidente, afirmou que a nova diretória é consti­
Alfonso Perez,
Luiz Henrique C. Bernardes,
Márcio José Soares,
tuída por um grupo de formação eclética, abrangente
Rafael Dias 0. Almeida
e de vivência comprovada no campo técnico, científico
Designers e empresarial. A larga experiência desta diretória
Diego M. Gomes, Diogo Shiraiwa,
Jonas Ribeiro Alves,
Renato Paiotti
nas diversas especializações da engenharia elétrica,
Circulação
eletrotécnica, telecomunicações, informática, eletrónica
José Luiz Cazarim e outras de referências cruzadas, como a mecatrônica,
PUBLICIDADE garantem o preparo para conduzir a ABEE - SP rumo
Ana Luiza Mukai
Carla de Castro Assis à modernização que faz juz esta entidade de 48 anos
Melissa Rigo Peixoto
Ricardo Nunes Souza de tradição.
PARA ANUNCIAR: (11)6195-5339 Nesta edição, nosso articulista Márcio José Soares
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mostra a ferramenta de programação da Texas para
Impressão
PROL Editora Gráfica Ltda. os microcontroladores MSP - 430, que vem ganhando
Distribuição maior participação de mercado nos últimos anos. Devido
Brasil: DINAP
Portugal: Logista Portugal a inúmeros pedidos dos leitores sobre informações da
tel.: 121-9267800
ASSINATURAS família de ferramentas para este microcontrolador,
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ÍNDICE A
>

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAI

Fontes de Alimentação na Caixas e Gabinetes de Produtos


Automação Industrial Eletroeletrônicos

INSTRUMENTAÇÃO
B DESENVOLVIMENTO

Nova Linha de Alicate-


Construindo uma Amperimetros
“Vending Machine” com
Gerenciamento Remoto via GSM Ferramenta MSP-FET430P110
Texas

Circuitos Práticos com


Usando o Gerador de Funções
Comparadores de Tensão
para criar Sinais PWM

Oscilador a Cristal Comparação de Desempenho


das Pontas de
Amplificador Operacional
Prova Medindo Banda Larga
Foto-relé Temporizado

Amplificador para Transdutor Magnético

Oscilador com Comparador

Flip-Flop RS com Comparador O que Você Precisa Saber 0


Sobre o Fator de Potência
Detector de Passagem por Zero

Conversor de Forma de Onda

Foto-Relé
®S) TELECOMUNICAÇÃO

Gerador de Pulsos
Sinais em Modo
Comparador de Limite @0 Comum

Tipo de Antenas e suas


Propriedades - parte 2

Transmissor Infravermelho
com Microcontrolador Flash
P89LPC922

Monitor de Tensão com PIC


12F675

2 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

FONTES DE ALIMENTAÇÃO
N UTOMAÇÃO INDUSTRIAL
(Redundância, MTBF, MTTR, e cuidados na instalaçao)

Uma fonte de alimentação confiável é vital


para sistemas de automação industrial. Não
apenas no sentido de evitar-se a parada não
programada de máquinas, mas também quanto
à segurança dos operadores.
Alexandre Capei li

E COMO PROVER ISSO AO O que acontece nesse caso é lado, se um cliente indagar sobre esse
CLIENTE? um erro comum de interpretação do parâmetro não seria interessante
número. responder-lhe: “Quem sabe?”
É o que veremos nesta matéria, O MTBF deve ser interpretado A solução é calcular o MTBF
onde procuramos explorar conceitos juntamente com outro dado: o “Service através de uma média de modelos
como MTBF, MTTR, redundância, e life”. Esse dado acompanha o manual similares já em campo, e através da
cuidados na instalação. e, no nosso exemplo, vamos adotar expectativa de vida dos componentes
Confira! cinco anos. integrantes.
As 500 000 horas, então, signifi­ O MTBF teórico, geralmente, é
cam que um conjunto de várias fontes bem mais alto que o chamado ope­
MTBF E MTTR funcionaram bem por cinco anos. racional. Este último é relativo a
Somadas as horas de todas elas, e produtos com histórico de falhas.
Um dos conceitos que gera mais não de apenas uma, acumulou-se um Outra diferença é que o valor teórico
confusão na especificação de um total de 500 000 horas. não leva em conta fatores externos,
componente ou equipamento é o Resumindo, esse valor serve nem o fator humano de operação.
MTBF. A sigla significa “mean time como uma média de um grupo de Particularmente, não atribuo um
between failures”, ou seja, tempo fontes, e não de uma única unidade. grau de importância muito alto ao
médio entre falhas. MTBF. Nos meus projetos prefiro
Esse parâmetro é medido em observar o tempo de garantia, pois
horas e representa a média de tempo “E O QUE ISSO SIGNIFICA NA isso reflete diretamente o que o
de “bom funcionamento” do disposi­ PRÁTICA?” fabricante pensa da qualidade do seu
tivo. É aí que muitos engenheiros de próprio produto.
aplicação cometem sérios erros de Você pode pensar de outra forma: Se tivesse de escolher entre uma
interpretação. caso usasse uma única fonte e a fonte com três anos de garantia, e um
Vamos a um exemplo prático. substituísse a cada cinco anos por MTBF de 300 000 horas, e outra com
Suponha que você consulte o manual um modelo idêntico, teoricamente, 57 um ano de garantia com MTBF de
técnico de um dispositivo eletrónico anos se passariam antes da primeira 500 000 horas, com certeza, ficaria
qualquer, uma fonte de alimentação, falha. com a primeira.
por exemplo. Você poderá encontrar Tudo isso nos leva a outro con­ O MTTR (Mean Time To Repair),
um MTBF de 500 000 horas. ceito, e que trata dos dois tipos de ou tempo médio para reparo, é outro
Bem, como um ano tem 8766 MTBF: o teórico e o operacional. “campeão” de equívocos. É intuitivo
horas, isso significa que a fonte em Quando um fabricante lança um afirmar que quanto maior o MTBF,
questão funcionará sem defeitos por novo produto, obviamente, ele ainda melhor.
57 anos! não foi testado no mundo real. Sendo Por razões óbvias, para o MTTR é
Não é preciso dizer que isso é assim, não há dados suficientes para o contrário, ou seja, quanto menor o
muito pouco provável. se calcular um MTBF real. Por outro tempo em horas, melhor.

SABER ELETRÓNICA Ns 381/OUTUBRO/2004 3


O fato é que há uma confusão pio básico. Caso a fonte 1 falhe, a Separando as fontes de alimen­
entre o tempo de diagnose do pro­ fonte 2 assumirá a carga instantane­ tação, esse efeito é reduzido, pois
blema, e o tempo de recuperação. amente. a tensão dos atuadores (mesmo que
Vamos a um exemplo. Há sistemas mais sofisticados, “poluída” com EMI) dificilmente dei­
Uma grande planta fabril pára onde as fontes são utilizadas de xará de atuá-los. Como a maioria das
devido a uma falha. O “cronómetro”, forma alternada, de modo a prolongar interfaces são isoladas opticamente,
então, é disparado para saber em a vida útil de ambas. esse ruído não se propaga de forma
quanto tempo ela voltará a operar. O O mais comum, entretanto, são conduzida (figura 4).
problema é que o técnico não está as fontes distribuídas. Essa técnica
presente, e demora uma hora para é muito utilizada em sistemas contro­
chegar ao local. Como não está muito lados com PLCs e CNCs. A figura 2 SOLUÇÕES PRONTAS
familiarizado com o sistema, demora ilustra o processo. Notem que há, pelo
mais de duas horas para chegar até menos, três fontes distintas: uma para “Posso encontrar fontes de
a fonte defeituosa. o PLC (5 Vcc, 24 Vcc), outra para os alimentação com redundância e
atuadores de 24 Vcc, e a da interface outros recursos já disponíveis no
homem-máquina. mercado?”
CONCLUSÃO?! A figura 3 apresenta um exemplo Sim.
real em uma máquina-ferramenta, Dois bons exemplos da OMRON
O cliente registra um MTTR de onde há uma pequena fonte só para são: S8TS, e S8VS.
3 horas. a IHM. Mas, confiabilidade não é A S8TS (figura 5) é uma fonte
Isso não é verdade. a única vantagem dessa técnica. chaveada que permite expansão. Até
O MTTR só pode começar a ser Embora com fontes distribuídas a cinco blocos podem ser ligados em
registrado quando a diagnose da falha de “uma" é menos “catastrófica” um mesmo link DC, sendo que a
falha foi feita, e toda a estrutura para do que a falha de “uma única”, con­ falha de um é compensada pelos
seu reparo providenciada. seguimos também eliminar ruídos demais. Além da redundância, picos
Ainda com base no exemplo conduzidos. repentinos de consumo não afetam a
acima, o MTTR Real seria apenas Imaginem um par de cabos que amplitude da tensão de alimentação.
o tempo necessário para reparar a caminha por toda a extensão de uma A figura 6 ilustra duas delas dis­
fonte (ou substituí-la). máquina ou sistema alimentando postas em trilho de fixação DIN.
uma CPU. Teríamos uma grande Seu diagrama de blocos pode ser
antena captadora de interferência visto na figura 7. Observe que o
REDUNDÂNCIA E FONTES eletromagnética. circuito inclui um detector de subten-
DISTRIBUÍDAS

“Além de observar o MTBF,


MTTR, e condições de garantia,
como faço para obter um sistema
de alta confiabilidade?”
O integrador de tecnologia deve
ter em mente que a qualidade dos
equipamentos é apenas um fator de
confiabilidade. Tão importante como
qualidade é o modo de aplicação. E é
sobre isso que trataremos agora.
Fontes ligadas com redundância
tornou-se uma técnica comum em

SABER ELETRÓNICA N5 381/OUTUBRO/2004


AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

são, e um protetor de sobrecorrente


(“inrush”).
A outra opção é o modelo S8VS
(figura 8).
Essa fonte tem o recurso preditivo.
Na sua versão completa (com display)
é capaz de indicar quanto tempo
sua saída está ligada, mostrada em
milhares de horas. Para os modelos
acima de 90 W duas saídas são
disponibilizadas, sendo uma para o
sinal de subtensão e outra para o
“lifetime”. em três grupos: EMI, energia elétrica,
Seu diagrama de blocos pode ser e ventilação.
visto na figura 9.
a) Interferência
Eletromagnética (EMI).
CUIDADOS NA INSTALAÇÃO A fonte de alimentação chaveada
é tanto geradora de EMI, como porta
Vários são os cuidados a serem de entrada dela. Dessa forma, temos
tomados na instalação de uma fonte que cuidar para que o “ruído” não
de alimentação, principalmente se entre no sistema e, se entrar, não
ela for chaveada. Vamos resumi-los saia.

AC
(L) +V

Fuse Noise
2.0A filter DC
INPUT M- OUTPUT

AC Rectifier Insrush Harmonic Smoothing Rectifier and Protection


current current circuit smoothing diode
(N)
protection suppression circuit
circuit circuit
DC
LOW OUT
Drive control
circuit
Undervoltage
Current indicator/output
— detection
circuit
Overcurrent
detection circuit
Detection
circuit

Overcurrent
detection
circuit

Photocoupler

O- Connected
Connected
O- to Bus
to Bus
O- -O Line
Line
o Connector
Conector o-

Figura 7

SABER ELETRÓNICA N5 381/OUTUBRO/2004 5


, AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Sinking type (S8VS-09024A, S8VS09024B) Sinking type (S8VS-09024AP, S8VS09024BP)

Display
Switch Alarm
circuit

□JEE
DC LOW

Arithmetc
operation
circuit
J-oYrs/Kh
Rectifier/
Common
smoothing smoothing
Photo coupler Photo coupler
circuit circuit

Figura 9

Por várias vezes exploramos o filtro auxiliar, e que pode ser instalado
assunto EMI e, basicamente, há duas na saída da fonte. Caso ela tenha
formas de propagação: conduzida e mais de uma saída, utiliza-se um para
irradiada. A forma conduzida utiliza os cada uma.
cabos e fios (alimentação, comunica­
ção e outros) como meio de propaga­
ção. A irradiada propaga-se pelo ar, na
forma de radiofrequência.
A melhor maneira de evitar a EMI
irradiada é a blindagem. A figura 10
mostra a foto de uma fonte Metaltex
abrigada em caixa metálica. Essa Figura 10
técnica cria uma “gaiola de Faraday”
que se opõe tanto à entrada como à de frequência próximo a 30 MHz.
saída de RF. Um detalhe importante Filtros de linha projetados para essa
é que toda parte metálica deve ser frequência reduzem a EMI conduzida.
aterrada. Isso potencializa a proteção Normalmente esse circuito já faz parte
e aumenta a segurança do sistema da fonte, e pode ser visto na figura 11. da fonte
* ’

contra choques elétricos. Algumas vezes, porém, esse filtro 100 nFT1 "100 nF
A maior parte do ruído elétrico em não consegue eliminar todo o ruído. A
“chão-de-fábrica” ocorre no espectro figura 12 traz uma sugestão para um Figura 12

6 SABER ELETRÓNICA N9 381/OUTUBRO/2004


AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

“Se eu tomar todas essas pre­


cauções posso garantir a elimina­
ção total da EMI ?”
Infelizmente, não.
O percurso dos fios também
influencia muito. Áreas muito grandes
formam anéis e, consequentemente,
“antenas” receptoras de “ruído”. A
técnica, então, é encaminhar os fios
formando a menor área entre eles
(figura 13).
Instalar núcleos toroidais na saída
de fontes é outra boa alternativa
como barreira para EMI conduzida
(figura 14).

b) Cuidados com a Energia Elétrica


A qualidade da energia elétrica
influencia a vida útil de uma fonte de
alimentação chaveada. Ultimamente,
a maioria delas é projetada para
operar em uma faixa de entrada
bastante ampla chegando, muitas
vezes, a um range de 90 VCA a 240
VCA. Isso significa que variações na
rede elétrica são bem suportadas pela
grande maioria das fontes modernas,
porém, picos de energia e descargas
atmosféricas, não.
A figura 15 ilustra uma rede elé­
trica poluída com “spikes” - distúr­
bios típicos de instalações ricas em
circuitos chaveados (inversores de
freqúência, reatores eletrónicos de Figura 17
lâmpadas fluorescentes, entre outros
dispositivos). Notem que temos seis unidades, três
Pois bem, esse fenômeno é de entre cada fase e terra (ou neutro,
altíssima freqúência se comparado dependendo do sistema adotado), e
aos 60 Hz da rede. Seu pico de tensão três entre fases.
pode atingir até 3 vezes o valor nominal Um grande problema dos varistores
da tensão. Se estamos nos referindo é que eles se degradam com o tempo,
a uma rede de 220 VCA, por exemplo, e podem abrir sem que percebamos.
significa que em cada semiciclo de É comum varistores estarem abertos,
senóide a fonte é submetida a 660 porém, íntegros no aspecto visual. Isso
VCA em intervalos curtos de tempo. gera a impressão que o sistema está
Chegará um momento em que a protegido, o que não é verdade.
queima será inevitável. A figura 18 mostra uma boa alter­
“E qual é a solução para isso?” nativa. Trata-se de um módulo de pro­
Uma delas já está no próprio filtro teção sinalizado da Phoenix Contact.
de linha interno à fonte. A outra é Caso o componente esteja em boas
tentar melhorar a qualidade da rede condições, o LED verde permanecerá e outros. Isso pode ser feito até
elétrica. Circuitos supressores em aceso, caso contrário (varistores mesmo dentro da fonte de alimenta­
paralelo com cargas indutivas é uma abertos) um LED vermelho acenderá, ção, quando essa não tiver um. Nesse
alternativa (figura 16). informando que deve ser substituído. caso, entretanto, por precaução,
Os varistores são de grande ajuda Particularmente, acho “saudável” envolva o varistor com um pedaço
contra o “vilão” das descargas atmos­ instalarmos varistores na entrada de “espaguete” termo-retrátil. Em
féricas. A melhor maneira de instalá- AC de sistemas de alta escala de caso de explosão, outros danos serão
los é apresentada na figura 17. integração, tais como: PLCs, CNCs, evitados (figura 19).

SABER ELETRÓNICA N’ 381/OUTUBRO/2004 7


AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

FONTE STAND-BY

Uma técnica para aumentar a relé ativa a fonte reserva. O capacitor


confiabilidade de suprimento de compensa o tipo da manobra do relé
tensão DC em sistemas industriais (figura 20).
é a fonte stand-by. Uma das fontes Para evitar desperdício de ener­
fica desligada da rede elétrica, o que gia e aquecimento, a bobina do
a preserva de variações e desgaste relé deve ser do tempo de alta
de uso. Na falha da fonte principal, o impedância (Z> 1 kí,i).

c) Ventilação
Como e onde instalar a fonte de
alimentação devem ser considerados
pelo profissional de eletrónica. A vida
útil do dispositivo dependerá disso.
A grande maioria dos fabricantes
mostra em seus manuais as distân­
cias mínimas na instalação dos seus
produtos. Elas devem ser respeitadas,
a fim de facilitar ao máximo o fluxo de
ar (ventilação). Essa regra é válida
para fontes com e sem refrigeração
forçada (ventoinha).
A figura 21 ilustra duas situações
distintas. A da esquerda, totalmente
inadequada, bloqueia o fluxo de ar
da fonte. Como se não bastasse isso,
joga o ar quente sobre outro equipa­
mento eletrónico, comprometendo
sua vida útil. A disposição à direita é
um exemplo de uma boa alocação.

PLC PLC
problemas: choques ao operador,
Ar ausência de atuação dos circuitos de
quente, proteção, e EML
Eles devem ser mantidos limpos,
caso contrário a ventilação será CONCLUSÃO
frio
comprometida.
Errado Certo Um pecado comum a alguns pro­ A qualidade de um equipa­
Figura 21 jetistas de painéis é o aterramento mento eletrónico deve ser anali­
elétrico. Todo ponto indicado como sada com muito cuidado pelo téc­
Embora isso possa parecer intui­ terra em uma fonte de alimentação nico ou engenheiro de aplicação.
tivo, repare quantos painéis não são deve ser efetivamente aterrado. Isso A não observância das indicações
construídos “à luz” desses detalhes não significa simplesmente apara­ do fabricante e práticas elementa­
em campo. fusá-lo no gabinete metálico. Se este res de proteção comprometem
A sujeira, abundante em ambien­ estiver pintado, a conexão ao terra a durabilidade, confiabilidade, e
tes fabris, pode provocar a falha pode estar comprometida. Na dúvida segurança do sistema.
prematura de uma fonte de alimenta­ se a continuidade para o terra está Enviem suas críticas e
ção. Curto-circuitos, e oxidação são ou não boa, verifique com o micro- sugestões sobre esta matéria
comuns em ambientes agressivos. ohmímetro, ou instale um fio devida­ para a.leitor.sabereletronica@
A melhor e mais barata solução mente aterrado (figura 23). editorasaber.com.br, sua partici­
para esse problema é a instalação Lembre-se: se não há um bom pação é fundamental para nosso
de filtros nos painéis (figura 22). aterramento, no mínimo, temos três processo de melhoria contínua.

8 SABER ELETRÓNICA Ns 381/OUTUBRO/2004


DESENVOLVIMENTO

CONSTRUINDO UMA
“VENDING MACHINE” COM
GERENCIAMENTO REMOTO VIA GSM.

Neste artigo prático, mostra­


mos como utilizar tecnologia de
ponta de maneira simples na
construção de uma “Vending
Machine”.

Luiz Henrique Corrêa Bernardes

Na edição anterior, abordamos


o assunto de “Vending Machines”,
onde mostramos os princípios de
funcionamento e como integrá-las a
uma rede GSM para gerenciamento
da logística de abastecimento e
manutenção. Neste artigo apresenta­
mos a construção de uma Vending
Machine com gerenciamento remoto
via GSM. O nosso objetivo não é
mostrar a montagem de um equipa­
mento comercial, mas sim de um equi­
pamento muito simples que englobe
todos os conceitos de um equipa­
mento comercial. Com isso, o leitor
poderá empregar o desenvolvimento
de seu próprio equipamento.

O PROJETO

Decidimos construir um equipa­


mento simples destinado à venda
de um único produto. Isso se deve
ao fato que não queremos colocar Moeda
um moedeiro para realizar o troco
Controlador —
da venda.
Então, o nosso equipamento basi­
camente terá: um validador de moeda, Antena
um cofre para armazenar as moedas,
uma placa controladora, um sistema
dispensador de produto e um modem Modem
GSM para comunicação remota. GSM
A figura 1 ilustra todos os ele­
mentos do projeto. Figura 1

10 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


DESENVOLVIMENTO

VALIDADOR

Vamos detalhar o funcionamento


de cada elemento começando pelo
validador de moedas, que também é
conhecido como “seletor”.
A figura 2 mostra o modelo que
utilizamos no nosso sistema, que é
da marca AZKOYEN, Modelo Coin
Validator Series “L6OK”.
O validador consegue identificar
até 17 tipos diferentes de moedas
ou fichas, sendo que duas dessas
podem ser programadas em campo
com o sistema de auto-aprendizagem
(selflearning). O nosso validador foi
programado para as moedas nacio­
nais pela empresa Dockmachine, que
representa e presta suporte técnico
aos produtos AZKOYEN.
A figura 3 exibe o diagrama fun­
cional do validador. Note que temos
duas possibilidades de saída das
moedas, a saída de moeda aceita e a
Foto-sensor
saída de moeda rejeitada.
A figura 4 ilustra a as conexões Foto-sensor- f
e o microswitch de configurações
das moedas. No nosso caso, vamos Detectores
deixar o microswitch configurado para indutivos
aceitar todas as moedas previamente
programadas, sendo que a aceitação Aceítador
ou não da moeda se fará pelo con­
trolador ativando ou não o pino de Foto-sensor
inibição (pino 6) do validador. Aqui,
por exemplo, iremos ativar somente Moedas Moedas
quando detectarmos uma moeda de aceitas rejeitadas
25 centavos.

Figura 3
A tabela 1 mostra os pinos de
alimentação e comunicação do vali­
dador.
Os pinos 3,4,5 e 7 definem qual o Configuração

am &
tipo de moeda que foi identificado. O das moedas
pino 6 libera (ou inibe) que a moeda Jumper para
seja aceita ou não. auto-aprendizagem
2 3 4

Pino Função Tipo


1 +12VDC Alimentação
2 GND Alimentação
3 Coin output line Saída open colector
Conector
4 Coin output line Saída open colector
o o o o o 1
5 Coin output line Saída open colector
6 General coin inhibition Entrada com pulí up 22 kQ i o o O O O
2
10: ----------------
7 Coin output line Saída open colector
8 Optional Coin output line Saída open colector
9 Optional Coin output line Saida open colector
10 Optional Coin output line Saída open colector Figura 4

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


A figura 5 ¡lustra uma moeda
sendo rejeitada. Note que o pino 6
não foi ativado (ativo em low), e
portanto não aceitando a moeda.

Na figura 6 temos o pino 6 ativado,


nesse caso aceitando a moeda.

DISPENSADOR COIN SIGNAL


(Pinos 3, 4, 5 e 7)
Desenvolvimento de um dispen­
sador de produto, baseado em uma
Inibidor
espiral, um motor DC e um switch
(pino 6)
de posicionamento de final de volta
(figura 7).
. ... Aberto
Para liberar o produto, a placa Aceitador
controladora aciona o motor DC, Fechada
que irá girar a espiral em uma volta, Figura 5
fazendo com que o produto saia da
espiral e caia para o usuário pegá-lo.
A figura 8 demonstra o processo
de liberação do produto. No nosso
projeto, utilizamos uma espiral A moeda
A moeda
baseada na mola de um amortecedor válida
é aceita
de motocicleta. Com ela, é possível detectada
dispensar um produto com dimen­
sões de 50 x 80 x 10 milímetros.
O leitor poderá desenvolver uma
espiral adequada a outros produtos
COIN SIGNAL
ou desenvolver outro tipo de dispen­
(Pinos 3, 4, 5 e 7)
sador.
Min 1 ms 50 ms
Inibidor
PLACA CONTROLADORA ( pino 6 )
Máx. 220 ms
A figura 9 ilustra o esquema elé­ . ... Aberto
Aceitador
trico da nossa placa controladora,
Fechada
que foi montada em placa padrão
conforme a figura 10. Figura 6
Note que temos as conexões
para o validador, para o motor do
dispensador de produto, para os
sensores, LEDs de sinalização e para
o Modem GSM.

MODEM GSM

Na figura 11 temos o Modem


GSM que utilizamos nesse projeto.
Ele é o elemento responsável pela
comunicação remota do nosso equi­
pamento, sendo que seu gerencia-
mento é feito pela placa controla­
dora através de comunicação serial
RS-232.

12 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


DESENVOLVIMENTO

Hi Vending Machín
* h Vending Machin
Figura 8

MONTAGEM MECÂNICA

Conforme já salientamos,
estamos abordando uma mon­
tagem didática para que o
leitor tenha noções básicas de
como construir uma “Vending
Machine”e seus principais com­
ponentes. Caso deseje construir
uma Vending Machine para uso
comercial, o leitor deverá elabo­
rar um projeto mecânico mais
robusto.
As figuras 12 e 13 ilustram
a montagem mecânica.

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 13


Chave para

DESENVOLVIMENTO
Fonte desbloqueio
+ 12V U3 + 5V Chdve microswitch
CN4 7805 posicionador do motor
SWi
OUT 3
GND
Dl
1N4007 2|
470 nF C8 CN6 d2
16V 100 nF

LED


Ligar LED R5 I560Q
validador U1 + 5V Verde 560Í1I
CN1 PIC16F628
1 RA2/AN2/Vref RA1/AN1 1Ä
2 12
RA3/AN3/CMP1 RA0/AN0
.3... ló. C6
.4_ RA4/TOCK1/THV RA7/OSC1/CLKIN Programação
RA5/-MCLEAR/THV RA6/OSC2/CLKOUT 15. IOO nF
.5...
6 GND Vcc 14
RB7/T1OSI 13. CN3
RBOINT
RB1/RX/DT RB6/T1OSC/T1CKI .12 HEADER4
11
.10 RB2/TX/CK RB5 2
4 Mz
RB3/CCP1 RB4/PGM Ressonodor
cerâmico
Ql
+ 5V
BC547B R1
4,7 kn
r2
100 kil
_ r ^5
100 nF
3 C7+ v+
CN2
C1-
SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004

4 DB9F
RL2 C2+ V- 9|-------
5 C4l
5 1 hFL C2-
11 T1IN 1 pF
CN5 D4 T1OUT _7
14
6
1 4 N914 R3 10 T2IN T2OUT _5
4,7 kQ 7
Q2 12 R1IN
13 2
R1OUT-
BC547S R4 2
2
lOOkQ 9 8
Ligar no motor R2OUT- R2IN
do dispensador
GND
U21- com o
MAX232 MODEM GSM
DESENVOLVIMENTO

FIRMWARE Como Funciona Se substituíssemos o Modem


a conexão CSD ? GSM por um modem comum conec­
O firmware ( programa do micro- tado a uma linha telefónica fixa, o
controlador ) foi feito em linguagem “C” A resposta é fácil: trata-se de sistema deveria funcionar da mesma
e encontra-se disponível gratuitamente uma conexão ponto a ponto, como maneira.
para download no site da Editora um modem simples, a diferença é Podemos ligar para a “Vending
(www.sabereletronica.com.br ). Pode­ que estaremos utilizando uma rede Machine” através de um PC conec­
mos dividir o firmware em duas partes, wireless. tado a uma linha física ou por um
uma de operação da “Vending Machine”
e outra de comunicação GSM.
No fluxograma da figura 14, obser­
vamos o funcionamento do firmware
para controle da “Vending Machine”.
Repare que o controlador fica geren-
ciando se há produto disponível para
venda, caso contrário, bloqueia a
máquina e ativa flag para comunicar
evento para a central de controle.
Havendo produto, o controlador fica
verificando se foi colocada a moeda
correta através dos pinos 3, 4, 5 e
7 do validador. Uma vez identificada
a moeda correta, o controlador ativa
o pino 6 do validador para aceitar a
moeda que será depositada no cofre e
ativa também o dispensador de produto
para liberar o produto ao cliente.
A figura 15 exibe o fluxograma do
firmware para controle da comunicação
GSM, onde temos a possibilidade de
receber ou de realizar uma ligação
de dados. Nas duas opções a Ven­
ding Machine reporta o status e fica
aguardando um comando de bloqueio/
desbloqueio, o time-out para desligar
a ligação.

COMUNICAÇÃO DE DADOS.

Optamos por utilizare Modem GSM


com conexão CSD (Circuit Switched
Data) para transmissão dos dados. Tal
escolha se deu em função da facilidade
de implementação. Poderíamos ter
optado por GPRS (rede de pacotes),
mas seria mais complexo devido a
utilização de stack TCP/IP no contro­
lador.
Recomendamos ao leitor consultar
as edições n25! 01 e 102 da Eletrónica
Total (www.eletronicatotal.com.br) onde
foi implementado um Controle Remoto
através de Celular. Nesses artigos são
apresentadas várias configurações do
Modem GSM e instruções de como
utilizar SMS (mensagem de texto ou
torpedo) com meio de comunicação.

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 15


Note Book através de outro Modem é o número do telefone da Vending
GSM (figura 16). Machine. Aqui temos duas possibili­
Observe que a tarifação em CSD dades: a primeira da Vending Machine entrando uma chamada (figura 18).
é realizada por tempo de conexão; atender a ligação e estabelecer a Para aceitar a ch'amada, teclare­
então, o leitor deve considerar que conexão de dados (figura 17), e a mos o comando ATA<enter>, que
a conexão entre dois modems GSM segunda de não conseguir estabele­ irá iniciar o processo de conexão
pode ser muito mais económica do cer a conexão, seja porque o Modem de dados da mesma maneira que
que para uma linha fixa. Isso se deve GSM da Vending Machine esteja descrevemos acima .
ao fato das operações oferecerem ocupado ou fora de área de cobertura
pacotes de serviços diferenciados entre outros problemas.
para ligações entre telefones da Uma vez estabelecida a conexão, CONCLUSÃO
mesma operadora . Consulte sempre a Vending Machine irá enviar os
a sua operadora de GSM para saber dados de operação, número de série O leitor deve ter percebido que
mais sobre as ofertas de pacotes da Vending Machine, contador de tentamos sintetizar dois assuntos
de tarifação. produtos, status do equipamento interessantes, um de automação de
Para programa de comunicação (bloqueado ou não). vendas e outro de gerenciamento
da nossa central, optamos pelo Então, a Vending Machine ficará wireless de dispositivos remotos na
Hyperterminal, do Windows. Isso aguardando que o usuário tecle a mesma aplicação.
porque queremos simplificar ao opção de bloqueio, desbloqueio ou Acreditamos que conseguimos
máximo para o leitor, uma vez que o finaliza ligação. No caso de deixar atingir os nossos objetivos de dispo-
Hyperterminal encontra-se disponível a máquina bloqueada, ela não mais nibilizar conceitos técnicos atuais de
facilmente nos PCs que possuem realizará vendas até que seja mudado alto nível e de despertar idéias para
Windows. para desbloqueada. desenvolvimentos nessas áreas de
O leitor poderá optar ainda por Se o usuário não teclar nada, a vendas automáticas e de gerencia­
fazer um programa de comunicação chamada será finalizada por time-out mento remoto de dispositivos.
mais sofisticado e personalizado do controlador. O leitor deverá, ainda, ficar atento
utilizando uma linguagem de progra­ No caso da Vending Machine às inúmeras oportunidades de negó­
mação como Visual Basic, Delphi iniciar a conexão no Hyperteminal cios que estão sendo geradas nesses
ou C++. Então, conecte o PC a uma do PC, iremos observar a chegada segmentos de mercado em ampla
linha telefónica ou a outro Modem de “RING”, que significa que está expansão no Brasil.
GSM. Configure o Hyperterminal para
o modem escolhido com velocidade
Saiba mais
de 9600 bps.
Informações sobre:
Para originar a conexão na
Modem GSM -> www.sabermarketing.com.br/kits
base (PC), digite o comando
Validador -» www.dockmachine.com.br
AT12345678<enter> onde 12345678

16 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


MICROCONTROLADORES

©W
MICROCONTROLADOR FLASH

Neste artigo, descrevemos como implementar um transmissor


Para provar o transmissor, foi
infravermelho usando microcontrolador flash P89LP922, da
usado um circuito integrado receptor/
Philips. As aplicações para o transmissor vão desde simples demodulador que funciona com uma
controles de automatismos residenciais e comerciais até máquinas frequência de 36 kHz. A figura 2
mostra um circuito básico para um
sofisticadas.
Alfonso Pérez receptor de infravermelho. Caso
seja usado um módulo receptor com
outra frequência, pode-se modificar o
Este circuito usa um microcontro­ Para gerar o sinal que controla Q, programa para este novo valor.
lador P89LPC922 para gerar um sinal é usado o timerO do microcontrolador.
de 36 kHz, podendo servir de base Este timer pode ser configurado 5
para um transmissor infravermelho modos de funcionamento diferentes:
básico. O transmissor infravermelho
(IR) é formado pelo transístor Q, e pelo
diodo IR Dr No circuito foi utilizado Modo 0: Temporizador/Contador
Cl
um diodo infravermelho comum de de 13 bits. IOOmF
controle remoto. O circuito pode ser Modo 1: Temporizador/Contador 16V
ampliado e adaptado de acordo com as de 16 bits.
necessidades de cada aplicação, nor­ Modo 2: Temporizador/Contador de
malmente empregando algum proto­ 8 bits com recarga automática.
colo para comunicação. Veja a figura 1. Modo 3: Dois contadores 8 bits,
O interruptor S, habilita ou desabilita só no timer O.
a frequência. Quando o microcontro­ Modo 6: Modo PWM.
lador é contactado à fonte de tensão, Figura 2
a frequência está desabilitada, sendo
necessário pressionar S,. O LED 2 é Para este circuito foi utilizado o
usado para verificar que o programa modo 2 (Temporizador/contador de 8 PROGRAMA
está sendo executado. bits com auto-recarga)
O programa escrito em C começa
configurando as portas de entrada/
saída, os timers e habilita as inter­
rupções. Depois, entra-se no bloco
principal onde é chamada a rotina
Button.
As rotinas principais que contro­
lam a geração de frequência são:
Button, OnOfflnfraRed e a rotina
de interrupção do timer 1.
A rotina Button é constantemente
chamada no bloco principal para
testar se o pulsador Si (ON/OFF) foi
pressionado. As linhas seguintes de
código implementam esta função:

18 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


MICROCONTROLADORES

void Button (void) cia de transmissão para o LED IR. timer 0 é desabilitado, zero o fiag
{
As seguintes linhas de carga formam de transbordamento e a saída T0 é
//Testa o pulsador S (ON/OFF).
if ( IXTAL1 ) esta rotina: colocada no nível baixo.
{ Para obter mais informações sobre
if ( tmrButton == 0)
{ void OnOfflnfraRed(void) o microcontrolador P89LPC922 e a
{
OnOffInfraRed (); família LPC900, visite o site: www.
} fOnOfflR = ~fOnOffIR;
tmrButton = 40; if (fOnOfflR) semiconductors.philips.com
{
} Para obter informações e uma
}
TLO = MemTHO; cópia de demonstração do compilador
THO = MemTHO; KEIL, visite: www.keil.com
//Dispara o timer 0;
Quando esta função é chamada, TRO = TRUE; Para baixar os arquivos do código
verifica-se se o pino XTAL1/P3.1 se } fonte do circuito exemplo, visite o site:
else
encontra no nível baixo. Se este pino { www.sabereletronica.com
está no nível alto, a função sai. Se este //Pára timer 0; Ao gravar o microcontrolador,
TRO = FALSE;
pino está no nível baixo, é verificado desabilite o watchdog.
se a variável tmrButton é igual a zero. TF0 = FALSE;
Se a condição se cumpre, então é TO = TRUE; LISTA DE MATERIAL
)
chamada a função OnOfflnfraRed } Semicondutores:
e depois é carregada a variável tmr­ Cl, - microcontrolador P89LPC922.
D, - LED infravermelho.
Button com 40. Esta variável é decre- O flag fOnOffR é usado para
D? - LED.
mentada pelo timer 1, a mais ou menos alternar {toggle) o comportamento
Resistores ’4 W:
1 milissegundo (40 milissegundos da rotina. Quando este flag está no R, -10 ohms.
no total). Este tempo é suficiente nivel alto, é executado o código que R2 - 680 ohms.
para evitar os repiques e ruídos dos carrega o registro alto e baixo do Capacitores:
pulsadores de contato mecânico. timer 0 com a variável MemTHO C, -100 nF cerâmico.
A rotina OnOfflnfraRed se encar­ e habilitado o timer O. Quando o Diversos: /
rega de gerar ou desativar a freqüén- flag fOnOffR está no nível baixo, o S, - Pulsador.

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SABER ELETRÓNICA N9 381/OUTUBRO/2004 19


MICROCONTROLADORES

MONITOR DE TENSÃO COM

Muitas vezes e necessario um monitor de tensão para controlar


fontes de alimentação, carregadores de bateria, e muitas outras.
Neste artigo demonstraremos como construir um pequeno, mas
versátil, monitor de tensões utilizando um pequeno microcontrolador
da família Microchip®, o PIC12F675.
em outro uma outra tensão, e a cada
Márcio José Soares dia um novo desafio neste campo
surge.
Se utilizarmos um circuito conven-
POR QUE MONITORAR UMA muitas vantagens sobre as baterias cional com um amplificador operacio­
TENSÃO? de NiCd, como: nal ou mesmo comparador (figura 1),
- alta capacidade de corrente poderemos atingir nossos objetivos.
Todo técnico e engenheiro sabe - peso reduzido No entanto, cada circuito montado
que em muitos processos a alimen­ - menor número de células deve ter suas particularidades para
tação é um fator decisivo para o (tensão por célula maior) atender a cada necessidade.
sucesso dos mesmos. Qualquer - menor tempo de carga. Por exemplo, se desejarmos
falha na alimentação pode fazer com monitorar uma tensão de 2,7V, nosso
que um complexo circuito microcon- Mas, como “nem tudo são flores”, pequeno circuito deve ser capaz
trolado não funcione corretamente. devido à composição química das de detectar uma tensão acima ou
Para aqueles que atuam com CLPs mesmas, é PROIBIDO ultrapassar a mesmo abaixo da mesma. Trabalha­
e relés programáveis, monitorar tensão final de carga recomendada mos então com uma janela. Entre­
tensões de alimentação e também pelo fabricante sob pena de incêndio e tanto, em um outro momento deve­
de entrada é importante. até mesmo uma pequena explosão! remos monitorar uma tensão de
Muitos são os relatos de “falhas” Como o leitor pode notar, exis­ 4,5V. Trabalharemos, então, com
em um processo devido à alimenta­ tem muitos pontos onde monitorar uma outra janela.
ção. Porém, esta é sempre a última uma tensão qualquer se faz neces­ Notem que o limiar inferior e
a merecer o “olhar desconfiado” do sário. superior desta janela serão deter-
responsável. Isto se deve ao fato
do problema ser intermitente ou
mesmo causado devido a um outro POR QUE USAR UM
fator qualquer, como uma queda MICROCONTROLADOR
de energia momentânea provocada PARA ESTA TAREFA?
pelo “ligar” de um terceiro equipa­
mento. Muitos leitores técnicos e enge­
Os leitores que trabalham com nheiros já fazem há bastante tempo
carregadores de bateria também o que está sendo proposto neste
devem tomar certo cuidado com artigo, porém muitos deles ainda
a tensão. Algumas baterias como utilizam circuitos discretos para tal.
as que utilizam tecnologia Ácido / Nada contra os métodos, porém
Chumbo e até mesmo as de NiCd devemos pensar que hoje em dia
não são críticas quanto a suas ten­ a “velocidade” com que as coisas
sões finais de carga, porém as novas devem acontecer é muito grande.
baterias LiPo (Lithium Polímero) Muitas vezes, dentro de uma
são extremamente críticas neste empresa temos que monitorar durante
quesito. Estas baterias possuem um período uma determinada tensão, Figura 1 - Comparador diferencial.

20 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


MICROCONTROLADORES

minados no circuito através de cál­


culos e sua precisão irá depender
exclusivamente dos componentes
utilizados. E, além disso, urna lógica
digital deverá ser inclusa para acusar
o evento.
O leitor percebe então que a
velocidade destas modificações, de
acordo com cada caso, não é alta.
Isso em muitas empresas pode sig­
nificar alguns “milhares de dólares” e
até mesmo o emprego do engenheiro
ou técnico responsável.
Porém, se o técnico ou enge­
nheiro da área utilizar um microcon­
trolador, a velocidade das alterações
será muito maior. Neste caso bastaria
alterar algumas linhas do programa
(as vezes apenas algumas variáveis),
recompilar e gravar novamente o
microcontrolador e tudo estaria
resolvido. A velocidade é muito maior Caso a tensão medida seja igual
neste tipo de processo. ou menor que a tensão inferior (em
5-24 VDC
Um outro ponto decisivo está na nosso protótipo 4,3 V), o beep é
redução do circuito final. Em alguns disparado e assim permanece até
Relé de ^cordo
casos isso é importante. Ao invés que o operador ressete o sistema.
com VDC
de dois ou três operacionais (ou No caso do uso em ambientes
comparadores), mais CIs para lógica fabris aconselhamos a troca do 1 kQ a
digital, resistores e outros, temos “buzzer” por um relé, para que este Dê 10 kA
apenas um Cl microcontrolador (e dispare uma lâmpada ou mesmo GP2/GP3/GP4—I I
no nosso caso, com apenas oito sirene, pois em muitas situações o 2N2218
“pernas” - do tamanho de um 555!) ruído ambiente é muito maior que o
“beep” emitido.
Não aconselhamos o uso de Figura 3 - Circuito driver para relê.
O CIRCUITO LEDs de alto brilho ou qualquer
outro com consumo superior a 15 suporte de Cl para o microcontrolador.
Como referenciado na introdução mA, pois o microcontrolador só pode O mesmo tem a memória de pro­
deste artigo, a proposta é desenvol­ fornecer 20 mA por pino de l/O. grama do tipo FLASH, o que permite
ver um monitor de tensões micro- O leitor também pode modificar o regravá-lo várias vezes, se necessário.
controlado. Com este circuito pode­ circuito, inserindo um transístor e um E como a idéia do circuito é poder
mos monitorar uma faixa de tensão, relé no lugar dos LEDs, para ligar monitorar mais de uma tensão com a
acusando a passagem pelos limites uma lâmpada no lugar. Tudo depen­ simples modificação do programa, não
inferior ou superior (dependendo derá do ambiente onde o circuito faria sentido soldá-lo à placa.
do programa), além de monitorar será utilizado. Na figura 3 o leitor Os outros componentes não são
qualquer tensão, dentro dos limites tem um exemplo de driver com um críticos e acreditamos ser bem
do AD interno do microcontrolador (0 transístor NPN e um relé. comuns aos nossos leitores. Cha­
- 5 VDC). Veja na figura 2. mamos apenas a atenção para o
Observando o circuito, notamos tipo de buzzer utilizado. Ele é do tipo
que todo o “trabalho” foi deixado por MONTAGEM contínuo, ou seja, possui um oscila­
conta do microcontrolador. Ele checa dor interno. Buzzers sem oscilador
a tensão de entrada a cada 250 ms O leitor tem algumas opções de interno não servem neste projeto,
(este tempo pode ser alterado, de montagem. Ela pode ser feita em a não ser que modificações sejam
acordo com as necessidades de placa padrão, matriz de contatos feitas no programa original (inserção
cada um, mas não pode ser menor ou mesmo através de uma placa de de um PWM por software para a
que 10 ps) e mostra o estado da circuito impresso. Para esta última oscilação).
mesma através de três LEDs (em o leitor tem nossa sugestão para o A alimentação do circuito deve
nosso protótipo utilizamos um led lay-outde placa na figura 4. ser de 5 volts DC. Não use a tensão
verde, um laranja e um vermelho). Aconselhamos o uso de um de entrada como alimentação neste

SABER ELETRÔNICA N° 381/OUTUBRO/2004 21


MICROCONTROLADORES

PROVA E USO

Para testar o circuito, grave o


PIC com o arquivo HEX fornecido ou
compile o programa e gere o HEX
para gravação. Lembre-se que esta­
mos utilizando o oscilador interno
do microcontrolador e este tem um
“setup” de fábrica. Tenha cuidado ao
gravar este “byte". Siga as instruções
do seu gravador.
Ligue a entrada do circuito a
uma fonte variável (0 - 5 VDC) ou
insira um potenciómetro na entrada
como mostra a figura 6. Neste caso,
acreditamos que um trimpot do tipo
multivoltas pode ser melhor, devido
a sua maior sensibilidade.

Figura 4 - Lay-out para circuito impresso.

circuito. Isso pode causar variações programa interno ao microcontrola­ Entrada


na leitura. dor. É ele que faz todo o controle. Na do AD
figura 5, o leitor tem o fluxograma
de operação do mesmo. Aconselha­
O PROGRAMA mos seu estudo para uma melhor Figura 6 - Usando um potenciómetro
compreensão do funcionamento do para prova.
Como dito anteriormente, nosso circuito. Para ajudar nosso leitor, o
circuito é totalmente dependente do programa foi ricamente comentado. Ligue um multímetro ou mesmo
osciloscópio calibrado na entrada
para acompanhar as tensões. Vire o
potenciómetro da fonte ou o externo
(inserido para testes) até obter as
tensões monitoradas e observe o
acender dos LEDs e o disparo do
buzzer.
Caso o buzzer dispare, note que
mesmo a tensão voltando ao limiar
considerado pelo programa (ou progra­
mador) como normal, ele permanecerá
ligado. Para desligá-lo, pressione Si
até que o mesmo pare de tocar (desde
que fora do limite monitorado).
O leitor deve ter notado que
não foi necessário qualquer tipo de
ajuste. Tudo é feito via “software”.
Esta é a grande vantagem deste
tipo de circuito e acreditamos que
o futuro estará nos componentes
programáveis.

MODIFICANDO A
TENSÃO ANALISADA

O leitor, agora, deve estar se


perguntando: “Como faço para alterar
Figura 5 - Fluxograma do programa. a tensão analisada?!”.

22 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


Para isso é necessário com­ tensão maior de entrada. Neste caso
preender alguns conceitos sobre um simples divisor resistivo como
conversores analógicos. O primeiro exibido na figura 7.
deles diz respeito ao número de PARA EQUIPAMENTOS ELETRÓNICOS
bits utilizados na conversão. O
PIC12F675 possui quatro canais • Telefonia
AD de 10 bits cada, porém devido • Módulo BCD
à simplicidade de nosso circuito, • Caixas para Racks
utilizamos apenas oito bits em nossa • Caixas para Reatores
conversão (interno ao programa). • Caixas para Controles
Assim, sempre que nosso conver­ • Automação de Portões
sor mostrar o valor 255 (ou FFH) • Caixas com Painel e Alça
teremos em nossa entrada 5 volts e ao • Caixas para Sinalizadores
mostrar 00 (00H) teremos 0 volts. • Caixas para Estabilizadores
Desta forma, podemos calcular que • Caixas para Sirenes e Alarmes
a resolução em nossa entrada é: • Caixas e Acessórios Norma Din
• Caixas para Sensores e Iluminação
, - Vref
resolução = --- • Caixas com Tampa e Abas de Fixação
• Caixas para Fontes e Filtros de t.inha
Note que neste divisor o valor de
onde Vref é nossa tensão de R2 não deve ser superior a 10 kQ. Os modelos norma DIN são
referência (no nosso caso 5 VDC) Isto é devido à máxima impedância injetados em ABS VO (Antichamas)
e n o número de bits utilizados na admitida pela entrada AD do micro­
conversão. controlador. Aconselhamos manter
De acordo com a equação, nossa este resistor sempre com o valor entre
resolução é de 0,0196 V ou 19,6 mV. 8,2 kQ e 10 kQ. Para o cálculo do
Estes são os “degraus” em nossa resistor R1 utilize a seguinte fórmula:

Coloque seus projetos em Caixas e Gabinetes de Qu.


conversão, e devemos ficar atentos a
V2 = —5?—xV
eles na hora de inserir um determi­
(R1+R2)
nado valor a ser monitorado.
Caso ele se encontre entre um Com isso, o leitor poderá monito­
degrau e outro, o circuito poderá apre­ rar tensões DC maiores que 5 volts.
sentar uma flutuação. Aqui, o problema Porém uma nova resolução deverá
pode facilmente ser resolvido com a ser calculada, desta vez utilizando
modificação do programa, aumentando Vref = tensão máxima de entrada.
o número de bits utilizados na conver­
são para 10.Teremos, neste caso, uma
resolução de 0,00488V ou 4,88 mV (4 CONCLUSÃO
vezes maior).
Em nosso programa, as “variá­ O leitor que trabalha com instru­
veis” (são definições na verdade) mentação, dentro de vários segmen­
que controlam os níveis médio e tos, sabe que o uso dos microcontro­
inferior são: ladores em determinados processos
Valor_md = 230 pode ajudar muito.
ValorJnf = 219 Algumas empresas, infelizmente,
não dedicam grandes verbas para
Se nossa resolução é de 19,6 mV, a compra dos instrumentos neces­ Disponibilizamos os desenhos técnicos.
podemos multiplicar o valor inserido sários para o dia-a-dia do técnico/
em valor_md e valorjnf, para obter engenheiro, porém não deixam de
os valores monitorados: 4,508V e cobrar destes as “soluções”. Sendo Fone: (11) 6103-2933
4.292V respectivamente. assim, com uma boa dose de criati­
Para usar outros valores, basta vidade e conhecimento técnico, é
Fax: (11)6103-1499
dividir o valor desejado pela resolu­ possível atingir os objetivos.
ção e você terá o valor a ser inserido Claro que para tudo há um limite,
internamente no programa. mas em tempos bicudos e difíceis
Um outro ponto muito impor­ uma solução criativa pode significar a
tante diz respeito à máxima tensão manutenção do emprego ou mesmo
de entrada. Muitas vezes, o leitor uma nova e melhor chance! Até uma
tem uma aplicação que requer uma próxima!

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


Tudo em caixa com qualidade e precisão
Divide - bv-
O uso do hífen na literatura técnica em
inglês se faz de uma forma diferente da que
encontramos em português. A utilização
desse sinal gráfico para designar funções
compostas ou ainda funções que devam ser
descritas por um conjunto de palavras, é comum. Veja, neste
artigo, alguns casos em que conjuntos hifenizados são usados.
Newton C. Braga
Em eletrónica existem diversos uso inicial e depois se tornam uma hífen em compostos com adjetivos
casos onde palavras hifenizadas são palavra única. comparativos ou superlativos, em
empregadas. Uma delas é “base de dados” que termos químicos.
Um exemplo disso pode ser dado seria data base na forma original em
em eletrónica digital. Quando descre­ inglês. Essa palavra passou inicial­ Pode ser utilizado o hífen quando
vemos um circuito digital que faz a mente a ser usada como data-base frações e números como segundos
divisão de um número binário por “n”, e depois passou a database, como elementos são escritos de forma
simplesmente o especificamos como palavra única. corrente. Exemplo:
“divisor por n” , sem a necessidade A regra geral, todavia, pode ser
de colocar o hífen. dada diretamente a partir de um texto twenty-five- vinte e cinco
No entanto, em casos como este, em inglês: twenty-fifth - vigésimo quinto
onde um conjunto de palavras espe­ one-fourth - um quarto
cifica uma função única, em inglês “Two or more adjectives before
o hífen é usado. Assim, partimos do a noun that act as one idea (one- Outro caso em que os hífens não
seguinte texto para nossas explica­ thought adjectives) are connected devem ser usados é nas palavras que
ções: with a hyphen" comecem por prefixos como non, un,
in, dis, co, anti, hyper, pre, re, post,
“Di vide-by-10” Counter Traduzindo: out, bi, counter, de, semi, mis, mega,
One 4018 is used to divide the “Dois ou mais adjetivos antes de micro, inter, over e under.
frequency of a digital signal by 10 as um substantivo que funcionam como
shown in Figure 3.89. The maximum urna idéia (adjetivos compostos) são Exemplos:
input frequency is 9 MHz when the Cir­ ligados por um hífen”. megabyte
cuit is powered from a power supply of microcircuit
10 V.”- CMOS Sourcebook - Newton Exemplos: hyperactive
C. Braga - Prompt Publications 2001 “This is a low-budget job” override
“First-class decisions require clear­
Vocabulário: headed thinking” A seguir, damos alguns termos
Divide-by-10- Divisor por 10 O hífen também é empregado técnicos de eletrónica hifenizados:
Counter - Contador em expressões onde as palavras se
Maximum - máximo juntaram pelo uso ou para expressar Divide-by-n - Divisor por n
Powered- alimentado uma idéia. Exemplo: N-Counter- Contador até n
Power supply - fonte de alimen­ Power-on - Alimentação ligada
tação fine-tune - sintonia fina 7-Segment Display - Display de
X — ray- raio X 7 segmentos
Observe que a função Contador- 14-stage - 14 estágios
Divisor (na qual, agora sim, nós Lembre-se, entretanto, que não One-of-Eight Decoder - Decodifi­
usamos o hífen), é especificada de deve ser usado o hífen depois de um cador um de oito
forma hifenizada. advérbio que termine em “ly”. Two-Tone Siren - Sirene dois tons
De uma forma geral, o que se “A project planned carefully”e não Two-Phase Generator - Gerador
ensina em inglês é que há palavras “a carefully-planed project” - “urn de duas fases
e frases que, partindo de formas projeto planejado cuidadosamente”. Light-Triggered Flip-Flop - Flip-
isoladas, são unidas por hífens no Também não deve ser colocado o Flop disparado pela luz

24 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


DESENVOLVIMENTO

10 CIRCUITOS PRÁTICOS COM


COMPARADORES DE TENSÃO
Os comparadores de tensão na forma de circuitos integrados podem ser usados
em uma infinidade de soluções práticas pelo desenvolvedor de projetos eletrónicos.
Mesmo na indústria ou no trabalho de campo, saber empregar um comparador
de tensão pode ser de grande utilidade para improvisar soluções simples para
problemas que, eventualmente, podem até ser complexos quando analisados a uma
primeira vista. Neste artigo, não só revisamos os princípios de funcionamento dos
comparadores como mostramos alguns circuitos práticos simulados em computador
Newton C. Braga
num dos muitos programas que podem ser obtidos para esta finalidade.

Um comparador de tensão nada que ela se aproxima e passa de Vref,


mais é do que um amplificador ope­ ocorre a transição do circuito. A figura
racional de alto ganho, que opera sem 5 exibe a curva característica de um
realimentação. Conforme mostra a comparador típico.
figura 1, um comparador possui uma
entrada inversora (-) e uma entrada
não inversora (+).
Em uma aplicação típica como
amplificador operacional, o circuito Figura 1
possui uma região de operação linear,
conforme ilustra a figura 2.
No entanto, considerando-se o seu
ganho muito alto, essa região linear
pode ser desprezada e o amplificador,
dentro de sua gama de operação, Figura 4
trabalha saturado com uma transição
muito rápida de sua tensão de saída,
em função da amplitude do sinal de
entrada, veja a figura 3.
Assim, na aplicação típica, o que
fazemos é colocar sua entrada inver­
sora em um determinado potencial de
referência (Vref) que, normalmente, é
determinado por um divisor de tensão a) vre( na entrada não inversora
formado por dois resistores, observe
a figura 4.
Quando a tensão de entrada, apli­
cada à entrada não inversora (+), é
menor do que a tensão de referência,
a saída se mantém no nível baixo,
ou seja, perto de 0 V. Por outro lado, Quando as tensões se igualam
quando a tensão de entrada é maior do temos uma condição de instabilidade,
que a tensão de referência, a tensão dado o alto ganho do circuito, o que b) Vreí na entrada inversora
de saída vai ao nível alto, ou seja, quer dizer que numa faixa muito
próxima da tensão de alimentação. estreita de tensões de entrada em Figura 5

SABER ELETRÓNICA N’ 381/OUTUBRO/2004 25


É claro que podemos também
operar com este circuito, aplicando a
tensão de referência à entrada não
inversora (+). Neste caso, conforme
mostra a figura 6, temos um compor­
tamento “invertido” para o comparador.

Quando a tensão de entrada,


aplicada à entrada inversora (-), é
menor do que a tensão de referência,
a tensão de saída é positiva, ou está
no nível alto. Quando a tensão de
entrada for maior do que a referência,
a saída estará no nível baixo, ou seja,
será uma tensão nula.
Para aplicações práticas, um cir­
cuito integrado extremamente versá­ cionais comuns, tais como o 741 são de valor do capacitor colocado na
til, e por isso muito popular, é o colocados na mesma função. realimentação negativa.
LM139/239/339 da National, que A frequência máxima do circuito
consiste em 4 comparadores de é da ordem de 10 MHz, dependendo
tensão em um mesmo invólucro, cuja CIRCUITOS PRÁTICOS apenas das características do compa­
pinagem é apresentada na figura 7. rador usado. Observe a necessidade
Embora até mesmo amplificadores Damos a seguir uma série de de utilizar um resistor pull-up neste
operacionais comuns (como o 741) circuitos práticos baseados em com­ circuito.
possam ser usados como compara­ paradores e que, em alguns casos,
dores (bastando deixá-los sem reali­ também podem ser implementados
mentação), os circuitos que daremos a com amplificadores operacionais
seguir são baseados no LM339. comuns como o 741.
Lembramos que a diferença básica
entre o LM 139, LM239 e LM339 está
na faixa de temperaturas de operação. OSCILADOR A CRISTAL
Observamos também que os compa­
radores de tensão, a exemplo da série Se o leitor necessita de um sinal
LM139/239 e 339 possuem saídas preciso de 100 kHz retangular, o
com transistores em coletor aberto, oscilador controlado a cristal dado na
o que exige o emprego de resistores figura 8 serve para esta finalidade.
“pull-up” em suas aplicações. Evidentemente, o circuito pode
Esses resistores não são neces­ gerar sinais de outras frequências,
sários quando amplificadores opera­ exigindo-se eventualmente alterações

26 SABER ELETRÓNICA N2 381/OUTUBRO/2004


DESENVOLVIMENTO

AMPLIFICADOR OPERACIONAL se tiver um programa de simulação, As formas de onda obtidas sao


alterar os componentes para modifi­ para urna freqüéncia de 50 Hz, urna
Com o uso de uma fonte de alimen­ car o ganho ou operar com outras vez que se trata de circuito de baixa
tação simétrica e fixando-se o ganho freqüéncias. freqüéncia.
de modo que não haja saturação,
podemos usar um comparador de
tensão como amplificador operacional.
Apenas precisamos nos lembrar que
deve ser colocado o resistor “pull-up”,
no caso de 15 kohms.
A figura 9 indica como implemen­
tar este amplificador com ganho
100, usando um LM339 ou outro
comparador.
A simulação, utilizando um equi­
valente, é mostrada na figura 10. O
leitor poderá baixar este arquivo e

FOTO-RELÉ TEMPORIZADO fugas podem afetar a estabilidade AMPLIFICADOR PARA


do circuito. TRANSDUTOR MAGNÉTICO
No circuito da figura 11, quando O relé utilizado é de 12 V com
o fototransistor deixa de receber bobina de 50 mA, no máximo, e Na figura 12 temos um circuito
luz, o relé dispara por um intervalo contatos de acordo com a carga con­ prático para utilização com transdutor
de tempo que depende do valor do trolada. Também podem ser excitadas magnético.
capacitor C2. cargas de maior potência com o uso O resistor de 20 Mohms determina
A temporização obtida é de de um Darlington PNP. o ganho do circuito, devendo ser
aproximadamente 1 segundo para A fonte de alimentação não pre­ alterado em função da sensibilidade
cada microfarad de capacitáncia. No cisa ser simétrica e o fototransistor do transdutor. A fonte de alimentação
entanto, capacitores de mais de 1 000 empregado como sensor pode ser de deve ser simétrica, com tensão de
pF não devem ser usados pois suas qualquer tipo. acordo com a desejada para a ampli­
tude do sinal que deve excitar a etapa
seguinte.

SABER ELETRÓNICA N9 381/OUTUBRO/2004 27


DESENVOLVIMENTO

OSCILADOR COM por um potenciômetro de 1 Mohms em do ciclo ativo, o que torna este circuito
COMPARADOR série com um resistor de 10 kohms. útil no teste ou excitação de contro­
Esse procedimento, que pode ser les PWM. Basta agregar uma etapa
Este circuito prático que apre­ testado pelo próprio leitor que tenha excitadora apropriada na saída, se
sentamos é de grande utilidade na um simulador, permite variar o ciclo for necessário.
geração de sinais retangulares de ativo tipicamente entre 10 % e 90 %. Obs.: Os leitores interessados
freqüéncias que podem chegar até O interessante desta configuração podem acessar o arquivo da simu­
alguns megahertz. O capacitor C,, é que praticamente não temos alte­ lação no EWB no site (www.saber
no circuito da figura 13, determina ração da frequência mas tão somente eletronica.com.br).
essa frequência.
Para valores de R, e R2 iguais,
o sinal gerado é retangular, como a
simulação mostrada na figura 14.
Nela, o osciloscópio mostra os sinais
com um ciclo ativo de 50%.
Entretanto, podemos variar o ciclo
ativo deste oscilador, substituindo R2

FLIP-FLOP RS COM maior potência como motores, sole­ A fonte de alimentação não pre­
COMPARADOR noides, lâmpadas indicadoras, etc. cisa ser simétrica.

Um flip-flop Reset-Set, capaz de


controlar diretamente um relé ou
outra carga de potência, pode ser
implementado em comparadores de
tensão como os da série 339.
Na figura 15 mostramos o circuito
básico onde os botões Set e Reset
podem ser interruptores de pressão
comuns, chaves de fim-de-curso,
micro-switches, reed-switches ou
qualquer outro tipo de sensor liga-
desliga (on-off).
Observe que este circuito utiliza
duas fontes de alimentação, com
um relé ou carga de 24 V, corrente
máxima de 100 mA. Evidentemente,
com o uso de transístores Darlington,
podem ser controladas cargas de Figura 15

28 SABER ELETRÓNICA N9 381/OUTUBRO/2004


DESENVOLVIMENTO

DETECTOR DE PASSAGEM um pulso de disparo para um tiristor O circuito apresentado utiliza uma
POR ZERO conforme mostra a figura 16. fonte de alimentação simples. Com
Na figura 17 ilustramos como sinais senoidais, o circuito irá gerar
Este é um circuito muito empre­ implementar este circuito usando um um pulso positivo de curta duração
gado em controles de potência. comparador do tipo LM339. na sua passagem por zero.
Quando a tensão alternada de ali­
mentação passa por zero, é gerado

CONVERSOR DE FORMA Trata-se de um circuito que con­ mos usar este circuito para gerar
DE ONDA verte sinais senoidais ou triangulares sinais PWM a partir de um oscilador
em sinais retangulares. O comparador externo.
Uma outra aplicação dos com­ dispara com os níveis de tensão Na figura 20 temos a simulação
paradores de tensão, com grande programados pelo divisor resistivo, do circuito no computador. O leitor
utilidade prática, é a fornecida na fornecendo assim em sua saída um poderá alterar os valores dos resisto­
figura 18. sinal retangular. res do divisor de modo a observar
Veja que a programação do ponto como o ciclo ativo do sinal muda.
do disparo permite alterar o ciclo ativo Com sinais triangulares é possível
do sinal gerado. Dessa forma, se um obter uma variação linear do ciclo
dos resistores da rede de referência ativo, o que pode ser interessante
for trocado por um potenciômetro, nas aplicações em que se exige mais
conforme visto na figura 19, pode­ precisão.

SABER ELETRÓNICA N2 381/OUTUBRO/2004 29


DESENVOLVIMENTO

FOTO-RELÉ Na figura 23 temos a simulação


com as formas de onda. Observe
Na figura 21 temos a aplicação ainda ser excitado diretamente outro que neste caso temos um ciclo ativo
de um comparador de tensão num tipo de carga, como solenoides e de aproximadamente 10 %, dado
circuito que disp ara quando o sensor pequenos motores. Para cargas de pelos resistores R3 e R4. Os diodos
(LDR) deixa de receber luz. maior corrente, poderá ser usado um utilizados foram os 1N4148, mas
P, faz o ajuste do ponto de dis­ Darlington de potência PNP. equivalentes de uso geral servem.
paro. Para excitar o circuito com luz, Lembramos que para o caso de
O relé é do tipo sensível com urna basta inverter as posições de P,/R, comparadores como o LM339 e
corrente máxima de 50 mA, podendo e do sensor. outros da mesma série, é necessá­
rio o uso do resistor de pull-up de
+ 12V 15 kohms dada a configuração de
saída em coletor aberto que tais
componentes possuem.
Na figura 24 mostramos como
substituir os dois resistores que
determinam o ciclo ativo do sinal por
um potenciómetro de modo a se obter
um ajuste do funcionamento.
Com o cursor no meio, o ciclo
ativo é 50 %, podendo ser modificado
quando deslocamos o eixo para
esquerda ou para a direita. O valor
desse potenciómetro juntamente com
C, determinarão a freqóência média
do sinal gerado.
GERADOR DE PULSOS No circuito apresentado na figura
22, a relação de valores entre R3 e
Uma outra forma interessante R„ determina o ciclo ativo. O circuito
de gerar sinais com ciclos ativos integrado usado na simulação é o
pequenos, ou seja, pulsos de curta amplificador operacional 741, como
duração, é usando circuitos diferentes comparador de tensão. Todavia, equi­
para carga e descarga do capacitor valentes que alcancem freqüéncias
de temporização. mais elevadas poderão ser usados.

Figura 22

Figura 24

30 SABER ELETRÓNICA Ne 381/OUTUBRO/2004


COMPARADOR DE LIMITE
TATO Catálogos de
®
Equipamentos Eletrónicos
Uma configuração de grande uti­ Transformando ideias em rea¡idade esquemas e
lidade nas aplicações que envolvem Tudo para microcontroladores BASIC Step
o monitoramento de funções é o com­
parador de limite. No circuito ilustrado
e acessórios em um só lugar.
de manuais
na figura 25, a lâmpada acenderá
quando a tensão de entrada for maior
Módulo de RF serviço
(ou menor) que as duas referências
aplicadas aos comparadores.
Uma aplicação importante deste
circuito é como aviso de sub/sobre
tensão no monitoramento de fontes.
Se o sinal de entrada vier de sen­
sores como, por exemplo, de tem­
peratura, o circuito detectará sub/
sobretemperaturas.
Evidentemente, a lâmpada poderá
ser substituida por um relé para
desativar ou ativar um circuito externo,

A*\L íV
em caso de necessidade. Da mesma
forma a lâmpada poderá ser substi­ I % #Apoio Técnico
tuida por LEDs. Eletrónico
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SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 31


REPORTAGEM

Caixas e gabinetes
de produtos eletroeletrônico
Existe algo mais do que simplesmente enfiar um
produto eletroeletrônico numa caixa.

Bematech/ Divulgação
Sérgio Vieira

Os involucros, caixas e gabinetes,


sejam eles de plástico ou de metal
desempenham papel importante no
bom funcionamento de um produto
eletroeletrônico. A regra vale para as
aplicações residenciais, comerciais e,
principalmente na indústria, local onde que trocar toda a sua mercadoria Dependendo do produto eletrónico
há maior variação de temperatura por caixas resistentes aos raios e sua respectiva aplicação, uma
e umidade do ambiente, agentes ultravioleta. caixa plástica pode ser construída
químicos, impactos mecânicos e Para evitar as várias modificações a partir de vários tipos de plásticos
exposição ao ar livre. realizadas numa caixa existem duas de engenharia, poliestirenos, co-
Nas multinacionais da área ele- vias de ação: a primeira é procurar uma polímeros de estireno, etc.
troeletrônica é comum realizar estu­ empresa que faça o projeto de uma Observa-se que tudo depende
dos e discussões com engenheiros caixa e a segunda é adequar a placa do tipo de equipamento que está
sobre as características técnicas eletrónica em caixas já existentes. sendo projetado para definir o tipo
que deverão estar presentes em “É possível adequar ou desenvol­ de plástico utilizado na construção
uma caixa. As empresas desse ver caixas de acordo com algumas de uma caixa. Elvio Marcus Júnior,
porte também realizam pesquisas necessidades”, comenta Fábio Van- engenheiro de aplicação da Phoenix
que vão além de questões técnicas. cetto, diretor geral da Patola, empresa Mecano, lembra, por exemplo, que
Há ainda a preocupação quanto ao que possui uma equipe interna para gabinetes em ABS, Policarbonato ou
design que mais agrada ao público criar caixas plásticas sob medida. Poliestireno só poderão ser instalados
(formas, cores, etc), imagem da Segundo ele, um projeto antecipado ao tempo se possuírem aditivo UV,
empresa, ergonomia e funcionali­ de uma caixa evita alguns problemas mesmo que tenham grau de proteção
dade. quando um produto eletroeletrônico IP 54 ou superior.
Em pequenas e médias empre­ vai para uma residência, indústria
sas, entretanto, o caminho para ou comércio.
encaixar um módulo eletrónico num Luis Fernando Queller Vidal, EVOLUÇÕES DO PLÁSTICO NO
gabinete acontece de forma um gerente comercial da Queller Repre­ SETOR ELETROELETRÔNICO
pouco diferente. Isto porquê muitos sentações Comerciais, entretanto,
desenvolvedores se esquecem que pensa diferente. Na sua opinião, muitas De acordo com o Instituto Nacional
é preciso ter projeto para uma caixa, empresas perdem tempo e encarecem do Plástico (INP), assim como o setor
mesmo por mais simples que ela custos procurando invólucros que se automobilístico, o eletroeletrônico
possa parecer. adeqúem aos seus produtos. “Para representa um dos segmentos mais
Só para citar alguns casos: Em facilitar o término do projeto é melhor promissores para a aplicação do
São Paulo, um pequeno “design fazer uma pesquisa de mercado dos plástico, devido a necessidade de
houser” procurou uma empresa para produtos e tamanhos existentes com aliar rapidez no processo de produção
abrigar o seu produto eletrónico seus devidos valores”. a um custo cada vez mais baixo. O
projetado para a área médica. Mais No caso de caixas plásticas há INP acredita que o plástico permitiu
tarde, ele teve que procurar uma outra vários detalhes que são importantes a popularização de produtos, que
empresa para realizar uma pintura na hora de comprá-las ou projetá- passaram a ser mais acessíveis aos
especial na caixa para se evitar a las. Um deles refere-se ao tipo de consumidores.
incompatibilidade eletromagnética; plástico utilizado para a confecção A conquista de novos mercados
em outro caso, um projetista teve de determinado gabinete ou caixa. pelo plástico também cresce entre os

32 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


REPORTAGEM

eletroeletrônicos. Um bom exemplo


são algumas linhas de lavadoras, que
passaram a contar com gabinetes
plásticos, eliminando etapas do pro­
cesso de produção como estamparia,
funilaria, soldagem, tratamento quí­
mico e pintura, e, conseqüentemente,
proporcionando economia de tempo
e otimização do espaço físico. Um
exemplo são as lavadoras que pesam
em média 18 kg, sendo 60% em
plástico, enquanto as que utilizam
chapas de aço pesam, em média,
26 kg. A redução nos gastos com
produção e matéria-prima garantem,
ainda, um preço mais acessível ao
consumidor. com ambientes altamente
Além de gabinetes e peças, o agressivos e grande pos­
plástico vem, a exemplo do que sibilidade de altos impac­
acontece no setor automobilístico, tos. Outro motivo do uso do
conquistando novas aplicações no metal deve-se às altas tem­
universo dos eletros. O INP informa peraturas muito encontradas
que pesquisadores da Universi­ em ambientes fabris. É o caso dos um derretimento do aço num molde
dade de Cambridge, na Inglaterra, transmissores de pressão, tempera­ até o corpo do futuro equipamento
desenvolveram recentemente uma tura, vazão e densidade, motores, eletrónico ir tomando forma. Esse
tecnologia revolucionária de visua­ alguns computadores industriais, segundo caso é um dos mais empre­
lização luminosa que substitui as indicadores, etc. gados na construção de equipamen­
atuais telas de vidro dos computa­ Para utilizar caixas de metal, o tos eletrónicos que serão instalados
dores por outra mais leve, ultrafina, projetista deve procurar uma indústria no chão de fábrica de indústrias pelo
flexível e sem reflexos, produzida metalúrgica que poderá fornecer o fato de garantir melhor vedação e
em plástico. Em fase de desenvol­ produto usinado ou fundido. Para níveis de segurança.
vimento, a nova tecnologia ainda quem ainda não conhece, no pri­ Alguns segmentos de aplicação
levará alguns anos para ser apli­ meiro caso é um trabalho onde vai se de produtos eletroeletrônicos já
cada em televisores e computado­ desbastando e usinando peças até possuem padrões que devem ser
res, mas já está sendo utilizada em chegar no design ideal. obedecidos. É o caso da indústria
auto-rádios, agendas eletrónicas e Nos materiais fundidos acontece alimentícia que costuma exigir equi-
telefones celulares.
Outro ponto importante é o fato do
plástico (assim como acontece com o DESIGN NA ÁREA ELETROELETRÓNICA
alumínio) ser facilmente usinado para
a montagem de acessórios como Quando o assunto é design de Magnética, que forma um conjunto
prensa-cabos, conectores e visores. produto até que nós, brasileiros, compacto e funcional.
Também o acabamento de gabinetes temos um certo respeito no mundo. O terceiro e quarto premiados
injetados é um grande atrativo para o Na última edição do IF Design pertencem à empresa Sense Ele­
produto final, bem como seus recur­ Awards (evento considerado o trónica. O módulo l/O de redes
sos internos (torres de fixação, slots “Oscar do Design”) foram premia­ industriais utiliza um gabinete
para PCB, fixação de displays, aces­ dos 18 produtos brasileiros entre bipartido que é padrão no mercado.
sórios, etc). 97 finalistas do mundo inteiro. O ângulo das conexões e o tipo
Entre os premiados estavam de roscas utilizadas atendem à
quatro produtos da área eletroele- necessidade de vedação evitando
FERRO USINADO trônica que, diga-se de passagem, a penetração de líquidos e sóli­
E FUNDIDO concorreram com países como dos. Já o sensor de proximidade
EUA, Itália, Alemanha e Japão. fotoelétrico (outro premiado) foi
Na área industrial, alguns módulos O soft starter da Weg foi um dos projetado para ser trocado sem
eletrónicos são acondicionados em premiados pela sua simplicidade interrupção de uma linha de comu­
caixas feitas de aço, inox, ferro e alu­ e linhas. Outro premiado foi o nicação, o que exigiu um bom
mínio. Um dos motivos é que muitos ventilador Spirit da empresa Plajet design de produto.
equipamentos estão em contato direto

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 33


REPORTAGEM

Gabinetes de alumínio garantem comenta Arnaldo Barbulio Filho, coor­


melhor proteção eletromagnética e denador de certificação de produtos
são mais resistentes a impactos. na área eletroeletrônica da União
Certificadora (Uciee).
especial por estarem sujeitos a fenô­ Segundo ele, nos ensaios de
menos como oxidação e corrosão. certificação também são verificados
Neste caso, uma consultoria téc­ outros itens que estão ligados direta­
nica pode sanar dúvidas e orien­ mente às caixas e gabinetes como
tar melhor projetistas e a presença de “cantos vivos” que
desenvolvedores. Um dos podem provocar cortes em usuários
caminhos é consultar a ou buracos por onde possa passar
Phoenix Mecano/ Divulgação

Divisão de Corrosão e um dedo. Além disso, gabinetes e


Degradação do Instituto caixas também não podem sofrer
Nacional de Tecnologia superaquecimentos (principalmente
(www.int. gov.br). do lado de fora) ou estarem com falta
de aterramento.
O Sr. Arnaldo informou que a
CERTIFICAÇÃO Uciee certifica equipamentos segundo
as normas da IEC 60950, que possui
pamentos fabricados em aço inox e Conhecer a variedade de critérios com ênfase à segurança. Na
que podem ser laváveis para melhor plásticos e metais torna-se impor­ Uciee, a certificação de produtos
higienização; e da área médica tante, quando se pensa em submeter eletroeletrônicos está dividida em
onde predominam equipamentos com um produto eletroeletrônico para duas áreas: informática e eletrodo­
excelente proteção eletromagnética. certificação. “Um dos quesitos que mésticos. “Nas grandes empresas,
Apesar de serem mais resistentes testamos em nosso laboratório é a certificação de produtos é vista
que o plástico, caixas e gabinetes quanto à inflamabilidade, isto é, como um fator de competitividade”,
de metal requerem um cuidado todo um produto não pode pegar fogo”, argumenta o coordenador.

Nova Linha de Alicate-Amperímetros


Um instrumento de grande utili­ a leitura mesmo sob intensa luz do
dade para o eletricista profissional sol ou na escuridão total.
é o alicate-amperímetro. Diversas Outro ponto importante que se
empresas disponibilizam esses ins­ destaca nesta linha de instrumentos
trumentos em suas linhas de produtos é a preocupação com a segurança.
e estão constantamente agregando Assim, os instrumentos das séries 760
itens de desempenho que os tornam e 770 são dotados de um indicador de
cada vez mais sofisticados e úteis. É o alta tensão, que alerta o usuário sobre
caso dos novos alicate-amperímetros a presença de qualquer tensão acima
da Ideal Industries Brazil. de 30 V (AC ou CA) em qualquer das
A nova linha de alicate-amperíme­ funções selecionadas. O indicador
tros lançada recentemente foi proje­ soa um bip e aciona um LED.
tada especialmente para atender às Esses instrumentos estão listados
principais exigências dos profissio­ na UL em CAT IV-600 V e CAT III -
nais da área. Segundo o fabricante, 1000 V. capacitância e frequência de 40 a 100
trata-se de um instrumento projetado Os modelos disponíveis perten­ Hz, o que o torna ideal para circuitos
por eletricistas para eletricistas. cem às três séries seguintes: de controles variáveis de velocidade.
Alguns recursos importantes foram Série 770 - Alicates de alta capaci­ Série 730 - Para 400 A CA, confi-
implementados nesta linha de instru­ dade com recursos para medidas em ável e de custo reduzido, conta com
mentos. Um deles é o TightSight, que ambientes de 1000 A CA, VER (valor indicador de tensão sem contato
consiste na instalação do mostrador eficaz real - True RMS), Máx/Min, (70 V a 600 VCA), congelamento de
na parte inferior do instrumento. Isso Pico, continuidade sonora e congela- dados, ponteiras de teste e escala
permite que o resultado das medidas mento de dados. automática. Recursos VER e listados
possa ser visualizado pelo operador Série 760 - Para medidas de rotina na categoria III - 600 V.
com o braço estendido. Por outro nos testes de motores industriais. Até Mais informações em www.
lado, a retro-iluminação verde permite 600 A CA. Conta com recursos VER, idealindustries.com.br

34 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


INSTRUMENTAÇÃO

FERRAMENTA
MSP430 Flash Emulation Tool
MSP-FET430P110
With 24 Pin OFN
Limited Edition by LSD

Para todos aqueles que aguardavam a chance de


conhecer uma ferramenta para os microcontroladores
MSP430 da Texas, apresentamos uma solução de baixo
custo e fácil operação. Neste artigo você irá saber mais
sobre a ferramenta Texas MSP-FET430P110.
Márcio José Soares
- Comparador Analógico
- Programação Serial Onboard
sem a necessidade de tensões extras
A FERRAMENTA no conjunto contém o pequeno, externas
mas poderoso, microcontrolador - Proteção de programa
A ferramenta MSP-FET430P110 MSP430F1121 ARGE. - Encapsulamento:
da Texas Instruments permite um - 20 Pinos SOWB (Small-
contato rápido e fácil com a linha de Suas principais características Outline Wide Body)
microcontroladores MSP430 de bai­ são: - 20 Pinos SOTP (Small-
xíssimo consumo (Ultra Low Power) - 14 pinos de l/Os Outline Thin Package)
da Texas. Ela é indicada para enge­ - 4Kbytes de memória Flash para - 20 Pinos TVSOP
nheiros e técnicos assim como para programa - 24 Pinos QFN apenas para
estudantes e hobistas interessados - 256 bytes de memória RAM linha F11x1A.
em conhecer a linha de microcontro­ - Baixa tensão de alimentação 1,8
ladores MSP430 Texas. V-3.6V Além disso, a placa traz ainda:
O conjunto é composto por: - Baixíssimo consumo - Um conector “bootstrap”
- Uma interface de emulação MSP- - Modo ativo: 160 pA em 1 - Ligação aos pinos de I/O através
FET 430P110 Flash Emulation Tool MHz, 2,2 V de dois terminais barra de pinos
(JTAG Debug) - Modo Standby: 0,7 pA - Um LED na placa ligado a P1
- Uma placa para testes com - Modo desligado (retenção para uso imediato em testes e outros
o microcontrolador MSP430F1121 de RAM): 0.1 pA - Um cristal de 32 kHz
ARGE - Wake-Up do Modo Standby em
- Um cabo de extensão para porta menos de 6 ps Apesar de bem simples, o con­
paralela (para uso com a interface - Arquitetura de 16-Bit RISC junto permite muitos testes e
MSP-FET) - Ciclo de instrução = 125 ns o desenvolvimento de produtos
- Um CD contendo o programa - Vários modos de configuraçãobaseados no microcontrolador
IAR Embedded Workbench IDE com de “clock”: MSP430F1121 ARGE de forma
compiladores Assembler e “C”. - Resistores internos (vários) direta.
- Resistor externo Para utilizar a ferramenta, a Texas
A interface de emulação MSP- - Cristal de 32 kHz disponibilizou um CD com a inter­
FET430P110 permite testar (“debu- - Cristal de alta frequência face IAR Embedded Workbench IDE
gar”) ou programar toda a linha de - Ressonador (figura 1). Com esta “IDE” é possível
microcontroladores MSP430, bas­ - Clock externo criar e gerenciar projetos desenvolvi­
tando para isso possuir as placas de - Timer de 16-Bits com três dos em linguagem Assembler ou “C”.
testes ou gravação para o microcon­ registros para Captura / Comparação Os compiladores Assembler e “C”
trolador desejado. - Conversão A/D tipo “Slope” com estão presentes no pacote.
A pequena placa fornecida componentes externos Através desta interface podemos

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 35


INSTRUMENTAÇÃO

simular um programa e “debugá-lo” UM PEQUENO TESTE na placa. Clique no menu “Project-


em tempo real, via interface JTAG >Debug”. Logo em seguida, após a
(MSP-FET 430P110 Flash Emulation Nosso leitor já deve estar acostu­ inicialização do emulador, selecione
Tool). Com isso, todo e qualquer mado com a presença da prática no menu “Debug->Go”.
projeto ganha a velocidade que os nesta revista. Pois bem, vamos a um Neste momento, o LED D1 na placa
tempos modernos exige. pequeno exemplo prático fornecido deverá começar a piscar. Para alterar
junto com todo o material. Siga os o tempo, mude o valor da variável “i”.
passos abaixo: Lembre-se que se trata de um inteiro
POR QUE E QUANDO USAR - Conecte o cabo de extensão à com 16 bits, o que significa que o valor
UM MICROCONTROLADOR porta paralela LPT1 do seu micro. deverá ficar entre 0 e 65535.
MSP430 ? - Conecte a ferramenta de emula­ - Para sair, use no menu “Debug-
ção MSP-FET430 no cabo e na placa. >Stop Debugging” e “File->Exit”.
Nosso leitor deverá estar se per­ Esta última ligação é feita através de
guntando: “Mas, no que este micro­ um cabo flat de 14 vias polarizado. Este exemplo nos mostra o quão
controlador é diferente dos demais Não é necessário alimentar a placa, simples é a programação em lin­
já conhecidos?!” pois esta retira a alimentação do guagem “C” do microcontrolador
Como dito anteriormente, os MSP-FET430 Flash Emulation Tool. MSP430. O programa também pode
microcontroladores MSP430 têm - Abra o programa IAR Embed- ser “debugado” no modo Assembler,
uma característica distinta e muito ded Workbench seguindo o cami­ caso o leitor tenha preferência por
importante: o recurso da baixa tensão nho: menu “lníciar->Programas->IAR esta linguagem.
de alimentação, aliado ao baixíssimo System-> IAR Embedded Workbench
consumo (veja as características Kickstartfor MSP430 V2->IAR Embe­
apresentadas para o microcontrolador dded Workbench” CONCLUSÃO
MSP430F1121ARGE). Isso viabiliza o No menu “File->Open
uso do microcontrolador em projetos Workspace” selecione na pasta O mundo dos microcontroladores
e circuitos portáteis que requeiram “430\FET_examples” o arquivo é bem grande. Aos interessados
baixo consumo, como: “fet_projects.eww” neste maravilhoso universo aconse­
- Controle remoto IR para TVs e Na janela de projetos lhamos muito estudo. Este esforço
outros (fet projects) selecione “FET110_1 _C será recompensado, pois é cada vez
- Equipamentos portáteis para - Debug”. Se quiser ver o programa maior o número de empresas que
medidas diversas que será “debugado”, na mesma precisam de técnicos e engenheiros
- Sensores para segurança portá­ janela abra a opção FET110_1_C com capacidade de desenvolvimento
teis como: - Debug (dique no “+” a frente da em várias linhas de microcontrolado­
- Detector de fumaça seleção). Clique duas vezes sobre a res. Aprender é preciso. Esperamos
- Detector de presença indicação “fet110_1 .c”. ter ajudado aos leitores interessados
- entre outros - No menu selecione “Project- em “diversificar” cada vez mais seus
- Controle de PWM para motores >Rebuild AH” para compilar o projeto conhecimentos neste fascinante
do tipo “vibra-call” - Agora vamos emular o programa mundo. Até a próxima!
- Controle de display LCD de baixo
consumo
- e muitos outros.

INSTALANDO O PROGRAMA IAR


EMBEDDED WORKBENCH IDE

Insira o CD fornecido com o con­


junto em sua máquina e copie do
subdiretório “\Software” o arquivo
“FET_R421 .EXE” para o drive “C:” em
um subdiretório temporário qualquer
de sua máquina. Execute o programa
e siga as instruções.
Nota: Consulte a Saber Marketing
(www.sabermarketing.com.br) para
adquirir as ferramentas de programa­
ção do MSP 430.

36 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


INSTRUMENTAÇÃO

USANDO O (3EEBMEÌ
DE FUNÇÕES PARA

CRIAR » IJW

Os sinais PWM (Pulse Width Modulation) ou por Modulação


em Largura de Pulso são amplamente usados nos controles de
potência. Assim, no desenvolvimento de projetos que envolvam
esses controles ou na reparação de equipamentos que os utilizem
é fundamental dispor de uma fonte PWM de prova. A Agilent PWM nesta faixa de frequências
é interessante possuir instrumen­
Technologies possui uma excelente documentação que ensina tação apropriada e o gerador de
como utilizar o Gerador de Funções para essa finalidade. Em funções pode ser usado para esta
função dessa documentação preparamos este artigo. finalidade.
Os sinais gerados por um Gera­
Newton C. Braga
dor de Funções podem servir facil­
mente para excitar circuitos de potên­
A idéia básica que envolve o pequena de dissipação dos dispo­ cia e, desse modo, aplicações que
uso dos sinais PWM no controle de sitivos, podemos controlar correntes envolvem a modulação PWM podem
potência está na relação entre o Intensas. ser testadas.
tempo em que uma tensão é aplicada Assim, conforme ilustra a figura
a uma carga e o tempo em que 2, quando variamos o ciclo ativo de
ela não está presente. Em suma, a um valor mínimo a um máximo, a COMO GERAR OS SINAIS
potência aplicada depende do ciclo tensão média ou potência aplicada
ativo de um sinal aplicado a uma a uma carga, variam na mesma Uma forma simples de gerar um
carga, conforme mostra a figura 1. proporção. sinal PWM consiste em se empregar
Os controles de potência para uso um comparador com um sinal senoi-
industrial ou mesmo em aplicações dal aplicado a uma das entradas.
de consumo trabalham em frequên­ Nas figuras 3. 4 e 5 mostramos
cias que vão de algumas dezenas as formas de onda PWM que podem
de quilohertz até pouco mais de 1 ser obtidas quando ajustamos o
MHz. Para analisar ou desenvolver comparador para disparar com dife­
circuitos que operem com sinais rentes níveis de tensão.

A grande vantagem de utilizar


sinais PWM no controle de cargas
de potência é que podem ser empre­
gados dispositivos semicondutores
de comutação, que não tendo esta­
dos intermediários de condução,
não dissipam potências elevadas.
Com uma capacidade relativamente

38 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


INSTRUMENTAÇÃO

acontece com outras técnicas de


modulação que, na verdade, não
podem ser consideradas PWM.
Assim, podemos citar o caso de
um “pseudo PWM” em que, ao se
aumentar a largura do pulso, também
aumentamos o período do sinal e
com isso, baixamos sua freqüéncia,
conforme exibe a figura 7.

Sinal de
freqüéncia fixa
Figura 3 Comparador

Referência—
PWM
variável
Saída PWM
l _ Disparo
------- do comparador Figura 6
+ 2,0

- Sinal senoidal
0
de referência

- 1,0

-2,0

Ciclos ativos e
Figura 4 freqüéncias diferentes

Figura 7

Um ponto importante que deve


ser considerado ao se utilizar esta
técnica de geração de sinais PWM
é que, como a subida e descida da
tensão numa forma de onda senoidal
não são lineares, um ajuste da faixa
de ciclos ativos também não será
linear. No entanto, para as aplicações
comuns de teste, isso não terá uma
grande importância.
Se houver necessidade de uma
precisão maior na faixa de ajuste,
Figura 5 pode-se empregar a mesma técnica,
mas com sinais triangulares, con­
Veja que, o que se faz é escolher Observe que, neste caso, esta­ forme mostra a figura 8. Neste caso,
o ponto da tensão senoidal onde mos alimentando o comparador com é claro, entra em jogo o gerador de
se realiza o disparo, de modo a uma fonte simétrica para que seja funções.
obter-se um sinal retangular com o possível obter o disparo tanto nos Veja então que para se obter
ciclo ativo desejado, de acordo com semiciclos positivos como negativos esses sinais PWM, basta ter uma
a figura 6. A saída do comparador da forma de onda senoidal usada fonte de sinais senoidais (que não
estará no nível alto quando a tensão como referência. precisa ser necessariamente o Gera­
na forma de onda senoidal estiver O importante nesta técnica e dor de Funções) e um comparador.
acima do ponto escolhido para o que variamos apenas a largura dos Um osciloscópio serve para monito­
disparo. pulsos e não a freqüéncia, como rar os sinais gerados.

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 39


INSTRUMENTAÇÃO

ou triangulares podemos gerar sinais


PWM com facilidade numa ampla
faixa de freqüéncias e amplitudes,
os quais podem ser utilizados não
apenas com controles de potência
como também com muitas outras
finalidades.

CONCLUSÃO

O gerador de funções é um ins­


trumento de grande utilidade na
produção de sinais de característi­
cas que vão além das obtidas em
simples senóides, triângulos ou
retângulos.
Sabendo trabalhar com elemen­
tos externos adicionais ou mesmo
com os recursos que alguns desses
instrumentos possuem, podemos ir
Um gerador de funções pode ser além, como mostrou este artigo.
usado de diversas maneiras para se Todavia, a técnica que descreve- O uso de sinais PWM é comum
criar sinais PWM. Em alguns tipos mos torna-se especialmente atraente em uma ampla variedade de aplica­
de geradores têm-se até o recurso para gerar sinais de prova excitando ções de controle. Um gerador de
de variar o ciclo ativo sem modificar diretamente uma etapa de potência sinais na bancada do profissional
a freqüéncia. com FETs, IGBTs ou outros disposi­ da manutenção ou desenvolvimento
É comum que em geradores de tivos capazes de manusear correntes de circuitos desse tipo, é um investi­
funções comerciais seja possível intensas. A partir de sinais senoidais mento a ser considerado.

MíÇATfíÔNi

p —

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pensares
indusfr
Aposição

Refesjindusti
PHIS
*9"fa

Melhor motor

uira as edições anteriores no site www.mecatronicaatual.com.br ou pelo telefone (11) 6195-5330


INSTRUMENTAÇÃO

COMPARAÇÃO DE

DESEMPENHO DAS PONTAS DE


PROVA MEDINDO BANDA LARGA

Em artigo da edição passada, baseados em material da ficativo nestas medidas, na maioria


Agilent Technologies, mostramos que as pontas de prova de dos casos. No entanto, quando uma
osciloscópios para uso em banda larga podem apresentar ponta de prova é utilizada na entrada
problemas que afetam o sinal, levando a falsas interpretações de um instrumento que tenha uma
de resultados. Neste artigo, que é uma complementação do terminação de 50 ohms pobre, podem
assunto, orientamos como utilizar as pontas de prova em ocorrer reflexões que se propagam
trabalhos que envolvam sinais de altas frequências ocupando de volta para a ponta. Isso causa
bandas altas, tais como os encontrados em equipamentos perturbações na resposta de passo
de telecomunicações modernos. da ponta de prova.
Newton C. Braga
Por que os usuários de uma ponta
de prova devem medir essas grande­
zas quando ela é fornecida pelos
O que define exatamente o que tais como as entradas de um oscilos­ fabricantes?
está sendo medido é o procedimento cópio de microondas, medidores de O que acontece é que é sempre
usado para uma medida. De nada potência ou portas calibradas de um bom conferir se a ponta de prova está
valem as informações técnicas sobre analisador vetorial de redes (VNA). em bom estado antes de usá-la em
a curva de resposta de uma ponta de A impedância de saída de uma medidas importantes. Por exemplo,
prova, se o modo como as medidas ponta de prova não é um item signi­ se vamos medir resistências com o
devem ser feitas não é fornecido. Para
isso, é preciso fazer um ajuste da
ponta de prova antes da medida.
Independentemente de como seja
a resposta no domínio do tempo
ou da frequência, os sinais antes e
depois da ponta de prova precisam
ser medidos. Na figura 1 mostramos
como o “setup” de uma ponta de
prova deve ser feito.
Uma adaptação que consiste de
uma linha de transmissão exposta
de 50 ohms pode ser usada para
permitir que a ponta de prova seja
conectada à fonte e também que o
sinal seja medido.
Para possibilitar uma medida
precisa de Vin, esta adaptação pre­
cisa ter um mínimo de perdas e
reflexões entre o ponto que está
sendo analisado e a conexão do
lado direito. Tanto o lado direito da
adaptação quanto a saída da ponta
de prova devem ser conectados a
sistemas terminados em 50 ohms,

42 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


INSTRUMENTAÇÃO

multímetro, sempre o zeramos antes, isso pode ser realizado. Veja que não 50 ohms deverá ser usado. Ele vai
para garantir que os resultados obti­ é preciso ter um sinal perfeito para reduzir os erros entre os sinais na
dos depois disso estejam corretos. estes testes. Basta verificar se as entrada do osciloscópio e na entrada
Outro ponto relevante vem do fato imperfeições que existem na entrada da ponta de prova. Esse erro é cau­
de que a impedância de entrada e a devem estar presentes na saída. sado geralmente por reflexões do
resposta de freqúência de uma ponta Muitos osciloscópios dispõem de sinal na ponta com problemas.
de prova são muito dependentes sinais de calibração com tempos
dos acessórios de conexão. É uma de crescimento muito curtos e que
boa idéia fazer as medidas usando podem ser usados para excitar uma ACESSÓRIOS AMORTECIDOS E
apenas um acessório de cada vez. entrada de 50 ohms. Esse sinal de SEM AMORTECIMENTO
Os fabricantes, normalmente, calibração e uma derivação de 50
não fornecem informações sobre ohms no trajeto do sinal são ideais Nas figuras 2(a), (b) e (c) temos
a resposta de freqúência da ponta para se verificar a qualidade de uma as comparações de medidas feitas
quando diversos acessórios são ponta de prova e de seus acessórios para um sinal com bom aterramento
empregados. Para esse teste utilizam de conexão. aplicado às pontas de prova de 3,5
sinais que tenham taxas de cresci­ Se a impedância de entrada de GHz usando fios terminais de 2 pole­
mento rápidas, comparando-se o 50 ohms do osciloscópio não for gadas.
sinal na entrada e na saída da ponta boa com sinais de altas frequências, A ponta de prova da esquerda
de prova. A figura 1 ilustrou como um atenuador de alta qualidade de usa um fio de 2 polegadas que é

Ponta de prova não amortecida

Figura 2a

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 43


INSTRUMENTAÇÃO

VIN e VOUT, 2ns tempos de subida, 66 MHz dock VIN e ^OUT, 2ns tempos de subida, 66 MHz dock

conectado diretamente ao ponto que tantes. Observando a Vin medida, Em contraste, a resposta de fre­
está sendo testado. A ponta da direita a conexão não amortecida carrega quência para um amortecimento
utiliza o mesmo comprimento de fio, a fonte de 25 ohms em 750 MHz, apropriado da ponta de prova está à
mas possui um resistor de 215 ohms reduzindo Vsrc em 9 dB aproximada- direita, onde não há nenhum pico em
entre o ponto testado e o fio terminal. mente. qualquer frequência. Mesmo quando
Isso torna a estrutura na entrada da Lembrando que 6 dB é um fator se utiliza uma ponta terminal de 2
ponta de prova uma linha de trans­ equivalente a 2 em tensão, se a polegadas, a ponta apropriadamente
missão com terminação na fonte. impedância de entrada da ponta de amortecida tem menos de 3 dB de
Excluindo os acessórios de cone­ prova é a mesma impedância da erro até 1,5 GHz.
xão, as duas pontas de prova são fonte, Vsrc pode ser reduzida em Diversas medidas no domínio de
similares, mas não idênticas, porque 6 dB. Isso torna intuitivo que uma tempo foram feitas com duas pontas
a ponta de prova da direita está otimi­ impedância de entrada de 15 ohms conforme as sugeridas, num sistema
zada para ser usada com acessórios carrega a fonte de 25 ohms em mais de 25 ohms. De acordo com a figura
apropriadamente amortecidos e a de 6 dB em 750 MHz. 2(b), quando medindo-se baixas
prova da esquerda otimizada para Se a resposta de frequência de frequências - um sinal retangular
ser usada com pinos de metal não uma ponta de prova for perfeita, a de 66 MHz com tempos de subida
amortecidos. saída será exatamente a mesma relativamente pequenos (2 ns), as
Os gráficos no domínio das fre- que a entrada em toda a faixa de saídas das duas pontas de prova
qüéncias em 2 (a) mostram que as frequências. apresentam sinais com boa preci­
duas conexões das pontas de prova A saída da ponta de prova do lado são.
têm a mesma impedância nas baixas esquerdo da figura 2 (a), indica que Entretanto, quando se medem
freqüéncias. Todavia, a ponta não o sinal medido em 750 MHz é 14 dB, sinais retangulares com tempos de
amortecida ressoa com uma resis­ ou tem um fator de 5 sobre o nível subida de 1 ns, a saída da ponta
tência baixa de 15 ohms aproxima­ de baixa frequência. Na realidade, apropriadamente amortecida é mais
damente em 750 MHz, enquanto o sinal medido é 9 dB ou tem um precisa, enquanto que a entrada
que a ponte amortecida nunca tem fator 2,8 abaixo do nível de baixa da ponta não amortecida indica um
impedância menor que 230 ohms até frequência. Isso significa que a saída tempo de subida maior do que real­
4 GHz. está 23 dB acima da entrada, ou mente ele é. Isso pode parecer impos­
Os gráficos no domínio das frequ­ existe um erro de 23 dB em 750 MHz. sível para muitos usuários!
ências de Vin, Vout e resposta dVin/ O gráfico de resposta de Vout/Vin Como apresentado na figura 2(c),
Vout revelam alguns pontos impor­ exibe esse erro. quando medimos sinais retangulares

44 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


INSTRUMENTAÇÃO

o quanto uma ponta de prova que


apresente picos na sua curva de
resposta é menos precisa para uma
determinada aplicação. Também deve
ser considerado o que ocorre com
uma ponta que tenha uma resposta
plana, como a indicada na direita da
figura 2(a).
Quando na medida de sinais retan­
gulares de baixa freqúência, o tempo
de subida na entrada da ponta de
prova será limitada pelo tempo de
subida da própria ponta. Quando na
medida de sinais retangulares de
altas freqúências, como clocks de
sistemas, o efeito é exatamente o
mesmo. Porém, o sinal visualizado terá
a limitação desse tempo de subida.

ACESSÓRIOS PARA MELHOR


CONEXÃO

A figura 3 ilustra medidas feitas


com duas pontas de prova diferentes
para 4 GHz. Ambas usam acessórios
de conexão. A prova da direita incor­
pora uma resistência ótima no ponto
que está sendo testado, enquanto a
da esquerda não.
A fonte de sinal é conectada direta­
mente no soquete da ponta de prova.
O comprimento interno do soquete
com a capacitância do atenuador
interno no final do soquete faz com
com tempos de subida rápidos (da muitos usuários realmente querem que a estrutura ressoe dentro da faixa
ordem de 250 ps), a saída da ponta é simplesmente saber se a perfor­ de freqúências especificada.
de prova não amortecida apresenta mance de seu sistema de medidas Apesar da faixa de “-3 dB de faixa
um “overshoot” excessivo, além de é boa o suficiente para não ter erros passante” ser de 4,5 GHz para esta
oscilação. significantes. ponta, existe um erro de +3 dB em 2,8
O overshoot e a oscilação são Se uma ponta de prova tem picos GHz. Para referência, 1 dB é -12%
fáceis de identificar quando medimos na curva de resposta no domínio das em termos de tensão. A ponta de
baixas frequências (sinais de 66 MHz, freqúências, como a ponta mostrada prova da direita não é ressonante em
por exemplo). No entanto, quando na figura 2(a) na medida de sinais toda sua faixa. A menor freqúência
se mede altas freqúências, como retangulares, isso significa que podem em que há um erro de 3 B é a limite
mostrado nos gráficos inferiores, o aparecer mais overshoot e oscilação da ponta, que é de 4,8 GHz.
erro de medida causado pela ponta do que o sinal realmente tem. As figuras 4(a) e (b) mostram
de prova se torna maior e menos Quando medindo sinais retangu­ as medidas que foram feitas com as
óbvio. lares de freqúências mais altas, mesmas pontas de prova mostradas
Quando uma ponta de prova real como clocks de sistemas, o sinal na figura 3.
está sendo utilizada em um sistema na saída da ponta de prova pode Nas figuras 4(a) e 4(b), as provas
real, o usuário não tem a comodidade aparecer muito distorcido. O grau das são usadas com os melhores acessó­
de ver os sinais antes e depois dela. O discrepâncias depende de muitas rios de conexão (diferentes daqueles
usuário somente vê o sinal na saída. variáveis, como a magnitude e freqú­ que vêm junto). Esses são acessórios
Assim, para saber se o sinal que ele ência dos picos na ponta de prova, os mais curtos, usados tipicamente
está vendo não tem distorções, ele a freqúência do sinal de entrada e o para explorar uma placa de circuito
precisa saber qual é a resposta de tempo de subida do sinal de entrada. impresso, fazendo medidas em diver­
freqúência da ponta de prova. O que Simplificando: fica difícil saber sos pontos.

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 45


INSTRUMENTAÇÃO

Pino Soquete

Topo: V/N e V0UT Fundo: V¡N e VOUT Topo: VIN e VOUT Fundo: V/N e VOUT

Figura 3

Para a ponta de prova da esquerda A parte de baixo do gráfico mostra o representação precisa da forma do
foi adicionado um pino para conexão sinal na entrada da ponta de prova, sinal que está sendo medido, isso
a terra e um pino de 0,15 polegadas Vin e no percurso até Vout. Todas as dentro de sua faixa de resposta de
para o sinal. Para a ponta de prova medidas nesta descrição foram feitas freqüéncia.
da direita, mudou-se a conexão à num sistema com uma impedância Quando as pontas de prova forem
terra por uma lâmina larga. Veja as de fonte ideal de 25 ohms. usadas em sistemas que tenham
diferenças nos gráficos. Será que o que acontece nessas diferentes impedáncias de fonte, o
Para os leitores que estejam mais medidas também ocorre quando as efeito será simplesmente no circuito
familiarizados com parâmetros no pontas de prova são usadas num que está sendo medido. Na maioria
domínio do tempo, medidas de um sistema real com diferentes impedân- dos casos (não complexos), os efei­
dock de 1,2 GHz são exibidas na cias? tos da ponta de prova podem ser
figura 4(b). Se a ponta de prova possuir um previstos. No entanto, em outros isso
A parte superior da figura 4(b) pico de resposta em alguma frequên­ não ocorre, ficando difícil prever os
mostra a fonte de 25 ohms sem a cia, a sua saída sempre indicará um efeitos que podem surgir.
ponta de prova conectada a Vscr, sinal que tenha picos maiores do que Os piores efeitos aparecem
e com a ponta de prova conectada realmente possui. quando uma impedância ressonante
a Vin. A ponta de prova com a impe- Se a reposta for plana, a ponta é conectada ao circuito. De qualquer
dância de entrada maior afeta o sinal. de prova fornecerá sempre uma forma, o usuário deve saber como

46 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


Impedância de entrada Impedância de entrada

Topo: VIN e V0UT Baixo: VQUT/ VIN

Figura 4a

prever se sua ponta de prova está


1.2 GHz dock Topo: VgpC e V)N Baixo: V(N e VqUT 1.2 GHz dock Topo: e V|N Baixo: V)N e VqUT
afetando o circuito que está sendo
analisado.

CONCLUSÃO
Apesar das especificações dos
fabricantes de “pontas de prova de
banda larga para osciloscópios” indi­
carem características que permitem
inferir que as formas de onda a serem
observadas são sempre corretas, isso 0,0 1,0 2,0 0.0 1,0 2,0
não acontece na prática. Tempo 10‘3 Tempo 104
A maneira como as pontas são
Figura 4b
usadas, as características dos seus
acessórios, além de outros fatores po­ Neste artigo, orientamos como verificar e ajustar uma ponta
dem introduzir deformações nos sinais, de prova de osciloscópio levando à obtenção de resultados de
as quais devem ser consideradas. medidas os mais confiáveis possíveis.

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 47


ENERGIA

[J)[?@©0Sâ sa &@[? S®[bF@ ®

W®[S E® PtWlWfiT
pela presença de harmónicas.
A eficiência de um sistema de distribuição de energia elétrica
No primeiro caso, a correção do
depende da forma como os dispositivos alimentados se comportam problema é simples, uma vez que
nesse circuito. O comportamento de um dispositivo alimentado basta usar um banco de capacitores
na maioria das vezes. Entretanto,
por uma rede de corrente alternada pode ser avaliado pelo que se
para o segundo caso, a correção é
denomina “fator de potência”. Um fator de potência baixo significa mais complexa exigindo o uso de
perdas que devem ser levadas em conta em qualquer tipo de filtros de harmónicas que são caros,
instalação. O fator de potência é especialmente importante quando ou mesmo uma alteração no projeto
do equipamento.
se trata da alimentação de um motor, e qualquer alteração que o leve
a valores indesejáveis deve ser corrigida. O que é o fator de potência
e como fazer sua correção são os assuntos deste artigo. A CORREÇÃO DO FATOR DE
POTÊNCIA
Newton C. Braga
O caso mais comum de correção
O fator de potência é dado pela A potência em kW mede a energia do fator de potência é o que se aplica
relação entre os quilowatts (kW) e que realmente é consumida pela quando se tem uma carga indutiva,
os quilovolt-ampère (kVA) drenados carga, enquanto que os kVA medem por exemplo, um motor, observe a
por uma carga ligada a uma rede de a potência aparente. figura 3.
corrente alternada, conforme mostra A divisão de um valor por outro,
a figura 1. que resulta sempre em um número
igual ou menor a 1, nos dá o que
denominamos fator de potência,
conforme ilustra a figura 2.

Ora, dirá o leitor, W = V x A, o que


significa que kW é o mesmo que kVA. Figura 2
Não é verdade, se num circuito de
corrente alternada a tensão (V) e a Os valores baixos do fator de potên­ O que se faz é associar capacito­
corrente (A) estiverem defasadas. cia, normalmente são devidos a cargas res de modo a reduzir a componente
É justamente este defasamento que possuem bobinas, ou seja, alta­ indutiva da corrente no circuito e, com
que determina a eficiência de uma mente indutivas como, por exemplo, isso, reduzir as perdas na alimenta­
carga ao aproveitar a energia que motores, transformadores, reatores, ção. Este procedimento normalmente
lhe é fornecida. A carga ideal deve fontes chaveadas e muitos outros não afeta a operação do motor.
ser resistiva, ou seja, se comportar dispositivos elétricos e eletrónicos. Um motor de indução comum
como um resistor puro, não havendo Na maioria dos casos, um fator drena uma corrente da fonte que tem
defasamento entre a corrente e a de potência pobre se deve a uma duas componentes: uma indutiva e
tensão. No entanto, na prática, as simples defasagem entre a corrente outra resistiva. A componente resistiva
cargas se comportam como indutores e a tensão. Todavia, existem casos em é formada pela corrente de carga e
(como os motores) ou como capaci­ que esse fator baixo se deve à defor­ corrente de perda. Já a componente
tores, e aí temos os problemas. mação das formas de onda causada indutiva é formada pela corrente de

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 49


fuga e a corrente de magnetização. evitando-se assim a necessidade
Na figura 4 mostramos isso na forma de qualquer dispositivo de monitora-
de um gráfico. mento ou controle externo do fator de
potência. Todavia, existe o problema
Corrente de de que, quando o motor é desligado,
magnetização os capacitores permanecem ligados
em paralelo com seus enrolamentos.
Isso significa que a tensão gerada
pelas bobinas quando o motor desa-
celera é aplicada aos capacitores, que
então formam um circuito ressonante,
veja a figura 5.

A corrente devido à fuga de reatân- Dada a elevada corrente inicial do


cia depende da corrente total drenada banco de capacitores, os contadores
pelo motor. No entanto, a corrente devem ser superdímensionados para
magnetizadora é independente da esta aplicação. Com o uso deste
carga do motor. Essa corrente está recurso, o problema da ressonância
tipicamente entre 20% e 60% da quando o motor é desligado, pode
corrente do motor a plena carga. ser eliminado.
A corrente de magnetização tem
por função estabelecer o fluxo no
núcleo que determina as forças mag­ Se a reatância capacitiva e a INVERSORES DE FREQÜÉNCIA
néticas que movimentam o motor, reatância indutiva dos dois elementos
não contribuindo realmente para que desse circuito forem iguais quando Corretores estáticos do fator de
o motor opere apropriadamente. Isso ocorrer esse fenômeno, ou seja, potência nunca devem ser usados
faz com que essas componentes não houver ressonância, podem ser gera­ quando o motor é controlado por um
sejam consideradas como potência das tensões muito altas causando inversor ou por um controle variável
drenada pelo motor, contudo, elas danos tanto aos capacitores como de velocidade. A conexão dos capa­
afetam a potência dissipada no sis­ ao próprio motor. Isso quer dizer que citores na saída de um circuito desse
tema de distribuição. a correção do fator de potência não tipo pode causar danos ao circuito,
Para corrigir um fator de potência deve levar o circuito a esse ponto crí­ dada a alta freqúência de comutação
baixo de modo a reduzir as perdas tico. A freqúência de ressonância do em que eles operam.
no sistema de distribuição, deve-se motor deve estar abaixo da freqúên­ A corrente drenada dos inversores
neutralizar uma parte da corrente de cia da rede de energia. pelas cargas que alimentam tem,
magnetização do motor. Geralmente, A correção estática é utilizada geralmente, um fator de potência
a correção deve ser feita para se levar normalmente usando-se um contactor pobre, principalmente quando a carga
esse fator a valores entre 0,92 e 0,95. para controlar tanto a tensão aplicada está num nível de operação de baixa
A correção é feita adicionando-se ao motor quanto aos capacitores, potência. Mas a vantagem disso é o
capacitores em paralelo com o circuito conforme ilustra a figura 6. isolamento da corrente do motor em
do motor, ou ainda em paralelo com Na prática, é melhor usar dois relação à rede de energia.
os circuitos de comutação no painel contadores, um para o motor e outro O fator de potência desses dispo­
de distribuição. A corrente capacitiva para o banco de capacitores, observe sitivos é pobre, dada a forma de
é usada para corrigir a corrente a figura 7. onda não senoidal que fornecem
indutiva, conforme exibe o gráfico da sobre cargas indutivas (como são os
figura 4, aumentando assim o fator motores).
de potência. Na realidade, a colocação de
Os capacitores conectados aos capacitores de correção de fator
starters são denominados “Capacito­ de potência próximos da entrada
res de Correção do Fator de Potência de inversores também pode causar
Estáticos”, enquanto que capacitores danos. Os capacitores tendem a
ligados no quadro de distribuição e produzir transientes que são amplifi­
controlados de forma independente cados, resultando em impulsos de alta
dos starters são denominados corre­ tensão. Esses impulsos são aplicados
tores “bulk”. à entrada dos circuitos do inversor, o
Quando o motor é acionado, os que pode causar sua queima. Dado
capacitores são também alimentados, o armazenamento da energia nos

50 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


ENERGIA

capacitores, esses pulsos podem podem ser empregados para ativar os CONCLUSÃO
atingir intensidades elevadas. capacitores de modo automático.
Recomenda-se que os capaci­ Da mesma forma que no caso dos Muitos fabricantes de capacitores
tores sejam instalados antes dos inversores, a conexão dos capacitores para correção de fator de potência
inversores, mas em distâncias que próximo da entrada dos soft starters fornecem elementos que permitem
sejam bem grandes (pelo menos não deve ser feita, caso um contato calcular quais devem ser os valores
75 metros) de modo a elevar a impe- de isolamento não seja usado. Os desses componentes para uma deter­
dáncia entre o inversor e o banco de transientes causados pelos capacito­ minada aplicação. O importante é
capacitores. res também podem provocar danos saber como usá-los corretamente, e
pela sua amplificação e atuação sobre como eles poderão causar problemas
os circuitos do soft starter. se forem indevidamente instalados.
SOFT STARTERS

Os bancos de capacitores de
correção de fator de potência não
devem ser conectados na saída de
soft starters de estado sólido. Quando
tal dispositivo é usado, os capacito­
res devem ser controlados por um
contactor separado, conforme ilustra
a figura 8.
Os capacitores são conectados
ao circuito somente após a tensão
na saída do soft starter alcançar a
tensão de linha. Muitos soft starters
possuem saídas “top of ramp” (topo de
rampa) ou “Bypass Contactor Control”
(Controle de Contactor Bypass) que Figura 8

A National Instruments anuncia a


nova geração de placas multifunção
para aquisição de dados (DAQ)
Baseadas no novíssimo chip de controle
M SERIES - NOVA FAMILIA DE PLACAS DAQ NI-STC 2 e no amplificador NI-RGIA 2, a nova
linha de placas de aquisição de dados M-Serles
PCI-6220
16 Bits de Resolução da NI oferece mais benefícios referentes
16 Entradas analógicas A partir de USD$ 505 a precisão, assim como taxas de amostragem
Amostragem 250 KS/s maiores, mais canais de E/S e uma série de
Digital Triggering
novas características não disponíveis
24 Linhas digitais
anteriormente nas placas multifunção NI-DAQ .

As novas placas M Series não apenas diminuem


o custo por canal em mais de 30%, como
também reduzem o custo total do sistema,
minimizando o tempo de configuração através de
ferramentas avançadas de desenvolvimento
incluídas no driver NI-DAQmx.

Estas 12 placas são destinadas às aplicações


que necessitam de baixo custo, alto desempenho
e alta precisão.

Entrada Analógica Salda Analógica E/S Digital Cont./Tempor.


Baixo Custo 250 kS/seg. 16-bit 833 kS/seg, 16-bit 10 MHz 80 MHz, 32-bit
Alto Desempenho 1 MS/seg, 16-bit 2.8 MS/seg. 16-bit 10 MHz 80 MHz, 32-bit
Alta Precisão 625 kSs/seg, 18-bit 2 8 MS/seg. 16-bit 10 MHz 80 MHz, 32-bit

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TELECOMUNICAÇÃO

SINAIS EM

Muitos sistemas de comunicações através de fio utilizam sinais em modo comum.


Nessas configurações, os problemas de blindagens, terra e outros capazes de
causar a deterioração dos sinais podem ser contornados. Neste artigo, baseado em
documentação da Maxim, examinamos as diversas configurações que permitem a
comunicação de dados através de fios e analisamos os vários tipos de sinais em modo
comum. Os leitores que trabalham com redes e outros sistemas de transmissão de
dados poderão aproveitar bastante as informações aqui fornecidas.
Newton C. Braga

Começamos por definir o que são RUÍDOS Na figura 3 apresentamos os


sinais em modo comum. Um sinal modos como essas tensões de ruído
é dito em modo comum quando apa­ Um dos problemas encontrados podem aparecer nas linhas de trans­
rece em duas linhas de um sistema nesses sistemas é que ruídos podem missão.
que use dois condutores, em fase ser induzidos nos cabos em conse­ Na tabela 1 indicamos os diver­
e com a mesma amplitude, quando quência do seu acoplamento com sos tipos de cabos que podem ser
referidos a um valor de terra, conforme dispositivos ou circuitos que possam usados nos sistemas de comunica­
mostra a figura 1. gerar sinais. O acoplamento dos ções de dados com suas aplicações
cabos com as fontes de ruído pode típicas.
ser capacitivo, ou seja, através de Vejamos, a seguir, as possíveis
campos elétricos (E), indutivo (M), fontes de ruído que afetam as comu­
eletromagnético (EM), ou ainda via nicações feitas pelos cabos da dados
condução através de fugas (C). nessa

O neutro da linha A corrente de carga


primária é aterrado nâo balanceada fluindo Neutro conectado à
\ pelo neutro provoca queda de tensão terra somente na entrada
entre os pontos de terra
Nos sistemas comuns de trasmis- Terra de segurança
são de dados, o que se visa é levar Porta de conectado à carcaça
Tò a 70%ddH
dados de um local a outro como, por rlr. comunicação num ponto somente
exemplo, em um sistema que faz uso ppmario
p/terra
hui
da interface RS-485, ilustrado na
figura 2.
vac Sorra de ■
Observe que nesse sistema, os Te ra
aterramento
equipamentos de comunicação pos­ Entrada via resistor de 100 Q
suem um conjunto de aterramento de energia Terra
que serve de referência, mas os vac
Diferença de tensão A corrente fluindo
cabos de dados são isolados do
devido a correntes fluindo para terra pode
mesmo. Nos sistemas comuns, os pelo terra causar ruído
diferenciais de tensão nos cabos
podem variar de poucos volts a diver­
sos volts. Figura 2

52 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


TELECOMUNICAÇÃO

CONDUTOR ÚNICO BLINDADO

A tensão (1) aparece quando o


ruído entra pela porção não blindada
ou entre uma fonte comum e um
ponto de terra nas extremidades do
cabo. A tensão (2) surge na blinda­
gem quando ela capta sinais E, EM
ou M. As blindagens de cobre são
ineficientes para o caso de ruídos
acoplados indutivamente.

PAR PARALELO NÃO BLINDADO

As tensões de ruído (1) e (2)


aparecem devido a radiação E, EM e
M. Essas tensões serão parcialmente
canceladas se os condutores estive­
rem paralelos e muito próximos um
do outro.

PAR TRANÇADO NÀO


BLINDADO (UTP)

Neste caso, as tensões de ruído


(1) e (2) ocorrem devido a radiação
E, EM e M. O fato dos fios serem
trançados melhora a rejeição a esses
sinais, pois (1) e (2) são canceladas.
Porém, o circuito receptor deve ser
capaz de rejeitar essas tensões em
modo comum.

PAR TRANÇADO BLINDADO OU


CABOS MÚLTIPLOS TRANÇADOS
E BLINDADOS

Este tipo de cabo é mais sensível


à captação de sinais por indução
magnética, caso em que aparecem
as tensões (1) e (2). A blindagem
também é sensível à captação de
ruídos, situação em que surge a
tensão do tipo (3). A tensão tipo (4)
aparece pela condução de correntes
pelo terra externo, quando as duas
extremidades das blindagens são
aterradas. Veja que nem (3) nem (4)
ocorrem no percurso do sinal, mas
CONDUTOR SIMPLES COM tação de sinais E, EM ou M. As essas tensões podem causar uma
RETORNO PELA TERRA OU correntes do tipo (2) na mesma corrente pela blindagem se as duas
MASSA figura são correntes de fuga à terra. extremidades da blindagem forem
Neste tipo de aplicação o circuito aterradas. O circuito receptor deverá
Nesse tipo de linha, as tensões deve ser insensível à soma dos rejeitar os sinais em modo comum, se
(1) da figura 3 ocorrem pela cap­ sinais (1) e (2). (1) e (2) estiverem presentes.

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 53


o caso de linhas que utilizem fontes
alimentadas por baterias.
b) Carga flutuante - Neste caso,
o aterramento é feito apenas na fonte.
Podemos citar o exemplo em que a
fonte é um circuito eletrónico, enquanto
que a carga é um elemento passivo
(um fone, transdutor, alto-falante, etc.).
Linhas de alimentação AC também se
enquadram nesta categoria.
c) Fonte e carga aterradas - Nos
dois extremos da linha de transmis­
são. Encontramos esta modalidade
em sistemas RS-232. Observamos
que o cabo utilizado neste caso é o
trançado.
d) Carga e fonte flutuantes - Sem
aterramento nas duas extremidades.
Essa configuração é encontrada em
sistemas que usam transformadores,
CUIDADOS COM A BLINDAGEM E em ambas as extremidades do como sistemas de chamada, campai­
ATERRAMENTO cabo - Agora, o ponto crítico é cuidar nhas. Esses sistemas são imunes aos
para que tanto a fonte como a carga ruídos de baixa intensidade.
Linha única com retorno pela tenham os pontos de conexão de
terra. Neste caso, a blindagem deve blindagem sob mesmo potencial. Se
ser aterrada nas duas extremidades. isso não acontecer poderão circular PARES TRANÇADOS
Pontos de terra dos circuitos devem correntes capazes de causar ruídos. SEM BLINDAGEM
ser ligados à terra comum. É importante que, se diversos pontos
Fio simples blindado. Nesse casso, tiverem de ser aterrados como, por Este tipo de conexão possui cir­
a blindagem sempre carrega um pouco exemplo, diversos equipamentos cuitos de transmissão e recepção
de sinal. Pontos de conexão ao circuito de um sistema de áudio, que isso normalmente conectados a terras
comum devem estar presentes tanto seja feito num ponto de aterramento comuns, mas a conexão da linha
na fonte de sinal quanto na carga. comum. A figura 4 exibe um exemplo propriamente dita à terra não é neces­
Vejamos a seguir algumas condi­ para um sistema de som profissional, sária, sendo mesmo indesejável.
ções importantes para o aterramento mas que vale para um som domés­ Uma fonte de sinais diferenciais
da blindagem, e em que condições tico também. ou balanceada (como cabos trança­
elas devem ser adotadas: dos RS-422 ou RS-485) transmite
a) Carga flutuante - O aterra­ dados para circuitos remotos que
mento da blindagem é feito apenas possuem seu próprio aterramento,
na carga - nesta situação, a fonte é ali­ não sendo, portanto, preciso aterrar
mentada por bateria ou um transdutor os cabos.
sem alimentação como, por exemplo,
um microfone. Aqui, a carcaça do
microfone também deve ser ligada à PARES TRANÇADOS
blindagem do cabo. Figura 4 COM BLINDAGENS
b) Fonte flutuante - Neste caso
é possível fazer o aterramento na Para o caso de dois fios paralelos, Aterrar a blindagem de casos blin­
fonte e não no receptor de sinais cada condutor transporta a mesma dados evita a ação dos sinais intercep­
- A carga é isolada, assim como intensidade de corrente de sinal, mas tados pela malha. Entretanto, materiais
ocorre em aparelhos alimentados por em direções opostas. A seguir, vemos usados na blindagem (malha) como
bateria. Esse tipo de linha é usado os problemas que podem ocorrer cobre e alumínio, blindam os conduto­
na transmissão de dados para uma neste caso. res internos apenas em relação aos
carga remota aterrada, podendo ser Para o caso de linhas formadas sinais acoplados capacitivamente ou
citada como exemplo uma linha de por fios paralelos, também devemos eletromagnéticos. Os sinais acopla­
transmissão para uma antena, que considerar as seguintes condições dos indutivamente não são bloquea­
tenha um plano de terra isolado. de aterramento: dos. Para esses pares blindados
c) Fonte de sinal e carga a) Fonte flutuante - Aqui, o ater­ que transportam sinais balanceados,
podem ter a blindagem aterrada ramento é feito apenas na carga. É recomenda-se aterrar a blindagem

54 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


TELECOMUNICAÇÃO

apenas numa das extremidades, nor­ trabalham na forma descrita neste grande utilidade na sua rejeição.
malmente do lado do receptor. artigo não sejam afetadas por sinais Essas técnicas envolvem o isola­
O que acontece são as diferenças indesejáveis em modo comum. mento dos circuitos de transmissão e
de características dos aterramentos Técnicas especiais como as mos­ recepção de sinais.
em duas extremidades, o que pode tradas na figura 6 podem ser de
gerar uma tensão que faz circular uma
corrente indesejável pela blindagem,
observe a figura 5.
O aterramento nas duas extremi­
dades somente é aceitável se puder
ser garantido que essa corrente não
irá aparecer.

CONCLUSÃO

Cuidados especiais devem ser


tomados para que as linhas que

Corrente
Vi ' através da * v2
blindagem

Figura 5 Figura 6

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TELECOMUNICAÇÃO

TIPOS DE »K
E SUAS PROPRIEDADES - 2
Na primeira parte deste artigo tratamos das propriedades das antenas lineares
Yagi-Uda e Log-Periódicas. Dando prosseguimento, nesta segunda e última parte,
trataremos dos painéis de dipolos, painéis H e das antenas tipo Superturnstile,
Anel e Seta. O artigo é baseado em material fornecido pela Trans-Tei e trata
basicamente de antenas usadas em FM e TV, mas os mesmos princípios são
válidos para outras aplicações.

Dante J. S. Conti

As antenas tipo Painel Dipolos a foto de um painel de dipolo de meia figuras, as demais características
caracterizam-se sempre pela disposi­ onda para VHF, acima do lado direito elétricas e mecânicas estão relacio­
ção mecânica de um ou mais dipolos designado como OC, a foto de um nadas.
(DMO = dipolo de meia onda, DOC = painel de dipolo de onda completa Em canais baixos de VHF (2 até
dipolo de onda completa, X = dipolos para UHF na configuração de 8 dipo­ 6), dado o elevado comprimento de
cruzados) à frente de um painel los empilhados verticalmente, e final­ onda de operação, implementam-se
refletor, quer seja este painel do tipo mente à esquerda a foto de um arranjo usualmente painéis com dipolos de
sólido (usual em UHF e microondas) de painéis de UHF do tipo faixa larga meia onda como o observado na
ou tipo grade (usual em VHF). ao redor de uma torre, onde o dipolo, figura 2.
A figura 1 mostra três fotos, no refletor e demais componentes do Já em canais altos de VHF (7 até
extremo inferior designado como MO, painel são revestidos por uma capa 13), implementam-se tanto painéis
de proteção (ou radome).
Esta categoria de painéis é ampla­
Painel Dipolos DMO / DOC mente utilizada em sistemas de radio­ Painel Dipolos Cruzados
Especificações : difusão de TV, pois atende as faixas Especificações :
Faixa: VHF + UHF de VHF e UHF em várias especifica­ Faixa: VHF (TV)
Polarização: linear ções possíveis de ganho e níveis Polarização: circular
Ganho: [5-16] dBd de potência unitários compatíveis Ganho / polarização: 3,5 dBd
Impedância: 50 Q com sistemas de baixa, média e AR: 3 dB máx
VSWR : 1:1,1 alta potência, tornando as antenas Impedância: 50 Q
Conector: N / EIA propicias para utilização em “arranjos VSWR : 1:1,1
Potência : < 2 kW de antenas” para a composição de Conector: EIA
LxC :1 Xx [1 - 6] X. diagramas de radiação mais elabora­ Potência : < 10 kW
Pêso :[10-200] Kg dos impondo restrições ao uso em LxC :0,7 X x 0,7 k
Área vento : [0,9 - 7] m2 Pêso : [100-500] Kg
qualquer tipo de estrutura portante
ou torre. Já em UHF, as menores
dimensões e características mecâni­
cas mais aliviadas as tornam de mais
fácil instalação.
Quando o sistema de transmissão
exige antenas que operem em pola­
rização circular, o dipolo linear é
substituído por um conjunto de dois
dipolos cruzados como o ilustrado na
figura 2, para o caso de uma antena
na faixa de TV em VHF, ou como
mostrado na figura 3 para as antenas
na faixa de FM. Nestas mesmas Figura 2

56 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


TELECOMUNICAÇÃO

Painel Dipolos Cruzados


Especificações :
Faixa: VHF FM (88-108)
Polarização: circular
Ganho / polarização: 3,5 dBd
AR: 3 dB máx
Impedância: 50 Q
VSWR : 1:1,2
Conector. EIA (2x)
Potência : < 10 kW
L x C : 0,7 X x 0,7 X
Pêso : [40 - 80] Kg

com dipolos de onda completa como


com dipolos de meia onda como
mostrado nas figuras anteriores. Na
figura 4 temos a especificação de
um painel de 2 dipolos de meia onda 100 90 80

para VHF. A/
Na figura 5 temos a especificação Painel Dipolos UHF 150
de um painel de doze dipolos empi­ Especificações: 160
lhados verticalmente à frente de um canal 14 até 59 (monocanal) 170
único painel refletor, bastante comum 12x dipolos de onda completa 180
em UHF, note o estreitamento do HPBWH = 60 graus 190 50
diagrama vertical com a conseqúente HPBWV = 9 graus 200 340
redução do HPBWV comparativa­ F/C = -24 dB 210
220
mente aos casos anteriores.
O maior empecilho construtivo 250 260
das antenas tipo painel de dipolos é a
necessidade de se utilizar dispositivos
de equilíbrio de impedância ou “balun” 0.9
para a interligação do dipolo com a 0.8
0.7
linha de transmissão, além do que 0.6
0.5
o requisito de faixa necessário para 0.4
utilização em TV impõe a necessidade 0.3
0.2
de se trabalhar com dipolos cilíndricos 0,1
de dimensões significativas. 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Ao contrário, o painel H (ou como
chamado de painel duplo delta ou 0,9
ainda painel rómbico) emprega uma 0.8
0,7
filosofia de alimentação da antena que 0.6
0,5
é desbalanceada, portanto compatível 0,4
com a linha de transmissão, bem 0.3
0.2
como uma geometria do elemento 0.1
“ativo” nada convencional se compa­
rado ao dipolo, eliminando assim as
Figura 5

SABER ELETRÔNICA N° 381/OUTUBRO/2004 57


TELECOMUNICAÇÃO

principais desvantagens do painel de


Superturnstile
dipolos e agregando propriedades Painel H
Especificações :
elétricas desejadas a esta categoria Especificações
Faixa: VHF
de antenas. Faixa: VHF
Polarização: linear
O painel H representa uma solu­ Polarização: linear
Ganho: 0,5 dBd
ção muito eficiente para emprego Ganho: 6,5 dBd
Impedância: 50 Q
em sistemas de transmissão de TV Impedância: 50 Q
VSWR : 1:1,1
em VHF tornando-os, a exemplo dos VSWR : 1:1,1
Conector: EIA
painéis de dipolos, antenas propícias Conector: EIA
Potência : < 10 kW
para utilização em arranjos de ante­ Potência : < 10 kW
L x C : 0,5 k x 0,7 X
nas para a composição de diagramas LxC :0,7Xx 1 X
Pêso : [100-250] Kg
de radiação mais elaborados. Quando Pêso : [20 -190] Kg
Área vento : [1,5 - 3,5] m2
comparados aos painéis de dipolos, Área vento : [0,9 - 7] m2
apresentam ainda menor peso e
menor área de vento.
A figura 6 ilustra a foto de um
painel H onde pode-se identificar o
painel refletor tipo grade e montado
na sua frente o elemento tipo “dipolo”
de geometria semelhante às asas de
uma borboleta, onde está conectado
a linha de transmissão.
A figura 7 apresenta a especifi­
cação de um painel H projetado
para atender a faixa de TV em VHF Figura 6
correspondente aos canais 4 até 6, t
onde se verifica as aberturas de meia
potência horizontal e vertical e a
relação frente/costa que se obtém
com esta geometria. Cabe a ressalva
de que o valor de HPBWV superior
ao painel com dois dipolos de meia
onda torna o ganho individual do
painel H ligeiramente inferior.
A figura 8 mostra a foto da antena
Superturnstile, também conhecida
como “Batwing”. Observa-se a geo­
metria semelhante às asas de borbo­
leta e perfeita simetria mecânica
dos elementos tipo “dipolo” ao redor
do tubulão de sustentação, bem como
a presença de quatro linhas de trans­
missão (a foto destaca apenas duas)
desbalanceadas para a alimentação
da antena. Trata-se de uma antena
otimizada para a conformação de
diagramas de azimute omnidirecio-
nais para TV na faixa de VHF.
A antena Superturnstile é auto-
portante e condicionada à instalação
em topo de torres, representando
uma melhor solução em termos de
peso, carga aerodinâmica e circu­
laridade do diagrama de azimute
para a implementação de diagramas
ominidirecionais se comparadas
a arranjos utilizando antenas tipo
painel.

58 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


TELECOMUNICAÇÃO \

A figura 9 apresenta a especifica­


ção de uma Superturnstile projetada
para atender a faixa de TV em VHF
correspondente aos canais 4 até 6,
onde se verifica a excelente circulari­
dade do diagrama de azimute (apenas
1,4 dB) e a abertura de meia potência
vertical equivalente àquelas obtidas
com antenas tipo painel, o que resulta
em um ganho de potência da ordem
de 0,5 dBd (ou aprox. 1,1 x) por nível
de empilhamento vertical.
Para o estabelecimento de enlaces
ponto a ponto em aplicações de
repetição de sinais ou até mesmo
retransmissão, a exigência de antenas
com elevado ganho nas faixas de UHF
e microondas tornam as antenas
parabólicas a solução mais indicada.
Em aplicações de Radiodifusão,
as parabólicas mais empregadas
recaem na categoria de antenas tipo
“focal point” onde o alimentador ou
“feeder” está situado geometricamente
no ponto focal da parábola configu­
rada pelo refletor.
A foto da figura 10 ilustra uma
antena parabólica deste tipo para
utilização em Microondas, onde o
refletor é do tipo sólido. Em UHF,
dado o maior comprimento de onda
e dimensão do refletor parabólico,
utilizam-se telas ou grades como
superfície refletora. ainda incorporados elementos parasi­
Antenas Slot representam solu­ tas para conformação dos diagramas Parabólica
ções versáteis e económicas para de radiação especificados. Especificações :
transmissão de sinais de TV nas A figura 11 apresenta especifica­ Faixa: UHF/MO
faixas de VHF (canais 7 até 13) e ções de uma SlotVHF implementada Polarização: linear
UHF dentro de uma gama de níveis com cavidade retangular e com dia­ Ganho: [21 - 34] dBd
de potência, ganhos e diagramas grama de azimute tipo cardióide, Impedância: 50 W
possíveis sem similares dentre os o fato de operar na banda alta de VSWR : 1: [1,1 -1,3]
demais tipos de antenas estudados, o VHF determina o fornecimento desta Conector: N / EIA
que as tornam quase que uma cate­ antena em módulos de duas fendas Potência :< 100 W
goria de antenas que se enquadram empilhadas verticalmente. Diam.: [3 - 70] I
como solução universal para a maior A figura 12, por sua vez, fornece Pêso :[10-130] Kg
parte das situações. especificações de uma Slot UHF Área vento : [1 - 12] m2
Antenas Slot são constituídas implementada com cavidade cilíndrica
basicamente por uma cavidade de RF e com diagrama de azimute também
com geometria e dimensões adequa­ tipo cardióide. O fato de operar em um
das à ressonância e conformação de menor comprimento de onda deter­
diagramas de radiação especificados, mina o fornecimento desta antena em
a alimentação da cavidade é, via módulos de quatro fendas empilhadas
de regra, desbalanceada e o acopla­ verticalmente.
mento de energia entre a linha de As variações de geometrias e das
transmissão e as fendas (aberturas técnicas de alimentação utilizadas na
da cavidade) se dá por elementos de construção de antenas Slot conferem
acoplamento. a estas antenas desempenhos bem
Externamente à cavidade são distintos quanto à largura de faixa de Figura 10

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 59


operação em termos de ganho e de
diagrama de radiação.
Em aplicações de FM o requisito
de largura de faixa não impõe gran­
des dificuldades para o desenho de
antenas, o que se busca são antenas
e situações de instalação onde esteja
garantido o diagrama de radiação
e a pureza da polarização elíptica
(manutenção da relação axial ao longo
dos azimutes de cobertura).
Do que vimos até aqui, tem-se a
opção de utilizar painéis de FM que
apresentam diagramas direcionais
e que podem configurar diagramas
omnidirecionais quando montados
em arranjos. Em FM, o mais usual,
entretanto, é o emprego de elemen­
tos radiantes com diagrama nativo
ominidirecional, onde as antenas
conhecidas como tipo anel ou tipo seta
e cumprem estes requisitos operando
em polarização elíptica.
A figura 13 apresenta no extremo
superior a foto de um elemento de FM
conhecido como seta; trata-se de dois
-15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
dipolos em V opostos e alimentados
Figura 11

Slot cavidade cilíndrica UHF


Especificações:
canal 14 até 59
diagrama A - cardiòide 170 FM seta / anel
HPBWH S 200 graus 180
Especificações :
HPBWV s 12 graus @ 4 fendas 190
Faixa: FM
F/C S -8 dB zoo
Polarização: elíptica
Ganho í polarização: -3,5 dBd
AR : 3 dB máx
Impedância: 50 Q
VSWR : 1:1,1
Conector: N / EIA
Potência : < 4 kW @ EIA 7/8”
Pêso:[10-50] Kg
Área vento : [0,4 - 1 ] m2

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140150 160 170180

Figura 13

60 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


TELECOMUNICAÇÃO \ '

de forma desbalanceada, com


uma inclinação tal que determina
a pureza da polarização elíptica.
Ao centro tem-se a foto de um
elemento de FM conhecido como
anel ou cicloide, trata-se de três
dipolos em configuração tipo
“loop” alimentados de forma des­
balanceada. No extremo inferior
da figura temos a foto de urna
variante do elemento seta para
aplicações em alta potência.
Nas figuras 14 e 15 apre-
sentam-se as especificações de
diagrama respectivamente para
os elementos de FM tipo seta e
anel, onde a escala normalizada
representa o módulo da intensi­
dade de campo em polarização
elíptica (isto é, a soma vetorial
dos campos radiados em polari­
zação horizontal e em polarização
vertical).
O parâmetro AR (relação
axial) indica o desequilibrio entre
as amplitudes dos campos em
polarização horizontal e em pola­
rização vertical especificados
para estas antenas.
As antenas apresentadas ñas
figuras anteriores representam os
modelos com maior aplicabilidade
em sistemas de radiodifusão de
TV e FM. Evidentemente, outros
modelos de antenas e variações
das geometrias mostradas exis­
tem e são utilizadas mas, vía
de regra, a grande maioria das
instalações e sistemas radiantes
em operação irá recair em algum
dos modelos anteriores.
Cada antena apresenta espe­
cificações elétricas e mecânicas
particulares. Assim, a adequação
e escolha de um tipo de antena
em detrimento de outra deve
levar em consideração estas
características sempre à luz do
cumprimento das especificações
do projeto de viabilidade técnica
e do melhor custo-benefício pos­
sível para o sistema de transmis­
são.
Recorrer ao fabricante é
sempre urna boa estratégia para
otimizar a especificação do sis­
tema radiante da sua estação.

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


Setor de Semicondutores "bate a acionistas da própria Motorola, ano. Desenvolvido pela Microsiga, o
asas" da Motorola enquanto que 10% foi posto à venda portal foi projetado de acordo com as
no mercado de ações. exigências dos clientes nacionais que
A partir deste segundo semestre A nova empresa também vai assu­ podem receber seus componentes
de 2004, Antonio Calmon vai deixar mir as responsabilidades assinadas em 48 horas (havendo estoque), ou
de usar o broche com a letra “M” pela Motorola com o Ceitec - Centro em três semanas para os casos de
estilizada da Motorola. Já trocou até de Excelência em Tecnologia Eletró­ importação. Para compras acima
seus cartões de visita e logotipo nica Avançada, entidade civil que pro­ de R$ 500,00, a Farnell assume os
dos brindes que distribui por onde mete desenvolver e produzir circuitos custos com o frete.
vai. É que o que era “Setor de Semi­ integrados de aplicação específica. “Gostaria de saber como fica a
condutores da Motorola” ganhou, Projeto que encontra-se ainda no questão do reajuste de preços”,
juridicamente, vida própria no mundo papel, o Ceitec recebeu da Motorola perguntou José Márcio - técnico
inteiro e passou a chamar-se Frees- alguns equipamentos para viabilizar responsável pela área de suprimentos
cale Semiconductor. Ética, velocidade a produção. da TV Globo, durante o lançamento
e inovação estão entre as metas da oficial do site. De acordo com diretores
Freescale. da Farnell, reajustes de preços irão
Background da Freescale
“Era muito complicado fornecer acontecer apenas quando o dólar e
- 22 mil funcionáriofe
componentes eletrónicos em empre­ a libra variarem mais que 5 %. “Este
- US$ 5 bilhões em faturamento
sas que são concorrentes da Motorola ano, por exemplo, ajustamos uma
- 10 mil clientes
na parte de produto acabado, como única vez”, disse Milton Vedramini,
- 25 países com base instalada
é o caso dos celulares”, comentou diretor da Farnell.
- 4.900 patentes
Antonio Calmon, que mantém o cargo A única área que o usuário terá
de diretor de marketing e regional de problemas para encontrar no portal é
vendas da América Latina na nova "Site" inédito no Brasil traz a de testes de medição. Como alguns
empresa. mais de 500 mil componentes equipamentos são muito caros, a
Para o Brasil, a mudança mais eletroeletrônicos Farnell prefere que o usuário entre
significativa na criação dessa nova em contato com o Call Center para
empresa está no Centro Brasileiro Desde o início de agosto, projetis­ melhor atendimento. Recentemente,
de Tecnologia de Semicondutores tas, desenvolvedores, estudantes, a empresa inaugurou mais um serviço
(BSTC), criado em Jaguariúna (SP) e pesquisadores e demais profissionais inédito no Brasil: aluguel de equipa­
que agora “aluga” um espaço dentro que vivem “perdendo tempo” tentando mentos para testes e medição.
do prédio da Motorola. Ele poderá ir encontrar pequenas quantidades
para um novo prédio, mas segundo de componentes eletroeletrônicos, Texas foca automação residencial
Calmon, é uma possibilidade que passaram a contar com um importante
ainda será estudada. O BSTC reúne canal de busca inédito no mercado De olho no consumo de soluções
mais de 100 especialistas no desen­ brasileiro. “Há muito tempo vínhamos wireless para residências que cresce
volvimento de topografia de chips. pedindo um canal como esse”, disse a cada ano, a Texas Instruments
A Freescale já nasce com todo Antonio Calmon, diretor geral da Fre­ volta a focar a área de componen­
o escopo e experiência trilhados escale, durante o lançamento do portal tes analógicos, mercado que deve
durante 51 anos pela área de semi­ de compras da Farnell Newark InOne atingir este ano os US$ 32 bilhões
condutores da Motorola. São 22 mil que traz mais de 500 mil componentes em todo o mundo segundo a SAI -
funcionários ao redor do mundo, diferentes para a venda. Semiconductor Industry Association.
presença em 25 países, faturamento Mesmo com menos de dois meses “Percebemos que essa área está
de US$ 4,9 bilhões em 2003, 10 mil de lançamento, o portal de compras crescendo muito no mundo inteiro”,
clientes, 4.900 patentes e 7 bilhões da Farnell já responde por 10% da revela Sérgio Menezes, gerente de
de microcontroladores de oito bits entrada de pedidos. A previsão é que contas da Texas.
colocados no mercado. 70% do capital o site aumente as vendas em 5% Na visão da empresa, o gateway
acionário da Freescale pertence logo no primeiro trimestre do próximo residencial será o principal har-

62 SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004


NOTÍCIAS

dware em uma casa interligando dade corporativa, a Symbol está bem Infineon apresenta Nova Geração
equipamentos como PCs, câmeras, posicionada para dar continuidade de Módulos de Memória para
videogames, equipamentos de som, às conquistas da Matrics na indústria Servidores
entre outros, tudo sem cabo. Por de RFID”, destacou Piyush Sodha,
trás de toda essa comunicação sem presidente e CEO da Matrics. “A A Infineon Technologies testou
fio estão os chips projetados pela combinação das duas empresas pos­ com sucesso o primeiro chip buffer
Texas. sibilitará o crescimento das soluções avançado de memória (AMB) para
“Para cada DSP (processador de de identificação por radiofreqúência, a próxima geração de módulos ser­
sinais digitais) existem de 10 a 15 por meio da atuação da Symbol em vidores, usando o que se denomina
componentes analógicos”, comenta segmentos verticais, força de vendas Double Data Rate2 (DDR2) Dynamic
Antônio Motta, diretor da Texas no e serviços, assim como captura de Random Access Memory (DRAM).
Brasil. Tomando como exemplo uma dados, redes wireless e mobilidade”, O AMB é a parte central dos
câmera digital de 5,0 megapixels, complementou Sodha. módulos de memória bufferizados
recém-lançada no mercado, a Texas Tecnologia - Em seu site, a dualin Une (FB-DIMMs), que deverão
participa com quatro componentes Hitachi anunciou o lançamento consistir no novo padrão para memó­
digitais e com outros dez analógicos. do menor chip integrado RFID do rias de servidores. Combinando sua
Dentre os equipamentos de mundo. Mede 0,4 mm e comunica-se experiência no desenvolvimento
rápida evolução e integração tecno­ em 2,45 MHz de chips de altas frequências e a
lógica, o celular, sem sombra de tecnologia DRAM para implementar
dúvidas, é o equipamento que gera Codificador de HDTV para a nova solução, a Infineon assume
o maior consumo de chips em todo alta definição posição de liderança no desenvolvi­
o mundo. A Texas o avalia como mento das FB-DIMMs.
o principal equipamento de conver­ A VIA Technologies anunciou A partir da introdução das tec­
gência tecnológica. O mesmo já o lançamento do codificador de nologias DRAM de memória DDR2
foi “rebatizado” como smartphones HDTV modelo VIA VT1625, que e DDR3 e com o aumento da capa­
devido à incorporação de música permite conexões multimídia com cidade de dados armazenados,
digital, captura e envio de fotos, gra­ os monitores mais recentes. Atu­ os servidores da próxima geração
vação e playback de vídeo, agenda, almente, os consumidores estão estarão exigindo novos desenvolvi­
jogos, acesso à Internet e, é claro, adquirindo aparelhos de HDTV em mentos na arquitetura das memó­
telefone. taxas sem precedentes para seus rias.
sistemas de entretenimento domés­ Os módulos de memória atual
Symbol adquire empresa tico e de heme theater. A forte taxa usam acesso direto paralelo ao bar-
especializada em sistemas de de adoção dos monitores de HDTV ramento (arquitetura multi-drop-bus).
RFID está sendo impulsionada pelo cres­ A arquitetura FB-DIMM apresenta
cimento e pela disponibilidade gene­ conexões ponto-a-ponto entre o
A Symbol, empresa de soluções ralizada de conteúdo de HDTV, controlador de memória e o primeiro
de mobilidade corporativa, anunciou o incluindo TV, filmes e jogos para módulo no canal e entre os módulos
acordo para aquisição da americana PC, que permitem uma visualização subsequentes.
Matrics Inc., líder no desenvolvimento cinematográfica e cristalina em tela Isso torna a carga do barra-
de códigos de produtos eletrónicos larga. mento independente da velocidade
(EPC) compatíveis com soluções O codificador de TV digital VIA de entrada e saída da DRAM. O chip
de identificação por radiofreqúência VT1625 permite o suporte a PC nos AMB colocado em cada FB-DIMM
(RFID). A negociação com a compa­ monitores de HDTV mais recentes, coleta e distribui os dados para as
nhia girou em torno de US$ 230 aceitando uma ampla gama de for­ DRAMs no módulo DIMM, bufferiza
milhões. matos de dados de entrada a partir os dados internamente no chip e
Entre os produtos oferecidos pela de chips gráficos ou de decodifica­ os encaminha ou recebe para o
Matrics estão sistemas multiprotoco- dores MPEG, e ainda uma visualiza­ controlador de memória ou DIMM
los, leitores EPC fixos e compatíveis ção de alta qualidade nos principais seguinte.
com aplicativos como impressoras padrões globais de vídeo, até HDTV Espera-se que esses novos chips
RFID e handhelds, além de antenas 1080i. Suportando uma ampla gama estejam disponíveis a partir da
de alta performance e etiquetas com de resoluções de entrada, o codifi­ segunda metade de 2005 e que a
código eletrónico. Os equipamentos cador de HDTV VIA VT1625 inclui o maior parte das memórias utilizadas
incluem as funcionalidades de apenas avançado dispositivo de ampliação a partir de 2006 já empreguem esta
leitura bem como leitura e gravação em várias resoluções VIA ProScale tecnologia. A velocidade máxima
nas etiquetas inteligentes, permitindo e pode converter sinais não entre­ de teste obtida para este chip na
uma grande variedade de aplicações laçados em entrelaçados para gerar transferência de dados foi de 6 Gb/s,
para as empresas. sinais de vídeo de alta qualidade e mais do que os 4,8 Gb/s definidos
"Como líder mundial em mobili­ sem instabilidade (flicker). pelo padrão DDR2 800.

SABER ELETRÓNICA N° 381/OUTUBRO/2004 63


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