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Direito Administrativo

Prof. Celso Spitzcovsky/ Profa. Flávia Cristina

Legislação

1. CF - arts. 37 a 41
2. Lei 9.784/99 - arts. 12, 13, 53 a 55 - processo administrativo federal.
3. Lei 8.666/93 - arts. 3º, 17, 24, 25 e 58 - licitações e contratos administrativos.
4. Lei 8.112/90 - arts. 8º e ss (formas de provimento de cargos públicos) e arts. 125 e 126
(incomunicabilidade das instâncias) - lei dos servidores públicos civis da União.
5. Lei 8.987/95 - arts. 2º, 6º, 35, 37 e 38 - concessão e permissão de serviços públicos.

Noção básica

• O único objetivo que a Administração pode perseguir quando atua é a preservação dos
interesses da coletividade. Sendo assim, sempre que a Administração editar um ato se
afastando-se desta finalidade única, ela pratica desvio de finalidade que é uma forma de
ilegalidade. Nestas situações, quem for prejudicado pelo ato que foi editado poderá buscar seus
direitos no judiciário.

Ex: proprietário de um imóvel recebe notificação de desapropriação para construção de um hotel.


Há desvio de finalidade (não há interesse público), logo, há ilegalidade.
Ex: proprietário de um imóvel é notificado sobre sua desapropriação para construção de escola/
metrô/hospital. O judiciário não pode atuar, pois o ato é legal.

Enquanto o particular atua em nome próprio, a Administração nunca poderá atuar senão em
interesse da coletividade.

• Para preservar o interesse público, a Administração recebe do ordenamento jurídico


prerrogativas e também deveres que não se estendem aos particulares.
Ex: empresário pode contratar quem quiser, já que o prejuízo será seu caso tenha contratado mal.
No caso da Administração, esta tem que abrir concurso.
Se a Administração contratar sem concurso/licitação, em regra, caracterizará desvio de finalidade
(que é uma forma de ilegalidade).
Ex: bens públicos não podem sofrer usucapião, pois isso prejudicaria a sociedade. O fim do
usucapião é punir o proprietário que deixou outra pessoa ter posse de sua propriedade por anos sem
fazer algo. A punição, neste caso, seria à sociedade, uma vez que o mandato do administrador é
temporário.

• Autoexecutoriedade: a administração executa sozinha seus próprios autos.

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Princípios da administração pública

Art. 37, caput, CF - rol meramente exemplificativo:

a) Legalidade: somente poderá fazer o que a lei expressamente determina. É necessário que haja
lei anterior disciplinando aquela matéria. Os atos administrativos são atos infralegais (abaixo da
lei).

b) Impessoalidade: para preservar o interesse público, a Administração está proibida de


estabelecer discriminações gratuitas. A administração não está proibida de discriminar, mas
deve justificar a discriminação.
A discriminação (tratar de forma distinta dos demais) pode ocorrer de duas formas: prejudicando ou
privilegiando.
Ex. de impessoalidade: licitação para contratar serviços, concursos para contratação de
funcionários, liquidação de dívidas (precatórios) na ordem em que elas aparecem (art. 100 da CF),
etc.

c) Moralidade: a Administração está proibida de praticar atos imorais (sinônimo de atos


inconstitucionais). Refere-se a moralidade administrativa - preservar os interesses da sociedade.
A Administração não pode contratar como se particular fosse.
• Súmula Vinculante 13, STF: proíbe o administrador de contratar seus parentes sem concurso.

❖ Existe uma imoralidade qualificada a que se dá nome de improbidade administrativa -


improbidade é sinônimo de desonestidade administrativa. A improbidade administrativa exige o
dolo (comprovação da intenção do agente em praticar o ato desonesto). Sem dolo, não há
improbidade administrativa.

d) Publicidade: a Administração está obrigada a dar transparência em relação à todos os seus atos
e a todas as informações armazenadas nos seus bancos de dados.
Art. 5º, XXXIII: "todos têm o direito de obter nos órgãos públicos informações de interesse
particular, coletivo ou geral, no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, exceção feita àquelas
que possam comprometer a soberania do Estado e da sociedade". A regra é a transparência, mas
para proteger a soberania do Estado e da sociedade, pode-se proteger as informações.

• Lei 12.527/11 - lei de acesso às informações públicas.


- Art. 10: qualquer interessado pode requer essas informações à Administratação;
- Art. 11: prazo: de imediato - se a informação for de difícil acesso, prazo máximo de 20 dias;
- Art. 24: 1. Informações consideradas supersecretas poderão permanecer sob sigilo por 25 anos;
2. As informações secretas poderão permanecer sob sigilo por 15 anos, e; 3. As informações
reservadas poderão ser mantidas por 5 anos. A remuneração paga ao servidor público é
informação pública, pois o salário é pago pela sociedade (o STF já analisou a questão).

Quando se requer informações de terceiro, coletivo, ou geral, e a Administração Pública se negar a


dar a informação, não se usa habeas data (somente se usa essa garantia constitucional quando
requer informações de si mesmo - art. 5º, LXXII), e sim mandado de segurança.

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- Art. 37, parágrafo 1º, CF - o governo é obrigado a fazer propaganda de seus atos. A Constituição
proíbe que nessas propagandas apresentem nomes, imagens e símbolos que representem
promoção pessoal do administrador.

e) Eficiência: a obrigação atribuída ao poder público de manter ou ampliar a qualidade dos seus
serviços e das obras que executa com economia de gastos. Caso o serviço não seja prestado sem
o mínimo de eficiência ou a qualidade das obras públicas (ou quando a obra causa dano a
terceiros), pode-se acionar o Estado no Judiciário, pois este analisa a legalidade. Ainda, deve
haver o controle de gastos por parte da Administração.

Princípios que não estão previstos na Constituição

- Supremacia do interesse público sobre o do particular: a administração utiliza esse princípio


toda vez que precisa impor um ato sobre alguém que não fez absolutamente nada errado. Ex:
desapropriação de imóvel para construção de metrô (o interesse público fala mais que o do
proprietário).

- Motivação: a cada ato que edita, a administração é obrigada a apresentar os motivos que deram
causa a ele.

Poderes da Administração Pública

São poderes instrumentais que a administração pública usa para atuar e atingir a grande finalidade
que é o interesse público.

São poderes-deveres, pois ao mesmo tempo em que a Administração Pública pode, tem essa
prerrogativa, tem os deveres de utilizá-los.

1. Poder Vinculado: será utilizado quando a Administração Pública estiver diante de uma
situação clara e objetiva que leva a um único comportamento. Presentes os requisitos legais, o
ato deve ser praticado. No exercício desse poder, a Administração Pública não pode fazer um
juízo de conveniência ou oportunidade. Ex: requer concessão de aposentadoria e apresenta a
documentação correta, preenchendo os requisitos legais, o agente público DEVE conceder a
aposentadoria. Caso não preencha os requisitos legais, o agente público NÃO DEVE conceder a
aposentadoria.

2. Poder Discricionário:
a) a Administração Pública pode fazer um juízo de conveniência/oportunidade.
Discriocionariedade não é a mesma coisa que arbitrariedade, pois só pode agir com permissão
da lei (princípio da legalidade). Ex: requer ao Prefeito autorização para uso de bem público
(requer o fechamento da rua para fazer a quermesse), o Prefeito pode fazer um juízo de
conveniência para decidir se vai permitir ou não.
b) quando a lei trouxer efeitos jurídicos inderminados: a lei traz conceitos indeterminados e a
Administração Pública pode usar o poder discricionário para preencher, entender melhor esses
conceitos.

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3. Poder Hierárquico: é usado pela Administração para se organizar, estruturar, estabelecer
relações de coordenação e subordinação (quem coordena quem, quem está submetido a quem).
O superior hierárquico tem algumas prerrogativas/obrigações sobre atuação de seus
subordinados que são frutos do exercício do poder hierárquico:
a) usa o poder hierárquico para dar ordens: o subordinado deve obedecer o superior salvo nas
ordens manifestamente ilegais (art. 116, IV, Lei 8.112/90);
b) fiscalizar e rever a atuação do subordinado;
c) delega atribuições dele (superior) para outras pessoa: pode delegar para subordinado ou não
(art. 12, Lei 9.784/99). Existem situações em que não é possível delegar (Art. 13, 9.784/99);
d) avocação: pegar atribuições dos subordinados (apenas dos subordinados).

4. Poder Disciplinar: é usado para punir, sancionar, disciplinar:


a) servidores;
b) particulares que estejam sujeitos a disciplina da Administração (apenas parte da doutrina) - tem
uma relação especial com a Administração.

5. Poder Normativo/Regulamentar:
a) normativo = regulamentar: poder utilizado para emitir atos normativos (decreto, portaria,
resolução, ordem de serviço, etc);
b) normativo x regulamentar:
I. Normativo: seria utilizado para expedir os demais atos normativos, menos o decreto.
II. Regulamentar: emissão de decretos (poder somente dele por ser o ato normativo mais
importante).

6. Poder de Polícia:
1. Conceito (art. 78, CTN): limita direitos individuais em benefício da coletividade (ex: proibição
de estacionar em faixa dupla, construir prédio de 20 andares próximo ao aeroporto, etc - são
limitados para benefício coletivo). Esse poder limita o direito, mas não o aniquila (ex: pode
construir uma casa de dois andares próximo ao aeroporto, mas não um prédio).
Não confundi com a polícia juridiciária. Aqui, é a polícia administrativa.

2. Atributos:
a) Discricionariedade (exceção: licença para construir é ato administrativo e fruto do exercício de
poder de polícia, mas é um ato vinculado);
b) Coercibilidade;
c) Autoexecutoriedade: permite que o exercício do poder de polícia e os atos decorrentes desse
exercício podem ser executados sem que ela precise de autorização do Judiciário. EXCEÇÃO:
não existe autoexecutoriedade a multas impostas e não pagas (a Administração precisa do
Judiciário para executar essa multa).

3. Competência: poder de polícia é privativo de autoridade pública, não podendo ser delegado a
particulares, mas é possível a delegação de atos materiais que vão auxiliar/possibilitar no
exercício desse poder de polícia (ex: radares - quem multa é a Administração, mas os radares
são particulares).

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Bens Públicos

1. Conceito: existem dois posicionamentos doutrinários:


I. Art. 98, CC: "é bem público o bem que pertence a pessoa jurídica de direito público".
II. São bens públicos os que pertencem a pessoa jurídica de de direito público, mas também
aqueles que não pertencem a pessoa jurídica de direito público, mas estão afetados/destinados a
prestação de serviços públicos.

2. Regime jurídico: é diferente dos bens privados. Se for um bem público, terá regime jurídico
diferente:
I. Imprescritível: o bem público não pode ser objeto de ação de usucapião (usucapião é forma de
prescrição aquisitiva). A Administração Pública não perde bens por ação de usucapião, mas
pode adquirir bens por usucapião;
II. Impenhorável: tem relação direta com os sistemas de precatórios (art. 100 da CF);
III. Inalienável: em regra, não pode ser vendido, trocado, doado. É relativa, pois o art. 17 da Lei de
Licitações prevê requisitos para alienação de bem público. Para aliená-lo, deve desafetar o bem
(retirar a destinação do bem).

3. Classificação quanto à destinação do bem (art. 99, CC):


I. Uso comum do povo: é aquele de uso indiscrimanado por qualquer um do povo (ex: praças,
rios, mares, lagos). O uso por qualquer um do povo pode ser a título oneroso ou gratuito (ex:
zona azul, pedágio, etc);
II. Uso especial: é aquele que será utilizado como estabelecimento dos entes públicos (ex:
prefeitura, biblioteca, etc) ou é aquele que está afetado à prestação de serviço público.
III. Dominicais (dominiais): são os bens desafetados.

4. Formas de uso do bem público por particulares:


I. Autorização de uso de bem público: ato administrativo unilateral, discricionário (pode
permitir ou não), não precisa de licitação, a autorização é um instituto precário (aquele que
recebeu autorização não tem direito a manutenção da situação, ou seja, o poder público pode
revogar a autorização sem precisar indenizar o particular), pode ser a título gratuito ou oneroso.
O maior interessado é o particular (ex: fechar a rua para fazer quermesse). - Autorização
qualificada: é aquela dada com prazo. O particular teria direito a manutenção daquela situação
durante o prazo e, se por um acaso o poder público revogar a autorização, o poder público
deverá indenizar.

II. Permissão de uso de bem público: ato administrativo (parte da doutrina chama de contrato de
adesão) discricionário, precária, podendo ser a título gratuito ou oneroso. Permissão
condicionada (mesma coisa que a autorização qualificada). Na permissão, sempre que possível,
haverá licitação (ex: box no Mercado Municipal). O particular DEVE usar o bem público. Os
interessados são: a coletividade e o particular.
III. Concessão de uso de bem público: contrato administrativo com prazo determinado, devendo
haver licitação na modalidade concorrência (ex: restaurante em aeroporto), é um instituto não
precário (durante a vigência do contrato, o particular tem direito a manutenção daquela
situação).

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Atos Administrativos

1. Conceito: é praticado no exercício de prerrogativas públicas. É um ato jurídico diferente do


existente no Código Civil. É uma manifestação de vontade no exercício da função administrativa.

2. Elementos do ato administrativo (existência do ato): o que o ato precisa para existir
a) Competência (sujeito): pessoa que pratica o ato. Para o ato existir, alguém precisa praticá-lo.
Para que o ato seja válido, sem vícios, a pessoa deve ser competente para prática.

b) Motivo: ato administrativo deve ter motivos de fato e de direito. Razão de fato e de direito que
levaram a prática daquele ato.
❖ Teoria dos motivos determinantes: o motivo dado a um ato vincula a validade deste ato (ex:

servidor cometeu certa infração e a lei diz que nesta situação deve haver suspensão. Assim, o
superior hierárquico o suspende expondo as razões de fato e de direito). Se o motivo é falso, o
ato é inválido (ex: se o servidor não faz nada e seu superior hierárquico o suspende, este ato é
ilegal).

c) Forma: exteriorização do ato, o modelo que tomou (ex: despacho de suspensão para suspender
o servidor). A forma é prevista em lei - se não seguir a forma prevista em lei, o ato é inválido
(ex: desapropriação é por meio de decreto, se for feito por portaria, é ato ilegal).

d) Finalidade: é o bem tutelado, o que se quer proteger. Atos administrativos devem ter
finalidade. Todo ato administrativo tem como finalidade em comum, em sentido amplo, que é a
proteção ao interesse público.

e) Objeto: efeito jurídico do ato. É o que o ato dispõe, enumera, classifica. É o que quer se obter
juridicamente com a prática daquele ato (ex: despacho de suspensão - despacho é a forma e
suspensão é objeto). Para o ato não ter vicio neste elemento, o objeto deve ser lícito e possível.

Se um destes elementos estiver viciado, o ato é ilegal.

3. Atributos do ato administrativo (características):


a) Presunção de legitimidade: atos administrativos são presumidamente verdadeiros e legais.
Essa presunção é relativa, pois admite prova em contrário (ex: guarda informa que o carro está
estacionado em local proibido, presume-se que é verdade, cabe a pessoa comprovar que não é
verdade).

b) Imperatividade: os atos administrativos são impostos aos particulares. Constituem os


particulares em obrigação unilateralmente (ex: guarda que manda tirar o carro do local
proibido).
c) Autoexecutoriedade: a Administração Pública executa seus próprios sem precisar da
autorização do judiciário.

d) Tipicidade: atos administrativos devem corresponder a figuras previamente previstas em lei.

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4. Classificação de atos administrativos
a) Quanto a margem de liberdade de atuação do agente:
• Vinculadas: não permite ao agente fazer um juízo de conveniência e oportunidade (ex: concessão
de aposentadoria - presentes os requisitos, a aposentadoria deve ser concedida).

• Discricionários: pode fazer um juízo de conveniência e oportunidade. Não em discricionariedade


ilimitada - deve obedecer a lei.

5. Tipos de ilegalidade:
a) Nulos: não é possível a convalidação. É dotado de nulidade absoluta. Não dá pra ser sanada.

b) Anuláveis: nulidade relativa. É passível de convalidação.

6. Formas de extinção do ato:


a) Renúncia: o beneficiário abre mão da vantagem que lhe foi concedida (ex: dono da banca de
jornal decide fechá-la);

b) Cumprimento de seus efeitos: não tem mais porque continuar existindo (ex: concessão de
férias - com o término das férias, o ato não tem mais razão de existir);

c) Desaparecimento do sujeito ou do objeto: o ato desapareceu porque desapareceu o sujeito ou


o objeto (ex: tombamento de uma casa - após um tempo, por causa de um terremoto, a casa
desmorona. Com o desmoronamento, desaparece o ato pois desaparece o objeto);

d) Contraposição: o ato é extinto em razão de outro ato contrário, antagônico, ao primeiro (ex:
pessoa é nomeada para o cargo, pode sair pela exoneração. A exoneração extingue a nomeação
e isso é uma forma de contraposição, pois o segundo ato é contrário ao primeiro);

e) Cassação: o ato é extinto porque o particular, beneficiário do ato, não cumpriu com seus
deveres (ex: Administração Pública concede licença para criação de um motel, o particular
montou um bordel). O ato será cassado e será extinto.

f) Caducidade: o ato é extinto, pois uma lei nova não mais permite a prática do ato (ex: particular
tem autorização para explorar determinado tipo de madeira, mas surge lei nova que não permite
mais exploração desse tipo de madeira. Com isso, a autorização perde validade
automaticamente);

g) Revogação: o ato é extinto porque se tornou inconveniente ou inoportuno (produz efeitos ex


nunc). Somente atinge atos discricionários, pois é necessário analisar a inconveniência ou
inoportunidade. Não se revoga atos vinculados, porque em sua elaboração não há juízo de
conveniência ou inoportunidade.
h) Anulação: o ato é anulado porque tem uma irregularidade - efeitos ex tunc (ex: elaborado por
pessoa incompetente). Pode ser anulado em até 05 anos (art. 54, 9.784/99), salvo comprovada
má-fé. Pode ser anulado pela Administração ou Judiciário. Tanto o ato discricionário quanto os
vinculadas podem ser anulados.

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Improbidade Administrativa

Lei 8.429/92 - arts. 10 e 23 foram alterados.


art. 17, parágrafo 1º, foi revogado.

1. Conceito: ato de imoralidade qualificada pela lei que importa em enriquecimento ilícito do
agente (art. 9º, rol meramente exemplificativo. Precisa de dolo - ex: recebimento de propina),
prejuízo ao erário (art. 10, rol exemplificativo. Admite dolo ou culpa - ex: Administração
adquiriu um bem com preço maior que o de mercado) e/ou violação de princípios da
Administração Pública (art. 11, rol exemplificativo. Precisa do dolo) e que enseja em processo
judicial (é uma ação judicial de natureza civil, não é apurado por processo administrativo)
promovido pela pessoa jurídica lesada ou pelo Ministério Público a aplicação das sanções
previstas no art. 37, parágrafo 4º, CF, e art. 12 da Lei 8.429/92.
Não precisa ser servidor para praticar ato de improbidade. É qualquer agente público (art. 1º).
Improbidade poderá penalizar o particular também, desde que se beneficie, que induza ou concorra
para o ato de improbidade. O sucessor do agente que cometeu improbidade por enriquecimento
ilicito ou prejuizo ao erário responderá até o limite da herança. Nao se aplica ao agente que violou
princípios da Administração, pois, nesse caso, não envolveria dinheiro.
Na ação de improbidade, o sujeito passivo é quem cometeu a improbidade. O sujeito ativo do ato
de improbidade é agente público.
Toda ação de improbidade terá o MP, ou como autor ou como fiscal da lei.
Quando for possível enquadrar nas 03 condutas, aplica-se o mais grave. Enriquecimento ilícito é o
mais grave. Violação de princípios da Administração Pública é o menos grave. A gravidade é
medida pela gravidade da sanção.

2. Penas: pode perder as funções públicas e perda dos direitos políticos.

Administração Pública

Estrutura do Estado (sentido amplo):

Art. 37, XIX, CF ________Autarquias (D. Público)


União_____________ _______Fundação (D. Privado)
Estados___________ ______Soc. Econ. Mis (D. Priv)
Munícipios_______ _____Empresa Púb. (D. Priv)
Distrito Federal__

Administração Pública Direta Administração Pública indireta


ou concentrada. ou descentralizado
- Centraliza todas as atividades e todos os
serviços

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A administração pública direta, por meio de lei específica, cria ou autoriza a criação da
administração pública indireta ou descentralizada, que é formada pelas autarquias, fundação,
sociedade de esconomia mista e as empresas públicas (art. 37, XIX, CF).

1. Art. 37, XIX, CF: são chamadas de pessoas políticas porque tem competência para legislar e
estudar as próprias leis. Por meio de uma lei, elas criam a Administração Pública Indireta.
a) "somente lei específica": é uma lei para cada uma das pessoas indiretas (ex: SP quer uma
autarquia, terá que criar lei). Quer dizer que somente poderá tratar de um único assunto. Essa lei
será uma lei ordinária, pois quando a Constituição Federal requer lei complementar, assim ela
expressamente dispõe.
• As pessoas da administração indireta não nascem por contratos, mas sim mediante lei específica
(ex: lei que criou o IBAMA, só pode dissertar acerta do IBAMA, não pode falar de feriados).

Obs: lei específica é lei ordinária. Quando a CF nao especificar que se trata de lei complementar,
será lei ordinária. "

b) "Criada..., autorizada...": criação é diferente de autorização.


• Criada: precisa de lei e a pessoa já exercerá suas atividades.
- Cria-se pessoa de direito público.

• Autorizada: precisa de lei; necessita de registro, os atos constitutivos precisam ser registrados
- Cria-se pessoa de direito privado

c) "Empresa pública (...)": são de direito privado.

Descentralização

Pressupõe a existência de duas pessoas (as que criam e as que são criadas), diferente de
desconcentração.

1. Conceito
a) Descentralização: descentraliza porque não realiza todas as atividades. Na descentralização
trabalha-se com pessoas. Pessoa tem personalidade jurídica própria e responde por seus atos.
Pressupõe a existência de duas pessoas: as pessoas que criam e as pessoas que são criadas.
- ente - entidade - pessoas

Obs: pessoa tem personalidade jurídica própria, é sujeito de obrigações e responde por seus atos
(ex: atropelamento de seu José da Frutaria, foi atropelado pelo motorista de um carro do INSS,
quem irá responder é o INSS).

b) Desconcentração: não tem personalidade jurídica própria. Trabalha-se com órgãos - que não
detém personalidade jurídica.
- órgão

Obs: Escola Pública Municipal: escola e secretaria são órgãos, tem que processar o Município se
preciso.

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Pessoas da Administração Indireta

Algumas dessas pessoas (administração pública indireta) são criadas e outras são autorizadas.

- Criação: depende somente de lei (direito público);


- Autorização: depende de lei E registro no órgão competente (direito privado).

1. Conceito: a administrativa pública indireta é exercida por outras pessoas jurídicas que não se
confundem com os entes federativos.

2. Autarquia: é uma pessoa jurídica de direito público criada mediante lei.


a) Pessoa de direito público - criada mediante lei;

b) Atua mediante serviço público;

c) Realiza concurso público para preenchimento de cargos;

d) Contratos administrativos;

e) Licitação;

f) Imunidade Tributária Recíproca (ex: IPVA e IPTU - art. 150, CF) - SOMENTE para impostos;

g) Possui bens públicos - porque toda prestadora de serviços públicos têm bens públicos.

h) Espécies:
I. Autarquias ordinárias (autarquia comum) - ex: IBAMA, INSS
II. Especial: são agências (reguladoras e executivas);
• Agência reguladora:
❖ Autarquia de regime especial, elas são particulares que prestam serviços públicos, a

administração só fiscaliza, são elas:


- ANA;
- ANATEL;
- ANAEL;

• Agência executiva:
❖ Autarquia ou Fundação Pública que celebra um contrato de gestão e recebe a qualificação da
agência executiva, são elas:
- INMETRO

III. Profissional: são os conselhos (ex: CREA, CRM);

Obs: OAB não é uma autarquia, o STF argumenta que é uma categoria sui generis.

IV. Associação pública: são os concessionários públicos que criam na Lei 11.107/05 (ex: o estado
de São Paulo pode se associar a União).

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3. Fundação (Fundacional):
a) Conceito: é pública (ou governamental). É pública porque é instituída ou mantida pelo poder
público, diferente das criadas e mantidas pelos particulares.

b) Divisão:
I. Direito Público:
• Criada;
• Lei ordinária + Lei complementar (para definir a atuação, se será na área da saúde, educação ou
qualquer outra);
• Autarquia Fundacional.

II. Direito Privado:


• Autorizada mediante lei;
• Lei ordinária + Lei complementar
Ex: IBGE.

4. Empresa pública: são autorizadas mediante lei, devendo fazer concurso para preencher cargo
em regime de emprego. Ainda, faz licitação para celebração de contratos administrativos. Pode
prestar serviços públicos outro explorar atividade econômica (ex: Caixa Econômica Federal e
Correios).

5. Sociedade economia mista: de direito privado, são autorizadas mediante lei e exigem concurso
para preenchimento de cargo em regime de emprego. Faz licitação para celebração de contratos
administrativos. Ainda, podem prestar serviços públicos ou explorar atividade econômica (ex:
Banco do Brasil e Petrobras).

6. Sociedade de Economia Mista x Empresa Pública:


Semelhanças
Sociedade de Economia Mista Empresa Pública

Direito Privado Direito Privado

Autorizada Autorizada

Mediante Lei Mediante Lei

Concurso + regime de emprego (CLT) Concurso + regime de emprego (CLT)

Licitação Licitação

Contratos Administrativos Contratos Administrativos

Prestação de serviço público <--> bens públicos Prestação de serviço público <--> bens públicos.

Explora atividade econômica (ex: BB) Explora atividade econômica (ex: Petrobras)

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Diferenças
Sociedade de Economia Mista Empresa Pública

Capital misto Capital 100% público

Formação - S/A Formação: constituída sob qualquer forma


permitida em direito (ex: LTDA)

Foro de julgamento é da Justiça Estadual Foro de julgamento será de acordo com a Empresa
SEMPRE - art. 109, CF não contemplou a - pode ser na Justiça Estadual ou na Justiça
sociedade de economia mista Federal.

Obs:
1. Diferente das fundações mantidas pelo particular (ex: Senna);
2. Se a União tiver interessa na causa, este processo da Justiça Estadual vai para a Federal.

Responsabilidade Civil do Estado

1. Conceito: Art. 37, S 6o, CF


a) Teoria do risco administrativo: admite excludentes de responsabilidade.
• Caso fortuito;
• Força maior;
• Culpa exclusiva da vítima (regra);
I. Pessoa de direito público: União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Autarquias e
Fundações;
II. Pessoa de direito privado prestadora de serviço privado: os concessionários, de serviço público
como a SPTRANS; Obs.: os concessionários (empresa de ônibus, i.e.) possuem responsabilidade sempre objetiva, tanto perante usuários, quanto
terceiros não usuários.
III. Seus agentes nessa qualidade: só responde quem estiver atuando na qualidade de servidor
público, caso contrário não, pois irá responder pelo CC.
IV. Ação regressiva: responsabilidade do Estado (ao processar um servidor seu) é objetiva.
V. Dolo/culpa;

José foi atropelado por um carro do INSS (autarquia federal), perdeu as duas pernas, ele processa o
INSS (Responsabilidade Civil Objetiva) e ganha. O INSS entra com ação de regresso.

ATENÇÃO!!! As ações contra o estado não prescrevem mais em 05 anos, mas sim em 03 anos.

Teoria do Risco Integral


É a teoria em vigor no Brasil
Não admite excludentes de responsabilidade do Estado, ou seja, o Estado SEMPRE responderá.
• Dano Ambiental
• Dano Nuclear

+Atentado; e
DPVAT
Temas especiais: quando o Estado deixa de agir, não evitando o resultado (caso de assalto, i.e.), a vítima deve comprovar a culpa ou o dolo
(teoria da responsabilidade subjetiva). Há a violação de um dever estatal (negligência).
Indenização em caso de obra: se a realização de obra causar prejuízo, em virtude de ato ilícito (violação da legalidade) haverá responsabilidade objetiva. Já
quando houver ato lícito, o dano é indenizável caso seja anormal (ultrapasse a normalidade) e seja específica.
Responsabilidade em caso de custódia (presos, alunos de escola pública, i.e.): o Estado deve zelar por sua integridade, com isso, se acontecer algo com a pessoa
(mesmo que seja causado por terceiro) o Estado deve indenizar. Se um preso foge e causa prejuízo o Estado indeniza, mas apenas se for de imediato.

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Serviço Público

• Serviço público: é todo aquele prestado pela administração de baixa regra de direito público
para a preservação dos interesses da coletividade.

• Reflexos: a titularidade de um serviço público pertence à Administração, é intransferível e nunca


poderá um particular assumir a titularidade de um serviço público. Sendo da Administração a
titularidade, ela que elabora sozinha as regras para execução do serviço. Sendo assim, ela mesma
que vai fiscalizar. Se, eventualmente, descumprindo com as obrigações, ela mesma aplicará a
sanção.

• Execução: possibilidade de quem executar serviços ser a própria administração pública titular,
porém, pode acontecer, que a Administração transfira a execução para particular que quer obter
lucros.

Legislação - Lei 8.987/95

1. Fontes de arrecadação: artigos 8 ao 13 da Lei - única fonte de arrecadação prevista para


concessionário e para permissionário é a cobrança de tarifa.

2. Valor da tarifa: é fixado por aquele que é titular do serviço, no caso o poder público.

3. Responsabilidade: quem responde pelos danos é quem executa o serviço. A execução pode ser
feita pelo particular ou pelo terceiro.

4. Danos causados a quem? Qual a extensão dessa responsabilidade danos causados aos usuários,
terceiro e poder público.

• O STF, em 2009, decidiu que nodano experimentado pela vítima resulta da prestação de um
serviço público, a responsabilidade será sempre objetiva sendo irrelevante saber quem causou o
dano ou quem sofreu.

❖ Quem causou? Não importa quem causa o dano, o poder público responde de forma objetiva e o
particular também.

❖ Quem sofreu? Não importa saber quem foi à vítima. Aqui, a vítima pode ou não ser usuário ou
terceiro. Se a responsabilidade é objetiva, importa apenas que a vítima que sofreu o dano.
Responderá objetivamente independe de comprovação de culpa e dolo, pois deve demonstrar
apenas o nexo de causalidade, ou seja, que o dano sofrido teve como causa a prestação de um
serviço público. Acionado em juízo pela vítima, o concessionário ou permissionário só responde
pelos danos que tiveram causados à ela. Ainda assim poderão usar em sua defesa:
- Caso fortuito (dano causado por terceiro);
- Força Maior (dando pela natureza); ou
- Culpa da vítima (para excluir ou atenuar sua responsabilidade).
- Variantes do Risco Administrativo.

ROBERTA FERNEDA ESCRIMIM 13


• Causas de extinção das concessões (art. 35 e ss da Lei):
- Termo: por força de término do prazo inicialmente previsto única causa.
- Encampação: durante a sua vigência, portanto prematura por razões de interesse público e
literato direito a indenização.

• Caducidade: durante a sua vigência por descumprimento de obrigações pelo concessionário


Porém não tem direito a indenização Porém tem direito de um processo administrativa
assegurada ampla defesa.

Parcerias públicas privadas (PPP)

1. Natureza: jurídica de concessão;

2. Objetivo: atrair a iniciativa privada para execução de obras e serviços de grande portes;

3. Legislação das PPP: Lei 11.079/04

4. Limites para celebração das PPP: art. 2º, parágrafo 4º da Lei.

5. Financeiro: valor mínimo é 20 milhões de reais.

6. Prazo: mínimo de 5 anos e o máximo 35 anos.

7. Objeto: a lei proibiu a celebração de PPP que tenham por objeto ÚNICO/ EXCLUSIVO a
execução de obras públicas, o fornecimento de obras e o fornecimento e a instalação de
equipamentos.

8. Modalidade de PPP:
a) Patrocinadas: art. 2º, parágrafo 1º, da Lei, apresenta uma dupla fonte de arrecadação para o
parceiro privado além de possibilidade de cobrança de tarifa do usuário a lei permite que o
parceiro privado também seja remunerado pela administração.

b) Administrativa: art. 2º, parágrafo 2º da Lei - não poderá cobrar tarifa dos usuários apenas a
remuneração.

Obs: para transferir a execução de serviço ou de uma obra particular é necessário ou


obrigatoriamente abertura de licitação e será transferência via através de concessão só será admitida
a modalidade de concorrência pública.

Licitações

1. Definição: é o processo através do qual a administração seleciona a proposta mais vantajosa


para o interesse público - a administração tem a obrigação de escolher a melhor proposta. A

ROBERTA FERNEDA ESCRIMIM 14


administração promove uma competição entre os interessados que vão competir entre si em
situação de igualdade e somente o melhor, a melhor proposta poderá ser escolhida.

2. Fundamento:
• art. 37, XXI, CF - para contratar serviço, adquirir ou alienar bens deve licitar (propostamais
vantajosa para o interesse público).

3. Pressupostos: possibilidade/viabilidade de abertura de competição. Se não houver essa


possibilidade, não se licita.
Se existir apenas uma pessoa que forneça o que a administração precise (fornecedor exclusivo) não
se licita.

4. Competência: foi atribuída, pela própria CF, para a União (art. 22, XXVII, CF). Trata-se de
competência privativa para editar normas gerais sobre licitações. Tem aplicabilidade para todo o
território nacional.

5. Legislação: Lei 8.666/93.

a) Destinatário (art. 1º da Lei): todos aqueles que se encontrem dentro da administração (nas 04
esferas de governo) - isso porque o objetivo único é interesse público. Se não preservar o
interesse público, não é legítimo. Todas as pessoas dentro da administração inclui as autarquias,
sociedades de economia mista e empresas públicas.

b) Modalidades de licitação (art. 22): não basta abrir licitação, deve escolher a modalidade
correta. Se não licitar quando deve limitar, cometeu ilegalidade. Se licitou quando devia, mas
escolheu a modalidade errada, também cometeu ilegalidade.

• Concorrência: hipóteses de cabimento - pode participar qualquer pessoa.


- Para abrir uma licitação internacional, só pode ser concorrência pública. Não dá para usar
nenhuma outra.
- Quando a administração quiser contratar uma concessão de serviços - isso ocorre quando a
administração quer transferir para a iniciativa privada a execução de um serviço ou de uma obra
pública. Para isso, deve licitar.
- Quando a administração quiser contratar uma parceria público privada (PPP) - usa PPP quando
quiser repassar para iniciativa privada obras e serviço de grande porte - o valor mínimo para
contratar PPP é de R$ 20 milhões (ex: todas as obras e serviços envolvidos nas olimpíadas).

• Tomada de preços: universo de participantes. Só podem participar da tomada de preços aqueles


que estejam previamente cadastrados na administração.
Ex: empresas que participam de várias licitações - visa facilitar, uma vez que participar das
licitações tem que apresentar muitos documentos. Para evitar que tenha que apresentar os mesmos
documentos diversas vezes em todas as licitações, permite que o cadastro dure por um ano. Assim,
ao participar de todas as licitações nesse período de um ano, não precisará apresentar todos os
documentos.
No mais, nessa situação, somente os cadastrados poderão participar.

ROBERTA FERNEDA ESCRIMIM 15


• Convite: universo de participantes. É a única modalidade em que ela toma a iniciativa de
convidar pessoas. Deverá chamar no mínimo 03, para assegurar o mínimo de competitividade.
Se não determinada empresa não for convidada mas quiser participar, poderá, desde que preencha
02 requisitos:
- estar cadastrado;
- manifeste a intenção de participar em até 24 horas antes da data marcada para apresentação das
propostas.

• Concurso: hipotese única de cabimento. Para escolha de trabalho técnico, artístico ou científico
mediante remuneração. Qualquer um pode participar.

• Leilão: hipótese única de cabimento. Somente pode ser utilizado para alienação de bens públicos
inservíveis ou aqueles que tenham sido legalmente apreendidos (ex: leilão de bens de traficante).

• Pregão (Lei 10.520/02): modalidade mais utilizada. Serve para tornar a licitação mais rápida e
mais transparente. Qualquer um pode participar. É a única modalidade que admite a participação
on-line, ou seja, a distância (ganho de competitividade). As outras só admitem participação
presencial.
Pode ser utilizado para aquisição de bens e serviços comuns a preços de mercado. Essa
terminologia é extremamente subjetiva e assim foi criada para abranger diversos temas.

Não pode ser utilizado para alienação.

A Lei admite um único critério: menor preço.


Alcançada a proposta de menor preço, a lei prevê uma segunda rodada de competição. A proposta
de menor preço e aquelas que estejam até 10% acima da menor participam da segunda rodada.
A segunda rodada de competição serve para diminuição do valor (ex: a menor proposta é de 10. O
pregoeiro anuncia isso e, com isso, as outras participantes dessa segunda rodada vão diminuindo o
preço. Isso é aplicado para preservar o interesse público). Terminada a segunda rodada, encerra-se a
licitação. Após isso, o pregoeiro analisa os documentos do vencedor (serve para ganhar tempo - se
os documentos estiverem em ordem, ganha a licitação. Se não estiverem em ordem, chama-se o
segundo colocado).
Nas outras modalidades, alcançada a proposta de menor preço, encerra-se a licitação.

c) Diretas: as hipóteses abaixo excepcionam a regra geral:


• Inexigibilidade (art. 25 da Lei): inviabilidade de competição. Com isso, não é possível licitar nas
seguintes hipóteses:
- Fornecedor exclusivo;
- Contratação de profissional do setor artístico reconhecido pela crítica especializada ou pela
opinião pública.
- Contratação de um profissional notoriamente especializado para a execução de uma atividade
singular. Profissional notório é aquele se destacou em relação aos demais no setor em que atua
(ex: títulos acadêmicos, obras que tenha publicado etc). É um especialista. Atividade singular é
aquela que não é comum, ou seja, é aquela que só pode ser executada pelo profissional notório.
Para essa situação não pode ser profissional comum nem atividade comum. O artista deve cobrar
da administração o mesmo valor que cobraria para o particular, valor de mercado. Não pode
cobrar valor superior da administração. A administração não pode pagar valor superior.

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• Dispensa de licitação: viabilidade de competição. A competição é possível, porém, se recair em
uma das situações do art. 24 da Lei, a lei autoriza a contratação direta:
- Município atingido por epidemia e precisa comprar medicamentos. Por haver diversos
fabricantes de medicamentos, é possível a licitação. Porém, por se tratar de situação de
emergência, fica dispensada a licitação. Assim, é possível a contratação direta.
- Município decide comprar obras artesanais para decorar as repartições públicas. Existem
diversas empres que fabricam obras artesanais, o que possibilita a licitação. Porem, a
administração decide contratar a AACD (entidade sem fins lucrativos) e, por isso, a lei permite a
contratação direta.

Contratos públicos

1. Definição: as regras que comandam esses contratos não são as mesmas que comandam
contratos entre particulares.

2. Características comum: a administração recebe do ordenamento jurídico prerrogativas que


permitem a ela tomar medidas de forma unilateral.
a) elaboração unilateral dos contratos - o particular apenas adere ao contrato;
b) alteração unilateral dos contratos;
c) rescisão de forma unilateral, ainda que o particular não tenha feito nada de errado. Isso pode
ocorrer para preservar o interesse público.

As partes não estão em situação de igualdade. A administração se encontra em posição superior,


pois a administração atua para preservar os interesses da sociedade.

Essas prerrogativas (mudança unilateral) são chamadas de cláusulas exorbitantes.

3. Execução:
a) Regra geral (art. 66 da Lei 8.666/93): celebrado o contrato, as partes devem cumprir fielmente
com suas obrigações, sob pena de responsabilidade. Se nada de diferente acontecer, não pode
haver alterações.

b) Excepcionalmente: o contrato poderá ser alterado durante sua execução se surgirem fatos
imprevisíveis que impeçam o seu cumprimento (aleas extraordinários - fatos imprevisíveis que
impedem os contratos de serem cumpridos nos termos originais).
• Teoria da imprevisão: é aquela que autoriza mudanças nas cláusulas do contrato quando durante
a sua execução surgirem fatos imprevisíveis que impeçam o seu cumprimento. Os fatos
geradores são:
- Caso fortuito: fato imprevisível criado por terceiros;
- Força maior: fato imprevisível criado pela natureza;
- Fato do príncipe: fato imprevisível criado pelo poder público atingindo todos os contratos por
ele celebrados;
- Fato da administração: fato imprevisível criado pelo poder público atingindo apenas um ou
alguns contratos;

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4. Alterações que podem ser promovidas (art. 65 da Lei): para que as alterações possam ser
promovidas, é necessário:
a) instrumento: as alterações só poderão vir por escrito através de um termo de aditamento.
b) limites: não pode alterar o objeto do contrato. A mudança do objetos configura fraude à
licitação. Se o objetos se tornar impossível, cancela-se o contrato e inicia-se nova licitação.
Porém, é possível alterar unilateralmente em até 25% as quantidades, mesmo que isso
represente um prejuízo ao particular. Em se tratando de reformas de prédio, o limite vai para
50%.

5. Rescisão (art. 79 da Lei):


a) Administrativa: promovida de forma unilateral pela administração (espécie de cláusula
exorbitante). Pode se dar em razão de:
- Interesse público: isso gera direito de indenização ao particular
- Descumprimento de obrigações pelo contratado: não terá direito a indenização, porém tem
garantido o direito de ampla defesa no processo administrativo. Sem isso, a rescisão será ilegal.

b) Consensual: resulta de acordo entre as partes.

c) Judicial: resulta de descumprimento de obrigações contratuais pela administração (ex: não


paga ou paga com atraso). A Lei determina, no art. 98, que se houver atraso no pagamento em
até 90 dias, é legítimo.

Se quem descumpre obrigação é o particular, a rescisão pode ser por parte da administração, mas se
na administração descumprir, a rescisão deve ser judicial.

Propriedade

1. Definição: direito de propriedade é o direito de usar, gozar, usufruir e dispor de um bem e de


reavê-lo de quem quer que injustamente o esteja possuindo (conceito do direito civil).

2. Extensão: essa definição se estende aos bens móveis, imóveis, materiais e imateriais (ex:
direitos autoriais).

3. Importância:
A Constituição coloca a propriedade como direito fundamental (art. 5º, caput, CF). O mesmo
dispositivo assegura a inviolabilidade da propriedade.
No art. 5º, XXII, a Constituição reassegura o direito à propriedade.

NÃO é um direito absoluto.

A própria Constituição estabelece um dever fundamental ao dono da propriedade: dar ao bem uma
função social (art. 5º, XXIII).

Toda vez que o proprietário não der uma função social, estará praticando uma inconstitucionalidade
(desreispeita o art. 5º, XXII). Isso significa que pode sofrer uma penalidade.

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4. Função social:
a) Propriedade urbana: a CF, no art. 182, parágrafo 2º, determina que a propriedade atende sua
função social quando atende as regras previstas no plano diretor, que é de elaboração
obrigatória para os municípios que tenham mais de 20 mil habitantes.

❖ Plano Diretor: é o diploma legal que estabelece regras que vão permitir que uma cidade cresça de
forma ordenada. É o responsável por dividir a cidade em zonas (residencial, comercial,
preservação ambiental) e decide onde pode construir prédios. O plano diretor deve ser revisto de
10 em 10 anos.

❖ Sanções (at. 182, parágrafo 4º, CF):


- Edificação compulsória (pode ser obrigado a construir)
- Incidência de IPTU progressivo no tempo (ano a ano o valor do imposto vai dobrando -
progressão geométrica).
- Desapropriação (sanção mais grave). Terá direito a indenização. Quando for de interesse público
(o proprietário não fez nada de errado), a indenização será previa, justa e em dinheiro. Quando
for desapropriado por não ter dado função social a propriedade, a indenização não será nem
previa, nem justa nem em dinheiro. Será paga em títulos da dívida pública, que só poderão ser
resgatados em 10 anos. Isso ocorre como forma de penalidade.

b) Propriedade rural: a CF, no art. 186, determina que a propriedade cumpre sua função social
quando atende simultaneamente a 04 exigências:
I. Quando tem exploração racional e adequada;
II. Exploração que respeite os recursos hídricos e o meio ambiente;
III. Exploração que respeite as relações de emprego (ex. de desrespeito: quando permitirem menor
de 14 anos trabalhando ou quando há trabalho escravo);
IV. Exploração que atenda ao bem estar do proprietário e dos trabalhadores.
Todas as exigências são subjetivas, pois a única sanção que incide sobre a propriedade rural é a
desapropriação para fins de reforma agrária (art. 184, CF).

5. Meios de intervenção: podem ocorrer ainda que o proprietário não tenha feito nada de errado.
a) Desapropriação: trata-se de um meio de intervenção na propriedade em que ela é transferida
compulsoriamente para o patrimônio público, por razões de interesse público ou de
inconstitucionalidade mediante indenização, nos termos da Constituição. Implica na perda
compulsória da propriedade - a administração decide sozinha, é unilateral. Não precisa de
autorização do judiciario. Quando a desapropriação vier por razões de interesse público, o
proprietário não fez nada de errado, trata-se de supremacia do interesse público. No caso da
inconstitucionalidade, o proprietário fez algo errado, e ocorre quando a propriedade não cumpre
a sua função social.
O proprietário terá direito a indenização nos dois casos, mas muda a natureza da indenização. No
caso da propriedade rural, os títulos da dívida pública só poderão ser resgatados depois de 20 anos.
A desapropriação é feita por meio de um decreto de desapropriação - é o meio de comunicação.

O decreto deverá trazer informações mínimas consideradas essenciais:


- Área que será desapropriada, pois, assim, pode saber se sua propriedade está dentro da área

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IMPORTANTE!!! Se a desapropriação pegar apenas parte da propriedade, mas o restante for inútil
sem a parte desapropriada, o proprietário pode requerer a extensão da área, para que pegue toda a
propriedade.

- Fundamento: interesse público ou inconstitucionalidade? Isso define o perfil da indenização


(dinheiro ou título da dívida ativa)
- Destinação dada ao bem: construção de um parque, delegacia, por exemplo. Se houver mudança,
desvio de finalidade, haverá tresdestinação (mudança na destinação inicial atribuída ao bem).

A tresdestinação pode ser licita ou ilícita. A tresdestinação lícita é a mudança na destinação inicial,
mas mantém o interesse público (ex: desapropria para construção de escola, mas depois constrói-se
uma delegacia).
Já a tresdestinação ilícita é a mudanca na destinação inicial do bem, não se preservando o interesse
público (ex: desapropria para construção de uma escola, mas depois constrói um hotel - nesse caso,
o proprietário recorre ao judiciário, através de um pedido de retrocessão, ou seja, requer que a
situação retroceda ao momento anterior à desapropriação - quer o bem de volta. Isso pode ocorrer
também quando não é dada finalidade alguma ao bem - art. 519, CC). Na retrocessão, pagará o
valor de mercado do imóvel, devolverá o valor pago a título de indenização.
Segundo orientação dos Tribunais, se o pedido de retrocessão for acolhido, ou seja, se for julgado
procedente a questão se resolve em indenização por perdas e danos (art. 35 do Decreto 3.365/41 -
principal norma em desapropriação). Ademais, se o bem já for considerado bem público e já tiver
sido dada destinação, ainda que a desapropriação seja ilegal, resolve-se em perdas e danos.

Se ocorrer acordo quanto o valor a ser pago a titulo de indenização, a questão é resolvida
administrativamente. Não é comum, pois o poder público tende a oferecer quase nada. Quando
ocorre, é por pressão da própria administração (ex: o imóvel vale 1 milhão, a administração oferece
200 mil, mas diz que pagará imediatamente e faz pressão, alegando a demora do Judiciário e a fila
para recebimento dos precatórios).
Na falta de acordo, resolve-se judicialmente. O proprietário terá que esperar a fila de precatórios
para receber o valor.

b) Confisco: trata-se de um meio de intervenção na propriedade em que ela é transferida


compulsoriamente para o patrimônio público. Implica na perda compulsória da propriedade.
Somente poderá acontecer nas hipóteses previstas no art. 243, CF:
- Quando encontrarem em uma propriedade plantação ilegal de psicotrópicos;
- Quando encontrarem em uma propriedade trabalho escravo.
Não há direito a indenização, pois configuram ilícitos penais.

c) Requisição: trata-se de um meio de intervenção na propriedade em que se transfere


compulsória e temporariamente a posse mediante indenização, por razões de iminente perigo
público (ex: choque entre vagões do metrô e há feridos, a propriedade ao lado pode ser
requisitada para triagem dos feridos). Implica na perda somente da posse da propriedade.

d) Ocupação: trata-se de um meio de intervenção na propriedade em que se transfere compulsória


e temporariamente a posse, mediante indenização, por razões de interesse público (ex: poder
público solicita o prédio para que seja local de votação). Implica na perda somente da posse da
propriedade.

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e) Limitação: trata-se de um meio de intervenção na propriedade que traz restrições quanto ao
uso gerais e gratuitas. A restrição ao uso é geral, pois atinge todos os bens (ex: não pode
construir o que quiser no seu imóvel, pois deve seguir a lei de zoneamento). É gratuita porque é
geral, pois atinge aos todos. Implica na restrição somente quanto ao uso.

f) Servidão: trata-se de um meio de intervenção na propriedade que traz restrições quanto ao uso
específicas e onerosas. Específica, pois atinge apenas um ou alguns bens. E, por ser específica,
dá direito a indenização (ex: passagem de rede elétrica por algumas propriedades - implica em
desvalorização). Implica na restrição somente quanto ao uso.

g) Tombamento: trata-se de um meio de intervenção na propriedade que traz restrições quanto ao


uso específicas e onerosas por razões históricas, artísticas, culturais ou ambientais (ex:
propriedade que tem azulejos que remontam ao século XVIII, parques que são tombados por
razões ambientais). Implica na restrição somente quanto ao uso. O tombamento pode incidir
sobre todo um bairro (ex: bairro Pacaembú é totalmente tombado - não pode construir prédios
ali).

Consórcios Públicos

1. Noções básicas: serviço público é todo aquele prestado pela Administração seguindo as regras
de direito público para a preservação dos interesses da coletividade. A titularidade desses
serviços pertencer ao Poder Público, e essa titularidade é intransferível, ou seja, jamais poderá
ser transferidas a particulares. É divida entre as 04 esferas do governo (federal, estadual,
distrital e municipal).

Exemplos:
Serviço Titularidade Dispositivo

Telecomunicações União Art. 21, XI, CF

Energia Elétrica União Art. 21, XII, "b", CF

Funerário Munícipios Art. 30, V, CF

Gás canalizado Estados Art. 25, parágrafo 2º,CF

Saúde Todos Art. 23, II, CF

Transporte coletivo 1. Ônibus - Municípios Arts. 30, V e 22, XI, CF


2. Intermunicipal - Estados
3. Interestadual - União
4. Metrô - Estados

A esfera de governo que detém a titularidade será competente para elaborar as regras de execução
do serviço. Elaborando-as sozinha, de forma unilateral.
Também é o ente federativo detentor da titularidade que fiscaliza o cumprimento do serviço e
aplica sanções em casos de descumprimento.
Por fim, será o ente titular que determinará quem irá realizar a execução desses serviços, podendo
ser executado:

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- pela própria Administração, por meio de um dos órgãos que integram sua estrutura direta
(ministérios e secretarias);
- pela própria Administração, por meio de pessoas que figuram em sua estrutura indireta
(autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista);
- por particulares, por meio da iniciativa privada, podendo transferir por meio de concessão ou
permissão somente a EXECUÇÃO dos serviços. Essa escolha seria feita por licitação.

2. Definição: os consórcios públicos são acordos de vontade celebrados entre as esferas de


governo para a execução de obras e serviços de grande porte que sejam de interesse comum às
esferas de governo que estão se consorciando.

3. Importância: contribui com o aumento de capacidade de participação dos entes federativos


com menores condições, conferindo maior eficiência na utilização de recursos, possibilitando a
descentralização da prestação de serviços e ainda apresenta facilidades operacionais.

4. Fundamento: os fundamento encontra-se no art. 241, CF. Esse artigo determinada que os
consórcios públicos deverão ser regulamentos por lei.

5. Legislação: Lei 11.107/05


a) Natureza (art. 1º): lei editada pela União tendo aplicabilidade em todo o território nacional.
b) Integrantes (art. 1º): podem integrar esses consórcios todas as esferas de governo, exceto
particulados, pois assim deixariam de ser consórcios públicos.
Quando for celebrado um consórcio entre Municípios, para que União possa participar (enviando
verbas, por exemplo), os Estados onde esses Municípios estão localizamos devem participar.

c) Criação (arts. 3º a 5º):


I. Elaboração de um protocolo de intenções: as esferas de governo irão demonstrar suas intenções
com a participação no consórcio. Nada mais é que um contrato preliminar.

II. Ratificação do protocolo de intenções por meio de lei: significa que o protocolo deve ser
aprovado pelo legislativo dos entes participantes.

III. Celebração do contrato de consórcio.

d) Pessoa Jurídica (art. 6º): criado o consórcio, deve ser constituída uma pessoa jurídica para
acompanhar a execução das obras e dos serviços. Se essa pessoa jurídica tiver personalidade
de direito público, recebe o nome de associação pública. Se tiverem uma personalidade de
direito privado, recebe nome de associação privada.

e) Contrato Programa (art. 13): as esferas demoverão dirão com quais obrigações irão se
comprometer. Recebe o nome de Contrato Prograama, pois estabelece-se um programa para
realização dos serviços.

f) Contrato Rateio (art. 8º): já que cada esfera de governo disse sobre qual obrigação ficará
responsável, igualmente deverá dizer com quanto (dinheiro) irá participar.

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g) Fiscalização (art. 9º): a fiscalização dessas obras, além de ser realizada pela pessoa interna que
foi constituída, também será fiscalizada pelos Tribunais de Contas (não integram a estrutura do
Judiciário. Tribunal é apenas um nome. É um órgão auxiliar do Poder Legislativo que promove
uma auditoria em TODOS os atos e contratos realizados pela administração pública).

h) Retirada (art. 11): é a saída da esfera do governo por iniciativa própria. Essa saída tem que ser
comunicada a uma Assembléia Geral, que pode autorizar ou não a saída dela. Se sair, pode ser
que tenha que pagar uma indenização.

i) Exclusão (art. 8º, parágrafo 5º): é a saída de uma esfera do governo em razão de irregularidades
praticadas. Tem direito a abertura de um processo administrativo assegurada a Ampla Defesa,
uma vez ué estão imputando a essa esfera de governo a prática de uma irregularidade. Podem
ser aplicadas sanções/penalidades.

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