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Espécies de desapropriação

1. Desapropriação por necessidade e utilidade pública ou interesse social


- art. 5, XXIV: quem tem competência: entes da federação - municípios,
estados, DF e união. Ela não tem natureza punitiva, não visa punir. Como será
a indenização? Justa, prévia e em dinheiro.
2. Desapropriação para fins de política urbana - art. 182, parágrafo 4, III e
Lei Municipal 6.131/2011. Qual a finalidade: ela se destina a atender previsões
do plano diretor da cidade. Quem compete: município. Tem natureza punitiva.
Como será a indenização: títulos da dívida pública, resgatáveis em até 10
anos. Deve ter a prévia aprovação do senado federal. Senado que vai validar,
se vai ter ou não ter valor - art. 52, VI: compete ao Senado fixar o limite global
do município. Ela se consuma com a entrega do título ao proprietário. Ela
alcança apenas imóveis urbanos, não alcança imóvel rural. Imóvel urbano que
será desapropriado: não utilizado, não edificado ou subutilizado - fazer um
“puxadinho”, um campo de futebol, uma horta, porém, só no caso concreto.
Imóvel “parado” que atrapalha o desenvolvimento da cidade. Existem
exigências, requisitos, são cumulativas: pressupõe lei federal determinando as
sanções - estatuto da cidade, Lei 10.257/2001; plano diretor; lei municipal:
descrevendo o perímetro, área para o município desapropriar é determinando
as sanções e prazos; propriedade deve estar incluída na área abrangida;
precisa ter sucessividade de sanções (deve seguir a ordem): parcelamento ou
edificação obrigatória; IPTU progressivo; desapropriação.
Parcelamento: loteamento: abrir rua para construção/ desmembramento: dividir
um terreno no meio/ e desdobramento
Edificação: construir, edificou.
IPTU progressivo no tempo: não é para arrecadar e sim punir, de um ano para
o outro essa alíquota pode dobrar: de 2% passará para 4%, no outro 8%. Esse
IPTU não pode passar de 15%. Pagará esse IPTU por 5 anos. Depois disso
poderá ter a desapropriação. Município está autorizado a te punir.
Prazos: quanto tempo vai demorar pra chegar na desapropriação?
Procedimento:
1. notificar proprietário - art. 5, par. 2, da lei 10.257/01): essa notificação deve
ser averbada na matrícula do imóvel, data é importante. Prazo: da notificação,
tem um ano para protocolar projeto no órgão municipal. Da aprovação do
projeto, esse proprietário para começar a obra dele ele tem o prazo de 2 anos.
2. Início da cobrança do IPTU progressivo: limite de 5 anos.
3. Transcorreu 5 anos da destinação: desapropriação.

Quando é obrigatório o município ter o plano diretor: com mais de 20 mil


habitantes.
Desapropriação para reforma agrária - art. 184 a 186 da CF, Lei 8. 629/93 e
LC 76/93.
Quem tem competência: União, mas quem executa é a autarquia chamada
INCRA.
Natureza híbrida, visa punir e interesse social.
Como será a indenização: em títulos da dívida agraria, resgatáveis em até 20
anos. Qual o critério: maior a área: de 5 a 10 modelito fiscal, mais tempo,
menor a área: de 1 a 5 modelo fiscal, menos tempo. Senado federal também
irá avalizar.
As benfeitorias necessários e úteis são indenizadas em dinheiro, art. 184, par.
1, CF.
Quais são o imóvel sujeitos: imóveis rurais, que desatendam a função social da
propriedade rural.
Art. 185, CF: são imunes a reforma agrária pequenas: até 4 módulos fiscais e
médias: de 5 a 15 modelos fiscais; propriedades rurais que o proprietário não
tenha outra propriedade e a propriedade produtiva.
*Propriedade produtiva - art. 6 da lei 8.629: caso concreto.
*Art. 189 - esses títulos são inegociáveis pelo prazo de 10 anos.
Retrocessão: qual o prazo que a união tem para destinar essa área para os
colonos? 3 anos, se a união não fizer isso converte em retrocessão.
Indenização.

Entidades representativas de trabalhadores rurais e agricultores indicar áreas


passíveis de desapropriação, para que o INCRA vistorie. Ele tem 120 dias para
fazer essa vistoria - decreto 2.250/97, art. 1.
Área esbulhada não pode ter vistoria. Lei 8.629/93, art. 2, parágrafo 6 -
esbulho. 2 anos depois que cessou o esbulho poderá ter vistoria. Se ocorrer
um novo esbulho, o prazo dobrará.
Súmula 354, STJ - suspensão do processo
Procedimento:
INCRA executa, começa na esfera administrativa: decreto do presidente da
república.
Notificação do proprietário.
Vistorias e avaliações.
Impugnação do laudo de vistoria.
O que precisa pra transferir a propriedade: ação judicial.
Procedimento judicial:
1. Petição inicial do INCRA
2. Despacho
3. Imissão na posse: a depender, pode emitir liminarmente.
4. Citação do réu para contestar
5. Audiência de conciliação: pode ocorrer acordo ou não.
6. Contestação: 15 dias
7. Perícia: Quem vai apontar o valor do terreno? Juiz indica perito, para avaliar
quanto que vale. O que o perito falar, é o que manda.
8. Audiência instrução e julgamento: momento de se trazer prova.
9. Sentença: julga procedente e fixa o valor.
10. Recurso: apelação e recurso extraordinário.
Com a própria sentença transitada em julgado, já pode ter a desapropriação.

(Regra) - art. 5, XXIV - Procedimento: regra geral: necessidade pública….


Dividir em 2 fases: declaratória e executória.

Fase declaratória: art. 6 e 8 do decreto 3.365/41.


Poder público declara interesse sobre determinado bem. Manifesta sua
vontade. Em regra, quem declara é o chefe do executivo, através de um
decreto.
Exceção: *o poder legislativo excepcionalmente poderá declarar a
desapropriação por lei ou decreto legislativo - art. 59, CF. Essa lei ira servir
como uma sugestão ao chefe do executivo, ele não está obrigado a dar
continuidade.
Matrícula atualizada, descrição do imóvel.
Decreto deve ser publicado.
Em regra, é um decreto, ele poderá ser submetido ao poder judiciário? Não
pode analisar essa utilidade pública, separação de poderes.
Nessa fase, existem efeitos da desapropriação.
Efeitos:
1. submeter o bem a força expropriatória do estado; autoexecutoriedade.
2. Direito de penetrar no imóvel; art. 7, do DL.(inviolabilidade domiciliar x
penetrar no imóvel). Pode adentrar se tiver ordem judicial.
3. Fixar o estado do bem no momento da declaração: benfeitorias feitas depois,
não entram na indenização, porém, depende das benfeitorias, podendo
somente as necessárias e se autorizadas as úteis - art. 26, par. 1, súmula 23
do STF.
4. Início do prazo de caducidade (perda de validade da declaração de
desapropriação pelo decurso do prazo, sem que o poder público conclua e
promova os atos necessários destinados a efetivar a declaração - art. 10 do DL
e art. 3 da lei 4.132/62 – declarou, mas não executou. Qual o prazo de validade
da declaração: dois prazos, em situações distintas. 5 anos e 2 anos, conforme
se trate respectivamente de utilidade ou necessidade e interesse social. Esse
prazo se inicia da publicação do decreto de desapropriação.

Caducou: caso ocorra a caducidade a renovação do decreto, só poderá ser


renovado após 1 ano.
*reforma agrária: 2 anos.

Ponto principal da desapropriação: indenização.

Fase executória:
Quem executa? Aquele que declarou
Pode ser de duas formas
A 1: administrativa! - quando ocorre um acordo entre o desapropriado e o poder
público. Escritura pública, para transmitir a propriedade.

E se o proprietário não aceitar o valor proposto? Administração corre ao


judiciário.
Ajuizar uma ação judicial. Pode ser que na ação o particular aceite o valor,
sendo assim o juiz vai homologar o acordo.
E se o proprietário não aceitar? Vai ser litigioso/contencioso.
Essa ação tem Rito especial - decreto lei (subsidiariamente aplicar o CPC).
Qual o foro competente? Regra: a situação do bem desapropriado (local do
bem). Quando vai ser descolada para a justiça federal, em qual situação -
exceção: salvo se existir interesse da União, que torna competente a justiça a
federal com sede na capital do Estado, correspondente ao domicílio do réu.
O que o judiciário poderá analisar e responsabilidades do poder judiciário?
1- o exame formal de extrínseco do ato expropriatório ( esse decreto está
certo?).
2- o valor do depósito provisório, eventualmente oferecido na inicial. (Valor da
indenização). Indenização: justa, prévia e em dinheiro.
3- a imissão provisória na posse, caso solicitado.
4- fixar a justa indenização.
5- conceder a adjudicação do bem ao expropriante.
*não se discute o motivo da desapropriação.
Autor: em regra o município, estado, união. Concessionário, permissionário,
autorizatario.
Réu: particular. Pessoa física ou jurídica.

Petição Inicial - art. 319 - cpc e mais alguma coisa: decreto, o valor depositado,
a matrícula do bem desapropriado, valor venal, perecia do valor, IPTU.
Também deve ser indicados o confrontantes (vizinhos).

Contestação - é possível apontar vícios no processo judicial, impugnar o valor.


*pedido de extensão: aqui é a hora de pedir pro poder público desapropriar o
imóvel todo.
Não cabe: reconvenção. Posso ajuizar exceções:
Questionar o valor da indenização.
Outra ação para discutir outros pedidos.
Mp intervém? Se for para reforma agrária, MPF.
Quando que o MPF passa a ter interesse? Menor de idade, incapaz. “Olhos de
proteção”.

Imissão provisória na posse (initio litis). No início na ação.


Isso nem sempre ocorrerá na desapropriação. É a exceção: o poder público
precisa entrar com urgência no bem. Cautelar.
Isso só vai acontecer quando o proporcionando-te público declarar urgência.
Ela ocorre no próprio decreto de desapropriação. E se isso acontecer?
Declarada a urgência ele tem 120 dias para depositar o valor que ele fala que
vale o bem. Depósito judicial. Faz uma guia e deposita o valor no processo, juiz
vai receber essa inicial e avaliar se está tudo certo, e partir desse momento ele
pode deferir, conceder uma tutela (a posse ao expropiante).
*Urgência e depositar o valor - é cumulativo.
A qualquer momento o poder público pode solicitar essa urgência.
Controvérsia do valor depositado e qual a consequência desse valor que foi
depositado?
Pra imissão na posse, o valor depositado, deve ser 20 vezes o valor locativo.
Terreno: o valor venal do terreno (atualizado anualmente)
Não tendo atualização, o juiz fixará livremente o valor.
Se o juiz tem dúvida: perícia e complementar a valor.

Prédios residenciais urbanos habitados pelo proprietário: rito próprio - D.L.


1.075
Valor arbitrado VA:
Valor oferecido VO:
VA: se o valor arbitrado for superior o dobro do valor oferecido, o poder público
tem que completar o valor até a metade VA > 2x VO.
Ex: oferece 40.000, arbitrado 100.000, metade VA: 50.000. Complementar:
10.000
Ex: oferece 100.000, arbitrado pela juíza: 300.000, metade VA: 150.000.
Complementar: 50.000

VA = ou menos que o 2x VO
Ex: expropriado vai escolher o que levantar:
80% VO ou metade VA.
Arbitrado (1 situação): 80.000 VA
Arbitrado (2 situação): 50.000

OU 80% do valor arbitrado: 32.000


1 situação: metade VA 40.000
2 situação: 25.000
Petição inicial - despacho - imissão provisória na posse (não é a regra) -
citação - contestação (rito ordinário) - perito - despacho saneador - audiência
de instrução e julgamento - sentença - aprovação.

Indenização: art. 182, parágrafo 3.


Tem natureza de um direito público. Compensar o interesse coletivo ao
particular com indenização.
Indenização justa: é aquela que cobre o valor atual do bem. Que deve
proporcionar a aquisição de um bem perfeitamente equivalente. Cujo
patrimônio do particular se torne inalterável.

Indenização prévia: antes da consumação, da transferência do bem, tendo o


significado de verdadeira fração de segundo.

Indenização em dinheiro: valor real do bem, benfeitorias, lucro cessante, danos


emergentes. Juros compensatórios (só se teve imissão): sum. 164 e 618 do
STF. Art. 15 - A (6% ao ano).
Ex:
VO 100.000,00
VA 130.000,00
80%= 80.000,00 (130.000,00 - 80.000,00= 50.000,00). O juros compensatórios
será em cima desse 50.000,00.

Juros de mora (atraso no pagamento): art.15-B.


Precatório: que entrarem até 2 de abril, devem ser pagos, até o final do ano
que vem.
Ex: 04/2023 - 12/2024.
E se for pago depois do dia 2 de abril?
Ex: 05/2023 - 01/2025.

Obs: súmula 12 STJ: são acumuláveis juros compensatórios de juros de mora.

Honorários advocatícios: súmula 617 STF, súmula 131 STJ.


Se não tiver diferença entre o valor ofertado, a perícia e a sentença. Não tem
honorários sucumbenciais.
Ex:
VA 150.000,00
VO 100.000,00
=. 50.000,00
Aqui terá honorários.

Correção monetária: súmula 561 do STF.


A partir do laudo de avaliação. Índice SELIC.

Valorização da área remanescente: não pode compensar, poder público que


cobre contribuição de melhoria.

Outras despesas: Fundo de comércio (ex: comércio - a jurisprudência tem


fixado que será levado em consideração se o próprio desapropriado for
proprietário do fundo de comércio.

Terrenos reservados: súmula 479 do STF.


Faixa de terra de 15 mestres na margem de rios.
Ex:!desapropriou o rancho perto do rio Tietê, aquela faixa de 15 metros entra
na indenização? Não.

Direito urbanístico

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