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ASPECTOS GERAIS
2 leituras: (1) colisão de interesses; (2) função social da propriedade [sem colisão]
- Requisição
- Servidão
- Desapropriação (supressiva)
- Lei 4132/62: interesse social: hipóteses de utilização do bem pelo próprio Estado ou
ainda por particulares: objetivo de conferir função social à propriedade
- Indenização “justa”: com base no valor de mercado do imóvel (valor de venda) e nos
danos decorrentes da desapropriação: ao proprietário ou ao possuidor
CF 182: regulamentado pelo Estatuto das Cidades (L10257): imóvel urbano que não cumpre
função social previsto no plano diretor da cidade
1.2) incidência do IPTU com alíquota progressiva por 5 anos (“extrafiscalidade”: não
visa arrecadação, mas sim coagir particular a dar função social ao imóvel)
- competência para tais 3 medidas (de política urbana): apenas o Município, e desde
que tenha plano diretor
- objeto: imóvel rural que não esteja cumprindo a sua função social: para fins de
reforma agrária (destinação vinculada): CF 184/186
Lei 8629/93: imóveis rurais públicos/particulares objeto de esbulho possessório motivado por
conflito agrário/fundiário coletivo: proibição de vistoria, avaliação ou desapropriação nos 2
anos seguintes à desocupação (4 anos em caso de reincidência), com apuração da
responsabilidade civil/adm do servidor em caso de descumprimento do prazo
3 – expropriação (desapropriação-confisco)
- 3 hipóteses:
3.2. imóveis (rurais ou urbanos) usados para trabalho escravo na forma da lei
Origem: apreensão
PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO
Objeto da desapropriação: apenas o que pode ser apropriado pelo particular (v.g.
domínio útil do terreno de marinha, mas não sua a propriedade, nem o espaço aéreo)
Bem público: pode ser desapropriado desde que haja “hierarquia federativa”
(Del 3365 art 2º § 2º) (expressão equivocada): desde que ente de maior abrangência esteja
desapropriando ente de menor abrangência, e desde que com autorização legislativa (art. 2º, §
2º)
Medidas compensatórias:
- indenização de benfeitorias
(pagamento de indenização prévia, pela via administrativa ou pela via judicial em caso de
recusa [propositura de ação pela Adm] e apossamento do bem)
Estado pode penetrar no bem, da forma menos gravosa ao proprietário, para fazer
medições, avaliar terreno, definir valor da indenização (desnecessária autorização judicial),
inclusive com auxílio de força policial (art. 7º)
- após caducidade, é preciso respeitar prazo de carência de 1 ano para realizar nova
declaração (só DL 3365 prevê esse prazo, mas doutrina entende que se aplica a ambos os
casos, para evitar poder expropriatório eterno)
2) Execução
Ou seja, até mesmo entidades privadas podem promover desapropriação (mas não
declarar: apenas Adm direta ou ANEEL ou DNIT)
Procedimento:
- Respostas:
1 - Aceitação: acordo quanto ao valor indenizatório
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO
Procedimento: DL 3365/41, que também vale para desapropriação por interesse social (L4132)
Requisitos da inicial:
- individualização do imóvel
- valor da oferta
- ação de desapropriação não impede transferência da posse do bem, apenas apura o valor de
indenização: possível requerimento de imissão provisória do bem
Regra geral (STJ REsp repetitivo 1185583 Asfor Rocha 2012): valor
incontroverso não é o unilateralmente apurado pelo ente público (ainda que por “corpo
técnico”): é no mínimo o valor cadastral para cobrança do IPTU atualizado no ano fiscal
imediatamente anterior (valor venal) ou, se não houver, o valor arbitrado por avaliação pericial
judicial provisória, ou o valor fixado pelo juiz, cf (des)valorização, independentemente de
avaliação (DL 15 § 1º “c” e “d”)
Ausência dos requisitos legais: cabível perícia provisória como condição para imissão
na posse (Info 756/STJ)
* Lei 13465/17:
Regra: proprietário pode levantar 80% e demais 20% continuam como garantia
(se proprietário levantar 100%, isso implica aceitação tácita do valor e juiz homologará acordo)
- não será indenização prévia e, para ser justa, deve incidir correção monetária,
juros compensatórios, juros moratórios e honorários advocatícios
Correção monetária
Índice: por lei, TR [STF: inconstitucional, considera índice oficial, em geral IPCA]
Termo inicial: imissão na posse pelo poder público (Súmula 164/STF e Súmula 69/STJ)
Índice: 6% (atualmente)
Mérito ADI 2332 (2018): redução foi constitucional: 6% a.a. desde 1997
[percentual fixo] (efeitos: 2001-2018: indefinido)
Info 684/STJ:
- juros compensatórios observam percentual vigente no momento de
sua incidência (e não o momento anterior da imissão na posse)
- não cabe ao STJ modular efeitos da ADI 2332 (liminar/mérito)
Termo inicial: trânsito em julgado (?) (Súmula 70/STJ), com suspensão no prazo para
pagamento do precatório [SV 17: entre 1º/7/ano e 31/12/ano seguinte não incide: no prazo,
logo não há mora]: inicia-se em 1º/1/ano seguinte ao da inscrição do precatório p/ pagamento
Corrente 2 (Matheus Carvalho): ambos incidem, mas não há juros compostos (juros
sobre juros: anatocismo): um não incide sobre o outro
/!\ As Súmulas n. 12, 70 e 102 somente se aplicam às situações ocorridas até 12/01/2000, data
anterior à vigência da MP 1.997-34: Info 684/STJ
* Entendimento atual:
CF 100 § 12: não incidência de juros compensatórios após expedição do precatório (mas
apenas de juros moratórios)
STJ REsp 1.118.103 Teori 2010: “Segundo jurisprudência assentada por ambas as
Turmas da 1ª Seção,os juros compensatórios, em desapropriação, somente incidem até a data
da expedição do precatório original. Tal entendimento está agora também confirmado pelo §
12 do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC 62/09. Sendo assim, não ocorre, no atual
quadro normativo, hipótese de cumulação de juros moratórios e juros compensatórios, eis que
se tratam de encargos que incidem em períodos diferentes: os juros compensatórios têm
incidência até a data da expedição de precatório, enquanto que os moratórios somente
incidirão se o precatório expedido não for pago no prazo constitucional”.
Fundamento da incidência dos juros moratórios apenas após prazo constitucional: Del
3365/41 art 15-B
Problema: STF 2017: incidem juros entre data dos cálculos e expedição do
precatório: neste período incidirão juros moratórios e compensatórios
Honorários advocatícios: regras próprias no DL 3365:
Objeto de incidência: apenas sobre valor excedente, com correção monetária (valor da
sentença – valor depositado) (Súmula 617/STF e Súmula 141/STJ)
Índice: 0,5% e 5% definidos pelo juiz, com limite de R$ 151.000 (STF: decisão liminar:
inconstitucionalidade desse teto: não há teto)
Desapropriação parcial: pode causar danos à área não desapropriada (v.g. estação de
esgoto ao lado de plantação de laranjas: perda de produtividade: lucros cessantes):
indenização tem por base 37 § 6º e não 5º XXIV e inclusive poderia ser devida a terceiros
(outros vizinhos atingidos), mas STF trata tudo como decorrência do 5º XXIV: lucros
cessantes devem ser “incluídos” na indenização pela desapropriação (decisão atécnica,
mas pode ser cobrada)
DIREITO DE EXTENSÃO
Desapropriação pode incidir sobre bem integral ou ainda sobre apenas parte de um bem
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
Após o Estado conferir destinação pública ao bem, incide supremacia do interesse público: réu
só pode exigir indenização (D3365, art 35)
Ação de indenização por desapropriação indireta (ou “ação de indenização por
apossamento administrativo”): é proposta pelo particular, e não pelo ente desapropriante
Casos comuns: em que, a pretexto de realizar intervenção restritiva, impede totalmente o uso
do bem: desapropriação disfarçada de intervenção restritiva (v.g. servidão para instalação de
antena que exige distância de um raio de 1km em virtude de radioatividade)
CC 1228 §§ 4º e 5º: posse ininterrupta e de boa-fé por mais de 5 anos de considerável número
de pessoas com obras/serviços de interesse social e econômico relevante desapropriação
(ou “aquisição compulsória”) por sentença (vale como título para ser levada a registro)
TREDESTINAÇÃO
Tredestinação lícita: por interesse público superveniente devidamente justificado: busca pelo
interesse público, mantém-se licitude
- Retrocessão como direito pessoal: não há direito de sequela: resolução em perdas e danos
Argumentos: (1) direitos reais são taxativos e retrocessão não está no rol e (2) caráter
originário da aquisição de propriedade pelo Estado
CC 519: retrocessão como direito pessoal de preferência (reaquisição pelo preço atual)
Contra-argumentos: (1) retrocessão tem natureza real, mas não é direito real em si: é
faculdade decorrente ao direito real de propriedade, relacionada à invalidade da
desapropriação, que não permite excepcionar direito real de propriedade; (2) desapropriação
só gera aquisição originária de propriedade se for válida (ato nulo não pode produzir efeitos)
Entendimento majoritário para administrativistas, mas abalado pelo art 519 do CC/02
- Decreto exprop deve esclarecer zona desapropriada para obra e zona desapropriada por zona
1) Objeto da desapropriação
Súmula 479/STF: As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de
expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização
Recursos minerais: se não houver licença para exploração, não há direito a indenização (bens
da União cf CF 20 IX)
Desapropriação: em regra, Adm Pública deve indenizar terra nua e cobertura florística
Desapropriação de APP:
- STJ REsp 935888 (Amado concorda): Adm não precisa indenizar cobertura florística,
pois insuscetível de exploração econômica
- STF AI 677647 entre vários outros: Adm deve indenizar inclusive cobertura florística
Desapropriação de ARL: é indenizável se houver PMFS, pois não há vedação total do uso direto
dos recursos naturais, embora em valor inferior ao das áreas de uso alternativo (REsp 867085)
Amado: crítica ao requisito: proprietário que não utiliza a ARL (mas tem o direito, em
tese) também deve ser indenizado pela perda da riqueza
UCs públicas instituídas sobre áreas particulares: desapropriação por utilidade pública
(Decreto-lei 3365/41 art. 5º, “k”) [se não houver, particular pode ajuizar ação de
desapropriação indireta]
STF MS 28406 Rel Toffoli de 2012: é possível desapropriação para fins de reforma agrária em
imóveis abrangidos por APA, desde que cumprida legislação pertinente
STF MS 25284 Rel MAM 2010: é impossível desapropriação para fim de reforma agrária em
imóveis abrangidos por ResEx (Conflito de interesses: coletivo x individual)