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Procedimento de desapropriação: A desapropriação deve respeitar a

procedimento administrativo definido em lei, no qual será garantido ao


particular expropriado o direito ao contraditório e à ampla defesa;

Competência para desapropriar: A análise da competência divide-se em


três diversas situações: competência legislativa, competência
declaratória e competência executória.

• Competência para legislar – exclusiva da União. Art. 22, II da CRFB.

• Competência declaratória – atribuição de declarar a utilidade ou


necessidade pública e o interesse social dos bens privados para
fins de desapropriação, será, concorrente, de todos os entes
federativos.

• Somente os entes políticos (união, estados, municípios e distrito


federal) e não as entidades da administração indireta têm
competência para declaração de utilidade pública ou de interesse
social.

• Efeitos da Declaração: A declaração de Utilidade Pública


(manifestação de interesse em futura desapropriação) não tem o
poder de transferir a propriedade do bem objeto do ato, no
entanto, sujeita a propriedade à força expropriatória do Estado.

• Determina o estado do bem – qualquer melhoria ou construção


realizada após a declaração não será objeto de indenização.

• Salvo benfeitorias necessárias ou úteis (estas se autorizadas pelo


ente público).

• Caducidade: Conta-se a partir da data da expedição do decreto.

• Declaração de utilidade ou necessidade pública para fins de


desapropriação – 5 anos;

• Declaração de interesse social para fins de desapropriação – 2


anos;
• Transcorrido este prazo a declaração não poderá ser executada.
Poderá o Estado realizar nova declaração em 1 ano.

• Desapropriação Privada; Desapropriação Indireta

• Desapropriação Privada: Transferência compulsória de bem


privado a outros particulares, sem a intervenção estatal.

• Art. 1228, §4º - admite a desapropriação de bens privados, quando


se tratar de imóvel de extensa área, desde que elas tenham
realizado, isoladamente ou em conjunto, obras e serviços de
relevante interesse social e econômico.

• Deverá ser proposta ação expropriatória, na qual o magistrado


definirá o valor indenizatório justo, valendo a sentença como justo
título para fins de registro do Cartório de Registros do Imóvel, o
que enseja a transferência da propriedade.

• É a tomada do bem privado com intuito social.

• Desapropriação indireta: Também chamado de apossamento


administrativo.

• Situação em que o Estado invade o bem privado sem respeitar os


procedimentos administrativos e judiciais inerentes à
desapropriação.

• O proprietário não poderá mais reverter a situação, buscando o


bem para si novamente.

• Restará pleitear o pagamento de justa indenização através de


Ação de Indenização por Desapropriação Indireta.

• Requisitos da Desapropriação Indireta: A

• possamento irregular do bem pelo Poder Público;

• A destinação pública do bem – afetação;

• A impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos


aos interesses da coletividade;
• Direito de Extensão: O interesse público pode-se restringir a uma
área de terra que não engloba toda propriedade, devendo, nestes
casos efetivar a desapropriação parcial do terreno.

• Quando a área parcial que não foi desapropriada, em razão da


desapropriação, se torna inaproveitável.

• O Estado deverá desapropriar o bem inteiro e indenizar

• Tredestinação: Desapropriação com alteração da finalidade e/ou


destinação do bem.

• Se continuar mantendo interesse público, a tredestinação será


lícita.

• Quando se deixar de utilizar o bem com interesse social/público,


não dando a finalidade específica para o bem desapropriado.

• Tredestinação ilícita (ou adestinação) – surge o direito de


retrocessão do proprietário.

Retrocessão: Art. 519. Se A coisa expropriada para fins de


necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver
o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras
ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência,
pelo preço atual da coisa.

• Não se configura direito real em si; mas sim uma faculdade do


direito real de propriedade, que se traduz na prerrogativa de
reaver o bem que foi possuído injustamente por terceiro.

• Existem intervenções restritivas e supressivas;

• Restritivas – condiciona o uso da propriedade do particular;

• Supressiva – retira a propriedade do particular;

• Modalidades de intervenção: Servidão administrativa; Requisição;


Ocupação temporária; Limitação administrativa; Tombamento;
• Servidão administrativa: É direito real público que autoriza o
Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a
execução de obras e serviços de interesse coletivo;

• Exemplo: Instalação de redes elétricas; de redes telefônicas;


gasodutos em áreas privadas para a execução de serviço público; a
colocação em prédios privados de placas e avisos para população
(nome de ruas);

• Podem ser instituídas por duas formas: Acordo administrativo


(escritura pública); Sentença judicial;

• Constituem direito real de uso em favor do Estado sobre a


propriedade particular, devem ser inscritas no Registro de Imóveis
para produzir efeitos contra todos.

• Indenização: Ocorre indenização pelos danos ou prejuízos que o


uso da propriedade pelo Poder Público efetivamente causar ao
imóvel. Em regra, não há o que se falar em indenização.

• Extinção: Enquanto o interesse público existir – a servidão


administrativa também existirá.

• Características: Natureza jurídica de direito real; Incide sobre


bem imóvel; Tem caráter de definitividade;

• Indenização é prévia e condicionada (se houver prejuízo)

• Inexistência de autoexecutoriedade: só se constitui mediante


acordo ou sentença judicial.

• Requisição: Instrumento de intervenção estatal mediante o qual,


em situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens
móveis, imóveis ou serviços particulares como indenização
ulterior, se houver dano.

• No caso de iminente perigo público, a autoridade competente


poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano. Art. 5 XXV

• Pode ser civil ou militar;


• Requisição militar – resguardo da segurança interna e a
manutenção da soberania nacional;

• Requisição civil – evitar danos à vida, à saúde e aos bens da


coletividade diante de inundação, incêndio, sonegação de gêneros
de primeira necessidade, epidemias...

• Objeto e indenização: O objeto da requisição abrange móveis,


imóveis e serviços particulares.

• A indenização pelo uso é condicionada: o proprietário deverá


demonstrar o dano – caso exista indenização ela é ulterior;

• Instituição e extinção: É ato autoexecutório – não depende de


prévia apreciação judicial;

• É transitório – tão logo desaparecer a situação de perigo, devolve-


se o bem;

• Principais características: É direito pessoal da administração;

• Pressupõe perigo público iminente;

• Incide sobre bens imóveis, móveis e serviços;

• Caracteriza-se pela transitoriedade;

• Indenização somente devida se houver dano;

• Ocupação temporária: É forma de intervenção na qual o Poder


Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de
apoio a execução de obras e serviços públicos.

• Instituição, extinção e indenização: Institui-se por meio de


expedição de ato pela autoridade administrativa competente, que
pode fixar a justa indenização ao proprietário do imóvel ocupado.

• Extingue-se com a conclusão da obra ou serviço pelo Poder


Público.
• Indenização é condicionada à ocorrência de prejuízo ao
proprietário;

• Características: É direito de caráter não real;

• Só incide sobre a propriedade imóvel;

• É transitório;

• Diante de necessidade para a realização de obras e serviço


públicos normais;

• Limitações administrativas: Determinações de caráter geral, por


meio das quais o Poder Público impõe a proprietários
indeterminados obrigações de fazer ou obrigações de deixar de
fazer com a finalidade de assegurar que a propriedade atenda a
sua função social.

• Instituição e indenização: Podem ser expressas em lei ou


regulamento de qualquer das três entidades estatais da
competência federal, estadual ou municipal.

• Alcançam uma quantidade indeterminada de propriedades e, por


isso, podem contrariar interesses dos proprietários, mas nunca
geram direitos subjetivos.

• Caracteristica: Atos legislativos ou administrativos de caráter


geral;

• Tem caráter de definitividade;

• Motivação é vinculado a interesses públicos abstratos;

• Ausência de indenização;

• Exemplo: calçadas – recuo na construção.

• Tombamento: Intervenção do Estado na propriedade como forma


de proteção ao meio ambiente, no que tange aos aspectos do
patrimônio histórico, artístico e cultural.

• Competência concorrente dos entes federativos.


• Interesse local: tombamento pelo município;

• Interesse regional: tombamento pelo estado;

• Interesse nacional: tombamento pela União;

• Competência legislativa: Competência concorrente;

• União normas gerais;

• Art. 30, IX, CRFB: compete ao município “promover a proteção do


patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual”.

• Tombamento voluntário ou compulsório:

• Voluntário – sempre que o proprietário pedir ou concordar, por


escrito, com o tombamento; Não há controvérsia;

• Compulsório – quando o proprietário se recusar a anuir – deve ser


instaurado procedimento administrativo;

• Tombamento definitivo e provisório:

• Provisório – de natureza cautelar; em sede de processo


administrativo;

• Definitivo – depois de encerrado o processo administrativo – no


registro do imóvel.

• Obrigações:

• Obrigação de fazer: Direito de preferência: caso o proprietário


queira alienar – Poder Público possui preferência;

• Dever de conservação;

• Dever de comunicação em caso de extravio: furto de objetos;

• Registro especial: registro do Serviço do Patrimônio Histórico e


Artístico Nacional;
• Obrigações de não fazer: Retirar do país: proibida a exportação do
objeto;

• Não destruição: proprietário do bem tombado não pode


modificar, nem destruir, mutilar ou demolir o bem tombado.

• Obrigação de tolerar: Fiscalização – o proprietário do bem tem que


tolerar a fiscalização pelo Poder Público.

• Art. 20, Decreto lei 25/1937: “As coisas tombadas ficam sujeitas à
vigilância permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que for
julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou
responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa”

• O dever de preservação do bem, com suas características originais


não configura um efetivo prejuízo ao seu proprietário, razão pela
qual não será cabível indenização em decorrência da imposição de
tombamento sobre bens privados.

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