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 1.1.

Introdução:
 Saúde e segurança valores em destaque
(incolumidade físico-psíquica / proteção contra
acidentes de consumo)

 Prejuízos econômicos freqüentes


 (incolumidade econômica / proteção contra
incidentes de consumo)

 Não são exclusivos


 análise sobre a preponderância

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor I
 Teoria Tradicional consumidor = comprador

 Deficiências jurídicas do Código Civil:


sociedade de consumo = massificada (contrato
de adesão como regra);
inexistência de vínculo contratual nas relações
contratuais de fato (contrato comutativo);
prazos do Código Civil são muito exíguos;
não pode ser excluída a responsabilidade pelos
vícios redibitórios (art. 1º, art. 25 e art. 51, inc. I
do CDC) ao contrário do que dispõe o CC sobre
vícios redibitórios.
Profa. Marta R. Maffeis
Dir. Consumidor I
 Deficiências jurídicas do Código Civil:

opções do CC não são satisfativas.


Apenas a ação redibitória e a estimatória;
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito
da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e
danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá
o valor recebido, mais as despesas do contrato.

No CDC a má-fé ou boa-fé do fornecedor é


irrelevante para fins de proteção do consumidor
(equidade);
Profa. Marta R. Maffeis-
Dir. Consumidor
Deficiências jurídicas do Código Civil:

dificuldade de prova do vício no sistema do Código


Civil;

possibilidade de inversão do ônus da prova nas


relações de consumo.

Profa. Marta R. Maffeis


Dir. Consumidor I
Vícios do produto: quantidade

qualidade vícios de qualidade por


insegurança
vícios de qualidade por
inadequação
 Proteção não se restringe aos vícios ocultos;
 Vícios aparentes (art. 26, caput do CDC);

Ex. venda promocional de produtos com


pequenos defeitos (dever de informar);
 DURABILIDADE DOS BENS DE CONSUMO:
razoabilidade;

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor I
 Insegurança = saúde, vida
 ACIDENTE DE CONSUMO

 Inadequação = patrimônio
 INCIDENTE DE CONSUMO

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 3.1. Conceito:
acidentes de consumo;
é dever reparar o dano causado em razão da
utilização de um produto ou por um serviço.

 Espécies de responsabilidade:
contratual
extracontratual ou aquiliana

 CDC tratamento unitário do consumidor


standard e demais figuras equiparadas (art. 17
do CDC);
Profa. Marta R. Maffeis-
Dir. Consumidor
 “Desconformidade de um produto ou serviço com
as expectativas legítimas dos consumidores e
que tem a capacidade de provocar acidentes de
consumo” (HERMAM BENJAMIN);
 Espécies de periculosidade:
 Periculosidade inerente ou latente (unavoidably,

unsafe product or service) – ex. facas;


 Periculosidade adquirida – imprevisibilidade

(defeitos);
 Periculosidade exagerada (unreasonably

dangerous). Defeituosos por ficção


Profa. Marta R. Maffeis –
Dir. Consumidor
 Art. 6º., inc. VI do CDC: reparação integral;

 Moral;
 Material;
 Individual;
 Coletivo;

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 Responsáveis:

 Real (fabricante, construtor e produtor)


 Presumido (importador);
 Aparente (comerciante que não identifica o
fornecedor);

 SOLIDARIEDADE (art. 7º, par. único e art. 12 do


CDC);

Diretiva 85/374 CEE


Profa. Marta R. Maffeis –
Dir. Consumidor I
 AÇÃO e OMISSÃO;
 DANO;
 NEXO DE CAUSALIDADE.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA

 Excludentes = taxativas (§ 3º do art. 12 do CDC):


não colocou o produto no mercado;
inexistência do defeito;
culpa exclusiva da vítima ou de terceiro.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 Art. 13 do CDC: “O comerciante é igualmente responsável,
nos termos do artigo anterior, quando:
 Solidariedade
 I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador
não puderem ser identificados;
 Impossibilidade de identificação.
 Ex. venda de produtos a granel em feiras e
supermercados.
 O feirante adquire do atacadista, que é outro comerciante.
 Produtos hostifrutigranjeiros.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 II - o produto for fornecido sem identificação
clara do seu fabricante, produtor, construtor ou
importador;
 Regra do art. 31 CDC:
 A oferta e apresentação de produtos ou serviços
devem assegurar informações corretas, claras,
precisas, (...) sobre suas características(...)
origem, entre outros dados, (...)
         Parágrafo único.  As informações de que
trata este artigo, nos produtos refrigerados
oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
forma indelével.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir.Consumidor
 III - não conservar adequadamente os
produtos perecíveis.
 Parágrafo único - Aquele que efetivar o

pagamento ao prejudicado poderá exercer o


direito de regresso contra os demais
responsáveis, segundo sua participação na
causação do evento danoso.”

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 Omissão do CDC;
 Antônio Herman Benjamin – sim;
 STJ (FORTUITO EXTERNO – sim; FORTUITO INTERNO – não)
 RECURSO ESPECIAL - DIREITO CIVIL E CONSUMIDOR -
RESPONSABILIDADE CIVIL - INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS - FORNECEDOR - DEVER DE
SEGURANÇA - ARTIGO 14, CAPUT, DO CDC -
RESPONSABILIDADE OBJETIVA - POSTO DE COMBUSTÍVEIS
- OCORRÊNCIA DE DELITO - ROUBO - CASO FORTUITO
EXTERNO - EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE -
INEXISTÊNCIA DO DEVER DE INDENIZAR - RECURSO
ESPECIAL IMPROVIDO.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 McDonald’s é condenado a indenizar cliente por
 A 4ª turma do STJ decidiu que a rede de fast-
food McDonald’s tem responsabilidade pelos
danos sofridos por consumidor que foi vítima
de assalto à mão armada no momento em que
comprava produtos no drive-thru do
restaurante. Com a decisão, o colegiado
manteve indenização por danos morais fixada
em R$ 14 mil pela Justiça de São Paulo. assalto
à mão armada em drive-thru

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 Em 1ª instância, o juiz condenou o McDonald’s
a indenizar o cliente por danos morais no valor
de R$14 mil. Aplicou-se o CDC e enfatizou o
caráter defeituoso do serviço que não fornece
ao consumidor a segurança por ele esperada. A
sentença foi mantida pelo TJ/SP.
 Segurança
 Ao analisar o caso, o ministro Luis Felipe
Salomão, relator, entendeu que a rede de
restaurantes, ao disponibilizar o serviço
de drive-thru aos seus clientes, acabou
atraindo para si a obrigação de indenizá-los
por eventuais danos causados.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. do Consumidor
 "Isto porque, assim como ocorre nos assaltos
em estacionamentos, a recorrente, em troca
dos benefícios financeiros indiretos
decorrentes desse acréscimo de conforto aos
consumidores, assumiu o dever implícito de
qualquer relação contratual de lealdade e
segurança, como incidência concreta do
princípio da confiança.“
  REsp 1.450.434

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. do Consumidor
 I - É dever do fornecedor oferecer aos seus consumidores a segurança na
prestação de seus serviços, sob pena, inclusive, de responsabilidade
objetiva, tal como estabelece, expressamente, o próprio artigo 14, "caput",
do CDC.
 II - Contudo, tratando-se de postos de combustíveis, a ocorrência de delito
(roubo) a clientes de tal estabelecimento, não traduz, em regra, evento
inserido no âmbito da prestação específica do comerciante, cuidando-se de
caso fortuito externo, ensejando-se, por conseguinte, a exclusão de sua
responsabilidade pelo lamentável incidente.
 III - O dever de segurança, a que se refere o § 1º, do artigo 14, do CDC, diz
respeito à qualidade do combustível, na segurança das instalações, bem
como no correto abastecimento, atividades, portanto, próprias de um posto
de combustíveis.
 IV - A prevenção de delitos é, em última análise, da autoridade pública
competente. É, pois, dever do Estado, a proteção da sociedade, nos termos
do que preconiza o artigo 144, da Constituição da República.
 V - Recurso especial improvido.
 (REsp 1243970/SE, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 24/04/2012, DJe 10/05/2012)

Profa. Marta R. Maffeis Moreira –


Dir. Consumidor I
 4.1. Introdução:
 garantia de fábrica não exclui a obrigação de

garantir as qualidades e quantidades ofertadas;


 princípio da vinculação da oferta e das

mensagens publicitárias (art. 30 CDC);


 objetivo: assegurar a proteção econômica do

consumidor, ou seja, suas justas expectativas na


aquisição do produto ou na utilização do serviço;

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. ConsumidorI
 - Diferença entre
 responsabilidade pelo fato do produto (acidentes
de consumo) – arts. 12 a 17
 X

 responsabilidade pelos vícios dos produtos ou dos


serviços (incidentes de consumo) – arts. 18 a 25.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. do Consumidor
  § 1° Não sendo o vício sanado no prazo
máximo de trinta dias, pode o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:
         I - a substituição do produto por outro

da mesma espécie, em perfeitas condições de


uso;
         II - a restituição imediata da quantia

paga, monetariamente atualizada, sem


prejuízo de eventuais perdas e danos;
         III - o abatimento proporcional do preço.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 a) contratos comutativos e doações
 a) não se restringe às partes
contratantes;
onerosas;  b) vícios ocultos ou aparentes (art.
26 CDC);
 b) vício deve ser oculto;   c) 3 alternativas ao consumidor (art.
18 CDC), após tentativa de sanar o
 c) ação redibitória ou ação defeito: c’) substituição do produto
estimatória; por outro; c’’) devolução do bem
mediante a restituição da quantia
paga; c’’’) abatimento do preço.
 d) conhecimento do defeito pelo   d) irrelevância do conhecimento do
alienante –perdas e danos; defeito pelo fornecedor (Art. 23 do
CDC) – proteção das justas
expectativas do consumidor;

Arts. 441 a 446 CC/02 Arts. 18 a 25 do CDC

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 e) prazos decadenciais (art. 445 do   e) prazos decadenciais: art. 26
CC/02): 30 dias, se móvel; CDC - 30 dias, bens não duráveis;
90 dias, bens duráveis.
1 ano, se imóvel; * Contados da entrega efetiva ou
 * Contados da entrega; ou da do término da execução do
alienação, reduzido à ½ se já serviço; ou a partir do momento
estivesse na posse do bem. em que o vício se manifestar.
 f) interrupção do prazo
 f) prazos de garantia: defeito só decadencial:
puder ser conhecido mais tarde:  * reclamação;
180 dias, se  * inquérito civil até seu
móvel; encerramento.
1 ano, se imóvel.   g) solidariedade entre todos os
fornecedores;

Arts. 441 a 445 CC/02 Arts. 18 a 25 do CDC

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 3 espécies de vícios no CDC:
 4.3.1) impróprio ao consumo - hipóteses previstas no §
6º do art. 18, a saber: - prazo de validade vencido; -
produto deteriorado, alterado, adulterado, avariado,
falsificado, corrompido, fraudado, nocivo à vida ou à
saúde, perigoso ou em desacordo com as normas
regulamentares de fabricação, distribuição ou
apresentação; - produtos inadequados ao fim a que se
destinam.
 4.3.2) diminua o valor;
  4.3.3) disparidade entre as características do produto
com as veiculadas na oferta e publicidade.
Profa. Marta R. Maffeis –
Dir. Consumidor
 relevância: maior proteção do consumidor –
vulnerabilidade técnica;

 conseqüência prática: prazos são iguais, mas o


início da contagem é do momento em que o vício
se manifesta;

 aparente = fácil constatação;

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
  Pontas de estoque – produtos com pequenos
defeitos:
 - defeitos conhecidos pelo consumidor;
 - boa-fé objetiva (art. 4º, inc. III e art. 51, inc. IV

do CDC);
 – princípio da transparência – ênfase no dever de

informação do fornecedor;
 - venire contra factum proprium;
 - É incompatível com o art. 25 do CDC?

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 SOLIDARIEDADE entre todos os fornecedores; exceto
quando a medição ou pesagem tenha sido feita pelo
comerciante, hipótese em que só ele responde (§ 2º
do art. 19 do CDC);

  Semelhança à venda ad corpus e à venda ad


mensuram (arts. 500 e 501) do CC/02;

 * QUAL PRAZO DEVE PREVALECER? Prazo do CC/02 –


DECADENCIAL DE 01 ANO (mais benéfico – art. 7º
do CDC).
Profa. Marta R. Maffeis –
Dir. Consumidor
 ALTERNATIVAS AO CONSUMIDOR:

 4.5.1.) abatimento do preço;

 4.5.2.) complemento do peso ou medida;

 4.5.3.) substituição do produto; ou

 4.5.4.) restituição da quantia paga.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 Defeito deve ser sanado em 30 dias;

 Dever de indenizar o consumidor que ficou sem o


bem durante este período (§ 2º do CDC);

 Esta possibilidade é afastada se o bem for essencial


ou se a substituição das partes viciadas
comprometerem o valor do bem (§ 3º do art. 18 do
CDC) ou quando houver disparidade com a oferta ou
publicidade (art. 30 c/c art. 35 do CDC) ou na
hipótese de vício de quantidade (art. 19 do CDC).
Profa. Marta R. Maffeis –
Dir. Consumidor
 Se o produto apresentar o mesmo defeito ou outro –
ainda que dentro dos 30 dias – o consumidor pode
exercer as alternativas previstas em lei.

 Não sendo sanado, cabe ao consumidor escolher


uma das seguintes alternativas:
 4.6.1.) substituição por outro produto da mesma
espécie e quantidade (tutela específica);
  4.6.2.) devolução do produto mediante a restituição
da quantia paga;
  4.6.3.) abatimento do preço.
Profa. Marta R. Maffeis –
Dir. Consumidor
 Cabe indenização por perdas e danos?
Art. 6º, inc. VI do CDC;

 Aplica-se a doutrina do abuso do direito ao


consumidor que reclama pelos defeitos dos
produtos ou dos serviços?
Art. 187 do CC/02;

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 Função: garantir a qualidade e funcionalidade
do que se contratou;
 Em que consistem os vícios dos serviços?

impróprios ao consumo (§ 2º do art. 20


do CDC) 0 inadequados ao fim que
razoavelmente se espera e os que não
atendem às normas técnicas;
 Diminuam o valor;
 Disparidade com as indicações da oferta ou

da publicidade.

Profa. Marta R. Maffeis –


Dir. Consumidor
 Alternativas do consumidor (art. 20 do CDC):
1ª) reexecução dos serviços;
2ª) restituição da quantia paga + perdas e
danos;
3ª) abatimento do preço.

 Perdas e danos (art. 6º, inc. VI do CDC).

 Há solidariedade? (doutrina majoritária


entende que sim)

Profa. Marta R. Maffeis


Dir. Consumidor

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