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1. CARACTERÍSTICAS DO CDC
essencial que o fornecedor exerça sua atividade de
Normas de ordem pública: a principal característica do forma habitual.
CDC é que suas normas são de ordem pública, ou
seja, são inderrogáveis pela vontade das partes, ELEMENTOS OBJETIVOS: a) Produto: qualquer
podendo o juiz conhecê-las de ofício. bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (§ 1° do
art. 3° do CDC); b) Serviço: qualquer atividade
Abusividade de cláusulas do contrato de consumo: fornecida no mercado de consumo, mediante
como se trata de norma de ordem pública, o juiz remuneração, inclusive as de natureza bancária,
poderá conhecer de ofício a abusividade de uma financeira, de crédito e securitária, salvo as
cláusula do contrato de consumo. Entretanto, o STJ decorrentes das relações de caráter trabalhista (§ 2°
firmou posicionamento no sentido de que nos do art. 3° do CDC).
contratos bancários é vedado ao julgador conhecer, de
ofício, da abusividade das cláusulas (Súmula n. 381).
Fornecedor: conforme previsto no art. 3° do CDC, Princípio da Vulnerabilidade (art. 4°, I, do CDC): a
fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou presunção de vulnerabilidade do consumidor pessoa
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes física não depende de prova, enquanto que a do
despersonalizados, que desenvolvem atividade de consumidor pessoa jurídica deve ser comprovada no
produção, montagem, criação, construção, caso concreto, com base na teoria finalista mitigada
transformação, importação, exportação, distribuição acima estudada. O conceito de vulnerabilidade é
ou comercialização de produtos ou prestação de plurissignificativo, podendo ser: a) técnica: consumidor
serviços. Para que haja relação de consumo, é não possui conhecimento específico acerca do
produto ou serviço; b) jurídica ou cientifica: ocorre
quando consumidor não possui conhecimentos
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DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
No que diz respeito à responsabilidade pelos danos
causados por fato do produto e do serviço, prescreve
em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados, iniciando-se a contagem do prazo a partir
do conhecimento do dano e de sua autoria (art. 27 do
CDC).
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5. PRÁTICAS COMERCIAIS
OFERTA
No âmbito do CDC, se a oferta for suficientemente
precisa, ou seja, suficiente para o consumidor ter o seu Discriminatória, que incite
convencimento sobre a viabilidade do bem ou serviço à violência, explore o
ofertado, ela será vinculante (art. 30 do CDC), medo ou a superstição, se
obrigando o fornecedor a cumpri-la e integrando o aproveite da deficiência de
futuro contrato a ser celebrado (princípio da vinculação Informação inteira ou julgamento e experiência
da oferta), sendo que a negativa ao cumprimento da parcialmente falsa, capaz da criança, desrespeita
oferta configura prática abusiva, conforme art. 39, II, de induzir o consumidor a valores ambientais, ou que
do CDC. erro. seja capaz de induzir o
consumidor a se
Pode ser comissiva ou comportar de forma
Oferta pela internet: a oferta feita pela internet deve omissiva; prejudicial ou perigosa à
ocorrer “mediante divulgação ostensiva do preço à sua saúde ou segurança.
vista, junto à imagem do produto ou descrição do
serviço, em caracteres facilmente legíveis com Apenas na forma
tamanho de fonte não inferior a doze” (art. 2º, III, da Lei comissiva;
nº 10.962/2004).
PRÁTICAS ABUSIVAS
Recusa do cumprimento da oferta: se o fornecedor
se recusar a cumprir a oferta, além de configurar Conceito: as práticas abusivas são consideradas
prática abusiva (art. 39, II, do CDC), o consumidor condutas ilícitas do fornecedor em razão de abuso de
poderá alternativamente e à sua livre escolha: I - exigir direito, ou seja, condutas do titular de um direito que,
o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da ao exercê-lo, excedem manifestamente os limites
oferta, apresentação ou publicidade; II - aceitar outro impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
produto ou prestação de serviço equivalente ou III - fé ou pelos bons costumes (art. 187 do CC).
rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
eventualmente antecipada, monetariamente Hipóteses: as práticas abusivas são enumeradas
atualizada, e a perdas e danos. exemplificativamente (rol não exaustivo) no art. 39 do
CDC.
Expressões subjetivas e exageradas: a oferta feita
para estimular o consumo por meio de expressões Principais hipóteses:
subjetivas como “o melhor”, “o mais saboroso” não
obriga o fornecedor, uma vez que a avaliação de ser − Condicionar o fornecimento de produto ou de
“o melhor” ou “o mais saboroso” não é intrínseca ao serviço ao fornecimento de outro produto ou
produto, dependendo da avaliação do consumidor. No serviço, bem como, sem justa causa, a limites
mesmo sentido, as ofertas notoriamente exageradas quantitativos (exemplos: venda de uma sobremesa
(puffing), que veiculam expressões como “o melhor condicionada à compra do prato principal (venda
produto do mundo” o “produto realizará todos os seus casada), ou consumação mínima em determinado
sonhos” também não vinculam o fornecedor, já que, estabelecimento).
em razão do exagero, não garantem a precisão da
informação. − Recusar atendimento às demandas dos
consumidores, na exata medida de suas
Retratação ou revogação da oferta: o fornecedor disponibilidades de estoque, e, ainda, de
poderá retificar ou revogar a oferta, desde que o faça conformidade com os usos e costumes (exemplos:
pela mesma publicidade veiculada originariamente. a título de exemplo, o taxista não pode recusar um
Nesse caso, entendemos que a revogação ou passageiro alegando que o trajeto a ser percorrido
retratação tem efeito ex nunc (não retroage), ou seja, é muito curto)
desobriga o fornecedor apenas a partir da data da
publicação da retratação/ revogação.
− Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer
Produtos importados: os fabricantes e importadores
serviço. Além disso, o parágrafo único do art. 39 do
deverão assegurar a oferta de componentes e peças
CDC estabelece que os serviços prestados e os
de reposição enquanto não cessar a fabricação ou
produtos remetidos ou entregues ao consumidor,
importação do produto. Além disso, caso a produção
sem solicitação prévia, equiparam- se às amostras
ou importação sejam cessadas, a oferta deverá ser
grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
mantida por período razoável de tempo, na forma da
− Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do
lei (art. 32 do CDC).
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
PUBLICIDADE conhecimento ou condição social, para impingir-lhe
seus produtos ou serviços (exemplo: exigência de
cheque caução pelo hospital como requisito para a
O Código de Defesa do Consumidor veda
internação de paciente em estado grave). Aliás, a
expressamente qualquer tipo de publicidade enganosa
exigência de cheque caução passou a ser
ou abusiva.
considerada crime, conforme art. 135- A do CP.
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desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua alienações fiduciárias em garantia, consideram-se
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a
serviço. O direito de arrependimento é potestativo, isto perda total das prestações pagas em benefício do
é, o consumidor não precisa justificar por que se credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a
arrependeu da compra. Ressalta-se ainda que o resolução do contrato e a retomada do produto
fornecedor deve arcar com todos os custos alienado. Entretanto, permite- se que sejam
necessários para a garantir a devolução do produto, descontados, além da vantagem econômica auferida
além do que o direito de arrependimento não pode ser com a fruição, os prejuízos que o desistente ou
afastado por cláusula contratual (art. 51 do CDC); d) A inadimplente causar ao grupo.
garantia contratual é complementar à legal. Para a
prova da OAB, deve-se considerar que os prazos Súmula nº 543 do STJ: “Na hipótese de resolução de
decadenciais de 30 dias (produto não durável) e 90 contrato de promessa de compra e venda de imóvel
dias (produto durável) previstos no art. 26 do CDC submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve
integram o prazo de garantia legal, os quais devem ser ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo
somados aos prazos de garantia contratual. Assim, se promitente comprador – integralmente, em caso de
o consumidor adquirir um carro com garantia de 5 anos culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou
e este possuir um vício de fácil constatação, ele terá o parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu
prazo de 5 anos (garantia contratual) + 90 dias causa ao desfazimento”.
(garantia legal de produto durável) para reclamar do
vício. Súmula nº 302 do STJ: “É abusiva a cláusula
contratual de plano de saúde que limita no tempo a
CLÁUSULAS ABUSIVAS internação hospitalar do segurado”.
HIPÓTESES: o art.51 do CDC elenca de forma Súmula nº 597 do STJ: “A cláusula contratual de
exemplificativa como cláusulas contratuais abusivas plano de saúde que prevê carência para utilização dos
aquelas que: serviços de assistência médica nas situações de
emergência ou de urgência é considerada abusiva se
I. Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da ultrapassado o prazo máximo de 24 horas, contado da
quantia já paga, nos casos previstos neste código; data da contratação.”
II. Transfiram responsabilidades a terceiros;
III. Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, CONTRATO DE ADESÃO
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
equidade; Principais regras: a) nos contratos de adesão admite-
IV. Estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo se cláusula resolutória (aquela que deixa a arbítrio de
do consumidor; uma das partes a extinção contratual), mas essa
V. Determinem a utilização compulsória de cláusula apenas terá validade se for utilizada em favor
arbitragem; do consumidor e b) os contratos de adesão escritos
VI. Imponham representante para concluir ou devem ser redigidos em termos claros e com
realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da
VII. Deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a
contrato, embora obrigando o consumidor;
facilitar sua compreensão pelo consumidor, além do
VIII. Permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
variação do preço de maneira unilateral; que as cláusulas que implicarem limitação de direito do
IX. Autorizem o fornecedor a cancelar o contrato consumidor deverão ser redigidas com destaque,
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao permitindo sua imediata e fácil compreensão.
consumidor;
X. Obriguem o consumidor a ressarcir os custos de 7. DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor; A defesa do consumidor em juízo poderá ser feita por
XI. Autorizem o fornecedor a modificar ações individuais ou por ações coletivas.
unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
após sua celebração;
XII. Infrinjam ou possibilitem a violação de INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E
normas ambientais; INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
XIII. Estejam em desacordo com o sistema de
proteção ao consumidor; Interesses difusos (art. 81, I, do CDC): entendidos
XIV. possibilitem a renúncia do direito de como os transindividuais, de natureza indivisível, de
indenização por benfeitorias necessárias. que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
por circunstâncias de fato.
Consequência: as cláusulas abusivas são nulas.
Deve-se salientar, no entanto, que a nulidade de uma Interesses coletivos (art. 81, II, do CDC): entendidos
cláusula contratual abusiva não invalida todo o como os transindividuais, de natureza indivisível, de
contrato, salvo se sua ausência, apesar dos esforços que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas
de integração, causar ônus excessivo a qualquer das ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
partes (§ 2° do art. 51 do CDC). relação jurídica base.
Interesses individuais homogêneos (art. 81, III, do AÇÃO COLETIVA PARA DEFESA DE INTERESSE
CDC): são aqueles decorrentes de origem comum. INDIVIDUAL HOMOGÊNEO
esses interesses são essencialmente individuais, mas
poderão ser tutelados coletivamente se forem Competência: estabelece o art. 93 do CDC que,
homogêneos e possuírem origem comum de fato ou ressalvada a competência da Justiça Federal, é
de direito (vítimas de uma explosão ocorrida em um competente para a causa a justiça local: I - no foro do
shopping center). O objeto nos direitos individuais lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de
homogêneos será divisível, na medida em que a âmbito local; II - no foro da Capital do Estado ou no do
decisão judicial pode variar para cada membro do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou
grupo (no caso da explosão do shopping, embora regional, aplicando- se as regras do Código de
todos tenham sido vítimas do evento, a reparação do Processo Civil aos casos de competência concorrente.
dano poderá variar para cada um dos indivíduos).
Litisconsortes: proposta a ação coletiva que tutela
interesses individuais homogêneos, será publicado
− Sujeitos Indetermináveis edital no órgão oficial, a fim de que os interessados
− Objeto Indivisível possam intervir no processo como litisconsortes, sem
− Circunstância de fato prejuízo de ampla divulgação pelos meios de
comunicação social por parte dos órgãos de defesa do
− Sujeitos Determináveis consumidor.
− Objeto Indivisível
− Relação Jurídica base Liquidação e Execução: se o pedido for julgado
procedente, a condenação será genérica, fixando a
− Sujeitos Determináveis responsabilidade do réu pelos danos causados, sendo
− Objeto Divisível que a liquidação e a execução de sentença poderão
− Origem comum ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim
como pelos legitimados de que trata o art. 82 do CDC
LEGITIMIDADE PARA AS AÇÕES COLETIVAS Falta de habilitação dos interessados: Decorrido o
prazo de um ano sem habilitação de interessados em
Legitimados: possuem legitimidade concorrente para número compatível com a gravidade do dano, poderão
o ajuizamento de ação coletiva: I - Ministério Público, os legitimados do art. 82 promover a liquidação e
II - União, Estados, Municípios e Distrito Federal, III - execução da indenização devida, devendo o produto
Entidades e órgãos da Administração Pública, direta da indenização ser revertido para o fundo criado pela
ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, Lei n.º 7.347/1985.
especificamente destinados à defesa dos interesses e
direitos protegidos pelo CDC e IV - Associações COISA JULGADA NAS AÇÕES COLETIVAS
legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos A coisa julgada coletiva, independentemente do
interesses e direitos protegidos CDC, dispensada a interesse transindividual tutelado, não prejudicará as
autorização assemblear. pretensões individuais, ou seja, o consumidor poderá
se valer da ação individual mesmo que a ação coletiva
Associações: o requisito da pré-constituição de pelo seja julgada improcedente. A única exceção a essa
menos 1 ano das associações pode ser dispensado regra ocorre quando se tratar de ação coletiva
pelo juiz quando haja manifesto interesse social tutelando interesses individuais homogêneos em que
evidenciado pela dimensão ou característica do dano, os indivíduos se habilitaram como litisconsorte, já que,
ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido (§ neste caso, a coisa julgada vai atingir os litisconsortes
1° do art. 82 do CDC). de qualquer forma (procedente ou improcedente), de
modo que eles não poderão ingressar com ação
Ministério Público: se o MP não intervier no processo individual sobre o mesmo assunto já decidido.
como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
8. CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO
HONORÁRIOS, CUSTAS E DESPESAS
PROCESSUAIS Conceito: entende-se por convenção coletiva de
consumo o instrumento feito por escrito, em que
Para facilitar o acesso do consumidor à justiça e fornecedores e consumidores, por meio de suas
estimular o uso as ações coletivas, o CDC dispensa o entidades representativas, estabelecem
adiantamento de qualquer despesa processual, além antecipadamente determinados elementos e regras
do que isenta o autor do pagamento de honorários de que irão compor os contratos individuais de consumo,
advogados, custas e despesas processuais, salvo no como condições relativas ao preço, à qualidade, à
caso de má-fé, hipóteses em que a associação autora quantidade, à garantia e características de produtos e
e os diretores responsáveis pela propositura da ação serviços, bem como no que diz respeito à composição
serão solidariamente condenados em honorários de eventuais conflitos.
advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.
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Art. 107 do CDC - As entidades civis de consumidores e as Judiciário; XVIII - estabeleçam prazos de carência
associações de fornecedores ou sindicatos de categoria em caso de impontualidade das prestações
econômica podem regular, por convenção escrita, relações de
consumo que tenham por objeto estabelecer condições mensais ou impeçam o restabelecimento integral
relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e dos direitos do consumidor e de seus meios de
características de produtos e serviços, bem como à pagamento a partir da purgação da mora ou do
reclamação e composição do conflito de consumo. acordo com os credores;
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do
instrumento no cartório de títulos e documentos. Processo de Repactuação de dívidas (art. 104-A do
CDC): é designada uma audiência de conciliação, e o
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades consumidor deve apresentar proposta de plano de
signatárias.
pagamento com prazo máximo de 5 anos (dilação de
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que prazos, redução de encargos, suspensão/extinção de
se desligar da entidade em data posterior ao registro do ações judiciais, data de exclusão do consumidor de
instrumento. bancos de dados e de cadastros de inadimplentes. O
pedido de repactuação não acarreta insolvência civil e
não pode ser repetido em 2 anos.
9. SUPERENDIVIDAMENTO
Conciliação Administrativa (art. 104-C do CDC):
A quem se aplica o superendividamento? a) possibilidade de os órgãos do Sistema Nacional de
pessoas físicas, b) de Boa-fé, c) dívidas altas que Defesa do Consumidor (PROCON, por exemplo)
podem comprometer o mínimo existencial. realizarem a fase conciliatória e preventiva do
processo de repactuação.
Não são casos de superendividamento (54-A, § 3º,
do CDC) as dívidas do consumidor que: a) forem Excluídos do Processo de Repactuação (art. 104-
contraídas mediante fraude ou má-fé; b) forem A, § 1º, do CDC): a) dívidas oriundas de contratos
oriundas de contratos celebrados dolosamente com o celebrados dolosamente sem o propósito de realizar
propósito de não realizar o pagamento; c) decorrerem pagamento;
da aquisição ou contratação de produtos e serviços de b) dívidas provenientes de contratos de crédito com
luxo de alto valor. garantia real; c) dívidas provenientes de
Mudanças importantes: financiamentos imobiliários; d) provenientes de crédito
rural.
− Dois novos princípios da Política Nacional das
Relações de Consumo (art. 4º do CDC): IX - Processo por superendividamento (art. 104-B do
fomento de ações direcionadas à educação CDC): se não houver êxito na conciliação da
financeira e ambiental dos consumidores e X - repactuação das dívidas, o juiz, a pedido do
prevenção e tratamento do superendividamento consumidor, instaurará processo por
como forma de evitar a exclusão social do superendividamento. Será elaborado um plano judicial
consumidor. compulsório. Os credores serão citados para, no prazo
de 15 dias, juntar documentos e apresentar as razões
− Dois novos instrumentos da Política Nacional das pelas quais se negam a aceder (anuir) ao plano
Relações de Consumo (art. 5º do CDC): VI - voluntário ou se negam a renegociar. O plano judicial
instituição de mecanismos de prevenção e compulsório assegurará aos credores, no mínimo, o
tratamento extrajudicial e judicial do valor do principal devido, corrigido monetariamente por
superendividamento e de proteção do consumidor índices oficiais de preço. Além disso, preverá a
pessoa natural; VII - instituição de núcleos de liquidação total da dívida, após a quitação do plano de
conciliação e mediação de conflitos oriundos de pagamento consensual, em, no máximo, 5 anos,
superendividamento. sendo que a primeira parcela será devida no prazo
máximo de 180 dias, contado de sua homologação
− Três novos direitos do consumidor (art. 6º do CDC): judicial, e o restante do saldo será devido em parcelas
XI - a garantia de práticas de crédito responsável, mensais iguais e sucessivas (art. 104-B, § 4º).
de educação financeira e de prevenção e
tratamento de situações de superendividamento,
preservado o mínimo existencial, nos termos da
regulamentação, por meio da revisão e da
repactuação da dívida, entre outras medidas; XII -
a preservação do mínimo existencial, nos termos
da regulamentação, na repactuação de dívidas e na
concessão de crédito; XIII - a informação acerca
dos preços dos produtos por unidade de medida, tal
como por quilo, por litro, por metro ou por outra
unidade, conforme o caso.
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