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DIREITO CIVIL

Lei n. 4.657/1942 –
LINDB (Parte I) e Princípios

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO CIVIL
Lei n. 4.657/1942 – LINDB (Parte I) e Princípios
Dicler Ferreira

Sumário
Lei n. 4.657/1942 – LINDB (Parte I) e Princípios........................................................................ 3
1. Considerações Iniciais. . ............................................................................................................... 3
2. Vigência e Eficácia da Norma.................................................................................................... 5
3. Revogação da Norma.................................................................................................................12
4. Conflito de Normas no Tempo.................................................................................................16
5. Preenchimento da Lacuna Jurídica.........................................................................................19
6. Princípio da Obrigatoriedade.................................................................................................. 22
7. Conflito de Normas no Espaço. . .............................................................................................. 23
8. Critérios de Hermenêutica Jurídica.. ...................................................................................... 24
9. Estatuto de Direito Internacional Privado........................................................................... 27
Resumo............................................................................................................................................. 34
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 37
Questões de Concurso.................................................................................................................. 39
Gabarito............................................................................................................................................ 54
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 55

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LEI N. 4.657/1942 – LINDB (PARTE I) E PRINCÍPIOS


1. Considerações Iniciais
Com o advento da Lei n. 12.376, de 30 de dezembro de 2010, a ementa do Decreto-Lei n.
4.657, de 04 de setembro de 1942, passou a vigorar com a seguinte redação: Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, não devendo mais ser utilizada denominação Lei de
Introdução ao Código Civil – LICC.
A alteração da ementa do Decreto-Lei n. 4.657/1942 teve a intenção de aperfeiçoar sua
redação, deixando expresso o entendimento, já consolidado, de que a norma se aplica a todo o
Direito pátrio, e não apenas ao Código Civil.
A LINDB representa o Decreto-Lei 4.657/1942, ou seja, não é parte integrante do Código Ci-
vil (CC – Lei n.º 10.406/2002). O CC cuida de tratar das relações de ordem privada, a LINDB não.

As principais características da LINDB são:


• ser um conjunto de normas sobre normas, pois é uma lei que disciplina outras normas
jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e entendimento, sendo chamada de
lei das leis (lex legum);
• ser aplicável a todos os ramos do direito, não apenas ao Direito Civil; e por ultrapassar
em muito o âmbito do Direito Civil, podemos afirmar que os dispositivos deste diploma
legal contém normas de sobredireito.

– conjunto de normas sobre normas;


– disciplina outras normas jurídicas;
– lei das leis (Lex legum);
LINDB – é aplicável a todos os ramos do direito;
– contém normas de sobredireito; e
– não é parte integrante do Código Civil

A LINDB disciplina os seguintes assuntos:


• vigência e eficácia das normas jurídicas;
• conflito de leis no tempo;
• conflito de leis no espaço;
• critérios de hermenêutica jurídica (interpretação);
• critérios de integração do ordenamento jurídico; e
• normas de direito internacional público e privado.

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Abordaremos cada um desses assuntos durante esta aula.


Sabendo que a lei é o objeto de estudo da LINDB, vale a pena enumerarmos as suas carac-
terísticas:
a) generalidade ou impessoalidade: a lei se dirige a todos indistintamente. A exceção é a
lei formal ou singular, que se aplica apenas a uma pessoa. Exemplo: uma lei criada para dar
pensão a uma pessoa pública que esteja passando dificuldades. A doutrina afirma que é um
ato administrativo com forma de lei.
b) obrigatoriedade e imperatividade: o descumprimento da lei autoriza a aplicação de
uma sanção.
c) permanência ou persistência: a lei não se esgota em uma única aplicação.
d) autorizante: se a lei for violada, o ofendido pode pleitear uma indenização por perdas e
danos caso tenha sofrido um prejuízo em virtude da lei. É aqui que a lei se distingue das nor-
mas sociais, que, se violadas, não ensejam perdas e danos.

Segundo sua força obrigatória, as leis podem ser:


1– Lei Cogente ou Injuntiva: é a lei de ordem pública. É a que não pode ser modificada pela
vontade das partes e, nem mesmo, pelo juiz. São imperativas ou proibitivas.
a) lei cogente imperativa: é a que ordena um certo comportamento. Por exemplo, o comer-
ciante não pode escolher para qual cliente vender a mercadoria;
b) lei cogente proibitiva: é a que veda certo comportamento. Por exemplo, o Código Civil
proíbe a doação universal, isto é, a doação de todos os bens sem que haja reserva do mínimo
para sobreviver.

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2 – Leis Supletivas ou Permissivas: são as leis dispositivas, isto é, leis que protegem inte-
resses particulares. Podem ser modificadas pela vontade das partes. É o caso da maioria das
leis que disciplinam os contratos, em regra.

Por fim, a Lei de efeito concreto é a que produz efeitos imediatos. Como exemplo temos
uma lei que proíbe certa atividade. É a lei que por si só já produz o efeito desejado. Tal classifi-
cação é importante principalmente no que tange ao mandado de segurança. Em regra, não se
pode impetrar mandado de segurança contra lei em tese, porém, se for lei de efeito concreto,
cabe mandado de segurança. Também cabe ressaltar que o Supremo Tribunal Federal admite
o controle de constitucionalidade quando a lei for de efeitos concretos. Esta lei de efeito con-
creto se assemelha aos atos administrativos, cujos efeitos são imediatos.

2. Vigência e Eficácia da Norma


O art. 1º, caput, da LINDB consagra o princípio da vigência sincrônica:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.

Pelo princípio da vigência sincrônica entende-se que a obrigatoriedade da lei no país é si-
multânea, pois ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias
após sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor.

 Obs.: Princípio da Vigência Sincrônica: a obrigatoriedade da lei no país é simultânea, pois


ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após
sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor.

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001. (CONTEMAX/PREFEITURA DE VISTA SERRANA-PB/FISCAL DE TRIBUTOS/2021) O De-


creto-Lei 4657/42 aponta que salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país:
a) doze dias depois de oficialmente publicada.
b) vinte e cinco dias depois de oficialmente publicada.
c) vinte e dois e cinco dias depois de oficialmente publicada.
d) trinta dias depois de oficialmente publicada.
e) quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

Segundo o princípio da vigência sincrônica, a obrigatoriedade da lei no país é simultânea, pois


ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua pu-
blicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor.
Letra e.

A vigência é um critério puramente temporal da norma, que vai desde o início da sua obri-
gatoriedade até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazer qualquer relação
com outra norma. A eficácia refere-se à possibilidade de produção concreta de efeitos pela
norma. Quando classificada (segundo José Afonso da Silva) de acordo com a dependência de
outras normas, podem ser:
• Normas de eficácia plena – quando a eficácia é imediatamente concretizada;
• Normas de eficácia limitada – quando a eficácia depende de uma outra norma; e
• Normas de eficácia contida – quando a eficácia pode ser restringida por outra norma.

É possível que a lei seja inválida (não esteja em vigência), mas tenha eficácia (produza
efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o Direito Penal e analisar o art. 3º do
Código Penal que trata da aplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária:

Lei excepcional ou temporária


Art. 3º do CP A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessa-
das as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia do fim) de vigência
previsto expressamente em seu corpo.
Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a determinadas circunstân-
cias, como guerra, epidemia etc.

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Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade como grande característica. Por ultrativi-
dade devemos entender a capacidade de uma lei, após ser revogada (perder a vigência), con-
tinuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo
um crime durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária, mesmo após a lei não mais
estar em vigor (falta de vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia).

002. (CEBRASPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Quando lei que trata de matéria


afeta ao direito civil continua a regulamentar fatos anteriores a sua revogação, ocorre a chamada
a) ultratividade.
b) retroatividade benigna.
c) retroatividade mínima.
d) represtinação.
e) vigência diferida.

Conforme estudamos, independentemente do assunto tratado na lei, ocorre a ultratividade


quando a lei, após ser revogada (perder a vigência), continua regulando os fatos ocorridos du-
rante o prazo em que esteve em vigor.
Letra a.

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Continuando o estudo do art. 1 da LINDB, temos que:


º

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três
meses depois de oficialmente publicada.
§ 2º Revogado

O processo de nascimento de uma lei pode ser apresentado da seguinte forma:


• Edição;
• Processo Legislativo;
• Sanção do Presidente da República;
• Publicação, e;
• Vigência.

As fases de edição e do processo legislativo são estudadas pelo Direito Constitucional.


Aqui começaremos o estudo na fase da sanção. Após a lei ser sancionada, deve haver a sua
publicação para que as pessoas tomem conhecimento do seu conteúdo; e, consequentemen-
te, o diploma legal irá adquirir vigência (validade) estando apto a produzir efeitos. Entretanto, o
nascimento da lei se dá com a promulgação.

PROMULGAÇÃO ≠ PUBLICAÇÃO

Não podemos confundir a promulgação com a publicação, apesar de ambas constituírem


fases essenciais da eficácia da lei.
A promulgação atesta a existência da lei, produzindo dois efeitos básicos:
a) reconhece os fatos e atos geradores da lei;
b) indica que a lei é válida, ou seja, que obedece aos requisitos formais.
A promulgação das leis, em regra, compete ao Presidente da República, conforme prevê o
art. 66, § 7º da Constituição Federal.

Art. 66, § 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da Repúbli-
ca, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

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A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência da promulgação da lei aos seus des-
tinatários. É condição de vigência e eficácia da lei.
Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece entre a publicação e a
entrada em vigor da lei. Neste intervalo de tempo a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a
lei anterior no sistema.
Existem três espécies de leis de acordo com o prazo de vacatio legis:
1) Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão, que, de acordo com o
artigo 8º da Lei Complementar n. 95/98, tem expressa disposição do período de vacatio legis.
Como exemplo, temos a expressão contida em lei determinando que a lei “entra em vigor um
ano depois de publicada”.

Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável
para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua
publicação” para as leis de pequena repercussão.

A expressão “prazo razoável” citada no dispositivo acima se refere, exatamente, ao “vaca-


tio legis”.
2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com o artigo 1º
da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, no silêncio da lei, entra em vigor no país 45 dias
depois de oficialmente publicada ou, no estrangeiro, quando admitida, três meses após a pu-
blicação oficial.
3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão, entra em vigor na
data de publicação, devendo esta estar expressa ao final do texto legal.
Segue esquema gráfico:

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Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não produz efeitos, ou seja, ainda não tem
vigência. Dessa forma, enquanto a lei nova não entrar em vigor, ela não será obrigatória e os
atos praticados de acordo com a lei antiga serão plenamente válidos.
A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo 8º, § 1º da Lei Com-
plementar n.º 95/98, incluindo o dia da publicação e o último dia na contagem do prazo.

Art. 8º, § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacân-
cia far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia
subsequente à sua consumação integral.

Para exemplificar, se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de
quinze dias de vacância, ela entrará em vigor em qual dia?
No exemplo apresentado, a contagem do prazo de vacância (vacatio legis) inclui o dia 2 de
janeiro e vai até o dia 16 de janeiro (15 dias), entrando a lei e vigor no dia subsequente (17 de
janeiro). Seque quadro:

Contagem do dia do mês 2 3 4 5... 16  DIA 17

Contagem do vacatio 1 2 3 4... 15  vigência no dia seguinte

O dia da publicação de uma lei está inserido na contagem do prazo de vacatio legis.

Finalizando o estudo do art. 1º da LINDB temos:

Art. 1º, § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergência de interpretação,
então poderemos observar situações distintas por ocasião da correção de tal erro, dependen-
do de qual fase se encontra o processo de criação da norma:
1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida sem maiores problemas;
2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser corrigida; no entanto, deverá
contar novo período de vacatio legis apenas para o texto corrigido;
3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida mediante uma nova
norma de igual conteúdo.

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Segue esquema gráfico:

Na hipótese 2, conforme explica a boa doutrina, haverá um novo prazo de vacatio legis,
apenas para a parte da lei que foi corrigida. Ou seja, a parte da lei que não foi corrigida entrará
em vigor antes da parte que foi corrigida.

003. (FGV/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR/2018) Após regular tramitação na As-


sembleia Legislativa, lei que fixava o novo salário mínimo estadual foi publicada no Diário Ofi-
cial de Santa Catarina do dia 02. Verificando-se que do texto da lei não constou o valor correto
aprovado pelo Legislativo, foi providenciada nova publicação corretiva da lei, o que ocorreu
no dia 03.
Considerando que não foi designada data para vigência da lei, o novo salário passa a vigorar:
a) a partir do dia 02;
b) a partir do dia 03;
c) 45 dias após a publicação do dia 02;
d) 30 dias após a publicação do dia 03;
e) 45 dias após a publicação do dia 03.

De acordo com o art. 1º, § 3º da LINDB, se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publi-
cação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores
começará a correr da nova publicação.
Letra e.

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3. Revogação da Norma
É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência porque outra norma veio modificá-la
ou revogá-la. A norma jurídica é permanente e só poderá deixar de surtir efeitos se a ela sobre-
vier outra norma que a revogue. O desuso não implica a perda da vigência da norma, e sim, a
perda de sua efetividade.
Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode ser:
• total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou
• parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é revogada.

Ab-rogação Derrogação
x
Toda a lei é revogada Parte da lei é revogada

Através do art. 2º, caput, da LINDB, o legislador expressou o Princípio da Continuidade.

Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

Dessa forma, em regra, as leis possuem efeito permanente, isto é, vigência por prazo in-
determinado, excetuando-se as leis com vigência temporária, que possuem data certa para
“morrer” (perder a vigência).
A lei orçamentária é um clássico exemplo de lei temporária, dessa forma, para que ocor-
ra o fim de sua vigência, não é necessária outra lei. Basta que transcorra o lapso temporal
de um ano.
Tendo como base legal o art. 2º, § 1º da LINDB, existem duas formas de revogação de uma
lei antiga por uma lei nova.

Art. 2º, § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

Vejamos o dispositivo de forma sistematizada:


• Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos que estão sendo por
ela revogados.
• Revogação tácita ou indireta: se subdivide em dois tipos.
− Revogação tácita por incompatibilidade; e
− Revogação tácita global (quando uma lei nova regula inteiramente uma matéria trata-
da por uma lei anterior).

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Sobre a revogação expressa ou direta, a LC 107/2001 deu nova redação à LC 95/98 que
ficou da seguinte forma:

Art. 9º A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais


revogadas.

Ou seja, através do dispositivo legal acima, o legislador não deve mais se valer daquela
vaga expressão “revogam-se as disposições em contrário”.

004. (CEBRASPE/MINISTÉRIO DA ECONOMIA/TÉCNICO DIREITO/2020) Ocorre revogação


tácita quando lei posterior regula inteiramente matéria de lei anterior ou seja com esta in-
compatível.

Quando a lei posterior regula inteiramente matéria de lei anterior temos a revogação global.
Quando a lei posterior é incompatível com a lei anterior, temos a revogação por incompatibili-
dade. As duas situações são formas de revogação tácita.
Certo.

Quando uma norma entra em conflito com outra surge a antinomia. A antinomia pode ser
de dois tipos: real ou aparente. Quando se tratar de uma antinomia real a solução é a revoga-
ção da norma conflitante. Entretanto, quando se tratar de uma antinomia aparente, para a veri-
ficação de revogação das normas e solução de tais conflitos, três critérios, listados no quadro
a seguir, devem ser utilizados:

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CRITÉRIOS PARA A SOLUÇÃO DE UMA ANTINOMIA APARENTE

1) HIERÁRQUICO (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em verificar qual das
normas é superior, independentemente da data de vigência das duas normas (exemplo:
um regulamento não poderá revogar uma lei ainda que entre em vigor após esta);

2) ESPECIALIDADE (lex specialis derrogat legi generali): as normas gerais não podem
revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e instituída em norma especial, e;

3) CRONOLÓGICO (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrar em vigor
posteriormente irá revogar a norma anterior que estava em vigor.

Dos três critérios listados, o cronológico é o mais sensível de todos, sucumbindo diante dos
demais. O critério da especialidade é o intermediário e o hierárquico é o mais forte de todos.
A boa doutrina ainda classifica as antinomias em graus. Sendo assim, temos o seguinte:
• Antinomia de 1º grau: ocorre quando o conflito de normas envolve apenas um dos cri-
térios expostos;
• Antinomia de 2º grau: trata-se de um choque de normas válidas que envolve dois dos
critérios antes analisados.

005. (CEBRASPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR/2020) O conflito entre uma nor-


ma especial anterior e uma norma geral posterior classifica-se como
a) antinomia de primeiro grau real e deve ser resolvido pelo critério hierárquico.
b) antinomia de primeiro grau aparente e deve ser resolvido pelo critério temporal.
c) antinomia de segundo grau real e somente pode ser resolvido por decisão de corte cons-
titucional.
d) antinomia de segundo grau aparente e deve ser resolvido pelo critério da especialidade.
e) antinomia insuperável e somente pode ser resolvido por solução do Poder Legislativo.

O enunciado estabelece dois conflitos:


• norma especial x norma geral  especialidade;
• norma anterior x norma posterior  cronologia.

Como o critério cronológico é o mais sensível, deve-se prevalecer o da especialidade. Além


disso, por termos dois conflitos, configura-se uma antinomia de 2º grau.
Letra d.
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O art. 2º, § 2º da LINDB consagra o princípio da conciliação.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.

De acordo com tal princípio, se uma lei não contraria outra já existente, então eles podem
coexistir, não havendo a necessidade de revogação.

 Obs.: Princípio da conciliação: se uma lei não contraria outra já existente, então eles podem
coexistir, não havendo a necessidade de revogação.

006. (CEBRASPE/SEFAZ-DF/AUDITOR-FISCAL/2020) LEI nova que estabeleça disposições


especiais a par das já existentes revogará a lei anterior.

A assertiva afronta o princípio da conciliação e, por tal razão, está equivocada.


Errado.

Já o art. 2º, § 3º da LINDB dispõe sobre a repristinação.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.

Através da sua leitura, concluímos que a regra é a não restauração da norma, ou seja, a
impossibilidade de uma norma jurídica, uma vez revogada, voltar a vigorar no sistema jurídico
pela simples revogação de sua norma revogadora. O motivo dessa não restauração de normas
é o controle do sistema legal para que se saiba exatamente qual norma está em vigor.
Admite-se, no entanto, a restauração expressa da norma, ou seja, uma norma nova que
faça tão-somente remissão à norma revogada poderá restituir-lhe a vigência, desde que em
sua totalidade.
A seguir temos um esquema gráfico sobre a repristinação:

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Sendo a Lei A revogada pela Lei B e, posteriormente, a Lei B revogada pela Lei C, a Lei A irá
“ressuscitar”? Ou seja, irá ocorrer a repristinação?
Resposta: Caso a Lei C disponha expressamente sobre o “renascimento” da Lei A, então é
possível a repristinação, caso contrário, a Lei A continua “morta”.

007. (CEBRASPE/MINISTÉRIO DA ECONOMIA/TÉCNICO/DIREITO/2020) Para evitar a va-


catio legis, a lei revogada é automaticamente restaurada, no caso de a lei que a tiver revogado
perder a vigência.

Sabemos que a regra é a não restauração automática da lei revogada. Ela somente voltará a ter
vigência de forma não automática, ou seja, se houver disposição expressa da lei revogadora.
Errado.

4. Conflito de Normas no Tempo


O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e as velhas normas, entre
aquela que acaba de entrar em vigor e a que acaba de ser revogada. Isso porque alguns fatos
iniciam-se sob a égide de uma lei e só se extinguem quando outra nova está em vigor. Para
solucionar tais conflitos existem dois critérios:
• Disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo novo concilia a nova
norma com as relações já definidas pela norma anterior;
• Princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingir fatos e efeitos já consu-
mados sob a lei antiga.

Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de acordo com a pro-


dução de efeitos, temos que eles podem ser:
a) Pretéritos: são os que se constituíram na vigência de uma lei e tem seus efeitos produ-
zidos na vigência daquela lei.
b) Futuros: são os que ainda não foram gerados.
c) Pendentes: são os que foram constituídos na vigência de uma lei anterior e não produzi-
ram todos os seus efeitos nela.

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EXEMPLO
Celebrei um contrato de empréstimo no ano passado, no início deste ano entrou em vigência
uma nova lei e até hoje a coisa emprestada está na minha posse. Esse contrato embora cons-
tituído na vigência de uma lei, ele continua produzindo seus efeitos na vigência da lei revoga-
dora. Segundo o Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é aplicada a lei anterior,
porque a lei posterior só se aplica para o futuro.

Analisando o art. 6º da LINDB, percebemos que a lei, em regra, é irretroativa, devendo ser
expedida para disciplinar fatos futuros. Entretanto, a retroatividade da lei pode ocorrer excep-
cionalmente para fatos pendentes, desde que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
e a coisa julgada.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adqui-
rido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer,
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterá-
vel, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido parte do seguinte con-
ceito básico:
• Ato Jurídico Perfeito: é o ato que já se consuma segundo a lei de seu tempo;
• Direito Adquirido: é direito incorporado ao patrimônio do particular.

Como exemplo de ato jurídico perfeito, temos o contrato de locação celebrado durante a
vigência de uma lei que não pode ser alterado somente porque a lei mudou; ou seja, é necessá-
rio que o prazo do contrato termine.

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Como exemplo de direito adquirido, temos a pessoa que se aposenta e, posteriormente,


a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal modificação não irá atingir aquele que já está
aposentado.
Quanto à coisa julgada, trata-se da qualidade conferida à sentença judicial contra a qual
não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível.
Apesar de não ser cabível recurso. A coisa julgada pode ser questionada por meio de ação
rescisória (que não é um recurso), conforme prevê o art. 966 do Novo Código de Processo Civil:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de
simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV – ofender a coisa julgada;
V – violar manifestamente norma jurídica;
VI – for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser
demonstrada na própria ação rescisória;
VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou
de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

Também é possível vislumbrar o princípio da irretroatividade no art. 5º, XXXVI da Constitui-


ção Federal.

Art. 5º, XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Estudamos que, excepcionalmente, é possível uma lei nova retroagir para alcançar atos
anteriores ou os seus efeitos. Essa retroatividade excepcional varia de intensidade ou grau,
podendo ser máxima, média e mínima.
Ocorre a retroatividade máxima (também chamada restitutória) quando a lei nova retro-
age para atingir os atos ou fatos já consumados (direito adquirido, ato jurídico perfeito ou
coisa julgada).
A retroatividade média, por outro lado, se opera quando a nova lei, sem alcançar os atos ou
fatos anteriores, atinge os seus efeitos ainda não ocorridos (efeitos pendentes). É o que ocor-
re, por exemplo, quando uma nova lei, que dispõe sobre a redução da taxa de juros, aplica-se às
prestações vencidas de um contrato, mas ainda não pagas.
Já a retroatividade mínima (também chamada por alguns de temperada ou mitigada)
se verifica quando a lei nova incide imediatamente sobre os efeitos futuros dos atos ou
fatos pretéritos, não atingindo, entretanto, nem os atos ou fatos pretéritos nem os seus
efeitos pendentes.

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Como exemplo de retroatividade mínima, imagine uma nova lei que reduziu a taxa de juros
somente se aplicando às prestações que irão vencer após a sua vigência (prestações vincen-
das). A aplicação imediata de uma lei, que atinge os efeitos futuros de atos ou fatos pretéritos,
corresponde a uma retroatividade, ainda que mínima ou mitigada, pois essa lei retroage para
interferir na causa, que é o próprio ato ou fato ocorrido no passado.
As Constituições têm retroatividade mínima, na medida em que se aplicam imediatamen-
te e alcançam até os efeitos futuros de atos ou fatos passados.
De forma resumida, temos o seguinte:

5. Preenchimento da Lacuna Jurídica


Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição ou da jurisdição obrigatória, o juiz é
obrigado a decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa forma, diante
da ausência de lei regulando uma determinada situação jurídica, faz-se necessário ao ma-
gistrado valer-se dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico indicados pelo art.
4º da LINDB.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.

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MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO

1) a Analogia;
2) os Costumes; e
3) os Princípios Gerais do Direito.

Deve ser observada a ordem da sequência apresentada, ou seja,


primeiro o magistrado deve fazer uso da analogia, posteriormente
dos costumes e, por último, dos princípios gerais de direito.

Se você está se perguntando sobre a equidade, veja a observação a seguir:

OBSERVAÇÃO SOBRE A EQUIDADE !!!!

Apesar do art. 4º da LINDB não mencionar expressamente a equidade, alguns doutrinadores


entendem que ela pode funcionar como último mecanismo para integração do ordenamento
jurídico. Ou seja, diante da ausência de lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e
dos princípios gerais de direito, e, prevendo a lei a possibilidade do uso da equidade, o
magistrado, para fazer valer o princípio da indeclinabilidade de jurisdição pode utilizá-la. É
o que se depreende do art. 140 do Novo CPC.
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Entretanto, tome cuidado com questões de prova que mencionam ser a equidade uma fonte
de integração do ordenamento jurídico expressa na LINDB, pois a afirmativa estará errada.

Analogia é uma fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da
lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de
normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se
denomina anomia – falta de norma).
A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris). Vejamos:
• Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que regula caso semelhante;
• Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto de normas para extrair
elementos que possibilitem a aplicabilidade ao caso concreto.

ANALOGIA LEGAL  UMA NORMA

ANALOGIA JURÍDICA  CONJUNTO DE NORMAS

O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em razão da con-


vicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o predomínio da lei escrita sobre a norma
consuetudinária.

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Os costumes distinguem-se em:


• Costume secundum legem – é o que auxilia a esclarecer o conteúdo de certos elemen-
tos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei delega ao costume a solução do caso concreto.
É amplamente aceito pela doutrina.

EXEMPLO
Art. 569, II do CC: “O locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados,
e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar”

• Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei. Provoca divergência na dou-
trina e pode ser de dois tipos:
− Consuetudo abrogatória – espécie de costume contra legem que se caracteriza por
ser uma prática contrária às normas legais;
− Desuetudo – espécie de costume contra legem que consiste na falta de efetividade da
norma legal não revogada formalmente.

Um exemplo de costume contra legem ocorre no mercado de Barretos (Estado de São


Paulo), onde os negócios de gado, por mais avultados que sejam, celebram-se dentro da maior
confiança, verbalmente.
Os negócios vultosos de gado no mercado de Barretos representam um costume contra
legem, pois deveriam ser celebrados na forma escrita, em decorrência do grande valor, mas
são celebrados verbalmente, contrariando a lei.
• Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou lacuna da lei nos
casos omissos. É amplamente aceito pela doutrina e está citado no art. 4º da LIDB.

EXEMPLO
O costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta não possui regulamentação legal.

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São condições para a vigência do costume sua continuidade, diuturnidade e obrigatorieda-


de. Há quem atribua a existência de dois elementos para os costumes:
• Corpus (material): repetição constante e uniforme de uma prática social;
• Animus (psicológico): é a convicção de que a prática social reiterada, constante e unifor-
me é necessária e obrigatória.

Fato é que o costume deriva da longa prática uniforme, constante, pública e geral de deter-
minado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. São, pois, condições indispensáveis
à sua vigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constância na realização do ato, não
implicando sanção), moralidade e obrigatoriedade.

– CONTINUIDADE
CARACTERÍSTICAS
– DIUTURNIDADE
DOS COSTUMES
– OBRIGATORIEDADE

Princípios Gerais do Direito são postulados que estão implícita ou explicitamente expos-
tos no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Os princípios gerais de Direito são a
última salvaguarda do intérprete, pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato ao sis-
tema. De acordo com as lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, princípios são vetores de
interpretação, que, por sua generalidade e amplitude, informam as demais regras, constituindo
a base de todo o ramo do Direito ao qual se aplica.

6. Princípio da Obrigatoriedade
Ninguém pode deixar de cumprir a lei, conhecendo-a ou não. Esse conceito representa o
princípio da obrigatoriedade expresso no art. 3º da LINDB.

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Há quem diga que não se trata de um princípio absoluto, pois entende ser uma exceção o
art. 8º da Lei de Contravenções Penais.

Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode
deixar de ser aplicada.

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7. Conflito de Normas no Espaço


Pela LINDB (arts. 7º a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes da aplicação espa-
cial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos Estados, por isso, é que a Lei
de Introdução é considerada o Estatuto de Direito Internacional Público e Privado.
Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do
Estado que a promulgou (territorialidade). Entretanto, visando facilitar as relações internacio-
nais, é comum, em algumas situações, ser admitida a aplicação de leis estrangeiras dentro do
território nacional e de leis nacionais dentro do território estrangeiro (extraterritorialidade).
Desta forma, pelo fato de o princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado
no Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que leis e sentenças estrangeiras
podem ser aplicadas no Brasil desde que observadas as seguintes regras:
• não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando ofenderem a sobe-
rania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
• não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra-se), ou seja, a
permissão dada pelo STJ para que a sentença tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF.

Nos quadros a seguir, apresentaremos exemplos de aplicação da territorialidade e da pró-


pria extraterritorialidade de acordo com os dispositivos da LINDB.

TERRITORIALIDADE

Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,


Art. 8º
aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.

Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que


Art. 9º
se constituírem.

As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as


Art. 11 sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se
constituírem.

A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que
Art. 13 nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo
os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.

Percebemos que nos arts. 8º, 9º, 11 e 13 deve-se utilizar a lei do país em que se originar a
relação jurídica.

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EXTRATERRITORIALIDADE

A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o


Art. 7º começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos
de família.

A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que


Art. 10 domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza
e a situação dos bens.

É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu


Art. 12
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações


Art. 17 de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania
nacional, a ordem pública e os bons costumes.

Já nos arts. 7º, 10, 12 e 17, é possível a utilização de uma lei diferente da original. Tendo o
art. 7º como exemplo, no que tange à capacidade, mesmo que na Argentina uma pessoa adqui-
ra capacidade plena aos 16 anos, no Brasil essa pessoa será considerada incapaz, pois aqui a
capacidade plena só é adquirida aos 18 anos, em regra.

8. Critérios de Hermenêutica Jurídica


Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação da linguagem jurídica. Serve para
trazer os princípios e as regras que são as ferramentas do intérprete. A aplicação, a prática das
regras hermenêuticas, é chamada exegese.
Não se deve confundir integração da lei com interpretação da lei. Na primeira a lei não re-
gula determinado fato, ao passo que, na segunda, a lei regula, mas não é cristalina e precisa.
Quando a lei não permite a exata compreensão da ordem, faz-se necessário o seu exercício
interpretativo buscando alcançar o seu real sentido.
Veja o esquema gráfico a seguir:

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A teoria científica que trata da arte de interpretar as leis, descobrindo seu alcance e seu
sentido é a hermenêutica.
Com base no art. 5º da LINDB, ao interpretar a lei, o juiz deve buscar a estabilidade so-
cial desejada.

Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem
comum.

É muito comum as bancas tentarem confundir o candidato misturando conceitos da inte-


gração e da interpretação.

008. (CEBRASPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR/2019) Diante de omissão le-


gal, o juiz decidirá de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito,
visando atender aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.

Perceba que, inicialmente, o enunciado da questão menciona omissão legal. Sendo assim,
estaríamos diante de um caso de integração, devendo utilizar a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito. Ao final do enunciado, encontramos a expressão “visando atender
aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum”. Trata-se de uma expressão citada ao
final do art. 5º da LINDB, que se refere à interpretação da norma.
Porém, tanto na integração, como na interpretação, deve-se buscar a finalidade social e as
exigências do bem comum.
Certo.

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Dentre as diversas formas de interpretar as leis, destacam-se as seguintes listadas nos


quadros da página seguinte.

INTERPRETAÇÃO QUANTO À
SIGNIFICADO
FONTE OU ORIGEM

Emana do próprio legislador que reconhece a ambiguidade


Autêntica da norma e elabora uma nova lei destinada a esclarecer a
intenção da primeira.

Tem como origem as reiteradas decisões judiciais proferidas


Jurisprudencial
pelos diversos Tribunais.

Emana dos estudiosos da matéria do direito e das obras


Doutrinal
científicas.

INTERPRETAÇÃO QUANTO AO
SIGNIFICADO
MEIO OU ELEMENTO UTILIZADO

Busca auxílio nas regras de gramática para a solução da dúvida,


Gramatical ou Literal tal como a análise da pontuação, da colocação da palavra na
frase, a sua origem etimológica etc.

Baseia-se na investigação dos antecedentes da norma, ou seja,


consiste na pesquisa das circunstâncias que nortearam a sua
Histórica
elaboração, de ordem econômica, política e social, bem como
do pensamento dominante ao tempo da formação da norma.

Atende ao espírito da lei procurando-se apurar o sentido


e a finalidade da norma, a intenção do legislador, através
Lógica ou Racional
de raciocínios lógicos, com abandono dos elementos
puramente verbais.

Adapta-se o sentido ou finalidade da norma às novas exigências


Teleológica ou Sociológica
sociais.

Entende-se que a lei não existe isoladamente e o Direito deve


Sistemática ser visto como um todo, como um sistema, comparando a
norma com outras espécies legais.

INTERPRETAÇÃO QUANTO
SIGNIFICADO
AOS RESULTADOS

Quando a letra da lei corresponde exatamente ao que o


Declarativa
legislador pensa.

Quando o legislador expõe na lei menos do que pretendia


Extensiva
dizer, sendo necessário ampliar a aplicação da lei.

Quando o legislador expõe na lei mais do que pretendia dizer,


Restritiva
sendo necessário restringir a aplicação da lei.

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9. Estatuto de Direito Internacional Privado


A partir do art. 7º, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, por alguns denomi-
nada de Estatuto de Direito Internacional Privado, versa sobre temas como conflitos de jurisdi-
ção, critérios para solucionar problemas de qualificação, efeitos de atos realizados em outros
países, condições de estrangeiros e eficácia internacional de posições jurídicas legitimamente
adquiridas em certo país com possíveis reconhecimento e exercício em outro.
Tal assunto costuma ser cobrado em provas de concurso pela sua literalidade. Sendo as-
sim, iremos reproduzir os artigos em questão e apresentaremos alguns esquemas gráficos
com breves comentários para facilitar a assimilação.

Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre

o começo e o fim os direitos de


o nome a capacidade
da personalidade família

O começo e o fim da personalidade (as presunções de morte, o nome, a capacidade e os


direitos de família, que constituem o estado civil, ou seja, o conjunto de qualidades que cons-
tituem a individualidade jurídica de uma pessoa, terão suas questões resolvidas através do
direito domiciliar, de acordo com o que determina o art. 7º da LICC.

§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos
dirimentes e às formalidades da celebração.

Independentemente de quem esteja casando, se a realização do matrimônio ocorrer no


Brasil, será aplicada a lei brasileira para duas situações:
• 1. Impedimentos dirimentes: as causas impeditivas do matrimônio estão previstas no
art. 1.521 do CC. Como exemplo, no Brasil o pai não pode casar com a filha, seja qual for
a sua nacionalidade;
• 2. Formalidades da celebração: o Código Civil estipula diversas regras para a celebra-
ção, como a fase de “habilitação para o casamento”. Tais regras devem ser respeitadas,
independentemente da nacionalidade de quem esteja casando.

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§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consula-


res do país de ambos os nubentes.

O disposto no art. 7º, § 2º, da LICC, permite que os estrangeiros, ao contraírem casamen-
to fora de seu país, possam fazê-lo perante o agente consular ou diplomático de seu país, no
consulado ou fora dele.

§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do


primeiro domicílio conjugal.

No caso de os nubentes terem domicílio internacional, a lei do primeiro domicílio conjugal


estabelecido após o casamento é que prevalecerá para os requisitos intrínsecos do ato nupcial
e para as causas de sua nulidade, absoluta ou relativas, inclusive no que diz respeito aos vícios
de consentimento.

§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes
domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

Observar-se-á o direito brasileiro no caso de ter sido aqui estabelecido o primeiro domicílio
conjugal, se os nubentes tiverem domicílios internacionais diferentes; ou o direito estrangeiro,
no caso de ambos tiverem, por ocasião do ato nupcial, domicílio comum fora do Brasil.

§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu
cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a
adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta
adoção ao competente registro.

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O § 5º está em consonância com o art. 1639, § 2º do CC que admite alteração do regime


de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a
procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.

§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será


reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obe-
decidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior
Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do inte-
ressado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio
de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos
filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

De acordo com o critério da unidade domiciliar, no que diz respeito às relações pessoais
entre os cônjuges, seus direitos e deveres recíprocos, e aos direitos e obrigações decorrentes
da filiação, aplicar-se-á a lei do domicílio familiar, que se estende aos cônjuges e aos filhos
menores não emancipados.

§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou
naquele em que se encontre.

Aquele que não tiver domicílio conhecido, considerar-se-á domiciliado no local de sua residên-
cia acidental ou naquele em que se encontrar, impossibilitando a hipótese de dupla residência.

Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país
em que estiverem situados.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele
trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a
coisa apenhada.

O art. 8º da LINDB apresenta três situações relacionadas aos bens.

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Lei n. 4.657/1942 – LINDB (Parte I) e Princípios
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Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será
esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.

O art. 9º da LINDB também apresenta três situações, mas relacionadas às obrigações.

009. (CEBRASPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2021) Nos contratos interna-


cionais, a obrigação decorrente do contrato é considerada como constituída no lugar onde
residir o oblato, conforme regra prevista na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Quando se celebra um contrato, existe aquele que faz a proposta (proponente ou policitante)
e aquele que a aceita (oblato ou policitado). Sendo assim, a assertiva está equivocada ma
expressão “onde residir o oblato”, pois o correto seria “onde residir o proponente ou plocitante.
Errado.

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto
ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em bene-
fício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus.
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

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Com a sucessão também não é diferente. O art. 10 da LINDB apresenta três situações re-
lacionadas.

Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as funda-
ções, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.
§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os
atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham
constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens
imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos
representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou
aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados
no Brasil.
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabele-
cida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observan-
do a lei desta, quanto ao objeto das diligências.

O art. 12 da LINDB fixa a competência da autoridade judicial brasileira nos casos em que
o réu, seja ele brasileiro ou estrangeiro, tenha domicílio no Brasil, podendo aqui ser intentada
qualquer ação que lhes diga respeito.
O § 1º diz respeito não só às ações reais imobiliárias, mas sim a todas as ações que
tratem de imóveis situados no Brasil e trata-se de norma compulsória, na medida que impõe
a competência judiciária brasileira para processar e julgar ações que versem sobre imóveis
situados no território brasileiro, competindo a nossa justiça fazer a qualificação do bem e a
natureza da ação intentada.

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A previsão do § 2º diz respeito ao cumprimento, pela autoridade judiciária brasileira, das cartas
e comissões rogatórias com a finalidade de investigação, e das diligências deprecadas pelas au-
toridades locais competentes, satisfazendo o que lhes foi requerido pela autoridade estrangeira.

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da
vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar
em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art. 105, I, i da Constituição Federal).
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 12.036, de 2009).
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;

Perceba que o art. 105, I da CF/88 alterou a competência para homologar sentenças profe-
ridas no estrangeiro do STF para o STJ.

010. (GUALIMP/PREFEITURA DE AREAL-RJ/PROCURADOR/2020) A Lei de Introdução às


normas do Direito Brasileiro define que será executada no Brasil a sentença proferida no es-
trangeiro, que reúna, entre outros, os seguintes requisitos, EXCETO.
a) Ter sido homologada pelo Congresso Nacional.
b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia.
c) Haver sido proferida por juiz competente.
d) Estar traduzida por intérprete competente.

A letra A está equivocada, pois a homologação de sentenças estrangeiras deve ser feita pelo
STJ e não pelo Congresso Nacional
Letra a.

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Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á
em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes
celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nasci-
mento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado.
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o
divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados
os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposi-
ções relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo
quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quan-
do se deu o casamento.
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a
subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra
constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da
escritura pública.
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules
brasileiros na vigência do Decreto-lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam
todos os requisitos legais.
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades
consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar
o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei.

Os artigos que foram meramente reproduzidos sem comentários possuem uma incidência
menor em provas de concursos.

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RESUMO
Características de uma lei:
• a) generalidade ou impessoalidade: a lei se dirige a todos indistintamente.
• b) obrigatoriedade e imperatividade: o descumprimento da lei autoriza a aplicação de
uma sanção.
• c) permanência ou persistência: a lei não se esgota em uma única aplicação.
• d) autorizante: se a lei for violada, o ofendido pode pleitear uma indenização por perdas
e danos caso tenha sofrido um prejuízo.

Princípio da Vigência Sincrônica: a obrigatoriedade da lei no país é simultânea, pois ela en-
tra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação,
não havendo data estipulada para sua entrada em vigor.
As leis excepcionais ou temporárias sofrem o fenômeno da ultratividade, ou seja, embora
decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, apli-
ca-se ao fato praticado durante sua vigência.
A promulgação atesta a existência da lei, produzindo dois efeitos básicos:
a) reconhece os fatos e atos geradores da lei;
b) indica que a lei é válida, ou seja, que obedece aos requisitos formais.
Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece entre a publicação e a
entrada em vigor da lei. Neste intervalo de tempo a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a
lei anterior no sistema.
A forma de contagem do prazo de vacatio inclui o dia da publicação e o último dia.
Se uma lei for publicada com erro substancial poderemos observar situações distintas
por ocasião da correção de tal erro, dependendo de qual fase se encontra o processo de cria-
ção da norma:
• 1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida sem maiores problemas;
• 2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser corrigida; no entanto, de-
verá contar novo período de vacatio legis apenas para o texto corrigido;
• 3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida mediante uma nova
norma de igual conteúdo.

Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode ser:


• 1) total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou
• 2) parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é revogada.

Segundo a LINDB, as formas de revogação são:


• Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos que estão sendo por
ela revogados.

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• Revogação tácita ou indireta: se subdivide em dois tipos.


− Revogação tácita por incompatibilidade; e
− Revogação tácita global (quando uma lei nova regula inteiramente uma matéria trata-
da por uma lei anterior).

Critérios para solução de uma antinomia aparente:


• 1) HIERÁRQUICO (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em verificar qual das nor-
mas é superior, independentemente da data de vigência das duas normas (exemplo: um
regulamento não poderá revogar uma lei ainda que entre em vigor após esta);
• 2) ESPECIALIDADE (lex specialis derrogat legi generali): as normas gerais não podem
revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e instituída em norma especial, e;
• 3) CRONOLÓGICO (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrar em vigor poste-
riormente irá revogar a norma anterior que estava em vigor.

Segundo o princípio da conciliação se uma lei não contraria outra já existente, então eles
podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação.
Sobre a repristinação, a regra é a não restauração da norma, ou seja, a impossibilidade de
uma norma jurídica, uma vez revogada, voltar a vigorar no sistema jurídico pela simples revo-
gação de sua norma revogadora.
Sobre a vigência de uma lei, a regra é a irretroatividade. A Lei em vigor terá efeito imediato
e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
• Ato Jurídico Perfeito: é o ato que já se consuma segundo a lei de seu tempo
• Direito Adquirido: é direito incorporado ao patrimônio do particular
• Coisa julgada: é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem mais
recursos, tornando-a imutável e indiscutível.

Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição ou da jurisdição obrigatória, o juiz é


obrigado a decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Sendo assim, quando
a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito.
Analogia é utilizada com a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositi-
vos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concre-
tamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se denomina anomia – falta de norma).
A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris). Vejamos:
• Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que regula caso semelhante;
• Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto de normas para extrair
elementos que possibilitem a aplicabilidade ao caso concreto.

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O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em razão da convic-


ção de sua obrigatoriedade.São características dos costumes a continuidade, a diuturnidade
e a obrigatoriedade.
Segundo o princípio da obrigatoriedade, ninguém pode deixar de cumprir a lei, conhecen-
do-a ou não.
Não se deve confundir integração da lei com interpretação da lei. Na primeira a lei não
regula determinado fato, ao passo que, na segunda, a lei regula, mas não é cristalina e precisa.
A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país
em que estiverem situados.
A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o
proponente.
Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução
no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo STJ.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CONTEMAX/PREFEITURA DE VISTA SERRANA-PB/FISCAL DE TRIBUTOS/2021) O De-
creto-Lei 4657/42 aponta que salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país:
a) doze dias depois de oficialmente publicada.
b) vinte e cinco dias depois de oficialmente publicada.
c) vinte e dois e cinco dias depois de oficialmente publicada.
d) trinta dias depois de oficialmente publicada.
e) quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

002. (CEBRASPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Quando lei que trata de matéria


afeta ao direito civil continua a regulamentar fatos anteriores a sua revogação, ocorre a chamada
a) ultratividade.
b) retroatividade benigna.
c) retroatividade mínima.
d) represtinação.
e) vigência diferida.

003. (FGV/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR/2018) Após regular tramitação na As-


sembleia Legislativa, lei que fixava o novo salário mínimo estadual foi publicada no Diário Ofi-
cial de Santa Catarina do dia 02. Verificando-se que do texto da lei não constou o valor correto
aprovado pelo Legislativo, foi providenciada nova publicação corretiva da lei, o que ocorreu
no dia 03.
Considerando que não foi designada data para vigência da lei, o novo salário passa a vigorar:
a) a partir do dia 02;
b) a partir do dia 03;
c) 45 dias após a publicação do dia 02;
d) 30 dias após a publicação do dia 03;
e) 45 dias após a publicação do dia 03.

004. (CEBRASPE/MINISTÉRIO DA ECONOMIA/TÉCNICO DIREITO/2020) Ocorre revogação


tácita quando lei posterior regula inteiramente matéria de lei anterior ou seja com esta in-
compatível.

005. (CEBRASPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR/2020) O conflito entre uma nor-


ma especial anterior e uma norma geral posterior classifica-se como
a) antinomia de primeiro grau real e deve ser resolvido pelo critério hierárquico.
b) antinomia de primeiro grau aparente e deve ser resolvido pelo critério temporal.

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c) antinomia de segundo grau real e somente pode ser resolvido por decisão de corte cons-
titucional.
d) antinomia de segundo grau aparente e deve ser resolvido pelo critério da especialidade.
e) antinomia insuperável e somente pode ser resolvido por solução do Poder Legislativo.

006. (CEBRASPE/SEFAZ-DF/AUDITOR-FISCAL/2020) LEI nova que estabeleça disposições


especiais a par das já existentes revogará a lei anterior.

007. (CEBRASPE/MINISTÉRIO DA ECONOMIA/TÉCNICO/DIREITO/2020) Para evitar a va-


catio legis, a lei revogada é automaticamente restaurada, no caso de a lei que a tiver revogado
perder a vigência.

008. (CEBRASPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR/2019) Diante de omissão le-


gal, o juiz decidirá de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito,
visando atender aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.

009. (CEBRASPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2021) Nos contratos interna-


cionais, a obrigação decorrente do contrato é considerada como constituída no lugar onde
residir o oblato, conforme regra prevista na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

010. (GUALIMP/PREFEITURA DE AREAL-RJ/PROCURADOR/2020) A Lei de Introdução às


normas do Direito Brasileiro define que será executada no Brasil a sentença proferida no es-
trangeiro, que reúna, entre outros, os seguintes requisitos, EXCETO.
a) Ter sido homologada pelo Congresso Nacional.
b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia.
c) Haver sido proferida por juiz competente.
d) Estar traduzida por intérprete competente.

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QUESTÕES DE CONCURSO
011. (FCC/TRT-6ª REGIÃO/AJAJ/2018) Ao dizer que, salvo disposição em contrário, a lei re-
vogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, a Lei de Introdução às Nor-
mas do Direito Brasileiro está referindo-se à
a) anterioridade legal.
b) resilição.
c) retroação da lei.
d) repristinação.
e) sub-rogação.

012. (FCC/SEFAZ-PE/JULGADOR TRIBUTÁRIO/2015) A contagem do prazo de vacância para


entrada em vigor das leis far-se-á com a
a) exclusão da data da publicação e inclusão do último dia do prazo, entrando em vigor no dia
subsequente à sua consumação integral.
b) exclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subse-
quente à sua consumação integral.
c) inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subse-
quente à sua consumação integral.
d) exclusão da data da publicação e inclusão do último dia do prazo, neste entrando em vigor.
e) inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia anterior.

013. (FCC/TRE-PB/AJAA/2015) Considere:


I – As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
II – Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia
seis meses depois de oficialmente publicada.
III – Em regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.
De acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, está correto o que se afirma
APENAS em:
a) II e III.
b) I e II.
c) I.
d) I e III.
e) III.

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014. (FCC/TRT-21ª REGIÃO/AJAJ/2018) De acordo com a Lei de Introdução às normas do


Direito Brasileiro, se a lei “A” for revogada pela “B”, e a lei “B” for revogada pela lei “C”, a lei “A”
a) voltará a ter vigência somente se a lei “C” prever expressamente esse efeito.
b) voltará a ter vigência mesmo que a lei “C” não preveja expressamente esse efeito.
c) voltará a ter vigência desde que a lei “C” não vede expressamente esse efeito.
d) não voltará a ter vigência mesmo que a lei “C” preveja expressamente esse efeito.
e) não voltará a ter vigência somente se a lei “C” disciplinar inteiramente a matéria que era por
ela regulada.

015. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Lei nova que estabelecer disposição geral a par
de lei já existente,
a) apenas modifica a lei anterior.
b) não revoga, nem modifica a lei anterior.
c) derroga a lei anterior.
d) ab-roga a lei anterior.
e) revoga tacitamente a lei anterior.

016. (FCC/TRE-AP/AJAA/2015) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o


país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Se, antes de entrar a lei em vigor,
ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, este prazo
a) começará a correr da nova publicação.
b) não será interrompido, continuando a correr normalmente, tendo me vista que a nova publi-
cação ocorreu apenas para correção.
c) será contando em dobro, independente da data da nova publicação.
d) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze primeiros dias da
primeira publicação.
e) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze últimos dias da
primeira publicação.

017. (FCC/TRT-9ª REGIÃO/AJAJ/2015) No Direito Civil, a lei nova


a) tem efeito imediato, mas deve respeitar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito
adquirido, incluindo os negócios sujeitos a termo.
b) retroage para beneficiar a parte hipossuficiente.
c) tem efeito imediato, produzindo efeitos a partir da publicação, ainda que estabeleça prazo
de vacatio legis.
d) tem efeito imediato apenas quando se tratar de norma processual.
e) não pode atingir a expectativa de se adquirir um direito.

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018. (FCC/TRE-AP/AJAA/2015) Considere:


I – A Lei X revogou expressamente a Lei Y. Salvo disposição em contrário, se a lei X perder a
sua vigência, a Lei Y será restaurada.
II – A Lei Z regulou inteiramente a matéria de que trata a lei anterior W. Neste caso, ocorreu a
revogação da Lei W.
III – A Lei H estabeleceu disposições gerais a par das já existentes na lei F. Neste caso, a Lei H
não revogou a lei anterior F.
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, está correto o que
se afirma em
a) II, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.

019. (FCC/TRF-5ª REGIÃO/AJOJ/2018) Suponha que venha a ser editada, sancionada e pro-
mulgada lei alterando dispositivos do Código Civil. Nesse caso, de acordo com a Lei de In-
trodução às normas do Direito Brasileiro, a nova lei começará a vigorar em todo o País, salvo
disposição em contrário,
a) 30 dias depois de oficialmente publicada.
b) 45 dias depois de oficialmente publicada.
c) 90 dias depois de oficialmente publicada.
d) 180 dias depois de oficialmente publicada.
e) na data da sua publicação oficial.

020. (FCC/TCM-GO/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Em relação à lei, é


correto afirmar:
a) Como regra geral, a lei revogada restaura-se por ter a lei revogadora perdido a vigência.
b) Como regra geral, a lei começa a vigorar em todo o país imediatamente após sua publica-
ção oficial.
c) As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
d) O desconhecimento da lei é justificativa legítima para seu descumprimento.
e) Quando a lei brasileira for admitida no exterior, sua vigência inicia-se seis meses depois de
oficialmente publicada.

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021. (FCC/PGE-MT/PROCURADOR/2016) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do


Direito Brasileiro, a lei nova possui efeito
a) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o
ato jurídico perfeito e o direito adquirido, incluindo o negócio jurídico sujeito a termo ou sob
condição suspensiva.
b) retroativo, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o
ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual não se equiparam, para fins de direito inter-
temporal, o negócio jurídico sujeito a termo ou sob condição suspensiva.
c) retroativo, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o
ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual se equipara, para fins de direito intertemporal,
o negócio jurídico sujeito a termo, porém não o negócio jurídico sob condição suspensiva.
d) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, ainda que se caracterizem como coisa jul-
gada, ato jurídico perfeito ou direito adquirido.
e) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o
ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual se equiparam as faculdades jurídicas e as
expectativas de direito.

022. (FCC/TRE-SP/AJAJ/2017) André adquiriu um terreno onde pretendia construir uma fá-
brica de tintas. Na época da aquisição, não havia lei impedindo esta atividade na região em que
se localizava o terreno. Passado o tempo, porém, antes de André iniciar qualquer construção,
sobreveio lei impedindo o desenvolvimento de atividades industriais naquela área, por razões
ambientais. A lei tem efeito
a) imediato e atinge André, que não tem direito adquirido ao regime jurídico anterior a
seu advento.
b) retroativo e atinge André, por tratar de questão de ordem pública.
c) imediato, mas não atinge André, que possui direito adquirido ao regime jurídico anterior a
seu advento.
d) retroativo, mas não atinge André, que possui direito adquirido ao regime jurídico anterior a
seu advento.
e) retroativo mas não atinge André, por tratar de direito disponível.

023. (FCC/TCM-GO/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Considere a seguinte afirmação: “a


lei que permite o mais, permite o menos; a que proíbe o menos proíbe o mais”. São elas exem-
plos de interpretação legal
a) doutrinária.
b) lógico-sistemática.
c) autêntica ou legislativa.
d) sociológica ou teleológica
e) gramatical ou literal.

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024. (FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2015) Em caso de conflito de


leis no tempo, considera-se que o herdeiro, em relação aos bens de propriedade de pessoa
viva, possui
a) apenas expectativa de direito, que não se equipara a direito adquirido.
b) direito sob condição suspensiva, o qual se equipara a direito adquirido.
c) direito a termo, o qual se equipara a direito adquirido.
d) expectativa de direito qualificada, a qual se equipara a direito adquirido.
e) direito sob condição suspensiva, o qual não se equipara a direito adquirido.

025. (FCC/TRT-23ª REGIÃO/AJOJ/2016) Janete é filha de Gildete, que possui muitos bens.
Considerar-se-á, em caso de conflito de leis no tempo, que Janete possui, em relação à futura
herança de Gildete, que ainda está viva,
a) direito sob condição suspensiva, que se equipara a direito adquirido.
b) mera expectativa de direito.
c) direito adquirido.
d) direito sob condição suspensiva, que não se equipara a direito adquirido.
e) direito a termo, inalterável ao arbítrio de Gildete, que se equipara a direito adquirido.

026. (FCC/TRT-23ª REGIÃO/AJAJ/2016) Objetivando construir uma casa, Cássio adquiriu


terreno no qual existe um pequeno riacho. Depois da aquisição, entrou em vigor lei proibindo
a construção em terrenos urbanos nos quais haja qualquer tipo de curso d’água. Referida lei
possui efeito
a) imediato, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se sobrepõe ao direito adquirido.
b) retroativo, por tratar de meio ambiente, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública
não se sobrepõe ao direito adquirido.
c) imediato, atingindo Cássio, porque este não possui direito adquirido.
d) retroativo, por tratar de meio ambiente, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se
sobrepõe ao direito adquirido.
e) imediato, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública não se sobrepõe ao direito
adquirido.

027. (FCC/TCE-CE/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Considere o seguinte


texto de Amílcar de Castro: Denomina-se retorno certo modo de interpretar as normas de direi-
to internacional privado que leva à consequência de substituir-se o sistema nacional por siste-
ma estrangeiro. Não se trata de questão de direito internacional privado, mas de hermenêutica
jurídica, conjunto de regras de interpretação das leis (Direito Internacional Privado −1º volume
− pag. 277 − Edição Revista Forense, 1956).

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Sobre esse tema, a lei brasileira


a) admite em certas circunstâncias e em outras proíbe o retorno.
b) é omissa.
c) proíbe o retorno.
d) permite o retorno em qualquer circunstância.
e) só permite o retorno quando em razão dele for beneficiado cidadão brasileiro ou pessoa
jurídica brasileira.

028. (FCC/SEFAZ-RJ/AUDITOR-FISCAL/2014) A Lei n. 11.441, de 04/01/2007, deu nova re-


dação ao art. 983 do Código de Processo Civil, estabelecendo que o processo de inventário
e partilha deve ser aberto dentro de sessenta (60) dias a contar da abertura da sucessão. O
art. 1796 do Código Civil em vigor, cuja redação não foi alterada por aquela lei, dispõe que no
prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio
hereditário.
Considerando o que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
a) o art. 1.796 do Código Civil foi revogado expressamente com a nova redação do art. 983 do
Código de Processo Civil.
b) o art. 1.796 do Código Civil sofreu revogação tácita.
c) o art. 983 do Código de Processo Civil e o art. 1796 do Código Civil vigoram concomitante-
mente, embora dispondo de maneira diversa sobre a mesma matéria.
d) o art. 1.796 do Código Civil não foi revogado, porque só se admitiria sua revogação expres-
sa, por se tratar de regra inserida em um Código.
e) a nova redação do art. 983 do Código de Processo Civil só entrará em vigor depois de tam-
bém ser modificada a redação do art. 1.796 do Código Civil.

029. (FCC/TJ-AP/AJAJ/2014) A lei começa a vigorar, salvo disposição em contrário,


a) trinta dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.
b) quarenta e cinco dias depois de promulgada, não produzindo efeitos enquanto não estiver
efetivamente em vigor.
c) quarenta e cinco dias depois de publicada, não produzindo efeitos enquanto não estiver
efetivamente em vigor.
d) quarenta e cinco dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.
e) quarenta e cinco dias depois de promulgada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.

030. (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Publicada uma lei considerada de or-


dem pública, se, durante o período de sua vacatio, realizar-se negócio jurídico que por ela foi
proibido, ele será
a) inexistente, por contrariar a ordem pública.
b) anulável, por configurar dolo bilateral.

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c) nulo, por fraudar lei imperativa.


d) válido, porque a lei nova ainda não está em vigor.
e) ineficaz, por caracterizar abuso do direito.

031. (FCC/TRT-16ª REGIÃO/AJAJ/2014) Uma lei foi elaborada, promulgada e publicada. Por
não conter disposição em contrário, entrará em vigor 45 dias depois de oficialmente publica-
da, data que cairá no dia 18 de abril, feriado (sexta-feira da paixão de Cristo); dia 19 de abril é
sábado; dia 20 de abril é domingo; dia 21 de abril é feriado (Tiradentes). Essa lei entrará em
vigor no dia
a) 19 de abril.
b) 21 de abril.
c) 20 de abril.
d) 22 de abril.
e) 18 de abril.

032. (FCC/TST/AJAJ/2017) João, nascido na Espanha, naturalizou-se italiano, casou-se na


França e estabeleceu domicílio único no Brasil, juntamente com sua esposa. Nesse caso, de
acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, serão definidas pela lei do
Brasil as regras sobre
a) o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
b) a capacidade e os direitos de família, enquanto as regras sobre o nome serão definidas pela
lei da Espanha.
c) o nome, a capacidade e os direitos de família, enquanto as regras sobre o começo e o fim da
personalidade serão definidas pela lei da Itália.
d) o começo e o fim da personalidade, o nome e a capacidade, enquanto as regras sobre os
direitos de família serão definidas pela lei da França.
e) o começo e o fim da personalidade, enquanto as regras sobre a capacidade serão definidas
pela lei da Itália.

033. (FCC/TRT-24ª REGIÃO/AJOJ/2017) Sobre a Lei de Introdução às normas do Direito


Brasileiro, NÃO é requisito essencial para a sentença proferida no estrangeiro ser executa-
da no Brasil
a) a homologação pelo Supremo Tribunal Federal.
b) a tradução por intérprete autorizado.
c) o trânsito em julgado para as partes.
d) a citação regular das partes ou verificação legal da ocorrência da revelia.
e) a prolação por juiz competente.

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034. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA-PI/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/2016) A Lei de


Introdução às Normas de Direito Brasileiro estabelece que a lei do país em que domiciliada a
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e
os direitos de família. Outrossim, estabelece que
I – Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do
último domicílio conjugal.
II – O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes
domicílio, e, se este for diverso, à do último domicílio conjugal.
III – O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou
consulares do país de ambos os nubentes.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I.
b) I e II.
c) II e III.
d) III.
e) I e III.

035. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA-PI/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/2016) Alterada


uma lei, durante o prazo de vacatio legis da lei nova, aplica-se
a) o Código Civil, apenas.
b) a lei alterada.
c) a lei que for escolhida pelo Magistrado, de acordo com seu livre convencimento e poder
de arbítrio.
d) a lei mais benéfica.
e) a lei nova publicada antes da alteração.

036. (FCC/TRE-SE/AJAA/2015) A Lei nova “A” estabeleceu disposições gerais a par das já
existentes. A Lei nova “B” estabeleceu disposições especiais a par das já existentes. Nestes
casos, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
a) as Leis “A” e “B” não revogam e nem modificam a lei anterior.
b) as Leis “A” e “B” revogam e modificam a lei anterior.
c) apenas a Lei “B” revoga e modifica a lei anterior.
d) apenas a Lei “A” revoga e modifica a lei anterior.
e) as Leis “A” e “B” não revogam a lei anterior, mas a modificam.

037. (FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR-FISCAL/2018) Diante do advento de uma nova lei que não


apresente qualquer disposição a respeito do início de sua vigência,
a) haverá período de vacatio legis pelo prazo de noventa dias depois de oficialmente publicada.
b) não haverá período de vacatio legis, passando a lei a ter eficácia imediata.

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c) a lei será nula, uma vez que a disposição a respeito da vacatio legis é requisito de vali-
dade da lei.
d) haverá período de vacatio legis pelo prazo de quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicada.
e) haverá período de vacatio legis pelo prazo de um ano depois de oficialmente publicada.

038. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRABA-


LHO/2019) Maria soube da promulgação da Lei n. 123 e ficou preocupada com a possibilidade
de que pudesse ser afetada a propriedade de determinado veículo automotor já incorporado à
sua esfera jurídica em momento anterior.
Seu advogado tranquilizou-a, informando que o seu direito estava protegido pela “coisa julga-
da”, o que significa dizer que
a) houve uma decisão judicial em benefício de Maria, da qual não cabia mais recurso.
b) o direito de Maria estava materializado em uma “coisa”, que foi objeto de julgamento.
c) a Lei n. 123 não seria aplicada a “coisas”, somente a pessoas.
d) houve um julgamento que afastou as “coisas” do alcance da Lei n. 123.
e) a Lei n. 123 somente poderia modificar a decisão judicial que beneficiou Maria caso o pre-
visse expressamente.

039. (FGV/PGE-RO/TÉCNICO DA PROCURADORIA/2015) De acordo com o que é apontado


na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro, é correto afirmar que:
a) as correções de texto de lei em vigor não se consideram lei nova;
b) reputa-se direito adquirido o direito consumado segundo a lei vigente ao tempo em que
se efetuou;
c) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, a
equidade e os princípios gerais de direito;
d) ninguém se escusa de cumprir a lei, salvo alegando que não a conhece;
e) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido
a vigência.

040. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Sobre o conflito de leis


no tempo, é correto afirmar que:
a) a revogação tácita equivale à repristinação;
b) a lei especial não revoga a lei geral anterior;
c) não é admitida a derrogação expressa;
d) o efeito repristinatório é admitido em todas as leis;
e) a ab-rogação das leis é defesa pelo ordenamento jurídico.

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(CEBRASPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2018) Julgue os itens a


seguir, à luz da Lei de Introdução ao Código Civil — Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro.

041. Se a lei não dispuser em sentido diverso, a sua vigência terá início noventa dias após a
data de sua publicação.

042. Lei em vigor tem efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito ad-
quirido e a coisa julgada.

043. O intervalo temporal entre a publicação e o início de vigência de uma lei denomina-se
vacatio legis.

044. O prazo de vacatio legis se aplica às leis, aos decretos e aos regulamentos.

045. (CEBRASPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) De acordo com a LINDB, no tocan-


te ao fenômeno da repristinação, salvo disposição em contrário, a leia) nova que estabeleça
disposições gerais a respeito de outras já existentes não revogará leis anteriores.
b) revogada voltará a vigorar se a lei que a revogou for declarada inconstitucional em con-
trole difuso.
c) revogada não se restaurará se a lei revogadora perder a vigência.
d) nova que estabeleça disposições especiais a respeito de outras já existentes não revogará
leis anteriores.
e) nova revogará a anterior se regular inteiramente a mesma matéria.

046. (CEBRASPE/TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) De acordo


com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
a) o princípio da obrigatoriedade das leis é incompatível com o instituto do erro de direito.
b) em relação à eficácia da lei no tempo, a retroatividade de uma lei no ordenamento jurídico
será máxima.
c) adota-se, quanto à eficácia da lei no espaço, o princípio da territorialidade mitigada.
d) em caso de omissão da lei, o juiz decidirá o caso de acordo com as regras de experiência.
e) será admitida correção de texto legal apenas antes de a lei entrar em vigor.

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(CEBRASPE/TRF-1ª REGIÃO/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2018) Acerca da


vigência, aplicação, interpretação e integração das leis bem como da sua eficácia no tempo e
no espaço, julgue os itens a seguir.

047. Admite-se o costume contra legem como instrumento de integração das normas.

048. A vigência das leis pode ocorrer de forma temporária ou por tempo indeterminado.

049. Derrogação é o fenômeno que ocorre quando há revogação total de uma lei.

050. (CEBRASPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2017) A continuidade de aplicação de lei


já revogada às relações jurídicas civis consolidadas durante a sua vigência caracteriza
a) a aplicação do princípio da segurança jurídica.
b) a ultratividade da norma.
c) a represtinação da norma.
d) o princípio da continuidade normativa.
e) a supremacia da lei revogada.

051. (CEBRASPE/TRE-RS/AJAA/2015) Com base na Lei de Introdução às Normas de Direito


Brasileiro, assinale a opção correta.
a) Sempre que uma lei for revogada por outra lei, e a lei revogadora também for revogada, a
lei inicialmente revogada volta a ter vigência, em um instituto jurídico denominado de ultrativi-
dade da lei.
b) Haverá repristinação quando uma norma revogada, mesmo tendo perdido a sua vigência, for
aplicada para reger situações ocorridas à época de sua vigência.
c) Denomina-se vacatio legis o espaço de tempo compreendido entre a data da publicação da
lei e a data da sua revogação.
d) Uma norma jurídica pode ser expressa ou tacitamente revogada. Diz-se que há revogação
expressa quando a lei nova declarar, em seu texto, o conteúdo da lei anterior que pretende re-
vogar, enquanto que a revogação tácita ocorre sempre que houver incompatibilidade entre a lei
nova e a antiga, pelo fato de a lei nova regular a matéria tratada pela anterior.
e) Segundo a legislação vigente, a norma jurídica tem vigência por tempo indeterminado e
vigora até que seja revogada por outra lei. O ordenamento jurídico brasileiro não reconhece
norma com vigência temporária.

052. (CEBRASPE/TCE-PR/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2016) Em relação à


Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção correta.
a) Em regra, aceita-se o fenômeno da repristinação no ordenamento jurídico brasileiro.
b) Celebrado contrato no período de vigência de determinada lei, qualquer dos contratantes
poderá invocar a aplicação de lei posterior que lhes for mais benéfica.
c) Não se admite no ordenamento jurídico pátrio a chamada integração normativa, ainda que
para preencher eventuais lacunas do ordenamento.

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d) Publicada lei para corrigir texto de lei publicado com incorreção, não haverá novo prazo de
vacatio legis, se a publicação ocorrer antes da data em que a lei corrigida entraria em vigor.
e) autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para o conhecimento de ações
que discutam a validade de hipoteca que recai sobre bens imóveis situados no Brasil, ainda
que as partes residam em país estrangeiro.

053. (CEBRASPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2015) A respeito das


pessoas naturais e jurídicas, dos fatos e negócios jurídicos e do disposto na Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro, julgue o seguinte item.
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro prevê, em ordem preferencial e taxati-
va, como métodos de integração do direito, a analogia, os costumes e os princípios gerais
do direito.

054. (CEBRASPE/TRE-PI/AJAJ/2016) O aplicador do direito, ao estender o preceito legal aos


casos não compreendidos em seu dispositivo, vale-se da
a) interpretação teleológica.
b) socialidade da lei.
c) interpretação extensiva.
d) analogia.
e) interpretação sistemática.

055. (CEBRASPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Se, ao interpretar a lei, o magis-


trado concluir que a impenhorabilidade do bem de família deve resguardar o sentido amplo da
entidade familiar, abrangendo, além dos imóveis do casal, também os imóveis pertencentes
a pessoas solteiras, separadas e viúvas, ainda que estas não estejam citadas expressamente
no texto legal, essa interpretação, no que se refere aos meios de interpretação, será classi-
ficada como
a) sistemática.
b) histórica.
c) jurisprudencial.
d) teleológica.
e) lógica.

056. (CEBRASPE/TRT-8ª REGIÃO/AJAJ/2016) Assinale a opção correta, em relação à classi-


ficação e à eficácia das leis no tempo e no espaço.
a) Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territorialidade moderada,
que permite, em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada dentro de território brasileiro.
b) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), em regra, a lei
revogada é restaurada quando a lei revogadora perde a vigência.

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c) Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia de vontade,
de forma que as partes podem, de comum acordo, afastar a imperatividade das leis denomi-
nadas cogentes.
d) A lei entra em vigor somente depois de transcorrido o prazo da vacatio legis, e não com sua
publicação em órgão oficial.
e) Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modificar ou re-
vogar, podendo a revogação ocorrer pela derrogação, que é a supressão integral da lei, ou pela
ab-rogação, quando a supressão é apenas parcial.

057. (CEBRASPE/TJ-DFT/JUIZ SUBSTITUTO/2014) Considerando as disposições da Lei de


Introdução às Normas do Direito Brasileiro e a posição doutrinária a respeito da interpretação
dessas normas, assinale a opção correta.
a) Uma lei nova que estabeleça disposições gerais revoga leis especiais anteriores dedicadas
à mesma matéria.
b) No ordenamento jurídico brasileiro, admite-se a repristinação tácita.
c) Entre as fontes de interpretação das normas, considera-se autêntica a interpretação realiza-
da pelos próprios tribunais.
d) A utilização dos costumes como método de integração das normas de direito material de-
pende de expressa previsão legal.
e) A lei do país de origem do falecido estrangeiro poderá ser utilizada para regular a sucessão
de seus bens localizados no Brasil.
No que se refere aos dispositivos da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigên-
cia, aplicação, interpretação e integração das leis, julgue os seguintes itens.

058. (CEBRASPE/TJ-SE/TJAJ/2014) A interpretação teleológica consiste na análise da nor-


ma de forma contextual, com a comparação entre os dispositivos do próprio texto legal e ou-
tros diplomas normativos.

059. (CEBRASPE/TJ-SE/TJAJ/2014) A Lei Federal n.º 12.376/2010 renomeou a Lei de Intro-


dução ao Código Civil para Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, mas não fez
quaisquer alterações relativas às normas de interpretação, vigência e aplicação das leis.

060. (CEBRASPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ/2017) A continuidade de aplicação de lei já revogada


às relações jurídicas civis consolidadas durante a sua vigência caracteriza
a) a aplicação do princípio da segurança jurídica.
b) a ultratividade da norma.
c) a represtinação da norma.
d) o princípio da continuidade normativa.
e) a supremacia da lei revogada.

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061. (CEBRASPE/TRT-7ª REGIÃO/AJAJ/2017) Conforme a Lei de Introdução às Normas


do Direito Brasileiro,
a) como regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde sua vigência, instituto
conhecido como repristinação.
b) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.
c) as correções a texto de lei já em vigor não são consideradas lei nova.
d) toda lei entra em vigor no país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada,
sem exceção.

062. (CEBRASPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) De acordo com a legislação de regência


e o entendimento dos tribunais superiores, julgue o próximo item.
Uma lei nova, ao revogar lei anterior que regulamentava determinada relação jurídica, não po-
derá atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido nem a coisa julgada, salvo se houver de-
terminação expressa para tanto.

063. (CEBRASPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com relação às


normas processuais, julgue o item seguinte.
As leis processuais civis e penais não se sujeitam às regras quanto à eficácia temporal das leis
constantes da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, uma vez que têm regramen-
to próprio.

064. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR JURÍDICO/2017) A res-


peito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, das pessoas naturais e jurídicas e
dos bens, julgue o item a seguir.
Utiliza a analogia o juiz que estende a companheiro(a) a legitimidade para ser curador conferi-
da a cônjuge da pessoa ausente.

065. (CEBRASPE/SEDF/ANALISTA/2017) Julgue o seguinte item, que trata de vigência das


leis, direitos da personalidade e pessoas jurídicas.
Caso uma lei nova não dispuser sobre a data de início da sua vigência, entende-se que ela en-
trará em vigor na data da sua publicação.

066. (CEBRASPE/PC-GO/DELEGADO/2017) A Lei n.º XX/XXXX, composta por quinze artigos,


elaborada pelo Congresso Nacional, foi sancionada, promulgada e publicada.
A respeito dessa situação, assinale a opção correta, de acordo com a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro.
a) Se algum dos artigos da lei sofrer alteração antes de ela entrar em vigor, será contado um
novo período de vacância para o dispositivo alterado.
b) Caso essa lei tenha revogado dispositivo da legislação anterior, automaticamente ocorrerá
o efeito repristinatório se nela não houver disposição em contrário.

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c) A lei irá revogar a legislação anterior caso estabeleça disposições gerais sobre assunto tra-
tado nessa legislação.
d) Não havendo referência ao período de vacância, a nova lei entra em vigor imediatamente,
sendo eventuais correções em seu texto consideradas nova lei.
e) Não havendo referência ao período de vacância, a lei entrará em vigor, em todo o território
nacional, três meses após sua publicação.

067. (CEBRASPE/BNB/ANALISTA BANCÁRIO/2018) O ato jurídico perfeito é aquele já con-


sumado segundo a lei vigente ao tempo em que tenha sido efetuado.

068. (CEBRASPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Ao buscar uma


adaptação da lei para aplicá-la a exigências atuais e concretas da sociedade, o intérprete da
legislação utiliza-se da interpretação
a) histórica.
b) sistemática.
c) extensiva.
d) teleológica.
e) lógica.

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GABARITO
1. e 35. b
2. a 36. a
3. e 37. d
4. C 38. a
5. d 39. e
6. E 40. b
7. E 41. E
8. C 42. C
9. E 43. C
10. a 44. E
11. d 45. c
12. c 46. c
13. c 47. E
14. a 48. C
15. b 49. E
16. a 50. b
17. a 51. d
18. e 52. e
19. b 53. C
20. c 54. d
21. a 55. d
22. a 56. a
23. b 57. e
24. a 58. E
25. b 59. C
26. c 60. b
27. c 61. a
28. b 62. E
29. c 63. E
30. d 64. E
31. e 65. E
32. a 66. a
33. a 67. C
34. d 68. d

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GABARITO COMENTADO
011. (FCC/TRT-6ª REGIÃO/AJAJ/2018) Ao dizer que, salvo disposição em contrário, a lei re-
vogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, a Lei de Introdução às Nor-
mas do Direito Brasileiro está referindo-se à
a) anterioridade legal.
b) resilição.
c) retroação da lei.
d) repristinação.
e) sub-rogação.

A questão trata da repristinação prevista no art. 2º, § 3º da LINDB.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.
Letra d.

012. (FCC/SEFAZ-PE/JULGADOR TRIBUTÁRIO/2015) A contagem do prazo de vacância para


entrada em vigor das leis far-se-á com a
a) exclusão da data da publicação e inclusão do último dia do prazo, entrando em vigor no dia
subsequente à sua consumação integral.
b) exclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subse-
quente à sua consumação integral.
c) inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subse-
quente à sua consumação integral.
d) exclusão da data da publicação e inclusão do último dia do prazo, neste entrando em vigor.
e) inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia anterior.

Conforme salientado no decorrer da explanação teórica, a contagem do prazo de vactio legis


deve ser feita de acordo com o art. 8º, § 1º da LC 95/98.

Art. 8º, § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacân-
cia far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia
subseqüente à sua consumação integral.
Letra c.

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013. (FCC/TRE-PB/AJAA/2015) Considere:


I – As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
II – Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia
seis meses depois de oficialmente publicada.
III – Em regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.
De acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, está correto o que se afirma
APENAS em:
a) II e III.
b) I e II.
c) I.
d) I e III.
e) III.

I – Certa. Em conformidade com o art. 1º, § 4º da LINDB.

Art. 1º, § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

II – Errada. Segundo o art. 1º, § 1º da LINDB o prazo nos Estados Estrangeiros é de 3 meses.

Art. 1º, § 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia
três meses depois de oficialmente publicada.

III – Errada. Como regra, segundo o art. 2º, § 3º da LINDB, a repristinação não deve ocorrer. Ou
seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.

Letra c.

014. (FCC/TRT-21ª REGIÃO/AJAJ/2018) De acordo com a Lei de Introdução às normas do


Direito Brasileiro, se a lei “A” for revogada pela “B”, e a lei “B” for revogada pela lei “C”, a lei “A”
a) voltará a ter vigência somente se a lei “C” prever expressamente esse efeito.
b) voltará a ter vigência mesmo que a lei “C” não preveja expressamente esse efeito.
c) voltará a ter vigência desde que a lei “C” não vede expressamente esse efeito.
d) não voltará a ter vigência mesmo que a lei “C” preveja expressamente esse efeito.
e) não voltará a ter vigência somente se a lei “C” disciplinar inteiramente a matéria que era por
ela regulada.

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Novamente a questão trata da repristinação prevista no art. 2º, § 3º da LINDB.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.
Letra a.

015. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Lei nova que estabelecer disposição geral a par
de lei já existente,
a) apenas modifica a lei anterior.
b) não revoga, nem modifica a lei anterior.
c) derroga a lei anterior.
d) ab-roga a lei anterior.
e) revoga tacitamente a lei anterior.

A questão trata do princípio da conciliação previsto no art. 2º, § 2º da LINDB.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.
Letra b.

016. (FCC/TRE-AP/AJAA/2015) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o


país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Se, antes de entrar a lei em vigor,
ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, este prazo
a) começará a correr da nova publicação.
b) não será interrompido, continuando a correr normalmente, tendo me vista que a nova publi-
cação ocorreu apenas para correção.
c) será contando em dobro, independente da data da nova publicação.
d) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze primeiros dias da
primeira publicação.
e) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze últimos dias da
primeira publicação.

O enunciado da questão aborda a hipótese de correção a texto de lei durante o prazo de vacatio
legis. Sendo assim, devemos recorrer ao art. 1º, § 3º da LINDB.

Art. 1º, § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
Letra a.

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017. (FCC/TRT-9ª REGIÃO/AJAJ/2015) No Direito Civil, a lei nova


a) tem efeito imediato, mas deve respeitar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito
adquirido, incluindo os negócios sujeitos a termo.
b) retroage para beneficiar a parte hipossuficiente.
c) tem efeito imediato, produzindo efeitos a partir da publicação, ainda que estabeleça prazo
de vacatio legis.
d) tem efeito imediato apenas quando se tratar de norma processual.
e) não pode atingir a expectativa de se adquirir um direito.

Questão simples com base no caput do art. 6º da LINDB.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito ad-
quirido e a coisa julgada.
Letra a.

018. (FCC/TRE-AP/AJAA/2015) Considere:


I – A Lei X revogou expressamente a Lei Y. Salvo disposição em contrário, se a lei X perder a
sua vigência, a Lei Y será restaurada.
II – A Lei Z regulou inteiramente a matéria de que trata a lei anterior W. Neste caso, ocorreu a
revogação da Lei W.
III – A Lei H estabeleceu disposições gerais a par das já existentes na lei F. Neste caso, a Lei H
não revogou a lei anterior F.
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, está correto o que
se afirma em
a) II, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.

I – Errada. Sabemos que, em regra, a repristinação não deve ocorrer. Sendo assim, se a Lei X
revoga expressamente a Lei Y, salvo disposição em contrário, se a lei X perder a sua vigência,
a Lei Y não será restaurada.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.

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II – Certa. A afirmativa descreve a revogação global prevista no art. 2º, § 1º da LINDB.

Art. 2º, § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

III – Certa. A afirmativa trata do princípio da conciliação previsto no art. 2º, § 2º da LINDB.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.
Letra e.

019. (FCC/TRF-5ª REGIÃO/AJOJ/2018) Suponha que venha a ser editada, sancionada e pro-
mulgada lei alterando dispositivos do Código Civil. Nesse caso, de acordo com a Lei de In-
trodução às normas do Direito Brasileiro, a nova lei começará a vigorar em todo o País, salvo
disposição em contrário,
a) 30 dias depois de oficialmente publicada.
b) 45 dias depois de oficialmente publicada.
c) 90 dias depois de oficialmente publicada.
d) 180 dias depois de oficialmente publicada.
e) na data da sua publicação oficial.

Questão com fundamento no art. 1º da LINDB.

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.
Letra b.

020. (FCC/TCM-GO/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Em relação à lei, é


correto afirmar:
a) Como regra geral, a lei revogada restaura-se por ter a lei revogadora perdido a vigência.
b) Como regra geral, a lei começa a vigorar em todo o país imediatamente após sua publica-
ção oficial.
c) As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
d) O desconhecimento da lei é justificativa legítima para seu descumprimento.
e) Quando a lei brasileira for admitida no exterior, sua vigência inicia-se seis meses depois de
oficialmente publicada.

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a) Errada. Como regra, segundo o art. 2º, § 3º da LINDB, a repristinação não deve ocorrer. Ou
seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

Art. 2º, § 3º disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido
a vigência.

b) Errada. Vejamos o art. 1º da LINDB que trata do prazo de vacatio legis e do princípio da vi-
gência sincrônica.

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.

c) Certa. A assertiva está de acordo com o art. 1º, § 4º da LINDB.

Art. 1º, § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

d) Errada. A assertiva está em desacordo com o princípio da obrigatoriedade previsto no art.


3º da LINDB.

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

e) Errada. Segundo o art. 1º, § 1º da LINDB o prazo nos Estados Estrangeiros é de 3 meses.

Art. 1º, § 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia
três meses depois de oficialmente publicada.
Letra c.

021. (FCC/PGE-MT/PROCURADOR/2016) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do


Direito Brasileiro, a lei nova possui efeito
a) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o
ato jurídico perfeito e o direito adquirido, incluindo o negócio jurídico sujeito a termo ou sob
condição suspensiva.
b) retroativo, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o
ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual não se equiparam, para fins de direito inter-
temporal, o negócio jurídico sujeito a termo ou sob condição suspensiva.
c) retroativo, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o
ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual se equipara, para fins de direito intertemporal,
o negócio jurídico sujeito a termo, porém não o negócio jurídico sob condição suspensiva.

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d) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, ainda que se caracterizem como coisa jul-
gada, ato jurídico perfeito ou direito adquirido.
e) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o
ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual se equiparam as faculdades jurídicas e as
expectativas de direito.

Analisando o art. 6º da LINDB, percebemos que a lei, em regra, é irretroativa, devendo ser ex-
pedida para disciplinar fatos futuros. Entretanto, a retroatividade da lei pode ocorrer excepcio-
nalmente para fatos pendentes, desde que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e
a coisa julgada.
Sobre o negócio jurídico sujeito à termo ou sob condição suspensiva, temos o conceito de di-
reito adquirido (art. 6º, § 2º da LINDB).
Letra a.

022. (FCC/TRE-SP/AJAJ/2017) André adquiriu um terreno onde pretendia construir uma fá-
brica de tintas. Na época da aquisição, não havia lei impedindo esta atividade na região em que
se localizava o terreno. Passado o tempo, porém, antes de André iniciar qualquer construção,
sobreveio lei impedindo o desenvolvimento de atividades industriais naquela área, por razões
ambientais. A lei tem efeito
a) imediato e atinge André, que não tem direito adquirido ao regime jurídico anterior a
seu advento.
b) retroativo e atinge André, por tratar de questão de ordem pública.
c) imediato, mas não atinge André, que possui direito adquirido ao regime jurídico anterior a
seu advento.
d) retroativo, mas não atinge André, que possui direito adquirido ao regime jurídico anterior a
seu advento.
e) retroativo mas não atinge André, por tratar de direito disponível.

Como André não tinha direito adquirido, a lei irá atingi-lo causando a proibição de construir a
fábrica de tintas por se tratar de um fato pendente.
O fundamento está no art. 6º da LINDB.
Letra a.

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023. (FCC/TCM-GO/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Considere a seguinte afirmação: “a


lei que permite o mais, permite o menos; a que proíbe o menos proíbe o mais”. São elas exem-
plos de interpretação legal
a) doutrinária.
b) lógico-sistemática.
c) autêntica ou legislativa.
d) sociológica ou teleológica
e) gramatical ou literal.

O enunciado da questão apresenta uma situação que busca apurar o sentido e a finalidade da
norma, a intenção do legislador, através de raciocínios lógicos, com abandono dos elementos
puramente verbais. Sendo assim, verifica-se a interpretação lógico-sistemática.
Letra b.

024. (FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2015) Em caso de conflito de


leis no tempo, considera-se que o herdeiro, em relação aos bens de propriedade de pessoa
viva, possui
a) apenas expectativa de direito, que não se equipara a direito adquirido.
b) direito sob condição suspensiva, o qual se equipara a direito adquirido.
c) direito a termo, o qual se equipara a direito adquirido.
d) expectativa de direito qualificada, a qual se equipara a direito adquirido.
e) direito sob condição suspensiva, o qual não se equipara a direito adquirido.

Como estamos falando dos bens de uma pessoa que ainda está viva, o herdeiro possui mera
expectativa de direito, pois ainda não pode ser exercido.
Letra a.

025. (FCC/TRT-23ª REGIÃO/AJOJ/2016) Janete é filha de Gildete, que possui muitos bens.
Considerar-se-á, em caso de conflito de leis no tempo, que Janete possui, em relação à futura
herança de Gildete, que ainda está viva,
a) direito sob condição suspensiva, que se equipara a direito adquirido.
b) mera expectativa de direito.
c) direito adquirido.
d) direito sob condição suspensiva, que não se equipara a direito adquirido.
e) direito a termo, inalterável ao arbítrio de Gildete, que se equipara a direito adquirido.

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Questão semelhante à anterior.


Como estamos falando dos bens de uma pessoa que ainda está viva, o herdeiro possui mera
expectativa de direito, pois ainda não pode ser exercido.
Letra b.

026. (FCC/TRT-23ª REGIÃO/AJAJ/2016) Objetivando construir uma casa, Cássio adquiriu


terreno no qual existe um pequeno riacho. Depois da aquisição, entrou em vigor lei proibindo
a construção em terrenos urbanos nos quais haja qualquer tipo de curso d’água. Referida lei
possui efeito
a) imediato, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se sobrepõe ao direito adquirido.
b) retroativo, por tratar de meio ambiente, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública
não se sobrepõe ao direito adquirido.
c) imediato, atingindo Cássio, porque este não possui direito adquirido.
d) retroativo, por tratar de meio ambiente, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se
sobrepõe ao direito adquirido.
e) imediato, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública não se sobrepõe ao direito
adquirido.

Se Cassio já tivesse construído e a lei ao entrar em vigor proibisse novas construções, estaria
configurado o direito adquirido. Entretanto, como a construção ainda não havia sido feita, a
nova lei irá atingi-lo.
Letra c.

027. (FCC/TCE-CE/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Considere o seguinte


texto de Amílcar de Castro: Denomina-se retorno certo modo de interpretar as normas de direi-
to internacional privado que leva à consequência de substituir-se o sistema nacional por siste-
ma estrangeiro. Não se trata de questão de direito internacional privado, mas de hermenêutica
jurídica, conjunto de regras de interpretação das leis (Direito Internacional Privado −1º volume
− pag. 277 − Edição Revista Forense, 1956).
Sobre esse tema, a lei brasileira
a) admite em certas circunstâncias e em outras proíbe o retorno.
b) é omissa.
c) proíbe o retorno.
d) permite o retorno em qualquer circunstância.
e) só permite o retorno quando em razão dele for beneficiado cidadão brasileiro ou pessoa
jurídica brasileira.

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Inicialmente cabe mencionar que esta questão apresenta um extremo nível de dificuldade. A
base da sua solução está no art. 16 da LINDB que consagra a teoria do retorno ou reenvio.

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á
em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.

A Teoria do Reenvio, também conhecida como Teoria do Retorno ou da Devolução é uma forma
de interpretação de normas do Direito Internacional Privado, de forma que haja substituição
da lei nacional pela lei estrangeira, de modo pelo qual seja desprezado o elemento de conexão
da ordenação nacional, dando preferência ao apontado pelo ordenamento jurídico estrangeiro.
Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer problemas nas interpretações de ordem interna-
cional, servindo como meio importante de resolução de conflitos, e sempre que for necessário
que o juiz aplique direito estrangeiro.
Resumidamente, o reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma material da regra de
conexão e aplica o direito internacional privado estrangeiro para chegar à nova norma material,
geralmente de âmbito nacional.
O reenvio pode ser dividido em 3 graus, o de primeiro grau que basicamente consiste em dois
países, onde o primeiro remete uma legislação ao segundo país, que por sua vez reenvia ao pri-
meiro; o reenvio de segundo grau compõe-se por três países, onde o primeiro envia sua legisla-
ção ao segundo que a reenvia ao terceiro; e por último, o reenvio de terceiro grau, formato por
quatro países, no qual o primeiro remete a legislação ao segundo, que por sua vez encaminha
ao terceiro e finalmente reenvia ao quarto.
Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de aplicar o retorno ou reenvio, ca-
bendo apenas a aplicação do Direito Internacional Privado brasileiro para determinar o direito
material cabível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do reenvio.
Letra c.

028. (FCC/SEFAZ-RJ/AUDITOR-FISCAL/2014) A Lei n. 11.441, de 04/01/2007, deu nova re-


dação ao art. 983 do Código de Processo Civil, estabelecendo que o processo de inventário
e partilha deve ser aberto dentro de sessenta (60) dias a contar da abertura da sucessão. O
art. 1796 do Código Civil em vigor, cuja redação não foi alterada por aquela lei, dispõe que no
prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio
hereditário.
Considerando o que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
a) o art. 1.796 do Código Civil foi revogado expressamente com a nova redação do art. 983 do
Código de Processo Civil.
b) o art. 1.796 do Código Civil sofreu revogação tácita.

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c) o art. 983 do Código de Processo Civil e o art. 1796 do Código Civil vigoram concomitante-
mente, embora dispondo de maneira diversa sobre a mesma matéria.
d) o art. 1.796 do Código Civil não foi revogado, porque só se admitiria sua revogação expres-
sa, por se tratar de regra inserida em um Código.
e) a nova redação do art. 983 do Código de Processo Civil só entrará em vigor depois de tam-
bém ser modificada a redação do art. 1.796 do Código Civil.

Inicialmente a questão pode parecer difícil por mencionar o Código de Processo Civil (CPC).
Entretanto, basta você observar que uma determinada lei (Código Civil) tratava do processo
de inventário estabelecendo um prazo de 30 dias e, em 2007, uma nova lei alterou o prazo
para 60 dias.
Sendo assim, podemos concluir que o Código Civil sofreu uma revogação tácita.
Letra b.

029. (FCC/TJ-AP/AJAJ/2014) A lei começa a vigorar, salvo disposição em contrário,


a) trinta dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.
b) quarenta e cinco dias depois de promulgada, não produzindo efeitos enquanto não estiver
efetivamente em vigor.
c) quarenta e cinco dias depois de publicada, não produzindo efeitos enquanto não estiver
efetivamente em vigor.
d) quarenta e cinco dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.
e) quarenta e cinco dias depois de promulgada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.

A questão tem como fundamento o art. 1º da LINDB que trata do prazo de vacatio legis e do
princípio da vigência sincrônica.

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.

Deve-se ter atenção em dois pontos:


• O prazo de vacatio legis começa a partir da publicação e não da promulgação; e
• Durante o vacatio legis a lei ainda não produz efeitos, por não ter obrigatoriedade.

Letra c.

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030. (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Publicada uma lei considerada de or-


dem pública, se, durante o período de sua vacatio, realizar-se negócio jurídico que por ela foi
proibido, ele será
a) inexistente, por contrariar a ordem pública.
b) anulável, por configurar dolo bilateral.
c) nulo, por fraudar lei imperativa.
d) válido, porque a lei nova ainda não está em vigor.
e) ineficaz, por caracterizar abuso do direito.

Utilizando os comentários da questão anterior, durante o vacatio legis a lei ainda não produz
efeitos, por não ter obrigatoriedade. Sendo assim, continua valendo a lei antiga.
Letra d.

031. (FCC/TRT-16ª REGIÃO/AJAJ/2014) Uma lei foi elaborada, promulgada e publicada. Por
não conter disposição em contrário, entrará em vigor 45 dias depois de oficialmente publica-
da, data que cairá no dia 18 de abril, feriado (sexta-feira da paixão de Cristo); dia 19 de abril é
sábado; dia 20 de abril é domingo; dia 21 de abril é feriado (Tiradentes). Essa lei entrará em
vigor no dia
a) 19 de abril.
b) 21 de abril.
c) 20 de abril.
d) 22 de abril.
e) 18 de abril.

Não há qualquer impedimento para a lei iniciar a sua vigência em dia de feriado, sábado ou
domingo. Sendo assim, ela entrará em vigor no dia 18 de abril.
Letra e.

032. (FCC/TST/AJAJ/2017) João, nascido na Espanha, naturalizou-se italiano, casou-se na


França e estabeleceu domicílio único no Brasil, juntamente com sua esposa. Nesse caso, de
acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, serão definidas pela lei do
Brasil as regras sobre
a) o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
b) a capacidade e os direitos de família, enquanto as regras sobre o nome serão definidas pela
lei da Espanha.
c) o nome, a capacidade e os direitos de família, enquanto as regras sobre o começo e o fim da
personalidade serão definidas pela lei da Itália.

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d) o começo e o fim da personalidade, o nome e a capacidade, enquanto as regras sobre os


direitos de família serão definidas pela lei da França.
e) o começo e o fim da personalidade, enquanto as regras sobre a capacidade serão definidas
pela lei da Itália.

A questão tem como fundamento o art. 7º da LINDB:

Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Letra a.

033. (FCC/TRT-24ª REGIÃO/AJOJ/2017) Sobre a Lei de Introdução às normas do Direito


Brasileiro, NÃO é requisito essencial para a sentença proferida no estrangeiro ser executa-
da no Brasil
a) a homologação pelo Supremo Tribunal Federal.
b) a tradução por intérprete autorizado.
c) o trânsito em julgado para as partes.
d) a citação regular das partes ou verificação legal da ocorrência da revelia.
e) a prolação por juiz competente.

A questão tem como fundamento o art. 15 da LINDB:

Art. 15, LINDB. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar
em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

Entretanto, devemos combiná-lo com o art. 105, I, i da CF, introduzido pela EC 45/2004:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias.

Dessa forma, a homologação da sentença proferida no estrangeiro é competência do STJ e


não do STF.
Letra a.

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034. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA-PI/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/2016) A Lei de


Introdução às Normas de Direito Brasileiro estabelece que a lei do país em que domiciliada a
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e
os direitos de família. Outrossim, estabelece que
I – Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do
último domicílio conjugal.
II – O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes
domicílio, e, se este for diverso, à do último domicílio conjugal.
III – O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou
consulares do país de ambos os nubentes.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I.
b) I e II.
c) II e III.
d) III.
e) I e III.

I – Errada. De acordo com o art. 7º, § 3º da LINDB, tendo os nubentes domicílio diverso, regerá
os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
II – Errada. De acordo com o art. 7º, § 4º da LINDB, o regime de bens, legal ou convencional,
obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primei-
ro domicílio conjugal.
III – Certa. Em conformidade com o com o art. 7º, § 2º da LINDB.
Letra d.

035. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA-PI/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/2016) Alterada


uma lei, durante o prazo de vacatio legis da lei nova, aplica-se
a) o Código Civil, apenas.
b) a lei alterada.
c) a lei que for escolhida pelo Magistrado, de acordo com seu livre convencimento e poder
de arbítrio.
d) a lei mais benéfica.
e) a lei nova publicada antes da alteração.

Durante o prazo de vacatio legis a lei nova ainda não se tornou obrigatória, aplicando-se a lei
antiga (alterada) nesse período.
Letra b.

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036. (FCC/TRE-SE/AJAA/2015) A Lei nova “A” estabeleceu disposições gerais a par das já
existentes. A Lei nova “B” estabeleceu disposições especiais a par das já existentes. Nestes
casos, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
a) as Leis “A” e “B” não revogam e nem modificam a lei anterior.
b) as Leis “A” e “B” revogam e modificam a lei anterior.
c) apenas a Lei “B” revoga e modifica a lei anterior.
d) apenas a Lei “A” revoga e modifica a lei anterior.
e) as Leis “A” e “B” não revogam a lei anterior, mas a modificam.

A questão trata do princípio da conciliação previsto no art. 2º, § 2º da LINDB.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.

Letra a.

037. (FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR-FISCAL/2018) Diante do advento de uma nova lei que não


apresente qualquer disposição a respeito do início de sua vigência,
a) haverá período de vacatio legis pelo prazo de noventa dias depois de oficialmente publicada.
b) não haverá período de vacatio legis, passando a lei a ter eficácia imediata.
c) a lei será nula, uma vez que a disposição a respeito da vacatio legis é requisito de vali-
dade da lei.
d) haverá período de vacatio legis pelo prazo de quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicada.
e) haverá período de vacatio legis pelo prazo de um ano depois de oficialmente publicada.

1º da LINDB que trata do prazo de vacatio legis e do princípio da vigência sincrônica.

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.

Letra d.

038. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRABA-


LHO/2019) Maria soube da promulgação da Lei n. 123 e ficou preocupada com a possibilidade
de que pudesse ser afetada a propriedade de determinado veículo automotor já incorporado à
sua esfera jurídica em momento anterior.

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Seu advogado tranquilizou-a, informando que o seu direito estava protegido pela “coisa julga-
da”, o que significa dizer que
a) houve uma decisão judicial em benefício de Maria, da qual não cabia mais recurso.
b) o direito de Maria estava materializado em uma “coisa”, que foi objeto de julgamento.
c) a Lei n. 123 não seria aplicada a “coisas”, somente a pessoas.
d) houve um julgamento que afastou as “coisas” do alcance da Lei n. 123.
e) a Lei n. 123 somente poderia modificar a decisão judicial que beneficiou Maria caso o pre-
visse expressamente.

Em conformidade com o art. 6º, § 3º da LINDB, chama-se coisa julgada ou caso julgado a de-
cisão judicial de que já não caiba recurso.
Letra a.

039. (FGV/PGE-RO/TÉCNICO DA PROCURADORIA/2015) De acordo com o que é apontado


na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro, é correto afirmar que:
a) as correções de texto de lei em vigor não se consideram lei nova;
b) reputa-se direito adquirido o direito consumado segundo a lei vigente ao tempo em que
se efetuou;
c) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, a
equidade e os princípios gerais de direito;
d) ninguém se escusa de cumprir a lei, salvo alegando que não a conhece;
e) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido
a vigência.

a) Errada. A assertiva está em desacordo com o art. 1º, § 4º da LINDB.

Art. 1º, § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

b) Errada. A assertiva apresenta a definição de ato jurídico perfeito e não de direito adquirido.
Vejamos os §§ 1º e 2º do art. 6º da LINDB.

Art. 6º, § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que
se efetuou.
Art. 6º, § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.

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c) Errada. Apesar de a doutrina considerar a equidade como um mecanismo de integração do


ordenamento jurídico, perceba que o enunciado da questão faz expressa referência à Lei de
Introdução às Normas de Direito Brasileiro. Sendo assim, devemos considerar a previsão do
art. 4º da LINDB e lembrar que a equidade é citada no Novo Código de Processo Civil.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.

d) Errada. A assertiva está em desacordo com o princípio da obrigatoriedade previsto no art.


3º da LINDB.

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

e) Certa. Em consonância com o art. 2º, § 3º da LINDB, a repristinação, em regra, não deve
ocorrer. Ou seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.
Letra e.

040. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Sobre o conflito de leis


no tempo, é correto afirmar que:
a) a revogação tácita equivale à repristinação;
b) a lei especial não revoga a lei geral anterior;
c) não é admitida a derrogação expressa;
d) o efeito repristinatório é admitido em todas as leis;
e) a ab-rogação das leis é defesa pelo ordenamento jurídico.

a) Errada. A revogação tácita diz respeito a uma lei que perde a vigência, ao passo que a repris-
tinação representa a “ressurreição” de uma lei no ordenamento jurídico. São institutos comple-
tamente diferentes.
b) Certa. A afirmativa trata do princípio da conciliação previsto no art. 2º, § 2º da LINDB.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.

c) Errada. A derrogação (revogação parcial de uma lei) pode ser expressa ou tácita.
d) Errada. Como regra a repristinação não é admitida, salvo disposição expressa em contrário.
e) Errada. O ordenamento jurídico admite tanto a revogação parcial (derrogação) como a revo-
gação total (ab-rogação).
Letra b.

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(CEBRASPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2018) Julgue os itens a seguir,


à luz da Lei de Introdução ao Código Civil — Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

041. Se a lei não dispuser em sentido diverso, a sua vigência terá início noventa dias após a
data de sua publicação.

Segundo o art. 1º da LINDB, se não houver disposição em contrário, a vigência da lei, no país,
terá início 45 dias depois de ser oficialmente publicada. Ou seja, o prazo de noventa dias está
errado, sendo aplicável apenas no estrangeiro quando a lei brasileira for admitida.
Errado.

042. Lei em vigor tem efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito ad-
quirido e a coisa julgada.

A assertiva reproduz o art. 6º, caput, da LINDB que assevera o princípio da irretroatividade.
Certo.

043. O intervalo temporal entre a publicação e o início de vigência de uma lei denomina-se
vacatio legis.

As leis de grande repercussão na sociedade precisam de um determinado tempo para serem


conhecidas. Esse período é denominado de vacatio legis e começa a contar no dia seguinte ao
da publicação da lei até o dia anterior ao do início da vigência.
Certo.

044. O prazo de vacatio legis se aplica às leis, aos decretos e aos regulamentos.

O prazo de vacatio legis é aplicável às leis.


Os atos normativos administrativos (decretos, resoluções, portarias, instruções normativas,
regimentos, regulamentos etc.) entram em vigor na data de sua publicação no órgão oficial de
imprensa, conforme determina o art. 5º do Decreto n. 572, de 12 de julho de 1890, não sendo
aplicável a regra geral da LINDB.
Errado.

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045. (CEBRASPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) De acordo com a LINDB, no tocan-


te ao fenômeno da repristinação, salvo disposição em contrário, a leia) nova que estabeleça
disposições gerais a respeito de outras já existentes não revogará leis anteriores.
b) revogada voltará a vigorar se a lei que a revogou for declarada inconstitucional em con-
trole difuso.
c) revogada não se restaurará se a lei revogadora perder a vigência.
d) nova que estabeleça disposições especiais a respeito de outras já existentes não revogará
leis anteriores.
e) nova revogará a anterior se regular inteiramente a mesma matéria.

a) Errada. A assertiva trata do princípio da conciliação e não da repristinação.


b) Errada. A assertiva trata do efeito repristinatório decorrente do controle de constitucionali-
dade e não da repristinação abordada no art. 2º, § 3º da LINDB.
c) Certa. Em conformidade com o art. 2º, § 3º da LINDB.
d) Errada. A assertiva também trata do princípio da conciliação e não da repristinação.
e) Errada. A assertiva também trata da revogação global e não da repristinação.
Letra c.

046. (CEBRASPE/TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) De acordo


com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
a) o princípio da obrigatoriedade das leis é incompatível com o instituto do erro de direito.
b) em relação à eficácia da lei no tempo, a retroatividade de uma lei no ordenamento jurídico
será máxima.
c) adota-se, quanto à eficácia da lei no espaço, o princípio da territorialidade mitigada.
d) em caso de omissão da lei, o juiz decidirá o caso de acordo com as regras de experiência.
e) será admitida correção de texto legal apenas antes de a lei entrar em vigor.

a) Errada. O princípio da obrigatoriedade das leis está consagrado no art. 3º da LINDB. Entre-
tanto, este princípio não é absoluto tendo como exemplo de exceção o art. 8º da Lei de Con-
travenções Penais.

Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode
deixar de ser aplicada.

b) Errada. Segundo o art. 6º da LINDB, em regra, a lei não retroage, tendo efeito imediato e ge-
ral, salvo disposição expressa em contrário.

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Com relação à retroatividade, Maria Helena Diniz a divide em:


• Retroatividade mínima: a nova lei atinge apenas os fatos e efeitos futuros, não alcançan-
do os fatos e atos consumados ou com efeitos pendentes;
• Retroatividade média: a nova lei não alcança os atos ou fatos já consumados, mas atin-
ge seus efeitos pendentes;
• Retroatividade máxima: a nova lei retroage para atingir os fatos e os atos já consuma-
dos: ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

No Brasil, aplica-se a retroatividade mínima, mas é possível estabelecer de forma expressa na


lei, a retroatividade média ou máxima.
c) Certa. Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras
do Estado que a promulgou (territorialidade). Entretanto, visando facilitar as relações internacio-
nais, é comum, em algumas situações, ser admitida a aplicação de leis estrangeiras dentro do
território nacional e de leis nacionais dentro do território estrangeiro (extraterritorialidade).
Desta forma, pelo fato do princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no
Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada ou mitigada.
d) Errada. Em caso de omissão da lei, o juiz decidirá o caso utilizando os mecanismos de integra-
ção do ordenamento jurídico que são a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
e) Errada. O texto legal pode ser corrigido antes da lei entrar em vigor, hipótese que teremos um
novo prazo de vacatio legis, ou após a lei já estar em vigência, quando teremos uma nova lei.
Letra c.

(CEBRASPE/TRF-1ª REGIÃO/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2018) Acerca da


vigência, aplicação, interpretação e integração das leis bem como da sua eficácia no tempo e
no espaço, julgue os itens a seguir.

047. Admite-se o costume contra legem como instrumento de integração das normas.

Os costumes podem ser de três tipos: secundum legem, contra legem e praeter legem.
É utilizado como mecanismo de integração de ordenamento jurídico o costume praeter legem.
Errado.

048. A vigência das leis pode ocorrer de forma temporária ou por tempo indeterminado.

Em regra, as leis possuem efeito permanente, isto é, vigência por prazo indeterminado, excetuan-
do-se as leis com vigência temporária, que possuem data certa para “morrer” (perder a vigência).
Certo.

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049. Derrogação é o fenômeno que ocorre quando há revogação total de uma lei.

Derrogação é o fenômeno que ocorre quando há revogação parcial de uma lei. A revogação
total da lei é chamada de ab-rogação.
Errado.

050. (CEBRASPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2017) A continuidade de aplicação de lei


já revogada às relações jurídicas civis consolidadas durante a sua vigência caracteriza
a) a aplicação do princípio da segurança jurídica.
b) a ultratividade da norma.
c) a represtinação da norma.
d) o princípio da continuidade normativa.
e) a supremacia da lei revogada.

Por ultratividade devemos entender a capacidade de uma lei, após ser revogada (perder a vi-
gência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja,
ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária, mesmo após
a lei não mais estar em vigor (falta de vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter
eficácia).
Letra b.

051. (CEBRASPE/TRE-RS/AJAA/2015) Com base na Lei de Introdução às Normas de Direito


Brasileiro, assinale a opção correta.
a) Sempre que uma lei for revogada por outra lei, e a lei revogadora também for revogada, a
lei inicialmente revogada volta a ter vigência, em um instituto jurídico denominado de ultrativi-
dade da lei.
b) Haverá repristinação quando uma norma revogada, mesmo tendo perdido a sua vigência, for
aplicada para reger situações ocorridas à época de sua vigência.
c) Denomina-se vacatio legis o espaço de tempo compreendido entre a data da publicação da
lei e a data da sua revogação.
d) Uma norma jurídica pode ser expressa ou tacitamente revogada. Diz-se que há revogação
expressa quando a lei nova declarar, em seu texto, o conteúdo da lei anterior que pretende re-
vogar, enquanto que a revogação tácita ocorre sempre que houver incompatibilidade entre a lei
nova e a antiga, pelo fato de a lei nova regular a matéria tratada pela anterior.
e) Segundo a legislação vigente, a norma jurídica tem vigência por tempo indeterminado e
vigora até que seja revogada por outra lei. O ordenamento jurídico brasileiro não reconhece
norma com vigência temporária.

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a) Errada. A afirmativa possui duas incorreções. Primeiramente a lei inicialmente revogada, em


regra, não volta a ter vigência. Posteriormente o instituto jurídico é chamado de repristinação
e não de ultratividade.
b) Errada. O conceito abordado na assertiva é de ultratividade e não de repristinação.
c) Errada. Vacatio legis o espaço de tempo compreendido entre a data da publicação da lei e a
data do início de sua vigência.
d) Certa. A assertiva está de acordo com o art. 2º, § 1º da LINDB e os conceitos doutrinários
que regem o assunto.

Art. 2º, § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

e) Errada. A assertiva trata do princípio da continuidade. A primeira parte da afirmativa está


perfeita. Entretanto, a segunda parte apresenta uma incorreção ao mencionar que o ordena-
mento jurídico brasileiro não reconhece norma com vigência temporária. A Lei Orçamentária
Anual (LOA) é um exemplo de lei com vigência temporária.
Letra d.

052. (CEBRASPE/TCE-PR/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2016) Em relação à


Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção correta.
a) Em regra, aceita-se o fenômeno da repristinação no ordenamento jurídico brasileiro.
b) Celebrado contrato no período de vigência de determinada lei, qualquer dos contratantes
poderá invocar a aplicação de lei posterior que lhes for mais benéfica.
c) Não se admite no ordenamento jurídico pátrio a chamada integração normativa, ainda que
para preencher eventuais lacunas do ordenamento.
d) Publicada lei para corrigir texto de lei publicado com incorreção, não haverá novo prazo de
vacatio legis, se a publicação ocorrer antes da data em que a lei corrigida entraria em vigor.
e) autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para o conhecimento de ações
que discutam a validade de hipoteca que recai sobre bens imóveis situados no Brasil, ainda
que as partes residam em país estrangeiro.

a) Errada. Como regra, segundo o art. 2º, § 3º da LINDB, a repristinação não deve ocorrer. Ou
seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.

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b) Errada. O contrato celebrado no período da vigência de determinada lei é considerado um


ato jurídico perfeito não lhe sendo aplicável a lei posterior, conforme prevê o art. 6º, caput,
da LINDB.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adqui-
rido e a coisa julgada.

c) Errada. A integração normativa para preencher eventuais lacunas do ordenamento deve se-
guir as regras do art. 4º da LINDB.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.

d) Errada. A assertiva trata da hipótese de correção a texto de lei durante o prazo de vacatio
legis. Sendo assim, devemos recorrer ao art. 1º, § 3º da LINDB.

Art. 1º, § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

e) Certa. Em se tratando de bens imóveis, deve-se aplicar a lei do local em que se situam. Sen-
do assim, se o imóvel está situado no Brasil, a competência para julgar as ações que tenham
tal objeto é da autoridade judiciária brasileira.

Art. 12, § 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis
situados no Brasil.
Letra e.

053. (CEBRASPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2015) A respeito das


pessoas naturais e jurídicas, dos fatos e negócios jurídicos e do disposto na Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro, julgue o seguinte item.
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro prevê, em ordem preferencial e taxativa,
como métodos de integração do direito, a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.

A questão trata da integração normativa para preencher eventuais lacunas do ordenamento


deve seguir as regras do art. 4º da LINDB.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.

Certo.

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054. (CEBRASPE/TRE-PI/AJAJ/2016) O aplicador do direito, ao estender o preceito legal aos


casos não compreendidos em seu dispositivo, vale-se da
a) interpretação teleológica.
b) socialidade da lei.
c) interpretação extensiva.
d) analogia.
e) interpretação sistemática.

A Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da lei, ou
seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas
que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional.
Letra d.

055. (CEBRASPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Se, ao interpretar a lei, o ma-


gistrado concluir que a impenhorabilidade do bem de família deve resguardar o sentido
amplo da entidade familiar, abrangendo, além dos imóveis do casal, também os imóveis
pertencentes a pessoas solteiras, separadas e viúvas, ainda que estas não estejam citadas
expressamente no texto legal, essa interpretação, no que se refere aos meios de interpreta-
ção, será classificada como
a) sistemática.
b) histórica.
c) jurisprudencial.
d) teleológica.
e) lógica.

Perceba que no enunciado da questão o examinador menciona que, pela interpretação da lei, a
impenhorabilidade do bem de família tem relação com a entidade familiar.
Em um segundo momento a interpretação se estende às pessoas solteiras, separadas e viú-
vas, ou seja, a interpretação beneficiou toda a sociedade.
Concluímos tratar-se de uma interpretação sociológica ou teleológica.
Letra d.

056. (CEBRASPE/TRT-8ª REGIÃO/AJAJ/2016) Assinale a opção correta, em relação à classi-


ficação e à eficácia das leis no tempo e no espaço.
a) Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territorialidade moderada,
que permite, em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada dentro de território brasileiro.
b) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), em regra, a lei
revogada é restaurada quando a lei revogadora perde a vigência.

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c) Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia de vontade,
de forma que as partes podem, de comum acordo, afastar a imperatividade das leis denomi-
nadas cogentes.
d) A lei entra em vigor somente depois de transcorrido o prazo da vacatio legis, e não com sua
publicação em órgão oficial.
e) Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modificar ou re-
vogar, podendo a revogação ocorrer pela derrogação, que é a supressão integral da lei, ou pela
ab-rogação, quando a supressão é apenas parcial.

a) Certa. Vimos que toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço
pelas fronteiras do Estado que a promulgou (territorialidade). Entretanto, visando facilitar as
relações internacionais, é comum, em algumas situações, ser admitida a aplicação de leis
estrangeiras dentro do território nacional e de leis nacionais dentro do território estrangeiro
(extraterritorialidade). Desta forma, pelo fato do princípio da territorialidade não ser absoluto,
fica consagrado no Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada.
b) Errada. Como regra, segundo o art. 2º, § 3º da LINDB, a repristinação não deve ocorrer. Ou
seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.

c) Errada. A lei cogente imperativa é aquela que ordena um certo comportamento e não pode
ser modificada pela vontade das partes.
d) Errada. O prazo de vacatio legis não é obrigatório, ou seja, ele pode existir ou não.
e) Errada. A derrogação é a supressão parcial da lei, ao passo que a ab-rogação é a supressão total.
Letra a.

057. (CEBRASPE/TJ-DFT/JUIZ SUBSTITUTO/2014) Considerando as disposições da Lei de


Introdução às Normas do Direito Brasileiro e a posição doutrinária a respeito da interpretação
dessas normas, assinale a opção correta.
a) Uma lei nova que estabeleça disposições gerais revoga leis especiais anteriores dedicadas
à mesma matéria.
b) No ordenamento jurídico brasileiro, admite-se a repristinação tácita.
c) Entre as fontes de interpretação das normas, considera-se autêntica a interpretação realiza-
da pelos próprios tribunais.
d) A utilização dos costumes como método de integração das normas de direito material de-
pende de expressa previsão legal.
e) A lei do país de origem do falecido estrangeiro poderá ser utilizada para regular a sucessão
de seus bens localizados no Brasil.

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a) Errada. A assertiva está em desacordo com o princípio da conciliação.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.

b) Errada. A repristinação somente pode ocorrer de forma expressa.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.

c) Errada. A interpretação realizada pelos próprios tribunais é a jurisprudencial.


d) Errada. O que depende de expressa previsão legal é a equidade.
e) Certa. Como regra, Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos
bens, menciona que a sucessão por morte obedece a lei do país em que domiciliado o defunto.

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto
ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

Ou seja, se um alemão, domiciliado no Brasil, vier a falecer, deverá a lei brasileira reger a suces-
são de seus bens.
Entretanto, existem situações excepcionais, como a prevista no art. 10, § 1º da LINDB.

§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em bene-
fício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

Sendo assim, se a lei da Alemanha for mais benéfica para o cônjuge ou filhos brasileiros, a lei
alemã deverá ser utilizada.
Letra e.

No que se refere aos dispositivos da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigên-
cia, aplicação, interpretação e integração das leis, julgue os seguintes itens.

058. (CEBRASPE/TJ-SE/TJAJ/2014) A interpretação teleológica consiste na análise da nor-


ma de forma contextual, com a comparação entre os dispositivos do próprio texto legal e ou-
tros diplomas normativos.

A assertiva trata da interpretação sistemática e não da interpretação teleológica.


Errado.

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059. (CEBRASPE/TJ-SE/TJAJ/2014) A Lei Federal n.º 12.376/2010 renomeou a Lei de Intro-


dução ao Código Civil para Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, mas não fez
quaisquer alterações relativas às normas de interpretação, vigência e aplicação das leis.

A lei 12.376/2010 alterou apenas a ementa do Decreto-Lei 4.657/42, antes conhecido como
LICC, Lei de Introdução ao Código Civil, passando a denominá-lo Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro.
Certo.

060. (CEBRASPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ/2017) A continuidade de aplicação de lei já revogada


às relações jurídicas civis consolidadas durante a sua vigência caracteriza
a) a aplicação do princípio da segurança jurídica.
b) a ultratividade da norma.
c) a represtinação da norma.
d) o princípio da continuidade normativa.
e) a supremacia da lei revogada.

Por ultratividade devemos entender a capacidade de uma lei, após ser revogada (perder a vi-
gência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor.
Letra b.

061. (CEBRASPE/TRT-7ª REGIÃO/AJAJ/2017) Conforme a Lei de Introdução às Normas


do Direito Brasileiro,
a) como regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde sua vigência, instituto
conhecido como repristinação.
b) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.
c) as correções a texto de lei já em vigor não são consideradas lei nova.
d) toda lei entra em vigor no país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada,
sem exceção.

a) Errada. Como regra a repristinação é vedada em nosso ordenamento jurídico. Sendo assim,
“salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido
a vigência”.
b) Certa. Conforme art. 4º da LINDB.
c) Errada. As correções a texto de lei já em vigor são consideradas lei nova sim. Vide art. 1º, §
4º da LINDB.
d) Errada. A lei somente entrará em vigor no prazo citado se não houver disposição em contrário.
Letra a.

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062. (CEBRASPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) De acordo com a legislação de regência


e o entendimento dos tribunais superiores, julgue o próximo item.
Uma lei nova, ao revogar lei anterior que regulamentava determinada relação jurídica, não po-
derá atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido nem a coisa julgada, salvo se houver de-
terminação expressa para tanto.

A regra de que a lei não poderá retroagir prejudicando o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
ou a coisa julgada é absoluta, não sendo possível haver disposição em contrário.
Errado.

063. (CEBRASPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com relação às


normas processuais, julgue o item seguinte.
As leis processuais civis e penais não se sujeitam às regras quanto à eficácia temporal das leis
constantes da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, uma vez que têm regramen-
to próprio.

A LINDB é uma norma de sobredireito, ou seja, que regula todos os ramos do direito, inclusive
o processual civil e o processual penal, não havendo que se falar em regramento próprio.
Errado.

064. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR JURÍDICO/2017) A res-


peito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, das pessoas naturais e jurídicas e
dos bens, julgue o item a seguir.
Utiliza a analogia o juiz que estende a companheiro(a) a legitimidade para ser curador conferi-
da a cônjuge da pessoa ausente.

“É muito importante não confundir analogia com interpretação extensiva.


Analogia: implica o recurso a uma norma assemelhada do sistema jurídico, em razão da ine-
xistência de norma adequada à solução do caso concreto.
Interpretação extensiva: consiste na extensão do âmbito de aplicação de uma norma existente,
disciplinadora de determinada situação de fato, a situações não expressamente previstas, mas
compreendidas pelo seu espírito, mediante uma in­terpretação menos literal. Configura­-se, por
exemplo, quando o juiz, in­ter­pre­tan­do o art. 25 do Código Civil, estende à companheira ou com-
panheiro a legitimidade conferida ao cônjuge do ausente para ser o seu curador.” (Gonçalves,
Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado v.1 – 4. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014).
No caso em questão estamos diante de uma interpretação extensiva e não de uma analogia.
Errado.
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065. (CEBRASPE/SEDF/ANALISTA/2017) Julgue o seguinte item, que trata de vigência das


leis, direitos da personalidade e pessoas jurídicas.
Caso uma lei nova não dispuser sobre a data de início da sua vigência, entende-se que ela en-
trará em vigor na data da sua publicação.

Segundo o art. 1º da LINDB, caso uma lei nova não dispuser sobre a data de início da sua vigên-
cia, entende-se que ela entrará em vigor quarenta dias após a sua publicação.
Errado.

066. (CEBRASPE/PC-GO/DELEGADO/2017) A Lei n.º XX/XXXX, composta por quinze artigos,


elaborada pelo Congresso Nacional, foi sancionada, promulgada e publicada.
A respeito dessa situação, assinale a opção correta, de acordo com a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro.
a) Se algum dos artigos da lei sofrer alteração antes de ela entrar em vigor, será contado um
novo período de vacância para o dispositivo alterado.
b) Caso essa lei tenha revogado dispositivo da legislação anterior, automaticamente ocorrerá
o efeito repristinatório se nela não houver disposição em contrário.
c) A lei irá revogar a legislação anterior caso estabeleça disposições gerais sobre assunto tra-
tado nessa legislação.
d) Não havendo referência ao período de vacância, a nova lei entra em vigor imediatamente,
sendo eventuais correções em seu texto consideradas nova lei.
e) Não havendo referência ao período de vacância, a lei entrará em vigor, em todo o território
nacional, três meses após sua publicação.

a) Certa. EM conformidade com o art. 1º, § 3º da LINDB.


b) Errada. A repristinação não ocorre automaticamente.
c) Errada. Segundo o princípio da conciliação, não haverá revogação e as leis irão coexistir.
d) Errada. Não havendo referência ao período de vacância, ele será de 45 dias.
e) Errada. Não havendo referência ao período de vacância, ele será de 45 dias.
Letra a.

067. (CEBRASPE/BNB/ANALISTA BANCÁRIO/2018) O ato jurídico perfeito é aquele já con-


sumado segundo a lei vigente ao tempo em que tenha sido efetuado.

Em conformidade com o art. 6º, § 2º da LINDB.


Certo.

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068. (CEBRASPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Ao buscar uma


adaptação da lei para aplicá-la a exigências atuais e concretas da sociedade, o intérprete da
legislação utiliza-se da interpretação
a) histórica.
b) sistemática.
c) extensiva.
d) teleológica.
e) lógica.

A questão descreve a interpretação teleológica que está fundamentada no art. 5º da LINDB:


“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do
bem comum.”
Letra d.

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Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São Paulo e atual
Conselheiro Substituto do TCM-RJ (aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado nos concursos de
Auditor-Fiscal do Estado do Rio Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-AM. Ministra aulas das
disciplinas Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.

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