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154-18
DIREITO CIVIL 1
Ponto 1 – Lindb
CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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MENSAGEM DO CURSO
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SUMÁRIO
1. DOUTRINA (RESUMO)................................................................................................... 4
2. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 31
3. QUESTÕES ................................................................................................................... 31
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DIREITO CIVIL
1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
ATENÇÃO! A lei de introdução é uma legislação que contém princípios gerais sobre a
norma jurídica.
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ESTRUTURA
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
Vigência Arts. 1º e 2º
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ESTRUTURA
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
Arts. 7º ao
Aplicação da lei no espaço, direito espacial ou direito internacional
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Impede a responsabilização injusta de autoridade em caso de revisão
Art. 28
de suas decisões
A lei 13.655/2018, que acresceu dez novos artigos à LINDB, entrou em vigor
na data da sua publicação (25/4/2018), à exceção do art. 29, cuja vacatio legis foi de
180 dias.
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O acenado autor divide a norma em três grupos temáticos, o que serve muito
bem para resumir o seu conteúdo. O primeiro diz respeito à clareza normativa (arts. 29
e 30). O segundo à responsabilização do agente por infração hermenêutica (arts. 22 e
28). O terceiro grupo está relacionado à invalidade de ato administrativo, o que ele
fraciona em quatro subgrupos:
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ATENÇÃO! Caso sejam indagados acerca do artigo 20, até mesmo em eventual prova
oral, sugiro que se manifestem no sentido de que é recomendável e esperado que o
juiz sopese o impacto da sua decisão e delineie, sim, possíveis consequências e efeitos
discutidos pelas partes ao longo da demanda. No entanto, exigir que o magistrado
anteveja todos os possíveis efeitos e consequências não discutidos no processo é
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juridicamente inviável e humanamente inaceitável.
Se demonstra um evidente exagero essa exigência, contida especialmente no art. 20,
no sentido de que não se decidirá “com base em valores jurídicos abstratos” — afinal,
o que seriam “valores jurídicos abstratos”? Princípios? Cláusulas gerais? Conceitos
normativos? Postulados ou preceitos não densificados? — senão antevendo (todas) as
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consequências práticas da decisão.
Vale lembrar que o dever de motivação das decisões consta do art. 93, inc. IX, da
Constituição Federal de 1988. No mais, o art. 489, II, do Código de Processo Civil de
2015 já contém regra segundo a qual “não se considera fundamentada qualquer
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão”, que “empregar
conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso”. Excelente essa previsão na Lei Processual, diferentemente da contida na
nova LINDB, que, diante de “valores jurídicos abstratos”, exige projeções (futuristas)
de (todos) os efeitos e consequências advindos de uma decisão.
Assim, ao tempo em que o art. 20 da LINDB defende decisões não abstratas, a Lei nº
13.655/2018 incorporou na LINDB expressões jurídicas abstratas.
Vê-se, pois, que o parágrafo único do art. 20 se preocupa com decisões que
acarretem invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa. Do
mesmo modo, o art. 21, que estabelece, de forma clara e direta, em seu caput, que:
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1 https://www.conjur.com.br/dl/parecer-juristas-rebatem-criticas.pdfv
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também as dificuldades práticas que ele enfrentou e que podem vir a justificar esse
descumprimento.
Esse dispositivo reconhece que os diversos órgãos de cada ente da Federação
possuem realidades próprias que não podem ser ignoradas. E não podia ser diferente,
afinal, óbvio que a realidade de gestor da União é distinta da realidade de gestor em
um pequeno município.
O artigo em apreço assumiu a premissa de que as decisões na gestão pública
não são tomadas em um mundo abstrato dos sonhos, mas de forma concreta e real,
para resolver problemas e necessidades reais. A gestão pública envolve especificidades
que devem ser consideradas pelo julgador para a produção de decisões justas,
corretas.
Nota-se, assim, que o referido artigo criou condicionantes a qualquer
julgador, condicionantes estas que envolvem considerar (i) os obstáculos e a realidade
fática do gestor, (ii) as políticas públicas caso existentes e (iii) o direito dos
administrados envolvidos.
Nesse sentido, o Decreto nº 9.830/2019 dispôs que na interpretação de
normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos, as dificuldades reais
do agente público e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
direitos dos administrados (art. 8º).
Outro dispositivo acrescentado pela Lei nº 13.655/2018, foi o art. 23, que
trata da mudança de interpretação normativa, regime de transição e compromisso
para o ajustamento da conduta. 11
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que
estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de
conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição
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indispensável para que o novo dever ou
condicionamento de direito seja cumprido de modo
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos
interesses gerais.
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O Decreto nº 9.830/2019, em seu art. 12 (...) § 2º, dispõe que não será
configurado dolo ou erro grosseiro do agente público se não restar comprovada, nos
autos do processo de responsabilização, situação ou circunstância fática capaz de
caracterizar o dolo ou o erro grosseiro.
O mero nexo de causalidade entre a conduta e o resultado danoso não
implica responsabilização, exceto se comprovado o dolo ou o erro grosseiro do agente
público. (art. 12, § 3º).
De forma consentânea com a transparência e previsibilidade à atividade
normativa do Executivo, a Lei nº 13.655/2018 incluiu, ainda, no Decreto-Lei nº 4.657, o
artigo 29:
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TERMINOLOGIA ADEQUADA
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Quando for possível resolver a antinomia de 2º grau por um dos modos acima
indicados, é o caso de antinomia aparente. Em não sendo viável sanar o conflito de
normas via critérios hierárquico, especial ou cronológico, pode-se afirmar que se trata
de uma antinomia real, oportunidade em que deve recorrer aos métodos de
integração do direito (que serão vistos a seguir).
Em regra, não se admite no direito brasileiro a repristinação, ou seja, a
revogação de lei revogadora não faz restaurar (repristinar) os efeitos da lei revogada.
Para efeitos didáticos, veja o esquema abaixo:
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Lei A de 2010 Lei B de 2015 Lei C de 2017
Revogada Revogadora Revogadora da revogadora
A Lei A de 2010 foi revogada em 2015 pela Lei B. Após, em 2017, a Lei C
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revogou a Lei B. De acordo com o art. 2º, § 3º, da LINDB, o fato de a Lei B ter sido
revogada não permite, de maneira automática, que a Lei A volte a produzir efeitos. A
repristinação apenas irá ocorrer acaso a Lei C traga em seu bojo previsão expressa.
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erro substancial quando a falsa noção estiver relacionada com um erro de direito
(error iuris), desde que este seja a única causa para a celebração de um negócio
jurídico e que não haja desobediência à lei.
Não existe conflito entre o art. 3º da Lei de Introdução e o citado art. 139, inc.
III, do CC, que possibilita a anulabilidade do negócio jurídico pela presença do erro de
direito, conforme previsão do seu art. 171. A primeira norma (LINDB) é geral, apesar
da discussão da sua eficácia, enquanto o Código Civil é especial, devendo prevalecer.
No que tange ao momento em que a lei se torna obrigatória no direito
nacional, pelo fato de o Brasil ter adotado a teoria da obrigatoriedade simultânea ou
vigência sincrônica, a lei entra em vigor e se torna vinculante na mesma data em todo
território nacional.
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enuncia que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia,
os costumes e os princípios gerais de direito.
Em análise dos métodos de integração do direito – analogia, costumes e
princípios gerais de direito –, a doutrina majoritária afirma tratar-se de uma
enumeração preferencial, ou seja, na solução de uma lacuna, deve-se dar predileção à
analogia, depois aplicando os costumes e princípios gerais de direito.
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- lei nova
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se aplica aos fatos pretéritos;
- lei nova se aplica a fatos pendentes, especificamente nas
partes posteriores;
- lei nova se aplica aos fatos futuros.
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A LINDB, nos seus arts. 7º a 19, passa a regular a aplicação das leis no espaço,
reservando tratamento à temática afeta ao direito civil e ao direito internacional.
Em uma análise de direito comparado, pode-se afirmar que, no mundo,
versando sobre direito espacial, há três sistemas jurídicos vigentes:
- Territorialidade;
- Territorialidade moderada ou mitigada;
- Extraterritorialidade.
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Estatuto Pessoal:
O art. 7.º da Lei de Introdução consagra a regra lex domicilii, pela qual devem 27
ser aplicadas, no que concerne ao começo e fim da personalidade, as normas do país
em que for domiciliada a pessoa, inclusive quanto ao nome, à capacidade e aos
direitos de família.
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ao penhor, direito real de garantia que recai sobre bens móveis, por regra, deve ser
aplicada a norma do domicílio que tiver a pessoa em cuja posse se encontre a coisa
empenhada, outra aplicação do princípio lex domicilii (§ 2º).
Em suma:
Lei Aplicável em Relação aos Bens - art. 8º da LINDB -Para qualificar os bens e
regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem
situados.
Lei Aplicável Quanto aos Bens Móveis - § 1º Aplicar-se-á a lei do país em que
for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se
destinarem a transporte para outros lugares.
Lei Aplicável ao Penhor - § 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que
tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
Obrigações internacionais:
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exclusiva da autoridade nacional (art. 12, § 1º); bem como quanto ao exequatur, o
“cumpra-se” relacionado com uma sentença estrangeira homologada perante o
Superior Tribunal de Justiça, conforme nova redação dada ao art. 105 da CF/1988, pela
Reforma do Judiciário (EC 45/2004).
Lei Aplicável Quanto a Prova dos Fatos Ocorridos no Estrangeiro - art. 13 da
LINDB - A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais
brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Prova da Lei Estrangeira - art. 14 da LINDB - Não conhecendo a lei
estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
Sentenças estrangeiras, cartas rogatórias, casamento, divórcio e laudos
periciais estrangeiros:
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tratados nos artigos 8º, 10, 11, 13, 14, 17 e 18 podem ser resolvidos com a leitura do
tópico da legislação destacada, pois o que se tem exigido em provas objetivas sobre os
assuntos tratados fica restrito ao texto de lei.
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2. JURISPRUDÊNCIA
SÚMULAS
Súmula 654 do STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no artigo 5º, XXXVI,
da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha
editado.
3. QUESTÕES
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8. Dêste modo, quando surge no seu logrador um animal alheio, cuja marca conhece,
o restitui de pronto. No caso contrário, conserva o intruso, tratando-o como aos
demais. Mas não o leva à feira anual, nem o aplica em trabalho algum; deixa-o
morrer de velho. Não lhe pertence. Se é uma vaca e dá cria, ferra a esta com o
mesmo sinal desconhecido, que reproduz com perfeição admirável; e assim pratica
com tôda a descendência daquela. De quatro em quatro bezerros, porém, separa um,
para si. É a sua paga. Estabelece com o patrão desconhecido o mesmo convênio que
tem com o outro. E cumpre estritamente, sem juízes e sem testemunhas, o estranho
contrato, que ninguém escreveu ou sugeriu. Sucede muitas vêzes ser decifrada,
afinal, uma marca sòmente depois de muitos anos, e o criador feliz receber, ao invés
da peça única que lhe fugira e da qual se deslembrara, uma ponta de gado, todos os
produtos dela. Parece fantasia êste fato, vulgar, entretanto, nos sertões. (Euclides da
Cunha – Os sertões. 27. ed. Editôra Universidade de Brasília, 1963, p. 101).
O texto acima, sobre o vaqueiro, identifica:
a) espécie de lei local, de cujo teor ou vigência o juiz pode exigir comprovação.
b) a analogia, como um meio de integração do Direito.
c) um princípio geral de direito, aplicável aos contratos verbais.
d) o uso ou costume como fonte ou forma de expressão do Direito. 34
e) a equidade que o juiz deve utilizar na solução dos litígios.
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4. GABARITO COMENTADO
1. A.
(A) CORRETA.
Note que o artigo 3º da lei em comento ao tratar da suspensão ou impedimento dos
prazos prescricionais a partir de sua entrada em vigor até 30 de outubro de 2.020,
atesta sua vigência temporária, subsistindo as regras do Código Civil sobre suspensão e
óbice da fluência dos prazos prescricionais.
Ela não revogou e/ou alterou as normas do CC que suspendeu. Logo, para incidir as
regras do CC sobre impedimento e suspensão, não há necessidade de outra lei. Assim,
não há que se falar em repristinação.
Muito importante lembrar que o art. 2º, § 3º, da Lei de Introdução, afasta a
possibilidade da lei revogada anteriormente repristinar, salvo disposição expressa em
lei em sentido contrário. O efeito repristinatório é aquele pelo qual uma norma
revogada volta a valer no caso de revogação da sua revogadora.
(B) INCORRETA.
Vide comentários item “A”.
(C) INCORRETA.
Vide comentários item “A”.
36
(D) INCORRETA.
Vide comentários item “A”.
(E) INCORRETA.
Vide comentários item “A”.
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2. B.
ALTERNATIVA A: INCORRETA
LINDB: “Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por
autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser
precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente
por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão (...)”
ALTERNATIVA B: CORRETA
LINDB: “Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou
judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou
injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. (Incluído pela Lei nº
13.655, de 2018) (Regulamento)
(...).”
ALTERNATIVA C: INCORRETA
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LINDB: “Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa
na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral,
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Regulamento) (...)”
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Vide LINDB: Art. 26, § 2º.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
O artigo 25 que previa essa possibilidade foi VETADO
3. A.
ALTERNATIVA A: CORRETA
A questão é resolvida pela literalidade do art. 26 da LINDB - incluído pela Lei nº 13.655,
de 2018; regulado pelo Decreto nº 9.830 de 10 de junho de 2019 - que estabelece:
“Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na
aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral,
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só
37
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Regulamento) (grifo nosso).
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os
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interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de
direito reconhecidos por orientação geral; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. (Incluído pela Lei
nº 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Vê-se, pois que na hipótese de a autoridade entender conveniente para eliminar
irregularidade, incerteza jurídica ou situações contenciosas na aplicação do direito
público, poderá celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação
aplicável e as seguintes condições:
I - após oitiva do órgão jurídico;
II - após realização de consulta pública, caso seja cabível; e
III - presença de razões de relevante interesse geral.
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4. C.
ALTERNATIVA C: CORRETA
A questão diz respeito ao artigo 16 da LINDB, que assim dispõe: “Quando, nos termos
dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a
disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei”.
Portanto, de acordo com o texto expresso da LINDB, não há possibilidade de reenvio
ou remissão a qualquer outra lei. O retorno (ou reenvio) tem aplicação no Direito
Internacional e consiste na aplicação das normas jurídicas de outro Estado, desde que
as regras de Direito Internacional Privado deste indique que a situação deve ser
regulada pelas normas de um terceiro Estado ou pelo próprio ordenamento do
primeiro Estado, remetente. No Brasil, o reenvio não é admitido, sendo de rigor a
aplicação da norma primária, tal como previsto na assertiva C.
5. B.
ALTERNATIVA B: CORRETA
A questão é solucionada pela literalidade do art. 10 e § 1º da LINDB, que assim
estabelece: “Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a
situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de 38
quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de
cujus”. As demais assertivas estão em conflito com o que dispõe o referido artigo.
6. C.
ALTERNATIVA A: INCORRETA. A própria lei pode prever as hipóteses excepcionais de
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ultratividade, que é admitida no Brasil.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Em hipóteses específicas, a lei estrangeira pode ser
aplicada no Brasil, como prevê, por exemplo, o art. 8º da LINDB: “Para qualificar os
bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que
estiverem situados”.
ALTERNATIVA C: CORRETA. Conforme CC, Art. 10. A sucessão por morte ou por
ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido,
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de
estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus.
ALTERNATIVA D: INCORRETA. Conforme CC, Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei
começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicada.
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ALTERNATIVA E: INCORRETA. Conforme CC, Art. 1º, § 3º “Se, antes de entrar a lei em
vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo
e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação”.
7. B.
ALTERNATIVA B: CORRETA
A resposta se extrai do art. 2º, §2º, da LINDB, que assim estabelece: “A lei nova, que
estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem
modifica a lei anterior”. Em razão do disposto em lei, facilmente se verifica que as
demais assertivas estão erradas.
8. D.
O texto apresenta uma parte que claramente determina a resposta da questão ao
dizer: “E cumpre estritamente, sem juízes e sem testemunhas, o estranho contrato,
que ninguém escreveu ou sugeriu”. Narra uma conduta, tida como algo obrigatório a
se fazer, mas que não havia sido estabelecida pelos órgãos do Estado, já que ninguém
escreveu e não exigia juízes para determinar o direito. Assim, é de rigor reconhecer
que se trata de um costume, tido como fonte do direito, razão pela qual se impõe o
reconhecimento da alternativa D como a única correta. Não se poderia considerar a
ALTERNATIVA A (“espécie de lei local, de cujo teor ou vigência o juiz pode exigir
comprovação”) visto estar claro que era uma prática realizada sem qualquer imposição 39
legal. Também não se poderia considerar a ALTERNATIVA B (“a analogia, como um
meio de integração do Direito”), já que a analogia exigiria uma lei aplicada a caso
semelhante que estar-se-ia utilizando no caso em questão, o que não é sequer
mencionado como hipótese. Na mesma linha intelectiva, a ALTERNATIVA C (“um
princípio geral de direito, aplicável aos contratos verbais”) é afastada pela inexistência
de um contrato verbal, já que o texto narra que o “contrato” era estabelecido com
“patrão desconhecido”, logo,CPF: 860.542.154-18
não há que se falar em contrato verbal. Por fim, a
ALTERNATIVA E (“a equidade que o juiz deve utilizar na solução dos litígios”) menciona
a justiça do caso concreto (equidade), que não tem qualquer relação com os fatos
narrados.
9. D.
O Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se
inicia três meses depois de oficialmente publicada.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada
a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
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10. A.
Para resolver o conflito de normas com o escopo de manter a coerência do sistema
jurídico, Norberto Bobbio prescreveu critérios metajurídicos de resolução de conflitos:
Quando for possível resolver a antinomia de 2º grau por um dos modos acima
indicados, é o caso de antinomia aparente. Em não sendo viável sanar o conflito de
normas via critérios hierárquico, especial ou cronológico, pode-se afirmar que se trata
de uma antinomia real, oportunidade em que deve recorrer aos métodos de
integração do direito.
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