Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
154-18
DIREITO PENAL
1
Ponto 1 – Introdução ao Direito Penal
CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
MENSAGEM DO MEGE
Olá Delta!
Tudo bem?
Aqui é o Thiago Rocha, seu Prof. de Direito Penal do Clube Delta 2023.
Hoje vamos começar aquela que é a disciplina chave em todo e qualquer
concurso para Delegado/Delegada de Polícia: DIREITO PENAL – sem exceções.
Precisamos neste ano aprofundar Megeanos porque para além da 1ª fase,
você necessita dominar muito para fase escrita e oral nossa matéria.
Então o que leremos hoje? Como consta em nosso edital, uma parte
introdutória, na qual discutirei velocidades do Direito Penal e conceitos básicos, dentro
do viés histórico de nossa disciplina.
Alfim, você terá duas baterias de questões para resolver: uma apenas de
provas anteriores Delta, e outra de carreiras diversas jurídicas; todas sobre os assuntos
aqui debatidos.
É para aprender Direito Penal afundo, Delta!
Vamos lá?
Bons estudos e até nosso ponto 2.
2
CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
SUMÁRIO
1. DOUTRINA (RESUMO)................................................................................................... 4
1.1. CONCEITOS DE DIREITO PENAL ................................................................................. 4
1.2. ESCOLAS PENAIS ........................................................................................................ 5
1.3. MODELOS DE DIREITO PENAL.................................................................................... 9
1.4. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL ........................................................................... 10
1.5. DIREITO PENAL DO INIMIGO ................................................................................... 11
1.6. BEM JURÍDICO ......................................................................................................... 12
2. QUESTÕES - PROVAS DELEGADO DE POLÍCIA ............................................................ 14
2.1. GABARITO QUESTÕES - PROVAS DELEGADO DE POLÍCIA....................................... 17
3. QUESTÕES - OUTRAS CARREIRAS .............................................................................. 18
3.1. GABARITO QUESTÕES - OUTRAS CARREIRAS ......................................................... 20
CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. CONCEITOS DE DIREITO PENAL
Direito de CPF:
punir do860.542.154-18
estado (jus puniendi).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
Direito Penal do
Caracteriza-se pela punição do homem pelos seus pensamentos, 5
condições pessoais, modo de ser ou características, ainda que
Autor
não tenha praticado nenhuma conduta.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
a análise do jurista deveria partir do direito positivo vigente, para, então, passar às
questões jurídico-penais.
Seu marco ocorre em 1764, em Milão, com a publicação da obra Dos delitos e
das penas, de Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, considerado o fundador da
moderna ciência do Direito Penal. O livro deu origem ao período teórico ou teórico-
filosófico da chamada Escola Clássica de Direito Penal.
A obra constitui um libelo contra leis draconianas, excessivamente rigorosas e
de penas desproporcionais, tipos vagos e arbitrariedades da época, pregando a
humanização das penas, que não poderiam ter caráter meramente retributivo. Afirma
o autor, ainda, que o fundamento para a punição do delinquente é o contrato social.
A imagem do homem como ser racional, igual e livre, a teoria do pacto social,
como fundamento da sociedade civil e do poder, assim como a concepção utilitária do
castigo, não desprovida de apoio ético, constituem os três sólidos pilares do
pensamento clássico.
Outro expoente da escola clássica foi o italiano Francesco Carrara (período
prático ou ético-jurídico da escola clássica). O autor fixou, como princípio fundamental,
do qual poderia ser deduzido toda a ciência criminal, a ideia do crime como ente
jurídico, e não ente de fato (definido como “uma infração, por ato humano externo,
positivo ou negativo e moralmente imputável, de uma lei do Estado promulgada para
proteger a segurança dos cidadãos”).
Heleno Cláudio Fragoso resume os princípios fundamentais, tidos como
postulados da escola clássica: a) O crime é um ente jurídico, é a violação do direito,
6
como exigência racional (e não como norma jurídica do direito positivo); b)
Responsabilidade penal fundada no livre arbítrio, sendo a liberdade de querer um
axioma fundamental para todo o sistema do direito punitivo; c) A pena é retribuição
jurídica e restabelecimento da ordem externa violada pelo delito; (Lições de direito
penal: parte geral, 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p. 52-53).
CPF: 860.542.154-18
1.2.2. ESCOLA POSITIVA
Surge no final do século XIX, com avanço das ciências humanas e biológicas e
época de predomínio do pensamento positivista. Também há, nesta fase, crescente
preocupação com o fenômeno da criminalidade.
Os positivistas utilizam-se do método indutivo e de observação dos fatos
(método empírico) no estudo do Direito Penal. A Escola Positiva encarava o crime
como fato social e humano, contemplando o delito em seu aspecto real. Além disso, o
estudo da ciência criminal foi voltado para a figura do ‘delinquente’.
A Escola Positiva passou por três fases:
1) A Fase Antropológica, com Cesare Lombroso:
O início desta fase ocorre com a publicação de O Homem Delinquente (1876),
de Cesare Lombroso. Lombroso introduziu a aplicação do método experimental no
estudo da criminalidade, desenvolvendo a teoria do criminoso nato (atavismo), cujas
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
Por fim, cabe ressaltar que, segundo essa corrente, a sanção penal não pode
ser fixa, ou seja, deve ser aplicada por tempo indeterminado, enquanto perdurar o
estado de perigo do agente.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
Marcada também por duas distintas fases, a Defesa Social surgiu no século XX
e foi capitaneada por Fillipo Gramatica, Marc Ancel, Von Liszt, Van Hamel e Adolphe
Prins.
1) Primeira Fase, desenvolvida por Fillipo Gramatica, que em 1945, fundou o
Centro Internacional de Estudos de Defesa Social
No primeiro momento, sustentava-se que o Direito Penal deveria somar
esforços na luta contra a criminalidade, mas vista como fenômeno social. Em vista do
ideal de defesa da sociedade, praticava-se a utilização de medidas de neutralização do
indivíduo por prazo indeterminado, o que protege a sociedade, mas marginaliza e
segrega o agente.
2) Segunda Fase, desenvolvida por Marc Ancel
Com a maturação da sociedade após o período das duas grandes Guerras
Mundiais, a Defesa Social, já sob uma perspectiva de profilaxia criminal, passou a
objetivar o aprimoramento da sociedade, partindo do melhoramento do indivíduo.
Isso porque entendia-se que a delinquência era produto de uma disfuncionalidade da
organização social.
Assim, o dever de punir do Estado passou a ser estudado como o dever de
agir de forma preventiva e pautado no respeito pela dignidade da pessoa humana (ex.:
prevenção de crimes, tratamento do menor delinquente e reforma penitenciária).
Nesse prisma, pregava-se a utilização de medidas educativas, curativas e
dosadas em conformidade com as características pessoais do infrator. 9
1.3. MODELOS DE DIREITO PENAL
Direito Penal
CPF: 860.542.154-18
Mínimo Direito Penal
Abolicionismo
(Minimalismo Máximo
(Política criminal
penal ou (Eficientismo
verde)
Abolicionismo penal)
moderado)
1.3.1.1. Garantismo
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
permanente do Direito e não oferecem garantias cognitivas de que vão continuar fiéis
à norma, perdem o estado de cidadania e, por conseguinte, não podem usufruir dos
mesmos benefícios processuais concedidos às demais pessoas.
Segundo Masson, na concepção de Jakobs é possível observar “a convivência
de dois direitos em um mesmo ordenamento jurídico. Em primeiro lugar, um Direito
Penal do Cidadão, amplo e dotado de todas as garantias constitucionais, processuais e
penais, típico de um Estado Democrático de Direitos. Sem prejuízo, em parcela menor
e restrita a grupos determinados, com ele coexiste o Direito Penal do Inimigo, no qual
o seu sujeito deve ser enfrentado como fonte de perigo e, portanto, a sua eliminação
da sociedade é o fim último do Estado.” (MASSON, Cleber. DIRETO PENAL
ESQUEMATIZADO – Parte Geral. Editora: Método. Vol. 1. p. 114. Ano 2016).
As principais características do Direito Penal para esses inimigos são:
antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios; condutas
descritas em tipos de mera conduta de perigo abstrato, flexibilizando o princípio da
ofensividade; descrição vaga dos crimes e das penas; preponderância do Direito Penal
do autor em contraposição ao Direito Penal do fato; surgimento das chamadas “leis de
luta ou de combate”; endurecimento da execução penal.
Principais linhas de ataque ao Direito Penal do inimigo:
Para uma compreensão inicial, segundo lição de Roxin, bens jurídicos podem
ser definidos como circunstâncias reais dadas ou finalidades necessárias para uma vida
segura e livre, que garanta a todos os direitos humanos e civis de cada um na
sociedade ou para o funcionamento de um sistema estatal que se baseia nestes
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
objetivos. Cabe ao legislador, na sua propícia função, proteger os mais diferentes tipos
de bens jurídicos, cominando as respectivas sanções, de acordo com a sua importância
para a sociedade. Assim, haverá o ilícito administrativo, o civil, o penal etc.
O bem jurídico-penal, por seu turno, compreende os bens existenciais
valorados positivamente pelo Direito e protegidos dentro e nos limites de uma
determinada relação social conflitiva por uma norma penal.
No entanto, a elevação de um bem jurídico aos status de bem jurídico-penal
não pode se afastar da execução de uma atividade seletiva dos valores existenciais
estritamente ligados ao caráter fragmentário e subsidiário do Direito Penal, pois
somente assim a atuação legiferante penal poderá ser considerada legítima e em
consonância com os valores do Estado Democrático de Direito.
O Direito Penal, assim, somente atua e protege os bens jurídicos mais
importantes para o corpo social (vida, liberdade, patrimônio, liberdade sexual,
administração pública etc.).
OBSERVAÇÃO: Bem jurídico não se confunde com objeto material. Objeto material é a
pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.
FUNÇÃO
O tipo penal deve ser interpretado conforme o bem jurídico.
INTERPRETATIVA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
7. (FAPEMS - 2017 - PC-MS - Delegado de Polícia) No que diz respeito aos princípios
aplicáveis ao Direito Penal, analise os textos a seguir:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
- A proteção de bens jurídicos não se realiza só mediante o Direito Penal, senão que
nessa missão cooperam todo o instrumental do ordenamento jurídico (ROXIN, Claus.
Der echo penai- parte geral. Madrid: Civitas, 1997.1.1, p. 65).
- A criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a
proteção de ataques contra bens jurídicos importantes (BITENCOURT, Cezar Roberto.
Tratada de direito penal: parte geral. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 54).
Nesse sentido, é correto afirmar que os textos se referem ao:
a) princípio da intervenção mínima, imputando ao Direito Penal somente fatos que
escapem aos meios extrapenais de controle social, em virtude da gravidade da
agressão e da importância do bem jurídico para a convivência social.
b) princípio da insignificância, que reserva ao Direito Penal a aplicação de pena
somente aos crimes que produzirem ataques graves a bem jurídicos protegidos por
esse Direito, sendo que agir de forma diferente causa afronta à tipicidade material.
c) princípio da adequação social em que as condutas previstas como ilícitas não
necessariamente revelam-se como relevantes para sofrerem a intervenção do Estado,
em particular quando se tornarem socialmente permitidas ou toleradas.
d) princípio da ofensividade, pois somente se justifica a intervenção do Estado para
reprimir a infração com aplicação de pena, quando houver dano ou perigo concreto de
dano a determinado interesse socialmente relevante e protegido pelo ordenamento
jurídico.
e) princípio da proporcionalidade, em que somente se reserva a intervenção do 16
Estado, quando for estritamente necessária a aplicação de pena em quantidade e
qualidade proporcionais à gravidade do dano produzido e a necessária prevenção
futura.
8. (2014 – FUNCAB - PC-RO - Delegado de Polícia Civil) São princípios que solucionam
CPF: 860.542.154-18
o conflito aparente de normas penais:
a) insignificância, consunção, subsidiariedade e alteridade.
b) insignificância , alteridade, consunção e alternatividade.
c) especialidade, alteridade, consunção e subsidiariedade.
d) especialidade, alternatividade, subsidiariedade e insignificância.
e) especialidade, consunção, subsidiariedade e alternatividade.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
quando os demais meios “falharem”. Como vemos na própria assertiva: “Direito Penal
somente fatos que escapem aos meios extrapenais de controle social, em virtude da
gravidade da agressão e da importância do bem jurídico para a convivência social.”
8. Letra “E”: Os princípios da especialidade, consunção, subsidiariedade e
alternatividade são os que solucionam o conflito aparente, lembrando que o da
alternatividade não detém unanimidade da doutrina.
9. Letra “D”: Questão extremamente mal formulada ao meu ver, trazendo como
gabarito a assertiva “D”. Podemos voltar no ponto e ler os conceitos dos princípios que
estão no gabarito e mesmo assim não é tão claro que correspondem ao texto. O
candidato, para acertar essa questão, deve marcar por exclusão a alternativa “D”. De
toda sorte, por lealdade aos nossos alunos, trazemos no ponto também as questões
“impugnáveis”.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
2. “A”
(A) CORRETA.
No final do século XIX, via-se um predomínio das ideias sociológicas no campo da
explicação causal do delito (Lacassagne, Tarde e Durkheim). Suas obras encontraram
grande aceitação, enxergando o crime como fenômeno coletivo, cujas raízes poderiam 21
ser encontradas nas mais variadas causas sociais, como a pobreza, a educação, a
família, o ambiente moral. Investigando--se esses focos, poderia se prever, com
alguma segurança, o aumento da criminalidade e, então, combatendo--se essas
causas, seria possível obter algum sucesso em sua redução. (André Estefam e Victor
Eduardo Rios Gonçalves - Direito penal esquematizado: parte geral)
(B) INCORRETA. CPF: 860.542.154-18
Pontua uma profunda mudança de foco na Ciência do Direito Penal, que deixa de se
voltar para o sistema legal (Escola Clássica), deslocando-se para o delinquente e a
pesquisa das causas do crime. Enquanto a Escola Clássica empregava o método
dedutivo, de lógica abstrata, a Escola Positiva se socorria do método indutivo e
experimental. A pena deveria cumprir um papel eminentemente preventivo, atuando
como instrumento de defesa social. A sanção, portanto, não se balizava somente pela
gravidade do ilícito, mas, sobretudo, pela periculosidade do agente. (André Estefam e
Victor Eduardo Rios Gonçalves - Direito penal esquematizado: parte geral)
(C) INCORRETA.
A Criminologia socialista (Marx e Engels) considerava que as causas do crime
prendiam-se à miséria, à cobiça e à ambição, que eram as bases do sistema capitalista
e, portanto, ao combatê-lo, por meio do socialismo, se poria um fim às tragédias
sociais e ao crime. (André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves - Direito penal
esquematizado: parte geral)
(D) INCORRETA.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
22
3. “B”
(I) CORRETA.
A Escola Clássica teve como seus principais adeptos Paul Feuerbach e Francesco
Carrara. Tinha o livre arbítrio como seu fundamento indeclinável, sendo o homem
moralmente imputável em razão dos seus atos externos, que podem ser praticados
por ação ou omissão. CPF: 860.542.154-18
(II) INCORRETA.
A Escola Técnico-Jurídica teve Arturo Rocco como seu nome principal, pregando que
nenhuma ciência jurídica deveria intervir no Direito Penal, que deve resumir-se ao que
positivado. O Direito Penal não sofre intervenção da Antropologia e da sociologia. Tais
intervenções são vistas na Escola Positiva (Lombroso, Ferri e Garofalo), que possui as
fases antropológica, sociológica e jurídica.
(III) INCORRETA.
A Escola correcionalista almeja a correção ou emenda do delinquente, buscando a sua
compreensão, proteção e a recuperação para o convívio em sociedade, em vez de
intimidação.
(IV) CORRETA.
O movimento surge após a Segunda Guerra Mundial, liderado por Fillipo Gramatica e
Marc Ancel. O Direito Penal deve ser um instrumento preventivo, tendo como foco
evitar que o criminoso volte a delinquir, rejeitando-se o viés meramente retributivo
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
4. “A”
De fato, a legislação diferenciada para aqueles considerados “inimigos” é uma das
características do Direito Penal do Inimigo de Gunther Jakobs (ex.: Lei de Crimes
Hediondos, Lei de Terrorismo etc). O Direito Penal do Inimigo também prevê a punição
a partir de atos preparatórios. É possível a utilização de medidas de segurança. As
garantias processuais penais tradicionais são flexibilizadas ou suprimidas e não há
abrandamento das penas.
5. “C”
I – INCORRETA. A Nova Defesa Social é um movimento com traços de uma política
criminal humanista, na busca de um Direito Penal de caráter preventivo e protetor da
dignidade humana. Em sentido diametralmente oposto ao da Defesa Social, existem os
chamados Movimentos de Lei e Ordem, cuja ideologia estabelecida é a repressão,
pautada no regime punitivo-retributivo. A Despenalização das Contravenções, por seu
turno, não é considerada como instrumento de endurecimento do Estado no combate
ao crescimento da criminalidade.
II – INCORRETA. Os defensores deste movimento acreditam que os criminosos
somente poderão ser controlados através de leis severas, que imponham a pena de
morte e longas penas privativas de liberdade. Estes seriam os únicos meios eficazes
para intimidar e neutralizar os criminosos e, além disso, capazes de fazer justiça às 23
vítimas.
III – CORRETA. Tal movimento parte da premissa de que os pequenos delitos devem
ser rechaçados, o que inibiria os mais graves (fulminar o mal em seu nascedouro),
atuando como prevenção geral; os espaços públicos e privados devem ser tutelados e
preservados.
a) Incorreta. CPF: 860.542.154-18
b) Incorreta.
c) Correta.
d) Incorreta.
e) Incorreta.
6. “D”
a) Incorreta. Primeira velocidade: Modelo de Direito Penal clássico, que utiliza
preferencialmente a pena privativa de liberdade, mas se funda em direitos e garantias
individuais. Nesta velocidade, o Direito Penal se restringe ao seu núcleo central
(Direito Penal Nuclear). Há respeito às garantias constitucionais básicas, o que gera um
procedimento mais lento.
b) Incorreta. Segunda velocidade: Admite a flexibilização de determinadas garantias
penais e processuais, porém, aliadas à adoção das medidas alternativas à prisão (penas
restritivas de direito, pecuniárias etc.). Ou seja, há uma expansão do Direito Penal para
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
uma zona lateral ao Direito Penal Nuclear. Temos, então, o Direito Penal Periférico.
Trata-se de um procedimento mais célere e flexível.
c) Incorreta. Terceira velocidade: Consiste numa mistura das características acima,
utilizando-se da pena privativa de liberdade (Direito Penal de primeira velocidade),
mas permitindo a flexibilização de direitos e garantias (Direito Penal de segunda
velocidade). Compatível com o denominado Direito Penal do Inimigo.
d) Correta. Quarta Velocidade: Há quem fale, ainda, do Direito Penal de quarta
velocidade (ou neopunitivismo). De acordo com esse modelo, há restrição e supressão
de garantias penais e processuais penais de réus que foram chefes de Estado e, nesta
condição, foram responsáveis pela violação grave a tratados internacionais de direitos
humanos. Os graves crimes cometidos contra a humanidade por líderes de governo
estão enquadrados na quarta velocidade do Direito Penal. O neopunitivismo possui
relação com o Direito Penal Internacional. Nesse sentido, a criação do Tribunal Penal
Internacional, relaciona-se com a presente velocidade do Direito Penal.
e) Incorreta. Vide alternativa “c”.
7. “E”
A) FALSO. Previsão legal de punição no art. 168 do CP.
B) FALSO. Embora a Lei de Imprensa tenha sido revogada, os crimes contra a honra
continuam punidos no Capítulo V do Código Penal.
C) FALSO. Em que se pese a revogação do art. 219 do CP, as condutas nele previstas
24
não constituem indiferentes penais, porquanto a sua responsabilização pode ser
amoldada aos tipos penais previstos no art. 148, §1º, IV e V, no caso de rapto violento.
Quanto ao rapto fraudulento, houve efetiva descriminalização.
D) FALSO. Previsão legal de punição na Lei 9.279/96.
E) VERDADEIRO. A alteraçãoCPF: 860.542.154-18
promovida pela Lei 13.654/2018 restou por configurar
uma situação peculiar: apenas o emprego de arma de fogo continuava a ser uma
hipótese de roubo circunstanciado. O uso de arma branca passou a ser punido apenas
pelo roubo em seu tipo fundamental, com base no art. 157, caput, do Código Penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.