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154-18
Normas constitucionais:
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aplicação e classificação.
Hermenêutica constitucional.
Métodos de interpretação
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CURSO MEGE
MATERIAL DE APOIO
2
(Ponto 3)
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SUMÁRIO
1. DOUTRINA (RESUMO)................................................................................................... 6
2. QUESTÕES ................................................................................................................... 30
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APRESENTAÇÃO
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1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. NORMAS CONSTITUCIONAIS
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Quanto à NATUREZA:
Quanto à APLICABILIDADE:
A aplicabilidade se refere ao grau de alcance e realizabilidade dos dispositivos
constitucionais. CPF: 860.542.154-18
O § 1º do artigo 5º da Constituição Federal expressamente prevê que “As
normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”.
Entretanto, a doutrina diverge sobre qual a extensão do comando constitucional,
tendo se desenvolvido quatro correntes, a saber:
a) A cláusula é irrelevante: não é possível alternar a natureza das coisas por
mero comando constitucional, haja vista que a aplicabilidade da norma depende não
somente da disposição normativa, mas também de requisitos técnicos e institucionais,
que não são preenchidos de forma imediata por força do comando constitucional.
Assim, a norma deve ser um vetor interpretativo para assegurar a máxima efetividade
dos direitos e garantias fundamentais.
b) A cláusula é regra absoluta: ainda que não haja regulamentação a respeito,
todos estão obrigados a garantir a eficácia plena das normas que dispõem sobre
direitos e garantias fundamentais, seja pela via da integração de lacunas, seja por
intermédio de mandado de injunção.
c) A cláusula é regra, mas não é absoluta: a cláusula deve ser observada
dentro das condições apresentadas pelas instituições estatais para o seu cumprimento,
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não podendo ser afastada sempre que for possível o seu cumprimento de acordo com
os recursos existentes.
d) A cláusula é um princípio que deve ser realizado na maior extensão
possível. Como princípio, impõe a máxima otimização da aplicabilidade das normas
definidoras de direitos e garantias fundamentais, mas não afasta situações
excepcionais em que não seja possível a sua observância. Esta é a posição que
prevalece e a mais segura a ser adotada em concursos públicos.
Quanto à EFICÁCIA:
José Afonso da Silva classifica as normas constitucionais, quanto à eficácia,
em:
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ATENÇÃO! José Afonso da Silva entende que também são normas de eficácia contida
as que preveem restrições a direitos, por motivos de necessidade, de utilidade pública,
de interesse social, de iminente perigo público, de calamidade pública, de manutenção
da ordem, dentre outras da mesma natureza, por meio de atos administrativos.
- Absolutas ou
superficazes¹
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Trata-se das normas transitórias que já exerceram seus efeitos (ex.: final do mandato
do primeiro presidente sob a égide da CF/88 - ADCT, art. 4º).
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NORMA
PRINCÍPIO REGRA
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REGRAS PRINCÍPIOS
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ALEXY:
Para Alexy, diante dos “hard cases”, haveria várias respostas
argumentativamente aceitáveis.
REGRAS PRINCÍPIOS
- Princípios são mandamentos de otimização = normas que exigem que algo seja
cumprido na maior medida CPF: possível,860.542.154-18
de acordo com as possibilidades fáticas (caso
concreto) e jurídicas existentes (normas envolvidas) – Alexy).
- As regras devem ser satisfeitas ou não = se uma regra é válida e não comporta
qualquer exceção, então se deve fazer exatamente o que ela ordena. Não há aplicação
em maior ou menor medida (lógica do “tudo ou nada” – Dworkin).
- Princípios fornecem razões contributivas para a decisão (prima facie) = são aquelas
que podem ser afastadas por outras razões de peso maior (argumentos favoráveis e
contrários). Em uma colisão de princípios, as razões de um podem prevalecer sobre os
outros (ex.: meio ambiente e saúde x livre iniciativa – interpretação conforme a
Constituição que proibiu a importação de pneus usados – ADPF 101).
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“decisivas” por serem determinantes para se chegar a uma certa solução (Peczenik).
DWORKIN ALEXY
Quanto à DIMENSÃO:
ESQUEMATIZANDO:
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PRINCÍPIOS REGRAS
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legislador agiu dentro dos parâmetros constitucionais. Desta forma, Kelsen divide a
atividade interpretativa em duas espécies: aquela que é realizada pelo órgão que o
aplica (interpretação autêntica) e a que é realizada por pessoa privada, e,
especialmente, pela ciência jurídica (interpretação não autêntica).
IMPORTANTE:
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1.1.3.1. Métodos de interpretação
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1) gramatical ou literal;
2) sistemático;
3) lógico;
4) histórico;
5) teleológico;
6) comparativo.
Características
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Perspectiva crítica: parte da doutrina critica o método por ter uma feição mais
política (sociológica) do que jurídica.
C. MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO
D. MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR
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NÃO CONFUNDA:
TÓPICO-PROBLEMÁTICO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR
E. MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE
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MÉTODO SÍNTESE
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Forsthoff - Métodos tradicionais de Savigny =
HERMENÊUTICO
gramatical ou literal, sistemático, lógico,
CLÁSSICO
histórico, teleológico e comparativo.
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1.1.4. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
Teoria formulada por Esmein, seguindo a linha de Karl Schmitt. Aduz que,
quando do surgimento de uma nova Constituição, ocorrem dois fenômenos em
relação à Constituição anterior:
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PRINCÍPIOS
Robert Alexy entende que o sistema jurídico é formado por três níveis: (1)
argumentação jurídica; (2) princípios e (3) regras.
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A. Unidade da Constituição
B. Efeito integrador
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haver, assim, uma primazia das soluções que possibilitem a atualização das normas
constitucionais, garantindo-lhes eficácia e permanência.
Tal princípio, idealizado por Konrad Hesse, empenha-se em demonstrar que
não há de se verificar uma derrota da Constituição quando colocada em oposição aos
fatores reais de poder (opõe-se, no ponto, ao conceito sociológico de Constituição de
Lassale). Deve-se ter em vista a chamada vontade da Constituição. Assim, como
norma jurídica, a Constituição possui força normativa suficiente para, coercitivamente,
impor as suas determinações.
F. Máxima efetividade
OBS.: Como já visto, toda norma constitucional possui eficácia, mas nem todas
possuem efetividade.
- Eficácia negativa = aptidão da norma para invalidar outras normas que lhe sejam
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contrárias.
* Todas as normas constitucionais possuem eficácia negativa.
b) Conservação das normas = uma norma não deve ser declarada inconstitucional
quando puder ser interpretada em consonância com a constituição.
1.1.6. POSTULADOS
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princípios e
• normas de 1º grau = buscam regular os casos concretos.
regras
A. Princípio da proporcionalidade
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PRINCÍPIO
RAZOABILIDADE
INTERPRETATIVO
PROPORCIONALIDADE
TÉCNICA DE SOLUÇÃO PONDERAÇÃO DE
DE CONFLITOS INTERESSES
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PRINCÍPIO PRINCÍPIO
AFETADO FOMENTADO
séria séria
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média média
leve leve
Exemplos:
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2. QUESTÕES
2. Leia o texto a seguir. “(…) arranca da ideia de que a leitura de um texto normativo
se inicia pela pré-compreensão do seu sentido através do intérprete. A interpretação
da constituição também não foge a esse processo: é uma compreensão de sentido,
um preenchimento de sentido juridicamente criador, em que o intérprete efetua 30
uma atividade prático normativa, concretizando a norma a partir de uma situação
histórica concreta. No fundo esse método vem realçar e iluminar vários pressupostos
da atividade interpretativa: (1) os pressupostos subjetivos, dado que o intérprete
desempenha um papel criador (pré-compreensão) na tarefa de obtenção de sentido
do texto constitucional: (2) os pressupostos objetivos, isto é, o contexto, atuando o
intérprete como operador de mediações
CPF: entre o texto e a situação a que se aplica:
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(3) relação entre o texto e o contexto com a mediação criadora do intérprete,
transformando a interpretação em ‘movimento de ir e vir’ (círculo hermenêutico).
(…) se orienta não por um pensamento axiomático mas para um pensamento
problematicamente orientado”. Da leitura do texto do constitucionalista J.J. Gomes
Canotilho, conclui-se que o autor se refere a que método de interpretação
constitucional?
a) Método tópico-problemático-concretizador.
b) Método científico-espiritual.
c) Método tópico-problemático.
d) Método hermenêutico-concretizador.
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do meio menos gravoso para o atingimento dos fins visados pela norma jurídica, e a
segunda, chamada “proporcionalidade em sentido estrito”, que é a ponderação entre
o ônus imposto e o benefício trazido, para constatar se é justificável a interferência na
esfera dos direitos dos cidadãos.
e) O princípio da eficácia integradora orienta o intérprete a dar preferência aos
critérios e pontos de vista que favoreçam a integração social e a unidade política, ao
fundamento de que toda Constituição necessita produzir e manter a coesão
sociopolítico, pré-requisito de viabilidade de qualquer sistema jurídico.
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7. Nossa Constituição, como a maioria das cartas políticas contemporâneas, contém
regras de diversos tipos, funções e naturezas, por postularem finalidades diferentes,
mas coordenadas e inter-relacionadas entre si, formando um sistema de normas que
se condicionam reciprocamente. Algumas delas são plenamente eficazes e de
aplicabilidade imediata; outras são de eficácia reduzida, dependem de legislação que
lhes integre o sentido e determine sua incidência; não são de aplicabilidade
imediata, mas são aplicáveis até onde possam. José Afonso da Silva. Aplicabilidade
das normas constitucionais. 6.ª ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 47 (com
adaptações).
Tendo o fragmento de texto de José Afonso da Silva como referência inicial, assinale
a opção correta com relação à eficácia das normas constitucionais e aos princípios e
à interpretação da CF.
a) Segundo o STF, o desmembramento de município previsto na CF é norma de eficácia
contida.
b) Para o STF, a norma que estabelece o direito à aposentadoria especial dos
servidores públicos tem eficácia limitada.
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3. GABARITO COMENTADO
1. C
Com o advento do neoconstitucionalismo, os princípios ganham força normativa e
podem ser fonte de direito subjetivo tanto quanto as regras. Nesse sentido, sabendo-
se que o direito brasileiro confere força normativa aos princípios, a única opção
correta seria a letra “c”, haja vista que as alternativas “a” e “b” afastam a força
normativa dos princípios. A respeito da letra “d”, como visto, as normas
constitucionais, que incluem regras e princípios, não são todas de eficácia plena,
havendo também normas de eficácia contida e limitada, conforme teoria de José
Afonso da Silva, o que torna a assertiva incorreta.
2. D
MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR: Método apresentado por Konrad Hesse
na obra “A força normativa da constituição”. Parte da ideia de que interpretação e
aplicação consistem em processo unitário (concretista) - possui três elementos básicos:
(1) a norma a ser concretizada;
(2) o problema a ser resolvido;
(3) a compreensão prévia do intérprete. A norma é resultado da interpretação (papel
ativo do intérprete) = concretização da norma. 35
TÓPICO-PROBLEMÁTICO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR
A questão pode ser respondida pelos três elementos acima: pressupostos subjetivos,
pressupostos objetivos e círculo hermenêutico.
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3. E
MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE: Método apresentado por Friedrich Müller na
obra “Métodos de trabalho do direito constitucional”. A concretização da norma deve
ser feita por intermédio de vários elementos, dentre eles o metodológico (clássicos de
interpretação e princípios da interpretação da constituição), dogmáticos (doutrina e
jurisprudência), teóricos (teoria da constituição), política constitucional (ex.: reserva do
possível) = há uma relação social entre o texto e a realidade – a norma não
compreende apenas o texto, abarcando também um pedaço da realidade social, que é
a parte mais significativa (domínio normativo).
O método é concretista, mas entende que a norma não está inteiramente no texto,
sendo resultante da relação entre texto e realidade.
Atenção para o trecho da questão: “A normatividade, a que se refere o método, não se
esgota no texto (...)”. Texto + realidade: esse é o segredo do método.
36
4. E
FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: Na aplicação da Constituição, deve ser dada
preferência às soluções concretizadoras de suas normas, que as tornem mais eficazes e
permanentes.
Tal princípio, idealizado por Konrad Hesse, empenha-se em demonstrar que não há de
se verificar uma derrota da CPF: 860.542.154-18
Constituição quando colocada em oposição aos fatores
reais de poder. Deve-se ter em vista a chamada vontade da Constituição. Assim, como
norma jurídica, a Constituição possui força normativa suficiente para, coercitivamente,
impor as suas determinações.
5. D
Item D - Na verdade, são três as etapas, como estudado: necessidade, adequação e
proporcionalidade em sentido estrito.
6. A
Item I – Possuem eficácia plena (aplicabilidade direta, imediata e integral).
Item II – Correto.
Item III – Em verdade, tal direito é de eficácia limitada (depende de lei).
Item IV – Não há que se falar neste caso em inconstitucionalidade. Aqui, fala-se em
recepção ou não-recepção.
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Relembrando:
RECEPÇÃO
Quando do surgimento de uma nova Constituição, as leis infraconstitucionais
anteriores que forem materialmente (conteúdo) compatíveis são recepcionadas
(busca-se evitar o vácuo legislativo). Já as materialmente incompatíveis não são
recepcionadas (não recepção = revogação).
A incompatibilidade formal superveniente NÃO impede a recepção e ainda faz com
que a norma adquira uma nova roupagem - um novo “status” (ex.: CTN, aprovado
como LO e recepcionado como LC = ADEQUAÇÃO).
7. B
ALTERNATIVA A: INCORRETA
De acordo com o entendimento do STF: “Norma constitucional de eficácia limitada,
porque dependente de complementação infraconstitucional, tem, não obstante, em
linha de princípio e sempre que possível, a imediata eficácia negativa de revogar as
regras preexistentes que sejam contrárias. Município: criação: EC 15/1996: 37
plausibilidade da arguição de inconstitucionalidade da criação de Municípios desde a
sua promulgação e até que lei complementar venha a implementar sua eficácia plena,
sem prejuízo, no entanto, da imediata revogação do sistema anterior. É certo que o
novo processo de desmembramento de Municípios, conforme a EC 15/1996, ficou com
a sua implementação sujeita à disciplina por lei complementar, pelo menos no que diz
com o Estudo de Viabilidade CPF:
Municipal, que passou a reclamar, e com a forma de sua
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divulgação anterior ao plebiscito. [ADI 2.381 MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 20-6-
2001, P, DJ de 14-12-2001.]”
ALTERNATIVA B: CORRETA
A aposentadoria especial do servidor público está prevista em norma de eficácia
limitada (art. 40, § 4º, da CF). Nesse sentido, é o entendimento do STF: “A Corte firmou
entendimento no sentido de que a competência concorrente para legislar sobre
previdência dos servidores públicos não afasta a necessidade da edição de norma
regulamentadora de caráter nacional, cuja competência é da União”. (MI 1898 AgR,
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 16/05/2012,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-107 DIVULG 31-05-2012 PUBLIC 01-06-2012).
ALTERNATIVA C: INCORRETA
O princípio que legitima a afirmativa é o princípio da supremacia da constituição, e não
o princípio da unidade.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
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8. D
(A) INCORRETA. “A Metódica jurídica normativo-estruturante trabalha com a
concepção de que a norma jurídica não se identifica com seu texto (expresso), pois ela
é o resultado de um processo de concretização. Portanto, o texto da norma não possui
normatividade, mas sim, apenas validade. (...) Metaforicamente, o texto de uma
norma deve ser visto apenas como a ‘ponta do iceberg’” (Bernardo Gonçalves
Fernandes, Curso de direito constitucional, 7ª ed, Juspodivm, 2015, p. 191). Em
verdade, o conceito trazido no item mais se aproxima do método desenvolvido por
Gadamer, e não o normativo-estruturante, desenvolvido por Muller.
(B) INCORRETA. Trata-se do método tópico-problemático. O método de interpretação
científico-espiritual atesta que a Constituição deve ter em conta as bases de valoração
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9. E
(A) INCORRETA. Filtragem constitucional: passar a lei no filtro da Constituição para
extrair dela o seu sentido mais correto. Não tem nada a ver com princípios x regras e
não enseja o efeito indicado.
(B) INCORRETA. Método apresentado por Theodor Viehweg na obra “Tópica e
jurisprudência: uma contribuição à investigação dos fundamentos jurídico-científicos”.
Baseia-se em “topos” (“topoi”), que são esquemas de pensamento, formas de 40
raciocínio, sistemas de argumentação, lugares comuns (podem ser extraídos da
jurisprudência, da doutrina, do senso-comum) – há uma argumentação jurídica em
torno de um problema a ser resolvido, com opiniões favoráveis e contrárias,
prevalecendo a que for mais convincente = adequação da norma ao problema (parte-
se dele, não do texto).
(C) INCORRETA. Método apresentado por Friedrich Müller na obra “Métodos de
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trabalho do direito constitucional”. A concretização da norma deve ser feita por
intermédio de vários elementos, dentre eles o metodológico (clássicos de
interpretação e princípios da interpretação da constituição), dogmáticos (doutrina e
jurisprudência), teóricos (teoria da constituição), política constitucional (ex: reserva do
possível) = há uma relação social entre o texto e a realidade – a norma não
compreende apenas o texto, abarcando também um pedaço da realidade social, parte
mais significativa (domínio normativo).
(D) INCORRETA. O princípio da unidade da Constituição impõe que a Constituição deve
ser interpretada de modo a evitar conflitos, contradições e antagonismos entre suas
normas (refinamento da interpretação sistemática) = interpretação em conjunto com
as demais normas. Ele, justamente, afasta a tese da hierarquia das normas
constitucionais (Otto Bachoff). O STF já considerou que as normas constitucionais
originárias estão todas no mesmo patamar, devendo ser conciliadas (ADI 4097).
(E) CORRETA. Os princípios, na teoria de Robert Alexy, são mandados de otimização,
aplicados em vários graus, conforme a possibilidade fática e jurídica (colisão com
outros princípios). Alexy, seguindo a teoria da argumentação de Chaïm Perelman,
afasta-se da teoria da correspondência de Aristóteles. Seu critério da verdade, então,
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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10. E
(A) INCORRETA.
A assertiva se equivoca ao dizer que existe separação entre o direito e a moral. O
neoconstitucionalismo é uma nova forma de se interpretar o Direito, que aproximado
da Moral, passa a contemplar juízos de valor com a finalidade de preservar, garantir e
promover os direitos fundamentais, que por estarem prescritos em regras ou
princípios constitucionais faz com que o Direito Constitucional se aloque no centro do
sistema jurídico irradiando sua forma normativa.
(B) CORRETA.
Constituições pluralistas ou compromissórias são aquelas que possuem normas
inspiradas em ideologias diversas. Geralmente resultam de um compromisso entre os
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diversos grupos participantes do momento constituinte.
(C) INCORRETA.
A assertiva se equivoca ao dizer que nas constituições flexíveis, o conflito entre a
norma constitucional anterior e a lei superveniente resolve-se não pelo critério
hierárquico. Flexíveis são aquelas Constituições que não possuem um processo
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legislativo de alteração mais dificultoso do que o processo legislativo de alteração das
normas infraconstitucionais. A dificuldade em alterar a Constituição é a mesma
encontrada para alterar uma lei que não é constitucional.
(D) INCORRETA.
O Brasil não adotou a teoria da dupla revisão, sendo inclusive entendido como uma
limitação implícita ao poder de reforma constitucional.
(E) INCORRETA.
No sentido sociológico, a Constituição, segundo a conceituação de Lassalle, seria a
somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade.
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